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Economia – UFPE – 4º períodoSara Pires Rios

Teoria Geral do Emprego, do Juro e da MoedaKeynes

1ª PROVACapítulo II – Os Postulados da Economia Clássica.→ Teoria Econômica Clássica → Dois postulados:1) w = PM → O salário é igual ao produto marginal do trabalho.2) A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume de trabalho, é igual à desutilidade

marginal desse mesmo volume de emprego.* Postulado compatível com o desemprego friccional e voluntário, porém não admite a possibilidade do desemprego involuntário.

→ Críticas de Keynes ao 2º postulado:o Comportamento efetivo do trabalhador.

Se a oferta de trabalho não for uma função dos salários reais como sua única variável, o argumento da Escola Clássica desmorona-se. → A curva de oferta de mão-de-obra se deslocará a cada movimento dos preços (absurdo). Dentro de certos limites, as exigências da mão-de-obra tendem a um mínimo de salário nominal, e não a um mínimo de salário real. O trabalhador não costuma abandonar o trabalho ao se verificar uma alta de preços dos bens de consumo salariais.

o Contestação da hipótese de que o nível geral dos salários reais seja diretamente determinado pelo caráter das negociações sobre salários.

A teoria tradicional que os trabalhadores poderiam fazer coincidir os seus salários reais com a desutilidade marginal através de negociações com os empregadores, supondo que haja livre concorrência entre os empregadores e ausência de combinação restritiva entre os trabalhadores.

A hipótese de que o nível geral dos salários depende das negociações entre os empregadores e os trabalhadores não é válida. → Os preços são determinados pelo Cmg expresso em termos nominais, e os salários nominais governam, em grande parte, o Cmg. → Se houvesse variações nos salários nominais, seria de se esperar que os preços variassem em proporção quase igual, de tal modo que o salário real e o nível de desemprego permanecessem praticamente os mesmos.

→ A luta ente indivíduos e grupos pelos salários nominais não determina o nível dos salários reais. O objetivo da união dos trabalhadores é, na verdade, a proteção do seu salário real relativo. O nível geral dos salários reais depende de outras forças econômicas.→ Desemprego involuntário.→ A igualdade entre salário real e desutilidade marginal do emprego corresponde à ausência de desemprego involuntário. → Pleno emprego.→ Conseqüências do 1º postulado:

o Os salários reais e o volume de produção são correlacionados de uma única forma: um aumento do emprego só pode ocorrer simultaneamente com um decréscimo dos salários reais → A indústria trabalha normalmente a rendimentos decrescentes no curto prazo. → Qualquer meio destinado a aumentar o emprego conduzirá, inevitavelmente, a uma diminuição do PMg e, portanto, do nível dos salários medido em termos desse produto.

o Um declínio do emprego, não se deve, necessariamente, ao fato de que a mão-de-obra reclame uma quatidade maior de bens. E a aceitação pela mão-de-obra de menores salários nominais não é, necessariamente, um remédio para o desemprego.

→ Crítica à lei de Say: a oferta cria sua própria procura. → “Axioma das paralelas” da Teoria Clássica.Isso significaria que o total dos custos de produção deve ser gasto por completo, direta ou

indiretamente, na compra do produto. Ou seja, a de que a renda obtida globalmente por todos os elementos da comunidade tem necessariamente um valor exatamente igual ao valor da produção. → Ilusão de ótica que confunde duas atividades essencialmente diferentes: abster-se de um consumo imediato e prover um consumo futuro.

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Capítulo III – O Princípio da Demanda Efetiva→ Duas espécies de gastos:

o Custo de fatores: montante que o empresário paga aos fatores de produção.o Custo de uso: montante que o empresário paga a outros empresários pelo que lhes compra.

→ Lucro = renda = valor da produção – (custo de fatores + custo de uso).→ Renda total = custo de fatores + lucro.→ Renda agregada (de certo volume de emprego) = produto (deste mesmo nível de emprego).→ O volume do emprego depende do nível de receita que os empresários esperam receber da correspondente produção.→ Z: preço da oferta agregada da produção, resultante do emprego de N homens.→ Função da oferta agregada: Z = φ(N).→ D: produto que os empresários esperam receber do emprego de N homens.→ Função da demanda agregada: D = f(N).→ Demanda efetiva: D = Z.→ Para a teoria clássica: a oferta cria sua própria demanda. → O preço da demanda agregada sempre se ajusta ao preço da oferta agregada. A demanda efetiva, então, em vez de ter um único valor de equilíbrio, comporta uma série infinita de valores todos igualmente admissíveis, e o volume de emprego é indeterminado.

Para Keynes, se isso fosse verdade, a concorrência entre os empresários levaria sempre a um aumento do emprego, até o ponto em que a oferta agregada cessa de ser elástica (ponto a partir do qual um novo aumento no valor da demanda efetiva já não é acompanhado por um aumento na produção). → Pleno emprego.→ Lei de Say. → Equivale à proposição de que não há obstáculos ao pleno emprego, não sendo essa a verdadeira lei que relaciona a demanda agregada e as funções da oferta.→ Breve sumário da teoria do emprego (desenvolvida em capítulos seguintes):

o Suposição de que o salário nominal e os outros elementos de custo permanecem constante por unidade de trabalho agregada.

o Quando o emprego aumenta, aumenta também a renda real agregada e o consumo agregado. Porém, o consumo agregado não aumenta tanto quanto a renda.

o Para justificar qualquer volume de emprego, deve existir um volume de investimento suficiente para absorver o excesso da produção total sobre o que a comunidade deseja consumir.

o O nível de equilíbrio do emprego dependerá do incentivo a investir (que depende da relação entre a escala de eficiência marginal do capital e a tx de juros).

o Dada a propensão a consumir e a tx do novo investimento, haverá apenas um nível de emprego compatível com o equilíbrio. Este nível não pode ser maior que o pleno emprego (o salário real não pode ser menor que a desutilidade marginal do trabalho), mas não há razão para que ele seja igual ao pleno emprego. → A demanda efetiva associada ao pleno emprego é um caso especial que só se verifica quando a propensão a consumir e o incentivo para investir se encontram associados entre si numa determinada forma: em uma relação ótima.

→ A teoria pode ser resumida nas seguintes proposições:o A renda depende do volume de emprego N.o A relação entre a renda de uma comunidade e o que se pode esperar que ela gaste em consumo (D1)

dependerá das características psicológicas da comunidade. → Propensão a consumir.o A quantidade de mão-de-obra N que os empresários resolvem empregar depende da soma (D) de duas

quantidades: D1 e D2, o montante que se espera seja aplicado em novos investimentos.o D1 + D2 = D = φ(N), onde φ é a função da oferta agregada, e D1 é função de N: X(N), que depende da

propensão a consumir. → φ(N) – X(N) = D2.

o Essência da teoria geral do emprego. → O nível de emprego de equilíbrio depende da função da oferta agregada (φ), da propensão a consumir e do montante do investimento, D2.

o A cada volume de N corresponde certa produtividade marginal da mão-de-obra,e é isto que determina o salário real. N, portanto, não pode exceder o valor que reduz o salário real até chegar à igualdade com a desutilidade marginal da mão-de-obra. → Nem todas as variações de D são compatíveis com a hipótese provisória de que os salários nominais são constantes.

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o O nível de emprego está em equilíbrio neutro sempre que N seja inferior ao seu valor máximo,d e modo que se possa esperar que as forças da concorrência entre os empresários o elevem até esse valor máximo.

o Quando o emprego aumenta, D1 também aumenta, porém não tanto quanto D. Quanto maior for o nível de emprego, maior será a diferença entre o preço da oferta agregada (Z) da produção correspondente e a soma (D1) que os empresários esperam recuperar com os gastos dos consumidores. → Quando a propensão a consumir não varia, o emprego não pode aumentar, a não ser que isso aconteça ao mesmo tempo que D2 cresça. → O sistema econômico pode encontrar um equilíbrio estável com N a um nível inferior ao pleno emprego.

→ Não é, portanto, a desutilidade marginal do trabalho que determina o volume do emprego, mas sim a propensão a consumir e o nível de investimento.→ Explicação do paradoxo da pobreza em meio à abundância.

A simples existência de uma demanda efetiva insuficiente pode paralisar o aumento do emprego antes de haver ele alcançado o nível do pleno emprego. Além disso, quanto mais rica for a comunidade, mais tenderá a ampliar a lacuna entre a sua produção efetiva e a potencial e, portanto, mais óbvios e maléficos os defeitos do sistema econômico. A situação piora porque em uma comunidade rica, não apenas a propensão a consumir é mais fraca, como também as oportunidades para investimentos são menos atrativas. → Se em uma comunidade rica o incentivo a investir for fraco, a insuficiência da demanda efetiva a obrigará a reduzir sua produção real até que ela se torne tão pobre que os excedentes sobre o consumo diminuam.

Capítulo VI – Definição de Renda, Poupança e Investimento. Parte das variações no valor do equipamento de capital entre o começo e o fim do período, resultantes de decisões voluntárias:→ A: preço de venda de produtos.→ A1: quantia destinada à compra de artigos acabados de outros empresários.→ G: equipamento de capital ao final do processo, que inclui tanto seus estoques de bens não-acabados (capital circulante), como seus estoques de bens acabados.→ A + G – A1: equipamento de capital que o empresário possuía no início do período.→ B’: quantia destinada à conservação e melhoria do equipamento de capital.→ G’: valor do equipamento no final do período.→ (G’ – B’): máximo valor líquido que poderia ter sido conservado do período anterior, se o equipamento não houvesse sido utilizado na produção de A→ (G’ – B’) – (G – A1): sacrifício do valor compreendido na produção de ª → Custo de uso de A (U).→ Custo de fatores (F): quantia paga pelo empresário aos demias fatores de produção em troca de seus serviços.→ Custo primário = F + U.→ Renda do empresário = lucro bruto = valor da produção acabada – custo primário.→ (G- A1) > (G’ – B’): o custo de uso é negativo. → Período em que a utilização dos insumos tenha aumentado sem que a produção resultante tenha tido tempo de alcançar a etapa de acabamento e de venda.→ O custo de uso é normalmente positivo numa economia cujo equipamento de capital tenha sido, em sua maior parte, fabricado por empresas diferentes das que o utilizam. → Custo marginal positivo.→ Consumo agregado (C): (A – A1).→ Investimento Agregado (I): (A1- U).→ Demanda efetiva: renda agregada que os empresários esperam receber.→ PMg = CMg.Perdas ou lucros involuntários:→ Custo suplementar (V): depreciação do equipamento.→ Lucro líquido = renda líquida = lucro/renda bruto – custo suplementar. → (A – U – V).→ Perda imprevisível: variação no valor do equipamento, decorrente de mudanças imprevistas.→ Diferença entre custo suplementar e perda imprevisível: o que governa o consumo do empresário é o excedente do produto da venda da produção corrente sobre a soma do custo primário e do custo suplementar ao

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passo que, mesmo quando as perdas (ou lucros) imprevisíveis intervêm nas suas decisões, não o fazem na mesma escala.Poupança e investimento:→ Poupança: excedente da renda sobre os gastos de consumo (os gastos em consumo de um período qualquer devem representar o valor dos artigos vendidos aos consumidores durante esse período). → Poupança(A1 – U) e poupança líquida(A1 – U – V).→ Investimento corrente: adição corrente ao valor do equipamento de capital que resultou da atividade produtiva do período. → Equivale à poupança, pois representa a parte da renda do período não absorvida pelo consumo.

Investimento: (A1 – U).Investimento líquido: (A1 – U – V).Embora o montante da poupança seja o resultado do comportamento coletivo dos consumidores

individuais, e o montante do investimento resulte do comportamento coletivo dos empresários, estes dois montantes são, necessariamente, iguais. → Tal equivalência decorre do car´ter bilateral das transações entre o produtor, de um lado, e o consumidor, do outro.→ Existem reações psicológicas habituais que permitem alcançar um equilíbrio no qual a disposição de comprar é igual à disposição de vender.Capítulo VII – Maiores Considerações sobre o Significado de Poupança e de Investimento→ Diferenças de interpretação quanto à definição de investimento e de renda.→ Investimento: compra, por aplicação dos rendimentos, de um bem de capital de qualquer espécie.→ Poupança forçada: fenômeno diretamente resultante das variações na quantidade de moeda ou do crédito bancário. Estas alterações no montante poupado não são, porém, mais “poupança forçada” do qeue qualquer outra variação no montante poupado, em virtude de uma variação das circunstâncias; e não há meio de distinguir esses dois casos. → A expressão não tem sentido.→ Se a concessão de um crédito adicional a créditos já existentes permite ao empresário efetuar uma adição ao seu investimento, as rendas aumentarão necessariamente e numa proporção que, em geral, excederá a do investimento suplementar. → Salvo em caso de pleno emprego, tanto a renda real como a monetária serão acrescidas.→ A concessão de um crédito bancário faz surgir três tendências:

1) Aumento da produção.2) Alta no valor da produção marginal expressa em unidades de salário (o que em condições de rendimentos

decrescentes deve acompanhar um aumento da produção)3) Alta da unidade de salários em termos de moeda (efeito que em geral acompanha a melhoria do

emprego).Estas tendências podem afetar a distribuição de renda real entre os grupos.Estas tendências são características de um estado de produção crescente e se manifestam do mesmo modo quando o aumento da produção tem outra origem que não a extensão do crédito bancário.

→ O montante de dinheiro que cada um decide conservar não é independente da sua renda ou dos preços das coisas. → As rendas, do mesmo modo que os preços, variam obrigatoriamente até que se estabeleça a igualdade entre o montante agregado das somas em dinheiro que os indivíduos resolvem guardar e o montante de moeda criado pelo sistema bancário.Capítulo VIII – A Propensão a Consumir: os Fatores Objetivos.→ Determinação da soma que deve ser gasta em consumo quando o emprego está a certo nível. → Função que liga o montante C ao nível de N. mais conveniente operar com função que relacione C, medido em unidades de salário (Cw), com a renda, medidas em unidades de salário (Yw), correspodnente a certo volume de emprego N.→ Propensão a consumir: Cw = X(Yw).→ O montante que a comunidade gasta em consumo depende:

1) da sua renda2) de circunstâncias objetivas3) de necessidades subjetivas, propensões psicológicas e hábitos dos indivíduos.

→ Fatores objetivos

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1) Variação na unidade de salário → O consumo (C) é uma função muito mais da renda real do que da renda nominal.A renda real sobe e desce com a quant. de unidades De trabalho de que pode dispor, embora a sua renda real suba em proporção menor que o seu rendimento medido em unidades de salário, quando o volume agregado da produção muda.

2) Variação na diferença entre renda e renda líquida. → O montante de consumo depende mais da renda líquida do que da renda.

3) Variações imprevistas nos valores de capital não considerados no cálculo da renda líquida. → O consumo das classes ricas pode ser extremamente suscetível às variações imprevistas no valor nominal de seus bens.Este fator deve ser considerado como um dos mais importantes.

4) Variações na tx intertemporal de desconto, isto é, na relação de troca entre os bens presentes e os bens futuros. → Não se trata aqui da mesma coisa que a tx de juros. Deve-se considerar também toda a sorte de riscos, tais como a probabilidade de não viver bastante para usufruir de seus bens futuros. A título de aproximação, podemos identificar isto com a tx de juros. A influência a curto prazo da tx de juros é pouca.

5) Variações na política fiscal.6) Modificações das expectativas acerca da relação entre os níveis presentes e futuros de renda.

→ Uma proporção maior da renda é poupada a medida que a renda real aumenta. → A satisfação das necessidades primárias imediatas de um individuo é mais forte que os seus motivos para poupar, que só adquirem predomínio efetivo quando se alcança determinado nível de conforto.→ Se o emprego e, portanto, a renda agregada aumentam, nem todo o emprego adicional será requerido para satisfazer as necessidades do consumo adicional.→ Uma diminuição da renda devida à queda no volume de emprego, se for além de certos limites, pode muito bem ser motivo para que o consumo exceda a renda. → A pessoas passam a utilizar a reserva financeira acumulada. →

Quando o emprego desce a um nível baixo, o consumo agregado cairá em volume menor que a diminuição da renda real.→ Conclusão: o emprego só pode aumentar a medida que o investimento aumenta, a não ser que ocorra uma mudança na propensão a consumir.

Emprego: função do consumo e do investimento.Consumo: função da renda líquida., isto é, do investimento líquido.

→ A prudência financeira pode causar restrições na procura agregada e diminuir o bem-estar. → Quanto maior for a provisão que façamos com antecedência para o consumo, maior será nosa dificuldade em encontrar novas necessidades para prover, e maior a nossa dependência do consumo presente como fonte de procura. Quanto maior as rendas, maior a margem entre essas rendas e o consumo. → Desemprego suficiente para provocar um empobrecimento bastante pára que a diferença entre C e Y não seja maior que o equivalente da provisão física para o consumo futuro que seja lucrativo produzir hoje.Capítulo IX – A Propensão a Consumir: os Fatores Subjetivos→ Fatores subjetivos que fazem com que os indivíduos se abstenham de gastar sua renda:

1) Precaução: constituir reserva para fazer face a contingências imprevistas.2) Previdência: prepara-se para uma relação futura prevista.3) Cálculo: beneficiar-se do juro e da valorização.4) Melhoria: desfrutar de um gasto progressivamente crescente.5) Independência: desfrutar de uma sensação de independência ou do poder de fazer algo.6) Iniciativa: garantir uma masse de manoeuvre.7) Orgulho: legar fortuna.8) Avareza: inibir-se de modo irracional de realizar qualquer gasto.

→ Fatores que fazem com que os governos se abstenham de gastar sua renda:1) Motivo de empresa: conseguir recursos para realizar um novo investimento de capital.2) Motivo de liquidez: garantir recursos líquidos para enfrentar emergências.3) Motivo de melhoria: assegurar um aumento gradual de renda que ausente os dirigentes de crítica.4) Motivo de prudência financeira: para se sentir seguro.

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→ As bases sociais que determinam os fatores subjetivos mudam lentamente. → As variações de curto prazo no consumo dependem, em grande parte, das alterações do ritmo com que se ganham as rendas e não das variações na propensão a consumir.→ Ressalva: a influência da tx de juros sobre a propensão a consumir é geralmente pequena; porém não significa que a variação na tx de juros tenham apenas uma influência limitada sobre as quantias realmente poupadas ou consumidas. Pelo contrário. → A influência da tx de juros sobre o montante poupado funciona e direção oposta à que geralmente lhe é atribuída. → A elevação da tx de juros poderia induzir-nos a poupar mais se as nossas rendas permanecessem invariáveis. Se essa elevação retarda o investimento, porém, nossas rendas não ficarão nem poderão continuar inalteráveis. Elas têm de baixar, forçosamente, até que o declínio da capacidade de poupar seja suficiente para compensar o estímulo corresponde ocasionado por uma tx de juros mais alta.Capítulo X – A Propensão Marginal a Consumir e o Multiplicador.→ Multiplicador de investimento (k): quando se produz um acréscimo no investimento agregado, a renda sobe num montante igual a K vezes o acréscimo do investimento.→ Multiplicador de emprego (multiplicador de Kahn) → Mede a relação do aumento de emprego total derivado de determinado incremento do emprego primário nas indústrias de investimento. Se o incremento do investimento ΔIw leva a um aumento do emprego primário ΔN2 nas indústrias de investimento, o incremento do emprego total ΔN = k’ ΔN2.→ Um incremento do investimento medido em unidades de salário só pode ocorrer se o público estiver disposto a aumentara sua poupança. O público não fará isso a não ser que sua renda agregada esteja aumentando. → Seu esforço para consumir uma parte da renda suplementar estimulará a produção até que o novo nível (e distribuição das rendas) proporcione uma margem de poupança suficiente para corresponder ao maior investimento. → O multiplicador diz em que proporção terá de aumentar o emprego para provocar um acréscimo na renda real suficiente para induzir o público a realizar uma poupança adicional.→ O aumento de emprego consagrado ao investimento estimula necessariamente as indústia que produzem para o consumo, determinando, assim, um aumento total do emprego que é um múltiplo do emprego primário exigido pelo próprio investimento.

2ª PROVACapítulo XI – A Eficiência Marginal do CapitalParte I→ Renda Esperada do Investimento.

Fluxo de rendas futuras que se espera obter da venda de produtos (de um investimento ou de um bem de capital) feita a dedução das despesas correntes necessárias à obtenção dos outros produtos.→ Preço de oferta do bem de capital ou custo de produção.

Preço que bastaria, exatamente, para induzir um fabricante a produzir uma nova unidade suplementar desse capital.→ Eficiência Marginal do Capital (emk).

= Relação entre a renda esperada de uma unidade adicional de um bem de capital e seu custo de produção ou seu preço de oferta.

= Taxa de desconto que tornaria o valor presente do fluxo de anuidades das rendas esperadas de um capital, durante toda a sua existência, exatamente igual ao seu preço de oferta.o A emk é definida em termos da expectativa da renda e do preço de oferta corrente do bem de capital.o Quando o investimento em dado tipo de capital aumenta, a emk diminui. Duas razões:

① A renda prospectiva baixará conforme suba a oferta desse tipo de capital. Efeito mais importante no longo prazo.

② A pressão sobre as fábricas produtoras daquele dado tipo de capital causará, normalmente, uma elevação de seu preço de oferta Efeito mais importante no curto prazo.

→ Curva de Eficiência Marginal do Capital.

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Criação de escala para cada tipo de capital relacionando o nível de investimento necessário para que se alcance uma dada eficiência marginal. Agregação de todas as escalas em uma só: tx de investimento agregado X emk. => curva de demanda por investimento ou curva de emk.

o Relação i-emk: a tx de investimento corrente tende a aumentar até o ponto em que não haja mais nenhuma classe de bem de capital cuja eficiência marginal exceda a tx de juros corrente. → O investimento varia até que i = emk.

* Nem o conhecimento do retorno esperado de um ativo nem o conhecimento de sua emk nos permitem deduzir “i” ou o valor presente do ativo. Temos de determinar a tx de juros em alguma outra fonte.Parte II

Três ambigüidades a serem esclarecidas:① Saber se o que nos interessa é o incremento da produção física por unidade de tempo que resulta do

emprego suplementar de uma unidade física do capital, ou o incremento em valor que resulta do emprego adicional de uma unidade de valor de capital. → Para Keynes, a definição de unidade física causa dificuldades.

② Saber se a emk é uma quantidade absoluta ou uma proporção. → Costume de se tratar como uma proporção.

③ Distinção entre o incremento de valor que se pode obter usando uma quantidade adicional de capital na situação existente, e a série de incrementos que se pode obter através de todo o período de utilização do bem de capital adicional. → A maioria das discussões parece considerar a primeira situação, o que só se justifica em uma teoria estática em que todos os incrementos, ao longo do período de utilização, são iguais (Q1 = Q2 = ... = Qn).

o Marshall: “eficiência marginal líquida” de um fator de produção” ou “utilidade marginal do capital”.A tx de juros determina o montante que o investimento novo tende a alcançar, dada a curva da emk. → Se i = 3%: ninguém pagará $100,00 por uma máquina, a não ser que espere acrescentar $3,00 à sua produção líquida anual, deduzidos custos de uso e depreciação.o Fisher: “tx de rendimento em relação ap custo” = tx que torna o valor presente de todos os

custos igual ao valor presente de todos os rendimentos. → Para induzir novos investimentos, a tx de rendimento em relação ao custo deve ser superior à tx de juros.

Parte III – A dependência entre a eficiência marginal de determinado volume de capital e as variações na expectativa.

A emk depende também da renda esperada do capital, e não apenas de sua renda corrente.o Efeito das expectativas de modificações no custo de produção sobre a emk:

A produção obtida com o equipamento fabricado hoje terá de competir com a do equipamento fabricado mais tarde. O lucro do empresário (em termos monetários) advindo do equipamento será reduzido se todo o produto vier a ser produzido de modo mais barato. A medida que tais desenvolvimentos parecem prováveis, a emk produzido no presente diminui.o Influência da expectativa de modificações no valor da moeda sobre o volume da produção presente:

Expectativa de uma baixa no valor da moeda. → Elevação da curva de emk (ou seja, a escala de demanda de investimentos). → Estímulo ao investimento.

Expectativa de uma alta no valor da moeda. → Efeito depressivo: redução da escala da emk.o Fischer (Appreciation and Interest): distinção entre tx de juros nominal e real.

A tx de juros real se iguala à tx de juros nominal depois de devidamente corrigida para atender às variações no valor da moeda. → Não está claro se a mudança no valor da moeda está ou não sendo suposta como esperada. → Dilema: se a mudança não é prevista, nenhum efeito terá sobre os negócios correntes. Se for prevista, os preços das mercadorias se ajustarão tão depressa que as vantagens de reter moeda e mercadorias se igualam novamente.o Erro: supor que as variações esperadas no valor da moeda atuem diretamente sobre a tx de juros, em vez de faze-lo sobre a eficiência marginal de determinado volume de capital.o Mudança nas expectativas. → Importância: efeitos sobre a rapidez de se produzir novos bens, através da sua reação sobre a emk.

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A expectativa da elevação dos preços tem um efeito estimulante não porque faça subir a tx de juros, mas porque eleva a eficiência marginal de determinado volume de capital. → Se a tx de juros subisse pari passu com a emk, a expectativa de alta de preços não teria efeitos estimulantes.

↪ O estímulo à produção depende do aumento da emk relativamente à tx de juros.o Efeito das expectativas quanto à tx de juros sobre a emk.

Expectativa de uma queda futura na tx de juros. → Efeito: baixar a escala da emk. A produção do equipamento criado hoje terá de competir, durante parte de sua vida, com a produção de um equipamento a que bastará uma retribuição menor.

Parte IV.Dois tipos de risco que afetam o volume do investimento:① Risco do empresário ou risco do tomador de empréstimos. → Custo real. Surge das dúvidas que se tem

quanto à probabilidade de se conseguir a retribuição esperada.② Risco do emprestador. → Pura adição ao custo do investimento. Pode dever-se a uma falta voluntária ou

qualquer outro meio, talvez lícito, para fugir do cumprimento da obrigação; à possível insuficiência na margem de segurança. Ou seja, não-cumprimento involuntário causado por uma expectativa mal-lograda; à possibilidade de variação desfavorável no valor do padrão monetário, tornando o empréstimo em dinheiro menos seguro.Parte V – A emk como elo entre o futuro e o presente.

Erro: considerar a emk principalmente em termos do rendimento corrente do equipamento de capital. → Só seria correto em uma economia estática, onde nenhuma mudança futura pudesse influir sobre o presente.

É a existência de um equipamento durável que liga a economia futura à economia presente. → A expectativa sobre o futuro deve afetar o presente por intermédio do preço de demanda por equipamento durável.Capítulo XII – O Estado da Expectativa a Longo Prazo.Parte I

Volume de investimento. → Relação entre a tx de juros e a curva de emk. Emk. → Relação entre o preço de oferta de um ativo de capital e a sua renda esperada.

→ Fatores que determinam a renda esperada de um ativo.o Considerações sobre as quais se baseiam as expectativas de rendas esperadas:

a) Fatos existentes que se pode supor conhecidos mais ou menos com certeza.↪ Volume existente dos vários tipos de bens de capital.↪ Intensidade da procura atual dos consumidores no tocante a artigos que requerem uma assistência maior

de capital.b) Eventos futuros que podem ser previstos com um maior ou menor grau de confiança.↪ Mudanças do tipo e da quantidade do estoque dos bens de capital.↪ Preferências dos consumidores.↪ Intensidade da procura efetiva nos diversos períodos da vida do investimento considerado.↪ Variações da tx de salário em termos nominais.

o Estado de expectativa a longo prazo. => Estado da expectativa psicológica resultante dos fatores que podem ser previstos com um maior ou menor grau de confiança.Parte II – O estado de confiança.

Estado de expectativa a longo prazo. → Base para nossas decisões. Depende de: prognóstico formulado e seu grau de confiança.

Estado de confiança. → Um dos principais fatores que determinam a escala de emk.Suposições sobre o estado de confiança:

a) Não há variação da tx de juros.b) As variações dos valores de investimento são consideradas provenientes, exclusivamente, de

mudanças nas expectativas de suas rendas esperadas, e não das variações da tx de juros.Parte IIIo Fato de maior importância. → Extrema precariedade da base do conhecimento sobre o qual temos que fazer nossos cálculos das rendas esperadas.o Separação entre a propriedade e a gestão + Desenvolvimento de mercados financeiros organizados. →

Surgimento de um novo fator de grande importância: bolsa de valores.o A bolsa reavalia todos os dias os investimentos. Estas reavaliações:

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a) Facilitam a transferência de investimentos já realizados entre os indivíduos.b) Exercem uma influência decisiva sobre o montante de investimento corrente. → Não há nenhum

sentido em se criar uma empresa nova a um custo maior quando se pode adquirir uma empresa similar existente por um preço menor.

Parte IVo Como se realizam, na prática, as reavaliações de investimentos existentes que ocorrem

todos os dias? → Método que, na verdade, é uma convenção: supor que a situação existente dos negócios continuará por tempo indefinido, a não ser que tenhamos razões concretas para esperar uma mudança.o Se existem mercados organizados de investimento. → Desde que possamos confiar na

continuação do argumento, o investidor pode encorajar-se coma idéia de que não corre outro risco senão aquele de uma variação efetiva nas condições do futuro imediato.↪ O investimento torna-se razoavelmente “seguro” para o investidor individual em períodos curtos e, por conseqüência, para uma sucessão de tais períodos.

o Os principais mercados de investimento desenvolveram-se baseados em procedimentos parecidos. → É a sua precariedade que cria uma parte considerável do problema contemporâneo de obtenção de um volume suficiente de investimento.Parte Vo Fatores que agravam essa precariedade:

① Aumento gradual da proporção que representam no investimento agregado as ações possuídas por pessoas que não dirigem nem têm conhecimento especial das circunstâncias. → Redução do elemento de real conhecimento na avaliação dos investimentos feita pelos que os possuem ou pelos que tencionam adquiri-los.

② As flutuações de curto prazo dos lucros dos investimentos existentes, embora sejam manifestadamente efêmeras e desprovidas de significação, tendem a exercer sobre o mercado uma influências excessiva e mesmo absurda.

③ Uma avaliação convencional, fruto da psicologia de massa de grande número de indivíduos ignorantes, está sujeita a modificações violentas em conseqüência de repentinas mudanças na opinião suscitada por certos fatores que, na realidade, pouco significam pra a renda provável.

④ A maioria dos investidores profissionais não se dedicam a fazer previsões abalizadas a longo prazo sobre a renda provável de um investimento por toda a sua vida, mas sim em prever mudanças de curto prazo com certa antecedência em relação ao público geral.

→ O objetivo real e secreto dos investimentos é “sair disparado na frente” como se diz coloquialmente, estimular a multidão e transferir adiante a moeda falsa ou em depreciação.→ Fetiche da liquidez = Doutrina que diz ser uma das virtudes positivas das instituições investidoras concentrar seus recursos na posso de valores “líquidos”. Ela ignora que não existe algo como a liquidez do investimento para a comunidade como um todo.→ Um individuo inteligente pode realizar grandes lucros à custa de outros jogadores se persistir fazendo investimentos de acordo com as suas expectativas de longo prazo. → Para um mercado de investimento, haverá uma enorme diferença dependendo da influência que essas pessoas exerçam sobre a opinião dos jogadores. Diversos fatores afetam a predominância de tais pessoas nos modernos mercados de capital:

a) O investimento baseado nas previsões autênticas a longo prazo é tão difícil que mal pode ser posto em prática.b) Não há evidências claras que a política de investimento socialmente mais vantajosa coincida com a mais lucrativa.

→ A natureza humana exige sucessos imediatos, há um deleite especial em ganhar dinheiro rapidamente e os lucros remotos são descontados pelo homem a taxas muito elevadas.→ O investidor a longo prazo é aqueel que melhor serve ao interesse público e é o que, na prática, incorre em maior crítica.⑤ Considerar outro aspecto do estado de confiança. → Condições de crédito = grau de confiança que as

instituições de crédito concedem às pessoas que nelas procuram empréstimos.Parte VI→ Especulação. = Atividade que consiste em prever a psicologia do mercado.→ Empreendimento. = Prever a renda provável dos bens durante toda a sua existência.

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o De modo algum se pode dizer que a especulação sempre prevaleça sobre o empreendimento. À medida que progride a organização dos mercados de investimento, o risco de um predomínio de especulação, entretanto, aumenta.

→ Especulador. → Quando um especulador compra um investimento, está colocando suas esperanças não tanto em sua renda provável, mas em uma mudança favorável nas bases convencionais de avaliação.

Os especuladores podem não causar dano quando são apenas bolhas em um fluxo constante de empreendimentos; mas a situação torna-se séria quando o empreendimento se converte em bolhas no turbilhão especulativo.

Essas tendências são uma conseqüência quase inevitável do êxito de se terem organizado os mercados de investimentos “líquidos”.

o Se as operações de compra de um investimento fossem tornadas definitivas e irrevogáveis. → Isso obrigaria os investidores a dirigir sua atenção apenas para as perspectivas de longo prazo.

↪ Dilema. → Se a liquidez do mercado financeiro às vezes dificulta um novo investimento, em compensação facilita-o com mais freqüência: o fato de cada investidor individualmente considerado ter a ilusão de que participa de um negócio “líquido” (embora isso não possa ser verdadeiro para todos os investidores coletivamente) acalma-lhe os nervos e anima-o muito mais a correr o risco.Parte VII

o Instabilidade econômica. → Causas: a) Especulação.b) Grande parte das atividades positivas depende mais do otimismo espontâneo do que de uma expectativa

matemática. ← Causa inerentemente humana.o A maior parte das nossas decisões de fazer algo positivo deve ser considerada como

manifestação do nosso entusiasmo. Ao se arrefecer o entusiasmo e ao vacilar o otimismo espontâneo, ficamos na dependência apenas da previsão matemática e aí o empreendimento desfalece e morre.

↪ Ao calcular as perspectivas que se oferecem ao investimento devemos levar em cinta os nervos e a histeria. Não devemos, contudo, concluir que tudo depende de ondas de psicologia irracional.

o O estado de expectativas a longo prazo é, no mais das vezes, estável e, mesmo quando não o seja, os outros fatores exercem seus efeitos compensatórios. → As decisões humanas não podem depender da estrita expectativa matemática, uma vez que as bases para realizar semelhantes cálculos não existem.

Parte VIIIOutros fatores importantes que tendem atenuar os efeitos da ignorância sobre o futuro:① Caso da principal categoria de investimentos a longo prazo: construção. → O risco pode ser transferido

do investidor para o inquilino pela continuidade e segurança de seu direito de inquilinato.② Empresas de serviços públicos: uma grande proporção da renda provável está praticamente garantida

pelos privilégios de monopólio e pelo direito de aumentar as tarifas na medida necessária para se manter certa margem estipulada.

o Keynes assina a importância da influência das mudanças a curto prazo no estado das expectativas a longo prazo, independentemente das variações das tx de juros.

o Keynes se mostra cético quanto ao êxito de uma política meramente monetária orientada no sentido de exercer influência sobre a tx de juros.

Capítulo XIII – A Teoria Geral da Taxa de Juros.Parte I

o A emk em si é um conceito diferente da tx de juros corrente: Curva da emk. → Governa as condições em que se procuram fundos disponíveis para novos investimentos. Taxa de juros. → Governa os termos em que esses fundos são correntemente oferecidos.

↪ Interação entre a curva de emk e a propensão psicológica a poupar. → Condicionamento da tx de juros.Parte II

Indivíduo com dois conjuntos de decisões a serem tomados:① Que parte da renda será consumida e que parte reservará sob alguma forma de comando sobre o consumo

futuro.

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② Em que forma conservará o poder de comando sobre o consumo futuro. → Grau de preferência por liquidez = Escala do volume dos seus recursos (medidos em termos monetários ou em unidade de salário) que deseja conservar em forma de moeda em diferentes circunstâncias.

o Nas teorias aceitas. → Erro: querer deduzir a tx de juros somente do primeiro elemento.o Definição simplificada da tx de juros. → Recompensa da renúncia à liquidez por um período determinado.Não é o “preço” de equilíbrio entre demanda de recursos para investimento e propensão do consumo imediato.É o “preço” mediante o qual o desejo de manter riqueza em forma líquida se concilia com a quantidade de moeda disponível.o Fatores que determinam a tx de juros:a) Quantidade de moeda.b) Preferência pela liquidez. → Potencialidade de tendência funcional que fixa a quantidade de moeda que o

público reterá quando a tx de juros for dada.o Motivos que governam a preferência pela liquidez:① Motivo transação. → Necessidade de moeda para as operações correntes de trocas pessoais e comerciais.② Motivo precaução. → Desejo de segurança com relação ao equivalente do valor monetário futuro de certa parte dos recursos totais.③ Motivo especulação. → Propósito de obter lucros por saber melhor que o mercado o que trará o futuro.o Questão de saber se é desejável ter um mercado organizado para a negociação de débitos. → Dilema:↪ Na ausência de um mercado organizado. → A preferência pela liquidez, devido ao motivo precaução, aumentaria muito.↪ Existência de um mercado organizado → Proporcionaria a oportunidade de amplas flutuações da preferência pela liquidez, devida ao motivo de especulação.o Argumento:a) Supor → A preferência pela liquidez devida ao motivo transação e ao motivo precaução absorva uma

quantidade de moeda que não seja muito sensível à influência direta das alterações da tx de juros. b) Dessa forma → A quantidade total de moeda, diminuída dessa quantidade, fica disponível para

satisfazer a preferência pela liquidez devido ao motivo especulação.c) Portanto → A tx de juros e o preço das obrigações devem fixar-se ao nível em que a soma global seja

exatamente igual à quantidade de moeda disponível para atender às atividades do motivo especulação.d) Conseqüência → Se houver uma procura insignificante de moeda para satisfazer o motivo especulação,

um aumento da quantidade de moeda deve fazer baixar, quase imediatamente, a tx de juro e no grau necessário para elevar o nível de emprego e a unidade de salários na medida suficiente para que a moeda adicional seja absorvida pelos motivos de transação e de precaução.

o Curva da preferência pela liquidez: quantidade de moeda X tx de juros. → Se quant de moeda ↑,

tx de juros ↓.Causas: à medida que a tx de juros baixa, a preferência pela liquidez, em virtude do motivo transação, absorve mais moeda. → Se a queda da tx de juros aumenta a renda nacional, o volume de moeda que convém reservar para as transações crescerá mais ou menos proporcionalmente com o aumento da renda, enquanto diminuirá o custo da conveniência de manter abundante a moeda, em termos dos juros perdidos.o Um acréscimo considerável da quantidade de moeda pode exercer uma influência comparativamente pequena sobre a tx de juros se esse acréscimo ocasionar incerteza quanto ao futuro e a preferência pela liquidez decorrente do motivo precaução for fortalecida.

Parte IIIIdéia de como as variações na quantidade de moeda intervem no sistema econômico. → Moeda como bebida

que estimula a atividade do sistema. Entretanto, podem surgir obstáculos. Exemplos:a) Um aumento da quant de moeda não reduzirá a tx de juros se a preferência pela liquidez aumentar mais

que a quantidade de moeda.b) Uma baixa na tx de juros não estimulará o investimento se a escala de emk cair mais rapidamente que a

tx de juros.c) Um aumento do fluxo de investimento não aumentará o emprego se a propensão a consumir estiver em

declínio.

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Parte IVPreferência pela liquidez devido ao motivo especulação ≠ estado de baixa. → Os dois cocneitos não são, de

forma alguma, idênticos.“Baixismo”. → Relação entre o preço de ativos e débitos, tomados em conjunto e a quantidade de moeda.

Parte VConceito de entesouramento. → Primeira aproximação do conceito de preferência pela liquidez.É impossível que o montante real do entesouramento varie como resultado das decisões do público. → O

volume de entesouramento tem de ser igual à quantidade de moeda, e a quantidade de moeda não é determinada pelo público.

Hábito de não se dar a devida atenção à relação da tx de juros com o entesouramento. → Razão pela qual o juro tem sido usualmente considerado como uma recompensa por não gastar, quando, na realidade, ele é a recompensa por não entesourar.Capítulo XIV – A Teoria Clássica da Taxa de Juros

Capítul XV – Os Incentivos Psicológicos e empresariais para a Liquidez.Parte I

o Motivos da preferência pela liquidez = Demanda de moeda. → Velocidade-renda da moeda: mede a proporção de renda que o público deseja conservar em forma de moeda. Um aumento na velocidade-renda da moeda pode ser sintoma de uma redução na preferência pela liquidez. → Sugestão enganosa de que a procura por moeda em conjunto seja proporcional ou tenha determinada relação com a renda.

o Treatise on Money. → Demanda total da moeda sob três designações: depósitos de renda, depósitos para negócios e depósitos de poupança. → Considerar aqui a demanda agregada por moeda do indivíduo, em determinadas circunstâncias, como uma decisão única, para a qual concorrem vários motivos diferentes.

o Motivos que determinam a demanda agregada de moeda do indivíduo:① Motivo-renda. → A força desse motivo para induzir uma decisão de conservar um montante agregado de

moeda dependerá, principalmente, do montante da renda e da duração normal do intervalo entre o seu recebimento e o seu desembolso.

② Motivo-negócios. → A intensidade desta demanda dependerá, principalmente, do valor da produção corrente (e, portanto, do rendimento corrente) e do número de mãos através das quais passa essa produção.

③ Motivo-precaução. → Atender às contingências inesperadas e às oportunidades imprevistas.④ Motivo-especulação. → Especialmente importante para transmitir os efeitos de uma variação na

quantidade de moeda.↪ A demanda de moeda para satisfazer os motivos ①, ② e ③ é, em geral, insensível a qualquer influência

que não a de uma alteração efetiva na atividade econômica geral e no nível da renda. ↪A demanda de moeda para satisfazer o motivo ④ varia de modo contínuo sob o efeito de uma alteração

gradual na tx de juros. → A administração monetária faz sentir seu efeito sobre o sistema econômico por sua influência sobre o motivo-especulação.

Ao tratar do motivo ④, convém distinguir as variações da tx de juros:a) Variações da tx de juros causadas por mudanças na oferta de moeda disponível para satisfazer o

motivo-especulação.b) Variações na tx de juros causadas por mudanças nas expectativas. → A cada conjunto de

circunstâncias e de expectativas corresponderá uma tx de juros apropriada.Parte II

o Considerar indepedência entre os motivos transação e precaução e o motivo especulação.M1. → Montante de recursos líquidos conservado para satisfazer o motivo-transação e o motivo-precaução.M2. → Montante conservado para satisfazer o motivo-especulação.Duas L1. → Função de liquidez correspondente à renda Y (depende, principalmente, do nível de renda).L2. → Função de liquidez em relação à tx de juros “r” (depende da relação entre a tx corrente de juros e o estado das expectativas).

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M = M1 + M2 = L1(Y) + L2(r).o Três questões a investigar:

i) A relação entre as variações de M e as de Y e “r”.As variações de M são devidas a emissões de papel-moeda feitas pelo Governo para atender a suas

despesas correntes. O novo dinheiro se acrescenta à renda de alguém. O novo nível de renda, entretanto, não permanecerá suficientemente alto para que as necessidades de M1 absorvam todo o aumento de M. Uma parte do dinheiro procurará saída na compra de títulos até que “r” tenha baixado. Alta no montante de M2 e estímulo a um aumento de Y a tal ponto que o novo dinheiro seja absorvido quer por M2, quer por M1, o que corresponde ao aumento de Y ocasionado pela baixa de “r”. Determinada variação em M terá de ocasionar uma variação suficiente em “r” para que a soma das variações resultantes de M1 e M2 seja igual à variação dada de M.ii) Os fatores que determinam a forma de L1.

L1(Y) = Y/V = M1. → Não há nenhuma razão para supor V constante.iii) Os fatores que determinam a forma de L2.

Relação entre M2 e “r”. A incerteza das futuras variações na tx de juros é a única explicação inteligível da preferência pela liquidez L2. O que importa, então, não é o nível absoluto de “r”, mas o seu grau de divergência quanto ao que se considera um nível razoavelmente seguro de “r”. Duas razões paracrer que, em certo estadod e expectativa, uma baixa de “r” estará associada a um aumento de M2:a) Se o nível de “r”, que a opinião geral considera seguro, permanece invariável, cada baixa de “r”

diminui a tx de mercado relativamente ao nível considerado “seguro” e, portanto, aumenta os riscos de liquidez.

b) Cada baixa de “r” reduz os lucros correntes provenientes da iliquidez.Parte III (=> rever! n entendi nd!)

o Em qualquer estado de expectativa, há na mente do público certa inclinação para conservar dinheiro líquido em quantidade superior à que requer o motivo de transações ou o motivo de precaução, que se traduzirá em detenção efetiva de moeda, dependendo dos termos em que a autoridade monetária se acha disposta a criar recursos líquidos.

o Limitações da autoridade monetária no sentido de estabelecer certo complexo de tx de juros:

- Limites que a própria autoridade se impõe.- Possibilidade de que, tão logo a tx de juros haja baixado a certo nível, a preferência pela liquidez se torne virtualmente absoluta. Nesse caso, a autoridade monetária teria perdido o controle efetivo sobre a tx de juros.- Dificuldade que impede a tx de juros efetiva de baixar além de certa cifra.

Parte IVo Em uma sociedade em que ninguém experimente nenhuma incerteza

sobre as futuras txs de juros, a função de liquidez L2 ou a propensão a entesourar será sempre zero quando em equilíbrio.

o Falha na teoria quantitativa: ela não faz distinção entre as variações nos preços que são função da variação na produção e as que provêm das modificações na unidade de salário.

Capítulo XVI – Observações Diversas sobre a Natureza do CapitalParte I

o Ato de poupança individual. => Decisão de não consumir hoje, mas na implica a decisão de consumir uma coisa específica numa data específica. → Não é uma substituição da demanda de consumo presente por uma demanda de consumo futuro, mas apenas uma diminuição líquida desta demanda. A expectativa de consumo futuro está de tal modo baseada no conhecimento do consumo presente que qualquer redução do último provavelmente deprimirá o consumo futuro.

↪ Ato de poupança → preço dos bens de consumo ↓ (independentemente da emk) → emk ↓ (provável) → demanda de investimento atual ↓.

↪ Uma diminuição na propensão a consumir (ato de poupança) tem um efeito depressivo sobre o emprego (admitindo-se a expectativa do consumo como a única razão de ser do emprego).

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o Idéia absurda: um ato de poupança individual é tão favorável à procura efetiva quanto outro de consumo individual. → Emana da falácia de que o desejo de possuir mais riqueza (sendo mais ou menos idêntico ao de fazer mais investimentos) deve estimular a produção respectiva (aumentando a procura de investimento), de onde segue que a poupança individual favorece o investimento corrente à mesma medida que diminui o consumo atual.

↪ Raciocínio proveniente da suposição de que o proprietário de riqueza deseja um bem de capital por si mesmo quando, na realidade, o que ele deseja é o seu rendimento provável. Porém, esse rendimento provável depende das previsões da procura efetiva em relação às futuras condições de oferta. Se um ato de poupança diminui essas previsões, nada faz por melhorar o rendimento e, conseqüentemente, em nada contribuirá p/ estimular o investimento.o Para que um indivíduo que poupa possa atingir o seu fim (adquirir riqueza) não é necessário que um novo bem de capital seja produzido. → O mero ato de poupar implica a transferência de riqueza, não necessariamente nova. A criação de riqueza nova depende inteiramente do rendimento provável do novo investimento, que depende da expectativa de procura do bem determinado.Parte II (falta a parte viajada)o Fornecimento ao longo da existência do capital de um rendimento excedente sobre seu custo original. →

Única razão pela qual um bem permite uma expectativa de render: escassez. À medida que o capital se torna menos escasso, o excedente de rendimento diminuirá sem que ele se torne por isso menos produtivo.o Doutrina pré-clássica (aceita por Keynes): trabalho como único fator da produção.o Tx de juros zero. → Haveria um intervalo ótimo para qualquer artigo dado, entre a data média do início de sua fabricação e a data de consumo, para o qual o custo em trabalho seria mínimo (processo de produção curto menos eficiente tecnicamente e processo de produção longo menos eficiente por necessidade de estocagem.o Tx de juros acima de zero. → Novo elemento de custo que aumenta com a duração do processo: o intervalo ótimo se reduzirá e a fabricação corrente terá de ser diminuída para cobrir o aumento do custo.o Tx de juros abaixo de zero. → Inverso do acima exposto. O início da produção corrente só se justificaria quando seu baixo custo ao se produzir hoje ou em data posterior, for insuficiente para compensar o rendimento de juros negativos.

↪ Mesmo que a tx de juros seja zero Limite estrito para a proporção da demanda provável que convém começar a atender de antemão.

↪ À medida que a tx de juros sobe, é reduzida a proporção da demanda provável para a qual convém produzir hoje.Parte IIIo A longo prazo , o capital deve conservar-se suficientemente escasso para que a sua emk seja pelo menos igual àtx de juros correspondentes à duração de sua existência.o Sociedade bem provida de capital, com emk = 0, em situação de pleno emprego, disposta a poupar. →

Investimento suplementar: emk se torna negativa, porém o juro não o é (por causa de despesas de armazenagem e conservação).

↪ Suposição de pleno emprego. → Empresários terão prejuízo se continuarem a oferecer emprego em escala que utilize a totalidade do capital existente. → O estoque de capital e o emprego terão de reduzir-se até que a poupança negativa de uns neutralize a poupança positiva de outros. (Emk = 0 no longo prazo)↪ Movimento cíclico ao redor da posição de equilíbrio (emprego bastante baixo e nível de vida suficientemente miserável p/ levar as poupanças a zero).↪ Outra posição de equilíbrio possível: estoque de capital elevado (para se ter uma emk nula) representasse também uma quantidade de riqueza suficiente para saciar por completo o desejo agregado do público de atender ao futuro.

o Queda da emk mais rapidamente que a queda da tx de juros. → À medida que aumenta o estoque de bens cuja emk era, a principio, pelo menos igual à tx de juros, essa emk tende a baixar. Chega o momento em que deixará de ser vantajoso continuar a produzi-los, a menos que a tx de juros caia pari passu.

↪ Duas comunidades: mesma técnica porém diferentes estoques de capital. A comunidade que tem menor estoque de capital poderá gozar, durante certo tempo, de um nível de vida mais alto que a comunidade possuidora de maiores estoques. Quando a comunidade mais pobre alcançar a mais rica, ambas nenhuma das

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duas estará em situação favorável (ponto de saturação do capital) (exemplo da Inglaterra e dos EUA no pós-1ª Guerra).

Parte IVo Desaparecimento progressivo de uma tx de rendimento sobre a riqueza acumulada. → Qualquer pessoa poderia acumular, mas essa acumulação não cresceria. Continuaria havendo lugar para o empreendimento e para a habilidade na estimativa dos rendimentos prováveis. A não ser que a taxa de juros se mantivesse negativa, haveria um rendimento positivo para o investimento em determinados valores patrimoniais com certa probabilidade de lucro. Supondo aversão ao risco, entretanto, não é provável que houvesse avidez de obter uma renda de investimentos duvidosos. Em seu conjunto, então, o rendimento líquido poderia ser negativo.Capítulo XVII – As Propriedades Essenciais dos Juros e do Dinheiro.Parte Io Tx de juros sobre o dinheiro. → Papel especial na fixação de um limite ao volume de emprego: marca o nível que deve alcançar a emk para que ele se torne objeto de nova produção.o Peculiaridade que distingue o dinheiro de outros valores patrimoniais: determinar se apenas o dinheiro possui uma tx de juros. → Para cada bem durável temos uma tx de juros calculada em termos do próprio bem (exemplo do trigo): diferença entre contratos “a vista” e “a termo”.o Qualquer mercadoria-padrão oferece a mesma facilidade que a moeda p/ medir a emk. → Eficiência marginal de um bem expressa em termo de bem, por exemplo, trigo. → Tx de desconto que iguala o valor presente de uma séries de anuidades de trigo ao preço atual de oferta do bem em termos de trigo.Parte IIo Três atributos que os diversos tipos de bens possuem em graus diferentes:

R① endimento ou produção → “q” (medido em termos de si mesmos). C② usto de manuteção. → “c” = Desgaste ou despesa acarretados pelo simples decorrer do tempo sofridos

pela maioria dos bens, exceto o dinheiro (independentemente de qualquer alteração no seu valor relativo). →

Apenas nos preocuparemos com (q – c). ③ Prêmio de liquidez → “l” = Montante (medido em termos de si mesmo) que as pessoas estão dispostas a

pagar pela conveniência ou segurança potenciais proporcionadas pelo poder de dispor de um bem. ↪ Retribuição total que se espera da propriedade de um bem = (q - c - l) = tx de juros específica de qualquer

bem. ↪ Capital instrumental (máquina) e capital de consumo (casa). → q > c. “l” desprezível. ↪ Bens líquidos ou excedente de capital instrumental ou de consumo. → c > q. “l” desprezível sempre que os

estoques ultrapassem um nível moderado. ↪ Moeda. → q = 0, “c” insignificante, “l” substancial.

*Os diferentes bens podem ter graus diferentes de “l”, e a moeda pode incorrer em certo volume de “c”. Porém, o “l” da moeda excede em muito o seu “c”.o Supor:

Casa. → q1, “c” e “l” desprezíveis. → Tx de juros da casa (medida em termos de casa) = q1. → Tx de juros em moeda = q1 + a1.

Trigo. → c2, “q” e “l” desprezíveis. → Tx de juros do trigo (medida em termos de trigo) = - c2. → Tx de juros em moeda = - c2 + a2.

Moeda. → l3, “q” e “c” desprezíveis. → Tx de juros da moeda (medida em termos de moeda) = l3. → Tx de juros em moeda = l3.

↪ A demanda dos possuidores de riqueza se orientará para as casas, para o trigo ou para a moeda, dependendo de qual tem a maior tx de juros em moeda.

↪ Em equilíbrio: (q1 + a1) = (c2 + a2) = l3. A escolha do padrão de valor não altera essa relação; a substituição de um padrão por outros modificará por igual todos os termos.o Supor l3 fixa ou declinando com mais lentidão que “q1“ e “-c2”:

Como (q1 + a1) = (c2 + a2) = l3, a1 e a2 tenderão a aumentar. → Os preços nominais correntes de quaisquer outros bens que não a moeda tenderão a baixar relativamente às previsões dos preços futuros. Se “q1“ e “-c2” continuarem descendo, chegará um momento em que não haverá vantagem em produzir qualquer desses bens. →

A tx de juros do bem, que declina mais lentamente á medida que o estoque de bens aumenta, é que, eventualmente, elimina a produção vantajosa.

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Parte III (?)o A tx específica de juros da moeda é mais resistente à baixa que as txs específicas de juros de qualquer outro bem expressas da mesma forma. Razões:

① A moeda tem, tanto no longo prazo como no curto prazo, uma elasticidade de produção (εp) igual a zero. Sua oferta é fixa e não se pode produzi-la pelo trabalho. A tx de juros será relativamente resistente à baixa.

② Não apenas a moeda satisfaz a condição anterior, mas também outros fatores cuja produção é completamente inelástica. → Segunda condição para distinguir a moeda de outros elementos de renda: elasticidade de substituição (εs) da moeda ≈ 0. → Quando seu valor de troca sobe, não aparece nenhuma tendência para substituí-la por algum outro fator. Isto porque a moeda tem sua utilidade derivada apenas do seu valor de troca.

③ A tx monetária de juros resiste com freqüência a baixar. Razões:a) Efeitos que uma baixa na unidade de salários produz sobre as eficiências marginais dos outros bens

em termos de moeda. (?)b) Salário nominal mais estável que o real. → Tendência ao aumento da propensão da unidade de salários

a baixar em termos de moeda. (?) Se os salários pudessem baixar com facilidade, isso contribuiria para criar uma previsão de nova baixa com reações desfavoráveis para a emk.

c) Características da moeda que satisfazem a preferência pela liquidez.Baixos custos de manutenção da moeda. → Se os custos de manutenção fossem apreciáveis, compensariam o efeito das previsões sobre o valor do dinheiro em épocas futuras. A presteza com que o público aumenta o seu estoque de moeda por efeito de um estímulo relativamente pequeno deve-se ao fato de que as vantagens da liquidez não têm compensação alguma em forma de custo de manutenção no decorrer do tempo.Ver exemplo da Lua e do queijo verde (pág. 184).

Parte IVConsiderar até que ponto as características da moeda estão ligadas ao fato de ser ela o padrão de valor. →

Dois aspectos: O fa① to de serem os contratos fixos e de serem os salários estáveis contribui para que a moeda tenha um

prêmio de liquidez elevado. → A expectativa de relativa estabilidade no custo monetário da produção futura não se manteria com muita confiança se o padrão de valor fosse um bem com grande εp.

O que interessa é (l – c): no caso da maior parte dos bens que não sejam ouro, prata ou notas de banco, os custos de manutenção são pelo menos tão elevados quanto o prêmio de liquidez.

② A expectativa normal de que o valor da produção seja mais estável em termos de moeda do que em termos de qualquer outro bem depende do fato dos salários serem rígidos em termos de moeda. → Não parece provável existir um bem em termos do qual o valor da produção pareça ser mais estável do que em relação à moeda. Razões: os custos do bem em questão teriam de ser constantes em quaisquer condições e qualquer excedente deveria poder ser incluído no estoque sem despesas (isto é, l > c).

↪ O bem em função do qual se espera que os salários sejam rígidos só pode ser um cuja εp seja mínima e cujo excedente de “c” sobre “l” seja igualmente mínimo.Parte V

o Suposição: economia na qual não há um bem em que l > c. os equipamentos de capital se distinguem uns dos outros:

a) Pela variedade dos bens de consumo em cuja produção podem intervir.b) Pela estabilidade do valor de sua produção (pão mais estável que as novidades que passam coma moda).c) Pela rapidez com que a riqueza que lhes está incorporada pode tornar-se “líquida”.Os proprietários de riqueza ponderarão a falta de “liquidez” dos diferentes equipamentos de capital, como

meio de conservar riqueza.Parte VI

o Tx natural de juros. => I=S. → Erro supor um valor único da tx de juros independentemente do volume de emprego.

o Tx de juros neutra (tx ótima). A que prevalece em equilíbrio quando a produção e o emprego são tais que a elasticidade do emprego, como um todo, é zero.

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↪ A teoria clássica supõe que a tx real de juros é sempre igual à que manterá o emprego a certo nível especificado e constante.

↪ A teoria clássica supõe que a autoridade bancária (ou as forças naturais) levam a tx de juros do mercado a satisfazer a condição anterior.Capítulo XVIII – Novo Enunciado da Teoria Geral do EmpregoParte I

o Elementos do sistema econômico: D↪ ados: capacidade e quantidade de mão-de-obra disponível, qualidade e quantidade do equipamento

disponível, estado da técnica, grau de concorrência, gostos e hábitos dos consumidores, etc. ↪ Variáveis dependentes: volume de emprego e renda nacional. V↪ ariáveis independentes: propensão a consumir, emk e tx de juros. ↪ Variáveis independentes finais: (1) Os três fatores psicológicos fundamentais: a propensão psicológica a consumir, a atitude psicológica

relativa à liquidez e a expectativa psicológica do rendimento futuro dos bens de capital.(2) A unidade de salários.(3) A quantidade de moeda.

o Objetivo: determinar as variáveis dependentes.Parte II

o Raciocínio completo:↪ Incentivo p/ aumentar o fluxo de investimentos novos até um ponto em que a alta do preço de oferta de

cada espécie de bem de capital seja suficiente p/ fazer cair a emk em geral até as proximidades da tx de juros. ↪ Um aumento/diminuição do fluxo de investimento acompanha-se de um aumento/diminuição do fluxo de

consumo (as variações do fluxo de consumo estão, em geral, na mesma direção, embora de grandeza menor, que as variações do fluxo de rendimento).

↪ Um incremento/decrescimento do emprego pode fazer subir a curva da preferência pela liquidez. → Três maneiras de aumentar a demanda da moeda:

① O valor da produção sobe quando o emprego sobe, mesmo que a unidade de salário e preço não mude. ② A própria unidade e salário tende a subir à medida que o emprego melhora. ③ O aumento da produção é acompanhado por uma alta de preços, devido ao aumento dos custos em curto

prazo.Parte III

o Tendências psicológicas que tornam um sistema estável: Uma variação moderada no fluxo de investimento não provocará outra variação indefinidamente grande na①

demanda de bens de consumo. Assim, o multiplicador, embora não superior à unidade, não é muito elevado. Se fosse, determinada variação no fluxo de investimento implicaria grande modificação (apenas limitada pelo emprego pleno ou nulo) um fluxo de consumo.

② As variações moderadas no rendimento provável do capital ou na tx de juros não devem ser associadas a variações muito grandes de fluxo de investimento. → Limite à instabilidade resultante das rápidas variações do rendimento provável dos bens de capital.

③ As variações moderadas no emprego não se acompanham de grandes alterações nos salários nominais. → Condição da estabilidade dos preços ao invés do emprego. Os trabalhadores não procurarão um salário nominal muito maior quando o emprego aumenta, ou preferirão suportar certo grau de desemprego a consentirem numa sensível redução dos salários.

④ Um fluxo de investimento superior/inferior ao que prevalecia começa a reagir desfavoravelmente/favoravelmente sobre a emk se se prolongar por um período que não seja muito longo (em anos). → Se os investimento sobem a um nível maior que antes, basta certo lapso de tempo para determinar na emk uma baixa suficientemente forte para provocar uma recessão. Se os investimentos caem além de certo nível mínimo, basta certo lapso de tempo para determinar na emk uma alta bastante forte p/ que se restabeleça o fluxo de investimento acima do mínimo.Capítulo XIX – Variações nos Salários Nominais.Parte I

o Crítica à teoria clássica:

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- A teoria clássica tem o costume de se basear em uma pretensa fluidez dos salários nominais (w) para supor a aptidão do sistema econômico em se ajustar por si mesmo.- Suposição de que uma redução de “w” não afetaria a demanda. Uma redução de “w”, acompanhada de demanda efetiva agregada idêntica a níveis anteriores, é seguida por um aumento de emprego.

↪ A questão que se propõe é justamente saber se os salários nominais reduzidos serão ou não acompanhados por uma demanda agregada efetiva que, medida em dinheiro, seja igual à demanda anterior.

Parte IIo Duas questões:

① Uma redução de “w” tende a aumentar diretamente o emprego (mantendo ctc a propensão marginal a consumir – PMgC -, a curva de emk e a tx de juros)?

② De maneira certa ou provável uma redução de “w” tende a afetar o emprego?o Respostas:

① O nível de emprego depende unicamente do da demanda efetiva (medida em unidades de salários). Sendo esta a soma do consumo provável e do investimento provável, não pode variar se a PMgC, a curva de emk e a tx de juros permanecerem ctc.

↪ Refutar conclusão sumária de que “uma redução de ‘w’ aumenta o emprego porque reduz o custo de produção”.

Os empresários esperam que a redução de “w” produza este efeito. Não é improvável que o empresário individual, vendo diminuir seus próprios custos, comece negligenciando efeitos sobre a demanda de seu produto e atue baseado na hipótese de que será capaz de vender com lucro uma produção maior que a de antes.Os empresários só conseguiram aumentar seus lucros, no entanto, se:

a) Se PMgC (geral) = 1 (Não há lacuna entre o incremento do rendimento e o incremento do consumo).b) Se a redução dos salários nominais resultar num aumento da escala das emk.Caso contrário, o emprego voltará ao seu nível anterior.

o A redução dos salários nominais não tenderá a aumentar o emprego durante muito tempo, a não ser pelas suas repercussões sobre:

a) A PMgC (da comunidade).b) A curva de emk.c) A tx de juros.

o Repercussões mais importantes sobre esses fatores de uma redução dos salários nominais: ① w↓ → preços↓ → Redistribuição da renda real: (a) dos assalariados p/ outros fatores que entrem no custo

primário e cuja remuneração não tenha sido reduzida e(b) dos empresários para os rendeiros aos quais se garantiu rendimento fixo. → Resultado líquido mais adverso que favorável.

② Se a redução de “w” for uma redução relativamente aos salários nominais no estrangeiro. → A mudança será favorável ao investimento e saldo da balança comercial ↑.

É provável que u③ ma redução de “w”, embora aumente o saldo da balança comercial, piore os termos comerciais. → Redução dos rendimentos.

④ Se se espera que a baixa de “w” seja uma redução relativamente aos salários nominais no futuro. → Aumento da emk. → Mudança favorável ao investimento.

Caso contrário: a redução leva a uma expectativa de baixa posterior. → Adiamento do investimento e do consumo.

⑤ Redução da folha de salário. → Diminuição da necessidade de recursos líquidos p/ o pagamento de rendimentos e p/ transações. → Baixa na curva de preferência pela liquidez. → Redução da tx de juros. → Maior investimento.

⑥ Uma redução especial de “w” é sempre vantajosa para um empresário individualmente. Uma redução geral, por outro lado, pode dar um tom otimista às idéias dos empresários. Se os trabalhadores cometerem o mesmo erro, as disputas trabalhistas poderão anular esta circunstância favorável.

⑦ A influência deprimente que exerce sobre os empresários a responsabilidade crescente das dívidas pode neutralizar, em parte, qualquer reação otimista proveniente da redução dos salários.

o Política flexível de salários e política monetária flexível. → Keynes aponta razões para a preferência por uma política monetária flexível:

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i) Exceto numa comunidade socializada, não há meio de assegurar reduções uniformes de salários para toda sas categorias de mão-de-obra. Por outro lado, a modificação da quantidade de dinheiro já está na alçada de governos, o que a torna bem mais fácil e, portanto preferível, à primeira opção, que desencadearia lutas sociais.

ii) Quando “w” permanece ctc, os preços só podem variar por motivo da produtividade marginal do equipamento. → Manutenção da equidade entre a mão-de-obra e os fatores cuja remuneração nominal fixa é garantida por contrato.

iii) Considerando a carga excessiva de muitos débitos é preferível uma política monetária flexível que, ao aumentar a quantidade de moeda, sem mudara unidade de salário, reduz os débitos.

iv) Se para reduzir a tx de juros for preciso diminuir os salários, haverá motivo para se retardar o investimento.Parte III

o Se a mão-de-obra respondesse à diminuição gradual do emprego, oferecendo seus serviços por um salário nominal menor, não resultaria disso, como regra geral, qualquer diminuição dos salários reais. → Grande instabilidade dos preços.

o Fixação legal dos salários reais. O volume efetivo de emprego, em um sistema fechado, oscilaria violentamente entre um nível correspondente ao nível de salários fixado e a ausência total de emprego, conforme o volume de investimento. → Preços em equilíbrio instável quando o investimento alcançasse o nível crítico.

o ↓↑ ↪ → ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦

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