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PORTUGUÊS: Ortografia oficial. Acentuação gráfica. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Ocorrência de crase. Pontuação. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Intelecção de texto. 1. ORTOGRAFIA OFICIAL EMPREGO DE LETRAS As letras S, J e Z mantêm-se nas palavras derivadas de outras em que elas aparecem camisa – camiseta laranja – laranjeira cruz – cruzar O sufixo EZA (ou EZ) é usado em substantivos abstratos derivados de adjetivos. nobre – nobreza pálido – palidez O sufixo ESA (ou ISA) é usado na formação de feminino. barão – baronesa poeta – poetisa Depois de EN usa-se X, e não CH. São exceções: a) O verbo encher e derivados. b) A palavra enchova (variante de anchova) c) As palavras derivadas de outras grafadas com ch (enchumbar, encharcar etc.) enxoval, enxergar, enxuto Depois de ditongo usa-se S, X e Ç, e não Z, CH e SS. São exceções: a) A palavra caucho e derivadas. b) Diminutivos com a consoante de ligação Z (papeizinhos, aneizinhos etc.) coisa, lousa, pausa eixo, faixa, queixo eleição, afeição, rejeição Depois de ME usa-se X, e não CH. São exceções mecha (de cabelo), mechar (derivado de mecha) e mechoação. mexer, mexerico, mexilhão O sufixo IZAR é usado em verbos derivados de nomes. Observações: a) Se já houver S no radical, essa letra se conserva. Ex.: pesquisar – de pesquisa ; analisar – de análise b) Catequese dá origem a catequizar, com a redução do radical. Se a palavra fosse catequesar, seria, evidentemente, com s. canalizar – de canal concretizar – de concreto suavizar – de suave Escrevem-se com S os sufixos OSE e OSO. psicose, hematose, formoso, carinhoso Os derivados do verbo TER formam palavras com Ç. deter – detenção reter – retenção Grafam-se com SS as palavras derivadas de verbos terminados em TIR, quando essa terminação desaparece. emitir – emissão omitir – omissão Permitir – permissão Palavras derivadas de verbos, quando mantêm a vogal temática deles, grafam-se com Ç. salvar – salvação partir – partição Palavra que se deriva de outra com T no radical grafa-se com Ç. cantar – canção optar – opção Quando o radical do verbo termina por ND, RG ou RT, suas derivadas se grafam com S. compreender – compreensão aspergir – aspersão converter – conversão Ascender – ascensão Quando o radical do verbo termina em CED, GRED, PRIM ou MET, suas derivadas se grafam com SS. Cuidado! EXCEÇÃO é derivado de EXCETUAR – e não de EXCEDER conceder – concessão regredir – regressão comprimir – compressão remeter – remessa

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PORTUGUÊS: Ortografia oficial. Acentuação gráfica. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Ocorrência de crase. Pontuação. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Intelecção de texto.

1. ORTOGRAFIA OFICIAL

EMPREGO DE LETRASAs letras S, J e Z mantêm-se nas palavras derivadas de outras em que elas aparecem

camisa – camisetalaranja – laranjeiracruz – cruzar

O sufixo EZA (ou EZ) é usado em substantivos abstratos derivados de adjetivos.

nobre – nobrezapálido – palidez

O sufixo ESA (ou ISA) é usado na formação de feminino. barão – baronesapoeta – poetisa

Depois de EN usa-se X, e não CH. São exceções:a) O verbo encher e derivados.b) A palavra enchova (variante de anchova)c) As palavras derivadas de outras grafadas com ch (enchumbar, encharcar etc.)

enxoval, enxergar, enxuto

Depois de ditongo usa-se S, X e Ç, e não Z, CH e SS. São exceções:a) A palavra caucho e derivadas.b) Diminutivos com a consoante de ligação Z (papeizinhos, aneizinhos etc.)

coisa, lousa, pausaeixo, faixa, queixoeleição, afeição, rejeição

Depois de ME usa-se X, e não CH. São exceções mecha (de cabelo), mechar (derivado de mecha) e mechoação.

mexer, mexerico, mexilhão

O sufixo IZAR é usado em verbos derivados de nomes. Observações:

a) Se já houver S no radical, essa letra se conserva. Ex.: pesquisar – de pesquisa ; analisar – de análise

b) Catequese dá origem a catequizar, com a redução do radical. Se a palavra fosse catequesar, seria, evidentemente, com s.

canalizar – de canalconcretizar – de concretosuavizar – de suave

Escrevem-se com S os sufixos OSE e OSO. psicose, hematose, formoso, carinhoso

Os derivados do verbo TER formam palavras com Ç. deter – detençãoreter – retenção

Grafam-se com SS as palavras derivadas de verbos terminados em TIR, quando essa terminação desaparece.

emitir – emissãoomitir – omissão Permitir – permissão

Palavras derivadas de verbos, quando mantêm a vogal temática deles, grafam-secom Ç.

salvar – salvação partir – partição

Palavra que se deriva de outra com T no radical grafa-se com Ç. cantar – cançãooptar – opção

Quando o radical do verbo termina por ND, RG ou RT, suas derivadas se grafam com S.

compreender – compreensãoaspergir – aspersão converter – conversãoAscender – ascensão

Quando o radical do verbo termina em CED, GRED, PRIM ou MET, suas derivadas se grafam com SS.

Cuidado! EXCEÇÃO é derivado de EXCETUAR – e não de EXCEDER

conceder – concessãoregredir – regressãocomprimir – compressãoremeter – remessa

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Observaçõesa) Cuidado especial com as palavras derivadas que seguem.tórax – torácico (e não toráxico)fêmur – femoral (e não femural)estender – extensão (e não estensão)discreto – discrição (e não discreção)b) Em português há muitas formas variantes legítimas, às vezes quase desconhecidas.Veja algumas importantes.aluguel ou aluguer - assobiar ou assoviar - bêbado ou bêbedo - cãibra ou câimbra - champanha ou champanhe - chimpanzé ou chipanzé - quociente ou cociente - coisa ou cousa - flauta ou frauta - flecha ou frecha - floco ou froco - germe ou gérmen - louro ou loiro - marimbondo ou maribondo - neblina ou nebrina - percentagem ou porcentagem - quatorze ou catorze - quota ou cota - quotidiano ou cotidiano - rastro ou rasto - registrar ou registar - taberna ou tavernac) Veja a grafia correta de determinadas palavras. Não se trata de formas variantes.caramanchão e não carramanchãodisenteria e não desinteriaempecilho e não impecilhoestrambótico e não estrambólicometeorologia e não metereologiamuçulmano e não mulçumanoprivilégio e não previlégio

SEPARAÇÃO SILÁBICA – CuriosidadesSeparam-se as letras r e s dos prefixos quando a palavra a que eles se ligam começa por vogal.Ex.: su-pe-ra-bun-dan-te, bi-sa-vôMas: su-per-mer-ca-do, bis-ne-toSepara-se a letra b do prefixo sub quando a palavra a que ele se liga começa por vogal.Ex.: su-ba-é-reo, su-bo-fi-ci-alMas: sub-se-ção, sub-te-nen-teNa palavra sublinhar, sub está seguido da consoante l. Há uma tendência a pronunciar bl, tendência essa que leva a pessoa a não separar o grupo, o que é errado, pois l é consoante. Veja a separação: sub-li-nhar.A palavra abrupto (e derivados) deveria ter hífen, pela regra ortográfica: ab-rupto. Se assim fosse, o hífen se manteria na divisão silábica. Em virtude dessa anomalia, o falante passou a pronunciar bru, o que leva a erro de divisão silábica. Veja a separação da palavra: ab-rup-to. Sendo essa, na realidade, a pronúncia adequada.Nos grupos do tipo ia, io, ua, uo etc. (primeiro o i ou o u), se um dos elementos vocálicos for tônico, separa-se, pois se trata de hiato; caso contrário, temos ditongo, que é inseparável. É o caso de secretária e secretaria.

PALAVRAS PRIMITIVASA palavra derivada costuma conservar a grafia da palavra primitivaQuando a primitiva já apresenta a letra s ela é mantida na derivadaEx.: pai – paizinho; país – paisinho Descendente – verbo descender (ligação com verbo descer) – Ex.: Trajetório descendente (que desce, decresce)Exceções: estender – extensão, catequese – catequizar; dispêndio - despenderNormalmente se usa x após en Ex.: enxuto, enxovalhar.

Exceção: encher – primitiva: cheioencharcado – primitiva: charco

DiscricionárioSérioSolidárioSócioSóbrio

Discricionariedade ou DiscricionaridadeSeriedadeSolidariedadeSociedadeSobriedade

HomogêneoCorpóreoIdôneoContemporâneoInstantâneoEspontâneo

HomogeneidadeCorporeidadeIdoneidadeContemporaneidadeInstantaneidadeEspontaneidade

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PARÔNIMOSsão palavras parecidas na grafia ou na pronúncia, mas com significados diferentes.absolver (perdoar, inocentar) absorver (sorver, aspirar)Aferir (medir) Auferir (ganhar, obter)arrear (pôr arreios) amar (descer, cair)cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (saudação)comprimento (extensão) cumprimento (saudação)descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)descriminar (tirar a culpa, inocentar, retirar a criminalidade)

discriminar (segregar, separar, distinguir, discernir, distinguir)

despensa (onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)estada (permanência de pessoal) estadia (permanência de veículos)espectador (é o que vê ou testemunha certos atos (ou programas de televisão))

expectador (é o que está na expectativa)

flagrante (evidente) fragrante (perfumado)fusível (o que funde) fuzil (arma)imergir (afundar) emergir (vir a tona)inflação (alta de preços) infração (violação)infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)mandado (ordem judicial) mandato (procuração)Ratificar (confirmar) Retificar (corrigir)recrear (divertir, alegrar) recriar (criar novamente)sortir (abastecer) surtir (produzir efeito)tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)vultoso (volumoso) vultuoso (atacado de congestão na face)

HOMÔNIMOSsão palavras que têm a mesma pronúncia, mas significados diferentes.acender (pôr fogo) ascender (subiracento (símbolo gráfico) assento (lugar onde se senta)apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)bucho (estômago) buxo (arbusto)caçar (capturar animal) cassar (tornar sem efeito)cela (pequeno quarto) sela (arreio)censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)cerrar (fechar) serrar (cortar)chá (bebida) xá (antigo soberano do irã)cheque (ordem de pagamento) xeque (lance de jogo de xadrez)concertar (ajustar, combinar) consertar (corrigir, reparar)Contenção (Ato de Contender (lutar, brigar, ...) ou ato ou efeito de conter (com mais esforço para conter despesas improdutivas)

Contensão (esforço ou tensão consideráveis)

coser (costurar) cozer (preparar alimentos)esperto (inteligente, perspicaz) experto (experiente, perito)estrato (camada) extrato (o que se extrai de )incerto (impreciso) inserto (introduzido, inserido)incipiente (principiante) insipiente (ignorante)ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da rússia)são (sadio, adjetivo) são (verbo, ser)tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

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EMPREGO DE CERTAS PALAVRASPORQUE Usado em motivos, causas e explicações.

(= pois)Obs.: Trata-se da conjunção subordinativa causal (primeiro exemplo) ou da conjunção coordenativa explicativa (segundo exemplo).

Pafúncia não foi à aula porque estava doente.Acertou todas as questões porque é muito inteligente. (Acertou todas as questões pois é muito inteligente)

= PARA QUEObs.: Trata-se da conjunção subordinativa final, pouco usada hoje em dia.

Procurou ajuda porque o vizinho fosse salvo. (Procurou ajuda para que o vizinho fosse salvo)

PORQUÊ Geralmente precedido de artigo, pronome, etc...Obs.: Trata-se de um substantivo.

Não sei o porquê de ela não ter ido à aula.

POR QUÊ = POR QUE RAZÃO (final de frase ou oração).

Ela não foi à aula por quê?

POR QUE Equivalente a pelo(s) qual(is), pela(s) qual(is), por qual. Obs.: Trata-se do pronome relativo que antecedido pela preposição por, que o verbo exige.

Esta é a estrada por que passam cinco mil carros todos os dias. A causa por que lutávamos era justa. (A causa pela qual lutávamos era justa)

Equivalente a por que motivo, por que razão. No início ou meio da frase Obs.: Trata-se de um advérbio interrogativo de causa.

Quero saber por que Pafúncia não foi à aula. Não sei por que a casa está suja. (Não sei por que motivo a casa está suja)

Quando a oração começada pelo que pode ser substituída por isto. Obs.: Trata-se da conjunção integrante que antecedida pela preposição por, exigida pelo verbo da primeira oração.

Ansiava por que todos se entendessem. (Ansiava por isto)

A fim de Com vontadeAfim Afinidade, grau de parentescoCerca de aproximadamenteHá cerca de

indicação de tempo decorrido “há aproximadamente”, sendo esse há o verbo haver indicando tempo ou significando existir.

Não o vejo há cerca de (há aproximadamente) dois meses. Aqui há cerca de (há/existem aproximadamente) cem pessoas.

A cerca de

a preposição “a” precede a expressão por indicar distância, ou tempo futuro aproximado “a aproximadamente”

O homem ficou a cerca de (a aproximadamente) duzentos metros.

acerca de

“Sobre”, “a respeito de”, “relativamente” Não conversavam acerca (a respeito) de religião.

“Eles saíram de casa há cerca de (tempo) uma hora em direção à fazenda que fica a cerca de (distância) 30 km de São Paulo. Tenho minhas dúvidas acerca do (sobre) tempo que levarão para chegar lá, já que a estrada está em péssimas condições.”Tampouco

Equivale a “também não”. Não canta, tampouco (também não) faz poesia.

tão pouco

Trata-se do advérbio tão mais o advérbio ou pronome pouco.

Estudou tão pouco que nada aprendeu.Ganhou tão pouco dinheiro que acabou desistindo.

Mau O contrário de bom. Era um mau negócio. (Era um bom negócio)

Mal Em todos os outros casos:- Antônimo de bem.- Sinônimo de assim que- Sinônimo de quase não.

- Ele canta mal. (Ele canta bem)- Mal (Assim que) começou a chuva,

eles entraram. - Está tão fraco que mal (quase não)

dá para ficar em pé.

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Mais - Antônimo de menos.- Sentido aproximado de jamais.

- Tem mais (menos) recursos que você.

- Não quero mais (jamais) falar sobre isso.

Mas - Sinônimo de porém.- Na correlação não só...mas

também = e.

- Foi à cidade, mas (porém) não resolveu o problema.

- Não só trabalha, mas também se diverte. (Trabalha e se diverte).

Más - Antônimo de boas. - Não andava em más (boas) companhias.

Sob - Embaixo de- Na dependência de autoridade- De acordo com- A partir de- Envolvido, influenciado- Durante

- O cachorro ficou sob a mesa. - Estávamos sob uma terrível

ditadura. - Só usa roupas sob medida. - Analisei o caso sob novo ângulo. - Vivia sob grande tensão.- Tudo se passou sob o governo de D.

Pedro II.Sobre - Acima de

- A respeito de- De encontro a- Além de- Por causa de- Em relação de dominância- Após

- A escova estava sobre uma cadeira. - Naquela época, não se conversava

sobre política. - A luz incidiu sobre a parede. - Já estava sobre os cinqüenta anos. - Orgulhava-se sobre sua vida de

conquistas. Exerce influência benigna sobre os jovens.Subiu a escadaria degrau sobre degrau.

Há - É o verbo haver.- Idéia de existir- Idéia de tempo decorrido – faz

- Há pessoas na sala. (existem)- Ele saiu há pouco. (faz; idéia de

tempo decorrido)A - Como preposição, costuma

confundir-se com o verbo haver (há)

- Daqui a pouco, sairei. (não equivale a faz; é idéia de futuro)

À - Fusão da preposição a com outro a (artigo ou pronome).

- Irei à feira. (Irei a a feira)

ARTIGO “a” X PREPOSIÇÃO ”a”O artigo sempre acompanha o substantivo. O artigo feminino “A” só pode existir, portanto, antes de um substantivo feminino singular (expresso ou elíptico). Em todos os demais casos, o A será preposição:Entreguei A carta A ela, que se pôs A chorar.

CONSOANTES MUDASCUIDADO! com algumas palavras especiais:

- AFICIONADO (tem apenas um “c” – formalmente, não existe “aficcionado”)- ABRUPTO , OPTAR (cuidado na conjugação do verbo, em que a letra “p” é muda – eu

opto, tu optas...)- Outras (e suas derivadas) facultam a colocação da letra muda – CONTA(C)TO,

INFE(C)ÇÃO, CORRU(P)ÇÃO, - A(C)CESSÍVEL (com o “c” dobrado, pronuncia-se <cs>), como o “x” de táxi). - Outra palavra perigosa é “CARÁTER”. O plural correspondente busca em sua origem

latina a grafia CARACTERES (“Aquele rapaz é um mau caráter. Aqueles rapazes são uns maus caracteres”).

TREMA – NOVA ORTOGRAFIA Não se usa mais trema quando o u for pronunciado, exceto em palavras estrageiras, por exemplo, Müller

HIFEN – NOVA ORTOGRAFIA

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COM HIFEN – palavras que iniciam com h

Anti-higiênico, anti-horário, mini-hotel, sobre-humano, super-homem, ultra-humano

COM HIFEN – terminado por vogal + vogal igual

Contra-ataque, re-escrever, anti-inflamatório, semi-integral, micro-ondas, auto-observação, extra-abdominal

SEM HIFEN – terminado por vogal + vogal diferente

Autoestrada, agroindustrial, anteontem, extraoficial, coautor, infraestrutura, semianalfabeto

SEM HIFEN –terminado em vogal + S ou R, duplica-se a consoante

Antessala, contrassenso, minissaia, ultrassom, antissocial, antirracista, antirrugas, sobressaia, contrarregras

COM HIFEN – terminado com consoante + mesma consoante

Inter-racial, hiper-resistente, super-romântico, sub-bibliotecário

SEM HIFEN – nos demais casos Hipermercado, intermunicipal, superinteressanteCOM HIFEN – prefixo, CIRCUM ou PAN + vogal M, N

Circum-adjacente, circum-navegação, pan-americano, pan-europeu

SEM HIFEN – terminado por consoante + vogal

Hiperativo, interescolar, hipereconômico, supereconômico, superaquecimento, interação

COM HIFEN – palavras com pseudo prefixos RECÉM, ALÉM, AQUÉM, SEM, PÓS, PRÉ, EX, VICE

Sem-terra, recém,nascido, sem-vergonha, pré-datado, pós-graduado, ex-presidente, recém-casados, pré-vestibular

SEM HIFEN – quando não se tem a noção de que a palavra é composta

Madressilva, girassol, mandachuva, paraquedas, paravento

COM HIFEN – para ligar encadeamentos vocabulares

Ponte Rio-Niterói, Eixo Rio-São Paulo, Relação Professor-aluno, Distância Porto Alegre-Brasília

COM HIFEN – advérbio NÃO + substantivo, (quando for igual a IN)

Não-comparecimento, não-presença, não-pagamento

COM HIFEN – BEM ou MAL + Vogal ou h

Bem-estar, bem-aventurado, bem-humorado, mal-estar, mal-aventurado, mal-humorado

Para clareza, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.

2. ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Monossílabas Terminadas em a(s), e(s), o(s) Cá, pé, pó, rés, pásOxítonas Terminadas em a(s), e(s), o(s) em

(ens)Café, refém, reféns, sabiá

Paroxítonas Não terminadas em a(s), e(s), o(s) em (ens)

Hífen, hifens, biquíni, fácil, fênix

Terminadas em Ditongo Crescente

Glória, indivíduos, sábia, concordância

Proparoxítonas

Todas são acentuadas Fósforo, matemática

Hiato “i” e “u” sozinhos ou com s, não seguido de nh. (VER EXCEÇÃO NA NOVA ORT)

Piauí, raízes, juízes, fluído (verbo fluir), fluido

OBS.: Segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (V.O.L.P.), que tem força de lei no Brasil, a acentuação dos ditongos é classificada na regra dos proparoxítonos (sé-ri-e / vi-tó-ri-a) e os monossílabos são classificados na mesma regra dos oxítonos.

NOVA ORTOGRAFIA – ACENTUAÇÃONão se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Estreio, geleia, heroico, ideia, jiboia, joia, odisseia

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis e ói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc.Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo decrescente.

Baiuca, bocaiuva, cauila, feiura

Atenção: 1) se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o

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acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí; 2) se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra.Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Abençoo, (verbo crer) creem, (verbo dar) deem, (verbo doar) dôo, enjoo, (verbo ler) leem

Não se usa mais o acento diferencial nas seguintes palavras:

pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Atenção!• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3.ª pessoa do singular.Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verboster e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso doacento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir.6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.Veja:a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos • verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.

CLASSES DE PALAVRAS E SEU EMPREGO CLASSES DE PALAVRASPalavras variáveis (tem flexão) Palavras invariáveis (não têm flexão)substantivosadjetivosartigosverbospronomesnumerais

AdvérbiosPreposiçõesConjunçõesinterjeições

1) Classes básicas: substantivo e verbo.2) Classes dependentes:

- do substantivo: artigo, pronome adjetivo, numeral e adjetivo.- do verbo: advérbio.

3) Palavras de ligação: preposição (ligam palavras) e conjunção (ligam orações)4) Interjeição

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SUBSTANTIVOSDefinição tradicional (e suas falhas):Tradicionalmente, o substantivo é definido como vocábulo que designa os seres (pessoas, animais ou coisas): TIJOLO, FLORESTA, PINGÜIM, etc. Contudo, também pode designar QUALIDADE (honradez, lealdade) ou AÇÕES (subtração, viagem, assessoramento). Ora, isso leva muitos alunos a confundirem esses substantivos de qualidades com o ADJETIVO (“palavra que exprime qualidade”) e os de ação com os VERBOS (“palavra que designa ação”). Nesse caso, você deverá ficar atento para as características que vamos examinar no quadro a seguir. Características Flexionais:

a) flexionam-se em gênero e número: PROFESSOR/ PROFESSORA ; PROFESSORES/ PROFESSORAS

b) flexionam-se apenas em número: CASA/ CASAS ; ANIMAL/ ANIMAISc) apresentam uma única forma (muito raros): PIRES – LÁPIS – ALFERES – ÓCULOS

ADJETIVOFUNÇÃO: Todo adjetivo exprime uma qualidade ATRIBUÍVEL a um SUBSTANTIVO: pacote PESADO, besouro VERDE, gado GORDO, voz TERRÍVEL, etc.POSIÇÃO: Por isso mesmo, sua posição habitual (mas não obrigatória) é À DIREITA DE UM SUBSTANTIVO.Características FlexionaisO adjetivo é obrigado a concordar em gênero (masc. ou fem.) e número (sing. ou plural) com o substantivo a que se refere.(a) adjetivos quadriformes (marcam o gênero e o número)livro MODERNO - livros MODERNOS ; obra MODERNA - obras MODERNAS(b) adjetivos biformes (só marcam o número)olhar / voz } DOCE - olhares / vozes } DOCES(c) adjetivos uniformesproblema / problemas } SIMPLES ; questão / questões } SIMPLESCaracterísticas MorfológicasSe examinarmos os advérbios em – MENTE, veremos que todos eles são formados com a seguinte fórmula: ADJETIVOS + MENTEEstranhaSolene + MENTEFraternalBelaEsse fato pode ser útil como uma forma de testagem, nos casos em que houver dúvida se um vocábulo é adjetivo ou substantivo. Experimente.LOCUÇÃO ADJETIVAGrupo de palavras com valor de um adjetivo.Ex.: dia de festa = festivo - amor de mãe = materno - água da chuva = pluvial - formato de círculo = circularPALAVRA DE VALOR ADJETIVONão é adjetivo, classe gramatical. Ter valor adjetivo é, simplesmente, acompanhar substantivo.Ex.: O animal. Meu livro. Segunda prestação. Bom menino.As quatro palavras destacadas têm valor adjetivo, porque acompanham substantivos. Porém só bom é adjetivo. As outras são, respectivamente, artigo, pronome, numeral.

Vocábulos substantivadosUm importante mecanismo em nossa língua é a possibilidade de transformar em substantivo qualquer vocábulo das outras nove classes:

Adjetivo: Um estudioso em assuntos estratégicos.Numeral: Neste baralho faltam os noves.Verbo: No romper da aurora.Pronome: O que queres dizer com este nós?Advérbio: O que nos reserva o amanhã?

E assim por diante. Essa substantivação é assinalada por vocábulos especiais, que costumam ficar à esquerda de um substantivo:

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Vocábulos Substantivadores1 – os artigos: o, um.2 – os numerais: dois, três,...3 – os pronomes possessivos: meu, teu, seu,...4 – alguns pronomes demonstrativos: este, esse, aquele.5 – alguns pronomes indefinidos: todo, outro, cada, muito.

PRONOMESPronomes são os que, sozinhos, podem representar funções sintáticas desempenhadas

pelos substantivos (sujeito, objeto, etc.). Ele tem as mesmas funções sintáticas do substantivo.

- Alguém chamou. Nada aconteceu. Já descobri tudo.Pronomes São os que não podem ser empregados sozinhos; sempre deverão

acompanhar um substantivo, com o qual, muitas vezes, concordam em gênero e número. Ele é sempre um adjunto adnominal, como se vê na análise sintática.

- Esta casa. Outros alunos. Muita gente. Quaisquer pessoasPronomes

São sempre

I) Retos: os que atuam como sujeito ou, mais raramente, predicativo (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas). Ex.: Ele fez a prova.Obs.: Somente eu e tu são sempre retos. Os outros podem ser retos ou oblíquos.II) Oblíquos: os que atuam como objetos ou adjuntos. Podem ser:

átonos: os que não são precedidos de preposição (me, te, o, a, lhe, nos e vos);

tônicos: os precedidos de preposição (mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, nós, conosco, vós, convosco).

reflexivos: os que indicam que o sujeito pratica e sofre a ação verbal (me, te, se, si, consigo, nos e vos). Se, si e consigo são sempre reflexivos; os outros podem ser simples pronomes átonos.

- Ela conversou com a colega. (pronome pessoal reto)- Falei com ela sobre isso. (pronome pessoal oblíquo tônico)- Disseram-me a verdade. (pronome pessoal oblíquo átono)- Eu me machuquei. (pronome pessoal oblíquo reflexivo)

Pronomes

São sempre pronomes substantivos

III) De tratamento: são pronomes especiais usados no relacionamento social, de acordo com as circunstâncias e necessidades. Eis os mais importantes:Vossa Alteza (V.A) − para príncipes, duques e arquiduques.Vossa Eminência (V.Emª) − para cardeais.Vossa Excelência (V.Exª) − para autoridades do governo; altas patentes militares; bispos e arcebispos.Vossa Magnificência (V.Magª) − para reitores de universidades.Vossa Majestade (V.M.) − para reis.Vossa Santidade (V.S.) − para os papasVossa Senhoria (V.Sª) − para oficiais até coronel; funcionários graduados; na linguagem comercial.

Observaçõesa) Às vezes, aparece Sua, no lugar de Vossa. Com Sua, a referência é a alguém de quem se está falando; com Vossa, à própria pessoa com quem se fala.Ex.: Sua Excelência, o prefeito, estará presente.Vossa Excelência tem uma reunião marcada para amanhã.b) O pronome oblíquo o (e flexões) pode sofrer alterações gráficas e fonéticas. Isso ocorre em duas situações:I) Quando o verbo termina em r, s ou z: o pronome passa a lo, com a queda dessas letras.Ex.: vender + o = vendê-lo - amemos + o = amemo-lo - fiz + o = fi-loII) Quando o verbo termina em m ou ditongo nasal: o pronome passa a no. Ex.: alugaram + o = alugaram-no - dão + o = dão-no

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Pronomes possessivos

meu, teu, seu, nosso, vosso, minha, tua, sua, nossa, vossa (mais a flexão de plural: meus, minhas etc.). São sempre pronomes possessivos, com exceção de nossa, que pode aparecer como interjeição: nossa! Vossa e sua podem também fazer parte de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria, Sua Excelência.

- Meu amigo está confiante.- Encontrei nossa mãe no supermercado.

Pronomes demonstrativos

este, esse, aquele, esta, essa, aquela (e as formas do plural). Além desses, que são os tradicionais, podem ser demonstrativos o, a, tal, semelhante, mesmo e próprio.

- O que falei estava correto. (aquilo)- Tal idéia me desagrada. (essa)- Não entendi semelhante proposta (esta)

Obs.: Podem ser considerados demonstrativos os pronomes mesmo e próprio que aparecem em frases do tipo “Ela mesma fez a comida” e “Ela fez a mesma comida”.

Pronomes indefinidos

I) Variáveis: algum, nenhum, muito, pouco, todo, certo, bastante etc.- Algum dia lhe contarei.- Tive muitas oportunidades.

Obs.: Na parte dos advérbios, veremos que várias palavras, como muito e bastante, podem ser advérbios de intensidade ou pronomes indefinidos, dependendo da frase. II) Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, cada etc.

- Encontrei alguém naquela casa.Tudo já foi esquecido.

Pronomes Relativos

Fundamentais para quem faz concursos públicos. São pronomes que têm um antecedente (normalmente substantivo ou pronome substantivo), que eles substituem em sua oração.I) São sempre relativos: o qual (e flexões) e cujo (e flexões).

- Meu pai, o qual me ensinou muito, é meu grande amigo.- O livro cujo autor conheci ontem está esgotado.

II) Podem ser relativos (quando equivalem a o qual e flexões): que, quem, onde, como,quando e quanto.

- Perdi o caderno que me deste. (o qual me deste)- A rua onde nos conhecemos é arborizada. (na qual nos conhecemos)- A pessoa a quem pedi ajuda seguiu adiante.(à qual pedi ajuda)

Obs.: No terceiro exemplo, aparece, antes do quem, a preposição a, exigida pelo verbo pedi. É um problema de regência, o qual estudaremos na lição correspondente.

Pronomes quem?, que? (ou o que?), qual?, quanto?- Qual foi o resultado?- Não sei qual foi o resultado.

Na primeira frase, temos uma interrogação direta (com o ponto de interrogação presente); na segunda, uma interrogação indireta. Note que o qual é o mesmo, apenas, na segunda, apareceu antes dele um verbo, o que tornou a frase uma afirmação. Nas duas situações, qual é considerado pronome interrogativo.

Locução pronominalDuas ou mais palavras com valor de pronome.

- Cada um fará sua parte.- Pedirei a cada qual uma opinião.

Nos dois exemplos, temos locuções pronominais indefinidas.

ADVÉRBIOO advérbio é um modificador do verbo, exprimindo circunstâncias em que a ação ocorre (tempo, lugar, modo, etc.). Ex.: Ele escreveu ONTEM. - Deixei o livro AQUI.Os advérbios de intensidade podem, também, reforçar o sentido de um adjetivo ou mesmo de um outro advérbio.O vento era MUITO forte. - Ele nada MUITO bem.De tempo ontem, hoje, amanhã, antes, logo, depois, agora, cedo, tarde, outrora, etc.De lugar aqui, ali, lá, longe, perto, distante, além, atrás, fora, etc.

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De intensidade

muito, pouco, bastante, mais, menos, demais, etc

De afirmação

sim, certamente, realmente, deveras, etc.

De negação

não, nunca, jamais.

De dúvida talvez, quiçá, provavelmente, acaso, etc.De modo bem, mal, devagar, depressa e muitos outros com o sufixo – mente:

educadamente, raramente, brevemente, etc.

ADVÉRBIOS INTERROGATIVOSDe lugar: onde? Onde está o material? Ignoro onde está o material.De tempo: quando? Quando virá o cientista? Não sei quando virá o cientista.De modo: como? Como aconteceu o acidente? Desconhecemos como aconteceu o

acidente. De preço ou valor: quanto?

Quanto custa o aparelho? Não me disseram quanto custa o aparelho.

De causa: por que? Por que ele faltou? Explique-me por que ele faltou.Observaçõesa) Nos quatro exemplos, aparecem interrogações diretas e indiretas. Veja o que foi dito no item “pronomes interrogativos”.b) Por que, na realidade, é uma locução adverbial de causa.

LOCUÇÃO ADVERBIALDuas ou mais palavras com valor de um advérbio. Os sete advérbios estudados podem vir em forma de locução.

- Estudaram à noite. (locução adverbial de tempo)- Ficaram atrás da porta. (locução adverbial de lugar)

Mas existem locuções que nunca se expressam por um único advérbio. Vejamos as mais importantes.De causa Tremia de frioDe meio Iremos de navio.De instrumento Cortou-se com a lâmina.De condição As feras não vivem sem carne.De concessão Obs.: Ocorre quando há uma oposição em relação ao verbo. Não se vai, normalmente, à praia em dia de temporal.

Foi à praia apesar do temporal.

De conformidade Ex.: Ocorre quando há uma idéia de acordo.

Agiu conforme a situação.

De assunto Conversaram sobre a situação.De fim ou finalidade Sempre viveu para o estudo.De companhia Saiu com o pai.Observações

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a) Muito, pouco, bastante, tanto, mais, menos e outros podem ser advérbios de intensidade ou pronomes indefinidos.I) São advérbios quando modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.

- Eles falavam bastante.II) São pronome indefinidos quando acompanham substantivos.

- Tenho bastantes livros.- Recebi muito apoio.- Ganhei mais revistas do que ele.

As palavras bastantes, muito e mais são pronomes adjetivos indefinidos, porque acompanham os substantivos livros, apoio e revistas.b) A palavra bem pode ser advérbio de intensidade ou de modo.

- Ele fala bem. (advérbio de modo)- Ele está bem cansado. (advérbio de intensidade)

c) As palavras derivadas terminadas em mente são sempre advérbios.- Antigamente se lia menos. (advérbio de tempo)- Andavam tranqüilamente pela praia. (advérbio de modo)- Irei certamente à noite. (advérbio de afirmação)

d) Nunca e jamais são advérbios de tempo.Ex.: Jamais farei isso. (Em momento algum farei isso.)

ADJETIVOS X ADVÉRBIOSÉ comum usarmos o adjetivo MASCULINO como um advérbio. Ex.: Ele fala ALTO. - Ele chuta FORTE.É fácil distingui-lo do verdadeiro adjetivo, se você recordar sempre este princípio:- ADJETIVOS SÃO PALAVRAS VARIÁVEIS- ADVÉRBIOS SÃO PALAVRAS INVARIÁVEISFlexionando as demais palavras da frase, você vai poder verificar se o termo é ou não adjetivo:- Ele fala ALTO. Eles falam ALTO. } ADVÉRBIO- Ele é ALTO. Eles são ALTOS. } ADJETIVO

VERBO - Palavra que exprime ação, estado ou fenômeno e admite flexão de tempo, modo, pessoa, número e voz.Ex.: andar: ando, andei, andassem; ser: sou, era, fomos; chover: chovia, chovera, choveráClassificação

Regular: o que não sofre alteração no radical e nas terminações.

cantar − radical: cantcanto, cantas, canta; cantei, cantaste, cantou

Irregular o que sofre alterações. dizer − radical: dizdigo, dizes, diz; disse, disseste, disse

Principal o mais importante da locução verbal; é sempre o último do grupo

Estou trabalhandoQuero trabalhar.

Auxiliar o que ajuda o principal a ser conjugado; é sempre o primeiro

Temos estudado.Quero sair.

Defectivo

o que não se conjuga em todas as pessoas, tempos ou modos. Veja, a seguir, alguns verbos defectivos importantes para concursos.

abolir, colorir, banir, extorquir, demolir: não possuem a 1ª p.s. do presente do indicativo; não se conjugam no presente do subjuntivo.

Pres. ind.: aboles, abole, abolimos, abolis, abolemPres. subj.: não háObs.: São completos em todas as formas do passado e do futuro.

reaver, precaver-se, falir, remir, adequar: só possuem a 1ª e a 2ª pessoas do plural do presente do indicativo; não se conjugam no presente do subjuntivo.

Pres. ind.: reavemos, reaveisPres. subj.: não háObs.: São completos em todas as formas do passado e do futuro.

acontecer, ocorrer, doer, prazer: só possuem a 3ª pessoa, tanto do singular como doplural, em todos os tempos, inclusive no presente do subjuntivo.

dói, doem; doía, doíam; doesse, doessem; doa, doam

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Abundante

o que possui duas ou mais formas equivalente, quase sempre no particípio. São abundantes:

a) No particípioacender − acendido e acesofritar − fritado e fritoexpulsar − expulsado e expulsomatar − matado e mortopagar – pagado e pagoaceitar − aceitado, aceito e aceiteganhar − ganhado e ganho

b) No presente do indicativohaver − havemos (ou hemos), haveis (ou heis)construir (e destruir) − construis (ou constróis), construi (ou constrói), construem (ou constroem)entupir (e desentupir) − entupes (ou entopes), entupe (ou entope), entupem (ou entopem)

Anômalo verbo formado por mais de um radical; só há dois verbos anômalos: ser eir.

ser: sou, és, fuiir: vou, fui

Formas nominais São o infinitivo, o gerúndio e o particípio. Recebem esse nome porque equivalem, em certas circunstâncias, respectivamente, ao substantivo, ao advérbio e ao adjetivo. Ex.: Formas nominais de cantar:infinitivo − cantargerúndio − cantandoparticípio − cantadoFormas rizotônica e arrizotônica1) Rizotônica: quando a vogal tônica está no radical.Ex.: choro, precisas, gritam2) Arrizotônica: quando a vogal tônica está fora do radical.Ex.: lutamos, chegassem, corrermos

ConjugaçõesSão três as conjugações, dependendo da vogal do infinitivo, chamada temática.1) Primeira conjugação: quando a vogal temática é a. -- Ex.: louvar2) Segunda conjugação: quando a vogal temática é e. -- Ex.: chover3) Terceira conjugação: quando a vogal temática é i. -- Ex.: sorrirObs.: O verbo pôr (e derivados) pertence á segunda conjugação, mas sua vogal temática não aparece no infinitivo; apresenta-se, como ocorre com todos os verbos, durante sua conjugação. Ex.: pões, pusesse, puser

PREPOSIÇÃOÉ a palavra que liga duas outras na frase.Ex.: Preciso de ajuda.Preposições simples ou essenciaisa, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre e trás.

- Ele foi até a fonte. Ficamos em Petrópolis. Estava sob o balcão.Observaçõesa) A palavra a pode ser várias coisas.

- A camisa está limpa. (artigo definido)- Deixei-a ali. (pronome pessoal oblíquo átono)- A que ele fez é bem melhor. (pronome demonstrativo)- Referiu-se a ela. (preposição)

b) Trás parece em raras expressões.- Ano trás ano, continuava confiante.

c) Algumas preposições podem se unir a outras palavras, constituindo combinações ou contrações.

- Morava na casa da frente. ( na − preposição em + artigo definido a.) (da − preposição de + artigo definido a.)

- Esqueceu-se do que fora fazer ali. ( do − preposição de mais pronome demonstrativo o.)

- Donde vens? (donde − preposição de mais advérbio onde.)- Naquela tarde, tudo estava calmo. (naquela − preposição em mais pronome demonstrativo

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aquela.)d) Algumas preposições podem introduzir orações reduzidas, que são aquelas que não apresentam conjunção e têm o verbo numa forma nominal.

- Apresentou-se para trabalhar.- Estava certo de ser aprovado.

Preposições acidentaisPalavras de outras classes que, em situações especiais, funcionam como preposições.

- Tenho que sair.Outras preposições acidentais: durante, conforme, segundo, como, salvo, fora etc.Locuções prepositivasGrupos de palavras que funcionam como preposições. Terminam por uma preposição simples.

- Estava à beira de um precipício.Outras locuções prepositivas: à frente de, à procura de, a respeito de, à mercê de, à sombra de, a par de, apesar de, graças a, de acordo com etc.

CONJUNÇÃOPalavra que liga duas orações. As conjunções podem ser:1) coordenativas: quando ligam duas orações coordenadas.

- Saí cedo e visitei meus avós.2) subordinativas: quando ligam uma subordinada à sua principal.

- Espero que não haja problemas.Locução conjuntivaDuas ou mais palavras com valor de conjunção.

- Seremos felizes à proporção que nos tornarmos melhores.Observaçõesa) As conjunções e, ou e nem podem, em certos casos, ligar duas palavras.

- Comprarei uma casa ou um apartamento.b) Estudaremos com detalhes as conjunções na lição sobre classificação das orações.

INTERJEIÇÃO Palavra com que transmitimos, geralmente de maneira espontânea, as nossas emoções.

- Ai! Queimei o dedo!Outras interjeições: puxa!, bis!, oh!, caramba!, nossa!Locuções interjectivasDuas ou mais palavras com valor de interjeição.

- Ora bolas! Você não deu o recado?!

PALAVRA DENOTATIVAHá palavras semelhantes aos advérbios, mas que não constituem circunstâncias verbais. São as chamadas palavras denotativas. Veja algumas importantes.1) De designação: eis.2) De exclusão: exceto, salvo, menos, só, somente, apenas, exclusive etc.3) De explicação: a saber, por exemplo etc.4) De inclusão: além disso, até, também, inclusive, ainda etc.5) De retificação: aliás, ou melhor, isto é etc.

Observações finaisa) São considerados invariáveis os advérbios, as conjunções, as preposições e as interjeições. No entanto, como veremos em concordância nominal, alguns advérbios admitem flexão.b) As preposições, as conjunções e as interjeições, bem como as palavras denotativas, não desempenham função sintática.c) Existem classificações gramaticais especiais como partícula apassivadora, parte integrante do verbo etc., que veremos em outras lições.

3. FLEXÃO NOMINAL

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Flexão de númeroOs nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral, admitem a flexão de número: singular e plural.Ex.: animal − animaisPalavras simples1) Na maioria das vezes, acrescenta-se S. Ex.: ponte − pontes

bonito − bonitos2) Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES. Obs.: O pronome qualquer faz o plural no meio: quaisquer.

Ex.: éter − éteresavestruz − avestruzes

3) Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES. Obs.: As paroxítonas e as proparoxítonas são invariáveis. Ex.: o pires − os pires, o ônibus − os ônibus

Ex.: ananás − ananases,

4) Palavras terminadas em IL: a) átono: trocam IL por EIS. b) tônico: trocam L por S.

Ex.: fóssil − fósseisEx.: funil − funis

5) Palavras terminadas em EL: a) átono: plural em EIS.b) tônico: plural em ÉIS.

Ex.: nível − níveis Ex.: carretel − carretéis

6) Palavras terminadas em X são invariáveis. Ex.: o clímax − os clímax7) Há palavras cuja sílaba tônica avança. Obs.: A palavra caracteres é plural tanto de caractere quanto de caráter.

Ex.: júnior − juniores; caráter − caracteres

8) Palavras terminadas em ÃOFazem o plural em ÃOS, ÃES e ÕES.

- ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões.- ãs: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos.Obs.: Os paroxítonos, como os dois últimos, sempre fazem o plural em ÃOS.- ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães- õs ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos, anões/anãos- ões ou ães: charlatões/charlatães, guardiões/guardiães, cirugiões/cirurgiães- ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães, ermitões/ermitãos/ermitães

9) Plural dos diminutivos com a letra z Coloca-se a palavra no plural, corta-se o s e acrescenta-se zinhos (ou zinhas).

Ex.: coraçãozinhocorações → coraçõe → coraçõezinhosazulzinhaazuis → azui → azuizinhas

10) Plural com metafonia (ô → ó) Algumas palavras, quando vão ao plural, abrem o timbre da vogal o; outras, não.

Com metafonia singular (ô) plural (ó):coro coros ; corvo corvos ; destroço destroços ; forno fornos ; fosso fossos ; poço poços ; rogo rogos ; tremoço tremoços ; troco trocosSem metafonia singular (ô) plural (ô):adorno adornos ; bolso bolsos ; endosso endossos ; esgoto esgotos ; estojo estojos ; gosto gostos ; gozo gozos ; toldo toldos ; transtorno transtornos

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11) Casos especiais: aval − avales e avaiscal − cales e caiscós − coses e cósfel − feles e féismal e cônsul − males e cônsules

Palavras compostas1) Os dois elementos variam.

Quando os compostos são formados por substantivo mais palavra variável (adjetivo, substantivo, numeral, pronome).Ex.: amor-perfeito − amores-perfeitoscouve-flor − couves-floressegunda-feira − segundas-feiras

2) Só o primeiro elemento varia.

a) Quando há preposição no composto, mesmo que oculta. Ex.: pé-de-moleque − pés-de-moleque ; cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor)b) Quando o segundo substantivo determina o primeiro (fim ou semelhança).Ex.: banana-maçã −bananas-maçã (semelhante a maçã) ; navio-escola −navios-escola (a finalidade é a escola)

Observações a) Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos. É uma situação polêmica. Ex.:

mangas-espada (preferível) ou mangas-espadas b) Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras vezes) que é uma situação polêmica,

discutível, convém ter em mente que a questão do concurso deve ser resolvida por eliminação, ou seja, analisando bem as outras opções.

3) Apenas o último elemento varia.

a) Quando os elementos são adjetivos. Obs.: A exceção é surdo-mudo, em que os dois adjetivos se flexionam: surdos-mudos.

Ex.: hispano-americano − hispano-americanosb) Nos compostos em que aparecem os adjetivos GRÃO, GRÃ

e BEL. Ex.: grão-duque − grão-duques ; grã-cruz − grã-cruzes ; bel-prazer − bel-prazeres

c) Quando o composto é formado por verbo ou qualquer elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais substantivo ou adjetivo.

Ex.: arranha-céu − arranha-céus ; sempre-viva − sempre-vivas ; super-homem − super-homens

d) Quando os elementos são repetidos ou onomatopaicos (representam sons).

Ex.: reco-reco − reco-recos ; pingue-pongue − pingue-pongues ; bem-te-vi − bem-te-vis

Observaçõesa) Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver alguma alteração nos elementos, ou

seja, não serem iguais.b) Se forem verbos repetidos, admite-se também pôr os dois no plural.

Ex.: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas4) Nenhum elemento varia. a) Quando há verbo mais palavra invariável.

Ex.: O cola-tudo − os cola-tudob) Quando há dois verbos de sentido oposto.Ex.: o perde-ganha − os perde-ganhac) Nas frases substantivas (frases que se transformam em substantivos).Ex.: O maria-vai-com-as-outras − os maria-vai-com-as-outras

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Observaçõesa) São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha, sem-teto e sem-terra.- Os sem-terra apreciavam os arco-íris.b) Admitem mais de um plural:

- pai-nosso − pais-nossos ou pai-nossos ; padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos ; terra-nova − terras-novas ou terra-novas ; salvo-conduto − salvos-condutos ou salvo-condutos ; xeque-mate − xeques-mates ou xeques-mate ; fruta-pão − frutas-pães ou frutas-pão ; guarda-marinha − guardas-marinhas ou guardas-marinha

c) Casos especiais: palavras que não se encaixam nas regras.- o bem-me-quer − os bem-me-queres ; o joão-ninguém − os joões-ninguém ; o lugar-tenente − os lugar-tenentes ; o mapa-múndi − os mapas-múndi

Flexão de gêneroOs substantivos e as palavras que o acompanham na frase admitem a flexão de gênero: masculino e feminino.

- Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário.- Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação.

A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras.1) Com a troca de o ou e por a. lobo − loba ; mestre − mestra2) Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero, muitas vezes com alterações doradical.Veja alguns femininos importantes.

ateu − atéia ; bispo − episcopisa ; conde − condessa ; duque − duquesa ; frade − freira ; ilhéu − ilhoa ; judeu − judia ; marajá − marani ; monje − monja ; pigmeu − pigméia ; píton − pitonisa ; sandeu − sandiasultão − sultana

Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, ou seja, possuem uma única forma para masculino e feminino. Podem ser:1) Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo designar os dois sexos.

Ex.: a pessoa, o cônjuge, a testemunha

2) Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos, podendo então ser masculinos ou femininos.

Ex.: o estudante − a estudante, o cientista − a cientista, o patriota − a patriota

3) Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os animais.

Ex.: O jacaré, a cobra, o polvo

Observaçõesa) O feminino de elefante é elefanta, e não elefoa. Aliá é correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta.b) Mamão, para alguns gramáticos, deve ser considerado epiceno. É algo discutível.c) Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas costumam trocar. Veja alguns que convém gravar.Masculinos: champanha ; dó ; eclipse ; formicida ; grama (peso) ; milhar ; plasma ; soprano ; suéter ; telefonemaFemininos: aguardente ; alface ; cal ; cataplasma ; grafite ; libido ; omoplata ; musse ; preád) Existem substantivos que admitem os dois gêneros.Ex.: diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc.

Flexão de grauPor razões meramente didáticas, incluo, aqui, o grau entre os processos de flexão.Alguns autores também o fazem, talvez pelo mesmo motivo.Grau do substantivo

1) Normal ou positivo: sem nenhuma alteração.

Ex.: chapéu

2) Aumentativo a) sintético: chapelãob) analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc.

3) Diminutivo a) sintético: chapeuzinhob) analítico: chapéu pequeno, chapéu reduzido etc.Obs.: Um grau é sintético quando formado por sufixo; analítico, por meio de outras palavras.

Grau do adjetivo

1) Normal ou positivo:

João é forte.

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2) Comparativo a) de superioridade: João é mais forte que André. (ou do que)b) de inferioridade: João é menos forte que André. (ou do que)c) de igualdade: João é tão forte quanto André. (ou como)

3) Superlativo a) absoluto- sintético: João é fortíssimo.- analítico: João é muito forte. (bastante forte,

forte demais etc.)b) relativo

- de superioridade: João é o mais forte da turma.

- de inferioridade: João é o menos forte da turma.

Observaçõesa) O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento do adjetivo. Pode ser expresso

por um sufixo (íssimo, érrimo ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante, demasiadamente, enorme etc.

b) As palavras maior, menor, melhor e pior constituem sempre graus de superioridade.

- O carro é menor que o ônibus. menor (mais pequeno): comparativo de superioridade.

- Ele é o pior do grupo. pior (mais mau): superlativo relativo de superioridade.c) Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem apresentar dúvidas.

- acre − acérrimo ; amargo − amaríssimo ; amigo − amicíssimo ; antigo − antiqüíssimo ; cruel − crudelíssimo ; doce − dulcíssimo ; fácil − facílimo ; feroz − ferocíssimo ; fiel − fidelíssimo ; geral − generalíssimo ; humilde − humílimo ; magro − macérrimo ; negro − nigérrimo ; pobre − paupérrimo ; sagrado − sacratíssimo ; sério − seriíssimo ; soberbo − superbíssimo

ANÁLISE SINTÁTICA

CONCEITOS:Frase: Todo enunciado com sentido completo. Inicia-se com maiúscula e só termina com

algum tipo de ponto.a) Fogo!b) Silêncio!c) Ontem à noite, Virgulino atirou-se de uma ponte.

Oração:

Todo enunciado com verbo.a) Fredolino matou sua mulher com um rolo de massa.b) Quero a aprovação no Concurso do INSS.

Período:

Todo enunciado com sentido completo e com oração. Inicia-se com maiúscula e só termina com algum tipo de ponto.a) Virgulino quer que Maria Bonita se case com ele.b) Quero que Pafúncia venha almoçar comigo.

ESTRUTURA DA ORAÇÃO A oração é uma estrutura que pode ser analisada através de cinco diferentes padrões frasais. São esses padrões que orientam a análise dos termos de qualquer frase declarativa.PF Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4I Sujeito Verbo Intransitivo - (Adjunto Adverbial)II Sujeito Verbo Transitivo Direto Objeto Direto (Adjunto Adverbial)III Sujeito Verbo Transitivo Indireto Objeto Indireto (Adjunto Adverbial)IV Sujeito Verbo Transitivo Direto E

IndiretoObjetos Direto E Indireto

(Adjunto Adverbial)

V Sujeito Verbo De Ligação Predicativo (Adjunto Adverbial)

PADRÕES FRASAISPadrão frasal I

O VERBO É INTRANSITIVO, ou seja, NÃO NECESSITA DE COMPLEMENTO.Ex.: A gaivota voa lindamente VI

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Padrão frasal II

o VERBO É TRANSITIVO, ou seja, necessita de complemento, e DIRETO, ou seja, não requer o uso de preposição.Ex. Eu sem você não tenho porquê. VTD OD

Padrão frasal III

o VERBO É TRANSITIVO e INDIRETO, ou seja, necessita de um complemento COM PREPOSIÇÃOEx.: Necessitamos de auxiliar de escritório com experiência. VTI OI

Padrão frasal IV

Esse padrão é formado por verbos que possuem duas transitividades: uma, com preposição; outra, semEx.: Maria deu a rosquinha a seu namorado. VTDI OD OI

Padrão frasal V

é constituído de VERBO DE LIGAÇÃO. Nesse caso, não há complemento verbal, mas sim predicativo do sujeito. Ex.: Essa mulher é mesmo uma lambisgóia. VL Predicativo do Sujeito

LEMBRANDO... As preposições essenciais são:A CONTRA POR SOBREANTE DE PARA TRÁSAPÓS DESDE PERANTEATÉ EM SEMCOM ENTRE SOB

ADJUNTO ADVERBIALO adjunto adverbial ocupa a casa 4 nos padrões frasais. Não é um elemento não de primeira necessidade para a estrutura e para o significado da frase e, geralmente, indica TEMPO, MODO ou LUGAR.

PREDICADO VERBO-NOMINALApresenta dois núcleos: o verbo com significado (podendo ser transitivo ou intransitivo) e o predicativo (do sujeito ou do objeto).- A aluna chegou cansada à aula. Predicado verbo-nominal

SUJEITOApesar do que muitas gramáticas preceituam, o sujeito nem sempre é o que pratica a ação ou o ser sobre o qual se declara algo. Portanto, a melhor definição sintática para o sujeito é:

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SUJEITO É O TERMO DA ORAÇÃO QUE CONCORDA EM NÚMERO E PESSOA COM O VERBO

Sujeito simples

é aquele que possui um único núcleo. Ex.: Existe, no Brasil, muita miséria. núcleo

Sujeito composto

é o que possui dois ou mais núcleos. Ex.: Restaram, após tantos anos, a amargura e a indiferença. núcleo 1 núcleo 2

Sujeito elíptico

elipse significa, para a gramática, apagamento. O sujeito elíptico é aquele que ocupa a casa 1 sem, no entanto, estar explícito.Ex.: Após (nós) nos amarmos, (nós) fomos comer uma buchada de bode. elíptico elípticoEm se tratando de um texto, o sujeito elíptico é aquele que, além de ser designado pela desinência verbal, também pode ser retomado pelo contexto. Ex.: Os deputados (Suj. simples) foram em massa a Brasília na semana passada. Em uma negociata com o governo, eles (Suj. simples) votaram vários projetos. Ø (Suj. elíptico) Aprovaram a Reforma Administrativa.

Sujeito indeterminado

nesse caso, a oração possui um sujeito, mas ignora-se qual o elemento que ocupará a casa 1, concordando com o verbo. Note a diferença entre a seguinte oração, descontextualizada, e a anteriorEx.: ? Aprovaram a reforma administrativa. Suj. indeterminadoATENÇÃO!!!Alguém aprovou a reforma administrativa.Suj. simplesNesse caso, o sujeito não é indeterminado, mas sim o termo ALGUÉM, o qual concorda com o verbo APROVOU.

Oração sem sujeito (Sujeito

é aquela cuja casa do sujeito permanece vazia, pois não há elemento que concorde com o verbo. Existem alguns casos em que isso ocorre:HAVER = FAZER ou EXISTIR

Havia (Existiam) sinais de revolta na fila do Banco. Or. sem sujeito objeto diretoHavia (Fazia) muito tempo que não encontrava Ermengarda. Or. sem sujeito objeto diretoNote que, em ambos os casos, o verbo HAVER permanece no singular, já que não há sujeito.

FAZER = TEMPO

Ex.: Faz oito meses que estou desempregado. Or. sem sujeito objeto direto Também nesse caso o verbo permanece no singular.

SER/ESTAR = TEMPO

Ex.: São três horas. Ex.: É primavera. Ex.: Está frio. Esse é o único caso em que o verbo vai para o plural, concordando com o predicado.

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inexistente):

FENÔMENOS DA NATUREZA

Ex.: Choveu a noite toda. Ex.: Nevará esta noite na Inglaterra. Os verbos das orações sem sujeito são chamados também de impessoais.

COMPLEMENTO NOMINALÉ o termo que se liga a um substantivo, adjetivo ou advérbio, através de uma preposição, com a função de completar algum destes termos. O complemento nominal tem sempre sentido passivo. Ex.: Naziazeno sentia, naquele momento, necessidade de um café bem forte. Complemento nominal

TERMOS ACESSÓRIOSAlém dos termos integrantes, podem ocorrer nas orações também outros, chamados de acessórios.Vocativo:

é utilizado para realizar invocações, chamados. Deve ser colocado sempre entre vírgulas, no caso de aparecer no meio da oração, e seguido ou antecedido de vírgula, caso ocorra no início ou no fim de uma oração.Ex.:Acelera, Brasil. Não quero, meus amigos, causar-lhes estranheza.

Aposto: termo que restringe, explica, especifica ou determina outro da oração. Deve ser sempre colocado entre vírgulas. Ex.:A CIA, Central de Inteligência dos EUA, não conseguiu prever os atentados de 11 de setembro.

Adjunto adnominal:

tem como função determinar e/ou caracterizar um substantivo. Tem sentido ativo quando introduzido por uma preposição Ex.:A atitude do Congresso surpreendeu o Governo..

4. FLEXÃO VERBALO verbo pode indicar ação, estado, fenômeno, existência e mesmo qualidades.Pessoa O verbo possui três pessoas diretamente relacionadas com a pessoa gramatical que

lhe serve de sujeito: 1ª, 2ª e 3ª.

Pessoa PronomesSingular Plural

1ª Eu Nós2ª Tu Vós3ª Ele/Ela Eles/Elas

Número

Como as outras palavras variáveis, o verbo tem dois números: singular, quando se refere a uma só pessoa gramatical (eu, tu, ele, ela, você) e plural, quando se refere a mais de uma pessoa (nós, vós, eles, elas, vocês).

Modo Traduz a maneira particular de apresentar a ação ou o estado expressos pelo verbo.INDICATIVO: idéia de certeza. Ele sabe fazer muitas coisas.

Ontem choveu muito Na próxima semana, iremos a São Paulo.

SUBJUNTIVO: idéia de dúvida, possibilidade.

Desejo que meu filho seja o que eu não pude ser.Temia que ele não viesse ao encontro.Quando ele perceber o erro, mudará de atitude.

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IMPERATIVO: ordens, pedidos, conselhos. Sai daí imediatamente!Não saias sob esta chuva!

FORMAS NOMINAIS: particípio, infinitivo, gerúndio.

CLASSIFICAÇÃORegulares seguem o modelo de conjugação verbal, o radical se mantém em todas as

formas e as terminações são as mesmas do paradigma (modelo de conjugação). Ex.: comprar, vender, dormir.

Irregulares apresentam alterações no radical e/ou nas desinências.Defectivos são de conjugação incompleta, ou seja, não apresentam algumas formas. Ex.:

falir, abolir.

VERBOS COM DOIS PARTICÍPIOS (ABUNDANTES) Nesses verbos, o particípio regular, invariável e arrizotônico (acentuado na terminação), emprega-se com os verbos auxiliares ter e haver para formar os tempos compostos. Ex.:A assembléia tinha aceitado as novas leis.Enquanto que o particípio irregular, variável e rizotônico (acentuado no radical), é utilizado com o auxiliar ser ou estar. Ex.:As novas leis foram aceitas pela Assembléia.PRINCIPAIS PARTICÍPIOS ABUNDANTES

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULARaceitar aceitado aceito

entregar entregado entregueenxugar enxugado enxuto

expressar expressado expressoexpulsar expulsado expulsoganhar ganhado* ganhogastar gastado* gastoisentar isentado isentolibertar libertado libertolimpar limpado limpomatar matado mortopagar pagado* pagosalvar salvado salvosoltar soltado solto

acender acendido acesoeleger elegido eleitomorrer morrido mortoprender prendido preso

suspender suspendido suspensoemergir emergido emersoexpelir expelido expulso

exprimir exprimido expressoextinguir extinguido extintoimergir imergido imerso

imprimir imprimido impressoincluir incluído inclusoinserir inserido inserto

*em desuso

VERBOS DE UM ÚNICO PARTICÍPIO IRREGULARInfinitivo

Particípio

Infinitivo

Particípio

dizer dito pôr postoescrever escrito abrir abertofazer feito cobrir cobertover visto vir vindo

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DICA!!!O tempo verbal FUTURO DO PRETÉRITO (desinência – RIA) é quase sempre utilizado

junto com o PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO (desinência – SSE).RIA + SSE = RIASSE

DIFICULDADES NA CONJUGAÇÃO VERBAL1 – A Formação do ImperativoO Imperativo é a forma pela qual damos uma ordem, um conselho ou fazemos um convite. Atualmente está quase em extinção na língua falada. Para o vestibular, contudo, você deve demonstrar que domina o seu emprego apenas em duas pessoas: a 2ª do sing. (TU) e a 3ª do sing. (VOCÊ, O SENHOR, VOSSA SENHORIA, etc.).

AFIRMATIVOTU: Sai da 2ª pessoa do singular do Presente do Indicativo, menos o S final. Ex.:Come logo teu mondongo.VOCÊ: Sai da 3ª pessoa do singular do Presente do Subjuntivo. Ex.: Coma logo seu mondongo.

NEGATIVO (não, nunca, jamais)TU: Sai da 2ª pessoa do singular do Presente do Subjuntivo. Ex.:Não aceites a ajuda de estranhos.VOCÊ: Sai da 3ª pessoa do singular do Presente do Subjuntivo. Ex.: Não aceite a ajuda de estranhos.2 – Verbos DerivadosOs verbos derivados de outros verbos pelo acréscimo de prefixos seguem exatamente a conjugação de seu primitivo. Suprima o prefixo e conjugue apenas o verbo primitivo. Esse princípio, embora pareça elementar, é, contudo, esquecido na prática. Os falantes tendem a encarar os verbos derivados como regulares, criando formas inaceitáveis na língua culta formal:

ERRADO Ele interviu na discussão. CERTO Ele interveio na discussão.ERRADO Quando ele rever a obra, encontrará erros. CERTO Quando ele revir a obra, encontrará erros.

OS DERIVADOS DE PÔR – TER – VER – VIRDevemos ter especial atenção com os verbos derivados de pôr, ter, ver e vir, que são verbos irregulares.PÔR – propor, supor, antepor, impor, etc. (todos os verbos que apresentam a vogal o no infinitivo são derivados de pôr).TER – entreter, conter, deter, manter, suster, etc.VER – antever, prever, rever, etc.VIR – avir, advir, intervir, provir, sobrevir, etc.3 – Problemas Ortográficos ligados à Conjugação Verbal3.1. O duplo “E” na 3ª pessoa do plural.A 3ª pessoa do plural do PRESENTE só tem E duplo quando a 3ª pessoa do singular termina em E.Ex.: Ele vê – Eles vêm ; ele crê – eles crêem ; ele lê – eles lêem ; ele dê – eles dêemEle vem – eles vêm ; ele tem – eles têm3.2. O acento nos derivados de TER e VIR.A 2ª e 3ª pessoas do singular dos verbos derivados de TER e VIR são acentuadas pela regra das oxítonas terminadas em EM, ENS; a 3ª pessoa do plural recebe o circunflexo diferencial.Tu conténs, ele contém, eles contêm - tu intervéns, ele intervém, eles intervêm

5. PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO.

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EMPREGO DE PRONOMESCONOSCO/

COM NÓS

CONVOSCO / COM VÓS

Usa-se conosco e convosco com verbos que peçam a preposição com.Ex.: Ele saiu conosco. Passearemos convosco por aquelas praias.Usa-se com nós e com vós com verbos que peçam a preposição com, porém apenas quando estiverem reforçados por palavras como dois, mesmos, próprios etc.Ex.: Falarão com nós dois amanhã. Estarei com vós mesmos ao entardecer.Obs.: É errado dizer “Falarão com nós amanhã” e “Estarei com vós ao entardecer”.

CONTIGO/COM VOCÊ

Contigo é usado quando o tratamento é de segunda pessoa do singular (tu).Ex.: Sairei contigo, se isso não te trouxer algum contratempo.Com você é empregado quando o tratamento é de terceira pessoa do singular (você).Ex.: Sairei com você, se isso não lhe trouxer algum contratempo.Obs.: Compare as duas frases. Na primeira emprega-se contigo, por causa do tratamento tu, evidenciado pelo pronome te. Na segunda, usa-se com você, porque o tratamento éde terceira pessoa, o que se verifica no emprego de lhe.

CONSIGO Significa com você mesmo, com ele mesmo; é, portanto, reflexivo, sempre sereferindo ao sujeito da oração.Ex.: Você trouxe consigo o material? Carlos trará consigo os discos.Obs.: Está errada uma frase do tipo “Preciso conversar consigo”, tão ao gosto do povo. O certo é “Preciso conversar contigo” ou “Preciso conversar com você”.

LHE Com verbos ou nomes que peçam a preposição a (ou para).Ex.: Disse a verdade ao amigo.Disse-lhe a verdade.

Observaçõesa) Não se usa lhe com verbos que peçam outras preposições.Ex.: Eu lhe gosto muito. (errado)Gosto muito de você. (certo)Gosto muito dele. (certo)Eu sempre lhe confiei. (errado)Eu sempre confiei em você. (certo)Eu sempre confiei nele. (certo)b) Como vimos em outra lição, o pronome lhe é empregado como objeto indireto (ou complemento nominal); o pronome o, como objeto direto.Ex.: Ofereci-lhe ajuda. (Oferecer alguma coisa a alguém)Estudei-o ainda de manhã. (Estudar alguma coisa)PRONOME

DE TRATAMENTO

Pronomes com a palavra Vossa (Vossa Senhoria, Vossa Excelência etc.).São empregados quando se conversa com a pessoa.Ex.: Vossa Excelência será entrevistado à noite.

Pronomes com a palavra Sua (Sua Senhoria, Sua Excelência etc.).São empregados quando se fala a respeito da pessoa.Ex.: Sua Excelência, o governador, vai inaugurar aquela usina.

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Observaçõesa) Ao pronome de tratamento Vossa Excelência corresponde o adjetivo excelentíssimo.Ao pronome Vossa Senhoria, o adjetivo ilustríssimo.Ex.: Excelentíssimo senhor prefeito, solicito a V.Exª que reexamine a minha situação.Ilustríssimo senhor diretor, solicito a V.Sª que reexamine a minha situação.b) Não se abrevia o pronome de tratamento Vossa Excelência (ou Sua Excelência) quando usado em relação ao presidente da República.Ex.: Vossa Excelência, senhor presidente, naturalmente será convidado. (E não V.Exª)

EU/ MIM TU / TI

os pronomes eu e tu são empregados na função desujeito; ti e mim, na de complementos.Ex.: Deixou a revista para mim.Deixei a revista para ti.Deixou a revista para eu ler. (eu é sujeito de ler)Deixei a revista para tu leres. (tu é sujeito de leres)Tudo está calmo entre mim e ti.Tudo está calmo entre ti e mim.Obs.: Com preposição acidental, usa-se eu e tu.Ex..: Exceto eu, todos deram gargalhadas.

Transformações do pronome o (e flexões)

Lo (e flexões)Empregado quando o verbo termina em r, s ou z, com a queda dessas letras.Ex.: Vamos pedir um lápis.Vamos pedi-lo.Estudemos a proposta.Estudemo-la.Fiz os relatórios.Fi-los.No (e flexões)Empregado quando o verbo termina em m ou ditongo nasal.Ex.: Ouviram o programa.Ouviram-no.Dão a revista.Dão-na.

Observaçõesa) Emprega-se o (e flexões) em todos os outros casos.Ex.: Espero seu amigo lá fora.Espero-o.Mostrei a publicidade.Mostrei-a.b) Lo e no são alterações de o. Portanto, empregam-se com verbos transitivos diretos.8) PleonasmoOs pronomes pessoais oblíquos muitas vezes são reforçados por outro pronome, de mesma pessoa.Ex.: A mim, disseram-me que haveria aula.A ti, não te explicaram tudo.Este /

esse / aquele (e flexões)

Este (esta, estes, estas) Indica proximidade máxima, no espaço e no tempoEx.: Veja esta flor. (a flor está na mão do falante)Este ano é especial. (o ano atual)Esse (essa, esses, essas) Indica proximidade relativa, no espaço e no tempo.Ex.: Veja essa flor. (a flor está com quem o falante conversa, ou perto dos dois)Esse ano foi especial. (um ano já passado, mas próximo)Aquele (aquela, aqueles, aquelas) Indica afastamento maior.Ex.: Veja aquela flor. (a flor está afastada do falante e da pessoa com quem eleconversa)Aquele ano foi especial. (um ano bem afastado)

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Observaçõesa) Tudo o que se disse vale para os pronomes invariáveis isto, isso, aquilo.b) Os pronomes demonstrativos podem, num processo de coesão, ligar-se a palavras ouexpressões no texto.- Esse, essa, issoReferem-se ao que passou no texto. Diz-se que têm função anafórica.Ex.: Ele fez declarações importantes. Isso acalmou a sociedade.- Este, esta, istoReferem-se a algo que ainda vai aparecer no texto. Diz-se que têm função catafórica.Ex.: Este conselho lhes dou: não se preocupem excessivamente com os obstáculos.Obs.: Há uma tendência, hoje em dia, a relaxar um pouco o emprego de tais pronomes.Em termos de prova, convém ficar atento a eles. c) Quando se quer evitar a repetição de dois termos passados, usam-se os pronomes isto e este (e flexões) para designar o substantivo mais próximo; aquilo e aquele (e flexões), para o mais afastado.Ex.: O homem e a mulher conversaram na empresa. Aquele é um conhecido professor; esta, uma dedicada enfermeira.Vimos, no zoológico, uma raposa e um lobo. Este uivava sem parar; aquela andava de um lado para o outro.Cujo (e

flexões)

Equivale a um possessivo e não admite artigo, nem antes, nem depois.Ex.: Encontramos o técnico em cujo trabalho realmente confiamos.Entenda-se: “Encontramos o técnico. Confiamos em seu trabalho”.Obs.: Não aceite construções como cujo o, cuja a, cujos os e cujas as; também estãosempre errados ao cujo e à cuja.

COLOCAÇÃO PRONOMINALantes do verbo (próclise) Ex.: Nada o preocupava.

Diz-se que o pronome o está proclítico ou em próclise.

no meio do verbo (mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito do indicativo)

Mandar-te-ei os documentos.Diz-se que o pronome te está mesoclítico ou em mesóclise.

após o verbo (ênclise). Pediram-me ajuda.Diz-se que o pronome me está enclítico ou em ênclise.

Observaçõesa) Existem situações de próclise obrigatória que estudaremos a seguir. A ênclise e a mesóclise só são empregadas quando não há obrigatoriedade de próclise. Digamos, então, que “quem manda” é a próclise.b) A mesóclise, diferentemente da próclise e da ênclise, exige que o verbo esteja num determinado tempo, no caso o futuro do indicativo (do presente ou do pretérito).A fim de facilitar, resumimos todas as regras de colocação pronominal a três:1) REGRA GERAL:Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, usando próclise em situações excepcionais, que são:

- Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto.

- Exemplos: “Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força do advérbio de negação. “Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória por força da conjunção;

- Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória.

- Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acentua o pensador político” – uma oração subordinada causal, como a da questão, exige a próclise.).

2) EMPREGO PROIBIDO:- Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um copo d’água. / Permita-me

fazer uma observação);- Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Com essas

formas verbais, usa-se a próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-se

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a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos futuros, emprega-se o pronome em mesóclise.

- Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido - nem “me concedida” – iniciar período com pronome é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).

3) EMPREGO FACULTATIVO:- Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra “atrativa”, a colocação do

verbo pode ser enclítica (após o verbo) ou proclítica (antes do verbo). Exemplo: “Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa.” “Para não colocar-me em situação ruim, encerrei a conversa.” Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação, desde que não caia em um caso de proibição (começar período).

NÃO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO SUBJUNTIVO – Na maior parte dos verbos, essas formas são iguais (para comprar/quando comprar). Contudo, a regra da colocação pronominal só se aplica ao infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do subjuntivo, aplica-se a regra geral. Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do subjuntivo, troque o verbo por um que apresente formas diferentes, como o verbo trazer (para trazer / quando trouxer), fazer (para fazer/ quando fizer), pôr (para pôr/ quando puser), e tire a prova dos noves. Se for infinitivo, pode colocar o pronome antes ou depois, tanto faz. De qualquer jeito, estará certo, mesmo que haja uma palavra atrativa (invariável).Observação importante: quando houver DUAS palavras invariáveis, o pronome poderá ser colocado entre elas. A esse fenômeno dá-se o nome de APOSSÍNCLESE.Exemplo: “Para não levar-me a mal, irei apresentar minhas desculpas.” – como vimos, com infinitivo está sempre certa a colocação (caso facultativo), mesmo que haja uma palavra invariável (no caso, são duas – para e não).COLOCAÇÕES IGUALMENTE POSSÍVEIS:(1) “Para não me levar a mal, ...”- O pronome foi atraído pelo advérbio.(2) “Para me não levar a mal, ...” – O pronome foi atraído pelo pronome.

COM AS FORMAS VERBAIS SIMPLES1) PrócliseCom advérbios que não peçam pausa.

- Ali se trabalha bastante.

Obs.: Se for usada a vírgula, que o advérbio permite, não caberá mais a próclise. Ex.: Ali, trabalha-se bastante.Com pronomes indefinidos, relativos e interrogativos.

- Ninguém se machucou. (ninguém é pronome indefinido)

- Não entendi o recado que me deram. (que é pronome relativo)

- Quem nos explicará o caso? (quem é pronome interrogativo)

Com as conjunções subordinativas.

- - Ele disse que me avisaria. (que é conjunção subordinativa integrante)

- Correram quando nos aproximamos. (quando é conjunção subordinativa temporal)

Com o gerúndio precedido de em.

- Em se colocando as coisas dessa forma, não há dúvidas.

Com as frases optativas. - Deus te proteja!Obs.: Frase optativa é aquela que exprime um desejo do falante. Normalmente, temponto de exclamação.Com qualquer palavra negativa geralmente advérbios e pronomes indefinidos, que já vimos que exigem próclise).

- Não me explicaram o problema

2) ÊncliseNo início do período. - Disseram-lhe tudo.Obs.: Quando se inicia a frase com o verbo, não há palavra atrativa para que se empregue a próclise. Por isso se diz que não se começa frase com pronome átono.Com verbo no imperativo afirmativo.

- Pedro, levante-se!- Levante-se!

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Observaçõesa) Quando o verbo está no imperativo afirmativo, ou se usa o vocativo (Pedro), ou se inicia a frase com o verbo. No primeiro caso, haverá a vírgula, que vai impedir a próclise; no segundo, o verbo estará iniciando a frase, o que também pedirá ênclise.b) O imperativo negativo pede próclise, já que apresenta a palavra não.Ex.: Paulo, não se levante!Com determinadas orações reduzidas de gerúndio, que pedem pausa.

- O professor adiou a prova, deixando-nos menos preocupados.

3) MesócliseOcorre quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

- Mandar-lhe-ei a intimação. - Escrever-te-ia uma nova carta.

Observaçõesa) Não se esqueça de que, havendo palavra atrativa, a preferência é da próclise. - Nunca lhe mandarei a intimação. (correto)- Nunca mandar-lhe-ei a intimação. (errado)b) Futuro do subjuntivo exige próclise, por causa da conjunção subordinativa ou do

pronome relativo.- Quando te pedirem algo, procura atender.- Analisarei o projeto que me mandarem.

Próclise facultativaHá casos em que se pode usar indiferentemente próclise ou ênclise, próclise ou mesóclise. É o que se entende por próclise facultativa ou optativa.Com os substantivos. - O garoto se machucou.

- O garoto machucou-se.- O garoto se machucará.- O garoto machucar-se-á.

Com os pronomes pessoais e os pronomes demonstrativos.

- Ele me agradou.- Ele agradou-me.- Ele me agradará.- Ele agradar-me-á.- Isto me agrada.- Isto agrada-me.- Isto me agradará.- Isto agradar-me-á

Com as conjunções coordenativas. - Falou pouco, mas se cansou.- Falou pouco, mas cansou-se.- Falará pouco, mas se cansará.- Falará pouco, mas cansar-se-á.

Com o infinitivo pessoal precedido de palavra negativa.

- Esforcei-me para não o magoar.- Esforcei-me para não magoá-lo.

Observaçõesa) Como se viu nos três primeiros casos de próclise facultativa, se o verbo estiver no

presente ou no passado, pode-se usar a próclise ou a ênclise; no futuro do indicativo, a próclise ou a mesóclise.

b) O último caso é perigosíssimo, pois existe a palavra não, que normalmente exige próclise. Mas isso não ocorre quando ela antecede o infinitivo pessoal.

COLOCAÇÃO NAS LOCUÇÕES VERBAISComo vimos ao estudar os verbos, a locução verbal é a união de um verbo auxiliar e um verbo principal. O principal, que é sempre o último, encontra-se numa forma nominal: infinitivo, gerúndio ou particípio. Vejamos, então.1) Com o infinitivo ou o gerúndio. Veja, abaixo, as frases consideradas perfeitas.

- Quero mostrar-lhe o resultado.- Estou mostrando-lhe o resultado.- Quero-lhe mostrar o resultado.- Estou-lhe mostrando o resultado.

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Observaçõesa) Com palavra atrativa, não será possível a ênclise ao verbo auxiliar.- Não quero mostrar-lhe o resultado. (certo)- Não lhe quero mostrar o resultado. (certo)- Não estou mostrando-lhe o resultado. (certo)- Não lhe estou mostrando o resultado. (certo)- Não quero-lhe mostrar o resultado. (errado)- Não estou-lhe mostrando o resultado. (errado)b) Se o pronome estiver solto entre os dois verbos (sem hífen), teremos uma situação

polêmica. Para alguns gramáticos, é correto, para outros não. Convém fazer a questão por eliminação.

- Quero lhe mandar o resultado. (certo ou errado)- Estou lhe mandando o resultado. (certo ou errado)

Pode parecer estranho o que estou dizendo, mas é a realidade da língua portuguesa. Numa redação, peço-lhe que não use o pronome solto entre os dois verbos.2) Com o particípio Quando o verbo principal é o particípio, há uma limitação maior. Só duas colocações são rigorosamente corretas, uma delas com palavra atrativa.

- Tenho-lhe mostrado o resultado.- Nunca lhe tenho mostrado o resultado.

Observações finaisa) O particípio, diferentemente do infinitivo e do gerúndio, não admite ênclise.- Tenho mostrado-lhe o resultado. (errado)- Nunca tenho mostrado-lhe o resultado. (errado)b) Com o pronome solto entre os dois verbos, como vimos anteriormente, a situação é

polêmica. Resolva por eliminação.- Tenho lhe mostrado o resultado. (certo ou errado).

c) Veja, a seguir, como se deve agir quando há uma frase com pronome solto entre os dois verbos.

Assinale o erro de colocação pronominal.a) Alguém me falou sobre o jogo.b) Vou lhe contar algo.c) Mostrá-lo-ei.d) Me deixaram feliz.A alternativa b pode ser considerada correta ou errada pela banca do concurso. Assim, observe as outras opções. A última traz uma frase começada por pronome átono. Isso é, já o dissemos, inaceitável. Assim, deduz-se que a banca considerou correta a opção b. O gabarito só pode ser a letra d.

d) Às vezes o pronome átono fica entre duas palavras atrativas. É uma situação especial de próclise conhecida como apossínclise.

- Talvez me não peçam nada.- É claro que fica mais agradável dizer “Talvez não me peçam nada. Contudo, ambas as

construções são corretas.e) A palavra atrativa pode estar antes de uma expressão entre vírgulas.- Ele garantiu que, se não chovesse, se apresentaria logo.

A conjunção que atrai o pronome átono me.

6. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS

MODO VERBALIndicativo Subjuntivo ImperativoUm fato Uma hipótese Um pedidoum fato real, que pode pertencer ao presente, ao passado ou ao futuro

um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível.Situar o fato no campo da probabilidade

expressa idéias de ordem, pedido, desejo, convite.

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situa o fato no plano da realidade, da certeza

coloca o fato no plano do que é provável, hipotético, possível, sem a mesma certeza do Indicativoé bastante usado com determinadas conjunções (embora, caso, que etc.)

IMPERATIVOA REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o presente do subjuntivo. São conjugados pelo presente do subjuntivo os verbos em todas as pessoas (2ª do singular e do plural, 3ª do singular e do plural e 1ª do plural) no imperativo negativo, e nas 3ª pessoas (singular e plural) e 1ª pessoa do plural no imperativo afirmativo. Essa é a regra.Exemplo: “Venha para a Caixa você também” – 3ª pessoa do singular (O comercial estava errado!!!).“Não nos deixeis cair em tentação” – 2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-se vós.)A EXCEÇÃO fica por conta das segundas pessoas (tu e vós) no imperativo afirmativo. Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o “s” final.RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e plural) buscam a conjugação do presente do indicativo e tiram a letra ‘s’. Todo o restante tem origem no presente do subjuntivo.Exemplo:1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” – A forma “dize” é a redução do presente do indicativo da 2ª pessoa do singular (dizes – [s] = dize). Detalhe: o verbo “dizer”, assim como todos que têm essa terminação -zer, é um verbo abundante, que admite tanto “dize” como “diz”, no imperativo.2 – “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma “fazei” é a conjugação no presente do indicativo da 2ª pessoa do plural (vós fazeis), sem o “s”. Aliás, esse segundo exemplo foi retirado de uma oração – a Oração de São Francisco de Assis, que não é tão conhecida quanto o “Pai Nosso”. No “Pai Nosso”, temos vários exemplos do uso do imperativo, tanto afirmativo quanto negativo. Dá-se a Deus a respeitosa forma de tratamento "vós", que, como já vimos, é da segunda pessoa do plural. Em "Perdoai as nossas ofensas", as pessoas que rezam dirigem-se ao Criador e pedem a Ele que lhes perdoe as ofensas praticadas. É para isso que também serve o imperativo. Além de ordem, essa forma verbal pode expressar também súplica, desejo ardente, que é como são feitos esses pedidos.Na prece, “perdoai" e "livrai" ("perdoai as nossas ofensas"/"livrai-nos do mal") estão no imperativo afirmativo, enquanto que "deixeis" ("não nos deixeis cair em tentação") está no imperativo negativo."Perdoai" e "livrai" obedecem a um esquema que já vimos.Como são conjugações de 2ª pessoa do plural, essas formas vêm do presente do indicativo, sem o "s" final. Fazem parte da EXCEÇÃO.E "Não nos deixeis cair em tentação"? É da conjugação do imperativo negativo e recai na REGRA GERAL, ou seja, se forma a partir do presente do subjuntivo (que eu deixe, que tu deixes, que ele deixe, que nós deixemos, que vós deixeis, que eles deixem).Na hora da dúvida, mesmo que você não seja católico, comece a rezar o Pai Nosso e veja como se conjugam as formas verbais no Imperativo. Mas, para dar certo, você deve aprender a rezar direito!!!!Observaçõesa) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, eu; a terceira pessoa é você.b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do presente do indicativo. Eis o seu imperativo:afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejamnegativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não sejamc) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos passar para tu, e vice-versa.Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu)Peça agora a sua comida. (tratamento: você)d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo afirmativo, perder também a letra e que aparece antes da desinência s.Ex.: faze (tu) ou faz (tu)dize (tu) ou diz (tu)e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego do imperativo. É assunto muito

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cobrado em concursos públicos.

TEMPOS VERBAISPresente fato ocorre no momento em que se fala (Ouço ruídos na

cozinha.); ou fato que é comum de ocorrer (Eu morro de inveja dele. / Chove todos os dias em Belém.);ou apresenta um princípio, um conceito ou um dado (Todos os anos, muitas crianças morrem de desnutrição no Brasil.)

Pretérito Perfeito fato ocorrido e perfeitamente concluído antes do momento em que se fala (Todos souberam do assassinato de Celso Daniel.)

Pretérito Perfeito Composto

Denota continuidade do ato, com início no passado (Eu tenho cometido muitos erros na escolha dos meus namorados.)

Pretérito Imperfeito fato realizado e não concluído (Ele buscava a perfeição antes de morrer.) ou que apresenta uma certa duração (Ele andava pela rua quando foi abordado pelos ladrões.)

Pretérito Mais que Perfeito

fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte,ele pedira o perdão aos filhos.)

Pretérito Mais que Perfeito Composto

Forma mais comum de expressar o fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.)

Futuro do Presente fato posterior certo de ocorrer no futuro (Doarei todo o material de estudo após a minha aprovação.)

Futuro do Presente Composto

denota futura ocorrência de um fato que se iniciou no presente (Até o próximo ano, terei acumulado quase um milhão de reais em dívidas.)

Futuro do Pretérito 1) fato posterior a um fato passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que o nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO PASSADO].);

2) fato não chegou a se realizar (Eu iria à sua casa, mas tive um problema.);

3) também pode denotar incerteza (“Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico.”),

hipótese relacionada a uma condição (“Se você tivesse comprado o carro [CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE].”)

ou polidez (“Você poderia me passar o sal?”).Futuro do Pretérito Composto

o mesmo que o Futuro do Pretérito com relação aos dois primeiros aspectos.

VERBOS IRREGULARES COMUNS EM CONCURSOSÉ importante saber a conjugação dos verbos que seguem. Eles estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais problemáticos.1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem integralmente o verbo pôr.

Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.pus → compus, repus, expus etc.

2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente o verbo ter.

Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.tiveste → retiveste, mantiveste etc.

3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem integralmente o verbo vir.

Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.vim → intervim, convim etc

4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo ver.

Ex.: vi → revi, previ etc.víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc.

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Observaçõesa) Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado segue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo primitivo e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem a verbos derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, vale a mesma regra explicada acima.Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente se fala por aí) b) Requerer e prover não seguem integralmente os verbos querer e ver. Eles serão mostrados mais adiante.5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, cremos, crestes, creram.6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo fechado em todos os tempos, inclusive o presente do indicativo.

Ex.: A bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se diz)Eu inteiro (e não intéro)

7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, expelir, repelir:

a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, aderimos, aderem.b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adirais, adiram.Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na primeira pessoa do singular dopresente do indicativo e em todas do presente do subjuntivo.

8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, enxáguas, enxáguab) presente do subjuntivo: ágüe, ágües, ágüe; enxágüe, enxágües, enxágüe

9) Argüir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do subjuntivo:

apazigúe, apazigúes, apazigúe, apazigüemos, apazigüeis, apazigúem

11) Mobiliar: a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliamb) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobíliem

12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros terminados em ear)

a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiamb) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, passeemos, passeeis, passeiem

Observaçõesa) Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o ditongo ei nas formasrisotônicas, mas apenas nos dois presentes.b) Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto.Ex.: estréio, estréias, estréia; idéio, idéias, idéia14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.

Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam

Observaçõesa) Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas risotônicas.b) Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar, apesar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e, conseqüentemente, em todo o presente do subjuntivo.

Ex.: requeiro, requeres, requerrequeira, requeiras, requeirarequeri, requereste, requereu

16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito perfeito, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no futuro do subjuntivo e no particípio; nos demais tempos, acompanha o verbo ver.

Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera; provesse, provesses, provesse etc.provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei, proverás, proverá etc.

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17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, colorir, ressarcir, demolir, acontecer, doer são verbos defectivos. Estude o que falamos sobre eles na lição anterior, no item sobre a classificação dos verbos.

Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, reaveis

VOZES DO VERBO. São três:

ATIVA: o sujeito pratica a ação verbal.Ex.: O carro derrubou o poste.

PASSIVA: o sujeito sofre a ação verbal.- analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar. Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.- sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se. Ex.: Derrubou-se o poste.Enquanto todos os verbos têm voz ativa, apenas alguns deles podem passar para a VOZ PASSIVA: os que possuírem OBJETO DIRETO.– Sem objeto direto, a frase não vai para a passiva.– Se a frase já estiver na passiva, isso indica que o seu verbo deve ser transitivo direto.Essas duas afirmações ficam evidenciadas ao examinarmos detalhadamente a TRANFORMAÇÃO PASSIVA:ATIVA: Os candidatos poderão realizar a prova.PASSIVA: A prova poderá ser realizada pelos candidatos.PASSOS DA TRANSFORMAÇÃO PASSIVAVoz Ativa → Voz Passiva Analítica

OD + “SER” NO MESMO TEMPO + PARTICÍPIO + POR/PELO + SUJEITO + OUTROS

1) Fazer a análise sintática.2) Contar o número de verbos.3) Verificar o tempo do verbo principal.4) Aplicar a fórmula.

VOCÊ DEVE ESTAR ESPECIALMENTE ATENTO PARA OS SEGUINTES PONTOS:(1) A manutenção do tempo verbal.(2) A manutenção do(s) verbo(s) auxiliar(es).

REFLEXIVA: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece um pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou.

7. CONCORDÂNCIA NOMINAL

REGRA BÁSICAO adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome adjetivo concordam em gênero e número com o substantivo ao qual se referem.Exemplos:O menino bondoso. → Um menino bondoso.A menina bondosa. → Esta menina bondosa.Os meninos bondosos. → Dois meninos bondosos.As meninas bondosas. → Estas meninas bondosas.

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CASOS ESPECIAIS1 – Quando o adjetivo vem depois de dois ou mais substantivos, devemos

considerar:a) Os substantivos são do mesmo gênero: nesse caso, o adjetivo conserva o gênero e vai para o plural ou concorda com o mais próximo (permanecendo, então, no singular).

- Ela tem marido e filho dedicados.- Ela tem marido e filho dedicado.

b) Os substantivos são de gênero diferente: nesse caso, o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda com o substantivo mais próximo.

- Enviamos jornais e revistas ilustrados.- Enviamos jornais e revistas ilustradas.

CASOS ESPECIAIS2 – Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos

Quando o adjetivo vem anteposto a dois ou mais substantivos, é mais freqüente a concordância com o mais próximo.

- Mostrou notável sensibilidade e carinho.- Queira V. Sa. aceitar meus protestos de alta estima e apreço.- Minha mulher e filhos.- Muitas mulheres e homens.

Observações:I – Quando os substantivos são nomes próprios (ou nomes de parentesco), o adjetivo vai sempre para o plural.

- Os conhecidos Barcelos e Sousa foram os primeiros moradores daquela zona.

- Os espertos tio e sobrinho quiseram apossar-se da herança.II – O adjetivo, mesmo se vier após os substantivos, concordará obrigatoriamente com o último, quando se referir, de modo nítido, apenas a este.

- Ela ganhou um livro e um disco orquestrado.- Um gato e um cachorrinho vira-lata estavam no quintal.

III – Se houver artigo entre o adjetivo e o substantivo, ambas as concordâncias podem ser feitas

- Chegaram animados a moça e o rapaz- Chegou animada a moça e o rapaz.

3 – Particípio

O particípio, empregado nas orações reduzidas, sempre concordará com o sujeito.

- Realizado o trabalho, saímos juntos.- Cumpridas as exigências, procedeu-se à chamada dos candidatos.- Entendia a mensagem, começamos a trabalhar.

4 – Predicativo

O predicativo do sujeito sempre concordará com o mesmo.- O ônibus chegou atrasado.- Os ônibus chegaram atrasados.- Os documentos seguem anexos ao requerimento.- Maria saiu cansada.

Observação:O predicativo do objeto concordará com este.

- Pediu alguns níqueis emprestados.- Ela considerava suas irmãs imaturas.- Julgo espertos o tipo e a sobrinha.

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5 – Nomes de cor

- blusas brancas. (brancas é adjetivo)- blusas laranja. (laranja é substantivo: invariável ao indicar cor)- blusas verde-amarelas. (dois adjetivos: só o segundo se flexiona)- blusas verde-abacate. (adjetivo mais substantivo: composto invariável)- blusas cinza-claro. (substantivo mais adjetivo: composto invariável)a) Nomes de cor quando originados de um substantivo. não varia- Automóveis vinho - Cortinas areia - Colchas rosa - Blusas azul-turquesa -

Camisas amarelo-âmbar - Lenços amarelo-canário.- Exceção: lilás Tecido lilás - Tecidos lilases.b) Nomes de cor quando adjetivos varia o segundo elemento.- Sapatos verde-escuros - Olhos azul-claros - Colcha amarelo-esverdeada

- Camisas rubro-negras.- Exceções: As palavras bege, azul-marinho e azul-celeste são

invariáveis. bolsas bege. sapatos azul-marinho e comprou lenços azul-celeste.

Observaçõesa) Na palavra composta, o primeiro nome que indica cor não vai ao plural.b) Se o composto for usado como substantivo, os dois elementos se

flexionarão.- O azul-claro. Os azuis-claros.

6 – Anexo, Extra, Junto, Quite, Leso, Obrigado, Anexo, Incluso, Bastante

variam normalmente.- Anexos ao processo estavam os documentos solicitados.- Tinha bastantes amigos e nenhuns inimigos.- Foram gastos recursos extras na construção do prédio.

Obs.:Bastante (variável ou não)

- Recebeu bastantes prêmios. (bastantes: pronome adjetivo indefinido)- Recebeu prêmios bastantes. (bastantes: adjetivo)- Estavam bastante cansados. (bastante: advérbio, pois modifica um

adjetivo)Em anexo é invariável.

- Mandei em anexo dois recibos.Mesmo, Próprio

concordam com a palavra a que se referem na frase.- Ela mesma fez a limpeza. Ela própria fez a limpeza.- Ele mesmo fez a limpeza. Ele próprio fez a limpeza.

Obs.: Mesmo e próprio em frases desse tipo são pronomes demonstrativos usados para reforçar um termo na frase. Mesmo pode ser advérbio (realmente), ficando então invariável.Ex.: Ela fez mesmo a limpeza.

Só Só = sozinho → variávelSó = somente → invariável

- Os parentes ficaram sós.- Só eles reclamaram.

Obs.: A sós é invariável.

- Ele está a sós.- Eles estão a sós.

Nenhum é pronome adjetivo; portanto, concorda com o substantivo.- Nenhum livro. Nenhuns livros. Nenhuma caneta. Nenhumas canetas.

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7 – Cassete, Bomba, Padrão, Fantasma, Relâmpago, Pirata, Monstro, Surpresa, Menos, Alerta, Salvo, Tirante, A olhos vistos, Pseudo, De modo que, De maneira que, De forma que, De Sorte.

Não variam em hipótese alguma- fitas cassete, gravadores cassete; - revelações bomba, testemunhas bomba; - escolas padrão; - firmas fantasma, - vitória relâmpago, ataques relâmpago;- fitas pirata, edições pirata;- passeatas monstro, pesquisas monstro; - festas surpresa, comícios surpresa;- menos ruas; estão alerta; - salvo (ou tirante ou exceto) as crianças, todos fumam- a dívida cresce a olhos vistos;- pseudo-irregulares; - está bem de saúde, de modo que (ou de maneira que ou de sorte que)

pode viajar.

8 – Adjetivos adverbializados, isto é, os adjetivos que se usam em lugar de advérbios.

- Elas falam alto, mas dançam gostoso.- Eles gostavam de falar difícil: nós, fácil.- Transcrevi errado as notícias.

geralmente equivalem, como se vê, a um advérbio em mente.- Elas responderam áspero.- Rezem baixo.- Chuchus custam barato.- Vocês falaram bonito.- A gasolina custa caro.- Ela somou certo a conta.

9 – Substantivo sem artigo, em frases com o verbo ser É Preciso. É Necessário.É Bom, etc.:

ficam invariáveis se acompanhadas de substantivos que exprimem idéia genérica, indeterminada.

- É preciso muita paciência para lidar com crianças.- É necessário folga semanal remunerada.- Água é bom para matar a sede.- Maçã é ótimo para os dentes.- É proibido entrada de pessoas estranhas.- Não é permitido presença de estranhos aqui.- É proibido conversa entre os assistentes.

Havendo determinação do substantivo, o adjetivo com ele concorda:- Esta água é boa para matar a sede.- A maçã Argentina é ótima para a vista.- É proibida a entrada de pessoas estranhas.- Não é permitida a presença de estanhos aqui.- É precisa sua presença aqui.- É necessária nossa participação ativa nessa reivindicação.- São precisos milhões de anos-luz para uma visita a outras galáxias.- Não serão necessários estes exercícios para aprender a lição.- É proibida a conversa entre os assistentes.

10 nomes compostos

I – Flexionam-se os dois elementos quando ambos forem variáveis:- carro-forte/ carros-fortes

II – Flexiona-se o 1º elemento quando o segundo o estiver determinando.- cidade-estado/ cidades-estado

III – Flexiona-se o último elemento quando só ele for variável, em palavras onomatopaicas ou quando o primeiro for um verbo.

- sem-terra/ sem-terrasguarda-chuva/ guarda-chuvasbem-te-vi/ bem-te-vis

IV – Elementos invariáveis.- sempre-viva

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Possível É adjetivo, portanto variável.- Mudança possível- Mudanças Possíveis

Obs.: Às vezes, é empregado como reforço em frases especiais, em que concorda com o artigo.

- Histórias o mais tristes possível.- Histórias as mais tristes possíveis.- Histórias quanto possível tristes.

Como se vê, se houver o advérbio quanto, possível fica invariável.Um e outroUm ou outroNem um nem outro

substantivo no singular e adjetivo no plural.- Um e outro animal ferozes fugiu.

Obs.: Com certeza você achou a frase estranha, não é mesmo? Principalmente porque overbo está no singular. Verifique o emprego dessa expressão na concordância verbal.

Tal qual Tal concorda com o primeiro termo; qual, com o segundo.- Ele era tal qual o colega.- Eles eram tais qual o colega.- Ele era tal quais os colegas.- Eles eram tais quais os colegas.

Esquisito, não é mesmo? Não se desespere, meu amigo. Há muita coisa estranha em português; estranha, mas correta. Com o tempo, você se acostuma.

Haja vista invariável- Haja vista os resultados.

Obs.: Admitem-se também duas outras construções.

- Haja vista aos resultados.- Hajam vista os resultados

Meio variável ou invariável.- Ele trouxe meia melancia. (numeral, acompanha substantivo)- Ela estava meio chateada. (advérbio, liga-se ao adjetivo).

Cuidado! Para alguns gramáticos importantes, o advérbio meio pode flexionar-se. É uma situação polêmica. Não se precipite. Se a banca do concurso colocar a frase "Ela estava meia chateada", verifique as outras opções; ela pode ter considerado correta a frase. Ou seja: faça por eliminação.

Todo variável ou invariável.- Ela chegou todo machucada.- Ela chegou toda machucada.

Observaçõesa) A palavra todo, nas duas frases, é advérbio de intensidade, pois modifica adjetivo, equivalendo a totalmente. Na segunda, há uma flexão por influência do adjetivo machucada. É, pois, um advérbio que pode flexionar-se.b) Em todo-poderoso, todo é invariável.

- O todo-poderoso. Os todo-poderosos- A todo-poderosa. As todo-poderosas.

8. CONCORDÂNCIA VERBAL É a concordância do verbo com o sujeito em número e pessoa.

1. REGRA GERAL:

O sujeito concorda com o verbo e vice-versa. - Tu tinhas razão quando dizias que eu era cínica.

2. SUJEITO COMPOSTO

ANTEPOSTO AO VERBO Verbo no plural- Pedro e Joana estudam para concurso.

SUJEITO FORMADO POR SINÔNIMOS verbo no singular- A ira e a raiva fará dele um infeliz

POSPOSTO AO VERBO verbo no plural ou concorda com o mais próximo.- Chegaram o Governo e a Oposição a um impasse.- Chegou a correspondência e o pacote.

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3. VERBOS HAVER E FAZER

HAVER = EXISTIR ; FAZER, HAVER = TEMPOSão verbos impessoais, não tem sujeito, ficam na 3ª pessoa do singular.

- Havia (Deve haver) fortes indícios de compra de votos pelo Ministro.

- Faz (Vai Fazer) três anos que eles vivem juntos e nunca tiveram uma briga séria.

- Devem (Deve) ser três horas.- Há (Deve haver) muitos dias que não saio

4. SUJEITO COMPOSTO COM PRONOMES PESSOAIS DE PESSOAS DIFERENTES

O verbo vai para o plural, concordando com o pronome de “menor” pessoa.- EU e TU somos bons amigos. (1ª pessoa do plural)- TU e ELE sois bons amigos. (2ª pessoa do plural)

EU + TU + ELE ou EU + TU = NÓS ; TU + ELE = VÓS ou ELES, neste último caso admiti-se a terceira pessoa do plural, pois a segunda do plural está caindo em desuso.

5. VERBO SER EM INDICAÇÕES DE HORA, DATA OU DISTÂNCIA O verbo concorda com o predicado.

- São cinco horas da madrugada.- Hoje são quinze de abril.- É meio-dia.

Obs.: com a palavra dia expressa, verbo no singular. Ex.: Hoje é dia quinze de abril.EM LOCUÇÕES, ESPECIFICANDO PREÇO, PESO, QUANTIDADE, DISTÂNCIA é muito ; é pouco ; é mais de ; é menos de ; é tanto O verbo não varia - singular.

- Duas semanas é muito para fechar o negócio.SUJEITO: TUDO, NADA, ISTO, AQUILO concordância opcional

- Tudo era/eram alegrias. SEMPRE CONCORDA COM A PESSOA OU PRONOME PESSOAL, não importa a ordem da frase

- Carlos era as alegrias da família. As alegrias da família era Carlos.- Nós éramos as alegrias da família. As alegrias da família éramos

nós.6. SUJEITO REPRESENTADO POR “QUE” ou “QUEM”

O verbo concorda em número e pessoa com o antecedente do pronome QUE.- És tu que deves assumir a responsabilidade.- Somos nós que iremos a presença do juiz.

Quando o pronome for QUEM, o verbo deve ir para a 3ª pessoa do singular ou concorda com o antecedente.

- Sou eu quem deve ir ao Cartório.- Sou eu quem devo ir ao Cartório.

- PRONOMES INTERROGATIVOS QUE e QUEM

Verbo concorda com o predicativo- Quem são vocês?- Que eram, afinal, os problemas?

7. PRONOME DE TRATAMENTO

O verbo permanece na 3ª pessoa.- V. Senhoria trouxe o mandado de prisão?

8. TOPÔNIMOS

O verbo concorda com o artigo. Na falta deste, o verbo permanece no singular.

- Os Estados Unidos são imperialistas.- Os Sertões foram escritos por Euclides da Cunha.- Campinas localiza-se no Estado de São Paulo.

Obs.: Com o sujeito livro (exemplo) verbo no singular.

- O livro Os Sertões foi escrito por Euclides da Cunha. Com o verbo ser e a palavra livro (modelo) como predicativo a concordância é opcional

- Os Sertões é (são) um grande livro.

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9. QUAL, ALGUM, NENHUM, QUALQUER + DE NÓS, DENTRE NÓS

Com pronome no singular o verbo concorda com o pronome- Qual de nós vencerá a corrida.

Com o pronome no plural a concordância é opcional- Alguns de nós chegaremos lá.- Alguns de nós chegarão lá.

10. MAIS DE UM

O verbo deve ficar no singular, exceto se ele exprimir reciprocidade.- Mais de um chegou atrasado à reunião.- Mais de um dos brigões acertaram-se socos.

11. UM DOS QUEUM E OUTRO

UM OU OUTRO

Concordância opcional- Era um dos que mais falava / falavam.- Um e outro atleta completou / completaram a prova.

UM OU OUTRO – Verbo no singular (Idéia de exclusão)- Um ou outro atleta completou a prova.

12. NOME COLETIVO

Nome coletivo no singular deixa o verbo no singular.- Um bando de alunos invadiu o auditório.- O grupo de professores rejeitou a proposta.

13. VERBO VIVER NAS ORAÇÕES OPTATIVAS

- Viva a noiva! Vivam os noivos!

14. COLETIVOS PARTITIVOS: A MAIORIA, A GRANDE PARTE, A MAIOR PARTE

permanecem no singular ou vão para o plural.- A maioria dos convidados ainda não chegou/chegaram.

15. NÚMEROS PERCENTUAIS OU FRACIONÁRIOS:

singular ou plural.- Trinta por cento da cidade está/estão inundados.- Dois terços da cidade estão sob as águas.

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16. PARTÍCULA SE

Partícula apassivadora ( ou pronome apassivador) A palavra significa alguém e o verbo é sempre transitivo direto verbo concorda com o sujeito

- Espera-se um bom resultado (Sujeito) – (Alguém espera um bom resultado)

- Esperam-se bons resultados. (Sujeito)Símbolo ou índice de indeterminação do sujeito A palavra significa alguém e o verbo não é transitivo direto verbo no singular

- Precisa-se de computadores (Verbo transitivo indireto)- Estuda-se muito (verbo intransitivo)- Ficou-se feliz (Verbo de Ligação)

Às vezes um VTD apresenta um OD preposicionado. O se, no caso, é um símbolo de indeterminação do sujeito e o verbo fica na terceira pessoa do singular

- Comeu-se do bolo.17. VERBOS

DAR, BATER, SOAR e TOCAR indicando horas

VERBO concorda com o sujeito- Já deram quatro horas.- O relógio já deu quatro horas.- No relógio já deram quatro horas. (No relógio: adjunto averbial)

18. Verbo Parecer

Locução Verbal – Verbo Auxiliar Parecer – Concorda com o sujeito- Parecem brincar as crianças

DUAS ORAÇÕES – Oração do infinitivo é sujeito da primeira- Parecem brincarem as crianças. Parecem que brincam as crianças.

Obs.: Cuidado com as inversões, pois a frase continua correta- As crianças parece brincarem.- As crianças parece que brincam.

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DICASO sujeito NUNCA pode ser preposicionado- Precisa-se de computadores. (Sujeito Indeterminado)

9. REGÊNCIA NOMINALExistem substantivos, adjetivos e advérbios que pedem complementos. É o que se conhece como complemento nominal, termo introduzido por preposição.

- Ele é útil à comunidade. Termo regente: útil. Termo regido: à comunidade (complemento nominal)

Às vezes, o termo regido é adjunto adnominal, igualmente introduzido por preposição.- Tem uma casa de madeira. Termo regente: casa Termo regido: de madeira

(adjunto adnominal)A regência nominal não é um assunto tão cobrado em provas, como a regência verbal. Mas pode aparecer e, por isso, você terá abaixo uma relação importante de nomes que pedem complementos ou adjuntos, com a preposição ou preposições adequadas de acordo com a norma culta.Acostumado / habituado (preposições: a, com)

- Estou acostumado ao trabalho.- Fiquei acostumado com o barulho.

Alheio (preposição: a) - Vivia alheio a tudo.Amigo (preposição: de) - Sempre foi amigo de todos.Apaixonado (preposições: por e de)

- Era um apaixonado da natureza.- Estava apaixonada pelo colega de trabalho.

Ansioso (preposições: por, para ou de)

- Está ansioso por nova oportunidade.- Permanece ansioso para falar.- Estava ansiosa de ver o cometa.

Aptidão (preposição: para) - Sempre teve aptidão para as artes.Apto (preposições: a ou para) - Sentia-se apto ao trabalho externo.

- Considero-o apto para exercer a profissão.Assíduo (preposição: em) - Paulo é assíduo no escritório.Assédio (preposição: de) - Recebeu o assédio de toda a turma.Atribuído (preposição: a) - O prêmio foi atribuído ao funcionário mais antigo.Busca (preposição: de) - Estamos em busca de um mundo mais justo.Certeza (preposição: de) - O atleta tinha certeza da vitória.Confiante (preposição: em) - Continuava confiante em um futuro melhor.Conforme (preposições: a, com ou em)

- Assumiu uma postura conforme às suas raízes. (semelhante)

- Essa atitude é mais conforme com seus ideais. (coerente)

- Não estavam conformes naquela discussão. (de acordo)

Compatível (preposição: com) A orientação dada não é compatível com a filosofia da empresa.

Contemporâneo (preposição: de) Ele foi contemporâneo de Castro Alves.Cuidadoso (preposição: com) Sejamos cuidadosos com nossas crianças.Entendido (preposição: em) Era entendido em construção naval.Escasso (preposição: de) A jovem era escassa de vaidades.Estranho (preposição: a) É algo estranho ao regulamento.Estudioso (preposição: de) O jornalista é estudioso de ufologia.Exame (preposição: de) Procedeu ao exame do material coletado.Favorável (preposição: a) Ele é favorável a que se tomem novas medidas.Favoravelmente (preposição: a) Agirei favoravelmente a seu caso.Felizmente (preposição: para) Felizmente para todos, o fogo foi logo apagado.Graduação (preposição: em) Festejou sua graduação em Matemática.Grato (preposições a, para ou por) Sou grato a todos neste dia especial. Sua ajuda é

sempre grada para mim. Mostrou-se grato pelo que lhe apresentaram.

Humilde (preposições: com ou de) Sejamos humildes com nossos filhos. Sinto-me humilde de ser brasileiro.

Idêntico (preposição: a ) Ex.: Uma coisa é idêntica à outra.Incluído (preposições: em ou entre) Foi incluído no grupo. Estava incluído entre os mais

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capacitados.Junto (preposições: a ou de) Ficaram junto à garagem. Fiquei junto de todos.Leigo (preposição: em) Nunca fui leigo em pintura.Limite (preposições: a ou de) Não há limites ao artista. Reconheçamos os limites da

nossa inteligência.Medo (preposições: de ou a) O menino tem medo do escuro. Tive medo ao inspetor.Morador / residente (preposições: em ou de)

Nessa época, era morador na Rua do Lavradio. Foi morador da Rua Santa Clara.

Obediente / obediência (preposição: a)

Sempre fui obediente às leis.

Parecido (preposições: com ou a) Era parecido com o avô. Sendo parecido ao pai, foi aceito logo.

Perito (preposição: em) Era perito em construções.Permanência (preposições: em ou junto de)

Já é longa a sua permanência na firma. A permanência junto do amigo foi sua salvação.

Permissão (preposições: de ou para) Não tive permissão de pesquisar o assunto. Pediu ao chefe permissão para sair cedo.

Próximo (preposições: a ou de) Fiquei próximo ao muro. Deixamos o carro próximo da árvore.

Receoso (preposição: de) Parecia receoso do resultado.Referência / referente / referentemente (preposição: a)

Não há referência alguma ao seu trabalho.

Situado / sito (preposição: em) Tem um escritório sito na Av. das Américas.

10.REGÊNCIA VERBALA regência verbal trata das relações entre o verbo e seus elementos. Atente para as seguintes frases:a) Estudar pouco implica em não passar.b) A candidata ao concurso visava o cargo de Auxiliar Judiciário.c) Obedeça sua sede.d) Paguei o vendedor com o dinheiro de meu salário.e) Não me simpatizei com aquela moça.f) Assisti um filme interessante na TV a cabo.

Todas as frases acima, apesar de possivelmente não causarem estranhamento ao falante comum, estão incorretas quanto à regência verbal culta. A regência culta destes verbos e de outros se dá por convenção, simples tomada de modelo a partir de autores renomados da literatura brasileira.

IMPORTANTE!

PRONOME SUBSTITUIO, A, OS, AS ELE, ELA, ELES, ELASLHE, LHES (pessoas) A ELE(S), A ELA(S)

DELE(S), DELA(S)

PRINCIPAIS VERBOS

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1. Amar, Ver, Adorar, Estimar, Admirar, Cumprimentar, Visitar, Namorar, Esperar, Convidar, abençoar, louvar, parabenizar, detestar, odiar

VTDAmo aquela mulher desesperadamente. = Amo-a desesperadamente.Observações:

a) O verbo NAMORAR não admite a preposição COM.b) O verbo ESPERAR pode aparecer com a preposição POR.c) Todos esses verbos (e muitos outros) indicam algum tipo de

sentimento. Tais verbos são transitivos diretos, não pedindo a preposição a.

- Ela visitou ao noivo. (errado) Ela visitou o noivo. (certo)d) Com algumas palavras, notadamente as de cunho religioso, pode

aparecer a preposição a. O complemento é objeto direto preposicionado.

- Amo Deus (OD). Amo a Deus. ( Objeto direto preposicionado)e) Por serem transitivos diretos, não admitem o lhe como complemento,

mesmo que este esteja preposicionado. Não se pode trocar a Deus, no exemplo anterior, por lhe: amo-lhe. Diga-se sempre: Amo-o, estimo-o, adoro-o etc.

2. Obedecer, Suceder, Obstar, desobedecer

VTI preposição A- Obedeça a seus pais. = Obedeça-lhes- Obedeço ao comando

3. Assistir VTD ou VTI = dar assistência, auxiliar:- O governo não assistiu os (aos) flagelados. = O governo não os

assistiu.VTI = presenciar (preposição A obrigatória):

- Assistimos Ao filme Titanic trinta e quatro vezes. = Assistimos A ele trinta e quatro vezes.

VTI = favorecer- Este direito não lhe assiste.

VTI = caber, competir (PREPOSIÇÃO A)- O direito não assiste a você. Não lhe assiste o direito.

VI = residir, moro (preposição EM obrigatória):- O professor assiste EM São Leopoldo.

4. Aspirar VTD = cheirar, sorver, inspirar, levar o ar aos pulmões- Aspirei durante muito tempo fumaça de óleo diesel.

VTI = ambicionar, desejar, almejar (preposição A obrigatória):- Luís aspira Ao cargo. = Luis aspira A ele. Ele aspira à felicidade.

5. Visar VTD = pôr o visto, rubricar:- Esqueci-me de visar o cheque. Ele visou as folhas.

VTD = apontar, mirar:- Visou o olho esquerdo do mosquito.

VTI = ambicionar, pretender, almejar: (Preposição A)- Luís visa Ao cargo. = Luís visa A ele.

6. Preferir VTD – Prefiro biscoitos.VTDI - exige a preposição A

- Prefiro o tchan da Scheila Carvalho Ao da Carla Perez.Observaçõesa) O verbo preferir não aceita palavras ou expressões de intensidade, nem do que ou que.

- Prefiro mais o leite do que o vinho. (errado)- Prefiro o leite ao vinho. (certo)

b) Se não houver artigo no primeiro complemento, não pode haver no segundo.

- Prefiro leite a vinho. (e não ao vinho)

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7. Pagar, perdoar e agradecer

VTD – Complemento (OD) é coisa:- Pagou a dívida. Perdoei o equívoco.

VTI – Complemento (OI) é alguém: (Preposição A)- Pagou Ao cobrador. Perdoei ao amigo.a) Podem aparecer com os dois complementos.

- Perdoei o erro ao amigo.b) Com a preposição de, eles são apenas transitivos diretos.

- Perdoei o erro do colega (OD).c) Veja o emprego especial do verbo pagar.- Paguei ao curso. OI: ao curso (pessoa jurídica; fiz pagamento ao

curso, na condição de aluno)- Paguei o curso. OD: o curso. (trata-se da coisa paga,quitada; ou seja,

comprei o curso e o quitei.8. Avisar, informar, comunicar, advertir, prevenir, certificar, cientificar

quando VTDI → OD (coisa ou pessoa) → OI (coisa ou pessoa)

- Avisei o aluno Da mudança. Avisei Ao aluno a mudança.- Avisei-o De que era proibido. Avisei-lhe que era proibido.- Avisei o gerente do problema. Avisei ao gerente o problema.

a) A pessoa pode ser objeto direto ou indireto, com a preposição a; a coisa, igualmente, pode ser objeto direto ou indireto, com a preposição de ou, mais raramente, sobre.b) É comum o emprego dos pronomes oblíquos.- Informei-o do perigo. Informei-lhe o perigo.c) Às vezes, um dos complementos é oracional (oração subordinada substantiva).- Ele o avisou de que faltaria comida. OD OI (oração subordinada substantiva objetiva indireta)- Ele lhe avisou que faltaria comida. OD OI (oração subordinada substantiva objetiva direta)d) Importantíssimo! Não podem aparecer dois objetos indiretos.

- Certifiquei-lhe do ocorrido. (errado)- Certifiquei-lhe de que haveria problemas. (errado)

Corrigindo, teremos:- Certifiquei-o do ocorrido.- Certifiquei-lhe o ocorrido.- Certifiquei-o de que haveria problemas.- Certifiquei-lhe que haveria problemas.

9. Chegar e Ir A – expressão de lugar.- Cheguei A casa.- Fui Ao cinema.

10. Simpatizar e Antipatizar

COM- Simpatizei COM a nova funcionária.

11. Agradar VTD = fazer carinho:- O carteiro agradou o cachorrinho.

VTI = “contentar” “ ser agradável” Preposição A- O orador agradou Ao público.

12. Querer VTD = “desejar”:- Eu quero a liberdade plena para todos os seres humanos.

VTI = “estimar”, “querer bem”, “gostar” Preposição A- Quero muito A meus pais.

13. Casar ou casar-se

– preposição COM:- Ela casou COM o médico.- Ela se casou COM o médico.

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14. Esquecer, lembrar, recordar

VTD- Ele esqueceu o encontro

a) Como pronominais (esquecer-se, lembrar-se, recordar-se), são transitivos indiretos, com a preposição de.

- Ele se esqueceu do encontro.b) Não sendo pronominais, deduz-se, não podem vir com preposição.- Recordaram do passeio. (errado) Recordaram o passeio. (certo) Recordaram-se do passeio. (certo)c) Lembrar e recordar podem ter dois objetos.

- Lembrei ao colega (OI) o dia do jogo (OD).d) Esses verbo admitem uma construção, considerada clássica, em que a coisa esquecida, lembrada ou recordada aparece como sujeito da oração, enquanto a pessoa atua como objeto indireto. É estranho, eu sei, mas é isso mesmo que você leu.- Esqueceu-me aquela época. (Entenda-se: Esqueci aquela época)(Sujeito: aquela época - Objeto indireto: me)

15. Morar, Residir, Situar-se, estabelecer-se

Pedem adjuntos adverbiais com a Preposição EM (Não admitem a preposição A)

- Moro EM um País tropical.- Sito Na Rua Palmeira das Missões.

16. Chamar VTD = “fazer vir”, “convocar”.- Chamei o professor.- Chamei por você.

VTD ou VTI = “xingar”, “apelidar”, “qualificar” nesse caso, terá um predicativo do objeto (direto ou indireto), introduzido ou não pela preposição de.

- Chamei-o bobo. (Predicativo do objeto direto)- Chamei-o de bobo. (Predicativo do objeto direto)- Chamei-lhe bobo. (Predicativo do objeto indireto)- Chamei-lhe de bobo. (Predicativo do objeto indireto)

17. Responder

VTD: em relação à própria resposta dada.- Responderam que estavam bem. (a resposta dada)

VTI: em relação à coisa ou pessoa que recebe a resposta.- Respondi ao telegrama. (dei uma resposta ao telegrama)

Obs.: Às vezes, aparece com o dois objetos.- Respondemos aos parentes (OI) que iríamos (OD).

18. Precisar VTD = “indicar com exatidão”Ele precisou o local do crime.

19. Presidir, Ajudar, Abdicar, Atender, Preceder, Satisfazer, .

VTD ou VTI Preposição AEle presidiu o congresso.Ele presidiu Ao congresso.

20. Proceder VI: “agir”- Ele procedeu bem.

VI: “justificar-se”- Isso não procede.

VI: “vir”, “originar-se” Preposição DE- A balsa procedia de Belém.

VTI: “realizar”, “dar início”, “dar andamento” Preposição A- O juiz procedeu AO inquérito

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21.Custar VI: “preço”, “valor”- Os óculos custaram oitocentos reais.

VTI:, “ser custoso”, “ser difícil” Preposição Aesse sentido, estará seguido de um infinitivo, sendo a oração deste o sujeito do verbo custar.

- Custou ao menino (OI) entender a explicação (sujeito).a) No exemplo dado, existem duas orações. A segunda (entender a explicação) é o sujeito da primeira (Custou ao menino); portanto, trata-se de uma oração subordinada substantiva subjetiva.b) Popularmente, constrói-se a frase da seguinte maneira: O menino custou a entender a explicação. Ela está errada, pois a pessoa não pode ser o sujeito do verbo custar.

Deve ser usado na 3ª pessoa do SINGULAR:Errado: Eu custei a reconhecê-lo. Certo: Custou-me reconhecê-lo.Errado: Ela custou a chegar à aula. Certo: Custou a ela chegar à aula

22. Implicar VTD:“pressupor”, “acarretar”.- Sua atitude implicará modificações.- Amor implica respeito.

Obs.: Deve ser evitada a preposição em, embora a banca da Esaf já a tenha considerado correta.VTDI: “envolver”--: Preposição em

- Implicaram o servidor no processo.VTI: “demonstrar antipatia” “perturbar” Preposição com

- Sempre implicava com o vizinho.23. Pedir, Implorar, suplicar

VTDI Preposição A (raramente com a preposição PARA)Pediu ao dirigente uma solução.a) Às vezes são apenas transitivos diretos.

- Pedimos uma resposta imediata(OD).b) Só admitem a preposição para quando existe a palavra licença (ou sinônimos), clara ou oculta.

- Ele pediu para que o vendedor saísse. (errado) - Ele pediu para sair. (certo: pediu licença para)

24. Favorecer

VTD- Ele favoreceu o vizinho.

25. Referir-se VTI Preposição A - O tenente referiu-se ao soldado.

Obs.: Não confunda com referir (narrar, contar), que é transitivo direto.- Ele referiu o ocorrido.

Emprego de pronomes relativosO pronome relativo, palavra que inicia as orações subordinadas adjetivas, pode estar antecedido de preposição. Isso depende do verbo da oração adjetiva e da função sintática do pronome relativo.

- O homem a que me referi vai ajudar.- O homem a quem me referi vai ajudar.- O homem ao qual me referi vai ajudar.- O homem em cuja palavra confiamos vai ajudar.

Observaçõesa) Como o verbo referir-se pede a preposição a, ela fica antes do pronome relativo, que é o seu complemento.b) Os pronome relativos que, quem e o qual geralmente podem ser usados uns pelos outros, mas quem só pode ter antecedente pessoa.c) O pronome relativo cujo corresponde a um possessivo. Na frase do exemplo, diz-se em cuja porque o verbo confiar pede a preposição em. Note que se pode dizer “confiamos em sua palavra”. Veja abaixo outro exemplo.Carlos, de cujo caráter não duvidamos, irá conosco. Ou seja: Não duvidamos de seu caráter.

Quando houver um pronome relativo (QUE, QUEM, CUJO, O QUAL, ONDE), é necessário observar alguma palavra que venha logo após. Caso haja uma palavra que exija preposição, essa preposição deverá ser colocada antes do pronome relativo.

- A questão A que me REFIRO é a 12.

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- O hotel EM cujo quarto DORMI é de alto luxo.- A pessoa EM quem mais CONFIO é minha mãe.

Observações finaisa) ONDE (com verbos que pedem a preposição em) ; AONDE (com os verbos que pedem a preposição a)

- Onde está o material? (O material está em algum lugar)- Aonde iremos amanhã? (Iremos a algum lugar amanhã)

Assim, ficam erradas frases do tipo “Veja aonde ficou o caderno”, “Não sei onde ele foi”, “Aonde estamos?”, “Onde você quer chegar?”b) EU e TU (na função de sujeito) ; MIM e TI (na de complemento ou adjunto)

- Isso é para mim.- Isso é para eu levar. (eu é o sujeito de levar)- Demos o livro a ti.- Deixamos o caderno para tu assinares. (tu é o sujeito de assinares)- Não há nada entre mim e ti.

Com preposições acidentais (exceto, menos, salvo etc.), usa-se eu e tu.- Exceto eu, todos saíram.- Estavam todos em casa, menos tu.

c) VTD não vai para a voz passiva, com exceção de obedecer, desobedecer e responder.- O filme foi assistido pela família. (errado) A família assistiu ao filme. (certo)

d) Deve-se evitar a contração da preposição com o artigo que integra o sujeito, bem como com o pronome que constitui o próprio sujeito.

- Chegou a hora do menino brincar. (errado) Chegou a hora de o menino brincar. (certo)

- É a chance dele progredir. (errado) É a chance de ele progredir. (certo)Há discordâncias quanto a esse assunto. O ideal é fazer a questão por eliminação. Em uma redação, no entanto, jamais faça a contração, está bem?e) Não se atribui a mesma preposição a verbos de regência diferente.

- Encontrei e obedeci ao avô. (errado) Encontrei o avô e obedeci-lhe.f) Alguns verbos transitivos indiretos, mesmo pedindo a preposição a, não admitem o pronome lhe como objeto. Veja alguns importantes.

- Assistiu ao espetáculo. Assistiu-lhe. (errado) Assistiu a ele. (certo)- Aspiro à paz. Aspiro-lhe. (errado) Aspiro a ela. (certo)- Visava ao bem. Visava-lhe. (errado) Visava a ele. (certo)- Aludi à diferença. Aludi-lhe. (errado) Aludi a ela. (certo)- Anuiu ao pedido. Anuiu-lhe. (errado) Anuiu a ele. (certo)- Procedeu ao interrogatório. Procedeu-lhe. (errado) Procedeu a ele. (certo)- Presidimos à reunião. Presidimos-lhe. (errado) Presidimos a ela. (certo)

ATENÇÃO! Verbos de regências diferentes não admitem o mesmo complemento:Errado: Entrei e saí da sala.Correto: Entrei na sala e dela saí.

QUADRO RESUMO DE REGÊNCIAVERBO COMPLEMENTO PREP. Agradar (satisfazer)

A

Agradecer ALGUÉM Aspirar (desejar) Assistir (olhar, presenciar) Atender (prestar atenção, realizar) Chegar LUGAR Desobedecer Ir LUGAR Obedecer Pagar ALGUÉM Perdoar ALGUÉM Preferir Proceder Querer (bem, estimar)

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Responder Vir (destino) LUGAR Visar (objetivar) Antipatizar

COM Implicar (provocar) Simpatizar Esquecer

-SE DE Lembrar Ter Aspirar (respirar)

∅ Assistir (prestar assistência) Esquecer Implicar (acarretar) Lembrar Visar (mirar, dar visto)

11.CRASE

NÃO ocorre crase:Antes de PALAVRA MASCULINA - Chegaram a cavaloAntes de VERBO - Ficamos a admirar a paisagemAntes de ARTIGO INDEFINIDO (claro ou oculto)

- Levamos a mercadoria a uma firma- Jamais assisti a peça tão fraca. (a

uma peça tão fraca / a um filme tão fraco)

Antes dos Pronomes demonstrativos ESTA e ESSA

- Não me refiro a esta carta.

Antes de PRONOME PESSOAL (inclusive o de TRATAMENTO)

- Nada revelei a ela.- Já tinha pedido isso a Vossa Senhoria.

Obs.: Os pronomes de tratamento senhora, senhorita, madame e dona (este último quando acompanhado de adjetivo) admitem o acento de crase.

- Dirigiu-se à senhorita Denise.Antes de PRONOMES INDEFINIDO, com exceção de OUTRA.

- Direi isto a qualquer pessoa. - Chegaram a alguma ilha do interior.

(Chegaram a algum município do interior)

Com A no singular antes de palavra PLURAL - Refiro-me a questões internas. Obs.: Usando-se o artigo, haverá o acento.

- Não se prendia às coisas materiais. (Não se prendia aos bens materiais)

Quando antes do A houver uma preposição, com exceção de ATÉ.

Ela compareceu perante a corte.

Em locuções com PALAVRAS REPETITIVAS. Eles se olhavam cara a cara.Antes dos pronomes relativos QUE e QUEM, exceto quando há elipse.

Ex.: A rua a que me refiro é a República. da exceção: A rua em que moro é paralela à (rua) que vai dar na praça.

Com a palavra CASA sem determinação, quando, então, se refere ao próprio lar.

- Ele foi a casa pela manhã.Obs.: Com determinação, aparece o acento.

- Ele foi à casa da esquina.Com a palavra DISTÂNCIA, sem especificação, ou seja, sem precisar a distância.

- O guarda ficou a distância.- O guarda ficou a grande distância.

Obs.: Com especificação, usa-se o acento.- O guarda ficou à distância de dez

metros.Com a palavra TERRA, quando é o contrário de bordo.

- Os marujos foram a terra.

Antes de nomes de VULTOS HISTÓRICOS - Referiu-se a Joana d’Arc.Obs.: Com determinação, aparece o acento.

- Referiu-se à valente Joana d’Arc.

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Antes de NOSSA SENHORA E MARIA SANTÍSSIMA.

- Farei uma prece a Nossa Senhora.

SEMPRE haverá crase:Em locuções com palavras femininas:

Adverbiais: duas ou mais palavras com valor de advérbio

- Fiz tudo às pressas. às pressas: locução adverbial de modo com palavra feminina: com acento.

- Ele irá a pé. a pé: locução adverbial de modo com palavra masculina: sem acento.Observaçõesa) Geralmente, as locuções adverbiais com acento de crase são as de modo, mas existem outras.

- à força. (modo) ; Às vezes. (tempo) ; à direita. (lugar) ; à beça. (intensidade)

b) As locuções adverbiais de instrumento dividem as opiniões dos gramáticos. Para alguns, sem acento; para outros, com. É polêmico.

- Escreveu à caneta. Escreveu a caneta.

c ) Igualmente polêmica é a expressão à vista, contrário de a prazo.Comprou os móveis à vista. Comprou os móveis a vista.d) a pé: locução adverbial de modo com palavra masculina: sem acento.Não se trata de crase facultativa, da mesma forma que as da letra b. Convém, nesses casos, resolver a questão por eliminação. É preferível, hoje em dia, não usar o acento de crase, principalmente numa redação.

- Trabalharam às escondidas.- Fui levado à força.- Quero deixar tudo às claras.- Às vezes, íamos ao teatro.- Isso foi feito à parte.- Paramos à beira-mar.- O homem permaneceu à esquerda.- Fiquem à vontade.- Sempre falavam à meia-voz.- Saiu à noitinha.- Seguiu o conselho à risca.- Corriam às tontas.- Estávamos à janela.- Escreveu à margem.- O objeto veio à tona.- O material estava à mão.

Prepositivas: grupos de palavras que funcionam como preposição; as que nos interessam neste ponto começam por à e terminam por de.

- Ficarei à disposição de vocês. à disposição de: locução prepositiva com palavra feminina: com acento.

- Falavam a respeito de futebol. a respeito de: locução prepositiva com palavra masculina: sem acento.

- Vivia à custa do irmão.- Estamos à mercê do patrão.- Fez o trabalho à vista de todos.- Agiu à maneira de um troglodita.- É vidro à prova de choques.- Permaneciam à frente do colégio.- Ficou à beira do precipício.- Bateram à porta do amigo.- Ficamos à distância de vinte metros.- Aprendeu à força de tanto estudar.- Usava um pano branco à guisa de

toalha.- Vivia à margem da sociedade.- Estava à espera de uma solução.

Conjuntivas: grupos de palavras que funcionam como conjunção; só existem duas com acento de crase: à medida que e à proporção que.

- À medida que corria, ia ficando vermelho.

- Aprenderá à proporção que estudar.

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Observaçõesa) Pelo que se vê nos exemplos, as locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas levam acento de crase quando os substantivos que as constituem são femininos.b) Às vezes, o grupo parece uma locução, mas não é.

- À frente da casa havia uma árvore. (locução prepositiva)- A frente da casa é muito bonita.- À tarde ele chegou. (locução adverbial)- A tarde estava chuvosa.

Não será locução quando se puder substituir a por o: a frente / o lado, a tarde / o dia.4 Com o pronome demonstrativo a.

Obs.: Haverá acento de crase antes de que e de (à que, à de), sempre que se puder trocar por a aquela que ou a aquela de; outro macete é a troca pelo masculino; aparecendo ao, há crase.

- Dirigi-me à que estava no balcão. - Minha camisa é semelhante à que ele

comprou. - Minha camisa é semelhante a aquela

que ele comprou.- Meu paletó é semelhante ao que ele

comprou.Em expressões que exprimem hora determinada (troque a palavra HORAS por MINUTOS; se ocorrer AOS MINUTOS, há crase).

- Ele saiu às treze horas e trinta minutos.

- Chegamos à uma hora. - Estamos aqui desde as treze horas.

Quando a expressão “à moda de” ou “à maneira de” estiver subentendida.

- Comprei móveis à Luís XV.

Quando está implícita uma palavra feminina. - Essa religião é semelhante à dos hindus.

PALAVRA

TROCA POR

OCORRÊNCIA

CRASE

EXEMPLO

Feminina

Masculina AO(S) SIMFui à escola. Fui ao colégio.

Feminina

Masculina A O(S)

NÃO Comprei a cartela do Toto-Bola. Comprei o cartão do Toto-Bola.

Masculina

----------- ----- NÃO Andamos a cavalo.

Verbo ----------- ----- NÃO Chegamos a concordar com os termos do acordo, mas desistimos dele.

Àquele(s)Àquela(s)Àquilo

A este(s)A esta(s)A isto

----- SIMVoltaram àquela casa.Voltaram a esta casa.

Aquele(s)Aquela(s)Aquilo

Este(s)Esta(s)Isto

----- NÃO Compraram aquela casa.Compraram esta casa.

Casos facultativosAntes dos pronomes possessivos

femininos no singular (minha, tua, sua, nossa e vossa).

Obedeça à/a sua sede.

Obs.: a) Se o possessivo estiver no plural, teremos:

- Explicarei isso às suas irmãs. (crase obrigatória: a + as)- Explicarei isso a suas irmãs. (crase proibida: apenas a preposição)

b) Se for pronome substantivo, a crase é obrigatória.- Explicarei isso à sua.

Antes de nome próprio feminino. Mandarei um presente à/a MagaliObs.: Com determinação, a crase é obrigatória. Mandei uma carta à culta Patrícia.Depois da preposição até. - Ele foi até à praia. (Ele foi até ao

campo)Ele foi até a praia. (Ele foi até o campo)

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Observaçõesa) Não confunda com a palavra denotativa de inclusão até, que significa inclusive.

- Comprou até a revista.b) Até é a única preposição que admite um a craseado depois dela.

- Fazia o trabalho após as quatro horas. (e não às)Com as palavras Europa, Ásia, África, França, Espanha, Inglaterra, Escócia e Holanda.Obs.: Poucas gramáticas citam este caso de crase facultativa, porque a tendência, no português atual, é usar o artigo e, conseqüentemente, o acento de crase. Mas não é errado omiti-lo.

- Viajaremos à França. (Viremos da França)

- Viajaremos a França. (Viremos de França)

Tipos de crase1) Entre a preposição a e o artigo definido a.

Obs.: O a é artigo definido quando acompanha um substantivo.

Vamos à cidade.

2) Entre a preposição a e o pronome demonstrativo a. Obs.: O a é pronome demonstrativo quando antecede que ou de, equivalendo a outro pronome demonstrativo: aquela.

Ele se referiu à que deixei no armário.

3) Entre a preposição a e o a inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo.

Dirija-se àquele vendedor.

Entre a preposição a e o a do pronome relativo a qual.

Chegou a aluna à qual entreguei o resultado.

Observaçõesa) Como se vê, é necessária a presença da preposição a para que ocorra o fenômeno da crase.b) Costuma-se dizer por aí que só há crase antes de palavra feminina. Cuidado! Essa afirmação diz respeito apenas ao caso de preposição mais artigo a, quando, então, o substantivo tem de ser feminino.

Para saber se há crase1) Com nomes comuns

Troca-se a palavra feminina por uma masculina; aparecendo ao, usa-se o acento de crase.

- Dirija-se à tesouraria. (Dirija-se ao escritório)- Dei o livro à professora. (Dei o livro ao professor)

Obs.: Coisa se troca por coisa (tesouraria / escritório); pessoa, por pessoa (professora / professor). Respeite isso, ou você pode errar a questão.

2) Com nomes próprios de lugar

Troca-se o verbo que pede a preposição a por outro, que peça outra preposição.Vamos adotar o verbo vir; aparecendo da, usa-se o acento de crase.

- Ela foi à Bahia. (Ela veio da Bahia)- Ela foi a Cuiabá. (Ela veio de Cuiabá, e não da)

Observaçõesa) Nomes de cidade (segundo exemplo) não se usam com artigo a. Mas, sedeterminarmos o substantivo, aparecerá o artigo e, conseqüentemente, a crase.

- Iremos à simpática Cuiabá. (Viremos da simpática Cuiabá)b) Não se devem misturar os dois macetes (nomes comuns ; nomes próprios de lugar).

- Ele foi a Cuiabá.Se trocarmos (indevidamente) Cuiabá por um substantivo masculino, aparecerá ao, o que nos levará a pôr, erradamente, o acento de crase: Ele foi ao Rio de Janeiro, Ele foi à Cuiabá.

Observações finais

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a) Há duas expressões parecidas com a palavra hora.

Das oito às dez horas (as horas do relógio)De oito a dez horas (idéia de duração)É errado dizer “de oito às dez horas”, como normalmente se encontra por aí.

b) Veja as expressões abaixo, igualmente parecidas.

Meu colega vivia à toa. (à toa − locução adverbial de modo)Ele é um homem à-toa. (à-toa − adjetivo)

c) Cuidado no exemplo, uma é numeral, e não artigo indefinido; veja o caso obrigatório com a palavra hora.

Voltei à uma hora

c) Em expressões do tipo aquela hora, aquele minuto etc., pode haver o acento por se tratar de indicação de tempo. O macete é trocar por naquela ou naquele.

Àquela hora, todos estavam cansados.Naquela hora, todos estavam cansados.

d) Veja algumas frases em que a presença do acento altera o sentido.

Bateu a porta. (Empurrou a porta para fechá-la)Bateu à porta. (Chamou)Chegou a tarde. (entardeceu)Chegou à tarde. (Ele chegou de tarde)Saiu a francesa. (A mulher francesa saiu)Saiu à francesa. (Saiu sem ninguém notar)Trabalhavam as cegas. (Mulheres cegas trabalhavam)Trabalhavam às cegas. (Trabalhavam sem saber direito o que faziam)Escreveu a mulher uma carta. (Ela escreveu uma carta)Escreveu à mulher uma carta. (Ele mandou uma carta para a mulher)

12.PONTUAÇÃO

VÍRGULAEmbora muitos ainda acreditem em pontuar “de ouvido”, não pode haver dúvida de que o emprego dos sinais de pontuação obedece exclusivamente à estrutura gramatical da frase. Para pontuar com segurança, é indispensável, portanto, ter a capacidade de reconhecer, na frase, seus elementos constituintes: sujeito, objetos, adjunto adverbial, etc. É indispensável, também, reconhecer os padrões frasais.A vírgula é empregada para assinalar, na frase, (1) enumerações, (2) intercalações, (3) deslocamentos e (4) supressões. UMA FRASE NA ORDEM DIRETA NÃO NECESSITA DE VÍRGULA.

NÃO SE USA VÍRGULA1) Entre o sujeito e o verbo. - O carro apareceu.

- Apareceu o carro.2)Entre o verbo e o objeto direto.

Obs.: Na inversão, só se usa a vírgula quando existe objeto direto pleonástico.

- Uma carta, ele a escreveu.

- Ele escreveu uma carta.- Uma carta ele escreveu.

3) Entre o verbo e o objeto indireto.Obs.: Com objeto indireto pleonástico, a vírgula deve ser usada.Ex.: Ao diretor, nós lhe obedecemos.

- Nós obedecemos ao diretor.- Ao diretor nós obedecemos.

4) Entre o verbo e o predicativo.Obs.: Na inversão, aparecerá a vírgula se houver predicativo pleonástico.Ex.: Professor, eu já o fui.

- Eu já fui professor.- Professor eu já fui.

5) Entre a palavra e seu complemento nominal.Obs.: Com complemento pleonástico, usa-se a vírgula.Ex.: Da vitória, dela tenho certeza.

- Tenho certeza da vitória.- Da vitória tenho certeza.

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6) Entre a palavra e seu adjunto adnominal. - Achei o livro do professor.Observações

a) O adjunto adverbial, em final de frase, normalmente, não pede vírgula.- Fiz o trabalho aqui.

Na inversão, a vírgula é facultativa.- Aqui, fiz o trabalho. Aqui fiz o trabalho.- Fiz, aqui, o trabalho. Fiz aqui o trabalho.

Isso ocorre mesmo com expressões adverbiais.- Depois de dois anos, já estávamos acostumados. Depois de dois anos já estávamos

acostumados.b) Se, mesmo na ordem direta, usarmos algo intercalado, poderão aparecer as vírgulas.- Os rapazes fizeram as compras. Os rapazes, apesar das dúvidas, fizeram as

compras.O termo apesar das dúvidas está intercalado entre o sujeito e o verbo. Ele pode ser retirado da frase, sem prejuízo da compreensão ou da correção gramatical. Como se trata de um adjunto adverbial, as vírgulas são facultativas.

USE VÍRGULA NAS ENUMERAÇÕES.

- A Terra, Marte, Vênus e Saturno pertencem ao mesmo sistema solar.

- Perdi meus óculos, minha carteira e meus documentos.Observe:A Terra Marte, Vênus e Saturno (1) pertencem (2) ao mesmo sistema solar (3). Sujeito Verbo Objeto IndiretoA primeira frase é do Padrão 3; a segunda, do Padrão 2. Na posição 2, a vírgula estaria separando o verbo de seu objeto direto. Em ambos os casos, a vírgula estaria errada, PORQUE estaria isolando os elementos que compõem os padrões frasais básicos.Veja, também, que o “E” jamais aparece, nas ENUMERAÇÕES, acompanhado de vírgula. Um e outro se excluem:

Paulo, João e Pedro assistiram a tudo.Lá encontrei Paulo, João, Pedro.

Separam-se os termos de mesma classe gramatical em coordenação.- Pedi ovos, alface, farinha, vinagre.

Observaçõesa) A última vírgula pode ser trocada por e.- Pedi ovos, alface, farinha e vinagre.b) Pode-se usar e em todos os termos; é o que se conhece como polissíndeto.- Pedi ovos e alface e farinha e vinagre Pedi ovos, e alface, e farinha, e vinagre.

Como se vê, no polissíndeto as vírgulas são facultativas.USE VÍRGULA ANTES DAS ORAÇÕES INTRODUZIDAS POR “E”, ‘MAS”, “OU’, “NEM” E “POIS”.

- Chegamos há duas horas, E ele ainda não nos recebeu.- Volta já para casa, POIS a tempestade não demora.- Vais assinar, OU preferes decidir tudo na Justiça?- Ela ainda não veio, MAS não deve demorar.- Não sei, NEM quero saber.

IMPORTANTE: haverá vírgula antes do “E” somente quando os sujeitos das duas orações forem diferentes.Chegamos cedo E conseguimos um bom lugar.Chegamos cedo, E todos ficaram surpresos.

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2) Orações coordenadas, com exceção das iniciadas por e, pedem vírgulas.- Estudei bem o livro, portanto sei a matéria.

Observaçõesa) Admitem-se, também, o ponto-e-vírgula e o ponto.- Estudei bem o livro; portanto sei a matéria.- Estudei bem o livro; portanto, sei a matéria.- Estudei bem o livro. Portanto sei a matéria.- Estudei bem o livro. Portanto, sei a matéria.

Como se vê, usando-se ponto-e-vírgula ou ponto, depois da conjunção pode-se usar ou não uma vírgula.

b) Se a conjunção coordenativa estiver depois do verbo, ficará entre vírgulas.- Estudei bem o livro; sei, portanto, a matéria.- Estudei bem o livro. Sei, portanto, a matéria.

Como se vê, com o deslocamento da conjunção coordenativa devm-se usar, no início da oração, ponto-e-vírgula ou ponto, nunca a vírgula.3) A oração coordenada iniciada por e não pede vírgula, a menos que tenha sujeito diferente da primeira.

- O homem leu o jornal e assistiu à novela.- O homem leu o jornal, e a mulher assistiu à novela.

Obs.: Essa vírgula, hoje em dia, já vem sendo considerada facultativa. Convém observar bem as outras alternativas para, na comparação, resolver a questão.USE VÍRGULA PARA ASSINALAR O DESLOCAMENTO DE ADJUNTO E ORAÇÕES ADVERBIAIS.

- No final da festa, o mordomo recontou os talheres.- A poluição ambiental vem ameaçando, na última década, o futuro

da humanidade.- Quando ele nos viu, já era tarde.- Espero que vocês, depois de tudo terminar, não se voltem contra

mim.

USE VÍRGULA PARA SEPARAR O APOSTO.

- “Teresinha”, música de Chico Buarque, fez muito sucesso na década de 80.

- Martinho, o goleiro, está muito fora de forma.- Há muito não vou a Taquara, terra de meus avós.

Com o aposto explicativo.- Marcos, teu amigo, chegou cedo.

Obs.: Veja como muda o sentido e a análise dos termos, quando se muda a pontuação.- - Marcos, teu amigo chegou cedo.- Agora, teu amigo é o sujeito da oração; Marcos, o vocativo.

USE VÍRGULA PARA SEPARAR O VOCATIVO.

- Édipo, vai falar com a tua mãe.- Espero, meus amigos, tê-los convencido.- Não sei do que está falando, minha senhora.

USE VÍRGULA PARA SEPARAR QUAISQUER OUTROS ELEMENTOS INTERCALADOS.

- Os sapos vivem na lagoa. Os sapos, todos sabem, vivem na lagoa.

- O professor aceitou a brincadeira. Isto é: tolerou-a. O professor aceitou, isto é, tolerou a brincadeira.

- Ela é excelente datilógrafa. Ela é, além disso, excelente datilógrafa.

- Robin é o verdadeiro cérebro da Dupla Dinâmica. Robin, não Batman, é o verdadeiro cérebro da Dupla Dinâmica.

USE VÍRGULA PARA SEPARAR ORAÇÕES ADJETIVAS.

- O Fiat, que foi considerado o carro do ano, tem várias soluções mecânicas econômicas.

- Quero apresentar-te minha única irmã, que mora no Rio de Janeiro.

- No estádio do tricolor, o gramado, que está muito maltratado, dificulta a prática do bom futebol.

USE VÍRGULA PARA INDICAR A SUPRESSÃO DO VERBO.

- Eu cuido das crianças; tu cuidas das malas. Eu cuido das crianças; tu, das malas.

- Jamais nos entenderemos. Tu preferes a serra, e eu prefiro o mar. Jamais nos entenderemos. Tu preferes a serra; eu, o mar.

Nas datações, para separar o nome do lugar

Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2005.

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Para isolar termos de natureza retificativa ou explicativa.

Ele é inglês, ou melhor, canadense.

Com certas orações reduzidas de gerúndio que se lêem com pausa.

Chegou tarde naquela noite, deixando a mãe bastante preocupada.

O PERÍODO COMPOSTO E A VÍRGULAORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS E A VÍRGULA

Para pontuarmos os períodos compostos em que surjam orações subordinadas substantivas, devemos prestar atenção às funções sintáticas por elas exercidas. As orações subordinadas substantivas atuam como sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto. Dessas funções, apenas a de aposto implica separação por vírgula. Assim, apenas as orações subordinadas substantivas apositivas devem ser separadas por vírgula da principal. Também se podem usar dois-pontos:Só te peço uma coisa, que me deixes ir à casa de meus pais sozinha.Oração Principal Oração SubordinadaSó te peço uma coisa: que me deixes ir à casa de meus pais sozinha.Oração Principal Oração Subordinada

1) As orações subordinadas substantivas não se separam da principal por meio de vírgula.- Sei que tudo se ajeitará.

oração principal: sei oração subordinada substantiva objetiva direta: que tudo se ajeitará.Obs.: As orações subordinadas substantivas representam o sujeito, o objeto direto, o objeto indireto etc. da oração principal, ou seja, termos que não admitem vírgula por não corresponderem a uma pausa.ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS E A VÍRGULA

Há duas espécies de oração subordinada adjetiva: as restritivas e as explicativas. As primeiras contêm uma informação capaz de especificar, individualizar o tempo a que se ligam; as explicativas contêm informação que já consideramos parte do termo a que se ligam, constituindo simples explicitação. As restritivas não se separam por vírgulas; as explicativas são isoladas por vírgulas: O homem que vi estava vestido de azul.O homem, que é um ser social, tem sido isolado pela ambição.

Muitas vezes, o papel restritivo ou explicativo da oração depende da visão que queremos transmitir:O homem, que é um ser corruptível, dá pouco valor à dignidade.(= Todos os homens são corruptíveis.)

O homem que é um ser corruptível dá pouco valor à dignidade.(= Apenas aquele homem que se corrompe é que dá pouco valor à dignidade.)

As orações subordinadas adjetivas explicativas exigem vírgula; as restritivas não a admitem.- O leão, que é feroz, vive nas matas.

oração subordinada adjetiva explicativa: que é feroz- O livro que consultei é excelente.

oração subordinada adjetiva restritiva: que consultei.Obs.: No primeiro exemplo, há uma pausa sensível; a oração lembra o aposto explicativo. Tal não sucede com a segunda frase.

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ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS E A VÍRGULA

Para pontuarmos os períodos em que surgem orações subordinadas adverbiais, devemos considerar que essas orações têm valor de adjuntos adverbiais. Assim, sua pontuação, como a dos adjuntos, depende de sua posição no período:

a) As orações subordinadas adverbiais pospostas à principal podem ser separadas desta por vírgula. Tal vírgula não é, entretanto, obrigatória, dependendo da opção de quem escreve:

- Virei aqui quando for necessário. - Agiu rapidamente, a fim de que problemas maiores não

surgissem.b) Quando intercaladas à principal ou a ela antepostas, as orações

subordinadas adverbiais devem ser separadas por vírgula:- Percebi, quando ainda havia tempo de escapar, a aproximação de

um vulto estranho.- Como não soubéssemos o endereço exato, procuramos aquela

casa a manhã toda.As orações subordinadas adverbais no final do período se separam da principal pormeio de uma vírgula (facultativa); no início do período, exigem vírgula.

- Ele fez o desenho, conforme lhe solicitei.- Ele fez o desenho conforme lhe solicitei. - Conforme lhe solicitei, ele fez o desenho. (obrigatória).

DOIS PONTOSANTES DE UMA CITAÇÃO: - Indignada, a jovem ruiva respondeu-lhe: “Não

aceitaria isso nem que fosses o último homem da face da Terra”.

- Disse Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”

ANTES DE UMA ENUMERAÇÃO:

Ela teve trinta namorados, entre eles: o Ofélio, o Normélio e o Cornélio.

ANTES DOS APOSTOS: Só impus uma condição: que me dessem liberdade.Peço-lhe algo, meu amigo: um pouco de paciência.

(aposto da palavra algo: um pouco de paciência.)Esperava o seguinte: que pelo menos não

atrapalhassem. (aposto (oração apositiva) da palavra seguinte: que pelo menos não atrapalhassem.)

ANTES DE UMA EXPLICAÇÃO:

“És como o rio, coração tristonho:Se ele vive a chorar de queda em queda,Vives tu a gemer de sonho em sonho.”

ANTES DE UM ESCLARECIMENTO

Estou feliz neste momento: você está aqui.

PONTO-E-VÍRGULAPARA SEPARAR ORAÇÕES COORDENADAS ADVERSATIVAS E CONCLUSIVAS CUJO CONECTIVO ESTEJA DESLOCADO. quando a conjunção está depois do verbo

- Ontem foi um dia muito cansativo; amanhã, porém, teremos um dia melhor.

- Nosso tempo é muito escasso; evitaremos, portanto, assumir novos compromissos.

- Trabalhou o dia inteiro; não estava, porém, cansado.

Obs.: Admite-se o ponto, nunca a vírgula.- Trabalhou o dia inteiro. Não estava, porém,

cansado.PARA SEPARAR ORAÇÕES DE SENTIDO OPOSTO QUE SE LIGAM SEM CONJUNÇÃO.

- Para uns, a liberdade é um direito; para outros, ela é apenas um sonho.

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PARA SEPARAR GRUPOS DE ORAÇÕES.Sujeitos diferentes

- Chorarão as mulheres, vendo que não se guarda decoro à sua modéstia; chorarão os velhos, vendo que não se guarda respeito às suas cãs; chorarão os nobres, vendo que não se guarda cortesia à sua qualidade.

- Ela arrumou a casa, fez a comida, lavou a roupa; ele aparou a grama e lavou a varanda.

Obs.: Admite-se o ponto, nunca a vírgula. - Ela arrumou a casa, fez a comida, lavou a

roupa. Ele aparou a grama e lavou a varanda.PARA FAZER UMA PAUSA MAIOR, PRINCIPALMENTE EM FRASES LONGAS, SEM NECESSIDADE DO EMPREGO DO PONTO.

- Os alunos, que moravam no alojamento, resolveram escrever às suas famílias; fizeram isso à noite, um pouco antes do jantar.

PARA SEPARAR OS ITENS DE UMA ENUMERAÇÃO.

- Mandaram para a fábrica os seguintes itens:- a) papel branco;- b) cola especial;- c) cartuchos para impressora.

ASPASPARA DESTACAR UMA EXPRESSÃO.

A palavra “chuva” em Português é originária do Latim.

PARA DESTACAR ESTRANGEIRISMO, NEOLOGISMO OU GÍRIA.

- Irei ao “shopping” comprar uma televisão. - Ele compõe mal; é um autêntico “musicida”.- A mulher usava um belo “peignoir”.- Não seja “careta”, rapaz.

PARA MARCAR UMA IRONIA. - Minha “querida” sogra é uma jararaca. - Ele é um “sábio”. (Quando se quer dizer o

contrário.)Para marcar uma citação ou transcrição.

- Quando vamos entender que somos mais que simples corpos?” (John Lennon)

- Disse Sófocles: “A coisa mais bela consiste em ser útil ao próximo”.

Em nomes de publicações em geral.

- Já li “Os Sertões”.- A “Época” publicou essas denúncias.

Obs.: As aspas, aqui, não são obrigatórias.

TRAVESSÃOPARA SUBSTITUIR AS VÍRGULAS. principalmente com os termos explicativos.

- Gostaria de ser um Engenheiro; minha mãe – contra o meu desejo – matriculou-me no Colégio Militar.

- Um trabalho − tua tese − foi bastante elogiado. (aposto explicativo: tua tese)

- Os operários da fábrica − os quais ninguém conhecia − fizeram uma manifestação. (oração subordinada adjetiva explicativa: os quais ninguém conhecia)

PARA INSERIR UM COMENTÁRIO DO AUTOR.

- A miséria no Brasil – isso é vergonhoso! – atinge 50% da população.

Para pôr em destaque palavras, orações, períodos.

- iremos todos − e isso é indiscutível − a seu casamento.

Para introduzir, nos diálogos, a fala dos interlocutores.

- Preciso de ajuda.- Para quê?- Para encontrar meus óculos.

PARÊNTESESServem para intercalar, no texto, qualquer informação acessória. Eis algumas:1) Qualquer indicação, de ordem explicativa ou não, que o autor julgar importante.

- Havia muitas pessoas na sala (eu sei porque estava lá), mas o pedido não foi votado.

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2) Para apresentar indicações bibliográficas. - “Em 1139 ou 1140, intitulando-se claramente Rei, D. Afonso Henriques sela em definitivo a independência de Portugal.” ( Serafim da Silva Neto, História da Língua Portuguesa, pág. 362, Rio de Janeiro, 1979.)

3) Para indicar a sigla de um estado, quando é citada a cidade.

- Morava em Mariana (MG), quando seus avós faleceram.

Para explicar a correspondência entre moedas diferentes.

- Na época, paguei pelo quadro US$400,00 (R$1.200,00)

PONTO1) Para encerrar um período sem exclamação ou interrogação.

- Solicitaram a todos que se apresentassem às quatro horas.

2) Em determinadas situações em que também se pode usar o ponto-e-vírgula.

- Saiu cedo. Perdeu, contudo, a novela.- Saiu cedo; perdeu, contudo, a novela.

3) Na maioria das abreviaturas. - p. ou pág. (página), sr. (senhor), ap. ou apart. (apartamento), cia. (companhia), adj. (adjetivo)

Obs.: Não se usa ponto nos símbolos técnicos; eles são grafados com letras minúsculas e sem s de plural.

- h (hora ou horas), m (metro ou metros), m ou min (minuto ou minutos), dm (decímetro ou decímetros).

PONTO DE EXCLAMAÇÃONão há regras. Ele é empregado quando se quer ou se precisa dar um caráter exclamativo.

- Fogo!- Cuidado com a cabeça!- Não faça isso, garoto!

Obs.: O vocativo, em princípio, não exige a exclamação. Depende da frase ou da entonação que se queira conferir a ela.

PONTO DE INTERROGAÇÃOTambém aqui não há regras. Sendo uma pergunta, usa-se o ponto de interrogação.Depende da leitura e do sentido da frase.

- Quem gritou?- Ainda há pessoas esperando?- Você não irá?

Observaçõesa) Nas interrogações indiretas, desaparece o ponto de interrogação.- Não sabemos quem gritou.b) Veja a diferença.- Você ainda não entendeu. (frase declarativa)- Você ainda não entendeu? (frase interrogativa)- Você ainda não entendeu! (frase exclamativa) - Você ainda não entendeu?! (frase exclamativa e interrogativa.

Na última frase, a pessoa faz um pergunta, mas, como está admirada, também exclama. Nesse caso, usam-se os dois sinais de pontuação.

RETICÊNCIAS1) Geralmente são empregadas para indicar a interrupção de algo que se está dizendo.

- Ele estava saindo e... - Prometeu ajuda a todos, mas...bem,

não importa o que ocorreu.2) Para valorizar uma palavra ou expressão. - Ele falou muitas...bobagens.

13.REDAÇÃO

14.INTERPRETAÇÃO DE TEXTOSInterpretar textos não é tarefa simples ou mecânica. Não há regras explícitas: a cada concurso, os textos são diferentes e, por conseqüência, as questões são também diversas. A interpretação de textos será melhor quanto mais o concursando tiver acesso a diferentes

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tipos de textos (livros, revistas, jornais, etc.). De qualquer modo, há algumas dicas que, seguidas, podem facilitar a tarefa de interpretação de um texto no concurso.

- Leia atentamente o texto e o enunciado da questão. Muitos erros são cometidos pelo fato de o concursando não ler com atenção o enunciado. Quem elabora a prova já prevê essa possibilidade, incluindo alternativas coerentes com uma leitura desatenta ou errada do enunciado da questão.

- Sublinhe e circule a lápis ou caneta marca-texto (se permitida) aspectos que se mostrarem importantes no texto. Essas partes sublinhadas serão mais facilmente identificadas em uma segunda leitura.

- Leia o enunciado da questão destacando as palavras-chave.Além disso, procure observar os seguintes aspectos:1) ObjetividadeÉ necessário, a fim de se realizar uma boa interpretação de textos de concursos, ter, acima de tudo, uma postura de objetividade na análise do texto. A objetividade pode ser posta em prática a partir do momento em que o concursando evitar utilizar suas opiniões acerca do assunto tratado notexto. Para isso, devem-se seguir as três leis básicas da interpretação:a) Abrir mão de TODOS os pressupostos, ou seja, não considerar informações prévias acerca do assunto, conceitos pré-concebidos e opiniões, mesmo que sejam válidos fora do texto.b) Sempre justificar a resposta com base no contexto, isto é, não utilizar justificativas externas ao texto, mesmo que corretas e comprovadas pelo mundo “lá fora”.c) A verdade está no texto. Mesmo que se discorde de algum ponto de vista ou informação expressa no texto, o que vale na prova é o que estiver escrito nele.2) Tipos de questãoHá alguns tipos de questão comuns em concursos:

a) Inferência, pressuposição ou suposição.É um tipo de questão muito especial, pois é o único cuja conclusão não necessita estar explícita: pode-se chegar a ela por meio de informações explicitadas no texto.

b) Polissemia.É a possibilidade de uma mesma palavra ter diferentes significados em diferentes contextos. Exemplos: membro superior de uma ave parte de um aviãoASA mau cheiro nas axilas alça da xícara (na linguagem popular)c) Denotação e conotação.Denotação é linguagem literal, mais próxima ao concreto, que não necessita de interpretação a fim de ser compreendida. Ex.: O garoto teve seu braço quebrado durante a partida de futebol.Conotação é linguagem figurada, em que o leitor precisa contextualizar a informação a fim de compreendê-la. Ex.: Não vou dar meu braço a torcer na reunião da diretoria.

d) Campo semântico.É um conjunto de palavras cujo significado gira em torno do mesmo eixo temático. Ex.: CASAMENTO => noivos, igreja, festa, alianças, filhos, amor, compromisso.

e) Sinonímia.Palavras cujo significado é muito próximo. Ex.: morte, falecimento, óbito.

f) Tema.Para se chegar ao tema de um texto, é necessário notar as seguintes diferenças (vamos tomar como exemplo o filme Titanic):f.1) Exemplo: é muito específico diante do tema. É um elemento descartável e substituível no texto. Ex.: o iceberg contra o qual o navio colidiu.f.2) Periferia: é ampla e abrangente em excesso diante do tema. É o que se chama de pano de fundo: está presente o tempo todo, mas não é o foco. Ex.: o próprio navio.f.3) Tema: deve estar presente no início, no meio e no final do texto, ou seja, deve possuir duração. É o foco sem o qual o texto perde sentido, ou seja, não pode ser substituído ou

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descartado. Ex.: o romance entre Rose e Jack.