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89 AGROALIMENTARIA. Vol. 24, Nº 46; enero-junio 2018 Gonçalves, Jackson Eduardo; Silva, Sheldon William; Gonçalves, Eliandra da Silva Oliveira; Melo, Tuane Ferreira. Reflexões atualizadas sobre o contexto do agronegócio brasileiro (89-101) Gonçalves, Jackson Eduardo 1 Silva, Sheldon William 2 Gonçalves, Eliandra da Silva Oliveira 3 Melo, Tuane Ferreira 4 Recibido:09-01-2017 Revisado: 27-05-2017 Aceptado: 27-09-2017 REFLEXÕES ATUALIZADAS SOBRE O CONTEXTO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO 1 Graduação em Administração de Empresas (Universidade Federal de Lavras-UFLA, Brasil); Mestre em Economia Rural (Universidade Federal do Ceará-UFC, Brasil). Coordenador pedagógico dos Cursos Superiores de Tecnologia em Logística, Processos Gerenciais e Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS/Varginha). Endereço postal: Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto - 37010-540 - Varginha, MG – Brasil. Telefone: +55 (35) 32195208; e-mail: [email protected] 2 Graduado em Administração, com Habilitação em Comércio Exterior (Universidade do Estado de Minas Gerais- UEMG, Brasil); Mestre em Administração (Fundação Pedro Leopoldo- FPL, Brasil); Especialista em Gestão Empresarial e Doutorando em Administração (Universidade Federal de Lavras-UFLA, Brasil). Coordenador do Núcleo de Graduação – Faculdades do Grupo Unis. Endereço postal: Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto - 37010-540 - Varginha, MG – Brasil. Telefone: +55 (35) 32195208; e-mail: [email protected] 3 Graduação em Engenharia Química, com Habilitação em Engenharia de Alimentos (Centro Universitário do Sul de Minas-UNIS, Brasil); Especialista em Gestão Empresarial (Faculdades Integradas de Jacarepaguá-FIJ, Brasil). Professora em cursos de graduação e pós-graduação do Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS). Endereço postal: Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto - 37010-540 - Varginha, MG – Brasil. Telefone: +55 (35) 32195208; e-mail: [email protected] 4 Graduação em Medicina Veterinária (Universidade Federal de Lavras-UFLA, Brasil); Mestranda em Medicina Veterinária (UFLA, Brasil). Pesquisadora na área de Imunologia em projetos financiados pelo CNPq no Departamento de Medicina Veterinária. Endereço postal: DMV / UFLA - Caixa Postal 3037 - CEP 37200-000 - Lavras MG, Brasil. Telefone: +55 (35) 38291148; e-mail: [email protected] RESUMO A presente pesquisa tem como objetivo traçar um panorama conjuntural do agronegócio brasileiro a partir de suas características e perspectivas. Para atingir tal objetivo, fez-se uma reflexão conceitual dos elementos que compõe o agronegócio e seu panorama atual no Brasil. A pesquisa é descritiva, levando-se em consideração o fato de que a mesma pretende obter e investigar os dados publicados referentes ao agronegócio brasileiro, privilegiando as instituições e órgãos anuentes desse setor. Observa-se, assim, que agroindústria e o seu mercado são determinantes e de grande importância para o funcionamento geral da economia brasileira. Entender os conceitos de sistemas no contexto agroindustrial torna-se fundamental para a avaliação da sustentabilidade do processo produtivo. Este trabalho não encerra as discussões sobre o agronegócio no Brasil. Espera-se que os leitores interessados busquem outras fontes de informações sobre o tema. Palavras-chave: agricultura, agronegócio, Brasil, complexos agroindustriais, sistemas agroindustriais

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AGROALIMENTARIA. Vol. 24, Nº 46; enero-junio 2018 Gonçalves, Jackson Eduardo; Silva, Sheldon William; Gonçalves, Eliandra da Silva Oliveira; Melo,Tuane Ferreira. Reflexões atualizadas sobre o contexto do agronegócio brasileiro (89-101)

Gonçalves, Jackson Eduardo1

Silva, Sheldon William2

Gonçalves, Eliandra da Silva Oliveira3

Melo, Tuane Ferreira4

Recibido:09-01-2017 Revisado: 27-05-2017 Aceptado: 27-09-2017

REFLEXÕES ATUALIZADAS SOBRE OCONTEXTO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

1 Graduação em Administração de Empresas (Universidade Federal de Lavras-UFLA, Brasil); Mestre em EconomiaRural (Universidade Federal do Ceará-UFC, Brasil). Coordenador pedagógico dos Cursos Superiores de Tecnologiaem Logística, Processos Gerenciais e Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário do Sul de Minas(UNIS/Varginha). Endereço postal: Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto - 37010-540 - Varginha, MG – Brasil.Telefone: +55 (35) 32195208; e-mail: [email protected] Graduado em Administração, com Habilitação em Comércio Exterior (Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG, Brasil); Mestre em Administração (Fundação Pedro Leopoldo- FPL, Brasil); Especialista em GestãoEmpresarial e Doutorando em Administração (Universidade Federal de Lavras-UFLA, Brasil). Coordenador doNúcleo de Graduação – Faculdades do Grupo Unis. Endereço postal: Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto - 37010-540- Varginha, MG – Brasil. Telefone: +55 (35) 32195208; e-mail: [email protected] Graduação em Engenharia Química, com Habilitação em Engenharia de Alimentos (Centro Universitário do Sulde Minas-UNIS, Brasil); Especialista em Gestão Empresarial (Faculdades Integradas de Jacarepaguá-FIJ, Brasil).Professora em cursos de graduação e pós-graduação do Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS). Endereçopostal: Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto - 37010-540 - Varginha, MG – Brasil. Telefone: +55 (35) 32195208;e-mail: [email protected] Graduação em Medicina Veterinária (Universidade Federal de Lavras-UFLA, Brasil); Mestranda em MedicinaVeterinária (UFLA, Brasil). Pesquisadora na área de Imunologia em projetos financiados pelo CNPq noDepartamento de Medicina Veterinária. Endereço postal: DMV / UFLA - Caixa Postal 3037 - CEP 37200-000 - LavrasMG, Brasil. Telefone: +55 (35) 38291148; e-mail: [email protected]

RESUMOA presente pesquisa tem como objetivo traçar um panorama conjuntural do agronegócio brasileiro a partir de suascaracterísticas e perspectivas. Para atingir tal objetivo, fez-se uma reflexão conceitual dos elementos que compõe oagronegócio e seu panorama atual no Brasil. A pesquisa é descritiva, levando-se em consideração o fato de que amesma pretende obter e investigar os dados publicados referentes ao agronegócio brasileiro, privilegiando asinstituições e órgãos anuentes desse setor. Observa-se, assim, que agroindústria e o seu mercado são determinantese de grande importância para o funcionamento geral da economia brasileira. Entender os conceitos de sistemas nocontexto agroindustrial torna-se fundamental para a avaliação da sustentabilidade do processo produtivo. Estetrabalho não encerra as discussões sobre o agronegócio no Brasil. Espera-se que os leitores interessados busquemoutras fontes de informações sobre o tema.Palavras-chave: agricultura, agronegócio, Brasil, complexos agroindustriais, sistemas agroindustriais

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RÉSUMÉ

ABSTRACT

RESUMENEsta investigación tiene como objetivo presentar un panorama coyuntural del agribusiness brasileño a partir desus características actuales y de sus perspectivas. Para lograr dicho objetivo se partió de una reflexión conceptualsobre los elementos que componen el sector de los agronegocios y su situación actual en Brasil. La investigaciónes del tipo descriptivo, en el sentido que a través de ella se pretende obtener e investigar los datos publicadossobre la agroindustria brasileña, privilegiando a aquellas instituciones y organismos que en dicho sector consientenpara este fin. Los principales hallazgos dan cuenta que la agroindustria y su mercado resultan cruciales y muyimportantes para la salud general de la economía brasileña. Así mismo, comprender los conceptos de sistemasen el contexto agroindustrial es fundamental para evaluar la sostenibilidad de los procesos de producción. Noobstante, con este trabajo no se pretende agotar la discusión de la agroindustria en Brasil. Se espera por tantoque los lectores interesados consulten otras fuentes de información sobre el tema.Palabras clave: agricultura, agronegocios, Brasil, complejos agroindustriales, sistemas agroindustriales

This research aims to draw a conjunctural panorama of Brazilian agribusiness from its characteristics andprospects. To achieve this goal, a conceptual reflection of the elements that make up the agribusiness and itscurrent situation in Brazil was made. The research is descriptive, taking into consideration the fact that it wishesto obtain and investigate the data published for the Brazilian agribusiness, favoring institutions and officialagencies in this sector. It is observed, therefore, that agribusiness and its market are crucial and very importantto the overall health of the Brazilian economy. Main findings also point out that to understand system conceptsin the agro-industrial context is fundamental for assessing the sustainability of the production process. Thiswork does not end the discussion of agribusiness in Brazil. On contrary, it is hoped that interested readers seekother sources of information on such topics.Key words: Agribusiness, agriculture, agro-industrial systems, agro-industrial complexes, Brazil

Cette recherche a pour but de tracer un panorama conjoncturel de l’agrobusiness brésilien, ainsi que de sescaractéristiques et perspectives. Pour atteindre cet objectif, il y a d’abord une réflexion conceptuelle sur leséléments qui composent l’agro-industrie et sa situation actuelle au Brésil. La recherche est descriptive, enprenant en considération le fait que l’on étudie les données publiées pour l’agro-industrie brésilienne, c’est- àdire, les institutions et les organismes de cette branche. On constate donc que l’agro-industrie et son marchésont cruciaux et très importants pour la santé globale de l’économie brésilienne. La compréhension les desconcepts de systèmes dans le contexte agro-industriel est fondamental pour évaluer la viabilité du processus deproduction. Ce travail ne termine pas la discussion de l’agro-industrie au Brésil. On espère que les lecteursintéressés cherchent d’autres sources d’information à ce sujet.Mots-clé : Agribusiness, agriculture, Brésil, complexes agroindustriels, systèmes agroindustriels

1. INTRODUÇÃO AO AGRONEGÓCIOO agronegócio no Brasil surgiu oriundo docrescimento demográfico com lotação da zonaurbana, obrigando as organizações a substituíremo modelo de produção manufatureiro e investiremna produção em massa. Surgem novosequipamentos, tecnologias e estruturas debeneficiamento e armazenagem. A produção nocampo perde sua rusticidade e volta-se para a

padronização, especialização e produção em grandeescala.

Fernandes (2010) aponta que o conceito deagronegócio no Brasil é novo e remonta à décadade 1990, sendo uma construção ideológica que tentamudar a imagem de latifundista da agriculturacapitalista. Já para Oliveira (2006), o agronegóciopode ser reconhecido como monocultivo deexportação, havendo a necessidade de distinção entre

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as atividades econômicas. Segundo o autor, oprincipal contraponto está presente na abordagemconceitual que considera a agricultura como formade produção de alimentos enquanto o agronegóciovisa à produção de commodities para o mercadointernacional.

Para Cruvine & Neto (1999), o conceito emagronegócio procura guardar a mesma categorizaçãoproposta por John Davis e Ray Goldberg em 1957,para o conceito de agribusiness: «a soma dasoperações de produção e distribuição desuprimentos agrícolas, das operações de produçãonas unidades agrícolas, do armazenamento,processamento e distribuição dos produtos agrícolase itens produzidos a partir deles» (p. 1).

Agronegócio pode ser entendido como sendoa soma das operações que envolvem a produção edistribuição de suprimentos; a produção do bem,o armazenamento, processamento e distribuição dosprodutos do agronegócio. Incluem-se neste conjuntotodos os serviços financeiros, de transporte,classificação, marketing, seguros, bolsas demercadorias, entre outras. Todas essas operações sãoelos de cadeias que se tornam cada vez maiscomplexas à medida que a agricultura se modernizae a realização de seu produto no mercado passou adepender mais e mais de serviços que estão fora dafazenda.

Dessa forma, tal conceito engloba osfornecedores de bens e serviços para o agronegócio,a produção rural, o processamento, a transformaçãoa distribuição e todos os envolvidos na geração efluxo dos produtos do agronegócio até oconsumidor final. Inserem-se nesse processo agentescomo o governo, os mercados, as entidadescomerciais, financeiras e prestadora de serviços.

A abordagem de Sistemas Agroindustriais - SAG(ou Commodity System Approach) foi apresentadainicialmente por Davis e Goldberg em 1957, naUniversidade de Harvard. Por meio dessaabordagem o sistema agroindustrial é entendidocomo um nexo de contratos e apoia-se em umacadeia produtiva, abrangendo segmentos antes,dentro e depois da porteira (Farina & Zylbersztajn,1996). De acordo com Araújo (2010), o agronegóciopode ser visto como o conjunto de todas asoperações e transações envolvidas desde a fabricaçãodos insumos agropecuários, das operações deprodução nas unidades agropecuárias, até oprocessamento e distribuição e consumo dosprodutos agropecuários «in natura» ouindustrializados.

Assim, aumenta-se a produção direcionada aomercado, e se extingue a produção de subsistência.Desse modo, o agricultor deve escolher insumos,equipamentos e máquinas, conduzir os processosde produção, e vendê-la. Passa-se então, a permearo agronegócio uma série de organizações de todaordem, públicas e privadas. No Brasil oagronegócio tem importante relevância social,econômica e política, conforme destacar-se-á nasseções posteriores dessa pesquisa.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO COMPLEXOAGROINDUSTRIAL BRASILEIROO Brasil ocupa posições importantes no «ranking»mundial de produção e exportação de bensoriundos do complexo agroindustrial. Oagronegócio é a atividade econômica mais aberta ecompetitiva no cenário internacional. De acordocom Batalha (2002), costuma-se dividir o estudodo agronegócio em três partes.

A primeira parte trata dos negóciosagropecuários propriamente ditos (ou de «dentroda porteira») que representam os produtores rurais,sejam eles pequenos, médios ou grandes produtores,constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeirosou camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas).Na segunda parte, os negócios à montante (ou «dapré-porteira») aos da agropecuária, representadospelas indústrias e comércios que fornecem insumospara a produção rural. Por exemplo, os fabricantesde fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos,etc. E, na terceira parte, estão os negócios à jusantedos negócios agropecuários, ou de «pós-porteira»,onde estão a compra, transporte, beneficiamento evenda dos produtos agropecuários, até chegar aoconsumidor final. Enquadram-se nesta definição osfrigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas,empacotadores, supermercados e distribuidores dealimentos (Batalha, 2002).

Para que o conceito de complexo agroindustrialpossa ser melhor compreendido, vale ofereceralguns dados que expressam, entre outros,principalmente a evolução da produção e dosinvestimentos do complexo, numa economiadesenvolvida. A qualificação do complexo tem comoúnico objetivo aprofundar a teoria sobre o mesmo,explicitando alguns aspectos estruturais queorientem a reflexão.

Dorighello (2003), corroborando com Marion(2005), traz que a agroindústria pode ser definidacomo todo «o segmento industrial de produtos alimentícios,

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as indústrias que transformam matéria-prima agropecuáriaem produtos intermediários para fins alimentares e nãoalimentares como casos especiais, as indústrias de óleos vegetaisnão comestíveis, de insumos agropecuários» (p. 37).

Segundo Araújo (2010) na agroindústria existemdois grupos distintos de agroindústrias, asalimentares e as não alimentares, conforme FiguraNª 1.

Figura 1. Tipos de agroindústriasFonte: elaborado pelos autores, com base emAraújo (2010)

Araújo (2010) informa, ainda que nasagroindústrias alimentares e não alimentares osprocedimentos e processos industriais bemdistintos. Enquanto os cuidados são maiores ebastante específicos nas agroindústrias de alimentos,nas agroindústrias não alimentares osprocedimentos industriais gerais são bastantesimilares aos de indústrias de outros setores. Sendoassim, os cuidados a serem adotados pelasagroindústrias alimentares são justificáveis, poistratam da produção de alimentos e têm umapreocupação muito maior, que é a segurançaalimentar dos consumidores.

Segundo Araújo, Wedekin & Pinazza (1990), apropriedade agrícola mudou sua atividade desubsistência para uma operação comercial, em queos agricultores consomem, cada vez menos, o queproduzem. O moderno agricultor é um especialista,confinado às operações de cultivo e criação. Poroutro lado, as funções de armazenar, processar edistribuir alimento e fibra vão se transferindo, emlarga escala, para organizações além da fazenda.

O agronegócio é estudado em seus diversosramos como um nexo de contratos, compostos desucessivas etapas que vai desde o produtor erevendedor de insumos até o consumidor, passandopelo produtor rural, a indústria e o comércio. Destaforma ampla o ambiente institucional assumerelevância, capaz de determinar o grau decompetitividade e as possibilidades de melhordesempenho (Mendes, 2005).

Para Gonçalves (2005) essas organizaçõestransformaram-se em operações altamenteespecializadas. Criou-se um novo arranjo de funçõesfora, e a montante, da fazenda: a produção deinsumos agrícolas e fatores de produção, incluindomáquinas e implementos, tratores, combustíveis,fertilizantes, suplementos para ração, vacinas emedicamentos, sementes melhoradas, inseticidas,herbicidas, fungicidas e muitos itens mais, além deserviços bancários, técnicos de pesquisa einformação.

A jusante da fazenda formou-se complexasestruturas e armazenamento, transporte,processamento, industrialização e distribuição aindamais formidáveis. Atualmente os complexosagroindustriais brasileiros desempenham umasignificativa importância na economia do País,referindo-se a todas as instituições que desenvolvematividades, no processo de produção, elaboração edistribuição dos produtos da agricultura e pecuária,envolvendo desde a produção e fornecimento derecursos, até que o produto final chegue nas mãosdos consumidores. Entre as instituições queconstituem o CAI (Complexo Agroindustrial),incluem-se, além daquelas diretamente envolvidasno processo, aquelas de apoio indireto à realizaçãodas atividades na tomada de decisões, como ogoverno e suas políticas e o sistema financeiro e decrédito (Gonçalves, 2005).

Müller (1982, p. 153) afirma que

(...) Em face da massa de necessidades einteresses de corte industrial que perpassatodos os setores do complexo agroindustrial,pode-se asseverar que a industrialização dosmesmos é a tendência predominante. Estaevidencia que as características dessaindustrialização regularão a expansão ou obloqueio dos setores industriais e agrícolas.

Szmrecsanyi (1983) propõe um esquema deanálise do setor agropecuário que permite captar

Agroindústria

Agroindústrias não alimentares: fibras, couros, calçados, óleos vegetais não

comestíveis e outras)

Agroindústrias alimentares: sucos, polpas,

extratos, lácteos, carnes, farináceos e outros

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melhor suas transformações estruturais e qualitativas.Para o autor, «o setor deixa de constituir umcompartimento semiautônomo e fechado, paratornar-se um sistema aberto e integrado aos setoresque lhes são complementares no contexto daeconomia como um todo» (p. 142). Desse modo, ocomplexo agroindustrial é formado pelos seguintessetores (Gonçalves, 2005):

• Produção agropecuária: engloba os váriostipos de cultivo e criações.

• Instituições: envolve os vários serviçosprestados ao setor agropecuário (crédito, assistênciatécnica, extensão, pesquisa, etc.).

• Indústria de insumos: abrange os ramosindustriais e comerciais que se orientam para oatendimento das necessidades produtivasagropecuárias (corretivos, fertilizantes, defensivos,implementos, equipamentos, etc.).

• Comercialização: diz respeito aos serviçosde estocagem e comercialização dos produtosagropecuários (cooperativas, atacadistas, varejistas,redes de comercialização, etc.).

• Indústria de processamento: inclui os ramosindustriais com produção predominantementebaseada em matérias-primas de origem agropecuária.

A Figura Nº 2 apresenta os componentes e asinter-relações da cadeia produtiva, que engloba osnegócios «antes da porteira» ou a montante(fornecedores de produtos e de serviços para aagricultura), as atividades «dentro da porteira» e

Figura 2. Complexo agroindustrialFonte: elaborado pelos autores, com base em Gonçalves (2005)

os «após a porteira» ou a jusante (processadores etransformadores do Complexo Agroindustrial e osdistribuidores envolvidos na geração e no fluxodos produtos agrícolas até o consumidor final).

Gonçalves (2005) ressalta que as articulaçõesmostradas no esquema não se aplicam igualmentepara os vários produtos agropecuários. Ao longode toda a cadeia produtiva, do mercadoconsumidor até o produtor, é perceptível que ascaracterísticas e qualidade dos produtos devemresultar em soluções cooperativas entre os agenteseconômicos, assim incentivando os ganhos decompetitividade, e melhorando o desempenho e ocrescimento econômico.

Provavelmente, o tamanho do setoragroindustrial particular é fator importante naatualização do nível tecnológico efetuado peloprodutor agropecuário. Por outro lado, qual avantagem do agricultor em se desenvolvertecnologicamente? Basicamente, um grau maior dedesenvolvimento tecnológico implica aumento deprodutividade que levaria a custos mais baixos(Gonçalves, 2005). Para o autor, a redução daincerteza também seria uma decorrência dodesenvolvimento tecnológico na medida em que oagricultor teria efetivamente maior controle sobreo processo produtivo. Vários autores discutemcomo os preços do produto agrícola e dos insumossão afetados pela estrutura de mercado a jusante e amontante da agricultura.

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Sorj (1980) destaca que a «relação entre produtoresagropecuários e as indústrias de processamento oufirmas comercializadoras apresenta uma tensãobásica. Quanto menor for o preço pago aoprodutor maior serão os lucros e competitividadeno mercado» (p. 116).

Para Guimarães (1979, p. 250),

(...) O mais importante dos efeitos daintegração agroindustrial é a supressão dalivre concorrência com repercussão diretano mecanismo de preços, que passa a serditado pelas indústrias a montante e ajusante da produção agrícola e em basestendencialmente monopolistas, dado odomínio incontestável que essas indústriasexercem sobre o mercado.

Kageyama (1987, p. 3) destaca que

(...) As indústrias processadoras têm umaforte capacidade de exercer influência sobrea agricultura, dada a alta percentagem deprodução agrícola que consomem, mas osdois polos industriais exercem essainfluência e a principal modalidade se dáatravés do mecanismo de preços.

Sorj & Wilkinson (1983) destacam aconsequência do poder das agroindústrias, dedeterminarem o preço, para o produtor agrícola,quando afirma que «o complexo agroindustrial setransforma no beneficiário principal do sobre trabalho dosprodutores agrícolas» (p. 250).

Os produtos da agropecuária passaram a teruma demanda crescente por parte dos demais setoresda economia, principalmente da agroindústria,antes de atingir o consumidor final. Excluídasalgumas regiões ainda de extrema pobreza em quese pratica uma agricultura de subsistência, aagropecuária brasileira está hoje integrada com osdemais setores da economia brasileira.

Como ocorrera com a indústria no final doséculo XIX, a agropecuária também passou porconcentrações horizontal e vertical no seu processode «caificação». Para Johnston & Kilby (1977) «omecanismo do processo econômico na agricultura é o mesmoque opera em todos os demais setores de uma economia. Onome desse mecanismo é especialização» (p. 51).

Os Complexos Agroindustriais (CAI)representam a nova forma de organização daatividade agrícola depois da sua modernização e

industrialização, momento em que a agriculturapassa a ser inter-relacionada com outras atividades,estabelecendo vínculos diretos com a indústria.Segundo Silva (2007), nos CAI completos, aagricultura está ligada diretamente com a indústriaa montante e a jusante, ou seja, se relaciona com osfornecedores de insumos, máquinas e equipamentose com as agroindústrias processadoras dos seusprodutos. Os processos produtivos se modificaramcom a inserção das novas tecnologias e a agriculturadeixa de ser um setor isolado e independente,passando a fazer parte de um complexo produtivo(Guimarães, 1979).

3. ANÁLISE DOS PRINCIPAISCOMPLEXOS AGROINDUSTRIAISA agroindústria brasileira é um setor extremantepróspero que vem superando grandes desafios nosúltimos anos, mesmo em períodos de criseseconômicas, gerando divisas e empregos. O Brasilconta com uma enorme extensão territorial, mas aferramenta que propicia essa obtenção de resultadosé, na sua essência, o conhecimento. Destacam-se ocrescimento das fronteiras agrícolas e a expansãoda produção agroindustrial e, especificamente, oaumento da importância estratégica da produçãode alimentos para direcionados ao mercadointernacional, o País vem se mostrando competitivono que se tange ao agronegócio, em alguns casosconseguindo obter uma produção maior, mesmocom menos tecnologias em relação aos países ricos.

As taxas anuais brasileiras de exportações doagronegócio brasileiro vêm crescendo nos últimosanos. Os avanços tecnológicos têm possibilitadoao Brasil, incorporar a modernização e as inovaçõestecnológicas, ao processo produtivo. O sucesso nesteprocesso de incorporação deve-se aos investimentospúblicos efetuados na formação de especializaçãode recursos humanos, principalmente notreinamento e formação de técnicos. As empresasde capital privado investem pesado na instalaçãode parque mecanizado de apoio ao desenvolvimentodo agronegócio, buscando abertura de novosmercados (Scolari, 2006).

Para Malagolli & Ascanio (2007) os produtosoriundos do agronegócio representam um dosprincipais itens na pauta de exportação brasileira,inserindo o Brasil entre os maiores exportadoresmundiais do setor. Isso exige das empresas eprodutores a implantação de técnicas sofisticadasde armazenagem, inovações tecnológicas e o uso

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adequado da tecnologia da informação, de modo aagilizar os processos dentro da cadeia produtiva ediminuir desperdícios. Superando, assim asinstabilidades das safras agrícolas, inconstância nospreços internacionais e o protecionismo externo,via subsídios.

O agronegócio no Brasil pode ser entendidocomo a agricultura, insumos, maquinaria e serviçosagrícolas, bem como as atividades de pós-colheita,processamento e distribuição, que gira em tornode 25% do PIB e 35% da mão-de-obra do País(Gráfico Nº 1). O setor tem um enorme impactona dinâmica regional e ocupa lugar de destaque nocomércio mundial sendo o maior gerador de divisaspara o País.

O agronegócio brasileiro apresenta elevadarelevância econômica e social em termos absoluto erelativo. É simplesmente o maior negócio daeconomia do País. De acordo com Casarotto (2013),a expressiva participação do agronegócio do País,dado o seu estágio de desenvolvimento, posicionao Brasil como uma das nações mais competitivasno mundo na produção de commodities agrícolas.

4. ASPECTOS METODOLÓGICOSO objetivo principal desta pesquisa é traçar umpanorama conjuntural do agronegócio brasileiro apartir de suas características e perspectivas. De

Gráfico 1. Brasil: participação do PIB do agronegócio no PIB Total, 1997-2015Fonte: CEPEA (2016)

acordo com Gil (2002, p.17), pode-se definirpesquisa como «o procedimento racional esistemático que tem como objetivo proporcionarrespostas aos problemas que são propostos».

Com relação aos fins, a pesquisa é descritiva,levando-se em consideração o fato de que a mesmapretende obter e investigar os dados publicadosreferentes ao agronegócio brasileiro, privilegiandoas instituições e órgãos anuentes desse setor. Aindade acordo com Gil (2002, p.42) «as pesquisasdescrit ivas têm como objetivo primordial adescrição das características de determinadapopulação ou fenômeno ou, então, oestabelecimento de relações entre variáveis».

Com relação aos meios, a presente pesquisa édocumental, valendo-se de dados extraídos deinstituições voltadas para o agronegócio como aConfederação da Agricultura e Pecuária do Brasil(CNA), Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento-MAPA (Brasil, 2015a, 2015b) e oMinistério do Desenvolvimento, Indústria eComércio (MDIC). De acordo com Richardson(1999, p.85) o pesquisador pode utilizar «comomaterial de estudo qualquer forma de comunicação,usualmente documentos escritos, como livros, periódicos,jornais, mas também, pode recorrer a outras formas decomunicação». Por se tratar de documentos impressos,Gil (2002), estabelece que a pesquisa documental se

15,1%15,9% 16,3%

15,2%

17,2%

19,4%18,5%

24,8%23,8%

24,7%24,3%22,5%

20,0%

22,3%21,4%20,8%20,9%21,7%

25,6%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

1997

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assemelha muito à pesquisa bibliográfica. Adiferença essencial entre ambas está na natureza dasfontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utilizafundamentalmente das contribuições dos diversosautores sobre determinado assunto, a pesquisadocumental vale-se de materiais que não recebemainda um tratamento analítico, ou que ainda podemser reelaborados de acordo com os objetos dapesquisa (Gil, 2002).

5. O PANORAMA DO AGRONEGÓCIOBRASILEIROA produção agropecuária apresenta característicasque a diferem da produção de outros tipos de bensmanufaturados, enfatizando entre elas, as seguintes:o caráter sazonal da produção; a influência defatores biológicos; as doenças e pragas e sua rápidaperecibilidade. O agronegócio envolve as seguintesfunções: suprimento à produção agropecuária,produção agropecuária propriamente dita,transformação, acondicionamento, armazenamento,distribuição, consumo e serviços complementarescomo publicidade, bolsas de mercadorias, políticaspúblicas, entre outras. O Gráfico Nº 2 apresenta a

Gráfico 2. Evolução da balança comercial do agronegócio, 1997-2015Fonte: MAPA (Brasil, 2015b)

evolução da balança comercial do agronegócio doBrasil.

Nesse Gráfico Nº 2, pode-se observar que aevolução das exportações do agronegócio do Brasilfoi expressiva, principalmente quando se comparao último ano de 2014 com os dados de 1999. Sãonotórios a evolução e o crescimento do superavitárioda balança comercial brasileira ao longo dos anos.A conjuntura econômica desfavorável nos primeirosseis meses de 2015 refletiu sobre o desempenho doagronegócio brasileiro. Com isso, o setor finalizouo primeiro semestre de 2015 com queda de 0,15%.

De acordo com o Boletim AgronegócioInternacional, divulgado pela Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil (CNA, 2015), asexportações do agronegócio brasileiro encerraramo ano de 2014, respondendo por 43% do total devendas externas do Brasil. É o que mostram os dadosdivulgados pelo Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior-MDIC (Brasil,2015c), referentes ao acumulado de 2014. Do totalde US$ 225,1 bilhões1 faturados pelo Brasil com asexportações, US$ 96,7 bilhões procederam dasvendas do agronegócio. Ainda que, em 2013, a

42,15 42,70

37,38

40,95 41,11 41,8740,38

36,80 35,90 36,37 36,29

42,34

37,86 37,0939,50

41,3042,98

46,16 45,8544,10

11,5610,31

8,649,42 9,83

7,706,95 7,33 7,24 6,87

7,75 7,37 7,74 7,35 7,12 7,25 7,63

9,91 9,39

44,10

13,9313,72

-

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

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45,00

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Bilh

oões

R$

Exportação Importação

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receita total de exportação do setor tenha somadoUS$ 100 bilhões, valor 3,2% maior do que em 2014,a participação do agronegócio na pauta exportadorado País aumentou no ano de 2014 (CNA, 2015).

Consoante o Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento (2015), as exportações doagronegócio brasileiro no ano de 2014 totalizaramUS$ 96,75 bilhões, um decréscimo de 3,2% emcomparação com os US$ 99,97 bilhõescomercializados em 2013, ou, em números absolutos,US$ 3,22 bilhões. As importações seguiramtendência semelhante, com queda de 2,6% emontante de US$ 16,61 bilhões no acumulado doano. Assim, em 2014, o saldo da balança comercialdo agronegócio brasileiro foi positivo em US$80,13 bilhões, porém 3,2% inferior sem relação aodesempenho do ano de 2013. No que tange aossetores que compõem o agronegócio, o principaldestaque do ano de 2014 foi o complexo soja, comexportações totais de US$ 31,40 bilhões e 60,71milhões de toneladas comercializadas, o quesignificou incremento de 1,4% e 5,6%,respectivamente. O produto mais exportado foi asoja em grão, com a cifra de US$ 23,27 bilhões ecrescimento de 2% em relação aos US$ 22,81 bilhõesnegociados no ano anterior.

O segundo principal setor do agronegóciobrasileiro em valor exportado foi o de carnes, comvendas externas de US$ 17,43 bilhões (+3,7%) e 6,38milhões de toneladas negociadas (+1,9%) em relaçãoao ano de 2013. O terceiro principal setor em valorexportado foi o complexo sucroalcooleiro, comvendas de US$ 10,37 bilhões. Em seguida, vêmprodutos florestais e setor cafeeiro. Os cincoprincipais setores exportadores tiveram umaparticipação de 78,4% no total das exportações doagronegócio em 2014, mesma participação dos cincomaiores setores do ano de 2013 (Ferreira, 2015).

O continente Asiático foi, em 2014, o principaldestino dos produtos brasileiros oriundos doagronegócio. As vendas atingiram a marca de US$39,32 bilhões, representando uma redução de 2,9%em relação às vendas registradas no ano de 2013,que foram de US$ 40,50 bilhões.

A China encerrou 2014 sendo o principaldestino dos produtos do agronegócio brasileiro,com uma participação de 22,8% do valor total dasexportações do País. Apesar da queda de US$ 816milhões na receita em relação a 2013, causadaprincipalmente pela redução nas exportações doscomplexos soja e sucroalcooleiro, as exportações

para a China somaram US$ 22,1 bilhões noacumulado do ano. O País foi o maior compradordo complexo da soja, com importações queultrapassaram US$ 17 bilhões. Ainda que a receitadas exportações deste produto tenha caído devidoà queda nos preços, os embarques aumentaram1,12% de 2013 para 2014 (CNA, 2015).

Mesmo sendo muitos os países compradoresdos produtos oriundos do agronegócio brasileiro,apenas quatro compradores foram responsáveis por59% do valor total gerado com as exportações dosetor em 2014.

5 [Nota do Editor] Na língua portuguesa, o termo«bilhões» corresponde ao valor que é expresso com otermo «billions» no idioma inglês (1.000.000.000). Emespanhol, no entanto, «bilhões» equivaliam a ummilhão de milhões (1.000.000.000.000).

Figura 3. Participação nas exportações doagronegócio do Brasil (2014)Fonte: MAPA (Brasil, 2015b)

A China encerrou 2014 sendo o principaldestino dos produtos do agronegócio brasileiro,com uma participação de 22,8% do valor total dasexportações do País. Apesar da queda de US$ 816milhões na receita em relação a 2013, causadaprincipalmente pela redução nas exportações doscomplexos soja e sucroalcooleiro, as exportaçõespara a China somaram US$ 22,1 bilhões noacumulado do ano. O País foi o maior compradordo complexo da soja, com importações queultrapassaram US$ 17 bilhões. Ainda que a receitadas exportações deste produto tenha caído devidoà queda nos preços, os embarques aumentaram1,12% de 2013 para 2014 (CNA, 2015).

4º 3º 2º 1º

3,8% 7,2% 22,2% 22,8%

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A União Europeia consolidou-se como osegundo destino das exportações brasileiras em noano de 2014. Os 28 países que compõem o blococompraram o equivalente a US$ 42 bilhões do Brasil,sendo mais da metade deste montante (US$ 22,1bilhões) diz respeito às exportações do setoragropecuário, que embarcou mais de 26 milhõesde toneladas de produtos no ano. Embora asexportações do agronegócio destinadas ao blocoterem caído 2,9%, a União Europeia se tornouainda mais importante para o comércio exteriorbrasileiro, ganhando maior participação nomercado. O farelo de soja, a soja em grão e a celuloseestão entre as mercadorias brasileiras que mais sedestacaram no mercado europeu no acumulado doano. As vendas destes três produtos somaram US$9,8 bilhões (CNA, 2015).

Os Estados Unidos é, historicamente, umimportante parceiro comercial e grande concorrentedo agronegócio brasileiro. Com as dificuldadeseconômicas enfrentadas recentemente e a ascensãochinesa como novo grande player do Brasil, osEstados Unidos perderam parte da prioridade quetinham com o Brasil no âmbito comercial.Contudo, o País vem reconquistando seu espaço.Em 2014, os Estados Unidos importaram US$ 27bilhões em produtos brasileiros, sendo 26% destevalor (US$ 7 bilhões) em produtos do agronegócio.A celulose, a madeira e o papel estão entre osprincipais produtos de interesse americano noagronegócio brasileiro. Juntos, os três produtossomaram mais de US$ 2,1 bilhões em exportações,ou 31% da pauta de exportação do setor para omercado norte-americano. O café brasileiro tambémé um produto que agradou os importadoresamericanos em 2014, alcançando US$ 1,3 bilhão emexportações (CNA, 2015).

A Rússia consolidou-se como o quarto maiorimportador de produtos do agronegócio do Brasilem 2014, conquistando significante espaço na pautacomercial brasileira. Pode se atribuir pare desseaumento à ampliação do mercado russo após assanções impostas pelo País às importações de certosalimentos vindos dos Estados Unidos, Canadá,Austrália, Noruega e da União Europeia.

Com 3,8% de participação nas vendas externasbrasileiras em 2014, a Rússia tornou-se um mercadofundamental de carnes, açúcar e a soja do Brasil. Acarne bovina, principal produto importado pelosrussos, somou US$ 1,3 bilhão em vendas, ou 36%do total. As vendas de carne de frango mais que

dobraram de 2013 para 2014, passando de US$ 137milhões para US$ 303 milhões. A carne suínabrasileira também teve aumento semelhante (97%)de 2013 para 2014, devido, principalmente, àvalorização do dólar e à redução da oferta, o queafetou o preço deste produto. É importante destacartambém que, em 2014, o Brasil iniciou a venda deprodutos derivados do leite, como a manteiga edemais gorduras lácteas. Só nos últimos meses doano, as vendas somaram US$ 3 milhões (CNA, 2015).

A importância do agronegócio para a economiabrasileira pode ser comprovada quando se analisaos principais produtos transacionados no mercadoexterno. Os produtos oriundos da agroindústriaganham, cada vez mais, mais espaço entre osprincipais itens da pauta de exportações do Brasil.

Segundo os dados divulgados pelo Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Brasil,2015b), o setor manteve um desempenho positivo.Conforme apresentado no Quadro Nº 1, oitoprodutos do agronegócio estão entre os dez itensmais exportados pelo Brasil. São eles: soja em grão,açúcar em bruto, farelo de soja, carne de frango,café em grão, carne bovina, celulose e milho emgrão. Juntos, estes oito produtos renderam US$65,2 bilhões ao Brasil, respondendo por 29,2% dareceita total gerada com exportações no acumuladode 2014 (CNA, 2015).

O Quadro Nº 1 apresenta os dez itens maisexportados pelo Brasil no ano de 2014, dos quaisoito são oriundos do agronegócio, sendo: soja emgrão, açúcar em estado bruto, farelo de soja, carnede frango, café em grão, carne bovina, celulose emilho em grão. Com grande destaque e relevânciapara o complexo da soja.

No ano de 2014, tiveram destaque os produtoscomponentes do complexo da soja, quando asvendas externas somaram US$ 30,3 bilhões (60,1milhões de toneladas), representando, assim, 13,4%da receita de exportação total do Brasil. Talfaturamento foi 1,4% maior que o registrado noano de 2013. A soja em grão foi a líder absoluta emexportações do setor, com um montante de US$23,28 bilhões em vendas, respondendo por 10,3%da pauta de exportação do Brasil. A produçãobrasileira de soja aumentou e o preço geral doproduto caído, porém, o aumento dos embarquespara o exterior e a valorização do dólar americanofizeram com que a receita de exportação da sojasubisse (Brasil, 2015b).

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Principais produtos de exportação Valor (em US$ bilhão)

Participação no total exportado (em %)

Minériod e Ferro 25,82 11,5Soja em grão 23,28 10,3Petróleo (bruto) 16,36 7,3Açucar (bruto) 7,45 3,3Farelo de soja 7 3,1Carne de frango 6,89 3,1Café em grão 6,04 2,7Carne bovina 5,79 2,6Celulose 5,29 2,4Milho em grão 3,88 1,7

Oito maiores do agronegócio 65,62 29,2Demais produtos do agronegócio 34,35 15,3Dois maiores não agrìcolas 42,18 18,7Demais produtos não agrícolas 82,65 36,9

Exportações totais do Brasil 225,1 100

Quadro 1. Dez itens mais exportados pelo Brasil

Fonte: MAPA (Brasil, 2015b)

6. CONSIDERAÇÕES FINAISConforme destacado nessa pesquisa, o agronegóciopode ser compreendido como a soma de todas asoperações e transações envolvidas desde a fabricaçãodos insumos, das operações de produção nasunidades agropecuárias, até o processamento edistribuição e consumo desses produtos. Fez-se umareflexão geral e contextualizada sobre o que é oagronegócio e o complexo agroindustrial e oagronegócio, trazendo conceitos e explanações deautores e pesquisadores da área.

A constituição dos CAI e o desempenho daatividade do agronegócio têm sido acompanhadosatentamente, dada a importância de seus resultadospara vários segmentos da sociedade. Daagroindústria depende a sobrevivência e aalimentação: ela fornece matérias primas para váriasindústrias, é responsável por parte substancial dareceita das exportações e ainda se coloca comomercado para os segmentos que lhe forneceminsumos. Observa-se, assim, que agroindústria e oseu mercado são determinantes e de grandeimportância para o funcionamento geral daeconomia.

Entender os conceitos de sistemas no contextoagroindustrial torna-se fundamental para a avaliaçãoda sustentabilidade do processo produtivo. Talconceituação permite analisar as interações existentesentre sistemas de cultivo, sistemas de produção esistemas agrícolas, de forma a tornar possívelidentificar e definir parâmetros e indicadores paraa caracterização e avaliação das vulnerabilidades epotencialidades associadas a tais sistemas.

O uso eficiente tecnologias de armazenagem deprodutos agroindustriais, torna-se vital no processo,o correto gerenciamento dos locais adequado eseguro, tendem a colocar à disposição para a guardade mercadorias e preservar a sua integridade física.

As empresas do agronegócio devem buscarcontinuamente uma melhor qualidade, que sejaeficiente e capaz de garantir que seus produtos ouserviços atendam ou superem as necessidades dosseus clientes, através do uso integrado de métodose ferramentas que busquem a padronização enormalização e o seguimento de princípios degestão da qualidade.

Apresentou-se uma análise dos principaissistemas de produção dos complexos agroindustriais

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e suas importâncias para a economia brasileira,trazendo uma discussão mais aprofundada sobreagronegócio e os processos agroindustriais comobeneficiamento, processamento e transformação deprodutos como forma de agregação de valor noagronegócio.

Abordou-se a importância da gestão dequalidade e sua dimensão no agronegócio, arelevância da aplicabilidade da qualidade emdesenvolvimento de processos e produtos para aagroindústria, visando aumento da produtividadee a questão da adoção de tecnologias naagroindústria, os processos de armazenagem emanuseio de produtos agroindustriais bem comoa importância da segurança alimentar nos processosagroindustriais.

Este trabalho não encerra as discussões sobre oagronegócio no Brasil e no mundo, espera-se queos leitores interessados busquem também outrasfontes de informações e leituras sobre o tema,conforme referendado nas citações e referênciabibliográficas, que deram suporte e embasamentoteórico para a construção do mesmo.

REFÉRENCIAS

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