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NOTÍCIAS

21. MAI.2013 N.603

www.aese.pt

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

África está a ganhar a guerra à mortalidade infantil

Aprovação do casamento gay em França, não desativa a oposição

Porque é que alguns países param ao atingirem o crescimento médio

AGENDA

Gestão eficaz do tempo

Apresentação pública dos projetos de NAVES

“Não estamos a dar às crianças e aos jovens as competências para os desafios de amanhã”

Economia do mar Lisboa, 7 de junho

Peças para a construção de uma estratégia Lisboa, 17 de junho

Mais do que negociar com eficácia

IESE, nº 2 no mundo no ranking de Executive Education do Financial Times

A exuberância de empregados públicos

MEDIA

“AESE apresenta planos de negócios de alunos finalistas” entre outros…

Grandes lucros, pequenos impostos

Lisboa, 19 a 21 de junho

PADE de Luanda recebido na AESE e no IESE

100 mentores da AESE na Rede Nacional do IAPMEI

Governo das organizações Lisboa, 27 de junho

Investigação

AESE

Business Schools internacionais ensinam com casos da AESE

“¿Un mundo sin Dios”

O papel da Open Innovation Lisboa, 5 de junho

Um MBO de sucesso; o caso Fisipe Lisboa, 6 de junho

No dia 10 de maio, foram conhe-cidos os dez planos de negócio desenvolvidos pelos participantes no 11º Executive MBA AESE/IESE.

Sob a responsabilidade do Prof. Vasco Bordado e do Prof. Eugénio Palomino, os grupos de trabalho apresentaram, em dez minutos, os projetos desenvolvidos, com todos os aspetos necessários ao lan-çamento de novas aventuras em-presariais.

O plano de negócio “3D SPOT” consiste na fundação de uma em-presa de serviços de impressão a 3 D. Os “ASI CONSULTANTS” visam a criação de uma agência que utiliza a rede de professores e alunos da AESE através de um protocolo de colaboração.

“EARTH&YOU” propõem a utiliza-ção e comercialização de tec-nologias que aproveitem recursos naturais decorrentes dos proces-sos de fabrico e processamento de produtos do sector primário com incidência na área agrícola. “FASHION DISTRICT” propõe uma plataforma de vendas online no segmento do vestuário, em parti-cular peças exclusivas associadas a estilistas nacionais. “MARKETPOINT” surge como uma agência de apoio à exportação que fornece um serviço integrado de gestão do trading com recurso a uma plataforma e-commerce. “MCN” consiste numa central de compras oferecendo serviços que visam otimizar a política de con- pras de pequenos negociantes.

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2 CAESE maio 2013

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Apresentação pública dos projetos de NAVES

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A capacidade empreendedora do 11º Executive MBA AESE/IESE posta à prova

Lisboa, 10 de maio de 2013

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Professores Vasco Bordado e Eugénio Palomino, responsáveis pela cadeira de Naves – Novas Aventuras Empresariais

“MISSING LINK” oferece serviços de Consultadoria para PME's. “NOVO FÔLEGO” tem por objetivo promover o trabalho para pessoas com mais de 45 anos de idade.

“TIME4U” desenvolve aplicações pedagógicas disponibilizadas via dispositivos móveis para crianças com necessidades de ensino es-pecial. E “TRISPIRAL HOTEL” apresenta- -se como uma Boutique Hotel, em Sintra, cuja oferta vive das lendas de Sintra. Na sessão estiveram presentes colegas do 12º Executive MBA AESE/IESE , Alumni AESE, acionistas de NAVES – Sociedade de Capital de Risco SA, entidades ligadas ao apoio e financiamento de projetos de investimento e meios de comunicação social. A sessão terminou com a exibição de um vídeo do empreendedor americano Ricky Cohen, autor do best seller "Risk to Succeed:

Essential Lessons for Discovering Your Unique Talents and Finding Success", que na sua passagem pela AESE deixou uma mensagem de incentivo ao espírito empreende-dor do 11º Executive MBA AESE/ IESE. “A recessão é a altura ideal para lançar um negócio. Arrisque, pense “grande”, comece com pequenos passos, mas efetivos, e mantenha-se focado. Dedique pelo menos cinco horas por dia para gerar uma ação no sentido da

Galeria de vídeos

concretização e, em cada semana, implemente cinco medidas efetivas, que demonstrem uma progressão no projeto. Sejam persistentes, am-biciosos, confiantes e não temam falhar. Com esta perspetiva, cada um irá conseguir empreender novas carreiras ou negócios com um grande sucesso. Galeria de fotografias

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3 CAESE maio 2013

O PADE de Luanda da ASM teve a sua semana internacional em Lisboa e Madrid, de 6 a 10 de maio de 2013. Na AESE, os participantes foram acolhidos, no primeiro dia, com as conferências dos Professores Raul Diniz, Roberto Carneiro e Vasco Bordado. O segundo dia começou com a visita a empresas patro-cinadoras da AESE (Grupo Luís Simões, EDP, Accenture, Millen-nium BCP), seguindo à tarde a discussão de um caso com o Prof. Rafael Franco, sobre contabilidade e sistemas de controlo de gestão. Os dias 8 e 9 de maio foram passados no IESE, onde as sessões estiveram a cargo de Yago de la Cierva, Luis Manuel Calleja, Beatriz Muñoz-Seca e Juan José Toribio, Professores do IESE. António Llardén, Presidente Execu-

tivo da ENAGAS, e Tomás Pascual, Presidente do Grupo Pascual, fo-ram os conferencistas convidados. De regresso a Lisboa, os partici-pantes assistiram ainda às sessões do Prof. Jorge Jardim Gonçalves e Carlos Bayan Ferreira, tendo sido esta última sessão em conjunto com o PADE de Lisboa. A qualidade dos docentes da AESE e do IESE encarregues da semana internacional do PADE de Luanda, foi um aspeto que reuniu o con-senso dos participantes. Para João Freire, Administrador do BPC (Ban-co Privado Atlântico), “a organiza-ção, quer em Espanha quer em Portugal” sentiu-se. Hélder Barber, Presidente do Conselho de Admi-nistração da TPA (Televisão Pública de Angola), acrescentou que “as condições postas à disposição dos participantes e a disponibilidade de toda a equipa do PADE no sentido

De 6 a 10 de maio de 2013

4 CAESE maio 2013

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PADE de Luanda recebido na AESE e no IESE

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Semana Internacional

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de colocar os dirigentes à vontade e com predisposição para apreen-der as matérias”, foram muito bem pontuados nesta experiência euro-peia. Fazendo o balanço da formação, “a primeira transformação que senti como gestor e dirigente”, segundo Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da Visão Integrada, “foi que há tempo para tudo: para a família, para o trabalho, desde que sejamos bas-tante organizados. No meu caso, o PADE transformou essa parte social. Comecei a definir bem as metas e os objetivos.” “O partilhar de experiências e o discernir com mais profundidade e clareza con-ceitos” conhecidos, mas aflorados superficialmente do dia a dia, fazem do PADE de Luanda uma aposta de sucesso.

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5 CAESE maio 2013

Participantes no 5º PADE de Luanda na AESE, com alguns professores desta escola, durante a semana internacional.

“O futuro desafia a educação?” foi o tema da sessão de continuidade do Agrupamento de Alumni da AESE que teve lugar, em Lisboa, no dia 9 de maio de 2013. A conferência foi dirigida por Fernando Adão da Fonseca, Presi-dente do Fórum para a Liberdade na Educação e da Unicre, que é de opinião que “em Portugal, não estamos a dar às crianças e aos jovens de hoje os conhecimentos e as competências para os desafios de amanhã”, o que compromete o futuro do país. Para o orador, “temos é um sistema educativo do tempo da sociedade industrial e nós precisamos de um para a sociedade do conhecimento, flexível, livre, com um Estado forte enquanto garante da qualidade, mas não misturando a sua função

de árbitro com a de (eventual-mente) fornecedor de serviços educativos. Estamos, portanto, perante dois desafios: um que é permanente, consistindo na educação de pes-soas livres, que desenvolvam a sua personalidade e sejam verdadeiros cidadãos. É um desafio hoje muito grande, dada a evolução que a sociedade está a ter e alguns cânones que obrigam a compor-tamentos que vão contra a verda-deira liberdade das pessoas. O segundo consiste em responder aos desafios da própria evolução da sociedade.” “É importante que as pessoas reflitam e sejam livres de pensar, não estejam presas a um conjunto de preconceitos que são muito dominantes na sociedade de hoje

Sessão de continuidade lança debate sobre os desafios da educação

6 CAESE maio 2013

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Não estamos a dar às crianças e aos jovens as competências para os desafios de amanhã

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Lisboa, 09 de maio de 2013

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e, em particular, na sociedade portuguesa.” Na linha de raciocínio defendida por Fernando Adão da Fonseca, só assim será possível encontrar “outras formas de fazer muito melhor, as quais têm vindo a ser desenvolvidas noutros países com sucesso e que respondem às necessidades das crianças e jo-vens de hoje.” À sessão seguiu-se o habitual colóquio com os Alumni, oportu-nidade para desenvolver o tema de acordo com a sua realidade e a experiência de educadores e for-madores presentes. Membros dos Alumni da AESE beneficiam de um protocolo com os Colégios Fomento Os Alumni da AESE, com a quota de Membro atualizada, podem beneficiar de um desconto de 10% na escolaridade dos filhos que frequentem os Colégios da Fo-mento (Planalto e Mira Rio, em Lisboa, Cedros e Horizonte, no Porto).

Por outro lado, ao matricular o(s) seu(s) filho(s) como novo(a) alu-no(a) nos Colégios Fomento, os Membros do Agrupamento de Alumni da AESE adquirem direito a um desconto – equivalente a 30% dos valores pagos pela matrícula e mensalidades durante dois anos – no preço dos programas de forma-ção da AESE. Esta oferta não é cumulativa com

outros descontos ou campanhas em curso. A frequência dos estudos em ambas as instituições está sujeita ao processo de candidatura, sele-ção e admissão, habituais em cada instituição. Para mais informações, contacte Júlia Côrte-Real (Tlm.: 939 871 256 | Tel. 21 722 15 30)

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7 CAESE maio 2013

No atual contexto macroeconómico, o tempo reforçou a sua posição como o ativo mais valioso de todos os tempos. O Prof. José Fonseca Pires, de forma objetiva e sistematizada, par-tilhou com a plateia diversas formas de o converter em resultados efe-tivos. Começou por lembrar que o se-gredo não é abdicar de metas altas subjacentes a grandes desafios, mas manter a harmonia e a tranqui-lidade no trilho da sua conquista. Contudo, o comum recurso ao “multitasking”, como forma de ultra-passar as intermináveis tarefas, revela-se infrutífero, por nos con-tentarmos com a superficialidade no tratamento dos assuntos, pelo bloqueio do espírito criativo e até pelo “burn out” que pode gerar, consolidando-se num resultado de ineficiência e improdutividade.

Na sociedade de informação em que vivemos, a informação é dispo-nibilizada por todos e para todos, de uma forma descentralizada e não hierarquizada, o que nos colo-ca perante a responsabilidade de assumir escolhas, a menos que queiramos ser guiados pela cir-cunstância, ao invés de sermos nós os detentores do caminho em sintonia com o mesmo. Peter Drucker afirmou sabiamente um dia: “O tempo é o recurso mais escasso; e se não for gerido, nada mais o pode ser.” Para o efeito, o orador reforçou a necessidade dos trabalhadores do conhecimento assumirem as suas prioridades pessoais e organizacionais, ou seja, aquelas que se apresentam com maior valor e melhor alinhadas com o objetivo, bem como se monitorizarem para que se conheçam melhor e possam alavancar os seus tempos pro-

dutivos, criativos e disponíveis. Além dos clássicos métodos de gestão de tempo – listas de tarefas e a hierarquização das mesmas, segundo a matriz de Eisenhower (importante e urgente) –, o Prof. Fonseca Pires apresentou aos convidados a metodologia “GTD – Getting Things Done”, de David Allen, como um sistema mais abrangente e integrado que permite inventariar (todas as coisas que reclamam atenção), processar (o que representam e o que neces-sitam), organizar, rever (refletir) e fazer (comprometer).

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Gestão eficaz do tempo

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8 CAESE maio 2013

Sessão de continuidade reúne Alumni da AESE no norte

Porto, 2 de maio de 2013

A AESE e o IAPMEI unem-se numa parceria de promoção de um am-biente favorável ao empreende-dorismo e inovação. Ao proporcio-nar a entrada de cem novos mento-res na Rede Nacional de Mentores (RNM), as instituições visam refor-çar o tecido económico empresarial nacional.

A iniciativa do Programa Estraté-gico +E+I (Empreendedorismo e Inovação), gerida pelo IAPMEI, procura assim criar uma ligação forte entre profissionais experientes e de mérito reconhecido e empre-endedores que estejam em fase de desenvolvimento das suas ideias de negócio e projetos empre-sariais. Com a experiência acumulada da escola de negócios, comprometida no impulso do espírito empre-endedor dos seus Alumni, a AESE irá contribuir para a diminuição das

dificuldades iniciais sentidas pelos empreendedores, no lançamento e consolidação dos negócios.

9 CAESE maio 2013

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100 mentores da AESE na Rede Nacional do IAPMEI

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Empreendedorismo e inovação

O IESE Business School está de parabéns! A escola irmã da AESE viu confir-mada a sua posição de destaque na formação de executivos ao ser classificada no ranking do FT co-mo a 2ª Melhor Escola do Mundo em Formação de Executivos e Diri-gentes. Ao longo dos mais de 32 anos, desde a fundação da nossa escola, o IESE e a AESE têm construído uma relação de estreita parceria, que se traduz no intercâmbio de professores, na elaboração de casos e programas conjuntos de in-vestigação, bem como, em deslo-cações de formação no âmbito dos programas de executivos e na pro-moção conjunta de business schools em África.

A estreita colaboração entre a AESE e o IESE é patente no Executive MBA AESE/IESE, um programa que confere um diploma conjunto das duas instituições. A AESE e o IESE, parceiras dos programas de formação de Exe-cutivos PADE, PDE, têm o prazer de partilhar com os seus Alumni e Empresas Patrocinadoras esta ava-liação do Financial Times.

Documento relacionado The future of lifelong learning 13-05-2013, in Financial Times

10 CAESE maio 2013

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IESE, nº 2 no mundo no ranking de Executive Education do Financial Times

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A 13 de maio de 2013

Os professores da AESE intensi-ficaram a produção de casos de estudo da escola, hoje lecionados em três continentes. Submetidos na base de dados da ecch – european case clearing house, os casos da AESE foram adquiridos por Business Schools europeias, americanas e uma africana. O Prof. Adrián Caldart viu o seu caso “Growth and diversification of Martifer” trabalhado pela EGP do Porto, pelo IESE Business School (Espanha) e pela Faculty of Econo-mics da University of Ljubljana (Eslovénia). “The Supply Chain Management in the north Lisbon Hospital Centre”, da autoria do Prof. José Lopes dos Santos e de Pedro Lima (8º PADIS), foi adquirido pelo Imperial College London. “Dr. Devi Shetty and the Health Revolution”, “The Grammen Bank:

credit as a human right” e “Aravind Eye Care System” do Professor Eugénio Viassa Monteiro, este último escrito com a colaboração de Ana Janeiro (1º Executive MBA AESE/IESE), foram utilizados pelo IESE Business School (Espanha), University of North Carolina na Chapel Hill (EUA) e Arthur Lok Jack Graduate School of Business (Trini-dad and Tobago), respetivamente. O Prof. Ramiro Martins também tem tido o seu caso: “The launching of the Super Bock mini”, em coautoria com o Prof. André Vilares Morgado (3º Executive MBA AESE/IESE), divulgado no Paris Executive Campus, em França; “HPP Health: evaluation of custo-mer satisfaction”, tem sido usado no Instituto de Empresa, em Espanha, e “The Pedrigee & Whiskas Club” no Gordon Institute of Business Science (GIBS), na África do Sul. Este último caso,

redigido em conjunto com o Prof. Eurico Nobre (3º Executive MBA AESE/IESE), conquistou em 2013 o 2º prémio no AESE Case Writting Competition.

11 CAESE maio 2013

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Business Schools internacionais ensinam com casos da AESE

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Investigação AESE

Seminário Mais do que negociar com eficácia Lisboa, 19 a 21 de junho Saiba mais >

Ciclo de Direção de Empresas Governo das organizações Lisboa, 27 de junho Saiba mais >

Sessão de continuidade Peças para a construção de uma estratégia Lisboa, 17 de junho Saiba mais >

Seminário O papel da Open Innovation Lisboa, 5 de junho Saiba mais >

Evento A economia do mar Lisboa, 7 de junho Saiba mais >

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AGENDA

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12 CAESE maio 2013

Seminários

Evento

Sessão de continuidade Um MBO de sucesso; o caso Fisipe Lisboa, 6 de junho Saiba mais >

Sessões de continuidade

“Portugal bate Alemanha em número de escolas no top mundial” 10-05-2013, in Diário Económico Hope Care vence 3º lugar no “The mai Bankok Business Challenge @ Sasin 2013” 10-05-2013, in Metronews AESE apresenta planos de negócios de alunos finalistas 10-05-2013, in HR Magazine Opinião: Os desafios do turismo em Portugal Prof. Jorge Ribeirinho Machado 06-05-2013, in Diário Económico

AESE nos Media

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De 4 a 17 de maio de 2013

13 CAESE maio 2013

PANORAMA

África está a ganhar a guerra à mortalidade infantil Nestes tempos de crise financeira na Europa, as boas notícias vêm dos países em desenvolvimento (PED). Há pouco tempo soube-se que tinham conseguido reduzir a pobreza. Agora, a África exibe outro sucesso: uma drástica des-cida da mortalidade infantil. Um dos Objetivos do Milénio é que nos PED baixe dois terços relati-vamente ao nível de 1990. Pelo menos doze países africanos vão consegui-lo antes da data fixada, 2015. Os dados foram anunciados num blogue do Banco Mundial por uma diretora de departamento, Ritva

Reinikka, e por um economista, Gabriel Demombynes, da mesma instituição. Referem-se a 20 paí-ses africanos onde se fizeram inquéritos de população e saúde desde 2005. Em quatro (Libéria, Namíbia, Lesoto e Zimbabwe) aumentou um pouco a mortali-dade infantil de 2005 a 2010. Mas, na maioria dos restantes, regista-ram-se descidas significativas, es-petaculares nalguns casos. Para chegar ao Objetivo do Milénio, a mortalidade infantil tem de baixar para um ritmo médio de 4,4% ao ano. Doze países africa-nos conseguiram mais do que

isso. Em primeiro lugar está o Senegal que, no quinquénio em causa, a baixou 9,9% ao ano, ou seja, de 121 mortes, de crianças menores de 5 anos por mil nas-cidos vivos, para 72. O Ruanda quase o alcança, com uma des-cida de 9,6%. Em terceiro está o Quénia, com 8,4%. O Uganda, recorda Reinikka, tinha nos anos 90 uma mortalidade infantil supe-rior a 200 por mil; agora está em 90 por mil. Os restantes países podem-se ver no gráfico seguinte incluído na fonte citada.

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14 CAESE maio 2013

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15 CAESE maio 2013

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A Índia levou 25 anos a ter uma melhoria semelhante à do Sene-gal em 5. A China, nos anos 80, desceu 3% ao ano. Só compará-vel o Vietname: de 1985 a 1995 reduziu essa mortalidade em 37%. Sucesso africano em países gran-des e pequenos, em todo o conti-nente, com forte ou débil cresci-

mento económico, de fecundida-de alta ou baixa. Causas múlti-plas, pouco conhecidas. Demom-bynes diz que 50% da descida queniana se deve a mosquiteiros impregnados de inseticida. De 2003 a 2008, passaram de 8% a 60% dos lares e, daí, a mortalida-de infantil por malária caiu nas zonas onde a infeção é endémica.

Outros fatores: crescimento eco-nómico do país, ajuda externa, mais pessoal e melhores dotações na saúde... Mas nenhum tem rela-ção clara com a descida desta mortalidade; tão-pouco a baixa da fecundidade. Para Demombynes, em todo o caso, foi um “milagre”.

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PANORAMA

Aprovação do casamento gay em França, não desativa a oposição A Assembleia Nacional francesa aprovou, a 23 de abril passado, a lei que autoriza o casamento homossexual, diante de um gran-de movimento de oposição social. À queda da popularidade do presidente Hollande por causa da

crise económica, do aumento do desemprego e da descoberta de contas opacas ao fisco, do minis-tro encarregado de lutar contra a fraude fiscal, junta-se agora uma forte crispação na convivência dos franceses. Antes de entrar em vi-

gor, no próximo verão, o projeto deverá ser validado pelo Tribunal Constitucional. Os coletivos que se opõem à lei anunciam que irão prosseguir as suas ações, as quais incluirão aspetos culturais.

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Representantes da “Manif pour Tous” (MPT) – o coletivo que juntou todos os grupos contrários à lei – consideram ser “a nova lei muito diferente de outras leis que autorizam o casamento homosse-xual, com diferentes modalidades. Em França, o casamento autoriza automaticamente a adoção. A partir daí, a nova legislação introduz uma ‘perversão’, já que destruirá a filiação de pais para filhos, agravada pela procriação medicamente assistida, arruinan-do o fundamento último da célula familiar”. O forte movimento de protesto revelou-se em várias manifesta-ções de massa. A última, a 21 de abril, reuniu 270.000 pessoas (dados dos organizadores), ou 45.000 (dados da polícia), para

defender a identidade do casa-mento como a união entre um homem e uma mulher. A pouca distância e ao mesmo tempo, outra manifestação defendia o casamento homossexual, e conta-va com 3.500 pessoas, segundo a polícia. Frigide Barjot, uma das suas porta-vozes, justificou a mobiliza-ção afirmando que uma importan-te parte do eleitorado considera que o seu modelo social está a ser ameaçado. “Nem a UPM [o partido de Sarkozy] nem a FN [extrema direita] representam as nossas ideias”, sublinhou Barjot. Aqueles que protagonizaram a grande maioria da manifestação eram as famílias. O movimento em defesa do casamento não termina aqui: prepara-se uma no-

va manifestação para 26 de maio, diante do Tribunal Constitucional. Antes da aprovação da lei, a MPT tinha depositado no Conselho Económico e Social, a 15 de fevereiro passado, as primeiras 694.428 assinaturas da petição contra o projeto. A amplitude e persistência da rejeição social, assim como a escassa mobilização a favor, surpreendeu o governo, que ten-tou desacreditar os opositores. Mas, como disse o arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, “reduzir essas manifestações a uma mania confessional, retrógrada e homó-foba, não se enquadra evidente-mente com aquilo que toda a gente pôde ver”.

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17 CAESE maio 2013

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O arcebispo de Paris denunciou também “a invasão organizada e militante da teoria de género, nomeadamente no setor educativo e, mais simplesmente, a tentação de recusar qualquer diferença entre os sexos”. E a verdade é que estas ideias provocaram tam-bém uma áspera polémica na lei de reforma escolar que se prepara. Uma emenda introduzida pela esquerda pretende que “a escola primária assegure as condições para a igualdade de género”. A deputada socialista Julie Sommaruga defendeu “a ideia de substituir as categorias de sexo e diferenças sexuais, que

remetem para a biologia, pelo conceito de género, que mostra como as diferenças entre homens e mulheres não se baseiam na natureza, sendo sim construídas historicamente e socialmente transmitidas”. Estas abordagens fizeram disparar o alarme de parlamentares como Olivier Vial, para quem “substituir a palavra sexo por género denota uma posição ideológica”. Os promotores da emenda tentam fazer ver que este ensino será positivo para as crianças, pois fomenta a igualdade entre homens e mulheres. Mas outros

consideram que tal ideia da igualdade não se refere a uma mesma dignidade e direitos – algo que todos defendem – obede-cendo sim a uma tentativa de desfocar a condição de homem e mulher, de pai e mãe, fazendo da identidade sexual algo “líquido”. Desde há pouco tempo foi criado em França um “Observatório da teoria de género”, que já recolheu mais de 112.000 assinaturas para uma petição contra “o ensino da teoria de género na escola”.

J. I. M.

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18 CAESE maio 2013

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PANORAMA

A exuberância de empregados públicos Um traço dos países pobres é que se torna fácil contar com empre-gados privados. Com uma mão de obra pobre e não educada, há muita gente disposta a prestar serviços pessoais por pouco dinheiro. As famílias com certa posição social podem permitir-se contar com criado, vigilante da ca-sa, cozinheiro, pessoal de limpeza ou de baby sitters, de acordo com as suas necessidades e sem grandes gastos. Nos estabeleci-mentos comerciais e de escritó-rios proliferam também persona-gens dispostos a abrir portas, transferir papéis, dar recados; a sua contribuição não é grande valor acrescentado, mas, para eles, significa rendimento garanti-do, mesmo que mínimo.

Quando o país prospera, essas camadas laborais estreitam-se. Uma mão de obra mais educada procura trabalhos mais lucrativos ou adequados à sua formação. E os que continuam a desempenhar esses trabalhos pessoais, também se profissionalizam e reclamam melhores salários, o que, a longo prazo, faz com que os seus serviços fiquem só ao alcance de pessoas mais acomodadas. Mais progresso, implica menos criados e mais autosserviço. Pelo contrário, nos países ricos, aquilo que tende a aumentar é o número de empregados públicos, sejam eles funcionários ou pes-soal contratado pelas administra-ções públicas. No setor privado, a

mão de obra contratada é regu-lada pelas exigências do negócio e aumenta ou diminui em função da atividade, no caso de a lei laboral não colocar excessivos entraves ao despedimento. No se-tor público, em tempos de pros-peridade, o emprego tende a aumentar a um ritmo superior ao crescimento económico. A multiplicação dos empregados públicos é consequência da ex-pansão das atividades do setor estatal, o que leva a um aumento secular da despesa pública se-gundo a conhecida lei de Wagner. O economista alemão Adolph Wagner (1835-1917) observou já no seu tempo que o aumento do crescimento económico de um

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19 CAESE maio 2013

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país acarreta um aumento ainda maior da despesa pública. Wagner observou que a despesa pública cresce, porque à medida que sobe o nível de vida, os cidadãos têm maiores exigências em saúde, educação, infraestruturas, segu-rança, pensões… Além disso, es-ses bens públicos aumentam a um ritmo superior ao crescimento económico e, quando o cresci-mento desacelera ou diminui, os cidadãos resistem a aceitar uma redução dos serviços oferecidos pelo Estado. Daí que a despesa pública não diminua na mesma proporção que as receitas fiscais, e que o Estado se veja obrigado a endividar-se. Mas o endividamento tem um limite, como se comprovou, por exemplo, em Espanha, e à beira

do abismo só resta adequar a despesa pública às possibilidades de financiamento. Evidentemente, se o Estado vai prestar menos serviços, serão precisos menos empregados públicos. E tudo indica que, em Espanha, o emprego público cresceu não só por efeito da Lei de Wagner como, também, pela ânsia dos políticos de elevar a sua quota de poder e pelas exigências do clientelismo, embora em muitos casos houves-se uma procura por parte dos cidadãos. Tão-pouco existiu re-sistência. Há sempre pessoas e grupos que pressionam para am-pliar as atividades do setor públi-co, porque assim encontrarão oportunidades laborais ou de negócio. Pelo contrário, não há suficientes interesses comuns que

possam aglutinar uma resistência a essa expansão descontrolada, que, no final, repercute o seu cus-to sobre todos os cidadãos. Um exemplo claro é o dos canais de televisões públicas regionais, como se viu há pouco pela asfixia financeira do Canal 9, em Valên-cia, ou do Telemadrid. O curioso do caso do Canal 9 é que o seu quadro de pessoal foi crescendo até 1.700 trabalhado-res – mais do que o Telecinco ou o Antena 3 – enquanto que os seus prejuízos se elevavam a 300 milhões de euros por ano e a sua audiência não passava dos 6% na Comunidade Valenciana. Atual-mente, existem planos para redu-zir esse quadro a 400 trabalha-dores, indicando que havia um

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quadro desmesurado para uma audiência muito pequena. Mas o desperdício de fundos públicos não é algo exclusivo do Canal 9. Como se recordou na discussão no Senado espanhol da nova Lei Audiovisual, em 2010, as 13 televisões públicas autonómi-cas custaram 1.750 milhões de

euros, dos quais 80% vinham de fundos públicos. E, em conjunto, só são seguidas por 10% da audiência. É um exemplo de servi-ço público para telespectadores que não desejam ser servidos. Se o excesso de empregados privados é a marca dos países pobres, a exuberância de empre-

gados públicos é um sinal dos países que pensam ser ricos até comprovarem que não podem pagar as faturas.

I. A.

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PANORAMA

“¿Un mundo sin Dios” Autor: Francisco Santamaría Rialp. Madrid (2012). 126 págs. Parece evidente que uma parte da sociedade atual tende a colocar a religião “sob suspeita” quando de algum modo pretende projetar-se socialmente, para lá dos âmbitos e das consciências individuais. Assim, as máximas, de fácil equí-voco e deturpação, de que o Estado não tem confissão religio-sa e é religiosamente neutro, de que “o público” deve ser “laico”, e de que nos âmbitos de todos só há lugar ao que é “de todos” – e a religião não o é – desembocaram muitas vezes em conclusões fal-

sas: que os espaços públicos de-vem ser asséticos (no sentido de ideologicamente niilistas), que às instituições públicas não lhes cabe atender às solicitações religiosas dos cidadãos, ou que no debate público não há lugar para as propostas de origem ou inspiração religiosa. Tendo isto em conta, são bem-vindas as contribuições inte-lectuais que contribuam para refu-tar tais afirmações. Na obra que escreveu, Francisco Santamaría, evidenciando a sua formação filosófica e com preten-sões de divulgação, alheias à eru-dição ou ao tecnicismo jurídico, coloca o dedo nas feridas ade-quadas para resolver acertada-

mente estas questões. Coloca, portanto, nos seus justos termos, a legítima autonomia e separação entre as realidades temporais e as religiosas, e neutraliza, totalmen-te, a injusta pretensão de que os âmbitos e espaços públicos ou a convivência política devam arti-cular-se necessariamente à mar-gem da religião. Assim, Santamaría recorda que o facto religioso é um facto social, aspeto imprescindível para com-preender esta problemática; que a neutralidade estatal não consiste em erradicar a religião, pelo que o laicismo não tem nada de neutral; que o espaço público, por conse-guinte, não é um espaço necessa-

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22 CAESE maio 2013

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riamente laico, mas constitutiva-mente plural, de acordo com a diversidade social que acolhe; que a democracia não é intrinseca-mente um regime contrário à “permeabilidade religiosa”. Neste aspeto, o autor, com afinco, combate a pretensão laicista de deslegitimar o influxo político da religião – com as suas pretensões de verdade – nas decisões cole-tivas: e a verdade é que somos amplamente testemunhas do de-sejo de alguns de excluir do deba-te político a voz das confissões religiosas, ou dos simples cida-

dãos que avancem com propos-tas de inspiração religiosa. Peran-te isto, fácil é opor que, na arena pública, há lugar para todos. Em resumo, Francisco Santa-maría apresenta-nos um trabalho esclarecedor sobre questões de grande atualidade e ao alcance de qualquer um, embora, logicamen-te, os leitores com formação filo-sófica ou jurídica irão tirar o maior partido. E muito bem escrito, de leitura ágil e amena, com muitos exemplos da própria vida.

T. P. A.

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23 CAESE maio 2013

DOCUMENTAÇÃO

Porque é que alguns países param ao atingirem o crescimento médio Há países que durante algum tempo apresentam um crescimen-to económico rápido, mas depois estagnam e não conseguem atin-gir o seu desenvolvimento. Fenómeno conhecido por middle

income trap (a armadilha do cres-cimento médio), afetou a América Latina e o Leste europeu, espe-cialmente, nas últimas décadas. Atingiu também zonas asiáticas. A grande pergunta na atual con-juntura internacional é: Consegui-rão hoje as principais economias emergentes (especificamente a China) evitar esta armadilha? Que terão de fazer para conseguirem?

Os países que já a ultrapassaram são boas referências. Dos 101 países que o Banco Mundial clas-sificava como tendo crescimento médio em 1960, apenas 13 ultra-passaram este limiar e, hoje, fa-zem parte do clube dos mais ri-cos. Cinco são asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Singapura, Japão e Coreia do Sul), quatro europeus (Portugal, Irlanda, Grécia e Espa-nha, que sofreram duros golpes devido à atual crise); um do Médio Oriente (Israel), outro hispano- -americano (Porto Rico) e, final-mente, a República africana da Guiné Equatorial (embora, neste caso, o aumento do PIB - produto interno bruto - per capita se deva

fundamentalmente à exploração das grandes jazidas de petróleo encontradas e não a um avanço no seu desenvolvimento. Para pertencer ao nível superior na classificação do Banco Mundial é preciso que os mínimos do PIB per capita sejam 12.476 dólares, 4.036 para o médio/alto e 1.026 para o médio baixo. Quando um país perde a sua competitividade comercial Uma explicação clássica de mid-

dle income trap tem apenas al-guns anos (o termo foi registado em 2007). O período de cresci-mento rápido seria caraterizado

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pela industrialização do país (com a consequente urbanização) e faz com que um país passe de um nível de crescimento baixo para um médio: a deslocação do tra-balhador rural para a cidade signi-fica uma grande quantidade de mão de obra a preço mais barato que, além disso, trabalha com tecnologia importada de outros países. Os lucros são elevados durante um certo tempo. Assim, uma vez que se verificou a deslocação da força laboral (já não existe uma bolsa de trabalha-dores rurais à espera de serem contratados a qualquer preço), os salários começam a aumentar, o que torna o produto cada vez menos competitivo nos mercados internacionais. O país perde a sua competitividade comercial: não

pode competir com as economias mais desenvolvidas porque lhe falta a investigação e desenvolvi-mento; em simultâneo, os outros países começam as suas fases de crescimento rápido oferecendo produtos de qualidade semelhante e muito mais baratos. O processo verificou-se de modo muito semelhante em países de todo o mundo. De facto, «alguns economistas» tentaram calcular o momento em que costuma regis-tar-se a paragem, a estagnação: quando os rendimentos per capita atingem os 16.700 dólares (a preços internacionais constantes em 2005) e quando a proporção de trabalhadores no setor da indústria manufatureira atinge os 25%.

Da imitação à inovação De acordo com um estudo do Banco Mundial publicado no mês de setembro (fornecido numa ver-são simplificada), para sair desta «armadilha» é preciso passar da imitação à inovação; isto é, con-centrar-se na elaboração de pro-dutos de valor acrescentado cujo design seja feito no próprio país. Todavia, para que o design se de-senvolva (reporte-se, sobretudo, ao setor tecnológico) é neces-sário tomar uma série de medidas que, por vezes, são adiadas por motivos políticos ou por uma visão a curto prazo da economia. A primeira é fortalecer os direitos de p ro pr i e dad e e p ro te ge r a s patentes o que, frequentemente, não acontece nos países subde-

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senvolvidos. A proteção da pro-priedade beneficia os investimen-tos e faz com que os salários sejam mais elevados no setor, o que atrairá os mais capacitados a conferir o valor acrescentado à produção nacional. Isto, por sua vez, vai incentivar o investimento no ensino superior. Deste modo, deve haver uma con-dição prévia que é a existência de um sistema educativo para que cada cidadão possa desenvolver todo o seu potencial, especial-mente, os que têm capacidades de estudar a nível do ensino superior. Por isso, é necessário investir naquilo a que o estudo designa por «infraestrutura avan-çada», que não é mais do que as telecomunicações. Efetivamente, o acesso à Internet (com ligação rápida) está diretamente relacio-

nado com a média do grau universitário no país. O terceiro requisito para sair do período de estagnação é remode-lar o mercado laboral a fim de agilizar mais a contratação e o despedimento sem grandes pro-blemas. Atitude especialmente ne-cessária no setor tecnológico, pois é complicado calcular a produtivi-dade de um trabalhador candidato a um emprego (mais do que a de um operário). Se os custos do despedimento são elevados, os empregadores não ficarão incenti-vados a contratar. O século da Ásia Muitos economistas consideram que o século XXI será o do despertar asiático. As previsões referem-se especialmente à China

e Índia e, num segundo plano, à Indonésia, Vietname, Tailândia e Malásia (embora estes dois últimos países levem já alguns anos de atraso devido à armadilha do baixo crescimento). O Banco Asiático de Desenvolvi-mento publicou, em finais de 2011, um inquérito sobre as pers-petivas económicas do continente até 2050. Alertava, nesse docu-mento, para o facto de que grande parte dos países que estão, atual-mente, a crescer, virem a correr o risco de caírem na armadilha do baixo crescimento, como aconte-ceu nos anos 70 e 80 na América Latina. Em alguns casos, o inimi-go está «em casa»: a Malásia e a Tailândia pararam devido à con-corrência (por causa da mão de obra barata) do Vietname e do Camboja.

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A fim de evitar que a estagnação se generalize, o inquérito propõe seis campos de atuação: 1. Dar prioridade à luta contra as

desigualdades económicas (cada vez maiores em muitas das grandes cidades) e so-ciais (por exemplo, fomen-tando a educação da mulher);

2. Transformar as instituições financeiras de modo a serem mais transparentes, sem cair na regulação excessiva, mas aprendendo com os erros que aumentaram a crise econó-mica do Ocidente;

3. Aproveitar a urbanização em enorme quantidade (em gran-des zonas da Ásia ainda está por acontecer) para criar cidades centrais seguras, mui-

to populosas e eficazes em termos de energia: núcleos numerosos de população coe-sos e municipalidades fortes. Deste modo, haverá a possi-bilidade de os governos serem descentralizados e se torna-rem mais fortes.

4. Desenvolver a infraestrutura energética suficiente para não continuar dependente das im-portações. Desenvolver uma indústria renovável que tenha viabilidade, de modo a ser mantida sem apoios (o futuro da energia nuclear depois de Fukushima é uma incógnita);

5. Fomentar a iniciativa empre-

sarial, constituindo instituições que garantam a imparciali-dade nos litígios laborais e comerciais, bem como os

direitos de propriedade. Por outro lado, facilitar a livre iniciativa (investindo na educa-ção universitária) especifica-mente no campo da tecno-logia;

6. Varrer a corrupção das admi-nistrações, para que a des-confiança do povo em relação às autoridades não continue a aumentar.

A China é a oportunidade ou o problema De acordo com os dados forne-cidos, se a China conseguir esca-par à armadilha do baixo cres-cimento, o seu PIB atingirá os 22% do PIB mundial e os 50% do PIB do continente asiático em 2050.

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A China apresenta alguns obstá-culos ao desenvolvimento enume-rados pelo Banco Asiático de Desenvolvimento: corrupção insti-tucional e jurídica, direitos de propriedade quase inexistentes e fortes desigualdades sociais. Os três fatores são, em contrapartida, o travão à mudança necessária do modelo produtivo da imitação para o da inovação. Além disso, a China enfrenta alguns problemas específicos. Um deles é a sua obsessão pelo crescimento do PIB, o que demora algum tempo para a adoção dum modelo pro-dutivo centrado na inovação. Con-forme comenta Jorge Planelló em “ZaiChina” (portal de notícias e opinião sobre o país asiático), a

China tem de crescer a um ritmo mais moderado (no setor tecno-lógico) para crescer melhor. Sem dúvida que a verdadeira ameaça para o desenvolvimento do país é a «bomba demográfica» que se avizinha: a política do filho único deixou uma sociedade envelhecida, insustentável tendo em conta que a grande quanti-dade de idosos tem de ser mantida com o trabalho de relati-vamente poucos jovens. Segundo alguns cálculos, a força de tra-balho chinesa começará a dimi-nuir significativamente em 2020, muito antes dos outros países emergentes da Ásia.

O rendimento per capita da Guiné Equatorial está calculado em 19.300 dólares para uma popula-ção de 0,7 milhões de habitantes. Todavia, o volume de população não está bem definido. Alguns aumentam para 1,2 milhões, valor que reduziria substancialmente o rendimento per capita. Em todo o caso, a riqueza do petróleo não se faz notar no nível de vida da popu-lação.

F. R. B. (com autorização de

www.aceprensa.pt)

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Grandes lucros, pequenos impostos A julgar pelas suas declarações fiscais, os colossos da tecnologia não vão muito bem na Europa. Na Grã-Bretanha, a Google faturou, no ano passado, mais de 4.000 milhões de libras, mas ganhou apenas 40 milhões. E, em Espanha, teve prejuízos. Menor ainda foi a margem da Amazon Europa: só 28 milhões de euros de lucros, com vendas totais de 9.100 milhões. Na Grã-Bretanha, onde movimenta mais negócio, o seu resultado foi de oito milhões e meio. Tão modestos ganhos pressu-põem impostos pouco elevados. É disso que se trata, precisamente: a estrutura dessas e de outras multinacionais está pensada para

aliviar o mais possível a carga fiscal. Todas usam mais ou menos os mesmos procedimentos, aos quais se tem chamado “irlandês duplo” e “sandwich holandês”. Primeiro, atribuem a maior parte dos rendimentos a filiais domi-ciliadas nalgum país com um IRC mais baixo. A Irlanda é o preferido: exige 12% dos lucros, muito me-nos que Espanha (35%), França (33%) ou Grã-Bretanha (23%). Para que os ganhos sejam regis-tados na filial que mais convém, as outras operam como interme-diárias ou prestadoras de serviços para a sua irmã. Por exemplo, quando um anunciante alemão recorre ao ramo germânico da

Google para adquirir espaços publicitários, na realidade contrata com o ramo irlandês. O alemão simplesmente cobra a este por pô--lo em contacto com o cliente. Ou, se um inglês faz uma encomenda à Amazon.co.uk, mesmo que os artigos saiam de um armazém britânico e sejam entregues pela Royal Mail, na realidade ele com-pra à Amazon do Luxemburgo. Os iPad são vendidos pela Apple Irlanda. O café que serve um Starbucks de Londres é comprado à Starbucks da Suíça e, além disso, tem de pagar direitos, pelo uso da marca e pelo logotipo, à Starbucks da Holanda. Práticas similares são seguidas pela Dell, Yahoo! e outras multinacionais.

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Os impostos podem-se reduzir ainda mais se a filial irlandesa tem de pagar direitos a outra, domi-ciliada num paraíso fiscal, para a qual previamente foi transferida a propriedade intelectual. As ilhas Bermudas, as Bahamas ou Cai-mão não têm fama de países de ponta em I+D mas, empresas radicadas nessas ilhas, possuem um assombroso número de paten-tes. Por esta via, a Apple conse-guiu acumular nas Bermudas 82.600 milhões de dólares, e a Google, 24.800 milhões. Segundo a ONG Action Aid, todas menos duas das cem maiores empresas cotadas na Bolsa de Londres têm filiais em paraísos fiscais. Legal, mas imoral? Tudo isso é legal. Mas, como dis-se ao representante da Starbucks

a presidente de uma comissão parlamentar britânica, “não vos acusamos de fazer nada ilegal, mas de trabalhar de modo imoral”. A comissão chamou a depor várias multinacionais em novem-bro passado, na tentativa de as envergonhar ao ventilar os seus truques para fugirem aos impos-tos. Algo conseguiu já: a Star-bucks que, em catorze anos de atividade na Grã-Bretanha, pagou 8,6 milhões de libras em IRC, anunciou, no princípio de dezem-bro, ir entregar voluntariamente ao fisco, em 2013, mais 10 milhões de libras do que lhe cabia de acordo com a lei. Outras administrações de finanças governamentais discutem as con-tas das multinacionais dos EUA. A francesa reclama à Amazon 190 milhões de euros; a australiana,

quase 30 milhões de dólares à Apple; a espanhola ganhou uma queixa contra a Dell. Do ponto de vista destes países, existe falta de equidade. A Apple, segundo o seu próprio fecho de contas do último exercício (2011-2012), pagou em impostos 25,2% dos seus lucros nos Estados Unidos e, somente, 1,9% dos que obteve no resto do mundo. A Google, que também paga quase todos os seus IRC no seu país (90% em 2011), justifi-cou-o na comissão parlamentar britânica alegando que o valor acrescentado da sua atividade é uma contribuição dos seus enge-nheiros em Mountain View (Cali-fórnia). Mas já vimos que, nem a Apple nem a Google, repatriam todos os lucros que obtêm no estrangeiro, para não terem de pagar 35% ao

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fisco norte-americano. Por isso, também suscitam queixas no seu país. A ONG norte-americana Citi-zens for Tax Justice calcula que as multinacionais dos EUA têm um milhão e meio de milhões de dólares nas Caraíbas e noutros paraísos fiscais. Será possível evitar todas essas artimanhas, que são legais? Por um lado, existem graças à liber-dade de comércio e de circulação de capitais, as quais, ao fim e ao cabo, têm mais vantagens do que inconvenientes. Mas também se devem aos governos, e não ape-nas aos de paraísos fiscais cari-benhos. Apesar da indignação

com a Starbucks e outras, a Grã- -Bretanha oferece grandes dedu-ções a milionários estrangeiros para atrair o seu dinheiro, e bai-xou o IRC de 26% para 23%. E, se a Starbucks leva rendimentos para a Holanda, é porque o gover-no deste país lhe ofereceu, em troca, uma baixa de impostos. Os estados competem pelos in-vestimentos e pelos impostos das empresas. Baixar a taxa é uma das suas principais armas: rece-bem assim rendimentos que, de outro modo, não teriam. Natural-mente, a Irlanda fica com 12%, retirando os 23% à Grã-Bretanha.

Por seu lado, as multinacionais procuram as melhores ofertas que existem no “mercado fiscal”. Não é necessário concluir que, para elas, o dinheiro não tem pátria. Simplesmente, fazem como qual-quer um que tenha possibilidade de escolha. Como, por exemplo, o famoso ator russo residente na Bélgica, Gérard Depardieu.

R. S.

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31 CAESE maio 2013

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