a origem do iptu no brasil remonta ao ano de 1808

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A origem do IPTU no Brasil remonta ao ano de 1808, quando o então Príncipe Regente João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança, que mais tarde viria a ser o Rei Dom João VI, criou a Décima dos Rendimentos dos Prédios Urbanos – Décima Urbana – com o objetivo de suprir os cofres da recém-chegada Corte Portuguesa ao Brasil. O imposto era cobrado dos imóveis urbanos que estivesse em estado habitável. Em 1873, o imposto recebeu a denominação de Imposto Predial. Em 1891, a competência passou a ser dos Estados-membros; situação que mudou em 1934 quando a constituição daquele ano atribuiu aos municípios sua competência privativa. Situação que se mantêm até hoje. Finalmente, em 1966 o impostou foi ampliado recebendo a denominação de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). A arrecadação de IPTU no Brasil gira em torno de 0,5% do PIB, nível bem abaixo dos países desenvolvidos, e representa cerca de 6,4% da Receita Corrente dos municípios. Em relação à participação do IPTU (arrecadado no total da Receita Corrente dos municípios por faixa populacional) observa-se que a importância do IPTU nas finanças municipais é maior em municípios com grande densidade demográfica. Pode-se observar que em municípios acima de 200 mil habitantes, o IPTU tem representado em média 9,4% da Receita Corrente. No entanto, em cidades de até 5 mil habitantes, o IPTU representa apenas 0,5% (IPEA, 2006). Identificam-se dois motivos principais para o fato de cidades mais populosas terem uma participação mais alta do IPTU em seu orçamento. Em primeiro lugar, nota-se que o IPTU é um imposto que possui um alto custo administrativo, com elevada economia

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A origem do IPTU no Brasil remonta ao ano de 1808, quando o ento PrncipeRegente Joo aria Jos! "rancisco #a$ier de Paula %us Ant&nio 'omingos Ra(ael de Bragan)a, que mais tarde $iria a ser o Rei 'om Joo *I, criou a '!cima dos Rendimentos dos Pr!dios Ur+anos , '!cima Ur+ana , com o o+-eti$o de suprir os co(res da rec!m.c/egada 0orte Portuguesa ao Brasil1 2 imposto era co+rado dos im3$eis ur+anos que esti$esse em estado /a+it4$el15m 1867, o imposto rece+eu a denomina)o de Imposto Predial1 5m 1881, a compet9ncia passou a ser dos 5stados.mem+ros: situa)o que mudou em 187;quando a constitui)o daquele ano atri+uiu aos municpios sua compet9ncia pri$ati$a1 "P?, as cidades maiores tendem a possuir maior peso dos tri+utos pr3prios em suas receitas1Antes de seguirmos na an4lise do IPTU em seu (ormato atual, ac/amos con$eniente passarmos +re$emente pelo /ist3rico desse imposto1'esde a proclama)o da RepH+lica at! a d!cada de 1870, a principal receita tri+ut4ria era ad$inda das opera)Ies de importa)o1 Ja$ia outros tri+utos, certamente, mas sem taman/o impacto nas receitas pH+licas1 0om a 0onstitui)o de 18;= come)a /a$er uma de(ini)o da (orma de di$iso de compet9ncias tri+ut4rias at! /o-e eBistentes, consolidada na d!cada de 18=01'e sua parte, o Imposto so+re a Propriedade Predial e Territorial Ur+ana tem sua origemna c/amada Kd!cima ur+anaK incidente so+re os im3$eis edi(icados das cidades C +eira mar1 Tal tri+uto (oi criado com a c/egada da corte de '1 Joo *I ao Rio de Janeiro, em 1808, com o intuito de suprir os gastos da aristocracia que o acompan/a$a1 Por!m, /4 re(er9ncia a esse imposto -4 em 1688, em carta da Rain/a '1 aria endere)ada ao Lo$ernador da Ba/ia, datada em 18 de maio daquele ano1M1@N2 incipiente imposto demandou a numera)o e demarca)o dos im3$eis ur+anos, o que no /a$ia na !poca, mesmo nas grandes cidades1 A (iscaliGa)o era eBercida por uma Junta, composta de Kdois /omens +ons, um no+re e outro do po$o, dois carpinteiros, umpedreiro e um (iscal, que ser4 ad$ogadoK1M1=N Ja$ia um superintendente para solu)o de dH$idas, sendo que ca+ia recurso de suas decisIes ao 0onsel/o da "aGenda, que se su+ordina$a ao 5r4rio R!gio1J4 em 1811 (oram criadas as primeiras isen)Ies, destinadas aos propriet4rios que cumprissem as determina)Ies da legisla)o nas suas edi(ica)Ies1Fo regime da 0onstitui)o de 1881, /a$ia pre$iso do imposto predial e do territorial ur+ano como dois impostos distintos1 2 primeiro incidia so+re edi(ica)Ies e o segundo so+re im3$eis no edi(icados, sendo que eram de compet9ncia dos 5stados1 A partir da 0onstitui)o de 187;, a atri+ui)o passa aos unicpios, com quem permaneceu desde ento1 "oi somente na 0onstitui)o de 18;= que ocorreu a uni(ica)o dos impostos predial e territorial em um s314.3.6 O princpio da isonomia tributriaA isonomia, ou igualdade de todos na lei e perante a lei, ! um princpio uni$ersal de -usti)a1 Fossa 0arta Politica eBpressamente $eda que se-a institudo tratamento desigual entre contri+uintes que se encontrem em situa)o equi$alente1 Ainda pro+e qualquer distin)o em raGo de ocupa)o pro(issional ou (un)o por eles eBercida, independentemente da denomina)o -urdica dos rendimentos, ttulos ou direitos1 5m sua (ormula)o gen!rica, tal princpio a(irma que a lei de$e tratar iguais os que se encontram em situa)Ies iguais e tratar de (orma desigual os que se encontram em situa)Ies desiguais, na medida de suas desigualdades1 2 legislador (ica proi+ido de esta+elecer di(eren)as entre os contri+uintes com+ase em crit!rios ar+itr4rios, ou relati$os a condi)Ies inerentes Cs pessoas ou aseu status1 Ainda no mesmo inciso, a 0onstitui)o eBplicita parDmetros que no podem ser utiliGados para que se considere desigual C situa)o de contri+uintes, a sa+erO ocupa)o pro(issional ou (un)o eBercida e denomina)o -urdica dos rendimentos, ttulos ou direitos1 'e (orma geral, ! proi+ida ainda a discrimina)o em raGo de seBo, ra)a, religio, origem, idade etc1Apenas a 0onstitui)o pode criar eBce)Ies a o princpio da isonomia tri+ut4ria1 Assim, a pr3pria 0", no art1 1@1, I, eBcepciona o princpio da uni(ormidade geogr4(ica para permitir a concesso de incenti$os (iscais destinados a promo$er o equil+rio do desen$ol$imento socioecon&mico entreas di(erentes regiIes do Pas1 E00E?, no eBiste na 0onstitui)o "ederal de 1888 qualquer $eda)o ao emprego do princpio da capacidade contri+uti$a em rela)o aos impostos reais, mas, muito pelo contr4rio, nela eBiste norma eBpressa que o preconiGaO primeiro, note.se que o P 1S do art1 1;@ no pro+e a realiGa)o do princpio da capacidade contri+uti$a com rela)o aos impostos reais1 5la claramente preconiGa que os impostos ten/am, sempre que se-a $i4$el, caracterstica pessoal e que se-am graduados de acordo com a capacidade econ&mico.(inanceira do contri+uinte1 5ntretanto, isto no quer diGer que somente os impostos de caracterstica pessoal se-am instrumentos de realiGa)o do princpio da capacidade econ&mico.(inanceira ou contri+uti$a1 T -usto que as pessoas ten/am a li+erdade de des(rutar dos +ens materiais de que podem dispor, porque so ricas1 5ssa li+erdade o 5stado de$e assegurar1 T-usto, entretanto, que paguem por isso, contri+uindo para a manuten)o dos ser$i)os pH+licos que o 5stado de$e prestar, especialmente em (a$or dos mais carentes1 Assim, no se de$e remo$er dos impostos ditos reais o princpio da capacidade contri+uti$a1 Pelo contr4rio, tal princpio de$e ser aplicado intensamente em rela)o a eles1 'e$e.se, portanto, identi(icar quais so os limites constitucionais e legais colocados C disposi)o dos legisladores municipais no que se re(ere a determina)o da +ase de c4lculo do IPTU, uma $eG que tal determina)o guarda intrnseca rela)o com a possi+ilidade de co+ran)a deste imposto de maneira progressi$a1CAPTULO I - OS DIREITOS HUMANOS1.1.SURGIMENTO DO PS-POSITIVISMOParece desnecess4rio repisar acerca do peso da lin/a (ilos3(ica do positi$ismo na cultura-urdica +rasileira1 Isso, pois esse pensamento tam+!m (oi dominante em +oa parte do mundo ocidental, especialmente na primeira metade do s!culo ##1Tal $iso -urdica se (irma de(initi$amente com a Re$olu)o "rancesa, $isando resol$er o pro+lema de inseguran)a -urdica que ento se instalara1 A sociedade se tornara mais compleBa e o direito natural parecia no mais (ornecer a necess4ria seguran)a -urdica1 2corre que o positi$ismo tam+!m $eio para re(or)ar o mando dos no$os detentores do poder1Fos diGeres de T!rcio regras?, mas estas Hltimas tam+!m contri+uem para determinar elementos das superiores1 Uma rela)o VcircularW, como ele a denomina, e no a con/ecida rela)o V$erticalW1Ao a+olir o conceito de /ierarquia nessa questo em tela, o autor propIe o postulado da coer9ncia, da raGoa+ilidade11.3. A EFICCIA NORMATIVA DOS PRINCPIOSJ4 de se notar que as modernas constitui)Ies ocidentais contemplam a+ertamente princpios1 Paulo Bona$ides de(ine essa aBiologia dos princpios enquanto Vpedestal normati$o so+re o qual assenta todo o edi(cio -urdico dos no$os sistemas constitucionaisW, de (orma que Va teoria dos princpios /o-e ! o cora)o das 0onstitui)IesW1M10NJ4 %uis Ro+erto Barroso, discorrendo so+re a e(ic4cia dos princpios constitucionais, esclareceOVA 0onstitui)o, uma $eG posta em $ig9ncia, ! um documento -urdico, ! um sistema de normas1 As normas constitucionais, como esp!cie do g9nero normas -urdicas, conser$am os atri+utos essenciais destas, dentre os quais a imperati$idade1 'e regra, como qualquer outra norma, elas cont9m um mandamento, uma prescri)o, uma ordem, com (or)a -urdica e no apenas moral1 %ogo, a sua ino+ser$Dncia /4 de de(lagrar um mecanismo pr3prio de coa)o, de cumprimento (or)ado, apto a garantir.l/e a imperati$idade, inclusi$e pelo esta+elecimento das conseq^9ncias de insu+misso ao seu comando1 As disposi)Ies constitucionais so no apenas normas -urdicas, como t9m um car4ter /ierarquicamente superior, no o+stante a paradoBal equi$ocidade que longamente campeou nesta mat!ria, considerando.as prescri)Ies despro$idas de san)o,mero ide4rio no.-urdicoW1 M11NAssim, no (aria sentido interpretar o ordenamento de modo a con(erir e(ic4cia a uma norma in(ra.constitucional espec(ica e no a um princpio constitucional1 'igesto, @0, ;, 1?KM70N0a+e di(erenci4.los1 0on(orme a doutrina, so pessoais os impostos que, no processo de determina)o do alcance da /ip3tese de incid9ncia, tomam como rele$antes aspectos relati$os C pessoa do contri+uinte1 Para *illegas Vso impostos pessoais os que le$em em conta a especial situa)o do contri+uinte, $alorando todos os elementos que integram o conceito de sua capacidade contri+uti$a1WM71NJ4 os impostos reais seriam aqueles Kque so decretados so+ a considera)o Hnica da mat!ria tri+ut4$el, com a+stra)o das condi)Ies personalssimas do contri+uinte1KM7EN Assim, irrele$ante quem se-a a pessoa (sica ou -urdica de seu propriet4rio, qual seu patrim&nio ou qualquer outro item a ele atinente1 2s impostos reais (ocam no o+-eto a ser tri+utado, somente1Interessante, contudo, notar a de(ini)o proposta para os impostos reais, que ! +aseada no mais na pre$al9ncia do princpio da capacidade contri+uti$a para (ins de sua imposi)o, mas antes no car4ter assumido pelo imposto enquanto uma (orma de &nus real1Anote.se, no entanto, que ! mensagem positi$ada em nosso sistema >art1 170 do 0TF?, a prop3sito dos impostos Kcu-o (ato gerador se-a a propriedade, o domnio Htil ou a posse de +ens im3$eisK, que os cr!ditos tri+ut4rios dessas rela)Ies ad$indas Ksu+rogam.se na pessoa dos respecti$os adquirentes1K Assim, parece que, para o legislador, a re(erida categoria de impostos de$eria ser classi(icada como real, pois se $eri(ica uma rela)o especial entre a o+riga)o tri+ut4ria e o +em1 Por (im, o pr3prio 3 a progressi&idade e.tra#iscal tem seu #undamento no poder de pol"cia.... Assim, a progressi&idade e.tra#iscal, tanto a-uela pre&ista no ( ).* do art. )