62761547 apostila tecnicas de avaliacao de impactos ambiental

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    Professor Joo Batista Lcio Corra

    EADCURSO TCNICO EM MEIO AMBIENTEAVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL

    Aposti la compi lada e ampliada de:TCNICAS DE AVAL IAO DE IMPACTO AMBIENTAL

    Prof Elias silva2004

    MINAS GERAIS - BRASIL2008

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    INDICE

    1. INTRODUO................................................................................................................ 3

    2. AIA DIFUSO INTERNACIONAL............................................................................ 4

    2.01. OS PASES DESENVOLVIDOS .......... ............. ......... ............ ........... ......... ............. 4

    2.02. OS PASES EM DESENVOLVIMENTO ............... ............. ......... ............. .......... .... 4

    2.03. AIA EM TRATADOS INTERNACIONAIS ............ ............. .......... ........... ........... .... 5

    2.04. AIA no BRASIL.............. ......... ......... .......... ............. ......... ............. .......... ......... ........ 7

    3. AIA - : VISO LEGAL, ECOLGICA, ECONMICA TICA..................................9

    4. DEFINIES PARA AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL.......................... 10

    5- CONCEITOS BSICOS ............................................................................................... 12

    5.01. EMPREENDIMENTO IMPACTANTE........... ........... .......... ............. ........... ........ . 12

    5.02. ATIVIDADE IMPACTANTE................ .......... ........ ........... ............ ........ .............. .. 125.03. PROCESSO IMPACTANTE.......... ........... ........... ............ ........... ......... .......... ........ 12

    5.04. IMPACTO AMBIENTAL........ .......... ............. ......... ............. .......... ......... .......... ..... 12

    5.05. REA DIRETAMENTE AFETADA.......... ............. ......... ............. .......... ......... ...... 12

    5.06. REA INDIRETAMENTE AFETADA ......... ........... ........... .......... ............. .......... . 12

    5.07. COMPARTIMENTO AMBIENTAL .......... ............. ......... ............. .......... ......... ...... 13

    5.08. AVALIAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ........... .......... ........... ........... ........... 13

    5.09. ATRIBUTOS PRINCIPAIS DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .............. ............ ... 13

    5.09.1. MAGNITUDE.......... .......... ............ .......... ............. ......... .......... ......... .......... 14\5.09.2.IMPORTNCIA ........... .......... ........... ........... ............. ........ ........... .......... .......... 14

    5.10. ATORES SOCIAIS.... ........... ............ ......... .............. .......... ........ ........... ............ ...... 14

    6. TIPOS DE DOCUMENTOS PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL................... 15

    6.01. FORMATO BASICO PARA O EIA .......................................................................15

    6.02. FORMATO BASICO PARA O RIMA.................................................................... 28

    7. LEGISLAO NACIONAL PERTINENTE A AIA ................................................... 29

    8. METODOS DE AVALIAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ................................ 36

    9. CLASSIFICAO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DE IMPACTOS AMB. .. 4110. PERFIL DA EQUIPE ELABORADA DE UM EIA ................................................... 42

    11. ETAPAS DE ELABORAO E APROVAO DE UM EIA......... .............. ......... .. 43

    12. REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 45

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    1. INTRODUO

    A Continua e crescente presso exercida pelo homem sobre os recursos naturais

    contrasta com um mnimo de interferncia que anteriormente mantinha nos ecossistemas.

    Deste modo, so relativamente comuns, hoje, a contaminao das colees d gua, a poluio

    atmosfrica e a substituio indiscriminada da cobertura vegetal nativa, com a conseqente

    reduo dos hbitos silvestres, entre outras formas de agresso ao meio ambiente (SILVA,

    1994: FERNANDES, 1997).

    Essa situao tem sido observada, exatamente pelo fato de, muitas vezes, o homem

    visar apenas os benefcios imediatos de suas aes, privilegiando o crescimento econmico a

    qualquer custo e relegando, a um segundo plano, a capacidade de recuperao dos

    ecossistemas (GODOI FILHO, 1992). Dentro desse contexto, em praticamente todas as partesdo mundo, notadamente a partir da dcada de 60, surgiu a preocupao de promover a

    mudana de comportamento do homem em relao natureza, a fim de harmonizar interesses

    econmicos e conservacionistas, com reflexos positivos junto qualidade de vida de todos

    (MILANO, 1990; LISKER, 1994).

    Como principal marco dessa conscientizao no mundo ocidental, surgiu nos Estados

    Unidos da Amrica, por inspirao de movimentao de ambientalistas, uma Lei Federal

    denominada National Environmental Policy act of 1969, conhecida pela Sigla NEPA, que

    passou a vigorar em janeiro de 1970. Esse instrumento legal dispunha sobre os objetivos eprincpios da poltica ambiental norte-americana, exigindo para todos os empreendimentos

    com potencial impactante, a observao dos seguintes pontos: identificao dos impactos

    ambientais, efeitos ambientais negativos da proposta, possveis alternativas de ao, relao

    entre a utilizao dos recursos ambientais no curto prazo e manuteno ou mesmo melhoria

    do seu padro no longo prazo, e por fim a definio clara quanto a possveis

    comprometimentos dos recursos ambientais para o caso de implantao da proposta.

    Como reflexo da aplicao da NEPA e de outros instrumentos legais, a partir de 1975,

    os seguintes organismos internacionais passaram introduzir a Avaliao de Impactos

    Ambientais em seu programa de Cooperao: OECD - Organization for Economic

    Cooperation and Developement, ONU - Organizao das Naes Unidas, BID-Banco

    Internacional de Desenvolvimento e BIRD - Banco Mundial.

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    2. AIA DIFUSO INTERNACIONAL

    2.1. OS PASES DESENVOLVIDOS

    Nos pases do norte, a adoo da AIA deveu-se fundamentalmente similaridade de

    seus problemas ambientais, decorrentes, por sua vez, do estilo de desenvolvimento. Canad

    (1973), Nova Zelndia (1973) e Austrlia (1974) estiveram entre os primeiros pases que

    adotaram polticas determinando que a avaliao dos impactos ambientais deveria preceder

    decises governamentais importantes. Da mesma forma que os EUA, esses pases foram

    colnias britnicas, herdando um sistema jurdico e poltico muito semelhante. Por outro lado,

    a explorao dos recursos naturais teve um papel histrico muito importante em todos eles e,

    ao intensificar-se aps a 2 Guerra Mundial, colocou em evidncia o vasto alcance dosimpactos ambientais acumulados (SANCHEZ, 2006).

    Na Europa, a Frana foi o primeiro pas a adotar a avaliao de impacto ambiental, em

    1976.

    Diferentemente dos EUA, a AIA foi adotada na Frana como uma modificao no

    sistema de licenciamento, de modo que, os estudos de impacto ambiental deveriam ser feitos

    pelo prprio interessado, enquanto, segundo o NEPA, nos EUA a agncia governamental a

    encarregada da tomada de deciso. Alm disso, no modelo francs, a exigncia aplicava-se a

    qualquer proposta, seja de um proponente pblico ou privado, enquanto a legislao federalamericana aplicava-se, fundamentalmente, a propostas pblicas federais.

    Importante ressaltar que tanto na Frana como em inmeros pases houve muita

    resistncia de alguns setores governamentais e empresariais nova exigncia de preparao

    prvia de um estudo de impacto ambiental (SANCHES, 1993).

    2.02. AIA DIFUSO INTERNACIONAL: OS PASES EM DESENVOLVIMENTO

    As razes da difuso internacional da AIA so muitas. Talvez a principal delas seja

    que tanto os pases ditos desenvolvidos quanto aqueles classificados como em

    desenvolvimento tm diversos problemas ambientais em comum. Em outras palavras, o estilo

    de desenvolvimento adotado apresenta formas semelhantes de degradao ambiental.

    At 1972, na poca da Conferncia de Estocolmo, apenas 11 pases haviam criado

    rgos ambientais nacionais. Em 1981, a situao j havia mudado drasticamente, contando-

    se 106 pases, a maioria em desenvolvimento, com algum rgo ambiental funcionando. Uma

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    dcada se passa, em 1991, praticamente todos os pases j dispunham de algum tipo de

    instituio similar (SANCHEZ, 2006).

    As instituies multilaterais, como os bancos de desenvolvimento, tiveram importante

    influncia na divulgao da AIA, no final dos anos 1980 e inicio dos anos 1990, na medida

    em movimentavam bilhes de dlares por ano em projetos de desenvolvimento nos pases do

    sul, muitos deles capazes de causar impactos ambientais significativos. Os primeiros estudos

    de impacto ambiental realizados no Brasil foram para os projetos financiados em parte pelo

    Banco Mundial, como as barragens de Sobradinho, no rio So Francisco, em 1972, e Tucuru,

    no rio Tocantins, em 1977, um ano depois que a barragem havia sido iniciada. Na poca, no

    havia legislao brasileira exigindo tais estudos, que no foram, portanto submetidos

    aprovao governamental, mas utilizados pelo Banco para decidir sobre as condies do

    emprstimo (SANCHEZ,2006).Uma das principais razes do envolvimento do Banco Mundial foi a presso exercida

    pelas organizaes no-governamentais ambientalistas e suas fortes crticas aos importantes

    impactos ecolgicos e socioculturais dos grandes projetos financiados pelo Banco. Um dos

    casos sistematicamente citados como um dos piores exemplos de atuao do Banco Mundial

    foi o emprstimo concedido ao governo brasileiro para pavimentao da rodovia BR-364, de

    Cuiab a Porto Velho, nos anos de 1980. A obra foi apontada como indutora de processo

    perverso de ocupao da regio, causando desmatamento indiscriminado e dizimao de

    grupos indgenas. As crticas tiveram repercusso no Congresso dos EUA. Como maioresacionistas do Banco, os EUA sempre indicaram seu presidente. Os congressistas convocaram

    o secretrio do Tesouro (equivalente a ministro da Fazenda) para depor a cerca das aes do

    Banco e o pressionaram para exigir que fosse dada maior importncia aos impactos

    ambientais dos projetos financiados pelo Banco, como critrios para a concesso de

    emprstimos (LUTZEMBERGER, 1985).

    2.03. AIA EM TRATADOS INTERNACIONAIS

    Um grande impulso para a difuso internacional da AIA veio com a Conferncia das

    Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a Rio-92. Alm de

    toda a discusso publica, com grande repercusso na imprensa, suscitada durante o perodo

    preparatrio da conferncia, um dos documentos resultantes desse encontro, a Declarao do

    Rio, estabelece, em seu principio 17: A avaliao do impacto ambiental, como um

    instrumento nacional, deve ser empreendida para atividades propostas que tenham

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    probabilidade de causar um impacto adverso significativo no ambiente e sujeitas a uma

    deciso da autoridade nacional competente.

    Em outro importante documento resultante da CNUMAD, a Agenda 21, os Estados

    signatrios reconhecem a AIA como instrumento que deve ser fortalecido para estimular o

    desenvolvimento sustentvel. Vrias vezes a Agenda 21 menciona a necessidade de avaliar

    impactos de novos projetos de desenvolvimento. Menes ao papel da AIA aparecem, entre

    outros, nos seguintes itens da Agenda 21:

    - Captulo 7: certificar-se de que as decises relevantes sejam precedidas poravaliaes de impacto ambiental e que, alm disso, elas levem em conta os custos

    das eventuais conseqncias ecolgicas;

    - Captulo 9: promover o desenvolvimento, no mbito nacional, de metodologiasadequadas adoo de decises integradas de poltica energtica, ambiental eeconmica com vistas ao desenvolvimento sustentvel, por meio de avaliaes de

    impacto ambiental;

    - Captulo 11: Realizar analises de investimento e estudos de viabilidades queincluam uma avaliao do impacto ambiental, para criao de empresas de

    processamento florestal;

    - Captulo 15: Introduzir procedimentos adequados de estudo de impacto ambientalpara a aprovao de projetos com provveis conseqncias importantes sobre a

    diversidade biolgica e tomar medidas para que informaes pertinentes fiquemamplamente disponveis, com a participao do publico em geral, quando

    apropriado, e estimular a avaliao dos impactos polticos e programas pertinentes

    sobre a diversidade biolgica;

    - Capitulo 18: Avaliao obrigatria do impacto ambiental de todos os grandesprojetos de desenvolvimento de recursos hdricos que possam prejudicar a

    qualidade da gua e dos ecossistemas aquticos, combinada com a formulao de

    medidas reparadoras e um controle intensificado de instalaes industriais novas,

    aterros sanitrios e projetos de desenvolvimento de infraestrutura;

    - Os captulos 20 e 38 tambm mencionam a necessidade de avaliao de impactoambiental.

    A Declarao do Rio e a Agenda 21 so documentos cuja preparao exigiu intensas

    negociaes internacionais, inclusive com a participao de ONGs e outros grupos de

    interesse. A preparao da Conferencia do Rio foi um processo muito rico, cujos resultados

    ultrapassam em muito os documentos firmados durante os dias do evento. Muitos paises

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    aprovaram novas leis, prepararam relatrios de qualidade ambiental, e as ONGs estimularam

    os cidados buscar maior envolvimento nos processos decisrios. O surgimento de novas leis

    que requerem a avaliao previa de impacto ambiental foi uma conseqncia da Conferncia

    (SANCHEZ, 2006).

    2.04. AIA no BRASIL

    Os primeiros estudos ambientais preparados no Brasil para alguns grandes projetos

    hidreltricos durante os anos de 1970 so, em grande parte, um reflexo da influncia de

    demandas originadas no exterior, de modo similar ao ocorrido em outros pases. No entanto,

    surgiram muitas presses internas para prevenir a ocorrncia de danos ambientais causados

    pelos grandes projetos de desenvolvimento.A dcada de 1970 foi marcada pelo significativo crescimento da atividade econmica

    e pela expanso das fronteiras econmicas internas, com progressiva incorporao economia

    de mercado de vastas reas do domnio dos cerrados e da Amaznia. A expanso econmica e

    territorial foi impulsionada por investimentos governamentais de grande monta em projetos de

    infraestrutura, dos quais a rodovia Transamaznica e a barragem de Itaipu so cones. A

    estratgia de desenvolvimento econmico da qual esses projetos faziam parte era criticada por

    alguns setores da intelectualidade, mas seus impactos ambientais eram mencionados apenas

    de passagem. No entanto, nessa mesma poca, comea e se cristalizar no Pas um pensamentoecolgico bastante crtico desse mesmo modelo de desenvolvimento (LAGO e PDUA,

    1984).

    O estudo de impacto da usina hidroeltrica de Tucuru certamente no influenciou a

    deciso de realizar o projeto, tendo sido feito em 1977, embora as obras j tivessem sido

    iniciadas no ano anterior. Esse estudo foi realizado por um nico profissional, que

    basicamente compilou a informao disponvel e identificou os principais impactos

    potenciais. Em seguida, um Plano de Trabalho Integrado para Controle Ambiental, de junho

    de 1978, orientou o subseqente aprofundamento dos estudos, com vrios levantamentos de

    campo realizados por instituies de pesquisa e a adoo de algumas medidas mitigadoras de

    impactos negativos (SANCHEZ, 2006).

    No meio acadmico, por outro lado, j se iniciavam pesquisas sobre os impactos

    ambientais de grandes projetos, como as barragens no baixo curso do rio Tiet, So Paulo. Em

    1978 foi realizado um seminrio sobre os Efeitos das Grandes Represas no Meio Ambiente e

    no desenvolvimento regional.

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    Foi uma conjuno de fatores, internos e externos, que propiciou um avano da

    poltica ambiental no Brasil. Assim, em nvel federal, o primeiro dispositivo legal que

    explicitou o tema Avaliao de Impactos Ambientais foi a Lei N.6.938, de 31 de Agosto de

    1981, que estabeleceu a Poltica Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e criou, para a sua

    execuo, o SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente. Vale esclarecer que,

    antecedendo a esfera federal, os Estados de So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais

    estabeleceram o seu sistema de licenciamento de atividades poluidoras. Desse modo, hoje o

    SISNAMA est assim constitudo:

    _ rgo Superior (Conselho de Governo);

    _ rgo Consultivo de Deliberativo (CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente);

    _ rgo Central (Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal);

    _ rgo Executor (IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais);_ rgos Seccionais (rgos ou entidades da Administrao pblica Federal direta e indireta

    as Fundaes institudas pelo Poder Pblico cujas atividades estejam associadas s de

    proteo da qualidade ambiental, bem assim os rgos estaduais responsveis pela execuo

    de programas e projetos e pelo controle e fiscalizao de atividades capazes de provocar a

    degradao ambiental);

    _ rgos Locais (rgos municipais responsveis pelo controle e fiscalizao das atividades

    impactantes)

    A regulamentao da Lei N.6.938 s ocorreu 2 (dois) anos aps, por meio doDecreto Federal N. 88.351, de 01 de junho de 1983, alterado posteriormente pelo Decreto

    Federal N. 99.274 de 06 de junho de 1990. Com isso, percebe-se que houve um vcuo

    ambiental, uma vez que qualquer dispositivo legal necessita ser regulamentado para que

    possa ser efetivamente cumprido. O principal aspecto ligado a esse decreto foi instituio

    dos trs tios de licenciamento ambiental, ou seja, do Licenciamento Prvio (L.P),

    Licenciamento de Instalao (L.I) e Licenciamento de Operao (L.O).

    O Licenciamento Prvio concedido na fase preliminar do planejamento da atividade,

    contendo requisitos bsicos a serem atendidos nas fases de localizao, instalao e operao,

    observando os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo.

    O Licenciamento de Instalao concedido para autorizar o incio da implantao do

    empreendimento impactante, de acordo com as especificaes constantes do Projeto

    Executivo aprovado.

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    O Licenciamento de Operao concedido para autorizar, aps verificaes

    necessrias, o incio da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de

    controle de poluio, de acordo com o previsto nas Licenas Prvias e de Instalao.

    De todo modo apesar de referida regulamentao, foi somente com a edio da

    Resoluo do CONAMA N. 01, de 23 de janeiro de 1986, e outras resolues

    complementares, que ficaram estabelecidas as definies, as responsabilidades, os critrios

    bsicos e as diretrizes gerais para uso e implementao da Avaliao de Impactos Ambientais

    como um dos instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente.

    A incorporao da AIA legislao brasileira ocorrida ento atravs da Lei 6.938/81

    (Poltica nacional de meio Ambiente) foi fortalecida com o art. 225 da Constituio Federal

    de 1988:

    -

    Art. 225 Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bemde uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder

    pblico e coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e

    futuras geraes.

    1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:

    (...)

    IV exigir, na forma da lei, para instalao da obra ou atividade potencialmente

    causadora de significativa degradao ambiental, estudo prvio de impacto

    ambiental, a que se dar publicidade;

    A partir de ento, diversas constituies estaduais e leis orgnicas municipais tambm

    adotaram o princpio.

    3. NECESSIDADE DA ELABORAO DE ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL:

    VISO LEGAL, ECOLGICA, ECONMICA e TICA.

    Como pode ser observado, a necessidade da elaborao de estudo de impacto

    ambiental est atrelada a uma imposio legal, tendo em vista a promulgao da Resoluo

    CONAMA N. 01, de 23 de janeiro de 1986. Vale esclarecer, todavia, que os Estados e os

    Municpios podem traar dispositivos legais complementando o que prescreve a legislao do

    plano federal.

    Ainda que a imposio legal seja evidentemente, a mais perceptvel quanto

    necessidade de se elaborar estudos de impacto ambiental, possvel vislumbrar ainda, pelo

    menos mais trs formas: ecolgica, econmica e tica.

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    A forma ecolgica evidencia-se, medida que se compreende que a Avaliao de

    Impactos Ambientais tem capacidade de selecionar a melhor alternativa de uma determinada

    ao impactante sob o ponto de vista ambiental. Quando uma ao proposta, por exemplo,

    um empreendimento rodovirio, podem ser definidas alternativas tecnolgicas e de

    localizao do mesmo, incluindo-se a denominada alternativa testemunha, ou seja, no

    executar o empreendimento. Considerando que essas alternativas apresentam perfis

    impactantes diferentes entre si, por meio de cotejamento das alternativas, torna-se possvel

    optar pela melhor sob o aspecto ambiental.

    A forma econmica pode ser mais bem percebida, quando se considera que a

    Avaliao de Impactos Ambientais preconiza a adoo de medidas ambientais preventivas

    (sistema antipoluente, desenvolvimento de equipamentos menos impactantes etc.), que

    apresentam custos significativamente inferiores s medidas de cunho corretivo, ou seja, queso adotadas aps o surgimento do problema. Desse modo, so privilegiadas aquelas

    alternativas que contemplem uma maior possibilidade de adoo de medidas ambientais

    preventivas.

    Por fim, a forma tica esta relacionada ao grau de conscientizao do agente

    responsvel pelo empreendimento impactante sobre o seu papel na sociedade. Sob o aspecto

    tico, deve ser assumido que pessoas com maior massa critica e grau de cidadania cumprem

    mais rigorosamente suas obrigaes, no caso relacionadas as interferncia no meio ambiente.

    4. DEFINIES PARA AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL

    O termo avaliao de impacto ambiental entrou na terminologia e na literatura

    ambiental a partir da legislao pioneira que criou esse instrumento de planejamento

    ambiental, National Environmental Policy Act NEPA, a lei de poltica nacional de meio

    ambiente dos EUA.

    As principais definies de avaliao de impacto ambiental so encontradas nos livros

    texto sobre o assunto. Algumas delas so descritas a seguir:

    - Atividade que visa identificar, prever, interpretar e comunicar informaes sobreas conseqncias de uma determinada ao sobre a sade e o bem estar humanos

    (MUN, 1975).

    - Instrumento de poltica ambiental, formado por um conjunto de procedimentos,capaz de assegurar, desde o inicio do processo, que se faa um exame sistemtico

    dos impactos ambientais de uma proposta e de suas alternativas, e que os

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    resultados sejam apresentados de forma adequada ao pblico e aos responsveis

    pela tomada de deciso, e por eles sejam considerados (MOREIRA, 1992).

    - a apreciao oficial dos provveis efeitos ambientais de uma poltica, programaou projeto; alternativas proposta; e medidas a serem adotadas para proteger o

    ambiente (GILPIN, 1995).

    - O processo de identificar, prever, avaliar e mitigar os efeitos relevantes de ordembiofsica, social ou outros projetos ou atividades antes que decises importantes

    sejam tomadas (IAIA, 1999).

    Uma definio sinttica tambm adotada pela International Association for Impacto

    Assesssment (IAIA) diz que avaliao de impacto, simplesmente definida, o processo de

    identificar as conseqncias futuras de uma ao presente ou proposta.

    Embora com diferentes formulaes, esses conceitos diferem pouco em sua essncia.A avaliao de impacto apresentada, seja como instrumento, seja, como procedimento,

    visando antever as possveis conseqncias de uma deciso. Em todos esses contextos, a

    avaliao de impacto ambiental guarda determinadas caractersticas comuns: carter prvio e

    vinculo com o processo decisrio so atributos essenciais da AIA, aos quais se junta a

    necessidade de envolvimento pblico nesses processos.

    O carter prvio e preventivo da AIA predomina na literatura, mas tambm se pode

    encontrar referncias avaliao de impactos de aes ou eventos passados, por exemplo,

    depois de um acidente envolvendo a liberao de alguma substncia qumica. Embora a noode impacto ambiental envolvida em tais avaliaes seja fundamentalmente a mesma da AIA

    preventiva, o objetivo do estudo no o mesmo, nem o foco das investigaes. Neste caso, a

    preocupao com os danos causados. Desse modo, os procedimentos de investigao so

    diferentes, pois no se trata de antecipar uma situao futura, mas de tentar medir o dano

    ambiental e, ocasionalmente, de valorar economicamente as perdas. Neste curso, a AIA ser

    sempre referida como esse exerccio prospectivo, antecipatrio, prvio e preventivo. No caso

    de um evento passado, como por exemplo, um acidente envolvendo um vazamento em um

    navio petroleiro, o significado ser entendido como avaliao de dano ambiental. Desse

    modo, percebe-se que uma AIA se preocupa com o futuro, enquanto que, avaliao de dano

    ambiental se preocupa com o passado e o presente (avaliao de dano ambiental)

    (SANCHEZ, 2006).

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    5- CONCEITOS BSICOS

    A seguir so explicados alguns conceitos bsicos na rea de avaliao de impactos

    ambientais:

    5.1. Empreendimento Impactante: pode ser entendido como o projeto que possui

    capacidade de alterao do meio ambiente, positiva e negativamente, caso seja implantado.

    So exemplos: bovinocultura, hidreltrica, minerao, ferrovia, agricultura, etc.

    5.2.Atividade Impactante: so as aes necessrias para se implantar e conduzir os

    empreendimentos impactantes, ou seja, para a sua consecuo. Exemplos: agricultura (preparo

    do terreno, semeio mecanizado, capina manual, colheita mecanizada).

    5.3. Processo Impactante: Pode ser entendido como desdobramento natural ou

    induzido pelo homem de uma serie de eventos de ordem fsica, bitica ou antrpica que

    acabam por originar os impactos ambientais. Em outras palavras, com o desenrolar dosprocessos impactantes que ocorrem as alteraes das propriedades fsicas, qumicas e

    biolgicas do meio ambiente, ou seja, o impacto ambiental propriamente dito. So exemplos

    de processos impactantes a eroso, sanilizao, compactao, etc.

    5.4.Impacto Ambiental: existem muitas definies sobre impacto ambiental. Para os

    nossos propsitos ser adotada a definio dada no artigo 1 da Resoluo do CONAMA

    01/86: - Art. 1_ Para efeito desta resoluo, considera-se impacto ambiental qualquer

    alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por

    qualquer forma de matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ouindiretamente, afetam:

    I- a sade, a segurana e o bem-estar da populao;II- as atividades sociais e econmicas;III- a biota;IV- as condies estticas e sanitrias do meio ambiente; e a qualidade dos

    recursos ambientais.

    5.5. rea Diretamente Afetada: tambm conhecida como rea de influncia direta,

    sendo o espao efetivamente ocupado pelo empreendimento impactante. Em certos casos,

    refere-se rea de inundao, de emprstimos de terras para construo do canteiro de obras e

    edificaes em geral, entre outros tipos.

    5.06. rea Indiretamente Afetada: tambm conhecida como rea de influncia

    indireta, o espao circunvizinho rea diretamente afetada, usualmente definido por limites

    da bacia-hidrogrfica que contem esta ltima. No sentindo de atender caractersticas

    peculiares de variveis socioeconmicas ou culturais, pode ser definida segundo limites de

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    unidades geopolticas, tais como propriedades rurais, bairros, municpios, estados, paises,

    blocos regionais (MERCOSUL, NAFTA etc.) entre outras.

    5.7. Compartimento Ambiental: o meio ambiente pode ser entendido como o

    conjunto de condies e influncias que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo.

    Didaticamente, o meio ambiente pode ser subdivido em meio fsico (a sua parte abitica),

    meio bitico (constitudo pelos organismos), ou seja, pela vida vegetal-animal exetuando-se o

    homem, e meio antrpico (representa, na verdade, uma parte do meio bitico, mas se justifica

    pelo fato do homem ser o organismo com maior capacidade transformadora do meio

    ambiente, seja sob o aspecto positivo ou negativo). Entendido isto, fica fcil compreender que

    existem compartimentos ambientais constituindo os trs diferentes meios: So eles: meio

    fsico (solo, gua e ar); meio bitico (flora , fauna e microorganismos), e meio antrpico

    (homem). Portanto, so 7 compartimentos ambientais.5.8. Avaliao de Impactos Ambientais: em tese, segundo MOREIRA (1985), a

    avaliao de impactos ambientais um instrumento de poltica ambiental formado por um

    conjunto de procedimento capaz de assegurar, desde o inicio do processo, que se faa um

    exame sistemtico dos impactos ambientais de uma ao proposta (projeto, programa, plano

    ou poltica) e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada

    ao pblico e aos responsveis pela tomada de deciso, e por eles devidamente considerados.

    Desse modo, a avaliao de impactos ambientais no deve ser considerada apenas como uma

    tcnica, mas como uma dimenso poltica de gerenciamentos de educao da sociedade ecoordenao de aes impactantes (CLUDIO, 1987). Pois, permite a incorporao de

    opinies de diversos grupos sociais (QUEIROZ, 1990). Essa definio extremamente

    educativa, na medida em que evidencia que a avaliao de impactos ambientais subsidia o

    processo de tomada de deciso, j que se atm s aes propostas. Portanto, vale destacar que

    a utilizao da tcnica de avaliao de impactos ambientais aps ter sido tomada a deciso, ou

    depois de executada a ao impactante, perde completamente as suas finalidades. J que se

    limita a fornecer alternativas para correo dos impactos mais pronunciados (CANTER,

    1977).

    5.9. Atributos Principais dos Impactos Ambientais:segundo MOREIRA (1985), a

    magnitude e a importnciaconstituem os atributos principais dos impactos ambientais, uma

    vez que informam sobre a significncia dos mesmos. A definio fornecida pelo citado autor,

    para ambos os termos, est explicitada a seguir:

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    5.9.1. MagnitudeA magnitude a grandeza de um impacto em termos absolutos, podendo

    ser definida como medida de alterao no valor de um fator ou parmetro ambiental, em

    termos quantitativos ou qualitativos. Para o clculo da magnitude deve ser considerado o

    grau de intensidade, a periodicidade e amplitude temporal do impacto, conforme o caso.

    Exemplo: a magnitude de um impacto ambiental foi de 3 ppm, numa situao em que a

    concentrao inicial de uma determinada substncia era de 2 ppm e passou para 5 ppm aps

    sofrer a interferncia de uma determinada atividade impactante. Em outras palavras, foram

    adicionadas 3 ppm desta substncia na concentrao original, por influncia da atividade

    impactante.

    5.9.2.Importncia: A importncia a ponderao do grau de significncia de um impacto

    em relao ao fator ambiental afetado e a outros impactos. Pode ocorrer que certo impacto,

    embora de magnitude elevada, no seja importante quando comparado com outros, nocontexto de uma dada avaliao de impactos ambientais Exemplo: simplificadamente, em

    linguagem de avaliao de impactos ambientais, ter magnitude de 1 ppm de mercrio (Hg)

    mais importante que uma magnitude de 10 ppm de slica, pois o primeiro um metal pesado e

    tem capacidade de entrar na cadeia alimentar, enquanto o outro praticamente inerte.

    5.10. Atores sociais: tendo em vista em que o processo de avaliao de impactos ambientais

    envolve uma srie de elementos interessados nos seus resultados e desdobramentos, em

    conformidades com MOREIRA (1985), possvel identificar os seguintes atores sociais

    envolvidos com a dinmica do processo de avaliao de impactos ambientais: Parte interessada, ou seja, os idealizadores da proposta, que podem serempresrios e, ou, governos dos trs nveis hierrquicos (nacional, estadual e

    municipal);

    Parte elaboradora, constituda pelos elementos tcnicos administrativos dasempresas pblicas ou privadas (consultoras) responsveis pelos documentos ambientais

    produzido:

    Parte avaliadora, ou seja, o corpo tcnico-administrativo dos rgos pblicoslicenciadores de atividades impactantes;

    Setores governamentais, direta ou indiretamente envolvidos com a proposta deanlise;

    Comunidade diretamente afetada (positiva ou negativamente) pela eventualexecuo da proposta sob anlise;

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    Associaes civis interessadas na anlise da proposta, como grupos ecolgicos(organizados formalmente ou no), sociedade acadmico-cientifica e associaes

    municipais;

    Imprensa de modo geral, notadamente nos casos de maior repercusso;comunidade e autoridade internacionais, quando tratar de propostas de grande

    repercusso caso por exemplos, de usinas nucleares.

    6. TIPOS DE DOCUMENTOS PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL/ FORMATO

    BASICO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RESPECTIVO

    RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA)

    So os seguintes os principais documentos que se prestam ao licenciamento ambientalno Brasil: EIA/RIMA (o denominado Estudo de Impacto Ambiental - EIA e seu respectivo

    Relatrio de Impacto Ambiental - RIMA) e RCA/PCA (Relatrio de Controle Ambiental

    RCA e seu respectivo Plano de Controle Ambiental PCA).

    O EIA/RIMA exigido para os empreendimentos impactantes que apresentam grande

    capacidade transformadora do meio ambiente, enquanto o RCA/PCA exigido para os de

    menor capacidade. Como o tipo de documento para licenciamento ambiental mais rigoroso

    e, via de regra, exigido pelos rgos competentes, apresentado a seguir um modelo de

    formato bsico (seqncia de itens definida pelo rgo licenciador) do EIA/RIMA. Definidoem FEAM/MG.

    6.01. FORMATO BASICO PARA O EIA.

    INFORMAES GERAIS

    - Nome do empreendimento;

    - Identificao da empresa responsvel (nome razo social; endereo para correspondncia;

    inscrio estadual e CGC; e nome do responsvel pelo empreendimento);

    - Histrico do empreendimento;

    - Nacionalidade de origem das tecnologias a serem empregadas;

    - Tipo de atividade e o porte de empreendimento;

    - Sntese dos objetivos do empreendimento, sua justificativa e analise de custo-beneficio.

    - Compatibilidade do projeto com os planos e programa de ao federal, estadual e municipal,

    propostos ou implementao, na rea de influncia do empreendimento;

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    - Levantamento da legislao federal, estadual e municipal incidente sobre o empreendimento

    em qualquer de suas fases, com indicao das limitaes administrativas impostas pelo poder

    publico;

    - Indicao, mapas, de Unidades de Conservao e Preservao Ecolgica existente na rea de

    influncia do empreendimento;

    - Empreendimento (s) associado (s) e decorrente (s);

    - Empreendimento (s) similar (es) em outra (s) localidades (s);

    - Declarao da utilidade publica ou de interesse social da atividade do empreendimento,

    quando existente.

    - Nome endereo para contatos relativos ao EIA/RIMA.

    DESCRIO DO EMPREENDIMENTO

    Apresentar a descrio do empreendimento nas fases de planejamento, de implantao,

    de operao e, se for o caso, de desativao. Quando a implantao for em etapas, ou quando

    forem previstas expanses, as informaes devero ser detalhadas para cada uma delas.

    Apresentar a previso das etapas em cronogramas detalhando da implantao do

    empreendimento.

    Apresentar a localizao geogrfica proposta para o empreendimento, demonstrada em

    mapas ou croquis, incluindo as vias de acesso, existentes e projetadas, e a bacia hidrogrfica;alm do seu posicionamento frente diviso poltico-administrativa, a marcos geogrficos e a

    outros pontos de referencias relevantes.

    Apresentar tambm esclarecimentos sobre possveis alternativas tecnolgicas e /ou

    locacionais, inclusive aquela de no se proceder sua implantao.

    REA DE INFLUNCIA

    Apresentar os limites da rea geogrfica a ser afetada direta ou indiretamente pelos

    impactos, denominada rea de influencia do projeto. A rea de influencia devera conter as

    reas de incidncia dos impactos, abragendo os distintos contornos para as diversas variveis

    enfocadas. necessrio apresentar igualmente a justificativa da definio das reas de

    influencias e incidncias dos impactos, acompanhada de mapa, em escala adequada.

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    DIAGNOSTICO AMBIENTAL DA AREA DE INFLUENCIA

    Devero ser apresentadas a descrio e anlise dos fatores ambientais e suas

    interaes, caracterizando a situao ambiental da rea de influencia antes da implementao

    do empreendimento. Esses fatores englobam: as variveis susceptveis de sofrer, direta ou

    indiretamente, efeitos significativos das aes nas fases de planejamento, bem como as

    informaes cartogrficas atualizadas, com reas de influencia devidamente caracterizada em

    escalas compatveis com o nvel de detalhamento dos fatores ambientais estudados.

    FATORES AMBIENTAIS

    MEIO FISICO

    Os itens a serem abordados sero aqueles necessrios para a caracterizao do meio

    fsico, de acordo com o tipo e o porte do empreendimento e segundo as caractersticas da

    regio. Entre os aspectos cuja considerao ou detalhamento podem ser necessrios, incluem-

    se a caracterizao do clima e condies meteorolgicas da rea potencialmente atingida pelo

    empreendimento; a qualidade do ar na regio; dos nveis de rudo na regio; geolgica da rea

    potencialmente atingida pelo empreendimento; dos solos da regio na rea em que os mesmos

    sero potencialmente atingidos pelo empreendimento; dos recursos hdricos, podendo-seabordar a hidrologia superficial, a hidrogeologia e a qualidade de gua.

    MEIO BIOTICO

    Os itens a serem abordados sero aquelas que caracterizam o meio bitico, de acordo

    com o tipo e o porte do empreendimento e segundo as caractersticas da regio. Dever ser

    apresentada a caracterizao dos ecossistemas da rea que pode ser atingida direta ou

    indiretamente pelo empreendimento. Entre os aspectos cuja considerao ou detalhamento

    podem ser necessrios, incluem-se caracterizao e anlise dos ecossistemas terrestres na rea

    de influencia do empreendimento; e caracterizao e analise dos ecossistemas aquticos na

    rea de influencia do empreendimento.

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    MEIO SOCIOECONOMICO (MEIO ANTROPICO)

    Sero abordados aqueles itens necessrios para caracterizar o meio scio-economico,

    de acordo com o tipo e o porte do empreendimento e segundo as caractersticas da regio.

    Dever ser apresentada a caracterizao do meio scio econmico a ser potencialmente

    atingidos pelo empreendimento, atravs das informaes listadas a seguir, e considerando-se

    basicamente duas linhas de abordagem descritiva, referentes rea de influencia. Uma que

    considera aquelas populaes existentes na rea atingida diretamente pelo empreendimento,

    outra que apresenta as inter-relaes prprias do meio scio-economico regional e passiveis

    de alteraes significativas por efeitos indiretos do empreendimento. Quando procedentes, as

    variveis enfocadas no meio scio econmico devero ser executadas em sries histricas

    significativas e representativas, visando avaliao de sua evoluo temporal.Entre os aspectos cuja considerao e detalhamento podem ser necessrios, incluem-

    se; caracterizao da dinmica populacional na rea de influencia do empreendimento;

    caracterizao do uso do solo, com informaes em mapa, na rea de influencia do

    empreendimento; quadro referencial do nvel de vida na rea de influencia do

    empreendimento; dados sobre a estrutura produtiva e de servios; e caracterizao da

    organizao social na rea de influencia.

    QUALIDADE AMBIENTAL

    Em um quadro sinttico, expor as alteraes dos fatores ambientais fsicos, biticos e

    scio-econmicos, indicando os mtodos adotados para anlise dessas interaes, com

    objetivo de descrever as inter-relaes entre os componentes biticos, abiticos e antropicos

    do sistema a ser afetado pelo empreendimento. Alm do quadro citado, devero ser

    identificadas as tendncias evolutivas daqueles fatores que forem importantes para

    caracterizar a interferncia do empreendimento.

    ANALISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

    Este item destina-se apresentao da analise (identificao, valorao e

    interpretao) dos provveis impactos ambientais nas fases de planejamento, de implantao,

    de operao e, se for o caso, de desativao do empreendimento, sobre os meios fsico,

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    bitico, scio econmico, devendo ser determinados e justificados os horizontes de tempo

    considerados.

    Os impactos sero avaliados nas reas de estudo definidas para cada um dos fatores

    estudados, caracterizados no item Diagnostico ambiental da rea de influencia, podendo,

    para efeito de analise, serem considerados como: impactos diretos e indiretos; benficos e

    adversos; temporrios, permanentes e cclicos, imediatos e a mdio e longo prazo; reversveis

    e irreversveis; e locais, regionais e estratgicos.

    Anlise dos impactos ambientais inclui, necessariamente, identificao, previso da

    magnitude e interpretao da importncia de cada um deles, permitindo uma apreciao

    abragente das repercusses do empreendimento sobre o meio ambiente, entendido na sua

    forma mais ampla. O resultado desta analise constituir um prognstico da qualidade

    ambiental da rea de influncia do empreendimento, nos casos de adoo do projeto e suasalternativas, mesmo nas hipteses de sua no-implementao. Este item dever ser

    apresentado em duas formas;

    - Uma descrio detalhada dos impactos sobre cada fator ambiental relevante

    considerado no diagnostico ambiental, a saber: impacto sobre o meio fsico, impacto sobre o

    meio bitico e impacto sobre o meio scio-econmico;

    - Uma sntese conclusiva dos impactos relevantes de cada fase prevista para o

    empreendimento (planejamento, implantao, operao, e desativao) e, para o caso de

    acidentes, acompanhada da analise (identificao, previso da magnitude e interpretao) desuas interaes.

    _ preciso mencionar os mtodos de identificao dos impactos, as tcnicas de

    previso da magnitude e os critrios adotados para a interpretao e analise de suas interaes.

    PROPOSIO DAS MEDIDAS MITIGADORAS

    Neste item devero ser explicadas as medidas que visam minimizar os impactos

    adversos identificados e quantificados no item anterior. Essas medidas devero ser

    apresentadas e classificadas quanto.

    - sua natureza: preventiva ou corretiva (inclusive os equipamentos de controle de

    poluio, avaliao sua eficincia em relao aos critrios de qualidade ambiental e aos

    padres de disposio de efluentes lquidos, emisses atmosfricas e resduos slidos);

    - fase do empreendimento em que devero ser adotadas: planejamento, implantao,

    operao e desativao, e para o caso de acidentes;

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    - ao fator ambiental a que destinam: fsico, bitico ou scioeconmico;

    - ao prazo de permanncia de sua aplicao: curto, mdio ou longo;

    - responsabilidade por sua implementao: empreendedor, poder publico ou outros;

    - avaliao de custos das medidas mitigadoras.

    Devero ser mencionados os impactos adversos que no possam ser evitados ou

    mitigados. Nos casos de empreendimentos que exijam reabilitao das reas degradadas,

    devero ser considerados os seguintes aspectos:

    - identificao e mapeamento das diferentes reas a serem reabilitadas;

    - definio do uso futuro da rea, justiando a escolha (reabilitao social da rea);

    - definio das etapas e mtodos da reabilitao (levando em considerao o uso

    futuro da rea e os seguintes itens: estabilidade de aterros e escavaes; solo; hidrologia;

    recomposio topogrfica e paisagstica; vegetao; e definio do cronograma).Para as atividades de minerao, os trabalhos de reabilitao/recomposio devem

    abranger as reas de lavra, de deposio de estril, de rejeitos, de emprstimos, de tratamento

    de minrio e de apoio.

    PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAGEM DOS IMPACTOS

    AMBIENTAIS.

    Neste item devero ser apresentados os programas de acompanhamento da evoluodos impactos ambientais positivos e negativos causados pelo empreendimento, considerando-

    se as fases de planejamento, de implementao, de operao e de desativao, quando for o

    caso, e de acidente. Conforme o caso podero ser includas:

    - indicao e justificativa dos parmetros selecionados para a avaliao dos impactos sobre

    cada um dos fatores ambientais considerados.

    - indicao e justificativa de rede de amostragem, incluindo seu dimensionamento e

    distribuio espacial.

    - indicao e justificativa da periodicidade de amostragem para cada parmetro, segundo os

    diversos fatores ambientais;

    - indicao e justificativa dos mtodos a serem empregados no processamento das

    informaes levantadas, visando retratar o quadro de evoluo dos impactos ambientais

    causados pelo empreendimento.

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    DETALHAMENTO DOS FATORES AMBIENTAIS

    Os Fatores ambientais a seguir detalhados constituem itens considerados no Roteiro

    Bsico para elaborao do EIA. O grau de detalhamento desses itens em cada EIA depender

    da natureza do empreendimento, da revelncia dos fatores em face de sua localizao e dos

    critrios adotadas pela equipe responsvel pela elaborao do Estudo.

    MEIO FSICO

    CLIMA E CONDIES METEREOLGICAS

    A caracterizao do clima e das condies meteorolgicas da rea potencialemente

    atingida pelo empreendimento pode incluir;

    - perfil do vento, temperatura e umidade do ar na camada-limite planetria;

    - componentes de balano de radiao superfcie do solo;

    - componentes de balano hdrico do solo;

    - nebulosidade;

    - caracterizao das condies meteorolgicas, de larga escala e meso-escala, favorveis

    formao de concentraes extremas de poluentes, danosas sade humana, fauna, a flora, e

    a qualidade da gua e do solo;

    - avaliao de freqncia de ocorrncia de condies meteorolgicas de larga escala,

    favorveis formao de fortes concentraes de poluentes, incluindo a freqncia de

    ocorrncia e intensidade de anticiclones subtropicais semi-permanentes e transientes.

    - parmetros meteorolgicos necessrios para a caracterizao do regime de chuvas, incluindo

    precipitao total mdia: mensal, semanal, e anual; freqncia de ocorrncia de valores

    mensais e semanais mximos e mnimos; coeficiente de variao anual da precipitao;

    nmero mdio, mximo e mnimo de dias com chuva no ms; delimitao do perodo seco e

    chuvoso; relao intensidade de durao e freqncia da precipitao para perodos de horasdias; parmetros meteorolgicos necessrios para avaliao de razo de transferncia mdia

    mensal e semanal de gua para atmosfera (evaporao e evatranspirao) e dos demais

    componentes do balano hdrico do solo (escoamento superficial e infiltrao).

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    QUALIDADE DO AR

    Caracterizao da qualidade do ar na regio pode incluir:

    - concentraes de referncia de poluentes atmosfricos;

    - caracterizao fsico-qumica das guas pluviais.

    Caso seja necessria a implantao de rede de medio de poluentes atmosfricos em

    complementao s existentes, devero ser justificados os parmetros analisados e os critrios

    utilizados na definio da rede. Em qualquer caso, devero ser indicados os mtodos de

    medio utilizados.

    Rudo

    Caracterizao dos nveis de rudo na regio pode incluir:

    - ndices de rudos;

    - mapeamento dos pontos de medio.

    Geologia

    Caracterizao geolgica da rea potencialmente atingida pelo empreendimento pode

    incluir:- estratigrafia e caracterizao litolgica com indicao da mineralogia e composio qumica

    das rochas;

    - esboo estrutural e tratamento de dados em estereograma;

    - avaliao das condies geotcnicas dos macios de solo e da rocha.

    Geomorfologia

    Caracterizao geomorfolgica geral pode incluir:

    - descrio das formas e compartimento geomorfolgica das reas de estudo;

    - caracterizao e classificao das formas de relevo quanto sua gnese (formas crsticas,

    formas fluviais, formas de aplainamento etc.)

    - dinmica dos processos geomorfolgicos (ocorrncia e /ou propenso de processos erosivos,

    movimentos de massas, inundaes, assoreamento etc.).

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    Solos

    A caracterizao dos solos da regio na rea em que os mesmos sero potencialmente

    atingidos pelo empreendimento pode incluir:

    _ definio de classes de solos ao nvel taxonmico mais detalhado e caracterizao

    morfolgica e analtica.

    Recursos Hdricos

    A caracterizao dos recursos hdricos, considerando as bacias ou sub-bacias

    hidrogrficas, que contm rea potencialmente atingida pelo empreendimento, pode incluir:

    - hidrologia superficial: caracterizao hidrogrfica, com parmetros hidrolgicos calculadosatravs de sries histricas de dados; caso estes no existam, podero ser apresentadas

    observaes fluviomtricas e sedimentomtricas relativas a um perodo mnimo de um ciclo

    hidrolgico completo. As informaes a serem apresentadas podero incluir:

    rede hidrogrfica, identificando a localizao do empreendimento,caractersticas fsicas da bacia hidrogrfica e estrutura hidrulica existentes;

    balano hdrico das reas de estudo;parmetros hidrolgicos pertinentes;produo de sedimentos na bacia e transporte de sedimentos nas calhas

    fluviais.

    Hidrogeologia

    - rea de ocorrncia, do tipo, geometria, litologia, estruturas geolgicas, propriedade fsica e

    hidrodinmicas e outros aspectos do (s) aqfero (s).

    - inventrio dos pontos de gua;

    - potenciometria e direo dos fluxos das guas subterrneas;

    - profundidade da gua subterrnea nos aqferos livres;

    - caracterizao das reas e dos processos de recarga, circulao e descarga do(s) aquiferos;

    - relao das guas subterrneas com as superficiais e com as de outros aqferos;

    - caracterizao fsica, qumica e biolgica das guas subterrneas;

    - avaliao da permeabilidade da zona no - saturada.

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    Qualidade das guas

    Caracterizao da qualidade das guas, bem como mtodos utilizados para a sua

    determinao, incluindo caracterizao fsico-qumica e bacteriolgica de referncia dos

    recursos hdricos superficiais e subterrneos.

    Meio Bitico

    Para a caracterizao de cada ecossistema considerado devero ser utiliazados a

    metodologia e periodicidade compatveis a esse ecossistema.

    Ecossistemas Terrestres

    A caracterizao e a anlise dos ecossistemas terrestres podem incluir;

    - flora ;

    descrio e mapeamento atualizado das formaes vegetais da rea deinfluencia.

    Levantamento fitossociologico das diversas formaes vegetais da rea deinfluncia;

    Inventrio da biomassa lenhosa (estimativa de volume/ espcies);- fauna;

    Inventrio das espcies, ressaltando aquelas que so raras, ameaadas deextino, de valor econmico e cientifico, indicadora de qualidade ambiental, assim

    como as de interesse epidemiolgico. Outros grupos taxonmicos devero ser

    considerados quando houver relao de importncia entre esses grupos e as futuras

    modificaes ambientais advindas do empreendimento;

    Descrio das inter-relaes fauna-flora e fauna-fauna na rea considerada.

    Esses estudos podero conter:

    _ inventrio dos txons;

    _ relao das espcies comuns, raras, endmicas, ameaadas de extino e as de interesse

    econmico e epidemiolgico;

    _ identificao das espcies animais e vegetais que possam servir como indicadores

    biolgicos de alteraes ambientais;

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    _ caracterizao do estudo trfico dos corpos dgua estudados.

    A caracterizao limnolgica dever atender, tecnicamente, a necessidade de se

    conhecer as condies fsicas, qumicas e biolgicas dos cursos dagua a serem aproveitados

    nos projetos propostos.

    Meio socioeconmico

    Dinmica Populacional

    A caracterizao da dinmica populacional das reas de influencia do empreendimento

    pode incluir:

    _ distribuio da populao: anlise e mapeamento da localizao das aglomeraesurbanas e rurais, caracterizando-as de acordo com o nmero de habitantes e indicando nos

    mapas as redes hidrogrficas e virias;

    _ distribuio espacial da populao: anlise e mapeamento da densidade demogrfica

    e grau de urbanizao em perodo significativo;

    _ evoluo da populao: taxa de crescimento demogrfico e vegetativo da populao

    total urbana e rural nas duas ultimas dcadas, com projees populacionais.

    _ composio da populao: distribuio e anlise da populao total, urbana e rural

    por faixa etria, por sexo, ndices de desemprego;_ movimento migratrio: identificao e anlise de intensidade dos fluxos, de origem

    regional, tempo de permanncia no municpio, possveis causas da migrao, especificando

    ofertas de localizao trabalho e acesso.

    Uso e Ocupao do Solo

    A caracterizao do uso e ocupao do espao na rea de influncia do

    empreendimento, atravs de mapeamento e de anlise, pode incluir:

    _ identificao das reas rurais, urbanas e de expanso urbana e do processo de

    ocupao e urbanizao;

    _identificao das reas de valor histrico e outras de possvel interesse para pesquisa

    cientifica ou preservao;

    _ identificao dos usos urbanos considerando os usos residncias comerciais de

    servios industriais, institucionais e pblicos, inclusive as disposies legais de zoneamento;

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    _ identificao da infra-estrutura regional incluindo o sistema virio principal, portos,

    aeroportos, terminais de passageiros e cargas, rede de abastecimento de gua e de esgoto

    sanitrio e escoamento de guas pluviais, sistema de telecomunicao, etc;

    _ identificao dos principais usos rurais indicando as culturas permanentes e

    temporrias, as pastagens naturais ou plantadas, as vegetaes nativas e exticas, etc;

    _ identificao da estrutura fundiria local e regional segundo o modulo rural mnimo,

    as reas de colonizao ou ocupadas sem titulao.

    Uso da gua

    Caracterizao dos principais usos das guas superficiais e subterrenas, na rea

    potencialmente atingida pelo empreendimento, apresentando a listagem das utilizaeslevantadas, suas demandas atuais e projetadas em termos qualitativos, bem como anlise das

    disponibilidades frente s utilizaes atuais e projetadas, considerando importaes, quando

    ocorrerem.

    Devero ser identificados;

    _ abastecimento domstico e industrial;

    _ gerao de energia;

    _ irrigao;

    _ pesca;_ recreao;

    _ preservao da fauna e flora;

    _ navegao.

    Patrimnio Nacional e Cultural

    A identificao e descrio dos elementos do Patrimnio Natural e Cultural podem incluir:

    _ reas e monumentos naturais e culturais; cavernas, picos, cachoeiras, entre outros;

    _ stios paleontolgicos e/ou arqueolgicos (depsitos fossiliferos, sinalizaes de arte

    rupestre, cemitrios indgenas, cermicos e outros de possvel interesse para pesquisa

    cientifica ou preservaes);

    _ reas de edificaes de valor histrico e arquitetnico.

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    Nvel de Vida

    A apresentao do quadro referencial do nvel de vida da populao na rea de

    influencia do empreendimento pode incluir:

    _ assentamento humano: as condies habitacionais nas cidades, nos povoados e na

    zona rural, observando as variaes culturais e tecnologias na configurao das habitaes e

    assentamentos, relacionando-os com a vulnerabilidade a vetores e doenas de modo geral;

    moradias servidas por redes de abastecimento de gua, esgoto sanitrio, energia eltrica e

    servio de coleta de lixo; servio de transporte, valor de aluguel e de venda dos imveis e sua

    evoluo;

    _ educao: caracterizao da rede de ensino atravs dos seus recursos fsicos e

    humanos, cursos oferecidos, inclusive os profissionalizantes, supletivos e os de educao

    informal, demanda e oferta de vagas na zona urbana e rural, ndice de alfabetizao por faixa

    etria;

    _ sade: caracterizao da estrutura institucional e infra-estrutura correspondente,

    alm dos recursos humanos; taxas de mortalidade geral e infantil, suas causas mais freqentes

    e a proporo de bitos registrados com a devida atestao mdica e os nodiagnosticados;

    quadro nosolgico provavelmente incluindo doenas das vias areas superiores, endmicas e

    venreas; susceptibilidade do meio fsico, bitico e scio-econmico instalao e/ou

    expanso de doenas como a esquistossomose, chagas, malria, febre amarela, leishmanone e

    parasitose em geral:

    _ alimentao; estudo nutricional da populao e hbitos alimentares; sistemas de

    abastecimento gneros alimentcios; produo local; natural e cultivada; produo de outras

    localidades ou estados.

    _ lazer, turismo e cultura: manifestaes culturais relacionadas ao meio ambiente

    natural e scio-religioso (danas, msicas, festas, tradies e calendrios); principais

    atividades lazer da populao; reas de lazer mais usadas; equipamentos de lazer urbano-

    rurais;_ jornais locais, regionais e nacionais de circulao diria, semanal, quinzenal e

    mensal; rdio e televiso locais e regionais;

    _ segurana social: quadro de criminalidade e sua evoluo; infra-estrutura policial e

    judiciria; corpo de bombeiros; estrutura de proteo ao menor e ao idoso; sistema de defesa

    civil.

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    Estrutura Produtiva e de Servios

    A caracterizao da estrutura produtiva e de servios pode incluir:

    _ fatores de produo;

    _ modificao em relao composio da produo local;

    _ emprego e nvel tecnolgico por setor;

    _ relaes de troca entre a economia local e a micro-regional, regional e a nacional, incluindo

    a destinao da produo local e importncia relativa.

    Organizao Social

    A caracterizao da organizao social da rea de influencia pode incluir:

    _ foras e tenses sociais;_ grupos e movimentos comunitrios;

    _ lideranas comunitrias;

    _ foras polticas e sindicais atuantes;

    _ associaes.

    6.2. FORMATO BASICO PARA O RIMA

    O Relatrio de Impacto Ambiental RIMA- refletir as concluses do Estudo deImpacto Ambiental - EIA. As informaes tcnicas devem ser nele expressa em linguagem

    acessvel ao publico geral, ilustradas por mapas em escalas adequadas, quadros, grficos ou

    tcnicas de comunicao visual de modo que se possam entender claramente as possveis

    conseqncias ambientais de projeto e de suas alternativas, comparando as vantagens e

    desvantagens de cada uma delas.

    O RIMA dever conter, basicamente:

    _ os objetivos e justificativas do projeto, sua relao e compatibilidade com as polticas

    setoriais, planos e programas governamentais, em desenvolvimento e/ ou implementao;

    _ a descrio do projeto e de suas alternativas tecnolgicas e locacionais, especificando para

    cada uma delas, nas fases de construo e operao, a rea de influencia, as matrias primas e

    a mo de obra, as fontes de energia, os processos e tcnicas operacionais, os efluentes, as

    emisses e resduos, as perdas de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados, a

    relao custo-beneficio dos nus e benefcios sociais/ambientais do projeto em sua rea de

    influencia;

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    _ a sntese dos resultados dos estudos sobre o diagnstico ambiental da rea de

    influencia do projeto;

    _ a descrio dos impactos ambientais analisados, considerando o projeto, a suas

    alternativas, os horizontes de tempo de incidncia dos impactos e indicando os mtodos,

    tcnicas e critrios adotados para a sua identificao, quantificao e interpretao;

    _ a caracterizao da qualidade ambiental futura da rea de influencia, comparando as

    diferentes situaes de adoo do projeto e de suas alternativas, bem com as hipteses de sua

    no realizao;

    _ a descrio do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relao aos

    impactos negativos, mencionando aqueles que no puderem ser evitados e o grau de alterao

    esperado;

    _ o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;_ recomendao quanto alternativa mais favorvel (concluso e comentrios de

    ordem geral).

    O RIMA dever indicar a composio da equipe tcnica autora dos trabalhos, devendo

    conter, alm do nome de cada profissional, seu titulo, nmero de registro na respectiva

    entidade de classe e indicao dos itens de sua responsabilidade tcnica.

    7. LEGISLAO NACIONAL PERTINENTE A AVALIAO DE IMPACTOS

    AMBIENTAIS.

    A seguir ser transcrito e comentado quando julgado necessrio, o contedo da

    Resoluo CONAMA N.01, de 23 de janeiro de 1986, que institui a Avaliao de Impactos

    Ambientais no Brasil.

    O Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, no uso das atribuies que lhe

    confere o artigo 48 do Decreto N. 88.351, de 01 de junho de 1983, para efetivo exerccio das

    responsabilidades que lhe so atribudas pelo artigo 18 do mesmo decreto, e considerado a

    necessidade de se estabelecerem as definies, as responsabilidades, os critrios bsicos e as

    diretrizes gerais para o uso e implementao da Avaliao de Impacto Ambiental como um

    dos instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente, resolve:

    _ Artigo 1_ Para efeito desta resoluo, considera-se impacto ambiental qualquer alterao

    das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma

    de matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

    V- a sade, a segurana e o bem - estar da populao;

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    VI- as atividades sociais e econmicas;VII- a biota;VIII- as condies estticas e sanitrias do meio ambiente;IX- e a qualidade dos recursos ambientais.

    Comentrio:

    importante compreender que o conceito de impacto ambiental abrange apenas

    desdobramentos resultantes da ao humana sobre o meio ambiente, ou seja, no considera as

    repercusses advindas de fennemos naturais que se processam lentamente, ou na forma de

    catstrofes naturais, caso de tornados, erupes vulcnicas, terremotos etc. Esta a diferena

    entre impacto ambiental e efeito ambiental. O efeito ambiental resulta dos fennemos naturais

    agindo sobre o meio ambiente. De outra parte, a observao dos itens I a V demonstra que o

    impacto tambm deve repercutir no homem e em suas atividades, o que sugere a forteconotao antropocntrica dessa definio.

    _ Artigo 2- Depender de elaborao de estudo do impacto ambiental e respectivo relatrio

    de impacto ambiental RIMA, a serem submetidos aprovao do rgo estadual

    competente, e do IBAMA em carter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras

    do meio ambiente, tais como;

    I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

    II - Ferrovias;

    III - Portos e terminais de minrio, petrleo e produtos qumicos;IV - Aeroportos, conforme definido pelo inciso i, artigo 48, do Decreto Lei n. 32, de

    18 de novembro de 1966;

    V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissrio de esgotos

    sanitrios;

    VI - Linhas de transmisso de energia eltrica, acima de 230 KW;

    VII - Obras hidrulicas para explorao de recursos hdricos, tais como: barragens para

    fins hidreltricos, acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigao, abertura de canais

    de navegao, drenagem e irrigao, retificao de cursos dgua, abertura de barras e

    embocaduras, transposio de bacias e diques;

    VIII - Extrao de combustvel fssil (petrleo, xisto, carvo);

    IX - Extrao de minrio, inclusive os da classe II, definidos no Cdigo de Minerao;

    X - Aterros sanitrios, processamento e destino final de resduos txicos perigosos;

    XI - Usinas de gerao de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primria,

    acima de 10 MW;

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    XII - Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroqumicos, siderrgicos,

    cloroquimicos, destilarias de lcool, hulha, extrao e cultivo de recursos hdricos);

    XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais;

    XIV - Explorao econmica de madeira. Lenha, em reas acima de 100 hectares ou

    menores quando atingir reas significativas em termos percentuais ou de importncia do

    ponto de vista ambiental;

    XV - Projetos urbansticos, acima de 100 hectares ou em reas consideradas de

    relevante interesse ambiental, a critrio do IBAMA e dos rgos municipais e estaduais

    competentes;

    XVI - Qualquer atividade que utilizar carvo vegetal, derivados ou produtos similares,

    em quantidade superior a 10 toneladas por dia;

    XVII - Projetos agropecurios que contemplem reas acima de 1000 hectares oumenores, nesse caso, quando se tratar de reas significativas em termos percentuais ou de

    importncia do ponto de vista ambiental, inclusive e nas reas de proteo ambiental.

    COMENTRIO

    O ponto que merece ser observado nesse artigo a explicao do temo tais como, ao

    final do enunciado. A colocao do referido termo implica, obviamente, que o legislador teve

    preocupao de apenas exemplificar empreendimentos dos quais se exigem a elaborao de

    estudo de impacto ambiental. Assim, outros tipos de empreendimentos podem serenquadrados no artigo 2, a critrio da autoridade competente, no caso rgos municipais,

    estaduais e federais que tratam do tema.

    _ Artigo 3- Depender de elaborao de estudo de impacto ambiental e respectivo RIMA, a

    serem submetidos aprovao do IBAMA, o licenciamento de atividades que, por lei seja de

    competncia federal.

    _ Artigo 4- Os rgos ambientais competentes e os rgos setoriais do SISNAMA devero

    compatibilizar os processos de licenciamento com as etapas de planejamento e implantao

    das atividades modificadoras do meio ambiente, respeitados os critrios e diretrizes

    estabelecidas por esta Resoluo e tendo por base a natureza, o porte e as peculiaridades de

    cada atividade.

    _ Artigo 5- O Estudo de impacto ambiental, alm de atender a legislao, em especial os

    princpios e Objetivos expressos na Lei de Poltica Nacional do Meio Ambiente, obdecer s

    seguintes diretrizes gerais;

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    I - Contemplar todas as alternativas tecnolgicas e de localizao do projeto,

    confrontando-as com a hiptese de no execuo do projeto;

    II- Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fasesde implantao operao da atividade.

    III- Definir os limites da rea geogrfica a ser direta ou indiretamente afetada pelosimpactos, denominada rea de influencia do projeto, considerando, em todos os

    casos, a bacia hidrogrfica na qual se localiza;

    IV- Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantaona rea de influencia do projeto, e sua compatibilidade.

    Pargrafo nico - Ao determinar a execuo do estudo de impacto ambiental, o rgo

    estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Municpio, fixar diretrizesadicionais que, pelas peculiaridades do projeto e caractersticas ambientais da rea, forem

    julgadas necessrias, inclusive os prazos para concluso e analise dos estudos.

    - Artigo 6- O estudo de impacto ambiental desenvolvera, no mnimo as seguintes atividades

    tcnicas:

    I - Diagnostico ambiental da rea de influencia do projeto com completa descrio e anlise

    dos recursos ambientais e suas interaes, tal como existem, de modo caracterizar a situao

    ambiental da rea, antes da implantao do projeto, considerando:

    - O meio fsico: o subsolo, s guas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais atopografia os tipos de aptides do solo, os corpos dgua, o regime hidrolgico, as

    concorrentes marinhas correntes atmosfricas;

    - O meio biolgico e os ecossistemas naturais: a fauna e a flora, destacando as espcies

    indicadoras de qualidade ambiental de valor cientifico e econmico, raras e ameaadas de

    extino e as reas de preservao permanente;

    - O meio scio-economico: o uso e ocupao do solo, o usos da gua e a scia-economia

    destacando os stios e monumentos arqueolgicos, histricos e culturais da comunidade, as

    relaes de dependncia entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial

    utilizao futura desses recursos.

    II - Anlise dos impactos ambientais do projeto e suas alternativas atravs da identificao

    previso de magnitude e interpretao da importncia dos provveis impactos positivos e

    negativos (benficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a mdio e a longo prazos,

    temporrios e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e

    cinergticas; a distribuio do nus e benefcios sociais.

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    III - Definio das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre eles os equipamentos

    de controle e sistema de tratamento de despejos, avaliando a eficincia de cada umas delas;

    IV - Elaborao do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e

    negativos, indicando os fatores e parmetros a serem considerados.

    PRAGRAFO NICO Ao terminar a execuo do estudo de impacto ambiental, o rgo

    estadual, ou o IBAMA ou, quando couber, o Municpio fornecer as instrues adicionais que

    se fizerem necessrias pelas peculariedades dos projetos e caractersticas ambientais da rea.

    - Artigo 7- REVOGADO

    A resoluo n 01/86 do CONAMA, em seu art. 7, estabelecia que a equipe

    multidisciplinar habilitada deveria ser independente direta e indiretamente do proponente do

    projeto, e ressalvando a sua responsabilidade tcnica pelos resultados apresentados.

    Atualmente, este artigo encontra-se revogado pelo art. 11 da Resoluo CONAMA n237/97 que no mais passou a impor a independncia entre a equipe multidisciplinar e o

    proponente do projeto e passando a responsabilizar ambos pelas informaes apresentadas.

    Vale destacar que a excluso da obrigatoriedade da independncia entre o proponente do

    projeto e a equipe multidisciplinar, de forma alguma implica na parcialidade do estudo. O

    rgo ou a entidade ambiental responsvel pelo licenciamento ambiental dever exercer com

    extrema vigilncia o controle do contedo do EIA.

    COMENTRIOA equipe multidisciplinar deve ser composta por um quadro de profissionais

    habilitados nas mais diversas reas, tais como, gelogos, fsicos, bilogos, economistas,

    socilogos e outros.

    O aspecto multidisciplinar se faz necessrio, tendo em vista em que os estudos de

    impacto ambiental abrangem os mais variados temas dos meios fsicos, biticos e antropicos.

    O nmero de temas e seu nvel de detalhamento esto em funo do tipo e porte do

    empreendimento proposto.

    - Artigo 8- Correo por conta de proponente do projeto de todas as despesas e custos

    referentes realizao do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisio dos

    dados, informaes trabalhos e inspees de campo, anlise de laboratrio, estudos tcnicos e

    cientficos e acompanhamentos e monitoramento dos impactos, elaborao do RIMA e

    fornecimento de pelos menos cinco copias.

    - Artigo 9 - O relatrio de impacto ambiental RIMA refletira as concluses do estudo de

    impacto ambiental e conter no mnimo:

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    I- Os objetivos e justificativas do projeto, sua relao e compatibilidade com aspolticas setoriais planos e programas governamentais;

    II- A descrio do projeto e de suas alternativas tecnolgicas e locacionais,especificando para cada um deles, nas fases de construo e operao, a rea de

    influencia, as matrias-primas e mo-de-obra, as fontes de energia, os

    processos e tcnicas operacionais, os provveis efluentes, emisses, resduos

    de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados.

    III- A sntese dos resultados dos estudos de diagnostico ambiental da rea deinfluencia do projeto;

    IV- A descrio dos provveis impactos ambientais da implantao e operao daatividade, considerando o projeto, os horizontes de tempo de incidncia dos

    impactos e indicando os mtodos, tcnicas e critrios adotados para suaidentificao, quantificao e interpretao;

    V- A caracterizao da qualidade ambiental futura da rea de influncia,comparando as diferentes situaes de adoo do projeto e suas alternativas

    bem como hipteses de sua no realizao;

    VI- A descrio do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relaoaos impactos negativos, mencionando aqueles que no puderam ser evitados, e

    o grau de alterao esperado;

    VII- O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.VIII- Recomendao quanto alternativa mais favorvel (concluses e critrios de

    ordem geral).

    PARGRAFO NICO - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada sua

    compreenso. As informaes devem ser traduzidas em linguagem acessvel, ilustrada por

    mapas, cartas, quadros, grficos e demais tcnicas de comunicao visual de modo que se

    possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, todas as conseqncias ambientais

    de sua implementao.

    COMENTARIO

    Esse artigo explicita que um estudo de impacto ambiental composto de dois

    documentos bsicos para o processo de licenciamento aos rgos competentes. O que se

    convencionou, na pratica, a se chamar EIA Estudo de Impacto Ambiental composto de

    diversos volumes referentes ao temas dos meios fsicos, biticos e antrpico. o documento

    analisado pelos tcnicos do rgo licenciador, o que implica na utilizao de farta

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    terminologia tcnica. O RIMA, por seu turno, deve to somente refletir as concluses do EIA,

    sendo apresentado para o publico leigo, o que implica na utilizao de termos populares,

    evitando-se sempre que possvel, o emprego de terminologia tcnica.

    - Artigo 10 - O rgo estadual competente, ou o IBAMA, ou quando couber, o Municpio

    ter um prazo para se manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apresentado.

    PARAGRAFO NICO - O prazo a que se refere o caput deste artigo ter o seu termo inicial

    na data do recebimento pelo rgo competente, ou pelo IBAMA, do estudo de impacto

    ambiental e seu respectivo RIMA.

    - Artigo 11- Respeitando o sigilo industrial, assim solicitado e demonstrado pelo interessado,

    O RIMA ser acessvel ao publico. Suas cpias permanecero disposio dos interessado,

    nos centros de documentaes ou biblioteca do IBAMA ou do rgo estadual de controle

    ambiental correspondente, inclusive no perodo de analise tcnica.PARGRAFO 1- os rgos pblicos que manifestarem interesse, ou tiverem relao direta

    com o projeto, recebero copia do RIMA, para conhecimento e manifestao.

    PARGRAFO 2- Ao determinar a execuo do estudo de impacto ambiental e apresentao

    do RIMA, o rgo estadual competente, ou o IBAMA, ou quando couber o Municpio,

    determinar o prazo para recebimento dos comentrios a serem feitos pelos rgos pblicos e

    demais interessados e, sempre que julgar necessrio, promover a realizao de audincia

    publica para informao sobre o projeto e seus impactos ambientais e discusso do RIMA.

    COMENTRIOS

    A importncia desse artigo reside em dois aspectos. O primeiro, na parte que trata da

    possibilidade do empreendedor alegar sigilo industrial, limitando, desse modo, o acesso do

    pblico s certas informaes. O outro aspecto diz respeito realizao de audincia publica

    que, como visto, era de prerrogativa exclusiva do rgo estadual licenciador. Em relao a

    esse ultimo, a Resoluo CONAMA N. 09, de 03 de dezembro de 1987, alterou esta

    prerrogativa, na medida em que possui a seguinte redao;

    - Artigo 1- A audincia Pblica referida na Resoluo CONAMA N.01/86, tem por

    finalidade expor aos interessados o contedo do produto em anlise e do seu referido RIMA,

    dirimindo dvidas e recolhendo dos presentes as criticas e sugestes a respeito.

    - Artigo 2- Sempre que julgar necessrio, ou quando for solicitado por entidade civil,

    pelo Ministrio Pblico, ou por 50 (cinqenta) ou mais cidados, o rgo do Meio ambiente

    promover realizao da audincia pblica.

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    Pargrafo 1- O rgo de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA,

    fixar em edital e anunciar pela imprensa local e abertura do prazo que ser no mnimo de 45

    dias para solicitao pblica.

    Pargrafo 2- No caso de haver solicitao de audincia publica e na hiptese do rgo

    Estadual no realiz-la, a licena concedida no ter validade.

    Pargrafo 3- Aps este prazo, a convocao ser feita pelo rgo Licenciador, atravs

    de correspondncia registrada aos solicitantes e da divulgao em rgos da imprensa local.

    Pargrafo 4- A audincia publica dever ocorrer em local acessvel aos interessados.

    Pargrafo 5- Em funo da localizao geogrfica dos solicitantes, e da complexidade

    do tema, poder haver mais de uma audincia pblica sobre o mesmo projeto de respectivo

    Relatrio de Impacto Ambiental RIMA.

    - Artigo 3- A audincia pblica ser dirigida pelo representante do rgo Licenciadorque, aps a exposio objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abrir as discusses com

    os interessados presentes.

    - Artigo 4- Ao final de cada audincia pblica ser lavrada uma ata sucinta.

    PARGRAFO NICO - Sero anexadas ata, todos os documentos escritos e

    assinados que forem entregues ao presidente dos trabalhos durante a seo.

    - Artigo 5- A ata da(s) audincia pblica e de seus anexos, serviro de base,

    juntamente com o RIMA, para anlise e parecer final do licenciador quanto aprovao ou

    no do projeto.- Artigo 12- Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.

    8. METODOS DE AVALIAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

    De acordo com a literatura especializada, os mtodos de avaliao de impactos

    ambientais so instrumentos utilizados para coletar, analisar, avaliar, comparar, organizar

    informaes qualitativas e quantitativas sobre os impactos ambientais originados de uma

    determinada atividade modificadora do meio ambiente, em que so considerados, tambm, as

    tcnicas que definiro a forma e o contedo das informaes a serem repassadas aos setores

    envolvidos (SILVA, 1994).

    Apesar de existir um numero relativamente grande de mtodos de avaliao de

    impactos ambientais a experincias tem demonstrado que todos apresentam potencialidade e

    limitaes, sendo a escolha dependente da disponibilidade de dados, das caractersticas

    intrnsecas do tipo de empreendimento e dos produtos finais pretendidos.

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    Com base em MOREIRA (1985) e SILVA (1994) so discutidas, a seguir, as principais

    caractersticas dos diferentes mtodos de avaliao de impactos ambientais.

    Mtodo AD Hoc - um mtodo que utiliza a pratica de reunies entre especialistasde diversas reas para se obter dados e informaes, em tempo reduzido, imprescindveis

    concluso dos estudos. Estes especialistas so escolhidos de acordo com as caractersticas da

    proposta de anlise, devendo possuir conhecimento cientifico e experincia profissional

    suficientes para o dar o maior respaldo possvel ao estudo. O mtodo recebe muitas criticas,

    pois ainda no se compreendeu em que situaes deve ser empregado. No entanto, usa-se esse

    mtodo, por exemplo, quando no se dispe de tempo suficiente para a realizao de um

    estudo convencional e se conta com apoio de especialistas.

    Mtodo da Listagem de Controle (check-list)- as listagens de controle foram osprimeiros mtodos de avaliao de impactos ambientais, em virtude, principalmente, de sua

    facilidade de aplicao. Ajustam-se bem ao mtodo ad hoc, pois num esforo

    multidisciplinar pode-se efetuar uma listagem dos impactos mais revelantes, mesmo com

    limitao de dados. Existem quatro tipos de listagem: descritiva, comparativa, em

    questionrios e pondervel.

    Mtodo da Sobreposio de Cartas (overlay mapping) - mtodo associado tcnica de sistemas de Informaes Geogrficas (SIG), uma vez que deve ser assistido por

    computador, permitindo a aquisio, o armazenamento, a anlise e a representao de dados

    ambientais. A essncia deste mtodo a elaborao e a posterior sobreposio de cartas

    temticas (solo, categoria de declividade, vegetao etc.) de uma determinada rea. Exige,

    portanto para uma melhor eficincia, a apresentao dos mapas em uma mesma escala e com

    um mesmo padro de detalhamento. A partir da sobreposio dos temas, que representa o

    diagnstico ambiental, so estabelecidas as cartas de aptido e restrio de uso do solo, de

    acordo com a ao prevista para ocorrer. Atualmente, a tcnica de SIG j dispe de

    softwares avanados na obteno de mapas temticos, tomando mais gil a utilizao do

    mtodo em questo. A seguir, exposto um exemplo relativo a este mtodo:

    Admitida existncia dos seguintes mapas temticos (todos na mesma escala e com o

    mesmo padro de detalhamento) de uma rea em que se pretende implantar um aeroporto:

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    Mapa da Vegetao Mapa da Declividade Mapas dos Solos do terrenoSendo:

    M= Mata;

    C= Cerrado;

    Li= Litossolo (solos rasos);

    La= Latossolo (solos profundos).

    A transformao dos mapas temticos em informao numrica pode ser feita da seguinte

    forma: 1= Mata; 2= Cerrado; 3= maior ou igual a 20 % de declividade de terreno; 4 = menor

    que 20 % de declividade de terreno; 5= latossolo; e 6 = Litossolo.

    Assim temos:

    Tendo em vista o objetivo de se minimizar o custo de implantao do aeroporto e os impactos

    ambientais negativos advindos dessa atividade, foram definidas as seguintes alternativas de

    localizao do mesmo:

    1 alternativa: Cerrado + menor que 20 + Latossolo

    2 alternativa: Cerrado + maior ou igual que 20 + Latossolo

    3 alternativa: Mata + menor que 20 + Latossolo

    Assim so os seguintes os respectivos mapas de aptido/restrio da rea, segundo essas trs

    alternativas:

    (1 ALTERNATIVA) (2 ALTERNATIVA) (3ALTERNATIVA)

    Sendo:

    MMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

    CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC

    MAIOR QUE 20%

    MENOR QUE 20%

    Li Li LiLi Li Li

    La La LaLa La La

    La La LaLa La La

    La La LaLa La La

    1 1 1 1 11 1 1 1 11 1 1 1 11 1 1 1 11 1 1 1 1

    2 2 2 2 2 22 2 2 2 2 22 2 2 2 2 22 2 2 2 2 22 2 2 2 2 2

    3 3 3 3 33 3 3 3 3

    3 3 3 3 3 33 3 3 3 3 3

    4 4 4 4 44 4 4 4 4

    4 4 4 4 4 44 4 4 4 4 4

    6 6 6 6 66 6 6 6 6

    5 5 5 5 5 55 5 5 5 5 5

    5 5 5 5 55 5 55 5

    5 5 5 5 555 5 5 5 5 5

    N N N NN N N N N N N NN N N N

    A A A AA A A A

    N N N NN N N N

    N N N NN N N N A A A AA A A A

    N N N NN N N N

    N N N N NN N N N

    N N N NN N N N N N N N NN N N N

    N N N NN N N N

    A A A AA A A A

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    N= no apto, pois pelo menos uma restrio no foi atendida;

    A= apto, pois todas as restries foram atendidas.

    Dessa forma, pode vislumbrar-se, em mapas, reas aptas, ou seja, que atendem as

    especificaes de diferentes alternativas. Estas alternativas, conforme evidenciado

    anteriormente, indicam minimizao de impactos ambientais negativos e do custo da obra.

    Mtodo dos Modelos Matemticos - representa o que h de mais moderno em termosde mtodos de avaliao de impactos ambientais, apesar de ter sido desenvolvido no final da

    dcada de 70. Funciona como modelos matemticos (simulao, regresso, probabilidade,

    multivariado etc.), desde os mais simples aos mais complexos, que permitem simular a

    estrutura e o funcionamento dos sistemas ambientais, pela considerao de todas as relaesbiofsicas e antrpicas possveis de serem compreendidas no fennemos estudado. Podem ser

    processadas variveis qualitativas e quantitativas e simular, por exemplo, a magnitude de uma

    determinada ao (atividade) ambiental sobre um dado fator ambiental. Talvez, a principal

    critica ao mtodo seja a simplificao de uma realidade ambiental pela considerao de uma

    relao matemtica. A seguir, exposto um exemplo relativo a este mtodo.

    Admita que a seguinte relao matemtica tenha capacidade de estimar a populao

    residual (que sobreviver) de um dado animal, quando se desmata uma rea para implantar

    um aeroporto com 10 hectares, num determinado municpio brasileiro;

    P= 2x + 5 y; sendo

    P= Populao residual (que sobreviver) do animal;

    X= nmero de hectares de mata que restar aps o desmatamento necessrio

    implantao do aero