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1 7Wi UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A PSICOPEDAGOGIA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS CAUSADOS PELA PRÁTICA DO BULLYING ESCOLAR Marilin Martins Ramada ORIENTADORA: Profª Simone Ferreira Rio de Janeiro 2011

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7Wi

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A PSICOPEDAGOGIA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

CAUSADOS PELA PRÁTICA DO BULLYING ESCOLAR

Marilin Martins Ramada

ORIENTADORA: Profª Simone Ferreira

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia.

Rio de Janeiro 2011

A PSICOPEDAGOGIA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

CAUSADOS PELA PRÁTICA DO BULLYING ESCOLAR

Marilin Martins Ramada

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo que Ele tem feito em minha vida. Em especial ao meu querido marido, João Agostinho, pelo apoio em todos os momentos. À minha querida mãe, pelo exemplo para vencer os obstáculos da vida. À minha orientadora e professora Simone pela sabedoria valiosa em mostrar o caminho do saber.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho, em primeiro lugar, a Deus que tem me dado sabedoria, coragem e entusiasmo para prosseguir nos meus estudos. Em segundo lugar, aos meus filhos Alison, Priscila e João Paulo, que são as razões do meu orgulho de ser mãe.

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RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de esclarecer como o psicopedagogo

atua na resolução de problemas causados pela prática do bullying escolar,

ainda pouco conhecido e muito presente nas escolas de todo o mundo.

Agressões físicas ou morais, acometidas entre alunos no espaço escolar e

também fora deste, que trazem sérias conseqüências, tanto para as vítimas

como para os agressores, como também para aqueles que assistem a

situações degradantes de agressividade velada ou explícita. E apresentar os

protagonistas dessa prática e os depoimentos de alguns alunos da rede

municipal de ensino, que relataram fatos ocorridos no interior da instituição

escolar, muitas vezes confundidos com simples brincadeiras, mas que podem

trazer graves seqüelas na vida de crianças e adolescentes. Demonstrar que

não só a comunidade escolar tem que estar envolvida nesse processo de

combate ao bullying, como também, de primordial importância, os pais de todos

os envolvidos. Relatar as orientações do psicopedagogo, no sentido de dirimir

os efeitos do bullying e, conseqüentemente ampliar a aprendizagem de

crianças e adolescentes, complementadas com os estímulos provenientes de

professores e da família, principalmente. E finalmente, conhecer as estratégias

de prevenção e combate ao bullying, com exemplos de programas de sucesso,

que têm minimizado o problema e, conseqüentemente, favorecendo a

qualidade na aprendizagem desses jovens.

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METODOLOGIA

Essa monografia foi elaborada por meio de uma pesquisa objetiva

através de um estudo bibliográfico de idéias e conceitos fundamentados a partir

de livros, jornais, artigos e uma entrevista com alunos de uma escola municipal

do Rio de Janeiro.

Embora o assunto ainda não seja explorado amplamente, há alguns

autores que se destacam pelo estudo aprimorado sobre a matéria e serviram

de referência para o estudo bibliográfico deste trabalho, destacando-se, entre

outros Cleonice Fante, Alessandro Constantini, Aramis Neto, Lélio Braga

Calhau, Ana beatriz B. Silva, Jane Middelton-Moz e Mary Lee etc.

O complemento desse estudo foi realizado através de pesquisas a

sites confiáveis da internet, como o da Psicopedagogia.com.br, Abrapia.org.br

e outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Definição de Bullying 10

CAPÍTULO II

Personagens do Bullying 16

CAPÍTULO III

O Psicopedagogo e os Estímulos de Crianças e Adolescentes Vítimas do Bullying Escolar 24

CAPÍTULO IV O Psicopedagogo e as Estratégias no Caso de Bullying Escolar 31

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41 WEBGRAFIA 42 ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

O tema desta monografia é “A Psicopedagogia na resolução de

problemas causados pela prática do bullying escolar”, que estudará a atuação

do psicopedagogo nesse campo. Será feito uma pesquisa para se buscar

respostas sobre as orientações do psicopedagogo e a sua capacitação na

atuação nessa área.

O assunto é de fundamental relevância, pois a prática do bullying

escolar causa os mais variados problemas e quadros graves de transtornos

psíquicos e/ou comportamentais que, muitas vezes, trazem prejuízos

irreversíveis, inclusive no âmbito da cognição. Portanto o assunto escolhido se

justifica pela importância de se compreender como o psicopedagogo pode

atuar no desenvolvimento da aprendizagem de crianças e adolescentes que

apresentam comportamentos sinalizadores de sintomas oriundos de violências

caracterizadas por agressões físicas ou morais, sofridas dentro da escola,

por colegas que se colocam num lugar de mais fortes e usam os mais fracos

para a obtenção de satisfação e de divertimento, por meio de atitudes

agressivas, intencionas e repetitivas.

O desenvolvimento desse trabalho foi baseado em pesquisa

explicativa, objetivando a compreensão de como se processa o

acompanhamento do psicopedagogo na aprendizagem de crianças e

adolescentes vítimas de bullying, e como se realiza o trabalho do

psicopedagogo com essas vítimas e com seus agressores na resolução de

problemas de aprendizagem causados por essa prática. Outro objetivo é

identificar os personagens do bullying, juntamente com uma pesquisa de

campo, como também analisar a atuação do psicopedagogo na orientação de

estimulação da aprendizagem de crianças e adolescentes vítimas desse

fenômeno, e conhecer as estratégias empregadas para prevenir e combater

o bullying escolar.

Trabalhando com a hipótese de que o psicopedagogo está

capacitado para acompanhar e sanar problemas de aprendizagem de crianças

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e adolescentes vítimas de bullying escolar e modificar comportamentos e

ambiente dos envolvidos, espera-se os melhores resultados possíveis,

baseando-se em orientações que a Psicopedagogia oferece e que nortearão

seus comportamentos, desenvolvendo uma reflexão e uma conscientização

contínua dos atos praticados e dos valores que contribuem para um melhor

ambiente educacional e portanto um recrudescimento da aprendizagem.

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CAPÍTULO I

DEFINIÇÃO DE BULLYING

1.1. O que é bullying escolar?

Bullying é um fenômeno, que invadiu as escolas de várias partes do

mundo, mas ainda pouco conhecido e confundido, na maioria das vezes, com

brincadeiras sem menos importância, embora carregado de comportamentos

violentos. O problema sempre existiu, embora esteja sendo muito discutido no

momento por psicopedagogos, pais, educadores e estudado por alguns

pesquisadores. Dentre esses interessados nesse assunto podemos destacar

alguns que redigem os seus pareceres e as suas definições corroboradas por

outros autores.

A psicopedagoga Neusa Marli Rauch Littig faz um estudo sobre a

origem desse termo e o seu aparecimento nas escolas, em seu artigo

publicado em 21/06/2010 veiculado na internet, no site Psicopedagogia On

Line: Portal da Educação e Saúde.

Bullying é uma palavra de origem inglesa, adotada por muitos países

e que conceitua os comportamentos agressivos, anti-sociais e violentos, na

qual um indivíduo sozinho ou em grupo age contra uma vítima.

Diversos fatores decorrem para o processo do fenômeno Bullying, mais

precisamente nas escolas. Nos países mais pobres, a preocupação tem sido

recente e ainda não há estudos mais profundos sobre suas causas e

conseqüências, no entanto o que se tem a respeito ainda é muito recente,

embora tal fenômeno acontece principalmente no meio escolar já a bastante

tempo.

O início dos estudos em torno desse termo foi realizado pelo

norueguês Olweus (apud Fante, 2005), a partir da violência nas escolas onde

foram consideradas as atitudes violentas como: apelidos pejorativos,

provocações, roubo de objetos, intimidações e perseguições causando danos

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morais e psicológicos, gerando dificuldades de relacionamento entre pares,

dificuldade de aprendizagem e até evasão escolar.

Esses comportamentos agressivos geralmente são repetitivos, em

que a vitima não consegue se defender com facilidade, por ser menor e ter

pouca habilidade física ou estar sozinha. Essas ações geralmente acontecem

sem motivos evidentes1.

O tema tem suscitado muito interesse por parte da sociedade, pela

gravidade dos efeitos resultantes dessa prática violenta e hostil, que tem se

propagado principalmente no ambiente escolar, causando sofrimento aos

envolvidos, onde os mais fracos são usados para o divertimento e a satisfação

dos mais fortes, sendo oprimidos e ameaçados por motivos banais, sendo

atacados por atitudes agressivas, intencionais e reiteradas, definido como um

comportamento cruel, conforme destaca a psicopedagoga Neusa Marli no

mesmo artigo Bullying e a Psicopedagogia, veiculado na internet.

O bullying praticado nas escolas ou em qualquer outro ambiente tem

as mesmas características. Há várias formas de se expressar o bullying e todas

são maléficas para quem se torna vítima dessa prática, conforme a

psicopedagoga Neusa Marli especifica em seu artigo:

Bullying é uma atividade consciente, desejada e deliberadamente hostil orientada pelo objeto de ferir, induzir ao medo, pela ameaça de futuras agressões e criar terror. Seja premeditada ou aleatória, obvia ou sutil, praticada de forma evidente ou às escondidas, identificada facilmente ou mascarada em uma relação de aparente amizade. O bullying incluirá sempre três elementos: desequilíbrio de poder, intenção de ferir e ameaça de futuras agressões. Quando o bullying se desenvolve e se torna ainda mais sério, um quarto elemento é adicionado: o terror (COLOROSO apud ROLIM, 2004, p.1)2.

1LITTIG, Neusa Marli Rauch. Bullying e a Psicopedagogia. Disponível em: http: www.psicopedagogia.com.br/ acesso em 09. jan.2011. 2LITTIG, Neuza Marli Rauch. Bullying e a Psicopedagogia. Disponível em: http: www.psicopedagogia.com.br/ acesso em 09. jan.2011.

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A educadora e Pedagoga Cleodelice Aparecida Zonato Fante, é uma

pesquisadora que deu grande relevância ao estudo do bullying escolar. Ela faz

uma definição desse tema em seu livro “fenômeno Bullying” da seguinte forma:

Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais,

o interesse de profissionais das áreas de educação e saúde, em todo o mundo,

é sem dúvida, o do bullying escolar. Termo encontrado na literatura psicológica

anglo-saxônica, que conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais,

em estudos sobre o problema da violência escolar.

Sem termo equivalente na língua portuguesa, define-se

universalmente como “um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e

repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor,

angústia e sofrimento”. Insultos, intimidações, apelidos cruéis e

constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas,

atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros

alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, morais e

materiais, são algumas das manifestações do comportamento bullying3.

Existem várias formas de violência que permeiam a vida dos seres

humanos, às vezes veladas, outras vezes explícitas, que, ultimamente, têm se

tornado comum na vida das pessoas, a tal ponto que adentram em todos os

lugares, em vários contextos, onde existem relações interpessoais, inclusive

nas escolas. Mas há um tipo de violência que se diferencia das demais, por ter

as suas peculiaridades, por ser bem definida. É o chamado bullying,

denominado por alguns estudiosos de violência moral, por poder causar

problemas psicológicos em suas vítimas, conforme expõe Fante (2005), em

seu livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar

para a paz.

O bullying acontece em vários lugares, mas quando se observa no

ambiente escolar há de se pensar em uma intervenção de práticas

3FANTE, Cléo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Disponível em: http: www.psicologia.org.br/internacional/pscl84.htm acesso .em: 30.dez.2010.

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psicopedagógicas de orientação e prevenção, pois a escola tem o

compromisso de formar cidadãos hábeis para conviverem em sociedade.

Gabriel Chalita, em seu livro “Pedagogia da Amizade”, faz uma

abordagem sobre essa violência escolar da seguinte maneira:

Quando a pauta é violência escolar, visualizamos trocas de xingamentos, palavrões, provocações verbais, desrespeito com o material alheio, depredação do patrimônio escolar, ameaças dirigidas aos professores e agressões físicas, propriamente entre alunos (e mais raramente de alunos contra professores e vice-versa), como chutes, tapas, beliscões etc. Contudo, aqui, o cerne da questão é ampliar os conhecimentos e sensibilizar para uma violência que é silenciada pelo medo e está presente, infelizmente, no mundo inteiro. Trata-se do bullying, uma forma intencional e repetitiva de atitudes agressivas dentro da escola (CHALITA, 2008, pp. 80 e 81).

O autor também registra sua definição sobre o termo bullying.

A palavra bullying é um verbo derivado do adjetivo inglês bully, que

significa valentão, tirano. É o termo que designa o hábito de usar a

superioridade física para intimidar, tiranizar, amedrontar e humilhar outra

pessoa. A terminologia é adotada por educadores, em vários países, para

definir o uso de apelidos maldosos e toda forma de atos desumanos

empregados para atemorizar, excluir, humilhar, desprezar, ignorar e perseguir

os outros.

O fenômeno bullying não escolhe classe social ou econômica,

escola pública ou privada, ensino fundamental ou médio, área rural ou urbana.

Está presente em grupos de crianças e de jovens, em escolas de países e

culturas diferentes.

É um problema universal, uma epidemia invisível admitida como natural em alguns casos, desvalorizada em outros e, na maioria das vezes, ignorada. (CHALITA, 2008, p. 81).

O autor Chalita (2008) também especifica duas classificações para o

bullying, que são a maneira direta e a indireta, sendo a direta evidenciada entre

agressores meninos, que formalizam essa prática com xingamentos, tapas,

empurrões, murros, chutes e apelidos ofensivos repetidos. No sexo feminino e

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em crianças menores a prática mais comum é o bullying indireto, que tem uma

característica peculiar de provocar na vítima um comportamento de isolamento

social, causado por difamações, intrigas e fofocas, boatos cruéis e

degradantes, inclusive sobre a família do agredido, entre outros

comportamentos, envolvendo geralmente colegas da mesma sala de aula.

Esses casos de violência ocorrem em qualquer ambiente de todas

as escolas, em todos os níveis sociais e de diferentes formas e motivos. Muitos

adultos não percebem as agressões veladas e vêem isso como brincadeiras

normais para a idade e não percebem os sofrimentos emocionais que atingem

os envolvidos.

As diferentes maneiras de se praticar o bullying podem ser vistas

como um simples ato, uma forma lúdica de se relacionar, como os apelidos que

direcionam alguma característica predominante da vítima, e outras

humilhações ou maus-tratos que podem ser físico, moral, sexual, verbal,

psicológico, material, virtual. Mas podem causar sérios problemas de

aprendizagem, transtornos psíquicos, às vezes irreversíveis.

Ana Beatriz Barbosa da Silva, em seu livro “Mentes Perigosas nas

Escolas – Bullying” faz uma explanação sobre esse assunto da seguinte forma:

As brincadeiras acontecem de forma natural e espontânea entre os

alunos. Eles brincam, “zoam”, colocam apelidos uns nos outros, tiram “sarros”

dos demais e de si mesmos, dão muitas risadas e se divertem. No entanto,

quando as “brincadeiras” são realizadas repletas de “segundas intenções” e de

perversidade, elas se tornam verdadeiros atos de violência que ultrapassam os

limites suportáveis de qualquer um.

Além disso, é necessário entendermos que brincadeiras normais e sadias são aquelas nas quais todos os participantes se divertem. Quando apenas alguns se divertem à custa de outros que sofrem, isso ganha outra conotação, bem diversa de um simples divertimento. Nessa situação específica, utiliza-se o termo bullying escolar, que abrange todos os atos de violência (física ou não) que ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos, impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. (SILVA, 2010, p.13).

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O bullying não é um problema que surgiu recentemente, mas possui

poucos anos de pesquisa e publicações de vários países. As informações

acerca do assunto são necessárias para que haja uma ampla divulgação do

fenômeno e, conseqüentemente, a diminuição do número e da gravidade dos

casos. A escritora Ana Beatriz confirma essa assertiva em seu livro “Mentes

Perigosas nas Escolas – Bullying” e acrescenta que a complexidade de novos

casos nos expõe a situações trágicas isoladas ou coletivas passíveis de

abstenção.

Haja vista o que foi explanado chega-se à conclusão de que é

necessário se difundir o que é o bullying para que se possa fazer uma

intervenção nessa prática, principalmente no âmbito escolar, e

conseqüentemente dirimir a sua ação.

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CAPÍTULO II

PERSONAGENS DO BULLYING

São vários os personagens envolvidos na prática do bullying. É de

primordial importância identificá-los, pois cada um tem a sua característica

peculiar. Os participantes dessa violência dividem-se em vítimas ou alvos,

agressores e testemunhas ou espectadores. No entanto há também aqueles

que se enquadram em duas posições, isto é, são, ao mesmo tempo, vítimas e

agressores. Estes, que são sempre os mesmos, podem atuar em vários

cenários, principalmente nas escolas, onde há determinados lugares mais

propícios como corredores e pátios de recreio, onde as incidências são

maiores.

A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro “mentes

perigosas nas Escolas – bullying, fala sobre os personagens do bullying da

seguinte forma:

Assim como acontece na tragédia grega, o bullying também é constituído de personagens e enredos, que nos despertam terror, compaixão e empatia. No entanto, de forma diversa, felizmente, o bullying pode ser identificado, combatido e enfrentado por todos que heroicamente lutam para mudar o rumo dessa história. Para isso, precisamos distinguir e classificar os protagonistas dessa dramática realidade. (SILVA, 2010, p. 37)

2.1. A Vítima

Sendo o bullying manifestado pelo desejo deliberado e consciente

de maltratar outra pessoa seja, com violência física (tapas na cabeça,

empurrões ou chutes); seja de maneira verbal (apelidos, xingamentos ou frases

que denigram a vítima), tem de haver um mártir para sofrer os impulsos

inapropriados desse agressor, que freqüentemente age sem motivo aparente.

A vítima de bullying pode sofrer esses tipos de maus-tratos durante muito

tempo sem que ninguém perceba o que está acontecendo com ela. Esta forma

de violência passa, na maior parte das vezes, despercebida aos olhos dos pais,

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dos professores e da sociedade em geral. Neto (2005) mostra em seus

estudos que a vítima não revela espontaneamente a agressão sofrida, por

descrer na própria escola, por medo de uma retaliação e, conseqüentemente

vir a sofrer novos ataques. Assim ela vai se isolando do resto da turma, devido

às agressões, sem ter condições de se livrar dessa situação e sendo também

distanciada pelos próprios colegas, que temem ser a próxima vítima.

A vítima, muitas vezes, sente-se merecedora da humilhação, coloca-

se no lugar de alvo e, verdadeiramente, sente-se responsável pelo que

aconteceu. Acha que a culpa é dela, por ser feia, gorda, fraca etc. Os pais e os

familiares, de uma maneira geral, devem estar muito atentos a esta realidade,

se a criança ou o adolescente foge dos padrões normais, isto é, quando se

sabe que a criança ou o adolescente tem uma característica qualquer que o

torna vítima fácil, nomeadamente, se sofre de obesidade ou se tem qualquer

dificuldade de expressão, como por exemplo, gagueira, tiques, ou se é

demasiadamente calado ou muito falador etc.

O bullying, seja de que tipo for, poderá trazer várias conseqüências

oriundas dessa violência. A auto-estima é a primeira a sofrer danos e, por

vezes, em situações muito graves, danos irremediáveis; sintomas

psicossomáticos; transtornos psicológicos; depressão; resistência imunológica;

promove no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de

concentração e aprendizagem, conseqüentemente, um baixo rendimento,

evasão escolar e absentismo. Sabe-se que muitos dos comportamentos que

põem riscos à vida de crianças e adolescentes, como por exemplo o uso de

álcool e drogas, atos suicidários e comportamentos delinqüentes, estão

relacionados, direta ou indiretamente, com o fato de serem ou terem sido

sujeitos a esse tipo de violência.

A vítima de bullying nesses casos deve ser encaminhada a fazer um

tratamento psicoterápico por apresentar um sofrimento psíquico.

Outros sintomas são veiculados a respeito do assunto. O site

“Psicopedagogia On Line – Educação e Saúde” especificam outros sintomas

que são: enurese noturna, alterações do sono, cefaléia, distúrbios gastro-

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intestinais, desmaios, vômitos, dores em extremidades, paralisias,

hiperventilação, queixas visuais, taquicardia, distúrbios alimentares,

isolamento, depressão, irritabilidade, ansiedade, perda de memória, pânico,

medo, tristeza, insegurança no ambiente escolar, atos de auto-agressão etc4.

A pedagoga Fante (2005) em seu livro: “Fenômeno do bullying como

prevenir a violência nas escolas e educar para a paz”, especificou três tipos de

vítimas de bullying, que estão mencionados no livro da psiquiatra Ana Beatriz

Barbosa Silva, como segue abaixo a classificação:

§ Vítimas Típicas: Apresentam pouca habilidade de

socialização, são tímidas ou reservadas, são mais frágeis

fisicamente, ou se destacam por apresentarem características

diferentes (a aparência fora dos padrões de beleza,

deficientes físicos, usar óculos, maneiras de se vestir etc.)

Além de diferirem na cor, na religião ou na opção sexual.

Estas pessoas são atingidas por qualquer aspecto que não

esteja de acordo com os padrões determinados pelo grupo.

§ Vítima Provocadora: É aquela que provoca determinadas

reações quantas as quais não possui habilidades para lidar.

Gostam de criar um ambiente tenso. Na escola incitam

agressões entre colegas. Geralmente discutem ou partem

para as brigas quando são atacados ou insultados.

§ Vítima Agressora: É aquela que reproduz os maus-tratos

sofridos, isto é, sofre bullying e em seguida busca vítimas

mais fracas e vulneráveis para revidar como forma de

compensação.

Normalmente a vítima não revela que está sofrendo o bullying seja

de forma espontânea, por vergonha, por temer represálias ou, quando for no

âmbito escolar, descrer das atitudes favoráveis da escola. O silêncio persiste

4 Gelson Fransen. Bullying. Disponível em: http:www.psicopedagogia.com.br/acesso em 09.01.2011.

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com o sofrimento e só é quebrado quando os alvos sentem que serão ouvidos,

respeitados e valorizados.

2.1.1. Depoimentos

Todos os depoimentos dessa pesquisa foram feitos na Escola

Municipal Pernambuco no Rio de Janeiro, com um aluno e com a mãe de uma

aluna do 1º ano da educação infantil e com alunos do 9º ano do Ensino

Fundamental, em dezembro de 2010.

As perguntas das entrevistas encontram-se no anexo deste trabalho.

Todos os nomes relatados são fictícios, para não haver uma identificação dos

envolvidos.

1) Ana, mãe de Beatriz, relatou que sua filha de 7 anos vem

sofrendo bullying constantemente na escola, por andar sempre arrumadinha,

ser bonitinha, com cabelos compridos loiros, tendo até sido carregada para o

banheiro para ter os seus cabelos cortados. Ela declarou também que batem

sempre na sua filha e ela anda apreensiva com medo da menina sofrer outros

tipos de maus-tratos. A menina vive sempre com medo. A mãe relatou que irá

mudá-la de escola.

2) Bianca, 9º ano, 16 anos, quando entrou na escola, era muito

quieta e calada. Sofreu agressão verbal e física por um grupo de meninos,

dentro da escola. Como conseqüência ficou com hematomas, passou a ter

angústia, vontade de morrer, de desaparecer, queria desistir da escola, após

ter sofrido o bullying.

Acrescentou que, hoje em dia, não sofreria mais esse tipo de

agressão, pois há colegas que a defenderiam na escola. Disse também que

diria para eles, hoje, que o caminho deles é a morte.

2.2. O Agressor

O agressor, que pode ser de ambos os sexos, é o causador de todos

os sofrimentos físicos ou morais das vítimas. Sente prazer nessa prática e em

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dominar os outros. É o líder perverso. Se envolve em uma série de

comportamentos anti-sociais e de risco, como brigas, álcool e drogas. Pode

mostrar-se agressivo, impulsivo. É geralmente mais forte que as vítimas, pois é

reconhecido como o valentão, que aterroriza, humilha, espanca e ameaça os

mais fracos. Ele se utiliza do poder para conseguir seguidores que também se

sentem ameaçados, pois o agressor, na maioria das vezes, não pratica os atos

sozinho. Esse agressor pode já ter sido vítima, como também pode vir a sofrer

bullying por outros colegas.

São menos satisfeitos com a escola e com a família, que geralmente

é desestruturada, onde há conflitos e falta de afetividade. Muitas vezes, as

situações vivenciadas no âmbito familiar servem de exemplos para a atuações

inadequadas na escola.

O escritor Gabriel Chalita em seu livro “Pedagogia da Amizade”

especifica um conceito para os agressores.

Os bullies, sem motivação aparente, sistematicamente humilham e intimidam suas vítimas, podendo insultar ou acusar, depredar ou destruir pertences pessoais, espalhar rumores negativos, depreciar, ameaçar, obrigando a seguir ordens, simular ocorrência para colocar a vítima em situação constrangedora com alguma autoridade, depreciar a família com comentários maldosos (particularmente a mãe), isolar, chantagear, ameaçar, fazer grafitagem depreciativa, usar tecnologias da informática para praticar o cyberbullying, criando páginas falsas na internet sobre as vítimas. (CHALITA, 2008, p. 86)

Apesar desse tipo de violência ser mais comum nas escolas e

durante a juventude, pode também ocorrer entre adultos e em outros

ambientes. É necessário que se faça uma intervenção com supervisão,

orientação e tratamento psicológico para que os agressores não se tornem

adultos violentos e até perigosos, praticando agressões em outros espaços da

sociedade.

2.2.1. Depoimentos

1) Penélope, 15 anos, 9º ano, pratica bullying em colegas, dentro e

fora da escola. Deu um exemplo de sua prática, de uma colega sua, que por

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ser muito quieta, sofreu bullying por três anos. Disse que também já praticou

bullying no shopping, no metrô e no cinema com xingamentos, agressões

físicas, pedras, crepes etc. Disse que, para ela, os “emos” são os mais

propícios. Acrescentou que ao praticar bullying sente alegria, sensação de

alívio e que a felicidade dela está na tristeza do outro. Já praticou bullying

dentro da família e enfatizou que não quer ter filha do sexo feminino porque

mulher sofre muito.

2) Ed, 16 anos, 9º ano, já praticou vários bullyings acompanhado

de colegas da escola, por meio de agressões físicas e verbais, às vezes

quando era provocado e outras sem motivo algum. Faz essa prática como

forma de alegria e revanche. Acrescentou que já fez na escola o “corredor da

morte”, onde se bate nos colegas até eles caírem. E acha isso tudo uma

brincadeira.

2.3. As Testemunhas

Os espectadores, representados pela grande maioria dos alunos,

são os que testemunham as ações dos agressores contra as vítimas, convivem

com a violência, se sentem incomodados, mas não tomam qualquer atitude em

relação a isso, em razão do temor de serem eleitas próximas vítimas. Suas

omissões podem estar também relacionadas ao prazer com o sofrimento da

vítima e pelo medo de assumirem a identidade de agressor. Elas, em geral,

não denunciam os fatos para seus pais e professores, no ambiente escolar.

A psiquiatra Ana Beatriz B. (2010) divide os espectadores em três

grupos distintos que são:

§ Espectadores passivos: Têm essa postura por medo de se

tornarem a próxima vítima e por receberem ameaças

explícitas ou veladas. Não tomam nenhuma providência para

defender a vítima, embora não concordando com as ações

dos agressores. Presenciam as cenas de violência, são

afetados por esse ambiente de tensão, comprometendo os

seus processos educacionais, e também estão propensos a

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sofrer as conseqüências psíquicas, pois suas estruturas

psicológicas também são frágeis.

Essa classificação de espectadores passivos também é corroborada

pelo escritor Dr. Lélio Braga Calhau, mestre em Direito do Estado e Cidadania,

em seu livro “Bullying - O que você precisa saber - identificação, prevenção e

repressão”:

O terceiro grupo, a maior parte do bullying, é formada pelos espectadores passivos ou testemunhas silenciosas. Esse grupo maior é formado por pessoas que ao mesmo tempo são, de certa forma, vítimas e testemunhas dos fatos. A grande maioria não concorda com as agressões, mas prefere ficar em silêncio, pois tem medo que os agressores, em caso de saída em defesa das vítimas, as “eleja” também para esses ataques. (CALHAU, 2010, p.10)

§ Espectadores ativos: São aqueles que manifestam apoio

moral aos agressores, com risadas e palavras de incentivo;

divertem-se com o que vêem; misturados aos espectadores

são os verdadeiros articuladores dos ataques. Tramam tudo e

depois ficam apenas observando e se divertindo.

§ Espectadores neutros: São alunos que, advindos de lares

desestruturados ou de comunidades violentas, não

demonstram sensibilidade pelas situações de bullying que

presenciam.

É necessário enfatizar que qualquer omissão nos casos de bullying,

inclusive os de cyberbulliyng, uma prática que está crescendo através da

internet, só faz aumentar a impunidade e o crescimento da violência por parte

de quem pratica.

2.3.1. Depoimentos

1) W. K., 9º ano, 15 anos, já assistiu bullying na escola, sentiu pena

quando viu um colega ser espancado. Era um racha no pátio com uma bola de

futebol, o colega foi chutado e derrubado. Disse que a vítima era o mais bobo

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da turma. Acha que é necessário proibir o bullying na escola e chamar a

Guarda Municipal para combater essa violência.

2) Rob, 16 anos, assistiu um bullying num shopping. As vítimas eram

“emos”. Acha-os estranhos, mas não concorda com o que fizeram com eles.

3) Ricardo, 8 anos, ficou assustado ao ver vários alunos da

escola serem atacados por vários colegas, no chamado corredor Polonês, onde

vários agressores ficam enfileirados lado a lado em um corredor da escola, e

batem em todos aqueles que passarem por ali. Disse que tem medo que isso

aconteça com ele.

Conclui-se que o bullying causa transtorno a todos os envolvidos

seja a vítima, as testemunhas ou os agressores. Sendo assim, o bullying é um

problema, que, não sendo controlado propicia a ocorrência de situações

problemáticas, em que o respeito pelo outro, o bom relacionamento

interpessoal são abandonados, além do sofrimento causado nas vítimas.

Trazendo um prejuízo na qualidade e na produtividade na vida escolar de todos

os envolvidos na prática do bullying.

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CAPÍTULO III

O PSICOPEDAGOGO E OS ESTÍMULOS DE CRIANÇAS

E ADOLESCENTES VÍTIMAS DO BULLYING ESCOLAR

O psicopedagogo é o profissional mais indicado para detectar

problemas causados pelo bullying escolar porque ele estuda o processo de

aprendizagem humana de forma preventiva e terapêutica. Ele pode orientar os

profissionais, envolvidos na prática do aprender, com o objetivo de dirimir o

problema e estimular crianças e adolescentes para se obter um bom

aprendizado, principalmente aqueles que estão sendo vítimas dessa violência.

3.1. Orientações do Psicopedagogo

O psicopedagogo, ao receber uma criança ou adolescente com

dificuldades de aprendizagem, inicia um processo diagnóstico para

investigação das causas do problema e das questões que ocasionaram o

distanciamento do aprendente com o saber.

A partir do resultado do diagnóstico podem ser adotadas algumas

medidas como, por exemplo, um atendimento psicopedagógico,

encaminhamento a especialistas diversos, para trabalho multidisciplinar;

intervenção na escola e também na família.

Na escola o psicopedagogo desenvolve um trabalho com os alunos,

a equipe de profissionais e com a família, sensibilizando-os sobre a importância

de cada conduta, visando à prevenção ou diminuição de dificuldades de

aprendizagem, objetivando favorecer um ambiente educacional agradável e

sadio, inibindo o bloqueio ou limitação da aprendizagem. Detectando também

os problemas já instalados e, caso necessário, propondo mudanças na

estrutura geral da escola, na conduta de profissionais específicos e/ou

encaminhando o discente a um clínico.

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Psicopedagogia é a prática que tem o intuito de conduzir à

eficiência, evitando dificuldades no processo de ensino aprendizagem, seu

caráter é preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no

âmbito escolar, mas na área clinica, resgatando e criando estratégias que

possam despertar o interesse em aprender pela vitima, pelos agressores e

telespectadores do bullying. Estudos recentes visam ligar o bullying a

Psicopedagogia, possibilitando o auxilio entre ambos. Gerando desse fato a

necessidade pela intervenção de áreas distintas, com o intuito do trabalho em

equipe, na qual participe pais, comunidade e escola5.

Deve-se também observar que, segundo CHAMAT (2004), uma das

características mais marcantes da proposta oferecida para um bom resultado

na aprendizagem é a busca e valorização das possibilidades do ser que

aprende, viabilizando o caminho para a auto-estima, que se constitui algo

primordial do desenvolvimento do pensamento, a partir da crença em si mesmo

e consolidação de um objeto permanente. Possibilitando dessa forma a

libertação da afetividade, formação de vínculos e, conseqüentemente, da

motivação para a busca do saber.

Em suma, o psicopedagogo trabalha visando a fluidez no processo

de aprendizagem, seja no caso de crianças ou adolescentes vítimas de

bullying, como também em qualquer outro tipo de questões que impossibilite o

bom aprendizado desses aprendentes. No âmbito escolar, especificamente no

caso de bullying é necessário uma orientação voltada para todos os envolvidos

no problema, para que se possa fazer um trabalho de conscientização, respeito

e de valorização das diversidades, não se esquecendo de trabalhar,

principalmente, a auto-estima das vítimas desse fenômeno.

3.2. Estimulando Crianças e Adolescentes

O bullying sempre existiu nas escolas, mas somente há mais ou

menos trinta anos começou a ser estudado sob parâmetros científicos e

5http://www.webartigos.com/articles/53480/1/MONOGRAFIA-SOBRE-BULLYING-

AGRESSIVIDADE-INFANTIL p. 1. Acesso em 24/02/11.

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psicossociais. No Brasil as pesquisas se processam de forma incipiente. A

Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência

(ABRAPIA) estuda, pesquisa e divulga o fenômeno desde 2001. Mas o assunto

começou a ser abordado junto à sociedade a partir do ano 2000, quando os

pedagogos Cléo Fante e José Augusto Pedra fizeram uma significativa

pesquisa sobre o assunto. Desse trabalho, resultou um programa pioneiro de

combate ao bullying denominado “Educar para a Paz”.

O programa tem como objetivos, conscientizar os alunos sobre o

fenômeno, suas características e implicações no espaço escolar, estimular nos

alunos a interiorização de valores humanos, desenvolver a capacidade de

empatia, as implicações causadas pelo bullying, e conscientizá-los de que eles

são agentes de transformação da violência tornando a escola um lugar de paz.

A autora propõe o esquema do programa, que pode ser utilizado como roteiro

de aplicação de programas anti-bullying em outras escolas, os passos são os

seguistes: Etapa A (Conhecimento da Realidade Escolar) tendo como primeiro

passo à (conscientização e o compromisso), e como segundo passo a

(investigação da realidade da escola). Etapa B (Modificação da Realidade

Escolar) primeiro passo: (adoção de estratégias de intervenção e prevenção) aí

estão inseridas as estratégias gerais, individuais, em sala de aula e estratégias

familiares, segundo passo (novo diagnóstico da realidade escolar) incluindo a

investigação da nova realidade escolar, apresentação do diagnóstico, revisão e

manutenção do programa6.

Fante (2005) especifica etapas tendo, como primeiro passo para se

criar estratégias anti-bullying, a conscientização de todo o corpo docente da

escola (diretor, professores, coordenadores e demais funcionários), corpo

discente e família, ou seja, um trabalho coletivo conscientizando sobre as

características do fenômeno, como ele ocorre no espaço escolar e suas

conseqüências. Também faz parte dessa etapa o compromisso, que se verifica

na organização de reuniões juntamente com a participação dos pais, com o

6 CARDOSO. Giovanna Marget Menezes; RIBEIRO, Monica Cerqueira. Descortinando o Bullying no espaço escolar: estratégias pedagógicas. P@rtes (São Paulo). V.00 p.eletrônica Novembro de 2010. Disponível em <www.partes.com.br/educacao/obullying.asp>. Acesso em 24/02/11.

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objetivo de levantar estratégias e projetos direcionados de combate ao bullying,

para que a escola seja um lugar agradável, saudável, que estimula a

aprendizagem de todos os alunos, pois a escola é de grande importância na

educação, não só a educação pautada nos programas curriculares, formadora

de futuros profissionais, mas a educação que forma cidadãos capazes de

respeitar as “diferenças”, conscientes dos seus direitos e deveres perante a

família, a sociedade e a comunidade escolar.

As experiências vivenciadas no espaço escolar não se reduzem

apenas a aprendizagem, mas também a todas as lembranças que os sujeitos

introjetam por toda a sua vida. Assim, a escola deve também promover

atividades que favoreçam a interação entre os estudantes, que irão estreitar o

vínculo entre eles, permitindo um melhor convívio, possibilitando novas

amizades.

3.3. Estímulo do Professor

O professor fazendo uma reflexão sobre o seu papel diante dessa

forma de violência poderá, em parceria com os alunos, estabelecer regras de

atitudes, a serem seguidas durante todo o ano, ficando claro o que será

permitido ou não no ambiente escolar. É necessário esclarecer aos alunos o

porquê de atitudes como, preconceito, desrespeito, agressões físicas e verbais,

não serem admitidas.

O professor também deverá estimular os seus alunos a relatarem os

casos de comportamento agressivo presenciados no ambiente escolar,

incentivá-los a fazer uma pesquisar sobre o bullying no próprio colégio,

entrevistando professores, alunos e funcionários com o objetivo de saber se

estes conhecem o bullying e se sabem lidar com esse tipo de problema no

espaço escolar; divulgar o resultado das pesquisas, espalhar cartazes pela

escola sobre o assunto, promover debates para se discutir e esclarecer as

dúvidas sobre o bullying.

Uma atividade proposta pela pedagoga Cléo Fante (2005) em seu

livro: “Fenômeno do bullying como prevenir a violência nas escolas e educar

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para a paz” consiste em o professor pedir aos alunos a elaboração de uma

redação com o seguinte tema “Minha vida escolar”. O professor, já tendo

conhecimento dos envolvidos no problema, pode chamar a vitima e o agressor

e ter uma conversa em particular com cada um deles, para estabelecer um

diálogo, reforçar a importância do vínculo, a confiança, demonstrar atenção,

compreensão e o interesse em ajudá-los e resolver essa situação de conflito.

Inicialmente o professor fará uma reunião com o grupo de

agressores, depois com o grupo das vítimas, e por último com os

espectadores. Esse encontro poderá ser feito em média em duas semanas,

mas cada classe poderá ter o seu tempo específico. O professor poderá fazer

uma entrevista com esses alunos, olhando bem nos olhos deles, falando

pausadamente, sem causar qualquer tipo de constrangimento. O professor

deverá marcar um novo encontro, respeitando o posicionamento do aluno, caso

este fique em silêncio frente às perguntas.

Durante a entrevista o professor poderá solicitar aos principais

envolvidos alternativas que poderiam ser adotadas para resolver os problemas.

Ele poderá também eleger o “tutor” da turma, para observar problemas

apresentados pelos envolvidos. Havendo alguma ocorrência ele deverá

comunicar o problema ao corpo docente da escola (professor, coordenador,

diretor) ou ao psicólogo, caso a escola disponibilize. O professor deverá se

reunir com toda a classe na última reunião e esclarecer que todos devem

empenhar esforços para combater os casos de violência na escola, que os

problemas de cada um, serão considerados problemas de todo o grupo. Nessa

oportunidade poderá ser elaborado um “Estatuto contra o Bullying”, onde todos

participarão com normas pautadas no cultivo de valores, como respeito,

cooperação, solidariedade, amizade, entre outros. Nessa ocasião ele poderá

informar que já há leis de combate ao bullying, conforme anunciado no Jornal

O Globo em 12 de dezembro de 2010:

Rio de janeiro, Rio grande do Sul e Maranhão já sancionaram leis de combate ao bullying. Na Câmara dos Deputados, tramitam quatro projetos sobre o tema. Eles estabelecem a obrigatoriedade da notificação dos casos e a criação de programas nacionais, coordenados pelo Ministério da

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Educação, que hoje não tem ações específicas. Um deles, o projeto de lei 6935, inclui o bullying na relação de crimes contra a honra e sugere punição para agressores maiores de 18 anos, com detenção de até um ano. (Jornal O Globo, p.15)

Além dessas estratégias, o professor também poderá utilizar vídeos,

com documentários e filmes sobre o assunto, leitura e análise de textos

referentes ao tema, organizar oficinas, fazer teatrinhos com dramatizações que

possibilitem inserir os alunos em situações problemáticas para despertar

habilidades para lidar com situações de bullying, discutir o tema

transversalmente nas demais disciplinas etc. O professor poderá desenvolver

atividades de acordo com as necessidades da classe, pois cada turma possui

as suas especificidades, suas realidades, suas dificuldades e seu nível de

aprendizagem.

3.4. Estímulo da Família

A família, de todos os envolvidos no problema do bullying, não deve

deixar que a situação seja resolvida somente pela escola, e sim participar

ativamente desse processo. A influência familiar é primordial no

desenvolvimento da estrutura psicológica da criança e do adolescente, que

necessitam de respeito, afeto, compreensão, segurança e valorização. É

imprescindível que os pais tenham uma convivência saudável com seus filhos,

disponibilizando um tempo para o diálogo, dirimindo dúvidas, angústias, trocas

de idéias, sentimentos e ouvi-los para ajudá-los no que for preciso.

Os pais, de alguma forma, contribuem para a descoberta da razão de existir. É numa estrutura familiar sólida que a criança e o adolescente vão suprir suas necessidades de amor, de valorização, de limites e de coerência. Valores que contribuem para o desenvolvimento de habilidades de autodefesa e auto-afirmação. (CHALITAl, 2008, p. 165)

A família e a escola devem trabalhar em conjunto para minimizar os

efeitos do bullying e impedir que ele aconteça novamente. A escola tem a

responsabilidade de instruir seus professores, funcionários e equipe para que

eles identifiquem as vítimas e os agressores e para que saibam como agir

quando detectarem o problema. Ela também tem que proporcionar um

ambiente seguro e zelar para que seus alunos não sejam autores, vítimas e

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nem espectadores dos atos de bullying. Não deve também expor a vítima e o

autor do bullying, e sim trabalhar em conjunto com a família, pois ambos,

agressor e vítima, necessitam de acompanhamento emocional, psicológico e

de apoio familiar.

A parceria com a família é muito importante, porém todos os

profissionais do âmbito escolar devem participar desse processo, colaborando

na elaboração de palestras, debates, campanhas, trabalhos específicos, dentre

outros, para cultivar um ambiente agradável, sadio e pacífico que estimulam a

aprendizagem, a disciplina e o afeto dentro do ambiente escolar.

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CAPÍTULO IV

O PSICOPEDAGOGO E AS ESTRATÉGIAS NO CASO

DE BULLYING ESCOLAR

4.1. Estratégias para Modificar Comportamentos

As estratégias psicopedagógicas bem elaboradas podem reduzir os

índices de violência e bullying nas escolas, como também proporcionar

mudanças na maneira de pensar e agir, desenvolver capacidade de empatia,

atitudes positivas e solidárias nos relacionamentos interpessoais de crianças e

adolescentes, dentro e fora do espaço escolar, a partir da conscientização e da

reflexão sobre o fenômeno, na busca de soluções para o combate ao bullying,

visando melhorias em sentido amplo, principalmente no campo da

aprendizagem, tornando-os alunos melhores com compreensão e sensibilidade

na resolução dos seus problemas e dos outros.

Essas estratégias devem ser bem definidas, observando-se as

características dos componentes da escola. A participação dos alunos nas

decisões e no desenvolvimento do projeto é primordial para se obter o sucesso.

A própria comunidade escolar pode identificar seus problemas e propor as

melhores soluções, visando um melhor convívio e a prática de uma cidadania

justa.

Vários programas têm sido desenvolvidos com estratégias para

combater a prática do bullying. O médico pediatra Aramis L. Neto (2005) é um

dos fundadores da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à

Infância e à adolescência (ABRAPIA), uma organização não governamental do

Rio de Janeiro. Ele há dezesseis anos, com programas de prevenção à

violência, defende e promove direitos de crianças e adolescentes. É um dos

responsáveis pela coordenação do Programa de Redução do Comportamento

Agressivo entre Estudantes, também conhecido como Programa Bullying,

lançado pela ABRAPIA em 2002, desenvolvendo algumas pesquisas em

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escolas do município do Rio de Janeiro. Este programa lançou um livro

chamado Diga não para o Bullying: Programa de Redução do Comportamento

Agressivo entre Estudantes, de Aramis Lopes Neto e Lúcia Helena Saavedra,

que teve uma repercussão muito grande e despertou muito interesse no público

e na mídia. O Programa possui estratégias que envolvem etapas de pesquisa

da realidade escolar, formação de grupos para atuar nessa tarefa, captação de

parceiros, de busca de opiniões, de definição de compromissos, de divulgação

do tema e de informação aos pais.

A primeira etapa é feita inicialmente com a aplicação de

questionários aos alunos, onde é feito um levantamento da prevalência,

incidência, causas e conseqüências do bullying. Depois os questionários são

analisados e o corpo docente é direcionado para um processo de

sensibilização dos alunos. As ações prioritárias e as estratégias a serem

adotadas devem ser definidas pelo grupo composto por representantes de

todos os segmentos da comunidade escolar, e posteriormente amplamente

divulgadas.

Outra técnica utilizada com grande valor educacional, pois

potencializa o confronto entre os estudantes, é o chamado por Constantini

(2004) de life skill, que atua como estímulo para desenvolver as habilidades

individuais. Esta técnica, se for usada continuamente em sala de aula, pode

produzir vários efeitos benéficos, como influenciar, preventivamente, no

combate às diversas formas de mal-estar de adolescentes, como dificuldades

de relacionamento, evasão escolar e comportamentos sociais de risco,

desenvolvendo nos jovens relações positivas e significativas, tanto familiares

como em outros contextos, bem como o favorecimento da participação

emotiva, a autonomia e responsabilidade, aumento de auto-estima, confiança

nos outros e potencialidades do grupo.

Essa técnica surgiu na Califórnia, no final da década de 1960 com o

nome de Magic Circle Time. Desenvolveu-se e difundiu-se devido ao

Movimento para o Desenvolvimento do Potencial, como método de trabalho

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nas escolas maternais e de ensino fundamental, conforme referência no site

“Psicopedagogia On Line”.

Conforme Costantini (2004), o bullying, por se tratar de um

fenômeno que coloca em evidência as relações e as dinâmicas entre os

estudantes, deve ser enfrentado, na sala de aula, com uma metodologia que

leve em conta a necessidade e a importância das competências sociais. O

autor apresenta uma técnica que ajuda a comunicação sócio-afetiva chamada

circle time, que permite enfrentar temas importantes e que torna mais ágil a

função de quem deve conduzir o grupo na discussão destes temas.

O Circle Time é um instrumento utilizado para promover a participação dos jovens e conduzir um grupo por um ponto de vista sócio-afetivo, isto é, das relações que se instauram entre os vários componentes (COSTANTINI, 2004, p. 83)7.

Escolas de diversos países, na tentativa de reduzir esse tipo de

violência, vêm desenvolvendo algumas iniciativas bem sucedidas. Na Noruega,

na Universidade de Bergen, em 1989, Olweus obteve os primeiros resultados.

Ele propôs um programa de intervenção que tinha como características

principais o desenvolvimento de regras claras contra o bullying nas escolas, o

alcance de um envolvimento ativo por parte dos professores e pais, o aumento

da conscientização do problema, e a eliminação de alguns mitos e o

provimento de apoio e proteção para as vítimas.

Especialistas do mundo inteiro afirmam que a participação dos pais,

tanto de alunos agressores como de agredidos, é fundamental para o combate

dessa violência nas escolas.

Em países como a Inglaterra, o bullying é um assunto obrigatório no

cotidiano escolar, como medida de combate a esse tipo de violência. No Brasil

já existe uma movimentação nesse sentido, conforme noticiado no Jornal O

Globo, no dia 12 de dezembro de 2010:

7 Gelson Fransen. Bullying Disponível em: http:www.psicopedagogia.com.br. Acesso em 04.03.2011.

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Para as 240 unidades de ensino geridas pela prefeitura de Belo Horizonte, está prestes a ser criado um novo regimento escolar, que terá capítulos dedicados ao problema. Atualmente, a identificação de casos e a mediação dos conflitos estão a cargo da coordenação pedagógica e da direção das escolas, mas a idéia é ampliar a responsabilidade de todos os envolvidos e tornar permanente a capacitação de funcionários. (Jornal O Globo, p. 15)

Um projeto internacional europeu, intitulado “Training and Mobility of

Research (TMR) Network Project: Nature and Prevention of Bullying”, concluído

em 2001, diagnosticou as causas e conseqüências do bullying e identificou

modos de prevenção deste problema.

O Programa entendia que as escolas não poderiam ser tratadas de

maneira uniforme, pois eram vistas como sistemas dinâmicos e complexos,

conseqüentemente, as estratégias e ações deveriam ser definidas

individualmente. Criou-se um Conselho em cada unidade de ensino, formado

por representantes da comunidade escolar, capaz de definir e priorizar as

ações para a resolução dos problemas relacionados ao bullying. Dentre essas

ações, destaca-se o envolvimento de professores, pais, alunos, autoridades

educacionais e a formação de grupos de apoio a esses alunos que são alvos

de bullying.

No Brasil, a pedagoga Cleonice Aparecida Zonato Fante, em agosto

de 2002, realizou pesquisas em escolas municipais do interior paulista, visando

combater e reduzir comportamentos agressivos. Em seu Livro “Fenômeno

Bullying”, relata a gravidade do fenômeno em nossa sociedade. De forma

pioneira, implantou o “Programa Educar para a Paz”, que é desenvolvido em

uma escola de São José do Rio Preto com apoio de Psicólogos,

Psicopedagogos e Pedagogo. O projeto é um conjunto de estratégias

psicopedagógicas que se fundamenta sobre princípios de solidariedade,

tolerância e respeito às diferenças, visando o fortalecimento da auto-estima das

vítimas, a inclusão, e a canalização da agressividade do agressor em ações

pró-ativas, num trabalho individualizado com os envolvidos nessa prática e com

o envolvimento de toda a escola, pais e a comunidade em geral.

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O “Programa Educar para a Paz”, por apresentar excelentes

resultados em curto prazo, tem sido implantado em várias escolas brasileiras,

além de ser de fácil adaptação à realidade escolar no nosso país. Em

decorrência desse sucesso estão sendo promovidos cursos de formadores do

Programa, atendendo redes públicas e particulares de ensino e também cursos

de pós-graduação, com fundamentações em Psicanálise e Inteligência

Multifocal. Fante (2005), através de contato direto com universitários, pode

constatar o grande número de estudantes que foram vítimas de bullying e o

relato de suas desagradáveis conseqüências no meio profissional, pois,

conforme os estudos comprovam, essa violência pode ser praticada por

pessoas de diversas faixas etárias. Concluiu, com isso, que há a necessidade

do combate ao problema desde as séries iniciais, para dirimir futuros

agressores, que iniciam a sua prática dentro da escola.

Uma pesquisa realizada pela ABRAPIA em onze escolas do Rio de

Janeiro constatou que 60,2% dos casos acontecem em sala de aula,

comprovando a importância da ação conscientizadora, em ambiente escolar. É

necessário ressaltar que há responsabilidade legal da escola no controle do

bullying escolar e que existe o Estatuto da Criança e do Adolescente para a

proteção desses alvos do fenômeno e que há penalidades para os agressores,

conforme afirma Lélio Braga Calhau:

Já para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) um isolado (ex: briga com socos na porta do colégio) já configura ato infracional e o agressor pode ser submetido a um processo junto à vara da Infância e da Juventude da Comarca, podendo até ser internado no caso de ato infracional realizado com violência ou grave ameaça. (CALHAU, 2010, p. 42)

Jane M. Moz e Mary L. (2007), escritoras do livro “BULLYING-

Estratégias de sobrevivência para crianças e adultos”, especificam quatro

passos para prevenir os prejuízos ao amor próprio causados pela condição de

vítima de um agressor de bullying que são: romper as correntes cativas de

negação; aprender a não personalizar o mau comportamento do agressor.

Fortalecer a si mesmo com autoconsciência e buscar apoio dos outros;

aprender a reconhecer os estilos e as táticas dos agressores da mesma

maneira com que nos familiarizamos com os sinais de riscos em nossas

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estradas; aprender as estratégias e as habilidades necessárias para lidar com

eficácia com os agressores. Aprender ferramentas que venham a impedir de

ser apanhada e se tornar cativos emocionais do bullying.

No auto-fortalecimento é importante não personalizar o

comportamento do agressor, pois o mau comportamento pertence a este. A

autoconsciência, o conhecimento da nossa própria verdade, é eficaz na

prevenção da paralisia e da impotência. Praticar a autoconsciência é se tornar

amigo de todas as suas partes de sua própria pessoa. Buscar um sistema de

apoio mutuamente respeitoso é um dos aspectos mais importantes do auto-

fortalecimento para minimizar o problema e, conseqüentemente, interferir no

desenvolvimento da aprendizagem.

Há várias razões para crianças e adolescentes apresentarem

comportamentos agressivos, por isso é necessário que se faça um trabalho

voltado para modelos motivadores de boa conduta. Albert Bandura (apud

Calhau, 2010) através dos seus estudos sobre aprendizagem observacional de

comportamentos agressivos em crianças, afirmou que os indivíduos podem

reunir informações provenientes de várias observações distintas, de modo que

novos modelos de comportamentos, diferentes de qualquer outro antes

estudado, podem ser desenvolvidos. Sendo assim, os estímulos oferecidos

pelo modelo são transformados em imagem daquilo que o modelo fez ou são

transformados em símbolos verbais que mais tarde podem ser lembrados.

Essas habilidades e cuidados, sejam cognitivas, simbólicas também permitem

aos indivíduos transformar aquilo que aprenderam ou combinar o que

observaram em diferentes modelos em novos padrões de comportamento.

Portanto, ao observar os outros, podemos desenvolver soluções novas, e não

simplesmente imitações obedientes.

Jane Middelton-Moz e Mary Lee Zawadski no livro “BULLYING-

Estratégias de sobrevivência para crianças e adultos” dão uma visão sobre a

importância da referência do modelo:

Um grande número de estudos que tratou de crianças resilientes, de origens difíceis e traumáticas, indica que o

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principal fator a fazer a diferença na vida delas é um modelo de referência adulto que mostre compaixão, preocupação e cuidado e que seja capaz de dar exemplos de comportamento saudável. Todos os bullies e as vítimas que generosamente nos contaram suas histórias disseram que houve apenas uma ou duas pessoas que se preocuparam e acreditaram neles em algum momento de suas vidas e que fizeram a diferença. Em função delas, eles se dispuseram a dedicar-se a mudar seu comportamento marcado pelo bullying e a fazer outras mudanças necessárias para levar vidas felizes e saudáveis (MIDDELTON-Moz e ZAWADSKI, 2007, p.87)

“Os trabalhos de prevenção e combate à prática do bullying ainda

são incipientes”, os estudos sobre o assunto ainda estão começando. Faz-se

necessário, então, que todos os envolvidos com a educação planejem ações,

sob a orientação de um psicopedagogo, envolvendo o ambiente escolar e a

família dos discentes, no sentido de prevenir e reparar danos causados por

esse fenômeno, em todos os níveis escolares, iniciando com a educação

infantil. Este tema deve ser explorado pelos professores em sala de aula, com

a utilização de vários recursos como dinâmicas, leitura de textos, filmes,

dramatizações, músicas, histórias e outros meios para despertar a atenção de

crianças e de adolescentes para prevenir e remediar essa violência. As

dinâmicas proporcionam reflexões voltadas à individualidade do sujeito, suas

diferenças, seus direitos e seus deveres. Deve-se também enfatizar que o

problema é grave e que deve ser combatido. As ações devem ressaltar o

respeito, a ética, o amor, a amizade, a sabedoria, os valores humanos, a

harmonia, a paz, a dignidade etc.

Algumas palavras podem mudar muitos comportamentos, pois elas

têm enorme poder sobre o ser humano. O escritor Cury (2003, p. 78) diz que o

afeto e a inteligência curam feridas da alma e reescrevem as páginas fechadas

do inconsciente. Portanto, é necessário ter amor ao ato de educar, observar as

manifestações afetivas e emocionais dos alunos, conversar, dar mais atenção

a eles, ouvir suas queixas ou particularidades, podendo dessa forma, identificar

vítimas, agressores, evitar que o fenômeno se propague, se repita dentro do

ambiente escolar.

Preservar a integridade de jovens estudantes é primordial para que

eles não se tornem protagonistas dessa realidade destoante que o bullying

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reserva aos seus praticantes e envolvidos. É necessário criar uma cultura

contra o bullying escolar. É possível o seu combate desde que haja

planejamento, conscientização, compromisso, responsabilidade, cooperação e

tempo, para se investir numa cultura de paz e estabelecê-la, através da

formação de uma mentalidade humanista e solidária que valoriza o ser

humano. Para isso, segundo Taylor (2006), o psicopedagogo precisa

desenvolver na instituição e nos envolvidos com ela, uma postura

comprometida com valores humanistas, nos aspectos de respeito diante das

diferenças e na capacidade de contrastar com exemplos de posturas

discriminatórias e preconceituosas vigentes na sociedade.

Por fim, é necessário ressaltar que o psicopedagogo está preparado

para sanar problemas de aprendizagem causados pela prática do bullying,

porém, deve-se acrescentar que as idéias propostas são trazidas como

alternativas de como trabalhar o problema do bullying no espaço escolar, mas

não se pode afirmar que são estratégias totalmente eficazes, devido ao fato de

o resultado obtido em uma determinada escola não ser o mesmo alcançado em

outra, porque os ambientes, os personagens são diferentes, havendo uma

diversidade de fatores, que envolvem o contexto social e familiar dos alunos,

pois as experiências vividas em família influenciam amplamente no

comportamento dessas crianças e desses adolescentes.

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CONCLUSÃO

A prática do bullying escolar ocorre de forma mais comum do que se

imagina, e não está somente limitada ao espaço escolar, pois está presente em

ambientes os mais diversos possíveis. Mas é na escola que o fenômeno

aparece com maior intensidade e normalmente camuflada como forma de

brincadeira. O combate ao bullying se faz necessário para romper com essa

forma de violência que cultua a exploração dos mais fracos ou dos diferentes .

As crianças e os adolescentes, por não estarem amadurecidas, são

os que sofrem com mais intensidade as agressões do bullying, pois também

não possuem mecanismos psicológicos de defesa fortes o suficiente para

enfrentar esse tipo de problema. Conforme estudo de Neto (2005),

normalmente eles se fecham e não contam as agressões para os pais ou

professores por medo de retaliação dos agressores, por vergonha, por

sentimento de culpa etc. Dessa forma são afetadas, de um modo bem

significativo, no processo da aprendizagem, necessitando de uma maior

intervenção e orientação do psicopedagogo, pois é nesse lugar que ele entra

com um trabalho de orientação, para minimizar as conseqüências desse

sofrimento silencioso das vítimas, auxiliando-as a retomarem o curso normal de

suas vidas, e ao prazer de viverem suas potencialidades, principalmente no

âmbito da aprendizagem escolar, sem receios de novos ataques de um

agressor.

Reprimir a prática do bullying escolar é combater a futura

criminalidade e trabalhar pela construção de uma sociedade que preza os

valores do ser humano. Para isso é necessário o incentivo de programas, como

exemplo Fante (2005) o “Educar para a Paz”, com estratégias que buscam o

diagnóstico do bullying, o controle da situação de conflito, o diálogo franco

entre os envolvidos, a conscientização, o respeito, valorização das

diversidades, o fortalecimento da auto-estima, o estímulo do afeto, da

aprendizagem, da disciplina no ambiente escolar. Porém não se pode afirmar

que as estratégias sejam totalmente eficazes, pois os resultados dependem do

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contexto de cada escola e da diversidade de fatores que influenciam nesse

processo.

Independente de um resultado mais positivo deve ser feito um

trabalho efetivo e contínuo contra o bullying dentro do espaço escolar, pois

essa prática é responsável por inúmeras conseqüências negativas como o

fracasso escolar, problemas psicológicos e o aumento da agressividade etc.

Segundo Bandura (apud Calhau, 2010), conforme verificado em seu

experimento, os seres humanos são capazes de aprender comportamentos

agressivos através da observação. No caso do bullying, essa situação pode

ser aplicada a todos os envolvidos, inclusive vítimas, espectadores, que

poderão internalizar o uso da violência como padrão de comportamento e

reproduzi-lo em todos os ambientes. Deve-se enfatizar, então, que é

necessário direcionar comportamentos em que o modelo seja o cuidado, a

atenção, o diálogo, a afetividade a compreensão, a colaboração, isto é,

pautados em ações positivas para se obter uma melhor resposta, sendo

necessário a participação de todos os envolvidos, principalmente os pais das

vítimas e dos agressores; a capacitação de funcionários e professores para

lidar com o problema; a busca de soluções que sejam aceitas pelo grupo e que

sejam internalizadas e duradouras para aquele ambiente escolar, pois cada

escola tem o seu aspecto peculiar; a manutenção e a supervisão constante

das atividades dos alunos; a orientação para se cultivar o respeito e a

tolerância às diversidades.

O psicopedagogo está capacitado para vencer esse desafio de

prevenir e combater o bullying escolar, orientando professores e todos os

envolvidos no combate dessa prática, que norteiam os mesmos objetivos de

deixarem para gerações futuras um mundo melhor, com menos violência, com

mais cidadania, com uma sociedade mais justa, solidária, num ambiente onde

o aprender deve ser prazeroso, sem medos, onde se prospera a afetividade e

o respeito às diferenças.

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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I Definição de Bullying 10 1.1. O que é Bullying Escolar? 10 CAPÍTULO II Personagens do Bullying 16 2.1. A Vítima 16 2.1.1. Depoimentos 19 2.2. O Agressor 19 2.2.1. Depoimentos 20 2.3. As Testemunhas 21 2.3.1. Depoimentos 22 CAPÍTULO III O Psicopedagogo e os Estímulos de Crianças e Adolescentes Vítimas do Bullying Escolar 24 3.1. Orientações do Psicopedagogo 24 3.2. Estimulando Crianças e Adolescentes 25 3.3. Estímulo do Professor 28 3.4. Estímulo da Família 29 CAPÍTULO IV O Psicopedagogo e as Estratégias no Caso de Bullying Escolar 31 4.1. Estratégias para Modificar Comportamentos 31 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 41 WEBGRAFIA 42