3. eletroquímica
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Química 3º ano 2º Bimestre Eletroquímica
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Eletroquímica
Definição
É a parte da Química que estuda não só os
fenômenos envolvidos na produção de corrente elétrica a
partir da transferência de elétrons ocorrida em reações de
óxido-redução, mas também a utilização de corrente
elétrica na produção dessas reações.
Pilhas e Baterias
São dispositivos nos quais uma reação espontânea de
óxido-redução produz corrente elétrica.
No interior da pilha, ocorre uma reação de óxido-
redução que libera elétrons pelo pólo negativo. A
passagem de elétrons pelo filamento da lâmpada o torna
incandescente.
A primeira pilha elétrica foi criada em 1800 pelo
cientista italiano Alessandro Volta (1745–1827).
Essa pilha era constituída por um conjunto de duas
placas metálicas, de zinco e cobre, chamados eletrodos
(do grego, percurso elétrico), e por algodão embebido em
solução eletrolítica, ou seja, que conduz corrente elétrica.
Cada conjunto de placas e algodão forma uma célula ou
cela eletrolítica.
Nessa cela, os elétrons fluem da lâmina de zinco
(Zn) para a de cobre (Cu), mantendo a lâmpada acesa
durante um pequeno intervalo de tempo.
Essa descoberta foi aperfeiçoada em 1836 pelo
químico e meteorologista inglês John Frederick Daniell
(1790–1845), que dividiu a célula eletrolítica de sua pilha
em duas partes (duas semicelas).
Na pilha de Daniell, os dois eletrodos metálicos
eram unidos externamente por um fio condutor, e as duas
semicelas eram unidas por uma ponte salina, contendo
uma solução saturada de K2SO4(aq). Inicialmente, o
sistema apresentava aspecto abaixo:
Após certo tempo de funcionamento, essa pilha
apresenta o seguinte aspecto:
No eletrodo de cobre, ocorre:
espessamento da lâmina de Cu;
diminuição da cor azul.
Esses dois fatos podem ser explicados pela semi-
reação de redução:
Cu2+
(aq) + 2 e_ → Cu(s)
solução lâmina
O eletrodo em que ocorre a redução é o cátodo.
No eletrodo de zinco, ocorre:
corrosão da lâmina Zn.
Esses dois fatos podem ser explicados pela semi-
reação de oxidação:
Zn(s) → Zn2+
(aq) + 2 e_
lâmina solução
O eletrodo em que ocorre a oxidação é o ânodo.
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Pela análise dessas duas semi-reações, podemos
concluir que os elétrons fluem, no circuito externo, do
eletrodo de cobre, ou seja, os elétrons, por apresentarem
carga negativa, migram para o eletrodo positivo (pólo
positivo), que nesse caso, é a lâmina de cobre.
A equação global dos processos ocorridos nessa
pilha pode ser obtida pela soma das duas semi-reações:
ânodo: Zn(s) Zn2+
(aq) + 2 e–
cátodo: Cu2+
(aq) + 2 e– Cu(s) +
reação global: Zn(s) + Cu2+
(aq) Zn2+
(aq) + Cu(s)
Oficialmente, por convenção mundial, as pilhas são
representadas da seguinte maneira:
Usando essa notação, a pilha estudada pode ser
representada por:
Znº / Zn2+
// Cu2+
/ Cuº
Observação
Vejamos algumas pilhas e baterias:
Exemplos:
15. A pilha é um gerador e pode ser representada por:
Indique o sentido dos elétrons no circuito externo
acoplado a essa pilha.
Considerando o esquema referente à pilha abaixo,
responda às questões a seguir:
a) O eletrodo B está sofrendo uma oxidação ou uma
redução?
b) O eletrodo B é denominado cátodo ou ânodo?
c) O eletrodo B é o pólo positivo ou negativo?
d) Escreva a semi-reação que ocorre no eletrodo B.
O eletrodo (semipilha) que cede elétrons ao circuito
é o pólo negativo da pilha (ânado), onde ocorre
oxidação; o eletrodo (semipilha) que recebe elétrons é o
pólo positivo da pilha (cátodo), onde ocorre redução.
Semipilha, semicelas ou eletrodo — conjunto
formado pela lâmina e a solução de seus íons.
Ânodo Cátodo
oxidação redução
A Ax+
+ x e– B
x+ + x e
– B
ponte salina
+ –
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e) A concentração (quantidade) de íons B3+
aumenta ou
diminui?
f) O eletrodo A está sofrendo uma oxidação ou uma
redução?
g) O eletrodo A é denominado cátodo ou ânodo?
h) O eletrodo A é o pólo positivo ou negativo?
i) Escreva a semi-reação que ocorre no eletrodo A.
j) A concentração (quantidade) de íons A2+
aumenta ou
diminui?
k) Ocorre deposição sobre o eletrodo A ou sua corrosão?
l) Escreva a equação que representa a reação global da
pilha.
m) Escreva a notação oficial que representa a pilha.
Observe os seguintes experimentos:
Mg + 2 H+
Mg2+
+ H2
O magnésio oxida-se (perde
elétrons)
Cu + H+
não ocorre reação
O cobre não oxida
16. Utilizando as informações dadas e o esquema da pilha
a seguir, respondas às questões.
a) Qual metal se oxida?
b) Qual metal se reduz?
c) Qual eletrodo é o ânodo?
d) Qual eletrodo é o cátodo?
e) Indique o sentido dos elétrons.
f) Indique os pólos + e –.
g) Qual lâmina sofre corrosão?
h) Qual lâmina ocorre deposição?
i) Escreva as semi-reações de oxidação e redução.
j) Escreva a reação global da pilha.
Potencial das pilhas
Potencial de redução e oxidação
Em uma pilha, a espécie que apresenta maior Ered sofre
redução e, portanto, a outra espécie, de maior Eoxi, sofre
oxidação.
Potencial de uma pilha
Nas pilhas, os elétrons fluem do eletrodo em que
ocorre oxidação (ânodo) para o eletrodo em que ocorre
redução (cátodo) através do fio externo. Se colocarmos,
nesse fio, um aparelho denominado voltímetro,
conseguiremos medir a força eletromotriz (fem ou E) da
pilha.
O valor indicado pelo voltímetro, em volts (V),
corresponde à força eletromotriz da pilha. Nas pilhas
comuns, esse valor aparece indicado na embalagem
externa da pilha.
A diferença de potencial ou ddp (E) de uma pilha
depende das espécies químicas envolvidas, das suas
concentrações e da temperatura. Por esse motivo, o E é
medido na chamada condição-padrão, que corresponde a
espécies com concentração 1 mol/L e possíveis gases
envolvidos com pressão de 1 atmosfera a 25ºC. Na
condição-padrão, a diferença de potencial de uma pilha
será representada por E0.
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O Eº de uma pilha corresponde à diferença entre os
potenciais de redução ou de oxidação das espécies
envolvidas, e seu cálculo pode ser feito pelas equações a
seguir:
Eº = (Eºred maior) – (Eºred menor)
ou
Eº = (Eºoxi maior) – (Eºoxi menor)
Pilha de zinco e hidrogênio
Eletrodo de Zn
Zn(s) → Zn2+
(aq) + 2 e– ocorreu
oxidação
ânodo
Eletrodo de H2
2 H+
(aq) + 2 e– → H2(g)
ocorreu
redução
cátodo
Reação global Zn(s) + 2 H+
(aq) → Zn2+
(aq) + H2(g)
Como o hidrogênio (H+) se reduziu, seu potencial de
redução é maior que o do Zn e, aplicando o Eº indicado
pelo voltímetro, temos:
E0 = (E
0H+(aq), H2(g)) – (E
0Zn2+(aq), Zn(s))
0,76 V = (0) – (EºZn2+(aq), Zn(s))
(EºZn2+(aq), Zn(s)) = – 0,76 V
Tabela de Potenciais de redução
Utilizando um eletrodo de hidrogênio como no
processo descrito, podemos determinar os Eºred de muitas
espécies químicas. Esses potenciais são relacionados em
uma tabela, juntamente com as semi-reaçãoes
correspondentes:
Metal
oxidado
Elétron
recebido
Metal
reduzido
E0
oxid
(volts) Cs
+(aq) + e
– → Cs(s) – 3,06
Li+
(aq) + e– → Li(s) – 3,04
Rb+
(aq) + e– → Rb(s) – 2,99
K+
(aq) + e– → K(s) – 2,92
Ca2+
(aq) + 2 e– → Ca(s) – 2,87
Na+
(aq) + e– → Na(s) – 2,71
Mg2+
(aq) + 2 e– → Mg(s) – 2,36
Aℓ3+
(aq) + 3 e– → Aℓ(s) – 1,67
Mn2+
(aq) + 2 e– → Mn(s) – 1,18
Zn2+
(aq) + 2 e– → Zn(s) – 0,76
Cr3+
(aq) + 3 e– → Cr(s) – 0,74
Fe2+
(aq) + 2 e– → Fe(s) – 0,41
Co2+
(aq) + 2 e– → Co(s) – 0,28
Ni2+
(aq) + 2 e– → Ni(s) – 0,25
Sn2+
(aq) + 2 e– → Sn(s) – 0,14
2 H+
(aq) + 2 e– → H2(g) zero
Sn4+
(aq) + 2 e– → Sn
2+(aq) + 0,15
Cu2+
(aq) + 2 e– → Cu
+(aq) + 0,16
Sb3+
(aq) + 3 e– → Sb(s) + 0,21
As3+
(aq) + 3 e– → As(aq) + 0,25
Bi3+
(aq) + 3 e– → Bi(s) + 0,32
Cu2+
(aq) + 2 e– → Cu(s) + 0,34
Fe3+
(aq) + e– → Fe
2+(aq) + 0,77
Hg2+
(aq) + 2 e– → Hg(ℓ) + 0,79
Ag+
(aq) + e– → Ag(s) + 0,80
Br2(ℓ) + 2 e– → 2 Br
–(aq) + 1,10
Pt2+
(aq) + 2 e– → Pt(s) + 1,20
O2(g) + 4 H+
(aq) + 4 e– → 2 H2O + 1,23
Cℓ2(g) + 2 e– → 2 Cℓ
–(aq) + 1,36
Au3+
(aq) + 3 e– → Au(s) + 1,50
F2(g) + 2 e– → 2 F
–(aq) + 2,89
Cálculo da voltagem (E0) das pilhas
Vamos considerar uma pilha formada por eletrodos
de alumínio e cobre, cujos E0red são:
E0
Aℓ3+(aq),Aℓ(s) = – 1,68 V
E0
Cu2+(aq),Cu(s) = + 0,34 V
Para efetuarmos o cálculo do E0 dessa pilha,
podemos utilizar a equação:
au
men
to d
a f
orç
a o
xid
an
te
au
men
to d
a f
orç
a r
edu
tora
Zn(s) Zn2+(aq) + 2 e– 2 H+
(aq) + 2 e– H2(g)
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Eº = (E0red maior) – (E
0red menor)
E0 = (+ 0,34 V) – (– 1,68 V)
E0 = + 2,02 V
Observando os potenciais, podemos perceber que o
cobre, por apresentar o maior potencial de redução, se
reduz, ao passo que o alumínio se oxida:
(3x) Cu2+
(aq) + 2 e– Cu(s)E
0red = + 0,34 volt
(2x) Aℓ(s) Aℓ3+
(aq) + 3 e– E
0oxi = + 1,68 volt
A equação global da pilha pode ser obtida pelo uso
de coeficientes que igualem o número de elétrons
cedidos e recebidos nas semi-reações:
3 Cu2+
(aq) + 6 e– 3 Cu(s)E
0red = + 0,34 volt
2 Aℓ(s) 2 Aℓ3+
(aq) + 6 e– E
0oxi = + 1,68 volt
2Aℓ(s) + 3Cu2+
(aq) → 2Aℓ3+
(aq) + 3Cu(s)
Outro fato interesse é que podemos calcular o E0
da pilha utilizando a equação:
E0 = E
0oxi + E
0red
E0 = (+ 1,68 V) + (+ 0,34 V)
E0 = + 2,02 V
A representação dessa pilha pode ser feita por:
Aℓ(s) / Aℓ3+
(aq) // Cu2+
(aq) / Cu(s)
Espontaneidade de Reações
Todas as pilhas funcionam por meio de reações
espontâneas e apresentam sempre E0 positivo. Numa
pilha, temos:
Para determinarmos se uma reação é espontânea e,
portanto, se pode constituir uma pilha, devemos separar a
reação global nas duas semi-reações:
Vamos estudar a espontaneidade desta reação:
Mg2+
(aq) + Ni(s) Mg(s) + Ni2+
(aq)
Mg2+
(aq) + 2 e– Mg(s)
Ni(s) Ni2+
(aq) + 2 e–
A primeira semi-reação corresponde à redução do
magnésio e, pela tabela, seu E0
red = – 2,36 V. A segunda
semi-reação corresponde à oxidação do níquel, e seu
potencial de oxidação é igual ao inverso do potencial de
redução presente na tabela, ou seja, + 0,24 V.
Considerando que o Epilha é igual à soma dos potenciais
de oxidação e redução, temos:
Epilha = E0
oxi Ni + E0
red Mg2+
Epilha = (+ 0,24 V) + (–2,36 V)
Epilha = – 2,12 V
Como o Epilha é negativo, concluímos que a reação
entre Mg2+
e Ni0 não é espontânea e, portanto, não
caracteriza uma pilha.
Exercícios:
17. Considerando-se uma pilha construída com eletrodos
de lítio e cobre, responda:
Li+
(aq) + e– → L i(s) E
0red = – 3,04 V
Cu2+
(aq) + 2 e– → Cu(s) E
0red = + 0,34 V
a) Qual é a reação global da pilha e sua ddp?
b) Qual o eletrodo positivo ou cátodo?
c) Qual o eletrodo negativo ou ânodo?
d) Qual é o sentido do fluxo de elétrons?
e) Qual eletrodo sofrerá diminuição de massa?
f) Qual eletrodo sofrerá aumento de massa?
Note que os valores dos E0 não dependem do
número de mol das espécies envolvidas e são sempre
constantes nas condições-padrão para cada espécie.
menor
E0redução
maior tendência
em
perder
elétrons
maior
E0
redução
maior tendência
em
receber
elétrons
reação
reação
espontânea
não-espontânea
e_
fluxo de
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18. Uma pilha é formada com eletrodos de magnésio e
ouro mergulhados em soluções de seus respectivos
cátions. Responda:
a) Quais são as semi-reações?
b) Qual é a reação global da pilha e sua ddp?
c) Qual o eletrodo positivo ou cátodo?
d) Qual o eletrodo negativo ou ânodo?
e) Qual é o sentido do fluxo de elétrons?
f) Qual eletrodo sofrerá corrosão?
g) Qual eletrodo sofrerá deposição?
19. Em uma pilha Ni0/Ni
2+//Ag
+/Ag
0, os metais estão
mergulhados em soluções aquosas de 1,0 M de seus
respectivos sulfatos, a 25ºC.
Reação E0red (volts)
Ni2+
+ 2 e– → Ni
0 – 0,25
Ag+ + e
– → Ag
0 + 0,80
Determine:
a) A equação global da pilha
b) O sentido do fluxo de elétrons
c) O valor da força eletromotriz (fem) da pilha
20. (PUC-PR) Uma célula galvânica é constituída de 2
eletrodos:
1º eletrodo: 1 lâmina de ferro metálico submersa numa
solução de FeSO4 1 M.
2º eletrodo: 1 lâmina de prata metálica submersa numa
solução de AgNO3 1 M.
Sabendo-se que os potenciais normais de redução desses
dois elementos são:
Fe2+
+ 2 e– Fe E
0 = – 0,44 V
Ag+
+ 1 e– Ag E
0 = + 0,80 V
o potencial dessa célula, quando os dois eletrodos são
ligados entre si internamente por uma ponte salina e
externamente por um fio de platina será:
a) + 0,36 V.
b) – 0,36 V.
c) – 1,24 V.
d) – 1,36 V.
e) + 1,24 V.
21. (PUC-RS) Uma pilha utilizada nos marca-passos é
constituída por eletrodo de iodo e outro de lítio, e seu
funcionamento é baseado nas seguintes semi-reações
adiante, cada uma representada com o respectivo
potencial padrão de redução.
I2(s) + 2 e–
2 I– E
0 = + 0,536 V
Li+
+ 1 e– Li(s) E
0 = – 3,045 V
considerando-se essas informações, é correto afirmar que:
a) o eletrodo de lítio funciona como cátodo.
b) o eletrodo de iodo funciona como ânodo.
c) o I2 é o agente redutor.
d) o Li+ é o agente oxidante.
e) a diferença de potencial dessa pilha, em condições
padrão, é 3,581 V.
Eletrólise
É um processo não-espontâneo, em que a passagem
de uma corrente elétrica através de um sistema líquido, no
qual existam íons, produz reações químicas.
As eletrólises são realizadas em cubas eletrolíticas,
nas quais a corrente elétrica é produzida por um gerador
(pilha).
Nesse sistema, os eletrodos são geralmente inertes,
formados por platina ou grafita (carvão).
As substâncias que serão submetidas à eletrólise
podem estar liquefeitas (fundidas) ou em solução aquosa.
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No processo de eletrólise, os elétrons emergem da pilha (gerador)
pelo ânodo – e entram na célula eletrolítica pelo cátodo +, no qual
produzem redução.
Na célula eletrolítica, os elétrons emergem pelo ânodo +, no qual
ocorre oxidação, e chegam à pilha pelo cátodo +.
Eletrólise Ígnea
Na eletrólise ígnea, a substância pura está liquefeita
(fundida), e não existe água no sistema. Vejamos, como
exemplo desse tipo de eletrólise, a que ocorre com cloreto
de sódio (NaCℓ), utilizando eletrodos de platina.
NaCℓ Na+ + Cℓ
–
As semi-reações que ocorrem nos eletrodos são:
Na+ + e
– Na
2 Cℓ– Cℓ2 + 2 e
–
Estabelecendo a igualdade entre o número de
elétrons perdidos e recebidos e somando as semi-reações,
obtemos a reação global da eletrólise:
ânodo: 2 Na+ + 2 e
– 2 Na
ânodo: 2 Cℓ– Cℓ2 + 2 e
–
reação global: 2 Na+ + 2 Cℓ
– 2 Na + Cℓ2
Analisando a reação global, podemos concluir que a
eletrólise ígnea do cloreto de sódio produz sódio metálico
(Na) e gás cloro (Cℓ2).
Eletrólise em meio aquoso
Nesse tipo de eletrólise, devemos considerar não só
os íons provenientes do soluto, mas também os da água,
provenientes da ionização.
Genericamente, temos:
CA C+ + A
–
H2O H+ + OH
–
Experimentalmente, verificou-se que somente um
dos cátions e somente um dos ânions sofrem descarga nos
eletrodos e que essa descarga obedece a seguinte ordem
de prioridade:
Metais alcalinos
(Li+, Na
+, K
+ ...)
H+
Demais metais
(Mn2+
, Ag+, Zn
2+,
Fe2+
, Ni2+
, Cu2+
,
Hg2+
, Au3+
...) Metais alcalino-terrosos
(Be2+
, Mg2+
, Ca2+
...)
Alumínio (Aℓ3+
)
Ânions oxigenados
(NO3–, SO4
2– , CℓO3
– ...)
OH–
Ânions não-
oxigenados
(Cℓ–, Br
–, I
–)
Hidrogeno-
sulfato (HSO4–)
Fluoreto (F–)
Eletrólise aquosa do sulfato de cobre CuSO4(aq)
Na solução, temos:
CuSO4(aq) Cu2+
(aq) + SO42–
(aq)
H2O(ℓ) H+
(aq) + OH–(aq)
Cátodo Ânodo
Migração
de íons Cu
2+ e H
+ OH
– e SO4
2–
Facilidade
de descarga Cu
2+ > H
+ OH
– > SO4
2–
Semi-
reação
redução
Cu2+
(aq) + 2 e– → Cu(s)
oxidação
2 OH–
(aq) → H2O(ℓ) +
1/2 O2(g) + 2 e–
Permanente
na solução H
+ SO4
2–
Somando as quatro equações, temos a reação global
do processo:
CuSO4 Cu2+
+ SO42–
2 H2O 2 H+ + 2 OH
–
cátodo: Cu2+
+ 2 e– Cu
ânodo: 2 OH– H2O + 1/2 O2 + 2 e
–
CuSO4(aq)+ H2O(ℓ) → 2 H+
(aq)+ SO42–
(aq) + Cu(s) + 1/2 O2(g)
red
ução
pilha célula eletrolítica grafita ou platina
ânions
ox
ida
ção
ox
ida
ção
red
ução
grafita ou
platina
red
ução
ox
ida
ção
cátodo cátodo
cátodo
cátions cátions
ânions
ânodo ânodo ânodo
fluxo de elétrons
fluxo
de
elétrons
gerador
– +
+ + +
–
– –
facilidade de descarga crescente
Note que, pela eletrólise do CuSO4, obtivemos
cobre metálico (Cu) e gás oxigênio (O2), e que a
solução final apresenta caráter ácido devido aos íons
H+
(aq).
solução cátodo ânodo
reação global
–
cátodo
(redução)
+
ânodo
(oxidação)
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Aspectos quantitativos da eletrólise
O físico inglês Michael Faraday (1791-1867)
descobriu que íons de um metal são depositados no estado
sólido quando uma corrente elétrica circula através de
uma solução iônica de um sal do metal. O metal prata
(Ag), por exemplo, deposita-se quando usamos uma
solução salina de nitrato de prata (AgNO3), e o metal
cobre (Cu), deposita-se quando usamos uma solução
salina de nitrato de cobre [Cu(NO3)2]. As semi-reações
que representam as deposições desses metais são:
1 Ag+
(aq) + 1 e– 1 Ag(s)
1 mol 1 mol 1mol
1 Cu2+
(aq) + 2 e– 1 Cu(s)
1 mol 2 mol 1mol
Note que 1 mol de elétrons provoca a deposição de i
mol de Ag+
(aq), mas são necessários 2 mol de elétrons para
depositar 1 mol de Cu2+
(aq). O número de elétrons que
circula depende da corrente elétrica.
A unidade mais comumente usada para expressar a
velocidade de fluxo de uma corrente elétrica é o ampère
(A), que se refere ao número de coulombs (carga) que
passa por um ponto por unidade de tempo.
Em 1909, o físico norte-americano Robert Andrews
Millikan (1868-1953) determinou que a carga elétrica de
um elétron é igual a 1,6 ∙ 10–19
C e, como sabemos que 1
mol de elétrons corresponde a 6,02 ∙ 1023
e–, a quantidade
de carga transportada pela passagem de 1 mol de elétrons
é dada pelo produto entre esses dois valores, ou seja:
1,6 ∙ 10–19
C ∙ 6,02 ∙ 1023
= 9,65 ∙ 104
Assim 9,65 ∙ 104 C ou 96 500 C é quantidade de
carga transportada por 1 mol de elétrons e essa
quantidade é denominada constante de Faraday (1 F):
1 mol de elétrons (= 6,02 ∙ 1023
e–) → transporta →
9,65 ∙ 104 C = 1 faraday = 1 F
Veja alguns exemplos relacionados com os aspectos
quantitativos da eletrólise
1º exemplo:
Uma peça de bijuteria recebeu um ―banho de prata‖
(prateação) por um processo eletrolítico. Sabendo que
nessa deposição o Ag+ se reduz a Ag e que a quantidade
de carga envolvida no processo foi de 0,01 faraday, qual é
a massa de prata depositada?
(Massa molar: Ag = 108 g ∙ mol–1
)
Ag+ + e
– Ag
1 mol de e– 1 mol
1 faraday 108 g
0,01 faraday x
2º exemplo:
Se considerarmos que uma quantidade de carga igual
a 9 650 C é responsável pela deposição de cobre é feita
uma eletrólise de CuSO4(aq), qual será a massa de cobre
depositada? (Massa molar: Cu = 64 g ∙ mol–1
)
CuSO4 Cu2+
+ SO42–
Cu2+
+ 2 e– Cu
2 mol de e– 1 mol
2 ∙ (96 500 C) 64 g
9 650 C x
3º exemplo:
Numa pilha de flash antiga, está contido em uma lata
de zinco que funciona como eletrodos. Que massa de Zn é
oxidada a Zn2+
durante a descarga desse tipo de pilha, por
um período de 30 minutos, envolvendo uma corrente de
5,36 ∙ 10–1
A? (Massa molar: Zn = 65 g ∙ mol–1
)
i = 5,36 ∙ 10–1
A
t = 30 min = 30 ∙ 60 s = 1 800 s
Q = i ∙ t
Q = 5,36 ∙ 10–1
A ∙ 1 800 s
Q = 965 C
Zn Cu2+
+ 2 e–
1 mol 2 mol de e–
65 g 2 ∙ (96 500 C)
x 965 C
0,01 F ∙ 108 g
1 F
x
x = 1,08 g de prata
carga
tempo
corrente (i)
i (A) ∙ t (s) = Q (C)
(Q)
(t)
A coulomb (C)
segundo (s)
x = 3,25 ∙ 10–1
g de Zn
965 C ∙ 65 g
2 ∙ 96 500 C
x
x = 3,2 g de Cu
9 650 C ∙ 64 g
2 ∙ 96 500 C
x
Química 3º ano 2º Bimestre Eletroquímica
21
v jvj J v
Leis de Faraday
As substâncias eletrolisadas pela ação da corrente
elétrica se decompõem nos eletrodos observando-se a
liberação de gases, deposição de metais, formação de íons
em solução, etc.
É possível determinar a massa dessas substâncias
empregando-se as leis de Faraday.
1ª lei – a massa de uma substância eletrolisada e a
quantidade de eletricidade que atravessa o
sistema são diretamente proporcionais.
m = ∙ Q
m = massa da substância em estudo
a = constante de proporcionalidade
Q = quantidade de eletricidade (coulombs – C)
Sabe-se que: Q = i ∙ t
i = corrente elétrica (ampères – A)
t = tempo (segundos – s)
2ª lei – a massa de uma substância eletrolisada e seu
equivalente-grama são diretamente
proporcionais.
m = ∙ E
em que:
A constante de proporcionalidade () equivale ao
inverso do faraday (F). Um faraday corresponde à carga
elétrica capaz de eletrolisar 1 equivalente-grama de
substância. Vale 96 500 coulombs.
Exemplo:
Determine a massa de alumínio depositada em um
processo eletrolítico de 30 minutos de duração com o uso
de 9,65 A.
m = ?
i = 9,65 A
t = 30 min
1 800 s
E = 27 = 9 g
3
Exercícios:
22. A massa de metal depositada quando uma corrente de
10 A atravessa uma solução de AgNO3 durante 16 min e
5 segundos é:
a) 9,8 g.
b) 14,16 g.
c) 18,5 g.
d) 4,9 g.
e) 10,8 g.
23. Para se cobrear (cobrir com cobre) uma peça
metálica, foi utilizada uma solução de sulfato de cobre II
e uma corrente de 2,0 A durante 50 minutos. A massa de
cobre depositada na peça, em g, é aproximadamente
(Cu = 63,5; constante de Faraday = 96 500 C):
a) 0,3 g.
b) 1,0 g.
c) 2,0 g.
d) 4,0 g.
e) 5,0 g.
24. O tempo durante o qual deverá passar uma corrente
de 9,65 A através de uma solução de FeCℓ2 para que se
depositem 10,0 g de ferro metálico é aproximadamente:
a) 7 horas.
b) 3 horas.
c) 1 hora.
d) 5 horas.
e) 8 horas.
25. Sabendo que 1 faraday é igual a 96 500 coulombs, o
tempo, em segundos, necessário para eletrodepositar
6,3 g de Cu2+
utilizando uma corrente de 2 ampères é
de:
a) 6,3.
b) 12,6.
c) 4 825.
d) 9 650.
e) 19 300.
massa atômica
nº de elétrons cedidos ou recebidos
E
E = equivalente-grama da substância
E Q
96 500 m
E ∙ i ∙ t
96 500 m ou
E ∙ i ∙ t
96 500 m
9 ∙ 9,65 ∙ 1800
96 500 m
m = 1,62 g