11779 guia bipolar 1808

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    Guiaparacuidadoresdepessoascomt

    ranstorno

    bipolar

    Editores (Brasil)

    Mrcio Gerhardt Soeiro-de-Souza

    Mdico do Programa de Transtornos

    Aetivos (Gruda) do Instituto de

    Psiquiatria do Hospital das Clnicas

    da Faculdade de Medicina da

    Universidade de So Paulo.

    Ricardo Alberto Moreno

    Coordenador do Programa de

    Transtornos Aetivos (Gruda)

    do Instituto de Psiquiatria

    do Hospital das Clnicas da

    Faculdade de Medicina daUniversidade de So Paulo.

    Presidente da Associao Brasileira

    de Transtorno Bipolar (ABTB).

    Vasco Videira Dias

    Programa de Investigao em

    Doena Bipolar, Hospital de

    Santa Maria, Faculdade de

    Medicina, Universidade de

    Lisboa, (FMUL), Portugal.

    Programa de Transtornos

    Aetivos (Gruda) do Instituto de

    Psiquiatria do Hospital das Clnicas

    da Faculdade de Medicina da

    Universidade de So Paulo.

    O transtorno bipolar consiste em episdios de humor em queo pensamento, as emoes e o comportamento de um indivduoalteram-se visivelmente durante um perodo considervel, intererindo em

    seu cotidiano. Essa enermidade pode comprometer no somente a vida

    da pessoa acometida, mas tambm a de sua amlia, seu cnjuge e seus

    amigos. Por isso, ter conhecimento de alguns sintomas o u episdios pode

    ajudar a identifcar quando o paciente apresenta essa doena.

    Se voc um adulto que tem um relacionamento prximo a um portador

    do transtorno bipolar, importante saber mais sobre a doena, para que

    possa ajudar o seu ente querido. Voc pode obter inormaes prticas e

    confveis aqui, no Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar.

    Esta obra proporciona inormaes e sugestes sobre como o transtorno

    pode ser gerido e tratado, e alguns recursos que podero ajudar no cuidado

    dirio do paciente.

    Essas inormaes e sugestes so uma combinao dos ltimos

    resultados de pesquisas realizadas, com as opinies consensuaisde painis internacionais de cuidadores, de pessoas com transtorno

    bipolar, de clnicos e de pesquisadores, todos eles especialistas e

    com experincia nessa enermidade.

    Este guia no substitui as orientaes mdicas. Ao contrrio, oerece

    acesso a inormaes adicionais para que voc, o cuidador, ou a

    pessoa a quem est ajudando conhea mais sobre o transtorno bipolar.

    Com as inormaes aqui contidas, voc icar mais preparado para

    compreender as consideraes eitas pelo mdico e, ento, discuti-las

    com mais segurana.

    1621644-

    ProduzidoemA

    gosto/2011

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    DaDos InternacIonaIs De catalogao na PublIcao (cIP)

    di p imi

    1. Trnstrn biplr : Trtent 616.895

    B512g BERK, Lesley

    Gui pr cuiddres de pesss c trnstrn biplr / Lesley Berk. S Pul:Segent Fr, 2011.

    112 p.

    ISBN 978-85-7900-036-2

    1. Trnstrn biplr Trtent. I. Ttul.

    CDD 616.895

    ImPRESSo No BRaSIL2011

    Rua Anseriz, 27, Campo Belo 04618-050 So Paulo, SP.

    Fone: 11 3093-3300 www.segmentofarma.com.br [email protected]

    Diretor-geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente editorial: Cristiane Mezzari Capa: Eduardo MagnoDesigner: Andrea T. H. Furushima Revisoras: Patrizia Zagni e Renata Del Nero Cd. da publicao: 11779.08.11

    o cnted dest br de inteir respnsbilidde de seu(s) utr(es).

    Prduzid pr Segent Fr Editres Ltd., e gst de 2011.

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    Autores

    Lesley Berk

    Orygen Youth Health Research Centre, Centre or Youth mental Health,University o Melbourne, Parkville, Australia.

    Department o Psychiatry, University o Melbourne, Parkville, Australia.

    Mrcio Gerhardt Soeiro-de-Souza

    Mdico do Programa de Transtornos Aetivos (Gruda) do Instituto dePsiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina daUniversidade de So Paulo.

    Ricardo Alberto Moreno

    Coordenador do Programa de Transtornos Aetivos (Gruda) do Instituto

    de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina daUniversidade de So Paulo.

    Presidente da Associao Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB).

    Vasco Videira Dias

    Programa de Investigao em Doena Bipolar, Hospital de Santa Maria,Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, (FMUL), Portugal.

    Programa de Transtornos Aetivos (Gruda) do Instituto de Psiquiatria doHospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

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    Claire M. Kelly

    Orygen Youth Health Research Centre, Centre or Youth mental Health,University o Melbourne, Parkville, Australia.

    Seetal Dodd

    Department o Psychiatry, University o Melbourne, Parkville, Australia

    School o Medicine, Deakin University, Geelong, Australia.

    Michael BerkOrygen Youth Health Research Centre, Centre or Youth mental Health,University o Melbourne, Parkville, Australia.

    Department o Psychiatry, University o Melbourne, Parkville, Australia

    Bipolar Disorder Research Program, Hospital Santa Maria, Faculty oMedicine, University o Lisbon, (FMUL), Portugal.

    School o Medicine, Deakin University, Geelong, Australia.

    Anthony F. Jorm

    Orygen Youth Health Research Centre, Centre or Youth mental Health,University o Melbourne, Parkville, Australia.

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    Guia para cuidadores de

    pessoas com transtorno bipolar .................................................1

    captulo 1:Transtorno bipolar ...................................3Episdios bipolares ..................................................................................3

    E .......................................................................................

    E h ...............................................................................

    E ...................................................................................

    E ............................................................................................

    Dierentes tipos de transtorno bipolar ....................................................6

    Q ? .............................................7

    Padres da doena ...................................................................................7

    ? ....................................7

    C ? ......................................7

    D - ......................................8

    Causas e atores desencadeadores de episdios bipolares ......................8

    F .......................................................................................8

    F ...................................................................9

    F ............................................9

    Transtorno bipolar e outras condies mdicas associadas .................10

    captulo 2:Tratamento e gesto da doena ..........11Tratamento mdico ................................................................................11

    Q ? ....................................Terapia eletroconvulsiva (ECT) ....................................................................... 14

    Terapias adicionais que por vezes so usadaspara suplementar a teraputica ........................................................... 15

    Tratamento psicolgico .........................................................................16

    Reduzir desencadeadores da doena e azer ajustes no estilo de vida ......18

    Sumrio

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    Lidar com os sinais de alerta da doena ................................................19

    Desenvolver um bom sistema de suporte ..............................................21

    captulo 3:Apoio pessoa quese encontra doente .................................22

    Ajudar a pessoa com um episdio bipolar ............................................23

    C- .....................................................................

    A .................................................

    A z ...............................................

    A h ..................................A ..............................................................6

    A h ...........................................7

    Lidar com comportamentos manacos ou

    hipomanacos arriscados ou inapropriados .............................28

    T ......................................................................................8

    E ....................................9

    O z

    ? ...........................0

    Lidar com uma crise bipolar ..................................................................31

    Oh ..........................................................................................

    C- ..................................................

    Planos para os momentos em que

    a pessoa se encontra gravemente doente ..................................33

    Q ............................................................

    Q ? ..........................................

    Q ? .....................................................................P h ? .....................

    Hz / ....................

    Q z ? .......................................................................................

    Ajudar a prevenir o suicdio ..................................................................35

    P .............................

    S ...................................................................................8

    Apoiar a pessoa aps um episdio bipolar ............................................38

    Apoiar a pessoa com sintomas leves oucom diculdade de lidar com suas atividades ..........................40

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    captulo 4:Ajudar a pessoa a manter-se

    estvel e a aproveitar a vida ...............41Apoiar o tratamento mdico da pessoa .................................................41

    O z z ?............................................................

    Oua as razes que a pessoa tem para azeressas alteraes em seu regime teraputico ......................................... 43

    Diga pessoa que compreende suas razes e,se or o caso, d-lhe uma perspectiva dierente ................................... 43

    Discuta suas preocupaes com

    a pessoa utilizando afrmaes polidas ............................................... 44Encoraje a pessoa a alar abertamente

    sobre tirar a medicao com o mdico ................................................ 44

    Adapte sua resposta de acordocom o quo doente ou quo bem a pessoa est ................................... 44

    Ajude a resolver as difculdadesde se lembrar de tomar a medicao ................................................... 45

    Voc est considerando tratamento psicolgico? .................................45

    Ajudar a reduzir os episdios bipolares ................................................46

    I ....................................................................6

    E - ....................................7

    A .............................................................................................8

    R f ................................................................................8

    Ajudar a prevenir recorrncias,

    reconhecendo sinais de alerta da doena .................................48

    Ch ..................................................9

    I ........................................................................9

    C- .....................0F

    ...................................................................0

    Ajudar a pessoa a ganhar conana

    e a viver bem com o transtorno bipolar ...................................52

    A ............................................

    R ...........................................................................

    E ...................................

    Ajudar a pessoa a ajustar seu bem-estar ................................................53

    Recuar e deixar a pessoa azer as coisas por si prpria .........................54

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    captulo 5:Tomar conta de si prprio .....................55Use estratgias que o ajudem a lidar com o estresse .............................55

    M- z ..............................................................................6

    R ......................................................................................6

    D x .........................................................6

    E ............................................7

    D ..............................................8

    P ...................................................9

    Tome conta de sua sade e seu bem-estar .............................................60

    D h ...............................................................60

    Rz ........................................6

    Sinais de estresse ............................................................................................... 61

    Sinais de depresso ........................................................................................... 61

    Adaptar-se a cuidar de algum ..............................................................62

    C- ..................................................................6

    Rh ....................................................6

    Sentimentos de revolta ..................................................................................... 63

    Sentimentos de tristeza ou rejeio ................................................................. 64

    Sentimentos de culpa e de responsabilizao .................................................. 65

    Sentir que se quer desistir e aastar-se da pessoa ............................................ 66

    Manter ou reconstruir a relao ............................................................67

    Uz ..................................................67

    Escutar ativamente .......................................................................................... 68

    Fazer um pedido positivo de mudanas .......................................................... 68

    Expressar de orma calma seus sentimentossobre o comportamento da pessoa ....................................................... 69

    Resoluo de problemas em conjunto..............................................................70

    Alcanar um compromisso em conjunto ......................................................... 70

    Comunicar pontos positivos ............................................................................. 71

    Reconhecer os pontos positivos .............................................................71

    O .............................................................7

    P ..............................................................7

    A

    z .........................................................................7

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    captulo :Formas de tomar conta de si

    prprio em situaesdesaiadoras especicas ........................3

    Se a pessoa se encontra doente h muito tempo ...................................73

    F ...........................................7

    Reduzir o estresse quando ocorre uma crise bipolar ............................74

    F z ........................................................7

    Se existe demasiado confito entre o cuidador e a pessoa .....................75

    Se a pessoa est doente, irritvel e muito crtica ...................................75

    O z , ......................................................................7

    Se a pessoa estiver sicamente agressiva ...............................................76

    F ....................................77

    Lidar com as consequncias negativas

    de comportamentos de risco .....................................................77

    captulo :Trabalar em conjunto coma pessoa para lidar com a doena .......

    Qual o grau de envolvimento que dever

    adotar na ajuda pessoa com a doena ....................................80

    Th ...........................8

    V h - ............................8

    Ajudar sem mencionar a doena ...........................................................81

    Falar com a pessoa sobre como pode ajudar .........................................81

    O ..............................................................8

    Mh ................................8

    Uz .......................................................................8

    P z ..................................................8

    Fazer acordos e planos ...........................................................................82

    Q ...........................................................................8

    Trabalhar em conjunto com a pessoa e seu mdico ..............................83

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    Apoiar a pessoa que est

    desapontada com uma recorrncia...........................................84Quando a pessoa tem diculdades com

    suas estratgias de gesto de doena ........................................85

    Diculdades em ajudar a pessoa a lidar com a doena .........................86

    S ............................................................86

    S .......................86Escute, observe e avalie o quo doente

    ou o quo bem a pessoa se encontra.................................................... 87

    Agir de orma apropriada ................................................................................ 87

    R z- ....................................................................89

    captulo :Lidar com o estigma, a discriminaoe a divulgao da doena .....................

    Formas de lidar com o estigma e a discriminao ................................91

    Mh- ..........................................................................9

    Rh x ...........................................................................9

    R- .........................................9

    P ...............................................9

    Formas de ajudar a pessoa a lidar com o estigma .................................93

    Divulgar a doena ou seu papel de cuidador ........................................94

    captulo :Recursos ......................................................5Lidar com o transtorno bipolar ........................................................95

    P T A (G) ........................................96

    A B F, A P T A (A) .................................96

    A B T B ........................................96

    Reerncias .......................................................

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    Precio

    Este livro um guia de valor inestimvel para lidar com pessoasque sorem de perturbaes do humor graves, como a doena bi-polar e a depresso maior. O livro lida com uma rea longamen-

    te negligenciada de interao com a pessoa doente da perspetivado cuidador, ajudante, amiliar ou amigo preocupado. Ajudar adar apoio a algum com a maioria das outras doenas mdicas provavelmente mais previsvel. Lidar com perturbaes do humorpode ser muito mais misterioso e para alm dos conhecimentosgerais das pessoas e da sua zona de conorto. Contudo, a um do-ente deprimido, em virtude dos seus sintomas da doena irri-

    tabilidade, negao da doena, pouca crtica e um sentimento dedesesperana , necessita de bastante apoio. Da mesma orma, osprprios sintomas da doena num paciente maniorme irritabi-lidade, negao da doena, raco juzo crtico e um sentimento deinalibilidade azem com que a ajuda a ele seja imperativa, masmuito dicil.

    Este livro oerece um conjunto de conselhos prticos sobre vrias

    circunstncias com as quais algum poder ter de se conrontar.As sugestes dadas so simples e explcitas, mas tambm apoiadorase reconortantes. O livro oi escrito por alguns dos maiores especia-listas do mundo em perturbaes do humor e reete a vasta expe-rincia deles em apoiar pacientes e seus amiliares.

    Recomendo ortemente este livro a todas as pessoas que lu-tam para ajudar um amigo ou um amiliar com perturbaes dohumor. Uma vez que estas so doenas altamente prevalentes napopulao em geral, ter de lidar com os problemas encontrados e

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    tratados de orma to clara neste livro muito comum, envolven-

    do muitos milhes de pessoas em todo o mundo. Este livro ser,portanto, extremamente til para um grande nmero de doentese seus cuidadores.

    Robert M. Post

    Proessor o Psychiatry, George Washington University School o

    Medicine, Penn State School o Medicine, Hershey, Pennsylvania, USA

    Chie, Bipolar Collaborative Network, Bethesda, Maryland, USA

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    Guia para cuidadores depessoas com transtorno bipolar

    O transtorno bipolar pode aetar no s a vida da pessoa com adoena, mas tambm a de sua amlia, seu cnjuge e seus amigos.Pessoas importantes na vida de uma pessoa so muitas vezes umaajuda para lidar com a doena. No entanto, a amlia, o cnjuge e osamigos podem ter de conviver com o transtorno bipolar de algumque lhes querido sem terem, contudo, acesso inormao sobrecomo lidar com o transtorno e sobre o impacto que este poder terem suas vidas.

    Se voc um membro adulto da amlia, cnjuge ou amigo e

    uma onte primria de apoio a uma pessoa com transtorno bipolar,ento este guia oi criado para voc.

    Esta obra proporciona inormaes e sugestes sobre: otranstornobipolar:comopodesergeridoetratado,ealguns

    recursos que podero ajudar; maneiras de ajudar a pessoa adulta com transtorno bipolar

    (o transtorno bipolar pode apresentar-se de ormas variadas na

    inncia e na adolescncia); formas de lidarcomo impactopessoalda doena, como se

    proteger e tomar conta de si mesmo.

    Essas inormaes e sugestes so uma combinao dos ltimosresultados de pesquisas realizadas, com as opinies consensuais depainis internacionais de cuidadores, de pessoas com transtorno bi-polar, de clnicos e de pesquisadores, todos eles especialistas e comexperincia em lidar com transtorno bipolar.

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    Nem todas as inormaes e sugestes sero relevantes para voc.A perturbao bipolar pode maniestar-se de diversas ormas, e as

    experincias de vrios cuidadores dierem umas das outras. Deter-minar o que unciona com voc para lidar com sua situao poderser um processo de tentativa e erro. No decorrer desse caminho, undamental reconhecer e dar crdito a si mesmo por tudo aquiloque j est azendo para ajudar a pessoa com transtorno bipolar alidar com sua situao.

    Este guia no pretende ser um substituto de conselhos do mdi-

    co. Recomendamos vivamente que voc, o cuidador, ou a pessoa aquem est ajudando, possa discutir com o mdico assistente todasas questes relacionadas ao tratamento. Embora este guia tenha di-reitos autorais, pode ser reproduzido livremente para ns no lucra-tivos, desde que a onte seja citada. Quaisquer questes e dvidaspodero ser enviadas para Lesley Berk ([email protected])na Austrlia ou para Vasco Videira Dias ([email protected]),

    Mrcio Gerhardt Soeiro-de-Souza ([email protected]) e Ricardo AlbertoMoreno ([email protected]) no Brasil.

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    O transtorno bipolar mais do que as alteraes dehumor que as pessoas experienciam em resposta aospontos altos e baixos de suas vidas. O transtornoimplica episdios de humor em que o pensamen-to, as emoes e o comportamento de uma pessoaalteram-se visivelmente durante um perodo consi-dervel, o que aeta o cotidiano. Por vezes, a pessoapoder ter apenas alguns sintomas em vez de um

    episdio propriamente dito. er conhecimento dealguns sintomas ou episdios que podem ocorrerpode ajudar a identicar quando o paciente apre-senta essa doena.

    Episdios bipolares

    Pessoas com transtorno bipolar podem experienciarestados de mania, hipomania ou estados mistos.

    A maioria das pessoas experiencia tambm depressoat certo nvel.

    Episdio manaco

    A mania envolve humor excessivamente eliz, exal-tado ou irritado e pelo menos trs ou quatro dos se-guintes sintomas:

    Transtorno bipolar

    captulo 1

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    4

    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    conanaexcessivaousentimentodeimportnciaaumenta-da (grandiosidade);

    poucanecessidadededormir,oudormirmuitomenosqueo habitual;

    fala-semaisqueohabitual; distrai-sefacilmente(perdadeconcentrao); aumentodeatividadesdirigidasporobjetivos(porexem-

    plo, no trabalho e na vida social ou sexual) ou desassossegoe agitao;

    fazem-sevriasatividadesestimulantes,mascomelevadoris-co de consequncias negativas (como excesso de compras, deapostas ou desinibio sexual);

    fugadeideias.

    Um episdio de mania ocorre quando:

    apessoaestemfasemanacahpelomenosumasemanaounecessita de hospitalizao; essessintomasdesestabilizamotrabalho,asrelaesouocoti-

    diano da pessoa.

    Podem ocorrer sintomas psicticos, como alucinaes (quando sepercebem coisas que no esto realmente l), delrios (ortes convic-

    es que no esto baseadas na realidade) ou pensamentos desorga-nizados e conusos.

    Episdio hipomanaco

    Um episdio de hipomania ocorre quando: apessoatemsintomassemelhantesaosdemania,mases-

    tes so mais leves e no condicionam tanto suas ativida-des cotidianas;

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    5

    Transtorno bipolar

    no existem sintomas psicticos e a pessoa nonecessitaser hospitalizada;

    ossintomasduramhpelomenosquatrodias; ossintomassoperceptveisaoutraspessoas.

    Episdio depressivo

    Um episdio depressivo ocorre quando, h pelo menos duas se-manas, a pessoa est com humor deprimido (tristeza e sensaode vazio) ou tem perda de interesse ou prazer na maior parte dotempo, bem como pelo menos quatro dos seguintes sintomas:

    faltadeenergiaoucansao; estarperceptivelmentemaislentooumuitomaisagitadoein-

    capaz de se acalmar; alteraesperceptveisdeapetiteedepeso; problemasdesono(porexemplo,dormirdemaisounocon-

    seguir adormecer); sentimentosdeinutilidadeedeexcessodeculpa; diculdadedeconcentrao,depensamentooudetomada

    de decises; pensamentosrecorrentesdesuicdiooumorte.

    Quando uma pessoa experiencia um episdio depressivo, seussintomas so sucientemente graves para a azerem sentir-se an-

    gustiada ou para ter uma inuncia desestabilizadora em seus rela-cionamentos, seu trabalho ou nas atividades dirias. Poder havertambm sintomas psicticos, os quais esto descritos no item Epi-sdio manaco.

    Episdio misto

    Um episdio misto ocorre quando a pessoa tem sintomas tanto demania quanto de depresso, simultaneamente, durante pelo menos

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    uma semana. Os sintomas causam uma desestabilizao signicati-va no cotidiano dela, podendo ser necessria a hospitalizao. Por

    exemplo, podem-se vivenciar alteraes de humor rpidas (eliz, tristee irritvel), estar inquieto, irritado, incapaz de dormir, alm de tersentimentos de culpa e vontade de suicidar-se.

    Dierentes tipos de transtorno bipolar

    Existem dierentes tipos de transtorno bipolar, incluindo:

    Transtorno bipolar do tipo I: inclui um ou mais episdios demania ou episdios mistos. A maioria das pessoas tambm temsintomas depressivos.

    Transtorno bipolar do tipo II: inclui pelo menos um episdiode hipomania e um episdio de depresso.

    Ciclotimia: inclui hipomania e sintomas depressivos leves(no propriamente um episdio de depresso) que so expe-

    rienciados, na maioria dos casos, em um perodo de pelo me-nos dois anos. Quando o transtorno bipolar no se enquadra em nenhu-

    ma das categorias descritas: por exemplo, uma pessoa podeexperienciar sintomas leves de depresso e hipomania por umperodo inerior a dois anos, como est especicado para ci-clotimia. Outro exemplo pode ser uma pessoa com episdios

    depressivos, mas com experincias de elevao de humor de-masiado leves, ou de curta durao, que no podem ser diag-nosticadas como mania ou hipomania.

    Uma pessoa pode experienciar sintomas de depresso mais re-quentemente que outros sintomas. Muitas pessoas com transtornobipolar, especialmente aquelas que sorem de transtorno bipolartipo II, passam muito mais tempo com vrios nveis de sintomasdepressivos do que com elevaes bipolares de humor.

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    Transtorno bipolar

    Qual a prevalncia do transtorno bipolar?

    provvel que cerca de um em cada cem adultos tenha transtornobipolar do tipo I. Quando se inclui o transtorno bipolar do tipo II,essa prevalncia aumenta para quatro em cada cem adultos1.

    Padres da doena

    A maioria das pessoas com transtorno bipolar experiencia episdiosrecorrentes com dierentes graus de bem-estar entre eles, sendo tais

    episdios nem sempre previsveis.

    possvel prever a ocorrncia de um episdio?

    Por vezes, episdios bipolares seguem um padro determinado (porexemplo, depresso costuma ocorrer aps hipomania, ou, ento, hum padro sazonal), o que pode tornar o transtorno bipolar maisprevisvel. No entanto, para muitas pessoas no existe um padro de-terminado claro.

    Conhecer o que desencadeia um episdio (por exemplo, pertur-baes nos padres do sono vejaReduzir desencadeadores da doenae azer ajustes no estilo de vida) e quais so os sinais de alerta de queum episdio bipolar est prestes a ocorrer (vejaLidar com os sinais dealerta da doena) poder ajudar a pessoa e aqueles que cuidam dela areconhecer e responder a momentos de maior risco.

    Com que requncia as pessoas tm recadas?

    Algumas pessoas encontram-se bem e estabilizadas durante longosperodos, enquanto outras tm recorrncias requentes. Em mdia,a maioria das pessoas tem um episdio a cada dois ou trs anos, noentanto outras tm um tipo de doena mais crnico e passam deum episdio para o outro. Pessoas com mais de quatro recorrnciaspor ano so consideradas como tendo transtorno bipolar com ciclos

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    rpidos. Se o paciente tem recorrncias requentes, no se deve perdera esperana, pois os padres da doena podem alterar-se e, com o

    tempo, a doena poder car mais controlada.

    Dierentes graus de bem-estar entre episdios

    O transtorno bipolar pode incluir perodos em que o paciente noapresenta sintomas. No entanto, pessoas podem experienciar sin-tomas leves entre os episdios, denominados sintomas subsindr-micos. Pode-se vericar que alguns desses sintomas leves dicultam

    certas tareas dirias ou relacionamentos com outros (por exemplo,alta de energia, sentir-se alheado ou irritvel, diminuio do sonoou uga de ideias).

    Se a pessoa teve uma depresso leve constante ao longo de dois anos,poder sorer de distimia. Sintomas depressivos prolongados tambmpodem ser consequncia de perdas e alteraes decorrentes da doena.

    Mesmo quando a pessoa no tem sintomas de depresso ou ma-

    nia, ainda se pode vericar que a doena aetou certas capacidades.Por exemplo, ela poder no se lembrar to bem como anteriormen-te de certos assuntos, ou poder ter diculdades de concentrao oudesempenho. Por outro lado, algumas pessoas mantm um uncio-namento normal entre episdios bipolares. claro que o desenvolvi-mento da doena diere de pessoa para pessoa.

    Causas e atores desencadeadoresde episdios bipolares

    Veja a seguir os atores que podem causar transtorno bipolar e aetaro padro da doena.

    Fatores biolgicos

    A causa do transtorno bipolar semelhante de outras doenas,como o diabetes ou a asma, em que a pessoa tem uma vulnerabilida-

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    Transtorno bipolar

    de biolgica para desenvolver determinados sintomas. Essa vulnera-bilidade reete-se tanto em alteraes qumicas e de uncionamento

    do crebro quanto em alteraes hormonais e imunolgicas do orga-nismo. Certos medicamentos demonstraram reduzir algumas dessasalteraes enquanto a medicao se encontra no sistema dessa pessoa.Os pesquisadores esto tentando descobrir marcadores biolgicos es-peccos para o transtorno bipolar que tornaro mais cil o diagns-tico e o tratamento da doena no uturo.

    Os genes de uma pessoa inuenciam sua probabilidade de desen-

    volver transtorno bipolar, mas este no o nico ator que contribuipara a doena. Gmeos verdadeiros partilham exatamente os mes-mos genes. Se o transtorno bipolar osse 100% gentico, era de seesperar que se um gmeo soresse dessa doena, o outro tambm adesenvolveria. Embora exista um risco aumentado de o outro gmeodesenvolver a doena, isso nem sempre se verica2. O transtorno bi-polar desenvolve-se a partir de interaes de certos genes com certos

    atores ambientais.

    Fatores ambientais e pessoais

    Sintomas bipolares podem ser desencadeados por atores ambientaise pessoais denominados triggers ou desencadeadores (por exemplo,um evento estressante ou a interrupo dos padres de sono). Noentanto, por vezes se iniciam episdios sem um ator desencadeador.

    Para mais inormaes sobre desencadeadores, vejaReduzir desenca-deadores da doena e azer ajustes no estilo de vida.

    Forma como o transtorno bipolar gerido

    Existem algumas ormas de gerir a doena que podem ser teis (vejao captulo 2) e outras ormas que nem sempre so teis e que atagravam a doena (por exemplo, beber lcool para reduzir o humordeprimido pode agravar a depresso). Muito embora as boas estra-

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    tgias de gesto e o tratamento da doena possam ajudar a pessoa amanter-se bem, o transtorno bipolar uma doena complexa, estan-

    do o portador sujeito a recorrncias. No entanto, gerir a doena eazer as coisas que aprecia e que so importantes ajuda muitas pessoascom transtorno bipolar a ter uma boa qualidade de vida, mesmo so-rendo da doena3,4. Mesmo quando h recorrncias, existem vriasormas de tratar e tentar reduzir as consequncias negativas que porvezes surgem.

    Transtorno bipolar e outrascondies mdicas associadas

    O transtorno bipolar ocorre muitas vezes associado a outras condi-es. Por exemplo, comum as pessoas com essa doena terem pro-blemas com lcool ou com drogas ou sorerem de perturbaes deansiedade. er transtorno bipolar e outra condio associada pode sermais desaador para o portador e seus cuidadores. Ambas as condi-

    es tm de ser tratadas.

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    omar medicao por tempo indenido (mesmoquando a pessoa se encontra bem) pode ajudar aprevenir recorrncias e reduzir hospitalizaes e orisco de suicdio5,6. A medicao tambm pode re-duzir os sintomas se o paciente est em uma aseaguda da doena. Por essas razes, ela considera-

    da tratamento de primeira linha para o transtornobipolar. Cuidadores e clnicos, que do suporte eapoio, podem ajudar a pessoa a manter-se bem e aaproveitar a vida.

    Tratamento mdico

    Algumas pessoas sentem que a medicao prescrita

    em primeira linha para o transtorno bipolar as ajudaa manter o humor estvel e lhes d uma oportuni-dade de ter uma boa qualidade de vida. rabalhandoem conjunto com o mdico, pode ser necessrio quea pessoa experimente dierentes medicaes em mo-noterapia ou em associao, ou dierentes doses paradeterminar o que unciona melhor para ela. No qua-dro 1, veja algumas inormaes que devem ser co-nhecidas sobre a medicao para o transtorno bipolar.

    Tratamento egesto da doena

    captulo 2

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Qual tipo de tratamento mdico pode ajudar?

    As medicaes que demonstraram trazer o maior benecio notratamento do transtorno bipolar oram os estabilizadores de

    humor e os antipsicticos atpicos (Quadros 2 e 3). O uso deantidepressivos em monoterapia para tratar o transtorno bipo-lar no recomendado, uma vez que poder desencadear estadosde hipomania, mania e estados mistos, ou ento ciclos rpidos(Quadro 4)8. A medicao ansioltica (benzodiazepinas) por vezesutilizada por curtos perodos para aliviar inquietao, ansiedade,pnico ou insnia (Quadro 5). Dierentes medicaes e combina-es podero ser utilizadas para reduzir dierentes tipos de epis-dios bipolares.

    Quadro 1. Alguns fatos importantes relativos medicao para o transtorno bipolar

    Frequentemente, a medicaodemora algum tempo at comear a azer eeito e spessoassebeneciaremdelaemsuatotalidade.Podesertilsaberaproximadamentequantotempoamedicaolevarasurtirefeito.

    Seapessoaparar de tomar a medicao que lhe ez bem,osbenefciosdesapareceromedidaqueamedicaodeixadeestaremseusistema5,7.

    Os medicamentos podero ter alguns eeitos secundrios, e lguns ds cuiddres eportadoresdetranstornobipolarpodemachartilsabermaissobreosefeitossecundriosmaiscomunsdamedicaoemcausa.Algunsdessesefeitos tmcarter temporrio, oupde ser ultrpssds pr ei de u juste d dse u d trc ds edicents,

    oquedeterminadopelomdico.Porvezes,odoentepodedecidircontinuaratomaruma

    medicao,poisosbenefciosqueestatrazparaseuhumorultrapassamodesconfortodosefeitossecundrios.Essasescolhassopessoais.

    Paraseinterromperaprescriodealgunsmedicamentos,temdeserfeitaumasuspen-so gradual.

    Seapessoaapresentanovos sintomas,amedicaoqueajudouaestabilizarseuhumorbiplr pde necessitr de juste.

    Osexames de sangue sonecessriosparamonitorizarosnveisdealgunsmedicamentos.

    Apessoadevevericarcomseumdicooufarmacuticoseamedicaoquetomapoderter lgu interao negativa comoutromedicamentoqueelatambmesttomando.

    Algunsmedicamentosnosorecomendadosduranteagravidez e amamentao.

    Alteraes na dietapoderosernecessriasenquantosetomadeterminadamedicao.

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    Tratamento e gesto da doena

    Quadro 2. Estabilizadores de humor

    Quadro 3. Antipsicticos atpicos

    Nome qumico Como ajudam?

    Lti os estbilizdres de hur pde judr reduzir s sints de episdis guds, l de

    manterohumorestvel,prevenindorecorrnciasn trtent prlngd5,7. Certs estbilizdres

    de hur jud reduzir risc de suicdi6.

    Podelevarmesesatqueapessoaexperiencienatotalidadeosbenefciosdessamedicao.

    cidovalproico

    Crbzepin

    Ltrigin

    Quadro 4. Antidepressivos

    Nome qumico Como ajudam?

    ISRSs (sertrlin, prxetin,

    fuxetin, escitlpr,

    uvoxamina)

    Apesardealiteraturanoserclaraemrelaoaotranstornobipolar,osantidepressivospodemajudaralgumaspessoasquetmdepresso,desdequeestejamtomando,emassociao,umestabilizadordehumor8.

    Tricclics (itriptilin,

    iiprin, cliprin)

    outrs (irtzpin,

    rebxetin, buprpin)

    Ltrigin

    Nome qumico Como ajudam?

    olnzpin os ntipsictics tpics pde judr reduzir

    ni, e lguns s utilizds pr trtr

    adepressobipolareprevenirrecorrncias5.Tb s utilizds pr trtr nsiedde,

    psicose,desassossegoeperturbaesdosono.

    Quetipin

    aripiprzl

    Risperidn

    Pliperidn

    aissulprid

    Ziprsidn

    Clzpin

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    No quadro 2 possvel encontrar alguns exemplos de medica-o utilizada para tratar o transtorno bipolar. A primeira coluna esquerda apresenta o nome qumico ou genrico da medicao,

    a coluna seguinte tem exemplos de nomes de marca associadosa empresas armacuticas, e a ltima coluna apresenta algumasinormaes relativas a cada grupo de medicamentos.

    Terapia eletroconvulsiva (ECT)

    Quando uma pessoa est gravemente deprimida ou em risco (porexemplo, parou de comer ou dormir, ou apresenta tendncia

    suicida) e outros tratamentos no parecem ajudar, a EC podeser eicaz para estabilizar o humor9. Essa terapia mais eicazpara reduzir depresso grave, no entanto tambm pode ajudara reduzir sintomas de outro tipo de episdios. Com a EC, apessoa anestesiada e uma estimulao eltrica aplicada emuma rea especica de seu crebro. Conuso temporria ouperda de memria podem ocorrer durante um perodo apsesse tratamento.

    Quadro 5. Benzodiazepinas

    Nome qumico Como ajudam?

    Clnzep Asbenzodiazepinaspodemajudaraaliviaransiedde, pnic, dessssseg e insni.

    Estaanicamedicaoutilizadanotratamentodotranstornobipolarcomoadjuvante(sempreutilizadaemassociao).Dosesmaiselevadassoeventualmentenecessriasparaobterosmesmosbenefcios,oquesignicaqueessesmedicamentosdevemserutilizadosdurantecurtosperodosesomentequandonecessrio,emvezdeseremprescritosparatratamentodirioeprolongado.

    Dizep

    Lrzep

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    Tratamento e gesto da doena

    Terapias adicionais que por vezes sousadas para suplementar a teraputica

    Alguns estudosdemonstraramqueos cidosgraxos me-ga-3 ajudam a reduzir a depresso em associao medica-o habitual10.

    SeumapessoatemumdcitdevitaminaD(quepodeserve-ricado em um exame sanguneo), a tomada de suplementosdessa vitamina em conjunto com a medicao habitual pode

    ajudar a reduzir a depresso. No entanto, a vitamina D aindano oi estudada em pessoas com transtorno bipolar11. Ohipericonofoiavaliadoemestudosparautilizaono

    transtorno bipolar, podendo ter um eeito negativo quan-do tomado com certos medicamentos prescritos para trataressa doena.

    Oexercciofsicotilparareduziradepressoetembenefcios

    adicionais para a sade em geral

    12

    . No h evidncia de bene-cios na reduo da depresso bipolar ou da ansiedade13. Ainvestigaoparamelhorarotratamentodadoenabipo-

    lar est em curso. Existem atualmente alguns tratamentosa serem testados que podem ajudar, como o antioxidanteN-acetilcistena (NAC), que pode ter algum benecio nareduo dos sintomas depressivos bipolares quando combi-nado com o tratamento vigente da pessoa. Outros medica-mentos so a curcumina e a cetamina, mas mais inormaese estudos so necessrios antes de esses agentes se tornaremglobalmente recomendados14,15.

    AENO: A inormao deste guia introdutria, e para qualquerdeciso quanto ao tratamento, recomendamos uma consulta ao mdico.

    Adicionalmente, existem diretrizes para o tratamento que podem serconsultadas em Guias sobre o transtorno bipolar e o seu tratamento.

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Tratamento psicolgico

    Os tratamentos psicolgicos que demonstraram proporcionarmaiores benecios incluem psicoeducao, terapia cognitivo-com-portamental (cognitive behavioral therapy CB), terapia ocadana amlia (amily ocused therapy FF), terapia interpessoal deritmo social (interpersonal and social rhythm therapy IPSR) e pro-gramas de cuidados reorados (Quadros 6 e 7). Esses programasteraputicos psicossociais especializados oram adicionados me-dicao habitual de pessoas com transtorno bipolar e conduzidospor prossionais de sade especializados. Os benecios dessas tera-pias incluem redues de certos tipos de recorrncias bipolares, dotempo de doena, de hospitalizao e melhoria do desempenho nasatividades cotidianas. Por exemplo, em um estudo de psicoeducaoem grupo, as pessoas com perturbao bipolar que participaram dogrupo de psicoeducao demonstraram uma reduo de recorrn-cias bipolares mais acentuada do que aqueles que participaram de

    Quadro 6. Tratamentos psicolgicos para pessoas com perturbao bipolar

    Psicoeducao

    Napsicoeducao,pretende-seensinarediscutirsobreassuntoscomootranstornobipolar,seustratamentoseformaspositivasdecomogeriradoenaedeestarbem16.

    Terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou terapia de cognio

    Estasabordagensenvolvempsicoeducaofocadanoapoiopessoa,naalteraodeseuspadresdepensamento,amdeajud-laamudaremonitorizarseuhumoreadeterminarpequenosobjetivosparaaumentarosnveisdeatividadequandoseestdeprimido17-19.

    Terapia interpessoal de ritmo social (IPSTR)

    IPSTRapsicoeducaofocadaemajudarpessoasaregularemseuspadresdesonoesuasatividadesdiriasesociais,almdelidarcomasalteraeseperdasporvezesassociadasaotrnstrn biplr20.

    Programas de cuidados reorados

    Soprogramasdelongaduraoqueenvolvempsicoeducaoecontatosfrequentescomumaenfermeiracoordenadoraparaajudarapessoaamonitorizarseuhumoresuamedicao,

    trabalhandotodosemequipecomomdicoassistente21,22.

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    Tratamento e gesto da doena

    um grupo de apoio sem psicoeducao16. Alguns desses benecios,especialmente aqueles relacionados depresso, podem ainda ser

    experienciados cinco anos aps o tratamento.Quando os cuidadores trabalham em conjunto com a pessoa,

    ajudando-a a lidar com a doena, observam-se resultados positivos.Por exemplo, as pessoas com transtorno bipolar que participaramda terapia ocada na amlia (FF) encontraram-se mais estveis du-rante mais tempo e tiveram menos recorrncias e hospitalizaes doque aquelas que no receberam esse tratamento23. A FF tambm

    ajudou a melhorar o cotidiano e a reduzir a durao de episdiosdepressivos24. Os cuidadores que participaram de um grupo de psi-coeducao para cuidadores tambm experienciaram menos angstiarelacionada com a doena do que aqueles que no participaram25.Os amiliares tambm se beneciaram de uma reduo de recorrn-cias hipomanacas e manacas26.

    Quadro 7. Tratamentos psicolgicos que incluem famlia ou cuidadores

    Terapia ocada na amlia

    AFFTincluiapessoacomperturbaobipolarepelomenosummembrodesua famlia23,24.Trata-se de informao e discusso sobre a doena, seu tratamento, formas de geri-la,resoluodeproblemasemelhoriadacomunicaofamiliar.

    Grupo de psicoeducao para cuidadores

    Estasabordagensenvolvemgruposparacuidadoresdepessoascomtranstornobipolar 26. oscuidadorespodemaprendermaissobreadoenaeseutratamento,almdeformasdeajudaraprevenirrecorrncias,delidarcomapressofamiliaredecuidardesiprprios.

    Certas pessoas com transtorno bipolar podem beneciar-se maiscom certos tipos de terapias psicolgicas19,27. No entanto, geralmenteos resultados das pesquisas sugerem que combinar medicao comterapias psicolgicas especializadas pode ajudar no tratamento dotranstorno bipolar, e isso recomendado nos guias de orientaopara o tratamento (veja o captulo 9).

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Para mais inormaes, caso o cuidador ou a pessoa com trans-torno bipolar estejam considerando terapia psicolgica, vejaVoc est

    considerando tratamento psicolgico?

    Reduzir desencadeadores da doenae azer ajustes no estilo de vida

    Desencadeadores so atores de tenso que aumentam o risco de apessoa desenvolver sintomas (Quadro 8). A presena de desencadeado-res no implica automaticamente o aparecimento da doena. Reconhe-cer um desencadeador possibilita pessoa reduzir o ator de tenso ouencontrar ormas de lidar com esse ator. Os desencadeadores tambmpodem agravar os sintomas bipolares caso a pessoa j esteja doente.

    Para se manter bem, a pessoa pode necessitar azer alguns ajustesem seu estilo de vida e em seus objetivos. A dimenso desse ajuste

    Quadro 8. Desencadeadores comuns dos sintomas bipolares

    Desencadeadores comuns incluem:

    Acontecimentos de vida positivos ou negativos de grande tenso: (pr exepl, nascimentodeumbeb,umapromoo,aperdadoemprego,omdeumrelacionamentoou udr-se de cs)28.

    Ruptura de padres do sono: (porexemplo,emrazodefadigascausadasporviagemoudeeventossociais).Reduesnotempodesonopodemcontribuirparadesenvolversintomasmanacosouhipomanacos,eaumentosnotempodesonooudedescansopodem,porvezes,levarasintomasdepressivos29.

    Ruptura da rotina: U pln estruturd (pr exepl, hrs certs pr deitr-se e crdr,atividadesregularesecontatossociais)podeajudaramantertantoospadresdesonoquantoosnveishabituaisdeenergia30.

    Estimulao excessiva do exterior: (por exemplo, desorganizao, trnsito, barulho, luz,multides,prazosnotrabalhoouatividadessociais)3.

    Estimulao excessiva pela prpria pessoa:(porexemplo,estimulaodemuitasatividadeseexcitaoquandoapessoatentaalcanarobjetivosdesaantesoutomarsubstnciasexcitantescomoacafena,nocafounaCoca-Cola,ounicotina,emcigarrosouadesivosdenicotina)3,31.

    Abuso de lcool ou de drogas/substncias entorpecentes32.

    Interaes pessoais conituosas e estressantes33

    Doena que no tratada ou gerida

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    Tratamento e gesto da doena

    pode dierir de pessoa para pessoa. Normalmente, demora algumtempo para a pessoa azer essas mudanas e determinar como pode

    viver bem com a doena.

    Lidar com os sinais de alerta da doena

    Os sinais de alerta so alteraes no comportamento da pessoa,na orma como pensa ou sente, que so muito mais leves do queos sintomas reais e indicam que ela pode estar desenvolvendo umepisdio bipolar. Muitas pessoas recebem sinais de alerta da doena.O paciente pode apresentar sinais de alerta comuns ou pode ter seusprprios sinais individuais (Quadro 9). Perceber esses sinais rapi-damente pode permitir a preveno da ocorrncia de um episdio.Se a pessoa no recebe sinais de alerta, ento reconhecer e tentar geriros sintomas o mais rpido possvel pode reduzir a gravidade e a dura-o do episdio.

    Quadro 9. Sinais de alerta comuns e pessoais de mania e hipomania

    Os sinais de alerta mais comuns para a mania so quando a pessoa34,35:

    Temdiminuiodosono Estmaisativaoutemmaisobjetivos(estcheiadeenergia) Estmaissocivel Estmaisirritvel Falamaisdoqueohabitual Noconsegueconcentrar-sebemoudistrai-sefacilmente Temmuitaautoconana,presunosaoudemasiadootimista Temhumorelevado Temfugadeideias

    Os sinais de alerta mais comuns de hipomania so quando a pessoa36,37:

    Temhumorelevado Estagitadaouinquieta Falamuitorapidamente Pensamaisrapidamentequeousual Dormemenosqueohabitual Estirritveleimpaciente

    (cntinu)

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Quadro 10. Sinais de alerta comuns e pessoais de depresso

    Os sinais de alerta de depresso mais comuns soquandoapessoa:34

    Temmenorinteresseemfazercoisasquenormalmentelhedoprazer Temmenorinteresseemestarjuntodeamigoschegados Estansiosaoumuitopreocupada Temperturbaesdosono Estchorosaetriste

    Outros sinais de alerta da depressosoquandoapessoa: Estmuitocansada Negligenciadeterminadastarefasefazmenoscoisas Temdoresfsicas Estmaisesquecida

    Retira-seouesquiva-sedeinteraessociais

    Mais sinais de alerta pessoais de depressosoquandoapessoa: Noquerfazertelefonemas Perdeoseusentidodegosto

    Essessinaissomuitoindividuaisepessoais.Podesertilnotarseapessoasecomportadeformadiferenteantesdecardeprimida.

    Porvezes,apessoapodetermaisdiculdadesemcertasreasdofuncionamentoqueprecisamserdiferenciadasdossinaisousintomasdedepresso.Essasdiculdadesdefuncionamentonodescritaspodemtambmdicultaracapacidadedeapessoarealizarcertastarefasouafetarsua

    qualidadedevida39.

    Outros sinais de alerta para hipomania ou mania registrados so quando a pessoa:

    Temmuitomaisideiaseplanos Comeaaparticipardeatividadesdemaiorrisco Temumaumentonoapetitesexual Bebemuitolcool Temossentidosmaisapurados(porexemplo,tudoaparentaestarmuitomaiscolorido,os

    cheirs est is intenss)

    Sinais de alerta pessoais para hipomania e mania

    Exemplosdeoutrossinaisdealertapessoaissoquandoapessoamudaacordecabelocommaiorfrequncia,usamaismaquiagemouvesteroupasmaissedutoras.Essessinaissomaisrarosepodemajudarseforpossvelperceberqueapessoasecomportadeformadiferenteentri, ntes de cr hipnc u nc.

    importantenotarqueapessoanemsempretemconscinciaparaperceberqueessasalteraessosinaisdealertadadoena38. alguns cuiddres e pesss c trnstrn biplr trblhemconjuntoparareconheceremessessinais(vejaAjudar a prevenir recorrncias, reconhecendosinais de alerta da doena).

    (continuao)

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    Tratamento e gesto da doena

    Desenvolver um bom sistema de suporte

    Muitas pessoas com transtorno bipolar recomendam e sugerem o de-senvolvimento de boas redes de apoio40, as quais podem incluir:

    Certosmembros da amlia e amigos para azer companhia eajudar com a doena quando necessrio. Resultados de pes-quisas demonstraram que os cuidadores podem dar assistncia pessoa para reduzir recorrncias de mania e hipomania, e oapoio apropriado pode ajudar na depresso26,41.

    Pessoasconhecidas, embora mais distantes, podero ajudar emcertos momentos (por exemplo, um vizinho pode levar ascrianas para a escola).

    Colegasdetrabalhoescolhidosououtras pessoas que partilhem

    os mesmos interesses. Grupos de apoio de pessoas que esto na mesma situao so uma

    oportunidade de comunicao com pessoas que pensam damesma orma.

    Umbomrelacionamento comomdico ou a equipe mdicapoder ajudar a pessoa a lidar com a doena e a tirar maiorproveito do tratamento.

    Quadro 11. Sinais de alerta comuns e pessoais de episdios mistos

    Pessoasquetmepisdiosmistospodemapresentarsinaisdealertatpicosdedepressoou

    demania.Ossinaisdealertadeepisdiosmistossoquandoapessoa36: Estagitadaouinquieta

    Perdepeso

    Distrai-sefacilmente

    Sente-secansada

    Comeaaparticipardeatividadesdemaiorrisco

    Perdeointeressenascoisas

    Falamuitodepressa

    Temalteraesdosono

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    Os cuidadores dierem na quantidade e na orma

    de apoio que do (por exemplo, alguns apenas aju-

    dam quando h uma emergncia, enquanto outros

    ajudam a pessoa a prevenir recorrncias). A ase e

    a gravidade da doena iro inuenciar o tipo de

    apoio de que a pessoa necessita, e ela poder noprecisar de tanta ajuda quando se encontra bem.

    H muitas coisas que se pode azer para dar apoio

    a uma pessoa com transtorno bipolar, mas deve-se

    determinar o que unciona em cada situao, com

    cada doente e cuidador (veja Qual o grau de en-

    volvimento que dever adotar na ajuda pessoa coma doena). Seguem-se as sugestes para suporte da

    pessoa nas dierentes ases e gravidades da doena,

    e o captulo 4 incide sobre as ormas de ajuda para

    evitar que a pessoa tenha recorrncias e aproveite

    a vida.

    Existem dierentes tipos de suporte que podem

    ser ornecidos (Quadro 12).

    Apoio pessoa quese encontra doente

    captulo 3

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    Apoio pessoa que se encontra doente

    Quadro 12. Diferentes tipos de apoio

    Alguns exemplos de dierentes tipos de apoio:

    Ajudaprtica(porexemplo,seapessoaprecisardecaronaparairaomdicooudeajudaparacuidr d cs cs estej dente).

    Informaesesugestes(porexemplo,discutircomapessoasobreseusrecursosousobreinformaesarespeitodadoena).

    Companheirismo(porexemplo,conversarefazercoisasqueso interessantesedivertidaspr pess).

    Apoioemocional(porexemplo,dizerpessoaqueelaimportanteequeacreditaemsuacapacidadedelidarcomadoenaedeterumaboavida).

    Apoionoverbal(porexemplo,estardisponvelparaouvir,monitorizarsintomasoufazerumgestoencorajadorpodemserformasdedarapoio).Nemsemprenecessriofalarparase

    dr pi.

    Ajudar a pessoa com um episdio bipolar

    Existem ormas de se comunicar com a pessoa e ajud-la quando elaest tendo um tipo especco de episdio bipolar.

    Comunicar-se calmamenteQuando a pessoa est doente, melhor no se comunicar com ela demodo muito emocional ou com um tom de voz elevado (por exem-plo, gritando ou expressando preocupao repetidamente e de ormaemotiva). enha em mente que a pessoa est doente e tente no reagir

    por impulso ao que ela possa dizer ou azer (por exemplo, se ela estirritada, tente no responder da mesma orma).

    Dar apoio no quer dizer concordar com o que a pessoa dizquando est doente. Pode-se aceitar que aquilo que a pessoa diz muito real para ela(por exemplo, Eu sei que est convencido a sedespedir do emprego, mas eu no tenho tanta certeza de que issoseja uma boa ideia). Validar seu sentimento por detrs do queesto dizendo pode ser uma orma de dar apoio (por exemplo,Consigo ver que est cansado de seu trabalho, mas aguarde at sesentir melhor antes de tomar a deciso de se despedir).

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Ajudar a pessoa a procurar tratamento

    Pode-se encorajar a pessoa a contatar o mdico ou equipe mdica desade mental, caso ela ainda no o tenha eito, alm de oerecer-separa ajud-la a receber tratamento. Encoraje a pessoa a denir, comoobjetivo primrio car bem. Se ela se encontrar gravemente doenteou se existir um risco relativo a seu bem-estar ou ao de outras pes-soas, esta necessita de assistncia urgentemente (vejaLidar com umacrise bipolar).

    Ajudar a pessoa a monitorizar a doena

    Mantenha-se em contato com a pessoa e observe-a, oua-a e,com algum tato, descubra como ela tem passado. Dessa orma,pode-se ajudar a monitorizar sintomas para ver se estes estopiorando. ambm existem mtodos mais ormais que a pessoapode utilizar para monitorizar seu humor. Para mais inorma-

    es, acesse: www.healthyplace.com/bipolar.../bipolar-mood.../menu-id-67/ ou http://bipolar.about.com/library/howto/ht-chart.htm[em ingls]. Se a pessoa precisa de ajuda, pode-se ajud-la comessa monitorizao.

    Ajudar a pessoa se ela necessita ir para hospital

    Alguns episdios so mais graves que outros. Embora em sua maioriaas pessoas possam ser tratadas em casa, por vezes portadores de trans-torno bipolar precisam ser tratados no hospital.

    A hospitalizao pode ser recomendada se: apessoaestcomumacrisebipolar,emqueseencontragra-

    vemente doente e com diculdade de desempenhar suas ativi-dades, ou quando h a possibilidade de azer algo perigoso oucom consequncias que ponham sua vida em risco (vejaLidarcom uma crise bipolar);

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    Apoio pessoa que se encontra doente

    oapoioeotratamentonoestoajudandoareduzirossintomas; asalteraesnotratamentoimplicamumasupervisoconstan-

    te de uma equipe mdica; paraalmdotranstornobipolar,apessoatambmprecisade

    ajuda para tratar problemas de lcool ou de drogas; apessoatemsintomascomumefeitonegativoemsuavidae

    necessita se concentrar em sua recuperao.

    Se a pessoa tem sintomas graves e est tendo diculdades para

    desempenhar suas atividades, deve-se encoraj-la a perguntar a seumdico ou equipe mdica de sade mental se a hospitalizao aajudaria. Em alguns pases existem instituies que oerecem am-bientes calmos e controlados para pessoas que no se encontram togravemente doentes, o que tambm pode ser uma opo a avaliarcom o mdico.

    Se o mdico recomendar a hospitalizao, deve-se encorajar a pes-soa a pedir admisso voluntria em vez de ser admitida no hospitalcontra a prpria vontade (internamento compulsrio). Fale com apessoa e convena-a de que ir para o hospital uma oportunidade deter tempo para se recuperar longe das presses.

    Em situaes extremas, a hospitalizao involuntria, ou interna-mento compulsrio, pode ser recomendada (vejaPlanos para os mo-mentos em que a pessoa se encontra gravemente doente).

    Se a pessoa or admitida no hospital, o cuidador pode: senecessrio,providenciarinformaesparaajudarnotrata-

    mento (por exemplo, inormaes sobre sintomas e medica-o recente);

    falarcomaequipemdicadeformaaadequarsuainteraocom o doente, para que este se sinta mais conortvel, uma vezque ele pode se encontrar mais vulnervel ao contato social;

    aproveitarotempoqueapessoapassanohospitalparadescansar.

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Apoiar a pessoa com depresso

    Existem algumas sugestes de ormas de apoiar a pessoa com depres-so (Quadro 13).

    Quadro 13. Dicas para apoiar a pessoa com depresso

    Seapessoaestdeprimida,possvel,almdeapoi-lanotratamento:

    Dizer-lhe que ela importante e que se preocupa com ela

    bomexpressarpreocupaocoma pessoa,masnoaopontodeelase sentir oprimidaedesprd.

    No obrigue a pessoa a alar ou a acordar para a vidaQuandoumapessoaestdeprimida,elapodenosercapazdedizeroquesenteouqualtipodeajudaprecisa.Evitedizerpessoaquetemdeserecomporouacordarparaavida.Porvezes,simplesmenteestarpresente,semdizeroqueelatemdefazer,podeserreconfortante.

    Considere o risco de suicdio

    Ebr ne tds s pesss c trnstrn biplr sej suicids, depress u

    momentodeelevadoriscodesuicdio.Paramaisinformaosobresinaisdealertaparaosuicdioeformascomooscuidadorespodemajudar,vejaAjudar a prevenir o suicdio.

    Encoraje-a a alcanar pequenos objetivos

    Notenteobrigarapessoaafazeralgoqueelaachemuitoenervanteouqueparaelasejaexcessivo.Considereencoraj-laafazeralgomaisfcil,especialmenteseissolheproporcionarumamnimasensaodeconcretizaooudeprazer.Senecessrio,dividaatarefaempassosaindamenores(porexemplo,seestivermesmomuitodoente,convide-aprimeiroatomarsol,antesdeconvid-laadarumpasseio).

    No tente assumir o controle

    Severicarqueapessoaestfazendoascoisasdemodomuitodevagar,nosesobreponhanemfaatudoporela.Seapessoaestivertodeprimidaapontodenosercapazdeconcretizarcertatarefa,considerefaz-latemporariamenteoudeleg-laaalgum.

    Encoraje uma rotina diria sempre que possvel

    Ohumorbipolarpodequebrararotinaouospadresdesonodapessoa,eessaquebrapodeagravarohumor.Porexemplo,dormirduranteodiapodedicultaroadormecernoite,edeitareacordaremhorascertaspodeajudar.Teralgoafazerpelamanhpodeajudarapessoadeprimidaalevantar-senahoracerta.

    Proporcione algum sentido de perspectiva

    Ajudar a pessoa a perceber suas conquistas (independentemente de quo pequenas forem)podeterumefeitopositivoemseuhumor.Considereaindamencionareventoseexperinciaspositivascasoestesaconteam(reconheaquaisquerboasnotciasqueapessoareceba).

    Tenha em mente que aquilo que conorta uma pessoa no necessariamente o que

    conorta outra

    (cntinu)

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    Apoio pessoa que se encontra doente

    Porexemplo,enquantoalgumaspessoascomsintomasdedepressopensamqueirosesentirelhr c tep, pr utrs pesss esse pensent pde n signicr nd.

    Se a pessoa fca apreensiva excessivamente e est preocupada com um problema emparticular, considere uma das seguintes opes:

    diga-lhequeosproblemasparecemsermaioresdoquesonarealidadeporcausadadoenaesugiraadiarasoluoatqueapessoasesintamelhor;

    convideapessoaafazeralgoqueadistraiadesuaspreocupaes;

    seapessoanoestivermuitodoente,conversecomelasobreaspossveissoluesparaoproblemaeajude-aafazeralgosimplesnosentidoderesolv-lo.

    Seja amvel, paciente e atencioso com a pessoa, mesmo que seus atos no sejamrecprocos ou que aparentem no estar ajudando

    possvelsentir-sefrustradoseseuapoionoaparentaestarajudandoecompreensvelsentir-se assim.Adepresso pode ser persistente. No parededar apoiopessoaapenasporque aparentemente ela no est melhorando, apreciando ou retribuindo seus esforos.Enquantoapessoaestiverdeprimidadifcilapreciarsejaoquefor.Noentanto,elapoderind necessitr de seu pi.

    vitaltomarcontadesiprprio(Captulo5)quandoapessoaqueapoiaestdeprimida,umavezqueoscuidadorespodemcarexaustosetambmdeprimidos.

    Paraternoodecomolidarcomsinaisdealertaousintomasiniciaisdedepresso,veja Formas

    de ajudar a pessoa com sinais de alerta de depresso(Qudr 20).

    (continuao)

    Apoiar a pessoa com mania ou hipomania

    Seguem-se algumas sugestes de como apoiar a pessoa que est ma-naca ou hipomanaca (Quadro 14).

    Quadro 14. Dicas para apoiar a pessoa que est manaca ou hipomanaca

    Seapessoaestmanacaouhipomanaca,possvel,almdeapoi-lanotratamento(vejaAjudar a pessoa com um episdio bipolar):

    Ajudar a criar um ambiente calmoReduzirosdesencadeadoresquepodempiorarossintomaspodeajudar(porexemplo,reduzirestmulosquepiorammaniaouhipomania, comobarulho,desorganizao, cafena, encontrossociais).Seomdicoprescreveumedicaoparaajudarapessoaarelaxar,adescansarouadormirparareduzirasuamaniaouhipomania,pensesobredequeformapoderajudarapessoaaefetivamenteatingirisso.

    (cntinu)

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    (continuao)

    Lidar com comportamentos manacos ou

    hipomanacos arriscados ou inapropriadosSe a pessoa est manaca, muito hipomanaca ou com um episdiomisto, seu comportamento pode tornar-se inapropriado ou arriscado(por exemplo, gasto excessivo de dinheiro, desinibio sexual, condu-o de veculos perigosa). A seguir, encontram-se algumas maneirasde como tentar, tanto quanto possvel, prevenir ou reduzir esse tipode comportamento e suas consequncias.

    Tome precaues

    Converse com a pessoa, quando esta se encontrar relativamente bem,sobre precaues que poderiam ser tomadas para prevenir atividadesde risco e suas respectivas consequncias (por exemplo, pea para elalhe entregar seus cartes de crdito temporariamente para evitar gas-tos excessivos ou absurdos, dar-lhe as chaves do carro para preveniruma conduo descuidada, imprudente e de risco, ou para car em

    No acredite que tem de participar dos inmeros projetos e objetivos da pessoaTenh cuidd pr n ser rrstd pel hur nc u hipnc d pess.

    Formas de comunicao quando a pessoa est manaca ou hipomanaca

    Respondahonesta,ponderadaesucintamenteeeviteentraremlongasconversasoudiscussescomapessoa.Pessoascomhumorelevadoestovulnerveisesensveis,apesardesuaconanaaparente,tendemaofender-sefacilmente.Seapessoacomearadiscutir,tentenoseenvolver.Considereadiaradiscusso(porexemplo,diganumtomamvel,masrme,algocomo:Seiqueestetemaimportanteparavocetemosdediscuti-lo,masagoraestouchateadoecansado.Discutimosesseassuntoamanhdemanhquandoeuestiverpensandomelhor).Tambmpodeajudarfalarsobretemasneutros.

    Estabelea limites para determinados comportamentos

    Seocomportamentodapessoamuitoarriscadoouabusivo,podesernecessrioestabelecerlimites a seu comportamento (veja Lidar com comportamentos manacos ou hipomanacosarriscados ou inapropriados)

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    Apoio pessoa que se encontra doente

    casa no caso de problemas de promiscuidade ou de comportamentossocialmente inaceitveis). Se no passado tiverem ocorrido consequ-

    ncias negativas graves, tome medidas mais extremas para prevenirque estas voltem a acontecer no uturo (por exemplo, se a pessoagastou grandes quantias de dinheiro, pode-se colocar algumas restri-es em seu acesso ao banco ou a seu dinheiro, como necessitar deduas assinaturas para valores elevados de compras ou manter contasbancrias separadas).

    Estabelea limites para o tipo decomportamento que est disposto a aceitar

    uma deciso pessoal estabelecer limites para se proteger (e protegersua amlia) de comportamentos relacionados doena que considereinaceitveis. enha em mente que no pode controlar o comporta-mento da pessoa, mas sim a orma como lida com isso. enha cuida-do para no aceitar abusos verbais, emocionais, sicos ou nanceirossimplesmente porque a pessoa est doente.

    Existem ormas de estabelecer limites a um comportamentoem particular para tentar diminuir o risco de este voltar a acon-tecer, como:

    Digapessoaqualocomportamentoqueopreocupaefaaum pedido de orma positiva para que ela tente evitar esse tipode comportamento no uturo. Mencione os benecios que ad-viro para a pessoa, para voc e para a amlia.

    Diga pessoaqueocomportamentodelaultrapassouumlimite pessoal e explique qual esse limite e quais as conse-quncias associadas alta de respeito por ele. ambmpode ajudar especicar os benecios que adviro para am-bos se esse limite or respeitado. Se alar das consequncias,tem de estar disposto a mant-las e, em caso extremo, p-lasem ao.

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Se deixar claro pessoa quais comportamentos relacionados coma doena no so aceitveis e estabelecer limites, ela saber com o que

    contar e ter a opo de decidir o que quer azer para prevenir essetipo de comportamento no uturo. Se a pessoa se esorar para essem, essencial que reconhea seu esoro. Saber que ela est tentan-do respeitar seus limites tranquilizador.

    O que se pode azer quando a pessoa estprestes a ter um comportamento arriscado?

    Se a pessoa que est prestes a azer algo arriscado estiver doente, elanecessita de ajuda mdica. Alm de ajud-la a procurar assistnciamdica, o que se pode azer para prevenir esse comportamento arris-cado depender do tipo de comportamento dela. Por exemplo, se apessoa est em risco de levar a cabo projetos que podero ter conse-quncias negativas, tente, com tato, parar ou adiar as decises sobreesses projetos (por exemplo, enho de pensar mais proundamente

    sobre essa ideia).Se a pessoa se oender por voc no concordar com suas ideias

    ou planos arriscados, diga-lhe que gosta dela e est preocupado comas possveis consequncias. Embora a agresso no seja comum, seperceber que h possibilidade de a pessoa se tornar agressiva, pode-r ausentar-se para assegurar sua segurana (vejaSe a pessoa estiver

    fsicamente agressiva).

    Pode haver apenas uma pequena oportunidade para convencer apessoa a reduzir o comportamento arriscado antes de ela se tornardemasiado manaca e perder conscincia de sua doena. Se tiver essaoportunidade, considere as seguintes opes:

    Peapessoaparanoteressecomportamentoarriscadoefaledos benecios que viro (por exemplo, se ela estiver hipoma-naca: Eu preeria que cssemos em casa em vez de ir esta,assim poderemos ter uma noite calma juntos e voc poder pro sono em dia).

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    Apoio pessoa que se encontra doente

    Estabeleaaligaoentreohumorbipolardelaeaideiaouatividade arriscada.

    Perguntepessoa seoqueelapensasobreumdeterminadoprojeto no est sendo demasiado otimista a ponto de no veros riscos ou as consequncias negativas.

    Encoraje apessoa aadiaraconcretizaode uma ideiaar-riscada at que ela se encontre bem, denindo um objetivoespecco de bem-estar (por exemplo, Que tal esperar ato mdico dizer que est com o humor estabilizado para pr

    essa ideia em prtica, ou at conseguir dormir a noite todadurante uma semana?).

    Recomendepessoanobeberlcooloutomaroutrasdro-gas, uma vez que essas substncias aumentam o risco deagir impulsivamente.

    Embora por vezes seja possvel prevenir um comportamento ar-

    riscado, ainda pode acontecer de a pessoa adot-lo e ter de lidar comas consequncias negativas (vejaLidar com as consequncias negativasde comportamentos de risco).

    Lidar com uma crise bipolar

    Uma crise bipolar inclui momentos em que a pessoa est gravementemanaca ou depressiva, incapacitada de desempenhar suas atividades

    ou de tomar conta de si prpria ou de outros, ou em risco de suicdioou de outras consequncias negativas. Obter ajuda e comunicar-secalmamente pode ajudar a superar uma crise bipolar.

    Obtenha ajuda

    Se pensa que a pessoa est chegando ao ponto de crise, teleone ao m-dico ou equipe mdica de sade mental e conte-lhes suas preo cupaes(caso a pessoa no teleone). No hesite em contatar a equipe de crise

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    de sade mental ou um mdico caso ocorra uma crise. Se a pessoaprecisar urgentemente ser contida para no causar dano a si mesma ou

    aos outros, poder ser preciso ligar para a polcia. Se estiver em perigo,tenha em vista sua prpria segurana antes de pedir ajuda mdica paraa pessoa (vejaSe a pessoa estiver fsicamente agressiva).

    Caso no obtenha a ajuda de que precisa desses servios de emer-gncia, seja persistente e contate outro mdico (por exemplo, o m-dico de amlia), ou leve a pessoa a um servio de urgncia de umhospital. Por vezes, os cuidadores sentem que os servios de urgnciade sade no so capazes de os ajudar numa crise e que precisam cui-dar em casa da pessoa gravemente doente. Se est tratando de umapessoa gravemente doente em casa, assegure-se de que tem o apoionecessrio (por exemplo, de mdicos, amlia, amigos e, se necess-rio, de um advogado).

    Pode valer a pena descobrir linhas telenicas de apoio em sua

    rea de residncia que podem dar assistncia pessoa ou a sua amliae amigos em momentos de crise, sendo uma onte valiosa de ajuda.Os conselheiros so habitualmente ormados para ouvir e ajudar pes-soas a lidar com momentos de crise e podem sugerir servios de sadeapropriados. Sua lista telenica local deve ter os nmeros de teleonedas linhas de apoio de sua rea.

    Comunique-se de orma calma e claraDurante uma crise, ale com a pessoa clara e calmamente. No acon-selhvel dar a ela demasiadas instrues. No argumente, critique ouaja de orma ameaadora. Se or apropriado, d pessoa opes deescolha, de orma a assegur-la de que ela ainda detm algum tipo decontrole sobre a situao (por exemplo, se est tentando dissuadi-lade tomar uma atitude arriscada, pode perguntar-lhe: Quer dar um

    passeio ou preere ver um lme?).

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    Apoio pessoa que se encontra doente

    Planos para os momentosem que a pessoa se encontragravemente doente

    Quando a pessoa se encontra relativamente bem, pode-se azer pla-nos com ela sobre o que azer quando ela car gravemente doente, oque pode ajud-lo a se sentir mais preparado. Pode-se ajudar a pessoaa ser tratada da orma que ela preerir quando estiver gravementedoente, caso isso seja planejado com a devida antecedncia. Este

    um tipo de diretiva preconcebida. Quando a pessoa se encontrarrelativamente bem, considere conversar sobre os temas a seguir.

    Quem contatar em caso de crise

    O cuidador deve descobrir quem a pessoa preere que seja con-tatado no caso de icar gravemente doente e caso precise pedirtratamento em nome dela. Devem existir dierentes servios lo-

    cais para dar assistncia pessoa numa crise (por exemplo, equi-pe mdica de sade mental, bombeiros). importante tambmdescobrir se determinados servios de urgncia do assistncia apessoas com transtorno bipolar quando estas se encontram mui-to doentes, mas no em perigo imediato de se prejudicarem ouprejudicarem outros. Caso viva num local remoto sem serviosde urgncia locais, descubra onde poder encontrar ajuda caso

    necessite urgentemente. Se a pessoa tiver desenvolvido uma boarelao com seu mdico, este tambm poder ajudar num mo-mento de crise.

    Quando e como agir em nome da pessoa?

    Discuta acordos de procurao, caso sejam necessrios, para quevoc ou outros possam tomar decises urgentes em nome da pessoa,de orma temporria e em situaes especcas.

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    Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar

    Qual inormao ornecer?

    Com base em sua experincia anterior, a pessoa pode preerir um tipode tratamento a outro. Pergunte a ela quais inormaes deve dar aosmdicos ou ao hospital (por exemplo, inormaes sobre o histricode sua doena e do tratamento e sobre seu plano de sade e seguranasocial). Assegure pessoa que reconhece a sensibilidade e condencia-lidade dessas inormaes.

    Para qual hospital oucentro mdico pode ir a pessoa?

    O cuidador deve conerir quais hospitais podem admitir a pessoa,uma vez que em alguns deles ela s poder ser admitida se possuirum plano de sade especco ou se tiver sido reerenciada por m-dicos associados ao hospital. Em caso de existir a possibilidade deescolha, a pessoa pode preerir um determinado hospital. Assegure--se de que tem os endereos e contatos para chegar ao hospital nocaso de ser necessrio.

    Hospitalizao involuntria/internamento compulsrio

    Se a pessoa j esteve gravemente doente, pode ser necessrio discutircom ela sob quais condies deve ser considerada a hospitalizaocontra sua vontade (internamento compulsrio). Poder ser-lhe tilter uma ideia sobre os procedimentos para o internamento compul-srio, caso venha a necessitar. Conrme pessoa que as aes relativasao internamento compulsrio so aceitveis para ela e que no irodeteriorar sua relao de longo prazo.

    Quem az o qu?

    Se a pessoa est temporariamente incapacitada de completar certastareas por se encontrar muito doente, poder ser til estabelecer pre-

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    viamente quem az o que, permitindo-a partilhar de algumas tareas.A pessoa pode sentir-se aliviada sabendo que existe um plano caso seja

    necessria a tomada de decises urgentes.

    Ajudar a prevenir o suicdio

    Nem todas as pessoas com transtorno bipolar so suicidas. No en-tanto, o risco de suicdio elevado nessa doena, e os cuidadoresprecisam levar a srio qualquer meno casual ou at ocasional depensamentos suicidas.

    Quadro 15. Se a pessoa est suicida no momento

    Se a pessoa est suicida no momento

    Pea ajuda mdica:contateomdicoouaequipemdicadesademental.Seapessoaseencontraremperigoimediatodeautoagresso,ligueparaosserviosdeurgnciaouleve-aparaoserviodeurgnciamaisprximo.

    No deixe a pessoa sozinha: se no puder estar com ela, pea a algum para lhe fazer

    cpnhi.

    Retire quaisquermeios que a pessoa tenha para se matar (por exemplo, feche chavequaisquermedicaesearmas).

    Cntte u linha de ajuda para suicdio ou crise.

    Seapessoatemumplano de preveno de suicdio, jude- segui-l.

    Seapessoaestsuicidanomomento,possvelqueelavenhaaressentir-sedequalqueraoquetomeparapreveni-ladesematar.Noentanto,nodeixequeissooimpeadeagirparaajud-la.

    Perceber e agir perante sinaisde alerta de suicdio

    Como cuidador, existem algumas coisas que voc pode azer com osprossionais de sade e a prpria pessoa a m de ajud-la a reduzir orisco de suicdio. Seguem-se algumas sugestes:

    Noevitefalarsobresuicdio,umavezqueapessoapodesentir--se incapaz de discutir seus pensamentos e intenes suicidas.

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    Sepensaqueapessoapodersersuicida,pergunte-lhedireta-mente se tem alguns pensamentos nesse sentido.

    Seapessoa temalgunspensamentos suicidas,oua-ossemajulgar. Diga-lhe que ouviu realmente como se sente, recomen-de assistncia mdica e, se necessrio, ajude-a a obt-la.

    Tenhaemvistaqueapessoapoderexpressarpensamentossui-cidas de modo indireto em vez de verbal.

    Aprendaareconhecerossinaisdealertadequeapessoaesttornando-se suicida ou planejando suicidar-se num uturo pr-

    ximo (Quadro 16). Tenha noodos fatores que aumentam o riscode suicdio

    (Quadro 17). Conversecomapessoasobredequeformaspodeajud-laa

    ultrapassar os momentos em que ela se sente suicida. Ajudeapessoaadesenvolverumplanoparaprevenirosuicdio

    em que ambos possam conar no caso de ela se sentir suicida. Mesmoqueapessoatenhaapenaspensamentossuicidasoca-

    sionais e vagos, e no tenha atores que aumentem o risco, con-tinue a encoraj-la a alar sobre esses pensamentos com seumdico. Mantenha-se atento a esses pensamentos caso eles setornem mais especcos, requentes ou intensos.

    Nemsemprefcilavaliaroriscodesuicdio.Senoestcon-ante na extenso do risco, ajude a pessoa a obter uma avalia-o com o mdico ou o servio de sade mental.

    Notentelidarcomosuicidasozinho.Contateafamliaeosamigos em quem possa conar (vejaReduzir o estresse quandoocorre uma crise bipolar).

    Existem organizaes dedicadas a prevenir o suicdio. Algumasdelas dispem de apoio, inormaes e, ocasionalmente, ormaopara os cuidadores (vejaAjudar a prevenir o suicdio).

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    Quadro 16. Exemplos de sinais de alerta de suicdio

    1. Expressa a sua inteno de se matar

    Apessoapodeameaarmatar-seoumencionarsuaintenocasualmente.

    Elapodeescreveroufalarsobresuicdiooumortedeumaformamaisgeral.

    2. Tem um plano para se matar: ter u pln uent risc de suicdi e, nesse cs, pess precis de jud dic urgenteente.

    3. Tem alteraes de humor ou de comportamento, como:

    Estcomumepisdiomistooudepressoouteveumdessesepisdiosrecentemente. Sente-sedesesperada(porexemplo,apessoanotemesperananofuturoounoencontra

    razesparaviver).

    Trata de todos os seus assuntos para no deixar nenhum pendente quando morrer (porexemplo,escreveotestamento,fazumsegurodevida,ofereceseuspertences,vendeacasa).

    Apatiaefaltadeinteressepelascoisasdequecostumavagostar.

    Isolamentodafamliaedosamigos(porexemplo,cancelaeventoseisola-se).

    Ansiedade,agitaoeinsnia.

    Maiorimprudncia,umavezquenoseimportacomoquevaiacontecernofuturo.

    Aumentode uso delcoole drogasumapessoa suicidaqueest intoxicada temmaiorprobabilidadedeagirimpulsivamenteedetentarcometersuicdio.

    Raivaextrema,humorirritveloudesejosdevingana.

    Umamelhoriasbitadehumor.Porvezes,quandoapessoatemumplanoparasematar,oseuhumormelhoratemporariamente.Seelatemfaladodesuicdioeseuhumormelhorarepentinamente,pergunte-lheseaindatemaintenodesematar.

    Nota:Podeajudarestaratentoasinaisdealerta.Noentanto,porvezesapessoapodetentarsuicidar-sesemavisoprvio.Adicionalmente,ossinaisdeavisopodemsertoindividuaisquecompreensvelquepossamterpassadodespercebidos.

    Um sinal de alerta algo que uma pessoa az ou diz que indica que ela tem intenes

    de se matar no uturo prximo (minutos, horas, dias, semanas). Alguns exemplos soquando a pessoa:

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    Quadro 17. Fatores que aumentam o risco de suicdio no transtorno bipolar

    Fatores que aumentam o risco de suicdio no transtorno bipolar so quando a pessoa: Tevepensamentossuicidasanteriormenteoujtentousuicidar-se.

    Temoutrapessoadesuafamliaquemorreudesuicdio.

    Estcomumepisdiomistooucomdepresso,outeveumdessesepisdiosrecentemente.

    Temciclosrpidos(vejaPadres da doenaparamaisinformaosobreciclosrpidos).

    Temumplanoparasematar(porexemplo,osmeiosouomomentoparafaz-lo).

    Temumnmeroconsiderveldeepisdiosbipolaresoudehospitalizaes.

    Temsintomasentreepisdios.

    Temansiedadeouproblemascomlcooloudrogas,almdesuadepressobipolar.

    Vivesozinha.

    Nota: Emboraestessetratemdefatoresderiscocomuns,osuicdiopodeacontecermesmoqueeles n estej presentes.

    Se ocorreu suicdio

    Se uma pessoa est determinada a suicidar-se, existe apenas um limi-

    tado conjunto de coisas que podem ser eitas para evit-lo. No seculpe. Ningum deve passar por isso sozinho.

    Apoiar a pessoa aps

    um episdio bipolar

    O que se necessita aps um episdio bipolar pode variar de pessoa

    para pessoa. A pessoa pode necessitar de tempo para melhorar e su-perar o impacto que o episdio teve em sua vida, e talvez no seja

    capaz de retomar imediatamente a suas atividades dirias, podendo o

    cuidador ter de ajustar suas expectativas para atend-la.

    Se a pessoa esteve manaca, ela poder sentir-se envergonhada e

    tentar distanciar-se daqueles que souberam o que aconteceu enquan-

    to esteve nesse estado. Por vezes ela poder nem se lembrar do que

    aconteceu enquanto esteve manaca.

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    Apoio pessoa que se encontra doente

    Existe um sem-nmero de maneiras de ajudar a pessoa aps umepisdio da doena. Considere as seguintes sugestes:

    Algumasdaspossveisnecessidadesdapessoaenquantoestiverem recuperao so descanso, rotina, amor, amizade, ter algopara azer e ter expectativa em algo.

    Seapessoativersintomasouestivercomdiculdadesparali-dar com a situao, pergunte-lhe como pode ajud-la.

    Operodoapsumepisdiodadoena(especialmenteapsum episdio de depresso) pode ser um momento de alto ris-

    co para o suicdio. preciso estar alerta para os sinais de quea pessoa se encontra suicida (vejaAjudar a prevenir o suicdio).

    Quandopossvel,foque-senoscomportamentospositivosedebem-estar, em vez de na perturbao e no comportamento pro-blemtico (por exemplo, converse com a pessoa sobre o que elaest azendo para se manter bem, em vez de alar sobre o queaconteceu enquanto ela se encontrava doente).

    Faaascoisascomapessoaemvezdeparaela,umavezqueissopoder ajudar a reconstruir sua autoconana.

    Encorajeapessoaanotentar fazertudoaomesmotempo.Inicialmente, pode ser mais cil para ela dar prioridade a tare-as bsicas e azer atividades menos estressantes.

    Deixeapessoaserecuperaremseuritmo,masencoraje-aativa-mente ou convide-a a azer coisas, no caso de ela estar sentindo

    diculdade em retomar a vida novamente. Seapessoasentirdiculdadeeminiciartarefas,encoraje-aadeterminar pequenos objetivos que sejam acilmente geridos.

    Ofereaseuapoionocasodeapessoaestarcomdiculdadesde concentrao ou de recordar-se (po