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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Leandro Sansão da Silva Lenita Kuhll Navarro de Moraes Cintra Liliane de Cácia Kiil Tatiane Tomikawa Queiroz Buranello CUSTO DE PRODUÇÃO DA CACHAÇA ORGÂNICA Giaretta & Giaretta Cachaça Natural Ltda. ME Lins - SP LINS SP 2007

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Leandro Sansão da Silva

Lenita Kuhll Navarro de Moraes Cintra

Liliane de Cácia Kiil

Tatiane Tomikawa Queiroz Buranello

CUSTO DE PRODUÇÃO DA CACHAÇA

ORGÂNICA

Giaretta & Giaretta Cachaça Natural Ltda. ME

Lins - SP

LINS SP

2007

1

LEANDRO SANSÃO DA SILVA

LENITA KUHLL NAVARRO DE MORAES CINTRA

LILIANE DE CÁCIA KIIL

TATIANE TOMIKAWA QUEIROZ BURANELLO

CUSTO DE PRODUÇÃO DA CACHAÇA ORGÂNICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis sob a orientação do Prof. M. Sc. Ricardo Yoshio Horita e M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS SP 2007

2

LEANDRO SANSÃO DA SILVA

LENITA KUHLL NAVARRO DE MORAES CINTRA

LILIANE DE CÁCIA KIIL

TATIANE TOMIKAWA QUEIROZ BURANELLO

CUSTO DE PRODUÇÃO DA CACHAÇA ORGÂNICA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: _____/_______/_______

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Ricardo Yoshio Horita

Titulação: Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de

São Carlos

Assinatura: _____________________________

1º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: _____________________________

2º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: _____________________________

3

A DEUS,

Gos taria d e encon trar palavras ad equ ad as que expres s as s em tod o

s en tim en to que tenho pela s u a in fin ita m is ericórd ia, bond ad e em

cons ervar em m im s eu fôlego d e vid a e m e s us ten tar com o hu m an o

idealizador de meus sonhos.

Ded ico, por tud o que a m im tem fe ito e , com s a tis fação, es s e pequeno

es paço para m os trar o qu an to s ou grato a ti pela força e perseverança

que tem m e auxiliad o nes s a jorn ad a, chegan d o ao fin al d e u m a e tap a

com a certez a d e que m e cond uz iu no cam inho certo para que pud es s e no

d ia d e hoje d iz er: Obrigad o S enhor, por qu an to a s u a von tad e realiz ou-se

em m in h a vid a...

AOS MEU PAIS, PEDRO E MAURÍCIA,

Ded ico a vocês que com gran d e excelência, d eram in ício ao s urgim en to d e

u m a lind a h is tória que s e res u m e em am iz ad e e com pan heiris m o. Por

terem m e ens in ad o a acred itar em viver e bus car a realiz ação d e m eus

s onhos , pela ed ucação e apoio, m e ajud an d o a s egu ir e s uperar tod as as

m inh as expecta tivas .

Maiorm en te, s ou agrad ecid o pelo am paro e pelos cons elhos que nun ca

faltaram .

S e n ão houver fru tos ,

valeu a beleza das flores;

Se não houver flores,

valeu a sombra das folhas;

Se não houver folhas,

valeu a in tenção d a s em en te

(Henfil)

LEANDRO SANSÃO DA SILVA

4

A DEUS,

OBRIGADA, S ENHOR, por m ais es ta conqu is ta . Em cad a m om en to pu d e

s en tir Tua pres ença, s obre tu d o nos m om en tos d ifíceis . Foi em Ti que

bus quei con forto e acim a d e tu d o es peran ça e otim is m o. Com Tu a

proteção s e i que pos s o m u ito m ais .

TERESA E CRISTOVAM,

A vocês , que n a s im plicid ad e d e ges tos , palavras e exem plos m e

ens in aram a v iver com d ign id ad e e ten tar s er cad a vez m elhor. S ei que

em s eu s pens am en tos e orações es tou tod os os d ias . Agrad eço a Deus

pela felicidade de tê-los como pais. Amo vocês.

RENATO,

Com panh eiro, am or, am igo. S em pre pres en te em tod as as horas . O m aior

incen tivad or nes ta jorn ad a. Alguém que acred ita e torce por tu d o o que

m e propon ho a faz er. Meu orgu lho por você é im ens o. Peço a proteção d e

Deus para que pos s am os con tin u ar jun tos nes ta cam in h ad a d a v id a.

Obrigada.

ISABELA,

Pres en te m aravilhos o que Deus m e con ced eu . Am oros a, querid a, parceira

e am iga pra chorar ou para m orrer d e rir. Com palavras é d ifícil expressar

o m eu am or por você, que é m aior que tud o. S im ples m en te obrigad a por

existir. É por você tudo o que faço e sonho.

LENITA KUHLL NAVARRO DE MORAES CINTRA

5

A DEUS,

Agrad eço a v id a e a força que m e d es te para conclus ão d e m ais u m a e tapa, tam bém à fam ília e aos am igos m aravilh os os que colocas tes em m eu cam inho, que m u ito m e incen tivaram e d eram força para alcançar este objetivo.

ANTÔNIO KIIL (In Memorian), Ao m eu pai, pela ed ucação que m e d eu , pelos m om en tos fe liz es que ju n tos pas s am os e apes ar d o pouco tem po cons egu iu m os trar-m e os m elhores cam inhos . Ond e ele es tiver pos s a orgu lh ar-s e d e m im . Mu itas saudades.

JULIA SIVIERO KIIL,

À m in h a m ãe, ra in h a d o lar, s em pre d ed icad a à fam ília e exem plo para nós , que m e fez s egu ir qu an d o eu queria parar, m e fez levan tar qu and o eu es tava no ch ão e s em pre m os tra o lad o bom e bon ito d a v id a. Te am o m u ito. Obrigad a!

JOSELENE,

Pes s oa ca tiva, lind a , irm ã e am iga, por tod as as vez es que apoiou e ajudou-m e n as horas que eu m ais precis e i, s oube ouvir e acons elh ar-me, d á valor a fam ília , m ora no m eu coração. Irm ãs pelo d es tin o... am igas por opção!

JOSÉ CARLOS,

Pes s oa qu erid a, com quem eu s em pre pos s o con tar, pela vid a que jun tos v ivem os , pelas alegrias e d ificu ld ad es que jun tos pas s am os , pela filh a lind a que tivem os . Qu an d o es tive aus en te , s oube s er pai e m ãe, pelo apoio, a ju d a e incen tivo em tod o d ecorrer d es te trabalho.

JÚLIA,

Minh a princes inh a, por en tend er m in h a au s ên cia qu an d o d evia es tar perto. Lind a, in te ligen te, pes s oa ilu m in ad a, que trouxe m u ita alegria e encheu m inh a v id a d e es peran ça, você é tu d o pra m im . Te am o d o tam an ho d o céu .

LILIANE DE CÁCIA KIIL

6

A DEUS,

Agrad eço por m e m os trar que s ou protegid a, gu iad a e ilu m in ad a pela s u a

presença divina no mais íntimo do meu ser.

LETÍCIA E CAROLINA,

Ded ico às pes s oinh as m ais es peciais n a m inh a vid a, fon te ines gotáve l d e

forças e esperanças, razão do meu viver. Amo vocês mais do que tudo!

LENITA E LILIANE,

Am igos s ão an jos qu e levan tam nos s os pés qu an d o nos s as próprias as as

se esquecem como voar. Por isso amigas, muito obrigada!

A PESSOAS ESPECIAIS,

A realiz ação d es te trabalho con tou com o apoio e o es tím u lo d e m u itas

pes s oas : profes s ores , am igos , colegas e fam iliares . Cad a u m , ao s eu

m od o, con tribu iu para que eu pud es s e encon trar a força neces s ária para

en fren tar as d ificu ld ad es d e u m trabalho com o es te . Por is s o, aqu i vai

m eu s incero agrad ecim en to a tod os , s e ja pela a jud a con s tan te ou por

u m a palavra d e am iz ad e!

TATIANE TOMIKAWA QUEIROZ BURANELLO

7

AGRADECIMENTOS

A DEUS,

Por d ar-nos o d om d a v id a e a capacid ad e d e es tarm os aqu i h oje

pod end o agrad ecê-lo. Obrigad o S enhor, pela pres ença cons tan te em

nos s as v id as , por ter perm itid o que nos s o cam in ho s e cruz as s e com o

cam inho d e tan tas pes s oas im portan tes . Foram tan tos os m om en tos d e

s atis fação e alegrias que as d ificu ld ad es encon trad as an teriorm en te

parecem tão in s ign ifican tes . Agrad ecem os por nos d ar força e pod erm os

conclu ir m ais u m a e tapa d e nos s as v id as .

À EMPRESA,

No com eço d eparam o-nos com s itu ações que v ieram nos afligir e

desanimar n a bus ca d e u m a organ iz ação que nos d aria a oportun id ad e

para dar início à sistemática do trabalho de conclusão de curso.

Aos irm ãos Giare tta , Bened ito e S érgio, agrad ecem os por acred itar

em nos s o ta len to e ter nos d ad o total confiança, d is pon ibilid ad e d e tem po

e d e in form ações para a realiz ação e organ iz ação d o trabalho, fornecend o

a cad a tópico u m a m arca d e s im plicid ad e, d ed icação e es forço que nos

m otivou a explorar m ais o as s un to e d es envolver a pes qu is a. Nos s o m u ito

obrigado.

AOS PROFESSORES,

Obrigad o por nos a ju d arem a d es cobrir u m m u nd o d e

possibilidades, lançando-nos d es afios a cad a d ia, por faz er-nos en fren tar

aqu ilo que ach ávam os im pos s ível e por nos afirm ar s em pre que éram os

capazes.

8

ESPECIALMENTE À HELOISA HELENA E RICARDO HORITA,

Quando n ão tivem os o ân im o neces s ário, vocês , com poucas

palavras, nos fizeram seguir...

Qu an d o não ach am os s aíd a, vocês nos m os traram oportu n id ad es ...

Nos s os s inceros agrad ecim en tos por faz erem parte d es te d es afio e

nos convid arem a voar em s u a s abed oria, m es m o s abend o que es te voar

d epend eria d as as as d e cad a u m d e nós .

AOS COLEGAS,

S e pud és s em os d eixar algu m pres en te a vocês , d eixaríam os aces o

o s en tim en to d e am or à v id a d os s eres hu m an os e a cons ciência d e

aprend er tud o o que nos é en s in ad o pelo tem po afora. Lem braríam os os

erros que foram com etid os com o s in ais para n ão m ais s e repetirem . E,

qu an d o tud o m ais faltas s e, d eixaríam os u m s egred o: o d e bus car no

in terior d e s i m es m o a res pos ta para encon trar a s aíd a.

9

RESUMO

Mundialmente o mercado orgânico ganha cada vez mais importância. Devido às várias mudanças que atualmente vem ocorrendo com o meio ambiente e a constante preocupação do ser humano com a saúde, os produtos orgânicos tornam-se cada vez mais atrativos. A empresa Giaretta & Giaretta Cachaça Natural produz uma cachaça de qualidade diferenciada e sua opção pelo processo orgânico e artesanal busca agregar valor ao produto. Houve necessidade de um processo de reestruturação da empresa para adequação às normas e técnicas do produto orgânico exigidas pelos órgãos regulamentadores e certificadores. Seguindo novas tendências e exigências dos mercados nacional e internacional e buscando sofisticação, a empresa tem constante preocupação com a apresentação de seus produtos, destacando-se por suas embalagens e assim satisfazendo o mais variado público apreciador da cachaça brasileira. A cachaça orgânica produzida pela empresa é denominada Arte Brasil. A contabilidade de custos é ferramenta fundamental para toda e qualquer empresa melhor desempenhar seu papel e cumprir seus objetivos, tornando-se mais competitiva e garantindo sua continuidade. A contabilidade de custos torna-se imprescindível para que a empresa colete dados que facilitem o estabelecimento de padrões, orçamentos e previsões confiáveis. Quanto maior a harmonia entre as necessidades dos gestores e as informações fornecidas, melhores decisões poderão ser tomadas. O custeio variável consiste fundamentalmente em considerar como custo de produção apenas os custos variáveis incorridos e sua principal vantagem é priorizar o aspecto gerencial, sem distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos. Partindo da apuração do custeio variável, torna-se possível demonstrar a margem de contribuição de cada produto, permitindo à empresa identificar quais produtos são mais lucrativos, viabilizando ao empresário uma melhor tomada de decisão.

Palavras-chave: Cachaça orgânica. Custos de produção. Margem de contribuição. Contabilidade de custos.

10

ABSTRACT

Worldwide the organic market gains each time more importance. Due to the various changes that currently come occurring with the environment and the constant concern of the human being with the health, the organic products are becoming more and more attractive. The company Natural Drip Giaretta & Giaretta produces one drip of quality differentiated and its option by organic process of reorganization of the productive sector of the company to adequacy to the norms and techniques of the organic products demanded by the prescribed agencies and certifiers. Following the new trends and requirements of the national and international market and searching sophistication, the company has constant concern with the presentation of its products, being distinguished for its packings and thus satisfying the most varied public appreciater of drips Brazilian. The organic drip produced by the company is called Brazil Art. On the other hand, the cost s accounting is fundamental tool to the managers best performance is role and fulfill its objectives; becoming more competitive and garanteeing continuity of the company. In such the cost s accounting becomes essential to that the company has information that facilitate the taking of decisions. How much major the harmony among the necessities of the managers ant the gotten information, better decisions could be taken. The changeable expenditure consists basically in to prioritize the managemental aspect, minimizing the disortions caused by divisions of fixed costs to the products. Leaving of the verification of the changeable expenditure ones becomes possible to get the edge of contribution of each product, being allowed the company to identify which products are more lucrative, offering to the entreperneur one better vision to the decision taking.

Keyword:Organic drip; Production s cost; Contribution s edge; Cost s accounting

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Demonstração de resultado gerencial ..........................................

46

Quadro 2: Custos com plantio da cana ..........................................................

48

Quadro 3: Gastos gerais de fabricação .........................................................

49

Quadro 4: Custos com manutenção ..............................................................

50

Quadro 5: Custos com mão-de-obra .............................................................

51

Quadro 6: Custos com depreciação ..............................................................

52

Quadro 7: Despesas administrativas .............................................................

52

Quadro 8: Custo unitário por litro da cachaça prata ......................................

53

Quadro 9: Destinação da produção para envelhecimento............................. 54

Quadro 10: Custo do envelhecimento............................................................

56

Quadro 11: Custo variável por litro da cachaça ouro ....................................

56

Quadro 12: Embalagem de porcelana ...........................................................

56

Quadro 13: Embalagem paraíba.....................................................................

57

Quadro 14: Embalagem cilíndrica ..................................................................

57

Quadro 15: Embalagem quadrada .................................................................

57

Quadro 16: Embalagem de bolso ..................................................................

57

Quadro 17: Custo unitário total da embalagem de porcelana .......................

58

Quadro 18: Custo unitário total da embalagem de porcelana na caixa em

ecocouro ........................................................................................................

58

Quadro 19: Custo unitário total da embalagem de porcelana na caixa de

madeira ..........................................................................................................

58

Quadro 20: Custo unitário total da embalagem de porcelana no saco de

veludo ............................................................................................................

58

Quadro 21: Custo unitário total da embalagem paraíba ............................... 59

Quadro 22: Custo unitário total da embalagem cilíndrica ..............................

59

Quadro 23: Custo unitário total da embalagem quadrada .............................

59

Quadro 24: Custo unitário total da embalagem de bolso .............................. 59

Quadro 25: Margem de contribuição das embalagens porcelana .................

60

Quadro 26: Margem de contribuição da embalagem paraíba .......................

60

Quadro 27: Margem de contribuição da embalagem cilíndrica .....................

61

Quadro 28: Margem de contribuição da embalagem quadrada ....................

61

12

Quadro 29: Margem de contribuição da embalagem de bolso ......................

61

Quadro 30: Custo fixo ....................................................................................

61

Quadro 31: Cálculo do lucro anual ................................................................

62

Quadro 32: Simulação de redução no preço de venda .................................

63

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC: Método de Custeio Baseado em Atividades

ABCEL: Associação Beneficente, Cultural e Esportiva de Lins

ABRABE: Associação Brasileira de Bebidas

CETESB: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

DAR: Deutsche Akkreditierungsrat

IBD: Instituto Biodinâmico

IFOAM: Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica

JAS: Japan Agriculture Standard

MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MC: Margem de Contribuição

ME: Microempresa

SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia

SIV: Serviço de Inspeção Vegetal

S/N: sem número

USDA: United States Department of Agriculture

VPL: Valor Presente Líquido

13

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...............................................................................................

16

CAPÍTULO I A EMPRESA GIARETTA & GIARETTA CACHAÇA

NATURAL LTDA. ME ................................................................................ 18

1 HISTÓRICO ....................................................................................... 18

1.1 Objetivos e valores ............................................................................

19

1.2 Estrutura física e organizacional ........................................................

20

1.3 Agricultura orgânica ...........................................................................

21

1.3.1 Diferenças entre produção convencional e produção orgânica .........

22

1.3.2 Vantagens do produto orgânico .........................................................

23

1.3.3 Perspectivas da agricultura no mercado internacional ......................

23

1.4 Cachaça .............................................................................................

24

1.4.1 Legislação brasileira de bebidas ....................................................... 25

1.4.2 Mercado nacional e internacional ......................................................

26

1.5 O produto da empresa: cachaça orgânica .........................................

27

1.5.1 Matéria-prima do plantio à colheita .................................................

27

1.5.2 Processo produtivo ............................................................................

28

1.5.2.1 Moagem .............................................................................................

28

1.5.2.2 Decantação ........................................................................................

28

1.5.2.3 Padronização .....................................................................................

29

1.5.2.4 Fermentação natural ..........................................................................

29

1.5.2.5 Destilação ..........................................................................................

30

1.5.3 Envelhecimento .................................................................................

31

1.5.4 Embalagem ........................................................................................

32

1.5.5 Certificação ........................................................................................

32

CAPÍTULO II CUSTO DE PRODUÇÃO E MARGEM DE

CONTRIBUIÇÃO ...........................................................................................

35

14

2 A CONTABILIDADE DE CUSTOS ...................................................

35

2.1 A importância da contabilidade de custos .........................................

36

2.2 Objetivos da contabilidade de custos ................................................

37

2.3 Custos ................................................................................................

37

2.3.1 Gasto .................................................................................................

38

2.3.2 Custo ..................................................................................................

38

2.3.3 Despesa .............................................................................................

39

2.3.4 Perda .................................................................................................

40

2.4 Classificação dos custos ....................................................................

40

2.4.1 Custos diretos ....................................................................................

40

2.4.2 Custos indiretos .................................................................................

41

2.4.3 Custos fixos e custos variáveis ..........................................................

41

2.5 Custeio por absorção .........................................................................

42

2.6 Custeio baseado em atividades .........................................................

43

2.7 Custeio variável .................................................................................

44

2.8 Margem de contribuição ....................................................................

45

2.9 Lucro ..................................................................................................

46

CAPÍTULO III A APURAÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO E

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DA CACHAÇA ORGÂNICA ......................

47

3 A IMPORTÂNCIA DA APURAÇÃO DE CUSTOS ............................

47

3.1 Apuração do custo de produção ........................................................ 47

3.1.1 Custos com plantio da cana-de-açúcar .............................................

48

3.1.2 Gastos gerais de fabricação .............................................................. 49

3.1.3 Custos com manutenção ...................................................................

49

3.1.4 Custos com mão-de-obra ..................................................................

50

3.1.5 Custos com depreciação ...................................................................

51

3.1.6 Despesas administrativas...................................................................

52

3.1.7 Custo variável unitário da cachaça prata ...........................................

53

3.2 Envelhecimento .................................................................................

53

3.3 Embalagem ........................................................................................

56

3.3.1 Custos variáveis por embalagem .......................................................

58

15

3.4 Margem de contribuição ......................................................................

60

3.5 Custo fixo .............................................................................................

61

3.6 Apuração do lucro anual ......................................................................

61

3.7 Considerações finais sobre o custo de produção e margem de

contribuição ....................................................................................................

63

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................

65

CONCLUSÃO ................................................................................................

66

REFERÊNCIAS .............................................................................................

68

APÊNDICES ..................................................................................................

71

ANEXOS ........................................................................................................

84

16

INTRODUÇÃO

Atualmente as empresas encontram-se cada vez mais competitivas no

mercado, e para garantir permanência e crescimento sustentável buscam

agregar valor aos seus produtos. Seguindo a nova realidade mundial em

preservar o meio ambiente, a agricultura orgânica emerge como alternativa

para tentar equilibrar os exageros, contrapondo-se à agricultura convencional,

priorizando a qualidade, promovendo a saúde da terra e, conseqüentemente,

do ser humano, que produz e consome os produtos.

A empresa Giaretta & Giaretta Cachaça Natural Ltda.

ME, consciente

da necessidade de buscar uma posição de destaque no mercado nacional e

internacional inova com a produção artesanal da cachaça orgânica. Esta possui

qualidade diferenciada, atinge preços expressivamente maiores, por meio de

investimento em qualidade e embalagem.

Por outro lado, a contabilidade de custos tem por finalidade determinar o

custo das operações da empresa e, quando bem estruturada, reduz a

possibilidade de a empresa não só comercializar seus produtos a preço de

venda abaixo do real, como também estabelecer um preço acima ao do

mercado, deixando de ser competitiva.

Pelo fato de a empresa não ter um controle efetivo de seus custos,

objetiva-se neste trabalho, a identificação dos mesmos, bem como a

determinação da margem de contribuição de cada produto, contribuindo com o

empresário para o melhor gerenciamento de seu negócio, e

conseqüentemente, direcioná-lo na tomada de decisão.

Diante do exposto, somando-se a pesquisa exploratória realizada,

questiona-se: A apuração do custo de produção é um importante instrumento

para a tomada de decisão?

Surge, então, a seguinte hipótese: a apuração do custo de produção da

cachaça orgânica contribui para o crescimento sustentável, auxiliando os

gestores a determinar o preço de venda do produto e sua margem de

contribuição.

Para demonstrar a veracidade da questão levantada, foi realizada uma

pesquisa de campo na empresa Giaretta & Giaretta Cachaça Natural Ltda.-ME,

17

no período de fevereiro a outubro de 2007, onde objetivou-se determinar os

custos que envolvem o processo de produção da cachaça orgânica, descrever

o processo produtivo da cachaça orgânica em relação à cachaça tradicional,

analisar o custo de produção e determinar a margem de contribuição de cada

produto.

Os métodos de pesquisa utilizados foram:

Método de observação sistemática, através do qual foram observadas e

acompanhadas as etapas do processo de produção da cachaça orgânica para

levantamento dos custos e da margem de contribuição.

Método histórico, através do qual foram observados e analisados os

dados e evolução da história da empresa e da cachaça.

As técnicas aplicadas foram as seguintes:

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice A);

Roteiro do Método Histórico da empresa e da cachaça (Apêndice B);

Roteiro de entrevista para o Sócio-Proprietário da empresa (Apêndice

C);

Roteiro de entrevista para o Profissional Contábil (Apêndice D).

O presente trabalho é constituído de três capítulos:

Capítulo I

Aborda assuntos relativos à empresa, tais como: objetivos e

valores e a estrutura física e organizacional. Descreve a agricultura orgânica, a

cachaça e o processo para a produção da cachaça orgânica.

Capítulo II Refere-se à contabilidade de custos, suas classificações e à

margem de contribuição.

Capítulo III

Demonstra a apuração do custo de produção e da margem

de contribuição unitária de cada produto.

Finalizando, apresentam-se a Proposta de Intervenção e a Conclusão.

18

CAPÍTULO I

A EMPRESA GIARETTA & GIARETTA CACHAÇA NATURAL LTDA. - ME

1 HISTÓRICO

O sonho dos irmãos Benedito Igino Giaretta e Sérgio Domingos Giaretta

em montar um alambique para destilar cachaça surgiu há mais de vinte anos,

porém, a busca pela estabilidade profissional veio adiar este projeto, pois

estavam em início de carreira na área odontológica. Na época, Benedito

estabeleceu-se na cidade de Itatiba/SP e Sérgio na cidade de Botucatu/SP,

ambos buscando especialização na área em que atuam até hoje.

Em 2004, os irmãos amadureceram a idéia, buscaram informações e

resolveram iniciar o negócio.

A partir de um barracão simples e da aquisição de equipamentos

básicos, com o auxílio do Senhor Waldemar Navarro de Moraes, alambiqueiro

da cidade de Sabino, iniciou-se a produção da cachaça.

Muitas pessoas vinham até a propriedade conhecer e adquirir a bebida,

que começou a ser conhecida na região.

Em 2005, foram convidados pelos membros da Associação Beneficente,

Cultural e Esportiva de Lins (ABCEL) a participar de uma feira regional na

cidade de Lins, quando houve a necessidade do desenvolvimento de

embalagem e rótulo para a apresentação do produto.

Com embalagem plástica e rótulo bem simples, a cachaça foi

denominada Cachaça Giaretta. A boa aceitação nesse evento serviu de

incentivo para a família dedicar-se ainda mais ao negócio, buscando auxílio

junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE), que muito contribuiu com informações e dicas importantes.

Os irmãos Giaretta continuaram a participar de eventos e feiras

nacionais e internacionais, começando a vislumbrar novas oportunidades,

19

surgindo assim, a idéia da produção da cachaça orgânica e a possibilidade de

atingir o mercado externo.

Nesse momento, iniciou-se todo o processo de reestruturação física da

empresa, para adequação às normas e técnicas do produto orgânico.

Conforme exigências de órgãos regulamentadores e certificadores, a empresa

precisou construir fossas assépticas, sala climatizada para fermentação, sala

para armazenamento dos tonéis de envelhecimento. Instalou também caixa

d água com capacidade para 10.000 litros e tanque para o armazenamento do

vinhoto, para que o destino final dos resíduos fosse perfeitamente realizado.

Além disso, fez-se necessária a eliminação de algumas vegetações ao redor da

área de produção e utilização de água deionizada na produção da cachaça.

Procurando aprimorar ainda mais a qualidade da bebida, os irmãos

foram buscar um renomado alambiqueiro no estado de Minas Gerais, que

trouxe seu conhecimento e contribuiu para a diminuição da acidez, melhorando

a qualidade da bebida.

Além das caixas de inox, para armazenamento da cachaça branca,

denominada cachaça prata, a empresa adquiriu tonéis nas madeiras

amburana, amendoim, carvalho e jequitibá-rosa, para envelhecimento e

apuração da cor e sabor, denominada cachaça ouro.

Com a finalidade de garantir a segurança da marca, foi registrada a

patente do produto com a nova denominação: cachaça Arte Brasil.

Para valorização do produto tanto no mercado interno quanto no

mercado externo, a empresa começou a investir na pesquisa e

desenvolvimento de novos designers de embalagens e rótulos, tornando o

produto requintado.

Preservando a tradição do processo de fermentação natural, os irmãos

Giaretta obtiveram uma bebida especial, de aroma e sabor muito apreciados

entre os especialistas nesta arte genuinamente brasileira.

1.1 Objetivos e valores

20

O objetivo da empresa Giaretta & Giaretta Cachaça Natural Ltda.-ME é a

exportação. Ela produz uma cachaça de qualidade diferenciada. Sua opção

pelo processo de produção orgânico e artesanal busca agregar valor ao

produto, atingindo um público de renda mais elevada no mercado interno,

satisfazendo as exigências do mercado externo.

Diante da nova realidade mundial em preservar o meio ambiente, a

empresa destaca-se pela preocupação com a ética, a cidadania e a saúde dos

envolvidos, a auto-sustentação, a eliminação da dependência de insumo não

renovável e a preservação do meio ambiente, através da melhor utilização dos

recursos naturais.

1.2 Estrutura física e organizacional

A empresa Giaretta & Giaretta Cachaça Natural Ltda.-ME está localizada

na estrada Guapiranga/Tangará, KM 4,5, s/n, bairro Córrego Santa Branca,

município de Lins, estado de São Paulo.

A estrutura física da empresa abrange uma área de plantação de cana-

de-açúcar equivalente a oito hectares de terra. A área construída de 254,14 m2

compreende um barracão para o processo produtivo, com engenho para a

moagem da cana, caixas de decantação para a filtragem da garapa, caixa de

inox, sala climatizada com quatro dornas de fermentação em plástico

polietileno, forno e destilador.

Possui também uma sala para armazenamento dos tonéis para

envelhecimento da cachaça, sala para envasamento com uma máquina

lacradora, uma rotuladora e sala para estocagem do produto acabado para

venda.

A empresa possui, além dos dois sócios, quatro colaboradores no setor

de produção e um químico responsável.

O Escritório Contábil Real, localizado na Avenida Sete de Setembro, nº

825, na cidade de Sabino/SP, é responsável pela contabilidade da empresa.

Futuramente a sede comercial da empresa será na Rua Tenente João

Francisco, nº 480, 1º andar, Vila dos Lavradores, na cidade de Botucatu/SP.

21

1.3 Agricultura orgânica

Devido às mudanças climáticas bruscas, enchentes, furacões, alertas

sobre a escassez de água no futuro e iminentes desastres ecológicos, várias

empresas têm apresentado iniciativas para tentar reduzir o impacto ambiental

negativo resultante dos processos produtivos.

A agricultura orgânica emerge como alternativa para tentar equilibrar os

exageros da agricultura química ou convencional. O processo de mudança do

manejo convencional para o orgânico é chamado conversão de sistemas.

Conforme a Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, em seu artigo

1º, considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em

que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos

recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade

cultural das comunidades rurais.

Tem por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a

maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia

não-renovável, empregando sempre que possível, métodos culturais, biológicos

e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do

uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em

qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento,

distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente.

A produção orgânica envolve o conceito de produção social e

ecologicamente correta, onde vários resíduos são reintegrados, como esterco

animal, restos e folhas. Os microorganismos, além de transformar a matéria

orgânica em alimento para as plantas, tornam a terra porosa, solta e permeável

à água e ao ar. Ao invés de mero suporte para a planta, o solo será sua fonte

de nutrição. Na agricultura orgânica, a sanidade da planta é conseguida

através da adubação orgânica, diversificação e rotação de culturas.

Conforme Araújo (2005), aumentar a área plantada em trezentos por

cento em dois anos foi a façanha conquistada pela agricultura orgânica. O

Brasil ocupa o segundo lugar em número de propriedades dedicadas ao cultivo

orgânico, gerando uma renda de 300 milhões de reais por ano, com quase

todos os tipos de alimentos.

22

Os segmentos orgânicos têm se mostrado cada vez mais rentável. Nem

mesmo o preço, em média 30% mais caro, parece atrapalhar o negócio.

Para implantar uma produção orgânica há um aumento nos custos

relativos à mão-de-obra, porém, compensado com a eliminação dos custos

com defensivos e fertilizantes.

1.3.1 Diferenças entre produção convencional e produção orgânica

A prioridade da agricultura convencional é a quantidade produzida, em

detrimento da qualidade. Para maior produtividade, aplicam-se às plantas

produtos químicos e tóxicos, muitos destes cancerígenos. São usados

inseticidas para matar insetos, fungicidas para combater fungos, herbicidas

para acabar com o mato. Estes produtos químicos acumulam-se na cadeia

alimentar, matam predadores naturais, afetam o equilíbrio da biovida do solo,

dos rios, dos lençóis freáticos, enfim, reduzem a biodiversidade, depredando os

ecossistemas, tendo como principal objetivo o lucro.

Os adubos químicos e fertilizantes são usados para o aumento da

produção. São altamente solúveis em água e desequilibram a estrutura do solo

e a nutrição das plantas.

Com todos esses procedimentos, o solo torna-se empobrecido e obtêm-

se alimentos com menos vitalidade e mais susceptíveis às pragas e doenças,

tanto no campo quanto no transporte e armazenamento.

A agricultura orgânica vem contrapor-se à agricultura convencional,

priorizando a qualidade, promovendo a saúde da terra e, conseqüentemente,

do ser humano, que produz e consome os produtos. São usadas técnicas

naturais de combate às pragas e a fertilização do solo é feita com práticas e

processos que não agridem a natureza, tais como: adubo orgânico, sem

processamento químico, compreendendo os estercos animais, as palhas, os

materiais fermentados, a serragem e adubos verdes.

Pássaros e animais são preservados por não se alimentarem com

sementes tratadas com agrotóxicos e não há mortes de peixes por

contaminação da água. A biodiversidade das plantas e animais é enriquecida e

23

não eliminada através do uso intensivo de pesticidas. Como conseqüência,

agrega harmonia à saúde do homem e do meio ambiente.

1.3.2 Vantagens do produto orgânico

Os consumidores estão descobrindo as vantagens de se adquirir

produtos orgânicos. Cada vez mais, o mercado está satisfazendo suas

expectativas, criando inúmeras variedades de produtos que vão desde palmito

e sorvetes até roupas feitas com algodão orgânico, móveis, pneus, detergentes

e tintas. Segundo Roque (2007), o mercado de produtos orgânicos sem

aditivos químicos não se limita aos alimentos e cresce até 50% ao ano.

Segundo Hamerschimidt; Silva; Lizarelli (2000), os alimentos orgânicos:

a) são mais nutritivos, saborosos, com aroma mais intenso;

b) evitam problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias

químicas tóxicas que ficam nos alimentos e provocam reações

alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais, problemas

neurológicos e até câncer;

c) protegem a qualidade da água;

d) evitam a erosão do solo através da rotação de culturas;

e) restauram a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal,

respeitando o equilíbrio da natureza;

f) criam ecossistemas saudáveis;

g) ajudam os pequenos agricultores que têm na terra a única fonte de

sustento;

h) economizam energia, pois dispensam o uso de agrotóxicos e

i) são produtos certificados por empresas certificadoras, que conferem

o selo de qualidade.

1.3.3 Perspectivas da agricultura orgânica no mercado internacional

24

Em todo mundo, o mercado orgânico ganha cada vez mais importância.

Em alguns lugares, como Europa e Estados Unidos, os alimentos orgânicos

popularizaram-se a tal ponto que a demanda tem sido muito maior que a oferta.

Segundo Andrade (2007), na Alemanha é inaugurado um novo

supermercado de orgânicos a cada semana. Setenta por cento dos alemães e

cinqüenta por cento dos europeus são contrários ao consumo de alimentos

geneticamente modificados.

O mercado brasileiro de produtos orgânicos, embora crescendo em ritmo

acelerado, representa cerca de 5% no mercado internacional de alimentos,

porém, este número tem perspectivas de melhora a cada dia.

Conforme SEBRAE (2004), a exportação da cachaça ainda é pouco

significativa diante da produção nacional, embora o mercado externo esteja de

portas abertas para a cachaça brasileira, encontrada praticamente em todo

território é a bebida nacional genuína ocupando o lugar que merece

internacionalmente, sendo as cachaças orgânicas e artesanais uma das mais

apreciadas. Por isso, deve-se ter preocupação com o visual e com a qualidade

para atender às expectativas internacionais.

1.4 Cachaça

A cana-de-açúcar é empregada na produção de açúcar desde as mais

antigas civilizações. No Brasil foi introduzida em 1532, por Martim Afonso de

Souza, na Capitania de São Vicente.

A produção de aguardente teve início neste período quando se observou

que a borra separada do processo de concentração da garapa, denominada

cachaza, para a produção de pães de açúcar, armazenada em recipiente de

um dia para outro, fermentava, produzindo um líquido com cheiro e sabor

diferente. Isto, submetido à destilação, resultava em líquido transparente,

brilhante e ardente. Considerando que parecia água, optou-se por chamá-la de

água-ardente. Outro nome atribuído foi cachaça, por ser originária da borra ou

cachaza e, considerando que durante a destilação o líquido pingava sempre,

surgiu o nome de pinga. Tipicamente brasileira, é também conhecida por:

25

abrideira, água que gato não bebe, água de setembro, branquinha, caninha,

mata-bicho, meu consolo, perigosa, sumo de cana, teimosa, uca, dentre outros

nomes.

No início, a quantidade consumida era menor que a produzida e o

excedente era armazenado em pipas ou tonéis de grande capacidade.

Verificou-se que bebidas de safras anteriores resultavam em sabor, cor e

aroma variados, com melhores características sensoriais que a recém-destilada

e assim deu-se o gosto pela bebida envelhecida, o que é costume até os dias

atuais.

A cachaça produzida na maioria dos pequenos engenhos segue

praticamente o mesmo processo artesanal utilizado no início da colonização do

Brasil.

1.4.1 Legislação brasileira de bebidas

Segundo o decreto nº 4.851 de 02 de outubro de 2003:

Cachaça é denominação típica e exclusiva da aguardente de cana-de-açúcar produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 a 48 por cento de volume, a 20 graus Celsius, obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar, com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro, expresso em sacarose. (BRASIL, 2003)

No Brasil, a normatização do registro, padronização, classificação,

inspeção e fiscalização de produção e comércio de bebidas ficam a cargo do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as bebidas que

têm como principal matéria-prima os vegetais são inspecionadas pelo Serviço

de Inspeção Vegetal (SIV). O Decreto nº 2.314 de 04 de setembro de 1997,

regulamenta a lei nº 8.918/1994, dispondo sobre a padronização, classificação,

registro, inspeção, produção e fiscalização de bebidas em geral, excetuando as

derivadas da uva e do vinho.

26

1.4.2 Mercado nacional e internacional

A cachaça é a bebida destilada mais consumida no país e ocupa o

segundo lugar entre as bebidas alcoólicas, só perdendo para a cerveja. O

Brasil é o terceiro mercado consumidor de destilados. (VENTURINI FILHO,

2005)

A produção da cachaça é encontrada em praticamente todo o território

nacional, sendo principalmente produzida nos estados de São Paulo,

Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais, este sendo o

principal centro produtor da cachaça artesanal. Conforme Venturini Filho

(2005), Minas Gerais tem cerca de oito mil e quinhentos alambiques, que

produzem duzentos e trinta milhões de litros ao ano.

De acordo com SEBRAE (2004), cerca dos 120 exportadores da bebida,

90% são empresas de pequeno porte, que correspondem a 10% do volume

exportado, mas estima-se que até o final da década o Brasil estará exportando

cinqüenta milhões de litros, número considerado pequeno, se comparado à

produção, mas com enorme potencial a ser explorado, considerando as

tendências e o já comprovado sucesso da bebida no mundo.

A cachaça é categoria de bebidas que mais investe em controle de

qualidade e marketing para mudar de status, eliminar o preconceito que

sempre ameaçou a bebida e prosperar no mercado internacional. As empresas

têm tornado as garrafas mais sofisticadas, detalhes que surtiram efeitos na

estratégia de internacionalização (ABRABE, 2007).

Produzida por meio artesanal, a cachaça tem valor agregado, o que

compensa na venda no mercado externo. Geralmente o litro da cachaça

artesanal chega a custar quatro vezes mais do que a cachaça industrial.

Até alguns anos atrás, o consumo era restrito às classes mais baixas e

começou a atingir um público de renda mais elevada, inclusive no mercado

externo, com a introdução da qualidade diferenciada. No produto artesanal, a

agregação de valor se dá por maior investimento em qualidade, embalagem e

diferenciação.

27

1.5 O produto da empresa: cachaça orgânica

Com vistas a obter uma cachaça de qualidade diferenciada e atender os

mais exigentes apreciadores nacionais e internacionais da boa bebida, a

empresa inova, produzindo a cachaça orgânica.

1.5.1 Matéria-prima do plantio à colheita

A matéria-prima utilizada na produção da cachaça é a cana-de-açúcar

conhecida como Maria Pelada. Na empresa Giaretta & Giaretta, a área

plantada é de aproximadamente oito hectares de terras, em talhões plantados

em períodos alternados para a disponibilidade de matéria-prima durante toda a

safra.

O processo para a produção da cachaça orgânica é totalmente natural.

A preparação do solo é feita à base de adubos orgânicos, como esterco animal,

bagaço da própria cana e vinhoto. A manutenção e a limpeza da plantação são

feitas manualmente, com a utilização de enxada ao invés de herbicidas.

No período entre os meses de junho a fevereiro, a cana é considerada

madura e em condições de corte, atingindo 15 brix, considerado o melhor nível

de açúcar, que determina a boa qualidade da cachaça. Brix é a graduação que

indica o teor aproximado de açúcar no mosto, medido pelo sacarímetro ou

refratômetro de brix. Antes do corte é feita uma amostragem da cana-de-açúcar

do talhão que será utilizado e, se a análise não acusar o melhor nível, a cana

não será cortada.

O corte e a despalha são feitos de maneira totalmente manual, já que a

ação do fogo compromete a qualidade final da cachaça, aumenta a carga de

bactérias nocivas à fermentação do mosto, além de destruir parte da matéria

orgânica do solo, indo contra os princípios da produção orgânica.

A cana é cortada, procurando separar a palha; cortam-se os ponteiros,

visando obter um caldo rico em açúcar e livre de impurezas; a raiz fica no solo

para brotar novamente e, após cinco cortes, é feita a reforma do talhão. A

28

quantidade colhida deve ser suficiente para a moagem de um dia, pois a

demora na sua utilização acarreta, principalmente em períodos úmidos e

quentes, a perda de açúcar e a contaminação por bactérias e fungos, inibidores

da fermentação.

1.5.2 Processo produtivo

As etapas de produção da cachaça seguem o mesmo processo

artesanal do início da colonização. Inicia-se pela moagem, passando pelos

processos de decantação, padronização, fermentação natural, e por fim pela

destilação, obtém-se a cachaça.

1.5.2.1 Moagem

Após a colheita, a cana-de-açúcar é levada ao barracão, onde já limpa é

levada para o processo de moagem.

A empresa possui uma única moenda, constituída de três cilindros

posicionados em forma triangular. A cana não sofre nenhum preparo prévio,

sendo colocada inteira e manualmente no engenho, resultando o caldo puro e o

bagaço.

De acordo com Novaes e Horii (2001), sob o ponto de vista físico, o

colmo da cana é constituído pela parte dura, formada pela casca e nós, que

representa aproximadamente 25% do peso da cana e, em média 15% de caldo.

A parte mole, constituída pela medula, representa 75% do peso e 85% de

caldo.

1.5.2.2 Decantação

29

O caldo segue por uma caixa de decantação móvel, para remover o

máximo de impurezas que o acompanham após sua saída da moenda, isto

para não provocar entupimento de canalizações, bombas e registros e também

não prejudicar o processo de fermentação.

O bagaço, que é rico em açúcar e de elevado teor de fibras, é utilizado

na alimentação dos animais, na fertilização do solo da plantação de cana-de-

açúcar e também como combustível no forno.

Após terminar a moagem e decantação, é feita uma limpeza eficiente,

com bastante água na moenda e na caixa de decantação, pois qualquer

vestígio de caldo é fonte de contaminação por bactérias que se desenvolverão

e passarão para as dornas de fermentação, prejudicando a qualidade da futura

bebida.

1.5.2.3 Padronização

Nesta fase, a garapa é escoada para uma caixa de inox, onde

permanece armazenada para medição do grau Brix, que deve estar em 15. Se

a variação estiver entre 16 e 20 graus, é acrescentada água deionizada para

diminuir o teor de açúcar.

Ao atingir a padronização ideal, a garapa está pronta para o processo de

fermentação.

1.5.2.4 Fermentação natural

Segundo Venturini Filho (2005), denomina-se mosto o líquido açucarado

apto a sofrer fermentação, que é considerada a etapa mais importante do

processo, já que no seu decorrer os açúcares e outros componentes do caldo

serão transformados em álcool e demais constituintes da cachaça, pela ação

do fermento.

30

O fermento natural utilizado no processo é o milho, cultivado sem

agrotóxico, que depois de limpo é moído e transformado em quirera.

Cada dorna tem capacidade para mil litros de garapa e para a realização

de um processo de destilação.

No primeiro dia do processo, colocam-se na dorna vinte e dois quilos de

quirera de milho e cinqüenta litros de garapa, deixando em repouso até o dia

seguinte, quando a mistura é medida, devendo estar em três graus brix. Neste

segundo dia, acrescentam-se mais cinqüenta litros de garapa. No terceiro dia,

a fermentação deve estar em cinco graus, quando são acrescentados mais

cinqüenta litros de garapa. No quarto dia, a fermentação deve estar em sete

graus brix, quando são acrescentados mais cinqüenta litros de garapa. Já no

quinto dia, a fermentação está em nove graus e finalmente são acrescentados

mais cinqüenta litros para que no dia seguinte a fermentação esteja em quinze

graus brix.

Neste ponto é acrescentada a garapa até atingir a quantidade para um

processo de destilação. O mosto ficará fermentando num período de oito a

doze horas na dorna.

A sala de fermentação deve ser arejada, com uma janela aberta,

protegida por tela para permitir a entrada de oxigênio e eliminação do gás

carbônico, contribuindo assim para a fermentação.

Quando a fermentação estiver em zero grau, o mosto está pronto para o

início do processo de destilação, sendo bombeado para o destilador e

permanecendo no fundo da dorna o fermento que foi usado para inoculação do

mosto nas dornas de fermentação, denominado pé-de-cuba.

1.5.2.5 Destilação

O destilador possui capacidade para mil litros de mosto fermentado e é

totalmente fechado para evitar a perda de vapor e conseqüente perda da

cachaça.

O mosto é aquecido a uma temperatura de 90º C, por um período de

três a quatro horas, quando é iniciado o processo de destilação. O vapor sobe

31

por um tubo e passa pelas serpentinas do condensador, que deve estar com

um metro e meio de água em temperatura ambien te.

Com o choque térmico entre o vapor e a água, há a condensação do

vapor, iniciando um lento processo de gotejamento, origem do termo popular

pinga, produzindo a cachaça bruta.

A primeira fração que sai do alambique, chamada cabeça, com setenta

graus de volume, numa quantidade de mais ou menos dez litros é reservada.

A segunda fração, em média de cento e cinqüenta litros, é o coração,

que pinga num volume de trinta e oito graus, que é a cachaça nos padrões pré-

determinados, seguindo diretamente para o armazenamento e envelhecimento.

Neste momento cessa o fogo.

A terceira e última fração, chamada de calda, que rende de dez a doze

litros, considerada fraca, varia entre vinte e sete e vinte e oito graus.

A primeira e a terceira fração passam por novo processo de destilação e

nova padronização a trinta e oito graus para conseguir o máximo de

aproveitamento.

1.5.3 Envelhecimento

Denomina-se envelhecimento de um destilado o conjunto das reações

químicas que ocorrem ao longo do tempo, resultando em alteração da cor e do

sabor (VENTURINI FILHO, 2005).

A cachaça recém produzida, denominada cachaça prata, é incolor e

cristalina e é acondicionada em caixas de inox.

De acordo com o SEBRAE (2004), a adega de armazenamento tem a

finalidade de manter a cachaça em boas condições ambientais de

envelhecimento, reduzindo as perdas do destilado por evaporação. As adegas

são construídas segundo especificações técnicas rigorosas, em que são

determinados os padrões de umidade, de temperatura e outros requisitos

importantes para o descanso da cachaça.

Os tonéis de envelhecimento são recipientes de madeira. A empresa

utiliza tonéis nas madeiras amburana, amendoim, carvalho e jequitibá-rosa,

32

que conferem à cachaça cor e sabor de acordo com as propriedades de cada

madeira, assim denominada cachaça ouro.

1.5.4 Embalagem

Seguindo novas tendências e exigências do mercado e buscando

diferenciação e sofisticação, a empresa tem constante preocupação com a

apresentação de seus produtos.

Após o devido descanso e envelhecimento e observando os cuidados de

filtragem, a cachaça é transferida da máquina envasadora para as garrafas,

que em seguida são lacradas por equipamento específico.

Atendendo às especificações mínimas do Ministério da Agricultura,

conforme decreto nº 2.314, de 04 de setembro de 1997, as garrafas são

identificadas com rótulos contendo informações esclarecedoras ao consumidor.

A empresa disponibiliza embalagens em diversos volumes: de

setecentos e cinqüenta mililitros, seiscentos e noventa mililitros, quinhentos

mililitros e garrafas de bolso com cento e oitenta mililitros. Também em tipos

variados, dentre os quais os de plástico, vidro transparente, vidro transparente

revestido em ecocouro e porcelana.

Além disso, possui sofisticadas caixas de madeira e sacos de veludo

para presente e aceita encomendas de embalagens personalizadas com o

logotipo de empresas para que estas ofereçam a seus clientes e

colaboradores.

Enfim, a empresa Giaretta & Giaretta está diariamente buscando inovar

e assim satisfazer o mais variado público apreciador da cachaça brasileira.

1.5.5 Certificação

A certificação orgânica surgiu da necessidade de se identificar a

procedência e o processamento de um alimento, permitindo ao agricultor

33

fornecer um produto diferenciado e valorizado, estabelecendo assim uma

relação de confiança com o consumidor.

Segundo o Instituto Biodinâmico

IBD (2007), a certificação é um

processo de fiscalização e inspeção das propriedades agrícolas e seu processo

de produção, verificando se o produto está de acordo com as normas de

produção orgânica. A certificação exige uma série de cuidados, desde a

desintoxicação do solo até o envolvimento com projetos sociais e de

preservação do meio ambiente.

Efetuadas a matrícula e a assinatura do contrato de inspeção com o

órgão certificador, inicia-se um rigoroso processo de investigação das

condições ambientais e sanitárias da propriedade. São realizadas visitas

regulares, orientando e fiscalizando todo o processo. A conversão do sistema

convencional para o orgânico leva normalmente de dois a três anos.

Com a decisão de produzir a cachaça orgânica, a empresa Giaretta &

Giaretta teve que adequar-se às exigências e determinações do IBD como

também da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB),

além de outros órgãos.

O IBD está localizado na cidade de Botucatu/SP e atua há mais de 10

anos em todo o Brasil e América do Sul, abrindo a seus clientes acesso aos

grandes mercados de exportação, detendo credenciamento junto a quatro

organismos internacionais:

a) IFOAM

Federação Internacional de Movimentos de Agricultura

Orgânica, acreditação da maior rigidez para a certificadora de

produtos orgânicos;

b) DAR

Deutsche Akkreditierungsrat, órgão com alta competência de

credenciamento de certificadoras da Alemanha, que garante ao

produto certificado acesso a todos os países da Comunidade

Européia.

c) USDA

United States Department of Agriculture, que garante aos

produtos certificados acesso ao mercado norte-americano.

d) Demeter International

garante a certificação de produtos

biodinâmicos com a marca DEMETER.

34

Também possui convênio com a JAS

Japan Agriculture Standard

a

parceria com certificadoras japonesas garante ao produto certificado acesso ao

mercado orgânico japonês.

Segundo o Planeta Orgânico (2006), a certificação, mais do que um

instrumento de confiabilidade para o mercado dos produtos orgânicos, é uma

poderosa estratégia de construção da cidadania, buscando mobilizar tanto as

comunidades regionais quanto a sociedade como um todo, pela produção e

consumo de alimentos mais saudáveis e harmonizados com as atuais

demandas de preservação dos alimentos naturais,

O selo de produto orgânico concedido pelo IBD confere à empresa

Giaretta & Giaretta o direito de comercialização da cachaça Arte Brasil para

trinta países do mundo.

35

CAPÍTULO II

CUSTO DE PRODUÇÃO E MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

2 A CONTABILIDADE DE CUSTOS

O nascimento da contabilidade de custos apresentou um desafio para o

desenvolvimento da contabilidade como ferramenta gerencial.

No final do século XIX, houve uma expansão enorme da indústria,

particularmente nos Estados Unidos e na Inglaterra.

O crescimento dos negócios em tamanho e em complexidade levou os

administradores a aperfeiçoarem seus sistemas contábeis para fornecer

informações confiáveis às decisões gerenciais.

Da necessidade de maior controle sobre os estoques dos produtos na

indústria e o surgimento de máquinas para a produção em grande escala,

verificou-se a necessidade de um constante acompanhamento da produção

para apurar o resultado de suas operações com mercadorias.

A contabilidade de custos foi desenvolvida a partir da contabilidade

financeira e faz parte da contabilidade gerencial, dispondo de técnicas que são

aplicadas não só às empresas industriais como também em outros segmentos

de empresa, inclusive públicas e entidades sem fins lucrativos.

A contabilidade de Custos acabou por passar, nessas últimas décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante arma de controle e decisão gerenciais. (MARTINS, 2003 p.22)

Segundo Padoveze (2003), desde seu surgimento até meados do século

XXI não houve produção significativa de novos procedimentos de contabilidade

gerencial. A partir da década de 1980, surgem novos desafios e as companhias

redescobriram a regra crítica de que o processo de manufatura cria vantagem

competitiva para as organizações. Assim, os procedimentos de contabilidade

36

de custo foram adequados para produzir relatórios sistemáticos para a

demonstração de resultados.

2.1 A importância da contabilidade de custos

As empresas atualmente estão inseridas num ambiente econômico

globalizado e buscam constantemente mecanismos e procedimentos que

possibilitem aperfeiçoar sua gestão para se tornarem mais competitivas e

garantir sua continuidade.

A contabilidade de custos torna-se imprescindível para que a empresa

colete dados que facilitem o estabelecimento de padrões, orçamentos e

previsões confiáveis. Quanto maior a harmonia entre as necessidades dos

gestores e as informações fornecidas, melhores decisões poderão ser

tomadas.

A contabilidade de Custo mensura e relata informações financeiras e

não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela

organização. (PARAVATO, 2000, p.2)

O lucro faz-se necessário para a sobrevivência da empresa nos dias

atuais; é apurado do que excede das receitas totais sobre os custos totais. A

apuração dos custos aponta a existência de gastos não necessários que

reduzem a lucratividade do negócio.

As empresas, desde a pequena até a grande necessitam de controle e

análise de custos, pois não basta o controle sem a respectiva análise para

conclusão e avaliação de desempenho da empresa.

A empresa necessita conhecer seus custos de produção tanto para

efeito de publicação de demonstrações financeiras e pagamentos de impostos,

como para poder controlá-los. Controlar significa, depois de conhecida a

realidade, compará-la com o que se esperava, analisar diferenças, identificar

causas e posteriormente tomar decisões para reduzir ou eliminar essas

diferenças.

37

2.2 Objetivos da contabilidade de custos

A contabilidade de custos tem por finalidade mostrar os caminhos a

serem percorridos na gestão de um negócio.

Segundo Oliveira e Perez Junior (2000), a contabilidade de custos tem

por objetivos principais:

a) apuração do custo do produto, dos serviços e dos departamentos;

b) apuração da rentabilidade dos produtos, dos serviços e dos

departamentos;

c) atendimento às exigências contábeis;

d) atendimento às exigências fiscais;

e) controle dos custos de produção;

f) controle da movimentação interna e externa das mercadorias;

g) melhoria de processos e eliminação de desperdícios;

h) auxílio na tomada de decisões gerenciais;

i) otimização de resultados;

j) atribuição de responsabilidades entre os diversos executivos e

departamentos;

k) análise do desempenho dos diversos executivos e dos

departamentos envolvidos;

l) subsídios do estabelecimento dos preços de vendas.

Uma contabilidade de custos bem estruturada reduz a possibilidade de a

empresa não só comercializar seus produtos a preço de venda abaixo do real,

o que compromete seu lucro e, conseqüentemente, o sucesso de seu negócio,

como também estabelecer um preço acima ao do mercado, deixando de ser

competitiva.

Com o atual dinamismo da economia, os administradores necessitam de informações confiáveis e rápidas, que lhes possibilitem a tomada de decisão para o alcance e a superação de metas de resultados. (PEREZ JUNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 2003, p.32)

2.3 Custos

38

Custos definem-se como a mensuração econômica dos recursos

adquiridos para a obtenção e a venda dos produtos e serviços da empresa.

É importante a definição das terminologias utilizadas na apuração dos

custos, visando esclarecer a interpretação dos conceitos, que muitas vezes se

confundem.

2.3.1 Gasto

Gasto é definido como consumo genérico de bens e serviços de uma

empresa. Eles ocorrem a todo momento e em qualquer setor, não

necessariamente tem ligação com a produção da empresa, porém gera

sacrifício financeiro.

De acordo com Wernke (2004), gasto é o termo usado para definir as

transações financeiras nas quais a empresa utiliza recursos ou assume uma

dívida, em troca da obtenção de algum bem ou serviço.

2.3.2 Custo

Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e

serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção. (NEVES;

VICECONTI, 2003, p.12)

Custos são gastos necessários para a fabricação dos produtos, que não

compreendem os investimentos. É a soma de todos os valores agregados ao

produto, desde a aquisição até a comercialização.

De acordo com Martinovich (2004), custos são todos os gastos

diretamente ligados ao processo industrial, ou seja, aqueles envolvidos com a

produção. É como se a empresa fosse dividida em 2 partes: a produção e a

administração.

39

2.3.3 Despesa

Despesas são gastos relativos aos bens e serviços consumidos no

processo de geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa e

estão diretamente ligadas às áreas administrativas e comerciais.

Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e

consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. (NEVES; VICECONTI,

2003, p.12)

Despesas são todos os gastos que não estão envolvidos com o

processo de fabricação, porém necessários para que o produto seja colocado

no mercado e para a cobertura da atividade operacional da empresa.

De acordo com Santos (2005), as despesas podem ser classificadas em:

comerciais, administrativas e financeiras, conforme exemplificadas a seguir:

a) despesas comerciais

- comissões de vendedores;

- salários de vendedores;

- viagens e estadas;

- propaganda e marketing;

- aluguel de escritórios regionais;

- material de expediente;

- outras.

b) despesas administrativas

- aluguel;

- salários administrativos;

- encargos sociais;

- honorários de diretores;

- telefone, internet, água e luz;

- material de expediente;

- leasing de equipamentos de escritório;

- outras.

c) despesas financeiras

- juros de desconto;

- taxas de cobrança;

40

- IOF;

- Taxas de serviços;

- Outras.

2.3.4 Perda

São fatos ocorridos que fogem à normalidade das operações da

empresa, não considerados operacionais e não fazem parte dos custos de

fabricação dos produtos.

Perda é um gasto involuntário e anormal que ocorre sem a intenção de

obtenção de receita. (DUTRA, 2003, p.33)

Os exemplos mais comuns de perda são: incêndios, inundações,

desfalque no caixa, greves, além de obsoletismo de estoque.

2.4 Classificação dos custos

De acordo com a atividade de cada empresa, os custos são apurados

para atender sua finalidade, podendo ser diretamente ligados aos produtos.

Existem diversos métodos de apropriação de custos e cada método

possui campos de aplicação específicos.

2.4.1 Custos diretos

São aqueles que podem ser facilmente identificados às unidades

produzidas. São apropriados diretamente aos produtos, sendo possível serem

visualizados com clareza e objetividade no produto final.

41

Os principais custos diretos são os materiais diretos e a mão-de-obra direta. Os materiais diretos são facilmente identificados aos produtos porque fazem parte de sua estrutura ou o seu consumo é claramente identificado como necessidade para fazer-se o produto final. A mão-de-obra direta representa o valor pago dos salários e encargos sociais aos trabalhadores que manipulam, diretamente ou por meio de equipamentos, todos os materiais e o produto final, até a sua conclusão em condições de venda. (PADOVEZE, 2003, p.41)

2.4.2 Custos indiretos

Os custos indiretos são gastos que não podem ser alocados de forma

direta ou objetiva aos produtos.

Por não serem perfeitamente identificados, é necessária a utilização de

estimativas ou critérios de rateio.

Conforme Martins (2003), os custos indiretos não oferecem condição de

uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de

maneira estimada e muitas vezes arbitrária, como o aluguel, a supervisão e as

chefias.

2.4.3 Custos fixos e custos variáveis

De acordo com Wernke (2004), custos fixos são aqueles gastos que

tendem a se manter constantes nas alterações de atividades operacionais,

independentemente do volume de produção. São os custos que têm seu

montante fixado não em função das oscilações na atividade, ou seja, sem

vínculo com o aumento ou diminuição da produção.

Os custos variáveis são aqueles que variam em proporção direta com o

volume de produção. Dessa maneira, o total dos custos variáveis cresce à

medida que o volume de atividade da empresa aumenta.

A partir da produção da primeira unidade começa a incorrer o custo

variável e vai aumentando ou diminuindo na proporção das quantidades

produzidas.

42

Conforme Padoveze (2003), uma característica importante do custo

variável é que, não havendo produção, o gasto é igual a zero.

No entendimento de Santos; Marion; Segatti (2002), os custos fixos e

variáveis na atividade rural podem ser descritos como:

a) Custos fixos são os que permanecem inalterados em termos físicos e

de valor, independentemente do volume de produção e dentro de um

intervalo de tempo relevante. Geralmente são oriundos da posse de

ativos e de capacidade ou estado de prontidão para produzir. Por

isso, também são conhecidos como custos de capacidade. Ex:

depreciação de instalações, benfeitorias e máquinas agrícolas,

seguro de bens, salários de técnicos rurais e chefias.

b) Custos variáveis são aqueles que variam em proporção direta como o

volume de produção ou área de plantio. Ex: mão-de-obra direta,

horas-máquinas, materiais diretos, tais como fertilizantes, sementes

e rações.

Na atividade industrial, os insumos tendem a refletir proporcionalmente à

produção obtida. Na atividade rural, porém, esta relação não é tão visível.

Segundo Nepomuceno (2004), nem sempre é possível estabelecer a relação

em virtude das interferências de fatores naturais como: chuvas, secas, pragas,

entre outros. Assim, é recomendável considerar-se o fator esforço ou

indicadores que o representem, como a base da proporcionalidade.

2.5 Custeio por absorção

O Método de Custeio por Absorção também é chamado Custeio Pleno

ou Integral. É o método tradicional e derivado dos Princípios Fundamentais de

Contabilidade. No Brasil é o único aceito pelas legislações comercial e fiscal.

No método de Custeio por Absorção, todos os custos são alocados aos

produtos fabricados e, conforme Padoveze (2003), esse método se caracteriza

por:

a) utilizar os custos diretos industriais;

43

b) utilizar os custos indiretos industriais por meio de critérios de

apropriação ou rateio;

c) não utilizar os gastos administrativos;

d) não utilizar os gastos comerciais, sejam diretos ou indiretos;

e) o somatório do custo dos produtos e serviços vendidos no período dá

origem à rubrica custo dos produtos e serviços, na demonstração de

resultado do período;

f) o somatório do custo dos produtos e serviços ainda não vendidos dá

origem ao valor dos estoques industriais no balanço patrimonial do

fim do período (estoques em processo e estoques de produtos

acabados).

No custeio por absorção, todos os custos de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreende todos os custos variáveis, fixos, diretos ou indiretos. Os custos diretos, por meio da apropriação direta, enquanto os indiretos, por meio de sua atribuição com base em critérios de rateios. (OLIVEIRA; PEREZ JUNIOR, 2000, p.117)

2.6 Custeio baseado em atividades

O Método de Custeio Baseado em Atividades (ABC

abreviatura do

inglês Activity Based Costing) é uma metodologia que surgiu com a tentativa de

melhorar a qualidade das informações que mais impactam o consumo de

recursos de uma empresa.

Este método preocupa-se principalmente com os recursos indiretos ou

fixos, pois como os custos variáveis e diretos já estão alocados corretamente,

não há necessidade de um tratamento diferenciado.

O que distingue o Custeio ABC do Custeio por Absorção é que ele

estende o método aos gastos administrativos e comerciais, ou seja, considera

a totalidade dos gastos (custos e despesas).

Trata-se de um método exclusivamente gerencial, não podendo ser

utilizado para apuração de impostos nem distribuição de dividendos.

44

Segundo Nakagawa (1995), no Método de Custeio Baseado em

Atividades ou ABC, assume-se como pressuposto que os recursos de uma

empresa são consumidos por suas atividades e não pelos produtos que ela

fabrica. Os produtos surgem como conseqüência das atividades consideradas

estritamente necessárias para fabricá-los e/ou comercializá-los, e como forma

de se atender as necessidades, expectativas e anseios dos clientes.

2.7 Custeio variável

O Custeio Variável é também conhecido por Custeio Direto e consiste

fundamentalmente em considerar como custo de produção apenas os custos

variáveis incorridos. Os custos fixos são considerados como despesa.

Segundo Wernke (2004), as vantagens e desvantagens do Custeio

Variável são:

a) prioriza o aspecto gerencial ao enfatizar a rentabilidade de cada

produto sem distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos

aos produtos;

b) não é aceito pela legislação tributária para fins de avaliação de

estoques;

c) não envolve rateios e critérios de distribuição de gastos, facilitando o

cálculo;

d) exige uma estrutura de classificação rígida entre os gastos de

natureza fixa e variável;

e) com a elevação do valor dos custos fixos, não considerados neste

método, a análise de desempenho pode ser prejudicada e deve

merecer considerações mais apuradas.

O pressuposto do Custeio Direto ou Variável é o de que somente os

custos identificados com os produtos ou serviços vendidos devem ser

apropriados. Os demais custos (indiretos ou fixos) devem ser desconsiderados

em termos de custo do produto.

45

2.8 Margem de contribuição

De acordo com Martinovich (2004), margem de contribuição é a parte do

faturamento da empresa que fica para o empresário cobrir seus gastos fixos,

após terem sido pagos todos os gastos variáveis (custos e despesas variáveis).

Se o valor da margem de contribuição for maior que o gasto fixo total da

empresa, a mesma terá lucro.

Com a margem de contribuição, em cada unidade vendida, a empresa

lucrará determinado valor e este, multiplicado pelo total vendido, obtém-se a

margem de contribuição total.

A margem de contribuição unitária é um dos indicadores mais

importantes para que o empresário analise o desempenho de uma atividade,

para o planejamento das operações e também para a tomada de decisões

operacionais de curto ou médio prazo.

Analisando a margem de contribuição, a empresa tem a possibilidade de

identificar quais produtos são mais lucrativos, quais produtos menos

contribuem e devem ser eliminados. Pode ainda ser usada para avaliar

alternativas quanto a campanhas publicitárias, descontos especiais e redução

de preços, pois quanto maior a margem de contribuição, melhor é a

oportunidade de promover vendas.

Segundo Perez Junior; Oliveira; Costa (2003), a fórmula pode ser

representada:

MC = PV (CV + DV)

Onde:

MC = Margem de Contribuição;

PV = Preço de Venda;

CV = Soma dos Custos Variáveis;

DV = Soma das Despesas Variáveis.

A margem de contribuição representa a sobra financeira de cada produto

de uma empresa para a recuperação das despesas e dos custos fixos e para a

obtenção do lucro. Conforme Wernke (2004), a margem de contribuição auxilia

46

os gerentes a entenderem os custos, volume, preços e lucros, fundamentando

tecnicamente as decisões de venda.

2.9 Lucro

Segundo Caldarelli (1997), lucro representa o ganho sobre uma

especulação após deduzidas as despesas. O lucro é determinado pelo excesso

de receita sobre as despesas.

O lucro de um período é a soma sucessiva de resultados de operações

em que a receita superou os custos e despesas.

O principal objetivo de toda empresa capitalista é produzir lucro para

seus proprietários.

Exemplo de cálculo para obtenção do Lucro Operacional:

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 1: Demonstração de resultado gerencial

Demonstração de Resultado Gerencial

VENDAS

( - ) Custos/Despesas Variáveis

( = ) Margem de Contribuição

( - ) Custos/Despesas Fixas

( = ) Lucro Operacional

47

CAPÍTULO III

A APURAÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO E MARGEM DE

CONTRIBUIÇÃO DA CACHAÇA ORGÂNICA

3 A IMPORTÂNCIA DA APURAÇÃO DE CUSTOS

No contexto atual, o controle de custos torna-se fundamental para toda e

qualquer empresa melhor desempenhar seu papel e cumprir seus objetivos.

A cachaça orgânica produzida pela empresa Giaretta & Giaretta é

elaborada de maneira totalmente natural e por ser um produto artesanal

ocasiona um aumento considerável no seu custo, principalmente na mão-de-

obra.

Pelo fato de a empresa não possuir a contabilidade de custos, este

trabalho tem por objetivo a identificação dos mesmos através do método de

custeio variável, o qual permitirá a apuração da margem de contribuição de

cada tipo de produto.

3.1 Apuração do custo de produção

Para a apuração do custo de produção da cachaça orgânica, serão

considerados todos os custos diretamente ligados à sua produção. Estes

decorrem do processo de plantio da cana-de-açúcar, dos gastos gerais de

fabricação, custos com manutenção de equipamentos, mão-de-obra,

depreciação e despesas administrativas.

Conforme dados fornecidos pela empresa, cada alqueire de terra

plantado de cana-de-açúcar rende 15.000 litros de cachaça. Levando em

consideração que a empresa possui uma área plantada de oito alqueires e que

48

é efetuado um corte anual, obtém-se um total de 120.000 litros de

cachaça/ano, tendo como média 10.000 litros/mês.

3.1.1 Custos com plantio da cana-de-açúcar

A matéria-prima da cachaça é a cana-de-açúcar orgânica, produzida

pela própria empresa. Para realização do presente estudo tomou-se como base

um período de cinco anos, que compreende um plantio, possibilitando um corte

anual durante este período.

O quadro 2 demonstra os custos relativos ao plantio da cana-de-açúcar

orgânica, observando que tais custos são variáveis.

PLANTIO DA CANA - PERÍODO DE 5 ANOS

TIPO

CUSTOS PLANTIO

ANO 01

ANO 02

ANO 03

ANO 04

ANO 05

TOTAL

CV ESTERCO 8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

48.000,00

CV FERRAMENTAS 100,00

100,00

100,00

100,00

100,00

100,00

600,00

CV MUDA 32.000,00

32.000,00

CV PLANTIO (MÃO-DE-OBRA) 5.000,00

5.000,00

CV PREPARO DO SOLO 6.400,00

6.400,00

TOTAL 51.500,00

8.100,00

8.100,00

8.100,00

8.100,00

8.100,00

92.000,00

TIPO TOTAL

TOTAL CUSTOS VARIÁVEIS - CV R$ 92.000,00

CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO/LITRO

R$ 0,15333

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 2 Custos com plantio da cana

Nota-se que, no ano do plantio, os custos são expressivamente maiores,

pois englobam a preparação do solo, o gasto com mudas e seu respectivo

plantio, além do esterco e ferramentas utilizadas. Vale lembrar que na mão-de-

obra computada estão incluídos os encargos sociais e é estritamente

contratada na época do plantio. As ferramentas aqui relacionadas deterioram-

se nesta fase da produção agrícola, consideradas, portanto, como custo

variável.

49

O custo total de plantação de R$ 92.000,00 refere-se ao período de 5

anos ou 60 meses. Considerando uma produção média mensal de 10.000

litros, o custo variável unitário (por litro) será apurado da seguinte forma:

CV/litro = 92.000 = 0,15333/litro

60 x 10.000

3.1.2 Gastos gerais de fabricação

A partir dos dados fornecidos pela empresa, os gastos gerais de

fabricação dividem-se em custos fixos e variáveis e estão elencados a seguir:

GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO - PERÍODO DE 5 ANOS

TIPO CUSTOS ANO 01 ANO 02 ANO 03 ANO 04 ANO 05 TOTAL

CV COMBUSTÍVEL TRATOR 3.110,40

3.110,40

3.110,40

3.110,40

3.110,40

15.552,00

CV ENERGIA ELÉTRICA 1.920,00

1.920,00

1.920,00

1.920,00

1.920,00

9.600,00

CV MILHO P/ FERMENTAÇÃO 720,00

720,00

720,00

720,00

720,00

3.600,00

CF QUÍMICO 7.200,00

7.200,00

7.200,00

7.200,00

7.200,00

36.000,00

TOTAL

12.950,40

12.950,40

12.950,40

12.950,40

12.950,40

64.752,00

TIPO TOTAL

TOTAL CUSTOS FIXOS CF R$ 36.000,00

TOTAL CUSTOS VARIÁVEIS - CV R$ 28.752,00

CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO/LITRO R$ 0,04792

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 3 Gastos gerais de fabricação

O custo variável unitário obtido a partir da simulação dos gastos gerais

de fabricação foi de R$ 0,04792 por litro de cachaça produzida.

3.1.3 Custos com manutenção

Para o bom desempenho das operações da empresa e continuidade de

produção é de extrema importância a manutenção de seus equipamentos.

50

MANUTENÇÃO

PERÍODO DE 5 ANOS

TIPO CUSTOS ANO 01 ANO 02 ANO 03 ANO 04 ANO 05 TOTAL

CF CERCA 400,00

400,00

400,00

400,00

400,00

2.000,00

CF DESTILADOR 1.200,00

1.200,00

1.200,00

1.200,00

1.200,00

6.000,00

CF ENGENHO 5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

25.000,00

CV

FILTRO CARVÃO ATIVADO (DESTILADOR) 3.600,00

3.600,00

3.600,00

3.600,00

3.600,00

18.000,00

CV FILTRO CARVÃO ATIVADO (DEONIZADOR) 60,00

60,00

60,00

60,00

60,00

300,00

CV FILTRO MICROPARTÍCULA 720,00

720,00

720,00

720,00

720,00

3.600,00

CV FILTRO COBRE COM RESINA 360,00

360,00

360,00

360,00

360,00

1.800,00

CF TONÉIS 4.166,67

4.166,67

4.166,67

4.166,67

4.166,67

20.833,33

CF TRATOR 1.000,00

1.000,00

1.000,00

1.000,00

1.000,00

5.000,00

TOTAL

16.506,67

16.506,67

16.506,67

16.506,67

16.506,67

82.533,33

TIPO TOTAL

TOTAL CUSTOS FIXOS CF R$ 58.833,33

TOTAL CUSTOS VARIÁVEIS - CV R$ 23.700,00

CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO/LITRO

R$ 0,03950

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 4 Custos com manutenção

O quadro 4 representa os custos com manutenção. A manutenção da

cerca, do destilador, do engenho e do trator permanece durante o período,

enquanto o refil do filtro de carvão ativado utilizado no destilador necessita ser

substituído a cada 2.000 litros de cachaça produzida e o utilizado no

deionizador deve ser substituído a cada 5.000 litros de água usada na medição

do grau brix.

O filtro de micro-partícula é utilizado no envasamento da cachaça e

trocado a cada 5.000 litros e o filtro de cobre com resina a cada 20.000 litros.

Os tonéis de envelhecimento necessitam de manutenção a cada três

anos aproximadamente para diminuir a perda da cachaça por evaporação. Este

custo de manutenção é de R$100,00/tonel. Para 125 tonéis, obtém-se

R$20.833,33/5 anos, ou seja, equivaleria a um custo de R$ 4.166,67/ano.

3.1.4 Custos com mão-de-obra

51

Na apuração dos custos relativos à mão-de-obra, foram considerados

salários e encargos sociais referentes a quatro colaboradores, demonstrados

no quadro 5.

MÃO-DE-OBRA

TIPO CUSTOS ANO 01 ANO 02 ANO 03 ANO 04 ANO 05 TOTAL

CF ENCARGOS SOCIAIS* 19.038,72

19.038,72

19.038,72

19.038,72

19.038,72

95.193,60

CF PISO SALARIAL 35.409,40

35.409,40

35.409,40

35.409,40

35.409,40

177.047,00

TOTAL

54.448,12

54.448,12

54.448,12

54.448,12

54.448,12

272.240,60

TIPO TOTAL

TOTAL CUSTOS FIXOS - CF R$ 272.240,60

*Encargos Sociais Colaborador/mês

4 Colaboradores Total/Ano

FGTS - 8% 54,48

217,92

2.615,04

INSS - 5,8% 39,50

158,00

1.896,00

INSS - 23% 156,62

626,48

7.517,76

C.C. - 2% 13,62

54,48

653,76

FÉRIAS 56,75

227,00

2.724,00

1/3 FÉRIAS 18,92

75,68

908,16

13º SALÁRIO 56,75

227,00

2.724,00

TOTAL 396,64

1.586,56

19.038,72

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 5 Custos com mão-de-obra

3.1.5 Custos com depreciação

A empresa possui máquinas e equipamentos em seu ativo imobilizado

que estão sujeitos à depreciação, considerando a expectativa de vida útil de

cada bem.

Conforme Martinovich (2004), depreciação é um gasto fixo a ser lançado

como custo que deve ressarcir investimentos em máquinas, equipamentos ou

outro tipo de ativo. Isto quer dizer que um equipamento, por exemplo, será

pago através de um lançamento de custo fixo no valor total do bem divido pelos

meses a serem depreciados. O valor mensal entrará no custo de fabricação de

um produto a que está alocado.

52

DEPRECIAÇÃO

MÁQUINAS/EQUIPAMENTOS VALOR VIDA ÚTIL/ANO TOTAL/ANO TOTAL 5 ANOS

CAIXA DE INOX 1.200,00

10 120,00

600,00

CARRETA P/ TRATOR 2.000,00

5 400,00 2.000,00

DEONIZADOR 6.500,00

10 650,00 3.250,00

DESTILADOR 8.000,00

10 800,00 4.000,00

DORNA DE FIBRA 420,00

10 42,00 210,00

ENGENHO 12.000,00

10 1.200,00 6.000,00

ENVASADORA 4.000,00

10 400,00 2.000,00

FILTRO COBRE C/ RESINA 400,00

10 40,00 200,00

FILTRO DE CARVÃO ATIVADO 300,00

10 30,00 150,00

LACRADORA 2.000,00

10 200,00 1.000,00

PRÉ-AQUECEDOR 2.000,00

10 200,00 1.000,00

SELADORA 220,00

10 22,00 110,00

TONÉIS 68.000,00

10 6.800,00 34.000,00

TRATOR 42.000,00

4 10.500,00 52.500,00

TOTAL 149.040,00

- 21.404,00

107.020,00

TIPO TOTAL

TOTAL CUSTOS FIXOS - CF R$ 107.020,00

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 6 - Custos com depreciação

3.1.6 Despesas administrativas

Compõem as despesas administrativas da empresa os gastos com

escritório contábil, telefone e despesas com vendedor.

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

TIPO CUSTOS ANO 01 ANO 02 ANO 03 ANO 04 ANO 05 TOTAL

CF ESCRITÓRIO CONTÁBIL 4.560,00

4.560,00

4.560,00

4.560,00

4.560,00

22.800,00

CF TELEFONE 1.800,00

1.800,00

1.800,00

1.800,00

1.800,00

9.000,00

CF DESPESA C/ VENDAS 52.000,00

52.000,00

52.000,00

52.000,00

52.000,00

260.000,00

TOTAL

58.360,00

58.360,00

58.360,00

58.360,00

58.360,00

291.800,00

TIPO TOTAL

TOTAL CUSTOS FIXOS - CF R$ 291.800,00

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 7 Despesas administrativas

53

Como a empresa ainda não iniciou a comercialização de seus produtos,

para a apuração do custo será estimada uma despesa com vendas de R$

4.000,00 (quatro mil reais)/mês, considerando o salário e os encargos do

vendedor.

3.1.7 Custo variável unitário da cachaça prata

O quadro 8 apresenta a apuração de todos os custos variáveis da

produção da cachaça orgânica. Obtém-se o custo unitário de R$ 0,24075 por

litro.

Custo variável unitário (litro) - Cachaça Prata Custo com plantio 0,15333

Gastos Gerais Fabricação 0,04792

Manutenção 0,03950

Total 0,24075

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 8 Custo unitário por litro da cachaça prata

3.2 Envelhecimento

A cachaça recém destilada apresenta coloração branca e é denominada

cachaça prata. Para adquirir boas qualidades sensoriais de aroma e paladar, a

mesma deve passar por um processo de envelhecimento em tonéis de

madeira, permitindo aprimorar suas características, tornando-a mais fina. Além

disso, o envelhecimento modifica a coloração de branca para amarelada.

A empresa possui um total de 125 tonéis para o envelhecimento, sendo:

a) 120 tonéis na madeira carvalho com capacidade de 200 litros;

b) 3 tonéis na madeira amburana com capacidade de 1000 litros;

c) 01 tonel na madeira amendoim com capacidade de 1000 litros e

d) 01 tonel na madeira jequitibá-rosa para 3000 litros.

54

A cachaça é considerada envelhecida a partir de 12 meses armazenada

em tonéis de madeira. A empresa Giaretta & Giaretta opta por um por um

período de envelhecimento de 18 meses, período este que ela considera ideal.

Durante o processo de envelhecimento, há uma perda por evaporação

que varia entre 15% a 20%.

Como a produção de cachaça mensal é de 10.000 litros, será adotada a

seguinte destinação da produção:

Mês Envelhecimento (litros) Prata (litros)

Total (litros)

1º 3.000 (1 tonel 3.000 litros) 7.000

10.000

2º 2.000 (2 tonéis 1.000 litros) 8.000

10.000

3º 2.000 (2 tonéis 1.000 litros) 8.000

10.000

4º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

5º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

6º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

7º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

8º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

9º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

10º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

11º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

12º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

13º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

14º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

15º 2.000 (10 tonéis 200 litros) 8.000

10.000

16º

10.000

10.000

17º

10.000

10.000

18º

10.000

10.000

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 9 Destinação da produção para envelhecimento

Desta forma, no 15º mês todos os tonéis estarão preenchidos.

Portanto, desta data até o 18º mês não será possível acrescentar cachaça para

o processo de envelhecimento.

A partir do 19º mês, o ciclo irá se repetir, pois mês a mês, os tonéis

serão esvaziados, cumprindo assim o ciclo de envelhecimento de 18 meses.

Observa-se que pelo fato de produzir a cachaça envelhecida, deixa-se

de se vender, a cada mês, esta mesma quantidade em cachaça prata.

Será, então, calculado o custo financeiro deste valor de venda.

55

Para efetuar este cálculo, serão considerados equivalentes os preços

de venda da cachaça ouro e prata. A planilha constante no anexo A demonstra

o recurso que se deixa de obter em venda de cachaça prata para poder

produzir a cachaça envelhecida.

Na última coluna encontra-se o valor correspondente ao valor de venda

da cachaça prata, caso não fosse para o processo de envelhecimento. O valor

de venda considerado foi de R$ 3,00 x quantidade de litros de cachaça prata

produzida que será colocado para envelhecimento, constante na segunda

coluna da planilha do anexo A.

Na penúltima coluna, valor de venda ouro, está o valor de venda

correspondente à cachaça ouro, que para esta análise foi considerado o

mesmo valor de R$ 3,00 x a quantidade, já descontada a perda de 20% no

processo de envelhecimento.

O ciclo de envelhecimento é de 18 meses, e o ciclo de produção é

anual, porém o plantio da cana deve ser refeito a cada 5 anos. Desta forma,

para que se possa fechar o ciclo completo, onde o final do ciclo de produção da

cana (5 anos) coincida com o ciclo de envelhecimento (18 meses), deve-se

considerar o período de 180 meses, como demonstrado no Anexo A.

Utilizando os dados desta planilha, calculou-se o valor presente líquido

(VPL) equivalente à venda de cachaça ouro e à venda do correspondente em

cachaça prata. Para tanto, foram utilizadas a taxa sistema especial de

liquidação e custódia (SELIC) média mensal atual de 1,10% e valor de venda

da cachaça prata e ouro de R$ 3,00/litro. O resultado obtido está apresentado

no quadro 10.

Calculando-se o valor presente, obteve-se uma diferença de R$

122.221,21, ou seja, valor correspondente ao que a empresa estaria deixando

de ganhar aplicando os recursos financeiros da venda, caso não houvesse o

processo de envelhecimento.

Neste período, a empresa tem a capacidade de produção de 10.000

litros/mês x 180 meses = 1.800.000 litros de cachaça prata. Deste total,

310.000 litros vão para o envelhecimento.

Estes 310.000 litros sofrerão uma perda por evaporação no final do

processo de aproximadamente 20%, restando 248.000 litros de cachaça ouro.

56

VPL - Valor Presente Líquido

Ouro Prata Diferença R$ 317.704,14 R$ 439.925,36 R$ (122.221,21)

Custo Variável Envelhecimento

R$ (0,49283)

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 10 Custo do envelhecimento

Os R$ 122.221,21 divididos pela produção de 248.000 litros chega-se a

um custo variável de envelhecimento/litro de R$ 0,73358.

Custo variável por litro - Cachaça Ouro Custo com plantio 0,15333

Gastos Gerais Fabricação 0,04792

Manutenção 0,0395

Custo com envelhecimento 0,49283

Total 0,73358

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 11 Custo variável por litro da cachaça ouro

3.3 Embalagem

Visando agregar valor ao produto, a empresa desenvolveu alguns tipos

de embalagem que buscam atender aos diversos níveis de exigência dos

consumidores.

Abaixo estão destacados os tipos de embalagens que a empresa

disponibiliza, com seus respectivos custos.

PORCELANA (750ML) Embalagem 15,00

Caixa revestida em ecocouro 46,00

Caixa madeira 15,00

Saco veludo 2,30

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 12 Embalagem porcelana

57

PARAÍBA (690ML) Revestimento da embalagem em ecocouro 10,00

Rótulo 0,48

Tampa/lacre 0,18

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 13 Embalagem paraíba

CILÍNDRICA (690ML) Embalagem 1,20

Rótulo 0,48

Colarinho 0,10

Tampa/lacre 0,18

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 14 Embalagem cilíndrica

QUADRADA (500ML) Embalagem 0,47

Rótulo 0,48

Tampa/lacre 0,18

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 15 Embalagem quadrada

BOLSO (180ML) Embalagem 0,46

Rótulo 0,20

Tampa/lacre 0,18

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 16 Embalagem de bolso

58

3.3.1 Custos variáveis por embalagem

Somando os custos com embalagem ao custo proporcional em volume

que cada embalagem comporta, obtém-se o custo unitário total de cada

produto. A empresa desenvolveu a embalagem de porcelana, exclusiva para

cachaça ouro, que pode ser comercializada nas seguintes condições:

PORCELANA (750ML) OURO Embalagem 15,00

Custo embalagem 15,00

Custo de 750ml de cachaça 0,55019

Custo total (embalagem + 750ml de cachaça) 15,55019

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 17 Custo unitário total da embalagem de porcelana

PORCELANA (750ML) OURO Embalagem 15,00

Caixa revestida em ecocouro 46,00

Custo embalagem 61,00

Custo de 750ml de cachaça 0,55019

Custo total (embalagem + 750ml de cachaça) 61,55019

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 18

Custo unitário total da porcelana na caixa em

ecocouro

PORCELANA (750ML) OURO Embalagem 15,00

Caixa madeira 15,00

Custo embalagem 30,00

Custo de 750ml de cachaça 0,55019

Custo total (embalagem + 750ml de cachaça) 30,55019

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 19 Custo unitário total da porcelana na caixa de madeira

PORCELANA (750ML) OURO Embalagem 15,00

Saco veludo 2,30

Custo embalagem 17,30

Custo de 750ml de cachaça 0,55019

Custo total (embalagem + 750ml de cachaça) 17,85019

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 20 Custo unitário total da porcelana no saco de veludo

59

PARAÍBA (690ML) PRATA OURO Revestimento da embalagem em ecocouro 10,00

10,00

Rótulo 0,48

0,48

Tampa/lacre 0,18

0,18

Custo total da embalagem revestida 10,66

10,66

Custo de 690ml de cachaça 0,16612

0,50617

Custo total (embalagem + 690ml de cachaça) 10,82612

11,16617

* 690ml/1000ml x custo variável da cachaça correspondente.

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 21 Custo unitário total da embalagem paraíba

CILÍNDRICA (690ML) PRATA OURO Embalagem 1,20

Rótulo 0,48

Colarinho 0,10

Tampa/lacre 0,18

Custo embalagem 1,96

Custo de 690ml de cachaça 0,16612

Custo total (embalagem + 690ml de cachaça) 2,12612

* 690ml/1000ml x custo variável da cachaça correspondente.

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 22 Custo unitário total da embalagem cilíndrica

QUADRADA (500ML) PRATA OURO Embalagem 0,47

0,47

Rótulo 0,48

0,48

Tampa/lacre 0,18

0,18

Custo embalagem 1,13

1,13

Custo de 500ml de cachaça 0,12038

0,36679

Custo total (embalagem + 500ml de cachaça) 1,25038

1,49679

* 500ml/1000ml x custo variável da cachaça correspondente.

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 23 Custo unitário total da embalagem quadrada

BOLSO (180ML) PRATA OURO Embalagem 0,46

0,46

Rótulo 0,20

0,20

Tampa/lacre 0,18

0,18

Custo embalagem 0,84

0,84

Custo de 180ml de cachaça 0,04334

0,13204

Custo total (embalagem + 180ml de cachaça) 0,88334

0,97204

* 180ml/1000ml x custo variável da cachaça correspondente.

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 24 Custo unitário total da embalagem de bolso

60

3.4 Margem de contribuição

Segundo Perez Junior; Oliveira; Costa (2003), margem de contribuição é

um conceito de extrema importância para o custeio variável e para a tomada de

decisões gerenciais.

Em termos de produto, a margem de contribuição (MC) é a diferença

entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis.

A margem de contribuição unitária possibilita avaliar a margem de lucro

unitária, identificando assim os produtos mais lucrativos da produção.

Segue abaixo a demonstração da margem de contribuição de cada

produto:

PORCELANA (750ML) PRATA OURO PREÇO DE VENDA

50,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS

15,55019

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

34,44981

PORCELANA (750ML) CAIXA ECOCOURO PRATA OURO PREÇO DE VENDA

140,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS

61,55019

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

78,44981

PORCELANA (750ML) CAIXA MADEIRA PRATA OURO PREÇO DE VENDA

125,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS

30,55019

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

94,44981

PORCELANA (750ML) SACO VELUDO PRATA OURO PREÇO DE VENDA

55,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS

17,85019

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

37,14981

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 25 Margem de contribuição das embalagens porcelana

PARAÍBA (690ML) PRATA OURO PREÇO DE VENDA 15,00

35,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS 10,82612

11,16617

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 4,17388

23,83383

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 26 Margem de contribuição da embalagem paraíba

61

CILÍNDRICA (690ML) PRATA OURO PREÇO DE VENDA 12,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS 2,12612

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 9,87388

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 27 Margem de contribuição da embalagem cilíndrica

QUADRADA (500ML) PRATA OURO PREÇO DE VENDA 10,00

15,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS 1,25038

1,49679

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 8,74962

13,50321

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 28 Margem de contribuição da embalagem quadrada

BOLSO (180ML) PRATA OURO PREÇO DE VENDA 4,00

5,00

(-) CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS 0,88334

0,97204

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 3,11666

4,02796

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 29 Margem de contribuição da embalagem de bolso

3.5 Custo fixo

O quadro 30 representa os custos fixos da empresa, valores estes que

serão utilizados para apuração do lucro.

Custo fixo total 5 anos Anual Gastos Gerais Fabricação 36.000,00

7.200,00

Manutenção 58.833,33

11.766,67

Mão-de-obra 272.240,60

54.448,12

Administrativas 291.800,00

58.360,00

Depreciação 107.020,00

21.404,00

Total 765.893,93

153.178,79

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 30 Custo fixo

3.6 Apuração do Lucro Anual

62

Como não há histórico de venda, será estimada a quantidade vendida,

inversamente proporcional ao preço de venda de cada embalagem, obtida

conforme demonstrado no Anexo B.

Para se fazer esta estimativa de venda foi considerado o período de

produção de 18 meses dividido por 1,5 para calcular o custo anual.

Desta forma foi obtido o lucro total anual como descrito abaixo:

CÁLCULO DO CUSTO VARIÁVEL TOTAL ANUAL

CACHAÇA OURO

Preço de Venda

Custo Variável MC

Qtde vendida/ano

MC x Qtde/Ano

Bolso 180 ml R$ 5,00 R$ 0,97 R$ 4,03 52670 R$ 212.152,41

Quadrada 500 ml R$ 15,00 R$ 1,50 R$ 13,50 6340 R$ 85.610,35

Paraíba 690 ml R$ 35,00 R$ 11,17 R$ 23,83 1930 R$ 45.999,29

porcelana 750 ml R$ 50,00 R$ 15,55 R$ 34,45 1270 R$ 43.751,26

* saco de veludo R$ 53,00 R$ 17,85 R$ 35,15 1200 R$ 42.179,78

* caixa madeira R$ 125,00 R$ 30,55 R$ 94,45 470 R$ 44.391,41

* caixa ecocouro R$ 140,00 R$ 61,55 R$ 78,45 460 R$ 36.086,91

R$ 510.171,42

CACHAÇA PRATA

Preço de Venda Custo Variável

MC Qtde

vendida/ano MC x

Qtde/Ano

Bolso 180 ml R$ 4,00 R$ 0,88 R$ 3,12 66240 R$ 206.447,85

Quadrada 500 ml R$ 10,00 R$ 1,25 R$ 8,75 28800 R$ 251.989,15

Cilíndrica 690 ml R$ 12,00 R$ 2,13 R$ 9,87 33060 R$ 326.430,48

Paraíba 690 ml R$ 15,00 R$ 10,83 R$ 4,17 73600 R$ 307.197,58

R$ 1.092.065,06

MC X QDADE (OURO + PRATA) R$ 1.602.236,49

(-)CUSTO FIXO ANUAL R$ 153.178,79

LUCRO ANUAL R$ 1.449.057,70

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 31 Cálculo do Lucro Anual

Considerando que os custos e quantidades produzidas e vendidas

representam a realidade, pode-se simular quanto uma redução no preço de

venda representa no lucro da empresa.

63

CÁLCULO DO CUSTO VARIÁVEL TOTAL ANUAL

CACHAÇA

OURO Preço de

Venda Custo

Variável MC Qtde

vendida/ano

MC x

Qtde/Ano

Bolso 180 ml R$ 3,50

R$ 0,97

R$ 2,53

52670 R$ 133.147,41

Quadrada 500 ml R$ 10,50

R$ 1,50

R$ 9,00

6340 R$ 57.080,35

Paraíba 690 ml R$ 24,50

R$ 11,17

R$ 13,33

1930 R$ 25.734,29

porcelana 750 ml R$ 35,00

R$ 15,55

R$ 19,45

1270 R$ 24.701,26

* saco de veludo R$ 37,10

R$ 17,85

R$ 19,25

1200 R$ 23.099,78

* caixa madeira R$ 87,50

R$ 30,55

R$ 56,95

470 R$ 26.766,41

* caixa ecocouro R$ 98,00

R$ 61,55

R$ 36,45

460 R$ 16.766,91

R$ 307.296,42

CACHAÇA PRATA

Preço de Venda

Custo Variável MC

Qtde vendida/ano

MC x Qtde/Ano

Bolso 180 ml R$ 2,80

R$ 0,88

R$ 1,92

66240 R$ 126.959,85

Quadrada 500 ml R$ 7,00

R$ 1,25

R$ 5,75

28800 R$ 165.589,15

Cilíndrica 690 ml R$ 8,40

R$ 2,13

R$ 6,27

33060 R$ 207.414,48

Paraíba 690 ml R$ 10,50

R$ 10,83

R$ (0,33)

73600 R$ (24.002,42)

R$ 475.961,06

% REDUÇÃO

30

MC X QDADE (OURO + PRATA) R$ 783.257,49

(-)CUSTO FIXO ANUAL R$ 153.178,79

LUCRO ANUAL R$ 630.078,70 Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 32 Simulação de redução no preço de venda

No quadro 32 simulou-se uma redução de 30% no preço de venda de

cada embalagem, resultando na diminuição em 57% do lucro total. Observa-se

que a partir deste cálculo, podemos visualizar a variação na MC de cada

embalagem. Neste exemplo, nota-se que o produto Paraíba 690ml na cachaça

prata apresentava uma MC de R$ 4,17, e com a redução de 30% no seu preço

de venda, sua MC passa a ter um prejuízo de R$ 0,33.

3.7 Considerações finais sobre o custo de produção e margem de contribuição

64

O preço de venda foi estimado pelos proprietários, sem considerar os

custos de produção. Os valores foram estipulados por critérios subjetivos,

portanto, a margem de contribuição é considerada teórica, ou seja, pode não

representar a realidade.

Estes cálculos permitem ao empresário fazer uma análise de seu preço

de venda, simulando o que uma redução no preço representará no seu lucro

final.

65

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante da pesquisa realizada e através da análise dos dados da

empresa Giaretta & Giaretta Cachaça Natural Ltda. ME, propomos:

A implantação do controle de custos, conforme modelo demonstrado no

capítulo III, através da utilização das planilhas elaboradas para a apuração dos

custos de produção e margem de contribuição, para que os gestores tenham

maior conhecimento sobre a rentabilidade de cada produto com suas

respectivas embalagens.

Como as despesas administrativas e de vendas foram hipotéticas,

propomos que estes valores sejam reavaliados, mesmo porque não foram

considerados os aspectos tributários, as comissões sobre vendas, despesas

com exportação, que, com certeza terão um impacto representativo nos

resultados finais.

Ao iniciar as vendas, verificar suas respectivas despesas, bem como as

variações das despesas administrativas e então avaliar o controle implantado,

atualizando as planilhas.

Reavaliar a necessidade de reclassificação de enquadramento da

empresa, que atualmente está no regime ME, devido o seu faturamento

possivelmente exceder o limite fixado em lei.

Estar atento às quebras de safra, reavaliando, se for o caso, os custos

variáveis e suas respectivas margens de contribuição.

Atualizar a taxa de juros do mercado para avaliar a perda financeira

decorrente do processo de envelhecimento. Na presente análise foi utilizada a

taxa SELIC, porém, podendo ser substituída por outro índice oficial.

Fazer pesquisa de mercado para, em conjunto com os valores dos

custos que envolvem a produção, conhecer a realidade do mercado,

determinando assim um preço de venda ideal.

66

CONCLUSÃO

A cachaça orgânica produzida pela empresa Giaretta & Giaretta

Cachaça Natural Ltda.-ME despertou-nos o interesse em desenvolver este

trabalho, pois iniciando suas atividades há aproximadamente três anos, seus

proprietários possuem visão futurista, desenvolvendo produtos com processo

natural e orgânico com o objetivo de exportação, visto que o mercado

internacional demonstra grande procura pelo produto. Além disso, evidencia

sua preocupação com o meio ambiente, qualidade dos produtos e bem estar

dos colaboradores.

Através de pesquisa bibliográfica, adquirimos conhecimentos e

condições para o desenvolvimento do trabalho.

O objetivo específico de ressaltar a importância da apuração do custo de

produção e da margem de contribuição dos produtos da empresa estagiada foi

alcançada, pois, sua implementação é ferramenta essencial para auxiliar o

empresário na tomada de decisão.

A escolha do tema surgiu da visualização de que a empresa não possui

a contabilidade de custos e também pelo fato de que o produto orgânico

acarreta maiores custos, principalmente com a mão-de-obra.

No decorrer do trabalho, pudemos contar com informações de cada

processo, necessárias para o desenvolvimento desta pesquisa, prestadas

pelos proprietários e seus colaboradores, que não mediram esforços quanto a

seus detalhes.

Considerando que a empresa ainda não comercializa seus produtos, as

despesas com vendas foram estimadas, devendo seu valor ser monitorado ao

início das atividades. Ressalta-se também que não foram considerados os

aspectos tributários envolvidos.

Quanto ao processo de envelhecimento, foi calculado seu custo,

utilizando uma estimativa de perda de 20%, baseado em informações

disponibilizadas pelo responsável da produção; porém, uma análise mais

detalhada poderá ser feita para verificar até que ponto o envelhecimento do

produto é compensador para a empresa.

67

A planilha de custos ora apresentada representa apenas um modelo que

necessita ser aperfeiçoada, pois há custos/despesas que não foram

computados ou apenas estimados. Com a implantação da contabilidade de

custos melhorará a qualidade das informações geradas, fornecendo

informações mais precisas para a tomada de decisão.

Diante da pesquisa realizada, concluímos que o assunto foi de grande

valia tanto para o grupo quanto para a empresa estagiada que se mostrou

interessada nos resultados.

Vale observar que não foram considerados os custos de certificação da

produção orgânica junto ao IBD.

Ressaltamos que o assunto deste trabalho não se esgota aqui, estando

aberto a novas pesquisas.

68

REFERÊNCIAS

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WERNKE, R. Gestão de custos. Uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2004.

71

APÊNDICES

72

APÊNDICE A - Roteiro de Observação Sistemática

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ....................................................................................................

Localização: ...............................................................................................

Atividade Econômica: .................................................................................

CNPJ: .........................................................................................................

Inscrição Estadual: .....................................................................................

Números de Funcionários: .........................................................................

Porte: ..........................................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Plantio

2 Colheita

3 Processo Produtivo

4 Embalagem

5 Levantamento dos custos

73

APÊNDICE B Roteiro do Histórico

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ....................................................................................................

Localização: ...............................................................................................

Atividade Econômica: .................................................................................

Data da Fundação: .....................................................................................

Sócios e proprietários: ................................................................................

Porte: ..........................................................................................................

II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA

1 Histórico da empresa

2 A escolha do mercado de atuação

III ASPECTOS HISTÓRICOS DA CACHAÇA

1 Histórico da cachaça

2 Opção pela cachaça orgânica

74

APÊNDICE C - Roteiro de entrevista para o Sócio-Proprietário da empresa

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Formação Acadêmica: ...............................................................................

Tempo na empresa: ...................................................................................

Experiência profissional: ............................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 O que levou a empresa a optar pela produção da cachaça

orgânica?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

....................................................................................................................

2 Quais as maiores dificuldades para se produzir e exportar a

cachaça orgânica?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

....................................................................................................................

3 No processo de produção da cachaça há perda/desperdício de

matéria-prima?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

....................................................................................................................

4 A empresa utiliza a contabilidade de custos?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

....................................................................................................................

5 O diferencial orgânico do produto influencia no custo de

produção?

75

....................................................................................................................

....................................................................................................................

....................................................................................................................

6 A empresa tem buscado alternativas para a diminuição dos custos

de produção?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

....................................................................................................................

76

APÊNDICE D Roteiro de entrevista para o Profissional Contábil

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Formação Acadêmica: ..........................................................................................

Experiências Anteriores: .......................................................................................

Tempo na empresa: ..............................................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1- O sistema de custos é ferramenta que fornece informações e auxilia na

tomada de decisão? Comente.

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2- Quais as maiores dificuldades para manter o gerenciamento de custos numa

empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3- Qual o nível de envolvimento deve ser exigido dos profissionais que

participam diretamente do processo de produção ra que o controle de custos

seja eficiente?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4- Quais itens devem ser considerados no processo de formação do preço do

produto?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

77

APÊNDICE E Matéria-prima

78

APÊNDICE F Moagem

79

APÊNDICE G Decantação

80

APÊNDICE H Padronização

81

APÊNDICE I Fermentação

82

APÊNDICE J Destilação

83

APÊNDICE K Envelhecimento e embalagens

84

ANEXOS

85

ANEXO A

Custo com envelhecimento

CUSTO COM ENVELHECIMENTO

Qtde em litros Valor de Venda

Mês

Ouro Prata Total Ouro/Perda Ouro Prata

1 3000 7000 10.000 2400 R$ 9.000,00

2 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

3 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

4 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

5 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

6 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

7 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

8 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

9 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

10 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

11 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

12 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

13 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

14 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

15 2000 8000 10.000 1600 R$ 6.000,00

16 10.000 10.000 0 17 10.000 10.000 0 18 10.000 10.000 0 19 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

20 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

21 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

22 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

23 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

24 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

25 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

26 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

27 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

28 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

29 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

30 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

31 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

32 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

33 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

34 10.000 10.000 0 R$ - 35 10.000 10.000 0 R$ - 36 10.000 10.000 0 R$ - 37 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

38 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

86

39 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

40 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

41 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

42 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

43 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

44 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

45 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

46 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

47 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

48 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

49 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

50 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

51 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

52 10.000 10.000 0 R$ - 53 10.000 10.000 0 R$ - 54 10.000 10.000 0 R$ - 55 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

56 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

57 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

58 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

59 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

60 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

61 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

62 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

63 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

64 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

65 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

66 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

67 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

68 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

69 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

70 10.000 10.000 0 R$ - 71 10.000 10.000 0 R$ - 72 10.000 10.000 0 R$ - 73 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

74 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

75 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

76 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

77 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

78 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

79 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

80 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

81 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

82 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

83 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

84 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

85 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

86 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

87 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

87

88 10.000 10.000 0 R$ - 89 10.000 10.000 0 R$ - 90 10.000 10.000 0 R$ - 91 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

92 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

93 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

94 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

95 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

96 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

97 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

98 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

99 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

100 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

101 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

102 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

103 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

104 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

105 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

106 10.000 10.000 0 R$ - 107 10.000 10.000 0 R$ - 108 10.000 10.000 0 R$ - R$ -

109 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

110 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

111 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

112 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

113 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

114 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

115 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

116 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

117 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

118 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

119 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

120 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

121 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

122 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

123 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

124 10.000 10.000 0 R$ - 125 10.000 10.000 0 R$ - 126 10.000 10.000 0 R$ - 127 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

128 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

129 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

130 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

131 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

132 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

133 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

134 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

135 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

136 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

88

137 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

138 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

139 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

140 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

141 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

142 10.000 10.000 0 R$ - 143 10.000 10.000 0 R$ - 144 10.000 10.000 0 R$ - 145 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 R$ 9.000,00

146 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

147 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

148 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

149 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

150 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

151 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

152 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

153 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

154 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

155 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

156 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

157 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

158 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

159 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 R$ 6.000,00

160 10.000 10.000 0 R$ - 161 10.000 10.000 0 R$ - 162 10.000 10.000 0 R$ - 163 3000 7000 10.000 2400 R$ 7.200,00 164 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 165 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 166 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 167 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 168 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 169 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 170 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 171 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 172 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 173 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 174 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 175 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 176 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 177 2000 8000 10.000 1600 R$ 4.800,00 178 10.000 10.000 0 R$ - 179 10.000 10.000 0 R$ - 180 10.000 10.000 0

Total

310.000

1.490.000

1.800.000

248.000 R$ 669.600,00 R$ 837.000,00 Fonte: Elaborado pelos autores

89

ANEXO B Estimativa de vendas

ESTIMATIVA DE VENDAS

CACHAÇA

OURO

Preço de

Venda Inversamente proporcional

Venda garrafa

(18 meses)

Qtde ml

(18 meses)

Venda garrafas

(1 ano)

Qtde ml (1 ano)

Bolso 180 ml R$ 5,00 0,2000 79.000 14.220.000

52.670 9.480.600

Quadrada 500 ml R$ 15,00 0,0667 9.508 4.754.000

6.340 3.170.000

Paraíba 690 ml R$ 35,00 0,0286 2.900 2.001.000

1.930 1.331.700

porcelana 750 ml R$ 50,00 0,0200 1.900 1.425.000

1.270 952.500

* saco de veludo R$ 53,00 0,0189 1.800 1.350.000

1.200 900.000

* caixa madeira R$ 125,00

0,0080 700 525.000

470 352.500

* caixa ecocouro R$ 140,00

0,0071 700 525.000

460 345.000

TOTAL R$ 423,00

0,3492 96.508 24.800.000 64.340 16.532.300

16.533.333

CACHAÇA PRATA

Preço de

Venda Inversamente proporcional

Venda garrafas

(18 meses)

Qtde ml (18 meses)

Venda garrafas (1 ano)

Qtde ml (1 ano)

Bolso 180 ml R$ 4,00 0,2500 99.360 74.520.000

66.240 49.680.000

Quadrada 500 ml R$ 10,00 0,1000 43.200 29.808.000

28.800 19.872.000

Cilíndrica 690 ml R$ 12,00 0,0833 49.600 24.800.000

33.060 16.530.000

Paraíba 690 ml R$ 15,00 0,0667 110.400 19.872.000

73.600 13.248.000

TOTAL R$ 41,00 0,5000 302.560 149.000.000 201.700 99.330.000 Fonte: Elaborado pelos autores

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