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Questão 1 - Habilidade 5 Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades. Bicho urbano Se disser que prefiro morar em Pirapemas ou em outra qualquer pequena cidade do país estou mentindo ainda que lá se possa de manhã lavar o rosto no orvalho e o pão preserve aquele branco sabor de alvorada. ..................................................................... A natureza me assusta. Com seus matos sombrios suas águas suas aves que são como aparições me assusta quase tanto quanto esse abismo de gases e de estrelas aberto sob minha cabeça. (GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1991) Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa esse recurso. A) "e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada." B) "ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho" C) "A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios suas águas" D) "suas aves que são como aparições / me assusta quase tanto quanto" E) "me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas" COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL Para responder a esta questão, leia com muita atenção o enunciado. Nele encontra-se o conceito de sinestesia: construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas, ou seja, a associação de sensações diferentes numa mesma expressão. Você deve compreender o conceito de sinestesia e, pela lógica, encontrar o exemplo dessa figura de linguagem. A alternativa correta é a letra a, pois a expressão "branco sabor" associa o sentido da visão (branco) com o do paladar (sabor). Autor: Professora Luciane Prendin - Português COMENTÁRIO DO INEP A questão procurou verificar a capacidade do participante de construir o sentido de elementos textuais. A partir da noção de sinestesia, que lhe foi dada de maneira sucinta, ele teve de transpor para o texto essa mesma noção, manifestando sua competência textual. Pode-se classificar de 'bom', o índice de acerto (53%), se considerarmos que a questão trabalhou com a função conotativa da linguagem, o que

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  • Questo 1 - Habilidade 5

    Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, autor de Bicho urbano, poema sobre a sua relao com as pequenas e grandes cidades.

    Bicho urbano

    Se disser que prefiro morar em Pirapemasou em outra qualquer pequena cidade do pasestou mentindoainda que l se possa de manhlavar o rosto no orvalhoe o po preserve aquele brancosabor de alvorada......................................................................A natureza me assusta.Com seus matos sombrios suas guassuas aves que so como apariesme assusta quase tanto quantoesse abismode gases e de estrelasaberto sob minha cabea.

    (GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro:Jos Olympio Editora, 1991)

    Embora no opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relao do homem com alguns desses elementos, ele recorre sinestesia, construo de linguagem em que se mesclam impresses sensoriais diversas. Assinale a opo em que se observa esse recurso.

    A) "e o po preserve aquele branco / sabor de alvorada."B) "ainda que l se possa de manh / lavar o rosto no orvalho"C) "A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios suas guas"D) "suas aves que so como aparies / me assusta quase tanto quanto"E) "me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas"

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Para responder a esta questo, leia com muita ateno o enunciado. Nele encontra-se o conceito de sinestesia: construo de linguagem em que se mesclam impresses sensoriais diversas, ou seja, a associao de sensaes diferentes numa mesma expresso.Voc deve compreender o conceito de sinestesia e, pela lgica, encontrar o exemplo dessa figura de linguagem. A alternativa correta a letra a, pois a expresso "branco sabor" associa o sentido da viso (branco) com o do paladar (sabor).

    Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus

    COMENTRIO DO INEP

    A questo procurou verificar a capacidade do participante de construir o sentido de elementos textuais. A partir da noo de sinestesia, que lhe foi dada de maneira sucinta, ele teve de transpor para o texto essa mesma noo, manifestando sua competncia textual. Pode-se classificar de 'bom', o ndice de acerto (53%), se considerarmos que a questo trabalhou com a funo conotativa da linguagem, o que

  • requer uma capacidade de leitura sempre mais desenvolvida. Os desvios, de forma mais acentuada na alternativa B, so explicveis: as alternativas incorretas (e, de resto, todo o poema) tambm se referem manifestaes sensoriais, embora sem a necessria 'mescla', que o que distingue a sinestesia.

    Questo 2 - Habilidade 11

    No processo de fabricao de po, os padeiros, aps prepararem a massautilizando fermento biolgico, separam uma poro de massa em forma bola e a mergulham num recipiente com gua, aguardando que ela suba, como pode ser observado, respectivamente, em I e II do esquema abaixo. Quando isso acontece, a massa est pronta para ir ao forno.

    Um professor de Qumica explicaria esse procedimento da seguinte maneira:A bola de massa torna-se menos densa que o lquido e sobe. A alterao densidade deve-se fermentao, processo que pode ser resumido pelaequao

    Considere as afirmaes abaixo.

    I A fermentao dos carboidratos da massa de po ocorre de maneiraespontnea e no depende da existncia de qualquer organismo vivo.II Durante a fermentao, ocorre produo de gs carbnico, que se vaiacumulando em cavidades no interior da massa, o que faz a bola subir.III A fermentao transforma a glicose em lcool. Como o lcool tem maiordensidade do que a gua, a bola de massa sobe.

    Dentre as afirmativas, apenas:

    A) I est correta.B) II est correta.C) I e II esto corretas.D) II e III esto corretas.E) III est correta.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Esta questo aborda conceitos de Qumica, Fsica e Biologia. O fermento biolgico formado por microorganismos vivos que metabolizam os carboidratos da massa de po, formando lcool, gs carbnico e energia, como descrito na frmula qumica da questo. O gs carbnico formado se expande no meio da massa de po, deixando-a porosa e menos densa. Quando fica menos densa, a bola impulsionada para cima, graas fora de empuxo, que atua sobre todo corpo mergulhado em um fluido. Quando a bola de po flutua na gua, o padeiro sabe que a reao qumica de fermentao aconteceu tambm na massa de po. Vamos analisar agora as alternativas.Alternativa I: Errada. A fermentao s ocorre graas ao dos microorganismos vivos do fermento biolgico.

  • Alternativa II: Correta. O fenmeno est descrito corretamente nessa alternativa.Alternativa III: Errada. A reao produz lcool, mas no ele o responsvel pela alterao da densidade da bola e, sim, o gs carbnico.

    Autor: Professor Radams Manosso - Qumica

    COMENTRIO DO INEP

    Essa questo requeria do participante a capacidade de relacionar as informaes do texto com o seu conhecimento sobre fermentao, densidade e compreenso da linguagem qumica para julgar propostas de explicaes para um fenmeno bem conhecido, presente na prtica popular. Quase metade dos participantes (48%) evidenciou o conhecimento requerido e foi capaz de acolher ou refutar as idias propostas nas afirmaes que buscavam explicar o fenmeno. Observe-se que as alternativas C e D contm a afirmao II, nica correta, revelando possivelmente um conhecimento parcial do fenmeno. A alternativa D provavelmente foi escolhida porque os participantes foram atrados pela idia bastante disseminada de que a fermentao produtora de lcool.

    Questo 3 - Habilidade 9

    Ainda hoje, muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro(moringas ou potes de cermica no esmaltada) para conservar gua a umatemperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque: A) o barro isola a gua do ambiente, mantendo-a sempre a uma

    temperatura menor que a dele, como se fosse isopor.B) o barro tem poder de gelar a gua pela sua composio qumica. Na

    reao, a gua perde calor.C) o barro poroso, permitindo que a gua passe atravs dele. Parte dessa

    gua evapora, tomando calor da moringa e do restante da gua, que soassim resfriadas.

    D) o barro poroso, permitindo que a gua se deposite na parte de fora damoringa. A gua de fora sempre est a uma temperatura maior que a dedentro.

    E) a moringa uma espcie de geladeira natural, liberando substnciashigroscpicas que diminuem naturalmente a temperatura da gua.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Conceitos envolvidos: transferncia de calor, mudana de estado.Essa questo requer a compreenso de como a moringa mantm a gua fresca em seu interior. O material que compe a moringa poroso, e a gua preenche esses poros, umedecendo a superfcie externa do recipiente (diz-se que a moringa "sua"). Assim, a gua entra em contato com o meio ambiente, e as molculas com energia cintica suficiente escapam do lquido. Ao evaporarem, elas absorvem calor proveniente da energia interna do lquido no interior do recipiente, que diminui de temperatura e resfria. Observa-se que o barro mau condutor de calor e, portanto, dificulta a transferncia de calor do meio ambiente para o lquido no interior da moringa por conduo.Anlise das alternativas (resoluo por eliminao):a) O barro no isola a gua do meio ambiente justamente por ser poroso;b) No devido s reaes qumicas endotrmicas (que absorvem calor) entre o barro e a gua que ocorre o resfriamento;c) Resta observar que no se pode "tomar o calor da moringa", pois o calor sempre uma energia em trnsito. Em outras palavras, a energia interna da moringa e da gua em seu interior diminui, pois ela transferida para as gotas na superfcie externa. d) A evaporao da gua (vaporizao da gua sem formao de bolhas) ocorre em qualquer temperatura. Quando isso ocorre, certas molculas com energia cintica

  • suficiente "escapam" do lquido e, assim, causam uma diminuio da energia interna do lquido. Se o lquido estivesse em um recipiente fechado, a disperso dos vapores no ocorreria.e) A moringa no libera substncias higroscpicas (que absorvem gua).

    Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica

    COMENTRIO DO INEP

    Os poucos participantes (29%) que assinalaram a alternativa correta dessa questo, mostraram conhecer o papel da moringa de barro para a manuteno da gua fresca, ou seja, conhecer que o processo de evaporao de parte da gua, que se infiltra pelas paredes da moringa, o responsvel pelo resfriamento da gua remanescente em seu interior. Um nmero maior e significativo de participantes, 48%, foi atrado pela alternativa que apresenta a idia do barro da moringa como isolante trmico, o que seria verdade relativamente ao ar, por exemplo, para o barro seco.

    Questo 4 - Habilidade 19

    Somos servos da lei para podermos ser livres.Ccero

    O que apraz ao prncipe tem fora de lei.Ulpiano

    As frases acima so de dois cidados da Roma Clssica que viveram praticamente no mesmo sculo, quando ocorreu a transio da Repblica (Ccero) para o Imprio (Ulpiano).

    Tendo como base as sentenas acima, considere as afirmaes:

    I- A diferena nos significados da lei apenas aparente, uma vez que os romanos no levavam em considerao as normas jurdicas.

    II- Tanto na Repblica como no Imprio, a lei era o resultado de discusses entre os representantes escolhidos pelo povo romano.

    III- A lei republicana definia que os direitos de um cidado acabavam quando comeavam os direitos de outro cidado.

    IV- Existia, na poca imperial, um poder acima da legislao romana.

    Esto corretas, apenas:

    A) I e II .B) I e III .C) II e III .D) II e IV .E) III e IV .

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Um dos maiores legados da civilizao romana para a humanidade foi o Direito, que se desenvolveu pela necessidade de solucionar os problemas da vida em sociedade.Durante o perodo republicano, a lei era soberana, como cita Ccero: "Somos servos da lei para podermos ser livres." Nesse perodo da histria romana, toda a populao estava subordinada s leis elaboradas pelos cidados, por intermdio de seus representantes.

  • J no Imprio, a situao mudou. A palavra do imperador passou a ser mais importante do que a lei. A palavra do imperador tinha fora de lei. Como cita Ulpiano: "O que apraz ao prncipe tem fora de lei."Tendo em vista essas informaes, a alternativa correta a letra e.

    Autor: Professores Ederson e Priscila - Histria

    COMENTRIO DO INEP

    Essa questo basicamente solicitou ao participante que, tendo por base as frases de Ccero e Ulpiano, identificasse a diferena entre o imprio e a repblica romanos. O texto e as frases corretamente interpretados poderiam conduzir alternativa correta, o que permite afirmar que 'apenas' 41% dos participantes souberam estabelecer aquela diferena. Os percentuais de respostas s alternativas C e D indicam que a afirmativa II exerceu atrao porque, provavelmente, os participantes trabalharam com a generalizao de que Roma o bero da democracia ou, realizaram uma leitura literal do significado da lei para cada um daqueles cidados.

    Questo 5 - Habilidade 14

    Em certa cidade, algumas de suas principais vias tm a designao radial ouperimetral, acrescentando-se ao nome da via uma referncia ao pontocardeal correspondente.As ruas 1 e 2 esto indicadas no esquema abaixo, em que no estoexplicitados os pontos cardeais.

    Os nomes corretos das vias 1 e 2 podem, respectivamente, ser: A) perimetral sul, radial leste.B) perimetral sul, radial oeste.C) perimetral norte, radial oeste.D) radial sul, perimetral norte.E) radial sul, perimetral oeste.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Questo bastante fcil, mas que requer muita ateno para que no haja confuso. O contedo abordado orientao em relao aos pontos cardeais. O interessante desenhar a rosa-dos-ventos em todos os quatro sentidos possveis do esquema. Observe que, se voc seguir a orientao original do esquema fazendo com que a rosa-dos-ventos indique o alto da pgina como norte , as ruas sero respectivamente leste e sul, alternativa no disponvel na questo. Virando o desenho para a esquerda e colocando a perimetral ao sul, voc ter respectivamente os sentidos sul e oeste, o que corresponde alternativa B. Mesmo achando a resposta, seria interessante prosseguir com o desenvolvimento da questo. Desenhando a rosa-dos-ventos nos outros dois sentidos, voc perceber que o resultado no vai condizer com as alternativas apresentadas.A questo trata tambm de contedos relativos a urbanismo. No necessrio, porm, domin-los para a resoluo da questo. A ttulo de curiosidade, as vias perimetrais

  • passam pelos permetros da regio central, chamados de anis perifricos. J as vias radiais assemelham-se ao raio de uma circunferncia: partem do centro em direo aos bairros.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    Para a responder corretamente essa questo, o participante deveria dominar os conceitos de 'perimetral' e 'radial' e ser capaz de identificar localizaes bidimensionais, usando como referencial os pontos cardeais, escolhendo a alternativa que combinasse corretamente essas variveis. A opo pela alternativa E provavelmente revela o no entendimento dos conceitos de perimetral e radial, e quem escolheu a alternativa A possivelmente confundiu leste com oeste. relativamente pequeno - 34% - o nmero de participantes que escolheu a alternativa correta.

    Questo 6 - Habilidade 6

    Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado inadequado a um termo ou expresso, e isso pode levar a certos resultados inesperados, como se v nos quadrinhos abaixo.

    (SOUZA, Maurcio de. Chico Bento.

    Rio de Janeiro: Ed. Globo, n o 335, Nov./99 )

    Nessa historinha, o efeito humorstico origina-se de uma situao criada pela fala da Rosinha no primeiro quadrinho, que : A) Faz uma pose bonita!B) Quer tirar um retrato?C) Sua barriga est aparecendo!D) Olha o passarinho!E) Cuidado com o flash!

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Quem no se lembra de expresses humorsticas usadas quando se deseja tirar uma foto, como "Olha o passarinho" ou "Fale xis"?Pois , essa uma questo fcil e a interpretao do texto simples, e no h por que ter dvidas quanto resposta, a no ser que no se leia a proposta da questo.

    Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus

    COMENTRIO DO INEP

    Essa questo procurou avaliar se o participante conseguia inferir, a partir de uma seqncia narrativa de imagens, a expresso lingstica adequada situao de interlocuo, no caso a fala da personagem, no primeiro quadrinho. A expresso de uso coloquial 'olha o passarinho!', dependendo do contexto, tem diferentes significados, que nesse caso foram associados pelo cartunista para produzir o efeito de humor. A grande maioria - 89% - dos participantes realizou a inferncia solicitada, analisando a funo da linguagem e identificando a variante lingstica adequada

  • situao de interlocuo, com base na leitura da seqncia das imagens e da fala da personagem no terceiro quadrinho. interessante notar a abrangncia dessa expresso metafrica no Brasil, criada no contexto informal da fala com seus significados correspondentes. Mesmo assim, 11% dos participantes, possivelmente, desconhecem essa expresso ou no conseguiram realizar a transposio do significado humorstico da fala do ltimo quadrinho.

    Questo 7 - Habilidade 7

    O resultado da converso direta de energia solar uma das vrias formas de energia alternativa de que se dispe. O aquecimento solar obtido por uma placa escura coberta por vidro, pela qual passa um tubo contendo gua. A gua circula, conforme mostra o esquema abaixo.

    Fonte: Adaptado de PALZ, Wolfgang.

    Energia solar e fontes alternativas. Hemus, 1981.

    So feitas as seguintes afirmaes quanto aos materiais utilizados no aquecedor solar:

    I- o reservatrio de gua quente deve ser metlico para conduzir melhor ocalor.II- a cobertura de vidro tem como funo reter melhor o calor, de formasemelhante ao que ocorre em uma estufa.III- a placa utilizada escura para absorver melhor a energia radiante do Sol,aquecendo a gua com maior eficincia.

    Dentre as afirmaes acima, pode-se dizer que, apenas est(o) correta(s): A) I.B) I e II.C) II.D) I e III.E) II e III.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Conceitos envolvidos: transferncia de calor.Para resolver essa questo, necessrio conhecer princpios de transferncia de calor para ento verificar se as alternativas esto corretas ou no.I - Se o material do reservatrio for um bom condutor de calor, h um grande fluxo de calor do interior do reservatrio para o exterior e, portanto, perde-se energia. Para que haja um melhor aproveitamento da energia, o material que compe o reservatrio deve ser isolante.II - O vidro minimiza as perdas de energia que ocorrem por conveco ele impede que o ar quente sobre a placa escape e tambm por radiao, pois, embora deixe

  • passar a luz visvel, reflete as ondas infravermelhas (calor).III - preciso lembrar que o corpo negro comporta-se como um sistema ideal, pois absorve toda a radiao incidente sobre ele. A placa pintada de preto aproxima-se corpo negro e, portanto, absorve mais radiao (no processo de absoro, a energia luminosa incidente convertida em energia trmica).

    Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica

    COMENTRIO DO INEP

    Nessa questo, esperava-se que o participante mostrasse ser capaz de analisar o esquema apresentado, localizando alguns dos elementos especficos de um coletor solar (reservatrio, vidro e placa), reconhecendo a funo de cada um deles e identificando as suas propriedades trmicas para desempenhar de forma mais eficiente o processo de converso da energia solar em trmica. majoritria (53%) a opo pela alternativa correta, demonstrando a adequada compreenso da relao entre propriedades de materiais e funes que desempenham. tambm significativa (31%) a opo pela alternativa D em que os participantes relacionaram corretamente metais com boa condutividade trmica, mas provavelmente descuidaram-se do contexto, ou seja, de que se tratava de um reservatrio no condutor, para garantir o isolamento trmico.

    Questo 8 - Habilidade 15

    Uma companhia de seguros levantou dados sobre os carros de determinadacidade e constatou que so roubados, em mdia, 150 carros por ano.O nmero de carros roubados da marca X o dobro do nmero de carrosroubados da marca Y, e as marcas X e Y juntas respondem por cerca de 60%dos carros roubados.

    O nmero esperado de carros roubados da marca Y :

    A) 20.B) 30.C) 40.D) 50.E) 60.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Observe que so roubados 150 carros, e 60% deles so das marcas X e Y. Mas quanto 60% de 150? Fazendo esse clculo, voc pode concluir que so roubados 90 carros dessas marcas. Representando isso por uma equao, temos x + y = 90. O problema tambm indica que so roubados duas vezes mais carros da marca X do que da marca Y. Na equao, x = 2y. Ento, teremos 2y + y = 90, logo 3y = 90 e y = 30, que o nmero de carros roubados da marca Y.

    Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemtica

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver corretamente o problema proposto nessa questo, o participante deveria mostrar ser capaz de traduzir o enunciado para a linguagem matemtica correspondente, que resulta em um sistema de duas equaes lineares com duas incgnitas cuja soluo, com algoritmos bsicos, a resposta correta. A maioria dos participantes (63%) optou pela alternativa correta e pode-se presumir que aqueles que escolheram a alternativa A, trabalharam com o percentual de carros roubados da marca Y e no converteram o resultado para determinar o nmero desses carros, como era solicitado pela questo.

  • Questo 9 - Habilidade 4

    A tabela abaixo resume alguns dados importantes sobre os satlites de Jpiter.

    Ao observar os satlites de Jpiter pela primeira vez, Galileu Galilei fez diversasanotaes e tirou importantes concluses sobre a estrutura de nosso universo.A figura abaixo reproduz uma anotao de Galileu referente a Jpiter e seussatlites.

    De acordo com essa representao e com os dados da tabela, os pontosindicados por 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, a: A) Io, Europa, Ganimedes e Calisto.B) Ganimedes, Io, Europa e Calisto.C) Europa, Calisto, Ganimedes e Io. D) Calisto, Ganimedes, Io e Europa.E) Calisto, Io, Europa e Ganimedes.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Essa questo, como muitas outras, est baseada na capacidade de percepo e interpretao. A tabela apresenta o nome dos satlites de Jpiter, sua distncia mdia em relao ao planeta e seu perodo orbital (tempo que os satlites levam para dar uma volta completa em Jpiter). Dentre todas as informaes apresentadas na tabela, a mais relevante a distncia mdia at o centro de Jpiter. Quando se compara essa distncia com o esboo, nota-se que o satlite assinalado com o nmero 2 o que est mais prximo de Jpiter, logo corresponde a Io. Depois, vem o satlite de nmero 3, que representa Europa. Os satlites 1 e 4 podem causar confuso, pois esto um de cada lado do planeta e pode ser arriscado tentar mensurar a distncia a olho. Por isso, em uma situao parecida, aconselha-se o uso de uma rgua. Voc vai notar que o satlite 1 o mais prximo e, portanto, corresponde a Ganimedes, enquanto o satlite 4 corresponde a Calisto. Colocando-se os satlite em ordem, temos: 1 - Ganimedes, 2 - Io, 3 - Europa e 4 - Calisto.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    O participante, para a soluo correta do problema proposto deveria ser capaz de interpretar a notao utilizada por Galileu para a representao das distncias entre Jpiter e seus satlites e, comparar a notao com os dados da tabela. Os participantes que escolheram a alternativa A, possivelmente no consideraram a notao de Galileu e associaram os nmeros 1, 2, 3 e 4 aos nomes dos satlites como se apresentam na tabela. A maioria dos participantes (66%) optou pela resposta

  • correta.

    Questo 10 - Habilidade 12

    A adaptao dos integrantes da seleo brasileira de futebol altitude de LaPaz foi muito comentada em 1995, por ocasio de um torneio, como pode serlido no texto abaixo.

    A seleo brasileira embarca hoje para La Paz, capital da Bolvia,situada a 3.700 metros de altitude, onde disputar o torneioInteramrica. A adaptao dever ocorrer em um prazo de 10 dias,aproximadamente. O organismo humano, em altitudes elevadas,necessita desse tempo para se adaptar, evitando-se, assim, risco de umcolapso circulatrio.

    (Adaptado da revista Placar, edio fev.1995)

    A adaptao da equipe foi necessria principalmente porque a atmosfera de LaPaz, quando comparada das cidades brasileiras, apresenta: A) menor presso e menor concentrao de oxignio.B) maior presso e maior quantidade de oxignio.C) maior presso e maior concentrao de gs carbnico.D) menor presso e maior temperatura.E) maior presso e menor temperatura.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Conceitos envolvidos: presso atmosfrica.Para resolver essa questo, necessrio ter uma noo intuitiva de presso e saber que a atmosfera uma camada de elementos gasosos ao redor da Terra (21% de oxignio, 78% de nitrognio e o restante de outros gases), em que a massa e a densidade decrescem com a altura. Vale lembrar que, embora a atmosfera tenha mais de 600 km de espessura, calcula-se que 90% de sua massa est abaixo dos 20 km. Com esses dados, possvel concluir que, se uma pessoa sai do Rio de Janeiro (nvel do mar) e vai para La Paz (3.700 m de altitude), ao chegar l, a atmosfera sobre ela apresentar uma menor altura, exercendo uma menor presso. Como a densidade menor (o ar mais rarefeito), h uma menor concentrao de oxignio.

    Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica

    COMENTRIO DO INEP

    Para responder corretamente a questo o participante deveria conhecer que o ar progressivamente mais rarefeito medida que aumenta a altitude em relao ao nvel mdio dos mares e que, nessas condies, o gs oxignio, como integrante do ar atmosfrico, exerce menor presso e est cada vez menos disponvel. A maior parte dos participantes (55%) demonstrou esse conhecimento. Diante do carter bsico do contedo exigido relativamente alto o nmero (24%) de participantes que optaram pela alternativa E: provavelmente, alm de considerarem que a presso aumenta com a altitude, indicaram a temperatura do ambiente como fator preponderante necessidade de adaptao do organismo s grandes altitudes. Possivelmente lembraram-se de que localidades em grandes altitudes apresentam baixas temperaturas, o que no se relaciona ao fenmeno descrito no item.

    Questo 11 - Habilidade 8

  • A energia trmica liberada em processos de fisso nuclear pode ser utilizada nagerao de vapor para produzir energia mecnica que, por sua vez, serconvertida em energia eltrica. Abaixo est representado um esquema bsicode uma usina de energia nuclear.

    Com relao ao impacto ambiental causado pela poluio trmica no processode refrigerao da usina nuclear, so feitas as seguintes afirmaes:

    I- o aumento na temperatura reduz, na gua do rio, a quantidade deoxignio nela dissolvido, que essencial para a vida aqutica e para adecomposio da matria orgnica.II- o aumento da temperatura da gua modifica o metabolismo dos peixes.III- o aumento na temperatura da gua diminui o crescimento de bactrias ede algas, favorecendo o desenvolvimento da vegetao.

    Das afirmativas acima, somente est(o) correta(s):

    A) I.B) II.C) III.D) I e II.E) II e III.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    A poluio trmica citada no texto compreende o processo de aquecimento de ecossistemas aquticos pela adio da gua quente utilizada na refrigerao de usinas nucleares. O aumento da temperatura da gua reduz a solubilidade do gs oxignio e do gs carbnico nela dissolvidos. Dessa forma, o oxignio difunde-se mais rapidamente para a atmosfera, ocorrendo uma reduo na concentrao desse gs, o que compromete a vida dos seres aerbicos aquticos. A atividade de seres aerbicos decompositores tambm comprometida. O aumento da temperatura da gua estimula o crescimento de algumas bactrias, como as termobactrias, enquanto os peixes, podem ser levados morte por asfixia, devido diminuio do gs oxignio. Analisando-se as trs afirmativas, observa-se que somente as de nmeros I e II esto corretas.

    Autor: Professora Paula Jacomni - Biologia

    COMENTRIO DO INEP

    A soluo correta do problema proposto nessa questo requeria a anlise do impacto ambiental que se d em conseqncia do efeito do aquecimento das guas sobre o ecossistema de um rio. Com temperaturas maiores, ocorre uma reduo da

  • quantidade de oxignio dissolvido na gua, alm do favorecimento para um maior desenvolvimento de bactrias, afetando tambm o metabolismo dos animais aquticos. Esperava-se, portanto, que os participantes identificassem, dentre as afirmaes apresentadas, aquelas que apresentavam coerncia entre aumento de temperatura e a conseqncia descrita. O percentual (39%), relativamente pequeno, de respostas na alternativa correta, que apresenta como vlidas as afirmaes I e II, pode ser explicado pela razovel incidncia sobre as alternativas A e B, associadas a cada uma das referidas afirmaes, separadamente. Somando-se estas escolhas, pode-se dizer que cerca de quatro em cada cinco participantes compreende pelo menos parte do impacto trmico da operao de uma usina junto a um rio.

    Questo 12 - Habilidade 7

    A energia trmica liberada em processos de fisso nuclear pode ser utilizada nagerao de vapor para produzir energia mecnica que, por sua vez, serconvertida em energia eltrica. Abaixo est representado um esquema bsicode uma usina de energia nuclear.

    A partir do esquema so feitas as seguintes afirmaes:

    I- a energia liberada na reao usada para ferver a gua que, como vapora alta presso, aciona a turbina.II- a turbina, que adquire uma energia cintica de rotao, acopladamecanicamente ao gerador para produo de energia eltrica.III- a gua depois de passar pela turbina pr-aquecida no condensador ebombeada de volta ao reator.

    Dentre as afirmaes acima, somente est(o) correta(s):

    A) I.B) II.C) III.D) I e II.E) II e III.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Conceitos envolvidos: energia e transformao de energia.Para resolver essa questo, necessrio conhecer o funcionamento bsico de uma usina nuclear e ento verificar se as alternativas esto corretas ou no.I - Dentro de um reator nuclear de fisso, ocorrem reaes qumicas que liberam uma

  • grande quantidade de calor, vaporizando a gua. Esse vapor a alta presso incide sobre as ps da turbina, fazendo-as girar.II - A turbina acoplada ao gerador, responsvel pela transformao da energia cintica de rotao em energia eltrica.III - O vapor de gua a alta presso, aps girar as ps da turbina, no muda de estado. Para que se transforme em lquido, deve ser resfriado em um condensador e depois bombeado novamente.

    Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver corretamente essa questo, o participante deveria demonstrar, escolhendo entre diferentes afirmaes, a compreenso do funcionamento bsico de uma usina nuclear, em suas diferentes etapas, identificando, no esquema apresentado, a seqncia de transformaes que envolvem a produo de vapor dgua, o movimento da turbina e o acionamento do gerador. Alm disso, a anlise da afirmao III supunha a compreenso do papel da gua enquanto fluido de refrigerao, que circula num sistema fechado, em parte como lquido e em parte como vapor, sendo indispensvel seu resfriamento, no condensador, para a volta do vapor fase lquida, dando assim continuidade ao ciclo. A alternativa correta teve incidncia significativa de respostas (62%), revelando boa percepo das relaes funcionais e causais que regem a articulao das partes de uma usina nucleoeltrica.

    Questo 13 - Habilidade 14

    Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5 degraus, deforma que o mais baixo e o mais alto tenham larguras respectivamente iguais a60 cm e a 30 cm, conforme a figura:

    Os degraus sero obtidos cortando-se uma pea linear de madeira cujocomprimento mnimo, em cm, deve ser:

    A) 144.B) 180.C) 210.D) 225.E) 240.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    A escada tem cinco degraus. So dadas a largura do primeiro degrau, que de 60 cm, e a do quinto degrau, que de 30 cm. A diferena entre o primeiro e o quinto degrau de 30 cm. Para atingir o tamanho do ltimo degrau, tem-se 30 cm para dividir proporcionalmente em quatro degraus. Portanto, 30 / 4 = 7,5. Deve-se, ento, diminuir, de um degrau para o outro, 7,5 cm. Baseando-se nessa afirmao, o primeiro degrau tem 60 cm; o segundo, 52,5 cm; o terceiro, 45 cm; o quarto, 37,5 cm; e o quinto, 30 cm. Somando-se esses valores (60 + 52,5 + 45 + 37,5 + 30 = 225), chega-se concluso de que 225 cm o comprimento mnimo da pea linear.

  • Considerando que a escada um trapzio issceles, e aplicando-se o teorema da base mdia, que diz que "o segmento que une os pontos mdios dos lados no paralelos de um trapzio igual mdia aritmtica das suas bases", o terceiro degrau tem: (60 + 30) / 2. Conseqentemente, o quarto degrau tem (45 + 30) / 2, e o segundo degrau tem (45 + 60) / 2. Somando-se os degraus, temos: 60 + 52,5 + 45 + 37,5 + 30 = 225. Portanto, o comprimento mnimo da pea linear de 225 cm.Outra forma de achar a soluo seria tomar o tamanho do degrau mdio (base mdia), que de 45 cm, e multiplicar esse valor pela quantidade de degraus. Assim, temos 45 cm x 5 = 225 cm.

    Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemtica

    COMENTRIO DO INEP

    O participante ao assinalar a alternativa correta para essa questo, mostrou saber traduzir o problema proposto para a linguagem matemtica, conhecer o conceito de que duas retas paralelas cortadas por transversais geram segmentos proporcionais e utilizar os diversos algoritmos pertinentes soluo. O problema, de natureza prtica, envolve conhecimentos de tal ordem bsicos que, pode-se afirmar ser muito pequeno o percentual (33%) de participantes que acertou a questo. O distrator B teve um alto ndice de escolha, provavelmente porque os participantes consideraram uma escada com 4degraus e no 5, como enunciava a questo.

    Questo 14 - Habilidade 7

    O esquema abaixo mostra, em termos de potncia(energia/tempo),aproximadamente, o fluxo de energia, a partir de uma certa quantidade decombustvel vinda do tanque de gasolina, em um carro viajando com velocidadeconstante.

    O esquema mostra que, na queima da gasolina, no motor de combusto, umaparte considervel de sua energia dissipada. Essa perda da ordem de: A) 80%.B) 70%.C) 50%.D) 30%.E) 20%.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Conceitos envolvidos: princpios da Termodinmica.Para resolver esse problema, basta achar a razo entre a energia perdida e a energia total. Recordando a Segunda Lei da Termodinmica (no necessrio fazer isso, mas vale a pena), no possvel a uma mquina trmica que trabalha em ciclos transformar toda a energia que recebe em trabalho - sempre h perda. Nesse exemplo,

  • a gasolina apresenta potncia de 71 kW (parte do combustvel evapora antes mesmo de entrar no motor). Aps a combusto, 56,8 kW so dissipados, perdidos, e a potncia til igual a 14,2 kW. Pode-se, ento, calcular a porcentagem de perda:

    PDISSIPADA 56,8Perda = ----------------- = -------- = 0,80 = 80% PTOTAL 71,0

    Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica

    COMENTRIO DO INEP

    Nem toda energia produzida por um motor a combusto , de fato, convertida em trabalho til. Esse o conceito bsico exigido, sob forma do clculo da eficincia de um motor. A frao da energia dissipada num motor a combusto muito grande, ou seja, sua eficincia baixa. Essa concluso pode ser estabelecida a partir do esquema, em que so apresentadas as transformaes sucessivas por que passa a energia do combustvel presente no tanque de um carro, at a energia necessria ao movimento das rodas. A resposta correta supunha uma identificao clara entre a energia produzida e a dissipada, especificamente na queima do combustvel no motor. H uma distribuio quase homognea entre as alternativas incorretas, revelando tratar-se de escolhas aleatrias. Pouco menos da metade dos participantes (45%) optou pela alternativa correta, o que possivelmente demonstra uma leitura desatenta do esquema ou que, no to comum o conhecimento dos participantes sobre o baixo rendimento dos motores a combusto.

    Questo 15 - Habilidade 2

    As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para entendermelhor a relao entre desenvolvimento e consumo de energia, procurou-serelacionar o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) de vrios pases com oconsumo de energia nesses pases.

    O IDH um indicador social que considera a longevidade, o grau deescolaridade, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e o poder de compra dapopulao. Sua variao de 0 a 1. Valores do IDH prximos de 1 indicammelhores condies de vida.Tentando-se estabelecer uma relao entre o IDH e o consumo de energia percapita nos diversos pases, no binio 1991-1992, obteve-se o grfico abaixo,onde cada ponto isolado representa um pas, e a linha cheia, uma curva deaproximao.

    * TEP: Tonelada equivalente de petrleo.Fonte: GOLDEMBERG, J . Energia, meio ambiente

    edesenvolvimento. So Paulo: Edusp, 1998.

  • Com base no grfico, correto afirmar que:

    A) quanto maior o consumo de energia per capita, menor o IDH.B) os pases onde o consumo de energia per capita menor que 1 TEP no apresentam

    bons ndices de desenvolvimento humano.C) existem pases com IDH entre 0,1 e 0,3 com consumo de energia per capita

    superior a 8 TEP.D) existem pases com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que

    apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7.E) os pases com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia per

    capita (acima de 7 TEP).

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Para resolver essa questo, basta analisar o grfico apresentado e recorrer a um processo de eliminao ao analisar as opes de resposta. As noes de Geografia apresentadas podem ajud-lo a identificar alguns erros conceituais nas respostas.Comparando-se as opes com o grfico, pode-se observar que as questes (A), (B), (C) e (E) esto erradas e, portanto, a questo correta a letra (D). A grande armadilha dessa questo que a curva apresentada no grfico mostra um IDH prximo a 0,8 para os pases de 1 TEP e 5 TEP, o que aparentemente torna a opo (D) incorreta. Mas o texto da alternativa (D) menciona apenas a existncia de pases de 1 TEP e 5 TEP de consumo per capita com IDHs prximos a 0,7. Se voc observar o grfico com ateno, ver que existe um ponto que representa um pas de 5 TEP de consumo per capita e IDH prximo a 0,7 e pelo menos dois pontos que representam pases de 1 TEP de consumo per capita e IDH prximo a 0,7. So esses pontos que tornam a opo (D) correta.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    Essa questo requeria do participante a interpretao do comportamento de uma varivel (IDH) em funo de outra varivel (consumo de energia per capita), representado em um grfico cartesiano. Pouco mais de um tero (35%) dos participantes assinalou a alternativa correta. A escolha dos distratores B e E que juntos atraram 52% dos participantes revela, possivelmente, que eles no perceberam, no grfico, que a representao por pontos revela a existncia de pases com baixos valores de IDH e de consumo de energia. Da mesma forma o grfico apresenta pases com alto valor de IDH e baixo consumo de energia.

    Questo 16 - Habilidade 10

    No mapa, apresentada a distribuio geogrfica de aves de grande porte eque no voam.

  • H evidncias mostrando que essas aves, que podem ser originrias de um mesmo ancestral, sejam, portanto, parentes. Considerando que, de fato, talparentesco ocorra, uma explicao possvel para a separao geogrficadessas aves, como mostrada no mapa, poderia ser:

    A) a grande atividade vulcnica, ocorrida h milhes de anos, eliminou

    essas aves do Hemisfrio Norte.B) na origem da vida, essas aves eram capazes de voar, o que permitiu que

    atravessassem as guas ocenicas, ocupando vrios continentes.C) o ser humano, em seus deslocamentos, transportou essas aves, assim que elas

    surgiram na Terra, distribuindo-as pelos diferentes continentes.D) o afastamento das massas continentais, formadas pela ruptura de um continente

    nico, dispersou essas aves que habitavam ambientes adjacentes.E) a existncia de perodos glaciais muito rigorosos, no Hemisfrio Norte, provocou um

    gradativo deslocamento dessas aves para o Sul, mais quente.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    H cerca de 200 milhes de anos, havia um nico continente na Terra, chamado Pangia. H 180 milhes de anos, teve incio a separao desse continente por ao das foras endgenas (foras que agem no interior da Terra) de formao do relevo. Essa separao deu origem a dois blocos continentais: a Laursia, formada pelas atuais Europa, Amrica do Norte e sia, e a Gondwana, formada pelas atuais Amrica do Sul, frica, Antrtida e Oceania.A ema e o avestruz originaram-se no mesmo ponto da Terra. Mas, com a separao dos continentes pelos movimentos tectnicos, essas aves dispersaram-se e, devido s variaes ambientais, adquiriram caractersticas distintas.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    A presena de aves com ancestrais comuns, em diferentes reas continentais, hoje separadas por massas ocenicas, requeria do participante a compreenso da formao dos continentes como resultado de afastamento espacial de partes, a partir de um conjunto unitrio. Soma-se a essa compreenso, o reconhecimento da escala de tempo geolgica, da deriva continental, como compatvel com a de existncia de determinadas espcies, ou seja, que j havia um ancestral comum das aves citadas na questo, por ocasio do afastamento entre os continentes. Tal conhecimento foi revelado pela maioria (68%), que escolheu a alternativa correta, tendo havido alguma atrao, ainda que pequena, pela alternativa E que explicava um eventual deslocamento das espcies em funo das condies climticas.

  • Questo 17 - Habilidade 18

    Os quatro calendrios apresentados abaixo mostram a variedade na contagemdo tempo em diversas sociedades.

    Fonte: Adaptado de poca , n o 55, 7 de junho de 1999

    Com base nas informaes apresentadas, pode-se afirmar que: A) o final do milnio, 1999/2000, um fator comum s diferentes culturas e tradies.B) embora o calendrio cristo seja hoje adotado em mbito internacional, cada cultura

    registra seus eventos marcantes em calendrio prprio.C) o calendrio cristo foi adotado universalmente porque, sendo solar, mais preciso

    que os demais.D) a religio no foi determinante na definio dos calendrios.E) o calendrio cristo tornou-se dominante por sua antiguidade.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    A questo apresenta quatro calendrios de diferentes sociedades. Eles so solares ou lunares e iniciam a contagem dos anos a partir de um fato relevante, no caso, o nascimento de Cristo para a sociedade ocidental, a fuga de Maom para os islmicos, a criao do mundo para os judeus e o ano do patriarca Huangti para os chineses. A partir desses dados, pode-se responder s questes, analisando cada uma das alternativas.A alternativa a est incorreta porque a passagem do segundo para o terceiro milnio deu-se no rveillon 2000/2001, e essa data refere-se apenas ao calendrio ocidental.A alternativa b est correta, pois o calendrio cristo adotado internacionalmente, apesar de as sociedades citadas ainda preservarem seus calendrios originais.A alternativa c est errada, pois todos os calendrios, independentemente de serem solares ou lunares, so precisos.A alternativa d est obviamente errada, pois os exemplos dados pela questo mostram que a religio foi determinante na elaborao dos calendrios.A alternativa e est errada, pois, se observarmos o exemplo, veremos que o calendrio mais antigo o judaico.

    Autor: Professores Ederson e Priscila - Histria

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver a questo o participante deveria relacionar corretamente as informaes contidas nas figuras com os smbolos referentes s diversas tradies culturais. O conjunto de informaes apresentado deveria levar o participante a perceber que o calendrio cristo, embora adotado em mbito internacional, no se constitui na nica referncia utilizada para medir o tempo. A maioria significativa de 77% dos participantes escolheu a alternativa correta. Aqueles que optaram pela alternativa C (10%), provavelmente, vincularam a idia de preciso a calendrio solar.

  • Questo 18 - Habilidade 6

    Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movidos pelo presente mas estalando naquele cio racial que s as tradies maduram! (...). Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento, bastante fora na peitaria, bastante pacincia no entusiasmo e sobretudo, oh! sobretudo bastante vergonha na cara! (...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim est escrito no anncio vistoso de cores desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil, camaradas.(Jornal A Noite, So Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Tel Porto Ancona. Mriode Andrade: ramais e caminhos. So Paulo: Duas Cidades, 1972)

    No trecho acima, Mrio de Andrade d forma a um dos itens do iderio modernista, que o de firmar a feio de uma lngua mais autntica, brasileira, ao expressar-se numa variante de linguagem popular identificada pela (o): A) escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha.B) emprego da pontuao.C) repetio do adjetivo bastante.D) concordncia empregada em Assim est escrito.E) escolha de construo do tipo precisa-se gentes.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Apesar de essa questo misturar vrios tipos de informao, se voc se lembra um pouquinho dos usos da partcula se, com certeza no encontrar grande dificuldade. Segundo a regra gramatical, o verbo "precisa-se" deveria ir para o plural (precisam-se), mas essa noo de verbo concordante com o sujeito h muito desapareceu na variante popular brasileira. Mas, caso voc no se lembre muito bem desse assunto ou ficou meio confuso com o texto e as outras alternativas, o caminho responder por eliminao.A primeira alternativa apresenta palavras comuns no portugus brasileiro, mas nenhuma "inveno" nacional. Na dvida, pense em "vergonha": no uma inveno brasileira. Todos os que falam portugus no mundo conhecem bem essa palavra. A pontuao no texto no chama nenhuma ateno. Voc provavelmente no viu nada de estranho nela. Da mesma forma, o "bastante" da terceira alternativa no nada mais que um mecanismo de retrica, usado para dar nfase idia. Com o "Assim est escrito", encontramos a mesma situao: um trecho litrgico usado para maior nfase.

    Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus

    COMENTRIO DO INEP

    A questo procurou avaliar se o participante era capaz de, a partir da leitura de um texto de Mrio de Andrade , identificar e analisar uma variante lingstica de uso coloquial, utilizadas estilisticamente pelo autor. O uso estilstico das variantes marcou a primeira fase da literatura brasileira modernista. O trecho destaca em seu todo esse uso da linguagem popular. A escolha da construo 'precisa-se gentes' marca desse uso estilstico. O ndice de 37% na alternativa (A) demonstra, possivelmente, que os participantes no consideraram a escolha dos vocbulos, dentro do contexto do texto, confundindo as palavras que aparecem na alternativa com '...a feio de uma lngua mais autntica...'.O percentual de acertos foi da ordem de 40%.

    Questo 19 - Habilidade 1

    A figura abaixo mostra um eclipse solar no instante em que fotografado emcinco diferentes pontos do planeta.

  • Trs dessas fotografias esto reproduzidas abaixo.

    As fotos poderiam corresponder, respectivamente, aos pontos: A) III, V e II.B) II, III e V.C) II, IV e III.D) I, II e III.E) I, II e V.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Conceitos envolvidos: princpios da ptica Geomtrica.Essa questo exige um esforo de abstrao para se imaginar nos pontos marcados e ter uma viso da Lua. interessante, alm dessa abstrao, saber diferenciar eclipse total de parcial. Como a primeira foto mostra um eclipse quase total, conclumos que foi tirada muito prxima ao cone de sombra, entre os pontos III e IV. Como a Lua aparece direita do Sol, o ponto em questo o III. Analisando a segunda foto, percebe-se que ela foi tirada no cone de penumbra - quem est nesse cone v um eclipse parcial - e o fotgrafo deveria estar no ponto V (veja que a Lua est mais esquerda que o Sol). A terceira foto tambm mostra um eclipse parcial e foi tirada no ponto II (a Lua est mais direita que o Sol).

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver o problema proposto, o participante deveria demonstrar o domnio dos conceitos bsicos de projeo e posio relativa. Cerca de metade (48%) dos participantes assinalou a alternativa correta. Aqueles que optaram pelos distratores D e E, provavelmente, no perceberam que o ponto I est fora do cone de sombra da elipse; os que assinalaram as alternativas B e C possivelmente no consideraram a posio relativa.

    Questo 20 - Habilidade 5

    Potica, de Manuel Bandeira, quase um manifesto do movimentomodernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora crticas e propostasque representam o pensamento esttico predominante na poca.

    PoticaEstou farto do lirismo comedidoDo lirismo bem comportado

  • Do lirismo funcionrio pblico com livro de ponto expediente protocolo e [manifestaes de apreo ao Sr. diretor.

    Estou farto do lirismo que pra e vai averiguar no dicionrio o [cunho vernculo de um vocbulo

    Abaixo os puristas............................................................................................

    Quero antes o lirismo dos loucosO lirismo dos bbedosO lirismo difcil e pungente dos bbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare

    No quero mais saber do lirismo que no libertao.

    (BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa.Rio de Janeiro. Aguilar, 1974)

    Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:

    A) critica o lirismo louco do movimento modernista.B) critica todo e qualquer lirismo na literatura.C) prope o retorno ao lirismo do movimento clssico.D) prope o retorno ao lirismo do movimento romntico.E) prope a criao de um novo lirismo.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Questo bastante inteligente. Para comear, Manuel Bandeira teve como marca de sua obra a busca de novas formas de expresso, sempre. Mesmo tendo escrito muitos sonetos (especialmente no incio da carreira), adotou prazerosamente a rebeldia da potica modernista. A resposta pode estar centrada na anlise de um nico verso do poema. As alternativas de a a d ficam todas automaticamente descartadas pelo primeiro verso da segunda parte ("Quero antes o lirismo dos loucos"). Veja que quem prega um lirismo dos loucos e dos bbedos no pode nem criticar o "lirismo louco" dos modernistas, como na alternativa a, ou propor que no haja lirismo, como na alternativa b. Tampouco pode querer o retorno rigidez de forma e mtrica da poesia clssica (lembre-se de Cames) ou romntica (lvares de Azevedo, Castro Alves, Casimiro de Abreu). Prope, sim, um novo tipo de lirismo. Vemos isso claramente se dermos ateno ao casamento do primeiro com o ltimo verso da segunda parte ("Quero antes o lirismo dos loucos" / "No quero mais saber do lirismo que no libertao").

    Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus

    COMENTRIO DO INEP

    Um pouco mais da metade dos participantes (55 %) conseguiu identificar no texto a proposta esttica do poeta e, em ltima anlise, do prprio Modernismo. Os distratores com percentuais significativos de escolha foram apenas B e D. No primeiro caso, o tom de manifesto, incisivo e demolidor, do poema provavelmente induziu a opo. No segundo, a explicao se deve possvel relao que o participante estabeleceu entre o Modernismo e o Romantismo, que de fato existe, mas que no se aplica ao caso.

  • Questo 21 - Habilidade 20

    Ao longo do sculo XX, a taxa de variao na populao do Brasil foi sempre positiva (crescimento). Essa taxa leva em considerao o nmero de nascimentos (N), o nmero de mortes (M), o de emigrantes (E) e o de imigrantes (I) por unidade de tempo.

    correto afirmar que, no sculo XX: A) M > I + E + N.B) N + I > M + E.C) N + E > M + I. D) M + N < E + I.E) N < M - I + E.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Questo fcil, mas que requer ateno. O crescimento demogrfico (CD) o resultado do crescimento vegetativo diferena numrica entre nascimentos (N) e mortes (M) somado ao contingente imigratrio (I) e subtrado do emigratrio (E). Temos, ento, a equao: CD = N - M + I - E. Assim, considerado um pas com crescimento positivo aquele cuja taxa de natalidade mais fluxo imigratrio superior ao nmero de mortes mais o contigente que emigra. (Voc se lembra da diferena entre imigrao e emigrao?). Para resolver a questo, deve-se examinar os fatores que influenciam a taxa de variao da populao. Verifica-se que o nmero de nascimentos (N) e de imigrantes (I) tende a aument-la e que o nmero de mortes (M) e de emigrantes (E) tende a diminu-la. Sabendo-se que, no sculo XX, a taxa foi sempre positiva (crescimento), podemos concluir o seguinte:(A) Alternativa errada, pois o nmero de mortes deve ser, claro, menor que a soma do nmero de imigrantes, emigrantes e nascimentos.(B) Alternativa correta, pois os dois fatores do membro esquerdo da desigualdade so fatores de acrscimo da taxa, e os dois da direita, de decrscimo.(C) Nada se pode afirmar sobre essa alternativa, pois em cada membro h um fator de aumento e um de reduo, o que a torna indeterminada.(D) Nada se pode afirmar sobre essa alternativa por razes iguais s da alternativa anterior.(E) Como os fatores so valores inteiros positivos, nada se pode afirmar sobre a alternativa; indeterminada.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    Os participantes, frente a situao-problema apresentada, deveriam identificar um determinado contexto histrico - definido pelo comportamento da taxa de variao populacional no Brasil do sculo XX, em funo das variveis referidas no texto da questo - com a sua expresso em linguagem matemtica. Mais da metade dos participantes (58%) elaborou corretamente essa identificao. A alternativa C atraiu 23% dos participantes provavelmente porque eles desconheciam ou confundiram o significado das palavras emigrao e imigrao.

    Questo 22 - Habilidade 13

    O grfico abaixo representa o fluxo (quantidade de gua em movimento) de um rio, em trs regies distintas, aps certo tempo de chuva.

  • Comparando-se, nas trs regies, a interceptao da gua da chuva pela cobertura vegetal, correto afirmar que tal interceptao:

    A) maior no ambiente natural preservado.B) independe da densidade e do tipo de vegetao.C) menor nas regies de florestas.D) aumenta quando aumenta o grau de interveno humana.E) diminui medida que aumenta a densidade da vegetao.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Nessa questo, bom ter em mente que a devastao e reduo da cobertura florestal natural um dos fatores que alteram a distribuio natural da gua no ambiente. Lembre que a floresta natural desempenha importante papel na distribuio de energia e de gua na superfcie do solo. O processo de interceptao da gua da chuva pela copa das rvores afeta, principalmente, a distribuio temporal e espacial da chuva e diminui a quantidade de gua que chega efetivamente ao solo. Assim, o perodo de permanncia e perda de gua nesse tipo de ambiente mais lento, ao contrrio de outros tipos de coberturas vegetais como, por exemplo, as das reas agrcolas, das reas reflorestadas ou com florestas regeneradas, que tm sua dinmica alterada e promovem o aumento do escoamento superficial em volume e velocidade, favorecendo a lixiviao, a eroso dos solos, a diminuio da capacidade de infiltrao de gua no solo e a perda da gua em menor tempo.A observao do grfico mostra que, pouco depois que a chuva se inicia em uma lavoura agrcola, o fluxo de gua no rio vizinho aumenta consideravelmente. Desse ponto de vista, pode-se concluir que a lavoura exibe baixa capacidade de interceptao da gua da chuva. Em uma floresta natural, somente depois de um tempo maior de chuva que ocorre um aumento no fluxo da gua do rio. Como o ponto mximo do grfico que indica a capacidade de interceptao da gua por floresta natural menor do que o ponto mximo dos dois outros grficos, podemos dizer que o fluxo de gua menos significativo na floresta natural em relao s outras reas, mostrando que o ambiente natural preservado possui uma capacidade de interceptao da gua maior do que as demais reas.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    Essa questo apresentou um grfico mostrando as relaes entre quantidades de gua que alimentam o fluxo fluvial e a cobertura vegetal, em trs diferentes ambientes, sendo possvel observar a relao inversa entre as medidas de fluxo fluvial e a densidade da cobertura vegetal: quanto menos densa a vegetao, mais intensamente a gua da chuva alimenta o fluxo do rio. Para resolver a situao-problema, esperava-se que o participante soubesse ou deduzisse, pela interpretao do grfico, que a interceptao da gua da chuva pela cobertura vegetal maior no ambiente natural preservado. Assim, o participante deveria considerar que a quantidade do fluxo fluvial

  • mantm uma relao inversa com a quantidade de gua interceptada pela cobertura vegetal, revelando conhecimento sobre o conjunto de provveis caminhos da gua da chuva em diferentes ambientes. Pouco mais de um tero dos participantes (36%) indicaram a alternativa correta. As alternativas C e D atraram juntas quase metade dos participantes. Aqueles que escolheram C provavelmente no fizeram a transposio da informao de que o menor fluxo fluvial nas florestas a curva do grfico mostra isso claramente conseqncia da maior interceptao de gua da chuva. Supe-se que o termo 'interveno humana' tenha se constitudo num apelo significativo para aqueles que optaram pela alternativa D.

    Questo 23 - Habilidade 8

    No ciclo da gua, usado para produzir eletricidade, a gua de lagos e oceanos,irradiada pelo Sol, evapora-se dando origem a nuvens e se precipita como chuva. ento represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina, acionando geradores. A eletricidade produzida transmitida atravs de cabos e fios e utilizada em motores e outros aparelhos eltricos. Assim, para que o ciclo seja aproveitado na gerao de energia eltrica, constri-se uma barragem para represar a gua.

    Entre os possveis impactos ambientais causados por essa construo, devemser destacados:

    A) aumento do nvel dos oceanos e chuva cida.B) chuva cida e efeito estufa.C) alagamentos e intensificao do efeito estufa.D) alagamentos e desequilbrio da fauna e da flora.E) alterao do curso natural dos rios e poluio atmosfrica.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Para resolver essa questo, interessante lembrar a definio de impacto ambiental: desequilbrio provocado por um choque, um "trauma ecolgico", causado tanto pela ao do homem quanto por acidentes naturais. Veja que as alternativas apresentadas apontam para problemas ambientais de alcance local e global. A chuva cida, por exemplo, um problema local e ocorre mais freqentemente em regies industrializadas, ou seja, em grandes centros urbanos, como vem se percebendo nos EUA, no Canad, em pases da Europa e outras naes altamente industrializadas. Uma questo global o efeito estufa, que preocupa principalmente devido ao aumento na temperatura do planeta e conseqente descongelamento das calotas polares, o que pode elevar o nvel dos mares. No caso de barragens para represar a gua, os danos so locais. Uma das principais conseqncias da construo de barragens a inundao de vrias reas de mata, o que pode provocar um desequilbrio nos ecossistemas por causa da diminuio e at a extino de algumas espcies vegetais e animais.Com base nessas informaes, a nica alternativa que pode ser considerada correta a d.

    Autor: Professora Paula Jacomini

    COMENTRIO DO INEP

    Os participantes deveriam reconhecer os efeitos ambientais decorrentes do alagamento e formao de barragens para a construo de uma usina hidreltrica, dentre um conjunto apresentado como resultante dessa construo. Entre todos os aspectos citados, apenas o alagamento de grandes reas, a alterao do curso natural dos rios e o conseqente desequilbrio da fauna e flora representam possveis impactos ambientais de hidreltricas. Uma ntida maioria (61%) soube selecionar os efeitos mais

  • plausveis, escolhendo a alternativa correta. Observa-se uma atrao pela alternativa E, possivelmente porque sua redao comeava por uma assertiva tambm plausvel - alterao do curso do rio - mas, complementada por uma afirmao incorreta sobre poluio atmosfrica.

    Questo 24 - Habilidade 19

    Casa que no entra sol, entra mdico. Esse antigo ditado refora a importncia de, ao construirmos casas, darmos orientaes adequadas aos dormitrios, de forma a garantir o mximo conforto trmico e salubridade. Assim, confrontando casas construdas em Lisboa (ao norte do Trpico de Cncer) e em Curitiba (ao sul do Trpico de Capricrnio), para garantir a necessria luz do sol, as janelas dos quartos no devem estar voltadas, respectivamente, para os pontos cardeais: A) norte/sul.B) sul/norte.C) leste/oeste.D) oeste/leste.E) oeste/oeste.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Essa fcil, e voc achar a resposta rapidamente fazendo um desenho da Terra com o traado do Equador, do Trpico de Cncer, no Hemisfrio Norte, e do Trpico de Capricrnio, no Hemisfrio Sul. Lembre-se de posicionar as casas de frente o Sol, que tem seu deslocamento aparente aproximadamente sobre a Linha do Equador, sem esquecer a inclinao do eixo de rotao da Terra. Fique atento: a pergunta refere-se ao lado em que elas NO devem estar posicionadas.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    A soluo para o problema proposto nessa questo requeria a utilizao de referenciais de orientao com base na posio do sol; em outras palavras, o relacionamento da posio do sol com os pontos cardeais em hemisfrios diferentes. Apenas 40% dos participantes mostraram tal compreenso. A escolha da alternativa B por 19% dos participantes demonstra possivelmente que eles no consideraram a posio das casas em hemisfrios diferentes. A escolha das alternativas C, D e E indicam, provavelmente, a dificuldade de imaginar a trajetria aparente do sol no firmamento.

    Questo 25 - Habilidade 1

    Joo deseja comprar um carro cujo preo vista, com todos os descontos possveis, de R$ 21.000,00, e esse valor no ser reajustado nos prximos meses.Ele tem R$ 20.000,00, que podem ser aplicados a uma taxa de juros compostos de 2% ao ms, e escolhe deixar todo o seu dinheiro aplicado at que o montante atinja o valor do carro.Para ter o carro, Joo dever esperar: A) dois meses, e ter a quantia exata.B) trs meses, e ter a quantia exata.C) trs meses, e ainda sobraro, aproximadamente, R$ 225,00.D) quatro meses, e ter a quantia exata.E) quatro meses, e ainda sobraro, aproximadamente, R$ 430,00.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Como o preo vai se manter estvel nos prximos meses, o mais razovel, em

  • princpio, aplicar o capital de R$ 20.000,00 at que se atinja o valor do carro.O clculo dos juros compostos ser feito manualmente, pois no permitido o uso de calculadora.Lembrando que montante (M) igual ao capital (C) acrescido dos juros (J), ter-se- aps o primeiro ms:M = 20.000 + 20.000 x 2% = 20.000 + 400 = 20.400Ao final do segundo ms:M = 20.400 + 20.400 x 2% = 20.400 + 408 = 20.808Ao trmino do terceiro ms:M = 20.808 + 20.808 x 2% = 20.808 + 416,16 = 21.224,16Assim, a alternativa c a correta.

    Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemtica

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver corretamente o problema proposto nessa questo o participante deveria converter a linguagem do texto para a linguagem matemtica, aplicando o conceito de juros compostos para, identificar e utilizar os algoritmos adequados para a soluo do problema. A maioria significativa de 65% dos participantes escolheu a alternativa correta. A escolha por qualquer dos distratores no permite inferir as causas provveis do erro cometido.

    Questo 26 - Habilidade 12

    A tabela abaixo apresenta algumas das principais causas de mortes no Brasil, distribudas por regio.

    So conhecidas ainda as seguintes informaes sobre as causas de bitos:

    A dificuldade na obteno de informaes, a falta de notificao e o acesso precrio aos servios de sade so fatores relevantes na contabilizao dos bitos por causas mal definidas.

    O aumento da esperana de vida faz com que haja cada vez mais pessoas com maiores chances de desenvolver algum tipo de cncer.

    As mortes por doenas do aparelho respiratrio esto estreitamente associadas poluio nos grandes centros urbanos.

    Os acidentes de trnsito e os assassinatos representam a quase totalidadedas mortes por causas externas.

    A regio Norte a nica que apresenta todas as taxas por 10.000habitantes abaixo da taxa mdia brasileira.

    Levando em considerao essas informaes e o panorama social, econmico eambiental do Brasil, pode-se concluir que as regies K, X, W, Y e Z da tabelaindicam, respectivamente, as regies:

  • A) Sul, Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.B) Centro-Oeste, Sudeste, Norte, Nordeste e Sul.C) Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste.D) Norte, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste.E) Norte, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Essa questo requer muita ateno, pois voc dever associar alguns aspectos da regio com as causas de morte mais comuns. Observe a tabela e analise as alternativas por eliminao.Alternativa a: aponta a Regio Sul como a regio K, o que improvvel, pois o grande nmero de bitos por causas mal definidas no corresponde realidade do Sul do pas. Esse tipo de morte mais comum nas regies mais pobres do Brasil. Assim, essa opo pode ser descartada.

    Alternativa b: aponta a Regio Centro-Oeste como a regio K, que possui maior nmero de bitos por causas externas (acidentes e violncia). A alternativa parece correta, considerando que essa uma regio que concentra aglomerados urbanos expressivos. No entanto, na seqncia, aponta a Regio Sudeste como sendo a regio X, que tem maior nmero de mortes por causas mal definidas. Isso no verdadeiro, uma vez que isso a caracterizaria como uma regio mais pobre. Na Regio Sudeste, mais comum a morte por doenas respiratrias, pois ela concentra grandes aglomerados urbanos com forte poluio atmosfrica. Portanto, essa alternativa tambm pode ser descartada.

    Alternativa c: aponta a Regio Centro-Oeste como a regio K, que possui maior nmero de bitos por causas externas (acidentes e violncia). J vimos que isso correto. Em segundo e terceiro lugares, aponta as Regies Nordeste e Norte como as regies X e W, respectivamente, que possuem o maior nmero de mortes por causas mal definidas, o que tambm correto, pois o nmero elevado desse tipo de morte, em relao s outras regies, revela que so regies mais pobres, onde provavelmente mais difcil obter informaes e onde o acesso aos servios de sade precrio. A alternativa ainda aponta a Regio Sul e Sudeste como as regies Y e Z, respectivamente. Isso parece correto, uma vez que a populao da Regio Sul possui expectativa de vida maior que a das outras regies, fato que favorece o aparecimento de alguns tipos de cncer. Alm disso, a Regio Sudeste tem temperaturas baixas no inverno e poluio urbana intensa, deixando a populao mais suscetvel s doenas respiratrias. Dessa forma, na alternativa c est mais bem tipificada a associao dos bitos s caractersticas regionais.

    As alternativas d e e no podem estar corretas, pois apontam inicialmente a Regio Norte como sendo a regio K, o que infundado, pois a morte por causas externas (acidentes e violncia) mais comum nos grandes aglomerados urbanos.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver a situao-problema proposta nessa questo o participante deveria mostrar ser capaz de organizar os dados e as informaes da tabela e, com seus conhecimentos, associ-los corretamente para identificar as regies brasileiras, segundo as taxas de mortalidade atribudas causas mal definidas ou relacionadas qualidade de vida ou sade. A resoluo do problema exigiu ateno na leitura e estrita aplicao das informaes para identificar corretamente a regio W como sendo a Norte, pois a nica que apresenta todos os indicadores com valores abaixo dos indicadores do pas como um todo. Simultaneamente, deveriam considerar que os habitantes da regio Sudeste, vivendo em sua maior parte nas maiores metrpoles nacionais, esto mais sujeitos poluio, aos acidentes de trnsito e aos assassinatos

  • do que o conjunto de habitantes das demais regies, ainda que seguidos de perto pelos habitantes da Regio Sul. Mais da metade (52%) dos participantes chegou a essas concluses e optou pela alternativa correta. O distrator D, escolhido por 19% dos participantes, posiciona corretamente a regio sudeste mas, por exemplo, indica 'K' como regio Norte.

    Questo 27 - Habilidade 10

    O grfico abaixo representa a evoluo da quantidade de oxignio na atmosferano curso dos tempos geolgicos. O nmero 100 sugere a quantidade atual deoxignio na atmosfera, e os demais valores indicam diferentes porcentagensdessa quantidade.

    De acordo com o grfico correto afirmar que:

    A) as primeiras formas de vida surgiram na ausncia de O2.B) a atmosfera primitiva apresentava 1% de teor de oxignio.C) aps o incio da fotossntese, o teor de oxignio na atmosfera mantm-se estvel.D) desde o Pr-cambriano, a atmosfera mantm os mesmos nveis de teor de oxignio.E) na escala evolutiva da vida, quando surgiram os anfbios, o teor de oxignio

    atmosfrico j se havia estabilizado.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Essa questo est centrada na relao entre a quantidade de oxignio na atmosfera e o surgimento da vida no planeta. Voc ficar mais vontade para solucion-la se lembrar que as primeiras formas de vida que surgiram no planeta eram anaerbias (seres que no necessitam de oxignio para sobreviver). Observe o grfico e veja que o aparecimento de vida no dependia do oxignio existente. Com o passar do tempo, ocorreram mudanas na atmosfera (aumento da quantidade de oxignio) e algumas espcies se adaptaram s novas condies do ambiente terrestre.

    Autor:

    COMENTRIO DO INEP

    Essa questo apresenta, em uma escala de tempo geolgica, a evoluo da

  • concentrao de oxignio na atmosfera terrestre. O grfico explicita que o surgimento da vida transformou a atmosfera: o oxignio passa a estar presente e ter uma concentrao crescente a partir somente do surgimento da vida. Dessa forma, supe-se que os primeiros seres vivos, produtores de oxignio molecular, desenvolveram-se em atmosfera sem esse elemento, ou seja, o oxignio atmosfrico, hoje essencial vida resultado de vida, no causa primeira. A soluo para o problema proposto requeria que o participante analisasse a coerncia entre as vrias alternativas apresentadas e as informaes contidas no grfico. Pouco mais da metade dos participantes (51%) escolheu a alternativa correta, e um quinto deles foi atrado pela idia, expressa pela alternativa E, de que o surgimento dos anfbios j encontrou a atmosfera estabilizada em termos de seu teor de oxignio.

    Questo 28 - Habilidade 10

    Os fluxos migratrios humanos, representados nos mapas abaixo, mais do queum deslocamento espacial podem significar uma mudana de condio social.

    Fonte: Adaptado de SANTOS, Regina Bega. Migraes no Brasil.

    So Paulo: Scipione, 1994.

    Analisando-se os mapas, pode-se afirmar que essa mudana ocorreu com: A) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para So Paulo nas dcadas de 50 e

    de 60, transformando-se em operrios do setor industrial.B) agricultores sulistas, que migraram para o centro-oeste na dcada de 60,

    transformando-se em empresrios da minerao.C) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para a Amaznia na dcada de 60,

    transformando-se em grandes proprietrios de terras.D) moradores das periferias das grandes cidades, que migraram para o interior do pas

    na dcada de 70 atrados pelas oportunidades de emprego nas reservas extrativistas.

    E) pequenos proprietrios rurais nordestinos que, na dcada de 70, migraram para So Paulo para trabalhar como bias-frias na colheita de caf.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Essa questo um pouco confusa, pois impossvel respond-la atravs da anlise dos mapas de fluxos migratrios apresentados.As alternativas esto relacionadas situao desses imigrantes aps a sua chegada ao local de destino, fato no representado nos mapas. Portanto, voc deve se basear no seu conhecimento sobre as migraes internas no Brasil para chegar resposta correta.Voc deve saber que as correntes migratrias inter-regionais no pas se intensificaram a partir da modernizao brasileira, iniciada na dcada de 50. A necessidade de mo-de-obra barata para a construo de So Paulo atraiu imigrantes nordestinos, que se tornaram operrios do setor industrial ou foram trabalhar na construo civil, como aponta a alternativa a.

  • Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver o problema proposto nessa questo o participante deveria demonstrar conhecimentos bsicos dos principais fatores responsveis pelas migraes humanas no Brasil, no perodo de 1950 a 1980 e ser capaz de relacion-los com as correntes migratrias representadas nos mapas. Cerca da metade (49%) dos participantes assinalou a alternativa que apresenta as relaes corretas. A escolha dos distratores D e E, que juntos somam 40% das opes, revela possivelmente o desconhecimento dos fatores de migrao nos perodos considerados.

    Questo 29 - Habilidade 18

    O texto abaixo foi extrado de uma crnica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo.

    Um dia comeou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, Joo repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitrias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, Joo que repicou. Quando se fez a abolio completa, quem repicou foi Joo. Um dia proclamou-se a Repblica. Joo repicou por ela, repicaria pelo Imprio, se o Imprio retornasse.(MACHADO, Assis de. Crnica sobre a morte do escravo Joo , 1897)

    A leitura do texto permite afirmar que o sineiro Joo: A) por ser escravo tocava os sinos, s escondidas, quando ocorriam fatos ligados

    Abolio.B) no poderia tocar os sinos pelo retorno do Imprio, visto que era escravo.C) tocou os sinos pela Repblica, proclamada pelos abolicionistas que vieram libert-lo.D) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume faz-lo.E) tocou os sinos pelo retorno do Imprio, comemorando a volta da Princesa Isabel.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Essa uma questo de resposta rpida. Trata-se de interpretao de texto, e quem j acumula alguma bagagem de leitura no encontrar dificuldade para encontrar a resposta. Um sineiro a pessoa responsvel pelo dobre, pelo repicar, pelo bater dos sinos. Assim, o velho Joo dobrava os sinos sempre que surgiam notcias novas e importantes.As outras alternativas fogem totalmente realidade: a Guerra do Paraguai no est diretamente ligada libertao dos escravos e, portanto, a primeira alternativa falsa. O Imprio no retornou: alternativas b e e esto fora. O escravo sineiro era indiferente aos eventos polticos e tocaria os sinos para anunciar qualquer fato importante, bom ou ruim para ele. A alternativa c aponta vontade ou desejo do escravo, justamente aquilo que o texto demonstra no existir. O velho escravo Joo era quase um autmato que tocava, repicava e dobrava os sinos mecanicamente.

    Autor: Professora Priscila Grahl - Histria

    COMENTRIO DO INEP

    A resoluo da questo requeria que o participante vinculasse a idia cclica da repetio de um gesto (tocar o sino) com a indiferena do personagem machadiano frente s transformaes polticas que no alteravam o cotidiano do escravo ou do homem livre pobre. A maioria de 63% dos participantes assinalou a alternativa correta e,16% deles optaram pela alternativa C provavelmente porque, vincularam o tocar dos sinos com a vitria dos abolicionistas, valorizando o significado da abolio para o

  • sineiro escravo, fazendo uma leitura desatenta do texto.

    Questo 30 - Habilidade 1

    Uma garrafa de vidro e uma lata de alumnio, cada uma contendo 330 mL de refrigerante, so mantidas em um refrigerador pelo mesmo longo perodo de tempo. Ao retir-las do refrigerador com as mos desprotegidas, tem-se a sensao de que a lata est mais fria que a garrafa.

    correto afirmar que: A) a lata est realmente mais fria, pois a capacidade calorfica da garrafa maior que a

    da lata.B) a lata est de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade

    menor que o alumnio.C) a garrafa e a lata esto mesma temperatura, possuem a mesma condutividade

    trmica, e a sensao deve-se diferena nos calores especficos.D) a garrafa e a lata esto mesma temperatura, e a sensao devida ao fato de a

    condutividade trmica do alumnio ser maior que a do vidro.E) a garrafa e a lata esto mesma temperatura, e a sensao devida ao fato de a

    condutividade trmica do vidro ser maior que a do alumnio.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Conceito envolvido: transferncia de calorComo estavam na geladeira, ambas as garrafas apresentavam a mesma temperatura, pois estavam em equilbrio trmico. A sensao de frio ao segurar qualquer um dos recipientes se deve maior ou menor rapidez com que nossa mo, com maior temperatura, cede calor para o recipiente ao toc-lo - quanto mais rpida a transferncia, maior a sensao de frio. Essa rapidez funo da condutividade trmica do recipiente, maior nos metais que no vidro - da a sensao de que a lata est mais fria.Anlise das alternativas (resoluo por eliminao):A) esto ambas, garrafa e lata, mesma temperatura no interior da geladeira.B) esto ambas, garrafa e lata, mesma temperatura no interior da geladeira.C) elas realmente esto mesma temperatura, mas no possuem a mesma condutividade trmica, que a responsvel pela sensao trmica.D) essa a proposio correta.E) a condutividade trmica do vidro menor que a do alumnio, ao contrrio do que se afirma.

    Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Fsica

    COMENTRIO DO INEP

    Para resolver o problema proposto nessa questo, o participante deveria mostrar ser capaz de selecionar as variveis relevantes que podem explicar o fenmeno descrito pela sensao da lata parecer mais fria que a garrafa, a saber, temperatura e condutividade trmica de diferentes materiais. Mais da metade (66%) dos participantes assinalou a alternativa correta e, possivelmente, a escolha dos distratores pode ser entendida como compreenso errada da condutividade trmica do alumnio e do vidro.

    Questo 31 - Habilidade 12

    Em 1999, o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento elaborou oRelatrio do Desenvolvimento Humano, do qual foi extrado o trecho abaixo.

  • Nos ltimos anos da dcada de 90, o quinto da populao mundial que vive nos pases de renda mais elevada tinha:

    86% do PIB mundial, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%;

    82% das exportaes mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%;

    74% das linhas telefnicas mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1,5%;

    93,3% das conexes com a Internet, enquanto o quinto de menor renda, apenas 0,2%.

    A distncia da renda do quinto da populao mundial que vive nos pases mais pobres - que era de 30 para 1, em 1960 passou para 60 para 1, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.

    De acordo com esse trecho do relatrio, o cenrio do desenvolvimento humanomundial, nas ltimas dcadas, foi caracterizado pela:

    A) diminuio da disparidade entre as naes.B) diminuio da marginalizao de pases pobres.C) incluso progressiva de pases no sistema produtivo.D) crescente concentrao de renda, recursos e riqueza.E) distribuio eqitativa dos resultados das inovaes tecnolgicas.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    O ndice de Desenvolvimento Humano um indicador criado pela ONU para medir o nvel de bem-estar de uma populao (pas, estado ou municpio). Ele resultado de uma ponderao entre indicadores importantes de qualidade de vida, tais como: longevidade, analfabetismo, renda, etc.Veja atentamente o texto apresentado nessa questo e observe que ele valoriza os pases de maior renda, fazendo uma comparao com o quinto pas de menor renda, fato esse que expressa o distanciamento desses pases, sobretudo em relao concentrao de riqueza (renda e explorao de recursos), que notvel nos pases ricos, em detrimento dependncia econmica dos pases pobres.A parte do texto que d a resposta da questo a ltima frase, que indica que, de 1960 a 1997, a distncia de renda passou de 30 para 1 para 74 para 1. Ou seja, os mais ricos ganhavam 30 vezes mais que os mais pobres em 1960 e passaram a ganhar 74 vezes mais em 1997, um indicador de que a concentrao de renda est crescendo cada vez mais.

    Autor: Professor Jlio Cezar Winkler - Geografia

    COMENTRIO DO INEP

    A resoluo dessa questo requeria que o participante interpretasse corretamente um trecho de um relatrio abordando a distribuio de renda, de bens e de servios de parcelas da populao mundial, com os dados colocados de forma comparativa entre os pases mais ricos e os mais pobres. Os participantes deveriam mostrar a compreenso das comparaes estabelecidas para situ-las no quadro maior, do desenvolvimento humano mundial. A interpretao correta do ltimo pargrafo do trecho citado, abordando a crescente distncia de renda entre ricos e pobres, era especialmente til para responder corretamente a questo. A questo mostrou-se de dificuldade mediana, com 58% dos participantes assinalando a alternativa correta. O distrator B foi o menos escolhido, revelando, possivelmente, uma percepo comum maioria dos participantes: no h diminuio da marginalizao dos pases pobres.

  • Pode-se ainda supor que os mais de 40% que no optaram pela resposta correta, no tm familiaridade com os conceitos envolvidos nas alternativas ou, ainda, no puderam trabalhar adequadamente a comparao desses conceitos com os indicadores expressos no texto, em linguagem corrente.

    Questo 32 - Habilidade 19

    O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem metafrica, a sociedade contempornea em relao aos seus hbitos alimentares.

    Vocs que tm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)Mas vocs no se lembram de nada, p! Vai ver nem sabem o que vaca. Nem o que leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite leite em pacote, imagina, Tereza! na porta dos fundos e estava escrito que pasterizado, ou pasteurizado, sei l, tem vitamina, garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau. Ser que isso mesmo leite? No dicionrio diz que leite outra coisa:Lquido branco, contendo gua, protena, acar e sais minerais. Um alimento pra ningum botar defeito. O ser humano o usa h mais de 5.000 anos. o nico alimento s alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite s leite. Ou toma ou bota fora. Esse aqui examinando bem, s pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais gua do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trs desse negcio. Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos no gostem de leite.Mas, como no gostam? No gostam como? Nunca tomaram! M!

    (FERNANDES, Millr. O Estado de S. Paulo , 22 de agosto de 1999)

    A crtica do autor dirigida:

    A) ao desconhecimento, pelas novas geraes, da importncia do gado leiteiro para a

    economia nacional.B) diminuio da produo de leite aps o desenvolvimento de tecnologias que tm

    substitudo os produtos naturais por produtos artificiais.C) artificializao abusiva de alimentos tradicionais, com perda de critrio para julgar

    sua qualidade e sabor.D) permanncia de hbitos alimentares a partir da revoluo agrcola e da

    domesticao de animais iniciada h 5.000 anos.E) importncia dada ao pacote de leite para a conservao de um produto perecvel e

    que necessita de aperfeioamento tecnolgico.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Resposta um tanto fcil. Como Millr insiste tanto na mudana da composio do leite, sempre retomando que h muitas coisas nele hoje que no havia quando ele era mais jovem, fica fcil identificar a crtica artificializao dos alimentos tradicionais. Para reforar a certeza, leiam-se as cinco ltimas linhas: "Esse aqui examinando bem, s pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais gua do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trs desse negcio. Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos no gostem de leite. Mas, como no gostam? No gostam como? Nunca tomaram! M!"

    Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus

    COMENTRIO DO INEP

    Para responder questo o participante deveria mostrar ser capaz de interpretar o

  • texto para inferir a inteno do autor em fazer uma crtica ao excesso de artificializao de alimentos, usando em seu texto, o leite, um dos mais tradicionais. A significativa maioria dos participantes (73%) conseguiu perceber a inteno do autor. As demais respostas, possivelmente, revelam apenas uma compreenso literal do texto.

    Questo 33 - Habilidade 18

    O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem metafrica, a sociedade contempornea em relao aos seus hbitos alimentares.

    Vocs que tm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)Mas vocs no se lembram de nada, p! Vai ver nem sabem o que vaca. Nem o que leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite leite em pacote, imagina, Tereza! na porta dos fundos e estava escrito que pasterizado, ou pasteurizado, sei l, tem vitamina, garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau. Ser que isso mesmo leite? No dicionrio diz que leite outra coisa:Lquido branco, contendo gua, protena, acar e sais minerais. Um alimento pra ningum botar defeito. O ser humano o usa h mais de 5.000 anos. o nico alimento s alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite s leite. Ou toma ou bota fora. Esse aqui examinando bem, s pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais gua do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trs desse negcio. Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos no gostem de leite.Mas, como no gostam? No gostam como? Nunca tomaram! M!

    (FERNANDES, Millr. O Estado de S. Paulo , 22 de agosto de 1999)

    A palavra embromatologia usada pelo autor :

    A) um termo cientfico que significa estudo dos bromatos.B) uma composio do termo de gria embromao (enganao) com bromatologia,

    que o estudo dos alimentos.C) uma juno do termo de gria embromao (enganao) com lactologia, que o

    estudo das embalagens para leite.D) um neologismo da qumica orgnica que significa a tcnica de retirar bromatos dos

    laticnios.E) uma corruptela de termo da agropecuria que significa a ordenha mecnica.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    necessrio para a resoluo desta questo:- perceber que o texto critica o exagerado uso de substncias artificiais nos alimentos;- conhecer o significado da gria embromar e da palavra bromatologia.Conhecendo esses significados, voc elimina todas as alternativas erradas: a, c, d e e.Voc poder ter dvida quanto alternativa c, que tambm ser eliminada se souber o significado da palavra lactologia, que o estudo do leite e produtos lcteos e no das embalagens para leite.Nesta questo, so trabalhados os conceitos de interpretao de texto, formao de palavras e conhecimentos gerais.

    Autor: Professora Luciane Prendin - Portugus

    COMENTRIO DO INEP

    A resoluo da questo requeria que o participante, ao ler o texto vinculasse o significado de um termo de gria - "embromao" - com o da palavra bromatologia. A

  • resposta correta exigia que o participante no abrisse mo do sabor picante contido na linguagem metafrica, sabor vinculado ao conhecimento especfico contido na palavra bromatologia. Cerca da metade dos participantes (51%) optou pela alternativa correta e, os 20% que escolheram a alternativa C, provavelmente associaram a referncia feita no texto leite em pacote.

    Questo 34 - Habilidade 16

    O grfico abaixo refere-se s variaes das concentraes de poluentes naatmosfera, no decorrer de um dia til, em um grande centro urbano.

    (Adaptado de NOVAIS, Vera. Oznio: aliado ou inimigo.

    So Paulo: Scipione,1998)

    As seguintes explicaes foram dadas para essas variaes:I- A concentrao de NO diminui, e a de NO2 aumenta em razo daconverso de NO em NO2.II- A concentrao de monxido de carbono no ar est ligada maior ou menor intensidade de trfego.III- Os veculos emitem xidos de nitrognio apenas nos horrios de pico detrfego do perodo da manh.IV- Nos horrios de maior insolao, parte do oznio da estratosferadifunde-se para camadas mais baixas da atmosfera.

    Dessas explicaes, so plausveis somente: A) I e II.B) I e III.C) II e III.D) II e IV.E) III e IV.

    COMENTRIO DO EDUCACIONAL

    Esta questo est ligada a conhecimentos de xidos da Qumica Inorgnica e interpretao de grficos. Das questes ligadas Qumica no Enem 2000, esta a mais difcil e no pode ser resolvida por eliminao. Vamos analisar as afirmaes:I - Afirmao correta. Olhando o grfico, vemos que a concentrao de NO sobe rapidamente no incio da manh e cai logo em seguida, ao mesmo tempo em que a concentrao de NO2 aumenta. Isso indica que o NO formado reagiu com o oxignio do ar, convertendo-se em NO2. Embora esta afirmativa seja compatvel com o que vemos no grfico, no fcil para um aluno de ensino mdio concluir se ela reflete o que ocorre de fato.II - Esta afirmativa verdadeira e est condizente com o que o grfico nos mostra, pois vemos picos de concentrao de CO no incio da manh e no final da tarde, momentos de maior trfego nas ruas.III - Esta alternativa falsa, pois basta olhar o grfico para perceber que a

  • concentrao de NO2 tem seu pico de manh, mas se mantm elevada ao longo de todo o dia.IV - Falsa. Olhando o grfico, vemos que h um aumento de concentrao de oznio (O3) no perodo de maior insolao, com o pico acontecendo ao meio-dia. O que est errado a afirmao de que o oznio vem da estratosfera. A migrao do oznio de uma camada da atmosfera para outra lenta e no se d em questo de poucas horas. Essa afirmao pode