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ARRANJO PRODUTO LOCAL DE CULTURA E ENTRETENIMENTO NA REGIÁO METROPOLITANA DE BELÉM Marcelo Diniz 1. INTRODUÇÃO E ASPECTOS METODOLÓGICOS GERAIS 1.1 Introdução Cultura é antes de tudo qualquer manifestação de adaptação dos grupos humanos as condições inter postas ao seu desenvolvimento, sejam elas restrições do meio natural, mas também aquelas originárias ao longo de seu convívio social: sua habilidade de superar as dificuldades, seu aprendizado e transmissão de conhecimento, bem como sua capacidade modificação de seu habitat. É através dessa capacidade de resposta “social” aos problemas que os traços cultur ais vão aos poucos se incorporando como elementos distintivos de um  povo, ao mesmo tempo, que se criam atividades econômicas, que passam a funcionar como mecanismos de auto-reprodução social. Constituem exemplos dessas atividades: cinema, teatro, música; literatura, artesanato, folclore, culinária, mas também comemorações que descrevem a trajetória histórica desse povo, como eventos festivos: religiosas e profanas e qualquer tipo de entretenimento.  Neste contexto, tomam especial atenção, os aspectos da cultura local, dita de caráter  popular (KASHIMOTO et. al. 2002) como: a culinária, o artesanato, o folclore, os ideioletos e a paremiologia (ditados, provérbios, ditos, e aforismas), a literatura oral (lendas e mitos), a poesia popular, a história oral, a vestuária cotidiana, a música popular, os instrumentos musicais de uso local, a arquitetura espontânea, a fotografia incidental, os ri tos de pass age m, as manifestações reli gi osas, as festas pop ul ares, a farmacopéi a extrativista, as relações locais às modalidades de trabalho e lazer, as relações locais aos elementos da natureza, formas de distribuição e exercício do poder local, entre outros Além disso, como bem assinalam Santana e Moreira de Souza (2003), sob a ótica econômica, enquanto setor produtor de riqueza material, a cultura pelo seu conteúdo simbólico, é respon sável pela forma ção da identidade dos indivíduos, tornando cada povo constitutivo do que é. 1

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ARRANJO PRODUTO LOCAL DE CULTURA E ENTRETENIMENTO

NA REGIÁO METROPOLITANA DE BELÉM

Marcelo Diniz

1. INTRODUÇÃO E ASPECTOS METODOLÓGICOS GERAIS

1.1 Introdução

Cultura é antes de tudo qualquer manifestação de adaptação dos grupos humanos as

condições interpostas ao seu desenvolvimento, sejam elas restrições do meio natural, mas

também aquelas originárias ao longo de seu convívio social: sua habilidade de superar as

dificuldades, seu aprendizado e transmissão de conhecimento, bem como sua capacidade

modificação de seu habitat. É através dessa capacidade de resposta “social” aos problemas

que os traços culturais vão aos poucos se incorporando como elementos distintivos de um

 povo, ao mesmo tempo, que se criam atividades econômicas, que passam a funcionar como

mecanismos de auto-reprodução social. Constituem exemplos dessas atividades: cinema,

teatro, música; literatura, artesanato, folclore, culinária, mas também comemorações que

descrevem a trajetória histórica desse povo, como eventos festivos: religiosas e profanas e

qualquer tipo de entretenimento.

 Neste contexto, tomam especial atenção, os aspectos da cultura local, dita de caráter 

  popular (KASHIMOTO et. al. 2002) como: a culinária, o artesanato, o folclore, os

ideioletos e a paremiologia (ditados, provérbios, ditos, e aforismas), a literatura oral (lendas

e mitos), a poesia popular, a história oral, a vestuária cotidiana, a música popular, os

instrumentos musicais de uso local, a arquitetura espontânea, a fotografia incidental, os

ritos de passagem, as manifestações religiosas, as festas populares, a farmacopéia

extrativista, as relações locais às modalidades de trabalho e lazer, as relações locais aoselementos da natureza, formas de distribuição e exercício do poder local, entre outros

Além disso, como bem assinalam Santana e Moreira de Souza (2003), sob a ótica

econômica, enquanto setor produtor de riqueza material, a cultura pelo seu conteúdo

simbólico, é responsável pela formação da identidade dos indivíduos, tornando cada povo

constitutivo do que é.

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Sob este prisma, o primeiro desafio que se coloca é como expressar os elementos

culturais que representem a identidade de um povo não simplesmente como a soma de

aspectos particulares que vão sendo incorporados ao longo de sua trajetória histórica pelos

diversos segmentos humanos que são integrados aquela sociedade. Assim, interessa

investigar as partes através do conjunto e como elas passam a ter influência e sãoinfluenciadas por este. Isto porque é o conjunto, ou seja, a cultura como expressão coletiva

em suas diversas manifestações que é o foco em questão.

O segundo desafio nasce da necessidade de conseguir captar o que distingue a

cultura da área delimitada do estudo, no caso a Região Metropolitana de Belém, em seu

aspecto particular, isto é, sua originalidade. Nesta direção três elementos culturais se

fundem: àqueles pertencentes à Região Amazônia, àqueles pertencentes ao Estado do Pará,

e àqueles que expressam apenas da territorialidade da Região Metropolitana de Belém e

suas características.

Com esse entendimento fica mais fácil do ponto de vista metodológico apontar que

atividades são mais representativas dessa expressão coletiva, pelo menos enquanto

formadora de atividades econômicas. Aqui, inclusive, aparece como elementos

característicos, diversas formas de lazer que a cultura local gera e reproduz.

O principal ponto de convergência da cultura da RMB, com a cultura do Estado do

Pará, e da Amazônia, é a influência do meio físico e da relação das populacionais

tradicionais com esse meio. Assim, os elementos da natureza, que denotam a exuberânciados rios e da floresta e sua utilização, tem uma representatividade marcante nos traços

culturais que distinguem o “modo de viver”, “modo de fazer” e o aprendizado dessas

 populações, com repercussões diretas em todas suas manifestações culturais.

Como bem ressaltado pelo Plano Amazônia Sustentável – PAS, a Amazônia

 brasileira se caracteriza por uma grande diversidade étnica, social e cultural, que congrega

diferenciações significativas entre a própria população nativa, como também quanto à

 população que imigrou para a região e seus descendentes. Assim, só em termos da

  população indígena, existem cerca de 160 povos, que professam 160 línguas em 14

diferentes troncos-famílias lingüísticos (MI, 2004).

A diversidade cultural abrange também as diferentes populações migrantes que se

fixaram na região, da colonização européia entre os séculos XVI ao XVIII, aos diferentes

“ciclos” de povoamento, de origem estrangeira e nacional entre os séculos XIX e XX.

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Destacam-se aqui, entre os migrantes estrangeiros, os japoneses e portugueses e entre os

migrantes nacionais, os advindos das regiões nordeste e, mais recentemente das regiões sul

e sudeste1. Além disso, os grupamentos urbanos existentes nas largas fronteiras da

Amazônia Ocidental sofrem influência dos povos que habitam os sete países de fronteira e,

no caso do Pará em especial da Guiana, Guina Francesa e Suriname.Desse modo, aliado a forte herança indígena que é o principal elemento formador da

cultura das “populações tradicionais” – ribeirinhos, caboclos, seringueiros, castanheiros,

 pescadores artesanais entre outros, a cultura local, em especial da Região Metropolitana de

Belém – como principal adensamento populacional na região – recebeu rica influência de

outras culturas nacionais e estrangeiras.

A diversidade cultural da Amazônia tem um duplo caráter. De uma parte a que pode

ser dita de natureza endógena resultado da evolução e diversidade cultural dos vários povos

autócnes, a que Mendes (2001) classificou como “Amazonidades”, isto é, a regionalidade

singular da realidade (local) da Amazônia, enquanto as características culturais geradas “in

loco e  sponte sua” e não contraídas por qualquer tipo de contágio ou exposição a outras

influências. Além do mais, é possível se identificar um ethos local criado pelos habitantes

do estado do Pará, com especificidades próprias que podem ser denominadas de

“paraensismos” (SEBRAE, 2003).

De outra parte os diversos aspectos culturais adquiridos dos vários ciclos de

migração que a região recebeu ao longo de sua história de colonização.Como bem assinala Benchimol, acerca desse troca de identidades, com os diversos

 povos que formam o processo cultural do povoamento e ocupação humana da Amazônia:

Essas maneiras do ser regional encontram-se com os outros modos, jeitos, crenças e valores

indígenas que, ao se amazonizarem, foram perdendo parte de suas identidades originais, adquirindo

conhecimento da região e criando novos padrões de comportamento e conduta tropical [...].

Segundo Lima e Pozzobon (2001) é possível a distinção de nove categorias sociaisque formaram a ocupação da Amazônia, com características econômico-culturais e

ambientais distintas: i) povos indígenas de comércio esporádico; ii) povos indígenas de

1 A Amazônia multi-étnica no dizer de Benchimol (1999), tem participação de pelo menos dez grupos: indíos,escravos africanos, portugueses, espanhóis, ingleses, italianos, americanos, Judeus (marroquinos), Sírio-Libanoeses, cearenses e gauchos

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comércio recorrente; iii) povos indígenas dependentes; iv) pequenos produtores

tradicionais; v) latifúndios tradicionais; vi) latifúndios recentes; vii) migrantes/fronteira;

viii) grandes projetos; ix) exploradores intinerantes.

Cada categoria dessas cria valores e motivações que direcionam a prática

econômica, mediante traços culturais característicos, que aos poucos transcendem aterritorialidade local e passam a ser incorporados, enquanto valores econômicos ao

conjunto dos habitantes da região.

Assim, existe na região uma riqueza cultural que se expressa em muitas e diferentes

manifestações, muitas delas em caráter inovador, seja porque é uma expressão singular que

não aparece em nenhuma outra região do país, seja porque absorvem na região, aspectos

  peculiares cujas características estão consonância com as especificidades da tradição e

hábitos locais. No primeiro caso, pode ser citada, tanto a culinária, que aproveita em seus

 pratos (típicos) ervas e frutos existentes na região e que tem forte influência indígena, como

também o artesanato, igualmente com forte influência indígena, e que tem no

aproveitamento dos recursos naturais da região traço marcante. No segundo caso pode ser 

referida à música local, de forte influência caribenha, mas com retoques e letras ligadas à

realidade da região.

Por isso mesmo, os três elementos culturais a serem explorados neste estudo serão a

música, o artesanato e a culinária. Não desprezando a importância de quaisquer outras

manifestações igualmente formadoras da identidade do povo da RMB, mas porque elas bem descrevem e identificam o perfil e foco perseguido: o aspecto particular da cultura da

Região Metropolitana de Belém, inserida no contexto regional e estadual, como aqueles

elementos que a descreve, ao mesmo tempo, que a diferencia; concomitante ao fato que os

três elementos se fundem e a outros elementos culturais e, ao mesmo tempo revelam um

 potencial competitivo, enquanto principais “produtos turísticos” da cultura paraense.

Em torno das mais diversas e diversificadas manifestações culturais na região

Amazônia e, com reflexo explícito sobre os vários municípios que compõem a Região

Metropolitana de Belém – RMB, está um conjunto sinérgico de atividades econômicas,

cujas aglomerações podem muito bem ser entendidas dentro do marco conceitual

circunscrito ao conceito de Arranjo Produtivo Local – APL (APL Serviço), ponto de partida

  para a nova reorientação dos programas de desenvolvimento regional, a serem

empreendidos pelo Ministério da Integração Nacional, no papel institucional ora exercido

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na região pela Agência de Desenvolvimento da Amazônia – ADA no esforço de fundação

de uma Nova SUDAM e de uma nova política de desenvolvimento regional para a região.

2 NOTAS METODOLÓGICAS

2.1 Nota Metodológica 1 – Definição do Objeto de Pesquisa

 Na tentativa de apreender a economia por traz das manifestações culturais e, mais

especificamente das atividades econômicas relacionadas ao artesanato, culinária e música,

na RMB, tendo como marco teórico à abordagem de Arranjo Produtivo Local e Sistema

Produtivo Inovativo Local, no escopo elaborado pela Redesist, o caminho percorrido se

orientou pela metodologia abaixo descrita.

Para as atividades vinculadas ao artesanato e música foi aplicado diretamente ao

“produtor” o formulário desenvolvido pela Redesist, a partir da definição de uma amostra

representativa em cada caso.

Todavia, o formulário-padrão da Redesist teve que ser modificado para comportar 

uma estrutura conceitual nas perguntas, ligada a realidade da atividade musical. Assim, por 

exemplo, onde no formulário se lia máquinas e equipamento foi substituído por 

instrumentos e equipamentos (som e iluminação) . De igual modo, por inovação do produto

se considerou, as relativas aos shows e Cds e por inovação de processo se considerouàquelas relativas ao processo de confecção e elaboração dos dois produtos: harmonia, letra,

arranjo, sistema de inovação entre outros.

Decidiu-se não aplicar o mesmo formulário para atividade econômica relacionada à

gastronomia, devido à dificuldade de isola-la, enquanto uma atividade produtiva autônoma

geradora de emprego e renda, voltada a reproduzir apenas as características da culinária

local, ligada à identidade perseguida. Ressalta-se, entretanto, que a partir de dados

secundários são feitas ilações acerca de sua importância econômica. Nesta particular será

feita especial ligação com a chamada “Economia do Círio”, uma vez que nesta data – festa

do Círio de Nazaré – a culinária assume mais forte expressão, como identidade cultural

local da RMB.

 No que diz respeito às duas outras atividades: artesanato e música, é preciso dizer 

que foram analisadas de forma isolada, a partir das tabelas de resultados gerados pela

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tabulação dos formulários aplicados. Isto, em verdade, fornece um caráter de mais de um

APL a ser identificado e analisado, embora, possam existir pontos de convergência em suas

análises.

Para o artesanato, entretanto, o estudo se valeu também, além das informações

tabuladas, usando como instrumento analítico o formulário-padrão da redesist, de umaoutra pesquisa realizada pelo SEBRAE em 2002, compreendendo o universo dos artesãos

identificados. Esta pesquisa forneceu um conjunto de informações adicionais muito

importantes para uma caracterização mais precisa da atividade, bem como a partir da

mesma pôde-se definir o universo sob o qual foi calculada a amostra.

Um aspecto importante a se destacar é a segmentação da atividade artesanal em

diferentes tipos, classificados, em geral, a partir da caracterização da matéria-prima

 principal que lhe dá origem. Dessa forma, tem-se o artesanato de madeira, couro, sucatas,

concha, entre outros. No entanto, evidencia-se, como artesanato de maior raiz cultural local,

àquele oriundo do aproveitamento de recursos naturais da região, como: minerais, barro,

raízes, ervas, frutos, sementes – que originam utensílios como cuias, bijuterias, cerâmica,

gemas e jóias e produtos “fármacos-místicos”. Neste caso, apesar das diferenças – que são

ressaltadas ao longo do trabalho – a amostra2  não fez distinção entre esses segmentos,

tornando a caracterização do artesanato como um único APL.

2.2 Nota Metodológica 2 – o escopo de análise.

De fato, embora a definição de Arranjo Produtivo Local venha assumindo

deferentes conotações, entre elas as adotadas pelo SEBRAE, BNDES, BNB, BASA,

guardam entre si e com a definição proposta pela Redesist a idéia comum assentada nos

seguintes pontos: i) aglomeração produtiva com uma certa espacialidade – no sentido de

que à formação de uma atividade produtiva cujas unidades produtivas independentemente

de seu grau de formalidade exploram a produção de um ou mais produtos com

características muito próximas; ii) espacialidade local – na perspectiva de que sob uma

espacialidade definida, que pode ser um município, Região Metropolitana, ou Estado, estas

unidades produtivas de alguma forma interagem; iii) cooperação – entendida como o meio

  pelo qual criam-se vínculos sistêmicos entre as unidades daquele aglomerado naquele2 Embora a amostragem seguiu uma relação de proporcionalidade assentada em dos pontos: i) tamanho decada segmento; ii) importância, quanto a identidade cultural perseguida.

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espaço, sejam eles exercidos por alguma forma de coordenação ou não; iv) aprendizado

formal ou não – onde se explicaria a dinâmica do processo “bem sucedido” de inovações,

entendida como a base do desenvolvimento e competitividade adquirida daquela

aglomeração, tal que adquiriria um papel de destaque na economia daquela espacialidade

local.Por essa via, embora, os vínculos sistêmicos existentes entre cada um dos diversos

segmentos sejam mais fortes e duradouros do que entre eles, especialmente quanto à

cooperação, eles existem e tem sido reforçado pelas diversas formas de governança com

quem mantém ligações.

Isto, portanto, vai ao encontro da própria definição da Redesist para APLS, pois

enfatiza a idéia de interação entre as empresas como a presença ativa de associações

 privadas ou sindicais e órgãos governamentais, enquanto seu papel de governança. Neste

sentido se cumpriria, através desses diversos órgãos formais ou não, uma articulação

orientadora no sentido tanto de se criar vínculos entre as empresas, em seus diversos elos da

cadeia produtiva, como também, agir como elemento facilitador institucional para permitir 

a expansão e manutenção dessas interações. Aqui assume importância a condução de

coordenação de atividades para a busca de competitividade o que inclui a maior inserção

desses empreendimentos no mercado internacional.

Este, inclusive, tem sido um aspecto muito enfatizado pelos órgãos do governo do

estado do Pará na promoção do “produto artesanal” paraense, na busca, sobretudo, decompetitividade, o que inclui sua inserção no mercado nacional e internacional.

Vale ponderar, que o aspecto de segmentação, embora, menos explícito, na atividade

musical, também está presente e adquire contornos gerais próximos daqueles observados

 para o artesanato. Dessa maneira, por exemplo, os segmentos poderiam ser divididos a

 partir dos diversos gêneros musicais, com implicações em sua dinâmica e modo de fazer 

em suas etapas do “processo produtivo”.

2.3 Nota Metodológica 3 – definição da amostra

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Artesanato

 Não existe pela Relação Anual de Informações Sociais, o número de trabalhadores

ocupados pela designação genérica de artesãos. Existe, entretanto, subdivisões deocupações de base artesanal, seguindo a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO

(2002), bem como as classificações internacionais como: Ocuppation Information Network 

  – O*NET, a Repertorie Opérationnel des Métiers et Emplois – ROME e a National

Occupational Classification – NOC). Quatro dessas subdivisões – famílias ocupacionais

teriam importância dentro do foco proposto nesta pesquisa: Artesãos de Metais Preciosos e

Semi-Preciosos; Ceramista, Confeccionadores de Artefatos de Madeira, Móveis de Vime e

Afins e Confeccionadores de Instrumentos Musicais.

A primeira família engloba todos as seguintes ocupações: fundidor (joalheria e

ourivesaria); gravador (joalheria e ourivesaria); laminador de metais preciosos, à máquina;

ourives; trefilador (joalheria e ourivesaria).

A segunda família englobas as ocupações de: ceramista; ceramista (modelador);

ceramista (torno de pedal ou motor); ceramista (torno semi-automático); ceramista

 prensador (prensa extrusora); ceramista prensador (prensa hidráulica).

A terceira família compreende as seguintes ocupações: cesteiros; confeccionador de

escovas, pincéis e produtos similares à mão; confeccionador de escovas, pincéis e produtossimilares, à máquina; confeccionador de móveis de vime, junco e banbu; esteireiro;

vassoureiro.

Por fim, a família dos confeccionadores de instrumentos musicais compreende as

seguintes ocupações: afinador de instrumentos musicais; confeccionador de acordeão;

confeccionador de instrumentos de corda; confeccionador de instrumentos de percussão

(pele, couro ou plástico); confeccionador de instrumentos de sopro (madeira);

confeccionador de instrumentos de sopro (metal); confeccionador de órgão; confeccionador 

de piano.

 Na utilização dessas informações como referência para definição da amostra, dois

seriam os problemas: i) a característica da própria atividade artesanal, em que o artesão

realiza todas as etapas do processo produtivo, leva a que existam poucos trabalhadores

cadastrados em cada modalidade de ocupação específica, isto subestmaria o número de

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trabalhadores registrados na RAIS em cada família de ocupação; ii) grande informalidade

da atividade artesanal, o que também subestimaria o número total de trabalhadores

registrados; iii) outros segmentos importantes da atividade artesanal na Região

Metroplitana, especialmente àquelas de caráter mais manual, como, por exemplo, na

“fabricação” de utensílios de miriti e balata, não entrariam nessa classificação.Devido a essas limitações a amostra foi definida a partir de pesquisa realizada pelo

Instituto ACERTAR em parceria com o SEBRAE em 2002, intitulada “Mapeamento do

Artesanato no Estado do Pará”, no qual identificou na Região Metropolitana de Belém

cerca de 728 artesãos, considerando informação oriunda dessa mesma pesquisa de que

cerca 1,3% desenvolve essa atividade como hobby, então, restaria um universo de cerca de

700 artesãos.

Admitindo-se que 90 dos artesãos a serem investigados possuem as características

desejadas, em que se baseia o formulário da redesist, quanto a: aprendizado, inovação,

cooperação, bem como gozem das mesmas vantagens relativas ao arranjo, então, para um

nível de significância de 95% e um erro admitido entre 5% e 10%, definiu-se uma amostra

representativa de cerca de 50 artesãos.

A coleta foi realizada a partir de informações obtidas junto às associações de

artesãos existentes, abrangendo as seguintes áreas: Rua do Paracuri – Icoaraci; Espaço São

José Liberto; Mercado do Ver-o-Peso; Praça da República (Feira do Artesanato); Mercado

São Braz; Fundação Curro Velho; e endereços diversos de oficinas/casas dos artesãos nomunicípio de Belém e Região Metropolitana.

Música

 Não existe um cadastro preciso que servisse de referência do total de bandas que

 poderiam estar em atuação na Região Metropolitana de Belém. A Ordem dos Músicos tem

um cadastro dos músicos em termos individuais, mas infelizmente este não pôde ser 

acessado3

. Com base em informações isoladas de pessoas do meio se estima, que o número de

 bandas existente, compreendendo todos os estilos musicas, seja em torno de 200 a 250

 bandas. Entretanto, também se estima que aproximadamente 100 estejam no “circuito

3 Após muitas solicitações feitas àquele órgão, sem sucesso, chegou-se a conclusão que este não seriadisponibilizado.

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regular”, realizando periodicamente shows e produzindo discos (CDs). Vale ressaltar, que o

“tempo de vida” de muitas delas é curto, o que dificulta, ainda, mais está estimativa.

Desse modo, da mesma forma que para os artesãos, admitindo-se aprioristicamente

que 90 dos músicos (bandas) a serem investigados possuem as características desejadas, em

que se baseia o formulário da redesist, quanto a: aprendizado, inovação, cooperação, bemcomo gozem das mesmas vantagens relativas ao arranjo, então, para um nível de

significância de 95% e um erro admitido entre 5% e 10%, a amostra representativa ficou

definida em cerca de 15 “indivíduos”.

2 ECONOMIA DA CULTURA E DO ENTRETENIMENTO DA REGIÃO

METROPOLITANA DE BELÉM – RMB.

2.1 Características da Economia Local

A Região Metropolitana de Belém é formada segundo o IBGE pelos seguintes

municípios: Belém, Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará. Entre esses

municípios existe uma gama muito grande de características culturais comuns, e outras que

estão ligadas ao processo de formação ocupacional dessas cidades. Assim, datas festivas,

inclusive, religiosas, e comemorativas são aspectos particulares que distinguem os

municípios por sua herança histórica e ligada aos processos de ocupação e formação do  povo residente. Por outro lado, compartilham entre si os habitantes da Região

Metropolitana, das mesmas raízes lingüísticas, das mesmas miscigenações dos povos – 

 portugueses, índios e negros, dando origem ao caboclo como predominância étnica em

qualquer um dos municípios; das mesmas danças, músicas, folclore, culinária, artesanato e

tradições.

A economia desta “Mesoregião” é ditada especialmente pela economia da capital

Belém, embora o município de Ananindeua tenha bastante representatividade nesta

Mesoregião e dentro do Estado, como pode ser atestado pela Tabela 1. De fato, por esta

tabela se percebe que a participação relativa do PIB municipal no PIB estadual é relevante

 para Belém que ocupou no período, entre 25 a 30% da economia paraense, enquanto que

 para Ananindeua, no mesmo período foi cerca de 5%. Para os demais municípios sua

importância relativa é muito pequena não chegando a 1%.

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Tabela 1

Participação Relativa do PIB dos Municípios da RMB no PIB do Estado.

1999 2000 2001 2002 2003

Ananindeua 5,17 5,05 5,07 4,89 4,63

Belém 27,91 29,32 27,48 25,67 24,94

Benevides 0,41 0,35 0,46 0,48 0,44

Marituba 0,55 0,61 0,87 0,78 0,72

Santa Bárbara 0,16 0,18 0,14 0,14 0,11  Fonte: IBGE/SEPOF/DIEPI/GERES

Em comum, as economias desses municípios têm sua composição setorial,

 predominantemente voltada as atividades de serviço, seguida da indústria e por último a

agropecuária. No caso do setor terciário, este responde por 60,65% e 58,06%, para osmunicípios de Belém e Ananindeua, respectivamente.

A representatividade do setor serviços na economia da Região Metropolitana de

Belém, tem dois efeitos imediatos que têm repercussão sobre as atividades artesanais e

musicais. Em primeiro lugar em termos ocupacionais, uma vez que a maioria da população

 passa a convergir para o setor serviços, onde existe um maior contingente de postos de

trabalho, formais ou não. Em segundo lugar, relacionado a uma tendência crescente do

aumento da informalidade. Adota-se a definição de informalidade relativa aos diversos

tipos de trabalho sem vínculo empregatício formalizado por meio de registro em carteira.

Aqui, inclui-se àquelas atividades desenvolvidas por conta própria4.

4 A definição de informalidade é bastante complexa. Alguns autores a conceituam a partir de certascaracterísticas comuns – este ponto será retornado adiante. Para uma discussão a respeito da informalidade nosetor serviços ver em Kon (2004).

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Gráfico 1

Composição Setorial do PIB dos Municípios da Região

Metropolitana de Belém

0

20

40

6080

Ananindeua

Belém

BenevidesMarituba

Santa Bárbara

Agropecuária

Indústria

Serviços

Fonte: IBGE/SEPOF/DIEPI/GERES, elaboração do autor.

Um reflexo das duas características anteriores é a baixa remuneração da população

que se traduz em um rendimento médio, independentemente do gênero, na formação de

dois grande grupos: até um salário mínimo e entre 1 salário até 10 salários mínimos. No

 primeiro ocorre a maior participação feminina, enquanto que para o segundo ocorre a maior  participação masculina.

Tabela 2

Rendimento Mensal (médio), Segundo a Classe de Rendimento e Gênero na RMB.

Classe de Rendimento Total de Homens (10

anos ou mais)

Total de Mulheres

(10 anos ou mais)

Rendimento

Médio dos

Homens

Rendimento

Médio das

Mulheres

Total 731.426 820.032 441 259Até 1 sal. mínimo 166.149 233.797 142 141,50

Mais de 1 a 10 sal. mínimos 298.645 194.367 3.590 3.588

Mais de 10 a 20 sal. mínimos 15.345 9.074 3.201 3.243

Mais de 20 sal. mínimos 6.600 2.145 6.451 7.401

Fonte: PNAD/IBGE – 2003.

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Outras características gerais da população, quanto à escolaridade e participação por 

gênero no mercado de trabalho estão dispostas, na Tabela 3. Nesta Tabela, percebe-se à

 predominância da população feminina, inclusive, quanto à participação na População

Economicamente Ativa – PEA, apesar da população ocupada compreender uma maior 

 população masculina que feminina. No que diz respeito ao grau de instrução verifica-se que cerca de 35% da população

tem até cinco anos de estudo, estando no outro extremo uma pequena parcela da população

que tem entre quinze anos ou mais, representando cerca de 4% da população.

Tabela 3

Características Gerais da População Residente da RMB.

Características Gerais Valores

População Residente 1.915.604População Feminina 992.782População Masculina 922.822Grau de InstruçãoAté 1 ano de estudo incompleto 93.719Até 5 anos de estudo incompletos 432.6235 Anos completos 152.785Até 8 anos de estudo incompletos 930.5768 anos de estudo completos 156.911Até 14 anos de estudo incompletos 1.443.15314 anos de estudo completos 13.86015 anos ou mais de estudo 82.995População Economicamente Ativa – PEA* 1.551.458

População Feminina 820.032População Masculina 731.426Com idade até 20 anos incompletos 371.236Com idade de 20 a 60 anos incompletos 1.045.585Com idade de 60 anos ou mais 134.307População Ocupada* 221.755População Feminina 107.246População Masculina 114.509

Fonte: PNAD/IBGE – 2003.Nota: * Na semana de referência.

2.2 Indústria Cultural e sua Institucionalidade

Quando se fala em indústria cultural, reporta-se às atividades econômicas ligadas à

  produção audiovisual, fonográfica, gráfica e, ainda os setores de rádio e tv. Na

contabilidade nacional apenas, o setor gráfico é incorporado como parte do PIB industrial,

enquanto, os demais setores são incluídos nos setor de serviços. Além disso, é na rubrica de

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comunicação, que aparecem outras atividades vinculadas como as das empresas de

telefônica e de correios. De igual modo, como assinala (ALVAREZ, 2003), a divisão das

indústrias culturais em bens e serviços tem implicações também na verificação das trocas

de produtos, em que pese suas diferenças de registros no Balanço de Pagamentos. Assim,

 por exemplo, enquanto a comercialização de livros é registrada na balança comercial, ointercâmbio de matrizes para discos e filmes é registrada na balança de serviços.

Segundo Alvarez (2003), no ano de 2000, o Brasil apresentou um déficit na área da

industrial da cultura de cerca de US$591,80 milhões, dos quais US$171,80 milhões

correspondeu ao resultado da balança de comércio do setor gráfico e US$420 milhões

correspondente a balança de serviços, exclusive, a importação de insumos e bens de capital

 para o setor, que se fosse incluído aumentaria o déficit em cerca de 200 milhões.

A dificuldade apreensão da repercussão do efeito individual das atividades

relacionadas à cultura e entretenimento se encontra relacionada à própria divisão que é

colocada para sua classificação enquanto atividade formal. Assim, o mercado formal da

cultura (e entretenimento) descrito na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

abrange tão somente as seguintes atividades: atividades de agências de notícias; atividades

de bibliotecas e arquivos; atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais e

reservas ecológicas; atividades de museus e conservação do patrimônio histórico;

atividades de rádio; atividades de teatro, música e outras atividades artísticas e literárias;

atividades de televisão; atividades desportivas; distribuição de filmes e de vídeos; gestão desalas de espetáculos; outras atividades de espetáculos, não-especificadas anteriormente;

outras atividades relacionadas ao lazer; produção de filmes cinematográficos e fitas de

vídeo; projeção de filmes e de vídeos.

 Neste escopo, aparecem misturadas no universo cultural, atividades relacionadas

 propriamente com a difusão cultural, como por exemplo, a indústria gráfica e editorial, bem

como, as atividades de rádio e TV, com atividades de natureza artística, relativa à

fotografia, fonografia, artes cênicas, espetáculos, entre outras, somadas, ainda, com

atividades da indústria do lazer e, mesmo desportiva.

 Na Tabela 4, aparece o número de estabelecimentos por tipo, no escopo acima

apresentado, da indústria cultural existente nos principais municípios que compõem Região

Metropolitana de Belém.

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Comércio varejista de art. fotografia ecinematografia

58 5 0

Fonte: Cadastro da Secretaria da Fazenda do Estado do Pará – Elaboração do autor.

Quanto ao número de pessoas empregadas no setor cultural na Região

Metropolitana de Belém, o Quadro 1, resume a sua distribuição por segmento da atividade.

Quadro 1

Distribuição do mercado de trabalho cultural na RMB – 2000.

RM. BelémEdição; edição e impressão de jornais 846Edição; edição e impressão de revistas 23Edição; edição e impressão de livros 18Impressão de jornais, revistas e livros 55Serv. de impressão de material escolar e de material para usos in... 101Execução de outros serviços gráficos 157Edição; edição e impressão de outros produtos gráficos 147Comércio varejista de livros, jornais, revistas e papelaria 1.087Total Edição de livros e leitura 2.434Edição de discos, fitas e outros materiais gravados 6Reprodução de discos e fitas 0Reprodução de fitas de vídeo 0Reprodução de filmes 3Total Fonográfica 9Total Publicidade 412Total Atividades Fotográficas 382Produção de filmes cinematográficos e fitas de vídeo 38Distribuição de filmes e de vídeos 64Projeção de filmes e de vídeos 149Atividades de cinema e vídeo 251Atividades de rádio 430Atividades de televisão 595Atividades de agência de notícias 0Total Atividades de rádio e televisão 1.025Atividades de teatro, música e outras atividades artísticas e literárias 95Gestão de salas de espetáculo 0Outras atividades de espetáculo não especificadas anteriormente 203Total Teatro, música e espetáculos 298Atividades de biblioteca e arquivo 228Atividades de museu e conservação do patrimônio histórico 0Total Conservação do patrimônio 228Ativ. De jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais e reservas 10Outras atividades relacionadas ao lazer 1.532Fabricação de instrumentos musicais 0Total Entretenimento e outras atividades ligadas à cultura 1.542Total Cultura na RMB 6.581Total Brasil 361.227

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Fonte: RAIS, 2000

O Quadro 1 retrata a distribuição, para dados da RAIS no ano de 2000, do mercado

de trabalho nas atividades classificadas como culturais, na Região Metropolitana de Belém.

Verifica-se, que do total de 6.581 empregados na área cultural, as atividades de maior 

ocupação formal, são as relacionadas a: edição de livros e leitura – 2.434; entretenimento e

outras atividades culturais – 1.542 e atividades de rádio e televisão – 1.025. Estas

atividades representam, cerca de 37%, 23% e 16%, respectivamente.

Importante fazer nesta distribuição, uma distinção entre àquelas atividades que

 possam representar de alguma forma produção (reprodução) da cultura local, como, por 

exemplo, as atividades de edição e impressão de: jornais, revistas e livros, que representam

cerca de 38% do segmento editorial, ou cerca de somente 14% do total cultural; as

atividades fonográficas e de teatro, música e espetáculos, que juntas representam apenascerca de 5% do setor cultura e aquelas relacionadas à conservação do patrimônio e

entretenimento, que perfazem cerca de 27% deste total.

Vele reforçar, que estes dados referem-se somente a atividade formal, existindo um

contingente, que poderia ser dito pertencer a indústria cultural, muito embora trabalhem na

informalidade e, em muitos casos na ilegalidade.

2.2.1 O Aparato Institucional.

Em termos gerais, o sistema institucional, que circunscreve as atividades culturais é

decomposto nas três esferas tradicionais de poder: federal, estadual e municipal. No âmbito

federal, como assevera (SILVA, 2002), a área cultural teve seu processo de construção

institucional, bem recente, a partir da segunda metade década de 1980. Todavia, na década

seguinte houve novamente um enfraquecimento do setor cultural no âmbito federal, para

somente no início da década de 2000, em virtude da demanda provocada por outros níveis

de governo (estadual e municipal), voltar a se reorganizar.Em verdade, a forma como a estrutura institucional evoluiu nos últimos anos pode

ser medida através de duas formas, o grau de importância que ela assume na esfera de

governo em termos da quantidade e qualidade de suas atividades, como também a evolução

dos dispêndios no caso, na área cultural nos últimos anos.

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Para fins de quantificação as despesas culturais abrangem as seguintes áreas

( SILVA, 2002): a) patrimônio cultural; b) livro leitura e biblioteca; c) música; d) artes

cênicas; e) artes plásticas; f) cinema e audiovisual; g) museus e arquivos; h) cultura popular 

e folclore; i) cultura afro-brasileira.

A Tabela 5 a seguir resume os dispêndios culturais realizados pelo Brasil nosúltimos anos e sua relação econômico-social. A importância da esfera federal no conjunto

dos gastos é bastante destacada. Todavia, alguns órgãos federais concentram um maior 

volume de despesas como a Fundação Nacional das Artes (FUNARTE); o Instituto do

Patrimônio Histórico (IPHAN) e a Biblioteca Nacional.

Tabela 5

Gastos Culturais nas Três Esferas de Governo em relação ao PIB  per capita.

Itens 1996 2002

População Residente (em mil) 157.482 174.632

PIB total (em R$ milhões correntes) 659.046 1.346.027

Gastos Culturais 946,20 2.056.955

Gastos Culturais Per Capita 6,01 11,78

Participação no PIB 0,14 0,15

Fonte: IPEA/DISOC apud Barbosa da Silva (2002).

 No âmbito federal e municipal as atividades culturais são coordenadas por uma

Secretaria de Cultura e por fundações e órgão setoriais, em geral, vinculadas a ela que

 participam na gestão, fomento e promoção de certas atividades específicas, encaradas como

 prioritárias. Entretanto, ao contrário do que se pode imaginar a priori é no âmbito municipal

(em nível agregado), que se verifica o maior volume de gastos entre as três esferas.

A Tabela 6 apresenta os gastos culturais, enquanto a despesa orçamentária realizada

e como proporção da despesa orçamentária e em termos  per capita para os Municípios da

Região Metropolitana de Belém. Observa-se, de uma maneira geral, que embora, a

comparação não se refira a um mesmo ano, que os gastos culturais  per capita nos

municípios da RMB, estão abaixo da média nacional, com variações significativas entre

esses municípios.

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Tabela 6

Despesas Culturais como Proporção das Despesas Totais nos Municípios da Região

Metropolitana de Belém – 2004.

Municípios Despesas Despesas Porcentagem Gastos CulturaisOrçamentária Cultura Total Per capita

Ananindeua 117.000.176,20 256.280,88 0,22 0,55Belém 851.487.972,90 14.506.954,92 1,70 10,46Marituba 32.916.188,34 481.945,15 1,46 5,14Santa Bárbara do Pará 7.268.085,60 116.073,87 1,60 9,09Fonte: Tesouro Nacional – www.secretariadotesouro.gov.br 

Estrutura do Governo do Estado do Pará e Município de Belém

Governo do Estado

A secretaria do estado que tem uma articulação direta com as atividades culturais, de

acordo com o organograma do Governo do Estado é a Secretaria Especial de Promoção

Social. Esta, no entanto, compreende três secretarias executivas, três fundações e um

instituto, que tem papéis específicos, no desenho do aparato institucional do governo do

estado, em ações específicas voltadas as atividades culturais em seu âmbito de jurisdição.

Além disso, e seguindo a as atividades foco deste estudo – artesanato e música,

diversas ações pontuais são realizadas no campo de atuação da Secretaria Especial deProdução, em alguns órgãos e Secretarias Executivas específicos, como: a Secretaria

Executiva de Indústria e Comércio – SEICOM e Companhia Paraense do Turismo – 

PARATUR.

Secretaria Especial de Promoção Social:

• Fundação Cultural do Pará "Tancredo Neves"

• Fundação Carlos Gomes

• Fundação Curro Velho

• Fundação de Telecomunicações do Pará - FUNTELPA

• Instituto de Artes do Pará - IAP

• Secretaria Executiva de Cultura - SECULT

• Secretaria Executiva de Educação - SEDUC

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• Secretaria Executiva de Esporte e Lazer - SEEL

• Universidade do Estado do Pará - UEPA

Secretaria Especial de Produção:

Secretaria Executiva de Indústria, Comércio e Mineração – SEICOM; Companhia Paraense de Turismo – PARATUR.

Órgãos

• Museu do Estado do Pará (MEP);

• Espaço Cultural Casa das Onze Janelas.

 No âmbito do governo do estado são inúmeros os eventos direcionados a promover a cultura do estado e, por extensão da RMB, entre eles destacam-se: Festival de Música do

Estado do Pará, Arraial da Cultura Junina, Fórum do Folclore do Estado do Pará, Festival

Internacional de Dança da Amazônia, Circuito Nazaré em todo canto - apresentação do

Gran Coral, EXPOTUR, Feira Panamericana do Livro. Além de outras ações mais pontuais

em diversas áreas artísticas, como exposições, lançamento de livros e Cds sobre artistas e a

cultura local.

  Na promoção de eventos de natureza cultural, é importante ressaltar a Lei de

Incentivo a Cultura – Lei Semear, criada pelo estado em 2003 5, para desenvolver os

seguintes segmentos culturais: artes cênicas, plásticas, gráficas, e filatelia; cinema e vídeo;

fotografia; literatura; música e dança; artesanato folclore e tradições populares; museus;

 bibliotecas e arquivos.

Estrutura da Prefeitura Municipal de Belém

Órgãos Municipais 

FUMBEL - Fundação Cultural do Município de Belém

SEMEC - Secretaria Municipal de Educação e Cultura

5 Lei 6.572/03, mediante dedução do ICMS devido às empresas “enquadradas” na Lei, em que peso o edital para aquele ano..

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Estabelecimentos de Lazer em Belém

Tipo Belém Marituba Benevides Ananindeua Santa BárbaraChoeperias, Whiskerias e outros

estabelecimentos especializados em

servir bebidas

364 2 7 39 2

Restaurantes 744 11 18 92 1Discotecas,Danceterias e similares 3 0 0 1 0Lanchonetes, casas de chá, sucos e

similares

207 2 1 13 0

Fonte: JUCEPA, Cadastro da SEFA – 2006.

Estrutura de Conhecimento

Embora como será verificado, o conhecimento codificado tem pouca influência na

determinação da informação e, por conseguinte, do processo de geração de inovação, tanto

no artesanato, como na música, no entanto, a criação de cursos superiores em artes, com

especialização em artes plásticas; gravura; pintura; escultura; design entre outros para o

artesanato e, também, na área de música em diversos tipos de instrumento, além de teoria

musical, pode mudar essa realidade.

  Na capital Belém existiam (2003) 14 instituições de ensino superior, sendo 4

  públicas e dez privadas, sendo que são assim categorizados: 4 universidades; 1 centro

universitário; 7 Faculdades, Escolas e Institutos e 2 Centros de Educação Tecnológica.Desses, apenas três universidades: Universidade Federal do Pará; Universidade Estadual do

Pará e Universidade da Amazônia oferecem cursos nas áreas de arte e design e/ou em

formação musical. Além disso, são oferecidos cursos técnicos afins no Centro de Educação

Tecnológica e Cursos de Músicas com habilitações diversas na Fundação Carlos Gomes.

2.3 Produto Cultural

A classificação da indústria cultural, como acima especificada, levando-se em conta

que se pretende captar o simbolismo e a diversidade da dimensão cultural da Amazônia, e

do Pará, é insuficiente para dar conta dos diferentes “produtos culturais”, que são a marca e

o diferencial de nossas especificidades locais.

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De fato, é preciso se apreender o que diferencia os aspectos particulares da

identidade, enquanto representativos da “Cara” da cultura local (SEBRAE, 2003), isto

inclui como “produtos típicos” dessa cultura diferencial:

a religiosidades expressa nas festas de santos e “Círios”, com seus tradicionaisarraiais;

•  banhos de ervas;

•  preparo de iguarias especificamente feitas para certas festas;

• as danças, como o carimbó, o siriá, a marujada;

• os pássaros;

• as crendices e lendas do imaginário popular;

• os pratos da rica culinária paraense; doces, quitutes, guloseimas em geral, feitas

com base nas nossa variada fruticultura;

• o artesanatato de miriti, fibras, flores, folhagens secas, cipós, sementes, madeira,

cerâmica;

• a arquitetura/ construções/ habitações: palafitas ribeirinhas, construções de época da

colonização; as canoas e barcos que percorrem as veias líquidas da região; na

arquitetura nacional, as “bandeiras” das portas dos dormitórios domésticos, seu pé

direito alto, a “varanda” ao redor da casa, a nossa arquitetura antiga, a construção decasas adequadas às condições climatológicas da região, construídas com a

tecnologia que melhore a sua qualidade; as casas de palha, as casas de madeira, as

casas de barro, tecnicamente bem projetadas; a cobertura das barracas com folhas de

 palmeiras entrelaçadas;

• os produtos medicinais; raízes;

• tecnologias e métodos de trabalho: as construções de casas e embarcações,

confecções de utensílios de cozinha, a preparação de chapéus de palhas e outros produtos florestais, etc;

• técnicas de adaptação e manipulação de natureza e do corpo: as redes para dormir 

são insubstituíveis para o repouso nas regiões de trópico úmido que têm altas

temperaturas; o banho freqüente que o índio ensinou ao brasileiro, principalmente

na Amazônia;

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• as redes de dormir, principalmente de fibras naturais;

• técnicas de produção e de industrialização (caseira) de frutas. A variedade e

  personalidade das frutas paraenses permitem a expansão desse setor e sua

 priorização;

• técnicas de manipulação de medicamentos com plantas regionais.• técnica de produção de barcos e de equipamentos de navegação. A diversidade de

tipos é grande, adaptados às diferenças geográficas das regiões.

Todos aspectos interligados, e que tem apreensão em alguns casos intangíveis, como

 produtos quantificáveis e comercializáveis. Daí, sua natureza simbólica e, mas que não

 pode ser desagregado daquilo que expressa a cultura da região.

2.3.1 O Círio de Nazaré

A Cultura da Região Metropolitana de Belém tem na religiosidade um dos seus

aspectos mais importantes. A maior manifestação dessa religiosidade se manifesta nas

romarias e festividades das padroeiras de cada município, cujo Círio de Nazaré é sua maior 

expressão. O Círio de Nazaré se tornou não só à festa principal do povo paraense, como

também o principal evento turístico do estado.

Como assevera Alves (2005):

“A festa e o Círio acionam um conjunto de símbolos que são próprios da identidade paraense, revelandotambém aspectos da vida social e da cultura da região; sua história, sua vida política e o sentimento de

 pertencimento a uma dada cultura e uma dada comunidade”. (p. 65)

Reforçado por Figueiredo (2005):

“[...] a cultura paraense manifesta-se em todos os bairros de Belém, na maioria das casas, quer pela culinária,

quer pela música, artes, etc. [...] São realizados muitos eventos em função do Círio como feiras de artesanato,manifestações da cultura popular (bois, carimbos, etc), exposições de arte, festas, festivais, entre outros. Esse

eventos aliam-se a ações organizadas pela igreja, pelas comunidades e pelo poder público.[...]” (p. 26 – 27).

De fato, a festa do Círio de Nazaré, é um momento em que o povo paraense expõe a

sua cultura, unindo em suas diversas manifestações, o religioso e o profano. A festa cria-se

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um elo de ligação, entre todos os aspectos culturais da RMB e Paraense. Isto aparece bem

visível, nos seus eventos que relacionam culinária, artesanato e música.

É preciso ressaltar, que organização da festa6, sob a responsabilidade da Diretoria da

Festa, encampa eventos desde o começo do ano até culminar com os eventos, que fazem

 parte das festividades do Círio, propriamente ditas.O interlace da festa do Círio com outros elementos culturais do Estado e RMB é

marcante. De fato, se desde do início da romaria, a feira de produtos regionais criada pelo

governador à época, Souza Coutinho, tinha como objetivo “estimular a vinda dos

mercadores a Belém”, hoje ela estimula a vinda dos artesãos de todas as partes do estado,

 para exporem seus produtos no “Arraial de Nazaré”, no entorno da Basílica de Nazaré.

Além da que já que ficou consagrada de a “feira de brinquedos de miriti”, que ocorre na

sexta-feira, na Praça da Sé e do Carmo.

Também na sexta-feira, após a romaria fluvial, com a chegada da imagem da Santa

na escadinha do Cais do Porto na Praça Pedro Teixeira, o Boi Pavulagem sai pelas ruas da

Cidade Velha, cujo arrastão termina na Praça da Sé onde está havendo a Feira do Miriti,

com uma grande manifestação de dança com as músicas do boi e de carimbo.

 No sábado é tradicional a festa da Chiquita na Praça da República, onde ocorrem

apresentações de carimbo e artistas locais.

Os números dessa festa, não só em termos dos romeiros que acompanham as várias

  procissões, bem como os valores gerados nas diversas atividades econômicas que estámovimenta traduzem sua importância cultural e econômica, para o município de Belém e

adjacências.

Para que se entenda, como esta manifestação religiosa movimenta a economia do

município de Belém e do estado, se descrito a seguir um breve resumo, de como se divide a

festa, em suas diversas e intensas atividades.

As romarias oficiais são em número de onze7, realizadas em um espaço de dezessete

dias. A Jornada por via terrestre e fluvial compreende 31 horas de procissão em uma

6 Existe no âmbito da Diretoria da Festa uma organização muito bem estruturada, tanto em níveladministrativo como operacional, contando com profissionais da mais alta competência, atuando em caráter voluntário, em vários segmentos da cidade de Belém. A diretoria é composta por um Conselho Consultivo euma Diretoria Colegiada, além de oito diretorias executivas: Administrativa-Financeira; Arraial; Decoração;Evangelização; Eventos; Marketing; Procissões e Sonorização.7 As romarias oficiais são as seguintes: Translado Basílica-Ananindeua; Romaria Rodoviária; RomariaFluvial; Romaria dos Motoqueiros; Transladação; Círio; Romaria dos Ciclistas; Romaria da Juventude; Círiodas Crianças; Romaria da Festa e Recírio.

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distância que alcança cerca de 112 km, em percursos ao longo das ruas da Região

Metropolitana de Belém e Baia do Guajará. As três maiores procissões são: a Procissão

Fluvial, com saída do porto de Icoaraci até a escadinha do cais e com duração de cerca de

três horas; a Transladação com cerca de cinco horas, no trajeto Colégio Gentil até a

Catedral (Igreja da Sé); e a romaria do Círio (realizada no domingo) – seu ponto culminante – com duração média de cerca de oito horas, no trajeto Catedral até a Basílica.

Segundo estimativas do DIEESE – Pa (2005) e Diretoria de Nazaré, as festividades

do Círio de 2005 – Festividade de número 213 ° – estas onze procissões, envolveram cerca

de 3,4 milhões de pessoas, 2 milhões de pessoas só na procissão principal de domingo,

sendo estimado um número de cerca de 63.200 turistas oriundos de outros estados do

Brasil.

Alguns números da festa podem ser destacado nos seguintes elementos: a)

transporte e hospedagem; b) ingressos de arquibancada; c) gastos com almoço do Círio; d)

gastos dos turistas; e) despesas da festa.

Tabela 8

Valor gerado com Arrecadação com Arquibancadas no durante a Festa do Círio – R$

Ano Preço Médio

Círio

Preço Médio

Transladação

 N° Lugares Valor  

2003 15,00 5,00 4.200 84.0002004 16,00 5,00 4.200 88.2002005 18,00 5,00 4.350 100.050

Fonte: Dieese, 2005 (mimeo).

Pela Tabela 8, verifica-se o valor gerado com a arrecadação oriunda da venda de

ingressos de arquibancadas em dois momentos das festividades do Círio: transladação e a

 procissão de domingo do Círio, durante os anos de 2003 a 2005. Neste período o preço

médio de um lugar na arquibancada na primeira procissão se manteve o mesmo – R$5,00,

enquanto que na segunda teve uma elevação de 6,7% entre 2004 e 2003 e de 12,5% entre

2004 e 2003, um aumento nominal de cerca de o dobro, comparado a variação anterior.

A Tabela 9, por sua vez, apresenta as despesas realizadas para organização da festa

nos anos de 2004 e 2005. Verifica-se um rol bastante diversificado de despesas, cada qual

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referente a um aspecto particular e ligado à própria tradição cultural seja origem laica ou

religiosa e que se integram nas festividades.

Tabela 9

Orçamento do Círio 2004 – 2005.Despesas por tipo 2004 2005Despesas com Evangelização 255.440,00 281.385,00Despesas com Procissões 74.897,00 83.521,00Despesas com Barraca da Santa 109.612,00 136.520,00Despesas com Marketing 33.718,00 14.100,00Despesa com Decoração 124.032,00 105.273,00Despesas com Sonorização 36.240,00 37.120,00Despesas com Promoções e Fogos 45.300,00 47.200,00Despesas com Arraial 121.505,00 125.301,00Despesas com Praça Santuária (CAN e Basílica) 40.800,00 45.220,00

Despesas com Funcionários Administrativos 36.609,00 51.286,00Despesas com a Guarda da Santa 24.000,00 45.000,00Despesas com Medalha e Fotos 2.592,00 2.920,00Donativos 130.000,00 230.000,00Total Geral 1.034.745,00 1.204.846,00Fonte: Dieese, 2005 (mimeo).

A Tabela 10 apresenta a evolução do número de romeiros que participam das

festividades do Círio de Nazaré, o que fornece uma dimensão da festa e das possibilidades

de geração de renda no período. Em verdade, parte da repercussão econômica da festa podeser medida a partir do ingresso de turistas e o gasto (presumido), como apresentado na

Tabela 4. Um valor relativamente baixo, considerando as potencialidades que o evento

oferece.

Tabela 10

Demonstrativo da Evolução do Número de Romeiros na Festa do Círio 1995-

2005.

Ano Número de Pessoas (média)1995 1.500.0002000 1.700.0002004 1.900.0002005 2.000.000

Fonte: Dieese, 2005 (mimeo).

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Tabela 11

Demonstrativo da Participação e Gastos de Turistas no Círio – 2004-2005.

Ano Número de Turistas Gasto Presumido dos Turistas(US$)

2004 60.346 20.694.0332005 63.214 21.952.785

Fonte: Dieese, 2005 (mimeo).

Estes turistas são na maioria originários das regiões nordeste e sudeste do Brasil,

com destaque maior para àqueles provenientes das cidades de São Luís e Fortaleza, e Rio

de Janeiro e São Paulo, quanto a primeira e segunda região, respectivamente.

 No Quadro 2, estão dispostas as passagens (só ida) das cidades consideradas como

de maior fluxo de origem de turistas na época do Círio a Belém. Fazendo um exercício

acerca da renda gerada com passagens, com base em sua média, um valor estimado de

cerca de 32 milhões e meio de reais seria obtido.

R$256,93 x 2 (ida e volta) x 63.241 = R$32.497.020,26

Quadro 2Preço Médio das Passagens Interestaduais, dos Principais Ingressos Turísticos.

CÍRIO/2004PROCEDÊNCIA VALOR DE PASSAGENS

Rio / Belém de R$ 399,80 a R$ 407,50São Paulo / Belém de R$ 389,00 a R$ 391,00Brasília / Belém R$ 224,00São Luiz / Belém R$ 112,00Fortaleza / Belém R$ 155,00Média R$256,93

Fonte: Pesquisa DIEESE/PA

Entretanto, a grande maioria dos participantes das festividades do Círio são

oriundos de municípios paraenses, de modo que é importante destacar os valores das

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 passagens com destino a Belém provenientes desses municípios, como é apresentado no

Quadro 3.

Quadro 3

Comparativo da Evolução do Preço Médio das Passagens Intermunicipais no Pará .

CÍRIO/2004PROCEDÊNCIA VALOR DE PASSAGENS

Mosqueiro R$ 4,00Salinas R$ 15,00Bragança R$ 15,00Vigia R$ 7,94Marudá R$ 15,50Castanhal Classic (*) R$ 5,00Capanema R$ 13,50Média R$10,85Fonte: Pesquisa DIEESE/PA

Quadro 4

Comparativo da Evolução dos Preços Médios dos Produtos Básicos que Fazem Parte

do Almoço do Círio 2004 – 2005

PREÇO MÉDIO PREÇO MÉDIO VARIAÇÃOPRODUTOS CÍRIO/2005 CÍRIO/2005 2004/2005R$ R$ %

PATO VIVO (Kg)(Comercialização em feiras) 10,00 9,00 11,11%PATO CONGELADO (Kg)(Importado de Santa Catarina) 8,39 7,48 12,17%PERU CONGELADO (Kg)(Temperado - Sadia) 7,36 6,53 12,71%PERNIL SUÍNO (Kg)(Aurora - Temperado) 8,54 8,21 4,02%

FRANGO RESFRIADO (Kg)(Americano) 3,23 3,20 0,94%FRANGO CONGELADO (Kg)(Brotão) 2,69 2,39 12,55%CHESTER (Kg)(Perdigão) 6,45 4,51 43,02%MANIVA PRÉ-COZIDA (Kg)(Círio Temperada Tradicional)

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(Supermercados) 2,16 1,83 18,03%MANIVA CRUA (Kg)(Feiras) 1,69 1,61 4,97%TUCUPI (Litro)(Feiras) 1,76 1,50 17,33%JAMBU (Maço)

(Feiras) 0,59 0,52 13,46%Fonte: Pesquisa DIEESE/PA

Os números apresentados acima, especialmente àqueles relativos ao número de

romeiros, sua origem, seus gastos e impactos sobre a economia, ganham mais rigor, quando

 ponderados sobre diversos fatores causais que explicariam este movimento de romeiros,

 bem como, se procede a individualização desses impactos, entre outros, durante e mês de

outubro.8

2.3.2 A Culinária Local

A definição da culinária como objeto de análise, também se prende a sua vinculação

direta com o artesanato e outras manifestações culturais. De fato, os contornos da cultura

indígena delegaram vários utensílios de fabricação artesanal, diretamente relacionados ao

modo de fazer e de consumir alimentos, de origem animal e vegetal seguindo a tradição

local.

 Na fabricação dos alimentos cuja matéria-prima é a farinha de mandioca, pode-se

extrair vários exemplos. Assim, para a retirada do tucupi, é utilizado o tipiti, instrumento

confeccionado de talas de arumã, cuja forma tabular com extremidades afuniladas, quando

erguido, a mandioca ralada colocada no tubo é espremida, para expelir o sumo. Também, da

mandioca amarela – brava, são retiradas além da farinha e tucupi, a tapioca, o povilho e a

goma, da qual resultam iguarias como minguaus, beijus, bolos e doces. Todasconfeccionadas e consumidas a partir da utilização de vários utensílios de origem artesanal,

como cuias, alguidares, peneiras e paneiros. Estes últimos tomando a forma de arte do

trançado tipicamente de origem regional. Aliás, possuindo utilidade não só para a culinária,

8 Atualmente existe uma Pesquisa coordenada também pela Redesist, sobre agentes culturais – Círio de Nazaré.

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mas ligado às atividades cotidianas da população. Dessa forma, distingui-se o grande

 paneiro –  panacu, com e sem tampo, destinado a guardar ou carregar objetos; o uaturá, um

 pouco mais alto que o anterior e feito de uambé , destinado a transportar alimentos; o ireru,

destinado exclusivamente para colocar a farinha; o picuá e uru, para carregar peixes; o

mariti para guardar caça e o  pacará com tampa, em formato de baú, destinado a guardar objetos de uso pessoal.

A cuia é, sem dúvida, um objeto culinário à parte. É originária da árvore chamada

de “cuiainha” pelos nativos, “cuieira” pelos portugueses e com nome científico de

“crescentia cuyte”. Seu modo de fazer envolve a utilização de um grande número de artigos

florestais de tradição indígena como: a escama do pirarucu, que serve como lixa; a folha do

caimbé utilizada para dar um lustro; a tapecu feita da casca da uteira, usada para pulverizar;

a resina do cumatê, que é obtida da casca da árvore do mesmo nome. As tinturas utilizadas

no seu acabamento, também, são feitas a partir de tintas naturais como o curi, tabatinga, o

tauá, o anil , e o urucu. Os nativos, inclusive, utilizam como pincéis, plumas de saracura, de

 jacamim ou de garça branca, com acabamento rendilhado feitas de  jamacaru (cacto) ou da

 palmeira patauá. Sem a cuia, pratos típicos da culinária, como o tacacá, o caribe, a sopa de

 peixe, perdem a paladar.

 No mercado do Ver-o-Peso, está a força cultural da culinária paraense aparece de

forma mais explícita. São ao todo 228 boxes de venda de comida onde o fluxo de

consumidores gera um faturamento mensal de R$ 600 mil. Isto corresponde há ummontante diário de R$ 21 mil.

É importante destacar, conforme corroboram alguns donos de boxe, que o aumento

nas vendas é decorrente principalmente das melhorias realizadas a partir da implantação do

novo espaço do Ver-o-Peso.

O aumento nas vendas de comida no Ver-o-Peso, além de dar retorno positivo aos

 proprietários, ainda contribui para a geração de postos de trabalho. Existem, em alguns

casos, proprietários que agregam 08 (oito) trabalhadores. Do lanche ao açaí, da tapioquinha

ao tacacá, tudo tem bastante saída no Ver-o-Peso. Entretanto, o produto que mais dinamiza

as vendas é o chamado PF (prato feito), os quais contribuem com elevada parcela do

faturamento. O preço baixo (em relação aos outros pontos de venda de comida) aliado a

generosas porções acaba por ser um atrativo a mais para elevar as vendas.

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Este é um dos principais motivos atrativos de clientes, mas não é o suficiente. De

acordo com os vendedores, o ambiente de comercialização e a relação vendedor/cliente são

muito valorizados no momento da decisão de consumo. A assepsia do estabelecimento

 juntamente com o bom atendimento, traduzido sob a forma de atenção ao cliente, fazem a

diferença no final do dia. Isto tem sido mais presente nos estabelecimentos do Ver-o-Peso, principalmente porque os clientes mudaram em grande parte. Por exemplo, nos anos de

1960 e inicio de 1970 a maioria dos clientes advinham das embarcações que ancoravam no

 porto. Atualmente, grande parte dos consumidores são turistas, os quais têm um grau maior 

de exigência de qualidade de atendimento. (O LIBERAL, PAINEL, 22 de fevereiro de

2006 p. 3).

A qualidade da comida vendida no Ver-o-Peso, principalmente as comidas típicas do

Pará, apesar de estarem com um valor um pouco mais elevado do que em outros

estabelecimentos populares, atraem um considerável número de clientes, uma vez que

apresenta, em termos de paladar, um mesmo padrão que as comercializadas nos  points mais

sofisticados de Belém. Isto vem contribuindo progressivamente no aumento da arrecadação.

A tendência é que nos próximos anos, mantido o crescimento do fluxo de pessoas no local,

o faturamento mensal total seja ainda mais elevado, não apenas por elevação do nível dos

  preços, mas principalmente pelo aumento do consumo, o que provocará expectativas

 positivas quanto ao futuro deste setor para a maioria dos seus comerciantes.

  Na Região Metropolitana de Belém, existem ainda, diversos restaurantesespecializados em pratos típicos da culinária regional, tornando-se ponto de referência ao

turista que visita a capital. Nos espaços públicos, como Estação das Docas, Mangal das

Garças, Espaço São José Liberto, além de restaurante, existe também, quiosques que

comercializam diversos tipos de iguarias locais.

Dentro da motivação de que a culinária é um dos produtos culturais e, por 

conseguinte, turísticos mais importantes do estado, desde de 2001 foi criado o evento: “Ver-

o-Peso da Cozinha paraense”, com o objetivo de incentivar a mão-de-obra local, que atua

no segmento a desenvolver o produto gastronômico do estado, bem como promover sua

divulgação nacional.

O evento é organizado por entidade de caráter privado, mas conta com as

 participações do governo do estado e prefeitura municipal de Belém, assim como outras

entidades de apoio como SEBRAE. O evento além de atrair vários “chefs” de cozinha

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nacionais e internacionais, conta em sua programação com uma visita ao mercado (feira) do

Ver-o-Peso; um “river tour gastronômico”; uma feira de produtos gastronômicos do estado;

oficinas; e concurso dividido em duas categorias: “Sabor Pará” e “Novos Talentos”.

3 ARRANJO PRODUTIVO DE ARTESANATO E MÚSICA

3.1 Caracterização Geral do(s) Arranjo(s).

Aspectos Comuns da Caracterização Empírica – artesanato e música.

As atividades econômicas envoltas no ambiente cultural da região Metropolitana de

Belém – RMB, particularmente as atividades de música e artesanato, conformam um

arranjo situado em países periféricos como definido por Santos, Crocco e Lemos (2002),

cujas características são assim definidas: a) capacidade inovativa débeis, enquanto capaz de

criar endogenamente a geração de progresso tecnológico; b) ambiente organizacional aberto

e passivo, no sentido que as funções estratégicas são determinadas externamente ao

sistema; c) ambiente institucional mais volátil e permeado por constrangimentos estruturais;

d) entorno destes sistemas com características de subsistência, ou seja, apresentando

densidade urbana limitada; baixo nível de renda  per capita; baixos níveis educacionais;

reduzida complementariedade com o pólo urbano e frágil imersão social. Neste âmbito aglomeram-se entorno dessas atividades, empresas de pequeno porte,

onde os elementos tácitos, de aprendizado através do “learning by doing” são a base tanto

do conhecimento individual como coletivo. Além disso, forma-se uma rede coorporativa,

cuja interdependência se entrelaça tanto de modo formal, como também, e maneira

informal. De uma lado, estão diversas formas associativas que permitem o artesanato em

seus diversos “espaços” de atuação: Mercado de São Braz; Espaço São José Liberto; Praça

da República; Icoaraci etc, ocupar nichos de mercado.

Assumem importância na constituição de formas de cooperação, as chamadas redes

horizontais e verticais, ao que pode se identificar o que Best (1998) chamou de “invisible

college”.

Constituem-se aqui uma situação semelhante a descrita por Lawson (1999) apud

Santos, Crocco e Lemos (2002), o compartilhamento coletivo de conhecimento tanto na

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tentativa de melhorar a qualidade de produtos e processos, como de ocupar segmentos de

mercado mais lucrativos, através da inserção da “marca” Pará em espaços, ainda não

ocupados em vitrines como feiras e exposições de caráter nacional.

Além disso, são coordenadas ações conjuntas para soluções de problemas comuns.

Assim, sobressaem-se entre as relações inter-firmas, processos de mobilização ecoordenação coletiva: como reuniões, trocas de experiências, encontros sociais informais,

 bem como direcionamento de reivindicações comuns. Tudo isso, de forma organizada e

coletiva, ainda que existam poucos vínculos diretos dos produtores em si em termos de

troca de conhecimentos técnicos e organizacionais. As relações inter-firmas acontecem

mais em termos de aglutinação de forças para pressionar as estruturas de governança do

 poder constituído, ou permitir de forma organizada e conjunta uma maior penetração no

mercado.

A forma como se delineiam a estrutura de governança é um aspecto muito

importante tanto no processo de organização coletiva, como na distribuição de tarefas e

divisão de responsabilidades. O sistema de governança através de mecanismos de

exposição e promoção, tenta induzir encadeamentos produtivos internos e externos.

Vele ressaltar, que embora as atividades de coordenação entre as empresas,

expressas através das diversas formas de associativismo vem logrando êxito na solução de

alguns problemas comuns – como a dotação de maior segurança, por exemplo. Estas

formas de associativismo ainda são frágeis especialmente do ponto de vista financeiro, demodo que suas ações são direcionadas a provisão de infra-estrutura e serviços, ou mesmo

criação e/ou multiplicação de atividades geradoras de inovação, conhecimento e tecnologia.

Assim, eles não têm capacidade de dinamicamente impulsionar o desenvolvimento de

arranjos, enquanto aglomeração não só organizada, mas também inovativa.

Dentro dos limites impostos pelas formas de associativismo, em geral, pela

imposição dos estatutos e deliberações das Assembléias, cada unidade produtiva individual

guarda total autonomia administrativa e gerencial e se beneficiaria de divisões coletivas,

especialmente, centralizadas na organização de eventos, participações em feiras, cursos

entre outros. Além disso, podem também gozar de externalidades positivas oriundas de

economias de aglomeração decorrentes dos diversos espaços físicos criados (onde estão

reunidos os produtores) e formas de aprendizagem “coletiva” nesses mesmos espaços.

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A caracterização geral do arranjo versa sobre o que Santos, Crocco e Lemos (2002)

chamam de aglomerações produtivas informais, onde prevalecem as seguintes

características: a) nível tecnológico baixo, em relação à fronteira da indústria; b)

capacidade de gestão precária; c) formas de coordenação e o estabelecimento de redes de

ligação inter-firmas pouco evoluídas; d) predomínio de uma forma de competição predatória via preços; e) baixo nível de confiança entre os agentes e informação pouco

compartilhada; f) infra-estrutura do aglomerado precária, estando ausentes os serviços

  básicos de apoio ao desenvolvimento sustentado da aglomeração, como serviços

financeiros e centros de produtividade e treinamento. Por tudo isso estas aglomerações não

se constituiriam em organizações produtivas sistêmicas, tal que não teriam atingido o status

de sistemas de produção locais – guardam, assim, características típicas de aglomeração

industrial localizadas em economias periféricas.

Características Comuns: artesanato e música.

i) Grande Segmentação em cada um dos “APLs”. A segmentação do artesanato é feita a

 partir da matéria-prima principal utilizada. Já a segmentação da música, foi pensada a partir 

do repertório musical adotado;

ii) Rede cooperativa articulada, embora seja diferenciada para os diversos segmentos de

cada APL, tendo o estado como principal coordenador. Muito no seguimento de música não

há uma articulação contínua e bem definida.

iii) Nível de Profissionalização das duas atividades crescente. Embora, dois aspectos tem de

ser destacados quanto ao mercado de trabalho: a) em muitos casos a ocupação não é tida

como ocupação principal, ou é exercida ao mesmo tempo com outra atividade profissional;

 b) Baixo nível de formalização das relações de trabalho.

iv) Estrutura organizacional de caráter familiar, especialmente no artesanato. Isto fragiliza a

capacidade administrativa e de gestão.

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v) Formas de aprendizado e reprodução do conhecimento tendo na estrutura familiar seu

fundamento e, baseado no processo learning by doing/learning by using e não no

conhecimento sistematizado.

vi) Grande potencial inovativo nas duas atividades, se bem que concretamente a

capacidade inovativa pode ser dita débil, enquanto capaz de criar endogenamente a geraçãode progresso tecnológico.

4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL – 

ARTESANATO

o Baixa produtividade;

o Mão-de-obra intensiva;

o Predominância de pequenas empresas com até 10 empregados;

o Forte incidência de relações familiares nas relações de trabalho;

o Baixa qualificação da mão-de-obra;

o Formas razoavelmente consolidadas de associativismo e cooperação;

o Baixa inovação tanto de produto como de processo, ainda que tem havido uma certa

reversão a esta tendência, especialmente quanto a inovação de produto;

o Alta informalidade.

Com relação à base familiar dos empreendimentos, Noronha e Turchi (2005),

chamam a atenção de sua importância na análise sócio-econômica dos aaranjos produtivos,

especialmente em pequenas cidades. Isto porque segundo estes autores a noção de

cooperação tão destacada no entendimento de APL tem que ser percebida envolta no

seguinte misto de relações: i) autoridade; ii) de mecanismos de controle explícitos típicos

de relações familiares; iii) do reconhecimento de interesses mútuos; iv) da sedimentação da

confiança, enquanto antecipação do comportamento do delegatário. Estas características

efetivamente são afetas ao artesanato paraense em seus variados segmentos. O vínculofamiliar é decisivo na relação de confiança em que se estabelece para transmissão de

conhecimento, enquanto um processo de dar continuidade àquela “tradição de família”. Ao

mesmo tempo, nas relações de trabalho, a autoridade hierárquica e as formas de controle do

trabalho são impostas seguindo a própria hierarquia familiar, muito mais na base do

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Gráfico 2

Ano de Fundação das Microempresas

até 1980

44%

1981-1985

7%

1986-1990

4%

1991-1995

9%

1996-2000

16%

2000-2003

20%

  Fonte: Elaborado pelo autor.

Por seu turno, o número de sócios fundadores é bastante reduzido, ficando em torno

de 90%, o número de empresas fundadas com até dois sócios.

Tabela 14

Número de Sócios Fundadores

Número deSócios

Fundadores

Micro Pequena MédiaNº

Empresas %

NºEmpresas %

NºEmpresas %

1 sócio23

53,5% 0 0,0% 1

100,0%

2 sócios15

34,9% 1

100,0% 0 0,0%

3 sócios 2 4,7% 0 0,0% 0 0,0%3 ou mais

sócios 3 7,0% 0 0,0% 0 0,0%Total 43 100% 1 100% 1 100%

Fonte: pesquisa de campo.

  Nessa primeira caracterização um aspecto que é evidenciado na pesquisa do

SEBRAE é o caráter familiar dessa atividade, tanto quanto a sua motivação, como na sua

estrutura de funcionamento. Assim, na Tabela 15, observa-se que cerca de 85% das

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empresas consideram a atividade artesanal como ocupação única ou principal, muito

embora, cerca de 15% a conduzam como atividade complementar ou hobby.

Tabela 15

Finalidade da Atividade Artesanal como Ocupação – 2002.

Atividade Artesanal que Desenvolve Absoluto RelativoÉ única 452 75,5É a Principal 53 8,8É Complementar 86 14,4É Hobby 08 1,3Total 599 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 

Por outro lado, entre as razões sugeridas como motivadoras dos indivíduos a

ingressarem na atividade artesanal, destaca-se a tradição familiar, a realização pessoal e a

insuficiência de emprego. Vale ressaltar, que como no formulário estas respostas eram

mutuamente exclusivas, isto impossibilitou que se captasse, a correlação muito grande que

existe entre essas respostas, especialmente entre as duas primeiras.

Outrossim, evidencia-se o papel do artesanato como uma atividade que tem na

tradição familiar seu elemento que dá uma sua dinâmica temporal, com repercussões diretas

sobre o processo e relações de produção.

Corrobora a origem e execução tipicamente familiar dessa atividade o próprio local

de trabalho onde esta é realizada, onde em cerca de 77% dos casos, realizada na própria

residência do artesão, como evidenciado na Tabela 16, assim como, são contraídas às

relações de trabalho, realizada com mão-de-obra tipicamente familiar – Tabela 17.

Tabela 16

Local de Trabalho – 2002.Local de trabalho Absoluto Relativo

 Na residência 463 77,3 Na Associação 06 1,0Oficina alugada 30 5,0

Outros 100 16,7Total 599 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 

Tabela 17

Como a Atividade artesanal é Desenvolvida – 2002.

Origem Absoluto RelativoIndividualmente 260 41,5

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Com familiares 275 43,9Com outros artesãos 63 10,1Com aprendizes 28 4,5Total 599 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 4.1.2 O Sócio Fundador 

Quanto ao perfil do sócio-fundador das unidades pesquisadas (Tabela 18),

destacam-se os seguintes aspectos: a) relativa igualdade por gênero na execução das

atividades, pelo menos quanto ao sócio da empresa, que, em geral, é por assim dizer o

“mestre-artesão”; b) a escolaridade é baixa prevalecendo o ensino fundamental incompleto

(31,7%) ou completo (29,3%); c) a idade prevalecente é até 20 anos (39%) e entre 21 e 40

anos (34,1%); d) cerca da metade com pais tendo sido empresários – aqui entendido

empresário como artesãos – o que reforça os resultados da pesquisa do SEBRAE, no qual a

tradição familiar é aspecto fundamental, nessa atividade.

Um aspecto que merece ser destacado é que a baixa idade dos sócios-fundadores

 pode ser atribuída em parte, devido ao fato da empresa ter assumido uma natureza formal

recente, muito embora já existisse, em alguns casos por mais de uma década, como mostrou

a Tabela 6. Isto revela, na verdade, uma nova geração de artesãos, que com maior grau de

instrução (cerca de 6,6% com grau superior completo ou incompleto), comparado aos seus

 pais, perceberam que a formalidade abre novas oportunidades de negócios para as unidades

 produtivas.

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Tabela 18

Perfil do Sócio-Fundador

Especificação MicroPeque

naMédi

a1. Idade

1.1. Até 20 anos40,0

% 0,0% 0,0%

1.2. Entre 21 e 30 anos31,1

% 0,0%100,

0%

1.3. Entre 31 e 40 anos15,6

%100,0

% 0,0%1.4. Entre 41 e 50 anos 4,4% 0,0% 0,0%1.5. Acima de 50 anos 4,4% 0,0% 0,0%

Total95,6

%100,0

%100,

0%

2. Sexo (%)2.1. Masculino

53,3% 0,0%

100,0%

2.2. Feminino44,4

%100,0

% 0,0%

Total97,8

%100,0

%100,

0%3. Pais Empresários (%)

3.1. Sim40,0

% 0,0%100,

0%

3.2. Não48,9

% 0,0% 0,0%

Total

88,9

% 0,0%

100,

0%4. Escolaridade (%)4.1. Analfabeto 2,2% 0,0% 0,0%

4.2. Ensino Fundamental Incompleto28,9

% 0,0% 0,0%

4.3. Ensino Fundamental Completo31,1

% 0,0% 0,0%

4.4. Ensino Médio Incompleto13,3

% 0,0% 0,0%

4.5. Ensino Médio Completo17,8

% 0,0% 0,0%

4.6. Superior Incompleto 2,2% 0,0%100,

0%

4.7. Superior Completo 4,4% 0,0% 0,0%

4.8. Pós-Graduação 0,0%100,0

% 0,0%

Total100,0%

100,0%

100,0%

5. Atividade antes de criar a empresa(%)5.1. Estudante Universitário 4,4% 0,0% 0,0%5.2. Estudante de Escola Técnica 2,2% 0,0% 0,0%

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5.3. Empregado de micro ou pequenaempresa local 6,7% 0,0% 0,0%5.4. Empregado de média ou grande

empresa local 2,2% 0,0% 0,0%5.5. Empregado de empresa de fora do

arranjo 0,0% 0,0% 0,0%5.6. Funcionário de instituição pública 6,7% 0,0% 0,0%

5.7. Empresário13,3

% 0,0% 0,0%

5.8. Outra64,4

%100,0

%100,

0%

Total100,0%

100,0%

100,0%

  Fonte: pesquisa de campo.

4.1.3 Características Gerais do Processo Produtivo

De uma maneira geral, a atividade artesanal desenvolvida na Região Metropolitana

de Belém, não difere de sua caracterização geral como artesanato: nível de utilização de

equipamentos e máquinas, baixo e rudimentar; divisão de tarefas, quando existe baseada no

gênero, onde assumem as tarefas manuais mais pesadas, enquanto as mulheres assumem

funções ligadas ao acabamento e decoração.

Tabela 19

Característica do Produto Artesanal – 2002.

Característica Principal do Produto Absoluto RelativoUtilitário 117 19,5

Decorativo 109 18,2Artístico 12 2,0Decorativo/utilitário 269 44,9Outros 92 15,4Total 599 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 

De acordo com a característica, no que concerne a sua finalidade, o produto

artesanal pode ser classificado em três modalidades: utilitário, decorativo, artístico, sendo

que esta classificação não é mutuamente exclusiva, em verdade, os próprios artesãos, em

sua maioria, classificam seus produtos possuindo dupla finalidade, podendo tanto ser decorativo, como utilitário.

De igual modo à matéria-prima utilizada nos trabalhos artesanais, pode ser ao

mesmo tempo natural e industrial, ainda que pela característica do tipo de artesanato

 paraense prevaleça a matéria-prima apenas de origem natural.

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Tabela 20

Origem da Matéria-Prima – 2002.Origem Absoluto Relativo

 Natural 412 68,8Industrial 101 16,9

 Natural/Industrial 86 14,4Total 599 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 

Pela Tabela 21, observa-se que o sistema de vendas ocorre tipicamente através da

venda direta ao consumidor, realizado, na maioria dos casos na própria casa ou oficina do

  produtor, ou através de mercados ou feiras. De fato, apenas cerca de 10% possui loja

 própria, 12,4% vende direto a lojistas e 11% o faz através de intermediários.

 

Tabela 21

Sistema de Vendas – 2002.Origem Absoluto RelativoDireto ao consumidor 338 34,3Em mercados, praças 228 23,1Direto a lojistas 122 12,4Através de intermediários 111 11,3Em Loja própria 93 9,4Outros 40 4,1Através de Associações 43 4,4Através de Cooperativas 11 1,1Total 986 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 

É através da associação para permitir a comercialização da produção, em feiras e

mercados, em espaços públicos, em geral, sob a coordenação do estado, que se manifesta à

cooperação entre os artesãos – como será ressaltado em seção posterior.Quanto às feiras, destaca-se a “feira do artesanato” realizada na Praça da República

em Belém, composta por 150 barracas padronizadas, comercializando diversos tipos de

artesanato, como definido na Tabela 22 a seguir. A feira congrega produtores de cinco

associações de produtores de artesãos: Associação de Microprodutores e Artesãos do

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Guamá – AMPAG; Associação das Mulheres Artesãs de Icoaraci – AMAI; Cooperativa dos

Artesãos de Icoaraci – COART; Associação dos Artífices e Produtores de Icoaraci – AAPI;

Cooperativa dos Microprodutores e Artesãos da Área Metropolitana de Belém – COMIP.

Além de três entidades filantrópicas: República do Pequeno Vendedor; Grupo de

Aposentados e Pensionistas da Prefeitura Municipal de Belém – PMB e Fundação PapaJoão XXIII.

Outro espaço importante para a comercialização dos produtos artesanais é o

“Espaço São José Liberto”, onde mais de 300 artesãos expõem, em regime de consignação,

em caráter permanente. Além desses, outros pontos de exposição pública são a Estação das

Docas, o Mangal das Garças, e o Mercado de São Braz.

Tabela 22

Número de Barracas por Tipo de Produto Integrantes da Feira do Artesanato

na Praça da República.

Produto Número de BarracasMetal 07Alimentos 08Comidas Típicas 01Durepox 15Chifre 02Madeira 12Perfumes Regionais 04Palha 02Cerâmica 04Couro 19

Vidro 02Tricô/crochê/bordado 07Macramê 03Bijouterias 07Bonecas 04Serigrafia 06Tecido 07Parafina 02

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Quadro 01Bolsas 01Diversos 36Total 150

Fonte: ATEC/SECON.

A Tabela 23 apresenta o número de feiras e equipamentos nos anos de 2004 e 2005,

que comercializam artesanato em Belém.

Tabela 23

Feiras e Mercados em Belém, que comercializam artesanato

Feiras/Ano2004 2005

Feirante Equipam. Feirante Equipam.

Acatauassu Nunes 0 0 0 0Augusto Correa 0 0 0 0Ariri Bolonha 0 0 0 0Bandeira Branca 1 1 1 1Barreiro 2 2 0 0Batista Campos 0 0 0 0Bengui 0 0 0 0Campina 3 3 0 0Comp. Catalina 0 0 0 0Comp. Guamá 0 0 0 0Comp. São Brás 0 0 0 0

Comp. Jurunas 0 0 0 0Cremação 0 0 0 0Damasco 0 0 1 1Entrocamento 2 2 1 1Jurunas 0 0 0 0Marambaia 0 0 1 1Mosqueiro 1 1 0 0Mundurucus 0 0 0 0Oito de Maio 0 0 0 0Olga Benário 0 0 0 0Outeiro 0 0 0 0Panorama XXI 0 0 1 1

Paruqe União 2 2 0 0Pedreira 1 1 0 0Porto da Palha 0 0 0 1Porto do Açaí 0 0 0 0Praça das Castanheiras 1 1 0 0Providência 0 0 0 0Sacramenta 0 0 0 0Santa Luzia 2 2 1 2São Benedito 1 1 0 0

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São Domingos 0 0 0 0São Gaspar  0 0 0 0Tavares Bastos 2 2 1 1Telegráfo 2 2 1 1Teófilo Conduru 0 0 0 0Terra Firme 1 1 0 0Ver-o-Peso 14 16 0 0

Verdejante IV 0 0 0 025 de Setembro 0 0 0 0Total 35 37 8 10

Fonte: DCT/DFMP/SECON

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Por sua vez, o Quadro 5 apresenta o número de lojas que comercializam artesanato

em Belém, segundo o bairro da capital.

Quadro 5

Lojas que Comercializam Artesanato em Belém

LOJAS BAIRRO

A. A. S. PINHEIRO ME - TOK MÍSTICO ATALAIA

A. B. NOBRE LOJA MARAJÓ CAMPINA

A. S. ARAUJO - CASA DA PALMA CAMPINA

ADRIANA ALMEIDA DE BRITO - LINART ARTESANATO BATISTA CAMPOS

ARTE NATIVA NAZARÉ

ARTES DA AMAZONIA LTDA CAMPINA

ARTESANATO JURUÁ LTDA - ARTESANATO JURUÁ VAL DE CANS

ARTESANATO JURUÁ LTDA - ARTESANATO JURUÁ ATALAIAARTESANATO JURUÁ LTDA - ARTESANATO JURUÁ SÃO BRAZ

ARTESANATO JURUÁ LTDA - ARTESANATO JURUÁ CAMPINA

ARTESANATO JURUÁ LTDA SÃO BRAZ

CASA AMAZONIA LTDA - ME CASA AMAZONIA CAMPINA

DUACIR ANTONIO VICENTE JUNIOR - ME ARTE MISTICA BATISTA CAMPOS

ESPAÇO CRISTAL COMERCIO LTDA BATISTA CAMPOS

FARTEC FAB. ARTE DE CIMENTO LTDA MARCO

FARTEC FABRICA DE ARTEFATOS DE CIMENTO LTDA. MATRIZ ICOARACI

J. SOARES MARTINS LTDA. BOM BOM DO PARÁ CAMPINA

LOJA DO ARTESANATO LTDA COMERCIO

M. E. F. P. GUIMARÃES EPP CARAMBOLADA BATISTA CAMPOS

M. C. PINHEIRO MONTEVERDE SOLDADINHO DE CHUMBO ATALAIA

M. PASSOS LTDA. VITORIA REGIA ARTESANATOS CAMPINA

M. S. F. COSTA ARTESANATO CASA GRANDE ATALAIA

MAURO FARIA DE MORAES ME CAMPINA

NOVO MILENIO ARTES LTDA ME CAMPINA

PATCA COMERCIO E ARTE LTDA BATISTA CAMPOSFonte: Sindilojas – Pará.

Como prevalece uma estrutura familiar, a relação de trabalho envolve familiaressem contrato formal, ainda que este processo venha cedendo espaço para relações formais

de trabalho. Importante dizer, que nas formas de informalidade, incluem-se os serviços de

caráter temporário.

Tabela 24

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Relação de Trabalho

 TiposMicro Pequena Média

NºPessoas %

NºPessoas %

NºPessoas %

SócioProprietário 63

18,5% 1 5,9% 1 1,6%

ContratosFormais 62,5

18,4% 8

47,1% 0 0,0%

Estagiário3,5 1,0% 2

11,8% 0 0,0%

Serviço Temporário 41

12,1% 1 5,9% 60

98,4%

Terceirados90

26,5% 5

29,4% 0 0,0%

Familiaressem contratoformal 79,8

23,5% 0 0,0% 0 0,0%

Total340

100% 17

100% 61

100%

Fonte: pesquisa de campo

A escolaridade do pessoal ocupado apresenta dois aspectos interessantes. O primeiro

é que não foram constatados trabalhadores analfabetos entre os ocupados na atividade.

Segundo, o grau de escolaridade aumenta com o tamanho da empresa.

Tabela 25

Escolaridade do Pessoal Ocupado

Grau de Ensino Micro Pequena Média1. Analfabeto 0 0 0

0,0% 0,0% 0,0%2. Ensino FundamentalIncompleto 75 0 60

29,2% 0,0% 98,4%3. Ensino FundamentalCompleto 33,6 0 0

13,1% 0,0% 0,0%4. Ensino Médio Incompleto 51 0 0

19,8% 0,0% 0,0%

5. Ensino Médio Completo 83,4 8 032,5% 72,7% 0,0%

6. Superior Incompleto 4 0 01,6% 0,0% 0,0%

7. Superior Completo 6 2 12,3% 18,2% 1,6%

8. Pós-Graduação 4 1 01,6% 9,1% 0,0%

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segmento, observa-se que o segmento de jóias puxa a média para cima, ficando o

faturamento médio dos outros dois segmentos: cerâmica e diversos em torno de

R$2.000,00/mês.

Tabela 27

Dificuldades Enfrentadas pela Empresa.

1° Ano Em 2005Diculdade

Nula Baixa Média Alta ìndic

e Nula Baixa Mádia Alta ìndice1. Contratarempregadosqualificados

18 3 8 10 0,40 17 12 4 5 0,29

46,2% 7,7% 20,5%25,6% 44,7% 31,6% 10,5%

13,2%

2. Produzir comqualidade

16 4 10 10 0,43 16 16 4 2 0,24

40,0% 10,0% 25,0%25,0% 42,1% 42,1% 10,5% 5,3%

3. Vender aprodução

9 9 6 16 0,56 8 7 11 13 0,56

22,5% 22,5% 15,0%40,0% 20,5% 17,9% 28,2%

33,3%

4. Custo oufalta de capitalde giro

11 8 6 14 0,51 9 5 7 16 0,59

28,2% 20,5% 15,4%35,9% 24,3% 13,5% 18,9%

43,2%

5. Custo oufalta de capitalpara aquisiçãode máquinas eequipamentos

18 4 4 10 0,38 14 7 5 7 0,37

50,0% 11,1% 11,1%27,8% 42,4% 21,2% 15,2%

21,2%

6. Custo ou

falta de capitalparaaquisição/locação deinstalações

26 4 2 6 0,22 20 5 2 5 0,24

68,4% 10,5% 5,3%15,8% 62,5% 15,6% 6,3%

15,6%

7. Pagamentode juros

31 2 2 3 0,13 26 3 4 4 0,20

81,6% 5,3% 5,3%7

,9% 70,3% 8,1% 10,8%10,8%

8. Outrasdificuldades

34 0 2 2 0,08 8 0 1 7 0,48

89,5% 0,0% 5,3%5

,3% 50,0% 0,0% 6,3%43,8%

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Empresas

no Segmento)Fonte: pesquisa de campo

Um aspecto especialmente importante do sistema de produção está relacionado com

as dificuldades encontradas pelas unidades produtivas para realizar a produção. Observa-se

que para a maioria das dificuldades elencadas, essas permanecem ao mesmo nível (medido

 pelo índice), tanto no primeiro ano, como quando comparado com o ano de 2005. Todavia,

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Tabela 28

Fatores Competitivos Determinantes para Manter a Capacidade Competitiva das EmpresasFonte: pesquisa de campo

Fatores competitivosMicro Pequena Média

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice* Nula

Baixa Média Alta

Índice* Nula

Baixa

Média Alta

Índice*

1. Qualidade da

matéria-prima eoutros insumos

5 2 8 30 0,79 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,00

11,1% 4,4% 17,8% 66,7% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%2. Qualidade da mão-de-obra

7 2 6 30 0,76 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,0015,6% 4,4%

13,3%

66,7% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

3. Custo da mão-de-obra

17 11 7 9 0,38 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,0038,6%

25,0%

15,9%

20,5% 0,0%

0,0%

100,0% 0,0% 0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

4. Nível tecnológicodos equipamentos

22 10 8 5 0,28 0 0 0 1 1,00 1 0 0 0 0,0048,9%

22,2%

17,8%

11,1% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0%

100,0%

0,0%

0,0% 0,0%

5. Capacidade deintrodução de novosprodutos/processos

19 2 7 17 0,48 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,0042,2% 4,4%

15,6%

37,8% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

6. Desenho e estilonos produtos

4 2 5 34 0,84 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,00

8,9% 4,4%

11,1

%

75,6

% 0,0%

0

,0%

100,0

% 0,0% 0,0%

0

,0%

0

,0%

100,0

%7. Estratégias decomercialização

15 4 10 15 0,50 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,0034,1% 9,1%

22,7%

34,1% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

8. Qualidade doproduto

5 2 4 34 0,82 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,0011,1% 4,4% 8,9%

75,6% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

9. Capacidade deatendimento (volumee prazo)

3 9 10 22 0,70 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,00

6,8%20,5

%22,7%

50,0% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

10. Outra 23 0 1 4 0,16 1 0 0 0 0,00 1 0 0 0 0,0082,1% 0,0% 3,6%

14,3%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

0,0%

0,0% 0,0%

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Figura 1: Cadeia Produtiva da Cerâmica

ARGILAIgarapé: Uxí, FORNECEDOR  

Paracurí, Livramento

PROCESSO PRODUTIVO

OLARIA

VAREJO

Exportação

OutrosEstados

Encomendana Região

Metropolitana de Belém

  ATA CADO

OUTROS PAÍSES

Limpeza para

retirada deresíduosvegetais(manual)

Marombautilizada

 parahomogeneizar a argila

Torno

Artesanal Desidratação 

Tirar a

Rugosidade

Forn

(12 a 1

ACABAME

Argila

Igarapé: Uxí,Paracurí,

Livramento

Matéria-prima Principal

Origem: Icoaraci

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Produtividade: 180 peças / dia.

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As características do processo produtivo especialmente, quanto às relações de trabalho vão

ao encontro daquelas que definem a informalidade no setor terciário (OIT, 1972), quais sejam:

i) facilidade de entrada; ii) propriedade individual ou familiar do empreendimento; iii)

operação em pequena escala; iv) utilização de materiais nacionais – no caso específico

“regionais”; v) processos produtivos intensivos em trabalho por meio de tecnologia adaptada;

vi) atuação em mercados não-regulamentados e altamente competitivos; vii) qualificação dos

trabalhadores adquiridas fora do sistema formal. Complementada pela existência de

ilegalidade, inclusive, quanto ao seu não registro oficial junto ao governo.

4.1.4 Dinâmica de Inovação.

4.1.4.1 A Geração do Conhecimento

Uma outra repercussão das relações familiares no processo de trabalho, diz respeito à

forma como é repassado o conhecimento tradicional, do conhecimento relativo as técnicas

artesanais. Assim, dos cerca de 65% indivíduos que repassam o conhecimento artesanal, em

cerca de 60% dos casos isto é feito a familiares, amigos, ou membros da comunidade onde o

artesão habita, em que, portanto, há algum vínculo de ligação entre esses indivíduos,

 particularmente familiares, para “seguir a tradição” da família. Isto pode ser visualizado com

auxílio das Tabelas 29 e 30.

A própria tradição do artesanato surge a partir do conhecimento de algum agente

específico, em geral, um “mestre-artesão” que passa a dominar a técnica, aperfeiçoa-la e

depois dissemina-la, naquela localidade. A Figura 2 ilustra como esse conhecimento tácito,

 passou a ser determinante em relação à cerâmica em Icoaraci.

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Figura 2

Origem da Inovação da Cerâmica de Icoaraci

Origem

Disseminação

Fonte: Elaboração do autor.

Tabela 29

Transferência de Conhecimento – 2002

Repasse de Conhecimento Absoluto RelativoSim 393 65,6 Não 206 34,4Total 599 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 

Tabela 30

MestreAntônio

Cabeludo

A partir da cópia tentar replicar figuras de

cerâmicas marajoara,

Conhecimento por 

uma revista

Conhecimento por 

visitas a museusré lica

MestreRaimundoCardoso

Dar novas formas e cores – artesanato se torna peça de

decoração

Diferenciação do produto

56

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Para Quem o Conhecimento esta sendo Repassado – 2002.Origem Absoluto RelativoFamília 192 34,1Amigos 140 24,6Comunidade 85 15,1Alunos 79 14,0

Instituições (pública/privada) 20 3,6Outros 21 3,7Empregados 20 3,6Cooperativa 06 1,1Sindicato 00 0,0Total 599 100,0Fonte: SEBRAE/ACERTAR 

A capacidade de inovar, especialmente em produto, refere-se particularmente, a

utilização de diferentes materiais na fabricação de produtos em cada segmento específico.

Segmento diferenciado é o de artesanato em jóia quem vêm utilizando na composição dosartigos produzidos de diferentes fibras, como curuá, côco e ou sementes e frutos, juntamente

com metais e gemas, como aspecto que efetivamente diferencia as jóias produzidas no Pará

(RMB). A inovação quanto aos desenhos de produtos ligados a temática indígena ou a

natureza amazônica, também vem se tornando em diferencial competitivo do artesanato

gerado na Região Metropolitana de Belém.

A inovação para o produtor tem, portanto, duplo caráter, inova-se na utilização de

diferentes materiais, bem como no traço típico que retrata a realidade do povo da região e sua

relação com a natureza. Isto dá a inovação realizada um caráter eminentemente endógeno,

fruto do esforço criativo, na maioria dos casos, individual, procurando agregar valor ao

artesanato produzido, valor este que nasce de sua percepção e da cultura que ele tenta

reproduzir.

A inovação em processo, como característica de técnicas rudimentares de produção, é

muito pequena, e quase sempre nasce da tentativa de solucionar um problema específico no

 processo produtivo, como a existência de impurezas na matéria-prima utilizada. Não é,

 portanto, um esforço contínuo de melhora, como o é na inovação de produto, que versa,inclusive, como inovação não existente no mercado.

A Tabela 31 mostra que a inovação de processo, bem como outros tipos de inovação

foram implementadas mais nas empresas de maior porte, pequena e média.

Tabela 31

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Características da Inovação

DescriçãoMicr

oPeque

naMédi

aSim Sim Sim

1. Inovações de produto68,9

%100,0

%100,0%

1.1. Produto novo para a sua empresa, mas já existenteno mercado? 24 1 068,6

%100,0

% 0,0%1.2. Produto novo para o mercado nacional? 18 1 1

51,4%

100,0%

100,0%

1.3. Produto novo para o mercado internacional? 8 1 124,2

%100,0

%100,0%

2. Inovações de processo 26,7%

100,0% 0,0%

2.1. Processos tecnológicos novos para a sua empresa,mas já existentes no setor?

11 1 034,4

%100,0

% 0,0%2.2. Processos tecnológicos novos para o setor de

atuação?4 1 0

12,9%

100,0% 0,0%

3. Outros tipos de inovação 51,1%

100,0%

100,0%

3.1. Criação ou melhoria substancial, do ponto de vistatecnológico, do modo de acondicionamento de produtos(embalagem)?

8 1 126,7

%100,0

%100,0%

3.2. Inovações no desenho de produtos? 23 1 171,9

%100,0

%100,0%

4. Realização de mudanças organizacionais(inovações organizacionais)* 22,2

%100,0

%100,0%

4.1. Implementação de técnicas avançadas de gestão ? 3 1 010,0

%100,0

% 0,0%4.2. Implementação de significativas mudanças na

estrutura organizacional?6 1 1

20,0%

100,0%

100,0%

4.3. Mudanças significativas nos conceitos e/ou práticasde marketing ?

6 1 120,0

%100,0

%100,0%

4.4. Mudanças significativas nos conceitos e/ou práticasde comercialização ?

7 1 1

23,3% 100,0% 100,0%4.5. Implementação de novos métodos e gerenciamento,

visando a atender normas de certificação (ISO 9000, ISSO14000, etc)?

1 1 13

,8%100,0

%100,0%

*Índice = (Nº Empresas com pelo menos um sim) / (NºEmpresas no Segmento)Fonte: pesquisa de campo

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O impacto da inovação reflete a característica principal em inovação de produto,

 permitindo ao mesmo tempo: a) ampliação da gama de produtos; b) ampliação da qualidade;

c) manutenção ou ampliação da sua participação de mercado. A preocupação com a qualidade

do produto é aspecto destacado em todos os segmentos e principal elemento motivador da

inovação perseguida. Isto ocorreu independentemente do porte da empresa.

Tabela 32

Impacto da Inovação

DescriçãoMicro Pequena

Nula BaixaMédi

a AltaÍndice* Nula Baixa

Média Alta

Índice*

1. Aumento daprodutividadeda empresa

3 3 11 14 0,69 0 0 0 1 1,009,7% 9,7%

35,5%

45,2% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

2. Ampliação dagama deprodutosofertados

1 2 13 18 0,78 0 0 0 1 1,00

2,9% 5,9%38,2%

52,9% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

3. Aumento daqualidade dosprodutos

1 10 3 16 0,69 0 0 0 1 1,00

3,3% 33,3%10,0%

53,3% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

4. Permitiu quea empresamantivesse a

sua participaçãonos mercadosde atuação

3 3 13 13 0,68 0 0 0 1 1,00

9,4% 9,4%40,6%

40,6% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

5. Aumento daparticipação nomercado internoda empresa

3 6 11 11 0,63 0 0 0 1 1,00

9,7% 19,4%35,5%

35,5% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

6. Aumento daparticipação nomercadoexterno daempresa

9 6 7 8 0,47 0 0 0 1 1,00

30,0% 20,0%

23,3%

26,7% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

7. Permitiu que

a empresaabrisse novosmercados

8 10 5 6 0,41 0 0 0 1 1,00

27,6% 34,5%

17,2%

20,7% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

8. Permitiu aredução decustos dotrabalho

16 5 6 4 0,29 0 0 0 1 1,00

51,6% 16,1%

19,4%

12,9% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

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9. Permitiu aredução decustos deinsumos

19 3 7 2 0,23 0 0 1 0 0,60

61,3% 9,7%

22,6% 6,5% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

10. Permitiu aredução do

consumo deenergia

25 0 4 1 0,11 0 0 1 0 0,60

83,3% 0,0% 13,3% 3,3% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0%11. Permitiu oenquadramentoem regulações enormas padrãorelativas aoMercado Interno

21 2 1 3 0,16 0 0 1 0 0,60

77,8% 7,4% 3,7%

11,1% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

12. Permitiu oenquadramentoem regulações enormas padrãorelativas aoMercadoExterno

22 1 1 3 0,14 0 0 1 0 0,60

81,5% 3,7% 3,7%

11,1% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

13. Permitiureduzir oimpacto sobre omeio ambiente

22 0 1 2 0,10 0 0 1 0 0,60

88,0% 0,0% 4,0% 8,0% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) /(Nº Empresas no segmento)Fonte: pesquisa de campo

Os resultados da Tabela 33, constância de inovação, podem levar a uma análise

contraditória do que foi dito acima, pelo menos no que diz respeito às Microempresas

artesanais. Isto porque a inovação, embora, quanto ao produto tenha aspecto contínuo, não

nasce de um departamento específico, ou de Pesquisa e Desenvolvimento formal na empresa.

Assim, este item como os demais foram considerados baixos para as unidades pesquisadas.

Para as duas empresas de porte pequeno e médio, a rotina de inovações é mais destacada,

quanto a projetos industriais ligados aos novos produtos, bem como quanto à implantação de

 programas de treinamento.

Tabela 33

Constância da Inovação nas Microempresas Pesquisadas

DescriçãoMicro

Nãodesenvolveu Rotineiramente

Ocasionalmente Índice*

1. Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)na sua empresa

20 2 4 0,1576,9% 7,7% 15,4%

60

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2. Aquisição externa de P&D 17 6 3 0,2965,4% 23,1% 11,5%

3. Aquisição de máquinas eequipamentos que implicaram emsignificativas melhorias tecnológicasde produtos/processos ou que estão

associados aos novosprodutos/processos

19 5 3 0,24

70,4% 18,5% 11,1%4. Aquisição de outras tecnologias(softwares, licenças ou acordos detransferência de tecnologias taiscomo patentes, marcas, segredosindustriais)

24 2 0 0,08

92,3% 7,7% 0,0%5. Projeto industrial ou desenhoindustrial associados àprodutos/processostecnologicamente novos ousignificativamente melhorados

24 3 0 0,11

88,9% 11,1% 0,0%6. Programa de treinamento

orientado à introdução deprodutos/processostecnologicamente novos ousignificativamente melhorados

19 6 1 0,25

73,1% 23,1% 3,8%7. Programas de gestão da qualidadeou de modernização organizacional,tais como: qualidade total,reengenharia de processosadministrativos, desverticalização doprocesso produtivo, métodos de “justin time”, etc

26 0 0 0,00

100,0% 0,0% 0,0%8. Novas formas de comercializaçãoe distribuição para o mercado deprodutos novos ou significativamentemelhorados

22 3 1 0,13

84,6% 11,5% 3,8%*Índice = (0*Nº Não desenvolveu + 0,5*Nº Ocasionalmente + NºRotineiramente) / (Nº Empresas no Segmento)Fonte: pesquisa de campo

As fontes de informação denotam como se reproduz o conhecimento do processo

 produtivo. De um lado, como fonte interna na própria área de produção, enquanto processo

criativo. De outro, a partir de fonte externa, de conhecimento já codificado de experiênciaadquirida como de feiras e órgãos de capacitação como o SEBRAE, internet, institutos de

 pesquisa e universidade.

Tabela 34

Fontes de Informação para as Empresas

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Descrição

Micro Peq MedÍndice*

Índice*

Índice*

1. Fontes Internas  1.1. Departamento de P & D 0,26 0,60 0,00

 1.2. Área de produção 0,65 1,00 0,00

 1.3. Áreas de vendas e marketing 0,51 1,00 0,00

 1.4. Serviços de atendimento ao cliente 0,48 1,00 0,00

 1.5. Outras 0,32 0,00 0,00

 2. Fontes Externas  

2.1. Outras empresas dentro do grupo 0,28 0,00 0,00

 2.2. Empresas associadas (joint venture) 0,09 0,00 0,00 

2.3. Fornecedores de insumos (equipamentos, materiais) 0,48 1,00 0,00 

2.4. Clientes 0,69 1,00 1,00 

2.5. Concorrentes 0,57 0,30 0,00 

2.6. Outras empresas do Setor 0,24 0,30 0,00 

2.7. Empresas de consultoria 0,14 0,60 0,00 

3.Universidades e Outros Institutos de Pesquisa  3.1. Universidades 0,34 0,60 0,00

 3.2. Institutos de Pesquisa 0,39 0,60 0,00

 3.3. Centros de capacitação profissional, de assistência técnica

e de manutenção0,58 1,00 0,00

 Tabela 35

Fontes de Informação para as Empresas  Cont

.4. Outras Fontes de Informação

Micro Peq Med

4.1. Licenças, patentes e “know-how” 0,59 0,60 1,00 

4.2. Conferências, Seminários, Cursos e PublicaçõesEspecializadas

0,46 0,60 1,00 

4.3. Feiras, Exibições e Lojas 0,74 1,00 1,00 

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4.5. Associações empresariais locais (inclusive consórcios deexportações)

0,26 1,00 1,00 

4.6. Informações de rede baseadas na internet ou computador 0,42 0,60 1,00

 Fonte: pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Empresas no

Segmento)

Pela Tabela 35, percebe-se que para as microempresas à informação adquirida pela

experiência dentro da empresa, nas atividades de produção são muito importantes, entretanto,

assume grande importância, também, a informação obtida, pelas externalidades geradas por 

outros agentes como clientes e mesmo outras empresas, especialmente em eventos como feiras

e exposições. Para as empresas de maior porte, elas conseguem absorver informação mais

intensamente de outras fontes, como universidades e associações empresariais.

4.1.5 Treinamento e Capacitação

A efetividade de treinamento segue a segmentação da atividade. Assim, enquanto para

alguns segmentos o treinamento como uma atividade regular não existiu, para outros

segmentos, por assim dizer, mais profissionalizados, como o segmento de jóias, este tem sido

um aspecto destacado. Embora, não seja realizado somente dentro da unidade produtiva, masdentro do próprio arcabouço institucional criado para tanto. O índice para as microempresas

artesanais, não ultrapassa a 0,5 para todos os itens, devido a essa diferenciação. Entretanto

 para as pequenas e médias atinge 1, para os dois primeiros itens: treinamento na empresa e

treinamento em cursos técnicos realizados no arranjo.

Tabela 36

Treinamento nas Microempresas Artesanais

DescriçãoMicro

Nula Baixa Média AltaÍndic

e*1. Treinamento na empresa 20 1 10 12 0,43

46,5% 2,3% 23,3% 27,9%2. Treinamento em cursos técnicosrealizados no arranjo

19 4 6 15 0,4543,2% 9,1% 13,6% 34,1%

63

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3. Treinamento em cursos técnicosfora do arranjo

24 6 5 7 0,2857,1% 14,3% 11,9% 16,7%

4. Estágios em empresasfornecedoras ou clientes

41 1 1 0 0,0295,3% 2,3% 2,3% 0,0%

5. Estágios em empresas do grupo 40 3 0 0 0,0293,0% 7,0% 0,0% 0,0%

6. Contratação detécnicos/engenheiros de outrasempresas do arranjos

35 5 1 2 0,10

81,4% 11,6% 2,3% 4,7%7. Contratação detécnicos/engrenheiros de empresasfora do arranjo

43 0 0 0 0,00

100,0% 0,0% 0,0% 0,0%8. Absorção de formandos doscursos universitários localizados noarranjo ou próximo

37 2 2 2 0,09

86,0% 4,7% 4,7% 4,7%9. Absorção de formandos doscursos técnicos localizados noarranjo ou próximo

34 4 3 1 0,10

81,0% 9,5% 7,1% 2,4%

Fonte: pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Empresas noSegmento)

4.1.6 Cooperação

A Cooperação é bastante destacada pelas empresas artesanais, especialmente às

microempresas. De fato, a presença de associações, que exercem papel de coordenação com

alguns espaços físicos importantes como COMIP, no Mercado de São Braz; ARTEPAM, nafeira do artesanato na praça de República; COSAPA, no bairro do Paracuri em Icoaraçi, além

daqueles de natureza pública cuja coordenação é exercida pelo estado, tem criado maiores

oportunidades através da venda conjunta de produtos. Todavia, exercem papel aglutinador no

estabelecimento de outras formas de cooperação como para as reivindicações comuns,

obtenção de financiamento e participação conjunta em feiras e capacitação de recursos

humanos.

Tabela 37

Realização de Cooperação pelas Empresas

 Tamanho daEmpresa Sim Não Total

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1. Micro 36 8 44

81,8% 18,2% 100,0%2. Pequena 1 0 1

100,0% 0,0% 100,0%3. Média 1 0 1

100,0% 0,0% 100,0%4. Grande 0 0 0

0,0% 0,0% 0,0%Fonte: pesquisa de campo

As formas de cooperação vêm sendo um diferencial da atividade, uma vez que o

estado, bem como, as associações, têm desempenhado uma função destacada em alguns

segmentos. O papel do estado tem sido principalmente de criar e internalizar uma mentalidade

nos artesãos voltada as necessidades do mercado. Para tanto, tem promovido programas de

capacitação e treinamento, bem como servido de coordenador nas experiências de

associativismo. Isto inclui a dotação de uma infra-estrutura física que permite a transmissão de

conhecimento e treinamento, assim como para a comercialização de produtos. Espaços físicos

dessa natureza são principalmente, o Espaço São José Liberto a Fundação Curro Velho. Não

obstante, o estado vem intervindo no sentido de reforçar certos elos considerados frágeis na

cadeia produtiva. Assim, a experiência do São José Liberto, como Pólo Joalheiro, é exemplar 

nessa direção. Alia-se capacitação, com coordenação e, ao mesmo tempo, se introduz

mecanismos para que na base, por exemplo, no fornecimento de matérias-primas, oriundo

especialmente de Itaituba, Floresta do Araguaia e Paraopebas, possam ser atendidas.

Pela Tabela 37, verifica-se que mais de 80% das unidades exercem algum tipo de

atividade cooperativa, o que é exercida por empresas concorrentes mediante diferentes formas

de cooperação. A presença de institutos de pesquisa e das universidades, ainda é muito

incipiente. A presença do SEBRAE como órgão de apoio e promoção é reforçada.

Tabela 38

Parceiros na Cooperação nas Microempresas

65

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AgentesMicro

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice*

1. Empresas  1.1. Outras empresas dentro do

grupo12 5 7 1 0,15

48,0

%

20,0

%

28,0

% 4,0%1.2. Empresas associadas (joint

venture)24 1 0 0 0,01

96,0% 4,0% 0,0% 0,0%

1.3. Fornecedores de insumos(equipamentos, materiais,componentes e softwares)

6 3 10 7 0,3123,1%

11,5%

38,5%

26,9%

1.4. Clientes 5 0 9 13 0,4118,5% 0,0%

33,3%

48,1%

1.5. Concorrentes 5 2 4 26 0,6413,5

% 5,4%

10,8

%

70,3

%1.6. Outras empresas do setor 10 9 3 2 0,1441,7%

37,5%

12,5% 8,3%

1.7. Empresas de consultoria 20 0 2 1 0,0587,0% 0,0% 8,7% 4,3%

2. Universidades e Institutos dePesquisa  

2.1. Universidades 9 8 4 4 0,2036,0%

32,0%

16,0%

16,0%

2.2. Institutos de pesquisa 10 1 9 3 0,19

43,5% 4,3%

39,1%

13,0%

2.3. Centros de capacitaçãoprofissional de assistência técnica ede manutenção

14 1 5 5 0,1856,0% 4,0%

20,0%

20,0%

2.4. Instituições de testes, ensaiose certificações

19 0 2 0 0,0390,5% 0,0% 9,5% 0,0%

3. Outros Agentes  3.1. Representação 17 2 3 3 0,12

68,0% 8,0%

12,0%

12,0%

3.2. Entidades Sindicais 13 3 9 1 0,1650,0%

11,5%

34,6% 3,8%

3.3. Órgãos de apoio e promoção 9 1 4 14 0,3732,1% 3,6%

14,3%

50,0%

3.4. Agentes financeiros 13 2 1 13 0,3244,8% 6,9% 3,4%

44,8%

66

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*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (NºEmpresas no Segmento)

Fonte: pesquisa de campo

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Tabela 39

Formas de Cooperação

Descrição

Micro Pequena Média

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice* Nula Baixa

Média Alta

Índice* Nula

Baixa

Média Alta

Índice*

1. Compra deinsumos eequipamentos

21 8 3 7 0,25 0 1 0 0 0,30 1 0 0 0 0,0053,8

%20,5%

7,7%

17,9% 0,0%

100,0% 0,0% 0,0%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

2. Vendaconjunta deprodutos

8 1 6 24 0,62 0 0 0 1 1,00 0 0 1 0 0,6020,5

%2

,6%15,4%

61,5% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

100,0% 0,0%

3.Desenvolvimento de Produtose processos

18 1 9 11 0,37 0 0 1 0 0,60 1 0 0 0 0,00

46,2%

2,6%

23,1%

28,2% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

4. Design eestilo deProdutos

17 4 10 8 0,34 0 0 0 1 1,00 0 0 1 0 0,6043,6

%10,3%

25,6%

20,5% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

100,0% 0,0%

5. Capacitaçãode RecursosHumanos

17 3 8 11 0,37 0 0 0 1 1,00 0 0 1 0 0,6043,6

%7

,7%20,5%

28,2% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0%

100,0% 0,0%

6. Obtenção definanciamento 12 1 5 21 0,54 0 1 0 0 0,30 0 0 0 1 1,0030,8%

2,6%

12,8%

53,8% 0,0%

100,0% 0,0% 0,0% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0%

7.Reivindicações

12 10 2 15 0,43 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,0030,8

%25,6%

5,1%

38,5% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0%

8. Participaçãoconjunta emfeiras, etc

13 6 6 14 0,43 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,0033,3

%15,4%

15,4%

35,9% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0%

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9. Outras 19 0 0 5 0,11 1 0 0 0 0,00 0 0 0 1 1,0079,2

%0

,0%0

,0%20,8%

100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

0,0% 0,0%

100,0%

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) /(Nº Total de Empresas)Fonte: pesquisa de campo

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As formas de cooperação são apontadas especialmente pelas microempresas, como

mecanismos eficientes para se obter financiamento conjunto, como também para venda

conjunta de produtos, inclusive, quanto à participação em eventos comerciais como feiras.

Para as pequenas e médias outros aspectos são assinaladas como importantes quanto a

cooperação. Assim, é ressaltada a cooperação no auxílio a capacitação dos recursos humanos e

na melhor definição do estilo e designe dos produtos.

A Fundação Curro Velho, por sua vez, através de suas oficinas cria um espaço que

multiplica a própria transmissão do conhecimento.

Tabela 40

Avaliação das Ações Conjuntas

MicroPeq. MedNula Baixa Média Alta Índice* Índice* Índice*

1. Melhoria naqualidade dos produtos

13 5 9 9 0,35 0,60 0,6036,1% 13,9% 25,0% 25,0%

2. Desenvolvimento denovos produtos

10 4 8 14 0,44 0,60 0,6027,8% 11,1% 22,2% 38,9%

3. Melhoria nosprocessos produtivos

14 9 5 8 0,30 0,30 0,0038,9% 25,0% 13,9% 22,2%

4. Melhoria nascondições defornecimento dos

produtos

17 6 5 8 0,28 0,00 0,60

47,2% 16,7% 13,9% 22,2%5. Melhor capacitaçãode recursos humanos

15 10 6 5 0,26 0,60 1,0041,7% 27,8% 16,7% 13,9%

6. Melhoria nascondições decomercialização

10 0 12 14 0,47 0,30 1,00

27,8% 0,0% 33,3% 38,9%7. Introdução deinovaçõesorganizacionais

18 5 9 4 0,24 0,60 1,00

50,0% 13,9% 25,0% 11,1%8. Novas oportunidadesde negócios

10 1 3 22 0,54 0,00 1,0027,8% 2,8% 8,3% 61,1%

9. Promoção de

nome/marca daempresa no mercadonacional

13 4 7 12 0,39 0,60 1,00

36,1% 11,1% 19,4% 33,3%10. Maior inserção daempresa no mercadoexterno

19 2 5 10 0,30 0,60 1,00

52,8% 5,6% 13,9% 27,8%11. Outras 25 0 0 0 0,00 0,00 0,00

100,0% 0,0% 0,0% 0,0%

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*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Total deEmpresas)Fonte: pesquisa de campo

Para aqueles artesãos integrados em algum tipo de associativismo, a avaliação de ação

conjunta tida como de maior alcance é justamente na melhoria das condições de

comercialização e abertura de novas oportunidades de negócios, isto inclui empresas de

diferentes portes.

Tabela 41

Resultado dos Processos de Treinamento e Aprendizagem

MicroPeq Med

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice*

Índice*

Índice*

1. Melhor utilizaçãode técnicasprodutivas,equipamentos,insumos ecomponentes

5 1 11 16 0,69 1,00 1,00

15,2% 3,0%

33,3%

48,5%

2. Maiorcapacitação pararealização demodificações emelhorias emprodutos eprocessos

5 9 7 12 0,57 1,00 1,00

15,2%

27,3%

21,2%

36,4%

3. Melhorcapacitação paradesenvolver novosprodutos eprocessos

6 3 11 12 0,61 1,00 1,00

18,8% 9,4%

34,4%

37,5%

4. Maiorconhecimento sobreas característicasdos mercados deatuação da empresa

9 1 7 16 0,62 1,00 1,00

27,3% 3,0%

21,2%

48,5%

5. Melhorcapacitaçãoadministrativa 10 3 12 8 0,49 0,30 1,00

Fonte: pesquisa de campo

Quanto ao processo de treinamento e aprendizado, a avaliação dos artesãos também é

diferenciada a partir dos segmentos que obtém ou não mais diretamente a influência do poder 

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 público como coordenadores. Entretanto, o conjunto dos resultados mostra uma avaliação

 positiva quanto aos diferentes itens abordados, como melhor utilização de técnicas produtivas,

equipamentos, insumos e componentes; maior capacitação para realização de modificações e

melhorias em produtos e processos; melhor capacitação para desenvolver novos produtos e

 processos; maior conhecimento sobre as características dos mercados de atuação da empresa;

e melhor capacitação administrativa. As respostas mostram importância relativa equivalente

de cada item avaliado.

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4.1.7 O Ambiente LocalTabela 42

Vantagem da Localização no Arranjo

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Empresas no Segmento)Fonte: pesquisa de campo

Micro Pequena MédiaExternalidadesNula Baixa Média Alta Índice* Nula Baixa Média Alta Índice* Nula Baixa Média Alta Índice*13 4 8 20 0,58 0 1 0 0 0,30 0 0 1 0 0,601. Disponibilidade de mão-

de-obra qualificada 28,9% 8,9% 17,8% 44,4% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0%15 6 21 3 0,39 0 1 0 0 0,30 0 0 1 0 0,602. Baixo custo da mão-de-

obra 33,3% 13,3% 46,7% 6,7% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0%0 7 4 34 0,86 0 1 0 0 0,30 0 0 0 1 1,003. Proximidade comos

fornecedores de insumose matéria prima 0,0% 15,6% 8,9% 75,6% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

2 3 9 30 0,83 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,004. Proximidade comosclientes/consumidores 4,5% 6,8% 20,5% 68,2% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

7 6 14 18 0,63 0 0 1 0 0,60 0 0 1 0 0,605. Infra-estrutura física(energia, transporte,comunicações) 15,6% 13,3% 31,1% 40,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0%

30 6 2 7 0,22 0 1 0 0 0,30 1 0 0 0 0,006. Proximidade com

produtores deequipamentos 66,7% 13,3% 4,4% 15,6% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0%29 6 1 8 0,24 0 0 1 0 0,60 1 0 0 0 0,007. Disponibilidade de

serviços técnicosespecializados 65,9% 13,6% 2,3% 18,2% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0%

22 5 5 13 0,39 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,008. Existência deprogramas de apoio epromoção 48,9% 11,1% 11,1% 28,9% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

29 7 2 7 0,23 0 0 1 0 0,60 0 0 1 0 0,609. Proximidade comuniversidades e centros depesquisa 64,4% 15,6% 4,4% 15,6% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0%

39 0 2 0 0,03 1 0 0 0 0,00 1 0 0 0 0,0010. Outra

95,1% 0,0% 4,9% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0%

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Segundo, a Tabela 43, as principais transações comerciais que as unidades econômicas

exercem no arranjo são a aquisição das matérias-primas e a venda dos produtos. Isto serve de

referência, para as vantagens apontadas (Tabela 42) por essas mesmas unidades por se

localizar no arranjo. Desse modo, os maiores índices estão exatamente relacionados aos itenssupracitados, quanto à proximidade de fornecedores de insumos e matérias-primas, bem como

com clientes e consumidores. A infra-estrutura física e a disponibilidade de mão-de-obra

qualificada também são apontadas como de grande relevância, especialmente por àquelas

unidades que estão integradas em espaços físicos sob coordenação do estado.

Tabela 43

Principais Transações Comerciais Realizadas no Arranjo para às Micro e Pequenas

Empresas

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Empresas noSegmento)Fonte: pesquisa de campo

Como era de esperar a escolaridade formal em seus diferentes níveis não é apontada

como característica expressiva para o desenvolvimento da atividade, pelo menos para asmicroempresas. Maior importância é atribuída o conhecimento prático e/ou técnico que não

tem natureza formal; a criatividade, disciplina e capacidade para apreender novas

qualificações. Isto é demonstrado pelos resultados apresentados na Tabela 44.

Tabela 44

Característica da Mão-de-Obra Local.

Micro Peq Med

Caracteísticas Índice* Índice* Índice*1. Escolaridade formal de 1º e 2º graus 0,39 0,60 1,00

 2. Escolaridade em nível superior e técnico 0,31 1,00 1,00

 3. Conhecimento prático e/ou técnico na produção 0,86 1,00 1,00

 

Micro Pequena Tipos de TransaçõesNula Baixa Média Alta Índice* Nula Baixa Média Alta Índice*2 1 6 36 0,89 0 1 0 0 0,301. Aquisição de insumos e

matéria prima 4,4% 2,2% 13,3% 80,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0%24 9 9 3 0,25 0 1 0 0 0,302. Aquisição de

equipamentos 53,3% 20,0% 20,0% 6,7% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0%16 5 2 0 0,12 0 1 0 0 0,303. Aquisição de componentes

e peças 69,6% 21,7% 8,7% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0%30 7 6 1 0,15 0 0 1 0 0,604. Aquisição de serviços

(manutenção, marketing, etc) 68,2% 15,9% 13,6% 2,3% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0%

0 1 6 38 0,93 0 0 1 0 0,605. Vendas de produtos0,0% 2,2% 13,3% 84,4% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0%

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4. Disciplina 0,77 1,00 1,00 

5. Flexibilidade 0,49 1,00 1,00 

6. Criatividade 0,77 1,00 1,00 

7. Capacidade para aprender novas qualificações 0,68 1,00 1,00 

8. Outras 0,03 0,00 0,00*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Empresas noSegmento)Fonte: pesquisa de campo

Por outro lado, pela grande maioria dos artesãos não serem sindicalizados 9, a avaliação

versa pela participação das associações ou formas de cooperativismo não necessariamente

formais existentes. De certo, que mostra uma certa desconfiança quanto ao papel de liderança

dessas entidades representativas, tal que somente os itens: identificação de fontes de

financiamento, bem como organização de eventos técnicos e comerciais, são apontados como

contribuição efetiva das formas de associativismo.

Tabela 45

Avaliação da Contribuição de Sindicatos, Associações e Cooperativas Locais.

Tipo de ContribuiçãoMicr

o Peq MedÍndice* Índice*

Índice

1. Auxílio na definição de objetivos comuns para o arranjoprodutivo 0,37 0,60 1,00

 2. Estímulo na percepção de visões de futuro para ação estratégica 0,38 0,60 1,00

 3. Disponibilização de informações sobre matérias-primas, 0,36 0,60 1,00

9 Foi identificado a presença de um único sindicato da categoria: Sindicato dos Artesãos Autônomos de Belém – SINAAB.

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equipamento, assistênciatécnica, consultoria, etc

 4. Identificação de fontes e formas de financiamento 0,58 0,60 1,00

 5. Promoção de ações cooperativas 0,37 0,60 1,00

 6. Apresentação de reivindicações comuns 0,40 0,60 1,00

 7. Criação de fóruns e ambientes para discussão 0,32 0,30 1,00

 8. Promoção de ações dirigidas a capacitação tecnológica deempresas 0,31 0,60 0,00

 9. Estímulo ao desenvolvimento do sistema de ensino e pesquisalocal 0,30 0,60 1,00

 10. Organização de eventos técnicos e comerciais 0,47 0,60 1,00

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas)/ (Nº Empresas no Segmento)Fonte: pesquisa de campo

A participação em programas governamentais se restringe praticamente àqueles

implantados pelo governo estadual, e do governo municipal, como assinalado pelas

Microempresas, na Tabela 46. Também é assinalada a participação efetiva do SEBRAE. Em

todos os casos à avaliação foi considerada positiva.

Quanto à pequena, diz participar de programas em todas as esferas de governo e com

outras instituições, inclusive, o SEBRAE, com exceção de programas no âmbito federal,

embora o conheça. A média informa participar de programas apenas com o SEBRAE.

Tabela 46Participação das Microempresas em Programas Públicos ou Ações no Segmento onde

Atua

InstituiçãoMicro

Não conheceConhece, masnão participa

Conhece e participa

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Tabela 48Políticas Públicas que poderiam Contribuir com a Atividade

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (Nº Empresas no Segmento)Fonte: pesquisa de campo

Micro Pequena MédiaAções de PolíticaNula Baixa Média Alta Índice* Nula Baixa Média Alta Índice* Nula Baixa Média Alta Índice*7 4 6 28 0,73 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,001. Programas de

capacitaçãoprofissional etreinamento técnico 15,6% 8,9% 13,3% 62,2% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

7 5 6 26 0,71 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,002. Melhorias naeducação básica 15,9% 11,4% 13,6% 59,1% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

16 8 4 17 0,48 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,003. Programas de apoioa consultoria técnica 35,6% 17,8% 8,9% 37,8% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

25 4 2 14 0,36 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,004. Estímulos à ofertade serviçostecnológicos 55,6% 8,9% 4,4% 31,1% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

18 4 7 15 0,46 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,005. Programas deacesso à informação(produção, tecnologia,

mercados, etc) 40,9% 9,1% 15,9% 34,1% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%4 3 3 34 0,83 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,006. Linhas de crédito e

outras formas definanciamento 9,1% 6,8% 6,8% 77,3% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

21 6 6 12 0,39 1 0 0 0 0,00 0 0 0 1 1,007. Incentivos fiscais

46,7% 13,3% 13,3% 26,7% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%24 4 1 16 0,40 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,008. Políticas de fundo

de aval 53,3% 8,9% 2,2% 35,6% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%35 2 2 5 0,15 0 1 0 0 0,30 0 0 0 1 1,009. Programas de

estímulo aoinvestimento (venturecapital) 79,5% 4,5% 4,5% 11,4% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

30 1 0 9 0,23 1 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,0010. Outras

75,0% 2,5% 0,0% 22,5% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

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As políticas públicas avaliadas pelos entrevistados como que poderiam contribuir com

a atividade, vêm ao encontro das análises anteriores. Assim, são destacadas a importância da

capacitação e melhoria da educação básica, juntamente com o acesso a linhas de crédito eoutras formas de financiamento. Aliás, quanto às linhas de crédito, como evidencia os

resultados da Tabela 49, fica bem claro que elas atualmente não atendem as necessidades dos

 produtores, seja pelos entraves burocráticos, seja pelas exigências de garantia e aval, muitas

vezes tornando inacessível o crédito. As experiências com crédito têm se limitado na maioria

dos casos aos recursos mobilizados junto ao Banco do Povo, para socorrer “necessidades mais

imediatas” de capital de giro, ou cobrir algum prejuízo. Isto pode ser, sem dúvida, como um

fator limitante da expansão da atividade, seja em termos quantitativos como qualitativos.

Assim, por exemplo, no segmento de fabricação de jóias, é apontado pelos produtores que

seus equipamentos estão obsoletos tecnologicamente e, ao mesmo tempo, as necessidades de

capital de giro são altas, tal que sem as possibilidades de empréstimos, fica limitada sua

capacidade de atender grandes encomendas.

Vale chamar atenção que ainda no âmbito das políticas públicas que poderiam

incrementar a atividade é particularmente destacado pelos “artesãos de rua”, os que vivem de

exposição de seus produtos em feiras e mercados, a necessidade de maior segurança pública.

Isto também é bastante enfatizado pelos artesãos de Icoaraci, como um fator que limita a presença de um maior número de turistas no local. Estes artesãos se queixam, inclusive, da

falta de uma maior infra-estrutura turística no bairro do Pacuri, indispensável, para

incrementar o turismo.

75

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Tabela 49

Obstáculos a Obtenção de Crédito

Fonte: pesquisa de campo

Micro Pequena MédiaLimitaçõesNula Baixa Média Alta Índice* Nula Baixa Média Alta Índice* Nula Baixa Média Alta Índice*7 0 6 31 0,79 0 0 1 0 0,60 0 0 0 1 1,001. Inexistência de

linhas de créditoadequadas àsnecessidades da

empresa 15,9% 0,0% 13,6% 70,5% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%9 4 8 23 0,66 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,002. Dificuldades ou

entraves burocráticospara se utilizar asfontes definanciamentoexistentes 20,5% 9,1% 18,2% 52,3% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

11 3 5 25 0,66 0 0 0 1 1,00 0 0 0 1 1,003. Exigência deaval/garantias porparte das instituiçõesde financiamento 25,0% 6,8% 11,4% 56,8% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

25 2 7 10 0,34 1 0 0 0 0,00 0 0 0 1 1,004. Entraves fiscais queimpedemo acesso àsfontes oficiais definanciamento 56,8% 4,5% 15,9% 22,7% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

40 0 0 3 0,07 1 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,005. Outras

93,0% 0,0% 0,0% 7,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

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4.2 Instituições Pertinentes ao Artesanato

Como já fora ressaltado, a estrutura de governança, especialmente através de

diversos órgãos do governo de estado, tem nos últimos anos, desempenhado um papel

diferenciado como coordenador das atividades voltadas para o artesanato no estado, onde se

criou na Região Metropolitana de Belém um aparelho de funcionamento que exerce

funções vitais para o dinamismo da atividade, especialmente em alguns segmentos. Assim,

investindo em capacitação, integração, transmissão de conhecimento e profissionalização,

além de criar espaços físicos para a comercialização dos produtos, o governo do estado se

volta para o objetivo de criar competitividade para o artesanato paraense, criando uma

verdadeira “marca Pará”, em alguns segmentos.

A operacionalização dessa idéia segue uma estreita ligação com as necessidades dos produtores e se manifesta especialmente em expor o artesanato como produto cultural e

turístico em diversas ações e áreas criadas com esse fim. Destaca-se entre elas a Fundação

Curro Velho, o Espaço São José Liberto. Além desses, outros pontos turísticos como a

Estação das Docas e o Mangal das Garças, também teriam um papel de servir de vitrine do

artesanato paraense. No âmbito do município destaca-se o Mercado de São Braz e a Feira

do artesanato realizada na praça da República.

Fundação Curro Velho

Área física:

A Fundação Curro Velho conta com 02 (dois) prédios, a Casa da Linguagem e o

 prédio do Curro Velho, onde em anexo funciona o Núcleo de Produção.

Oficinas:

São ofertadas 54 oficinas por mês durante 8 meses por ano totalizando 450 oficinas

 por ano.

Participação:

 77

 

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Como critério de seleção para participação nas oficinas é dada preferência para

 jovens em situação de risco e também é analisado o desempenho do mesmo ao longo do

ano que serve de referência para a seleção no ano seguinte.

Os alunos matriculados em escolas públicas têm acesso às oficinas gratuitamente e

os outros interessados pagam uma taxa de matrícula de R$-15,00 (quinze reais). Para que

isso funcione normalmente o calendário de oficinas do Curro Velho é “casado” com o

calendário da SEDUC (Secretaria Estadual de Educação).

Eventos Especiais:

Anualmente a Fundação realiza três eventos especiais:

1 – Em fevereiro ocorre o desfile de uma Escola de Samba completa (com carro abre-alas,

comissão de frente, bateria, ala das baianas e samba enredo próprio) composta por 360integrantes.

2 – No mês de junho há uma festa junina com a participação de 340 pessoas.

3 – Em dezembro é comemorado o natal, contando com a participação de 220 pessoas.

Núcleo de Prática de Ofício e Produção:

O Núcleo de Produção da FCV já existe há 10 anos e atualmente trabalha com seis

atividades principais:

1 – Papel

2 – Cerâmica

3 – Marcenaria

4 – Caixeteria e encadernação

5 - Reprodução de Imagens

6 – Cestaria (dedicada principalmente a pessoas mais idosas, visando torna-las agentes

multiplicadores que podem vir a ser instrutores em outras oficinas da Fundação).

 No núcleo participam 15 alunos por oficina totalizando 90 jovens.

Estes jovens são escolhidos levando-se em conta o seu desempenho nas oficinas em

que o mesmo participou.

 78

 

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Alguns destes alunos recebem uma bolsa de auxílio de ½ salário mínimo durante

dois meses pelo PROPAZ.

Espaço São José Liberto – Polo Joalheiro

A Fundação São José Liberto substituiu o antigo presídio São José. Atualmente, o

espaço abriga o Museu de Gemas do Pará, o Pólo Joalheiro e a Casa do Artesão.

O Museu de Gemas do Pará é referência, pois conta a história da exploração no

estado do Pará, bem como apresenta um acervo com peças brutas oriundas de diversos

 pontos do estado.

O espaço São José Liberto surgiu em 2001, a partir de uma série de articulações,

entre diversos órgãos como: SENAI, SEBRAE, SEICOM, SECTAM, SETEPS, e entidades

representativas dos produtores (jóias), em torno da necessidade de se verticalizar a cadeia

 produtiva de gemas e jóias do estado do Pará. Em 2002, surge a Associação São José

Liberto, de cunho privado sem fins lucrativos, que passa a incorporar o Pólo Joalheiro.

 No espaço São José Liberto abarca 6 lojas de jóias, cada uma com duas a três

empresas, e mais uma que funciona em regime de consignação com produtores autônomos,

hoje em número de 42.

Enquanto espaço comum existe um conjunto de regras de administração do espaço,

que tem que ser seguidas por todos os participantes. Entre elas, o produtor se vê obrigado a

que 70% de suas peças tenham design amazônico. Além disso, como diferencial para os

 produtores que a integram, exigi-se a busca da qualidade, em todas as fases do processo.

 No espaço São José Liberto existe também, a preocupação com a capacitação dos

  produtores-membros. Assim, é desenvolvido um conjunto de atividades durante o ano,

inclusive cursos, reuniões de avaliação, entre outros, sempre no interesse comum. Na sua

estrutura existe ainda a Escola de Formação Profissional em Joalheria, de cunho privado, de

responsabilidade da Rahma Gemas e Jóias, que oferece cursos de Joalheria Básica e deFundição de Jóias em Cera Perdida. E por fim, uma oficina, que permite ao artesão, ao

mesmo tempo, que mostra como são realizadas as etapas do processo produtivo, aperfeiçoa

essas atividades.

Mas, o espaço físico do São José Liberto, não abriga apenas, o desenvolvimento do

artesanato em jóias. Existe um espaço comum, onde está exposta uma grande variedade do79 

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 produto artesanal paraense. Hoje são mais de 300 artesãos, que expõem seus produtos em

regime de consignação.

Em verdade, além das economias de escopo geradas para os produtores que podem

expor seus produtos conjuntamente com segurança, conforto, o Espaço São José Liberto se

tornou referência

Estação das Docas

A Estação das Docas é um dos principais pontos turísticos de Belém tentando ser ao

mesmo tempo um espaço de entretenimento, lazer, turismo, em torno da cultura paraense. O

Boulevard da Gastronomia, reúne sete dos melhores restaurantes da cidade e mais uma

sorveteria especializada em sabores regionais; o do Boulevard das Artes, abrangememoriais históricos, uma galeria de arte, uma mini-fábrica de cervejas, barracas de

artesanato, quiosques de comidas regionais entre outros. Por fim, no Boulevard das Feiras e

Exposições há espaço e infra-estrutura garantidos para feiras, simpósios, seminários e

outros eventos de grande porte. Existe, também um cinema – Cine Estação, e um moderno

cinema adaptado no Teatro Maria Sylvia Nunes.

Associações

Cumpre um papel de grande relevância, especialmente como interlocutor dos

artesãos, junto aos órgãos públicos, diversas associações criadas pelos próprios produtores.

Entre elas destacam-se a Associação dos Artesãos da Feira do Artesanato da Praça da

República – AAFA, Cooperativa dos Microprodutores e Artesãos da Área Metropolitana de

Belém – COMIP; Cooperativa de Artesãos de Icoaraci – COART, e Conselho Superior de

Artesanato do Pará – COSAPA; Sociedade dos Amigos de Icoaraci – SOAMI.

ARTEPAM: Associação dos Artesãos e Expositores do Pará e Amazônia, que se

transformou na AAFA: Associação dos Artesãos da Feira do Artesanato da Praça da

República.

 80

 

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Principal objetivo da Associação: coordenar a Feira do Artesanato na Pça da

República;

A feira tem 18 anos de existência.

Todos os associados são expositores da Pça da República, mas participam de outras

feiras na cidade, de feiras pontuais em todo o Brasil e da Feira Nacional do

Artesanato;

Existe um estatuto que normaliza a associação;

Estatuto permite até 3 meses de inadimplência;

A Feira possui 260 artesãos associados, sendo 40 produtores de artesanato

característico;

 Na feira existe segurança contratada para conter e assegurar o espaço;

Possui duas Assembléias Ordinárias por ano;

Organograma Básico: Seis Diretorias e mais três Comissões (com cinco membros);

 Número de Barracas 274 (no perímetro da Rua da Paz até o fim do anfiteatro);

Principais Dificuldades;

o Segurança Pública na Praça;

o Ordenamento do espaço público – presença de camelôs (vendedores

ambulantes);

o Acesso a Financiamento.

Em Icoaraci existem três associações de Artesões: COSAPA, SOAMI e COART.

COSAPA: são 80 associados.

5 O ARRANJO PRODUTIVO DE MÚSICA

Assim como outros aspectos da cultura paraense e da Região Metropolitana de

Belém, a música guarda uma multi-etnia, enraizada nos muitos povos formadores da

Cultura Amazônica. Entretanto, algumas influências são mais destacadas.

81 

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  Nos idos da colonização, remonta-se a influência do processo de aculturação

indígena no trabalho catequético-apostólico das diversas ordens religiosas e uma singular 

relação com a cultura negra oriunda da província do Maranhão10.

São referências musicais desta época, o uso de maracás, chocalhos, e flautas de

herança indígena e os tambores e o marimbau (berimbau) de herança negra (SALLES,

1999). A colonização portuguesa legou, também, uma música sacra e lírica com formação

de corais, que vieram mais tarde a formar as operas e operetas de muita tradição na capital.

Entre os séculos XVII até a primeira metade do século XX, a música no estado do

Pará passa por um período de consolidação. Reforça-se a tradição da música clássica em

meio a uma efervescência cultural da “Belle Epóque” da economia da borracha, mas

também se delineiam os primeiros ensaios da música de origem popular.

Em 1860 surge a primeira orquestra filarmônica paraense; em fevereiro de 1895 éfundado o Conservatório Carlos Gomes11; em 1914 o Centro Musical Paraense; e em 1928

a Rádio Clube do Pará12.

A música popular, por sua vez, toma expressão nas toadas de carnaval muitas delas

de compositores locais. Até a década de 1960, entre os vários compositores e intérpretes

locais de expressão, alguns deles nacional, pode-se citar: Waldemar Henrique; Tó Teixeira;

Ari Lobo; Wilson Fonseca; Edyr Proença; João Guilherme De campos Ribeiro, entre

outros.

Estes artistas vão formar a base para a chamada “Musica Popular Paraense”13, que

ganha repercussão nacional nas vozes e composições de Leila Pinheiro Nilson Chaves; Ruy

Barata; Edgar Augusto; Paulo André Barata; Nazaré Pereira; Fafa de Belém; Lucinha

Bastos; Jane Duboc; Marco André; Verequete; Nego Nelson; Alfredo Oliveira; Pinduca.

Une-se, assim, a tradição instrumental popular paraense, em ritmos como a cumbia,

carimbó, merengue e, a partir da década de 1970 a “guitarrada”14, com talentosos

interpretes para formar um verdadeiro ciclo virtuoso de inovação na musica popular de

10 Concorre para isso, a centralização administrativa das províncias do Maranhão e Grão-Pará. A músicadesenvolve-se fortemente nos colégios e dioceses. No entanto, datam desta época o primeiro coral, o primeiroestabelecimento de ensino musical e a primeira Casa de Ópera.11 O terceiro estabelecimento completo do gênero criado no Brasil (Salles, 1999).12 Considerada de grande importância na difusão de letras, músicos e interpretes paraenses.13 Aquela de origem local, tendo como referência à temática da Amazônia, suas origens, seu ambiente e seus

 problemas.14 Ritmo, que em outros lugares esta associado a lambada.

 82

 

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origem no Pará. Este período entre a segunda metade da década de 1970 e 1990, pode ser 

dito o primeiro grande ciclo virtuoso da musica popular paraense – MPP, que ganha a

estrada e rompe as fronteiras do estado.

 Na década de 1980, ocorre o primeiro “movimento brega”15, encabeçado por 

intérpretes e compositores como: Alípio Martins, Ted Max, Mauro Cota, Fernando Belém,

Francis Dalva, Carlos Santos, entre outros e, que tem duas origens principais as melodias e

letras da “Jovem Guarda”16 e o ritmo Calipso de origem caribenha.

 No final dos anos da década de 1990, um novo grande ciclo virtuoso começa, com a

massificação do brega, que com a introdução da musica eletrônica e baladas dançantes,

 passou a ter outras denominações, como, por exemplo, o brega pop. Além disso, a grande

inovação, que pode ser atribuída a esta nova fase é a inserção de mais de uma guitarra e a

aceleração do ritmo e do swing, tornando a música muito dançante e coreografada.Embora, discuta-se que a origem do brega não é paraense, sua massificação no Pará

efetivamente ocorre na década de 1990, quando deixa de ser um ritmo tipicamente popular,

 para atingir todas as camadas da população.

 Na década de 1980, o brega ainda estava no circuito das casas noturnas ditas de

cunho popular, e com estigma de cafona, os famosos “bregões”, como Juventus, Batistão,

Changrislar, Pedreirinha, Estrelinha, Xodó entre outros. Todavia, estas tiveram um grande

 papel difusor do ritmo, como o fazem hoje outras casas noturnas, num circuito muito menos

restrito. Além dessas, neste período, coube um papel importante como difusor, as chamadas

“aparelhagens” – espécie de som de grande proporções, tais como: Rubi, Tupinambá,

Itamarati, Guanabara, entre outras.

Atualmente, o brega, o Calypso, e as aparelhagens são a expressão da musica

 paraense, sem perder suas origens na MPP, mas com forte apelo de venda e de público.

Ganhou expressão nacional e, tornou a música paraense um produto de exportação.

5.1 Características Gerais do Arranjo Produtivo Local – Música.

o Baixa Produtividade;

15 Para alguns autores, não se trataria a rigor de um ritmo, mas de um gênero musical.

16 Desilusões amorosas, aspectos do cotidiano são temas recorrentes. 83 

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o Mão-de-obra de boa qualificação;

o Formas frágeis de associativismo e cooperação;

o Grande poder de inovação, dando uma diferenciação bastante marcante no

 produto musical da RMB;

o Alta informalidade;

o Baixo profissionalismo, ainda que crescente;

o Cadeia produtiva pouco articulada.

O último ponto é decisivo para que esta “indústria” se desenvolva em nível

nacional, em uma escala crescente. Isto requer um fortalecimento do papel do produtor 

local, para que este possa alcançar a grande cadeia nacional de produção musical. Os canais

de distribuição são quase que restritos ao ambiente local.

A falta de visibilidade, ainda que sejam feitas algumas ações, por parte do governo

do estado, para difundir a música e os músicos locais, é o grande problema, para que muitas

 bandas com talentos reconhecidos no estado, não alcancem maior projeção.

Inovações em termos de produtos, quanto em processos existem e, tornaram

 possível a expansão em segmentos de mercados recentes. Todavia, falta um maior esforço

de marketing, um maior investimento na promoção do produto musical da RMB.

5.2 Caracterização Empírica da Atividade Musical (Bandas)

5.2.1 A Empresa

Muito embora muitos grupos musicais não se caracterizem como empresa, uma vez

que não possuem atividade formalizada enquanto pessoa jurídica, esta nomenclatura de

empresa será adota aqui se referindo a atividade das bandas ou grupos musicais.

Considerando o número de indivíduos ocupados, músicos, técnicos de som,

assistentes de som, bailarinos entre outros, algumas bandas são caracterizadas como de84

 

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 porte pequeno. As de tamanho reduzido, caracterizadas como micro, tem em média cinco

 pessoas ocupadas com a atividade musical.

A característica principal da atividade, salvo algumas exceções, é o fato que muitos

músicos não têm a música como atividade principal. Desse modo, são poucos os casos, em

que se tem uma banda com uma estrutura administrativa como empresa, muito embora a

adoção de uma estrutura administrativa “profissional” tem sido uma tendência recente.

Prevalece-se entre as relações de trabalho, uma relação de informalidade, tal que é

 preferível interpretar os resultados da Tabela 50, como número de ocupados e não de

empregados. Pelos resultados, obteve-se uma média de 8 pessoas ocupadas com as micro, e

quinze empregados com as pequenas.

Observa-se, que muitas bandas têm “formação” variada, o que inclui os

trabalhadores de apoio. Isto ocorre em função da natureza da apresentação que a banda vairealizar.

Tabela 50

Identificação das Empresas

 Tamanho

Nº deEmpresas

%Nº deEmpregados

%

1.

Micro 10

66,7

% 77

50,3

%2.Pequena 5

33,3% 76

49,7%

 Total 15100,0% 153

100,0%

  Fonte: Pesquisa de campo

Dentre as bandas pesquisadas cerca de 85% delas tiveram sua fundação em tempos

recentes, entre 1996 e 2003, com número de sócios variando, embora prevalecendo, um

indivíduo como o valor modal. Isto está reportado nas Tabelas 51 e 52.

Tabela 51

Ano de Fundação das Bandas

Ano deFundação

Micro PequenaNº

Empresas% Nº

Empresas%

Até 1980 1 10,0 0 0 85

 

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% ,0%

1981-1985 00

,0% 00

,0%

1986-1990 00

,0% 00

,0%

1991-1995 1

10,0

% 0

0

,0%1996-2000 2

20,0% 2

50,0%

2000-2003 660,0

% 250,0

%

 Total 101

00% 41

00%  Fonte: Pesquisa de campo

Tabela 52

Número de Sócios-Fundadores

Número de SóciosFundadores

Micro PequenaNº

Empresas %Nº

Empresas %1 sócio

333,3% 3

60,0%

2 sócios2

22,2% 1

20,0%

3 sócios2

22,2% 0

0,0%

3 ou mais sócios2

22,2% 1

20,0%

Total9

100% 5

100%

Fonte: Pesquisa de campo

5.2.2 O Sócio Fundador 

Independentemente do tamanho da empresa, o perfil do sócio-fundador, é uma idade

 jovem entre 21 e 40 anos, com predominância elevada de indivíduos do sexo masculino.

Tabela 53

Perfil do Sócio Fundador

Especificação Micro Pequena  

86 

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1. Idade

1.1. Até 20 anos10,0

% 0,0%

1.2. Entre 21 e 30 anos50,0

% 20,0%

1.3. Entre 31 e 40 anos

20,0

% 0,0%1.4. Entre 41 e 50 anos 0,0% 0,0%1.5. Acima de 50 anos 0,0% 0,0%

Total80,0

% 20,0%2. Sexo (%)

2.1. Masculino100,0% 80,0%

2.2. Feminino 0,0% 20,0%

Total100,0%

100,0%

3. Pais Músicos (%)

3.1. Sim

10,0

% 0,0%

3.2. Não80,0

% 60,0%

Total90,0

% 60,0%4. Escolaridade (%)4.1. Analfabeto 0,0% 0,0%4.2. Ensino Fundamental Incompleto 0,0% 0,0%4.3. Ensino Fundamental Completo 0,0% 20,0%4.4. Ensino Médio Incompleto 0,0% 0,0%

4.5. Ensino Médio Completo20,0

% 20,0%

4.6. Superior Incompleto

40,0

% 20,0%

4.7. Superior Completo30,0

% 20,0%

4.8. Pós-Graduação10,0

% 20,0%

Total100,0%

100,0%

5. Atividade antes de criar a empresa (%)

5.1. Estudante Universitário40,0

% 20,0%5.2. Estudante de Escola Técnica 0,0% 0,0%5.3. Empregado de micro ou pequena

empresa local 0,0% 0,0%5.4. Empregado de média ou grande

empresa local 0,0% 0,0%5.5. Empregado de empresa de fora do

arranjo 0,0% 20,0%5.6. Funcionário de instituição pública 0,0% 20,0%

5.7. Empresário10,0

% 0,0%5.8. Outra 50,0

%40,0% 

87 

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Total100,0%

100,0%

Fonte: Pesquisa de campo

Atestou-se também, como evidenciado na Tabela 53, uma escolaridade

relativamente alta, variando entre o ensino médio incompleto e o superior completo.Constatou-se que este perfil educacional se deve ao fato que, em geral, as bandas são

formadas por jovens de classe média, muitos sendo estudantes universitários. Isto,

inclusive, define outra característica mais ou menos comum, como já fora reportado antes,

de que grande parte deles não têm a atividade musical como a ocupação principal.

Outro aspecto a destacar é que as bandas foram montadas, em 100% dos casos a

 partir do capital próprio dos sócio-fundadores, tendo poucos deles o pai ou a mãe como

músicos (10%).

5.2.3 Características do Processo Produtivo

Considerando que o produto das bandas seja a produção de CDs (DVDs) 17 e Shows,

então, configura-se dois processos produtivos diferenciados, ainda que, na gravação de um

show (ou mais de um) possa originar um CD ou DVD.

As bandas, a rigor, possuem dois tipos de apresentações: aquelas em lugar fixo (pré-

determinado), em geral, uma boate, danceteria ou bar e outras em lugares variados,

atendendo contratos específicos para realização de determinados eventos, como

aniversários, casamentos, colações de grau entre outros.

 Na produção dos shows da banda, a maioria delas conta com a figura de um

 produtor musical, responsável pelo contrato – parte financeira e de organização artística e

técnica do evento: iluminação, equipamentos de som e instrumentos. Muitas bandas já

contam com carro adequado para fazer o transporte desse tipo de material. Segundo

informações colhidas entre os artistas, uma banda com cerca de cinco instrumentos:guitarra, baixo, bateria, teclado e percussão, precisa despender entre R$250 mil a R$400

mil por um conjunto de equipamentos de boa qualidade18.

17 Nenhuma das bandas pesquisada tinha gravado um DVD até o momento.18 Este valor varia em função da qualidade dos equipamentos e sua origem, nacional ou importado.88

 

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O processo da produção de um CD é feito em um estúdio. No estúdio as músicas

são gravadas, editadas e resmaterizadas. Uma “gravação” é enviada para a indústria de

fabricação de CDs virgens localizada em São Paulo, Rio de Janeiro ou Manaus. Lá o disco

é prensado, a partir do qual pode ser copiado e distribuído.

Entre as bandas pesquisadas, cerca de 50% delas já possuíam CD próprio. Porém

em muitos casos, estes CDs tinham um caráter “Demo”, isto é, é feita uma tiragem de cerca

de 1.000 Cds, para ver se este tem saída no mercado. Segundo informações dos próprios

músicos, Belém possui cerca de 4 bons estúdios. Além do mais, alguns produtores realizam

a geração desses CDs caseiros (demos), para o trabalho de divulgação tanto local, quanto,

em alguns casos, quando a banda tem uma boa resposta do público, uma divulgação a partir 

de distribuidoras nacionais.

Pelo lado dos produtores, a grande dificuldade associada ao mercado fonográficolocal é a distribuição. Conta-se a dedo, segundo eles, as bandas e ou músicos que ganharam

 projeção nacional. Muitas outras com potencial não conseguem explodir, por conta das

“barreiras a entrada” no mercado fonográfico nacional.

 Na cadeia produtiva relacionada à elaboração de um CD – Figura 3 existe o papel

desempenhado pelos estúdios/gravadoras independentes que possuem material

especializado para gravar um CD e produzi-lo em baixa escala. Segundo, informações19,

estes estúdios teriam, em parte, sido responsáveis, pela disseminação da música de origem

 popular – brega, no qual em virtude do baixo custo de produção, permitia a venda de CDs

de algumas bandas a um preço bem reduzido.

Em razão das características acima apresentadas, as dificuldades apresentadas pelas

 bandas são muitas e é proporcional ao seu grau de visibilidade e inserção no mercado.

O grau de dificuldade encontrado pelas bandas no seu início (Tabela 54) é

centralizado em quatro itens principais: dificuldade em vender a produção: CDs e Shows;

Falta de Capital de Giro para a realização dos Shows, particularmente, uma vez que estes

são o principal “produto” das bandas e um grau de dificuldade alto associado à falta de

capital para adquirir equipamentos e instrumentos musicais, bem como para alocação de

local adequado para ensaios das bandas. Estes três itens aparecem tanto para as micro,

quanto para as pequenas, só mudando sua ordem de importância entre elas.

19 Obtidas junto a produtores. 89 

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A produção com qualidade é uma dificuldade mais acentuada pelas micro, em parte,

devido as próprias deficiências relacionadas aos itens anteriores.

Tabela 54

Grau de dificuldade na operação das Bandas no Primeiro Ano de Fundação 

DificuldadesMicro

Nula Baixa Média AltaÍndice

PequenaNula Baixa Média Alta

Índice1. Contratarempregados

qualificados

5 1 2 2 0,35 2 0 1 1 0,4050,0

%

10,0

%

20,0

% 20,0%

50,0

%

0

,0%

25,0

%

25,0

%2. Produzir comqualidade

3 0 2 5 0,62 2 1 1 1 0,3830,0%

0,0%

20,0% 50,0%

40,0%

20,0%

20,0%

20,0%

3. Vender a produção 1 3 3 3 0,57 0 2 0 3 0,7210,0%

30,0%

30,0% 30,0% 0,0%

40,0%

0,0%

60,0%

4. Custo ou falta decapital de giro

3 2 2 3 0,48 1 0 1 2 0,6530,0%

20,0%

20,0% 30,0%

25,0%

0,0%

25,0%

50,0%

5. Custo ou falta decapital para aquisição

deequipamentos/instrumentos

2 2 0 6 0,66 0 1 0 4 0,86

20,0%

20,0%

0,0% 60,0% 0,0%

20,0%

0,0%

80,0%

6. Custo ou falta decapital paraaquisição/locação

3 1 2 4 0,55 0 0 1 4 0,9230,0%

10,0%

20,0% 40,0% 0,0%

0,0%

20,0%

80,0%

7. Pagamento de juros 8 1 1 0 0,09 4 0 0 1 0,2080,0%

10,0%

10,0% 0,0%

80,0%

0,0%

0,0%

20,0%

8. Outras dificuldades 0 0 0 2 1,00 2 0 0 0 0,000

,0%0

,0%0

,0% 100%100,0

%0

,0%0

,0%0

,0%Fonte: Pesquisa de campo

Observa-se pela Tabela 55, que para o ano de 2005, os fatores anteriores, quando da

sua formação das bandas: falta de capital de giro, falta de capital para adquirir 

equipamentos e instrumentos, bem como, falta de capital para locação, além da dificuldade

90 

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de se vender a produção continuem a ser os mais destacados. Segue-se, entretanto, a rigor a

mesma ordem de importância, tanto para as micro, quanto para as médias.

  Tabela 55

Grau de dificuldade na operação das Bandas no Ano de 2005.

Dificuldades

 Nula

Micro

Baixa

Média Alta Nula

Peque

BaixaMédia Alta

1. Contratarempregadosqualificados

4 2 4 0 2 1 0 140,0%

20,0%

40,0%

0,0%

50,0% 25,0%

0,0%

25,0%

2. Produzir comqualidade

2 2 4 2 2 2 1 020,0%

20,0%

40,0%

20,0%

40,0% 40,0%

20,0%

0,0%

3. Vender a produção 1 3 3 3 0 2 1 210,0%

30,0%

30,0%

30,0%

0,0% 40,0%

20,0%

40,0%

4. Custo ou falta de

capital de giro

3 2 3 2 0 1 3 0

30,0% 20,0% 30,0% 20,0% 0,0% 25,0% 75,0% 0,0%5. Custo ou falta decapital para aquisiçãodeequipamentos/instrumentos

2 0 3 5 0 0 4 1

20,0%

0,0%

30,0%

50,0%

0,0% 0,0%

80,0%

20,0%

6. Custo ou falta decapital paraaquisição/locação deinstalações

3 1 5 1 0 2 0 3

30,0%

10,0%

50,0%

10,0%

0,0% 40,0%

0,0%

60,0%

7. Pagamento de juros 7 0 3 0 3 0 0 170,0

%

0

,0%

30,0

%

0

,0%

75,0

% 0,0%

0

,0%

25,0

%8. Outras dificuldades 0 1 0 1 1 0 0 00

,0%50,0%

0,0%

50,0%

100% 0,0%

0,0%

0,0%

Fonte: Pesquisa de campo

 91

 

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O grau de dificuldade na operação das bandas já no ano de 2005, apresenta-se

similar aos fatores anteriores, quando da sua formação: falta de capital de giro, falta de

capital para adquirir equipamentos e instrumentos, bem como, falta de capital para locação,

além da dificuldade de se vender a produção continuem a ser os mais destacados. Segue-se

a rigor a mesma ordem de importância, tanto para às micro, quanto para as pequenas.

 Na Tabela 56, observa-se quanto às relações de trabalho, que os sócios proprietários

são os que conduzem as atividades da banda. Entretanto, especialmente, para as bandas de

maior porte, que tem uma estrutura de funcionamento maior: iluminação, técnicos de som,

assistentes de palco, entre outros, estes serviços são, em geral, realizados a partir de

contratos temporários, por isso mesmo um maior percentual deste item para as empresas

deste porte.

  Tabela 56Características da Relação de Trabalho.

 TiposMicro Pequena

Nº Pessoas % Nº Pessoas %Sócio

Proprietário 3058,7% 18

28,1%

ContratosFormais 6

11,7% 0 0,0%

Estagiário 0 0,0% 0 0,0%Serviço

 Temporário 713,7% 46

71,9%

Terceirados 1 2,0% 0 0,0%Familiares semcontrato formal 7,09

13,9% 0 0,0%

Total51

100% 64

100%

Fonte: Pesquisa de campo

A escolaridade do pessoal ocupado, como apresentado na Tabela 57, possui uma

correlação alta com a escolaridade do sócio-proprietário, em vez que grande parte do

 pessoal ocupado é formado pelos sócios-proprietários. Assim, prevalece uma escolaridade

relativamente alta situada entre o ensino médio incompleto ao superior completo.

92 

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Tabela 57

Escolaridade do Pessoal Ocupado

Grau de Ensino MicroPeque

na

1. Analfabeto 0 0

0,0% 0,0%2. Ensino FundamentalIncompleto 0 4

0,0% 5,5%3. Ensino FundamentalCompleto 7 33

12,1% 45,2%

4. Ensino Médio Incompleto 8 6

13,8% 8,2%

5. Ensino Médio Completo 19,03 1632,8% 21,9%

6. Superior Incompleto 11 13

19,0% 17,8%

7. Superior Completo 13 0

22,4% 0,0%

8. Pós-Graduação 0 1

0,0% 1,4%

 Total 58,03 73100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de Campo.

 93

 

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  GRAVAÇÃO

  DISTRIBUIDORES 

Figura 3 – CADEIA PRODUTIVA DA MÚSICA

94 

CANTOR 

MÚSICOS

BANDA

 

P R OD UT ORE S 

 

 C ORP  ORATI   V O

 S 

 

I   NDEP E NDE NTE S 

ESTÚDIOS VAREJO

ATACADO

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Tabela 58Fatores Determinantes para Manter a Capacidade Competitiva (Atratividade) das Bandas

Fatores competitivosMicro Pequena

Nula BaixaMédi

a AltaÍndice

* Nula BaixaMédi

a AltaÍndice

*1. Qualidade dosinstrumentos/arranjo/melodia

0 0 0 9 1,00 0 1 0 4 0,86

0,0% 0,0% 0,0%100,0

% 0,0%20,0% 0,0% 80,0%

2. Qualidade da mão-de-obra(músicos) 1 0 1 7 0,84 0 0 0 5 1,0011,1% 0,0%

11,1% 77,8% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

3. Custo da mão-de-obra 0 0 1 8 0,96 0 0 2 3 0,84

0,0% 0,0%11,1% 88,9% 0,0% 0,0%

40,0% 60,0%

4. Nível tecnológico dos equipamentos 0 0 3 7 0,88 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0%30,0% 70,0% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

5. Capacidade de introdução de novosprodutos/processos

0 0 3 7 0,88 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0%30,0% 70,0% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

6. Desenho e estilo nos produtos 0 2 2 3 0,69 0 0 1 4 0,92

0,0%28,6%

28,6% 42,9% 0,0% 0,0%

20,0% 80,0%

7. Estratégias de comercialização 0 0 3 6 0,87 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0% 33,3% 66,7% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%8. Qualidade do produto (música) 0 0 0 10 1,00 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0% 0,0%100,0

% 0,0% 0,0% 0,0%100,0

%9. Capacidade de atendimento(shows)

0 1 3 4 0,76 0 0 0 5 1,00

0,0%12,5%

37,5% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

10. Outra 0 0 0 1 1,00 1 0 0 1 0,500,0% 0,0% 0,0% 100,0

%50,0%

0,0% 0,0% 50,0%

95 

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5.2.4 Dinâmica da Inovação

Quanto aos fatores determinantes para manter a capacidade competitiva – 

atratividade das bandas frente às demais (Tabela 58), é quase unanimidade entre elas, que a

diferenciação de seu “produto com qualidade” e a constância de inovações desses produtos

e processos são decisivos. Para isto concorrem vários elementos: diferenciação quanto aos

arranjos, composições, melodia, diversificação dos estilos musicais, qualidade dos

instrumentos, dos equipamentos técnicos de som e iluminação e, especialmente a qualidade

dos músicos.

 Tabela 59

 Ações da Banda no Sentido de Incorporar Inovações: 2003 a 2005.

Descrição MicroPeque

naSim Sim

1. Inovações de produto*100,0%

100,0%

1.1. Produto novo para a sua empresa, mas já existenteno mercado?

8 480,0% 80,0%

1.2. Produto novo para o mercado nacional? 6 260,0% 40,0%

1.3. Produto novo para o mercado internacional? 4 250,0% 40,0%

2. Inovações de processo* 90,0%

100,0%

2.1. Processos tecnológicos novos para a sua empresa,mas já existentes no setor?

8 580,0%

100,0%

2.2. Processos tecnológicos novos para o setor deatuação?

5 150,0% 20,0%

3.1. Criação ou melhoria substancial, do ponto de vistatecnológico, do modo de acondicionamento de produtos

(embalagem)?

4 244,4

% 40,0%4. Realização de mudanças organizacionais(inovações organizacionais)*

80,0%

100,0%

4.1. Implementação de técnicas avançadas de gestão ? 5 155,6% 20,0%

4.2. Mudanças significativas nos conceitos e/ou práticasde marketing ?

7 577,8%

100,0%

96 

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4.3. Mudanças significativas nos conceitos e/ou práticasde comercialização ?

5 555,6%

100,0%

Fonte: Pesquisa de campo

Além desses, pequenas inovações organizacionais, especialmente, em aspectos de

marketing para dar maior visibilidade são fortemente acentuados. As ações no sentido de

incorporar inovações estão apresentadas na Tabela 59.

97 

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Tabela 60Impacto Resultante da Introdução de Inovações entre 2003 a 2005 .

DescriçãoMicro Pequena

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice* Nula

Baixa

Média Alta

Índice*

1. Aumento da produtividadeda empresa

1 1 4 4 0,67 0 0 1 4 0,92

10,0%10,0

%40,0%

40,0% 0,0% 0,0%

20,0% 80,0%

2. Ampliação da gama deprodutos ofertados

1 0 5 4 0,70 1 0 2 2 0,64

10,0% 0,0%50,0%

40,0% 20,0% 0,0%

40,0% 40,0%

3. Aumento da qualidade dosprodutos

1 0 4 5 0,74 0 0 1 4 0,92

10,0% 0,0%40,0%

50,0% 0,0% 0,0%

20,0% 80,0%

4. Permitiu que a empresamantivesse a suaparticipação nos mercadosde atuação

0 2 1 7 0,82 0 0 2 3 0,84

0,0%20,0

%10,0%

70,0% 0,0% 0,0%

40,0% 60,0%

5. Aumento da participaçãono mercado interno daempresa

1 1 3 5 0,71 0 0 2 3 0,84

10,0%10,0

%30,0%

50,0% 0,0% 0,0%

40,0% 60,0%

6. Aumento da participaçãono mercado externo daempresa

4 2 0 4 0,46 1 1 1 2 0,58

40,0%20,0

% 0,0%40,0% 20,0%

20,0%

20,0% 40,0%

7. Permitiu que a empresa

abrisse novos mercados

1 0 2 7 0,82 0 0 0 5 1,00

10,0% 0,0% 20,0% 70,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%8. Permitiu a redução decustos do trabalho

5 0 3 2 0,38 3 1 0 1 0,26

50,0% 0,0%30,0%

20,0% 60,0%

20,0% 0,0% 20,0%

9. Permitiu a redução decustos de insumos

8 0 1 1 0,16 3 1 1 0 0,18

80,0% 0,0%10,0%

10,0% 60,0%

20,0%

20,0% 0,0%

10. Permitiu a redução doconsumo de energia

10 0 0 0 0,00 5 0 0 0 0,00100,0

% 0,0% 0,0% 0,0%100,0

% 0,0% 0,0% 0,0%

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11. Permitiu oenquadramento emregulações e normas padrãorelativas ao Mercado Interno

3 1 0 1 0,26 2 0 0 1 0,33

60,0%20,0

% 0,0%20,0% 66,7% 0,0% 0,0% 33,3%

12. Permitiu oenquadramento emregulações e normas padrãorelativas ao Mercado Externo

4 0 0 1 0,20 2 0 0 1 0,33

80,0% 0,0% 0,0%20,0% 66,7% 0,0% 0,0% 33,3%

13. Permitiu reduzir o

impacto sobre o meioambiente

4 1 0 0 0,06 3 0 0 0 0,00

80,0%20,0

% 0,0% 0,0%100,0

% 0,0% 0,0% 0,0%

Fonte: Pesquisa de campo

99 

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Tabela 61

Fonte de Informação

DescriçãoMicro Pequena

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice* Nula

Baixa

Média Alta

Índice*

1. Fontes Internas  1.1. Área de produção 1 1 1 6 0,77 2 0 0 3 0,60

11,1%

11,1%

11,1%

66,7%

40,0%

0,0%

0,0%

60,0%

1.2. Áreas de vendas emarketing

1 0 2 5 0,78 4 0 0 1 0,2012,5%

0,0%

25,0%

62,5%

80,0%

0,0%

0,0%

20,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

1.3. Outras 1 1 0 1 0,43 2 0 0 0 0,0033,3%

33,3%

0,0%

33,3%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

2. Fontes Externas  2.1. Fornecedores de

insumos (equipamentos,materiais)

5 1 0 2 0,29 2 0 0 3 0,6062,5%

12,5%

0,0%

25,0%

40,0%

0,0%

0,0%

60,0%

2.2. Clientes 2 0 4 4 0,64 1 0 1 3 0,7220,0%

0,0%

40,0%

40,0%

20,0%

0,0%

20,0%

60,0%

2.3. Concorrentes 1 2 0 7 0,76 0 0 3 2 0,7610,0%

20,0%

0,0%

70,0% 0,0%

0,0%

60,0%

40,0%

3.Universidades e OutrosInstitutos de Pesquisa  

3.1. Universidades 6 1 1 2 0,29 5 0 0 0 0,0060,0%

10,0%

10,0%

20,0%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

3.2. Institutos de Pesquisa 7 1 0 2 0,23 5 0 0 0 0,0070,0%

10,0%

0,0%

20,0%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

3.3. Centros de capacitaçãoprofissional, de assistênciatécnica e de manutenção

8 0 0 1 0,11 5 0 0 0 0,0088,9%

0,0%

0,0%

11,1%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

87,5%

0,0%

0,0%

12,5%

80,0%

0,0%

0,0%

20,0%

4. Outras Fontes deInformação  

4.1. Licenças, patentes e“know-how” 4 0 1 4 0,51 3 0 0 2 0,4044,4%

0,0%

11,1%

44,4%

60,0%

0,0%

0,0%

40,0%

4.2. Conferências,Seminários, Cursos ePublicações Especializadas

1 0 3 4 0,73 4 0 0 1 0,2012,5%

0,0%

37,5%

50,0%

80,0%

0,0%

0,0%

20,0%

4.3. Feiras, Exibições e Lojas 3 0 1 4 0,58 1 0 1 3 0,7237,5%

0,0%

12,5%

50,0%

20,0%

0,0%

20,0%

60,0%

100

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4.4. Encontros de Lazer(Clubes, Restaurantes, etc)

1 0 2 4 0,74 2 0 2 1 0,4414,3%

0,0%

28,6%

57,1%

40,0%

0,0%

40,0%

20,0%

4.5. Informações de redebaseadas na internet oucomputador

0 1 3 5 0,79 1 0 0 4 0,800

,0%11,1

%33,3%

55,6%

20,0%

0,0%

0,0%

80,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + NºAltas) / (Nº Empresas no Segmento)5.2.5 Treinamento e Capacitação

O treinamento e/ou capacitação assume na atividade um caráter diferenciado de

outras atividades produtivas. Não existem cursos técnicos para executar alguma tarefa

específica do processo produtivo, nem tampouco, para a área administrativa e

organizacional da banda. Existem cursos de formação musical, relacionados à habilitação

em algum instrumento, quando da realização de um curso superior, ou cursos em escola de

música particular. Aliás, nas escolas particulares de ensino música, muitos músicos com

experiência e formação se capacitam como professores.

Tabela 62

101

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Atividades de Treinamento e Capacitação realizadas pelas Bandas

As atividades de treinamento e capacitação relacionadas pelas bandas dizem

respeito tão somente a cursos ligados a música, ou mesmo relacionado à utilização de

instrumentos de estúdio entre outros. Como isto não é uma prática regular, os indicadores

referenciados (Tabela 62) são baixos.

Descrição

Micro Pequena

NulaBaix

aMédi

a AltaI

nd* NulaBaix

aMédi

a Alta

Índ*

1. Treinamento na empresa5 0 1 3

0,40 3 0 1 1

0,32

55,6% 0,0%

11,1%

33,3% 60,0%

0,0%

20,0%

20,0%

2. Treinamento em cursostécnicos realizados no arranjo 5 0 2 3

0,42 4 0 0 1

0,20

50,0% 0,0%

20,0%

30,0% 80,0%

0,0% 0,0%

20,0%

3. Treinamento em cursostécnicos fora do arranjo 6 0 1 2

0,29 5 0 0 0

0,00

66,7% 0,0%

11,1%

22,2%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

4. Estágios em empresasfornecedoras ou clientes 7 0 1 1

0,18 5 0 0 0

0,00

77,8% 0,0%

11,1%

11,1%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

5. Contratação detécnicos/engenheiros de outrasempresas do arranjos

5 0 2 20

,36 4 0 1 00

,1255,6% 0,0%

22,2%

22,2% 80,0%

0,0%

20,0% 0,0%

6. Contratação detécnicos/engrenheiros deempresas fora do arranjo

8 0 0 10

,11 5 0 0 00

,0088,9% 0,0% 0,0%

11,1%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

7. Absorção de formandos doscursos universitárioslocalizados no arranjo oupróximo

6 1 0 20

,26 5 0 0 00

,0066,7%

11,1% 0,0%

22,2%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

8. Absorção de formandos doscursos técnicos localizados noarranjo ou próximo

7 1 0 10

,14 5 0 0 00

,0077,8%

11,1% 0,0%

11,1%

100,0%

0,0% 0,0% 0,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + NºAltas) / (Nº Empresas no Segmento)

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5.2.6 Cooperação

As atividades cooperadas aparecem na formas de shows conjuntos e eventos

 públicos, em que haja o encontro das bandas. Em geral, outros agentes que não as bandas

 promovem algum tipo de cooperação.

Desse modo, entre os principais parceiros (Tabela 63) estão instituições públicas

governamentais, que promovem eventos como concursos de bandas e músicas, com o

intuito de promover a atividade artística e cultural.

Entre as próprias bandas, no esforço coletivo participativo, praticamente não são

relatadas experiências positivas à não ser quando da realização de um evento que envolve

mais de uma banda e quando a organização é feita em conjunto com as bandas.Além disso, existem formas de cooperação entre músicos que participam em

diferentes bandas ou em mais de uma banda.

As bandas não possuem representação sindical ou outra entidade classista com este

caráter 20. O ECAD, bem como a Ordem dos músicos são apontados pelos músicos como

entidades representativas que poderiam ter papel mais atuante e, menos policialesco.

A relação com a Universidade e/ou outros Centros de Pesquisa, existe

esporadicamente, mais em relação a um músico em particular, e não entre a banda e a

entidade.

 No geral, as diversas formas de cooperação aparecem de maneira pouco articuladas

e, quase sempre mediada pelo poder público, através de espaço público, programas de

incentivo e ações comuns que envolvem a participação de mais de uma banda.

 Na avaliação dos resultados da cooperação (Tabelas 65 e 66), independentemente

do porte da banda, estes aparecem como mais destacados, quanto ao aspecto da melhora

das oportunidades de negócios e na atividade de promoção, divulgação do nome da banda.

20 Embora a Ordem dos Músicos deveria ter esse papel.

103

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Tabela 63

Parceiros na Cooperação

Agentes

Micro Pequena

NulaBaix

aM

édia AltaÍndice* Nula

Baixa

Média Alta

Índice*

1. Empresas  1.1. Outras empresas dentro

do grupo2 0 2 3 0,42 2 0 0 0 0,00

28,6%

0,0%

28,6%

42,9%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

1.2. Fornecedores de insumos(equipamentos, materiais,

componentes e softwares)

3 0 0 3 0,30 2 0 0 0 0,0050,0

%

0

,0%

0

,0%

50,0

%

100,0

%

0

,0%

0

,0%

0

,0%1.3. Clientes 0 0 2 5 0,62 0 0 1 1 0,32

0,0%0

,0%28,6%

71,4% 0,0%

0,0%

50,0%

50,0%

1.4. Concorrentes 3 0 2 3 0,42 0 0 1 1 0,3237,5%

0,0%

25,0%

37,5% 0,0%

0,0%

50,0%

50,0%

1.5. Outras empresas do setor 4 0 1 1 0,16 1 0 0 1 0,2066,7%

0,0%

16,7%

16,7%

50,0%

0,0%

0,0%

50,0%

1.6. Empresas de consultoria 6 0 0 1 0,10 2 0 0 0 0,0085,7%

0,0%

0,0%

14,3%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

2. Universidades e Institutosde Pesquisa  

2.1. Universidades 4 0 1 3 0,36 2 0 0 0 0,0050,0%

0,0%

12,5%

37,5%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

2.2. Institutos de pesquisa 4 0 1 2 0,26 2 0 0 0 0,0057,1%

0,0%

14,3%

28,6%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

2.3. Centros de capacitaçãoprofissional de assistênciatécnica e de manutenção

4 1 0 1 0,13 2 0 0 0 0,0066,7%

16,7%

0,0%

16,7%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

2.4. Instituições de testes,ensaios e certificações

5 0 0 0 0,00 2 0 0 0 0,00100,0

%0

,0%0

,0%0

,0%100,0

%0

,0%0

,0%0

,0%3. Outros Agentes  

3.1. Representação 5 0 0 1 0,10 2 0 0 0 0,0083,3%

0,0%

0,0%

16,7%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

3.2. Entidades Sindicais 4 1 0 0 0,03 2 0 0 0 0,0080,0%

20,0%

0,0%

0,0%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

104

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3.3. Órgãos de apoio epromoção

1 1 1 5 0,59 2 0 0 0 0,0012,5%

12,5%

12,5%

62,5%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

3.4. Agentes financeiros 3 0 0 3 0,30 2 0 0 0 0,0050,0%

0,0%

0,0%

50,0%

100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + NºAltas) / (Nº Empresas no Segmento)

  Tabela 64

Formas de Cooperação

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 Na avaliação das ações conjuntas existe um sentimento mais ou menos comum entre

as bandas de que os benefícios podem ser bastante diversificados. Antes de tudo, apontam,

tanto as micro, quanto as pequenas que as ações conjuntas, melhoram as oportunidades de

negócio, bem como aumentam a visibilidade da banda.

Descrição Micro Pequena

Nula Baixa Média Alta Índice*

Nula Baixa Média Alta Índice*

1. Compra de insumos eequipamentos

2 0 3 4 0,58 2 1 1 1 0,38

22,2%

0,0% 33,3%

44,4%

40,0% 20,0%

20,0%

20,0%

2. Venda conjunta de produtos 1 0 2 6 0,72 1 0 1 3 0,7211,1%

0,0% 22,2%

66,7%

20,0% 0,0% 20,0%

60,0%

3. Desenvolvimento deProdutos e processos

1 1 2 5 0,65 1 1 1 2 0,58

11,1%

11,1%

22,2%

55,6%

20,0% 20,0%

20,0%

40,0%

4. Design e estilo de Produtos 1 1 4 2 0,47 1 0 1 3 0,7212,5%

12,5%

50,0%

25,0%

20,0% 0,0% 20,0%

60,0%

5. Capacitação de RecursosHumanos

2 0 4 3 0,54 0 0 2 3 0,84

22,2%

0,0% 44,4%

33,3%

0,0% 0,0% 40,0%

60,0%

6. Obtenção de financiamento 4 0 1 4 0,46 5 0 0 0 0,0044,4

%

0,0% 11,1

%

44,4

%

100,0

%

0,0% 0,0% 0,0%

7. Reivindicações 2 2 3 2 0,44 3 0 0 2 0,4022,2%

22,2%

33,3%

22,2%

60,0% 0,0% 0,0% 40,0%

8. Participação conjunta emfeiras, etc

1 0 2 5 0,62 1 0 2 2 0,64

12,5%

0,0% 25,0%

62,5%

20,0% 0,0% 40,0%

40,0%

9. Outras 0 0 0 0 0,00 2 0 0 0 0,000,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0

%0,0% 0,0% 0,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias +Nº Altas) / (Nº Total de Empresas)

106

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Tabela 65

Avaliação dos Resultados das Ações Conjuntas

DescriçãoMicro

Nula BaixaMédi

a AltaÍndice

*1. Melhoria na qualidade dos produtos 1 1 2 5 0,65

11,1%

11,1%

22,2%

55,6%

2. Desenvolvimento de novos produtos 1 1 4 3 0,5711,1%

11,1%

44,4%

33,3%

3. Melhoria nos processos produtivos 1 1 3 4 0,6111,1%

11,1%

33,3%

44,4%

4. Melhoria nas condições de fornecimentodos produtos

1 2 2 3 0,4812,5%

25,0%

25,0%

37,5%

5. Melhor capacitação de recursoshumanos

1 1 2 4 0,5512,5%

12,5%

25,0%

50,0%

6. Melhoria nas condições de

comercialização

1 2 1 3 0,42

14,3% 28,6% 14,3% 42,9%7. Introdução de inovaçõesorganizacionais

3 1 1 3 0,3937,5%

12,5%

12,5%

37,5%

8. Novas oportunidades de negócios 0 0 2 6 0,72

0,0% 0,0%25,0%

75,0%

9. Promoção de nome/marca da empresano mercado nacional

0 0 2 7 0,82

0,0% 0,0%22,2%

77,8%

10. Maior inserção da empresa nomercado externo

2 2 2 2 0,3825,0%

25,0%

25,0%

25,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + NºAltas) / (Nº Total de Empresas)

107

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Tabela 66

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Avaliação dos Resultados das Ações Conjuntas

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DescriçãoPequena

Nula BaixaMédi

a AltaÍndice

*1. Melhoria na qualidade dos produtos 2 0 3 0 0,36

40,0% 0,0%60,0% 0,0%

2. Desenvolvimento de novos produtos 1 1 2 1 0,50

20,0%20,0%

40,0%

20,0%

3. Melhoria nos processos produtivos 1 1 2 1 0,50

20,0%20,0%

40,0%

20,0%

4. Melhoria nas condições de fornecimentodos produtos

2 1 1 1 0,38

40,0%20,0%

20,0%

20,0%

5. Melhor capacitação de recursoshumanos

0 1 1 2 0,58

0,0%25,0%

25,0%

50,0%

6. Melhoria nas condições decomercialização

1 1 2 1 0,50

20,0%

20,0

%

40,0

%

20,0

%7. Introdução de inovaçõesorganizacionais

4 1 0 0 0,06

80,0%20,0% 0,0% 0,0%

8. Novas oportunidades de negócios 0 0 2 3 0,84

0,0% 0,0%40,0%

60,0%

9. Promoção de nome/marca da empresano mercado nacional

0 0 2 2 0,64

0,0% 0,0%50,0%

50,0%

10. Maior inserção da empresa nomercado externo

2 2 0 0 0,12

50,0%50,0% 0,0% 0,0%

11. Outras 2 0 0 0 0,00100,0

% 0,0% 0,0% 0,0%Fonte: Pesquisa de campo

110

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Os resultados dos processos de treinamento e aprendizagem (Tabelas 67 e 68)

aparecem na maior capacitação profissional, o que inclui a possibilidade de melhorias para

realização de modificações inovativas, e na melhoria quanto à utilização das “técnicas

 produtivas”, num processo de aperfeiçoamento constante do músico.

111

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O aprendizado do tipo “learning by doing”, é resultado da experiência adquirida

 pelo músico individualmente e pela banda em conjunto.

Tabela 67

Resultados dos Processos de Treinamento e aprendizagemDescrição Micro

Nula Baixa Média Alta Índice*

1. Melhor utilização de técnicasprodutivas, equipamentos, insumos ecomponentes

2 1 2 4 0,61

22,2% 11,1% 22,2% 44,4%2. Maior capacitação para realização demodificações e melhorias em produtose processos

1 1 3 4 0,68

11,1% 11,1% 33,3% 44,4%

3. Melhor capacitação paradesenvolver novos produtos eprocessos

2 2 1 4 0,58

22,2% 22,2% 11,1% 44,4%4. Maior conhecimento sobre ascaracterísticas dos mercados deatuação da empresa

2 0 3 4 0,64

22,2% 0,0% 33,3% 44,4%5. Melhor capacitação administrativa 3 2 2 2 0,42

33,3% 22,2% 22,2% 22,2%

* Fonte: Pesquisa de campo

Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) /(Nº Empresas no Segmento)

Tabela 68

112

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Resultados do Processo de Treinamento e Aprendizagem

 Fonte: Pesquisa de campo

 

5.2.7 O Ambiente Local

Entre as vantagens locacionais do arranjo, apontadas pelas micro e pequenas, como

 pode ser visto nas Tabela 69 e 70, estão nesta ordem de importância: a existência de infra-

Descrição PequenaNula Baixa Média Alta Índic

e*1. Melhor utilização de técnicasprodutivas, equipamentos, insumos ecomponentes

0 1 2 2 0,70

0,0% 20,0% 40,0% 40,0%2. Maior capacitação para realização demodificações e melhorias em produtose processos

0 0 3 2 0,76

0,0% 0,0% 60,0% 40,0%3. Melhor capacitação paradesenvolver novos produtos eprocessos

0 1 2 2 0,70

0,0% 20,0% 40,0% 40,0%4. Maior conhecimento sobre ascaracterísticas dos mercados deatuação da empresa

1 0 0 4 0,80

20,0% 0,0% 0,0% 80,0%5. Melhor capacitação administrativa 3 1 0 1 0,26

60,0% 20,0% 0,0% 20,0%

113

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estrutura, a proximidade com o público, a existência de programas de apoio e promoção e a

disponibilidade de mão-de-obra.

 No caso da música de apelo mais popular, alguns estabelecimentos atraem o público

 pelo gênero musical que executam na maior parte da noite. Disto se beneficiam as bandas

que têm nestes gêneros musicais como o brega e o Calypso, seu carro-chefe.

  Tabela 69

Vantagens Locacionais do Arranjo

ExternalidadesMicro

Nula Baixa Média AltaÍndice

*1. Disponibilidade de mão-de-obraqualificada

3 1 3 3 0,5130,0% 10,0% 30,0% 30,0%

2. Baixo custo da mão-de-obra 5 0 3 2 0,38

50,0% 0,0% 30,0% 20,0%3. Proximidade com os fornecedores deinsumos e matéria prima

5 0 2 3 0,4250,0% 0,0% 20,0% 30,0%

4. Proximidade com osclientes/consumidores

1 1 1 7 0,7910,0% 10,0% 10,0% 70,0%

5. Infra-estrutura física (energia,transporte, comunicações)

1 0 2 7 0,8210,0% 0,0% 20,0% 70,0%

6. Proximidade com produtores deequipamentos

7 0 1 1 0,1877,8% 0,0% 11,1% 11,1%

7. Disponibilidade de serviços técnicosespecializados

5 1 2 2 0,3550,0% 10,0% 20,0% 20,0%

8. Existência de programas de apoio epromoção 1 0 5 4 0,7010,0% 0,0% 50,0% 40,0%9. Proximidade com universidades ecentros de pesquisa

4 2 0 4 0,4640,0% 20,0% 0,0% 40,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (NºEmpresas no Segmento)

114

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Tabela 70

Vantagens Locacionais do Arranjo

ExternalidadesPequena

NulaBaix

aM

édia AltaÍndice*

1. Disponibilidade de mão-de-obra qualificada 2 0 1 2 0,5240,0%

0,0%

20,0%

40,0%

2. Baixo custo da mão-de-obra 3 0 1 1 0,3260,0%

0,0%

20,0%

20,0%

3. Proximidade com os fornecedores deinsumos e matéria prima

4 0 0 1 0,2080,0%

0,0%

0,0%

20,0%

4. Proximidade com os clientes/consumidores 1 0 2 2 0,6420,0%

0,0%

40,0%

40,0%

5. Infra-estrutura física (energia, transporte,comunicações)

0 2 1 2 0,64

0,0%40,0%

20,0%

40,0%

6. Proximidade com produtores deequipamentos

2 2 0 1 0,3240,0%

40,0%

0,0%

20,0%

7. Disponibilidade de serviços técnicosespecializados

3 1 0 1 0,2660,0%

20,0%

0,0%

20,0%

8. Existência de programas de apoio epromoção

1 2 1 1 0,4420,0%

40,0%

20,0%

20,0%

115

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9. Proximidade com universidades e centros depesquisa

3 0 0 2 0,4060,0%

0,0%

0,0%

40,0%

10. Outra 2 0 0 0 0,00100,0%

0,0%

0,0%

0,0%

 

Fonte: Pesquisa de campo

Entre as transações comerciais realizadas no arranjo (Tabelas 70 e 71), recebeu

maior importância entre as micro e pequenas: a aquisição de serviços, a venda dos

 produtos, e aquisição tanto de matérias-primas, quanto de instrumentos, embora não mesma

ordem de importância entre elas.

Em verdade, ainda, são poucas as bandas que tem um deslocamento para fora do

estado. Algumas se deslocam com freqüência para o interior do estado, porém é na RMB

que centralizam sua atividade. A compra de equipamentos e instrumentos, no entanto, já

tem um direcionamento maior para fora do arranjo, via importação.

Tabela 71

Transações Comerciais Realizadas no Arranjo.

 Tipos de Transações Pequena

Nula Baixa Média Alta Índice*

1. Aquisição de insumos e matériaprima

3 1 1 0 0,18

60,0% 20,0% 20,0% 0,0%2. Aquisição de equipamentos 1 1 1 2 0,58

20,0% 20,0% 20,0% 40,0%3. Aquisição de componentes e peças 2 2 1 0 0,24

40,0% 40,0% 20,0% 0,0%4. Aquisição de serviços (manutenção,marketing, etc)

0 0 1 4 0,92

0,0% 0,0% 20,0% 80,0%

5. Vendas de produtos 0 0 3 2 0,760,0% 0,0% 60,0% 40,0%

116

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Fonte: Pesquisa de campo

Tabela 72

Transações Comerciais Realizadas no Arranjo.

 Tipos de Transações MicroNula Baixa Média Alta Índic

e*1. Aquisição de insumos e matéria prima 2 1 4 3 0,57

20,0% 10,0% 40,0% 30,0%2. Aquisição de equipamentos 3 1 3 3 0,51

30,0% 10,0% 30,0% 30,0%3. Aquisição de componentes e peças 3 3 2 0 0,26

37,5% 37,5% 25,0% 0,0%4. Aquisição de serviços (manutenção,marketing, etc)

1 2 3 4 0,64

10,0% 20,0% 30,0% 40,0%5. Vendas de produtos 0 0 0 10 1,00

0,0% 0,0% 0,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa de campo

*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) / (NºEmpresas no Segmento)

117

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São acentuadas como características desejáveis da mão-de-obra local (Tabelas 73 e

74), o conhecimento prático, a disciplina, a capacidade para o aprendizado de novas

qualificações, a flexibilidade e a criatividade.

Tabela 73

Características da Mão-de-Obra Local

CaracterísticasMicro

NulaBaix

aM

édia AltaÍndice*

1. Escolaridade formal de 1º e 2º graus 3 0 2 4 0,5833,3

%0

,0%22,2%

44,4%

2. Escolaridade em nível superior e técnico 2 1 1 5 0,6622,2

%

11,1

%

11,1

%

55,6

%3. Conhecimento prático e/ou técnico naprodução

0 0 2 8 0,920

,0%0

,0%20,0%

80,0%

4. Disciplina 0 1 1 8 0,890

,0%10,0%

10,0%

80,0%

5. Flexibilidade 0 0 3 7 0,880

,0%0

,0%30,0%

70,0%

6. Criatividade 0 0 1 8 0,960

,0%

0

,0%

11,1

%

88,9

%7. Capacidade para aprender novasqualificações

0 0 1 9 0,960

,0%0

,0%10,0%

90,0%

8. Outras 0 0 0 0 0,000

,0%0

,0%0

,0%0

,0%Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) /(Nº Empresas no Segmento)

118

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Tabela 74

Características da Mão-de-Obra Local

CaracterísticasPequena

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice*

1. Escolaridade formal de 1º e 2º graus 0 1 1 3 0,78

0,0%20,0%

20,0%

60,0%

2. Escolaridade em nível superior etécnico

1 1 2 1 0,5020,0%

20,0%

40,0%

20,0%

3. Conhecimento prático e/ou técnicona produção

0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0%0,0%100,0

%4. Disciplina 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0%0,0%

100,0

%5. Flexibilidade 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0%0,0%100,0

%6. Criatividade 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0%0,0%100,0

%7. Capacidade para aprender novasqualificações

0 0 1 4 0,92

0,0% 0,0%20,0%

80,0%

8. Outras 2 0 0 0 0,00100,0

% 0,0%0,0% 0,0%Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) /(Nº Empresas no Segmento)

119

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Tabela 75

Conhecimento e Participação em Programas Públicos

 

Instituição

Micro PequenaNão

conhece

Conhece,mas nãoparticipa

Conhecee

participa

Nãoconhec

e

Conhece,mas nãoparticipa

Conhecee

participa1. GovernoFederal

2 5 3 3 2 020,0% 50,0% 30,0% 60,0% 40,0% 0,0%

2. GovernoEstadual

1 4 5 0 4 110,0% 40,0% 50,0% 0,0% 80,0% 20,0%

3. GoverrnoLocal/Municipal

1 3 6 0 3 210,0% 30,0% 60,0% 0,0% 60,0% 40,0%

4. SEBRAE 5 5 0 3 2 050,0% 50,0% 0,0% 60,0% 40,0% 0,0%

5. OutrasInstituições

2 2 0 1 1 050,0% 50,0% 0,0% 50,0% 50,0% 0,0%

120

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Fonte: Pesquisa de campo

As diversas ações empreendidas, especialmente pela Funtelpa, e o advento das leis

Semear e To Teixeira permitiram as bandas participarem de programas e ações diretas

empreendidas pelos órgãos do poder estadual e municipal. No âmbito federal, ainda que

algumas bandas conheçam atividades de promoção cultural, como a Lei Rounet, por 

exemplo, seu acesso é considerado bastante restrito.

As políticas públicas apontadas como importantes para melhorar o arranjo, vêm ao

encontro das principais necessidades das bandas: o acesso ao crédito, aos avançostecnológicos na área da produção musical, o acesso a informação, a capacitação e a

educação.

Tabela 76

Políticas Públicas que Poderiam Melhorar o Arranjo

Ações dePolítica

Micro Pequena

NulaBaix

aMédi

a AltaÍndice* Nula

Baixa

Média Alta

Índice*

1. Programas de

capacitaçãoprofissional etreinamento técnico

1 1 1 7 0,79 0 0 2 3 0,84

10,0%

10,0%

10,0% 70,0% 0,0%

0,0%

40,0% 60,0%

2. Melhorias naeducação básica

0 0 1 9 0,96 0 0 3 2 0,76

0,0% 0,0%10,0

% 90,0% 0,0%0

,0%60,0% 40,0%

3. Programas de apoioa consultoria técnica

0 0 3 7 0,88 0 0 3 2 0,76

0,0% 0,0%30,0

% 70,0% 0,0%0

,0%60,0% 40,0%

121

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4. Estímulos à ofertade serviçostecnológicos

0 0 2 8 0,92 0 0 3 2 0,76

0,0% 0,0%20,0

% 80,0% 0,0%0

,0%60,0% 40,0%

5. Programas deacesso à informação(produção, tecnologia,

mercados, etc)

0 0 2 8 0,92 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0%

20,0

% 80,0% 0,0%

0

,0% 0,0%

100,0

%6. Linhas de crédito eoutras formas definanciamento

0 0 0 10 1,00 0 0 0 5 1,00

0,0% 0,0% 0,0%100,0

% 0,0%0

,0% 0,0%100,0

%7. Incentivos fiscais 1 0 1 7 0,84 2 0 0 3 0,60

11,1% 0,0%

11,1% 77,8% 40,0%

0,0% 0,0% 60,0%

8. Políticas de fundode aval

1 0 2 5 0,78 2 0 0 3 0,6012,5% 0,0%

25,0% 62,5% 40,0%

0,0% 0,0% 60,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº

Altas) / (Nº Empresas no Segmento)

As limitações ao crédito tomam forma, especialmente, nos entraves burocráticos, a

necessidade de garantias e a inexistência de linhas de crédito adequadas. De fato, como boa

 parte das bandas não é pessoa jurídica, os empréstimos teriam que ser feitos em nome de

um dos seus integrantes, o que dificulta sua contratação, especialmente, devido as

exigências de garantias.

 

Tabela 77Principais Obstáculos que Limitam o Acesso ao Crédito

122

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5.3 Instituições Pertinentes a Música

Fundação Carlos Gomes e Instituto Estadual Carlos Gomes

O grande centro formador de músicos21 do estado é a Fundação Carlos Gomes,

ligada a Secretaria de Educação e Cultura do Estado. A formação de músico inclui, além de

teoria musical, diversos tipos de instrumentos.

São oferecidos, basicamente, dois tipos de curso: os cursos livres, aberto ao público

e os cursos de bacharelado, com habilitação em diferentes tipos de instrumentos.

21 Pelo menos de formação musical específica.

LimitaçõesMicro Pequena

Nula BaixaMédi

a AltaÍndice

* NulaBaix

aMédi

a AltaÍndic

*1. Inexistência de linhasde crédito adequadas àsnecessidades daempresa

6 0 2 2 0,32 1 0 2 2 0,64

60,0% 0,0%

20,0%

20,0%

20,0% 0,0%

40,0% 40,0%

2. Dificuldades ouentraves burocráticospara se utilizar as fontesde financiamentoexistentes

2 2 0 6 0,66 0 0 0 5 1,00

20,0%

20,0% 0,0%

60,0% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0%

3. Exigência deaval/garantias por partedas instituições definanciamento

1 1 2 6 0,75 2 0 0 3 0,60

10,0%

10,0%

20,0%

60,0%

40,0% 0,0% 0,0% 60,0%

4. Entraves fiscais queimpedem o acesso àsfontes oficiais definanciamento

1 1 1 7 0,79 3 0 2 0 0,24

10,0%

10,0%

10,0%

70,0%

60,0% 0,0%

40,0% 0,0%

5. Outras 0 0 0 0 0,00 1 0 0 1 0,50

0,0% 0,0% 0,0% 0,0%50,0% 0,0% 0,0% 50,0%

Fonte: Pesquisa de campo*Índice = (0*Nº Nulas + 0,3*Nº Baixas + 0,6*Nº Médias + Nº Altas) /(Nº Empresas no Segmento)

123

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Quadro 7

Cursos Oferecidos pela Fundação Carlos Gomes

Cursos 2000 2001 2002 2003 2004Musicalização 295 470 497 475 463Instrumento em Grupo 124 0 0 0 59

Disciplinas Complementares 0 9 14 9 3Piano 226 174 213 227 225Violão Clássico 57 76 92 131 127Canto Lírico 65 67 52 65 58Percussão 30 32 34 33 28Oboé 9 9 10 10 11Trompete 17 24 19 27 23Flauta-Doce 41 46 21 38 55Fagote 6 6 6 4 6Flauta-Transversa 13 30 26 34 35Clarinete 17 23 32 48 53Saxofone 23 56 39 51 58Trompa 10 10 10 15 11Trombone 14 16 15 27 22Tuba 3 6 10 13 13Bombardino 0 0 0 0 3Violino 96 50 64 124 112Viola 7 7 2 2 3Violoncelo 26 47 75 49 65Contrabaixo 13 11 16 10 10Flauta-Doce em Grupo 0 21 16 23 0Violino em Grupo 0 64 63 45 0Violoncelo em Grupo 0 0 0 20 0Piano em Grupo 0 49 53 71 62Regência Coral 8 20 13 4 1

Mestre de Banda 0 0 0 34 27Cursos Livres de Teclado,Cavaquinho, Violão Popular,Percussão, Bateria, canto Popular,Baixo Elétrico e Formação deMonitor 181 248 194 187 181Projeto Série Harmônica 0 0 0 8 8Bacharelado 40 42 50 53 76Totalização Final 1281 1571 1586 1774 1618

Fonte: FCG e IECG.

 Obs: O Total dos alunos do Bacharelado não é computado na Totalização Final, uma vez que os alunos

estão distribuídos em diversos instrumentos.

O Curso de Mestre de banda foi implantado a partir do 2° semestre de 2003.

Pelo Quadro 7,   percebe-se que existem cursos de formação erudita, em

instrumentos “clássicos”, mas também direcionados a formação de músicos com caráter 

 popular, inclusive, em instrumentos com esta direção, como o cavaquinho, por exemplo.

124

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Quadro 8

Principais Programas de Divulgação da Música (Cultura) Paraense, por Emissoras

de Rádio e TV.

RÁDIOS/ EMISSORAS DE TV PROGRAMA/HORÁRIO

MARAJORA 3 ou 4 – todos os estilos do ParáBELÉM FM Domingo (23 – 00h)RÁDIO CLUBE Segunda a Sexta (15 – 17h)

Sábado (12 – 16h)LIBERAL FM Programa do Dinho (17 – 18h)RAULAND Programa Marcelo Alencar (21 – 22h)TV CULTURA Sem Censura Pará (Programa diário)

Bem-feito (Programa exibido todas as quartas-feiras)TV LIBERAL A programação diária da TV Liberal está vinculada à

  programação da TV Globo e, portanto não há  programação própria da TV Liberal que estejarelacionada à divulgação da Música Popular Paraense.Os programas regionais que se aplicam à divulgação da

cultura dizem basicamente à fruticultura eagropecuária. Ex: É do Pará.TV RECORD A programação diária da TV Record Belém está

vinculada à programação da TV Record de São Paulo e, portanto não há programação própria da TV Liberalque esteja relacionada à divulgação da Música Popular Paraense. Os programas regionais que se aplicam àdivulgação da cultura dizem basicamente à fruticulturae agropecuária. Ex: Agroamazônia.

TV MARAJOARA Programa Carlos Santos(Domingo das 11h às 13h)

RBA A programação diária da TV RBA está vinculada à programação da TV Bandeirantes e, portanto não há

 programação própria da TV RBA que estejarelacionada à divulgação da Música Popular Paraense.Os programas regionais que se aplicam à divulgação dacultura dizem basicamente à assuntos polêmicos. Ex:Barra Pesada e outros do gênero.

Fonte: Informações obtidas por telefone, junto às emissoras.

As rádios e emissoras de TV, cuja grade de programação permite uma maior 

flexibilidade, para programas locais, são as grandes divulgadoras da música e dos artistas

locais. Destaque para o Programa Carlos Santos, que é retransmitido para outros estados donordeste e, quem tem revelado “muitos talentos” e programação da Tv Cultura com uma

 programação que abre bastante espaço, para a temática e discussão cultural do estado,

inclusive, da música.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PROPOSIÇÕES DE POLÍTICA

Existe claramente alguns pontos que denotam uma fragilidade no processo

 produtivo, tanto do APL de artesanato, quanto do APL de música. Em ambos os casos,

ocorre uma dependência, muito grande da institucionalidade constituída, no âmbito dasdiversas esferas de governo.

As atividades de promoção, o chamado “marketing cultural” promovido pelo

governo do estado e prefeitura municipal, é indispensáveis para dinamizar a atividade, no

sentido de abrir oportunidades a novos mercados, não restritos ao mercado local.

Além do mais, é patente entre os arranjos produtivos uma necessidade de

financiamento, tanto para capital fixo, quanto para capital de giro, muito embora no

artesanato, alguns segmentos como, de jóias e gemas, por exemplo, tenham maior 

necessidade de capital de giro, uma vez este requer uma imobilização de recursos muito

mais volumosa.

O acesso ao crédito é limitado e, por força das características da atividade, em

grande parte informal, inacessível, a grande maioria. Enquanto não houver um acesso ao

crédito mais contínuo e, com restrições que se compatibilizem com as características das

atividades, as escalas de produção se manterão muito limitadas, impossibilitando o acesso a

mercados fora do âmbito local – RMB ou estado do Pará.

Percebe-se a existência de uma cadeia produtiva incompleta na área musical. Não

existe em Belém a indústria de fabricação de CDs, tão somente empresas que reproduzem,

e distribuem as cópias (autorizadas). Isto limita o público da banda e, torna difícil sua

entrada no mercado nacional. Poucas são as bandas que já conseguiram exposição à mídia,

e mesmo distribuição de seus CDs em distribuidoras nacionais.

A análise do artesanato mostrou existir segmentos em diversos estágios de

desenvolvimento, no qual aqueles que estão em estágio superior, são os que têm mantido

um nível de relacionamento, cooperação e capacitação mais regular, especialmente com ainstitucionalidade criada para este fim.

O produto artesanal é muito rico, diverso, original, com nível de inovação constante.

Porém, seu nível de competitividade, ainda, é baixo, uma vez que possui pouca inserção no

mercado nacional.

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A construção de novos espaços públicos para venda do produto artesanal, seria uma

alternativa de, ao diminuir custos e, criar maior visibilidade, criar maior dinâmica à

atividade.

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SERVIÇO DE APOIO ÀS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS DO PARÁ; INSTITUTO

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www.ibge.gov.br 

www.ipea.gov.br 

www.tvcultura.gov.br 

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