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Juventude Popular da Maia www.jpmaia.org [email protected] Nº 2 9 | Ano XXV | Maio de 2010 Nova imagem da Juventude Popular da Maia | p. 2 Juventude Popular da Maia na Feira das Oportunidades | p. 4 Opinião de Rita Magalhães e Silva, Manuel Oliveira, p. 8 Nuno Silva, Marianna Pimenta e Ana Patrícia Miranda | p. 6 NOVA IMAGEM JP MAIA COM Apresentada na Feira das Oportunidades | p. 4

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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.org

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Page 1: 29 O JOVEM [Maio2010]

Juventude Popular da Maia www.jpmaia.org

[email protected]

Nº 29 | Ano XXV | Maio de 2010

Nova imagem da Juventude Popular da Maia | p. 2

Juventude Popular da Maia na Feira das Oportunidades | p. 4

Opinião de Rita Magalhães e Silva, Manuel Oliveira, p. 8

Nuno Silva, Marianna Pimenta e Ana Patrícia Miranda | p. 6

NOVA IMAGEM JP MAIA COM Apresentada na Feira das Oportunidades | p. 4

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primeira página

1 – Embalados pela recente promulgação do diploma sobre o casamento gay por parte de Cavaco Silva, uma onda de insatisfeitos saiu a terreiro para iniciar tentativas de encontrar um outro candidato presidencial para o eleitorado do centro-direita. Como disse António Capucho, em recente entrevista ao jornal i, a confirmar-se tal pretensão, a coisa não passará de um mero acto de estupidez. E não é só porque mais um candidato à direita representaria um passo decisivo para a vitória de Manuel Alegre – que seria tudo menos um obstáculo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo ou outros temas mais “duros”, uma vez eleito Presidente da República. A questão, é que a ala mais conservadora da sociedade, mais musculada em termos valorativos e de costumes, e que quer decidir o seu voto com base nisso, terá um candidato muito natural, muito dentro dos seus cânones, em quem votar: Cavaco Silva. 2 – Muitos chamam-lhe disparate e, à luz da ginástica diplomática internacional que se vê obrigado a fazer, Israel ter-se-á colocado em posição delicada no recente caso da embarcação de ajuda humanitária. A questão é que a diabolização de Israel entrou novamente na ordem do dia, a pretexto de uma história mal explicada. Sem ligar a causas – que têm consequências, pois claro – meio mundo saiu à rua fazer o choradinho do costume e berrar alto o seu anti-semitismo. Espera-se o próximo episódio de baixaria… 3 – No próximo mês “O Jovem” completa os 25 anos da sua primeira edição. No seguimento da renovação da imagem da concelhia, e aproveitando o aniversário do jornal, o jovem iniciará uma nova etapa com uma imagem diferente e novidades apetecíveis. Para a próxima edição, para além de uma reportagem sobre a história da publicação, está prometida uma grande entrevista a uma personalidade de destaque da vida política portuguesa. Não percam!

Tiago Loureiro Editor d’O Jovem

Editorial Aproveitando a presença

na Feira das Oportunida-

des, a Juventude Popular

da Maia estreou uma

nova imagem junto dos

jovens.

A data coincidiu com o arranque de mais uma participação da estrutura na Feira das Oportunidades, evento organizado pelo Pelouro da Juventude da Câmara Municipal da Maia. O objectivo será marcar a diferença com uma imagem mais leve, dinâmica e cativante. A Juventude Popular da Maia apresentou o seu renovado site institucional, dotado de novas

ferramentas e com uma nova imagem gráfica, permitindo assim uma navegação mais rápida, funcional e apelativa. O ‘refresh’ da imagem da Juventude Popular da Maia teve o seu ponto alto com a apresentação do novo logótipo, tornando-o mais apelativo, com linhas sóbrias e simples, proporcionando uma imagem moderna ao mesmo tempo que pretende se adequar à nova comunicação gráfica da JP Maia. Com esta iniciativa a JP Maia dá, mais uma vez, passos significativos na afirmação da sua marca, reforçando a presença junto dos jovens maiatos e da sociedade civil em geral.

Está apresentada a

nova imagem!

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Novo logótipo da JP Maia.

Nova imagem do website da JP Maia.

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Manual do Novo Militante

Em mais uma iniciativa

inovadora, a JP Maia lançou

o seu Manual do Novo

Militante, um documento

que promete ser muito útil e

eficaz.

Numa iniciativa pioneira, a Juventude Popular da Maia volta a inovar e lança o seu Manual do Novo Militante, que pretende ser um instrumento facilitador no processo de acolhimento e integração dos novos militantes que pela primeira vez entram em contacto com a Juventude Popular da Maia.

Assim, este manual contém inúmeras informações sobre esta organização política juvenil e o trabalho que desenvolve, bem como esclarecimentos relativos ao contributo e ao trabalho que se espera de cada militante. O documento estará disponível no site oficial da concelhia (jpmaia.org) para todos os militantes maiatos, bem como para os restantes militantes da Juventude Popular, e ainda para todos aqueles que tenham curiosidade em saber tudo sobre as motivações, forma de organização e de actuação da JP Maia, e que a ela se queiram juntar.

Colagem de cartazes na Maia

Aproveitando o ímpeto da

campanha realizada a nível

nacional, a Juventude

Popular da Maia reuniu

alguns militantes e espalhou

cartazes pelas ruas da Maia.

A Juventude Popular da Maia juntou-se à campanha nacional da estrutura e, por uma noite, saiu à rua com o intuito de colar cartazes com várias mensagens de propaganda pelas ruas do concelho da Maia.

Desde o centro da Maia, passando por freguesias como Moreira, Milheirós, Pedrouços e Águas Santas, e, principalmente, a zona do Castêlo da Maia, toda a cidade ficou revestida pelas mensagens da Juventude Popular. Numa actividade que sai dos normais padrões de actuação da estrutura, a Juventude Popular da Maia demonstrou mais uma vez forte presença e sentido de trabalho, estando, como sempre, ao lado dos jovens maiatos..

ser jp na maia

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especial

JP Maia presente em mais uma edição da Feira das Oportunidades

Naquele que é um dos pontos altos das estruturas juvenis do concelho da Maia, a

Juventude Popular maiata fez-se representar na Feira das Oportunidades, organizada

pelo Pelouro da Juventude, em pleno coração da cidade. Mais uma vez, a concelhia

da Maia primou pelo contacto directo com os jovens, que tomaram conhecimento mais

profundo do pensamento e actividade da Juventude Popular, tendo muitos deles

tomado a opção de se juntar à estrutura!

A Juventude Popular cumpriu uma tradição que já leva três anos consecutivos

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Feira das Oportunidades Entre os dias 20 e 22 do corrente, realizou-se, no parque central da Maia, a IV Feira das Oportunidades promovida pelo Pelouro da Juventude da Câmara Municipal da Maia. Neste espaço também decorreu a IV Mostra Social da Maia, representada com cerca de vinte instituições locais ligadas maioritariamente à solidariedade social, evento que abriu uma janela de visibilidade às actividades desenvolvidas pela Rede Social do Concelho da Maia. Nesta IV Feira das Oportunidades, estiveram à disposição dos jovens cerca de 80 entidades ligadas aos empreendedorismo, entre as quais instituições do ensino superior e escolas de formação profissional, contando ainda com a presença de várias estruturas de política juvenil.

JP Maia diz presente! Mais uma vez, o evento contou com uma forte presença da Juventude Popular da Maia que procurou divulgar a sua mensagem e aproximar-se ainda mais dos jovens maiatos. De facto, esta constituiu mais uma forma da JP Maia ouvir os anseios dos jovens maiatos numa altura decisiva dos seus futuros bem como apelar ao constante sentido de inconformismo de cada um, mediante um maior espírito crítico e empreendedor, além de uma postura com sentido de exigência e excelência, no exercício da liberdade individual. O resultado não poderia ser mais satisfatório já que se atingiram mais de 70 novas filiações.

Nova imagem, a mesma

atitude! A IV Feira das Oportunidades serviu também para a JP Maia, mais uma vez, marcar a diferença, ao apresentar o seu site institucional na Web completamente renovado, dotando-o de novas ferramentas e com uma nova imagem gráfica, permitindo

assim uma navegação mais rápida, funcional e apelativa. O ‘refresh’ da imagem da Juventude Popular da Maia teve o seu ponto alto com a apresentação do novo logótipo, tornando-o mais apelativo, com linhas sóbrias e simples, proporcionando uma imagem moderna ao mesmo tempo que pretende se adequar à nova comunicação gráfica da JP Maia. A juntar-se ao rol de novidades, a JP Maia elevou a fasquia nesta quarta edição da Feira das Oportunidades, inovando com a apresentação do seu “Manual do novo Militante”, um elemento que pretende facilitar o acolhimento e integração dos novos militantes entre os quais, os que se juntaram à nossa família nesta IV Feira das Oportunidades. Esta IV Feira das Oportunidades veio demonstrar mais uma vez todo o dinamismo e trabalho de excelência desenvolvido pela JP Maia, pelo que o resultado não poderia ser mais positivo. A JP Maia sentiu ao longo de todos estes dias uma enorme aproximação com os jovens da nossa cidade, mostrando ser uma referência na Maia como Estrutura partidária juvenil.

Balanço positivo A JP Maia felicita o Pelouro da Juventude da Câmara Municipal da Maia enquanto entidade promotora da IV Feira das Oportunidades, pelo empenho e disponibilidade demonstrada, traduzindo-se mais uma vez este evento como um ponto alto para o sentido empreendedor dos jovens maiatos. Para concluir, a JP Maia deixa um cumprimento a todos os militantes da Juventude Popular que estiveram presentes e assim ajudaram a divulgar a nossa mensagem, em especial à Vera Rodrigues, Vice-Presidente da JP e Presidente da Distrital do Porto da JP. Também aqui fica uma saudação para a presença e apoio do Presidente do CDS/PP-Maia, José Eduardo Azevedo.

especial

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Despertar da consciência nacional

O mês de Maio irá ficar marcado por um conjunto de eventos relevantes na vida política nacional. Refiro-me à visita do Papa a Portugal, às medidas reveladas por José Sócrates para combater a crise, refiro-me à mão que Passos Coelho deu ao Governo e ainda ao papel de Cavaco Silva em todo este processo. A visita do Papa Bento XVI a Portugal foi vivida intensamente por todos os portugueses, crentes ou não crentes da doutrina católica, onde a fé veio ao de cima numa altura que se apresenta extraordinariamente difícil para as suas vidas, devido à precariedade actual e à insegurança quanto ao que o futuro nos reserva. Além de que, na generalidade, não estamos habituados a ouvir alguém falar em nome do bem da humanidade, sem interesse e com despojamento. Não há dúvida de que

os portugueses encontraram em sua Santidade a “bondade humana, o carisma sereno, a profundidade de pensamento, a fortaleza de ânimo, sinais inspiradores num tempo de grandes desafios como aquele que atravessamos” (Cavaco Silva) e trouxe uma mensagem de esperança e de confiança. Porém, ainda que esta visita tivesse um propósito casto, acabou por proporcionar uma distracção para se divulgarem medidas que vão representar, mais uma vez, um “esforço nacional” nas palavras do primeiro-ministro, embora eu as entenda como mais uma forma de delapidar os bolsos vazios dos portugueses. Medidas essas que contendem com mais um aumento dos impostos. Se bem me lembro, ao longo de toda a campanha legislativa, foram feitas

promessas de não aumento dos impostos por parte do PS, mas não é isso que verificamos desde a sua eleição. Agora falam-se em medidas de austeridade, tais como o aumento de 1% nas taxas de IVA, o que abrange os bens de primeira necessidade, bens esses que ainda constituíam a derradeira solução de sobrevivência para todos aqueles que vivem no limiar da pobreza. Medidas essas que passam por uma tentativa de corte no subsídio de Natal, que é tão importante no equilíbrio das finanças domésticas de cada um. Mas o mais caricato é quando este Governo decide “dar o exemplo” e institui um mísero corte de 5% no salário dos titulares de cargos políticos. E que tal diminuir a despesa? Que tal abandonar os investimentos megalómanos? Isso sim seriam medidas relevantes na diminuição do défice e no combate à crise. Juntamente com isto surge a “mão” de Passos Coelho ao Governo, embora ele insista em afirmar que a sua cooperação é no interesse do país. Mais: vem a público pedir perdão por ter contribuído para as medidas tomadas. Que hipocrisia é esta? Como é que o líder de um partido da oposição adopta uma conduta em que está a levar o Governo às costas, quando há uns meses atrás diria que tal seria impossível? Mais: após a cooperação com o Governo, admite que o CDS/PP não é um concorrente directo e que ponderará numa coligação! Que jogo político é este? Para concluir, temos o papel discreto (ou será passivo) de Cavaco Silva. Embora afirmasse que acompanhava com permanência as medidas de redução do défice, notou-se que a sua especial atenção foi para Sua Santidade, o Papa. Entendo-o porque, como chefe de Estado, deve recebê-lo com a melhor hospitalidade, mas tal não pode ser justificação para uma atitude tão apática e indiferente, até porque os portugueses estiveram atentos e isso poderá reflectir-se no próximo acto eleitoral.

Rita Magalhães e Silva Militante da Juventude Popular da Maia

opinião

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Passos Coelho vem a público pedir perdão por ter contribuído para as medidas tomadas. Que hipocrisia

é esta? Como é que o líder de um partido da oposição adopta uma conduta em que está a levar o

Governo às costas, quando há uns meses atrás diria que tal seria impossível? Mais: após a cooperação

com o Governo, admite que o CDS/PP não é um concorrente directo e que ponderará numa

coligação! Que jogo político é este?

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Perdidos

Maio foi, acima de tudo, um mês de grandes confusões. Tudo parece ter sido directa ou indirectamente questionado. Política, Sociedade, Religião e Ética. Para um mix explosivo, alguns apontamentos. Os portugueses ficaram emocionados com a visita do Papa Bento XVI, líder da Igreja Católica. Às contínuas demonstrações de fé sobre a personagem e o que esta representa, não me prenuncio. Assim como não admito, em caso algum, mínimas críticas ao meu conceito de Fé Cristã. Sei, contudo, avaliar histórica e politicamente o simbolismo deste episódio. Como Chefe de Estado do Vaticano, é inquestionável todo o bom trato que o Estado Português deve incentivar, como líder espiritual lamento que um Estado, republicano e constitucionalmente declarado laico, evidencie preferências no mesmo trato em detrimento de outros representantes religiosos. Podia enumerar muitos exemplos, mas basta relembrar o episódio Dalai Lama. São conhecidos os valores que, este mês, os contribuintes portugueses gastaram numa manifestação 99,9% religiosa, que nada tem a ver com questões de Estado. E sim, o argumento da importância da Igreja Católica como mediador de relações e civilizações é real, mas assim como toda a repressão histórica que ela protagonizou no desenvolvimento de muitos países ocidentais, tal como o nosso. Sejamos coerentes e honestos. Afinal, não é essa a verdadeira premissa? Embalado pela visita papal por terras de Viriato, o Governo português decide aprovar medidas de aumento da carga fiscal sobre, claro está, a cada vez mais pobre classe média. Encontrou, no novo líder do PSD, o seu parceiro estratégico de negócio. Pedro Passos Coelho, em tempos idos fervoroso liberal, sentiu-se na obrigação de pedir desculpas por sentenciar à morte mais umas quantas empresas e famílias. Uns reconhecem-lhe a humildade, eu reconheço-lhe a desonestidade intelectual. Para quem criticava ferozmente a sua antecessora,

aquando da altura da aprovação do PEC, Passos Coelho não esteve nada mal a apunhalar aqueles que esperavam por uma alternativa. Timidamente, talvez realçando a parca experiência que tem da política mediática, o líder do PSD relembrou às bases que o socialismo impera e que a diferença para o PS assenta exclusivamente na cor e na vantagem em número de congressos nacionais. Quem agradece, no meio disto tudo, é uma vez mais o CDS que continua coeso, com propostas sérias e justas, defensor de uma real redução da despesa em detrimento de um cego aumento de impostos. Porque as desculpas evitam-se, Passos Coelho perdeu uma boa oportunidade de dançar o Tango com o parceiro certo, aquele que cada vez mais é a única alternativa de poder em Portugal. A cereja no topo do bolo foi mesmo a não-declaração do cada vez menos não-Presidente da República sobre a promu lgação da lei do casamento homossexual. Cavaco Silva tem coroado o seu mandato por passagens e actos absolutamente lamentáveis.

Quando ainda todos se lembravam dos episódios do Estatuto dos Açores e das alegadas escutas à Presidência, o Professor, natural de Boliqueime, coloca toda a sua agenda política em campo, revelando a fragilidade institucional em que o Chefe de Estado fica quando tem de decidir se toma conta da regulação das instituições ou concentra os seus esforços para a próxima ronda eleitoral na qual será um dos protagonistas. Quando isto acontece, o sentido de dever suprapartidário e imparcial deixa de fazer sentido. Cavaco jogou mal ao fazer a declaração e ao evidenciar sentimentos pessoais, provando ser incapaz de catalogar o que realmente é ou não importante a Presidência discutir. A sua sorte, ao que tudo indica, é não ter oposição. Ao jeito da série “Lost” de JJ Abrams, que curiosamente findou este mês depois de seis anos consecutivos no ar, tudo por estes lados continua muito perdido. O Governo, o PSD, o Presidente da República, os portugueses e a alma que nos fez superar séculos de obstáculos. Tudo normal, portanto.

Manuel Oliveira Presidente da Juventude Popular da Maia

opinião

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Cavaco Silva coloca toda a sua agenda política em campo, revelando a fragilidade institucional em que o Chefe de Estado fica quando tem de decidir se toma conta da regulação das instituições ou concentra os seus esforços para a próxima ronda eleitoral na qual será um dos protagonistas.

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Eleições à inglesa

Depois das Legislativas de 6 de Maio no Reino Unido, a noite da verdadeira emoção foi a de 11 de Maio, com a demissão do primeiro-ministro Gordon Brown e o pedido formal à Rainha, por parte de David Cameron, para formar um governo em nome dela. Essa noite é histórica devido a um facto: há um governo de coligação no Reino Unido, coisa que não acontecia desde o governo de coligação de Churchill durante a II Guerra Mundial. O sistema eleitoral britânico, por ser em círculos uninominais e não proporcionais, acaba por poder distorcer os resultados nacionais em relação aos mandatos ganhos pelos partidos. Exemplo disso são os Liberals Democrats. Assim, o sistema britânico está desenhado para ter, quase sempre, maiorias absolutas de um só partido no Parlamento, facilitando o processo de formação de governos e da própria governação. Com este parlamento, saído das legislativas deste mês, não há maioria de nenhum partido sozinho. A última vez

que isso aconteceu foi em 1974 e o governo minoritário durou sensivelmente meio ano até que caiu. Mas a noite de 11 de Maio fica para a história porque a vontade de formar governo, de partir linhas partidárias e de negociar falou mais alto, e David Cameron e Nick Clegg, através das suas equipas de negociação, chegaram a um acordo histórico para o Reino Unido e formam um governo que tem, em coligação, mais 37 membros de Parlamento do que os 326 necessários para a maioria. Com os membros do Cabinet já conhecidos, com o acordo em praça publica, à prime ira vista o Reino Unido tem um governo forte, experiente, e com vontade e capacidade para mudar o tipo de politica seguida nas ultimas décadas. Os Conservadores conseguiram trunfos importantes aos Lib Dems como, por exemplo, garantir que, durante este Parlamento, o Reino Unido não entrará no Euro e todas as questões relevantes ligadas à transferência de poderes para

Bruxelas serão postas, por referendo, ao povo britânico e eles decidirão. Além disso, conseguiram que os Lib Dems concordassem com quotas na entrada de emigrantes e conseguiram que os Lib Dems se abstivessem no voto para propor o casamento como base para baixa de impostos, dando assim aos Conservadores uma hipótese de conseguirem passar a lei. Os Lib Dems também tiveram grandes ganhos nesta negociação. Além dos 20 lugares no governo, 5 dos quais no Cabinet de David Cameron com Nick Clegg como Deputy Prime Minister, têm também a pasta dos Comércio e Inovação, Energia e Mudanças Climáticas, Secretaria Geral para a Escócia e o secretariado do Tesouro, número dois das finanças do Reino Unido. Em termos de políticas, o próprio Nick Clegg está mandatado por Cameron a criar legislação para por a referendo sobre alternativas de sistemas eleitorais, bandeira pela qual os Lib Dems lutam há imensos anos, como forma de tornar proporcional o voto e de garantir mais coerência no que toca a voto/mandato. Além disso, conseguiram que o tempo de legislatura do Parlamento passasse a ser fixo e por 5 anos, tornam-se agora mais difícil deitar abaixo um governo impopular do que era antes, visto que a maioria simples já não é suficiente para tal, e só através de um voto de não confiança se pode fazer cair um governo. No fundo, e como bem explicaram Cameron e Clegg, isto é uma nova era em termos de politica no Reino Unido, para mudar para melhor e para mostrar que uma coligação forte, baseada na honestidade entre partidos e o acordo entre matérias trará, de novo, o Reino Unido a bom porto. O casamento do ano como os jornais britânicos tem dito, espera-se estar para durar, até porque o Labour está à porta, e a oposição agora é só deles, e o governo é a dois. Mas como dizem Cameron e Clegg, este governo está forte, é para mudar a politica, e é para durar 5 anos.

Nuno Silva Vice-Presidente da Juventude Popular da Maia

opinião

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No fundo, e como bem explicaram Cameron e Clegg, isto é uma nova era em termos de politica

no Reino Unido, para mudar para melhor e para mostrar que uma coligação forte, baseada na

honestidade entre partidos e o acordo entre matérias trará, de novo, o Reino Unido a bom porto.

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Os jovens e a política

Nos tempos que correm é frequente ouvir da boca de muitos jovens expressões como: “a política é chata!”, ou “isso é um desperdício de tempo!”, ou até “não vai adiantar nada!”. Todas estas atitudes baseadas na política do “deixa andar” fazem com que se perca qualquer réstia de motivação para a mudança. Assim sendo, será que os jovens perderam interesse pela vida associativa? A resposta, infelizmente, é positiva. Muitos dos jovens actuais preferem optar por estar longe da vida política do seu país, ficando então centrados no seu próprio “umbigo” pois também não concluem que o seu “umbigo” também depende, em parte, da política. Tal deve-se ao facto de os partidos políticos não irem ao encontro dos interesses dos jovens, bem como devido ao facto dos primeiros não terem sabido cativar as novas gerações para uma vida social activa. Além disso, com o crescente individualismo que a sociedade actual está a causar nas gerações actuais e vindouras é previsível que tal situação se vá agravar ainda mais. Como jovem que sou, sou suspeita para falar sobre um tema que envolva os jovens de hoje em dia. Penso que será necessário estabelecer uma comparação entre os jovens de hoje e os do passado. Sou da opinião que os jovens de hoje não sabem os objectivos da política de Portugal. Se voltarmos um pouco atrás, talvez uns 35 anos, podemos observar que os jovens tinham muito mais iniciativa e eram muito mais, passo a expressão, revoltados, pois estavam sempre em cima dos acontecimentos políticos e realizavam manifestações para que fossem

efectuadas mudanças no sistema político e ideológico do nosso país. Hoje em dia são poucos os jovens que pertencem a algum partido ou juventude partidária, alguns vêem apenas a politica em acção na hora de voto e não se preocupam em analisar cada candidato ou partido. Não quero com tudo isto dizer que pintar a cara, sair para a rua e fazer barulho seja a decisão mais correcta pois, para além de outros factores, acho que os jovens não têm a educação política para o fazer e por isso penso que a primeira etapa seria mostrar aos nossos jovens o que é e

para que serve a política. De qualquer forma, todos os factos que referi anteriormente são inadmissíveis, uma vez que nós, os jovens, somos aqueles que vamos ter de governar o país nos tempos futuros… Além disso, criticar a sociedade, as políticas actuais é simples, mas o que se pede é que se vá mais além, ou seja, que todos participemos no comando da nossa Nação. Claro que não é obrigatório que todos se inscrevam em “jotas”, pois o mais importante do exercício da nossa cidadania é que se manifestem e que de alguma forma contribuam para mudar aquilo que está mal.

Marianna Pimenta Militante da Juventude Popular da Maia

opinião

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Nós, os jovens, somos aqueles que vamos ter de governar o país nos tempos futuros… Além disso, criticar a sociedade, as políticas actuais é simples, mas o que se pede é que se vá mais além, ou seja, que todos participemos no comando da nossa Nação. o mais importante do exercício da nossa cidadania é que se manifestem e que de alguma forma contribuam para mudar aquilo que está mal.

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Liberdade de expressão

Hoje em dia penso que este tema tem muito que se lhe diga. É um tema bastante abrangente e que, variando de pessoa para pessoa, as opiniões acerca dele são muito distintas. Na minha opinião, a liberdade de expressão, sobretudo no que diz respeito à política, actualmente é o suporte mais importante para qualquer democracia. A democracia depende de variadíssimas coisas, mas essencialmente de uma sociedade civil culta, educada e bem informada com a capacidade de participar tanto quanto seja possível na vida pública da sua sociedade e, quando

necessário, criticar as coisas com as quais não concorda relacionadas com o governo ou com políticas insensatas e tirânicas. Para um povo se governar a si mesmo deve ter a liberdade de se exprimir abertamente, publicamente e repetidamente tanto de forma oral como de forma escrita, lutar pelos objectivos em que baseiam as suas opiniões e filosofias. Este princípio deve ser protegido pela Constituição de uma democracia que impede ou tenta de alguma forma impedir a censura por parte do Governo. Penso que a protecção da liberdade

de expressão é fundamental sendo um direito que nos pertence e que é simples e exige muito pouco, apenas que o Governo se abstenha de limitar a nossa liberdade de exprimir as nossas opiniões. Sei que por vezes esta liberdade não é usada nem aproveitada da melhor forma, pois no meio disto tudo também há quem ultrapasse os limites e que não a sabe aproveitar da melhor maneira. No entanto, importa dizer que não deixa de ser uma coisa a que temos direito e que muitas pessoas lhe dão valor e a usam de forma proveitosa, embora também é importante saber que não se trata de um direito absoluto e que não pode servir como justificação para a violência, a difamação, a calúnia, a subversão ou a obscenidade. A defesa da liberdade de expressão é um dos desafios levados a cabo por u ma democracia, defender a reunião e ao mesmo tempo impedir o discurso que incide à violência, à intimidação ou subversão também fazem parte dos desafios da mesma, contribuindo assim para o seu equilíbrio. Em conclusão devo dizer que se avaliarmos bem as coisas vamos perceber que ao longo de toda a nossa vida todas as coisas que fizermos vão ajudar à construção da nossa pessoa tornando-nos participativos ou não, criativos ou não, críticos ou não, entre outras coisas. A política é um meio importante com o qual podemos desenvolver muitas capacidades, e também ganhar outras perspectivas críticas em relação à mesma no nosso país, participando nela activamente. A liberdade de expressão é importante quando utilizada correctamente, essencial para as trocas de opiniões e acções inter-relacionadas.

Ana Patrícia Miranda Militante da Juventude Popular da Maia

opinião

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e democracia

A política é um meio importante com o qual

podemos desenvolver muitas capacidades, e

também ganhar outras perspectivas críticas em

relação à mesma no nosso país, participando nela

activamente. A liberdade de expressão é

importante quando utilizada correctamente,

essencial para as trocas de opiniões e acções

inter-relacionadas.