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Agroflorestas e Adubação Verde 4 Como funciona? O plantio ou manejo de espécies vegetais diversas em um mesmo lugar aju- da a recuperar solos degradados e favorece o desenvolvimento das planta- ções. Isso acontece porque vegetais de espécies distintas utilizam diferentes tipos de nutrientes do solo e fornecem matérias orgânicas diversas também. Assim, o que é mais consumido por um tipo de vegetal é compensado pelo ou- tro, criando uma troca entre eles. Essa interação constante permite um maior aproveitamento de todos os componentes do sistema, favorecendo o equilí- brio ecológico. Uma das precauções a serem tomadas é evitar que a copa das árvores e arbustos seja muito fechada, para deixar passar a luz que as outras culturas precisam. Benefícios das agroflorestas O Sistema Agroflorestal apresenta diversas vantagens. As folhas mortas das árvores e arbustos adubam naturalmente o solo, reduzindo a necessidade de se utilizar fertilizantes químicos. A cobertura vegetal também amortece o im- pacto das chuvas e dos ventos, o que ajuda a prevenir a erosão. As raízes das plantas, por sua vez, abrem pequeníssimos canais no solo, favorecendo a in- filtração da água das chuvas. O Sistema Agroflorestal dá, ainda, uma maior segurança para as famílias ru- rais. Com efeito, uma cultura pode se perder por falta de chuvas ou ação de pragas ou doenças, e outras culturas mais resistentes ou com um ciclo dife- rente (que precisem água em outro momento, por exemplo) se manterem. O mesmo ocorre em relação às variações do mercado: quando há queda do pre- ço de alguns produtos, o aumento ou manutenção do valor de outros ajuda a manter a renda dos agricultores. Tipos de agroflorestas Existem três tipos de agrofloresta: n Um tipo combina culturas agrícolas ("agro") com plantio de árvores e arbus- tos ("silvi"): são os sistemas agrossilviculturais. n Outro combina plantio de árvores e arbustos ("silvi") com a criação de ani- mais ("pastoril"): são os sistemas silvipastoris. n Um último tipo combina tudo: manejo de árvores e arbustos ("silvi"), cultivos agrícolas ("agro") e criação de animais ("pastoril"): são os agrossilvipastoris. Ambiente Brasil: www.ambientebrasil.com.br Projeto Biodiversidade Brasil: www.biodiversidadebrasil.com.br Portal do Jornal Escolar: www.primeirasletras.org.br Para saber mais: O que é agrofloresta? O Sistema Agroflorestal ou, mais simplesmente, agrofloresta, combina, na mesma roça, o plantio de árvores ou arbustos com cultivos variados para consumo e comercialização. Essa diversidade tem como objetivo o maior aproveitamento dos recursos naturais, como solo, água e luz. A cultura consorciada (por exemplo, o plantio no mesmo terreno de feijão e milho) é uma prática tradicional dos agricultores nordestinos. A agrofloresta é uma tecnologia simples para avançar mais nesse caminho. Ela pode ser combinada com a adubação verde, da qual falamos na página seguinte.

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Agroflorestas e Adubação Verde

4

Como funciona?O plantio ou manejo de espécies vegetais diversas em um mesmo lugar aju-

da a recuperar solos degradados e favorece o desenvolvimento das planta-ções. Isso acontece porque vegetais de espécies distintas utilizam diferentes tipos de nutrientes do solo e fornecem matérias orgânicas diversas também. Assim, o que é mais consumido por um tipo de vegetal é compensado pelo ou-tro, criando uma troca entre eles. Essa interação constante permite um maior aproveitamento de todos os componentes do sistema, favorecendo o equilí-brio ecológico. Uma das precauções a serem tomadas é evitar que a copa das árvores e arbustos seja muito fechada, para deixar passar a luz que as outras culturas precisam.

Benefícios das agroflorestasO Sistema Agroflorestal apresenta diversas vantagens. As folhas mortas das

árvores e arbustos adubam naturalmente o solo, reduzindo a necessidade de se utilizar fertilizantes químicos. A cobertura vegetal também amortece o im-pacto das chuvas e dos ventos, o que ajuda a prevenir a erosão. As raízes das plantas, por sua vez, abrem pequeníssimos canais no solo, favorecendo a in-filtração da água das chuvas.

O Sistema Agroflorestal dá, ainda, uma maior segurança para as famílias ru-rais. Com efeito, uma cultura pode se perder por falta de chuvas ou ação de pragas ou doenças, e outras culturas mais resistentes ou com um ciclo dife-rente (que precisem água em outro momento, por exemplo) se manterem. O mesmo ocorre em relação às variações do mercado: quando há queda do pre-ço de alguns produtos, o aumento ou manutenção do valor de outros ajuda a manter a renda dos agricultores.

Tipos de agroflorestasExistem três tipos de agrofloresta:

nUm tipo combina culturas agrícolas ("agro") com plantio de árvores e arbus-tos ("silvi"): são os sistemas agrossilviculturais.

nOutro combina plantio de árvores e arbustos ("silvi") com a criação de ani-mais ("pastoril"): são os sistemas silvipastoris.

nUm último tipo combina tudo: manejo de árvores e arbustos ("silvi"), cultivos agrícolas ("agro") e criação de animais ("pastoril"): são os agrossilvipastoris.

Ambiente Brasil: www.ambientebrasil.com.br

Projeto Biodiversidade Brasil: www.biodiversidadebrasil.com.br

Portal do Jornal Escolar:www.primeirasletras.org.br

Para saber mais:

O que é agrofloresta?O Sistema Agroflorestal ou, mais

simplesmente, agrofloresta,

combina, na mesma roça, o plantio

de árvores ou arbustos com

cultivos variados para consumo e

comercialização. Essa diversidade

tem como objetivo o maior

aproveitamento dos recursos

naturais, como solo, água e luz.

A cultura consorciada (por

exemplo, o plantio no mesmo

terreno de feijão e milho) é uma

prática tradicional dos agricultores

nordestinos. A agrofloresta é uma

tecnologia simples para avançar

mais nesse caminho. Ela pode ser

combinada com a adubação verde,

da qual falamos na página

seguinte.

trogenados, o que representa não só uma diminui-Tipos de plantas utilizadasção no custo de produção como também um ganho

Para a adubação verde podem ser plantadas dife- ambiental, já que esse tipo de fertilizante é obtido a rentes espécies vegetais, como, por exemplo, as partir do petróleo.gramíneas (família de plantas de pequeno porte co- O uso do adubo verde é também uma contribui-mo a aveia e o azevém) e plantas descompactado- ção significativa para o desenvolvimento da agri-ras (cujas raízes penetram profundamente no solo, cultura orgânica, já que substitui o esterco, difícil de como o nabo forrageiro). Recomenda-se combinar encontrar no mercado em quantidade suficiente pa-várias plantas, conforme a necessidade do terreno. ra a produção em larga escala.

O mais comum é o plantio de leguminosas como a

mucuna-preta, o guandú e o feijão de porco, dentre Controle de pragas outras. Elas têm a propriedade de retirar o

nitrogênio da atmosfera e acumulá-lo e ervas daninhasna raíz, folhas e talo. O nitrogênio é

Outro benefício da aduba-um dos nutrientes que mais contri-

ção verde é a diminuição da buem para a fertilidade do solo.

necessidade de se utilizar Recomenda-se roçar as legumi-

agrotóxicos para o contro-nosas quando tiverem entrando

le de pragas. Com efeito, na floração, para aproveitar a

as plantas utilizadas co-concentração de nitrogênio na

mo adubo verde formam sua parte aérea. Em seguida, o

uma barreira para as plan-material é enterrado.

tas invasoras, competin-

do com elas por água, luz e

nutrientes. Benefícios Além disso, algumas plan-

São várias as vantagens da adu-tas utilizadas na adubação verde

bação verde. As plantas protetoras têm a capacidade de inibir o desenvol-

impedem o impacto direto das gotas vimento de outros organismos, o que ajuda no

de chuva sobre o solo, contribuindo, combate das plantas invasoras e dos nematóides

assim, para evitar a erosão e a perda da camada (parasitas microscópicos que atacam principal-

superficial mais fértil. Além disso, a cobertura reduz mente as raízes, difíceis de combater).

a radiação solar direta, favorecendo a proliferação

dos microorganismos que fazem a "aração bioló-

gica" do solo, através das minúsculas galerias que

abrem quando se locomovem. A terra mais solta fa-

cilita o crescimento das raízes.

O adubo verde também pode diminuir a acidez do

solo e permitir uma maior reciclagem e mobilização

de nutrientes, por meio das raízes profundas de al-

guns vegetais. O nabo forrageiro, que possui raízes

de até dois metros de comprimento, é muito utiliza-

do para essa finalidade.

A adubação verde é uma opção econômica. O

aproveitamento do nitrogênio, fixado no solo natu-

ralmente pelas leguminosas, permite reduzir ou

mesmo eliminar o uso de fertilizantes minerais ni-

O que é adubação verde?

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Criar e plantar: www.criareplantar.com.br

Para saber mais:

A adubação verde é o plantio de espécies vegetais que têm a função de melhorar a

capacidade produtiva da terra, seja através da adubação, da descompactação do solo

(evitando que vire “uma pedra”), da proteção contra a erosão e a excessiva exposição ao sol

e do controle de pragas e ervas daninhas. A lista de possibilidades é longa!

A adubação verde pode ser realizada em forma de consórcio (quando o plantio das espécies

protetoras e o cultivo agrícola são feitos juntos) ou em sucessão (após a colheita,

aproveitando o final do período chuvoso). A adubação verde pode ser integrada ao sistema

agroflorestal, que apresentamos anteriormente.

Adubo químico: Substância química que se mistura à terra para fertilizá-la.

Agrotóxico:Venenos utilizados para matar ervas consideradas daninhas e pragas.

Adubo orgânico:Matéria orgânica (por exemplo: restos vegetais e esterco de animais) que se mistura à terra para corrigir deficiências e aumentar a fertilidade.

Roçagem: Eliminação das plantas de menor porte e cipós, retirando-se os galhos, visando facilitar o estabelecimento de leguminosa.

Efeitos alelopáticos: Capacidade que algumas plantas têm de interferir no desenvolvimento de outros organismos, podendo inibir ou estimular o desenvolvimento deles.

b) Trabalhando os conteúdos conceituais

a) Discutindo idéias - Organizar 4 grupos, que irão trabalhar com os itens abaixo da Folha Educativa.

1 – O que é agrofloresta?- Levar para sala revistas e solicitar que os alunos recortem gravuras que retratem o meio agrícola. 2 - Como funciona?OBS: na última página encontra-se o quadro As Respigadeiras, do pintor 3 - Benefícios das agroflorestas.realista francês Jean François Millet que o professor poderá utilizar na atividade.

4 - Tipos de agroflorestas.- Questionar com as gravuras recortadas ou o quadro de Millet: Que tipo de

- Cada grupo deverá procurar destacar a idéia central. Um representante é escolhido trabalho está sendo realizado? Além do cultivo, quais atividades humanas estão para contar aos outros grupos.sendo desenvolvidas? Qual a importância destas atividades para o meio rural e - Os representantes circulam entre os grupos. O professor marca um tempo de 5 urbano? Qual a relação destas atividades com a realidade da sua cidade?minutos para o visitante contar o que seu grupo falou. A dinâmica finaliza quando o - Caso use a imagem do Millet, o professor deve apresentar o pintor, para situar representante chegar ao seu grupo de origem.a criança na relação espaço (outro país), cultura e história. Veja material de Caso o professor avalie que os textos propostos para leitura inicial estão além das apoio específico no verso desta página. possibilidades de compreensão dos alunos, escreve frases síntese sobre os mesmos no - A seguir se elabora um ou vários painéis ou cartazes com as gravuras e as quadro. A dinâmica acontece com comentários dos alunos sobre essas frases síntese.descrições feitas a partir das perguntas. O professor incentiva para que o

trabalho seja feito da maneira mais artística possível, mas ficando atento à c) Representação do conhecimento adquiridoseguinte estrutura do cartaz: - Elaboração de um cartaz ou painel: A ÁRVORE DA AGROFLORESTAFuncionalidade: compreender ou transmitir novos conhecimentos. - Todos os alunos escrevem em pequenos pedaços de papel em forma de folha, uma Conteúdo: explicações de processos, resumos, discussão dos resultados e frase ou palavras que expressem o que aprenderam. Quem quiser pode fazer um descrições. número maior de “folhas”. Cada aluno lê o que escreveu, explica se for necessário, e o

professor faz os correlatos com as outras” folhas” enquanto vai colando na árvore (ele Forma: presença de títulos, subtítulos, caracteres tipográficos (negrito, itálico, terá desenhado previamente o tronco). Concluída a copa da árvore, a turma pode sublinhados, etc) de importância para compreensão do texto.trabalhar a obra artisticamente (pintar, desenhar pássaros, frutos, etc).

b) Trabalhando os conteúdos conceituais

- O professor lê e discute com o grupo o texto introdutório “O que é Adubação Verde?” Só avança na atividade quando tiver certeza que toda a sala entendeu.

O professor deverá resgatar os painéis confeccionados nas aulas de Geografia, que - Organizar 3 subgrupos e atribuir a cada um a leitura e comentário de um dos

servirão como atividade ”disparadora”. três itens: “Tipos de Plantas Utilizadas”, “Benefícios da Adubação Verde” e

Funcionalidade dos textos informativos: Fornecem informações sobre algum “Controle de Pragas e Ervas Daninhas”. assunto. Tem como principais características a concisão de idéias, a fidelidade aos fatos

- Cada grupo lê o texto e conversa para extrair as idéias principais e fazer e a ausência de impressões pessoais.

comentários. Escolhe um representante para contar aos outros grupos. O Desenvolvimento da atividade:professor fica disponível para auxiliar caso haja dificuldade de compreensão.

- Apresentar o jornal da escola como um documento informativo. Os pais, irmãos, avôs lê-- Os representantes circulam entre os grupos. O professor marca um tempo de 5 minutos para o “visitante” contar o que seu grupo falou. A dinâmica finaliza em o jornal?quando o representante chegar ao seu grupo de origem. - Questionar com os alunos: o que é, para que serve, como é, o que traz, como se Caso o professor avalie que os textos propostos para leitura inicial estão além organiza o conteúdo do jornal escolar. O que eles sabem sobre o jornal da escola? das possibilidades de compreensão dos alunos, escreve frases síntese sobre A produção do texto informativo se fará de forma coletiva. O professor organizará os mesmos no quadro. A dinâmica acontece com comentários dos alunos sobre os alunos em 4 grupos, conforme segue. A produção do texto irá passando de um essas frases síntese. grupo para outro. Os grupos que não estão trabalhando em determinado

momento observam quem está “com a mão na massa”. c) Representação do conhecimento adquirido

- Os alunos do GRUPO 1 (pré-silábicos, sem domínio alfabético) formulam oralmente - O professor deverá perguntar a cada grupo sobre os conhecimentos o texto inicial (rascunho). O professor registra esse pré-texto, sem alterações. O grupo adquiridos com a explanação dos colegas, durante a atividade anterior.faz também a ilustração. - Volta a se trabalhar sobre os painéis ou cartazes construídos na primeira - A seguir entram em cena os alunos do GRUPO 2 (silábicos e silábicos-alfabéticos). atividade, agregando os novos conhecimentos. Ouvem do professor a leitura do pré-texto produzido pelo grupo anterior, conversam sobre o que ouviram e propõem mudanças ou acréscimo de informações (registradas pelo professor ou por um aluno). Escolhem a manchete da notícia, que um aluno escreve. O novo texto é lido para toda a sala. a) Discutindo idéias - No passo seguinte, o GRUPO 3 (alunos alfabéticos) passa a limpo o texto, realizando - Elaborar com os alunos um mapa conceitual no quadro, com duas colunasuma primeira revisão. Os alunos podem acrescentar novas informações. O professor

· O que sabemos sobre agrofloresta? O que achamos que seja? pode assistí-los. O novo texto é lido para toda a sala, que acompanha a progressão do · O que gostaríamos de saber? trabalho.

- O professor deve fazer um resgate do que foi vivido nas aulas anteriores. - Por último, os alunos do GRUPO 4 (alunos com domínio ortográfico) fazem a segunda revisão, observando os aspectos de coerência, precisão do conteúdo e os OBS 1: é muito provável que os alunos não tenham nenhum conhecimento aspectos gramaticais. O texto final é lido para toda sala.prévio sobre agrofloresta. Deixar correr a imaginação deles a respeito do

assunto. - O texto é encaminhado para publicação no jornal, junto com a ilustração.

OBS 2: os mapas conceituais são um poderoso instrumento para organizar a informação e estimular a reflexão. Normalmente essa estratégia é utilizada no início de uma aula, para ativar os conhecimentos prévios dos alunos, ou no final de um processo de estudo, como síntese das aprendizagens.

MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR

Apresentamos uma seqüência de duas aulas de Geografia e uma de Língua Portuguesa, que permitem a apropriação dos conteúdos da Folha Educativa e a produção de um texto informativo

para o jornal da escola. No verso, outra proposta permite trabalhar o gênero biografia. Estas atividades são apenas indicativas. Professores poderão adaptá-las e criar outras.

Geografia: Adubação verde

Língua Portuguesa - texto informativo

Geografia - Agrofloresta

VEJA NA PÁGINA SEGUINTE CONSIDERAÇÕES SOBRE OS

ESTÁGIOS DE APRENDIZAGEM MENCIONADOS ACIMA.

2ª Aula

1ª Aula

3ª Aula

s educadoras e pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky senta cada sílaba/palavra com uma única letra. Surge um conflito Aindicam que o essencial é buscar o “como se aprende” e não quando a criança percebe que algumas palavras/sílabas que ela es-mais o “como se ensina”. Essa nova concepção revela que as creve da mesma maneira tem sonoridade diferente (”pa”, ”ta”, “ma”, crianças já chegam à escola com conhecimentos prévios, aprendem que a criança representa, por exemplo, como “a”). quando são suficientemente estimuladas e que alfabetização não é üSilábico-alfabético: esse conflito leva a criança a analisar tão somente percepção, decodificação e memorização, mas

sua escrita. Ela passa a agregar letras, na tentativa de compatibili-também saber o significado da função social da leitura e da escrita.zar aspectos sonoros e gráficos, acertando algumas vezes, errando

Essa teoria diz também que a criança reconstrói e reflete sobre o outras, escrevendo a palavra com algumas sílabas completas e ou-código lingüístico e seu funcionamento, elaborando e reelaborando tras incompletas. hipóteses (isto é, a criança raciocina e intenta compreender como

Nessa fase, um adulto que não tem conhecimento da Psicogêne-funciona a língua escrita). se da Língua Escrita pode pensar que a criança está omitindo letras,

Ferreiro estabelece que a aquisição da leitura e escrita se dá de quando na verdade, o que está acontecendo é o contrário: a criança forma processual, em diferentes níveis e seus respectivos subní- está acrescentando letras à sua fase anterior. Trata-se, portanto, de veis. Apresento a seguir, de forma sucinta, algumas características uma progressão.de cada nível (pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético),

üEscrita alfabética: a criança venceu quase todas as barrei-utilizados por alguns autores como uma mera separação didática. ras do sistema de representação da linguagem escrita. Ela tem difi-culdades apenas com as irregularidades da língua escrita (palavras üPré-silábico: nesse nível a criança produz riscos e/ou rabis-onde determinadas letras têm sons diferentes conforme a sílaba da cos típicos da escrita, utiliza-se de sinais gráficos para escrever o qual fazem parte, dígrafos, encontros consonantais...). que deseja, relaciona os nomes das pessoas e das coisas ao seu ta-

manho real. A criança confunde escrita e desenho (não distingue a ü Após este estágio, a criança passa para níveis cada vez mais escrita como uma coisa específica).

complexos. A nova etapa chama-se nível ortográfico. A criança já üSilábico: nessa fase a criança descobre que a escrita repre- escreve com a preocupação de utilizar as regularidades e irregulari-

dades da escrita, ou seja, as especificidades da ortografia, os usos, senta partes sonoras da fala, por isso, começa a utilizar as letras. funções e regras da Língua Portuguesa.Sua hipótese de escrita traz uma particularidade: a criança repre-

Atividade complementar. Língua Portuguesa - Biografia

Jean François Millet é um pintor francês que viveu de 1814 a 1875. Nasceu numa família de agricultores, na França e foi influenciado pelas idéias socialistas. Millet viveu boa parte de sua vida em um vilarejo, levando uma vida simples e pintando a vida no campo que via ao seu redor.

Millet integrou um movimento cultural e artístico chamado Realismo, que nasceu na Europa na segunda metade do século XIX. As pinturas dos realistas privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos (as respigadeiras, por exemplo, eram mulheres pobres autorizadas a coletar as sobras da colheita, caídas no chão).

O movimento foi influenciado pelo clima que se vivia nesse momento na Europa, onde a exploração dos trabalhadores provocava grandes revoltas sociais. Millet, ele mesmo, foi perseguido por suas idéias socialistas, após a Revolução de 1848, na França.

O movimento realista rechaçou a artificialidade da arte dominante (onde predominava o neoclassicismo e o romantismo) e trabalhou para retratar a vida das classes populares. A pretensão de retratar a realidade “tal qual ela é” sem abordagem social e ideológica chama-se naturalismo, que muitas vezes é confundido com o realismo.

(Fonte: www.angelfire.com)

A AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA PELAS CRIANÇASPor Silene Silvino

(85) 3455.2150 www.jornalescolar.org.br

LEVE O JORNAL PARA SUA ESCOLA: Direção: Daniel Raviolo. Assessoria: Júlio Lyra. Conteúdo

temático: Aline Baima e Daniel Raviolo. Planos de Aula: Silene Silvino, Dulce Aires, Daniel Raviolo. Diagramação e arte: Carlos Machado. Material não comercial de livre reprodução, desde que citada a fonte. (85) 3455.2150

Expediente:Realização: Apoio:

Funcionalidade: a biografía que contém dados e fatos importantes sobre a vida de uma pessoa. Suas principais características são:

fidelidade às informações, seqüência temporal dos fatos, presença de informações relevantes sobre a vida e obra da pessoa.

Desenvolvimento da atividade:1. Leia para os alunos a biografia em anexo do Jean François Millet e peça para localizarem as características desse gênero textual.

2. Proponha que cada aluno crie a biografia de uma pessoa de sua escolha (familiar, amigo).

3. É fundamental que o professor destaque as características da escrita desse texto:

- Uso da letra maiúscula nos nomes da personalidade, das cidades, dos títulos das obras.

- Emprego de palavras que ligam as partes dos textos, evitando a construção de frases isoladas ou desconexas.

4. O professor organiza os alunos em 4 grupos. Os alunos de um grupo trocarão as biografias que escreveram com os alunos de outro

grupo. Cada grupo selecionará uma biografia. Essas biografias serão lidas em sala, onde, por votação, serão selecionadas as duas a

serem enviadas para publicação no jornal da escola.

5. O professor escreve as biografias selecionadas no quadro, e realiza junto com seus alunos a revisão coletiva.