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  • Agradecimentos

    Agradecemos Terra

    do Futuro/Sucia e ao

    Funbio (Fundo Brasileiro

    para a Biodiversidade)

    pelos recursos financeiros

    que possibilitaram a

    produo e impresso

    desta cartilha.

    Agradecemos ao

    Departamento de

    Assistncia Social da

    Prefeitura Municipal

    de Ip e Iara Reinke

    Castro pela parceria nas

    atividades desenvolvidas

    junto aos grupos de

    mulheres.

    E, especialmente,

    agradecemos s mulheres

    que se dispuseram a

    compartilhar seu tempo e

    conhecimentos para que

    pudssemos desenvolver

    este trabalho.

    Expediente

    Redao:

    Andr Gonalves

    Maria Jos Guazzelli

    Com contribuies de:

    Iara Reinke Castro

    Elaine Torezan Cavazzola

    Regina de Arajo Soares

    Ilustraes:

    Nicole Rodrigues Vicente

    Projeto grfico:

    Amanda Borghetti

    Fotos da capa:

    Amanda Borghetti

    (pitangueira, goiabeira)

    Cesar Volpato

    (goiabeira-serrana)

    Can Stock Photo Inc. /

    chepatchet (conta-gotas)

    Forest & Kim Starr

    Wikimedia Commons

    (aroeira)

    Wikimedia Commons

    (cereja-do-Rio-Grande)

    Dezembro de 2014

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    Contedo

    Apresentao .............................................................................

    Introduo .................................................................................

    O que so e para que servem os leos essenciais ......................

    Como a planta produz os leos essenciais .............................

    Onde os leos essenciais esto estocados nas plantas ...........

    O que determina o rendimento e a composio dos leos essenciais ..............................................................................

    O uso de leos essenciais para o bem-estar e a sade ............

    Formas de uso dos leos essenciais ......................................

    Cuidados no uso de leos essenciais .....................................

    Onde os leos essenciais podem ser obtidos ........................

    Algumas espcies de plantas com potencial para produo de leos essenciais na Serra e Litoral Norte ...................................

    Ervas aromticas ...................................................................

    rvores e arbustos ................................................................

    Concluso ..................................................................................

    Endereos teis ..........................................................................

  • Agrofloresta e leos Essenciais

    21. Goiabeira / 2. Pitangueira. Fotos: Flavio Borghetti

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    Apresentao

    Desde o incio da dcada de 1990, o Centro Ecolgico vem difundindo a ideia dos chamados sistemas agroflorestais (SAFs) no contexto de unidades de produo agroecolgicas, tanto na Serra quanto no Lito-ral Norte do Rio Grande do Sul.

    No cenrio nacional, o Centro Ecolgico destaca-se entre as princi-pais organizaes que trabalham com SAFs, disponibilizando uma srie de trabalhos cientficos, participando ativamente em redes de promoo de SAFs e, especialmente, acompanhando e assessorando famlias agricultoras que manejam sistemas agroflorestais.

    Atravs das prticas desenvolvidas pelas famlias agricultoras na pro-duo e comercializao de produtos agroflorestais, o Centro Ecolgi-co comprova que possvel produzir alimentos e, simultaneamente, promover a conservao da biodiversidade e o sequestro de carbono na Mata Atlntica.

    Dentre as espcies que podem compor os SAFs, muitas so produto-ras de leos essenciais, com reconhecidas faculdades teraputicas.

    Desde 2011, o Centro Ecolgico vem trabalhando em parceria com o Departamento de Assistncia Social da Prefeitura Municipal de Ip no sentido de apresentar s mulheres os benefcios do uso dos leos essenciais.

    Ao estimular o uso e a incluso de espcies de plantas produtoras de leos essenciais nos quintais agroflorestais, pretendemos contri-buir para melhorar a qualidade de vida das mulheres agricultoras, principais responsveis pelo manejo desses espaos. Acreditamos que o cultivo e extrao de leos essenciais podem aumentar o bem--estar e a sade das mulheres, e de suas famlias, e, ainda, oferecer

    1. Goiabeira / 2. Pitangueira. Fotos: Flavio Borghetti

  • Agrofloresta e leos Essenciais

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    alternativas para ampliar a renda familiar atravs da comercializao de alguns dos leos essenciais obtidos.

    Assim, o objetivo maior deste trabalho apresentar mais algumas al-ternativas para a expanso dos SAFs, especialmente dos quintais agro-florestais, na Serra e Litoral Norte, j que estes tm a possibilidade concreta de combinar bem-estar, produo de alimentos e gerao de renda, alm da promoo dos chamados benefcios ambientais.

    Quintal agroflorestal. Foto: Flavio Borghetti

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    Introduo

    Numa definio bem ampla, sistemas agroflorestais so sistemas de produo agrcola que combinam, em uma mesma rea, cultivos anuais e outras plantas com rvores e/ou animais.

    Ou seja, todo sistema agrcola que possui mais de uma espcie cul-tivada, sendo que uma delas rvore, pode ser considerado, ainda que de forma bem genrica, como um SAF.

    Um sistema que contm apenas duas espcies de plantas, como, por exemplo, um cultivo anual e uma fileira de rvores um sistema agroflorestal simples. Uma rea onde so cultivadas diversas esp-cies de plantas em conjunto, incluindo espcies de rvores, um sis-tema agroflorestal complexo.

    Na realidade, a classificao de sistema simples ou complexo s para facilitar o entendimento. O que existe, na prtica, um gradien-te de sistemas de produo que vai desde o mais simplificado e ho-mogneo, com poucas espcies de plantas, at o mais complexo, que envolve diversas espcies de plantas e/ou animais.

    Como regra geral, o que se pretende num SAF ampliar o nmero de espcies cultivadas em uma mesma rea, pelos benefcios que pode trazer para o meio ambiente e para os seres humanos.

    Um sistema agroflorestal complexo o que se conhece pelo nome de quintal agroflorestal aquele espao na unidade produtiva, via de re-gra manejado pelas mulheres, onde se colhe uma grande diversidade de produtos.

    Quase como um atributo inerente agricultura familiar, em todas as regies do Brasil, os quintais agroflorestais so espaos que contm

    Quintal agroflorestal. Foto: Flavio Borghetti

  • Agrofloresta e leos Essenciais

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    uma diversidade muito grande de espcies de plantas medicinais, temperos, tubrculos, folhosas, flores, arbustos e rvores frutferas ou no. Estes espaos tm um papel bem significativo na economia fami-liar e, tambm, na conservao de importantes recursos genticos da agrosociobiodiversidade.

    Em geral, tm dezenas de diferentes tipos de plantas e, alm da prpria quantidade de diferentes espcies, muito comum abrigar variedades antigas, mantidas seja por seu valor de uso ou, muitas vezes, pelo pr-prio valor afetivo atribudo pelas pessoas que ali as conservam.

    Tambm comum os quintais agroflorestais no serem reconhecidos como espaos produtivos, tanto pelos prprios agricultores quanto por tcnicos e extensionistas rurais, e, por isso, serem pouco valoriza-dos. Entretanto, uma contabilidade mais detalhada pode revelar que os quintais agroflorestais so fundamentais para a garantia da sobera-nia alimentar e para o bem-estar e a sade das famlias agricultoras.

    A comercializao de excedentes de alguns dos produtos do quintal agroflorestal assegura s mulheres certa autonomia financeira em re-lao a outras fontes de renda da propriedade. E estes recursos, em geral, contribuem para cobrir gastos mais imediatos ou emergenciais.

    E um valor inestimvel dessas reas refere-se ao papel que cumprem como espaos teraputicos ou de lazer. Muitas das mulheres rela-tam que ao se dedicarem ao plantio e manejo de diferentes espcies, que fazem mais por prazer do que propriamente por obrigao, conse-guem relaxar de seus afazeres cotidianos contribuindo, assim, para sua sade fsica e mental.

    Conhecer algumas espcies de rvores, arbustos e aromticas, nativas ou no, produtoras de leos essenciais que podem ser extrados local-mente, para uso domstico em produtos de limpeza e higiene pessoal e, eventualmente, como fonte complementar de renda, um passo interessante para enriquecer ainda mais os quintais agroflorestais.

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    O que so e para que servem os leos

    essenciais

    Os leos essenciais so lquidos obtidos de determinadas plantas, atravs de diferentes mtodos de extrao. Apesar de serem chama-dos de leos, nem sempre so gordurosos ou oleosos.

    Devido a seus inmeros benefcios para o bem-estar e a sade, in-clusive com efeitos curativos, a humanidade usa leos essenciais h mais de 2 mil anos.

    H cerca de 300 leos essenciais de importncia comercial no mun-do. Esses compostos naturais possuem intensas propriedades aroma-tizantes e saborizantes que so usadas para contribuir no bem-estar bem como para o preparo de perfumes, cosmticos, produtos de hi-giene pessoal, para dar gosto e cheiro a alimentos e bebidas, para a formulao de medicamentos e na indstria de tintas e vernizes.

    Os leos essenciais so substncias volteis, isto , evaporam, e so formados por dezenas ou at centenas de componentes moleculares, ou molculas distintas.

    Como a planta produz os leos essenciais

    Atravs da fotossntese, todas as plantas tm a capacidade de trans-formar a energia da luz do sol em energia para a sua sobrevivncia,

  • Agrofloresta e leos Essenciais

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    bem como para a sobrevivncia de uma infinidade de seres que vivem na Terra, inclusive os seres humanos.

    A energia produzida pelas plantas atravs da fotossntese serve para sua atividade metablica, ou seu metabolismo, isto , para realizar suas atividades enquanto seres vivos.

    Todas as plantas tm o que se chama de metabolismo primrio, que consome a maior parte da energia produzida pela planta. O metabolis-mo primrio aquele essencial para o crescimento, desenvolvimento, maturao e reproduo de qualquer tipo de planta. Fazem parte do metabolismo primrio a prpria fotossntese, a respirao e o trans-porte de nutrientes dentro da planta.

    Outro tipo de metabolismo das plantas o chamado metabolismo se-cundrio. Ele realizado numa escala bem menor do que o metabolis-mo primrio e d origem a compostos que so especficos para diferen-tes espcies de plantas, e no so necessrios para todas as plantas.

    Apesar de nem sempre o metabolismo secundrio ser indispensvel para a sobrevivncia da planta ele muito importante para a intera-o desta com o meio ambiente. Serve para proteger a planta contra animais que a comem e contra doenas, para atrair insetos e outros animais polinizadores, ou animais que espalham suas sementes.

    Os leos essenciais so substncias do metabolismo secundrio, pre-sentes em alguns tipos de plantas, que conferem o odor ou sabor ca-racterstico a elas, e esto relacionados com diversas funes necess-rias de adaptao ao meio ambiente.

    Os leos essenciais so misturas extremamente complexas, normal-mente volteis (evaporam), que conferem cheiro caracterstico plan-ta, e esto presentes nas plantas em concentraes relativamente baixas. Tm dezenas ou centenas de componentes, e esta uma das razes de serem to eficazes no seu uso. A ao e aroma dos leos essenciais dependem tanto da presena dos componentes em maior quantidade quanto daqueles que aparecem em quantidades mnimas.

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    Onde os leos essenciais esto estocados nas plantas

    Os leos essenciais podem ser extrados de diferentes partes das plan-tas, dependendo da espcie. Podem ser extrados de flores, de folhas, de razes, de frutos, de gros, de madeira ou de cascas.

    Eles so armazenados em estruturas altamente especializadas, de acordo com cada espcie. Podem estar, por exemplo, em glndulas na superfcie da folha ou em cavidades dentro das folhas (Figuras 1 e 2).

    O que determina o rendimento e a composio dos leos essenciais

    O rendimento e a composio dos leos essenciais so influenciados por diversos fatores, entre eles, a idade da planta, a poca e hora da colheita, a temperatura, a disponibilidade de gua, ventos, umidade relativa do ar, radiao do sol, nutrientes no solo e altitude.

    Embora o nvel de metablitos secundrios na planta seja controlado pela gentica, a quantidade e a concentrao destes compostos esto

    Ilustraes: Nicole R. Vicente

    Figura 1 Glndula de leo essencial na superfcie de uma folha

    Figura 2 Corte transversal de uma folha com cavidades de leo essencial

  • Agrofloresta e leos Essenciais

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    diretamente relacionadas s condies ambientais do local onde a plan-ta se encontra, ao mtodo de colheita e ao mtodo de extrao usado.

    Em geral, os leos essenciais tm um componente que predomina e que determina para que ele ir servir. Mas, como cada leo essencial composto por um grande nmero de molculas, necessrio fazer anlises em laboratrio para identificar e classificar cada leo essencial que ser comercializado. A composio qumica dos leos essenciais e a porcentagem de seus princpios ativos dada pela anlise cromato-grfica, realizada em laboratrio.

    A extrao pode ser feita por diversos mtodos, e o de arraste com vapor de gua o mais comum, obtendo-se leos essenciais de exce-lente qualidade. O leo que foi arrastado pelo vapor de gua , depois, separado, e a gua perfumada que sobra chamada de hidrolato ou gua floral. Ela tem uma concentrao muito baixa de molculas ativas e est pronta para ser usada sobre a pele, trazendo benefcios sade e bem-estar. Os leos das cascas de frutas ctricas so extrados por um mtodo de prensagem.

    O rendimento de leo depende da espcie e tambm influenciado pelo tempo que dura a extrao.

    Os leos essenciais produzidos por cada espcie so nicos, ou seja, nenhum tipo de planta produz leo idntico ao de outro tipo.

    O uso de leos essenciais para o bem-estar e a sade

    A sade uma necessidade bsica dos seres humanos, e ter sade no s a ausncia de desconfortos ou doenas. Ter sade poder se sentir num estado de bem-estar fsico e emocional. E os leos essen-ciais so, seguramente, uma das maneiras auxiliares para a promoo do bem-estar fsico e emocional, aliviando o estresse e aumentando a energia de cada um.

  • 11

    A eficincia dos leos essenciais se deve diversidade e ao tamanho muito pequeno das suas molculas, o que faz com que elas pene-trem facilmente no corpo e viajem rapidamente atravs da corrente sangunea. As narinas so aberturas que se conectam diretamente com o crebro. Quando um aroma penetra nas narinas a mensagem enviada atravs do bulbo-olfatrio, que as transmite ao sistema lmbico, no crebro e, em segundos, o cheiro comea a agir sobre a pessoa. O sistema lmbico responsvel por emoes e comporta-mentos (Figura 3).

    Figura 3 O aroma penetra nas narinas, atinge o bulbo-olfatrio e chega ao sistema lmbico, no crebro.

    narinas

    bulbo-olfatrio

    sistema lmbico

    Ilustrao: Nicole R. Vicente

  • Agrofloresta e leos Essenciais

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    necessrio ter o cuidado para no usar leos essenciais adulterados ou, at mesmo, compostos sintticos que imitam os leos essenciais, pois ele causam efeitos nocivos sade. Como o rendimento baixo, os leos essenciais so caros, e leos baratos venda tm risco grande de serem de baixa qualidade.

    Formas de uso dos leos essenciais

    Os leos essenciais podem ser usados de diferentes formas:

    1. Em inalao pode ser cheirando o aroma do leo essencial di-retamente do vidro, atravs do uso de colares aromticos ou mesmo atravs da inalao pelo vapor, com gotas de leo pingadas em uma bacia com gua quente.

    2. Em massagem como os leos essenciais so substncias altamen-te concentradas importante sua diluio em um leo carreador ou leo vegetal. leo de gergelim, uva, oliva e coco so exemplos de leos carreadores.

    3. Para complementar a hidratao da pele diluindo algumas gotas de leo essencial em leo vegetal e aplicando aps o banho, com a pele ainda bem mida.

    4. Escalda ps gotas de leo em uma bacia ou balde com gua morna.

    5. Em compressas frias ou quentes gotas de leos essenciais em gua, usando uma toalha.

    6. No ambiente atravs de spray com mistura de lcool de cereais, gua e gotas de leos essenciais, ou atravs de difusores/aromatizado-res eltricos.

    7. No travesseiro poucas gotas para relaxar na hora de dormir.

    8. Como perfume nas roupas ou na pele.

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    9. Para a limpeza da casa diluindo algumas gotas de leo essencial num balde com gua e lcool.

    Cuidados no uso de leos essenciais

    Apesar de serem produtos naturais, alguns leos essenciais podem ser agressivos para a pele e, portanto, devem ser utilizados com grande cuidado.

    A aplicao do leo essencial puro sobre a pele tem que ser testada antes, pois h pessoas que apresentam alergia ou irritao da pele.

    Tambm necessrio cuidado de no se expr ao sol aps usar um leo essencial, pois pode manchar a pele, como o caso dos leos de citros.

    importante ter cuidados com o uso de leos essenciais na gravidez e na amamentao, e com crianas pequenas. Idosos tambm so mais sensveis e a dosagem deve ser similar usada para crianas.

    Onde os leos essenciais podem ser obtidos

    Os leos essenciais podem ser comprados prontos. H diversas em-presas que vendem diferentes leos, alguns importados (como o de la-vanda, por exemplo) e outros que conseguem ser produzidos no Brasil.

    possvel, tambm, cultivar ervas aromticas para chs e temperos, e extrair leos essenciais delas.

    Alm das ervas, h espcies de arbustos e rvores nativas ou adapta-das que tm grande potencial para a extrao de leos essenciais.

  • Agrofloresta e leos Essenciais

    141. Aroeira / 2. Goiabeira-serrana. Fotos: 1. Flavio Borghetti / 2. Acervo Centro Ecolgico

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    Algumas espcies de plantas com potencial para

    produo de leos essenciais na Serra e

    Litoral Norte

    A composio do leo essencial varia na quantidade e na qualidade de molculas que tem, dependendo do momento da colheita, da es-tao do ano e do estgio de maturidade no momento da colheita. Amostras de plantas colhidas em diferentes perodos do dia e em diferentes pocas do ano mostram uma variao na composio do leo.

    A seguir, uma diversidade de plantas possveis de serem cultivadas em quintais agroflorestais ou em sistemas agroflorestais na Serra e Litoral Norte, e das quais possvel extrair leos essenciais atravs de sistema de arraste de vapor.

    1. Aroeira / 2. Goiabeira-serrana. Fotos: 1. Flavio Borghetti / 2. Acervo Centro Ecolgico

  • Agrofloresta e leos Essenciais

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    Ervas aromticas

    Alecrim (Rosmarinus officinalis L.) so utilizadas folhas e flores. O leo estimulante, animador e ajuda a pessoa a se concentrar.

    Camomila (Chamomille nobilis, Anthemis nobilis) so utilizadas flores frescas e secas. O leo tem propriedades relaxantes.

    Capim-limo (Cymbopogon citratus) tambm conhecido como capim-cidreira ou capim-santo. So utilizadas as folhas. O leo rela-xante, tranquilizante, promovendo sono profundo.

    Citronela (Cymbopogon nardus) so utilizadas as folhas frescas ou secas. repelente de insetos, e afasta moscas e mosquitos, prevenindo picadas de mosquitos.

    Gengibre (Zingiber officinalis) so utilizados os rizomas (razes) fres-cos. Ajuda a dissipar dvidas e afrodisaco masculino.

    Gernio (Pelargonium graveolens) o leo essencial extrado quan-do a planta est florida. Ameniza desconfortos de TPM e climatrio.

    Hortel (Mentha piperita) so utilizados as folhas e ramos secos. Pro-move concentrao e revigoramento.

    Manjerico (Ocimum basilicum) so utilizadas as folhas e as flores. Promove clareza mental e diminui o nervosismo.

    1. Gernio / 2. Hortel. Fotos: 1. Wikimedia Commons / 2. Freeimages

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    Menta (Mentha arvensis) so utilizadas as folhas e flores. Promove concentrao e estar alerta.

    Slvia (Salvia officinalis) so utilizadas as folhas e flores. Ameniza desconfortos de TPM e climatrio. Tem, tambm, um leo comercial de slvia que da espcie Salvia sclarea.

    Tomilho (Thymus vulgaris) so utilizadas as folhas e flores. Combate fraqueza e falta de nimo. Pode ser usado em produtos de limpeza.

    rvores e arbustos

    Ara-do-campo (Psidium cattleianum) so utilizadas as folhas. Bom para ajudar a hidratar a pele.

    Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius) so utilizadas as folhas. uma rvore nativa da regio litornea e possui pimentas avermelha-das. Tambm conhecida como poivre-rose ou pimenta-rosa.

    Cabeluda (Myrciaria glazioviana) so utilizadas as folhas frescas. arbusto grande nativo e o nome tupi guapirijuba, que significa fruta amarela de casca amarga e felpuda. Tambm chamada de cabelu-dinha, caf-cabeludo, fruta-cabeluda, jabuticaba-amarela, peludinha e vassourinha-da-praia.

    3. Gengibre / 4. Alecrim. Fotos: 3. abcdz2000 via sxc / 4. Freeimages

  • Agrofloresta e leos Essenciais

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    Cereja-do-Rio-Grande (Eugenia involucrata DC.) so utilizadas as fo-lhas. rvore frutfera nativa e o nome tupi barapiroca, que significa fruta da rvore que se descasca. Tambm chamada de cavina e cereja-do-mato.

    Erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.) para extrair o leo da erva--mate seca, adicionar 700 ml de gua fervida a cada 100 g de erva--mate e submeter extrao por cerca de 1 h. Usada em produtos de higiene pessoal. nativa e chamada de ca pelos indgenas.

    Eucalipto-citriodora (Eucalyptus citriodora) so utilizados as folhas e ramos finos. Usado em produtos de higiene e limpeza.

    Eucalipto-globulus (Eucalyptus globulus) so utilizados as folhas e ramos finos. Usado para tornar os ambientes mais agradveis.

    Goiabeira (Psidium guajava L.) so utilizadas as folhas frescas.

    Goiaba-da-serra (Acca sellowiana Berg.) so utilizadas as folhas. r-vore nativa tambm conhecida como feijoa.

    Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa Berg.) so utilizadas as fo-lhas. rvore nativa tambm conhecida como guavirova. O nome ind-gena wa bi rob e significa fruto amargo.

    Guamirim (Myrcia multiflora) so utilizadas as folhas. rvore nativa.

    Louro (Laurus nobilis) so utilizadas as folhas. Ajuda a acalmar.

    Pitanga (Eugenia uniflora L.) so utilizadas as folhas. A triturao das folhas aumenta a quantidade extrada de leo. rvore nativa cujo nome vem do nome indgena tupi pi tg, que significa vermelho es-curo. leo bom para a pele, pode ser usado em produtos de higiene pessoal.

    Uvaia (Eugenia pyriformis Camb.) so utilizadas as folhas. rvore na-tiva conhecida tambm como uvalha, uvaia-do-mato ou azedinha. O nome indgena tupi iwa ya significa fruto cido.

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    Concluso

    Os quintais agroflorestais, em unidades de produo familiar, tm contribudo para melhorar aspectos ambientais e de segurana ali-mentar, e, eventualmente, para complementar a renda das famlias.

    Os quintais, normalmente, j apresentam uma grande diversidade de plantas aromticas, medicinais e alimentcias, alm de espcies arbreas para diferentes finalidades. Esta caracterstica torna esses espaos pro-dutivos em ambientes adequados para introduzir ou ampliar a presena de espcies produtoras de leos essenciais, enriquecendo a conserva-o dos recursos naturais. Os quintais agroflorestais tambm funcionam como uma espcie de berrio para as famlias observarem e testarem a adaptao de espcies novas servindo, posteriormente, como fonte de material a ser reproduzido atravs de sementes, mudas ou estacas.

    As mulheres, em especial, tm interesse crescente em conhecer a qualidade dos produtos que consomem. Conseguir produzir e extrair leos essenciais propicia, alm do controle do processo de obteno de matrias-primas para complementar os produtos que consomem, a satisfao de ter seus espaos de trabalho ainda mais valorizados pelo estmulo ao bem-estar e sade.

    Na Serra e Litoral Norte do Rio Grande do Sul, significativa a diver-sidade de espcies, especialmente arbustivas e arbreas, que podem ser produzidas em sistemas agroflorestais, com boas perspectivas de extrao de leos essencias para uso pessoal e, eventualmente, para comercializao. O interesse por leos essenciais de rvores nativas, muitos deles ainda pouco conhecidos, tm aumentado.

    Extrair os leos essenciais para uso pessoal e familiar pode ser um primeiro passo para consolidar o conhecimento de manejo e pro-duo, abrindo caminho para a implantao de pequenas unidades

  • Agrofloresta e leos Essenciais

    20

    coletivas entre os grupos de mulheres, para processamento de leos visando comercializao.

    Este material se prope a ser uma introduo ao tema, no mbito do trabalho do Centro Ecolgico.

    Mas h muitos passos a serem percorridos para se ter consolidado o cultivo de fontes renovveis visando a produo de leos essenciais em sistemas agroflorestais, especialmente nos quintais.

    Entre eles, necessrio:

    6 realizar um inventrio ampliado das espcies potenciais, espe-cialmente as rvores, arvoretas e arbustos nativos;

    6 desenvolver planos de manejo para a poda das rvores, arvo-retas e arbustos para permitir a regenerao e evitar a perda desses indivduos no mdio e longo prazos;

    6 desenvolver planos de manejo para estimular a produo de folhas e, consequentemente, aumentar a quantidade de leo obtido;

    6 para produo comercial, realizar estudos comparativos da composio de leos essenciais extrados de rvores que cres-cem sob distintas intensidades de luz, para ver qual a influncia na qualidade;

    6 assegurar a disponibilidade de mudas de qualidade de rvores, arvoretas e arbustos nativos produtores de leos essenciais;

    6 difundir o conhecimento dos benefcios do uso e produo dos leos essenciais das plantas aromticas e condimentares, espe-cialmente junto aos grupos de mulheres;

    6 realizar oficinas coletivas de capacitao para produo e extra-o de leos essenciais a partir de sistemas agroflorestais.

    indiscutvel o quanto os sistemas agroflorestais so benficos em as-pectos sociais, econmicos e ecolgicos, e poder dispor de matrias--primas provenientes da agrosociobiodiversidade tem inmeras van-tagens. A extrao de leos essenciais mais um passo neste sentido.

  • Endereos teis

    www.centroecologico.org.br

    Centro Ecolgico - Ip/SerraRua Luiz Augusto Branco, 72594.240-000 Ip / RSFone: (54) 3233-1638

    Centro Ecolgico - Litoral NorteRua Padre Jorge, 5195.568-000 D. Pedro de Alcntara / RSFone: (51) 3664-0220

    Quintal agroflorestal. Foto: Flavio Borghetti