59875448 apostila de avaliacao de impacto ambiental

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    APOSTILA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTALProfª Débora Cynamon Kligerman

    1 - DEFINIÇÕES E CONCEITOS:

    Meio ambiente (várias definições) :

    •  Conjunto de elementos importantes para a sociedade humana que atualmente não élevado em conta pelos agentes econômicos.

    •  Conjunto de elementos e fatores indispensáveis à vida:

    1.  Meio Abiótico = Meio Físico;

    2. 

    Meio Biótico = Biocenose = conjunto de seres vivos.

    •  Sistema físico e biológico global em que vivem o homem e os outros organismos;Um todo complexo com muitos componentes interagindo em seu interior.

    Impacto Ambiental

    •  Qualquer alteração, favorável ou desfavorável, no meio ambiente ou em algum deseus componentes, por uma determinada ação ou atividade (Maguillis, 1990).

    •  De acordo com a legislação brasileira, Resolução CONAMA n.º 001/1986,"considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ouenergia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

    A saúde, a segurança e o bem-estar da população;As atividades sociais e econômicas;A biota;

    As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;A qualidade dos recursos ambientais."

    Alterações:

    •  Naturais: se processam mais ou menos lentamente, em escalas temporais e variamde centenas de anos a poucos dias.

    •  Antropogênicas: são geralmente denominadas de efeitos ambientais.

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    UM IMPACTO AMBIENTAL É SEMPRE CONSEQÜÊNCIA DE UMA AÇÃO.

     Nem todas as ações do homem merecem ser consideradas como impacto ambiental.Os fatores que levam a se qualificar um efeito ambiental como significativo, envolvem

    escalas de natureza técnica, política e social.

    Os parâmetros ambientais relevantes são definidos pelas legislações, opções políticas,interesses sociais e condições técnicas.

    Avaliação de Impacto Ambiental

    É uma atividade designada para identificar e predizer o impacto de uma ação no meio biogeofísico, na saúde e bem-estar do homem, e para interpretar e comunicar 

    informação acerca dos impactos.

    Um impacto pode ser benéfico para alguns e pernicioso para outros.Ex.: Construção de uma auto-estrada, de um porto, etc.

    Mudança: Pode ser natural ou induzida pelo homem

    Efeito: Uma mudança induzida pelo homem.

    Impacto: Inclui o julgamento do valor da significância de um efeito.Mudanças Ambientais

    Mesmo na ausência do homem, o meio ambiente natural promove continuamentemudanças:

    •  De milhões de anos: formação de montanhas;•  De dezenas de milhares de anos: mudanças no nível dos mares;• 

    De centenas de anos: eutrofização natural;•  Períodos de poucos anos: crescimento de determinadas colônias de animais ou

     plantas;•  Instantâneos: erupções vulcânicas.

    Algumas mudanças são reversíveis, cíclicas (ex.: secas, ciclo climático), ouirreversíveis (ex.: eutrofização de um lago).

    O aumento do controle do homem sobre o meio ambiente, geralmente cria conflitos

    entre os objetivos humanos e os processos naturais.

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    Além dos impactos ambientais que acompanham a operação normal dos projetos,algumas vezes as tecnologias empregadas engendram riscos de acidentes e catástrofesque causam grandes prejuízos para o meio ambiente.

    Ex.: centrais nucleares, barragens, biotecnologias, poços de petróleo, entre outros.

    2 - DEFINIÇÃO, CONCEITO E FATORES DE RISCO

    RISCO é a medida da probabilidade e severidade de efeitos adversos; Probabilidade deacidentes e doenças resultando em feridos, mortes ou estragos diversos (Canter, 1989).

    RISCO  é um termo que tem sido usado para expressar pelo menos três conceitos

    diferentes:

    a)  Risco Direto: é a probabilidade de que um determinado evento ocorra, multiplicada pelos danos causados por seus efeitos;

    O risco direto é equivalente ao valor esperado dos danos, e pode ser expresso:

    RISCO DIRETO = FREQÜÊNCIA x DANOS(conseqüências/ano) (eventos/ano) (conseqüências/evento)

     b) 

    Riscos de Acidentes de Grande Porte (Catástrofe): é um caso especial em que a probabilidade de ocorrência do evento é baixa, mas suas conseqüências são muito prejudiciais.

    c)  Risco Percebido pelo Público: a percepção social do risco depende em grande parte de quem é responsável pela decisão de aceitá-lo ou não.

    Quando um indivíduo voluntariamente corre um dado risco (ex.: fumar cigarros, fazer alpinismo, andar de carro ou de avião), ele o aceita bem melhor do que a construção deum polo petroquímico ou de uma central nuclear, impostos por um agente externo.

    O GERENCIAMENTO DOS RISCOS ENVOLVE SUA IDENTIFICAÇÃO,MENSURAÇÃO E CONTROLE.

    A quantificação dos riscos está em geral, sujeita a grande margem de incerteza.

    A fase de avaliação é a mais delicada, por envolver julgamento de valor e necessitar da participação do público na tomada de decisão.

    De um modo geral, o critério "tão baixo quanto possível" é amplamente reconhecidocomo adequado para o controle de riscos.

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    Fatores de Risco

    •  Regiões inteiras sob intensas nuvens de fumaça;•  Instalações nucleares obsoletas e inseguras;• 

    Lagos sem peixes, florestas mortas;•  Cidades decoradas com esculturas desfiguradas pela poluição;•  Smog fotoquímico;•  Produção, transporte e estocagem de resíduos tóxicos;•  Embalagem e conservantes de alimentos;•  Construção e urbanização das cidades;•  Pesticidas; etc.

    3 - IMPACTOS BIOGEOFÍSICOS E SOCIO-ECONÔMICOS

    Os impactos nos ecossistemas , ciclos biogeoquímicos e outros, estão ligados através decomplexos mecanismos de feedback com os impactos sociais e as consideraçõeseconômicas, mesmo não constando parte integrante do EIA.

    4 - RESPOSTAS DA SOCIEDADE À DETERIORIZAÇÃO DO MEIOAMBIENTE

    1972 - Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente (Stockolm)➜ marco determinante

    Antecedentes:

    •  Séc. XIV: Queima de carvão mineral reconhecida como causa maior de poluiçãoatmosférica na Inglaterra;

    •  Séc. XIX: Expansão da indústria química; 1ª legislação para controle das emissões;•  1848, Londres: Public Health Act, controle da qualidade da água potável;• 

    1912, EUA: Criação de parques nacionais, preservação de regiões selvagens eecossistemas naturais. Exame de possíveis efeitos adversos oriundos do impacto de

     barragens e auto-estradas;•  1956, Londres: Clean Air Act, após a morte de 4000 pessoas causadas pelo smog

     proveniente da queima de carvão para usos domésticos;•  1970, EUA: National Environmental Impact Assessment, primeira legislação sobre

    relatórios de impacto ambiental e preservação ambiental (EIA).

    1983 - Decreto n.º 88351 de 01 de junho, regulamentou a lei de aplicação de EIAs

    no Brasil.

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    O Decreto nº 88351 estabeleceu algumas medidas para a aplicação do EIA e asdecisões para a autorização de atividades poluidoras ou modificadoras do meioambiente.

    Art. 18:

    "A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos deatividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou

     potencialmente poluidoras, assim como os projetos capazes, sob qualquer forma,de causar degradação ambiental, dependerão de uma autorização prévia dainstituição Estadual integrante do SISNAMA, sem prejuízo de outrasautorizações legalmente exigidas."

    A Resolução CONAMA n.º 001, de 23 de janeiro de 1986, baseada no artigo 18 dodecreto 88351 regulamentou as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e

    as diretrizes para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental.

    5 - ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RELATÓRIO DEIMPACTO AMBIENTAL (RIMA)

    EIA:É um instrumento de política ambiental formado por um conjunto de procedimentoscapazes de assegurar, desde o início do processo, que se tenha um exame sistemático

    dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas, que os resultadossejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis, para uma tomadade decisão e por eles devidamente considerados.

    RIMA:Relatório de Impacto Ambiental

    5.1 - OBJETIVOS DO EIA

    • 

    Como instrumento auxiliar no processo de decisão e viabilizar o uso dos recursosnaturais e econômicos nos processos de desenvolvimento;

    •  Promover o conhecimento prévio, a discussão e a análise imparcial dos impactos positivos e negativos de uma proposta;

    •  Evitar e corrigir os danos, otimizar os benefícios e melhorar a eficiência dassoluções;

    •  Permitir a divulgação das informações e o acesso dos resultados dos estudos aosinteressados;

    • 

    Redução dos conflitos de interesses dos diferentes grupos sociais afetados pelo projeto.

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    5.2 - ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E ARTIGOS DE INTERESSE

    A estrutura administrativa, criada pela Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lein.º 6938, de 31 de agosto de 1981) para o gerenciamento das ações de utilização dosrecursos e proteção da qualidade ambiental, em particular; a utilização do EIA está

    consolidada no Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), que tem como órgãosuperior o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), sendo constituído por todos os órgãos e entidades federais, departamentais, Estaduais e municipais envolvidosno gerenciamento ambiental.

     No Estado do Rio de Janeiro, a Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) e aFEEMA, sob a orientação da Secretaria de Obras e Meio Ambiente, são os que detêmas atribuições de promover e regulamentar a aplicação e avaliação de impactoambiental.

    Artigos de Interesse

    Resolução CONAMA n.º 001 de 23 de janeiro de 1986

    "Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada à suacompreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas

     por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modoque se possa entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as

    conseqüências ambientais de sua implementação."

    "Artigo 11 - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitado e demonstrado pelointeressado, o RIMA será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposiçãodos interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas da SEMA e do órgãoestadual de controle ambiental correspondente, inclusive durante o período de análisetécnica."

    A Participação do Público

    O acesso dos grupos sociais afetados por uma atividade, das associações civisinteressadas na defesa ambiental e do público em geral, é garantido através da lei n.º

    6938/81 que diz no seu Art. 10, §§§§1º:

    "Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional oulocal de grande circulação."

    O Decreto n.º 88351/83, por sua vez no § 3º do Art. 18, estabelece que o público teráacesso ao RIMA.

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    A Resolução CONAMA n.º 001/86 prevê também a promoção de audiências públicas para discussão do projeto e seus impactos, sob controle dos órgãos responsáveis pelomeio ambiente.

    5.3 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL

    O  Licenciamento Ambiental  é um instrumento de planejamento que tem comoobjetivo a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambientalpropícia a vida.

    A construção, instalação, ampliação e funcionamento de qualquer equipamento ouatividade que sejam considerados poluidores ou potencialmente poluidores do MeioAmbiente no Território Nacional, depende de prévio licenciamento.

    O Licenciamento Ambiental  está previsto na Lei n.º 6.938/81, que estabelece asdiretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.

    As atividades que dependem de prévio licenciamento estão listadas nas ResoluçõesCONAMA n.º 001/86, n.º 011/86, n.º 006/87, n.º 006/88, n.º 009/90 e n.º 010/90.

    Essas atividades são licenciadas pelo Órgão Estadual do Meio Ambiente, ou peloIBAMA em caráter supletivo ou para as atividades que a lei determinar decompetência federal.

    Qualquer processo de Licenciamento no IBAMA, é feito ouvindo-se os ÓrgãosEstaduais de Meio Ambiente.

    O Licenciamento é condição prévia para o exercício legal das atividades empresariais.

    SLAP - Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras

    Instituído através do Decreto-lei n.º 1.633, de 21/12/77, o SLAP propõe uma açãoconjunta Estado - iniciativa privada no combate à poluição, visando uma políticaintegrada de controle ambiental.

    Estão sujeitas ao SLAP todas as pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as entidades deadministração pública, que estiverem ou vierem a se instalar e cujas atividades, quer industriais, comerciais, agropecuárias, etc., possam ser causadoras efetivas ou

     potenciais de poluição.

    Os usuários do SLAP dispõem de assessoria técnica que orienta desde a obtenção definanciamento para projetos ambientais na empresa, até a sugestão de alternativas de

    localização mais propícias para a atividade exercida ou a escolha e montagem deequipamento e aparelhagem anti-poluição.

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    Fases do Processo de Licenciamento:

    1)  Licença Prévia - LI

    É o documento que deve ser solicitado na fase preliminar de planejamento daatividade, correspondente à fase de estudos para localização do empreendimento.

    É um instrumento indispensável para solicitação de financiamentos e obtenção deincentivos fiscais.

     Nesta fase o órgão licenciador:

    •  Elabora o Termo de Referência para a realização do Estudo de Impacto Ambiental e

    seu respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente - EIA/RIMA;•  Analisa o EIA/RIMA;•  Vistoria o local do empreendimento;•  Promove a audiência pública.

    Requisitos para a obtenção da LP:

    •  Requerimento de LP;•  Cópia da publicação de pedido de LP (de acordo com a resolução CONAMA n.º

    006/86);•  Apresentação de Estudo de Impacto Ambiental ou Relatório de Controle Ambiental;•  Audiência pública (resolução CONAMA n.º 001/86 e 009/87).

    A concessão da LP não autoriza a execução de quaisquer obras ou atividadesdestinadas à implantação do empreendimento.

    2)  Licença de Instalação - LI

    É o documento que deve ser solicitado antes da implantação do empreendimento.

     Nesta fase o órgão licenciador:

    •  Analisa os documentos solicitados na LP (projeto técnico, programas ambientais e plano de monitoramento).

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    Requisitos para a obtenção da LI:

    •  Requerimento de LI;•  Cópia da publicação da concessão da LP;• 

    Cópia da autorização de desmatamento expedida pelo IBAMA (quando couber);•  Licença da prefeitura municipal;•  Plano de Controle Ambiental - PCA;•  Cópia da publicação do pedido de LI.

    A concessão da LI implica no compromisso do interessado em manter o projetofinal compatível com as condições de seu deferimento.

    3)  Licença de Operação - LO

    É o documento que deve ser solicitado antes da operação do empreendimento.

     Nesta fase o órgão licenciador:

    •  Analisa os documentos solicitados na LI;•  Vistoria as instalações e os equipamentos de controle ambiental.

    Requisitos para a obtenção da LO:

    •  Requerimento de LO;•  Cópia da publicação da concessão de LI;•  Cópia da publicação do pedido da LO.

    A concessão da LO implica no compromisso do interessado em manter ofuncionamento dos equipamentos de controle da poluição, de acordo com ascondições de seu deferimento.

    Prazo de Validade das Licenças:LP - mínimo 2 anos e máximo 3 anosLI - mínimo 3 anos e máximo 6 anosLO - mínimo 5 anos e máximo 10 anos

    5.4 - CARACTERÍSTICAS DO PROCEDIMENTO DE UM ESTUDO DEIMPACTO

    Quem realiza o Estudo de Impacto Ambiental?

    O requerente ou o responsável pelo projeto público ou privado.

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    Será de sua responsabilidade as preocupações com o meio ambiente, a concepção erealização do projeto.

    Inserção nos procedimentos existentes

    O EIA se insere nos procedimentos administrativos existentes.Ele deve ser examinado pelos serviços governamentais competentes.

    Publicação do Estudo de Impacto Ambiental

    Permite a todos conhecer e avaliar a qualidade do estudo.

    O estudo é tornado público de acordo com as normas previstas.

    Pode ser submetido ou não a enquete pública.

    Se for submetido a julgamento público, o dossiê terá de ser apreciado pelosrepresentantes da comunidade antes da declaração de utilidade pública.

    Caso contrário, toda pessoa física ou jurídica pode ter acesso ao EIA desde o momentoda autorização de sua execução.

    5.5 - RIMAS (RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL)

    De acordo com o Art. 9º da Resolução CONAMA n.º 001/86, "O relatório de impactoambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá, nomínimo:

    I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais;

    II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locais, especificando paracada m deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias

     primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos aserem gerados;

    III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área deinfluência do projeto;

    IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação daatividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de

    incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para suaidentificação, quantificação e interpretação;

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    V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparandoas diferentes situações da ação do projeto e suas alternativas, bem como a hipótese desua não realização;

    VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aosimpactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau dealteração esperado;

    VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

    VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários deordem geral)."

    5.6 - PRINCIPAIS ATRIBUTOS DE UM ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

    Magnitude e sua Importância

    Magnitude é a medida de um impacto em termos absolutos, uma alteração do valor deum fator ou parâmetro ambiental em termos quantitativos ou qualitativos.

    Para o cálculo da magnitude deve-se considerar o grau de intensidade, a periodicidade ea amplitude temporal do impacto.

    Importância é a ponderação do grau de significação de um impacto em relação aofator ambiental afetado e a outros impactos.

    Características dos Impactos

    Uma ação pode causar numerosos impactos, muitas vezes estritamente ligados, tendo-se que levar em conta as suas diversas características:

    a)  Características de Valor

    •  Impacto Positivo ou Benéfico - Quando uma ação resulta em melhora daqualidade de um fator ou parâmetro ambiental.

    •  Impacto Negativo ou Adverso - Quando a ação resulta em um dano a qualidadede um fator ou parâmetro ambiental.

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    b) Características de Ordem

    •  Impacto Direto - Quando resulta de uma simples relação de causa e efeito;também chamado Impacto Primário ou de Primeira Ordem.

    • 

    Impacto Indireto - Quando é uma reação secundária em relação a ação, ouquando é parte de uma cadeia de reações; também chamado ImpactoSecundário ou de Enésima Ordem.

    c)  Características Especiais

    •  Impacto Local - Quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações.

    •  Impacto Regional - Quando um efeito se propaga por uma área além das

    imediações do sítio onde se deu a ação.

    •  Impacto Estratégico - Quando é afetado em um componente ambiental deimportância coletiva ou nacional.

    d) Características Temporais ou Dinâmicas

    •  Impacto Imediato - Quando o efeito surge no instante em que se dá a ação;

    • 

    Impacto a Médio ou Longo Prazo - Quando o efeito se manifesta depois dedecorrido um certo tempo após a ação;

    •  Impacto Temporal - Quando o efeito permanece por um tempo determinado,depois de terminada a ação;

    •  Impacto Permanente - Quando, uma vez executada a ação, os efeitos não paramde se manifestar em um horizonte de tempo conhecido.

    ReversibilidadeDe acordo com a possibilidade do fator ambiental afetado poder retornar às suascondições de origem.

    IrreversibilidadeA irreversibilidade pode ocorrer naturalmente ou pela intervenção do homem.

    Efeitos Cumulativos e SinergísticosPrincipalmente relativos a substâncias químicas.

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    Distribuição Social dos ImpactosÉ explicado pelo fato dos efeitos benéficos e adversos nunca serem igualmente sentidos

     pelos diversos grupos sociais.

    6 - ESCALAS DE INTERESSE NA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

    Escalas de Tempo

    a)  Durante a Construção:

    O meio ambiente é modificado pelo trabalho dos equipamentos de terraplanagem,estabelecimento de equipamentos temporários e estradas vicinais.

    Para os habitantes locais, a qualidade de vida é degradada pela produção de poeira,ruídos e incômodos sociais.

     b)  Após os Serviços:

    Grama e árvores podem ser plantadas e estradas podem ser pavimentadas, mas não hádúvida de que um novo meio ambiente foi criado como conseqüência dos trabalhos.

    Ex.: submersão de um vale, desvio de um rio, remanejamento do tráfego ouaparecimento de poluentes no ar e na água.

    c)  Durante um período de várias décadas após os serviços realizados:

    O desenvolvimento pode atrair indústrias secundárias que podem causar sensívelaumento populacional.

    Após 50 anos, quando a estrutura original estiver talvez obsoleta, as modificaçõesambientais requeridas poderão ser agora mais substanciais que as originárias.

    Escalas Espaciais

    a)  Área diretamente envolvida - Ex.: interior de uma fábrica ou nos limites de umaárea designada para o controle de inseticidas.

    b) Nas vizinhanças - Ex.: a jusante de uma barragem ou de uma chaminé.

    c)  Grandes áreas - em casos extremos. Ex.: as superfícies continentais.

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    7 - PLANEJAMENTO AMBIENTAL

    7.1 - O PROBLEMA DA PREDIÇÃO

    Quando um projeto ou programa é implementado, ele implica em uma cadeia de

    eventos que modificam o meio ambiente e a sua qualidade.

    Ex.: A construção de uma auto-estrada modifica a paisagem física, que por suavez afeta o habitat de algumas espécies, modificando assim inteiramente oecossistema biológico da região.

    Esta mesma estrada afeta o valor dos terrenos, os hábitos recreacionais, locaçãode residências e a economia regional.

    Estes fatores estão interligados, sendo difícil se prever seus resultados com exatidão.

    Um dos problemas do avaliador é identificar os vários componentes das mudançasambientais, provenientes da interação da influência do homem e da natureza.

    7.2 - FASES DA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

    Os 10 passos (FIGURA 1) mais importantes no planejamento e tomada de decisão de problemas ambientais, são:

    Passo 1 - Estabelecimento de Objetivos (goals)

    O governo estabelece os objetivos:•  Objetivos Gerais - ex.: desenvolvimento econômico; bem-estar social; etc.•  Objetivos Específicos - ex.: planos qüinqüenais.

    Estes objetivos estabelecem as estruturas nas quais as normas, os programas e as açõessão implementadas.

    Passo 2 e 3 - Estabelecimento de Normas e Programas

    Os objetivos estabelecidos precisam ser traduzidos em ações via normas e programas.

    É importante se assegurar que as considerações ambientais são levantadas e levadas emconta pelo "decision-maker" o mais cedo possível, no processo de planejamento e nãoimediatamente antes da decisão final (passo 7).

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    Passo 4 - Ações

    Ações podem se originar de várias maneiras:

    4a - Somente através de programas governamentais;

    4b - Através de programas iniciados por níveis locais do governo ou do setor  privado, mas financiado através de empréstimos ou repasses do governocentral;

    4c - Através de programas iniciados a níveis de governo local ou do setor  privado, mas sujeito a aprovação ou a licença pelo governo central.

    Suporte financeiro pode vir algumas vezes de fontes exteriores como países

    estrangeiros ou agências de desenvolvimento.

    As ações podem incluir:

    (a) Esquemas de engenharia - ex.: a construção de gasodutos ou sistemas de transporte;(b) Ações administrativas - ex.: reorganização dos serviços governamentais para a

    administração de florestas;(c) Ações legislativas - ex.: leis relacionadas ao uso do solo ou de pesticidas.

    Passo 5 - Determinação de Impacto SignificativoAvaliar se uma proposta afetará significativamente o meio ambiente é em efeito, uma

     primeira checagem da proposta para decidir se deverá ou não ser solicitado um EIAdetalhado, e se certificar que uma série de alternativas foram analisadas.

    Isto pode ser um julgamento simples, efetuado pelo responsável oficial ou pode ser  baseado em um documento sucinto, formal e preparado por um grupo de especialistas.

    Se o responsável ou o grupo decide que a ação proposta não afetará significativamenteo meio ambiente, uma determinação negativa é feita (passo 6b), que pode envolver umanotificação ou explicação pública; neste caso procedimentos serão efetuados para acontinuação da ação proposta.

    Passo 6 - Avaliação de Impacto Ambiental

    Se a ação proposta é considerada uma causadora em potencial de impactos ao meioambiente, solicita-se um EIA. É neste ponto que o público pode intervir no processo.

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    O RESULTADO MAIS IMPORTANTE DE UM EIA É O DESENVOLVIMENTODE ALTERNATIVAS QUE PERMITAM MINORAR OS IMPACTOS NO MEIOAMBIENTE.

    Passo 7 - Decision-Making

    Após uma revisão do EIA, o "decision-maker" decide se a ação deve continuar ou seela é insatisfatória do ponto de vista ambiental.

     Neste último caso, a ação pode ser retirada ou modificada e reintroduzida novamenteno processo do EIA.

    O "decision-maker" pode ser um presidente, ministro ou um responsável por umdepartamento ou agência.

    Qualquer decisão a ser tomada deve ser a mais sábia possível. Em virtude do grandenúmero de fatores intervenientes, quer sejam políticos, socio-econômicos ou técnicos, o"decision-maker" pode solicitar recomendações de um assessor especial ou recomendar uma avaliação independente.

    Passo 8 - Implementação

    Este passo envolve várias funções: - planejamento detalhado; - projeto; - construção;

    - e operação.Ele pode ser executado por uma agência governamental ou por companhias privadas. Neste caso o governo deve assegurar o cumprimento das normas e padrõesrecomendados.

    Passo 9 - Auditoria

    Todo o processo de implementação, planejamento, início e operação devem permanecer sob controle, mesmo por vários anos após o seu término, para se assegurar ocumprimento das normas e padrões constantes do projeto.

     Não só os dados do monitoramento contínuo devem ser checados com as previsões do projeto, mas devem ser usados para futuras reavaliações.

    Este procedimento tem sido pouco utilizado, principalmente por falta de sua inclusãono orçamento do projeto.

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    FIGURA 2 -  Considerações de diversas alternativas para se alcançar os objetivosambientais.

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    8 - EXECUÇÃO DE UM ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

    8.1 - CONTEÚDO DE UM ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

    a)  Descrever a ação proposta, bem como as alternativas;

    b) Estimar a natureza e a magnitude das mudanças no meio ambiente;

    c)  Identificar os impactos relevantes nas relações humanas;

    d) Definir os critérios de medidas da intensidade das mudanças, incluindo os pesosrelativos usados na comparação das diversas mudanças;

    e)  Estimar a intensidade das mudanças previstas, isto é, estimar o impacto das ações

     propostas;

    f)  Fazer recomendações sobre:

    1  - aceitação do projeto;2  - ações de recuperação;3  - aceitação de uma ou mais alternativas;4  - rejeição.

    g) 

    Fazer recomendações sobre os procedimentos de inspeção a serem efetuados após arealização do projeto.

    Observação: passos (f) e (g) são opcionais.

    DETALHAMENTO DE UM EIA

    Um EIA deve conter:

    1)  Análise do estado inicial do sítio

    Ela é função da sensibilidade do meio, como dos impactos previsíveis do projeto.

    Ele deve enfocar notadamente as riquezas e os espaços naturais agrícolas, florestais,marítimos ou de lazer, afetados pelas modificações do meio.

    Ela deve ser completa e englobar:

    •  Pesquisa bibliográfica;

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    •  Consulta a especialistas científicos:  Laboratoristas;  Habitantes locais;  Engenheiros, biólogos, agrônomos, etc.

    • 

    Reconhecimento específico do terreno.

    A apresentação deve ser feita na forma de mapas, esquemas, perspectivas, fotografias,etc.

    2)  Análise dos efeitos sobre o meio ambiente

    A apresentação dos impactos supõe suas identificações e avaliações.

    É preciso considerar que os impactos se desenvolvem em cadeias com efeitos diretos eindiretos.

    Sua avaliação supõe que seja feita uma simulação que retrate o máximo possível oestado futuro do sítio.

    Os efeitos devem ser analisados sobre:  Paisagem;  Terreno;

     

    Fauna;  Flora;  Ecossistemas biológicos;  Comodidade dos vizinhos (ruídos, vibrações, emissões);  Saúde e o bem estar público.

    3)  Razões que levaram a escolha do projeto proposto

    Apresentar as razões da escolha de uma solução, consiste em discutir e mostrar as

    vantagens e inconveniências das outras soluções e inclusive a solução de nada se fazer.4)  Medidas para suprimir, reduzir e compensar as conseqüências do projeto

    O responsável pelo projeto deve procurar compatibilizar seu projeto com a preservaçãodo meio ambiente natural e o bem estar público.

    Ele deve apresentar um elenco de medidas que permitam suprimir (ideal) ou minorar asconseqüências negativas sobre o meio ambiente.

    Ele deve também definir as medidas possíveis para compensar os impactos negativos eestimar seus custos.

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    8.1 - PRINCIPAIS TIPOS DE PROJETOS QUE PODEM PRODUZIRIMPACTOS

      Uso e Transformação do Solo - Urbano; Industrial; Agrícola;

    Aeroporto; Portos; Transporte;Linhas de Transmissão; etc.

      Extração - Perfuração; Mineração; Exploração por  Explosão; Pesca Comercial e Caça.

      Recursos Renováveis - Reflorestamento; Gestão da Vida Selvagem;  Fertilização; Reciclagem de Resíduos;

     Controle de Cheias.

      Processos Agrícolas - Fazendas; Ranchos; Vacarias; Irrigação.

      Processos Industriais - Beneficiamento de Ferro e Aço;  Indústria Petroquímica; Metalurgias;  Indústrias de Papel; etc.

      Transporte - Ferrovias; Estradas; Portos; Gaseodutos.

     

    Disposição e Tratamento - Disposição no Mar; Aterros Industriais;da Água Contaminantes Ambientais;  Estocagem no Subsolo;  Emissões Biológicas.

      Tratamento Químico - Controle de Insetos (pesticidas);  Controle de Sementes (herbicidas).

      Recreação - Áreas de Caça; Parques; etc.

    Além dos projetos (ações) mencionados na lista acima, podemos incluir ainda comoações:

    1)  Proposição para banimento de pesticidas;

    2)  Mudança nas normas de produção e consumo de energia;

    3)  Mudança nos subsídios ou tarifas de produtos agropecuários.

    Muitas dessas proposições têm conseqüências subseqüentes nos projetos. Há tambémalém das conseqüências ambientais, implicações socio-econômicas.

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    8.3 - PREDIÇÃO DAS MUDANÇAS AMBIENTAIS

    Sumário de algumas mudanças ambientais---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    SOLO - Qualidade (profundidade, estrutura, fertilidade, grau de  salinização, acidificação, etc.); Estabilidade; Área Arável.

    AR - Qualidade; Efeitos Climáticos.

    ÁGUA - Quantidade; Qualidade; Sazonabilidade; Irrigação;  Inundações (lagos e barragens).

    BIOTA - Abundância / Escassez das Espécies ou Recursos Genéticos;

      Ecossistemas; Vegetação; Florestas; Diversidade.---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Estas mudanças podem ser BOAS ou MÁS, dependendo dos diferentes objetivos e pontos de vista.

    Por esta razão o avaliador deve evitar nesta parte do projeto um julgamento deste tipo.Ele deve simplesmente determinar a natureza e a magnitude dos efeitos.

    É importante nesta etapa não só determinar as mudanças na qualidade do meioambiente, mas também estimar a velocidade dessas mudanças.

    Uma mudança lenta pode ser aceitável, especialmente se ela provoca uma novaestabilidade, enquanto uma mudança rápida ou grandes flutuações podem provocar mudanças intoleráveis aos ecossistemas.

    Outro ponto importante é o grau de irreversibilidade de uma mudança.

    Algumas vezes ela pode ser total, como no caso da extinção de uma espécie.

    Em outras ela pode ser total para vários usos como erosões catastróficas, queimpossibilitam o uso do solo por longos anos e requer uma soma inaceitável dedinheiro e energia para recuperá-lo.

    8.4 - EFEITOS AMBIENTAIS

    Um EIA deve conter 3 sub-seções relativas aos efeitos ambientais:a)  Determinação do estado inicial do sítio;

     b) 

    Estimativa do estado futuro do sítio sem uma ação;c)  Estimativa do estado futuro do sítio com a ação.

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    a)  Estabelecimento do estado de referência inicial

    A avaliação das mudanças ambientais pressupõe um conhecimento do estado presentedo sítio onde será efetuado o projeto.

    É necessário se selecionar certos atributos que possam ser usados nesta estimativa.

    Alguns poderão ser mensuráveis, outros comparados, ou ainda classificados em ordemdecrescente ou crescente de magnitude.

    Decisões difíceis deverão ser tomadas com relação à presença ou ausência de certosatributos, como população dos ecossistemas.

    Deve ser enfatizado que o estabelecimento do estado inicial de referência é bastante

    difícil, uma vez que os sistemas ambientais são dinâmicos, cíclicos e algumas vezesvariam ao acaso.

    Um programa de monitoramento rigoroso pode fornecer uma boa descrição desteestado, embora admita-se ainda um certo grau de subjetividade e incerteza.

    b) Predição do estado futuro do sítio na ausência de uma ação

    Ex.: Instalação de uma metalurgia.

    Uma determinada espécie de animal ou peixe pode estar sendo diminuída, mesmo naausência de uma ação, motivada por excesso de caça ou de pesca.

    Esta parte da análise é basicamente um problema científico, requer profissionaismultidiciplinares.

    A predição terá quase sempre um grau de incerteza, que deverá pelo menos ser indicadaem termos qualitativos.

    Predição do comportamento de sub-sistemas biológicos e suas respostas a um stressambiental, são largamente sujeitos a incertezas.

    c)  Predição do estado futuro na presença de uma ação

    Para cada ação proposta e suas combinações possíveis, haverá um estado do meioambiente presente que deverá ser comparado com o estado esperado do sítio, naausência da ação.

    Predições deverão ser feitas também para diversas escalas de tempo, na ausência e presença de uma ação.

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    8.5 - EFEITOS SOCIO-ECONÔMICOS

    Assumimos que o bem estar dos seres humanos, no seu senso mais amplo, é a preocupação maior do planejamento ambiental.

    Assim sendo, o "decision-maker" deve julgar os projetos ambientais levando em contaas áreas de interesse humano.

    Lista de Impactos Socio-econômicos---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    STATUS ECONÔMICO - Deslocamento populacional; Relocação daE OCUPACIONAL população causada pelo aumento da oferta de  empregos; Melhoria dos serviços e distribuição;

      Valorização das propriedades.

    ATIVIDADE SOCIAL OU - Reassentamento; Êxodo rural; Mudanças naESTILO DE VIDA densidade populacional; Alimentação; Casas;  Agrícola; Rural; Urbano.

    AMENIDADES SOCIAIS E - Estilo de vida familiar; Escolas; Transporte;RELACIONAMENTOS Sentimentos comunitários; Participação versus  Alienação; Orgulho local e nacional versus

      Insatisfação; Língua; Hospitais; Clubes;  Recreações.

    FATORES PSICOLÓGICOS - Envolvimento; Expectativas; Stress;  Frustração; Desafio; Satisfação no trabalho;  Orgulho nacional ou comunitário; Livre  escolha; Estabilidade e continuidade; Livre  expressão; Mobilidade; Solidão.

    AMENIDADES FÍSICAS - Parques nacionais; Vida selvagem; Galerias de(Cultural, Intelectual, arte e museus; Monumentos históricos eEstética e Sensual) arqueológicos; Belezas cênicas; Silêncio;

      Ar e água puras.

    SAÚDE - Mudanças na saúde; Serviços médicos;  Qualidade dos serviços médicos.

    SEGURANÇA PESSOAL - Tranqüilidade; Livres de desastres naturais.

    CRENÇAS RELIGIOSAS - Símbolos; Tabus; Valores.

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    TECNOLOGIA - Segurança; Perigos; Medidas de segurança;  Emissões de resíduos; Congestionamento;  Densidade.

    CULTURAL - Laser; Moda; Novos valores; Tradição.

    POLÍTICA - Autoridade; Grau e nível de envolvimento;  Estrutura do "decision-maker";  Responsabilidade; Alocação de recursos;  Defesa; Tolerância.

    LEGALIDADE - Reestruturação da gestão administrativa;  Mudanças nas taxas; Leis públicas.

    ESTÉTICO - Mudanças visuais físicas; Conduta moral;  Valores sentimentais.

    LEIS ESTATUÁRIAS - Normas de qualidade do ar, da água e deE ATOS ruídos; Código de construção civil.---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    8.6 - ESCOLHA DOS INDICADORES DE IMPACTOS

    Um indicador de impacto é um elemento ou parâmetro (pelo menos no sentidoqualitativo) do significado do efeito, isto é, da magnitude do impacto ambiental.

    Alguns indicadores como morbidez e mortalidade ou safra de grãos, podem ser estudados estatisticamente e expressos em números. Outros impactos podem ser somente expressos em termos de bom, ótimo, ruim, aceitável ou inaceitável.

    A seleção dos indicadores é sempre uma etapa difícil e importante do projeto.

    Ele deve ser norteado preponderantemente pelas normas e leis existentes.

     Na ausência de normas ou leis sobre o assunto, o avaliador pode propor algunsindicadores, que devem ser aprovados pelo "decision-maker".

    Ex.: Se desejamos avaliar o impacto de uma usina de geração de eletricidade através doconsumo de óleos combustíveis, o trabalho será facilitado se existirem normas sobre:

    a)  Emissão de vários poluentes; b)  Padrões de qualidade do ar e da água.

    Mesmo se os padrões acima são indicadores úteis em um EIA, eles não refletirão atotalidade dos impactos e problemas. Outros fatores devem ser considerados.

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    8.7 - COMO ESTIMAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS

    Um objetivo, nem sempre possível de ser alcançado, é a estimativa numérica de cadaação e seus efeitos, principalmente efeitos relativos ao bem estar social.

    Existem diferentes maneiras de se medir um impacto: alguns podem ser numéricos,enquanto outros podem ser traduzidos em forma de classificações ou séries.

     Neste último caso o avaliador deve converter estas classes ou séries em algum tipo denormalização.

    Em sistemas mais simples cada indicador é expresso como sendo: positivo,insignificante ou negativo.

    O número de positivos e negativos são contados e comparados.

    Como os efeitos sobre o homem são difíceis de se avaliar e são freqüentemente maisimportantes que os outros, estima-se uma série de pesos para cada efeito identificado.

    Exemplo:Certas pessoas podem julgar que o uso recreacional de uma parcela de solo é maisimportante que preservar a mata nativa existente.

    8.8 - NÍVEL DE DETALHE DE UM EIAEle depende:

    a)  Da sensibilidade do meio ambiente estudado;

    b) Da extensão do projeto e seus efeitos;

    c)  Do valor e da conscientização ambiental da comunidade;

    d) 

    Dos recursos científicos e técnicos disponíveis;

    e)  Do tempo disponível para avaliação.

    Em alguns países, o avaliador prepara um EIA preliminar, que é analisado e serve de base para se decidir pela necessidade ou não da execução de um EIA completo.

    Em outros países, o órgão avaliador fornece um roteiro contendo os principais pontosdo estudo que devem ser explorados, para diferentes tipos de projetos.

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    8.9 - RECOMENDAÇÕES DO AVALIADOR

    Após estimar os impactos ambientais, o assessor deve fazer recomendações.

    O nível e a profundidade dessas recomendações depende da extensão do estudo

    efetuado, do grupo multidisciplinar envolvido, da qualidade e dos meios utilizados.

    Este grupo deve incluir cientistas, sociólogos e economistas.

    8.10 - RESPONSABILIDADES DOS PARTICIPANTES NO PROCESSO DEAVALIAÇÃO AMBIENTAL

    A responsabilidade das pessoas ou grupos de pessoas que participam do processo deum estudo ambiental, varia de país a país.

    Geralmente a responsabilidade é repartida da seguinte maneira:

    •  DECISION MAKER - pode ser um chefe de Estado, um grupo de ministros, ouuma pessoa individual especialmente designada (ex.: FEEMA);

    •  AVALIADOR - é a pessoa, agência ou companhia que tem a responsabilidade pela preparação do EIA;

    • 

    PROPONENTE - pode ser uma agência do governo ou uma firma privada quequeira efetuar o projeto;

    •  REVISOR - é a pessoa ou a agência que tenha a responsabilidade pela revisão do projeto, assegurando o cumprimento das normas.

    •  CONSULTORES - são pessoas com conhecimentos especializados solicitadas paraavaliarem determinadas ações. Podem ser recrutadas dentro do governo ou fora;

     

    PÚBLICO - inclui todos os cidadãos e organizações que representem seusinteresses.

    9 - CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

    9.1 - PRINCIPAIS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DISPONÍVEIS

    O avaliador possui um certo número de técnicas que podem ser utilizadas ao longo daelaboração do EIA, para colher e sintetizar as informações:

      Pesquisa de campo;  Monitoramento;

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    O método é objetivo?

    Esta propriedade é desejável para se minimizar a possibilidade das prediçõesautomaticamente concordarem com as idéias preconcebidas do promotor ou doavaliador.

    Estes pré-julgamentos são quase sempre causados pela carência de conhecimentos dascondições locais, ou pela insensibilidade para com a opinião pública.

    Uma segunda razão, é assegurar que as predições constantes no EIA possam ser comparáveis com outras ações típicas similares.

    O método prediz interações?

    Os processos ambientais, sociológicos e econômicos, sempre contêm mecanismos defeedback.

    Uma mudança na magnitude de um indicador de um efeito ou impacto ambiental, pode produzir modificações insuspeitas ou obstrução em outras partes do sistema.

    Ex.: Populações de animais selvagens não aumentam exponencialmente mesmo emcondições ambientais mais favoráveis, isto devido a um certo número de feedback como a diminuição de alimentos.

    Os métodos de predição devem incluir a capacidade de identificação das interações eestimar suas magnitudes.

    9.3 - COMO AVALIAR OS IMPACTOS

    Importância dos Impactos

    Os impactos mais importantes a serem identificados, são aqueles que agem de maneirasensível sobre o funcionamento da sociedade e dos ecossistemas, de forma direta ouindireta.

    Para se julgar a importância de um determinado impacto, MARSAN e JACOB propuseram as diretivas seguintes:

    •  Determinar a importância exprimindo-a em termos de grandeza e duração;

    •  Verificar se o projeto é coerente com os objetivos nacionais e locais;

    • 

    Verificar o grau de interesse existente nas populações envolvidas;

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    •  Verificar se o projeto não afeta os recursos únicos ou raros;

    •  Definir se a saúde ou a segurança podem ser afetadas;

    •  Precisar o grau de interferência com as atividades humanas fundamentais;

    •  Definir as normas que implicarão na interferência de experts e administradores.

    Principais Dificuldades Encontradas na Identificação dos Impactos:

    •  A prova científica dos efeitos nocivos de algumas substâncias nem sempre é possível de se obter.Ex.: A interdição de várias substâncias químicas através da presunção de riscosobservados em animais de laboratório;

    •  Os impactos a logo prazo (efeitos cumulativos) e os impactos indiretos.Ex.: Efeito de atração de uma auto-estrada, estes não podem ser tratados com umamargem de incerteza elevada;

    •  As informações existentes relativas ao estado inicial do meio são sempreinsuficientes.

    Uma grande parte de um estudo de impacto ambiental é consagrado ao

    levantamento de tais informações, daí o interesse de se criar e manter os bancos dedados ambientais.

    A descrição do meio ambiente utiliza conhecimentos de várias disciplinas como:química, geologia, climatologia, hidrologia, topografia, pedologia, biologia,ecologia, estudos paisagísticos, sociologia, economia, etc.

    O estudo de impacto deve ser mais que uma simples descrição do meio ambiente,deve implicar numa visão realmente interdisciplinar e não unicamente

     pluridisciplinar.

    Ex.: Uma modificação no nível das águas subterrâneas (hidrologia subterrânea), pode modificar a natureza dos solos (pedologia), o que modificará a vegetação ou aagricultura e assim por diante.

    Abordagens Possíveis para se Identificar e Estimar os Impactos

    •  Consideração global do meio natural a partir da utilização total dos conhecimentos

    científicos, ou a análise do meio natural em função de seus aspectos maissignificativos suscetíveis de serem modificados;

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    •  Pesquisa dos impactos através de métodos de investigação sistemática para seidentificar a totalidade dos impactos possíveis.

    10 - MÉTODOS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS E IMPACTOS

    10.1 - CONSULTA AOS EXPERTS

    Alguns experts são reunidos em função de suas competências. Os resultados destasconsultas enfatizam certos tipos de impactos, dependendo da formação dos consultores.

    Esta abordagem não é considerada muito metódica: alguns impactos serão tratados emdetalhes, enquanto outros serão relegados a um plano inferior.

    Este método não permite um julgamento pela ausência de homogeneidade.

    Esta abordagem pode contudo se justificar pelo fato de que os impactos realmentesignificativos, associados às principais categorias do projeto, são de uma certa formarelativamente bem identificados.

    Ex.: Caso dos impactos sobre a paisagem e agricultura provocados pela construção deuma auto-estrada em uma região plana.

    10.2 - CHECK-LIST

    São listas de controle exaustivos estabelecidas de maneira específica para cada tipo de projeto, a partir dos quais identificam-se os impactos provocados.

    Um aspecto negativo deste procedimento é a possibilidade do analista ignorar fatoresimportantes que não constem na lista.

    Check-list são classificados em dois tipos:

    1) Qualitativas - Indicam os domínios e os efeitos a examinar. Constituem umaespécie de sumário de estudos de impactos, ou seja, questionários.

    2)  Quantitativos - São na realidade, modelos de estudo de impacto estandartizados.

    Existem ábacos, coeficientes e fórmulas que permitem o cálculo direto e imediato dosimpactos, conhecendo-se as suas características.

    Este tipo de estudo é muito usado nos EUA nos pré-estudos de impactos.

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     NATUREZA DOS IMPACTOS PROVÁVEISAdversos Benéficos

    ITENS Curta/LongaDuração

    Reversível/Irreversível

    Local/Extenso

    Curta/LongaDuração

    Significante/Insignificante

    Ecologia

    Pesca

    Agricultura

    Sedimentação

    Erosão

    Eutrofização

    Terremotos

    Formação de"fog"Vetor/doença(ex.: malária)Efeitos a

     jusantePaisagem

    AtividadeeconômicaTurismo

    Recreação

    Deslocamentode pessoasSítiosarqueológicos

    ILUSTRAÇÃO DE CHECK-LIST

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    EXEMPLO DE CHECK-LIST

    A. FATORES CORRESPONDENTES AO IMPACTO BIOGEOFÍSICO

    1. 

    Contaminação Atmosférica  Fatores Quantitativos:

    Partículas Sólidas; Gases; Vapores; Aerossóis; Substâncias Tóxicas;Qualidade; Alteração do Microclima; Outros.

    2.  Contaminação das Águas (Águas Continentais, Superficiais eSubterrâneas, e Marítimas)

     Fatores Quantitativos:  Caudal; Variações de Fluxo

      Fatores Qualitativos:

    a) 

    FísicosTemperatura; Turbidez; Densidade; Sólidos Dissolvidos e emSuspensão; Aspectos Organolépticos (Cor, Odor, Sabor)

    b) Químicos InorgânicosOxigênio; pH (Hidrogênio); Nitrogênio; Fósforo; Metais Alcalino-ferrosos; Enxofre; Halogênicos; Carbono Inorgânico; Sílico; MetaisPesados

    c)  Químicos OrgânicosBiodegradáveis: Hidratos de Carbono, Graxas e Proteínas

    Não Biodegradáveis:  Pesticidas, Detergentes, Hidrocarbonetos eProdutos Petroquímicos Persistentesd) Biológicos

      Organismos Patogênicos; Organismos Eutrofizantes; DBO; Outros3.  Solo

    Precipitação; Deposição; Sedimentação; Contaminação por ResíduosSólidos, Líquidos ou Gasosos; Alteração do Revestimento Vegetal; Outros

    4.  Substâncias Radioativas5.  Ruído6.  Recursos Naturais

    Vegetação Natural: Flora; Exploração Vegetal; Uso Agrícola do Solo e p/Pastagem; Recursos Minerais; Espaços Destinados a Usos Recreativos;Paisagem; Meio Aquático: Recursos Pesqueiros

    7.  Fatores BiológicosFauna: Inventário de Biótopos e Biocenoses e suas Correlações; Fauna:Inventário de Espécies Características; Flora: Inventário de EspéciesCaracterísticas e Vegetação Natural; Espécies em Perigo; Diversidade deEspécies; Estabilidade do Ecossistema.

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    B. FATORES CORRESPONDENTES AO IMPACTO SOCIO-ECONÔMICO

    1.  TerritórioUso Inadequado do Território e dos Recursos NaturaisModificações no Uso do Território

    Alternativas de Uso para o Território e os Recursos NaturaisExpropriações dos Terrenos

    2. Alteração da PaisagemDestruição ou Alteração da PaisagemDestruição de Sistemas Naturais

    3. Aspectos Humanos e Socio-CulturaisPadrões CulturaisDestruição ou Alteração da Qualidade de Vida em Termos de AspectosCulturais, Históricos, etc.

    Moléstias Decorrentes de Congestionamento Urbano e de TráfegoAlteração dos Sistemas ou Estilo de VidaTendências de Variações DemográficasLocais Históricos e Artísticos que podem ser Afetados

    4. Aspectos EconômicosEstabilidade Econômica RegionalRenda e Gastos para o Setor PúblicoConsumo e Renda Per CapitaEmpregos que podem ser Gerados na Fase de Construção do Projeto

    Empregos Fixos Durante o Funcionamento do ProjetoIncremento Econômico de Atividades Comerciais, Serviços, etc., Durantea Construção e Funcionamento do ProjetoMoradiasInfra-estrutura de TransportesInfra-estrutura SanitáriaServiços Comunitários e Equipamentos UrbanosOutros

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    Matriz de Leopold-----------------------------------------------------------------------------------------------------RELAÇÃO DAS AÇÕES

    A. Modificação do Regime

    Introdução de flora ou faunaexótica

     b  Controles biológicosc  Modificação do habitatd  Alteração da cobertura terrestree  Alteração da hidrologia de lençóis

    freáticosf   Alteração da drenagemg  Controle do rio e modificação do

    fluxoh  Canalizaçãoi  Irrigação

     j  Modificação do climak   Queimadasl  Superfície ou pavimentaçãom  Ruído e vibração

    B. Transformação do Território eConstrução

    Urbanização b  Sítios industriais e edifíciosc  Aeroportosd  Rodovias e pontese  Estradas e trilhasf   Estradas de ferrog  Cabos e elevadoresh  Linhas de transmissão, dutos e

    corredoresi  Barreiras, inclusive cercas

     j 

    Dragagem e reforço de canaisk   Revestimento de canaisl  Canaism  Barragens e represasn  Terminais marítimos, marinas e

    ancoradouroso  Estruturas off-shore

     p  Estruturas recreativasq   Dinamitação e perfuração

    r  

    Desmonte e enchimentos  Túneis e estruturas subterrâneas

    C. Extração de Recursosa  Dinamitação e perfuração

     b 

    Escavações superficiaisc  Escavações subterrâneasd  Perfuração de poço e remoção de

    fluidoe  Dragagemf   Exploração florestalg  Pesca comercial e caça

    D. Processamentoa  Agricultura

     b 

    Criação de gado e pastagemc  Lavoura de alimentosd  Produção de laticíniose  Geração de energiaf   Processamento mineralg  Indústria metalúrgicah  Indústria químicai  Indústria têxtil

     j  Automóveis e aviões

    k  

    Refinariasl  Alimentaçãom  Serrariasn  Papel e celuloseo  Armazenamento de produtos

    E. Alteração do Terrenoa  Controle de erosão e cultivo em

    tabuleiros b  Controle de resíduos e

    fechamento de minasc 

    Reabilitação de minas abertasd  Paisageme  Dragagem de portosf   Aterros e drenagem

    F.  Recursos Renováveisa  Reflorestamento

     b  Gerenciamento e controle da vidade animais selvagens

    c  Recarga no lençol freático

    Aplicação de fertilizantese  Reciclagem de resíduos

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    36

    G. Mudanças no Tráfegoa  Estradas de ferro

     b  Automóveisc  Caminhõesd   Navios

    Aviõesf   Tráfego fluvialg  Esportes náuticosh  Trilhasi  Cabos e elevadores

     j  Comunicaçõesk   Dutos

    H. Disposição e Tratamento deResíduos

    Depósito marítimo b  Aterroc  Disposição de resíduos de minasd  Armazenamento subterrâneoe  Disposição de sucataf   Descarga de poços de petróleog  Disposição em poços profundosh  Descarga de água de refrigeraçãoi  Descarga de resíduos municipais

     j 

    Descarga de efluentes líquidosk   Tanques de estabilização eoxigenação

    l  Fossas sépticas, comerciais edomésticas

    m  Emissão de gases residuaisn  Lubrificantes utilizados

    I.  Tratamentos Químicosa  Fertilização

     b  Descongelamento de rodovias,etc.

    c  Estabilização química do solod  Controle de vegetação silvestree  Controle de insetos (pesticidas)

    J.  Acidentesa 

    Explosões b  Vazamentos e perdasc  Falhas operacionais

    K. Outros

    -------------------------------------------------

    RELAÇÃO DE FATORESAMBIENTAIS

    A. Características Físicas e Químicas1  Terra

    Recursos minerais b  Material de construçãoc  Solosd  Geomorfologiae  Campos magnéticos e

    radioatividade de fundof   Fatores físicos especiais

    2   Águaa  Continental

     b 

    Oceânicac  Subterrânead  Qualidadee  Temperaturaf   Recargag   Neve, gelo e geadas

    3   Atmosferaa  Qualidade (gases,

     particulados)

     b 

    Clima (micro, macro)c  Temperatura4   Processos

    a  Inundações b  Erosãoc  Deposição (sedimentação,

     precipitação)d  Soluçãoe  Sorção (troca de íons,

    complexos)f  

    Compactação e assentamentog  Estabilidade (deslizamentos,

    quedas)h  Sismologia (terremotos)i  Movimento do ar 

    B. Condições Biológicas1   Flora

    a  Árvores b  Arbustos

    Gramad  Safras

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    37

    e  Microfloraf   Plantas aquáticasg  Espécies ameaçadash  Barreirasi  Corredores

     Faunaa  Aves

     b  Animais terrestres, inclusiverépteis

    c  Peixes e moluscosd  Organismos bentônicose  Insetosf   Microfaunag  Espécies ameaçadas

    Barreirasi  CorredoresC. Fatores Culturais

    1  Uso do territórioa  Espaços abertos e selvagens

     b  Zonas úmidasc  Silviculturad  Pastageme  Agricultura

    f  

    Zona residencialg  Zona comercialh  Zona industriali  Minas e canteiros

    2   Recreaçãoa  Caça

     b  Pescac   Navegaçãod   Nataçãoe  Acampamento e caminhadaf  

    Excursão (piqueniques)g  Resorts

    3   Interesses humanos e estéticosa  Vistas e paisagens

     panorâmicas

     b   Natureza (qualidades dafloresta)

    c  Qualidades de espaços abertosd  Desenho da paisageme  Agentes físicos especiais

    f  

    Parques e reservasg  Monumentosh  Espécies ou ecossistemas

    especiaisi  Sítios e objetos históricos ou

    arqueológicos j  Presença de desarmonias

    4   Nível cultural a  Padrões culturais (estilo de

    vida) b  Saúde e segurançac  Empregod  Densidade populacional

    5  Serviços e infra-estruturaa  Estruturas

     b  Rede de transporte(movimento, acesso)

    c  Rede de serviços

    Disposição de resíduos sólidose  Barreirasf   Corredores

    D. Relações Ecológicasa  Salinização de recursos

    hídricos b  Eutrofizaçãoc  Vetores de doenças (insetos)d  Cadeias alimentarese  Salinização de materiais

    superficiaisf   Invasão de ervas daninhasg  Outro

    E. Outros

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    MATRIZ CLÁSSICA DE LEOPOLDA.  MODIFICAÇÃO

    DE REGIMEB. TRANSFORMAÇÃO DETERRA E CONSTRUÇÃO

    C. EXTRAÇÃODE RECURSOS

    INSTRUÇÕES

    1 - Identifique todas as ações (localizadas na partesuperior da matriz) que fazem parte do projetoapresentado.

    2 - Sob cada uma das ações propostas, coloque uma barra oblíqua na interseção de cada item, no lado damatriz, se há possibilidade de impacto.

    3 - Tendo completado a matriz, coloque um númerode 1 a 10, no lado esquerdo de cima de cadaquadrado, que indica a magnitude do possívelimpacto; 10 representa a maior magnitude e 1 amenor (não há zeros). Antes de cada númerocoloque + se o impacto for benéfico. No ladoinferior direito do quadrado, coloque um número de1 a10 que indica a importância do possível impacto(p. ex., regional / local); 10 representa a maior importância e 1 a menor (não há zeros).

    4 - O texto que acompanha a matriz deverá ser uma

    discussão dos impactos significativos representados pelas colunas e linhas com grande números dequadrados, em particular, com os maiores números.

     * Ver Modelo de Matriz na parte inferior da página

      a .

       I  n   t  r  o   d  u  ç   ã  o

       d  e   f   l  o  r  a  o  u   f  a  u  n  a  e  x   ó   t   i  c  a

       b .

       C  o  n   t  r  o   l  e  s   b

       i  o   l   ó  g   i  c  o  s

      c .

       M  o   d   i   f   i  c  a  ç   ã

      o   d  o   h  a   b   i   t  a   t

       d .

       A   l   t  e  r  a  ç   ã  o   d

      a  c  o   b  e  r   t  u  r  a  s  u  p  e  r   f   i  c   i  a   l

      e .

       A   l   t  e  r  a  ç   ã  o   d

      a   h   i   d  r  o   l  o  g   i  a   d  a   á  g  u  a  s  u   b   t  e  r  r   â  n  e  a

       f .

       A   l   t  e  r  a  ç   ã  o   d

      a   d  r  e  n  a  g  e  m

      g .

       C  o  n   t  r  o   l  e   d  e

      r   i  o  e  m  o   d   i   f   i  c  a  ç   ã  o   d  o   f   l  u  x  o

       h .

       C  a  n  a   l   i  z  a  ç   ã  o

       i .

       I  r  r   i  g  a  ç   ã  o

       j .

       M  o   d   i   f   i  c  a  ç   ã

      o   d  a  s  c  o  n   d   i  ç   õ  e  s  m  e   t  e  o  r  o   l   ó  g   i  c  a  s

       k .

       Q  u  e   i  m  a   d  a

       l .

       S  u  p  e  r   f   í  c   i  e  o  u  p  a  v   i  m  e  n   t  a  ç   ã  o

      m .

       R  u   í   d  o  e  v   i   b

      r  a  ç   ã  o

      a .

       U  r   b  a  n   i  z  a  ç   ã

      o

       b .

       I  n  s   t  a   l  a  ç   õ  e  s

       i  n   d  u  s   t  r   i  a   i  s  e  e   d   i   f   í  c   i  o  s

      c .

       A  e  r  o  p  o  r   t  o  s

       d .

       R  o   d  o  v   i  a  s  e

      p  o  n   t  e  s

      e .

       E  s   t  r  a   d  a  s  e  p   i  c  a   d  a  s

       f .

       F  e  r  r  o  v   i  a  s

      g .

       C  a   b  o  s  e  e   l  e

      v  a   d  o  r  e  s

       h .

       L   i  n   h  a  s   d  e   t  r  a  n  s  m   i  s  s   ã  o ,  o   l  e  o   d  u   t  o  s  e  p  a  s  s  a  g  e  n  s

       i .

       B  a  r  r  e   i  r  a  s ,   i  n  c   l  u  s   i  v  e  c  e  r  c  a  s

       j .

       D  r  a  g  a  g  e  m  e  r  e   t   i   f   i  c  a  ç   ã  o   d  e  c  a  n  a   i  s

       k .

       R  e  v  e  s   t   i  m  e  n

       t  o   d  e  c  a  n  a   i  s

       l .

       C  a  n  a   i  s

      m .

       B  a  r  r  a  g  e  n  s  e  a  ç  u   d  e  s

      n .

       D  o  c  a  s ,  m  o   l   h  e  s ,  m  a  r   i  n  a  s  e   t  e  r  m   i  n  a   i  s  m  a  r   í   t   i  m  o  s

      o .

       E  s   t  r  u   t  u  r  a  s   l   i   t  o  r   â  n  e  a  s ,  c  o  s   t  e   i  r  a  s   (  o   f   f  s   h  o  r  e   )

      p .

       E  s   t  r  u   t  u  r  a  s   d  e  r  e  c  r  e  a  ç   ã  o

      q .

       E  x  p   l  o  s   ã  o  e

      p  e  r   f  u  r  a  ç   ã  o

      r .

       E  s  c  a  v  a  ç   ã  o  e   t  e  r  r  a  p   l  a  n  a  g  e  m

      s .

       T   ú  n  e   i  s  e  e  s   t  r  u   t  u  r  a  s  s  u   b   t  e  r  r   â  n  e  a  s

      a .

       E  x  p   l  o  s   ã  o  e

      p  e  r   f  u  r  a  ç   ã  o

       b .

       E  s  c  a  v  a  ç   ã  o   d  e  s  u  p  e  r   f   í  c   i  e

      c .

       E  s  c  a  v  a  ç   ã  o   d  e  s  u   b  s  o   l  o  e  r  e  p  o  s   i  ç   ã  o

       d .

       A   b  e  r   t  u  r  a   d  e  p  o  ç  o  s  e  r  e  m  o  ç   ã  o   d  e   f   l  u   i   d  o  s

      e .

       D  r  a  g  a  g  e  m

       f .

       D  e  s  m  a   t  a  m  e

      n   t  o  e  o  u   t  r  o  s  s  e  r  v   i  ç  o  s  m  a   d  e   i  r  e   i  r  o  s

      g .

       P  e  s  c  a  e  c  a  ç

      a  c  o  m  e  r  c   i  a   i  s

    AÇÕES PROPOSTAS

    a. Recursos minerais b. Materiais de construçãoc. Solosd. Formas de relevoe. Campos de força e radiação ambiente

       1 .

       T   E   R   R   A

    f. Características físicasúnicasa. Superfície

     b. Oceanoc. Subsolod. Qualidadee. Temperaturaf. Recarga

       2 .

        Á   G   U   A

    g. Neve, gelo e geadasa. Qualidade (gases,

     particulados) b. Clima (micro, macro)   3 .   A   R

    c. Temperaturaa. Inundações

     b. Erosãoc. Deposição (sedimentação e precipitação)d. Soluçãoe. Sorção (troca de ions, complexos)f. Compactação eassentamentosg. Estabilidade

    h. Sismologia (terremotos)

       C   A   R   A   C   T   E   R    Í   S   T   I   C   A   S   F    Í   S   I   C   A   S   E   Q   U    Í   M   I   C   A   S

       4 .

       P   R   O   C   E   S   S   O   S

    i. Movimentos

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    Figura 3 - Parte de uma matriz de análise de impacto ambiental, proposta por Leopold, na qual sãoquantificados os prováveis efeitos das atividades humanas sobre vários aspectos do ambiente (Leopoldet alli, 1971).

    10.3 - MATRIZES

    São procedimentos típicos, que cruzam as ações previstas no projeto com o conjuntodas características do meio ambiente suscetíveis de serem objeto de impacto.

    Cada cruzamento representa uma relação possível de causa e efeito entre uma ação eum impacto.

    As matrizes permitem assim se determinar facilmente o conjunto dos impactos de um projeto, levando em conta todos os cruzamentos marcados, e inversamente de pôr emevidência as causas múltiplas de um determinado impacto.

    Escalas Universais (escalas de mensuração):

     

    Nominal - escala de nomes (para separar "alhos de bugalhos").  Ordinal - escala de ordem. Ex.: alto, médio, baixo.

    Posso associar a escala nominal com a escala ordinal.Ex.: Impacto Positivo Alto  Impacto Positivo Médio  Impacto Positivo Pequeno  Impacto Negativo Alto  Impacto Negativo Médio  Impacto Negativo Pequeno

     No método de Leopold, os impactos são procurados sistematicamente através de umamatriz composta de aproximadamente 100 ações elementares que podem ter um efeitosobre o meio ambiente, e aproximadamente 88 componentes característicos deste meioambiente.

    Construção da Matriz de Leopold:

     

    Selecionamos inicialmente, entre todas as ações possíveis listadas em colunas,aquelas identificadas com o projeto;

    4 2

    8 7 3 9

    6 MODELO DE MATRIZ

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    40

     Para cada ação identificada, colocamos um traço oblíquo no quadrado formado comas linhas que representam os impactos possíveis;

     Cada interseção da matriz marcada com um traço oblíquo, é avaliada através de dois

    números compreendidos entre 1 e 10;

     O número colocado no canto esquerdo superior do quadrado formado pelo traçooblíquo representa a MAGNITUDE  (diretamente relacionada a ação impactante)considerada de maneira isolada;

     Magnitude é a medida de gravidade da alteração de um valor ambiental; 10representa a maior magnitude e o número 1 representa a menor (não há zeros);

     

    Antes de cada número coloca-se um sinal +  (mais) se o impacto é benéfico, ou -(menos) se o impacto altera negativamente o parâmetro ambiental;

      Na parte inferior do quadrado acima referido, coloca-se um número variando de10 a1, representando a IMPORTÂNCIA  (diretamente ligada às conseqüências e aolocal impactado) que indica o julgamento subjetivo sobre a significação do impacto,isto é, sua importância relativa comparada aos outros impactos.Ex.: importância regional ou local;

     

    10 representa a maior importância e 1 a menor (não há zeros).O texto comentará os impactos mais significativos, isto é, aqueles das linhas e colunascom um grande número de quadrados preenchidos e os que tenham os números maiselevados.

    O método de Leopold tem a vantagem de procurar sistematicamente todos os impactose de ser pluridisciplinar.

    A subjetividade dos julgamentos é limitada pelo tipo de notação empregada.

    Sua principal desvantagem é o tamanho da matriz, onde 8800 tipos de impactos sãoapresentados.

    Ela ignora as intercessões entre os efeitos.

    O tempo não é considerado. Este método é puramente estático, isto é, ele não distingueentre impactos imediatos e a longo prazo.

    Em resumo, apesar de suas limitações, este método fornece uma ajuda inicialimportante no aprofundamento dos estudos do projeto.

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    Pode-se optar pela adaptação e uso concomitante de duas metodologias diferentes,visando atender o art.º 6, item II, da Resolução CONAMA 001/86:

    "Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de

    identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveisimpactos relevantes, discriminando: impactos positivos e negativos (benéficos eadversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários epermanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas esinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais."

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    O avaliador deve se sentir livre para modificar a matriz de acordo com osobjetivos do projeto.

    Recomenda-se em geral, a subdivisão da matriz original em sub-matrizes.Exemplo:

    a)  alguns efeitos ambientais e indicadores de impactos;

    b) escala de tempo diferentes (curto, médio ou longo prazo);

    c)  diferentes alternativas.

    10.4 - SUPERPOSIÇÃO DE MAPAS

    Superpõe-se uma série de mapas de base (transparências) relativas àscaracterísticas ambientais e do meio como: critérios físicos, ecológicos,sociais, econômicos, estéticos, etc. da zona estudada.

    O mapa de síntese assim obtido, fornecerá uma caracterização do estado domeio ambiente sob a forma de imposições ecológicas ou aptidões deutilização segundo a vulnerabilidade ou potencialidade da zona.

    Uma localização das atividades pode então ser proposta, em vista dautilização melhor possível do solo e das potencialidades do meio ambiente.

    Este método é baseado no conhecimento aprofundado dos elementos domeio natural.

    Algumas vezes o número de mapas pode ser importante. Neste caso pode-se usar uma superposição automática utilizando computadores.

    Através dos mapas de síntese, pode-se identificar as zonas sensíveis ealgumas vezes o seu nível de sensibilidade.

    Os principais tipos de mapas são:

      Mapas de potencialidade ou vocação para os diferentes usosalternativos do solo, considerado independentemente um dos outros:A zona será considerada apta ou inapta para a agricultura em função datopografia, natureza dos solos, possibilidade de irrigação, etc., ou ainda,

    ela pode ser apta ou inapta em função dos riscos de cheias, avalanches,inserção na paisagem, etc.

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    Os mapas de vocação são geralmente empregados nos grandes projetosde construção nos quais o meio ambiente existente constitui parteintegrante essencial do mesmo: auto-estrada, linhas de transmissão,aeroportos, zonas turísticas, barragens, etc.

      Mapas de limitações de proteção do meio (de sensibilidade ou devulnerabilidade) relativo a mudança proposta.

    Pode-se por exemplo com este método:

    • 

    Definir as zonas de proteção onde a poluição atmosférica nãodeve ultrapassar um certo limite, sem se preocupar com a origemda poluição (transporte, indústria);

    •  Definir as zonas agrícolas nas quais o uso de fertilizantes serálimitado;

    •  Definir as zonas de proteção de trechos de um rio onde os rejeitosdeverão satisfazer a certas normas.

    Os mapas de limitações são mais usados em projetos de impacto deequipamentos isolados que suprimem o meio pré-existente, tomando olugar deste último ou onde os  constituintes do meio ambientes sãousados  como matéria-prima  para a produção,  instalação deindústrias, centrais nucleares, etc.

    Este método é útil ao avaliador pois ele fornece resultados facilmenteapresentáveis, facilitando o acesso do público às informações.

    Este método é insuficiente no que se refere aos aspectos socio-

    econômicos.

     Nos EUA este método foi utilizado para o estudo de impactos provenientes da construção de auto-estrada.

    Os impactos foram representados por diferentes linhas de coresdiferentes em mapas transparentes.

    Existem programas de computadores que permitem se procurar o

    traçado ótimo, levando em conta os aspectos do meio ambiente e osfatores de custo.

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    10.5 - O MÉTODO BATELLE

    Este sistema foi criado por Batelle nos Laboratórios de Columbus nos

    EUA, para a avaliação de impactos nos recursos hídricos (principalmente),auto-estradas, usinas nucleares e outros projetos.

    Os aspectos humanos são separados em quatro categorias principais:

    •  Ecologia;•  Físico / químico;•  Estéticos;•  Interesses humano / social;

    Cada categoria contém um número de componentes que foi selecionadoespecificamente pelo US Bureau de administração dos recursos hídricos.

    O método Batelle é um método hierarquizado, constituído de quatrocategorias ambientais que se desdobram em 18 componentes; estes por suavez, subdividem-se em 78 parâmetros.

    A determinação do grau de impacto líquido para cada parâmetro ambientalé dada pela expressão:

    UIA = UIP x Q.A.

    Onde: UIA = unidade de impacto ambiental  UIP = unidade de importância  Q.A. = índice de qualidade ambiental

    A contabilização final é feita através do cálculo de um índice global deimpacto. UIA (projeto),  dado pela diferença entre a  UIA total com a

    realização do projeto e a UIA sem a realização do projeto, ou seja:

    UIA (com projeto) - UIA (sem projeto) = UIA (por projeto)

    A técnica prevê ainda um sistema de alerta para identificar os impactosmais significativos que deverão ser submetidos a uma análise qualitativamais detalhada.

    A UIP é fixada a priori, perfazendo um total de 1000 unidades distribuídas

     por categorias, componentes e parâmetros através de consulta prévia deespecialistas pelo Método Delphi. Elas são modificadas para cada projeto.

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    MÉTODO BATELLE (IMPACTOS AMBIENTAIS)

    ECOLOGIA  240

    CONTAMINAÇÃOAMBIENTAL 402

    ASPECTOSESTÉTICOS 153

    ASPECTOS DEINTERESSE

    HUMANO 205

    Espécies e populaçõesTerrestres(14) Pastagens(14) Safras(14) Vegetação natural(14) Espécies daninhas(14) Aves de caça  terrestre

    quáticas(14) Pesca comercial(14) Vegetação natural(14) Espécies daninhas(14) Pesca esportiva(14) Aves aquáticas  140

    Contaminação da água(20) Perdas da bacia  hidrográfica(25) DBO(31) Oxigênio  dissolvido(18) Coliformes fecais(22) C. inorgânico

    (25) N. inorgânico(28) Fosfato inorgânico(16) Pesticidas(18) pH(28) Variação de fluxo(28) Temperatura(25) Sólidos dissolvidos  totais(14)Substâncias tóxicas(20) Turbidez

    Solo(6) Material geoló-  gico superficial(16)  Relevo e

    características  topográficas(10) Extensão e  alinhamento

      32

    Ar(3)Odor e visibilidade(2) Sons  5

    Valores educacionaise científicos(13) Arqueológico(13) Ecológico(11) Geológico(11) Hidrológico  48

    Valores históricos(11)Arquitetura e  estilo(11) Eventos(11) Personagens(11) Religiões e  culturas(11) "Fronteiras"  55Habitats e

    comunidades

    Terrestres(12) Cadeias  alimentares(12) Uso do solo(12) Espécies raras e  ameaçadas(14) Diversidade de  espécies

    quáticas(12) Cadeias  alimentares

    (12) Espécies raras e  ameaçadas(12) Características  fluviais(14) Diversidade de  espécies aquáticas

    100

    Contaminaçãoatmosférica(5) Monóxido de  carbono(5) Hidrocarbonetos(10) Óxidos de  nitrgênio(12) Partículas sólidas(5) Oxidantes

      fotoquímicos(10)Óxidos de enxofre(5) Outros  52

    Contaminação do solo(14) Uso do solo(14) Erosão  28

    Contaminação porruído(4) Ruído  4

    Água(10) Aparência da água(16) Interface solo e

      água(6) Odor e materiais  suspensos(10) Área de superfície  de águas(10) Margens arboriza-  das e geológicas  52

    Biota

    (5) Animais domésticos(5) Animais selvagens(9) Diversidade de tipos  de vegetação(5) Variedade dentro  dos tipo de vegetação

    24

    Objetos Artesanais(10) Objetos artesanais  10

    Composição(15) Efeitos de composição(15) Elementos especiais  30

    Culturas(14) Índios(7) Outros grupos  étnicos(7) Grupos  religiosos  28

    Sensações(11) Admiração(11) Isolamento /   solidão(4) Mistério(11) Integração  com a natureza

    37

    Estilos de vida(padrões culturais)(13)Oportunidades  de emprego(13) Habitações(11) Interações  sociais

    37

    EcossistemasSomente

    descritiva

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    O índice de qualidade ambiental é determinado a partir da medição dos parâmetros em suas respectivas unidades e posterior conversão, através defunções características de cada parâmetro (escalares), em uma escala

    intervalar que varia de 0 a 1.Estas escalas podem variar conforme a natureza do parâmetro e doecossistema considerado.

    O método de Batelle, embora não seja o ideal, é recomendado quando oavaliador possui facilidade para a obtenção de recursos financeiros.

    Os números entre parênteses no quadro de Batelle representam o pesorelativo de cada indicador de impacto.

    Os pesos são os mesmos para todos os projetos similares.

    INTERPRETAÇÃO DE IMPACTOS ATRAVÉS DASALTERNATIVAS PARA UM ESTUDO DE DESENVOLVIMENTODE UMA BACIA DE UM RIO.(Messel et al., 1972).---------------------------------------------------------------------------------------------------------

      atual plano plano planoplano  I II IIIIVParâmetros---------------------------------------------------------------------------------------------------------QUALIDADE DA ÁGUAAlcalinidade - pH 5 2 3 4

    1Ferro - manganês 5 2 3 41Dureza total 2 5 3 41

    ECOLOGIAAquática 5 2 3 41

    Terrestre 4 5 2 31

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    ESTÉTICOSSolo e biota terrestre 4 5 2 31

    Água e sua biota 5 4 2 31Obras antropogênicas 1 5 4 32

    ECONOMIAAtividades econômicas 5 1 3 42Formação de capital 5 1 2 34Rendas e impostos 5 1 3 42Valor dos imóveis 5 4 2 31

    SOCIALServiços individuais 5 4 2 31Serviços comunitários 1 3 4 5

    2

    CUSTO PÚBLICOConstrução 1 4 3 25Operação e manutenção 1 5 4 32---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Classificação: variando de 1 (mais desejável) a 5 (menos desejável).

    10.6 - MODELOS

    Os modelos matemáticos ou físicos constituem o método mais elaborado para se avaliar o meio ambiente.

     Neste tipo de estudo os processos ecológicos implicados são levados emconta.

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    Estes modelos não permitem se identificar os impactos, mas eles forneceminformações sobre suas intensidade, importância, evolução e inter-relações.

    Eles permitem visualizar a totalidade das relações entre o projeto e os

    critérios. Normalmente este tipo de abordagem exige muitos dados e tem um custoelevado. Os resultados nem sempre são melhores que os obtidos com outrastécnicas.

    11 - GUIAS METODOLÓGICOS PARA DIFERENTES TIPOS DEPROJETOS

    Para precisar o objetivo e o conteúdo dos estudos de impactos por tipo de projetos e ajudar na preparação destes documentos, alguns órgãos preparame publicam documentos guias ou exemplos de estudos reais de impactos jáefetuados.

     No Brasil alguns órgãos ambientais publicam instruçõestécnicas/ambientais chamadas TERMOS DE REFERÊNCIAS.

    Esses termos são retirados juntamente com os outros documentosnecessários à execução e apresentação do EIA.

    12 - EXEMPLO DE UM TERMO DE REFERÊNCIA PARA UMPROJETO DE IMPACTO DE UMA BARRAGEM

    1 - Condições de Apresentação

    Os Estudos de Impacto Ambiental deverão ser apresentados em (04) vias,em formato A-4, obedecendo as diretrizes estabelecidas pelo CONAMA.

    Todas as ilustrações, mapas, plantas, fotografias, deverão ser apresentadasem volume separado.

    2 - Conteúdo do Estudo

    O Estudo de Impacto Ambiental deverá ser elaborado tendo como base dereferência para a região do empreendimento, os tópicos a seguir descritos:

    Descrição Geral do Empreendimento

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    Identificação do empreendedor: nome, razão social, CGC, inscriçãoestadual, nacionalidade, ramo da atividade, endereço.

    Localização

      Mapa geológico da área (incluindo compartimentação geomorfológica econdições sísmicas);

      Mapa de uso e ocupação do solo;  Mapa de vegetação;  Mapa de zoneamento ambiental;  Mapa hidrológico da bacia do rio.

    Dados Técnicos do Empreendimento

     

    Estudos topográficos;  Estudos hidrográficos;  Estudos das condições de sismicidade da área do projeto.

    3 - Justificativa do Empreendimento

      Justificativa e viabilidade econômica do projeto;  Justificativa ambiental do projeto;  Justificativa social do projeto;

     

    Aproveitamento, uso e benefício do reservatório em relação às áreas deinfluência direta.

    4 - Diagnóstico Ambiental

    Meio Geológico

      Características geotécnicas da á