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“Química a favor da justiça”- A contextualização do ensino de Química a partir de uma abordagem forense. Ana Carolina G. Miranda (PG) 2 *, Mara E. F. Braibante (PQ) 1,2 , Maurícius Selvero Pazinato (PG) 2 , Fernando Vasconcelos de Oliveira (PG) 2 . *[email protected] 1 Departamento de Química, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. 2 Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria, RS. Palavras-Chave: Ensino de Química, química forense, estudo de caso. Área Temática: Ensino e aprendizagem - EAP RESUMO: A EDUCAÇÃO DE UMA MANEIRA GERAL VEM PASSANDO POR CONSTANTES REFORMULAÇÕES NA FORMA DO ENSINAR/APRENDER. NÃO BASTANDO OS MÉTODOS TRADICIONAIS DE ENSINO É PRECISO A UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS QUE CONTEXTUALIZEM OS CONTEÚDOS DE QUÍMICA COM A VIVÊNCIA DOS ALUNOS. ASSIM, A INSERÇÃO DA TEMÁTICA QUÍMICA FORENSE POSSIBILITOU AOS ALUNOS DA 3ª SÉRIE DO COLÉGIO ESTADUAL SÃO SEPÉ, SÃO SEPÉ-RS, RELACIONAR OS CONTEÚDOS DE QUÍMICA E DE TOXICOLOGIA COM ASPECTOS UTILIZADOS EM UMA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. NESTE TRABALHO, PROCURAMOS DAR SIGNIFICAÇÃO AOS CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS EM SALA DE AULA ATRAVÉS DE UMA ABORDAGEM VOLTADA A QUÍMICA FORENSE, UTILIZANDO AS SEGUINTES METODOLOGIAS DE ENSINO: OFICINAS TEMÁTICAS E ESTUDO DE CASO. Introdução Pesquisas educacionais apontam que são inúmeros os problemas e dificuldades relacionados ao processo de aprendizagem nas mais diversas áreas. Nesse cenário, um dos elementos para enfrentar e minimizar essas dificuldades no ensino e aprendizagem de Química tem sido a contextualização dos conteúdos abordados em sala de aula com a realidade vivenciada pelos educandos (MORAES e MANCUSO, 2004). Uma das dificuldades dos professores de Química no processo de ensino e aprendizagem é encontrar meios que correlacionem o conteúdo teórico, o conhecimento prévio do educando e o contexto social vivenciado. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de ensino que busque contextualizar a Química através do tema investigação criminal na tentativa de auxiliar na aprendizagem dos conceitos científicos de Química por parte dos estudantes do ensino médio. Para isso, optou-se por trabalhar com uma proposta didática alternativa ao ensino tradicional por meio de oficinas temáticas e estudo de caso. Estas metodologias têm como propósito colocar o aluno como sujeito ativo na construção do seu conhecimento, com intuito de tornar possível uma aprendizagem significativa. Dessa forma, a integração de metodologias diferenciadas ao processo de investigação criminal pode auxiliar no entendimento dos conteúdos de Química, proporcionando a aplicação dos conceitos desenvolvidos em sala de aula. Nesse

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  • Qumica a favor da justia- A contextualizao do ensino de Qumica a partir de uma abordagem forense.

    Ana Carolina G. Miranda (PG)2*, Mara E. F. Braibante (PQ)1,2, Maurcius Selvero Pazinato (PG)2, Fernando Vasconcelos de Oliveira (PG)2. *[email protected]

    1Departamento de Qumica, Centro de Cincias Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa

    Maria, Santa Maria, RS.

    2Programa de Ps-Graduao em Educao em Cincias: Qumica da Vida e Sade, Centro de

    Cincias Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria, RS.

    Palavras-Chave: Ensino de Qumica, qumica forense, estudo de caso. rea Temtica: Ensino e aprendizagem - EAP

    RESUMO: A EDUCAO DE UMA MANEIRA GERAL VEM PASSANDO POR CONSTANTES REFORMULAES NA FORMA DO ENSINAR/APRENDER. NO BASTANDO OS MTODOS TRADICIONAIS DE ENSINO PRECISO A UTILIZAO DE ESTRATGIAS QUE CONTEXTUALIZEM OS CONTEDOS DE QUMICA COM A VIVNCIA DOS ALUNOS. ASSIM, A INSERO DA TEMTICA QUMICA FORENSE POSSIBILITOU AOS ALUNOS DA 3 SRIE DO COLGIO ESTADUAL SO SEP, SO SEP-RS, RELACIONAR OS CONTEDOS DE QUMICA E DE TOXICOLOGIA COM ASPECTOS UTILIZADOS EM UMA INVESTIGAO CRIMINAL. NESTE TRABALHO, PROCURAMOS DAR SIGNIFICAO AOS CONTEDOS DESENVOLVIDOS EM SALA DE AULA ATRAVS DE UMA ABORDAGEM VOLTADA

    A QUMICA FORENSE, UTILIZANDO AS SEGUINTES METODOLOGIAS DE ENSINO: OFICINAS TEMTICAS E ESTUDO DE CASO.

    Introduo

    Pesquisas educacionais apontam que so inmeros os problemas e dificuldades relacionados ao processo de aprendizagem nas mais diversas reas. Nesse cenrio, um dos elementos para enfrentar e minimizar essas dificuldades no ensino e aprendizagem de Qumica tem sido a contextualizao dos contedos abordados em sala de aula com a realidade vivenciada pelos educandos (MORAES e MANCUSO, 2004).

    Uma das dificuldades dos professores de Qumica no processo de ensino e aprendizagem encontrar meios que correlacionem o contedo terico, o conhecimento prvio do educando e o contexto social vivenciado. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho apresentar uma proposta de ensino que busque contextualizar a Qumica atravs do tema investigao criminal na tentativa de auxiliar na aprendizagem dos conceitos cientficos de Qumica por parte dos estudantes do ensino mdio. Para isso, optou-se por trabalhar com uma proposta didtica alternativa ao ensino tradicional por meio de oficinas temticas e estudo de caso. Estas metodologias tm como propsito colocar o aluno como sujeito ativo na construo do seu conhecimento, com intuito de tornar possvel uma aprendizagem significativa.

    Dessa forma, a integrao de metodologias diferenciadas ao processo de investigao criminal pode auxiliar no entendimento dos contedos de Qumica, proporcionando a aplicao dos conceitos desenvolvidos em sala de aula. Nesse

  • sentindo, pode-se pensar que as atividades experimentais desenvolvidas nas oficinas temticas possibilitem a aplicao dos contedos de Qumica e que o estudo de caso coloque os estudantes em situaes de realizarem pequenas pesquisas/investigaes, desta forma reconhecendo o valor do trabalho coletivo e individual da investigao.

    A relevncia da Qumica Forense na Investigao criminal

    Qumica forense a aplicao dos conhecimentos da Qumica e da Toxicologia no campo da investigao forense, com o objetivo de atender os aspectos de interesse judicirio. Vrias tcnicas e anlises qumicas, bioqumicas e toxicolgicas so utilizadas para ajudar a compreender a face sofisticada e complexa dos crimes, seja em homicdios, roubos, envenenamento ou em qualquer tipo de delitos que estejam fora da lei. Nessa perspectiva, o qumico forense deve possuir slidos conhecimentos em todas as subreas da Qumica, alm da capacidade de perceber, em determinado momento, se os exames periciais efetuados so suficientes para chegar a uma concluso concreta, ou seja, confirmar a autoria de um delito ou descartar o envolvimento de um suspeito. importante ressaltar que a atuao de um qumico forense no se restringe apenas a ocorrncias policiais, como, por exemplo, homicdios. A aplicao dos conhecimentos da Qumica para auxiliar decises de natureza judicial pode dar-se em outras esferas, tais como: percia trabalhista, percia industrial, percia ambiental e doping esportivo (Farias, 2008). Sendo assim, indispensvel o conhecimento de alguns contedos de Qumica para poder entender qual o papel de um perito em um local onde foi cometido um possvel delito. Primeiramente, o trabalho de um perito e sua relao com a Qumica comea antes de chegar cena do crime, pois necessrio preparar as solues que sero utilizadas para revelar possveis manchas orgnicas encontradas no local. Para isso, necessrio saber com preciso a quantidade de cada substncia presente nas solues que sero utilizadas. A concentrao da soluo refere-se s relaes entre quantidade de uma substncia, usualmente chamada de soluto, e o volume total. Dessa forma, pode-se obter diferentes tipos de concentrao: concentrao em massas, concentrao em volume e concentrao em quantidade de matria ou mais usualmente conhecida como concentrao molar (Santos, 2005). Outro conceito qumico fundamental na elucidao de crimes e que um perito deve ter conhecimento o de funes orgnicas. Do ponto de vista da Qumica Forense, os compostos orgnicos tm um importante papel na revelao de impresses digitais e, consequentemente, na identificao de determinado indivduo. As substncias presentes no suor das mos so responsveis pela formao de impresses digitais. A composio qumica do suor das mos basicamente gua (99%) e 1 % de compostos nitrogenados, cidos graxos, cido ltico, glicdios, lipdios, alm de compostos inorgnicos, tais como: nions cloretos, sulfato e fosfatos, ctions metlicos como sdio, potssio e ferro (Farias, 2008).

  • Metodologia desenvolvida

    O presente trabalho foi aplicado com 43 alunos de duas turmas da terceira srie do ensino mdio do Colgio Estadual So Sep, localizado no municpio de So Sep, RS. O desenvolvimento do trabalho foi fundamentado nas seguintes metodologias: oficinas temticas e estudo de caso.

    A prtica pedaggica no ensino de Qumica baseada na utilizao de oficinas temticas assume como um dos princpios metodolgicos a contextualizao do conhecimento (MARCONDES et al., 2007). Assim, se torna uma excelente metodologia para tornar o conhecimento qumico mais aplicado na vida dos alunos, pois possibilitam a relao dos contedos de Qumica trabalhados em sala de aula com o cotidiano, alm de estimular a observao, a criatividade e a curiosidade pelo saber Cincia (CARLOS et al., 2011). E tambm, se optou em trabalhar com estudo de casos, pois uma metodologia de ensino que pode favorecer o processo de aprendizagem de contedos de Qumica, alm de proporcionar o desenvolvimento de habilidades como interpretar problemas, chegar a solues, desenvolver o pensamento crtico e estimular a capacidade de comunicao oral e escrita. Na Tabela 1, esto descritas de maneira sucinta as atividades desenvolvidas, as metodologia de ensino aplicadas e o tempo utilizado. Tabela 1 Descrio das atividades desenvolvidas

    Metodologia de ensino Atividades desenvolvidas Durao

    Oficina temtica

    - Aplicao do questionrio diagnstico inicial - Apresentao do vdeo sobre a histria da Qumica Forense

    1h/aula

    - Desenvolvimento dos contedos de solues e funes orgnicas relacionados com a Qumica Forense

    2h/aula

    Estudo de caso

    - Aplicao do estudo de caso - Analise da cena de um crime e realizao de atividades experimentais - Pesquisa em diferentes fontes - Produo de texto Relatrio pericial

    2h/aula

    - Apresentao e discusso da soluo para o caso e realizao de um jri qumico

    2h/aula

    Inicialmente, foi aplicado um questionrio diagnostico inicial para detectar os

    conhecimentos prvios apresentados pelos alunos sobre o tema abordado. Algumas das perguntas feitas foram:

    - Voc acha que existe alguma relao com a revelao da impresso digital e a Qumica orgnica?Qual?

  • - A fenolftalena (representada ao lado) utilizada como indicador no teste de Kastle-Meyer para detectar vestgios de sangue em uma cena de crime. Voc saberia dizer quais funes orgnicas esto presentes na molcula de fenolftalena?

    O

    O

    HO

    OH

    Em seguida, aps o questionrio diagnostico inicial, os alunos assistiram ao

    vdeo sobre a histria da Qumica forense e alguns trechos da minissrie CSI com o objetivo de problematizar o tema proposto e instigar a curiosidade dos estudantes. A segunda interveno com durao de 2 horas/aula constou de uma aula terico-expositiva, na qual foram abordados contedos de Qumica que esto diretamente relacionados com a Qumica forense, tais como: Concentrao de solues e funes orgnicas. importante ressaltar que nesta etapa tambm foram abordados tpicos da Cincia Forense, tais como: locais de crime, indcios, vestgios, principais provas encontradas em locais de crime, mtodos de identificao humana, balstica forense e cdigo penal. O principal objetivo desta etapa foi desenvolver os contedos qumicos relacionando com o tema Qumica Forense. J na terceira aula, a partir dos conhecimentos cientficos adquiridos nas etapas anteriores, foi proposto aos estudantes que investigassem um suposto assassinato e propusessem solues para o caso. O estudo de caso O mistrio do assassinato de Marina foi elaborado com o objetivo de estimular os estudantes na resoluo de problemas, demonstrar a aplicao de conceitos qumicos na prtica, estimular o desenvolvimento da capacidade de comunicao oral e escrita, desenvolver o pensamento crtico e desenvolver a habilidade de trabalho em grupo. Um vdeo foi produzido, simulando os ltimos momentos da vida de uma jovem publicitria que foi misteriosamente assassinada, o qual instiga e convida os estudantes a solucionar o mistrio de seu assassinato.

    Aps a apresentao do vdeo, os alunos foram levados para o ptio da prpria escola, onde foi simulado o crime, com o objetivo de coletar provas, vestgios, fotografar e analisar minuciosamente a cena fictcia do assassinato de Marina. Cada grupo recebeu um kit pericial contendo: luvas, pinas, embalagem para armazenamento das provas, lupas, mquina fotogrfica (Figura 1).

  • Aps anlise da cena do crime, com base em pesquisas bibliogrficas, provas

    coletadas, vestgios e conhecimentos adquiridos durante as aulas, os estudantes produziram um relatrio pericial, no qual deveriam descrever o processo de resoluo do caso, apontando em detalhes que tipo de provas foram coletadas e as possveis solues, apontando quem seriam os culpados e por que os consideram culpados. Algumas fontes de pesquisa tais como: bases eletrnicas de dados, textos de divulgao cientfica e revistas cientficas foram disponibilizados aos estudantes com o propsito de auxili-los em suas pesquisas. Os grupos tiveram quatro dias para pesquisarem e organizarem suas propostas de soluo para o caso O Mistrio do assassinato de Marina. Na aula seguinte, cada grupo apresentou e entregou por escrito a soluo para o caso. Aps anlise das solues para o caso proposto pelos estudantes, escolheu-se o texto do grupo I para promover um jri simulado popular com o objetivo de possibilitar aos alunos o contato com problemas reais, e proporcionar o desenvolvimento de habilidades para tomada de decises.

    Resultados e discusses

    Com o objetivo de analisar a contribuio desta proposta didtica na aprendizagem dos sujeitos e por uma questo de limitao de espao, discutiremos neste trabalho somente algumas perguntas dos questionrios inicial e final. Uma das questes propostas aos alunos no primeiro questionrio diagnstico foi: A fenolftalena utilizada como indicador no teste de Kastle-Meyer para detectar vestgios de sangue em uma cena de um crime. Voc saberia dizer quais funes orgnicas esto presentes na molcula de fenolftalena apresentada abaixo?. Na Figura 2 esto os grficos que ilustram a porcentagem de estudantes que assinalou cada uma das opes nos questionrios final e inicial.

    Figura 1 - Cena do crime simulao da percia criminal

  • Figura 2 Comparativo da Questo 1 nos questionrios inicial e final.

    Dos 45 alunos que responderam o questionrio inicial, apenas 18% marcaram a opo correta (alternativa C). J no questionrio diagnstico final, o nmero de estudantes que identificou corretamente as funes orgnicas presentes na estrutura da fenolftalena subiu para 91%, percebe-se assim, que no desenvolvimento do trabalho houve uma evoluo no entendimento das funes orgnicas.

    Outra questo proposta foi: Voc acha que existe alguma relao entre a revelao da impresso digital com a Qumica Orgnica? Comente. Algumas respostas foram:

    Estudante 05: Sim, algumas substncias revelam esse tipo de indcio. Estudante 08: Sim, pois alguns testes podem desvendar a identidade do sujeito. Estudante 12: Sim, para analisar uma impresso digital so utilizados produtos qumicos. Estudante 16: Existe sim, acredito que vrias substncias qumicas possam ajudar na concluso de provas coletadas. Estudante 22: Sim, pois a qumica mostra de quem a digital. Estudante 23: Acho que no. Estudante 32: Sim, a partir de reaes. Estudante 41: Sim, deve haver a realizao de alguma reao qumica.

    Com base nas respostas, foi possvel verificar que grande parte dos estudantes acredita que h relao entre a impresso digital e a Qumica, porm encontraram dificuldades em citar essas relaes. Percebemos que a ideia predominante entre os estudantes a da necessidade de utilizao de testes, substncias e reaes qumicas para a identificao de digitais ou concluso de uma investigao. A seguir, esto as respostas do questionrio diagnstico final para essa mesma questo:

    Estudante 5: Sim, com certeza!Quando suamos, liberamos compostos gordurosos e outras substncias orgnicas que so responsveis pela formao da impresso digital deixadas nos objetos.

  • Estudante 8: Sim, a partir de compostos orgnicos presente no suor das mos que as impresses digitais podem ser reveladas. Estudante 12: Sim, pois nossas mos, quando suamos, liberam inmeros compostos orgnicos, assim quando encostamos em algo, nossas digitais ficam ali. Estudante 16: Sim, existem no suor muitos componentes da Qumica orgnica. Estudante 22: Sim, no suor existem compostos orgnicos, como aminocidos, cidos graxos, glicerdeos e colesterol que so responsveis pela revelao da impresso digital. Estudante 23: Sim, pois diversos compostos orgnicos podem ser encontrados no suor, um exemplo so os lipdeos. Estudante 32: A composio qumica do suor das mos composta basicamente por compostos orgnicos. Estudante 41: Sim, os compostos orgnicos so liberados pelo suor e ao tocar em objetos deixamos nossas impresses digitais.

    Analisando as respostas do questionrio final, percebemos que os estudantes relacionaram a Qumica Orgnica com a revelao da impresso digital de forma mais consistente, utilizando termos da Qumica. perceptvel que com o desenvolvimento da proposta didtica houve uma evoluo no entendimento dos conceitos qumicos, alm de proporcionar a aplicao da Qumica na investigao criminal.

    Consideraes finais

    O desenvolvimento deste trabalho oportunizou a percepo de que a aplicao de metodologias diferenciadas para o ensino de Qumica extremamente importante, pois facilita a assimilao de conceitos e em consequncia disso, desenvolve uma aprendizagem mais eficaz (OLIVEIRA e MORAIS, 2008). A finalidade deste trabalho foi o de relacionar as tcnicas que so habitualmente utilizadas em pericias criminais com os contedos de Qumica do ensino mdio, objetivando incitar reflexes, estudos e pesquisas sobre o tema. A explorao dessa temtica estimula a curiosidade e desperta grande interesse discente, favorecendo assim, o processo de ensino e aprendizagem. Os resultados obtidos com a aplicao da oficina e do estudo de caso foram satisfatrios no que se refere aprendizagem dos contedos de Qumica pelos estudantes, permitindo-nos concluir que sua utilizao no ensino de Qumica pode ser uma das alternativas para minimizar as dificuldades dos estudantes no estudo desta disciplina.

    Referncias bibliogrficas

    BERGSLIEN, E. Teaching To Avoid the CSI Effect. Journal Of Chemical Education. Vol. 83, n 5, May, 2006.. BRASIL; Constituio (1988). Constituio federal, Cdigo Penal, Cdigo de Processo Penal. 5. ed. rev., atual. e ampl. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

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    formao de professores. Iju: UNIJU. 2004.

    SANTOS, W. L. P. dos, ML, G. de S.; SILVA, R. R. da; CASTRO, E. N. F. de; SILVA, G. de S.; MATSUNAGA, R. T.; FARIAS, S. B.; SANTOS, S. M. de O.; DIB, S. M. F. Qumica e Sociedade: Uma Experincia de Abordagem Temtica para o Desenvolvimento de Atitudes e Valores. Revista Qumica Nova na Escola, So Paulo, n. 20, p. 11-14, nov., 2005. S, L. P. Estudo de casos na promoo da argumentao sobre questes scio-cientficas no ensino superior de Qumica. 2010. 278 p. Tese (Doutorado em Qumica) Universidade Federal de So Carlos, 2010. S, L. P.; QUEIROZ, S. L. Estudo de casos no Ensino de Qumica. Campinas: Editora tomo, 2009. SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Qumica Orgnica. Vol. 1. Traduo de R. M. Matos e D. S. Raslan. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2005. TOCHETTO, D. (coord). Identificao Humana. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 1999. ZERAIK, A. E.; DE SOUSA, F. S. e FATIBELLO-FILHO, O. Desenvolvimento de um spot test para o monitoramento da atividade da peroxidase em um procedimento de purificao. Revista Qumica Nova, v. 31, n. 4, p. 731-734, 2008.