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www.cursocejus.com.br Aula 02 Estabelecimento 1- Conceito É um instrumento de trabalho do empresário e não o lugar onde a atividade é exercida. O lugar onde a atividade é exercida é chamado de ponto empresarial. O Estabelecimento empresarial é, portanto o conjunto de bens matérias e imateriais do patrimônio do empresário utilizados no exercício da atividade econômica organizada. Quando se fala de patrimônio do empresário se fala de patrimônio empresarial e não o patrimônio particular ou ao patrimônio dos sócios. A diferença entre o patrimônio e o estabelecimento residirá na sua destinação. Este estabelecimento é um bem coletivo e portanto passível de valoração econômica. Sua valoração não se dará apenas na soma dos bens que o compõe mas também na soma do aviamento. O aviamento é o valor agregado ao estabelecimento em valor da sua organização. O aviamento assim será calculado com base na margem de lucro produzida no estabelecimento comercial. O estabelecimento empresarial pode ser alienado? 2- Trespasse A alienação do estabelecimento empresarial é chamada de trespasse. O estabelecimento empresarial é o bem mais importante do empresário e a principal garantia dos seus credores, assim a alienação deve atentar a alguns requisitos, sejam estes: O contrato de Alienação (trespasse) tem que ser escrito para que possa ser arquivado na junta comercial. Publicação na imprensa oficial. Anuência ou Concordância de todos os credores (a anuência não será necessária quando o patrimônio resultante da venda for suficiente para saldar a divida em relação a todos, o

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direito empresarial.

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www.cursocejus.com.br

Aula 02

Estabelecimento

1- Conceito

É um instrumento de trabalho do empresário e não o lugar onde a atividade é exercida. O lugar

onde a atividade é exercida é chamado de ponto empresarial.

O Estabelecimento empresarial é, portanto o conjunto de bens matérias e imateriais do patrimônio

do empresário utilizados no exercício da atividade econômica organizada.

Quando se fala de patrimônio do empresário se fala de patrimônio empresarial e não o patrimônio

particular ou ao patrimônio dos sócios.

A diferença entre o patrimônio e o estabelecimento residirá na sua destinação.

Este estabelecimento é um bem coletivo e portanto passível de valoração econômica. Sua

valoração não se dará apenas na soma dos bens que o compõe mas também na soma do

aviamento.

O aviamento é o valor agregado ao estabelecimento em valor da sua organização. O aviamento

assim será calculado com base na margem de lucro produzida no estabelecimento comercial.

O estabelecimento empresarial pode ser alienado?

2- Trespasse

A alienação do estabelecimento empresarial é chamada de trespasse.

O estabelecimento empresarial é o bem mais importante do empresário e a principal garantia dos

seus credores, assim a alienação deve atentar a alguns requisitos, sejam estes:

O contrato de Alienação (trespasse) tem que ser escrito para que possa ser arquivado na junta

comercial.

Publicação na imprensa oficial.

Anuência ou Concordância de todos os credores (a anuência não será necessária quando o

patrimônio resultante da venda for suficiente para saldar a divida em relação a todos, o

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patrimônio neste caso será então solvente). Notificado o credor, este poderá expressar sua

anuência de duas formas, concordando ou não. Se o credor não se manifestar em 30 dias,

estará ele concordando com a venda do estabelecimento (manifestação tácita).

Ao se alienar um estabelecimento, como bem coletivo, todos os seus bens acessórios o

acompanharão, inclusive as dividas (desde que devidamente contabilizadas). O comprador então

passará a ser o titular das dividas.

Entretanto, continuará o alienante solidariamente responsável pelas dividas por ate um ano a

contar do trespasse para as dividas vencidas e um ano a contar do vencimento para as dividas

vincendas (regra geral).

As exceções a estas regras se encontram nas dividas trabalhistas e nas dividas tributarias. As dividas

trabalhistas seguem o entendimento do art. 10 e art. 448 da CLT, enquanto que as dividas

tributarias seguem os entendimentos dos art. 133 da CTN.

As dividas trabalhistas também se transferem ao comprador do estabelecimento empresarial mas o

vendedor terá por elas responsabilidade subsidiaria (A OAB cobra desta forma mas a doutrina não

a segue).

Quanto à dividas tributarias se o alienante vendedor continuar a exercer alguma outra atividade

econômica ou parar e voltar antes de 6 meses (após a alienação), será ele o responsável pelas

dividas tributarias, enquanto terá o comprador responsabilidade subsidiaria. Se o alienante

vendedor encerrar definitivamente o exercício de qualquer atividade econômica ou parar e voltar

depois de 6 meses, será o comprador integralmente responsável pelas dividas tributarias.

3- Ponto Empresarial

Ponto empresarial é o lugar onde a atividade é exercida. O ponto empresarial não é apenas o meio

físico mas também a vinculação da clientela e etc.

A locação é regida pela lei 8.245 de 1991. A locação pode ser residencial (utilizada para os fins de

moradia) ou não residencial (utilizada para o exercício de uma atividade econômica).

A locação não residencial empresarial tem como locatário o empresário e é o imóvel utilizado no

exercício da atividade econômica organizada (deve existir a presença dos dois critérios).

O tratamento da locação empresarial é muito mais benéfico do que a da locação residência vez que

a locação empresarial decorre de muito mais investimento do que a locação residencial.

O maior investimento se encontra na publicidade e na propaganda (conhecimento de sua clientela

ao ponto empresarial especifico e a vinculação que este conhecimento cria).

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A renovação forçada é o direito atribuído ao locatário para renovar o contrato de locação mesmo

que o locador não queira (art. 51 da lei 8.245). Esta renovação possui alguns requisitos, sejam

estes:

O contrato de locação deve ser escrito e com prazo determinado.

Ter o locatário pelo menos 5 anos ininterruptos de contrato ou contratos inclusive com

diferentes titulares (desde que entre eles tenha se mantido vinculo jurídico inter vivos ou

mortis causa).

Ter o locatário pelo menos 3 anos ininterruptos de efetivo exercício da mesma atividade

quando da propositura da ação renovatória.

A ação renovatória possui prazo começa quando faltar de um ano e termina quando faltar seis

meses para o fim do contrato. Este prazo é decadencial, não se suspende, não se interrompe e não

se prorroga (se o prazo acabar no domingo deve-se propor a ação ate a sexta feira anterior). O

contrato será renovado pelo mesmo período do anterior. Ressalta-se que a ação renovatória não

possui limites de novas proposituras.

Existem cinco defesas usadas para a retomada do proprietário (para impedir a renovação do

contrato) que estão previstas nos art. 52 e 72 da lei de locações.

Uso Próprio (ressalta-se que este uso próprio não pode ser destinado a mesma atividade

que era exercida pelo locatário, salvo se o proprietário já exercia esta atividade antes da

locação).

Reforma substancial do prédio locado imposta pelo poder publico ou para ampliação do

imóvel (esta reforma deve ser iniciada ate três meses após o encerramento do contrato).

Proposta de renovação insuficiente em relação ao valor de mercado.

Proposta melhor de terceiro (nesta hipótese o proprietário e o terceiro proponente

responderão solidariamente pela indenização ao locatário pela perda do ponto).

Transferência de estabelecimento existente a mais de um ano do cônjuge ascendente ou

descendente do proprietário para o seu imóvel.

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Nome empresarial

1- Elementos da Atividade

O nome empresarial é um dos quatro elementos indicadores da atividade empresarial.

Nome Empresarial (identifica o empresário enquanto sujeito da atividade econômica

organizada).

Marca (identifica os produtos e serviços oferecidos pelo empresário).

Titulo de Estabelecimento (identifica o ponto empresarial).

Nome de Domínio (identifica o nome empresarial eletrônico, endereço na internet).

O nome empresarial é protegido através do registro na junta comercial e a marca é protegida

através de registro no INPI. O titulo de estabelecimento é protegido pelas regras de concorrência

desleal e o nome de domínio pelo nic.br (núcleo de informação e coordenação do ponto br).

Existem algumas diferenças entre o nome e a marca além das citadas (o que cada uma identifica e

onde será registrada), sendo estas o (I) âmbito territorial da tutela (o nome empresarial é protegido

apenas dentro do território do estado em que foi registrado, já a marca é protegida em todo o

território nacional, ressaltando que as marcas notoriamente conhecidas são protegidas em todos

os países signatários da união de Paris), (II) o nome é protegido em todos os ramos de atividade

independente de onde foi registrado e a marca é protegida apenas na classe em que foi registrada

(ressalvadas as marcas de alto renome).

Tabela Comparativa

Nome

Empresarial

Empresário

Junta

Estadual

Todos os

Ramos

Marca

Produtos E

Serviços

INPI

Nacional

Apenas na sua Classe

2- Espécies de Nome

As espécies de nome se dividem em firma e denominação.

A firma é a espécie de nome empresarial que tem por base o nome civil de seus integrantes e que

pode vir acompanhada ou não do objeto ou ramo de atividade.

A denominação é a espécie de nome empresarial que tem como base um elemento fantasia

obrigatoriamente acompanhado do objeto ou ramo de atividade.

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A lei de S.A. permite que de maneira especial e extraordinária que o núcleo da denominação seja o

nome civil do fundador da companhia ou de alguém que muito contribuiu para a mesma.

A firma pode ser individual (sinônimo de razão social) ou social.

A distinção quanto a utilização de firma individual e social esta contida em tabela disponibilizada

pelo professor.

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Direito Societário (corresponde a metade das questões da prova da OAB)

1- Diferença entre sociedade empresaria e sociedade simples

Sociedade Empresarial Sociedade Simples

Será empresaria que atender aos requisitos do art. 966 do CC

Será simples aquela que não atender aos requisitos do art. 966 do CC

Será empresaria a sociedade de profissionais intelectuais que se tornaram elementos de empresa

É formada por profissionais Intelectuais

Será empresaria sociedade rural registrada na junta comercial

Será simples a sociedade rural registrada no cartório civil

As sociedades por ações (art. 982, P.U., CC) As cooperativas (Art. 982, P.U., CC)

As sociedades por ações são aquelas que são dividas por ação e que se classificam em sociedades

anônimas ou por comanditas por ações.