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Liberado. Farião teve sua situação regularizada e poderá receber Guarani x Ipatinga, no dia 30

Os estádios Waldemar Teixeira de Faria, em Divinópolis, e José Maria Melo, em Montes Claros, já reúnem condições de receber a primeira rodada do Campeonato Mineiro. Ambos não tinham sido li-berados pelo Ministério Público por não terem apresentado os laudos necessários, mas regularizaram suas situações ontem.

Como o prazo para que os laudos fossem entregues é de dez dias antes da partida de estreia, os clubes se apressaram. Isso porque tanto o Funorte, de Montes Claros, quanto o Guarani, de Divinópolis, estreiam em casa no Campeonato Mineiro, no próximo dia 30, contra Atlético e Ipatinga, respectivamente. Ou seja, ontem foi o último dia.

Como os laudos foram entregues a tempo, o Ministério Público libe-rou as partidas.

Outros dois estádios que ainda não entregaram os laudos são o Castor Cifuentes, em Nova Lima, e o Nassri Mattar, em Teófilo Otoni. Como Villa Nova e América-TO não jogam a primeira partida em casa, os clubes ganharam mais tempo para se adequarem às exigên-cias. O América-TO e a prefeitura informaram que já providenciaram todos os laudos necessários e vão apresentá-los ao Ministério Público ainda nesta semana. Portanto, o clube confirma que o jogo contra a Caldense, no dia 12 de feverieo, será em Teófilo Otoni.

O Villa Nova também garantiu que está cumprindo todas as exi-gências para mandar os seus jogos em Nova Lima. (TS)

o tempo - p. 41 - eSpoRteS - 21.01.2011Campeonato mineiro

Estádios José Maria Melo e Farião estão liberados para a 1ª rodada

ARQUIVO HOJE EM DIAO estádio Waldemar Teixeira de Faria, em Divinópolis, está libe-

rado para receber partidasAos 45 minutos do segundo tempo, como diz a gíria do futebol,

os laudos técnicos que liberam os estádios do Funorte (José Maria de Melo, em Montes Claros) e do Guarani (Waldemar Teixeira de Faria, em Divinópolis) chegaram nesta quinta-feira (20) à Federação Mineira de Futebol (FMF). Assim, os dois locais estão liberados para abrigar os jogos da 1ª rodada do Campeonato Mineiro, que começa dia 29.

A Promotoria de Defesa do Consumidor recebeu os documen-tos e aprovou os estádios. O prazo final era às 19 horas de quinta-feira. O laudo do Funorte chegou à tarde e do Guarani no início da noite. Os clubes têm que apresentar laudos da PM, dos Bombeiros e da Vigilância Sanitária.

De acordo com o promotor Fernando de Abreu, a direção do Villa Nova, que manda seus jogos no estádio Castor Cifuentes, em Nova Lima, e o América de Teófilo Otoni, que joga no estádio Nassri Mattar, ainda não apresentaram seus laudos, mas só jogam em casa na segunda rodada e ainda têm tempo.

HoJe em DIA - p. 31 - eSpoRteS 21.01.2011Estádios do Campeonato Mineiro são liberados

A Promotoria de Defesa do Consumidor recebeu os documentos e aprovou os estádios

Luciane Evans Na contramão do que propõe a legislação brasileira, escolas

privadas têm se negado a incluir alunos portadores de necessidades especiais em salas comuns. Em tempos de matrículas para a volta às aulas, pais de filhos deficientes ainda encontram portas fechadas quando o assunto é inclusão social. Belo Horizonte não foge à regra. Apesar de a rede pública de ensino apontar que, em 10 anos, o acesso de portadores de deficiência às escolas municipais passou de 781, em 2001, para 2.771, no ano passado, uma escola da rede particular na cidade nada contra esta corrente. Nos últimos dias, o Colégio Cristão, da Igreja Batista da Lagoinha, negou a entrada de um garoto cadei-rante, de 11 anos, sob a alegação de que não há estrutura para ele na instituição. “ É um absurdo e não é incomum, principalmente, nesta época do ano. A grande arma contra isso é a denúncia”, alerta Nelson Garcia, superintendente de Políticas para Pessoas com Deficiência, da Secretaria de Estado de Defesa Social (Sedese).

Depois de visitar 18 escolas que não tinham acessibilidade para seu filho cadeirante, a universitária Fabiana Carvalho decidiu pro-curar o Colégio Cristão, na Região Noroeste da capital, que cobra mensalidade de R$ 510 para o 6º ano do ensino fundamental. “Como é uma instituição evangélica, que conta com poucos alunos dentro de sala, achei que seria ideal para meu filho. Mas, desde dezembro, espero uma resposta e, somente esta semana, mandaram um e-mail in-formando que não poderiam recebê-lo por causa de suas limitações”, conta, indignada, Fabiana. Ela diz que os diretores da instituição de ensino sequer conheceram o menino. “Eles, que propagam tanto o amor a Deus e ao próximo, negaram ao meu filho o direito de estudar ali”, lamenta.

Mas a escola se defende e diz que fechou as portas para o garoto porque temia por ele. “O caso era delicado. O garoto, segundo nos re-

latou a própria mãe, tem uma fragilidade nos ossos, o que o deixava na cadeira de rodas. Como vou colocá-lo numa sala de aula com 40 alu-nos? Poderia ser um risco para a saúde dele. Não somos obrigados a aceitar”, diz a diretora pedagógica do Colégio Cristão, Sara Teixeira.

A argumentação é contestada por Nelson Garcia. Segundo ele, a legislação internacional das Organizações das Nações Unidas (ONU), que foi implantada no Brasil, diz que a falta de acessibilidade pode ser considerada discriminação. “E nesse caso, a escola não é quem decide se o menino corre, ou não, um risco, e sim, um médico que deve avaliar as condições. A educação é a porta de entrada para a quebra de preconceitos para as futuras gerações”, ressalta, lembrando que um dos pré-requisitos de cadastro de uma escola no Ministério da Educação (MEC) é a acessibilidade. “Temos avançado muito, mas é importante denunciar essas portas fechadas para o Ministério Públi-co ou o MEC, para que o lugar seja fiscalizado”, avisa.

Fabiana voltou com o filho para a escola Instituto Presbiteriano de Ensino de Minas Gerais (Ipemig), no qual em salas comuns o me-nino é bem cuidado e recebe atenção. “Infelizmente, o Ipemig só ofe-rece até o 7º ano. Assim, em 2012, terei que buscar uma nova escola para ele”, diz ela, informando que avalia a possibilidade de acionar a Justiça contra o Colégio Cristão. ReDe pÚBLICA

Na rede municipal de Belo Horizonte, das 186 escolas, 80% têm adaptações para a acessibilidade, segundo dados da Secretaria Mu-nicipal de Educação. “Temos um trabalho constante de acompanha-mento desses alunos e, em nenhuma delas é permitido negar vaga a um estudante portador de necessidades”, garante Elaine da Costa, da equipe de Inclusão Escolar da Pessoa com Deficiência da secretaria. Segundo ela, as 20% que ainda não são adaptadas já estão em proces-so para se adequar.

eStADo De mINAS - p. 20 - 21.01.2011 eDUCAÇÃo

Escola cristã nega vaga a deficienteColégio que pertence à Igreja Batista da Lagoinha, em BH, rejeita matrícula de cadeirante de 11 anos,

alegando protegê-lo. Superintendente do estado considera absurda a discriminação

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Luciane Evans

Foi preciso que um menino de 1 ano fosse atacado por um pastor alemão sem dono para que autoridades tomas-sem uma atitude. Esta semana, o pequeno Ri-quelme Willian Rocha foi mordido pelo cão, que há quatro meses va-gava pela rua onde está localizada sua casa. No mês passado, sua prima Isadora Fernanda, de 4 anos, também foi ataca-da pelo animal. “Ele me mordeu e me arranhou no olho”, conta a peque-na. Com medo, a famí-lia já tinha chamado o Corpo de Bombeiros e a Prefeitura de Belo Hori-zonte (PBH) por três ve-zes. “Em todas elas, eles perguntavam: “Mordeu alguém? Foi grave?”, mas não vinham bus-car”, conta Nilza Rodri-gues, tia dos meninos. Na terça-feira, dia em que o cachorro atacou o bebê, os bombeiros res-gataram o bicho e avisa-ram: em 10 dias ele es-tará de volta às ruas de Venda Nova.

O retorno desse ani-mal feroz para as vias públicas tem motivo: não há abrigos na capital para recebê-lo. Confor-me revelado ontem pelo Estado de Minas, cer-ca de 30 mil cães estão abandonados na cidade. Sem vagas em entidades não governamentais que estão no limite das suas capacidades, a cidade

não tem abrigo muni-cipal para acolhê-los e gasta R$ 5 milhões por ano para recolhê-los, dando prioridade às áre-as com alto índice de leishmaniose; sacrifica os doentes; castra e va-cina os sadios. Eles são colocados para adoção durante 15 dias e, se não são acolhidos, voltam para as ruas. Entre os 30 mil cães nesta situação, segundo alerta o Minis-tério Público, muitos são perigosos. “Eles não podem ser adotados e tampouco ficar nas vias como tem ocorri-do. É preciso que o po-der público faça algo”, cobra a promotora de Justiça da Promotoria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Lilian Marotta.

A esperança de que o controle do animal fosse feita na cidade e também em todo o es-tado veio em 2006, com a lei estadual que obri-gava proprietários de caninos ferozes, das ra-ças pit bull, dobermann, rottweiller e outros, a cadastrá-lo no Corpo de Bombeiros (Cobom), para inibir os ataques e disciplinar a criação. Na época, dizia-se que, em casos de ataques, os donos poderiam ser multados em até R$ 5 mil. “Mas isso não tem sido cumprido”, afirma a promotora.

BURoCRACIA Segundo o tenente

coronel Edgar Estevão da Silva, dos Bombei-ros, somente em 2010 que o cadastro dos ani-mais iria começar. “Mas não foi feita a licitação para a empresa que cria-ria o sistema para o ca-dastramento por falta de verbas”, alega. No entanto, ele diz que, nos últimos dias, a li-citação foi fechada e o programa já está com o Cobom, que deve iniciar o trabalho ainda neste mês. Sem esse serviço, a corporação tem difi-culdades para resgatar as feras, principalmente no interior do estado.

“Geralmente, é feita denúncia, vamos ao lo-cal e resgatamos o ani-mal. Mas muitas prefei-turas não têm para onde levá-los. Nesse caso, é preciso negociar com entidades locais (vete-rinárias ou ONGs) para que recebam o cão, o que é muito complica-do”, acrescenta o tenen-te. Segundo cobra a pro-motora Lilian Marotta, os municípios deveriam criar um centro de rea-bilitação para esses ca-chorros.

Na realidade, po-rém, a norma é desco-nhecida pelos maiores interessados. Em Venda Nova, onde a dona de casa Maria de Fátima Pereira mantém dois cães, um pit bull e um pastor alemão, a infor-mação a surpreende. “Nem sabia que existia esse cadastro.”

o pReÇo Do ABANDoNo

Cadastro de feras não avançoueStADo De mINAS - p. 23 - 21.01.2011

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CoNt... HoJe em DIA - p. 17 - 21.01.2011

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Leonardo Augusto O fim da pensão vitalícia, um dos

mais controversos benefícios pagos a ex-governadores, depende, em Minas Gerais, exatamente de quem poderá vir a receber os recursos e de seus aliados na Assembleia Legislativa. A extinção do pagamento no estado só ocorreria caso a lei que criou o valor seja revo-gada. Para que isso aconteça, o gover-nador, hoje Antonio Augusto Anastasia (PSDB), precisaria enviar ao Legislativo solicitação nesse sentido e contar com a aprovação de maioria simples dos par-lamentares da Casa, ou seja, 20 de um total de 39 necessários para abertura da sessão.

A revogação é prerrogativa do Pa-lácio da Liberdade porque foi de onde partiu a lei, conforme prevê a legislação sobre o tema. No caso da pensão para ex-governadores, o autor do texto (Lei 1.654, de 1957) foi Bias Fortes. A extin-ção valeria apenas para pensões a serem concedidas. Benefícios em andamento só poderiam ser cancelados por decisão judicial. Também por força de legislação o estado não pode revelar os ex-gover-nadores que recebem a pensão, que atu-almente tem o valor de R$ 5.250, 50% do salário pago a quem está no exercício do cargo.

A denúncia surgida na imprensa de que ex-governadores recebem generosas aposentadorias vitalícias, independente-mente de quanto tempo ficaram no cargo, levou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a anunciar que vai contestar no Supremo Tribunal Federal (STF) as leis de pelo menos nove estados, entre eles Minas Gerais, que concedem o benefí-cio.

Os dados mais recentes sobre o pa-gamento do benefício em Minas são de 2007 e fazem parte de relatório da Co-missão de Estudos Constitucionais da OAB-MG. À época, conforme a entida-de, três ex-governadores recebiam a pen-são: Eduardo Azeredo (PSDB), France-lino Pereira (DEM) e Hélio Garcia. Pelo Twitter, no início da semana, o ex-go-

vernador Newton Cardoso (PMDB) ga-rantiu não ter requerido o benefício. Ou-tros ex-governadores que têm direito ao pagamento são Rondon Pacheco, Itamar Franco (PPS) e Aécio Neves (PSDB). Não há, porém, confirmação se os três requisitaram o benefício.

A legislação que criou o pagamen-to prevê que, em caso de falecimento do titular da pensão, o valor pode ser pago à viúva e filhos. No caso de homens, o repasse é feito até 18 anos. Já filhas têm direito à pensão desde que sejam soltei-ras ou viúvas sem rendimento. peNSÃo mILIoNÁRIA

Entre os que solicitaram o benefício mais recentemente estão os senadores Pedro Simon (PMDB), ex-governador do Rio Grande do Sul, que entrou com o pedido em novembro, e Álvaro Dias (PSDB), do Paraná, que recebe a apo-sentadoria desde outubro. Simon, 80 anos, renunciou a quase todos os bene-fícios extrassalariais em toda a sua vida pública. Alega que solicitou o benefício por estar numa fase difícil. Já Dias pediu o pagamento retroativo de cinco anos Caso o pedido seja aprovado, o senador pode receber cerca de R$ 1,6 milhão. O ex-governador do Pará Carlos Santos está entre os casos inusitados: era vice de Jader Barbalho e assumiu o governo por apenas seis meses em 1994. (Com agências) eNteNDA

Antes da Constituição de 1988, vá-rias leis estaduais permitiam a ex-gover-nadores e às viúvas receberem pensões vitalícias. Com a nova Constituição, es-ses benefícios foram proibidos. Muitos ex-governadores recebiam sem nem se-quer ter cumprido integralmente o man-dato. Em 2001, ao cassar a pensão do ex-governador do Mato Grosso do Sul Zeca do PT, em ação impetrada pela OAB, o Supremo Tribunal Federal (STF) decla-rou o pagamento inconstitucional. Leis estaduais, entretanto, garantem o benefí-cio. Em Minas, a aposentadoria aos ex-governadores e a pensão às viúvas estão previstas na Lei 1.654, de 1957.

eStADo De mINAS - p. 5 - 21.01.2011 eX-GoVeRNADoReS

Fim da aposentadoria depende do governoEm Minas, legislação prevê que somente o próprio chefe do Executivo pode revogar o benefício. Os já concedidos, porém, seriam mantidos

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Daniel Camargos O prazo limite para a conclusão do inquérito poli-

cial que investiga o esquema de pirâmide financeira mon-tado pela Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros, encabeçada pelo investidor mineiro Thales Maioline, termina amanhã. Porém, os mais de dois mil lesados pelo golpe, que provocou prejuízo estimado em R$ 86 milhões, terão de esperar mais pelo fim das in-vestigações. O delegado responsável pelo caso, Anselmo Gusmão, e o chefe da Delegacia Especializada de Falsi-ficações e Defraudações, Islande Batista, estão em férias. O inquérito, por sua vez, foi enviado novamente ao Tri-bunal de Justiça de Minas Gerais com mais um pedido de prorrogação do prazo.

O processo corre em segredo de Justiça porque con-tém dados obtidos a partir de quebra de sigilo bancário. Mas, tanto funcionários do cartório da delegacia como do Fórum Lafayette, em BH, confirmam o pedido de mais tempo para concluir a apuração, que vai completar seis meses no domingo. A primeira investigação sobre o caso foi aberta em 27 de julho, três dias depois de Thales fugir e três meses após um delegado de Araçuaí, cidade do in-vestidor, ter alertado a polícia em Belo Horizonte sobre a possibilidade de fraude envolvendo a Firv. Sem pistas, o delegado responsável pediu várias prorrogações de pra-zo, até que Thales decidiu se entregar, em 12 de dezem-bro. A partir daí, a polícia teria 40 dias para finalizar a apuração.LeNtIDÃo

Apesar de a causa envolver duas mil pessoas em 14 cidades do estado, o Ministério Público ainda não desig-

nou nenhum promotor para acompanhar as investigações. Um advogado que representa seis clientes que, juntos, pedem indenização de R$ 5 milhões, critica a lentidão do processo e diz que a demora tem preocupado as vítimas. “Tento passar para (as vítimas) alguma esperança, mas eles sabem que é muito difícil”, afirma. Ele acredita que, mesmo com a conclusão do inquérito, o julgamento leva-rá muito tempo, devido à lentidão da Justiça brasileira.

Thales Maioline, que continua preso, foi apelidado de Madoff mineiro por ter criado esquema de pirâmide com semelhanças ao do megainvestidor americano Ber-nard Madoff, ex-presidente da Nasdaq que deu prejuízo de pelo menos US$ 50 bilhões a clientes. O investidor americano, no entanto, foi julgado e condenado a 150 anos de prisão cerca de seis meses depois de ser preso.ALteRNAtIVAS

Para não depender somente da conclusão do inquérito policial e consequente julgamento, advogados de vítimas do esquema estão buscando alternativas para garantir que seus clientes recebam o dinheiro. Um advogado que re-presenta duas vítimas, lesadas em R$ 230 mil, levantou os bens da irmã de Thales, Iany Márcia Maioline, incluindo diversos terrenos em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha, e conseguiu uma liminar de arresto dos bens equivalente ao valor do prejuízo.

“Mesmo que demore a sair a sentença final do juiz meus clientes tem uma garantia, pois com a liminar a Iany não conseguirá vender os terrenos”, explica o advoga-do. Ele recomenda que todas as vítimas tomem medidas parecidas para que, caso ocorra a condenação, consigam receber o dinheiro.

eStADo De mINAS - p. 12 - eCoNomIA - 21.01.2011

Daniel Camargos Sem autorização da Comissão de Valores Mobiliá-

rios (CVM), Thales Maioline montou um sistema de pi-râmide, pelo qual o rendimento dos novos investidores que entravam na base da pirâmide sustentavam o topo. Aos clientes, ele oferecia rendimento acima da média de mercado (5% ao mês mais bonificação semestral). Tudo funcionou bem até que um investidor tentou sacar R$ 3 milhões e Maioline não teve dinheiro para pagar.

O esquema dependia da confiança dos investidores. Muitos preferiam não sacar o dinheiro, ao notar que seus saldos aumentavam rapidamente. Ainda assim, era neces-sário conseguir novos clientes para poder pagar os bene-fícios aos antigos. Thales e seus sócios ofereciam festas luxuosas nas 14 cidades em que a empresa atuava. Os só-

cios também se vestiam com roupas de grife e dirigiam carros que chamavam atenção. Tudo para criar uma es-pécie de “clube de sucesso”. O esquema vigorou durante quatro anos, tempo suficiente para conquistar cerca de 2 mil investidores, que aplicaram valores que variam entre R$ 2,5 mil até cerca de R$ 5 milhões.

O clube começou a funcionar em 2006, com a partici-pação informal de amigos, e por intermédio de corretoras de São Paulo. Até 2008, operou normalmente com ações e sofreu abalo nos investimentos com a crise econômica. Em 2009, Maioline começou a ter dificuldades em honrar com o pagamento dos bônus aos investidores. A partir daí, ele passou a operar com ações de alto risco com o objetivo de tapar rombos cada vez maiores, em função de os papéis na bolsa estarem em baixa.

CRIme FINANCeIRo

Polícia dá férias ao caso madoffQuase 6 meses depois de começar investigações, delegado sai de recesso e pede prorrogação de prazo para concluir inquérito contra Thales Maioline, acusado de dar golpe de R$ 86 milhões

Como funcionava o esquema

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RAPHAEL RAMOSA morte do cruzeirense Otávio Fernandes, 19, em novembro

do ano passado, depois de ser espancado por integrantes da Ga-loucura, pode colocar um fim à torcida organizada atleticana. O advogado Angelo Carbone, que representa os familiares da vítima, entrou com um pedido de suspensão da torcida no 2° Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, na capital.

O advogado argumenta que familiares de Otávio estariam sendo ameaçados por pessoas ligadas à torcida. Em um dos trechos do pedido, Carbone afirma que “é evidente que essa associação dirigida para o crime deve ser suspensa, pelo menos por ora, pois em tese está tentando aterrorizar a família e as testemunhas”. De acordo com o defensor, ele também sofreu ameaças por telefone.

Além do pedido de suspensão da torcida, Carbone entrou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para que a decisão do juiz Maurício Torres, de liberar os 12 acusados do crime para responder o processo em liberda-de, seja revista. No entendimento do advogado, não apenas esses acusados, mas todos os 41 suspeitos de envolvimento no crime, deveriam estar presos.

No último dia 11, o juiz indeferiu o pedido de prisão pre-ventiva para os 12 acusados de envolvimento no assassinato e os cinco que estavam presos tiveram que ser soltos, contrariando os pedidos do Ministério Público e da Polícia Civil. O magistrado alegou falta de provas para mantê-los presos.

Entre os acusados de participar da morte do cruzeirense es-tão o presidente da Galoucura, Roberto Augusto Pereira, o Bocão, o vice-presidente, Willian Tomaz Palumbo, o Ferrugem, além de diretores e integrantes.

O outro lado. O advogado Dino Miraglia, que representa os integrantes da Galoucura, preferiu não comentar o pedido de sus-pensão da torcida. “Nós estamos em um processo criminal no qual existe uma denúncia grave contra os meus clientes e é com isso

que estamos preocupados no momento”, afirmou Miraglia.As assessorias de imprensa do Fórum Lafayette e do Tribunal

de Justiça informaram que, até ontem, o pedido de Angelo Carbo-ne não havia sido anexado ao processo. Assim que a formalidade for cumprida, os pedidos serão apreciados pelo juiz. No caso da suspensão da Galoucura, o magistrado ainda vai avaliar se a deci-são é de sua competência.

Advogado pede reconstituição para apontar responsabilida-des

O advogado Angelo Carbone pediu também à Justiça que seja feita uma reconstituição do crime. Segundo o defensor, a reconsti-tuição pode ajudar na comprovação da participação de cada um na morte de Otávio Fernandes. A decisão será de responsabilidade do juiz Maurício Torres, do 2° Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, o mesmo que liberou os acusados do crime.

Carbone disse ainda que é inadmissível que os acusados de matar o cruzeirense ainda estejam soltos. O advogado entende que a manutenção da liberdade deles somente reforça a sensação de impunidade entre os brasileiros.

“Eles agem como um grupo de vândalos sob o manto de uma associação. Isso não acontece somente em Minas Gerais, é em todo lugar. Com os réus soltos está na cara que vai terminar em impunidade. Isso tem que ser repensado”. (RR)entenda o caso

27 de novembro de 2010Após evento de luta, no Chevrolet Hall, atleticanos agridem

Otávio até a morte. As câmeras de vigilância flagram tudo11 de dezembro de 2010Oito atleticanos são presos11 de janeiro de 2011Justiça indefere pedido de prisão dos 12 acusados 12 de janeiro de 2011Os integrantes da Galoucura são colocados em liberdade

o tempo - p. 27 - 21.01.2011Barbárie.Pedido foi feito pelo advogado da família do rapaz morto em briga de torcida

Após morte de cruzeirense, Galoucura pode ser suspensaDefensor argumenta que atleticanos estão ameaçando familiares de Otávio

Thobias Almeida Os advogados da família do torcedor cruzeirense Otá-

vio Fernandes, assassinado brutalmente em novembro por integrantes da Galoucura, querem o fechamento da torcida e a prisão imediata das 41 pessoas indiciadas pela polícia no inquérito que apurou o crime. Na terça-feira, os defensores Ângelo Carbone e Marco Antônio Siqueira entraram com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Ge-rais e com um requerimento no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte para apreciação dos pedidos. Além disso, os cri-minalistas tentam viabilizar uma nova reconstituição do ho-micídio, ocorrido em frente a um ginásio na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro São Pedro, onde era disputado um torneio de vale-tudo.

Os advogados garantiram que tanto familiares do torce-dor assassinado quanto eles vêm sofrendo ameaças. “Ligaram no meu telefone, falaram que eu tenho um filho da idade do Otávio e falaram para eu deixar o caso”, contou Carbone, que acrescentou que parentes da vítima estão com medo de sair de casa. Na visão do defensor, a Galoucura deveria proporcionar

“tranquilidade e companheirismo, mas o que se vê hoje é um desvio de foco, pois o presidente e vice-presidente da torcida não estão preocupados com isso”, acusou. O advogado ressal-tou que o intuito não é extinguir a torcida organizada, mas fe-chá-la por um período para que o Ministério Público avalie se há um “comando honrado” à frente da agremiação.

Sobre uma nova reconstituição do crime, Carbone avalia que a medida poderia trazer mais informações e que seria im-prescindível que ele e Marco Antônio Siqueira acompanhas-sem os trabalhos, o que não ocorreu da primeira vez.

Os advogados querem que a Justiça reavalie o pedido de prisão preventiva do Ministério Público voltado para 12 denunciados no caso, além de incluir os outros 29 citados no inquérito policial. Cinco pessoas estavam presas devido a um decreto de prisão temporária, entre eles o presidente da Ga-loucura, Roberto Augusto Pereira, o Bocão, e o vice-presi-dente, Willian Tomaz Palumbo, o Ferrugem. O prazo expirou em 12 de janeiro, o que os colocou em liberdade. O juiz que trabalha no caso não considerou sólidos os argumentos para o pedido de prisão preventiva.

eStADo De mINAS - p. 22 - 21.01.2011 Galoucura

Advogado quer fechamento

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HoJe em DIA - p. 2 - 21.01.2011

Contas

CNJ tem portal da transparência

Mais um órgão público criou um site na internet para dar transparência às contas, conforme exige a Lei Com-plementar 131. Já está no ar o portal www.portaltrans-

parencia.jus.br, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com informações sobre o que foi comprado pelo tribunal e qual o fornecedor do serviço ou bem. Segundo o CNJ, o objetivo da nova página é garantir o controle dos gastos e melhoria na gestão dos recursos. Mas, como a participa-ção dos tribunais é por adesão, resta saber se a página será abastecida de informações

o tempo - p. 2 - 21.01.2011A pARte

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ReVIStA - meRCADo ComUm - p. 28 e 29 - 01.01.2011

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CoNt... ReVIStA - meRCADo ComUm - p. 28 e 29 - 01.01.2011

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HoJe em DIA - p. 20 - 21.01.2011

ABrasília. Processos envolvendo a Lei Maria da Penha podem ser suspen-sos condicionalmente por um período de dois a quatro anos. Além disso, a pu-nibilidade do agressor pode ser extinta após esse período, caso ele não tenha cometido alguma falta. A decisão, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) - que alterou entendimen-to anterior que proibia a suspensão -, é de dezembro, mas só foi divulgada nesta semana.

Segundo a nova regra, o processo contra o agressor enquadrado na Lei Maria da Penha pode ser suspenso se o réu se comprometer a atender requisitos como reparação do dano; se obedecer à proibição de frequentar determinados lugares e de se ausentar da cidade; e se comparecer, mensalmente, para infor-mar e justificar suas atividades.

A mudança no entendimento do STJ foi motivada por uma reinterpre-tação que envolve a própria Lei Maria da Penha e a Lei de Juizados Especiais, de 1995, segundo a qual o Ministério Público pode propor a suspensão de qualquer processo desde que a pena máxima em caso de condenação seja de até um ano. Essa lei também estabelece que o réu precisa atender a determina-dos requisitos, como não estar sendo processado ou ter sido condenado por outro crime.

Aprovada 11 anos mais tarde, a Lei Maria da Penha criou exceção ao estabelecer que a suspensão do proces-so não poderia ser aplicada em casos de violência contra a mulher.

Ao votar, o relator Celso Limongi defendeu que as duas leis estão no mes-mo patamar de hierarquia e a Lei Maria

da Penha não pode suprimir todas as normas previstas na Lei dos Juizados Especiais, inclusive suspensão condi-cional do processo.

o tempo - p. 15 - 21.01.2011Lei Maria da Penha.Processos enquadrados na legislação podem ser suspensos se réu atender requisitos

Agressor pode não ser punidoMudança foi motivada por reinterpretação da própria lei pelo STJ

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RAPHAEL RAMOSA estratégia criminosa se repete: o cliente sai da agência

bancária, é seguido e abordado, normalmente, por homens arma-dos. Os alvos escolhidos são vítimas que sacaram altas quantias em dinheiro. Na capital mineira, o tipo de roubo se tornou uma prática comum. Todos os dias, pelo menos duas pessoas são alvo da “saidinha de banco” em Belo Horizonte. O dado é de um le-vantamento feito pelo serviço de inteligência da Polícia Militar, em 2010.

No ano passado, foram 840 registros. Apesar de não revelar os números dos crimes ocorridos em 2009, a corporação afirma que a média é a mesma registrada em 2010. Ou seja, a prática ainda preocupa autoridades.

De acordo com a assessora de comunicação do Comando de Policiamento da Capital (CPC), tenente Débora Santos, os dados apontam que metade das “saidinhas” são cometidas em agências situadas nas regiões Centro-Sul e Noroeste da capital, além do hipercentro. Ela explicou que essas áreas concentram o maior número de bancos da capital.

“Desde maio do ano passado, quando percebemos o cresci-mento desse crime, houve reforço nas ações de combate. Hoje há mais policias na porta dos bancos, principalmente em dias de pagamento, e existe um trabalho de identificação de suspeitos”.

Apesar do reforço na fiscalização, a tenente admitiu existir uma dificuldade em combater o crime hoje. Débora afirmou que os estudos feitos mostram que a maioria das vítimas é escolhida dentro dos bancos, quando faz a retirada do dinheiro. No entanto, o raio de ação dos bandidos é muito grande porque nem sempre o assalto é praticado na porta do banco. “Às vezes, ele acontece até 10 km da agência”, afirmou a tenente. A policial entende que os bancos também devem reforçar a segurança.

Para tentar minimizar a ação dos criminosos, no último dia 12 deste mês, o governador Antonio Anastasia sancionou a lei 19.432, que proíbe o uso de celulares dentro de agências bancá-rias no Estado. A lei foi um projeto do deputado Célio Moreira (PSDB), após a polícia diagnosticar a maneira como os bandidos agem. Apesar de aprovada, a legislação ainda está em fase de adaptação pelos bancos.

Enquanto a lei não é devidamente colocada em prática, ví-timas continuam sofrendo com as ações de criminosos na região metropolitana. Ontem foi a vez do motoboy Luciano Ribeiro, 35. Ele teve R$ 8.000 roubados após sacá-los em um banco na Cidade Industrial, em Contagem. “Dois homens armados me es-peravam na saída. Os policiais viram as imagens da segurança interna que mostram um terceiro homem de preto me seguindo”, contou.

Segundo a polícia, a ação contra o motoboy é um padrão. Geralmente, eles se organizam em grupos de quatro pessoas. Um tem a função de, de dentro das agências, comunicar aos comparsa,via telefone,sobre o cliente. O segundo é responsável por acompanhar a movimentação do lado de fora do banco, en-quanto os outros dois fazem o assalto.

A Federação Brasileira dos Bancos informou que possui uma comissão de segurança que troca informações constante-mente com as autoridades policiais para buscar ações de segu-rança.

Grupo de criminosos é da região NoroesteDesde que a polícia passou a trabalhar para prender sus-

peitos de envolvimento na prática da “saidinha de banco”, as autoridades policiais conseguiram identificar vários grupos que cometeram os crimes. Segundo a tenente Débora Santos, já é possível caracterizar a região Noroeste de Belo Horizonte como uma forte célula de um grupo criminoso.

A tenente Débora Santos afirmou que, somente no segun-do semestre do ano passado, 30 pessoas foram presas, sendo a maior parte residente em bairros situados naquela região. “Os motivos da formação deste grupo ainda são desconhecidos, mas o grupo ainda está sendo estudado”, afirmou a policial.

Segundo Débora, o serviço de inteligência da Polícia Mili-tar já atua para tentar identificar a origem dos criminosos com ações de patrulhamento e, principalmente, cerco no caso de ha-ver alguma ocorrência do crime. “Sempre que surge algum caso de saidinha, os militares do batalhão responsável pela área são informados e ficam atentos a movimentações. Eles costumam fazer abordagem aos suspeitos”.

A reportagem procurou o delegado chefe do Departamento de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio. No entanto, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o delegado não iria comentar sobre investigações realizadas pela corpora-ção. (RR)

o tempo - p. 24 - 21.01.2011Violência.PM registrou 840 crimes em 2010; ações são mais comuns na região Centro-Sul e no hipercentro

“Saidinha de banco” faz duas vítimas todos os dias em BH

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