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AGOSTO DE 2017 Janeiro de 2018

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Queridos irmãos e irmãs,

Este é o mês que celebramos o nosso nascimento dentro da Igreja,

nascimento este que se deu de um modo que mais belo não podemos

conceber. Pouquíssimas famílias religiosas na Igreja podem santamente

orgulhar-se de ter em suas origens uma intervenção histórica da Mãe de

Deus. Este é um mês propício para pormos em prática o que nos diz o

ponto número 7 do Preâmbulo às Constituições: “Ficar atentos ao

‘sinal’ que nos foi dado no dia 20 de Janeiro de 1842 pela Virgem Maria,

Filha de Sion”. Há muitos aspectos deste sinal: Quem aparece? A

Virgem Maria. A quem aparece? A um jovem judeu. Onde aparece?

Em Roma. Como aparece? Sobre um altar dedicado a São Miguel

Arcanjo, o anjo protetor do povo de Deus. Em que igreja aparece? Em

Sant’Andrea delle Frate; o apóstolo Santo André era irmão de São

Pedro, que se chamava também Simão; ora, o irmão daquele que recebe

a visita da Virgem também se chamava Simão (o Padre Theodoro). Em

que dia da semana aparece? Em uma quinta-feira, dia tradicional da

Eucaristia. O que portava Afonso Ratisbonne no momento da

“fenômeno”? Uma medalha de Nossa Senhora das Graças. Que oração

havia recitado? O ‘Lembrai-Vos’ de autoria de São Bernardo, de quem

era devoto o padre Theodoro, irmão de Afonso, e de quem também

escreveu uma biografia. Que outro nome tinha Afonso? Tobias, que

nos faz lembrar o livro homônimo da Bíblia, que nos conta a história de

um Tobias guiado por anjos. Que sucede exatos 100 depois de 20 de

janeiro de 1842? A conferência de Wansee, quando os nazistas

decidiram pela aniquilação dos judeus.

As meditações deste número festivo do IN SION versam sobre o

lugar da Tradição de Israel na revelação bíblica e de como os cristãos

podem delas se beneficiar em sua busca teológica, do papel de Maria na

espiritualidade, o lugar fundamental de Jerusalém para Sion e outros

tópicos de importância. Que Nossa Senhora de Sion abençoe a todos

neste mês de graça e luz.

IN SION FIRMATA SUM

Janeiro de 2018

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“O CRISTÃO PRECISA INCONDICIONALMENTE DO JUDEU”

A afirmação é do Ir. Pièrre... Refleti por um instante sobre o pronunciamento e senti-me impelido a afirmar o contrário... O cristão não precisa do judeu...

Acho que entendi a intenção do Ir. Pierre. A experiência de uma catequese e de uma homilética cristã totalmente negativa em relação ao Judaísmo bíblico-rabínico, que insiste em usar e manter a expressão Antigo Testamento, que insiste em se desvincular da história e das instituições de Israel, do Templo e da Sinagoga, que faz uma leitura meramente profética da Escritura, enfim, que se mostra incapaz de considerar o passado de Israel antes do Cristianismo como parte fundamental de seu memorial... essa experiência só poderia levar uma pessoa a concluir, sim, que o cristão necessita incondicionalmente do judeu, do Judaísmo, de sua história...

As evidências desse negativismo surgem de todos os cantos... lembro-me de um ex-bispo da região Ipiranga, que por ocasião da abertura de um programa de estudos bíblicos, dizia aos fiéis que ‘o cristão não precisa se ocupar do Antigo Testamento, pois ele [o cristão] tem o Novo Testamento...’; lembro-me, também, de um famoso doutor da Igreja fazer afirmação idêntica numa reunião de professores de uma das faculdades de teologia de São Paulo. Quem não conhece, ou mesmo já não cantou, o tradicional hino ainda hoje empregado na Semana Santa que afirma, e a Igreja não parece interessada em modifica-lo, que o Antigo Testamento deu lugar ao Novo Testamento... Fui à Missa ontem, dia 30/12, e ouvi do celebrante a seguinte exposição, repetida várias vezes, sobre o texto de Lucas 2, a apresentação de Jesus no Templo: ‘José e Maria estavam enganados quando levaram a criança ao Templo afim de cumprir a Lei que ordenava a consagração do primogênito... eles ainda pensavam em termos antigos, coisas do passado... não se davam conta de que tudo o que precedera ficava desqualificado a partir do nascimento do Messias Jesus...’; sinto um profundo arrependimento de não ter gravado essa homilia... espécime perfeito do que anda pelas homilias afora. Na verdade, não é preciso ir muito longe para se ouvir tais despropósitos.Diante de tudo isso, a afirmação do Pierre não pode surpreender ninguém...

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é evidente que o que está faltando é, no mínimo, um conhecimento elementar, não somente da Escritura, do Judaísmo, de suas instituições mas, assustadoramente, do próprio Novo Testamento... não sabemos ler nem nossos textos, o que não dizer dos outros... Esse descarte que fazemos desde tempos antigos, afinal, dentro do próprio Novo Testamento... observe-se os diferentes textos da Transfiguração... o que Pedro propõe, numa visão integrada da Escritura [Moisés e Elias] e da experiência cristã, o Novo Testamento como cumprimento das Escrituras / as três tendas significam a fixação de cena: o Cristo morto e ressuscitado ladeado de Moisés e de Elias / o texto ...

Memorial: se somente a Escritura fizesse parte constitutiva de nosso memorial, se somente fossemos treinados a reconhecer que nosso passado teológico tem início em Abrão [Gn. 12] e percorre as gerações... se somente fossemos treinados a ver um Jesus, que como todo judeu treinado na sua Tradição, se via membro da família de Abrão, talvez até mesmo oleiro, criando e vendendo estátuas de deuses, como comenta a mesma Tradição... se ouvia chamado a fazer a travessia... se via prestando o serviço da escravidão, ansiando, como imagina o livro da Sabedoria [Sb. 18], pela libertação... celebrando as Festas, considerando-se parte de todas essas experiências... isto é, se a Escritura fizesse realmente parte constitutiva de nosso memorial, então... nós não precisaríamos... porque nós faríamos parte de todo esse patrimônio, nós consideraríamos toda essa história, com suas tradições, nossa própria história... não estaríamos tirando nada dos judeus, não estaríamos negando nada aos judeus... eles e nós formaríamos uma unidade de história, de desenvolvimento teológico e moral... de experiências e esperanças...

Se o Sion tem alguma coisa a dizer ao mundo cristão... aí, ao meu ver, está a essência de sua razão de ser. Vitório Cipriani, nds

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ADEUS A FLORA

Imagem popular italiana do século 19

A despedida de Afonso Ratisbonne de sua prometida, após o evento do 20 de

janeiro

UM FATO, UMA LUZ

Mais uma vez, eis-nos no mês de janeiro, em que celebraremos no

dia 20 o centésimo septuagésimo sexto ano desde aquele acontecimento

na igreja de Sant’Andrea delle Frate. Sim, trata-se de um

acontecimento, um fato histórico atestado por diversas testemunhas e

cuidadosamente documentado, cujas consequências são visíveis até

hoje, até mesmo nas pedras dos suntuosos edifícios erguidos em

Jerusalém pelo protagonista desta história. Não, não se trata de uma

doutrina, de uma ideia, de uma proposta teológica arbitrariamente

construída. É um fato, e porque tem a força da realidade objetiva, pode

mover a história em direção ao bem.

Que fato foi este? Um jovem na casa dos vinte anos, de família bem

sucedida, com uma linda noiva a esperá-lo, com a cabeça cheia de

projetos e o coração cheio de sonhos, como é próprio da juventude, sem

nenhuma outra grande preocupação na vida senão aquela de seguir o seu

destino de sucesso e de gozar as facilidades da riqueza; pois bem, um tal

jovem, quase que num átimo se vê invadido por uma luz sobrenatural,

que lhe vem, a princípio, de uma fonte objetiva e exterior, uma Mulher

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de pé sobre um altar, a irradiar uma luz intensa, a qual, por fim, lhe vai penetrar até o mais íntimo do ser e mudar-lhe totalmente o destino. Era a Virgem Maria que lhe aparecia, segundo ele mesmo haveria de reportar. Mas, desta vez, não aparecia a crianças inocentes, nem a santos fervorosos; não! Desta vez, o anfitrião a receber a Mãe de Deus não era nem sequer cristão, mas um judeu, um israelita, um filho de Abraão! Como outrora a mesma Maria visitou a sua parenta Isabel, agora Ela visita também um outro primo distante; e do mesmo modo como Isabel ficara repleta do Espírito Santo com a saudação d’Aquela que a visitava, agora também o jovem é preenchido por uma graça sobrenatural, a qual mais tarde ele descreveria como “luz”. Nossa Senhora visitou e haveria de visitar muitas outras pessoas naquele longínquo século dezenove – aparições que seriam aprovadas pela Igreja como autênticas, como a da Rue du

Bac em 1830, La Salette em 1846, e a acachapante história de Lourdes em 1858. Com Afonso Ratisbonne, todavia, não houve profecias de catástrofes, queixas de infidelidade; houve tão-somente um silêncio todo ele envolto em amor. Se em 20 de janeiro Nossa Senhora trouxe à terra uma mensagem, esta foi de ternura e compaixão. Exatos cem anos mais tarde, entretanto, um outro vinte de janeiro

aconteceria, desta vez não da luz, mas das trevas: em 20 de janeiro de 1942 os altos membros do Partido Nazista se reuniram nas paragens de Wansee, nos subúrbios de Berlim, onde decidiram pela “Solução Final da Questão Judaica”.

O tempo passou. Wansee se tornou um nome odioso; Sion, porém, um nome cheio de promessas. Qual sentido hoje teria para nós a

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Nossa Senhora de Sion? A questão deve ser considerada no contexto do lugar e missão de Maria na vida cristã. A primeira ideia que nos vem às mentes quando se trata de avaliar o papel da Virgem no discipulado cristão é a de considerá-la como um exemplo a se seguir. Maria é, na verdade, bem mais do que isso.

Antes de ser um exemplo, Maria é um princípio ativo dentro do Corpo Místico de Cristo. Deus age na Igreja e no mundo por meio de Jesus Cristo. Ora, todos os santos que estão no Céu estão em comunhão profunda com Jesus Cristo, são um só com Ele, são membros do seu Corpo Místico. Portanto, ao agir Deus por meio de Cristo, age também, necessariamente, por meio de todos os redimidos que estão no Céu, visto que estes não podem de Cristo se separar e são com Ele uma só realidade – os membros em união com a Cabeça. Isso é muito mais verdadeiro em relação à Virgem Maria, que detém, por graça e vontade de Deus, a supremacia da Santidade e da Glória recebidas. Por isso, quando Deus age por meio de Cristo, e Cristo age com Ele, pois a ação da Trindade é una, age necessariamente por meio de Maria. A mediação universal de Maria, que não foi ainda definida pelo magistério extraordinário da Igreja, está presente, contudo, no magistério ordinário, que é suficiente para a constituição do dogma.

É por isso que, ao nos unirmos espiritualmente a Nossa Senhora pela devoção autêntica, nos unimos necessariamente a Cristo e à ação da graça divina, cujo objetivo é nos santificar. Se praticamos uma devoção sincera à Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora de Sion, entramos em comunhão com aquela graça que Deus quis comunicar primeiro a Afonso e a Teodoro Ratisbonne. Penso que a essência desta graça é o exercício da caridade sobrenatural aos judeus, que ao longo da história da Congregação se apresentou sob diversas formas. Este princípio se encontra claramente expresso no texto do prefácio às Constituições atuais, nos “Elementos essenciais da Inspiração dos Fundadores”, no número 2: “Testemunhar na Igreja e no mundo o amor particular de Jesus Cristo pelo seu Povo Israel”. O referido texto não integra as Constituições propriamente, mas o fato de estar em seu Preâmbulo e o largo uso que se tem feito dele na vida da Congregação provam a sua importância. Que a luz que envolveu Afonso há 176 anos esteja também sobre nós neste 20 de janeiro de 2018. Boa Festa.

Cristóvão O. Silva, nds

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PE MARIA E JERUSALÉM

“Eu estou convencido que a

realização de nossa obra de Jerusalém é um coroamento indispensável para

a obra de Sion”

(Carta de Pe Maria as Irmãs de Sion de Constantinopla - 30.12.1881)

“Sion teve primeiro que se instalar em Paris, nascer, desenvolver-se lá, então florescer em Jerusalém. É a

coroação do trabalho que Jerusalém dê à Congregação seu selo especial.

Sem Jerusalém Sion não teria sua razão de ser, porque o que significa

Sion, senão Jerusalém, Via Dolorosa (...)? Sion é o trabalho do olhar de

Maria, Jerusalém é a obra de seu coração, e ela teve em vista a

salvação de seu povo. Todos os nossos sacrifícios, nossas orações,

nossos trabalhos, nossos sofrimentos, tudo deve ter esse objetivo: Israel, o

retorno do povo de Deus.”

(Instruções as irmãs do Ecce Homo - 13.01.1881)

“As cerimônias dos três sacramentos foram públicas, no dia 31 de janeiro, na igreja do Gesù. Estavam presentes

todas as pessoas piedosas e curiosas que há em Roma. A emoção era geral e imensa. O Pe Dupanloup pronunciou uma exortação cuja eloquência e calor fizeram derramar

lágrimas. O cardial Patrizi oficiou.” Carta de Afonso Maria ao Pe Theodoro - 04.02.1842

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CARTA DA PROPAGANDA FIDE, DIRIGIDA À SUPERIORA GERAL NDS, POR OCASIÃO DA MORTE DO

PE TEODORO RATISBONNE Reverenda Madre, É com profundo sentimento que recebi a noticia que a senhora me deu da morte do Padre Ratisbonne - 10 de janeiro de 1884 -, Protonotário Apostólico. O nome do Padre Ratisbonne é tão conhecido por seus escritos de piedade, por seus trabalhos apostólicos que preencheram sua longa carreira, toda ela vivida para o bem das almas, e pela fundação da Arquiconfraria das Mães Cristãs, que seria supérfluo fazer seu elogio e dizer como é profunda a dor que a morte de um padre tão eminente provocou em todas as pessoas de bem. Mas esta Sagrada Congregação da Propaganda tem um motivo especial para deplorar sua perda. Pela fundação da Congregação de Nossa Senhora de Sion, o Pe. Ratisbonne adquiriu grandes merecimentos aos olhos da Propaganda, que conhece e aprecia os serviços prestados à juventude, por seu Instituto, sobretudo no Oriente. Por isto o Santo Padre fez questão de demonstrar seu sentimento pela morte do homem apostólico, fundador de obra tão útil à santa Igreja. Que isto seja um consolo para a senhora, Reverenda madre, e para toda a Congregação, da qual a senhora é a digna Superiora. Sempre fiel a este apego filial ao Santo Padre e a esta perfeita submissão à Santa Sé que seu fundador de modo tão feliz lhes inspirou, que esta Congregação de Sion continue a dar à Igreja sua colaboração eficaz na educação da juventude e na propagação da Religião Católica, principalmente no Oriente; e a benevolência da Propaganda, que a senhora está invocando com sua carta, nunca lhe faltará. Recebam como um feliz augúrio e um poderoso encorajamento a benção que pedi ao Santo Padre para a senhora e para seu todo Instituto, e que Sua Santidade concedeu de todo coração. Eu suplico o Senhor de assisti-la em seu governo. De Sua reverendíssima sou o humilde servidor em Jesus Cristo,

Giovanni, card. Simeoni

S. C. da Propaganda, Roma 6 de fevereiro de 1884.

SHEMÁ ISRAEL, REFLEXÕES SOBRE A VIDA CONSAGRADA (Parte III)

2. FAZER, OUVIR, GUARDAR “Escuta, Israel”, é a primeira destas palavras. Em hebraico, muitos

verbos significam a escuta: le-hate’ozen quer dizer “inclinar a orelha”; le-

haqshiv, “escutar alargando a orelha”, le-ha’azin, “escutar com a orelha”.

Estes três verbos preparam a ação de ouvir, lishmo’a.

“Escuta”, Shemá, não visa à audição, o fato de escutar com a orelha, mas a

compreensão, a fé do coração como nos versículos paralelos “nós faremos e

escutaremos” e “escuta, oh Israel, e tu guardarás estes mandamentos para fazê-

los”. O verbo shemá não tem somente o sentido de ouvir, mas de crer e de

receber”

Com efeito, quando Moisés termina de ler o livro da Aliança, Israel

declara: “nós faremos e escutaremos” (Ex 24, 7). Isto nos questiona: por

que a prática precede a escuta? O povo se engaja a observar a Torah

antes mesmo de tê-la escutado. O povo sabe, com efeito, que quando

Deus fala, trata-se de entrar na experiência que ele propõe, sem captar

imediatamente todos os seus sentidos. É assim que se compreenderá,

pouco a pouco, a finalidade de uma palavra primeiro entendida e

verdadeiramente recebida através da prática. Escutar e fazer estão aqui

ligados e é muito difícil de separá-los para dar prioridade a um ou a

outro. Um comentário rabínico de Ex 24, 7 vai até dizer: “aquele que

escuta sem ter a intenção de fazê-lo, melhor seria que ele não tivesse

sido criado”. Lishmo’a quer então dizer entrar em um processo que supõe

a confiança em um Deus que não exige nem o absurdo nem o

impossível. Lishmo’a exige tempo. A Palavra se revela somente através

de níveis gradativos. É por isto que é preciso saber ‘guardá-la’. Assim

em Gn 37, 11 está escrito que Jacó “guardou” a palavra (ou a “coisa”, o

“evento”: Davar). Jacó não compreende os sonhos de seu filho. Ele

percebe nisto alguma coisa que o ultrapassa, e ele “guarda a palavra”.

Pode-se dizer a mesma coisa para Maria (cf. Lc 2, 19.51). Ela sabe que

aquilo que nela reside vem de Deus. Ela tem confiança e é assim que ela

entra no evento cujo sentido ela compreenderá somente mais tarde. 10

Lishmo’a, “escutar”, supõe então lishmor, “guardar”, isto é, guardar a

Palavra na memória do coração de maneira que esta palavra, que foi

primeiro escutada, amadureça, cresça, até que Deus revele o seu significado.

Essas considerações sobre o sentido da palavra shema’ se encontram

resumidas no seguinte comentário:

E eles disseram: “tudo aquilo que o Senhor disse nós o faremos” (Ex 24,

3). Do fato que eles tinham começado por se engajar em colocar em prática –

“tudo aquilo que o Senhor disse, nós o faremos” (Ex 24, 3) – Moisés lhes

disse: “será que é possível de fazer sem escutar, escutar (a Palavra) não nos

incita a colocá-la em prática?” Então eles responderam: “tudo aquilo que o

Senhor disse nós o faremos e o escutaremos” (Ex 24, 7 - na’ase venishma’),

isto quer dizer: “nós faremos aquilo que escutaremos”. Isto nos indica que

eles se engajaram para pôr em prática e escutar as Palavras da Torah antes

mesmo de tê-la recebido. Assim diz a Escritura: “tu não desejastes nem

sacrifício, nem oblação, tu me abristes o coração. Tu não quiseste nem

holocaustos, nem sacrifícios pelo pecado, então eu disse: “eis-me aqui” –

assim está escrito a meu respeito no livro da Lei (eu quis, meu Deus, fazer a

tua vontade, e tua Lei está nas minhas entranhas” (Sl 40, 7-9)

“Tu me abristes o coração” significa a escuta da Palavra; “então eu disse:

eu venho”, significa a intenção de colocá-la em prática; “eu quis fazer a tua

vontade” é o desejo de entrar progressivamente na compreensão da vontade

de Deus expressa na sua Palavra. Lishmo’a, significa também obedecer, ob-

audire, escutar “antes”.

Lishmo’a supõe assim, com tudo aquilo que isto comporta de inesperado,

um ato de fé em Deus que fala ao mundo no quadro da Aliança através de

um povo. Anne–Catharine Avril, nds

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Documentário sobre Afonso Ratisbonne e o acontecimento de 20 de janeiro.

O Santuário Basílica Madonna del Miracolo & Sant’Andrea delle Frate, em Roma, está preparando um filme documentário sobre o acontecimento de 20 de Janeiro de 1842. A previsão de lançamento é 19 de janeiro. Não se tem notícia sobre a perspectiva sob a qual os fatos são analisados. Trailers e maiores informações podem encontrar-se pelo endereço eletronico : goo.gl/dbGwY4

SION & MARIA, POR PE THEODORO

É hoje o aniversário da fundação do nosso Sion; foi neste dia - 20 de janeiro - que este pensamento de Sion foi trazido para a terra, não por um anjo, não por um arcanjo, não pelos apóstolos, mas pela Mãe de Deus, Ela própria. Podemos hoje considerar este prodígio nos seus frutos, pois vós mesmos sois estes frutos e tudo que vemos aqui se prende ao aniversário de 20 de janeiro. É assim que os caminhos de Deus se justificam por seus resultados e não pelas frias interpretações dos homens. (...) Maria é o canal de todas as graças, pois é a fonte de todas as graças; a Divindade se encarnou no seu seio; e onde está a fonte, nascem os riachos. Eis porque os Padres da Igreja nos repetem: todo bem nos chega por Maria. Ela é a verdadeira Ester; foi escolhida para tornar-se a rainha de seu povo, porque era a mais modesta e a mais humilde de todas as filhas de Israel. Foi ela que se apresentou diante do trono do grande Rei; e o que lhe pediu? “Concedei-me a salvação de meu povo” (Est 7,3).

Pe Theodoro Ratisbonne

CAPA

Afonso Ratisbonne e Theodore

de B. em St’Andrea delle Frate,

desenho feito pelo paroquiano da

São José do Ipiranga, Cleriston

Dias de Oliveira para esta edição do

“In Sion” de Janeiro de 2018.

Aniversário

Natalício 04.1943 - Lucas A.F. Santos

06.1995 - Pe José dos Reis S.

15.1969 - Pe Wander S.C.

23.1958 - Ir Élio A Passeto

26.1981 - Pe Heleodoro R.G.

Profissão Perpétua

20.1990 - Ir. Élio A Passeto

20.2015 - Ir Joel M. Moreira

03.2016 - Ir José G. Souza

Entre outros

Ordenação Presbiteral

05.1975 - Pe Antônio Brito

Equipe de Eventos da Congregação Rua Costa Aguiar, 1266

São Paulo - SP [email protected]