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1 7Wi UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) Marisa de Almeida Pinto dos Santos ORIENTADORA: Profª Geni Lima Rio de Janeiro 2011

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7Wi

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO

E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Marisa de Almeida Pinto dos Santos

ORIENTADORA: Profª Geni Lima

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia.

Rio de Janeiro 2011

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO

E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Marisa de Almeida Pinto dos Santos

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AGRADECIMENTOS

A elaboração deste trabalho não seria possível sem a colaboração da professora Magaly Vasques pelo incentivo, estímulo e auxílio sobre o tema. A minha família, mãe, filho, marido em gratidão pela paciência e amor.

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RESUMO

O presente estudo visa analisar as questões fundamentais sobre o

TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Observa-se

pressupostos teóricos, assim como críticas quanto a sua utilização de

determinadas condutas no trato dessas crianças. Inicialmente traz um estudo

sobre as dificuldades de aprendizagem, o que são, e quais as suas possíveis

causas, aborda-se algumas teorias sobre o tema. O comportamento da família

frente as dificuldades dos filhos, como deve proceder e os educadores

utilizando na sua prática educacional seu dia a dia com os portadores do

TDAH.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a construção desse trabalho foi

realizada através de pesquisa bibliográfica, estudo de caso, intervenções

clínicas e psicopedagógicas aplicadas através de testes específicos que lidem

com o problema.

Estudos epistemológicos realizados em diversos países aprovam

que existe TDAH em culturas diferentes e em estilo de educação dos pais

gerando conflitos psicológicos.

Segundo diversas questões e a Associação Brasileira de Déficit de

Atenção (ABDA) (www.tdah.org.br) e revistas especializadas científicas

fundamentam as questões pertinentes do TDAH e é enfocada a metodologia a

ser empregada na escola com o portador de TDAH.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I

O que é Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? 10

CAPÍTULO II

Histórico sobre o TDAH 17

CAPÍTULO III

O Papel da Escola 42

CONCLUSÃO 52

BIBLIOGRAFIA 54 ÍNDICE 55

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é demonstrar ou analisar a leitura do tema

procurando compreender o assunto para poder aplicá-lo na prática

educacional. A criança portadora de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade) serão expostas às intervenções que possam ser usadas para

tratar o problema. A integração de informações de fontes múltiplas, por

exemplo, pais, professores, outros cuidadores e profissionais. Uso de maneiras

múltiplas de coletar tais informações através de entrevistas semi-estruturadas,

pesquisas de atividades importantes na vida da criança e a integração com a

família, amigos, escola, comunidade entre outros.

As questões fundamentais envolvidas são:

• Obter o histórico desses problemas;

• Determinar os domínios do comportamento;

• Esclarecer as possíveis co-morbidades;

• Documentar a adaptação psicológica e a motivação para

mudar; e

• Avaliar as potencialidades e as fraquezas da criança e da

família e os rumos da comunidade.

Proporcionar informações aos educadores que tenham um aluno

TDAH. As intervenções necessárias serão: acadêmicas e comportamentais.

O mais conhecido dos transtornos comportamentais é o TDAH, que

afeta 5% das crianças em idade escolar. Inclui-se nesta categoria o Transtorno

Desafiador Opositor (TODO) e o Transtorno de Conduta (TC). Esses três

transtornos são vistos e distribuídos em um espectro. É um transtorno comum

na infância e na adolescência, porém acompanha o sujeito toda a vida, ele não

é um Transtorno de Aprendizagem, mas os sintomas são: desatenção,

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impulsividade e apresentam co-morbidades tais como: transtorno de conduta,

transtorno opositor desafiador, depressão, ansiedade, sendo que tais fatores

interferem no bom andamento da disciplina, e a inclusão desses alunos nas

escolas tem trazido muitos questionamentos, tenta-se a inclusão dos mesmos,

embora os professores e a escola desconheçam o assunto, sendo uma tarefa

árdua em uma classe numerosa e diversificada, compreender a falta de

atenção e a hiperatividade são eternos companheiros como causa da

dificuldade de aprendizagem.

Identificou-se, em recentes amostragens, crianças ou adultos

predominantemente desatentos – sendo que o transtorno pode ser do tipo

hiperativo-impulsivo que é o mais clássico ou do tipo combinado, aplicando-se

a um sub-conjunto de crianças desatentas que manifestam tempo cognitivo

lento e passividade social.

Haverá a tentativa de observar que o fator social contribui para uma

melhor integração desse comportamento inadequado.

Será esboçado as características do TDAH, procurando diagnosticar

sintomas, causas e informar as pessoas mais próximas do paciente que no

TDAH existe o comprometimento na vida da criança e essa área pode ser a

social. Além disso, evidências de relacionamentos sociais comprometidos

podem levar a revelações importantes para o tratamento, como assistência

escolar individual em treinamento, em relacionamentos ou com um grupo de

apoio de amigos.

O indivíduo portador de TDAH é inteligente, criativo e intuitivo, mas

não consegue realizar todo seu potencial, em função do transtorno, devido as

seguintes características: desatenção, impulsividade, a hiperatividade ou

devido a falta de atenção a detalhes, faz várias coisas simultaneamente, é

desorganizado tanto internamente: pensamento e idéias ao mesmo tempo e

externamente, revela-se desorganizado através de mesas, gavetas, papéis,

prazos e horários.

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Atrás de estudos e relatos evidencia-se que o fator social contribui a

uma melhor integração social e que um bom relacionamento social, melhora a

adequação dos comportamentos inadequados do portador de TDAH.

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CAPÍTULO I

O QUE É TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE (TDAH)?

O TDAH é um transtorno neurobiológico, com forte influência

genética, que se inicia na infância e pode persistir até a vida adulta em

algumas pessoas. O TDAH é caracterizado por graus variáveis de desatenção,

hiperatividade e impulsividade.

O diagnóstico de TDAH é feito do mesmo modo que vários outros

diagnósticos em medicina, como o do diabetes e o da hipertensão arterial. Não

se trata de “ter” ou “não ter” (como a hepatite, por exemplo), mas, sim, “de

quanto” você tem. Todas as pessoas têm açúcar no sangue, umas mais, outras

menos, mas algumas têm muito mais que o todo o restante da população,

dizemos; então, que essas pessoas têm diabetes. O mesmo vale para a

pressão arterial: todos têm um determinado nível de pressão, mas algumas

pessoas sofrem de hipertensão. Do mesmo modo, toda criança é um tanto

inquieta, impulsiva e desatenta, mas algumas têm um grau muito mais elevado

que o observado em outras crianças da mesma idade; dizemos, então, que

elas são portadoras de TDAH.

1.1. O diagnóstico de TDAH é uma coisa “nova”?

Não. A primeira descrição publicada em uma revista científica

ocorreu no início do século XX (1902); foi feita por um pediatra inglês chamado

George Still, ao publicar, em uma das maiores revistas científicas da época

(existente até hoje), casos clínicos de crianças com hiperatividade e outras

alterações de comportamento, as quais não eram secundárias a problemas na

educação que tinham recebido ou no ambiente.

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1.2. E por que algumas pessoas dizem que o TDAH é um

transtorno “da moda”?

Historicamente, um aumento de diagnóstico de qualquer transtorno

costuma vir acompanhado de críticas e questionamentos acerca de uma

possível doença “da moda”. Esse fenômeno já aconteceu com a depressão,

com o autismo, e com o TDAH não tem sido diferente.

O TDAH é um transtorno amplamente investigado no âmbito

científico em diferentes partes do mundo, por vários grupos diferentes de

pesquisadores, sendo oficialmente reconhecido na Classificação Estatística

Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) da

Organização Mundial da Saúde. O aumento do número de diagnósticos do

transtorno parece estar mais associado a uma maior difusão do conhecimento

que a um “modismo”, como alegam alguns.

1.3. Que problemas o TDAH pode causar?

O TDAH pode estar associado a conseqüências negativas em

diferentes áreas. No caso de crianças, as principais queixas costumam ser de

mau desempenho acadêmico ou de mau comportamento, principalmente na

escola, pelo fato de este ser um ambiente no qual a criança tem de seguir

regras e ficar prestando atenção, por um tempo prolongado, muitas vezes a

atividades que são monótonas ou menos prazerosas. A criança com TDAH

também pode apresentar dificuldades de relacionamento social com seus

colegas.

Os problemas no adulto podem ser mais variados que em crianças.

Portadores de TDAH adultos podem ter menos anos de estudo completados,

são mais suscetíveis a sofrer acidentes em geral, têm maiores taxas de

desemprego e divórcio, têm maior incidência de uso de drogas, de depressão,

de ansiedade, entre outros.

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1.4. Por que muitas pessoas não acreditam na existência do

TDAH?

Possivelmente, existem razões variadas para a descrença na

existência do TDAH. Uma possível explicação reside no fato de alguns

profissionais ainda se basearem em opiniões e crenças pessoais, em

detrimento do conhecimento com base em pesquisas científicas,

continuamente atualizado e modificado à medida que novas pesquisas vão

sendo publicadas em revistas especializadas. É provável que a descrença no

transtorno – que é oficialmente reconhecido – deva-se À desinformação acerca

do TDAH, algo que atinge não somente leigos, mas também profissionais da

saúde (incluindo médicos e psicólogos), conforme demonstrado em uma

pesquisa realizada recentemente em nosso país.

1.5. Todos os portadores de TDAH comportam-se de forma

parecida?

Embora o diagnóstico de TDAH esteja baseado em critérios bem

estudados e definidos, a manifestação e o comprometimento secundários a ele

poderão variar de acordo com diversos fatores, como estilo de vida, classe

socioeconômica, inteligência, estrutura familiar, interesses, presença de outros

problemas (por exemplo, alcoolismo, problemas de personalidade etc.). A

atividade profissional também pode influenciar: o TDAH pode ter pouca ou

nenhuma influência nas atividades profissionais de um nadador, porém pode

prejudicar significativamente o desempenho profissional de um trabalhador da

área de Contabilidade ou Direito, por exemplo.

Além disso, o TDAH pode se apresentar em subtipos diferentes, de

acordo com os sintomas que predominam (desatenção ou hiperatividade-

impulsividade). Existem portadores que se caracterizam mais pelos sintomas

de desatenção, ao passo que outros podem ter mais evidenciados sintomas de

hiperatividade-impulsividade, ou mesmo ter muitos sintomas combinados de

desatenção e de hiperatividade-impulsividade.

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1.6. Como é a desatenção do TDAH?

A desatenção pode se manifestar de diferentes formas. No caso do

TDAH, ocorre principalmente por dificuldades de manter a concentração em

tarefas longas, como leitura e estudo. É o que acontece, por exemplo, quando

o portador de TDAH começa a ler, mas acaba perdendo o foco depois de

poucas páginas lidas, terminando por pensar em coisas que não guardam

relação com o que estava sendo lido. Também é comum observar erros pela

dificuldade em prestar atenção a pequenos detalhes, errando “por descuido”

questões às quais saberia responder em provas na escola, por exemplo. A

desatenção pode ocorrer até mesmo durante conversas, quando o interlocutor

fica com a nítida impressão de que o portador de TDAH não está ouvindo o que

está sendo dito.

A desatenção interfere negativamente na memória, pois é

necessário prestar atenção ao que se vai memorizar. É muito comum os

portadores de TDAH queixarem-se de dificuldades de memorização.

1.7. Como se manifestam a hiperatividade e a impulsividade em

adultos?

Adultos não apresentam hiperatividade motora do mesmo modo

como é descrita em crianças, obviamente. Os adultos, em geral, têm um

excesso de atividades e/ou trabalhos, sendo comum que o portador de TDAH

seja considerado um workaholic, sujeito que “nunca para quieto” e “está

sempre fazendo alguma coisa” ou “procurando algo para fazer”.

A impulsividade, por sua vez, manifesta-se em decisões importantes,

sem que haja uma avaliação adequada das conseqüências ou das alternativas;

ela também pode se manifestar quando na direção de veículos, na interrupção

abrupta de uma conversa ou na dificuldade de esperar em filas.

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1.8. Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de TDAH é feito de forma clínica, com base em

entrevista bem detalhada, que deve ser realizada por um profissional treinado.

A entrevista deve se basear em critérios diagnósticos bem definidos, que são

estabelecidos pela Associação Psiquiátrica Americana e pela Organização

Mundial da Saúde.

À semelhança do que ocorre com o diagnóstico de transtornos

amplamente reconhecidos, como o autismo, o transtorno de pânico, o

transtorno obsessivo-compulsivo, a depressão etc., não existem exames

complementares )laboratoriais de sangue, eletroencefalograma, ressonância

nuclear magnética etc.) que sejam úteis para o diagnóstico de TDAH.

1.9. É possível ser agitado ou desatento e, mesmo assim, não

ser portador de TDAH?

Nem todos os casos de desatenção e/ou hiperatividade-

impulsividade são secundários à presença de TDAH. Outros problemas podem

apresentar esses sintomas, por exemplo, epilepsia, níveis elevados de

ansiedade e depressão. Os transtornos da aprendizagem (como de leitura ou

dislexia) também podem apresentar características semelhantes, sem que

haja, no entanto, um diagnóstico de TDAH. Em todos esses casos, é

necessário que haja uma investigação cautelosa.

1.10. O TDAH não é um transtorno apenas de crianças?

O TDAH também pode ocorrer em adultos. Até recentemente,

acreditava-se que os sintomas desapareciam com a chegada da idade adulta;

no entanto, vários estudos, em diferentes países, demonstraram que os

sintomas do transtorno permanecem durante a vida adulta em mais da metade

dos casos. O TDAH é freqüentemente subdiagnosticado em adultos, pois ainda

não é um diagnóstico amplamente difundido.

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1.11. O TDAH pode começar na vida adulta?

Não. O TDAH é um transtorno que tem início durante a infância.

Alguns portadores só são diagnosticados na vida adulta, mas, quando são

entrevistados, revelam que os sintomas já existiam durante a infância e a

adolescência.

Em alguns casos, portadores de TDAH atravessaram toda a infância

e a adolescência com dificuldades que conseguiram contornar com esforço,

mas, à medida que foram crescendo, as necessidades de maior organização,

planejamento e flexibilidade inerentes à vida adulta fizeram com que as

mesmas dificuldades de antes não fossem tão facilmente controladas e, assim,

passaram a ter mais problemas em suas vidas acadêmicas, profissional ou

social.

Essa seria a mesma explicação para portadores que julgam que “o

TDAH aumentou”. Na verdade, os mesmos sintomas de antes agora causam

mais dificuldades por causa do aumento das demandas da vida cotidiana. Em

certos casos, o surgimento de quadros de depressão e ansiedade pode dar a

impressão de que “o TDAH piorou”, porque sintomas depressivos e ansiosos

prejudicam ainda mais a atenção.

1.12. O tratamento do TDAH é semelhante em crianças,

adolescentes e adultos?

O tratamento farmacológico emprega os mesmos medicamentos em

diferentes fases da vida, sendo a dosagem calculada de acordo com o peso do

indivíduo e, portanto, a idade. Os medicamentos de primeira escolha para o

tratamento do TDAH são os psicoestimulantes, sendo o mais conhecido e

estudado, o metifenidato.

O tipo de tratamento psicoterápico – indicado em alguns casos,

porém não necessariamente em todos – também é similar, havendo diferenças

no foco da terapia, uma vez que as demandas variam de acordo com a idade.

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1.13. O tratamento com medicamentos é eficaz? É seguro?

Na grande maioria dos casos, os psicoestimulantes reduzem, de

modo muito significativo, os sintomas de desatenção, hiperatividade e

impulsividade; apenas um pequeno número de indivíduos não apresenta

resposta satisfatória. Caso existam outros problemas associados (como

ansiedade, depressão, uso de álcool ou drogas etc.), eles devem ser tratados,

sob o risco de o tratamento para os sintomas de TDAH não apresentar o

resultado esperado. Os psicoestimulantes são considerados seguros, sendo

utilizados há mais de meio século em quase todo o mundo. Todo tratamento,

entretanto, deve ser acompanhado por um médico, que poderá avaliar

eventuais contraindicações ou efeitos colaterais.

1.14. Por quanto tempo deve ser mantido o tratamento com

medicamentos?

O tempo de tratamento varia de acordo com cada caso. Em geral,

quando se decide pelo início de um tratamento medicamentoso, ele não será

interrompido dentro de pouco tempo, devendo ser mantido durante alguns

anos, pelo menos. O médico poderá avaliar a necessidade de manutenção de

medicamento combinando previamente com o paciente e seus familiares sua

interrupção e avaliando o resultado em seguida. Alguns portadores de TDAH

podem não precisar do medicamento nos fins de semana ou durante as férias;

outros precisam tomá-lo continuamente.

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CAPÍTULO II

HISTÓRICO SOBRE O TDAH

Estudada detalhadamente desde o século retrasado, bem sofrendo

várias alterações de nomenclatura. Em 1902, George Still descreveu com

detalhes vários casos de crianças com TDAH. Em 1934, Engene Kahn e Louis

Cohen, estudando a encefalite letárgica que ocorrera em 1917/1918 e que

deixara nas pessoas atingidas seqüelas como hiperatividade, impulsividade e

habilidade emocional, suspeitaram da existência de uma lesão neurológica

que, a partir de 1960, foi denominada de Lesão Cerebral Mínima, a famosa

DCM.

Na década de 70, os termos mais utilizados sofram Síndrome

Hipercinética e Hiperatividade. Em 1987, o distúrbio recebeu o nome de

Distúrbio de Déficit Atenção/Hiperatividade (DDA/H) pelo Manual Diagnóstico e

Estatístico das Doenças Mentais (DSM-III).

Atualmente, a Classificação Internacional das doenças (CID-10)

denomina o distúrbio de Transtorno Hipercinético. O Manual Diagnóstico e

Estatístico das Doenças Mentais (DSM IV) denomina o distúrbio de Transtorno

de Déficit de Atenção/Hiperatividade Impulsividade (TDAH/I).

A causa do transtorno não é totalmente conhecida até o momento,

existindo várias teorias para seu aparecimento, tais como: predisposição

genética, comprometimento do lobo frontal e anormalidades nos gânglios da

base, sugerindo a hipótese de uma disfunção fronto-estriata.

As pesquisas mais recentes apontam para disfunções em

neurotransmissores dopaminérgicos e noradrenérgicos, que atuam na região

cortical do lobo frontal do cérebro, justamente uma região relacionada à

inibição de comportamentos inadequados, à capacidade de prestar atenção, ao

autocontrole e ao planejamento.

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Estudos em gêmeos idênticos adotados por duas famílias diferentes

têm apontado para os genes como causa do TDAH.

Algumas das crianças portadoras desta doença foram bebês que

apresentaram distúrbio do sono e irritabilidade sem causa definida.

Atualmente, muito se tem falado a respeito do uso de diagnósticos

psiquiátricos para justificar problemas de aprendizado, de comportamento, ou

até mesmo dificuldade dos pais em educar seus filhos. O diagnóstico de

transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um bom exemplo.

Muito presente na mídia, esse quadro reúne tanto admiradores como ferrenhos

opositores. Outro tópico bastante polêmico é o uso de medicações em crianças

e adolescentes. Tem-se questionado os efeitos colaterais das medicações não

seriam mais prejudiciais que os próprios sintomas; se existe ou não risco de os

pacientes ficarem “dependentes”; ou se as medicações poderiam causar

mudanças ou danos permanentes ao cérebro. Em relação ao TDAH, diz-se até

que a medicação mais comumente usada no seu tratamento, o metilfenidato,

faria com que essas crianças ficassem “boazinhas”, “obedientes”, pois na

verdade “retira a espontaneidade ou a criatividade delas”.

Todas essas informações na mídia tornaram os sintomas de TDAH

mais conhecidos entre a população em geral e impulsionaram o surgimento de

associações de pacientes, tais como a Associação Brasileira de Déficit de

Atenção (ABDA).

Apesar dos muitos ganhos trazidos por essas iniciativas, ainda

existem muitas dúvidas e mitos sobre o TDAH. O desconhecimento ainda

persiste entre médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos,

pedagogos, familiares e os próprios portadores do TDAH.

Entre os educadores, esse desconhecimento aumenta as sensações

de impotência e frustração, pois o TDAH afeta não apenas o comportamento,

mas também o processo de aprendizado de seus portadores. Grande parte da

literatura aborda apenas os aspectos comportamentais do TDAH. Sabe-se que

os comportamentos hiperativos, disruptivos e impulsivos interferem não apenas

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no dia a dia do professor e do aluno, mas em toda a escola. Talvez por isso

esses comportamentos acabem recebendo mais atenção dos profissionais.

Entretanto, é importante ressaltar que alterações no funcionamento cognitivo,

com conseqüências principalmente nas funções executivas, na linguagem

(receptiva e expressiva) e nas habilidades motoras, fazem parte do quadro e

devem ser estudadas. Esses comprometimentos afetam a capacidade de

aprendizagem e o desempenho escolar.

Ou seja, lidar com os sintomas de TDAH e suas conseqüências não

é um problema apenas dos portadores e/ou familiares. Os professores têm

importante papel e real responsabilidade na melhora do processo de

aprendizado. Portanto, mesmo que quisessem, não poderiam ser excluídos do

tratamento do TDAH.

2.1. Existe mesmo TDAH?

Possivelmente já deparou-se com crianças que não conseguem

parar quietas, estão o tempo todo “aprontando”, “a mil”, como se estivessem

“ligadas na tomada”. Muitas vezes essas crianças parecem não ouvir quando

são chamadas, e quando “ouvem”, parecem ter muita dificuldade em se

organizar para fazer o que lhes é pedido. Freqüentemente têm dificuldade em

aguardar sua vez nas atividades, interrompem os outros, mudam de assunto de

forma recorrente e agem impulsivamente, chegando a apresentar

comportamentos agressivos. Na escola, essas crianças apresentam, muitas

vezes, dificuldades no aprendizado, assim como no relacionamento com seus

colegas, levando tanto a repetências quanto à evasão escolar, a expulsões e a

sentimentos de menos valia e baixa auto-estima.

Em geral, a primeira reação é pensar que são crianças mal-

educadas, com pais ausentes e com dificuldade para “impor limites”. É possível

que essa primeira impressão esteja correta. Entretanto, também é possível que

elas apresentem algum problema médico, entre eles o TDAH.

O TDAH é um transtorno neuropsiquiátrico freqüente, que acomete

crianças, adolescentes e adultos, independentemente do país de origem, nível

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socioeconômico, etnia ou religião. Atualmente não existem, no meio científico,

dúvidas sobre a gravidade e a amplitude das conseqüências do TDAH na vida

dos portadores e de seus familiares. Para evitá-las, é preciso reunir esforços

em diversas áreas para reduzir o tempo entre o início dos sintomas e a

realização do diagnóstico correto, garantindo que todos os pacientes tenham

acesso a um tratamento adequado para os sintomas de TDAH e possíveis

comprometimentos associados. Apesar dessas certezas no meio acadêmico e

científico, alguns setores da sociedade e profissionais, das áreas de educação

e saúde ainda questionam a existência do TDAH.

Como saber se um diagnóstico não é “invenção” dos médicos ou

apenas conseqüência da correria da vida moderna ou da quantidade de

estímulos oferecidos às pessoas em um mundo globalizado? Uma forma de

tentar responder a essa pergunta é saber qual a freqüência do problema em

vários países, com culturas diferentes. Para isso, é preciso realizar estudos na

população geral, chamados de epidemiológicos. Outra maneira é pesquisar os

primeiros relatos desse diagnóstico e qual a sua evolução ao longo do tempo.

2.2. TDAH ao longo do tempo

As primeiras descrições de crianças que apresentavam quadros

semelhantes ao que se descreve atualmente como TDAH surgiram na literatura

infantil alemã em meados do século XIX. Traduzidos para o português e

publicados no Brasil, na década de 1950, com os nomes de João Felpudo e

Juca e Chico, os livros descreviam crianças miuto “danadas”, com grande

dificuldade para seguir as regras propostas pelos pais. Em 1917, um médico

chamado Von Economo fez a primeira descrição clínica dessa patologia.

Segundo ele:

Temos nos deparado com uma série de casos nas instituições psiquiátricas que não fecham com nenhum diagnóstico conhecido. Apesar disso, eles apresentam similaridades quanto ao tipo de início do quadro e à sintomatologia que nos força a agrupá-los em uma nova categoria diagnóstica... Essas crianças parecem ter perdido a inibição, tornam-se inoportunas, impertinentes e desrespeitosas. São cheias de espertezas, muito falantes...

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Ao longo do tempo, o TDAH recebeu várias denominações, como

lesão cerebral mínima, síndrome hipercinética e disfunção cerebral mínima. Os

critérios utilizados para o diagnóstico de TDAH também têm variado bastante.

Essas diferenças nos nomes e nos critérios diagnósticos podem confundir as

pessoas. Por outro lado, na maioria das vezes os nomes mudaram para

acompanhar os resultados das pesquisas e, dessa forma, refletir o maior

conhecimento sobre o TDAH. Por exemplo, o termo “lesão cerebral mínima” foi

utilizado no período em que se acreditava que seus portadores teriam uma

lesão no cérebro, o que, apesar de causar problemas graves no

comportamento do paciente, era “mínima”o suficiente para não ser detectada

em exames radiológicos e menos grave que problemas neurológicos como

tumores cerebrais. Atualmente, sabe-se que o TDAH não é conseqüência de

nenhuma lesão no cérebro.

2.3. Epidemiologia do TDAH

Estudos epidemiológicos realizados em diversos países, com

características culturais muito diversas, revelaram que o TDAH existe em todas

as culturas. Esses estudos comprovam que o TDAH não é secundário a fatores

ambientais, como o estilo de educação dos pais (a famosa “falta de limites”), ou

conseqüência de conflitos psicológicos.

Estudos epidemiológicos investigam quantos indivíduos têm um

diagnóstico específico em um determinado período de tempo. Esse número

total é chamado de “taxa de prevalência”, ou apenas “prevalência”. Essa taxa

permite compreender o quanto é comum, ou raro, um determinado diagnóstico

numa população. Em relação ao TDAH, estudos americanos apontaram

prevalências entre 2,5% e 8,0% (Rowland e cols, 2001).

Em 1999, um estudo brasileiro, usando uma amostra de escolares

de 12 a 14 anos, verificou taxa de prevalência de 5,8% nesses estudantes

(Rohde e cols., 1999).

Em 2007, foi publicado um dos estudos considerados mais

importantes sobre a prevalência de TDAH. Esse estudo avaliou os resultados

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de mais de 8 mil estudos em todo o mundo e conseguiu demonstrar que a

estimativa mais correta para a prevalência de TDAH seria de 5% da população

infantil mundial (Polanczyck e cols., 2007). Para explicar melhor a relevância

desses achados, imagine uma classe de 40 alunos. Considerando uma taxa de

5%, a estimativa é que ao menos duas crianças da classe sejam portadoras de

TDAH.

Quando se avaliam as freqüências nas clínicas ou ambulatórios para

atendimento de saúde mental, constata-se que o TDAH é o transtorno mais

comumente encaminhado a serviços especializados em psiquiatria da infância

e da adolescência.

Apesar de ser mais freqüente na infância, existem evidências

crescentes de que o TDAH afeta pessoas de todas as idades e cerca de 60% a

80% das crianças com TDAH mantêm os sintomas na adolescência e na vida

adulta.

Também existem evidências científicas de que quando

diagnosticado, é importante dar início ao tratamento, tendo em vista que a

persistência dos sintomas pode causar graves comprometimentos do

aprendizado, da auto-estima e dos relacionamentos social e familiar.

2.4. Como diagnosticar o TDAH?

O diagnóstico do TDAH é clínico. Não existe, até o momento,

nenhum exame ou teste que possa sozinho dar seu diagnóstico, nem mesmo

os mais modernos como ressonância magnética funcional, PET, SPECT,

eletroencefalograma digital ou dosagem de substâncias no sangue ou em fios

de cabelo.

Para se elaborar um diagnóstico correto dessa condição, são

necessárias várias avaliações, muitas vezes com abordagem multidisciplinar. A

avaliação clínica com médico deve coletar informações não apenas da

observação da criança durante a consulta, mas também realizar entrevista com

os pais e/ou cuidadores dessa criança, solicitar informações da escola que a

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criança freqüenta sobre seu comportamento, sociabilidade e aprendizado, além

da utilização de escalas de avaliação da presença e gravidade dos sintomas.

Após reunir todas essas informações, o médico deve avaliar se o

paciente preenche os critérios diagnósticos para o TDAH. Esses critérios

diagnósticos estão descritos nos manuais de classificação (MCs), que

correspondem a uma lista de sintomas e sinais elaborada por um grupo de

pesquisadores especialistas no assunto e utilizada para homogeneizar a forma

de se avaliar se um indivíduo tem ou não uma determinada doença.

2.5. Manuais de classificação

O objetivo principal dos MCs é melhorar a comunicação entre os

pesquisadores e os clínicos. Mais especificamente, para pesquisadores, os

MCs permitem que eles compartilhem descobertas, aumentem a confiabilidade

e validação dos resultados de pesquisas e, assim, encorajem o aumento

gradual do conhecimento. Para os clínicos, os MCs ajudam a escolher o

tratamento mais adequado e possibilitam a avaliação dos benefícios das

intervenções terapêuticas. Sendo assim, os MCs devem apresentar definições

descritivas, com ênfase nos comportamentos apresentados pelos pacientes e

nos achados clínicos mais freqüentes, independentemente de se saber ou não

quais os fatores etiológicos envolvidos nos diversos diagnósticos.

Atualmente, os MCs mais utilizados são o Manual de Diagnóstico e

Estatística, da Associação Psiquiátrica Americana, que já está na sua quarta

versão, o DSM-IV e o Código Internacional de Doenças, da Organização

Mundial da Saúde, décima versão, o CID-10.

Apesar das enormes vantagens que o DSM-IV e a CID-10

proporcionaram, é preciso estar atento para que não sejam utilizados de forma

equivocada. Ou seja, os manuais nunca podem ser usados para estigmatizar

as pessoas. Da mesma forma, é importante lembrar que o diagnóstico é o

início do tratamento, não o seu fim. Levantou-se essa questão porque muitos

professores perguntam se ao dizerem o diagnóstico para alguém ou discutir

sobre ele com a família, não haverá o risco de se “rotular” o paciente.

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É interessante pensar que essa pergunta só é feita para

diagnósticos psiquiátricos. Para qualquer outra especialidade, quando vai ao

médico, todo paciente sempre quer saber o que tem. Por exemplo, caso uma

criança esteja com febre e tosse, os pais com certeza vão querer saber se seu

filho tem bronquite, pneumonia ou apenas um resfriado, antes de medicá-lo

com uma aspirina ou antibiótico.

Da mesma forma, em psiquiatria, também é extremamente

importante identificar e discutir com o paciente e seus familiares as hipóteses

diagnósticas antes de iniciar o tratamento. Se os profissionais (tanto da área de

saúde quanto de educação) não se sentirem à vontade para discutir um

diagnóstico específico, como vão exigir que uma criança com TDAH tenha os

mesmos direitos de outra com qualquer problema clínico como pneumonia ou

diabetes?

2.6. Lista de sintomas do TDAH de acordo com o DSM-IV

1) Ou a presença de seis (ou mais) sintomas de desatenção

persistiram pelo período mínimo de seis meses, em grau mal-

adaptativo e inconsciente com o nível de desenvolvimento ou a

presença de seis (ou mais) dos seguintes sintomas de

hiperatividade/impulsividade, por no mínimo seis meses, em um

grau mal-adaptativo e inconsciente com o desenvolvimento.

2) Alguns dos sintomas de desatenção ou

hiperatividade/impulsividade já estavam presentes antes dos 7

anos de idade.

3) Algum comprometimento causado pelos sintomas está presente

em dois ou mais contextos, por exemplo, na escola (ou trabalho e

em casa.

4) Deve haver claras evidências de comprometimento clinicamente

importante no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

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5) Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um

transtorno global do desenvolvimento, esquizofrenia ou outro

transtorno psicótico, nem são mais bem explicados por outro

transtorno mental, por exemplo, transtorno do humor, transtorno

de ansiedade, transtorno dissociativo ou transtorno de

personalidade.

Como se pôde observar, esses sintomas são comuns no dia a dia.

Várias pessoas, ao lerem esses critérios rapidamente, dizem logo que

apresentam vários deles e perguntam se têm TDAH. É importante ressaltar que

é bem possível que alguns desses sintomas estejam presentes em menor ou

maior intensidade em várias pessoas, sem causar grandes prejuízos em

nenhuma área específica da vida delas.

Entretanto, para o diagnóstico de TDAH, é necessário ter também

algumas outras características. Por exemplo, é provável que qualquer pessoa

fique desatenta ao assistir a uma aula sobre um assunto que nunca ouviu falar

ou tem dificuldade de entender. A pessoa com TDAH não consegue focar a

tenção mesmo quando está familiarizada com o assunto.

Existe apenas um diagnóstico de TDAH, com três formas de

apresentação, de acordo com os tipos de sintomas predominantes. Ou seja, a

pessoa pertencerá ao subtipo predominantemente desatento caso tenha ao

menos seis sintomas de desatenção; ao subtipo predominantemente

hiperativo/impulsivo caso tenha ao menos seis sintomas de

hiperatividade/impulsividade; e ao subtipo combinado caso apresente, no

mínimo, seis sintomas de desatenção e seis sintomas de

hiperatividade/impulsividade.

Portanto, quando uma pessoa preencher os critérios de desatenção

do DSM-IV, mesmo que seja tranqüila e não tenha os sintomas de

hiperatividade, não é correto dizer que tem distúrbio de déficit de atenção

(DDA) ou transtorno de déficit de atenção (TODA). O correto é afirma que tem

TDAH, subtipo predominantemente desatento.

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De acordo com o DSM-IV e a CID-10, os critérios diagnósticos são

os mesmos, independentemente da idade ou do sexo da pessoa. Quando os

sintomas continuam presentes até a idade adulta, o que é mais freqüente do

que se imaginava anteriormente, em geral se modificam ao longo do tempo.

Por exemplo, durante a adolescência, aumenta o risco de os

pacientes se envolverem em atividades de alto risco, como dirigir em alta

velocidade ou de forma imprudente. Quando não tratados, esses adolescentes

têm risco elevado para abuso e dependência química (de álcool e drogas),

além de dificuldade em atingir os objetivos e cumprir os compromissos.

Adultos com TDAH, caso não tenham sido tratados, relatam

sensação interna de inquietação e dificuldade para organizar as atividades

diárias e lembrar-se dos compromissos no prazo adequado.

SINTOMAS DE DESATENÇÃO EXEMPLOS DE SITUAÇÕES. NA ESCOLA, O ALUNO:

Não presta atenção a detalhes e/ou comete erros por omissão ou descuido.

• Faz atividade na página diferente da solicitada pelo professor;

• Ao fazer cálculos, não percebe o sinal indicativo das operações;

• Pula questões. Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.

• Durante o intervalo não consegue jogar dama ou xadrez com os colegas.

Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra (cabeça “no mundo da lua”).

• Está mais preocupado com a hora do recreio e situações de lazer;

• Desenha no caderno e não percebe que estão falando com ele.

Tem dificuldades em seguir instruções e/ou terminar tarefas.

• Não percebe que a consigna indica um determinado comando e executa-o de outra forma;

• Em perguntas seqüenciadas, em geral, responde apenas a uma.

Dificuldade para organizar tarefas e atividades. • Guarda os materiais fotocopiados em pastas trocadas;

• Na véspera da prova, resolve fazer uma pesquisa de outra matéria.

Demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental continuado.

• Inicia uma resposta, palavra ou frase deixando-a incompleta;

• Desiste da leitura de um texto ou tarefa só pelo seu tamanho.

Perde coisas necessárias para as tarefas e atividades.

• Leva gravuras para uma pesquisa em sala e deixa no transporte escolar;

• Perde freqüentemente o material. Distrai-se facilmente com estímulos que não têm nada a ver com o que está fazendo.

• Procura saber quem é o aniversariante da sala ao lado quando escuta o “parabéns”;

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• Envolve-se nas conversas paralelas dos colegas;

Apresenta esquecimento em atividades diárias.

• Esquece a mochila na escola com todo o seu material;

• Não traz as tarefas e trabalhos a serem entregues no dia.

SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE

EXEMPLOS DE SITUAÇÕES. NA ESCOLA, O ALUNO:

Irrequieto com as mãos e com os pés ou se remexe na cadeira

• Pega todos os objetos próximos a si; • Batuca na mesa durante a aula; • Escorrega e deita-se na cadeira inúmeras vezes.

Não consegue ficar sentado por muito tempo. • Solicita inúmeras vezes ir ao banheiro ou beber água muitas vezes;

• Tem sempre algo a buscar na mesa do colega.

Corre ou escala em demasia, ou tem sensação de inquietude (parece estar com o “bicho carpinteiro”).

• Refere que não consegue parar de pensar ou ficar parado.

Tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer.

• Não fala, grita; • No jogo, fala o tempo todo.

Está “a mil por hora”, ou age como se estivesse “a todo vapor”.

• Não anda, corre; • Esbarra freqüentemente nos objetos expostos pela sala.

Fala em demasia. • Ao contar sobre o fim de semana, agrega outras informações sem conseguir finalizar e deixar os demais falarem.

Dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completamente formuladas.

• Ao ser questionado sobre o que fez no fim de semana, responde o que terminou de fazer no recreio;

• O professor vai dirigir uma pergunta ao grupo e, antes que conclua, ele interrompe dando uma resposta.

Tem dificuldade em esperar a sua vez. • Não obedece a filas. Interrompe, intromete-se nas conversas ou jogo dos outros.

• Interrompe o professor no meio de uma explicação.

2.7. Qual o papel do professor no processo diagnóstico e no

tratamento do TDAH?

Os professores têm tudo a ver com esse processo. Os professores

têm a condição privilegiada de poder observar o comportamento das crianças

sob os seus cuidados, pois as observam em uma grande variedade de

situações, como em atividades individuais dirigidas, em atividades de trabalho

grupal, em atividades de lazer, durante a interação com outros adultos e com

crianças de diversas idades. O fato de os professores terem experiência com

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um grande número de crianças possibilita que distingam os comportamentos

esperados para essa faixa etária e os comportamentos atípicos. Como os

professores passam bastante tempo com as crianças, às vezes, até mais que

os pais (principalmente na pré-escola e nas séries iniciais do ensino

fundamental), têm o potencial de perceber o problema antes deles, ao menos

que há algo errado com a criança.

Essa possibilidade de identificar precocemente os sintomas e

encaminhar a criança o mais rápido possível para a avaliação médica

transforma não apenas os professores, mas toda a equipe técnica da escola

em peças fundamentais no processo diagnóstico e de tratamento do TDAH.

Para explicar melhor, é preciso discutir duas questões: quais as etapas

envolvidas no processo diagnóstico e as conseqüências do TDAH para o

processo de escolarização.

2.8. Quais as etapas envolvidas no processo diagnóstico?

O processo diagnóstico pode ser feito por médicos, com ou sem o

auxílio de uma equipe multidisciplinar que pode ser composta de

neuropsicólogo, psicólogo, psicopedagogo e/ou fonoaudiólogo. Em todas as

circunstâncias, deve ser constituído de vários passos descritos a seguir:

§ Entrevistas com os pais (levantamento de queixas e sintomas

e relato sobre o comportamento da criança em casa e em

atividades sociais);

§ Entrevistas com professores (relato sobre o comportamento

da criança na escola, levantamento de queixas, sintomas,

desempenho escolar, relacionamentos com adultos e

crianças);

§ Questionários e escalas de sintonias para ser preenchidas por

pais e professores;

§ Avaliação/observação da criança no consultório;

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§ Avaliação neuropsicológica;

§ Avaliação psicopedagógica;

§ Avaliação fonoaudiológica.

Para auxiliar nesse processo, algumas ações do professor são

extremamente importantes, como:

• Prestar especial atenção e descrever as atividades e

comportamentos do aprendiz, sem se preocupar com nomes

técnicos. Dar exemplos práticos sobre os comportamentos da

criança tanto para os pais quanto para os profissionais de

saúde;

• Ter interesse em estudar o TDAH. O conhecimento sobre as

patologias, as necessidades pedagógicas e o manejo

comportamental dessas crianças é fundamental para a

identificação precoce dos sintomas e o encaminhamento para

avaliação médica.

2.9. Que características da criança devem ser observadas pelo

professor e relatadas durante o processo diagnóstico?

• Como a criança se relaciona com os adultos? Ela é receptiva

ao contato com o adulto? É afetuosa? Compreende a

hierarquia? Obedece às regras? Procura ajuda quando

necessita?

• Como a criança se relaciona com outras crianças? Consegue

brincar em grupo? Consegue seguir as regras das

brincadeiras? Tem amigos? Os colegas gostam dela? Briga

facilmente?

• Como reage quando é contratada pelo professor ou por

outras crianças?

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• A criança finaliza o trabalho individual em sala de aula?

• A criança consegue finalizar o trabalho de sala dentro do

prazo estipulado? Consegue finalizar quando lhe é dado

tempo extra?

• O trabalho realizado em sala é preciso? O nível de acerto é

semelhante ao dos colegas de sala?

• Como é a finalização e precisão dos trabalhos realizados em

casa?

• Como são as habilidades de organização da criança em

relação ao seu material, suas anotações e registros de tarefas

e das aulas, dos trabalhos entregues e do ambiente de

trabalho?

• Quais situações parecem piorar o desempenho da criança?

Quais parecem melhorá-lo?

Ø Ajude seu aluno a fazer um cronograma de tarefas e estudos de

casa. Isso poderá contribuir para minimizar a tendência a deixar

tudo para depois.

Ø Tente anunciar previamente os temas e familiarizar o aluno a

situações que posteriormente serão vivenciadas.

Ø Estimule a atividade física.

As dificuldades enfrentadas pelos alunos com TDAH na escola,

muitas vezes, são principalmente atribuídas às dificuldades comportamentais

por eles apresentadas. Mas, como descrito anteriormente, as crianças com

TDAH podem apresentar comprometimentos em diversas funções psíquicas

que contribuem para o fracasso escolar.

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2.10. Conseqüências do TDAH para a escolarização

Muitos estudos têm mostrado relações importantes entre o TDAH e

uma série de dificuldades na aprendizagem e no desempenho escolar. Estudos

de acompanhamento prospectivo demonstraram que o TDAH é fator de risco

para baixo desempenho acadêmico crônico e para altos índices de abandono

escolar.

A maioria das suspensões e expulsões ocorre com crianças com

TDAH e os adolescentes com TDAH apresentam maior risco de abandono

escolar ao longo do ensino fundamental ou de não continuidade após o ensino

fundamental, o que causa importante impacto ao longo da vida adulta na auto-

estima, nas opções vocacionais e profissionais e na socialização dos

indivíduos. Por exemplo, nos Estados Unidos, verificou-se que pelo menos um

terço das crianças com TDAH foi ou será reprovado pelo menos uma vez ao

longo do ensino fundamental e a maioria daquelas com TDAH apresenta

desempenho acadêmico inferior à sua capacidade intelectual.

2.11. Quais as funções psíquicas comprometidas na pessoa

com TDAH?

O TDAH é compreendido hoje como um transtorno que compromete

principalmente o funcionamento da região frontal do cérebro, responsável,

entre outras atividades, pelas funções executivas (FEs), que têm uma definição

bastante ampla. Trata-se de um termo “guarda-chuva” que abriga um número

grande de subdomínios extremamente importantes para o funcionamento das

pessoas. Entre eles, pode-se citar: elaboração do raciocínio abstrato,

alternância de tarefas, planejamento e organização das atividades, elaboração

de objetivos, geração de hipóteses, fluência e memória operacional, resolução

de problemas, formação de conceitos, inibição de comportamentos, auto-

monitoramento, iniciativa, autocontrole, flexibilidade mental, controle da

atenção, manutenção de esforço sustentado, antecipação, regulação de

comportamentos e criatividade.

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As Fes são processos fundamentais na aprendizagem, pois

permitem o processamento de informações, a integração das informações

selecionadas e os processos mnêmicos (estratégias de memorização e

evocação da informação armazenada na memória) na programação das

respostas motoras e comportamentais.

A seguir, há uma tabela com alguns subdomínios das FEs e o que

acontece quando se encontram afetados.

FEs POSSÍVEIS DÉFICITS ASSOCIADOS

Controle da atenção. Impulsividade, falta de auto-controle, dificuldades para completar tarefas, cometimento de erros de procedimento que não consegue corrigir, responder inapropriadamente ao ambiente.

Processamento de informação

Respostas lentificadas (leva mais tempo para compreender o que é pedido e para realizar tarefas), hesitação nas respostas, tempo de reação lento.

Flexibilidade cognitiva.

Rigidez no raciocínio e nos procedimentos (faz as coisas sempre da mesma forma, repetindo erros cometidos anteriormente), dificuldade com mudanças de regas, de tarefas e de ambientes.

Estabelecimento de objetivos

Poucas habilidades de resolução de problemas, planejamento inadequado, desorganização, dificuldades para estabelecer e seguir estratégias eficientes, déficit no raciocínio abstrato.

Memória operacional

Dificuldade tanto no processo de codificação, armazenamento e evocação, dificultando o aprendizado de novas informações e de lembrar as ações a serem realizadas no dia a dia.

Controle inibitório Dificuldade para inibir comportamentos inadequados e que possam interferir na realização das atividades.

Além das possíveis alterações no funcionamento executivo, a

criança com TDAH também apresenta déficits associados a outras áreas do

desenvolvimento que aumentam ainda mais as dificuldades na aprendizagem e

na escolarização.

Há evidências de que as crianças com TDAH podem apresentar

dificuldades para entender o que lhes é dito e para se expressarem. Quando a

criança não consegue compreender adequadamente os outros e o que

esperam dela e/ou não consegue expressar de forma clara suas necessidades

ou desejos, os relacionamentos sociais, a sua capacidade de controle dos

comportamentos e a aprendizagem podem ficar afetados.

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Crianças com TDAH também apresentam maiores índices de má

articulação e de fala desorganizada, o que implica dificuldade para organizar o

pensamento e as respostas, especialmente as respostas complexas de

compreensão de leitura.

Estudos demonstram, também, maiores índices de dificuldades na

coordenação motora refinada, que afetam principalmente a escrita tanto no

aspecto do tempo que levam para escrever quanto na qualidade da letra.

É importante ressaltar que inúmeras pessoas podem ter

comprometimentos de funções diferentes, com intensidades diversas, o que

muitas vezes dificulta a avaliação, o diagnóstico e o tratamento.

2.12. O que causa o TDAH? De onde vem essa doença?

O TDAH é um transtorno multifatorial, com total interação entre

fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos, determinando o conjunto de

características que identifica uma pessoa. Em estudos genéticos, denomina-se

esse conjunto de características de “fenótipo”.

FATORES GENÉTICOS

FATORES AMBIENTAIS SUBSTRATO NEUROBIOLÓGICO

FENÓTIPO

MODELO DE PATOGÊNESE

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O fator genético tem grande influência no surgimento do TDAH.

Estudos de famílias, de gêmeos e adotados revelaram que a probabilidade de

fatores genéticos determinarem sintomas de TDAH é quase tão alta quanto a

de filhos de pais altos também serem altos. Por isso, quando se chama os pais

de uma criança portadora de TDAH à escola, é bem possível que um deles

diga que era parecido com o filho na infância. Ainda não se sabe quais genes

seriam responsáveis pela vulnerabilidade ao TDAH, apensar de os mais

estudados até o momento serem os genes dos sistemas da dopamina e da

noradrenalina, neurotransmissores responsáveis pela transmissão das

informações entre os neurônios.

Os fatores ambientais que mais têm sido associados a risco

aumentado para a criança desenvolver TDAH são o abuso materno de nicotina

e de álcool durante a gestação.

Sabe-se que várias áreas cerebrais estão envolvidas no TDAH,

principalmente o córtex pré-frontal, que funciona como um “freio” inibitório. Para

prestar atenção a um estímulo, precisa-se constantemente filtrar ou inibir os

demais estímulos ao redor. Portanto, um comprometimento dessa região torna

a pessoa mais desatenta, hiperativa e impulsiva.

2.13. Como se trata o TDAH?

O tratamento do TDAH envolve abordagens múltiplas:

Ø Intervenções psicoeducacionais:

• Com a família;

• Com o paciente;

• Com a escola.

Ø Intervenções psicoterapêuticas, psicopedagógicas e de

reabilitação neuropsicológica;

Ø Intervenções psicofarmacológicas.

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Como o objetivo principal deste trabalho é fornecer informações

sobre TDAH que possam auxiliar os professores e demais profissionais da área

de educação, não serão apresentados detalhes sobre as intervenções

psicoterapêuticas ou farmacológicas.

Entretanto, é importante ressaltar que desde 1937, os estimulantes

vêm sendo utilizados no tratamento do TDAH. Dentre os estimulantes do

sistema nervoso central, o metilfenidato é o único aprovado no Brasil para o

TDAH. Já se demonstrou eficaz e seguro em mais de 200 ensaios clínicos

desenvolvidos como o máximo rigor metodológico. Os principais efeitos

adversos do metilfenidato são perda de apetite, irritabilidade, alteração do sono

(insônia), dores de cabeça e abdominais.

Existem também outras opções farmacológicas nos casos em que o

paciente não responde bem ao metilfenidato. Por exemplo, antidepressivos

tricíclicos, clonidina, bupropiona, atomoxetina e modafinil, porém sem indicação

aprovada para TDAH no Brasil.

Não se deve esquecer que freqüentemente as doenças psiquiátricas

não se apresentam sozinhas, pois há o que se denomina “comorbidades”, ou

seja, é possível que a pessoa portadora de TDAH tenha também outros

diagnósticos, como transtorno de conduta, transtorno opositor desafiante,

transtorno de humor e de aprendizagem. Acredita-se que até 70% das crianças

com TDAH também apresentem pelo menos um dos transtornos de

aprendizagem, e o transtorno mais comumente observado é o de expressão

escrita, seguido pelos transtornos de leitura e, finalmente, pelos transtornos de

matemática.

Na hora de escolher o melhor tratamento, deve-se sempre observar

a presença ou não de comorbidades para se fazer um projeto mais efetivo.

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2.14. Como o professor pode ajudar no tratamento do TDAH?

Qual o papel da escola e do professor no

acompanhamento da criança com TDAH?

É comum os professores fazerem a seguinte pergunta: “Se o TDAH

é uma doença, por que temos responsabilidade sobre o tratamento? Como

contribuir para a melhora da criança”?

Como descrito, o TDAH não é um transtorno que afeta apenas o

comportamento da criança. Na medida em que afeta também a capacidade

para a aprendizagem, a escola precisa assumir o importante papel de organizar

os processos de ensino de forma a favorecer ao máximo a aprendizagem. Para

tal, é necessário que direção, coordenações, equipe técnica e professores se

unam para planejar e implementar as técnicas e estratégias de ensino que

melhor atendam às necessidades dos alunos que se encontram sob sua

responsabilidade. O mais importante é o professor conhecer o TDAH e

reconhecer que essas crianças necessitam de ajuda. Além disso, utilizar

estratégias que possam ajudá-las no aprendizado também é fundamental para

o tratamento dos portadores de TDAH.

2.15. Algumas estratégias para o manejo de crianças com

TDAH no dia a dia da escola

2.15.1. Recebendo e acolhendo o aluno

ü Identifique quais os talentos que seu aluno possui. Estimule,

aprove, encoraje e ajude no desenvolvimento dele.

ü Elogie sempre que possível e minimize ao máximo os

fracassos.

ü O prejuízo à auto-estima freqüentemente é o aspecto mais

devastador para o TDAH.

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ü O prazer está diretamente relacionado à capacidade de

aprender. Seja criativo e afetivo buscando estratégias que

estimulem o interesse do aluno para que este encontre prazer

na sala de aula.

ü Solicite ajuda sempre que necessário. Lembre-se de que o

aluno com TDAH conta com profissionais especializados

nesse transtorno.

ü Evite o estigma conversando com seus alunos sobre as

necessidades específicas de cada um, com transtorno ou

não.

2.15.2. Organizando o espaço – Monitorando o processo

ü A rotina e organização são elementos fundamentais para o

desenvolvimento dos alunos, principalmente para os

portadores de TDAH. A organização externa irá refletir

diretamente em uma maior organização interna. Assim,

alertas e lembretes serão de extrema valia.

ü Quanto mais próximo de você e mais distante de estímulos

distrativos, maior benefício ele poderá alcançar.

ü Estabeleça combinados. Estes precisam ser claros e diretos.

Lembre-se de que ele se tornará mais seguro se souber o que

se espera dele.

ü Deixe claros as regras e os limites, inclusive prevendo

conseqüências ao descumprimento destes. Seja seguro e

firme ao aplicar punições quando necessárias, optando por

uma modalidade educativa. Por exemplo, em situações de

briga no parque, afaste-o do conflito, porém mantenha-o no

ambiente para que ele possa observar como seus pares

interagem.

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ü Avalie diariamente com seu aluno o comportamento dele e o

desempenho estimulando a auto-avaliação.

ü Informe freqüentemente os progressos alcançados por seu

aluno, buscando estimular avanços ainda maiores.

ü Dê ênfase a tudo o que é permitido e valorize cada ação

dessa natureza.

ü Ajude seu aluno a descobrir por si próprio as estratégias mais

funcionais.

ü Estimule seu aluno a pedir ajuda e auxilie apenas quando

necessário.

2.15.3. Procedimentos facilitadores

ü Estabeleça contato visual sempre que possível, pois isso

possibilitará uma maior sustentação da atenção.

ü Proponha uma programação diária e tente cumpri-la. Se

possível, além de falar, coloque-a no quadro. Em caso de

mudanças ou situações que fogem à rotina, comunique o

mais previamente possível.

ü A repetição é um forte aliado na busca pelo melhor

desempenho do aluno.

ü Estimule o desenvolvimento de técnicas que auxiliem a

memorização. Use listas, rimas, músicas etc.

ü Determine intervalos entre as tarefas como forma de

recompensa pelo esforço feito. Essa medida poderá aumenta

o tempo da atenção concentrada e redução da impulsividade.

ü Combine saídas de sala estratégicas e assegure o retorno.

Para tanto, conte com a equipe de apoio da escola.Monitore o

grau de estimulação proporcionando a cada atividade.

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Lembre-se de que muitas vezes o aluno com TDAH pode

alcançar um grau de excitabilidade maior do que o previsto

por você, criando situações de difícil controle.

ü Adote um sistema de pontuação. Incentivos e recompensas,

em geral, alcançam bons resultados.

2.15.4. Integrando-o ao grupo

ü A integração ao grupo será um fator de crescimento. Esteja

atento ao grau de aceitação da turma em relação a este

aluno.

ü Identifique possíveis parceiros de trabalho. Grandes

conquistas podem ser obtidas mediante o contato com os

pares.

ü Sua capacidade de liderança, improviso e criatividade são

ferramentas que podem auxiliar no nivelamento da atenção

do grupo e, em especial, do aluno com TDAH. Use o humor

sempre que possível.

2.15.5. Realizando tarefas, testes e provas

ü As instruções devem ser simples. Tente evitar mais de uma

consigna por questão.

ü Destaque palavras-chave fazendo uso de cores, sublinhado

ou negrito.

ü Estimule o aluno a destacar e sublinhar as informações

importantes contidas nos textos e enunciados.

ü Evite atividades longas, subdividindo-as em tarefas menores.

Reduza o sentimento de “eu nunca serei capaz de fazer isso”.

ü Mescle tarefas com maior grau de exigência com as de

menor.

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ü Incentive a leitura e compreensão por tópicos.

ü Utilize procedimentos alternativos como testes orais, uso do

computador, máquina de calcular, entre outros.

ü Estimule a prática de fazer resumos. Isso facilita a

estruturação das idéias e fixação do conteúdo.

ü Oriente o aluno a como responder a provas de múltiplas

escolhas ou abertas.

ü Estenda o tempo para a execução de tarefas, testes e provas.

ü A agenda pode contribuir na organização do aluno e na

comunicação entre escola e família.

ü Incentive a revisão das tarefas e provas.

2.15.6. Contato com a família, deveres e trabalhos em casa

ü Mantenha constante contato com a família. Tente utilizar as

informações fornecidas por ela com o objetivo de

compreender melhor o seu aluno.

ü Procure nesses encontros enfatizar os ganhos e não apenas

pontuar as dificuldades.

ü Evite chamá-los apenas quando há problemas.

2.16. Como saber mais sobre TDAH?

Atualmente, há bastante material disponível sobre TDAH em formato

de livros, livretos, aulas em vídeo e palestras na internet. A quantidade de

informações em todas as fontes de comunicação é tão grande que é preciso ter

muito cuidado ao tentar se familiarizar com um tema. Esse cuidado é

necessário principalmente em relação a duas questões:

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1) Como determinar se algo publicado (em revistas, livros, jornais,

rádio, TV, internet etc.) realmente traz informações confiáveis?

2) Mesmo sendo confiável, como selecionar o que ler e/ou estudar

considerando que o volume de informações é cada vez maior e

o tempo para aperfeiçoamento, cada vez menor?

Em relação à primeira pergunta, é importante estar atento às

qualificações do interlocutor. Para páginas na internet, o ideal é buscar sempre

os sites ou as páginas que representam uma associação, como o site da

Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) (www.tdah.org). Caso

queira saber informações sobre a confiabilidade de outros sites ou se existe

fundamentação científica para qualquer afirmação que tenha lido ou ouvido em

uma entrevista, é possível escrever um e-mail para a ABDA perguntando a

opinião da associação sobre o assunto. Lembre que informação é um pouco

como alimento, ou seja, dependendo da qualidade, fará bem ou mal.

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CAPÍTULO III

O PAPEL DA ESCOLA

O TDAH apresenta um grande impacto no desenvolvimento

educacional da criança. O risco de fracasso escolar é duas a três vezes maior

em crianças com TDAH do que em crianças sem o transtorno e com

inteligência equivalente.

Déficits de atenção significativos, associados ou não à

hiperatividade, freqüentemente comprometem o rendimento escolar, uma vez

que a atenção seletiva é essencial para a aprendizagem em geral.

As crianças com TDAH têm dificuldade em manter a atenção

durante um tempo prolongado e selecionar informações relevantes para

estruturar e realizar uma tarefa determinada. A dificuldade acentua-se em

trabalhos com o grupo, uma vez que nestes casos é necessária a atenção

sustentada e seletiva, para a absorção da quantidade e variedade de

informações apresentadas.

Os sintomas do TDAH, na escola, evidenciam a dificuldade em

terminar os trabalhos na sala de aula ou de participar tranqüilamente de uma

equipe de esportes. A criança se envolve em atividades improdutíveis, tanto

durante a aula, como no recreio, se comparada a seus colegas. O professor

pode observar uma discrepância entre o potencial intelectual e o desempenho

escolar do aluno, mesmo em crianças com inteligência acima da média. O

professor é, com freqüência, quem primeiro percebe quando um aluno

apresenta problemas de atenção, aprendizagem, comportamento, ou

emocional/afetivo e social. O primeiro passo a ser dado é verificar o que

realmente está ocorrendo.

É importante evitar situações de fracasso contínuo que levem a uma

desvinculação progressiva do processo de aprendizagem e ao aumento da

dificuldade de interação com os adultos e mesmo com os colegas.

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Atualmente, não se concebe uma escola exclusiva para portadores

de TDAH, uma vez que o convívio com colegas da mesma idade é benéfico.

Assim lhes é apresentada a oportunidade de aprender a lidar com regras e com

os limites de uma estrutura organizada. A escola que melhor atende as

necessidades destas crianças é aquela que tem como objetivo o

desenvolvimento do potencial de cada um, respeitando as características

individuais, sempre reforçando os pontos fortes e auxiliando na superação dos

pontos fracos, evitando que os problemas da criança sejam personalizados e

que o aluno seja rotulado (preguiçoso, avoado, indisciplinado, dispersivo,

agressivo, desajeitado e desastrado).

A comunicação entre a escola e a família é muito importante

permitindo a troca de experiências entre pais e professores. Sabe o que se

passa com a criança ou o adolescente durante o tempo em que está em um

dos dois ambientes (lar/escola) é extremamente útil para a composição do

quadro real. Alguns autores recomendam a comunicação escrita diária, se

necessária, tendo com objetivo a cooperação e não a cobrança ou rivalidade.

3.1. O papel da equipe

O tratamento é multidisciplinar e enfoca as áreas cognitiva,

emocional, social e pedagógica, visando evitar os desajustes sociais (uso de

drogas, furtos, alcoolismo, agressões), que aparecem com freqüência na

evolução destas crianças.

Aproximadamente, 70% das crianças com TDAH/I respondem às

drogas estimulantes do SNC, tais como metilfenidato. Outra drogas como

imipramina, nortriptilina, bupropiona, clonidina e atomoxetina, constituem

importantes adjuvantes ao tratamento clínico, com melhora no desempenho

escolar, diminuição da atividade motora, impulsividade e agressividade.

O papel do neuropediatra consiste, essencialmente, em reconhecer

a forma de tratamento prioritário para cada criança, lembrando que, em nosso

país, onde não existem centros de reabilitação unificados, é preciso usar o bom

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senso para não correr o risco de sobrecarregar a criança e a família com

excesso de terapias, agravando, ainda mais, o problema já existente.

Dependendo da criança, a indicação para tratamento pode ser

variado: psicomotricista, psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo.

3.2. Algumas dicas úteis para o professor manejar os sintomas

de TDAH

1. Manter contato com os pais da criança regularmente. Evitar

de se reunir somente nos momentos de crise ou de

problemas.

2. Tentar acordos, perguntar à criança como ela cha que pode

aprender melhor. Como são intuitivas, elas podem dar dicas

úteis.

3. Monitorar as tarefas, marcando tempo, ajuda a criança e se

programar e se orientar dentro de um prazo preestabelecido.

4. Orientar o aluno previamente sobre o que é esperado dele,

em termos de comportamento e aprendizagem. Assim, pode-

se sentir mais segura quanto ao que é esperado dela.

5. Usar recursos especiais como: gravador, retroprojetor, slides

etc. Como a criança tem um apelo intrínseco a novidades,

todos os recursos disponíveis podem ajudar na manutenção

e, conseqüentemente, no processo de aprendizagem. Essa

criança aprende melhor visualmente, pois dessa maneira ela

pode pôr as idéias no lugar e se estruturar.

6. Discutir, precisamente, quando necessário, mudanças no

cronograma, no currículo e na didática e realizar alterações

até a criança conseguir se ajustar no processo educacional.

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7. Tentar entender as necessidades e as dificuldades

temperamentais e educacionais da criança. Por exemplo, a

criança com TDAH necessita de algo para fazê-la lembrar das

coisas, de previsões, de repetições, de diretrizes, de limites e

de organização.

8. Ser tolerante para que o aluno possa sentir-se aceito, tal

como é. Geralmente, a criança com TDAH necessita se sentir

“enturmada” e motivada.

9. Ser flexível para lançar mão de uma série de recursos e

estratégias de ensino até descobrir o estilo de aprendizagem

da criança.

10. Incentivar e recompensar todo o bom comportamento e de

desempenho. Essa criança funciona melhor por meio de

elogios, firmeza, aprovação e encorajamento, pois esses

incentivos são suprimentos de sentimentos positivos.

11. Dar o conteúdo passo a passo, verificando se houve

aprendizado a cada etapa.

12. Apresentar tarefas em pequenas quantidades para não

assustar e desanimar a criança. Uma grande quantia de

tarefas faz com que a criança sinta que não conseguirá dar

conta de terminá-las e com isso ela desiste, antes mesmo de

começá-las.

13. Estimular o interesse do aluno para aprender. Tentar envolver

e motivar a criança para o processo de aprendizagem.

14. Reduzir os estímulos que possam distrair o aluno, por

exemplo, sentar-se próximo da porta ou da janela. Pode-se

colocá-la sentada próxima à mesa do professor.

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15. Manter a sala de aula organizada e bem estruturada. Isso

pode ajudar a criança a se organizar internamente e no

ambiente e, dessa forma, corresponder melhor no processo

de aprendizagem.

16. Estabelecer regras claras e consistentes. Deixar claro o que é

esperado dela, assim se sentirá mais segura.

17. Estabelecer uma rotina escolar previsível.

18. Alternar atividades de alto e baixo interesses durante a aula.

19. Permitir alguns movimentos em sala de aula, ou mesmo fora

da sala. Pedir para que o aluno seja o assistente do professor

ou de outra criança.

20. Preparar o aluno para qualquer mudança que quebre a rotina

escolar. Alterações sem aviso prévio são muito difíceis para

essa criança, pois perdem a noção das coisas.

21. Evitar tarefas repetitivas próximas umas das outras. Como

essa criança responde bem às novidades, deve evitar tarefas

monótonas e repetitivas que podem levar à distração e à falta

de interesse.

22. Fornecer instruções diretas, orientações curtas e claras, em

um nível que a criança possa compreender e corresponder.

Simplifique as instruções, as opções, a programação. O

palavreado mais simples e objetivo será mais facilmente

compreendido pela criança.

23. Focalizar mais o processo (compreensão de um conceito) do

que o produto (concluir cinqüenta problemas).

24. Separar o aluno dos pares que estimulam ou encorajam o

comportamento inadequado dela.

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25. Colocar a criança com um par tutor para que esta tenha um

modelo adequado de desempenho e de comportamento, e

que ela possa ter como um ponto de referência.

26. Envolver-se mais com o aluno para despertar nele a

motivação, o interesse e a responsabilidade.

27. Olhar nos olhos para trazê-la de volta: isto ajuda a tirar a

criança de seu devaneio ou dar-lhe liberdade para fazer uma

pergunta ou apenas dar-lhe segurança silenciosamente.

28. Desenvolver alternativas. Fornecer dicas de como a criança

pode lidar com as suas dificuldades: por exemplo, ensiná-la a

fazer resumos, usar rimas, códigos para facilitar a

memorização de conteúdos. Auxiliar a criança a fazer listas,

anotações, uma programação própria depois da aula, um

calendário de compromissos etc.

29. Dar supervisão adicional, sempre que necessário. Estar

aberto pra discutir e auxiliar, diariamente, nas principais

dificuldades, no final de cada aula ou nos intervalos.

30. Estabelecer limites e fronteiras, devagar e com calma, não de

modo punitivo. Ser firme e direto.

31. Deve enfatizar-se o aspecto emocional do aprendizado. Lidar

com as emoções e descobrir o prazer na sala de aula e no

processo de aprendizagem são itens necessários para se ter

um bom desempenho escolar. Em vez de falhas e frustrações

deve ter-se domínio e controle, em vez de medo e tédio, o

melhor é a excitação.

32. Não enfatizar o fracasso. Essa criança necessita de tudo o

que for positivo que o professor puder oferecer. Sem

encorajamento e elogios, elas murcham e retrocedem. O

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prejuízo à auto-estima é mais devastador do que o TDAH em

si.

33. Dar retorno constante e imediato. Isto ajuda a ter uma noção

de como está se saindo e a desenvolver a auto-observação.

Deve-se informá-la de modo positivo e construtivo.

34. Monitorar, freqüentemente o progresso da criança, auxiliando-

a a alcançar as suas metas.

35. Incentivar a leitura em voz alta, recontar estórias, falar por

tópicos. Essas atividades ajudam a criança a organizar as

idéias.

36. Deve-se repetir, repetir e repetir.

37. Permitir brincadeiras, diversão e criar um ambiente informal.

Não incentivando, entretanto, a superestimulação. Essa

criança adora brincadeira e é, geralmente, cheia de vida, mas

a melhor maneira é de evitar o caos na sala de aula é

prevenindo.

3.3. Estudo de caso

Paciente com 10 anos de idade disse que gosta de escrever, tem

dificuldade de se expressar, são poucas as letras que conhece foi com muita

dificuldade que ele escreveu o abecedário, com as vogais a identificação foi

melhor. Aparentemente goza de boa saúde.

O paciente tem dificuldades de realizar tarefas rotineiras de

aprendizagem, não consegue formar palavras e dígitos se não tiver onde ele

copiar, quanto a números sabe contar, mas não em seqüência, as habilidades

são muito lentas. Quanto a orientação do tempo, deixa a desejar. Não sabe ler

e escrever.

Nas sessões não apresentou dificuldades de audição, o que lhe foi

perguntado e conversado respondeu com certa timidez, como não sabe

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escrever, sua dificuldade de comunicação torna-se grande, o incentivo em casa

também é quase nulo.

Seu vocabulário pobre impede-o de se comunicar, com isto acredita-

se que vem daí a dificuldade de aprendizagem, portanto, o paciente deve ser

auxiliado mais proximal para que tenha seqüências verbais e numéricas.

Conceito numérico: não tem seqüência numeral, não tem

capacidade de somar, subtrair, dividir e multiplicar, sua capacidade para aplicar

conceitos matemáticos exige muito determinismo e é o que não tem porque

não houve cobrança com responsabilidade, tem vontade de saber e sozinho

fica difícil a aprendizagem.

3.4. Intervenção psicopedagógica

A intervenção psicopedagógica foi baseada em jogos e atividades

terapêuticas, trabalhando as dificuldades relacionadas a leitura e escrita, bem

como as dificuldades de interação social. A escola e os pais receberam

informações sobre o atendimento e sugestões de intervenção facilitando a

construção do conhecimento da menina.

3.5. Parecer psicopedagógico

André Luiz freqüentou quatro sessões diagnósticas para obtenção

de parecer psicopedagógico sobre o desempenho do processo de

aprendizagem formal. Foram analisados os aspectos psicomotores, cognitivos,

afetivos e sociais individualmente e relacionados entre si. A seguir, o relato do

desempenho de André Luiz nas técnicas propostas.

Há bom desempenho psicomotor no que tange ao esquema

corporal. Em geral, a coordenação é boa. A lateralidade é boa e definida, assim

como o esquema perceptivo e não há nenhuma perturbação sensorial. O ritmo

extremamente lento para a realização das atividades e em geral, André Luiz

não consegue concluir as atividades no tempo desejado. Quando é alertado

sobre isso, confunde bom desempenho com rapidez.

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Quanto ao desempenho cognitivo, André Luiz demonstrou

desempenho intelectual abaixo do ano de escolaridade que freqüenta. Possui

boa memória de curta duração, mas não de média e longa duração. Apresenta

desempenho insatisfatório nas atividades de atenção e a concentração de

média duração precisa ser desenvolvida. Prefere as atividades dinâmicas as de

perfil tecnológico. Há necessidade extrema de desenvolver a sua autonomia

intelectual para aprimorar a autoria das atividades escolares e a independência

na busca da superação das dificuldades acadêmicas. O pensamento criativo

também pode ser aperfeiçoado, e na medida em que o desempenho da

linguagem for trabalhado, os efeitos positivos sobre a construção do

pensamento surgirão. Possui bom raciocínio prático, embora lento, para a

realização de brincadeiras, mas demonstrou dificuldades com as questões de

interpretação subjetiva e para as atividades de matemática. Às vezes, confunde

fantasia com realidade.

3.6. Avaliação psicopedagógica

O desempenho da linguagem apresentou aspectos que merecem

intervenção. São eles: ritmo lento na leitura imagética e necessidade de

aperfeiçoar o processo de alfabetização, especialmente nas situações em que

precisa dialogar com o texto, autor ou mensagem, ao ouvir histórias. Há uma

recorrente troca de letras na escrita oriundas do vigente processo de

alfabetização que pode ser melhorada com exercícios ortográficos, de leitura e

interpretação e na medida em que o processo de alfabetização se consolidar.

Sente-se apoiado pela família e foi extremamente colaborador em

todas as atividades, mas há fortes características de baixíssima auto-estima e

medo do fracasso escolar. Construiu vínculo afetivo com facilidade, apesar de

uma inicial timidez e introversão, mas na medida em que pode confiar no

trabalho, mostrou-se mais aberto. Demonstra emoções com clareza, mas, às

vezes, incompatíveis com a situação. Realizou as atividades com disciplina,

cumprindo inclusive o controle do horário estabelecido para cada técnica.

Apresenta senso crítico imaturo e boa possibilidade de construir autonomia

intelectual, com boa consciência sobre regras sociais e morais. Há

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demonstração exagerada de insatisfação com limites e imaturidade quando é

contrariado.

O prazer pelo estudo encontra-se comprometido pelo rendimento

escolar incompatível com o desejado e isso parece interferir na sua motivação

para as tarefas acadêmicas. É natural e saudável que busque as atividades

que tenha sucesso para proteger-se das frustrações. Há uma queixa muito

recorrente sobre experiências de socialização com os colegas para com ele e

uma atitude de comparação de seu rendimento escolar com a turma.

3.7. Testes psicopedagógicos

Utilizou-se entrevista familiar exploratória situacional anamnese,

provas operatórias e técnicas livres a partir de Matrizes Diagnósticas (Visca e

Weiss) e Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem.

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CONCLUSÃO

Este trabalho pretendeu informar as questões fundamentais sobre o

TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), na prática

educacional.

A importância do trabalho psicopedagógico, diagnosticando as

dificuldades de aprendizagem que surgem no decorrer do desenvolvimento

escolar dos pacientes. Entendeu-se que, avaliar e intervir no processo

educacional, são atos relevantes quando os mesmos acontecem de maneira

construtiva e coerente a realidade de cada indivíduo. No mesmo sentido, é

relevante também trabalhar com a família, ajudando-a a perceber as

dificuldades que o filho apresenta, para assim orientá-lo na busca do

aprimoramento do processo de aprendizagem.

Com relação aos estilos de aprendizagem, e orientações sobre as

estratégias de estudo, pode-se perceber que no caso apresentado, as

intervenções auxiliaram e orientaram tanto a família, como o próprio paciente,

sobre o seu jeito de estudar e aprender, facilitando não só o processo de

aprendizagem, mas também contribuindo para facilitar seus relacionamentos

sociais.

Por fim, percebeu-se a relevância do estudo realizado inicialmente,

no qual facilitou o processo de intervenção psicopedagógica, ao trabalhar as

dificuldades apresentadas, relacionada a leitura e a escrita, como também

identificar os estilos de aprendizagem, favoreceram o desempenho social e

cognitivo do paciente.

A proposta da educação inclusiva, ao deparar com o desafio de

acolher os alunos na sua diversidade, redirecionando o fazer psicopedagógico,

a troca de informações, o aprender com o outro e a densidade dos olhares

proporcionou a todos a possibilidade de construção de novos recursos para a

efetivação da aprendizagem.

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Ensinar é uma tarefa que impõe desafios diários e variados ao

educador. Ensinar uma criança com TDAH é ainda mais desafiador, pois cada

criança com TDAH é única. Na maioria das vezes, os educadores não sabem o

que fazer, sentem-se perdidos, cansados, desanimados e sem apoio.

Com TDAH, as crianças têm dificuldades em tarefas que exigem

habilidades para resolução de problemas e de organização. Tais dificuldades

em um grande número de casos, acabam determinando o comprometimento do

aprendizado. Além dos professores é importante que os demais profissionais

da escola também participem do planejamento terapêutico para a criança com

TDAH.

Os portadores de TDAH apresentam muitas características positivas,

como bom nível intelectual, criatividade aguçada, grande sensibilidade e forte

senso de intuição. Verifica-se ainda que a desatenção pode melhorar quando a

atividade que estão realizando é interessante.

O avanço do conhecimento existe como tratamento eficaz para o

TDAH. Além de medicações eficazes e seguras, estratégias de manejo

comportamental para a criança, seus pais e professores, têm sido

desenvolvidas a cada vez surgem mais estudos científicos comprovando a sua

eficácia.

Quando diagnosticado precocemente e com tratamento adequado o

portador de TDAH pode ter uma vida feliz.

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BIBLIOGRAFIA

BARKLY, A. Russell. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividades -

Manual para diagnóstico e Tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2008

PLISZKA, R. Stevenm. Neurociência para o clínico de saúde mental. Porto

Alegre: Artmed, 2008

RELVAS, Marta Pires. Neurociências e Transtorno de Aprendizagem. Rio de

Janeiro: WAK, 2010.

SILVA, Ana Beatriz B. Mentes inquietas: TDAH: desatenção, hiperatividade e

impulsividade. São Paulo: Fontanas, 2009.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 RESUMO 04 METODOLOGIA 05 SUMÁRIO 06 INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I O que é Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? 10 1.1. O diagnóstico do TDAH é uma coisa “nova”? 10 1.2. E por que algumas pessoas dizem que o TDAH é um transtorno “da moda”? 11 1.3. Que problemas o TDAH pode causar? 11 1.4. Por que muitas pessoas não acreditam na existência do TDAH? 12 1.5. Todos os portadores de TDAH comportam-se de forma parecida? 12 1.6. Como é a desatenção do TDAH? 13 1.7. Como se manifestam a hiperatividade e a impulsividade em adultos? 13 1.8. Como é feito o diagnóstico? 14 1.9. É possível ser agitado ou desatento e, mesmo assim, não ser portador de TDAH? 14 1.10. O TDAH não é um transtorno apenas de crianças? 14 1.11. O TDAH pode começar na vida adulta? 15 1.12. O tratamento do TDAH é semelhante em crianças, adolescentes e adultos? 15 1.13. O tratamento com medicamentos é eficaz? É seguro? 16 1.14. Por quanto tempo deve ser mantido o tratamento com medicamentos? 16 CAPÍTULO II Histórico sobre o TDAH 17 2.1. Existe mesmo TDAH? 19 2.2. TDAH ao longo do tempo 20 2.3. Epidemiologia do TDAH 21 2.4. Como diagnosticar o TDAH? 22 2.5. Manuais de classificação 23 2.6. Lista de sintomas do TDAH de acordo com o DSM-IV 24 2.7. Qual o papel do professor no processo diagnóstico e no tratamento do TDAH? 27 2.8. Quais as etapas envolvidas no processo diagnóstico? 28

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2.9. Que características da criança devem ser observadas pelo professor e relatadas durante o processo diagnóstico? 29 2.10. Conseqüências do TDAH para a escolarização 31 2.11. Quais as funções psíquicas comprometidas na pessoa com TDAH? 31 2.12. O que causa o TDAH? De onde vem essa doença? 33 2.13. Como se trata o TDAH? 34 2.14. Como o professor pode ajudar no tratamento do TDAH? Qual o papel da escola e do professor no acompanhamento da criança com TDAH? 36 2.15. Algumas estratégias para o manejo de crianças com TDAH no dia a dia da escola 36 2.15.1. Recebendo e acolhendo o aluno 36 2.15.2. Organizando o espaço – Monitorando o processo 37 2.15.3. Procedimentos facilitadores 38 2.15.4. Integrando-o ao grupo 39 2.15.5. Realizando tarefas, testes e provas 39 2.15.6. Contato com a família, deveres e trabalhos em casa 40 2.16. Como saber mais sobre o TDAH? 40 CAPÍTULO III O Papel da Escola 42 3.1. O papel da equipe 43 3.2. Algumas dicas úteis para o professor manejar os sintomas de TDAH 44 3.3. Estudo de caso 48 3.4. Intervenção psicopedagógica 49 3.5. Parecer psicopedagógico 49 3.6. Avaliação psicopedagógica 50 3.7. Testes psicopedagógicos 51 CONCLUSÃO 52 BIBLIOGRAFIA 54