6ª edição da coleção de ensaios sobre desenvolvimento e oportunidades de investimento no brasil

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6ª Edição Coletânea de artigos sobre oportunidades de desenvolvimento e de investimentos no Brasil Coordenadora: Advogada Su Jung Ko Apoio: Jornal Bom Dia e Jornalista Edmundo Ubiratan

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Page 1: 6ª edição da Coleção de Ensaios sobre Desenvolvimento e Oportunidades de Investimento no Brasil

6ª Ediçã o

Coletânea de artigos sobre

oportunidades de

desenvolvimento e de

investimentos no Brasil

Coordenadora: Advogada Su Jung Ko

Apoio: Jornal Bom Dia e Jornalista Edmundo Ubiratan

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LISTA DE COLABORADORES

Segue abaixo a lista de todos os colaboradores que

contribuíram ou contribuirã o com os textos da Coleçã o de Essays. Novos colaboradores serã o incluídos de tempos em

tempos.

1-. Su Jung Ko

Su Jung Ko é advogada formada em direito pela Universidade de São Paulo. Cursou pós graduação em direito empresarial na GV Law e

obteve LL.M (mestrado em direito) pela Georgetown Law Center em Washington D.C., Estados Unidos. Após 10 anos de experiência em

escritório de advocacia focado em fusões e aquisições, Su fundou a consultoria especializada em fusões e aquisições denominada Golden

Hawk Consulting. Engajada em formação de profissionais líderes e

contínuo apoio às empresas coreanas no contexto da globalização, Su tem dado sua contribuição enquanto serviu como presidente da filial,

no Brasil, do Network dos Futuros Líderes Coreanos e também como conselheira da Divisão Comercial do Consulado da Coreia em São

Paulo, Brasil. Su vem organizando workshop de mentoring de carreira e de resgate de identidade cultural voltado para os jovens

descendentes de coreanos, com o apoio das empresas coreanas e de diversas entidades da comunidade coreana no Brasil. Seu

engajamento com a liderança da comunidade fez da Su a vencedora do prêmio de Líder do Futuro concedido pela renomada revista

jurídica britânica Chambers & Partners, Latin America Women in Law.

2-. Edmundo Ubiratan

Edmundo Ubiratan é jornalista especializado em aviação e piloto de

aviões. Foi editor-chefe do portal AIR online e correspondente

internacional do grupo britânico Key Publishing. Já realizou trabalhos com forças armadas de diversos países, como Brasil, Estados Unidos,

Argentina, Inglaterra, entre outros. Já cobriu os principais eventos aeronáuticos do mundo, como o International Paris Air Show, EAA Air

Venture, LABACE, Farnborough International Airshow, Sun ‘n Fun, Moscou Air Show, Dubai Air Show, EBACE, entre outros. Acompanhou

missões especiais como a Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti e o Programa Antártico Brasileiro. Desde 2008

trabalha na Aero Magazine, a maior revista brasileira especializada em aviação.

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3-. Beatriz Camasmie Curiati Salione

Beatriz Camasmie Curiati Salione é Assessora Técnico-Procuradora do

Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. É Mestre em Direito Administrativo pela Universidade de Direito do Estado de São Paulo

(2013). Beatriz é Advogada, graduada pela Universidade de Direito do Estado de São Paulo (2004) e Administradora de Empresas,

graduada pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getú lio Vargas (2003).

4-. Sheila C. Neder Cerezetti

Sheila C. Neder Cerezetti é advogada e Professora Doutora da

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Fez pós-doutorado no European University Institute (Itália) e desenvolve

pesquisas no Max-Planck Institute für auslandisches und internationales Privatrecht (Alemanha), com bolsa da Alexander von

Humboldt Foundation.

5-. Fabio Florence de Barros

Fabio Florence de Barros é advogado formado pela USP (Universidade de São Paulo) e pela PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica

de Campinas), bacharel, mestre e licenciado em filosofia pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Atualmente, faz

doutorado em filosofia na PUC-São Paulo e leciona filosofia e sociologia para o ensino médio em um colégio particular.

6-. Roberto Kanitz

Roberto Kanitz, atualmente é sócio fundador da consultoria Uno

Trade Strategy Advisors (www.unotrade.com), uma rede multidisciplinar de especialistas (economistas, advogados,

administradores de empresas e profissionais de relações internacionais) focada em questões de comércio internacional (defesa

comercial, antidumping, barreiras técnicas ou sanitárias, aduaneiro) e internacionalização de empresas que procuram ingressar no Brasil ou

exterior. Academicamente, estudou Direito na USP e na Georgetown University Law Center em Washington, DC, e teve seu livro

“Managing Multilateral Trade Negotiations: The Role of the WTO Chairman” publicado na Inglaterra, pela Editora Cameron May, acerca

das negociações da OMC e o papel dos diversos Chairmen envolvidos

no processo de busca e encontro de soluções acordadas nos múltiplos fóruns.

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7-. Eder Brito

Eder Brito, Mestre em Administração Pública pela Korea University

(Coreia do Sul, 2012), especialista em Comunicação Organizacional pela FIAM-FAAM (2010) e jornalista graduado pela Universidade

Metodista de São Paulo (2005). Atualmente é assessor de comunicação do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho –

Pacaembu. Coordena programas de capacitação em gestão pública e formação política na ONG Oficina Municipal, entidade parceira da

Fundação Konrad Adenauer (Alemanha) e da Fundação Itaú Social.

Professor de Gestão Pública Municipal da FACCAMP - Faculdades Campo Limpo Paulista e colaborador semanal do blog Humberto

Dantas, coluna no Portal Estadão.com que trata de política municipal.

8-. Marcelo Donnabella Bastos Elias

Marcelo Donnabella Bastos Elias é advogado formado em Direito pela Universidade de São Paulo. Cursou pós-graduação em Direito Público

pelo Complexo Jurídico Damásio de Jesus e em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Marcelo possui

sólida carreira na área empresarial, tendo atuado como advogado corporativo em escritório de grande porte e como in-house counsel

em conglomerado empresarial do setor da construção. Foi Gerente Jurídico da América Latina em multinacional sueca do setor de

agronegócios e, atualmente, está cursando LL.M. (Mestrado em Direito) em International Commercial Law na University of California

em Davis, CA, Estados Unidos.

9-. Roberta Okura

Com Mestrado em Art Business (Sotheby's Institute of Art, Londres) e Pós-graduação em História da Arte (Fundação Armando Á lvares

Penteado, São Paulo), Roberta é especializada em arte contemporânea. Trabalhou por dois anos como consultora associada

na Alpha Art Advisory de Londres, sendo responsável pelo mercado de arte brasileiro. No momento, atua em São Paulo como consultora

com foco em arte contemporânea brasileira e latino-americana. Também possui Mestrado em Estatística (Universidade de

São Paulo, São Paulo) e, no passado, trabalhou em áreas de Econometria e Inteligência de Negócios dentro de grandes instituições

de São Paulo, principalmente no setor financeiro.

10-. Gabriel Prado de Barros

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Gabriel Prado de Barros é empresário, especialista em marketing e

filho de pecuaristas do Estado de Mato Grosso. Possui Master em Negócios Internacionais pela Hult International Business School em

San Francisco, Boston e Nova York (A escola de negócios mais

internacional do mundo, TOP 10 Financial Times ranking), possui pós-graduação em Ciências do Consumo Aplicadas pela ESPM (Escola

Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo) e é especialista em Planejamento de Comunicação pela Miami Ad School. Gabriel

possui relevante experiência em consultoria de marketing, inovação e agronegócio. Trabalhou em diversos projetos como a implementação

do primeiro sistema de Carsharing no Brasil, desenvolveu estratégias para empresas consagradas como Grupo Bandeirantes de

Comunicação, Porto Seguro, Ipiranga e atuou como gerente de marketing para startup de Big Data em Nova York. Atualmente, atua

como Diretor de Desenvolvimento de Negócios da KGN Consulting Company, empresa com foco em capitação de recursos,

investimentos e desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

11-. Yiming Zeng

Yiming Zeng trabalhou como analista de crédito de um banco líder

japonês em Nova York onde ele cobria os Estados e instituições financeiras da América Latina. Entre as responsabilidades, o foco

principal no trabalho era avaliar o risco do país para investir na

América Latina, incluindo o Brasil, no que diz respeito a políticas macroeconômicas, a evolução da região, financeiro e de segurança.

Yiming graduou-se em matemática e filosofia pela Universidade de Wesleyan, Estados Unidos, com uma concentração na filosofia

moderna europeia. Seus escritos sobre educação em artes liberais foram publicados em alguns dos principais jornais sendo amplamente

divulgados na mídia social da China. Atualmente está cursando MBA na Universidade de Oxford, Inglaterra e irá trabalhar no Citi

Investment Banking em Hong Kong.

12-. Marlon Shigueru Ushiro Ieiri

Marlon Shigueru Ushiro Ieiri é advogado formado em direito pela Universidade Estadual de Londrina. Tem especialização (Master) em

Direito da União Europeia pela Universidad Carlos III de Madrid, Espanha; especialização (Master II) em Direito do Comércio

Internacional pela Université Paris X, França; e curso de Contratos de Infraestrutura pela Fundação Getulio Vargas – SP. Atua no setor de

engenharia, construção e infraestrutura, representando clientes

nacionais e internacionais em projetos públicos e privados. É membro

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fundador do Instituto Brasileiro de Direito da Construção (IBDiC);

membro do Society of Construction Law (UK); membro do Comitê de Jovens Empreendedores – CJE Construção da Federação das

Indústrias de São Paulo (FIESP).

13-. Paula Un Mi Kim

Paula nasceu e cresceu em São Paulo. Formada em Audiovisual pela USP, se especializou em roteiro e em cinematografia. Aos 17 anos,

ganhou o prêmio de audiência no Festival Mundial do Minuto com o curta animado “Sexo Explícito”. Em 2007, foi aprovada no curso de

MFA da K-Arts na Coréia do Sul, onde dirigiu “Chu Mar”, “26, Best Korean Girl” e “Gonnyon’s First Drive”. Com os dois primeiros, foi

para festivais renomados, como PalmSprings, Expresion en Corto, Festroia, Asian American International Film Festival, entre outros. Em

2010, fundou a Sam Ka Pur Filmes (www.samkapurfilmes.com). Atualmente capta recursos para “Diário de Viagem”, seu longa

metragem de estréia, finalista do BoliviaLab, selecionado pelo Edital de Desenvolvimento de Projetos do Ecine, contemplado pelo Edital de

Fomento ao Cinema Paulista em 2014 e primeiro projeto brasileiro a

participar do Atelier do Cinefondation (Festival de Cannes) em 2015.

14-. Carolina Malhado

Carolina Malhado é formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (São Paulo, Brasil) e possui um mestrado em Direito (LL.M.)

da Georgetown University. Ela trabalhou no Pinheiro Neto Advogados, um grande escritório no Brasil, de 2008 a 2013. Carolina fez um

estágio de verão no Congresso dos EUA em 2014, trabalhando para a Congresswoman Lois Frankel. Ela também fez um estágio com o Juiz

Peter Mussite (US District Court of Maryland). Carolina começou a trabalhar para o instituto Concurrences Review em 2015, como

editora associada. Ela também criou um blog em 2015 (Arts Commented), no qual escreve sobre filmes, peças de teatro e séries

de televisão em inglês e em português.

15-. Caroline Taglietti

Caroline Taglietti é graduada em Relações Internacionais pela

Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI, Santa Catarina, Brasil, e atualmente está trabalhando com supply chain na Prozyn

BioSolutions, empresa especializada em formular ingredientes mais “Bio” para Bebidas e Alimentos. Caroline está envolvida,

principalmente, na exportação de alimentos do Brasil, com interesse

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em tendências de mercado relacionadas a commodities, atacadistas e

varejistas.

16-. Peter Eccles

Peter Eccles é advogado de Nova York e é responsável pelo time de

Private Equity e Venture Capital do Foley & Lardner LLP. Ele aconselha seus clientes em operações internacionais envolvendo o

Brasil, país em que ele residiu quando jovem. Peter tem experiência tanto como advogado in house como de escritório de advocacia nos

Estados Unidos em assessoria a clientes internacionais envolvendo uma série de questões de investimentos em mercados emergentes de

toda a América Latina, Á sia e Á frica. Ele também aconselha clientes estrangeiros (non-US) em seus investimentos nos Estados Unidos e

em outras jurisdições. Sua prática é focada principalmente em fusões

e aquisições, private equity, venture capital, joint ventures e outros acordos empresariais e comerciais. Peter Eccles também tem extensa

experiência representando empresas brasileiras que emitem papeis de crédito e capital e tem especialização em securitização complexo

multi-jurisdicionais, financiamento de projetos e operações de private equity. Peter Eccles traz mais de 20 anos de experiência em dois

maiores escritórios de advocacia dos Estados Unidos, bem como advogado in-house de uma das principais agências de risco de crédito

do mundo. Ele é membro da Ordem dos Advogados de Nova York e serviu no Comitê Interamericano da Ordem dos Advogados da Cidade

de Nova York, da qual ele é membro. Ele também serviu como um membro do subcomitê da Governança Corporativa da Ordem dos

Advogados Americanos. Peter é formado pela Universidade de Harvard (A. B., 1985) e fez direito na Harvard Law School (J. D.,

1989).

17-. Rebecca Maduro

Rebecca Maduro, advogada formada pela Universidade de Taubaté – SP. Cursou pós graduação em Direito Contratual, curso de extensão

em Mercado Financeiro e Contratos Bancários, na GV Law, curso de Operações Estruturadas pela Saint Paul Escola de Negócios/ New

York Institute of Finance, Curso de Extensão em Direito da Energia Elétrica pelo Instituto Brasileiro de Estudos do Direito da Energia –

IBDE. Há 8 anos atua no mercado de energia brasileiro, trabalhando em empresas multinacionais de energia na área de distribuição e

geração de energia. Atualmente ocupa posição de especialista regulatório em energia elétrica no grupo AES Brasil, uma empresa do

grupo AES Corporation, grande player do mercado de energia no mundo. Cursa o Master Business in Administration no Setor Elétrico

pela Fundação Getulio Vargas - 2017.

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18-. André Maruch

André Maruch é advogado em São Paulo de Rayes & Fagundes

Advogados Associados, atuando em direito societário, fusões e aquisições, investimento estrangeiro, e contratos. É advogado

formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG), possuindo Mestrado em Direito Privado pela mesma

instituição. Foi co-fundador e coordenador da Comissão de Direito Societário da OAB/MG.

19-. Ricardo Medina

Ricardo representa clientes nacionais e estrangeiros em operações de grande porte envolvendo obras de Infraestrutura, Industriais e

Edificações, gerenciamento jurídico de contratos de construção, negociações e solução de controvérsias. É consultor em operações

estruturadas para financiamento imobiliário, com emissão de CRI, CCI e colocação no mercado. Formado pela Universidade de São

Paulo. Pós-graduado em Gestão Empresarial e Negócios pelo Complexo Damásio de Jesus. Mestre em Direito Internacional pela

Universidade de São Paulo. Autor do livro Arbitragem e Administração – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Coordenador e coautor do

livro A Nova Lei de Arbitragem Brasileira. Professor de Arbitragem e Professor-Coordenador de Direito da Construção e Infraestrutura no

Centro de Extensão Universitária/Instituto Internacional de Ciências

Sociais (CEU/IICS). Autor de diversos artigos acadêmicos em revistas e jornais, e palestrante em conferências nacionais e internacionais.

Foi citado no Who’s Who Legal 2015 como um dos principais advogados no Brasil na área de construção. É fundador e diretor

primeiro secretário do Instituto Brasileiro de Direito da Construção (IBDiC). Vice-presidente do Comitê de Direito da Construção da

Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo (OAB/SP), Conselheiro e árbitro da Câmara de Mediação e Arbitragem do

Instituto de Engenharia, árbitro da Câmara de Mediação e Arbitragem das Eurocâmaras e do Centro de Análisis y Resolución de Conflictos

de Peru, membro do Comitê Brasileiro de Arbitragem.

20-. Orlando F. Dalcin

Advogado especializado na área tributária, com 10 anos de

experiência em renomadas bancas de advocacia e empresas de consultoria (Big Four). Experiência sólida em consultoria tributária,

com ênfase em tributação indireta. Líder experiente da gestão de equipes em projetos de natureza diversificada. Como elaboração de

diagnósticos focados em aumento de eficiência tributária e de

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controles internos, implementação e revisão de estudos de viabilidade

do ponto de vista tributário. Suporte na constituição e criação de empresas em diversas regiões do Brasil. Experiência em temas

envolvendo direito aduaneiro, preços de transferência e tributação

internacional. Experiência em implementação e customização de ERPs. Elaboração de pareceres, memorandos e opiniões legais sobre

diversos temas tributários. Análise do tratamento contábil e tributário de diversas operações com o intuito de aumento de eficiência

tributária, planejamento tributário e sucessório. Experiência com contencioso tributário administrativo e judicial, federal, estadual e

municipal e com due diligences e M&A.

21-. Jung-Eun(Jennifer) Choi

Advogada licenciada na Coreia e California (EUA). Choi é sócia do

escritório de advocacia Daeryook & Aju LLC (DRAJU), especializada

em direito societário, propriedade intelectual e operações internacionais. Choi formou-se na Universidade Nacional de Seul (BS),

obteve mestrado em direito (LL.M) da Georgetown University Law Center.

22-. Caio Yoshikawa

Caio Yoshikawa é advogado associado das áreas Societária, Contratos

Comerciais e Bancária de PGLaw, São Paulo, Brasil. É Bacharel e Mestrando em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de

São Paulo (USP), e coordenador do Centro de Estudos Legais Asiáticos da Faculdade de Direito da USP.

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Financiamento à Infraestrutura no Brasil

Caio Yoshikawa

O Brasil é um país com cerca de 200 milhões de habitantes e uma

área de cerca de 8,5 milhões de km2, o que faz do país o 5º maior do mundo em extensão territorial e população. Apesar de o Brasil ter

uma produção agrícola moderna e diversificada, bem como mineração e indústria relevantes, sua infraestrutura ainda é bastante precária. A

extensão territorial e a população são fatores que contribuem para as dificuldades do país neste sentido. Contudo, investimentos em

expansão, manutenção e modernização são necessários para o crescimento e desenvolvimento econômicos.

A Associação Brasileira de Indústria de Base (ABDIB) estima que

R$ 300 bilhões, ou 5% do PIB do Brasil por ano serão necessários para atender às necessidades de infraestrutura da economia

brasileira. Em 2015, o montante investido no setor infraestrutura correspondia a 2,1% do PIB brasileiro ou cerca de R$ 130 bilhões.1

Em vista disso, ainda existe uma grande oportunidade para

investidores internacionais em relação ao setor de infraestrutura no Brasil. Destacam-se mercados tais como portos, aeroportos, rodovias,

ferrovias, energia e telecomunicações. Conforme discutido ao longo deste artigo, o governo do Brasil tem se esforçado ao longo dos

ú ltimos anos para atrair investimentos estrangeiros. Em setembro do ano passado, foi lançado o Plano de Parceria de Investimentos (PPI).

O PPI visa tornar mais atraente o modelo de concessões e promete

maior estabilidade regulatória e segurança jurídica.

Historicamente, a lógica dos financiamentos em infraestrutura no

Brasil foi construída com base em financiamento substancial do Estado por meio do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), um banco estatal criado em 1952 para o fornecimento de

crédito a longo prazo. Contudo, o governo brasileiro tem buscado alternativas para o financiamento de infraestrutura que conte com

uma maior participação do capital privado. A principal razão é a atual crise fiscal, que requer ajustes nas contas públicas e redução dos

gastos.

Em 2011, foi promulgada a Lei nº 12.431 para fomentar o financiamento de longo prazo no Brasil. Esta lei prevê alíquota zero

para imposto de renda incidente sobre rendimentos de títulos e valores mobiliários de titularidade de investidores estrangeiros

emitidos por meio de distribuição pública a partir de 1º de janeiro de

1 “Abdib: investimentos necessários em infraestrutura seriam de 5% do

PIB”. IstoÉ. Disponível em: http://istoe.com.br/abdib-investimentos-

necessarios-em-infraestrutura-seriam-de-5-do-pib/. Acesso em 30 de

novembro de 2016

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2011 por empresas que não sejam instituições financeiras. Na prática,

mesmo investimentos em debêntures, com prioridade de pagamentos em relação a ações, podem ser beneficiadas pela alíquota zero.

Os requisitos para valores mobiliários com a alíquota zero sobre o

imposto de renda são: (i) prazo médio ponderado superior a 4 anos; (ii) vedação à recompra do título ou valor mobiliário pelo emissor ou

parte relacionada nos 2 primeiros anos após a sua emissão; (iii) vedação à liquidação antecipada por meio de resgate ou pré-

pagamento, salvo se regulação do Conselho Monetário Nacional

dispor em contrário; (iv) inexistência de compromisso de revenda assumido pelo comprador; (v) prazo de pagamento periódico de

rendimentos com intervalos de, no mínimo, 180 dias; (vi) comprovação de que o título ou valor mobiliário esteja registrado em

sistema de registro autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM; e (vii) compromisso de alocar os recursos captados no

pagamento futuro ou no reembolso de gastos, despesas ou dívidas relacionados aos projetos de investimento, inclusive os de pesquisa,

desenvolvimento e inovação.

As maiores preocupações dos investidores estrangeiros relativas a investimentos de longo prazo no Brasil são 3: (i) segurança jurídica;

(ii) exposição cambial; e (iii) taxas de juros dos títulos do governo brasileiro, que hoje são um investimento mais atraente do que o

investimento de longo prazo em infraestrutura.

No primeiro caso, o governo brasileiro tem estudado diversas medidas para modificar os marcos legal e regulatório a fim de reduzir

incertezas para os investidores. Por exemplo, incluem cláusulas arbitrais em contratos de parcerias público-privadas e concessão, que

podem acelerar a solução de controvérsias. Outra medida é a prorrogação antecipada dos prazos de vigência das parcerias.

Com relação ao risco de exposição à variação cambial, apesar da

crise global e dos preços em declínio das commodities, muito pode ser devido à conjuntura política e econômica do país nos ú ltimos anos.

Esta variação pode comprometer não só a rentabilidade dos projetos de infraestrutura, como também as projeções e o planejamento

financeiro dos investidores. Os projetos de infraestrutura frequentemente têm uma maturação de longo prazo. As receitas são

em moeda brasileira e contratação de hedge com grandes bancos é cara. Portanto, o governo brasileiro tem estudado medidas que

podem reduzir tal exposição.

Um dos modelos sob análise prevê o compartilhamento do risco da demanda entre o governo e o investidor. Neste caso o governo efetua

um pagamento fixo ao concessionário pela disponibilidade da infraestrutura concedida. Ao mesmo tempo, ele cobra um preço

(outorga) do concessionário que varia de acordo com a demanda. O

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risco cambial seria reduzido por se atrelar um ou outro pagamento às

variações cambiais. Neste caso, parte do fluxo de caixa do concessionário ficaria expressa em dólares dos Estados Unidos, e não

em reais. Isto permitiria ao investidor, sobretudo estrangeiro, arcar

com os investimentos iniciais da concessão tomando dívida em moeda estrangeira.2

A terceira preocupação dos investidores estrangeiros é a rentabilidade. Os investidores estrangeiros ficam bastante

preocupados em justificar aos provedores de fundos o porquê de

terem investido em infraestrutura no Brasil, com alto risco e grande prazo de maturação, quando, ao mesmo tempo os títulos do governo

brasileiro têm baixo risco e elevada remuneração. Neste caso, a estabilização das finanças públicas e a retomada do crescimento

econômico são necessárias para a redução da taxa básica de juros, que remunera os títulos do governo brasileiro. O resultado é uma

taxa de retorno mais atrativa para investimentos estrangeiros no setor de infraestrutura, tão necessários para o desenvolvimento do

Brasil.

2 Concessões no Setor de Infraestrutura: Propostas para um novo modelo

de financiamento e compartilhamento de riscos. Texto para Discussão

177. Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas. Disponível em:

http://www.portalfederativo.gov.br/biblioteca-

federativa/estudos/td_2177-novo-modelo-de-financiamento.pdf. Acesso em

30 de novembro de 2016.

Page 13: 6ª edição da Coleção de Ensaios sobre Desenvolvimento e Oportunidades de Investimento no Brasil

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Logística – fator de crescimento econô mico sustentá vel de

uma naçã o

Gabriel Prado de Barros

O Brasil é um país de dimensões continentais que enfrenta, como um dos seus maiores problemas para alavancar seu crescimento

econômico, a falta de eficiência logística. Não há crescimento econômico sustentável em uma nação sem a existência de

infraestrutura eficiente e eficaz, viabilizando assim o que é produzido, integrando o país ao mercado mundial, evitando desperdícios e

trazendo maior competitividade às empresas exportadoras.

O Brasil ocupa hoje lugar de destaque entre os maiores exportadores mundiais, deixando de possuir melhor desempenho por falta de

infraestrutura física. O grande entrave do desenvolvimento da infraestrutura é a falta de qualidade dos modais de transporte. O

país possui uma péssima infraestrutura física, principalmente no que se refere ao sistema de transportes ferroviário, rodoviário e marítimo.

A Fundação Dom Cabral publicou um estudo mostrando que a

ineficiência logística brasileira consome 12% de seu PIB, representando uma perda de US$ 83,2 bilhões ao ano. Já nos Estados

Unidos, este custo representa apenas 8% de seu PIB.

Um dos grandes motivos da falta de competitividade das organizações brasileiras no mercado mundial é seu alto custo, o

chamado “custo Brasil”. Este abrange desde problemas estruturais até as burocracias exigidas.

Ainda, segundo o estudo da Fundação Dom Cabral, quanto ao custo

para exportar um contêiner, incluindo a preparação de documentos, transporte e outras atividades, o Brasil, se comparado com outros

países, aparece mal posicionado.

Custo de exportaçã o de contê iner/país

Cingapura: US$ 456

China: US$ 500 Índia: US$ 1.055

Brasil: US$ 1.790

Diante desse problema de transporte, o Brasil vem perdendo

competitividade, com adversidades que vão desde roubos de cargas, ineficiências operacionais até uso inadequado dos modais de

transporte.

Page 14: 6ª edição da Coleção de Ensaios sobre Desenvolvimento e Oportunidades de Investimento no Brasil

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Apesar do grande potencial de rios navegáveis, o país possui uma

enorme dependência do modal rodoviário, em função dos baixos preços dos fretes e do pouco investimento em diferentes alternativas

de transporte. De acordo com o Mistério dos Transportes, cerca de 60%

das cargas nacionais são transportadas pelas rodovias.

A malha rodoviária é muito mais utilizada do que outras opções,

como os portos, as ferrovias e o transporte aéreo. Comparado a outros países, em especial aos Estados Unidos, por conta do tamanho

de país, o Brasil usa as rodovias como o principal modal enquanto os EUA usam o sistema hidroviário.

Entretanto, é importante destacar que 57,3% do percentual de

estradas apresentam algum problema segundo a CNT (Confederação Nacional de Transportes), o que aumenta o custo dos produtos

afetando significativamente sua competitividade. Dessa maneira, não é surpresa que as empresas reclamem das deficiências das rodovias

como o aspecto que mais encarece o custo logístico.

Page 15: 6ª edição da Coleção de Ensaios sobre Desenvolvimento e Oportunidades de Investimento no Brasil

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Source: Centrogrãos, Caramuru and Soy Transport Coalition, BCR Rosário.

Como exemplo, uma pesquisa do IMEA 2013 (Instituto

Matogrossense de Economia Agropecuária) traz o custo logístico do transporte de grãos dos principais centros produtores entre Brasil,

Argentina e EUA até a China, apresentando o Brasil com o maior custo por tonelada.

Vejamos que a soja de Sorriso em Mato Grosso, cidade de maior

produção de grãos do Brasil, até China custa US$ 145,00 a tonelada, sendo que US$ 100,00 deste custo se deve ao transporte rodoviário.

Quando comparado aos EUA, o custo total de transporte desse grão saindo de Illinois até a China é de US$ 71,00 a tonelada, sendo que o

custo até o porto marítimo de New Orleans é de apenas US$ 18,00 a tonelada.

Page 16: 6ª edição da Coleção de Ensaios sobre Desenvolvimento e Oportunidades de Investimento no Brasil

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Source: ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários

Para se vislumbrar o potencial desperdiçado, segundo a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), o Brasil possui 44,000

Km de rios navegáveis a serem explorados para transporte, mas

apenas 13,000 Km dessas vias são utilizadas.

Deste modo, algumas empresas passaram a investir nas vias fluviais

como alternativa de redução de custo no transporte de “comoditties” como soja e milho, a partir do médio norte de Mato Grosso, como é o

caso da Companhia Norte de Navegação e Portos (Cianport),

empreendimento construído por duas empresas de Mato Grosso - Fiagril (Lucas do Rio Verde) e Agrosoja (Sorriso). O investimento

conta com uma estrutura portuária completa e sustentável composta por recepção, estação de análise, balanças, tombadores, elevadores

de carga, silos graneleiros para armazenagem de 55 mil toneladas, esteiras transportadoras e terminal flutuante com capacidade para

movimentar até três milhões de toneladas de grãos por ano.

Essa nova matriz modal passa a contribuir, de maneira dinâmica, na redução de custos logísticos, principalmente por reduzir 1.100

quilômetros na viagem rodoviária até o porto exportador.

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Outro grande revés logístico enfrentado no país é a defasagem

tecnológica, que acarreta, dentre outras coisas, na diminuição do índice de rastreamento de cargas, inviabilizando a integração de

sistemas e dificultando a previsão da demanda.

Os sistemas informatizados ajudam a reduzir os custos em vários aspectos, desde o transporte de carga aos estoques, uma vez que a

rápida troca de informação de ponta a ponta da cadeia facilita a tomada de decisão e gestão de risco, sendo justamente neste ponto

que pequenas e médias empresas estão enxergando oportunidades

para atuar.

Outro exemplo bem sucedido de empresa que vem enxergando estas

oportunidades é a TipCard, companhia situada na capital do agronegócio do Brasil, Cuiabá, onde grande parte das operações de

transporte de cargas do país acontece.

A TipCard se dedica à otimização dos fluxos de pagamento de frete, pedágio, frotas, controle de pagamentos e gestão documental de

todos os envolvidos no processo. Esse sistema surgiu com o objetivo exclusivo de redução de custos, eficiência e transparência para toda a

cadeia.

De modo geral, a ineficiência logística no Brasil se deve basicamente a quatro fatores: falta de estrutura, escassez de profissionais

capacitados, burocracia e altos custos. Assim, não restam dúvidas de que o problema apresenta consequências negativas a toda a

sociedade. Sendo assim, criar condições de competitividade para o

setor produtivo nacional é de primordial importância para o crescimento econômico sustentável do país. Se o Estado não adotar

conceitos de planejamento visando o futuro, com segurança jurídica adequada, os investidores deixarão de aplicar recursos no país.

Destarte, o fator determinante para a atração de investimento no

setor logístico é a expectativa gerada pelo governo quanto a medidas políticas e de planejamento, para que empresas nacionais e

internacionais possam aplicar recursos, gerando emprego, renda e oportunidades para todos os envolvidos no processo.

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Leilã o de aeroportos e outras oportunidades no setor de

infraestrutura brasileiro

Marlon Shigueru Ushiro Ieiri

O Governo Federal, por meio da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), lançou em 01/12/2016 o edital nº 01/2016 para concessão dos

aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza. Trata-se da quarta rodada de concessão de aeroportos brasileiros incluídos

no Programa Nacional de Desestatização, que teve início em 2011 com a concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN),

continuou em 2012 com os aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) e em 2013 com os aeroportos do Galeão (RJ) e

Confins (MG).

O edital do atual leilão trouxe algumas novidades em comparação aos leilões anteriores. A principal mudança diz respeito ao pagamento da

outorga pelos licitantes vencedores. Além de ter sido reduzido para adequar-se à economia brasileira em recessão, cujos reflexos são

sentidos na queda de movimentação anual de passageiros, o valor mínimo da outorga, estipulado em R$ 2,26 bilhões pelos 4 aeroportos,

será pago de forma escalonada: (i) 25% (mais o ágio do leilão) na

assinatura do contrato de concessão; (ii) carência de 5 anos; (iii) parcelas crescentes do sexto ao nono ano de concessão; e (iv) a

partir do décimo ano até o final da concessão, parcelas fixas anuais.

Tendo em vista que os primeiros anos da concessão demandam

intensivos investimentos com as obras de ampliação e melhoria dos

aeroportos, esta alteração traz um alívio significativo ao caixa da concessionária. Apenas para efeitos de comparação, a outorga do

ú ltimo leilão de aeroportos – Galeão (RJ) e de Confins (MG), ocorrido em 2013, deverá ser paga em parcelas fixas anuais, sendo a primeira

devida 12 meses após a assinatura do contrato de concessão.

Assim, e considerando a situação econômica brasileira hoje, com juros altos, queda no movimento dos aeroportos e restrições aos

empréstimos do BNDES, esta previsão é positiva e vai permitir a participação de um número maior de licitantes neste leilão.

A segunda alteração bem recebida pelo mercado foi o fim da

participação obrigatória da INFRAERO (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) na concessionária do aeroporto,

eliminando-se, desta forma, o risco de ingerências políticas no curso da administração da concessão. Pelas regras das concessões

anteriores, a INFRAERO deveria ter participação de 49% na SPE (Sociedade de Propósito Específico) a ser constituída junto com o

licitante vencedor, inclusive com poderes de veto em decisões estratégicas.

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Outras novidades incluem a possibilidade de participação societária

de até 2 operadores aeroportuários com, no mínimo, 15% do consórcio licitante, desde que individualmente comprovem a operação

de aeroportos com o processamento mínimo de passageiros exigidos

para cada um dos aeroportos licitados, além da possibilidade de um mesmo grupo econômico vencer a disputa de mais de um aeroporto,

contanto que não situados na mesma região geográfica.

À vista do acima exposto, pode-se dizer que foi acertada a decisão do

governo federal de promover revisões em seu programa de

concessão de aeroportos. As regras aplicadas até 2013 não eram mais condizentes com as condições atuais da economia brasileira e

clamavam por reformulações. Neste sentido, a redução no valor mínimo da outorga e a nova fórmula de pagamento das parcelas da

contribuição fixa (outorga) foram bem recebidas pelo mercado e deverá estimular a participação de um número maior de licitantes no

leilão nº 01/2016.

Por fim, porém não menos importante, vale aqui mencionar a Medida Provisória (MP) nº 752, de 24/11/2016, que dispõe sobre a

prorrogação de contratos de parceria nos setores rodoviários e ferroviários e a relicitação de contratos de projetos rodoviários,

ferroviários e aeroportuários. Em específico, o capítulo III de referida MP permite a relicitação de projetos cujas disposições contratuais não

estejam sendo cumpridas ou cujas concessionárias demonstrem incapacidade de adimplir obrigações contratuais ou financeiras.

Dada a situação das atuais concessionárias de projetos rodoviários e

aeroportuários, já mencionado acima, esta é mais uma oportunidade de novas empresas assumirem as concessões em curso e darem

continuidade aos investimentos tão necessários para melhorar a infraestrutura brasileira e, consequentemente, contribuir para a

retomada do crescimento econômico do país.

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Riscos e Oportunidades do novo governo 2017/2018

Rebecca Maduro

Toda crise traz consigo grandes oportunidades, e esta máxima já

conhecida do mercado mundial nunca esteve tão atual no Brasil como agora, no governo Temer. Com a retomada da confiança dos

investidores, o recente corte de taxa de juros, pacotes de privatizações de setores estratégicos como de saneamento e energia,

em andamento, a sinalização para os próximos anos é de um crescimento vertiginoso da economia. Resta verificar a capacidade do

Governo de sanear as contas públicas e implementar as medidas de ajustes necessárias na previdência, para garantir o cumprimento de

seus compromissos e o avanço da geração de emprego, renda e consumo no País, seriam estes os grandes desafios para os próximos

anos do atual governo.

No que se refere ao setor elétrico, vivenciamos uma mudança de paradigma com a entrada do novo governo. Na gestão anterior, havia

uma ausência de sintonia entre a política energética brasileira e a estratégia das companhias energéticas, sendo muitas delas de capital

estrangeiro, o critério que norteava as decisões estava voltado para

objetivos eleitorais fomentados num artificialidade do custo da energia. Já o atual governo atua na direção oposta. O pacote de

privatizações das empresas da Eletrobrás é um sinal claro dado pelo governo atual, e apesar dos problemas enfrentados no ano de 2016,

a estatal ainda foi a empresa que mais recuperou valor no mercado, comparada à Petrobras e ao Banco do Brasil, por exemplo. O

programa do governo de desverticalizar a companhia com a venda das Distribuidoras de energia mais deficitárias, enxugar o quadro de

empregados e sanear a corrupção, torna evidente o novo modelo de gestão que está sendo implantado, mais transparente, eficiente e

voltado para o mercado.

Dentre as medidas já adotadas pelo governo atual, muitas delas representativas do ponto de vista estratégico, como visitas oficiais a

importantes parceiros do Brasil, como China e Japão, atos diplomáticos negligenciados pelo governo anterior, abrem caminho

para a entrada de investidores internacionais no País, numa clara demonstração de interesse na manutenção da reciprocidade e

incremento das relações entre as nações.

A onda de privatizações também beneficia os governos estaduais, que poderão vender ativos em renegociação de dívidas dentro de um

programa de renegociação de dívidas estaduais com a união. Pode parecer trivial, mas a ideia da venda de alguns ativos na quitação das

dívidas dará um novo fôlego aos Estados para realizar as medidas de ajuste fiscal, por exemplo, dentre outras necessárias.

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É fato que a visão do Brasil no mundo melhorou com a posse do novo

governo; resta, no entanto, verificar se o governo será capaz de realizar as reformas estruturais tão necessárias para a economia.

Neste sentido, é fundamental que o novo governo realize as reformas

da previdência e da limitação dos gastos públicos para nos mantermos no ciclo virtuoso que está por começar.

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Por favor note que o presente material foi preparado com informações atualizadas até janeiro de 2017. Além disso, o presente

material não deverá ser usado como conselho para caso específico. Nós recomendamos que procurem especialista diretamente com

questões específicas.

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6ª Edição – fevereiro, 2017