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1) Introdução 2) Epidemiologia 3) Transmissão 4) Açaí x Chagas 5) Mitos e Verdades 6) Sintomas 7) Tratamento 8) Prevenção A primeira edição do Boletim Informativo traz como tema a Doença de Chagas, que constitui um dos principais problemas da América Latina. Trata-se de uma doença protozoária, causada pelo Trypanosoma cruzi, transmitida principalmente pela picada do inseto conhecido como barbeiro. Hoje em dia, outras formas de transmissão vêm recebendo destaque, principalmente àquelas relacionadas com o consumo de alimentos. Sendo essa doença um importante problema social e médico dos países afetados, se faz necessário um maior cuidado em termos de prevenção. EPIDEMIOLOGIA A Doença de Chagas foi tida, por muito tempo, como uma endemia rural, de populações pobres que viviam em edifícios de má qualidade e, portanto, estavam suscetíveis ao inseto vetor. Porém, essa doença teve uma grande dispersão, e se fala em uma "urbanização da endemia", tanto pela transmissão vetorial, quanto pelas vias transfusional e alimentar. A OMS estima em aproximadamente 6 a 7 milhões o número de pessoas infectadas em todo o mundo. Assim, representa um problema de saúde pública em praticamente todos os países da América Latina, estando distribuída desde a América do Sul até o sul dos Estados Unidos, onde existem vetores para o parasita (WHO, 2018) Picada do inseto “barbeiro” Transfusão de sangue Transfusão de órgãos Transmissão vertical (mãe para filho) Alimentos contaminados TRANSMISSÃO Doença de Chagas: A culpa é do Açaí? Boletim Informativo: Junho, 2018 v. 1, n. 1 Isabela Lie Mizoguti, Jéssica Rumi Koiama, Júlia Sapienza Passos Figura 1: Epidemiologia da Doença de Chagas Fonte: BERN, C. Chaga's Disease UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Ciências Farmacêuticas - FCF Farmácia Universitária da USP - FARMUSP FBF0436 - Informação sobre o uso de medicamentos, uso racional e farmacovigilância INTRODUÇÃO Nesta Edição Figura 2 - Formas de transmissão da Doença de Chagas Fonte: Adaptada pelo autor

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Page 1: 8) Prevenção Doença de Chagas: A culpa é do Açaí? Informativo - Doenca de... · Barbeiro se alimenta de sangue e ingere os protozoários TRANSMISSÃO PELA PICADA DO INSETO BARBEIRO

1) Introdução2) Epidemiologia3) Transmissão4) Açaí x Chagas5) Mitos e Verdades6) Sintomas7) Tratamento 8) Prevenção

A primeira edição do Boletim Informativo traz como tema a Doença de Chagas, que constitui um dos principais problemas da América Latina. Trata-se de uma doença protozoária, causada pelo Trypanosoma cruzi, transmitida principalmente pela picada do inseto conhecido como barbeiro. Hoje em dia, outras formas de transmissão vêm recebendo destaque, principalmente àquelas relacionadas com o consumo de alimentos. Sendo essa doença um importante problema social e médico dos países afetados, se faz necessário um maior cuidado em termos de prevenção.

EPIDEMIOLOGIA

A Doença de Chagas foi tida, por muito tempo, como uma endemia rural, de populações pobres que viviam em edifícios de má qualidade e, portanto, estavam suscetíveis ao inseto vetor. Porém, essa doença teve uma grande dispersão, e se fala em uma "urbanização da endemia", tanto pela transmissão vetorial, quanto pelas vias transfusional e alimentar. A OMS estima em aproximadamente 6 a 7 milhões o número de pessoas infectadas em todo o mundo. Assim, representa um problema de saúde pública em praticamente todos os países da América Latina, estando distribuída desde a América do Sul até o sul dos Estados Unidos, onde existem vetores para o parasita (WHO, 2018)

Picada do inseto “barbeiro”

Transfusão de sangue

Transfusão de órgãos

Transmissão vertical

(mãe para filho)

Alimentos contaminados

TRANSMISSÃO

Doença de Chagas: A culpa é do Açaí?Boletim Informativo: Junho, 2018 v. 1, n. 1

Isabela Lie Mizoguti, Jéssica Rumi Koiama, Júlia Sapienza Passos

Figura 1: Epidemiologia da Doença de Chagas

Fonte: BERN, C. Chaga's Disease

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOFaculdade de Ciências Farmacêuticas - FCF

Farmácia Universitária da USP - FARMUSPFBF0436 - Informação sobre o uso de medicamentos, uso racional e farmacovigilância

INTRODUÇÃONesta Edição

Figura 2 - Formas de transmissão da Doença de Chagas Fonte: Adaptada pelo autor

Page 2: 8) Prevenção Doença de Chagas: A culpa é do Açaí? Informativo - Doenca de... · Barbeiro se alimenta de sangue e ingere os protozoários TRANSMISSÃO PELA PICADA DO INSETO BARBEIRO

TRANSMISSÃO

O Trypanossoma sofre mutações e multiplicam-se,

migrando para o intestino do inseto

O Trypanossoma infecta diversas células, sofrendo transformações, e multiplicando-se. Depois, rompe a

célula que estava alojado e vai para a circulação sanguínea

Barbeiro realiza o repasto sanguíneo e defeca, liberandoo protozoário, que entra na ferida deixada pela picada no indivíduo

Barbeiro se alimenta de sangue e ingere os protozoários

TRANSMISSÃO PELA PICADA DO INSETO BARBEIRO

A transmissão geralmente ocorre pela picada de um inseto, conhecido popularmente no Brasil como “barbeiro” (triatomíneo). Durante ou logo após a picada, o inseto defeca sobre a pele, eliminando o Trypanosoma cruzi , de modo que, quando a pessoa coce ou passe a mão pela região, o microorganismo penetra no organismo através da ferida da picada. O ciclo de vida está exemplificando a seguir:

Mais recentemente, outras formas de transmissão foram relatadas, principalmente relacionadas com o consumo de alimentos. Primeiramente, foi descrita a transmissão por caldo de cana contaminado pelo Trypanosoma, seja pela maceração dos barbeiros no preparo do alimento ou pela contaminação destes pelas fezes de animais infectados. De maneira semelhante, a transmissão via açaí contaminado já foi relatada e recebe grande destaque, visto que, até mesmo após a filtração da polpa da fruta e armazenamento no congelador, o parasita se mantém viável e com capacidade de transmitir a doença. Acredita-se que na transmissão via oral ocorra a invasão ativa do parasita através do sistema digestivo.

TRANSMISSÃO VIA ORAL POR ALIMENTOS CONTAMINADOS

Fonte: Adaptado de CDC

Figura 3: Ciclo de transmissão da Doença de ChagasFonte: Adaptado de Gazeta do Povo

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Com o reconhecimento da via oral de transmissão, foram feitos diversos estudos, na tentativa de comprová-la e reproduzir experimentalmente o que ocorre. As primeiras demonstrações foram realizadas ainda na década de 30 e voltaram-se para a infecção de animais laboratoriais diretamente com o protozoário por via oral ou depositando fezes de barbeiros infectados na sua mucosa bucal. Desde então, estudos mais profundos foram conduzidos, visando descrever quais os alimentos com maior potencial de transmissão e como a mesma ocorre.

Na tentativa de entender melhor a prevalência da doença de Chagas, foi realizado um estudo descritivo de casos da doença, visando compreender sua distribuição no Brasil, entre 2003 e 2013. Para isso, foi utilizado o Sistema de Informação de Agravos e Notificação, que revelou que a maior incidência da doença está na região Norte. Esses casos sugerem ter como fonte principal de transmissão a via oral, isso é, a ingestão de frutos contaminados com o T. cruzi. Assim, fica claro que a via oral de transmissão da Doença de Chagas vem apresentando altos índices entre populações de áreas endêmicas e ocorre, principalmente, por material contaminado com barbeiros infectados ou suas fezes.

Esses surtos ocorrem sazonalmente, coincidindo com a colheita do açaí de agosto a novembro, o que sugere uma relação direta entre a ocorrência de casos da doença e o consumo do açaí manipulado indevidamente. Assim, diversos outros estudos foram conduzidos, comprovando a possibilidade de infecção chagásica pelo açaí, e que o protozoário é capaz de sobreviver na polpa submetida a diversos tratamentos térmicos e por diferentes períodos de incubação, mantendo sua virulência, isso é, sua capacidade de se multiplicar e desencadear doença (SOUZA-LIMA, 2013)

AÇAÍ X CHAGAS

Figura 4: Surtos de casos de Doença de Chagas entre os anos de 2005 e 2008Fonte: SVS/MS

Acompanhando os casos de Doença de Chagas acontecidos na Região Norte, podemos ver que a maioria deles acontecem no formato de surto, isso é, em um grupo de pessoas de um mesmo local que ingeriram um mesmo alimento e adoeceram. O açaí é o alimento associado ao maior número de surtos ocorridos, tanto pela contaminação por dejetos de animais hospedeiros ou de barbeiros infectados. No gráfico ao lado temos a demonstração desses surtos, que representam a maior parte do número de casos de Chagas.

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Desta maneira, pode-se perceber a necessidade de estudos mais profundos dessa relação açaí x chagas, dada a grande suspeita de que o açaí é o principal veículo da transmissão oral da doença.

A indicação de que o tratamento prévio do açaí pode ser um fator protetivo, é um achado de grande importância para a saúde pública.

AÇAÍ X CHAGAS

Devido a grande relação da doença consumo de açaí, um estudo epidemiológico foi realizado para verificar se existe transmissão oral da doença de Chagas pelo consumo de açaí, após haverem relatos de 178 casos agudos no estado do Pará (NÓBREGA, 2009)

¨Transmissão oral da Doença de Chagas pelo consumo de açaí no Brasil¨

RESULTADOS APRESENTADOS:

Os resultados indicam uma possível relação do consumo de açaí com a presença da doença de Chagas, uma vez que a maioria das pessoas expostas ao açaí adquiriram a doença. Além disso, é possível extrair da tabela a informação de que a maioria dos pacientes que consumiram açaí refrigerado não ficaram doentes, indicando que um tratamento prévio do açaí pode ser fator protetivo para o indivíduo.

Por fim, os autores do estudo apresentaram relação entre o surto de doença de Chagas com o consumo do açaí que ocorreu no Pará, porém dada a limitação dos estudos não é possível de fato atribuir as implicações epidemiológicas desse alimento.

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E AGORA? O QUE FAZER?

A higienização e processamento correto dos frutos do açaí é o método mais importante no que se diz respeito à prevenção, sendo necessária a lavagem e a pasteurização, que é´um processo utilizado em alimentos para destruir microorganismos que causam doenças.

Assim, desde o início dos anos 2000, os Ministérios da Saúde, da Agricultura e do Abastecimento vem publicando leis e documentos que dispõe sobre o regulamento técnico para padronizar a qualidade da polpa do açaí, de modo que esta seja própria para o consumo. Ainda, a ANVISA criou um plano de ação para o controle higiênico-sanitário do açaí, que incluem o incentivo e financiamento de produção científica, inclusão do fruto no programa de monitoramento de alimentos e desenvolvimento de análise de risco. Assim, visa-se as Boas Práticas de Fabricação de produtos com o açaí, de modo que se evite a ocorrência de novos surtos e minimize-se o risco sanitário.

AÇAÍ X CHAGAS

Pré-lavagem dos frutos, para tirar eventuais

sujidades que sobraram

Desinfecção dos frutos com água clorada e

enxágue

Branqueamento e Amolecimento, por

pasteurização

Adição de água e formação da polpa do

açaí

Armazenamento em freezer, até

comercialização, para manter a qualidade

1 2 3

4 5 6

Seleção e Peneiramento, para retirar sujeiras e o

próprio barbeiro

Fonte: Adaptado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Congelar o açaí previne a doença

O Trypanosoma cruzi foi descoberto em 1909, no Brasil, pelo pesquisador Carlos Chagas

VERDADE! Carlos Chagas foi um pesquisador cuja missão era combater a malária entre os trabalhadores do Norte do Brasil. Porém, durante sua pesquisa

teve contato com um inseto que proliferava nas frestas das casas de pau-a-pique e era conhecido como barbeiro, uma vez que picava o rosto dos indivíduos durante a noite. Ao examinar esses insetos, chagas encontrou um

novo protozoário, o Trypanossoma cruzi.

MENTIRA… Estudos já comprovaram que o protozoário consegue sobreviver ao resfriamento o congelamento. A única maneira comprovada para prevenir a transmissão é o aquecimento da polpa do açaí a 43ºC durante 20 minutos.

MITOS E VERDADES

MENTIRA… Quase 90% dos infectados passam a vida toda sem saber que têm a doença, pois a maioria dos casos são assintomáticos.

É fácil diagnosticar a Doença de Chagas, uma vez que os indivíduos sempre apresentam os sintomas

Existe vacina contra a Doença de Chagas

MENTIRA… Infelizmente, ainda não existe uma vacina para a Doença de Chagas. Entretanto, a Fiocruz e o Centro Interdisciplinar de Terapia Gênica da

Universidade Federal de São Paulo estão desenvolvendo uma vacina com antígenos de T. cruzi, que já está na fase de testes em modelos animais.

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SINTOMAS

Caso haja consumo por açaí, fique atento ao aparecimento dos seguintes sintomas:

PRIMEIROS 3 MESES

O aparecimento das primeiras manifestações clínicas se dá entre uma e três semanas, de acordo com a forma de transmissão,e pode permanecer até 3 meses.

Na FASE AGUDA da doença há febre persistente e não muito elevada, acompanhada de mal-estar. Ainda, pode-se observar o Sinal de Romanã (edema

inflamatório da pálpebra) e aumento de órgãos, como o fígado e baço, que podem desaparecer espontaneamente evoluindo para fase crônica ou curar após o

tratamento adequado.

INSUFICIENCIA CARDÍACA

MEGAESÔFAGO

A LONGO PRAZO

OU

ASSINTÓMÁTICA

ASSINTÓMÁTICA

OU

MEGACÓLON

Em muitos casos, pode levar a MORTE, portanto é necessário, logo após a suspeita, ir ao médico para realização do tratamento adequado

Fonte: AGÊNCIA FIOCRUZ DE NOTÍCIAS

A FASE CRÔNICA da doença no geral tem início assintomático, evoluindo para comprometimento do coração e do trato digestivo.

Fonte: Fiocruz

Fonte: REY, Parasitologia 2ª Edição

FEBREFonte: OPAS

SINAL DE ROMANÃHEPATOESPLENOMEGALIAFonte: Natural Health News

MAL-ESTAR

Fonte: UOL

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A Doença de Chagas é um dos mais importantes problemas de saúde pública em diversos países da América Latina, representando custos altíssimos para o sistema público de saúde. A DOENÇA TEM CURA?

A Doença de Chagas não tem cura e nem vacina, existindo somente dois medicamentos disponíveis, que são bastante tóxicos: o nifurtimox e o benznidazol. Para planejar o tratamento que estaria disponível no sistema de saúde público do Brasil, foi conduzido um estudo de prevalência da Doença de Chagas, por meio da triagem de 2000 estudantes de área rural do Centro Oeste brasileiro. Assim, foi detectada uma prevalência de 7,9%. A partir de então, uma parcela dos indivíduos acometidos pela doença foram selecionados para participar de um ensaio clínico que avaliou a eficácia do benzonidazol como tratamento específico. Assim, atualmente, no Brasil, apenas este está disponível.

COMO TRATAR?Após o diagnóstico, o tratamento é feito com um medicamento chamado benznidazol em

caso de pessoas que apresentam a doença aguda. Para aqueles que apresentam a forma crônica da doença, esse medicamento só pode ser utilizado caso o paciente não apresente sintomas e possua exames sem alterações, devendo ser avaliado cada caso. Em situações de intolerância ou em que o indivíduo não responda ao tratamento com o benzonidazol, especialmente casos agudos ou reativação da doença em pacientes imunossuprimidos, o nifurtimox é disponibilizado pelo Ministério da Saúde como alternativa.

É POSSÍVEL OBTER O MEDICAMENTO GRATUITAMENTE?O benznidazol é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, sendo necessário

realizar solicitação às Secretarias Estaduais de Saúde. Como faz parte do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica, devem ser adquiridos pela União e repassados aos Estados e Municípios de acordo com a previsão de consumo. A partir de então, a distribuição para a população é de responsabilidade dos próprios Estados e Municípios.

COMO FUNCIONA O BENZNIDAZOL?O benznidazol é um fármaco que atua na

inibição da síntese de proteínas e de DNA das células do Trypanosoma cruzi. É uma molécula capaz de atuar nos parasitas intracelulares e circulantes.

TRATAMENTO

Fonte: Adaptado pelo autor

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PREVENÇÃO

A principal forma de prevenção da doença é evitar o contato com o inseto Barbeiro e evitar a formação de suas colônias.

Utilização de inseticidas por uma equipe técnica habilitada1

Utilização de telas ou mosquiteiros em aberturas e frestas, dificultando acesso do mosquito às residências2

Utilização de meios de proteção individual, como mangas compridas, repelentes, entre outros, durantes atividades noturnas3

Intensificar ações da vigilância sanitária, higienização e inspeções em locais com risco de contaminação em processamentos4

Caso eu me depare com o triatomíneo, o que fazer?

Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doença de chagas.

Portanto, é preciso tomar alguns cuidados

o,Evitar contato com o inseto, não esmagar, triturar ou apertar.

Manter as mãos protegidas com luvas ou saco plásticos

Acondicionar o inseto em recipientes fechados, para evitar fuga e preferencialmente vivos

Identificar a embalagem o local onde ele foi encontrado e encaminhar para um Posto de Informação de Triatomíneos (PIT)

ou à Secretaria Municipal da Saúde

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AGÊNCIA FIOCRUZ DE NOTÍCIAS. Doença de chagas. Disponível em: <https://agencia.fiocruz.br/doen%c3%a7a-de-chagas>. Acesso em: 22 jun. 2018.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS