infecções s.n.c

Infecções Piogênicas do Sistema Nervoso Central

Noções Básicas para o Clínico


-2 fontes:

1. disseminação hematogênica;

2. a partir de estruturas contíguas: orelhas, seios paranasais, focos osteomielíticos do crânio, lesões penetrantes do crânio, fístulas congênita dos seios da face, ou após procedimentos neurocirúrgicos


Meningite Bacteriana (leptomeningite):

-é uma inflamação da pia aracnóide e do espaço subaracnóide e ventrículos; assim sendo, a

meningite é sempre cérebro-espinhal.


O efeito das bactérias ou outros microorganismos no espaço subaracnóide é de causar uma reação

inflamatória da pia e da aracnóide e no líquor; na meningite piogênica, pús se acumula nesse espaço.


Estruturas do espaço subaracnóide podem ser lesadas: raízes cranianas e espinhais, plexos coróides dos ventrículos, artérias e veias da pia-máter, substância branca sub-pial da medula espinhal, fibras periféricas dos nervos ópticos.


Embora a porção externa da membrana aracnóide seja uma barreira extremamente eficiente para a extensão da infecção, alguma reação pode ocorrer no espaço subdural craniano. Isso ocorre mais freqüentemente em crianças (efusões subdurais).


Efeitos clínicos da supuração subaracnóide aguda:cefaléia intensa, letargia, estupor ou coma e,

ocasionalmente, convulsões.


Único sinal clínico de importância: rigidez cervical -resistência passiva ao movimento para a frente;

-sinais de Kernig e Brudzinski


Tipos de meningite bacteriana:

-Oitenta a noventa por cento dos casos de meningite bacteriana são causados por Hemophilus influenzae, Neisseria meningitis ou Streptococcus pneumoniae.



-Os restantes 15 a 20% são causados por Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis- este último está implicado em 75% das infecções associadas com cirurgias de shunt para hidrocefalia



-Recém-nascidos: pode ser por Escherichia coli-Punção lombar, raqui-anestesia : Pseudomonas


-Meningites por pneumococos, H. influenzae, e meningococos têm uma distribuição mundial e tendem a ocorrer mais freqüentemente no sexo

masculino e durante a primavera, inverno e outono.


-A meningite por H. influenzae é encontrada quase que exclusivamente em crianças entre 2 meses e 6

anos de idade.


-A meningite por pneumococos é mais comum em crianças e velhos


-Suspeitar de meningite meningocóccica se ocorrerem erupções cutâneas ou choque


-Suspeitar de meningite pneumocócica em alcoólatras, portadores de anemia falciforme e

fratura da base do crânio, bem como após esplenectomia.


-Suspeitar de meningite estafilocócica se houver furunculose ou procedimento neurocirúrgico

recente


-Sinais de Kernig e Brudzinski podem estar ausentes nos muitos jovens ou muito idosos


-Achados laboratoriais:

-pleocitose do LCR ; -pressão do LCR elevada (> 180 mm de água);-proteinas > 45 mg/ 100 ml;-redução da glicose do LCR < 40 mg/100ml ou <

40% da sangüínea



-cultura do LCR: positiva em 70 a 80 % dos casos



-cultura do sangue também deve ser realizada pois é positiva em 40 a 60% doa casos de meningite por H. influenzae, meningococo e peneumococo.


-Exames radiológicos:

-pedir raios-X do crânio, tórax e seios da face.-pneumonia silenciosa, abscesso pulmonar, sinusite,

osteomielite do crânio


-Seqüelas são mais comuns na meningite por H. infuenzae e pneumococos- demência, epilepsia, surdez, hemiplegia e hidrocefalia


-Todo paciente com letargia, cefaléia, ou confusão mental de início súbito, mesmo com febre baixa, deve ser submetido à punção lombar


-Particularmente importante: suspeitar em paciente alcóolatra com febre e confusão mental


-Tratamento com antibióticos:

-meningite bacteriana=emergência médica-usar antibióticos bactericidas-


-Empiema subdural:

-é um processo supurativo entre a dura e a aracnóide-3/4 dos casos são unilaterais


-Empiema subdural:

-Porta de entrada: seios frontal e etmóide, células da mastóide; alguns casos são pós-neurocirúrgicos


-Empiema subdural:

-flora usualmente polimicrobiana: anaeróbicos, H. influenzae, S. aureus, Klebsiella, e E.coli


-Empiema subdural:

-histórico de sinusite ou mastoidite crônica, com exacerbação recente, aumento das descargas purulentas nasais e auriculares; cefaléia e febre


-Empiema subdural:

-alguns dias após: sinais de lateralização, como crises parciais unilaterais, hemiplegia, hemianestesia e afasia


-Empiema subdural:

-LCR com pressão aumentada, aumento de células e proteínas e glicose normal; o LCR é estéril.

-risco de herniação transtentorial com a PL


-Empiema subdural:

-diagnóstico: raios-X de seios da face, CT, RNM


-Empiema subdural:

-drenagem cirúrgica, antibióticos


-Abscesso Extradural:

-quase sempre resulta de osteomielite do crânio originada numa infecção do ouvido ou dos seios paranasais



-dor frontal ou auricular, febre, geralmente sem sinais focais, LCR sob pressão normal e com poucos linfócitos e neutrófilos (20 a 100 /ml) e proteinas ligeiramente elevadas



-tratamento: antibióticos dirigidos aos patógenos responsáveis, que podem incluir S. aureus, estreptococos anaeróbicos, Bacteroides spp, ou Enterobacteriaceae



-tratamento: a sinusite ou mastoidite responsável pode requerer cirurgia

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