apresentação apl manga

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Identificando os sete padrões inibidores de competitividade de Fairbanks & Lindsay presentes no Arranjo Produtivo Local da Manga no RN Abel Dutra de Almeida¹ Almir Mariano de Sousa Júnior¹ Anna Karollyna Albino Brito² Isabela Raquel Mendes Bezerra² Suzany Dantas de Oliveira² Thamiles Medeiros Silva¹ ¹Discentes do Curso de Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA ²Discentes do Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do Semi- Árido – UFERSA.

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Page 1: Apresentação APL Manga

Identificando os sete padrões inibidores de competitividade de Fairbanks & Lindsay presentes

no Arranjo Produtivo Local da Manga no RNAbel Dutra de Almeida¹

Almir Mariano de Sousa Júnior¹Anna Karollyna Albino Brito²

Isabela Raquel Mendes Bezerra²Suzany Dantas de Oliveira²Thamiles Medeiros Silva¹

¹Discentes do Curso de Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA²Discentes do Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA.

Page 2: Apresentação APL Manga

Realizar uma análise da competitividade do Arranjo

Produtivo da Manga do RN de acordo com os Sete Padrões

Inibidores de Competitividade segundo Fairbanks e Lindsay

(2002), em seu livro “Arando o Mar: fortalecendo as fontes

ocultas de crescimento em países em desenvolvimento”,

presentes no APL e uma análise SWOT do arranjo.

Objetivo

Page 3: Apresentação APL Manga

A mangicultura na região semi-árida destaca-se, não apenas pela expansão da área cultivada e do volume de produção, mas, principalmente, pelos altos rendimentos alcançados e qualidade da manga produzida (Embrapa). É o consumo in natura da fruta que responde pela sustentação econômica desse agronegócio.

Introdução

Page 4: Apresentação APL Manga

O principal eixo produtor de manga do RN compreende o pólo Açu/Mossoró (municípios: Carnaubais, Ipanguaçu, Açu, Alto do Rodrigues, Pendências e Baraúna) e representa 65% da produção e 68% do valor da produção .

Page 5: Apresentação APL Manga

Visita aos principais elementos do Arranjo: ASPROM E Finobrasa e entrevista com seus responsáveis.Identificação dos Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay no arranjo e realização de Análise SWOT.

Metodologia

Page 6: Apresentação APL Manga

O acirramento da competitividade global, a necessidade de constantes estudos e mudanças na cadeia e a exigência do mercado, principalmente externo, vêm aumentando a necessidade das empresas desenvolverem relação de cooperação e competição.

APL

Page 7: Apresentação APL Manga

“Conjunto de atores econômicos, políticos e sociais e suas interações, sejam estas tênues ou consolidadas,

incluindo: empresas produtoras de bens e serviço finais e fornecedoras de matérias-primas, [..]organizações

voltadas à formação e treinamento de recursos humanos, informações, pesquisas, desenvolvimento e

engenharia; apoio, regulação e financiamento; cooperativas, associações, sindicatos e demais órgãos

de representação”.(CASSIOLATO E LASTRES, 1999).

APL

Page 8: Apresentação APL Manga

Para o IEL-RN um APL deve ser entendido como aglomerações em uma área geográfica delimitada com um número significativo de atores que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante.Também deve existir, de forma perceptível, a cooperação inter-empresarial e ser identificado algum mecanismo de governança.

APL

Page 9: Apresentação APL Manga

Mapeamento da Cadeia Produtiva da Manga

Page 10: Apresentação APL Manga

Exportação

Ass. Técnica

Mão de Obra

Produtor de Manga

Packing House

Intermediário

Refugo Ind. Polpa

Varejista

Atacadista

Internacional Regional Local Internacional

Local Regional

Infra-estrutura Mudas Defensivos e Fertilizantes Água e Energia

Manga

Comerc. e Distribuição

Distribuição Consumo

Distribuição

Produção

Distribuição

Matéria Prima e Insumos

Distribuição

Embalagem

Page 11: Apresentação APL Manga

Os principais agentes desta cadeia são a Associação dos Produtores de Manga do Rio Grande do Norte (ASPROM-RN) e Finobrasa Agroindustrial SA (detentora da Certificação, Processo e Marca). A ASPROM é formada por 25 produtores localizados nas cidades de Assú, Ipanguassú, Pendências, Carnaubais e Alto do Rodrigues, atua nos elos de produção e comercialização para o mercado interno. O produto “tipo exportação” é vendido à Finobrasa, onde passará pelo processo de fitossanidade, seleção e embalagem no Packing House juntamente com a produção da própria empresa..

APL da Manga do RN

Page 12: Apresentação APL Manga

O sistema de cooperação entre a empresa Finobrasa e produtores da região funciona da seguinte forma: a Finobrasa fornece assistência técnica para esses produtores, em média de três vezes por safra, sendo 1) aplicação de reguladores de crescimento; 2) processo de indução floral; e 3) colheita; e ainda determina a dosagem a ser usada pelos produtores, recomenda a poda, a adubação etc. Esse acompanhamento tem propiciado manejo de qualidade pelos produtores garantindo a qualidade da manga entregue.

APL da Manga do RN

Page 13: Apresentação APL Manga

Integram também o Arranjo:•IBRA-SP: Análise de folhas e solo;•Klabin AS e RIGESA: Embalagem;•EMATER e Secretaria de Agricultura: Apoio Público;•SEBRAE e COEX: Apoio Privado;•BNDES e BNB: Financiamento;•Vicunha: Transporte.

APL da Manga do RN

Page 14: Apresentação APL Manga

A última conquista da ASPROM foi a aprovação o projeto para construção do seu próprio Packing House, com credito do BNDES, coordenado pela EMATER, de 10 milhões. O projeto já está pronto e aprovado, e já tem previsão iniciar suas operações em fevereiro de 2011, com capacidade de até 50t/dia.

APL da Manga do RN

Page 15: Apresentação APL Manga

Para Michael Porter (1993), concluiu que as circunstâncias nacionais afetam a maneira como as empresas são dirigidas.Algumas marcas foram deixadas nas sociedades latino-americanas pelo tipo de colonização (exploradora e mercantilista), que permanecem até hoje: a localização das populações e a utilização dos seus melhores solos para o cultivo dos produtos destinados à exportação e “a característica das nações da região de exportarem suas matérias-primas e importarem das metrópoles os produtos manufaturados” (FELDMANN, 2010).

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 16: Apresentação APL Manga

1) Dependência dos fatores básicos de vantagem, 2) Compreensão a respeito da clientela, 3) Posição competitiva relativa,4) Integração vertical com a distribuição,5) Nível de cooperação entre empresas, 6) Raciocínio adotado pelas empresas e 7) Relação de paternalismo entre as empresas e o governo.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 17: Apresentação APL Manga

1) Dependência dos fatores básicos de vantagem:Neste fator, são considerados os seguintes elementos:

abundância de matéria-prima, mão-de-obra barata, qualidade do solo e clima e localização geográfica estratégica (Fairbanks e Lindsay, 2002). Para estes autores os empresários locais tendem a pressupor que as vantagens em recursos naturais citadas irão lhes colocar em posições de destaque nos mercados exportadores, deixando, assim, de criar condições para a inovação.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 18: Apresentação APL Manga

1) Dependência dos fatores básicos de vantagem:• O produto exportado “in natura”: pouco valor agregado.e

sem diferenciação com o de seus concorrente;• Solo e clima favoráveis:baixo índice pluviométrico;• Mão de obra barata: pouca formação;• Localização que facilita escoamento do produto: entre

Natal e Fortaleza

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 19: Apresentação APL Manga

2) Compreensão a respeito da clientela:• Destinado ao mercado externo;• Necessita da certificação GlobalGap;• Tratamento e embalagem diferenciada para cada

cliente;• O produto ainda não é mundialmente conhecido:

necessita de estimular a demanda para criar novos mercados.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 20: Apresentação APL Manga

3) Posição competitiva relativa :• O RN é apenas o 6º maior produtor Brasil;• Concorrem também com Peru, México e África do Sul;• Busca focar sua produção em “janelas”;• “quando os administradores não sabem onde se

encontram com relação a seus concorrentes, eles não dispõem de informações que ajudem [...] a buscar formas de concorrer novas e inovadoras”.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 21: Apresentação APL Manga

4) Integração vertical com a distribuição:• Com construção do Packing House da ASPROM a

mesma integrará também a etapa de processamento;• A distribuição é terceirizada (Vincunha): mais

vantajoso, pois transfere parte da responsabilidade e risco a outra empresa;

• Já com o produto no exterior, quando necessário, é contratada empresa para representar os interesses;

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 22: Apresentação APL Manga

5) Nível de cooperação entre as empresas:

• F&L apontam a deficiência na cooperação entre as empresas como outra razão importante para a inexistência de inovações.

• Não existe a cooperação que deveria entre os membros para o fortalecimento do arranjo, principalmente na ASPROM: a venda e compra é feita de forma individual.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 23: Apresentação APL Manga

5) Nível de cooperação entre as empresas:• A negociação entre a Finobrasa e os produtores é feita

somente na fase final do ciclo produtivo: na pré-colheita.

• A dependência é praticamente unilateral da ASPROM com a Finobrasa, que deixa isso sempre visível. O arranjo perde competitividade com esse posicionamento.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 24: Apresentação APL Manga

5) Nível de cooperação entre as empresas:“Ao contrário de países como a Itália, onde a existência dos

clusters,[...] promove a cooperação e incentiva que as empresas se unam para, por exemplo, buscar

conjuntamente mercados externos, lançar uma nova marca ou então investir conjuntamente em P&D, na

América Latina quase que invariavelmente os empresários só enxergam nos concorrentes um inimigo que deve ser

abatido.” (FELDMANN, 2010)

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 25: Apresentação APL Manga

6) Raciocínio adotado pelas empresas:• F&L definem a postura reativa do empresariado latino-

americano como uma de suas principais características. • Apenas três ou quatro produtores da ASPROM buscam

melhorar a integração dos membros e obter benefícios e vantagens coletivas, os demais se dividem entre a neutralidade e a negatividade, sempre procurando falhas para culpar os que estavam á frente do negócio, ao invés de ajudar a alavancar a Associação.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 26: Apresentação APL Manga

7) Relação de paternalismo entre as empresas e o governo:Um dos aspectos característico do investidor privado latino-

americano é que somente age se o governo agir primeiro (FELDMANN, 2010). Porém não é somente esse aspecto que caracteriza o paternalismo existente na região, para F&L os empresários latino-americanos freqüentemente

optam por entregar ao governo decisões altamente complexas que se referem aos seus próprios negócios.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 27: Apresentação APL Manga

7) Relação de paternalismo entre as empresas e o governo:• No arranjo estudado, observa-se uma postura mais

desenvolvida neste aspecto. Os produtores que aprenderam a enxergar o governo como parceiro e não como subsidiador da produção estão se destacando.

• Destaca-se o apoio dado pelo SEBRAE, tanto a ASPROM quanto a Finobrasa, buscando capacitar, fomentar negócios e integrar e conscientizar o arranjo.

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 28: Apresentação APL Manga

Análise SWOT:É utilizada para identificar as fraquezas e fortalezas de

uma empresa (ambiente interno), bem como as oportunidades e ameaças inseridos em seu

ambiente (ambiente externo).

Análise dos “Sete Padrões Inibidores de Competitividade de Fairbanks e Lindsay

Page 29: Apresentação APL Manga

Padrões Inibidores de Competitividade

Strengths Forças

Weaknesses Fraquezas

Opportunities Oportunidades

Threats Ameaças

1.Dependência dos fatores básicos de vantagem

- Solo e Clima, -Pouca chuva o ano inteiro, - Mão de obra, - Localização, - Os produtores da ASPROM, em sua maioria, têm nível superior.

- Produto com pouco Valor agregado (in na- tura) e perecível.

- Abertura de um IFRN na cidade de Ipanguassú, com foco Rural.

-Distância de seus mercados consumidores. (México –Usa e Ásia – Europa)

2. Compreensão a respeito da clientela

- Know How do processo, -Estrutura e Certifi-cação da Finobrasa.

- A ASPROM depende total-mente da Fino-brasa para vender ao mercado Externo.

- Incentivo para construção do Packing House para a ASPROM. - Exploração de novos mercados.

- Flutuações nos preços da manga no mercado nacional e internacional.

3. Posição competitiva relativa

-Janela e clientela consolidada - Consciência de sua posição e desvantagem.

- Janela Pequena; -Pouco estímulo para aumentar a produção.

- Possibilidade de aumento da janela e da produção.

- Força do Arranjo Petrolina-Juazeiro.

4. Integração vertical com a distribuição

-A Finobrasa realiza a venda de sua produção e da ASPROM.

-Grande risco de perda para os produtores da ASPROM. -Utilização da certificação da Finobrasa nos frutos dos produtores.

-Repasse da res-ponsabilidade do transporte para terceiro. - Paking HouseI da Associação.

- Elevado custo de contratação e do seguro.

Page 30: Apresentação APL Manga

5. Nível de cooperação entre as empresas

- Existe um par- ceria durável entre a ASPROM e Finobrasa, -Fornecimento de insumos e apoio técnico à ASPROM pela empresa. -ASPROM tem consciência de que precisa melhorar a integração entre seus membros.

- A negociação entre os produtores da ASPROM e a Finobrasa são feitas individualmente; -Dependência unilateral da Associação com relação a empresa, -

- Negociação com outra empresa certificada locali -zada em Touros/ RN para venda no mercado externo. - Possibilidade de aquisição de força e integração da ASPROM com a construção do Packing House.

- Falta da certificação GlobalGap pelos produtores da Associação e investimento necessário para conseguí-lo.

6. Raciocínio adotado pelas empresas

- A Finobrasa busca caminhar com suas forças, sem buscar culpados por seus problemas, dividindo os riscos com os produtores.

- Atitude negativa de alguns membros da ASPROM no desenvolvimento das relações. - A Finobrasa passa para a Associação, de forma nítida, que não depende dela.

- Os membros mais ativos da ASPROM poderão ter destaque já em 2011 com a operação do Packing House

- Os membros não tem o know how de vendas no mercado externo e assumirão os riscos/bônus isoladamente, enquanto que os demais só entrarão se virem retorno obtido pelos demais.

7. Relação de paternalismo entre as empresas e o governo

- As empresas vêem o governo como parceiro e não como subsiador. -Há um apoio in-tenso e positivo do SEBRAE e EMATER á associação.

- Pouco avanço foram realizados na construção do Packing House.

- Possibilidade de aquisição de crédito após a consolidação da Associação.

- Dívida obtida com a estruturação do Packing House.

Tabela 2 – Análise SWOT dos sete padrões inibidores de competitividade no APL da Manga do RN. Elaboração Própria, 2010.

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• A integração da Cadeia poderia ser maior caso a Associação e a Finobrasa mantivessem um contrato de “fidelidade”, onde a Finobrasa definiria o padrão de qualidade que os produtos da Associação deveriam manter ; aumentando a quantidade de produtos exportados, o que aumentaria os lucros para ambas as partes.•O APL da Manga do RN, apesar da grande deficiência atual, possui um grande potencial de desenvolvimento.

Conclusão

Page 32: Apresentação APL Manga

• Após a construção do Packing House a ASPROM tenderá a se tornar mais competitiva, desde que, juntamente a isso, também se trabalhe a cooperação entre seus membros como forma de obter vantagens individuais e coletivas. À medida que a ASPROM se torna mais competitiva o Arranjo também se torna mais competitivo e poderá, inclusive, atrair mais produtores para o agronegócio da manga e aumentar a representatividade do estado à nível nacional.

Conclusão

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•CASSIOLATO, J., LASTRES, H. Políticas para promoção de arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas: conceito, vantagens e restrições de equívocos usuais. In: RedeSist. Rio de Janeiro, 2003. •EMBRAPA. Cultivo da Mangueira, 2004. •FAIRBANKS, M.; LINDSAY, S. Arando o mar: fortalecendo as fontes ocultas de crescimento em países em desenvolvimento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.

Referências

Page 34: Apresentação APL Manga

•FELDMANN, Paulo Roberto. A influência da cultura na gestão das empresas latino-americanas. Revista Estudos Avançados-USP, vol.24, n.68, São Paulo: 2010. •IEL/RN. Disponível em: www.rn.iel.org.br. Acesso em: 09/10/2010.•PORTER, Michael. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus, 1993.• SEBRAE. Termo de Referência para Atuação do Sistema Sebrae em Arranjos Produtivos Locais. Sebrae, 2003.

Referências