6 edição abril 2015 - fvs-am · dentre as infecções respiratórias os adenovírus têm sido...

4
A influenza é uma das grandes gravidade das manifestações clínicas e do potencial preocupações das autoridades pandêmico, como ocorreu no ano de 2009, quando sanitárias, devido ao seu impacto na tivemos a Pandemia da Influenza A (H1N1). (Guia de mortalidade, que aumenta substancialmente Vigilância, 2015). durante as epidemias sazonais e pelo risco de No Brasil, o padrão de sazonalidade varia entre as pandemias. A doença é causada por vírus que têm diversas regiões, sendo mais marcado naquelas distribuição global. De acordo com a Organização que têm estações climáticas bem definidas, Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 5 a 15% da ocorrendo com maior frequência nos meses mais população sejam acometidos e que, globalmente, a frios, em locais de clima temperado, ou no período influenza cause 3 a 5 milhões de casos graves e chuvoso, como na região Amazônica 250.000 a 500.000 mortes todos os anos. compreendendo em média o período de Dezembro Um indivíduo pode contraí-la várias vezes ao longo a Maio. (Figueroa e Nobre, 1990). da vida e, em geral, tem evolução autolimitada. Com os modernos meios de transporte, a Contudo, de acordo com a diversidade antigênica de propagação do vírus da influenza tornou-se muito seu agente, a infecção pode se apresentar de forma rápida. Hoje, o mesmo vírus pode circular, ao mais ou menos grave. Desse modo, na perspectiva mesmo tempo, em várias partes do mundo, da Saúde Pública, esta doença se constitui em causando epidemias quase simultâneas. No Estado distintos problemas que, apesar de do Amazonas as maiores proporções de casos interrelacionados, demandam abordagens notificados foram nos anos de 2010 (43%) e 2014 específicas de vigilância e controle, dependendo da com (28%). Gráfico 1. 6 VIGILÂNCIA EM SAÚDE Boletim de Ano 3 - Abril de 2015 Boletim de VIGILÂNCIA EM SAÚDE Situação epidemiológica da Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Amazonas, 2014 APRESENTAÇÃO Ouvidoria FVS Disque 150 Número de Casos de SRAG Notificados por ano de Ocorrência - 2010 à 2014 Fonte: Sinan Web Influenza/GDTV/DVE/FVS-AM. Pesquisa realizada em 2 de março de 2015. Dados sujeitos à alteração. 43% 2% 14% 13% 28% 2010 2011 2012 2013 2014 N: 302 Gráfico 1

Upload: vuongnhi

Post on 19-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Ai n f luenza é uma das g randes gravidade das manifestações clínicas e do potencial

p reocupações das au to r idades pandêmico, como ocorreu no ano de 2009, quando

sanitárias, devido ao seu impacto na tivemos a Pandemia da Influenza A (H1N1). (Guia de

mortalidade, que aumenta substancialmente Vigilância, 2015).

durante as epidemias sazonais e pelo risco de No Brasil, o padrão de sazonalidade varia entre as

pandemias. A doença é causada por vírus que têm diversas regiões, sendo mais marcado naquelas

distribuição global. De acordo com a Organização que têm estações climáticas bem definidas,

Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 5 a 15% da ocorrendo com maior frequência nos meses mais

população sejam acometidos e que, globalmente, a frios, em locais de clima temperado, ou no período

influenza cause 3 a 5 milhões de casos graves e c h u v o s o , c o m o n a r e g i ã o A m a z ô n i c a

250.000 a 500.000 mortes todos os anos. compreendendo em média o período de Dezembro

Um indivíduo pode contraí-la várias vezes ao longo a Maio. (Figueroa e Nobre, 1990).

da vida e, em geral, tem evolução autolimitada. Com os modernos meios de transporte, a

Contudo, de acordo com a diversidade antigênica de propagação do vírus da influenza tornou-se muito

seu agente, a infecção pode se apresentar de forma rápida. Hoje, o mesmo vírus pode circular, ao

mais ou menos grave. Desse modo, na perspectiva mesmo tempo, em várias partes do mundo,

da Saúde Pública, esta doença se constitui em causando epidemias quase simultâneas. No Estado

d i s t i n t o s p r o b l e m a s q u e , a p e s a r d e do Amazonas as maiores proporções de casos

interrelacionados, demandam abordagens notificados foram nos anos de 2010 (43%) e 2014

específicas de vigilância e controle, dependendo da com (28%). Gráfico 1.

6Nº V

IGIL

ÂN

CIA

EM

SA

ÚD

EB

ole

tim

de

Ano 3 - Abril de 2015

Boletim de

VIGILÂNCIA EM SAÚDESituação epidemiológica da Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda

Grave (SRAG) no Amazonas, 2014

APRESENTAÇÃO

Ouvidoria FVSDisque 150

Número de Casos de SRAG Notificados por ano de Ocorrência - 2010 à 2014

Fonte: Sinan Web Influenza/GDTV/DVE/FVS-AM.Pesquisa realizada em 2 de março de 2015. Dados sujeitos à alteração.

43%

2%

14%

13%

28%

2010

2011

2012

2013

2014

N: 302

Gráfico 1

0

20

40

60

80

100

120

2012 2013 2014

Adenovírus Influ A Influ B Parainflu "1" Parainflu "2" Parainflu "3" VSR

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO VÍRUS SAZONAL

www.fvs.am.gov.br

O monitoramento mostrou uma predominância do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) seguido do Adenovírus, em menor número a

Influenza A e B. O VSR constitui a causa mais comum de pneumonia viral em crianças com menos de 5 anos de idade, mas também

pode causar pneumonia no indivíduo idoso ou pacientes imunocomprometidos.

Dentre as infecções respiratórias os Adenovírus têm sido implicados em 5 a 11% das Infecções de Vias Aéreas Superiores, 4 a 10%

das faringites, 3 a 9% dos casos de crupe (coqueluche), 5 a 11% das bronquites, 2 a 10% das bronquiolites e 4 a 10% das

pneumonias (MITCHELL et al., 2000).

O grupo das mulheres, em especial as gestantes, estão entre o grupo de pacientes com condições e fatores de risco para

complicações por Influenza tendo em vista a maior mortalidade registrada neste segmento populacional, especialmente durante a

pandemia de 2009. Do total de mulheres notificadas no período avaliado 26% se encontravam em algum período de gravidez e 47%

relataram no preenchimento da ficha não estar grávida ou desconhecer gravidez.

Gráfico 2

Fonte: Sinan Web Influenza/GDTV/DVE/FVS-AM. Pesquisa realizada em 2 de março de 2015.Dados sujeitos à alteração.

O Estado do Amazonas, participa do monitoramento Sentinela de Síndrome Gripal do Ministério da Saúde, desde o ano de 2005,

este monitoramento consiste em coletar amostras biológicas de pacientes suspeitos de influenza. Foram implantados na Cidade de

Manaus, por questões logísticas, 2 unidades Sentinelas o Pronto Socorro da Criança da Zona Sul e o Hospital Dr. João Lúcio. Com a

Pandemia de Influenza A (H1N1) em 2009, no final do ano de 2010 o Ministério ampliou o programa de unidades sentinelas,

estendendo este monitoramento as Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG). Atualmente o Estado do Amazonas conta

com 4 unidades de Síndrome Gripal (PSC Zona Sul, PSC Zona Oeste, Hospital ADVENTISTA e HPS Dr. Aristóteles de Platão

Araújo) e 4 unidades de SRAG (HPS Dr. Aristóteles de Platão Araújo, HPS Dr. João Lúcio, HPS 28 de Agosto e Hospital Infantil

UNIMED).

VIGILÂNCIA DA SÍNDROME GRIPAL (SG)

Vírus Respiratórios Identificados no Amazonas pelo Metodo Imunofluorecência Indireta - 2012 à 2014

www.fvs.am.gov.br

Do total de 302 notificações realizadas no período, 86% tiveram internação e destes 23% necessitaram de

suporte avançado de vida, com uma média de 7 dias de internação na UTI. Gráfico 4.

Gráfico 3

0

20

40

60

80

100

2010 2011 2012 2013 2014

Não se Aplica

Não

3 Trimestre

2 Trimestre

1 Trimestre

Caso de SRAG em Mulheres de acordo comSituação Gestacional - 2010 à 2014

Fonte: Sinan Web Influenza/GDTV/DVE/FVS-AM. Pesquisa realizada em 2 de março de 2015.Dados sujeitos à alteração.

VIGILÂNCIA DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)

Gráfico 4

0

20

40

60

80

100

120

2010 2011 2012 2013 2014

Sim

Não

Ign

Branco

Casos de SRAG Relacionados a Internação - 2010 à 2014

Fonte: Sinan Web Influenza/GDTV/DVE/FVS-AM. Pesquisa realizada em 2 de março de 2015.Dados sujeitos à alteração.

Elaboração Diagramação:

Informações:Técnica responsável:

Autoria:

Distribuição:

Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas - FVS/AM Carlos Humberto Gonçalves de Lima - ASCOM/FVSDepartamento de Vigilância Epidemiológica

Rodovia Deputado Vital de Mendonça, s/n, Terra NovaGiralcina Pessoa Reis Aguiar CEP: 69.093-415 - Manaus/Amazonas

Alexsandro Xavier de Melo (92)3182-8523

letrônica [email protected]

www.fvs.am.gov.br

ESTADO DE SAÚDESECRETARIA DE

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍNDROMERESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR SITUAÇÃO VACINAL

A vacinação anual contra influenza é uma das medidas utilizadas para se prevenir a doença, porque pode

ser administrada antes da exposição ao vírus e, capaz de promover imunidade efetiva e segura durante o

período de circulação sazonal do vírus.

Fazem parte dos grupos elegíveis para receber a vacina contra a influenza, além de indivíduos com 60 anos

ou mais de idade, trabalhadores de saúde, povos indígenas, crianças na faixa etária de 6 meses a menores

de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), grupos

portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, população

privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. (Informe Técnico Campanha Nacional de

Vacinação Contra a Influenza, 2014).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2010 2011 2012 2013 2014

Sim

Não

Ign

Branco

N= 310

Casos de SRAG por Situação Vacinal nos Ultimos 12 meses - 2010 à 2014Gráfico 5

Fonte: Sinan Web Influenza/GDTV/DVE/FVS-AM.Pesquisa realizada em 2 de março de 2015.Dados sujeitos à alteração.

Observa-se no gráfico 5, que do total de casos avaliados, cerca de 81% não receberam vacina nos últimos

12 meses que antecederam o adoecimento, e destes, 40 indivíduos,eram elegíveis para receber a vacina e

não o fizeram.

No período de 2013 a 2014, necessitaram de suporte avançado de vida 45 indivíduos, destes 89%

pacientes não receberam vacina, pois não eram elegíveis para a mesma, segundo critérios do Ministério da

Saúde, conforme informe técnico citado acima. E dos que foram vacinados somente 24% necessitaram de

suporte avançado, confirmando a eficácia da vacina quanto à prevenção de formas graves da Influenza.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Guia de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de Imujnizações. Informe Técnico: Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, Brasília 2014.

FIGUEROA, S.N.; NOBRE, C. Precipitation distribution over central and western tropical South America. Climanálise, v.5, n.6, p. 36-48, 1990.

MITCHELL, L.S.; TAYLOR,B.; REIMELS,W.;BARRETT,F.F.;DEVINCENZO,J.P. Adenovírus 7a: a community-acquired outbreak in a children´s hospital. Pediatr Infect. Dis. J., V19,p.996-1000,2000.