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PORTUGUÊS Materiais Didáticos REORIENTAÇÃO CURRICULAR Ensino Fundamental - Volume II

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  • PORTUGUS

    Materiais Didticos

    REORIENTAO CURRICULAR

    Ensino Fundamental - Volume II

  • REORIENTAO CURRICULAR - EQUIPE UFRJ

    Direo GeralProf. ngela Rocha Doutora em Matemtica Instituto de Matemtica da UFRJ

    Coordenao GeralProf. Maria Cristina Rigoni CostaDoutora em Lngua Portuguesa Faculdade de Letras da UFRJ

    Coordenao de Lngua PortuguesaProf. Maria Cristina Rigoni Costa Doutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

    Professores orientadores

    Prof Cilene da Cunha PereiraDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

    Prof Maria da Aparecida Meireles de PinillaMestre em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

    Prof Maria Christina de Motta MaiaMestre em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

    Prof Maria Emlia Barcellos da SilvaDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

    Prof Maria Teresa Tedesco Vilardo AbreuDoutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UERJ

    Prof Maria Thereza Indiani de OliveiraDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

  • Prof Maringela Rios de OliveiraDoutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UFF

    Prof Regina Clia AngelimDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

    Prof Sigrid Castro GavazziDoutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UFF

    Professores AutoresAbel Adonato da Fonseca CIEP 286 Murilo Portugal, Barra do Pira.Adriana Lima Valladao C.E. Luiz ReidAdriana Maria Rabha Lima C. E. Conde Pereira Carneiro, Angra dos ReisAdriana Oliveira Nascimento CIEP 336 Jornalista Octvio Malta, Campo GrandeAdriana Ramos da Cunha CIEP 355 Roquete Pinto, QueimadosAdriana S. Miranda CIEP 031 Lrio do LagunaAdriane R. Almeida C. E. Rio Grande do Sul, Volta RedondaAilton Jos Maria C. E. Antnio Dias Lima, Angra dos ReisAinda dos Santos C.E. Jos VerssimoAlciene Ferreira Avelino E.E. Dr. Newton AlvesAlda Regina de Azevedo Nova Iguau / MesquitaAlessandra Avila de Oliveira C.E. Jose FonsecaAlessandra Serrado Neves C. E. Canad, Nova FriburgoAlexandra da Silva Caldas C.E. Frei TomasAlexandre Carvalho da Hora E.E. de Ensino Supletivo Roberto Burle-Marx, R.J.Aline Barcellos Lopes Placido C.E. Euclydes da CunhaAline CrespoAline Simo da CostaAlmir Jos da Silva C. E. Iracema Leite Nader, Barra Mansa.Ambrosina Gomes da Conceicao C.E. Antonio HouaissAna Alice Maciel C. E. Des. Jos Augusto Coelho da Rocha Jnior, Rio BonitoAna Cristina B. Brasil Soares C.E. Republica ItalianaAna Cristina de Matos Marinho Ciep 308 Pascoal Carlos Magno, ItaboraiAna Cristina J de Almeida Ciep 119 AustinAna Ligia Marinho da Silva C.E. Americo PimentaAna Lcia da Silva Pereira C.E. Andr Maurois, LeblonAna Maria da Silva M. Baptista Nova Iguau / Mesquita

  • Ana Maria Lavinas Pereira C.E. Barao do Rio BonitoAna Maria Rocha Silveira C.E. Baltazar CarneiroAna Nery Nascimento Santos C.E. Presidente Costa e SilvaAna Patrcia de Paula Matos CIEP 295 Professora Glria Roussin Guedes Pinto, Ana Paula da Silva Araujo E.E. So PauloAna Paula da Silva C.E. Fagundes VarelaAna Paula dos Santos Ciep 128 Magepe Mirim, MagAndre de Oliveira Nogueira Ciep 451 Elisa Antonia Rainho Dias, ItaboraiAndre Luis Soeiro Pinto Nova Iguau / MesquitaAndra Cristina Costa de Freitas CIEP 388 Lasar Segall, Belford RoxoAndreza Ferreira Porto Rodrigues Angela Maria de Morais C.E. Andr Maurois, LeblonAngelica Ornellas Do Nascimento C.E. Dr. Luciano Pestre, NiteriAntonio Lopes de Oliveira Filho C. E. Prof. Aurlio Duarte, CarmoAparecida Moreira de Melo Nova Iguau / MesquitaAquiles Afonso da Silveira C. E. Clio Barbosa Anchite, PinheiralArcilene Aguiar dos Santos C.E. 20 de Julho, Arraial do CaboArithana Cardoso Ribeiro de Assis C.E. 20 de Julho e Ciep 147, Arraial do CaboArlene Deise Cruz Freitas C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio BonitoArquimedes de Oliveira Nova Iguau / MesquitaAugusta Soares Fontes C.E. Prof Dalila de Oliveira CostaAugusta Soares Fontes C.E. Prof Dalila de Oliveira Costa, So GonaloAurea Regina dos Santos CIEP 117 Carlos Drumond de Andrade, Nova IguauBeatriz Regina de Castro Melo Ciep 308 Pascoal Carlos Magno, ItaboraiBianca Cardoso Soares C.E. Elisirio Matta, MaricCarla Andrea de Souza Pereira C.E. Celio Barbosa AnchiteCarla Botelho de Souza C.E. Augusto Cezrio Diaz AndreCarla Botelho de Souza C.E. Augusto Cezario Diaz Andre, So GonaloCarla Matias Fraga Duarte C.E. Lions ClubeCarlos Cezar do Nascimento E. E. Francisco Jos do NascimentoCarmem Valria de Souza S. Dutra C.E. 20 de Julho, Arraial do CaboCarmen Carrera Jardineiro Filha C.E. Walter Orlandine, So GonaloCarmen Lucia de Paula E.E. Vila Guarani, So GonaloCecilia de Azevedo da Silva E.E. Mal Floriano PeixotoCelia Regina da Mota C.E. Sargento Wolff

  • Celma Regina de Souza Oliveira C.E. Prof Dyrceu Rodrigues da Costa, Rio BonitoCsar Augusto Gomes de Morais Coutinho CIEP 089 Graciliano RamosCharles de Oliveira Soares Ciep 258 Astrogildo Pereira, SaquaremaChristianny Matos Garibaldi Pires C.E. Lions ClubeCileymar Pimentel Borges C.E. Romualdo Monteiro BarrosCinthia Molerinho Silva Cintia Ceclia Barreto C.E.Andr MauroisCntia Diel Souza Santos Ciria da Silva Lima Reis C.E. Antonio Figueira AlmeidaClaudia Bastos Areas C.E. Edmundo Peralta BernardesClaudia Marcia Elias Natividade C.E. Temistocles de AlmeidaClaudia Marcia Soares da Silva E.E. Des. Alvaro Ferreira PintoClaudia Maria T Ferreira Teixeira E.E. Sebastiao Pimentel MarquesClaudia Regli Porto Eees Alfredo de Paula FreitasClaudia Valeria Goncalves Loroza C.E. Joao KopkeCludio Antonio Portilho C. E. Prof. Aurlio Duarte, CarmoCludio Henrique da Costa Pereira Ciep 258 Astrogildo Pereira, SaquaremaClaudio Jose Bernardo C.E. Elisiario Matta, MaricCremilda Goncalves Santiago I.E. Eber Teixeira de FigueiredoCreuza Ribeiro da Silva C.E. Adlai StevensonCristiane Valria Martins Cabral C.E. Mal. Alcides EtchegoyenCristiane Vieira da Silva E.E. Liddy MignoneCristina dos Santos Brandao Sym Ciep 287 Angelina Teixeira NettoCristina Maria Sodr C.E. Quinze de NovembroCristina Varandas Rubim C.E. Baltazar Bernardino, NiteriDaisy Furtado Marcial G De Azevedo C.E. Servulo Mello, Silva JardimDalva Helena Rangel Lima C. E. Elvdio CostaDarisa Leonora de Matos Gravina C.E. Dorval Ferreira da Cunha, So GonaloDarla Cristian dos Santos Sambonha Nova Iguau / MesquitaDeise Vivas da Silva Magalhaes C.E. Alcindo Guanabara, GuapimirimDenise Gonalves Rodrigues C.E Crculo OperrioDenise Palmeira Muniz Pereira C.E. Dom WalmorDeonilsa Ribeiro S Mesquita Pereira E.E. Rotary IiDeyse Cristina de Moura CIEP 344 Adoniran Barbosa, QueimadosDilma P. Jorge E.E. Jos Patrocnio

  • Dilma Seixas Menezes C. E. Baro de MacabasDolores de Oliveira Passos Nova Iguau / MesquitaDorcas da Rocha Oliveira C. E. Guanabara, Volta RedondaDulcinea Vieira Gama, Durlan Andrade Gonalves C. E. Baro do Rio Branco Rio BonitoDylza Gonalves de Freitas C.E. Antnio QuirinoEdilaine Aguiar Lemos C.E. Etelvina Alves da Silva, ItaperunaEdina Barbara Costa I.E. Rangel PestanaEdma Campista Machado E.E. Alcinda Lopes Pereira PintoEdna Lucia F. de Andrade C.E. Jardim MeritiEduardo Jose Paz F Barreto C.E. Santa AmeliaElaine Cardoso da Silva C.E. Santo Antonio de PaduaElaine de Abreu De Lorenzo E.E. Domicio da Gama, MaricElaine de Abreu de Lourenzo Ciep 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, MaricElane de Azevedo C Silva C.E. Joao GuimaraesEliana Barbosa de Freitas Soraggi C. E. Jos de Lannes Dantas BrandoEliana dos Santos C.E. Dr. Joao Gomes de Mattos Sobrinho, MaricEliana Goncalves Coimbra Flexa C.E. Republica do PeruEliane Campos da Silva C.E. Nilo Peanha, So GonaloEliane Cristina da Cunha Oliveira C. E. Prof. Antnio Maria Teixeira Filho, Rio de JaneiroEliane Decotthgnies Machado C.E. Ary ParreirasEliane Diniz Soares Peixoto C.E. Romualdo Monteiro BarrosEliane Freitas de Azevedo C.E. 20 de Julho, Arraial do CaboEliane Marques da Silva Souza C.E. Senador S TinocoEliane Nogueira dos Santos Oliveira CIEP 199Elisabete Barbosa da Silva Nova Iguau / MesquitaElisabeth Emmerick Rangel C.E. Pref. Luiz GuimaraesElisa ConstantinoElizabeth de O. Soares Machado Nova Iguau / MesquitaElizabeth de Oliveira Torres Lima C. E. Des. Jos Augusto Coelho da Rocha Jr., Rio BonitoElizabeth Maria da Silva Carvalho Ciep 148 Prof Carlos Elio Vogas da Silva, AraruamaElizabeth Orofino Lucio E.E. Dr. Joo MaiaElizngela Narcizo Silva de Arajo Ciep390 Cho de EstrelasElosa de Oliveira BragaElza Gimenes Pereira C.E. Ministro Jose de Moura E Silva, So Gonalo

  • Erica do Vale Gomes Da Silva E.E. Dr. Joo MaiaErika Alvarenga Braga Serra C.E. Eunice Weaver NunesErmany Salles Aguiar dos SantoS E.E. Severino Pereira da SilvaErnani Iodalgiro da Costa Lima C. E. Lia Mrcia Gonalves Panaro, Duque de CaxiasEveline Soledade Silva E.E. Dr. Humberto Soeiro de Carvalho, So GonaloEzilma Salles Aguiar dos Santos Ciep 464 BrizoloFbia do Nascimento Melo CIEP 277 Joo Nicolao Filho - JanjoFabiana Fagundes Ciep 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, MaricFbio Alexandre Santos da Silva Escola Estadual Presidente Costa e SilvaFabio Goulart Coelho C.E. Santos Dias, So GonaloFatima Cristina Ayrola de Carvalho C. E. Prof. Zlia dos Santos Crtes, Nova FriburgoFatima Lucia Candida Moreira C.E. Irene MeirellesFtima Regina Machado Salles C.E. Cristvo ColomboFernanda Barbosa Da Silva C. E. Vila PeanhaFernanda Lopes Tenreiro C.E. Cizinio Soares Pinto, NiteriFernando Rocha Fernando Tenrio de Arajo Ciep. 24062852Flavia Diniz dos Santos Ciep 246 Prof Adalgisa Cabral de Faria, So GonaloFlvia Lima de Souza C. E. Baro do Rio Bonito, Barra do Pira e CIEP Brizolo 298Flavia Maria Ferreira de Oliveira Nova Iguau / MesquitaFlavia Tebaldi H. de Queiroz E.E. Visconde de Sepetiba, MagFlavia Valeria F de Magalhaes C.E. Prof Dyrceu Rodrigues da Costa, Rio BonitoFrancisca Maria C Coelho C.E. Temistocles de AlmeidaFrancisca Therezinha P Marcato C.E. Rio Grande do SulGeny de Paula Pinheiro E.E.Professora Norma Toop UruguayGeovania Viana Neris CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo GrandeGeridiana Alves da Silva E.E. Nobu Yamagata, So Pedro da AldeiaGerusa Elena Fort Pinheiro C.E.Baro do Rio Bonito, Barra do Pira Giselle Maria Sarti Leal E.E. Prof. Norma Toop UrurayGuiomar Rodrigues Camargo Eees Golda MeierHelena Cristina Santos Lopes Nova Iguau / MesquitaHelena de Luna Araujo Filha C.E. Prof Diuma Madeira S. de SouzaHelena Espnola de Guzzi Za C.E Cel. Antnio Peanha e C.E. Prof. Kopke, Trs RiosHellem Toledo Barcelos E.E. Nobu Yamagata, So Pedro da AldeiaHenrique Cludio dos Reis

  • Hilda Braga da Costa CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo GrandeHissako Hiroce Satoh E.E. Dr. Galdino do Valle FilhoIara da Silva de Oliveira E Souza Ciep 390 Chao de EstrelasIeda Andrade Trajano Ciep 147 Cecilio Barros Pessoa, Arraial Do CaboInez de Lemos Carvalho Nova Iguau / MesquitaIrineu Vieira do Nascimento E.E. Hilton GamaIvanir dos Santos Colgio Santo AntonioIvete Moraes de Souza E.E. Vital BrasilIvone Gravina Fialho C.E. Cuba e CIEP 241 Nao MangueirenseIvone Souza Mathias C.E. Prof Alvina Valerio da Silva, GuapimirimIvonea Limeira de Souza C.E. Elisiario Matta, MaricIzabel Cristina Tavares Coelho CIEP Lrio do LagunaIzaeth Fragoso C.E. Prof. Aurlio DuarteJanete da Silva Reis Ciep 390 Chao de EstrelasJanete Pereira Bastos Cardoso C.E. Prof Alvina Valerio da Silva, GuapimirimJani Torres Janice da Costa Rocha Paixao Ciep 289 Cecilio BarbosaJanice Maral da Conceio Janilce Guimares da Silva Alvarenga CIEP 117 Carlos Drumond de Andrade, Nova IguauJefferson Deivis Jorge Nova Iguau / MesquitaJefferson Santoro Instituto de Educao Rangel Pestana, Nova IguauJoo Alvez Bastos C.E. Theodorico FonsecaJoao Ildefonso C.E. Prof Horacio MacedoJocenilce Manhes de Oliveira C.E. Quinze de NovembroJocilene Aparecida Machareth Reguine C. E. Prof. Aurlio Duarte, CarmoJoelson Conceio da Silva C. E. Janurio de Toledo Pizza, So Sebastio do AltoJorge Claudio Ribeiro Martins C. E. Presidente Castelo Branco, MesquitaJorge Jos da Silveira C. E. Sem Francisco Gallotti, Rio de JaneiroJorge Luiz Loureno Nova Iguau / MesquitaJorgineth Maria de Oliveira CIEP Frei Agostinho FnciasJosiane Oliveira de Souza E.E. Alfredo PujolJuberte Andrade C. E. Santos Dumont, Volta RedondaJulia Maria Rozario de Oliveira C.E. Rui Guimaraes de AlmeidaJupiciara dos Santos Mattos Nova Iguau / MesquitaKarla da Silva Dunham Gava C.E. Alcindo Guanabara, Guapimirim

  • Katia Regina M dos Santos C.E. Sao Francisco de PaulaKatiuscia Rangel de Paula CIEP 495 Guignard, Angra dos ReisKedma Silva de Melo Ciep 390 Chao de EstrelasKenia Costa Gregrio C.E. Lions Clube, ItaperunaLadejane Regina de Souza Ramalho RibeiroLaudimia de S. Possidonio Colgio Estadual Sargento WolffLaura V. de Alcntara C.E. Prof. Alda B. dos Santos TavaresLea Maria Vieira de Souza E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de MacacuLeandro Mendona do Nascimento CIEP 320 Erclia Antnia da Silva, Duque de CaxiasLeila Pires Muniz C. E. Baro do Rio Branco, Rio BonitoLeir Pires Muniz C. E. Baro do Rio Branco, Rio BonitoLenilson Duarte C. E. Professor Jos Medeiros de Camargo, ResendeLilia Rute Costa Cardoso C.E. Visconde de CairuLilian Gasparini C.E.Andr MauroisLlian Rodrigues CIEP 318Liliane Souza da Silva Tavares I.E. Thiago CostaLinete Guimaraes dos Santos Almeida Ciep 275 Lenine Cortes FalanteLivia Ramos Pimenta E.E. Aspino Rocha, Cabo FrioLcia Helena Ferreira da Silva C. E. Prof Arago Gomes, MendesLcia Maria dos Santos C.E.Paulino BatistaLucia Maria dos Santos C.E. Paulino P Baptista, So GonaloLcia Maria Gomes Rosa Ciep BrizoloLucia Maria Nunes da Silva Nova Iguau / MesquitaLucia Regina Barbosa dos Reis E.E. Lions ClubLucia Regina Junior Goncalves Ciep 394 Cndido Augusto Ribeiro NetoLuciana Gondim Pinheiro C.E. Mullulo da Veiga, NiteriLuciana Nunes Viter I.E. Prof Ismar Gomes de Azevedo, Cabo FrioLuciane Semedo Henrique Nova Iguau / MesquitaLuciane Souza de Jesus C.E. Ivan VillonLuciene Gomes Martins Nova Iguau / MesquitaLuciene Monteiro Rosa E.E. Alcinda Lopes Pereira PintoLuciete Pinheiro Rodrigues Eugenio C.E. Romualdo Monteiro BarrosLucimar Neves C. E. Prof. Arago Gomes, MendesLucineia do Nascimento Quintino E.E. Roberto SilveiraLucineia Ramos do Vale E.E. Alfredo Pujol

  • Lucineide de Lima de Paulo Escola Estadual Vital BrasilLudmar de M. Lameirinhas Longo C.E.Maria Zulmira TorresLudmila Galindo Heidenfelder Scharts C.E.Almirante ProtgenesLuis da Silva Conceicao Ciep 048 Djalma MaranhaoLuiza Helena de Almeida CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo GrandeLuzia Almeida Goulart Ciep 021 General OsorioLuzia de Cssia Espindola Machado C. E. Presidente Roosevelt, Volta RedondaLuzia Ribeiro S. Longobuco CIEP 099 Dr. Boulevard Gomes de Assumpo, Nova IguauLuzilaine Aguiar Lemos CIEP 467 Henriett Amado, Itaperuna-RJLydia Maria Tavares CEE Ubaldo de OliveiraMael Vieira Rosa de Souza C. E. Capito Oswaldo Ornellas, So GonaloMagali Alves Martins CES Casa do Marinheiro, Rio de JaneiroMagda de Oliveira Bittencourt Azeredo C. E. Jos Carlos Boaretto, MacucoMagna Almeida de Souza C. E. Rio Grande do Norte, Volta RedondaMrcia Cristina Garin Borges E.E. Prof. Alfredo Balthazar da SilveiraMarcia Guimaraes da Silva Rocha C.E. Prof. Maria Terezinha de C. MachadoMarcia Milena Soares de Souza NiteriMarcia Nunes Duarte C.E. Irm ZliaMarcia Regina Pacheco C.E. Aurelino Leal, NiteriMarcia Regina R Belieny de Padua Ciep 150 Prof Amelia Ferreira S. Gabina, Cabo FrioMarcia Silva dos Santos Nova Iguau / MesquitaMarcilio Parreira dos Reis C.E. Almte. Barao de TeffeMrcio da Silva de Lima Ciep-418 Antnio Carlos Bernardes MussumMarco Antonio Paulini Lopes E.E.Stella MatutinaMarcos Tomazine Ribeiro Ciep 391 Prof Robson Mendona Lu, MaricMargareth Goncalves Mataruna C.E. Elisiario Matta, MaricMaria Amelia Silva de A Serrazine C.E. Johenir Henriques ViegasMaria Angelica F M de Oliveira C.E. Prudente de MoraesMaria Angelica Vieira Lannes Ciep 122 Prof. Ermezinda Dionizio Necco, So GonaloMaria Aparecida dos Reis Oliveira C.E. Rio Grande do SulMaria Aparecida M. dos Santos Nova Iguau / MesquitaMaria Armanda P. da Costa C.E. Visconde de CairuMaria Conceio Barroso C. E. Baro do Rio Branco, Rio BonitoMaria Cristina Sanches da Silva C.E. Prof. Alda B. dos Santos TavaresMaria Cristina Sartori C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio Bonito

  • Maria da Conceio Alves Maria da Conceio C.de Oliveira C.E. Freire AllemoMaria da Conceio de Lima Maria da Conceio Machado de Carvalho C. E. Chile, Rio de JaneiroMaria da Gloria De Castro Netto C.E. Brigadeiro Castrioto, NiteriMaria da Gloria de Castro Netto NiteriMaria das Graas Joo Ferreira C.E. Prof. Alda B. dos Santos TavaresMaria da Penha Silva Ornellas E.E.Corregio de CastroMaria de Fatima Alves Ferreira Nova Iguau / MesquitaMaria de Ftima dos Santos Guedes CIEP Brizolo 286 Murilo Portugal, Barra do PiraMaria de Ftima Portella E. E. Maurcio de Abreu, SapucaiaMaria de Ftima Riguete CIEP 087Maria de Lourdes Souza Teixeira C.E. Mullulo da Veiga, NiteriMaria de Lourdes Souza Teixeira NiteriMaria de Lourdes Vaz S Dias Eees Edgard WerneckMaria Fernanda R.M.da Luz Maria Goreti Scott Pimenta C.E. Rui Guimaraes de AlmeidaMaria Goreth de Oliveira Barros CIEP 274 Maria Amlia Daflon FerroMaria Helena dos S Costa I.E. Clelia Nanci, So GonaloMaria Helena Marques Henriques Eees Conde Afonso CelsoMaria Ins C. de Barros C.E. Rubens FarrullaMaria Ines Mexias Rodrigues I.E. Thiago CostaMaria Ines Rezende de Oliveira C.E. Guilherme Briggs, NiteriMaria Jeanne da Silva CIEP 328 Marie CurieMaria Jos de Souza Santos CndidoMaria Jose de Souza Santos Candido C.E. Capitao Oswaldo Ornellas, So GonaloMaria Lucia Martins Nunes Camargo C.E. Prof Jose MedeirosMaria Madalena Esteves Bastos C.E.Capito Oswaldo OrnellasMaria Madalena Esteves Bastos C.E. Capitao Oswaldo Ornellas, So GonaloMaria Rosangela Da Silva C.E. Servulo Mello, Silva JardimMaria Salete Lopes Paulo Eees Dr Cocio BarcellosMarila A.Lucu C.E.Pedro Jacintho TeixeiraMarilene Neves Braga Novis NiteriMarilia Silveira de Oliveira C.E. Antonio Lopes de Campos Filho, Rio BonitoMarilin Martins Ramada Eees Alcide de Gasperi

  • Marilza Eduardo da Silva CIEP 336 Jornalista Octvio Malta, Campo GrandeMarinez Sant Anna Luccesi C.E. Santa RitaMarinezia Fingolo Turques Ciep 500 Antonio BotelhoMarisa Albuquerque Mahon E.E. Pinto Lima, NiteriMarise Rosalino do Couto E.E. Dep. Jose SallyMarisi Azevedo Ferreira C.E. Prof. Aurlio DuarteMaristela Silva da Paz Vieira Gomes C.E. Paulino P Baptista, So GonaloMariza Rosa de Araujo Nova Iguau / MesquitaMarize Castilho Portal C.E. Aurelino Leal, NiteriMarli Jane S. Arajo Ciep 390 Chao de Estrelas (Biblioteca)Marli Teresinha do Patrocinio Silva C.E. Cap de Fragata Didier B ViannaMarluci Nunes Pinheiro C.E. Santos DumontMarta de Freitas C.E. Celio Barbosa AnchiteMarta Janete Firmino A da Cruz C.E. Sargento WolffMarta Regina L. Ribeiro Nova Iguau / MesquitaMary Helen R L da Rosa Ciep 458 Hermes Barcelos, Cabo FrioMauricio Rodrigues Leal C.E. Frederico Azevedo, So GonaloMiri Rezende do Amaral Ciep 275 Lenine Cortes FalanteMrian de Mendona Costa Pereira Mnica Luzia da Cunha Arajo CIEP 988 So Jos de SumidouroNadia Amara de Souza Santos C.E. Presidente BernardesNadirlei Ferreira Santos E.E.Maria Rosa TeixeiraNazare de Lourdes M Abreu C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio BonitoNeide da Conceio Evangelista Nova Iguau / MesquitaNeide da Costa Anchieta C.E. Walter Orlandine, So GonaloNeiva Ribeiro Pereira Fraga E.E. Des. Alvaro Ferreira PintoNeli da Silva Santos Eees Ubaldo de OliveiraNelma Rosa de Souza C.E. Lions ClubeNelson Santa Rosa de Carvalho Jr C.E. Madre Teresa de CalcutNely Guimaraes da Cruz C.E. Jose FonsecaNeusa Mosqueira Pinheiro C.E. Irene MeirellesNeuza Maria de Freitas Nova Iguau / MesquitaNilce Vnia da Silva Lopes CIEP 409 Alade de Figueiredo SantosNilce Vania da Silva Lopes Ciep 409 Alaide de Figueredo Santos, So GonaloNilzeth M da S de M R De Mendonca C.E. Josu de Castro

  • Patricia Lusa N. Rangel Nova Iguau / MesquitaPatrcia Souza E.E.ChilePatrcia Faustino da Silva C.E. Prof. Aurlio DuartePriscila Freitas de Souza C.E. Prof Jose de Souza MarquesRaquel Elisa de Latone Lopes I.E. Inocncio de AndradeRaquel Martins de Souza universitria estagiriaRegina Simes AlvesRejane Siqueira Paiva Nova Iguau / MesquitaRenata da Silva De Barcellos C.E. Tenente Otavio PinheiroRenata Sanches Gil Ciep 275 Lenine Cortes FalanteRenato Jose da Mata C.E. Gov Roberto SilveiraRicardo Gomes C.E. Carmem de Luca AndreioloRita de Fatima Pinto Vinhosa C.E. Temistocles de AlmeidaRita Maria da Silva C. De Sena Nova Iguau / MesquitaRoberta Enir Faria Neves Camoes E.E. Prof Oswaldo da RochaRosa Maria Ferreira Correa C.E. Prof. Aurlio DuarteRosa Maria Magalhaes C.E. Temistocles de AlmeidaRosa Maria Moreira Califfa E.E. Quintino BocaiuvaRosa Maria Ribeiro de Oliveira E.E. Praa da BandeiraRosane C. de Albuquerque Ciep 127 Frei Acursio A Gonzaga Bolwer, MagRosangela Barbosa C.E. Pref. Luiz GuimaraesRosangela Coelho Barbosa C.E. Miguel Couto, Cabo FrioRosangela de Moraes Da Silva C.E. Sargento Antonio ErnestoRosangela Pereira Rocha Valeriano C.E. Temistocles de AlmeidaRosngela Vaterlor Monteiro Ciep 390 Cho de EstrelasRosani Santos Rosa Moreira C.E. Antonio HouaissRosnia Carvalho Piedade Santana E.E. Baltazar CarneiroRoseane Torres da Silva Carvalho Torres C.E. Pref. Francisco FontesRoselane da Rocha E.E. Oliveira BotelhoRoseli Leite da Silva C.E. MonteseRosicleia E.E. Dr. Christovam Berberia-SJMTSandra Cristina Rodrigues Leite Nova Iguau / MesquitaSandra Regina Brito Curvelo C.E. Dr. Luciano Pestre, NiteriSandra Regina Corra Guerra Delgado Silva C. E. Baro de MauScheila Brasil Rodrigues S. Bullus C.E. Gov. Roberto Silveira

  • Selma do Carmo Ribeiro Nova Iguau / MesquitaSelma Mouta Vasconcelos Nova Iguau / MesquitaSergio Luis Machado Nacif C.E. Johenir Henriques ViegasSergio Luiz Ferreira E.E. Etelvina Alves da SilvaSheila de Souza Pereira Araujo E.E. Quinze de NovembroSheila Santos Viana Ciep 412 Dr Zerbini, So GonaloShirlei Duarte da Silva C.E. Pandia Calogeras, So GonaloSilani Rangel de Azeredo Nova Iguau / MesquitaSilma Clea Salles de Sousa E.E. Quinze de NovembroSilvana Aparecida Ramos Assed C.E. Romualdo Monteiro BarrosSilvana Cantarino F da Silva E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de MacacuSilvana Guimaraes Correa C.E. Pandia Calogeras, So GonaloSilvania da Silva Guimares Nova Iguau / MesquitaSilvia de Ftima Martins Ramos Ciep 467 Henriett AmadoSilvia Nascimento dos Santos CIEP 031 Lrio do LagunaSilvia Rosane Neves Wanderley Fuly C.E. Celio Barbosa AnchiteSimone Cristina Azeredo Amaral Ciep 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, MaricSimone de Souza Raposo Carneiro C.E. Frei TomasSimone e Silva Medeiros Nova Iguau / MesquitaSimone Pralon de Oliveira CIEP Oswaldo AranhaSimone Regina Nogueira de Oliveira Nova Iguau / MesquitaSimone Soares Solange dos Santos Nova Iguau / MesquitaSonia Alves Cunha dos Santos C.E. Jaime Queiroz de SouzaSonia Baptista Ciep 458 Hermes Barcelos, Cabo FrioSonia Mara Ferreira Dos Santos Ciep 165 Brig Sergio CarvalhoSonia Mara Ferreira dos Santos Eees Prof. Clementino FragaSonia Maria Passos Ferreira C.E. Andr Maurois, LeblonSonia Maria Pereira Rosa E.E. Pracinha Joo da SilvaSonia Regina Paulucci Simoes C.E. CentenarioSonia Regina Sota Quintan C.E. Elvidio CostaSonja Heine Pereira da Silva (no inscrita) Stela Luiza Gomes Ferreira Ciep 365 Asa BrancaSueli Gardenia de Souza Ribeiro C.E. Antonina Ramos FreireSueli Carvalho de Souza CIEP 988 So Jose de Sumidouro

  • Suely Magalhes StoschTania Cristina Silva Pacheco C.E. Montebello BondimTania Mara F. de Mendona C.E.Casemiro MeirellesTania Mara Monteiro de Queiroz E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de MacacuTnia Maria Fonseca de Freitas C.E. Prof Jamil El JaickTania Regina da Costa Araujo Nova Iguau / MesquitaTeresa Cristina Meire L. Neves Nova Iguau / MesquitaTerezinha de Castro Valeria Conceicao Souza Tardivor E.E. Coronel Jose Antonio TeixeiraValria Marques Valria Rolo Ribeiro C.E. Ubaldo de OliveiraVelma Leila de Freitas Simen C.E. Deodato LinharesVera Alice V de Carvalho E.E. Prof Alda Bernardo dos S. Tavares, MagVera Alice Vieira Carvalho C.E. Prof. Alda B. dos Santos TavaresVera Lucia Andrade Abreu E.E. Rachel Reid Pereira de SouzaVera Lucia da Silva C.E. Joao de Oliveira Botas, Armao De BziosVera Lucia Gomes da Silva, Nova Iguau / MesquitaVera Lcia Oliveira de Siqueira CIEP 336 Jornalista Octvio Malta, Campo GrandeVirginia Viceconte de A Teixeira E.E. Alcinda Lopes Pereira PintoWania Alves Nova Iguau / MesquitaWilma Pacheco dos Santos C.E. Santa RitaZuleida Soliva dos Santos C.E. de Mage, Mag

    CapaDuplo Design www.duplodesign.com.br

    DiagramaoAline Santiago Ferreira Duplo Design - www.duplodesign.com.brMarcelo Mazzini Coelho Teixeira Duplo Design - www.duplodesign.com.brThoms Baptista Oliveira Cavalcanti Tipostudio - www.tipostudio.com.br

  • Prezados (as) Professores (as)

    Visando promover a melhoria da qualidade do ensino, a Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro realizou, ao longo de 2005, em parceria com a UFRJ, curso para os professores docentes de diferentes disciplinas onde foram apropriados os conceitos e diretrizes propostos na Reorientao Curricular. A partir de subsdios tericos, os professores produziram materiais de prticas pedaggicas para utilizao em sala de aula que integram este fascculo.

    O produto elaborado pelos prprios professores da Rede consiste em materiais orientadores para que cada disciplina possa trabalhar a nova proposta curricular, no dia a dia da sala de aula. Pode ser considerado um roteiro com sugestes para que os professores regentes, de todas as escolas, possam trabalhar a sua disciplina com os diferentes recursos disponibilizados na escola. O material produzido representa a consolidao da proposta de Reorientao Curricular, amadurecida durante dois anos (2004-2005), na perspectiva da relao teoria-prtica.

    Cabe ressaltar que a Reorientao Curricular uma proposta que ganha contornos diferentes face contextualizao de cada escola. Assim apresentamos, nestes volumes, sugestes que sero redimensionadas de acordo com os valores e prticas de cada docente.

    Esta ao objetiva propiciar a implementao de um currculo que, em sintonia com as novas demandas sociais, busque o enfrentamento da complexidade que caracteriza este novo sculo. Nesta perspectiva, necessrio envolver toda escola no importante trabalho de construo de prticas pedaggicas voltadas para a formao de alunos cidados, compromissados com a ordem democrtica.

    Certos de que cada um imprimir a sua marca pessoal, esperamos estar contribuindo para que os docentes busquem novos horizontes e consolidem novos saberes e expressamos os agradecimentos da SEE/RJ aos professores da rede pblica estadual de ensino do Rio de Janeiro e a todo corpo docente da UFRJ envolvidos neste projeto.

    Claudio Mendona

    Secretrio de Estado de Educao

  • SUMRIO

    25 Apresentao

    29 Que TV voc v? Fotografia, grfico, crnica, tira em quadrinhos, ensaio Giselle Maria Sarti Leal, Maria de Ftima Riguete, Eliane Nogueira dos Santos Oliveira

    46 A mulher e as mudanas sociais Crnica, propaganda e artigo de opinio Clia Regina da Mota, Eduardo Jos Paz Ferreira Barreto, Laudimia da Silva Possidnio, Marta Janete Firmino Alves da Cruz

    61 Futebol: uma linguagem universal Texto didtico, crnica jornalstica, crnica literria, conto. Ana Cristina Bonetti Brasil Soares, Tania Cristina Silva Pacheco

    81 O trabalho empobrece o homem? Pintura, poema, cano, artigo de opinio, carta de leitor, charge, trecho de romance Izabel Cristina Tavares Coelho, Denise Gonalves Rodrigues, Ivani dos Santos, Maria Armanda Pereira da Costa

  • 97 Por falar em namorar... Cano, divulgao cientfica, romance, crnica, quadrinhos, poema, notcia Ana Maria Lavinas Pereira, Ana Paula da Silva Arajo, Francisca Therezinha pereira Marcato, Lucinia Ramos do Vale, Marta de Freitas, Sandra Regina C.G. D. da Silva, Slvia Rosane Neves Wanderley Fuly

    119 Anexo: Proposta de seriao da disciplina Lngua Portuguesa

    136 Bibliografia

  • Apresentao 25

    Portugus - Volume II

    APRESENTAO

    com satisfao que apresentamos aos professores da Rede de Ensino do Estado do Rio de Janeiro estes quatro volumes, com sugestes de atividades didticas para subsidiarem o trabalho da sala de aula de Lngua Portuguesa, frutos da parceria entre professores das universidades federais e professores da rede pblica de ensino bsico do Rio de Janeiro.

    Os trabalhos aqui reunidos produzidos durante o curso de formao continuada, promovido pela UFRJ e pela SEE/RJ no segundo semestre de 2005, que reuniu cerca de 350 professores em plos prximos s suas localidades de trabalho (Cabo Frio, Campos, Caxias, Niteri, Nova Friburgo, Nova Iguau, Rio de Janeiro e Volta Redonda) so o resultado de uma profunda re exo sobre questes relacionadas ao ensino da lngua materna, da troca de experincias entre os professores e do debate sobre as diretrizes do documento de reorientao curricular elaborado no nal do ano de 2004, no mbito dessa parceria.

    Em todos os volumes, evidencia-se a preocupao em priorizar as atividades de leitura e produo textual, com base na concepo de que a escola deve incorporar em suas atividades os diferentes textos que circulam na sociedade, adequados aos diferentes contextos de produo. Assim, cada grupo escolheu um tema e selecionou textos de gneros variados, para criar atividades didticas que permitam ao aluno ampliar sua capacidade de leitura de mundo e interferncia nas inmeras situaes sociais que exigem um cidado consciente e atuante.

    Cada unidade apresenta, inicialmente, informaes gerais sobre o tema e os textos escolhidos (gnero textual, objetivo comunicativo predominante, contexto de produo, modo de organizao discursiva predominante, recursos lingsticos utilizados), compondo uma cha tcnica da proposta didtica, para facilitar ao professor a insero no seu planejamento pedaggico. A seguir, apresentam-se as atividades didticas, que podem ser xerografadas para utilizao em sala de aula. Por ltimo, uma conversa com o professor, que tem como objetivo comentar alguns aspectos relevantes para a aplicao das atividades.

    Para apoiar o professor na utilizao destes volumes, sugere-se a (re)leitura do documento de Reorientao Curricular de Lngua Portuguesa, disponvel nas escolas da rede estadual. Como instrumento de apoio para consulta cotidiana, incorporamos, ao nal de cada volume, a matriz curricular das sries correspondentes, relembrando que a re exo sobre as questes gramaticais esteja sempre vinculada aos objetivos de leitura e produo de textos orais e escritos, e no

  • 26 Ensino Fundamental

    se con gure como um momento parte na dinmica da sala de aula, desvinculada dos reais objetivos do ensino da lngua materna.

    Agradecemos a dedicao dos professores cursistas e informamos que todos os trabalhos (selecionados ou no para impresso) sero disponibilizados no site da SEE/RJ e da UFRJ. Esperamos que os professores de Lngua Portuguesa da rede estadual, que participaram ou no do processo de elaborao deste material didtico, possam utilizar as sugestes propostas por seus colegas, enriquecendo-as com sua prpria prtica.

    Somente com esse pensar (e essa prtica coletiva) poderemos veri car a real extenso de nosso Projeto, que sabemos ter sido amplo em sua estrutura e ousado em sua proposta e visualizaremos nossos acertos e a necessidade de eventuais ajustes e desdobramentos. A nal, nosso objetivo nico: o fortalecimento do ensino de lngua materna, sempre em prol de nossos alunos, vetores de nossos passos e de nossas preocupaes como docentes. Todas as sugestes sero evidentemente muito bem-vindas.

    Maria Cristina Rigoni CostaCilene da Cunha Pereira

    Maria da Aparecida Meireles de PinillaMaria Christina de Motta MaiaMaria Emlia Barcellos da Silva

    Maria Thereza Indiani de OliveiraMaringela Rios de Oliveira

    Regina Clia AngelimSigrid Castro Gavazzi

    Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu

  • PORTUGUS

    Janeiro de 2006

    PORTUGUS

    Ensino Fundamental - Volume II

  • Que TV voc v? 29

    Portugus - Volume II

    QUE TV VOC V?

    APRESENTAO

    Este trabalho prope uma re exo acerca da televiso enquanto um til veculo de informao, mas, ao mesmo tempo, um nocivo instrumento cristalizador de modelos e papis, que se sugere que sejam seguidos e desempenhados de maneira no re etida. Pretende-se que, ao m desta unidade, os alunos sejam capazes de reconhecer as intenes e interesses veiculados pelo discurso miditico televisivo, e que se tenha iniciado um processo de conscientizao acerca de sua atitude crtica diante da tv que ele v.

    Reunimos diversos textos de diferentes gneros desde textos no verbais e tirinhas, at crnicas e artigos de revistas para que os alunos tenham recursos diversi cados para re etir acerca do papel social da programao televisiva no curso da histria. Os textos que compem esta proposta de material didtico apresentam as seguintes caractersticas, de acordo com seus objetivos discursivos.

    Dividimos a presente unidade em 3 sees, a saber: (1) A TV que todo mundo v; (2) O que dizem na TV; e (3) O que dizem da TV. Em cada uma, propomos atividades de compreenso oral e escrita dos textos selecionados. Ao lado dos textos e atividades, criamos o Psiu?! e A lngua em uso, que so sugestes de formas para voc pode trabalhar os textos e temas relacionados a eles, bem como lembretes dos assuntos que podem ser abordados de acordo com o gnero textual e com as construes lingsticas presentes.

    Objetivos principais Ampliar a competncia discursiva dos alunos por meio de atividades de leitura e produo de textos orais e escritos, adequando-se s diferentes situaes de interlocuo.

    Desenvolver o domnio de aspectos discursivos e gramaticais da lngua em uso como suporte para o desenvolvimento das habilidades de leitura e produo.

  • 30 Ensino Fundamental

    Gneros textuais trabalhadosFotogra a, gr co, crnica, tira em quadrinhos, ensaio, artigo de opinio

    Detalhamento das caractersticas dos textos trabalhadosOs textos que compem esta proposta de material didtico apresentam as seguintes caractersticas, de acordo com seus objetivos discursivos:

    Texto 1

    Gnero

    Fotogra a

    Objetivo comunicativo predominante

    Registro de um dado momento

    Contexto de produo

    Foto produzida para a revista poca, maio/ 98, concernente venda de produtos em lojas.

    Modo de organizao discursiva predominante Linguagem no-verbal

    Recursos utilizados pelo autor Recursos visuais

    Texto 2 Grfico sobre audincia televisiva na regio do Grande Rio ( www.almanaqueibope.com.br)

    Gnero

    Gr co

    Objetivo comunicativo predominante

    Organizao de informaes estatsticas

    Contexto de produo Gr co estatstico referente a cinco programas de maior existncia na regio do Grande Rio de Janeiro. Programao diria com audincia domiciliar de 3.430.600.

  • Que TV voc v? 31

    Portugus - Volume II

    Modo de organizao discursiva predominante Linguagem no-verbal

    Recursos utilizados pelo autor Recursos visuais e numricos

    Texto 3 - O mundo da televiso ((POLIZZI, Valria. Papo de Garota. Ed. Smbolo e Ed. Nome da Rosa. SP, 2001. pp. 25-27)

    Gnero

    Crnica

    Objetivo comunicativo predominante Relatar situao vivida e os sentimentos que envolvem o protagonista

    Contexto de produo Narrativa que impinge crtica ao uso excessivo da televiso pelo jovem

    Modo de organizao discursiva predominante Narrativa

    Recursos lingsticos utilizadosVerbos no pretrito perfeito/ imperfeito.

    Advrbios que marcam a seqncia de aes. Adjetivos que caracterizam os sentimentos dos personagens.

    Texto 4 Mafalda (Quino Toda a Mafalda 1978, 4 edio, Publicaes D.Quixote)

    Gnero Tira em quadrinho

    Objetivo comunicativo predominante

    Crtica a uma dada situao: Uso excessivo da televiso

  • 32 Ensino Fundamental

    Contexto de ProduoCriado por Quino, chargista argentino, tendo a personagem Mafalda se tornado popular pelo senso altamente crtico de suas abordagens dos aspectos sociais.

    Modo de organizao discursiva predominante

    Dilogo

    Recursos utilizados Recursos no verbais e verbais: vocativo, marcas de interlocuo, procedimentos de perguntas e respostas, frases interrogativas; verbos no gerndio.

    Texto 5 Querida TV (PIRES, Marcelo. Revista Quem. Agosto de 1999. p. 116)

    Gnero

    Crnica

    Objetivo comunicativo predominante Indicar opinio acerca de dado assunto, demonstrando proximidade com o interlocutor.

    Contexto de ProduoTexto retirado da Revista QUEM, dirigida a jovens, visa a mostrar o texto despojado, indicando a crtica a assuntos importantes para a informao do pblico a que se destina a revista. .

    Modo de organizao discursiva predominanteNarrativa

    Recursos lingsticos utilizados

    Traos marcantes da oralidade: como, por exemplo, o uso de grias.

  • Que TV voc v? 33

    Portugus - Volume II

    Texto 6 - Televiso: A Vida Pelo Vdeo (FILHO, Ciro Marcondes. So Paulo: Moderna. 1988)

    Gnero

    Ensaio

    Objetivo comunicativo predominante

    Exposio de ponto de vista com apresentao de diferentes aspectos

    Contexto de Produo Ensaio publicado no livro A vida pelo Vdeo, de Ciro Marcondes Filho, importante autor da rea de comunicao.

    Modo de organizao discursiva predominante

    Expositivo- argumentativo

    Recursos lingsticos utilizados pelo autor Argumentao, contra-argumentao, oraes subordinadas

    Texto 7 A publicidade na TV ((FILHO, Ciro Marcondes. Televiso: A Vida Pelo Vdeo. So Paulo: Moderna. 1988. p. 77-80)

    Gnero Ensaio

    Objetivo comunicativo predominante

    Expor ponto de vista a cerca do tema Televiso

    Contexto de ProduoTexto crtico publicado por Ciro Marcondes Filho no livro A publicidade na TV, em que o autor apresenta uma acurada anlise crtica da veiculao da publicidade na TV.

    Modo de organizao discursiva predominanteExpositivo- argumentativo

  • 34 Ensino Fundamental

    Recursos Lingsticos utilizados

    Argumentao, exempli cao, atravs de casos.

    Uso de comparaes, oraes subordinadas, conclusivas e causais.

    Texto 8 - Mafalda (Quino Toda a Mafalda 1978, 4 edio, Publicaes D.Quixote)

    Gnero

    Tira em quadrinhos

    Objetivo comunicativo predominanteCrtica a uma dada situao: Uso excessivo da televiso

    Contexto de ProduoCriado por Quino, chargista argentino, tendo a personagem Mafalda se tornado popular pelo senso altamente crtico de suas abordagens dos aspectos sociais.

    Modo de organizao discursiva predominante

    Dilogo

    Recursos utilizados Recursos noverbais e verbais: vocativo, marcas de interlocuo, procedimentos de perguntas e respostas, frases interrogativas; verbos no gerndio.

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    Portugus - Volume II

    ATIVIDADES DIDTICAS

    A TV que todo mundo v

    Pra comeo de conversa...

    Leitura

    1. O que vem sua mente ao olhar esta imagem?

    2. Por que as televises cam normalmente ligadas dentro das lojas?

    3. Que papel a televiso est exercendo nesta imagem?

    4. Podemos a rmar que a televiso in uencia opinies e comportamentos nas diferentes camadas de nossa sociedade. Que tipo de in uncia ela exerce sobre as pessoas economicamente desfavorecidas?

    5. E sobre voc, que tipo de in uncia a televiso tem exercido?

  • 36 Ensino Fundamental

    1. O que andam vendo por a,

    de acordo com o gr co?

    2. Podemos ver que as telenovelas

    so as lderes de audincia.

    Na sua opinio, por que isso acontece?

    3. Qual o seu programa preferido? Por qu?

    Fonte: www.almanaqueibope.com.brReferente aos 5 programas de maior audincia na regio do

    Grande Rio de Janeiro programao diria de 06h s 05h59Audincia domiciliar (3.430.600 domiclios)

    Leitura

    O Mundo da Televiso

    Depois de passar horas em frente televiso, pulando de canal em canal, de programa de auditrio para novela, de novela para telejornal, de telejornal para videoclipe, de videoclipe para propaganda, a garota deu um clique final no controle remoto e a tela escureceu. Em uma frao de segundo, aquele mundo de cubo animado, colorido e fascinante, havia desaparecido.

    Silncio.

    Uma sensao de vazio tomou conta da sala. E a garota teve a ntida

    impresso de que o mundo em que estava era menos real do que dentro da tev. Lembrou-se de quando era criana e achava que televiso era isso mesmo: um mundo real com minsculas pessoas vivendo dentro do aparelho. Por que agora quem se sentia minscula era ela?

    Solido.

    Clique, ligou a tev de novo. Som, msica, pessoas alegres e sorridentes, palmas, folia. At a desgraa parecia um show. Isso deveria ser triste, muito triste. Mas parece que a gente vai se acostumando, se acostumando.. No! Clique, desligou novamente.

    A sala vazia, o chiado do silncio. O ato de desligar abria um espao em sua cabea e era em si mesma que comeava a pensar. Seus problemas, sua rotina mecnica e sem

  • Que TV voc v? 37

    Portugus - Volume II

    graa, sua vida sem sabor, era isso! A vida na tela tinha sabor. Clique, ligou outra vez. (...)

    Nossa, suas costas j estavam doendo de tanto sof. Clique, desligou. Alm do mais, ela no era a nica. Conhecia muita gente que ligava a tev assim que chegava em casa.

    Clique. Ligou a televiso e ficou pensando que daria tudo para entrar naquele aparelho e pertencer quele mundo, ainda que s por um dia. E de l de dentro olharia para a menina aqui fora, sentada no sof. Quem sabe assim gostaria mais dela, se sentiria um pouquinho especial...

    (POLIZZI, Valria. Papo de Garota. Ed. Smbolo e Ed. Nome da Rosa. SP, 2001. pp. 25-27)

    Leitura e lngua em uso

    1. A autora desta narrativa O Mundo da Televiso faz uma crtica programao televisiva. Trata-se de uma crtica positiva ou negativa? Transcreva o trecho em que esta crtica est evidente.

    2. Sabemos que o conto um gnero textual construdo em torno de um con ito da(s) personagem(s). Aponte-o e caracterize-o no trecho acima.

    3. Releia o primeiro pargrafo do texto:

    Depois de passar horas em frente televiso, pulando de canal em canal, de programa de auditrio para novela, de novela para telejornal, de telejornal para videoclipe, de videoclipe para propaganda, a garota deu um clique final no controle remoto e a tela escureceu. Em uma frao de segundo, aquele mundo de cubo animado, colorido e fascinante, havia desaparecido.

    O que possvel inferir sobre a repetida mudana de canal da garota?

    4. Observe a expresso utilizada pela autora: A sala vazia. O chiado do silncio.

    Vemos a a juno de vocbulos que expressam idias contrrias. Desenvolva esta a rmao, incluindo em sua resposta, a possvel inteno comunicativa da autora.

    O que andam vendo por a...

    O gr co a seguir nos apresenta dados referentes mdia percentual de audincia domiciliar de sete tipos de programas televisivos das emissoras de tv: Bandeirantes, Corcovado (CNT), Globo, Record, Rede TV!, SBT e TVE Brasil. O perodo dessa pesquisa do Ibope compreende a semana de 31/10 a 06/11/2005.

    Observe-o e analise-o com ateno.

  • 38 Ensino Fundamental

    Laboratrio de textos

    Nas atividades de leitura, voc conheceu um pouco mais sobre esta nossa ilustre companheira: a TV.

    Agora, com a orientao do professor, descubra o que andam vendo por aqui, em sua escola.

    Rena-se a um grupo de colegas para realizar a tarefa.

    Juntos, vocs realizaro uma enqute sobre a preferncia de programao televisiva dos membros da escola.

    Cada grupo da sua turma pode se encarregar de entrevistar um grupo. Pessoas com diferentes funes podem ser ouvidas: pessoal do grupo de apoio, professores, diretores, alunos de diferentes sries e/ou faixas etrias.

    Aps a coleta de dados, cada grupo produzir um gr co apresentando os resultados da pesquisa para futura exposio na escola.

    Sugesto: pea a ajuda de seu professor de matemtica para a elaborao do gr co.

    O que dizem da TV?

    Veja o que Mafalda diz da TV...

    Quino Toda a Mafalda 1978, 4 edio, Publicaes D.Quixote

    (QUINO,Toda a Mafalda-Lisboa,Publicaes D.Quixote, 1987- )

    Leitura, lngua em uso e produo de texto

    1. Na tira acima, observamos a posio de Mafalda em frente televiso. Existe alguma relao entre sua posio e sua fala? Justi que.

    2. Nas expresses: Que ests a fazer e Estou a pensar, veri ca-se a presena da contribuio verbal: verbo estar mais in nitivo, caracterstica do portugus usado em Portugal, diferente do

  • Que TV voc v? 39

    Portugus - Volume II

    usado no Brasil. H uma escolha predominante dos brasileiros por uma outra forma? Que forma essa?

    3. Levando em conta o sentido global da tira acima, o que se pode concluir acerca da opinio da personagem Mafalda sobre a televiso?

    4. E voc, o que voc diz da TV?

    Leia o que Marcelo Pires escreveu sobre a TV

    Querida TV

    Seguinte: nem sei como falar, chato pra burro, t um pouco sem jeito, mas preciso dizer que, sei l, acho que nossa relao se desgastou recentemente. Ando meio desligado de voc, confesso. Hoje em dia prefiro passar meu tempo livre com o aparelho de som, um velho amigo, do que com voc. Sei l, voc pode dizer que sou eu que ando numa fase chata, penta demais, mas, convenhamos, voc tem abusado da minha pacincia, sempre os mesmos papos, fico at sem jeito de comentar.

    O que voc pensa? Que eu vou fazer de conta que essas xuxlicas, essas anglisteus, essas xuxilianas j no cansaram a beleza da gente? Por voc ter ficado to careta, to mesquinha, que eu cansei (...)

    Por isso, TV, acho que legal a gente dar um tempo. Ns tivemos bons momentos. Noites bacanas, um na frente do outro. Mas agora deu. Vou saltar fora. Tchau. A gente se v. Ou no.

    (PIRES, Marcelo. Revista Quem. Agosto de 1999. p. 116)

    Leitura, lngua em uso e produo de texto1. Observando a tipologia do texto acima, a que gnero podemos associ-lo? Cite exemplos contidos nele que comprovem sua resposta.

    2. O escritor caracteriza sua relao com a TV semelhante a de um namoro. Retire do texto expresses usadas por ele que con rmam isso.

    3. A relao do escritor com a TV se tornou cansativa por qu?

    4. Podemos observar ao longo do texto uma certa informalidade muito comum nesse gnero textual. Qual a inteno do autor ao optar por escrever assim?

    5. H elementos no texto que caracterizam o discurso como pertencente a determinado grupo social.

    a) Identi que que grupo esse.

    b) D exemplos desses elementos.

  • 40 Ensino Fundamental

    6. Observe o uso do verbo DAR nas seguintes expresses:

    ...acho que legal a gente dar um tempo.

    Mas acho que agora deu.

    Sabemos que o verbo DAR um verbo BITRANSITIVO, ou seja, seleciona um objeto direto e um objeto indireto em seu predicado (quem D, D algo a algum). No entanto, nos dois extratos do texto, essa bitransitividade no ocorre. Observa-se, portanto, uma modi cao no uso ou no sentido do verbo em questo. Em que sentido(s) ele foi usado nos exemplos acima?

    FIQUE ANTENADO!!!Msica: Televiso, de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto.Livro: Televiso: A Vida pelo Vdeo, de Ciro Marcondes Filho.Site: www.tudosobretv.com.br

    Observe esse ttuloFASCNIO, MODELOS E LINGUAGEM DA TV

    No texto abaixo, o autor discorrer sobre trs aspectos da TV, seus fascnios, seus modelos e sua linguagem. O que esse ttulo sugere?

    Agora, vamos ler o textoTodas as noites, s oito horas, a casa de vov ficava cheia. Uns chegavam em cima da hora, outros j estavam l esperando desde cedo. Conversavam sobre muitos assuntos, mas o motivo mesmo de to freqente visita era a televiso.

    Vov era a nica da rua que possua televiso. Eu me lembro que, nos domingos tarde, toda a molecada da rua vinha casa da vov assistir televiso. Ficavam empoleirados na escada, e no havia espetculo mais atraente do que aquele cineminha de graa.

    Talvez por j estar acostumado, eu conseguisse entender o porqu de tamanha curiosidade quanto aos desenhos animados: o aparelho era uma grande novidade.

    noite, mudava o pblico. Antes, a casa da vov no ficava to cheia, com tanta freqncia. Com a chegada do aparelho, as pessoas vinham, cumprimentavam-se, sentavam-se e logo comeavam a ver televiso. Eram os televizinhos, como se dizia na poca.

    Hoje isso j no existe porque todo mundo tem televiso. O aparelho tornou-se presena obrigatria nos lares.

    A televiso daquela poca era mgica. Embora transmitisse em branco e preto programas feitos sem profissionalismo, com imagens tecnicamente ruins, ela possua um fascnio nico.

    As pessoas falavam com os apresentadores, achando que estavam sendo vistas, paravam de conversar a cada momento, ficavam magnetizadas pelo novo aparelho e

  • Que TV voc v? 41

    Portugus - Volume II

    s voltavam ao normal quando o desligavam. Mas sua seduo permanecia. Desligar o aparelho parecia um retorno ao ambiente de casa, ao cotidiano, mesmice das estrias de rua, dos parentes, dos amigos. Lig-lo, ao contrrio, abria um espao para se entrar em outros mundos.

    Muito se falou e ainda se fala que a televiso veio suprimir o dilogo domstico, a conversa das pessoas. Pode ser. Em alguns casos. Em outros, ela veio introduzir dilogos e discusses.

    Por ser um meio totalizante, ela inova, apresentando exemplos de vida, de ambientes, de situaes que acabam funcionando como modelos. Se as conversas domiciliares giravam em torno do conhecido ( a rua, a famlia, os parentes)ou da vida pblica ( a poltica, a religio, o futebol), a televiso traz agora novos momentos, novas realidades, que mostram mundos desconhecidos e inovadores para o pblico. Nesse sentido, ela amplia os antigos horizontes de discusso e o dilogo das pessoas,

    Dilatando sua vivncia com esses novos dados. O rdio executava essa funo deforma menos marcante e, sendo um veculo parcial, a imaginao do ouvinte completava o quadro, imaginando a cena. A mensagem, portanto, restringia-se ao previamente conhecido.

    A televiso fascina por outros meios e de maneira mais perspicaz que as demais formas de comunicao: ela introduz uma linguagem diferente, que primeiro atrai o receptor, para depois ser incorporada por ele. Nessa medida, ela muda completamente atravs de um fato tcnico, de sua linguagem os hbitos de recepo e de percepo da sociedade e da cultura.

    (FILHO, Ciro Marcondes. Televiso : A Vida Pelo Vdeo. So Paulo: Moderna. 1988)

    Leitura

    1. Releia esta sentena: A televiso daquela poca era mgica. A que poca ela se refere? E por que ela era mgica?

    2. Voc concorda com a a rmao: O aparelho tornou-se presena obrigatria nos lares? Justi que.

    3. Em que sentido, de acordo com o texto, a televiso introduz dilogos e discusses?

    4. Busque no texto passagens que descrevem fascnios da TV.

    5. O texto a rma que a televiso, por ser um meio totalizante,[...] inova, apresentando exemplos de vida, de ambientes, de situaes que acabam funcionando como modelos. Isso ocorre porque a imagem nos agrada e ns desejamos viver daquela maneira. Por exemplo, a loira-magra o padro de beleza; a gura da empregada, em geral, negra; no assim uma Brastemp sinnimo de m qualidade.

    Alm desses exemplos, existem muitos outros. Discuta com seus colegas e aponte outros tipos de modelos que atraem os telespectadores e so incorporados por eles.

  • 42 Ensino Fundamental

    Agora sua vez

    Produo de texto

    Nesta seco voc conheceu e analisou opinies diversas a respeito da TV. Alguns so a favor, outros contra. Outros manifestaram certa neutralidade. E voc mesmo j teve oportunidade de expressar sua opinio.

    E agora? Aps a leitura desses textos, seu posicionamento ainda mesmo? Ou ser que mudou? Ou voc est ainda re etindo um pouco mais?

    Que tal, ento, colocar suas re exes no papel?

    Redija um texto que expresse sua opinio sobre a TV. Mas lembre-se de que voc deve basear-se em argumentos que rea rmem o que voc defende.

    Antes de redigir seu texto...

    a) De na qual a sua posio:

    A TV contribui para introduzir novos dilogos e discusses acerca de diferentes realidades.

    A TV tem o poder nocivo de xar e /ou alterar padres de comportamento.

    b) Rena os argumentos que favorecem sua posio.

    c) Rena os argumentos que favorecem a posio contrria sua.

    Intervalo Comercial

    Voc sabia?

    Que a publicidade existe h muito tempo?

    Que ela exerce uma ao psicolgica sobre o pblico, com ns polticos e/ou comerciais?

    Que a televiso funciona como uma vitrine?

    Que a publicidade pode, tambm, prestar servios populao, divulgando informaes teis como campanhas de educao, sade e transporte?

    Que a emissora precisa vender o seu intervalo comercial para ter dinheiro para fazer os programas?

    E que o anunciante precisa de um meio de comunicao e ciente para mostrar seu produto ao maior nmero possvel de pessoas?

    Que voc quem faz a audincia como telespectador e voc quem paga a publicidade como consumidor?

  • Que TV voc v? 43

    Portugus - Volume II

    Que a in ncia da publicidade faz parecer indispensveis produtos novos que nunca zeram parte de nossas vidas?

    EntoFique alerta para no se deixar enganar com as tcnicas e truques da publicidade e suas falsas promessas!!!!

    Para saber mais a respeito da publicidade, leia com bastante ateno o texto a seguir

    Em meio a homens altos e mulheres bonitas que tomam cerveja, surge um baixinho de bon. Em p, diante de um balco alto, ele toma um copo enorme de cerveja, ao som de uma cano que diz ser aquela uma graaaaaande cerveja. A desproporo entre a altura desse homem e a dos demais elementos do cenrio mero acaso? De forma implcita, o que pretende o anunciante?

    A Publicidade na TV

    O pesquisador Jess Martn Barbero diz que, atravs da publicidade, nossa sociedade constri dia a dia a imagem que cada um tem de si. Para ele, a publicidade um espelho, apesar de bem deformado, pois a imagem do lado de l muito mais bela que a imagem do lado real.

    A publicidade, no passado, teve a funo de vender produtos. Era sua razo de ser. Hoje, ela tem outra funo muito especial: a de demonstrao de modelos a serem seguidos, isto , a apresentao de padres fsicos, estticos, sensuais, comportamentais, aos quais as pessoas devem se amoldar. A publicidade dita as regras de reconhecimento e valorizao social. [...]

    Se no passado ela funcionava como a TV, as revistas, o cinema, apresentando indiretamente esses modelos estticos, hoje a venda de mercadorias sua aparente razo de ser tornou-se secundria. Em primeiro lugar, ela vende, define, idealiza os modelos estticos, sexuais e comportamentais.

    Alm disso, a publicidade na sociedade industrial capitalista funciona como um reforo dirio das ideologias, do princpio da valorizao das aparncias, da promoo de smbolos de status (carros, roupas, ambientes, bebidas, jias, objetos luxuosos de uso pessoal). De certa maneira, como no humor, a publicidade refora tambm as tendncias negativas, encobertas ou disfaradas da cultura. Ela confirma diferenas, segregaes, distines, trabalhando em concordncia com os preconceitos sociais e com as discriminaes de toda espcie [...]. Em suma, ela produzida para estar de acordo e, portanto, para reforar as desigualdades e os problemas sociais, culturais, tnicos ou polticos. Essa funo reforadora seu suporte para a venda de mercadorias, pois, ao mesmo tempo que incita o consumo, o prprio veculo, o transporte dos valores e dos desejos que esto ancorados na cultura que as consome. As mercadorias trazem em si, incorporado, tudo aquilo que a sociedade deseja, e por isso so consumidas.

    [...]

    A publicidade, especialmente a de TV, veicula valores: a raa branca (dominante) transmitida, por exemplo, como a nica bela, modelar, vlida. No Peru, na frica, no Nordeste brasileiro, a criana branca de olhos azuis, docemente cuidada por sua me loira, de cabelos sedosos e aveludados, o tipo ideal de publicidade.

  • 44 Ensino Fundamental

    A pesquisadora alem Karin Buselmeler realizou uma interessante pesquisa sobra a imagem da mulher na televiso. Ela constatou, em primeiro lugar, que a mistificao do trabalho domstico ocorre de forma mais clara na publicidade, colocando os afazeres de casa como um trabalho nobre de mulher. A mulher aparece nesses quadros como a responsvel pela felicidade da famlia, felicidade s atingvel pela aquisio de produtos oferecidos pela publicidade. O filho teria poucas chances de brincar no parque infantil se no cuidasse atentamente de seus cabelos; o marido, se no possuir a camisa branca, brilhante, ser olhado de modo atravessado pelos colegas. De tudo isso a mulher tem que cuidar.

    [...]

    Em resumo, conclumos ento que a publicidade trabalha atravs da promoo de puras aparncias: no se compram mercadorias por suas qualidades inerentes nem pelo seu valor de uso, mas pela imagem que o produto veicula no ambiente da vida do consumidor. Nenhuma dessas mercadorias realiza de fato o que promete, isto , nenhum cigarro propicia aventuras, nenhum carro traz vida luxuosa, nenhum usque conquista mulheres. Em todos esses casos, o produto inteiramente secundrio: as pessoas so seduzidas por alguma coisa que est fora e muito alm dele.

    (FILHO, Ciro Marcondes. Televiso: A Vida Pelo Vdeo. So Paulo: Moderna. 1988. p. 77-80)

    Leitura e lngua em uso1. O autor a rma em seu texto que a publicidade tinha uma funo no passado, que era a de vender produtos. Hoje, porm, ela tem outra funo muito especial: a de demonstrao.

    a) Que demonstrao esta?

    b) E o que ela pretende vender?

    2. O pesquisador Jess Martn Barbero compara a publicidade a um espelho. Qual a relao entre eles?

    3. Sabemos que existem palavras que tm a funo de estabelecer uma relao de sentido entre duas ou mais oraes, como por exemplo nas linhas 2 e 3 do texto lido:

    (...)Para ele, a publicidade um espelho, apesar de bem deformado,(...)

    a) Identi que essa(s) palavra(s) e transcreva-a(s) abaixo, indicando o sentido que ela(s) estabelece(m).

    b) Como so chamadas essas palavras?

    4. No sexto pargrafo, a expresso trabalho nobre aparece entre aspas.

    a) Qual o efeito causado pelas aspas no texto?

    b) Qual o sentido da expresso trabalho nobre?

    5. Ao introduzir o ltimo pargrafo, o autor utiliza a expresso em resumo.

    a. Qual a funo deste pargrafo em relao ao texto?

    b. Quais as principais informaes contidas nesse pargrafo?

  • Que TV voc v? 45

    Portugus - Volume II

    c. Qual a relao que se pode estabelecer entre as informaes contidas nesse pargrafo e as informaes contidas nos pargrafos anteriores?

    d. De acordo com a pesquisa desenvolvida pela alem, como a mulher vista na publicidade?

    Observe a tirinha abaixo

    (QUINO, Toda a Mafalda. Lisboa, Publicaes D. Quixote, 1987)

    Leitura

    1. Por que a personagem da tirinha, Mafalda, cou to revoltada com a propaganda?

    2. Qual a inteno do produtor da propaganda ao a rmar que at uma criana poderia manusear a mquina de lavar anunciada?

    3. Que relao estabelecida com o telespectador ao ser usado o termo minha senhora?

    Laboratrio de textos

    Depois de termos trabalhado com os textos sobre a publicidade na TV, obtivemos informaes que nos permitiram perceber que ela faz um apelo nossa fantasia.

    Chegou a sua vez, ento, de analisar as mensagens, identi cando os apelos usados por ela, como: sucesso, conforto, liberdade, conquista, riqueza, etc.

    Sua tarefa Observar diferentes propagandas na TV, identi cando as mensagens transmitidas ao telespectador;

    Escolher, ou criar um produto e elaborar um comercial para convencer seus colegas de classe a compr-lo.

    Assistir televiso no apenas sentar e ver. necessrio...

  • 46 Ensino Fundamental

    A MULHER E AS MUDANAS SOCIAIS

    APRESENTAO

    Provocao Uma mulher j bastante instruda quando l corretamente as suas oraes e sabe

    escrever a receita de goiabada. Mais do que isso seria um perigo para o lar

    (Charles Expilly) 1

    Ou, pelo menos, era assim que se pensava no incio do sculo passado. Na verdade, assim se pensou durante muitos e muitos anos. Hoje em dia, no entanto, as coisas so bem diferentes, no verdade? Cada vez mais, as mulheres conquistam seu espao e mostram que so capazes de atuar competentemente em todas as reas da sociedade.

    Objetivo principal Ampliar a competncia discursiva dos alunos por meio de atividades de leitura e produo de textos orais e escritos, adequando-se s diferentes situaes de interlocuo.

    Desenvolver o domnio de aspectos discursivos e gramaticais da lngua em uso como suporte para o desenvolvimento das habilidades de leitura e produo.

    Gneros textuais trabalhadosCrnica, propaganda e artigo de opinio

    1 EXPILLY, Charles. Mulheres e costumes do Brasil. Trad. Gasto Penalva. So Paulo: Nacional; Braslia: INL, 1977.

  • A mulher e as mudanas sociais 47

    Portugus - Volume II

    Detalhamento das caractersticas dos textos trabalhadosOs textos que compem esta proposta de material didtico apresentam as seguintes caractersticas, de acordo com seus objetivos discursivos:

    Texto 1 - Na escola (ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Para gostar de ler. v. 1 - crnicas. So Paulo: tica, 1980.)

    Gnero

    Crnica

    Objetivo comunicativo predominante

    Contar acontecimentos, fatos ou episdios a partir de uma situao do cotidiano, neste caso, episdio (verdico) ocorrido em sala de aula; registrar e questionar hbitos e costumes de uma determinada poca (no contexto, a professora usar ou no calas compridas); questionar o uso de uniforme escolar; expor a atitude contraditria da professora democrtica.

    Contexto de produo

    A crnica foi publicada no nal dos anos 602, momento que marca mudanas nas relaes sociais e na vida domstica, devido aos movimentos de liberao da mulher. Ao relatar episdio ocorrido em sala de aula, o cronista questiona costumes relativos ao vesturio feminino e escolar e questiona o conceito de atitude democrtica, atravs de uma posio contraditria da professora.

    Modo de organizao discursiva

    Narrativo

    Recursos lingsticos utilizados

    Predominncia de verbos no pretrito (narrao) e do presente do indicativo.

    Presena do discurso direto

    Ocorrncia de palavras e expresses da linguagem coloquial, registro informal, grias etc.

    2 No conseguimos localizar a data de publicao dessa crnica. Entretanto, pelo vocabulrio e pelas expresses nela presentes, talvez se possa dizer tratar-se de um texto de ns dos anos 60 ou do incio da dcada de 70. Cf. o que consigna o Novo Aurlio sob o verbete mdi: diz-se da roupa feminina (vestido, saia ou casaco) que atinge a altura da canela. [O t. data do m da dcada de 60]. (FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo Aurlio sculo XXI: o dicionrio da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999) [grifo nosso]

  • 48 Ensino Fundamental

    Texto 2 - Mulher viva usa camisinha (Mulher Viva ONGs e vrios rgos governamentais. Rio de Janeiro, 2005.)

    Gnero

    Propaganda/cartaz publicitrio

    Objetivo comunicativo predominante

    Divulgao da importncia do uso de preservativos para proteo de DSTs; persuaso.

    Contexto de produo

    Publicado em janeiro/2005, este texto publicitrio tem a cara do sculo 21, j que se dirige mulher para persuadi-la a exigir do parceiro o uso de preservativo para proteger-se das DSTs, doenas tambm tipicamente atuais.

    Modo de organizao discursiva

    Narrativo

    Recursos lingsticos + no-lingsticos

    Linguagem verbal aliada linguagem no-verbal (imagem: preservativo - quase uma aurola sobre o lao de ta).

    Frase concisa constituda de substantivo + adjetivo + verbo + substantivo

    Ambigidade do adjetivo.

    Emprego do verbo no presente do indicativo no sentido de indicar ao habitual ou ainda ao permanente, ou assim considerada, como uma verdade cient ca, um dogma, um artigo de lei 3.

    Uso de nome popular camisinha por preservativo; presena de nomes prprios e siglas como registro dos patrocinadores da campanha.

    3 CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramtica do portugus contemporneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 437

  • A mulher e as mudanas sociais 49

    Portugus - Volume II

    Texto 3 - A mulher num mercado de trabalho em mutao (Slvia Gattai In:http://www.wmulher.com.br/ template.asp?canal= trabalho&id_mater=732 - acesso em 01/12/2005)

    Gnero

    Artigo de opinio

    Objetivo comunicativo predominante

    Traar o per l do mercado de trabalho em mutao; descrever as exigncias que ele requer do pro ssional e situar, analisar a funo da mulher nesse novo mercado.

    Contexto de produo

    Publicado em 1999, em um espao on-line, O ponto da mulher na internet, o texto re ete as suas condies de produo, pois discute um tema que atrai o pblico re exivo que circula na rede. A formao da autora psicloga lhe confere autoridade para traar o per l do mercado de trabalho atual, bem como o dos pro ssionais, expor e opinar sobre o papel da mulher nesse mercado, opondo o velho esteretipo mulher moderna e atuante.

    Modo de organizao discursiva

    Expositivo/argumentativo

    Recursos lingsticos utilizados

    Verbos no presente do indicativo, em consonncia com um discurso expositivo e argumentativo.

    Substantivos indicadores do atual mercado de trabalho (mutao, mudana, globalizao, informtica, tecnologia, internet; empresa).

    Associaes: competncia, competitividade, agilidade, capacidade, deciso, aes; beleza, idias.

    Adjetivos: pro ssional, competitivo, exigente, bilnge, jovens, bonita (x vulgar)

  • 50 Ensino Fundamental

    ATIVIDADES DIDTICAS

    Provocao Uma mulher j bastante instruda quando l corretamente as suas oraes e sabe

    escrever a receita de goiabada. Mais do que isso seria um perigo para o lar

    (Charles Expilly)4

    Ou, pelo menos, era assim que se pensava no incio do sculo passado. Na verdade, assim se pensou durante muitos e muitos anos. Hoje em dia, no entanto, as coisas so bem diferentes, no verdade? Cada vez mais, as mulheres conquistam seu espao e mostram que so capazes de atuar competentemente em todas as reas da sociedade.

    Voc j re etiu sobre essa questo? Vamos discuti-la a partir da leitura dos textos a seguir:

    Texto 1: Na escola (Carlos Drummond de Andrade)Democrata Dona Amarlis, professora na escola pblica de uma rua que no vou contar, e mesmo o nome de Dona Amarlis inventado, mas o caso aconteceu.

    Ela se virou para os alunos, no comeo da aula, e falou assim:

    - Hoje eu preciso que vocs resolvam uma coisa muito importante. Pode ser?

    - Pode a garotada respondeu em coro.

    - Muito bem. Ser uma espcie de plebiscito. A palavra complicada, mas a coisa simples. Cada um d sua opinio, a gente soma as opinies e a maioria que decide. Na hora de dar opinio, no falem todos de uma vez s, porque seno vai ser muito difcil eu saber o que que cada um pensa. Est bem?

    - Est respondeu o coro, interessadssimo.

    - timo. Ento, vamos ao assunto. Surgiu um movimento para as professoras poderem usar cala comprida nas escolas. O governo disse que deixa, a diretora tambm, mas no meu caso eu no quero decidir por mim. O que se faz na sala de aula deve ser de acordo com os alunos. Para todos ficarem satisfeitos e um no dizer que no gostou. Assim no tem problema. Bem, vou comear pelo Renato Carlos. Renato Carlos, voc acha que sua professora deve ou no deve usar cala comprida na escola?

    - Acho que no deve respondeu, baixando os olhos.

    - Por qu?

    - Porque melhor no usar.

    - E por que melhor no usar?

    4 EXPILLY, Charles. Mulheres e costumes do Brasil. Trad. Gasto Penalva. So Paulo: Nacional; Braslia: INL, 1977.

  • A mulher e as mudanas sociais 51

    Portugus - Volume II

    - Porque minissaia muito mais bacana.

    - Perfeito. Um voto contra. Marilena, me faz um favor, anote a no seu caderno os votos contra. E voc, Leonardo, por obsquio, anote os votos a favor, se houver. Agora quem vai responder Inesita.

    - Claro que deve, professora. L fora a senhora usa, por que vai deixar de usar aqui dentro?

    - Mas aqui dentro outro lugar.

    - a mesma coisa. A senhora tem uma roxo-cardeal que eu vi outro dia na rua, aquela brbara.

    - Um a favor. E voc, Aparecida?

    - Posso ser sincera, professora?

    - Pode, no. Deve.

    - Eu, se fosse a senhora, no usava.

    - Por qu?

    - O quadril, sabe? Fica meio saliente...

    - Obrigada, Aparecida. Voc anotou, Marilena? Agora voc, Edmundo.

    - Eu acho que Aparecida no tem razo, professora. A senhora deve ficar muito bacana de cala comprida. O seu quadril certinho.

    - Meu quadril no est em votao, Edmundo. A cala sim. Voc contra ou a favor da cala?

    - A favor 100%.

    - Voc, Peter?

    - Pra mim tanto faz.

    - No tem preferncia?

    - Sei l. Negcio de mulher eu no me meto, professora.

    - Uma absteno. Mnica, voc fica encarregada de tomar nota dos votos iguais ao de Peter: nem contra nem a favor, antes pelo contrrio.

    Assim iam todos, votando, como se escolhessem o Presidente da Repblica, tarefa que talvez, quem sabe? No futuro sejam chamados a desempenhar. Com a maior circunspeo. A vez de Rinalda:

    - Ah, cada um na sua.

    - Na sua, como?

    - Eu na minha, a senhora na sua, cada um na dele, entende?

    - Explique melhor.

    - Negcio seguinte. Se a senhora quer vir de pantalona, venha. Eu quero vir de midi, de mxi, de short, venho. Uniforme papo furado.

    - Voc foi alm da pergunta, Rinalda. Ento a favor?

    - Evidente. Cada um curtindo vontade.

    - Legal! exclamou Jorgito. Uniforme est superado, professora. A senhora vem de cala comprida, e a gente aparecemos de qualquer jeito.

  • 52 Ensino Fundamental

    - No pode refutou Gilberto. Vira baguna. L em casa ningum anda de pijama ou de camisa aberta na sala. A gente tem de respeitar o uniforme.

    Respeita, no respeita, a discusso esquentou, Dona Amarlis pedia ordem, ordem, assim no possvel, mas os grupos se haviam extremado, falavam todos ao mesmo tempo, ningum se fazia ouvir, pelo que, com quatro votos a favor de cala comprida, dois contra, e um tanto-faz, e antes que fosse decretada por maioria absoluta a abolio do uniforme escolar, a professora achou prudente declarar encerrado o plebiscito, e passou lio de Histria do Brasil.

    Leitura

    1) A crnica Na Escola se organiza a partir de uma discusso. Esse debate seria cabvel nos dias de hoje?

    Explique com suas palavras. Retire do texto um trecho que evidencie o assunto.

    2) Sabendo-se que o narrador quem conta a histria, diga:

    a) Nesse texto, o narrador um personagem da histria?

    b) Como voc chegou a essa concluso?

    3) Procure deduzir, com base no texto e na sua experincia de vida, o signi cado das seguintes palavras:

    a) plebiscito; b) democrata; c) obsquio; d) absteno; e) circunspeco;

    f) pantalona; g) extremado; h) refutar.

    4) Observando a signi cao das palavras plebiscito e democrata, responda:

    a) Qual foi a inteno da professora ao organizar o plebiscito?

    b) Em determinado ponto do texto, a discusso se desvia para um ponto diferente do inicial, ponto esse que acabou por revelar o real interesse dos alunos. Localize o momento em que isso ocorreu e diga em que eles estavam, de fato, interessados.

    c) Como a professora reagiu mudana de interesse da turma? Voc acha que ela agiu democraticamente?

    5) Ao ler todo o texto, pode-se concordar com a a rmao contida no primeiro pargrafo? Justi que sua resposta.

    Lngua em uso

    1) Faa um levantamento das grias (palavras e expresses) presentes no texto. Sem usar gria, explique a signi cao de cada uma delas.

    2) Agora, substitua cada uma das grias que voc encontrou por outra, utilizada nos dias de hoje, com sentido semelhante.

  • A mulher e as mudanas sociais 53

    Portugus - Volume II

    3) O que Dona Amarlis quis realmente dizer com a expresso nem contra nem a favor, antes pelo contrrio?

    4) Leia atentamente os trechos abaixo. Depois, faa o que se pede:

    - Legal! exclamou Jorgito... a gente aparecemos de qualquer jeito.

    - (...) A gente tem de respeitar o uniforme. [fala de Gilberto]

    a) Em algumas situaes informais, as pessoas falam de um jeito que se entende, mas essa maneira de falar deve ser evitada numa linguagem mais cuidada. Em qual dos dois dilogos acima isso ocorre? Justi que a resposta e reescreva a fala escolhida, observando a concordncia entre a expresso que exerce a funo de sujeito (a gente) e o verbo.

    b) O emprego de a gente para indicar eu + outras pessoas muito comum e o seu uso perfeitamente aceitvel na linguagem coloquial falada ou mesmo na lngua escrita informal. No entanto, na lngua escrita no registro formal (por exemplo, numa carta dirigida a autoridades, numa conferncia etc.), prefervel empregar-se um outro pronome que tem a mesma idia de a gente. Procure em jornais, livros didticos e revistas textos que contenham esse tipo de pronome mais formal.

    5) Observe o uso das reticncias na frase retirada do trecho (1) e compare com a frase modi cada (2).

    (1) Fica meio saliente... (2) Fica meio saliente!

    Na linguagem oral, Aparecida no pronunciaria do mesmo jeito as duas frases. Leia em voz alta os dois trechos, prestando ateno na diferena de entoao quando voc usa reticncias (...) ou ponto de exclamao (!). Agora, responda:

    a) em qual das duas frases a aluna parece estar mais segura de sua a rmao?

    b) Em qual delas a sentena parece estar incompleta? Complete-a.

    c) Formule trs outras frases empregando reticncias.

    6) Algumas frases interrogativas podem ser convertidas em a rmativas com uma simples mudana do verbo e da pontuao. Observe:

    (1) Posso fazer uma pergunta, professora?

    (2)Vou fazer uma pergunta, professora.

    a) O sentido da frase muda? No caso de a sua resposta ser a rmativa, identi que os elementos responsveis pela mudana. No caso de a resposta ser negativa, justi que.

    b) Seguindo o exemplo dado acima, faa o mesmo com a frase abaixo.

    - Posso ser sincera, professora?

  • 54 Ensino Fundamental

    7) No trecho: Marilena, me faz um favor, anote a no seu caderno os votos contra, quais so os traos lingsticos que indicam estar a professora empregando uma linguagem coloquial, informal? Reescreva a frase no registro formal.

    8) Observe: Negcio de mulher eu no me meto, professora.

    Agora, reescreva a frase substituindo a palavra negcio por outra menos coloquial.

    Laboratrio de textos

    - Pesquise com pessoas de outras geraes (pais, avs, tios etc.) as grias que elas usavam quando eram jovens.

    - Resuma o texto com as suas palavras, como se voc fosse um dos alunos da Dona Amarlis contando para um colega de outra classe o que aconteceu na sala de aula.

    Texto 2: Cartaz da campanha Mulher Viva

  • A mulher e as mudanas sociais 55

    Portugus - Volume II

    Leitura

    1) A que tipo de campanha se refere o cartaz?

    2) Que elementos presentes no cartaz o levaram a perceber a que tipo de campanha ele se refere?

    3) A campanha alia a linguagem verbal linguagem no-verbal. Como os smbolos no-verbais complementam o tema da campanha: Mulher viva usa camisinha?

    4) Quando se trata de campanhas, geralmente, o cartaz traz tambm os nomes dos patrocinadores. Identi que-os.

    5) Normalmente, alm da imagem, a publicidade necessita de frases concisas, chamativas para veicular o tema de que trata. Comente essas propriedades na frase do cartaz.

    6) Observe mais uma vez o tema da campanha: Mulher viva usa camisinha. A campanha trabalha com apenas um ou com mais de um sentido da palavra viva? Explique sua resposta.

    Agora, leia este outro texto, para ampliar a sua viso sobre o assunto mulher.

    Texto 3: A mulher num mercado de trabalho em mutao (Slvia Gattai)

    Vivemos uma poca de profundas mudanas no mercado. Observamos, principalmente, mudanas econmicas (a globalizao dos mercados) e tecnolgicas (a informtica encurtando distncias e diminuindo os tempos). Estas mudanas provocam uma srie de outras. Vemos, como conseqncia, transformaes nas relaes formais entre profissionais e empresas (outros tipos de relao alm do vnculo empregatcio) e no perfil de profissional valorizado pelas empresas (mais jovens, bilnges, conhecedores da informtica).

    Neste universo exigente e competitivo, a mulher que se sobressai e consegue boas colocaes, respeito e reconhecimento, aquela que est junto com os homens em termos de competncia tcnica, agilidade, liberdade, articulao e capacidade para tomar decises rpidas.

    O velho esteretipo da mulher que consegue sobressair-se no mercado de trabalho porque bonita e gostosa e faz questo de mostrar os seus dotes naturais fica cada vez mais restrito ao mundo do show business (vide Carla Perez). Aquela imagem da secretria que mostra os seios e coxas e depois chora porque foi assediada sexualmente tende, cada vez mais, a fazer parte do passado.

    A mulher tem que ser bonita, sem ser vulgar, tem que impor-se e chamar a ateno, no seu papel profissional pela beleza das suas idias e aes de trabalho. A mulher tem que aprender um segundo idioma, a navegar na Internet, a desempenhar sua profisso to bem ou melhor que seus colegas homens, s assim ela conquista seu lugar ao sol.

  • 56 Ensino Fundamental

    Leitura

    1) a) Observe o ttulo do texto. Voc acha que ele adequado ao tema? Justi que.

    b) Por que se pode dizer que o mercado de trabalho est em mutao?

    2) Que in uncia a globalizao e o desenvolvimento tecnolgico exercem sobre o mercado de trabalho?

    3) Transcreva do dicionrio o signi cado da palavra esteretipo e comente algumas das diferenas existentes entre a mulher inserida no mercado de trabalho atual e o tradicional esteretipo feminino apresentado no terceiro pargrafo do texto.

    4) Segundo o artigo de Slvia Gattai, a mulher tem que ser bonita, sem ser vulgar, tem que impor-se e chamar a ateno, no seu papel pro ssional pela beleza das suas idias e aes de trabalho. O que a autora quis dizer com isso?

    Agora, comparando os textos

    1) Observe os textos 1 e 3:

    a) Em qual dos dois textos se pode veri car o incio das conquistas femininas? Justi que.

    b) Em qual dos dois se mostra o avano de conquistas j alcanadas? Justi que.

    2) Em que a campanha Mulher viva contribui efetivamente para a proteo, o bem-estar e a qualidade de vida tanto da mulher trabalhadora quanto da mulher bonita e gostosa (do show business)?

    Laboratrio de textos

    1) Aps observar a mensagem do cartaz (Texto 2), escreva um pequeno texto com os argumentos que voc utilizaria para convencer algum da importncia de se usar preservativo (camisinha).

    2) Confeccione um cartaz, criando uma frase curta e chamativa, para divulgar uma campanha contra o tabagismo (o vcio de fumar).

  • A mulher e as mudanas sociais 57

    Portugus - Volume II

    CONVERSA COM O PROFESSOR

    Professor, organize atividades de debate partindo da citao de Charles Expilly como provocao. Lembre-se de informar aos alunos que essa no era a opinio do autor. Ele apenas recolheu um ditado muito comum no incio do sculo XX, tanto no Brasil quanto em Portugal.

    Tema geral: Mulher

    Texto 1 Na escola

    Tema

    Mulher, uso de calas compridas, de uniforme escolar e postura democrtica.

    Sobre o gnero textual

    Professor, lembrar aos alunos que a crnica um gnero textual geralmente publicado em jornais (muitas vezes, porm, o conjunto de crnicas de um autor publicado em livro). Geralmente, ela aborda assuntos e acontecimentos do cotidiano, captados pela sensibilidade do cronista e desenvolvidos por ele de maneira pessoal. Pode conter ironia e humor, pois a crtica social ou poltica uma de suas caractersticas mais freqentes e representativas. Quando o texto est organizado em seqncia narrativa, a crnica possui os traos tpicos desse modo de organizao discursiva (personagem, enredo, tempo, espao, foco narrativo etc.).

    Leitura

    Discutir com os alunos as mudanas de hbitos e costumes. Hoje em dia comum vermos mulheres usando calas compridas na maioria dos lugares. O trecho evidencia o assunto em (...) surgiu um movimento para as professoras poderem usar cala comprida nas escolas.

    Evidenciar que narrador no um personagem. Ele no participa ativamente da histria. Os alunos devem perceber que a histria contada de forma impessoal, por algum que no faz parte dos acontecimentos narrados. Apontar as falas do narrador, mostrando o ponto de vista externo.

    A inteno saber se, na opinio dos alunos de sua turma, ela deveria ou no usar calas compridas, mas o objetivo implcito querer ser reconhecida como uma professora democrtica. O real interesse dos alunos era acabar com o uso do uniforme escolar, mas a professora resolveu interromper a discusso porque, ao se desviar do assunto central, houve grande polmica. Professor, interessante que os alunos percebam como a posio nal da professora contraditria em relao ao fato de ela, no incio do texto, ser caracterizada pelo narrador como democrata.

  • 58 Ensino Fundamental

    Lngua em uso

    Cada um na sua cada um faz o que deseja, o que quer; legal timo, excelente, bom; brbara muito bonita; linda (ou outras palavras e expresses que denotem atributos positivos); bacana bom, belo, excelente (ou outras palavras e expresses que denotem atributos positivos); papo furado conversa sem importncia, conversa em que no se pode acreditar; cada um curtindo vontade cada um tendo prazer vontade; cada um desfrutando vontade. Professor, note que podem existir outros sentidos para as palavras e expresses.

    Convm introduzir aqui noes de variao lingstica, de registro (formal, semiformal, informal), de adequao s diversas situaes de uso das formas e das expresses lingsticas. Aproveite os dilogos do texto para elaborar exerccios em que o aluno reescreva as palavras, expresses ou frases mudando o registro do informal para o formal e vice-versa.

    Questo 5: a) Professor, interessante pedir a vrios alunos que faam a leitura das duas frases em voz alta, perante a classe; b) Normalmente, na frase (2), pela presena do ponto de exclamao; c) O importante o aluno entender que as reticncias, neste caso, indicam insinuao, incompletude. Das acepes registradas no dicionrio, a mais adequada parece ser: omisso intencional de coisa que se devia ou podia dizer, mas apenas se sugere, ou que, em certos casos, indica insinuao.5; d) Professor, interessante pedir que os alunos leiam seus exemplos em voz alta, atentando para a entonao e comentando o uso das reticncias.

    Questo 6: Levar o aluno a perceber que o sentido muda. A aluna no pede mais a permisso da professora; ela declara que ir perguntar: Vou ser sincera, professora. Ao realizar a mudana, os alunos devem notar a mudana do verbo, da pontuao e do sentido da frase.

    5 Segundo o dicionrio j citado, as reticncias so sinal de pontuao: srie de trs ou mais pontos que, num texto, indicam interrupo do pensamento (por car, em regra, facilmente subentendido o que no foi dito), ou omisso intencional de coisa que se devia ou podia dizer, mas apenas se sugere, ou que, em certos casos, indica insinuao, segunda inteno, emoo . Comparar com o uso das reticncias em uma gramtica (sugerem-se a do Prof. E. Bechara, a dos Prof. Celso Cunha & Lindley Cintra ou a do Prof. C. H. da Rocha Lima)

  • A mulher e as mudanas sociais 59

    Portugus - Volume II

    Texto 2: Mulher viva usa camisinha

    Tema

    Campanha contra DSTs, especialmente a AIDS

    Leitura

    Professor, levar os alunos a ler a imagem associada frase. Eles devem perceber que a gura da camisinha remete ao uso de preservativos, associados proteo, e que o lao de ta remete gura feminina. Unindo os dois em um mesmo conjunto gr co, a campanha rene os seus dois principais focos temticos, atraindo ateno para os mesmos logo primeira vista. importante examinar outras informaes do cartaz: nomes e logotipos dos patrocinadores (as vrias ONGS e rgos governamentais envolvidas na campanha) e ainda informaes relativas agncia (endereo, telefone etc.).

    Observar o carter chamativo da frase Mulher viva usa camisinha.

    Professor, interessante pedir que os alunos vejam no dicionrio os possveis signi cados/sentidos para a palavra viva. Oriente-os para a percepo de que, em uma mesma frase, determinada palavra pode remeter a dois ou mais sentidos diferentes.

    Lngua em uso

    Aps perceber que a campanha lida com dois sentidos diferentes do adjetivo viva, deve-se notar que o uso do preservativo uma opo de gente que vive ou, no contexto, que quer preservar a vida, proteger-se (1 sentido) e inteligente, esperta. (2 sentido).

    Texto 3: A mulher num mercado de trabalho em mutao

    Tema

    Atual mercado de trabalho em mutao; atuao de homens x mulheres; exigncias de competncia e habilidades.

    Professor, que tal promover um debate sobre este tema? Cuidar da casa e dos lhos trabalho apenas da mulher? Perguntar turma quantas mulheres eles conhecem que trabalham fora? Alm disso, vale a pena saber a opinio deles sobre o assunto. Concordam? No concordam? Por que a mulher deve / no deve ter um emprego?

    Como leitura complementar, seria interessante ler e analisar com os alunos o trabalho monogr co: Secretria executiva, a pro sso que ainda encanta (Orientanda: Shirley Regina Feijon Prata; orientador: Felipe Igncio dos Santos), disponvel no mesmo endereo eletrnico.

  • 60 Ensino Fundamental

    Trecho: (...) Mostraremos que a secretria ainda enfrenta alguns tabus, como o machismo que ainda percebido em nosso pas, ou pela deturpao da imagem da secretria, mostrando a pro ssional como uma pessoa ftil e imatura nas propagandas de televiso. Falaremos tambm da dupla executivo e secretria, que h muitos anos vem se destacando dentro das empresas. A pro ssional se adaptou s mudanas e deve continuar se adaptando s que ainda esto por vir, pois a carreira de secretariado est em ascenso e, ao contrrio do que pensam alguns, a pro sso no est se extinguindo e sim passando por uma transformao.(...) .

    Leitura

    Professor, importante que os alunos percebam que as condies de trabalho esto mudando, alm dos conhecimentos e da postura necessrios para ser bem-sucedido na carreira pro ssional. interessante notar que o mercado est em mutao tanto para os homens quanto para as mulheres.

    Que tal motivar os alunos para uma pesquisa sobre esses assuntos to atuais? A internet e os jornais impressos esto povoados de informaes sobre globalizao e tecnologia. Os alunos devem perceber que a globalizao e o desenvolvimento tecnolgico trazem a necessidade de o trabalhador possuir novas habilidades, como falar outros idiomas e lidar com a informtica. Quaisquer outras contribuies e idias trazidas pelos alunos devem ser discutidas e tratadas com a devida importncia.

    Os alunos devem perceber que a mulher inserida no mercado de trabalho atual, apesar de no precisar descuidar da aparncia e da feminilidade, deve ser competente, empenhar-se em aprofundar seus conhecimentos sobre a sua rea de trabalho e mostrar bom desempenho para conseguir sucesso pro ssional. J o esteretipo feminino utiliza apenas sua aparncia e seus dotes atrativos para conseguir um emprego e nele tentar manter-se.

    O professor pode organizar uma discusso sobre valores morais e percepo do que signi ca ser vulgar na comunidade.

    Agora, comparando os textos

    Professor, importante que os alunos percebam que o texto 1 indica o incio das conquistas femininas. Eles devem perceber que houve uma poca em que o cdigo de comportamento das mulheres, incluindo o de vesturio, era muito mais rgido, e que as mulheres nem sempre tiveram a l