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Ano XIV | 236 | Fevereiro 2015 ISSN 2178-5781 Defensivos do bem Uso é considerado fundamental para grande produção Capacitação diretamente ligada à melhoria de vida Qualidade na mesa Instrução Normativa prevê mais cuidado com a produção de leite A nova classe C que vem do campo

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Ano XIV | 236 | Fevereiro 2015

ISSN

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Defensivos do bemUso é considerado fundamental para grande produção

Capacitação diretamente ligada à melhoria de vida

Qualidade na mesa Instrução Normativa prevê mais cuidado com a produção de leite

A nova classe C que vem do campo

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com

distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-

dos são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo da Costa.

Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)

Reportagem: Catherine Moraes, Gilmara Roberto,

Michelle Rabelo, Luiz Fernando Rodrigues (estagiário)

e Laryssa Carvalho (estagiária)

Fotografia: Capture Studios

Revisão: Michelle Rabelo

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 15.000

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEGPresidente: José Mário Schreiner.

Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro; Antônio Flávio Camilo de Lima .

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado

Fleury Filho, Joaquim Saeta Filho.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo da Costa

FAEG - SENARRua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222Site: www.sistemafaeg.com.br

E-mail: [email protected]

Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br

E-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema Faeg

Laris

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elo

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás tem o objetivo maior de promover a educação no campo e juntamente com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG e Sindicatos Rurais têm desen-volvido importantes ações para que o homem do campo possa se capacitar, crescer e com isso mudar a história da sua vida e de sua família. Apesar de esse trabalho incansável e responsável temos muito a fazer. E isso me enche de ânimo. É um misto de sentimentos: alegria por saber que temos investido nossos esforços para que o produtor tenha, cada vez mais, oportunidades de ser orientado e gerando desenvolvimento, e gratidão pelo engajamento dos municípios e dos Sindicatos Rurais (SRs) que engrossam o coro na busca pelo ensinamento no campo.

Nessa edição, trazemos informações sobre a pobreza rural e o alvo de nosso segmento, inclusive estabelecido também pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu: alavancar a metade das famílias rurais inseridas nas classes D E para a C e promover a ascensão da metade da classe C para a A B.

A tarefa não é considerada fácil, mas durante minhas andanças pelo esta-do conheço pessoas que me incentivam com suas histórias de luta. Pessoas como Pedro Deusdeth e Isabel Guimarães, que melhoraram de vida acredi-tando no trabalho duro e na capacitação. Assim como Pedro Arraes que à frente da Emater promete uma assistência técnica robusta ao produtor goia-no. Pessoas como o instrutor Andres Peter Brito, que leva conhecimentos ao campo referentes à Segurança do Trabalho, Prevenção no Manuseio de Agrotóxicos e Máquinas Agrícolas.

É com muita satisfação que apresentamos todas essas pessoas nesta edição da revista Campo. Ela foi feita com muito carinho e com uma vontade enorme de contagiar com esperança quem anda desacreditado diante do futuro. Nós sabemos que ainda falta muito: esse é só o começo. Aqui plantamos a semente e acreditamos que ela será regada por milhares de mãos.

Capacitação e assistência para alavancar a classe produtora

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Caso de Sucesso – Bons de leite

PAINEL CENTRALFr

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Por uma vida economicamente mais fácilO produtor de leite, Pedro Deusdeth, não via muito futuro na lida e já pensava em

largar a atividade, mas hoje comemora a melhoria de vida

22

Prosa – Assistência técnica À frente da Emater, Pedro Arraes, fala sobre suas expectativas em relação à extensão rural e sobre como pretende gerir a pasta

8

34Emerson e Lucilene comemoram lucros e não abandona mais a propriedade em tempos de crise do lácteo

Conhecimento que transforma vidas Instrutores do Senar Goiás são responsáveis por modificar realidades. Em troca, recebem lições de vida e histórias inspiradoras

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Defensivos do bemUso é considerado fundamental para grande produção

Capacitação diretamente ligada à melhoria de vida

Qualidade na mesa Instrução Normativa prevê mais cuidado com a produção de leite

A nova classe C que vem do campo

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

Instrução Normativa prevê mais cuidado com leite

Qualidade dentro e fora da porteira 29

16Defensivos do bem Uso é considerado fundamental para grande produção

15Encontro de Dirigentes Reunião na Faeg também tratou de prestação de contas anuais e previsão para 2015

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Isabel conta sua história e comemora melhoria de vida, já sonhando integrar a classe CFoto: Larissa Melo

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AGENDA RURAL

25 a 27 de fevereiro 09 a 11 de fevereiroEscola de confinamento Assocon 2015

Local: Câmara Municipal de BritâniaHorário: 8h às 18h

Informações: (62) 3432-0395

Encontro Técnicos de Instrutores do Senar Local: Sesc de Caldas Novas

Horário: 8h às 20hInformações: (62) 3096-2200

Horário: 19h30 às 22h

Informações: (62) 3096-2200

2 de fevereiroCidade: Uruaçu

3 de fevereiro Cidade: Formosa

4 de fevereiro Cidade: Catalão

5 de fevereiroCidade: Morrinhos

Seminários de Comercialização

e Mercado Agrícola 2015

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FIQUE SABENDO

Deputado federal suplente, José Mário é diplomado em Goiânia

“Este diploma é de vocês”, afir-

mou José Mário, presidente da Fe-

deração da Agricultura e Pecuária de

Goiás (Faeg). Ele emocionou parcei-

ros e militantes que o aguardavam

descer do palco após a cerimônia de

diplomação realizada pelo Tribunal

Regional Eleitoral (TRE) de Goiás no

dia 19 de dezembro. Candidato a de-

putado federal nas eleições de 2014,

Schreiner recebeu 71.832 votos em

244, dos 246 municípios do Estado,

que o levaram à terceira suplência da

Câmara Federal.

“Se tem um princípio que aprendi

desde muito cedo foi a gratidão. Meus

pais me ensinaram, ainda criança, a

agradecer pela comida, pela vida, por

tudo que recebemos de Deus todos os

dias. Eu não poderia, portanto, deixar

de agradecer a todos que acreditaram

no nosso projeto e dedicar esse diplo-

ma aos amigos de todo o Estado que

nos apoiaram”, declarou José Mário.

A cerimônia reuniu governador, vice-

-governador, senador, deputados esta-

duais e federais e suplentes eleitos nas

eleições deste ano.

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Lançado pela Federação Pana-

mericana de Leite (Fepale), o livro

“Lácteos: produtos essenciais para o

ser humano” reúne diversos artigos

científicos, apresentando evidências

recentes que demonstram o valor

nutritivo dos produtos lácteos. Na

publicação, especialistas de renome

apresentaram uma ampla gama de

evidências científicas sobre os bene-

fícios do consumo de produtos que

vem do leite. Além disso, nas páginas

do livro o leitor vai encontrar as ca-

racterísticas químicas e a composição

de produção e industrialização que

proporcionam para o consumidor um

produto final de maior qualidade do

ponto de vista nutricional. Também

compõem a publicação temas como

a importância das campanhas de pro-

moção do consumo dos lácteos e do

consumo do leite para a prevenção

de doenças como câncer, diabetes e

enfermidades cardíacas.

Qualidade do leite

PESQUISA

REGISTRO ARMAZÉM

Pesquisa testa fruticultura orgânica em larga escalaSistemas orgânicos de produção de diferentes fru-

tas estão sendo construídos de forma pioneira pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-pa) com base em experimentos instalados na Chapa-da Diamantina (BA). Todos são resultados de um pro-jeto realizado em parceria com a empresa Bioenergia Orgânico no Município de Lençóis que experimenta so-luções para a produção de orgânicos em larga escala.

Entre as culturas, os resultados mais rápidos foram ob-servados no abacaxi, fruta na qual o trabalho desenvolve um sistema de produção para duas cultivares: a Pérola e a

BRS Imperial, cuja principal característica é a resistência à fusariose - mais importante doença da cultura, que chega a causar 100% de perda da lavoura. Outra vantagem da variedade é não conter espinhos na coroa e na folha, o que facilita o manejo e reduz custos e risco de acidentes. A qualida-de dos frutos tem surpreendi-do a equipe. No caso do abacaxi Pérola, eles apresentaram média de peso entre 1,6 kg e 2 kg.

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PROSA RURALFr

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Pedro Arraes é presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e

Pesquisa Agropecuária (Emater)

Ensinando a pescar

Em tempos de dist ribuição de peixes, ensinar a pescar é uma tarefa árdua. À frente

da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesqui-sa Agropecuária (Emater) desde o início do ano, o pesquisador Pedro Antônio Arraes Pereira é o entrevis-tado da revista Campo deste mês. A escolha de Arraes para o cargo atendeu aos requisitos de excelência acadêmica – ele possui graduação em

Engenharia Agronômica, mestrado em Genética Vegetal e doutorado em Genética Vegetal - e experiência em gestão – foi presidente da Embrapa Nacional e pioneiro do programa de melhoramento genético, que resultou no lançamento de novas variedades de feijão, na Embrapa Arroz e Feijão.Ainda colocando a casa em or-dem, ele fala sobre suas expecta-t ivas em relação à extensão rural e sobre como pretende gerir a pasta.

Michelle Rabelo | [email protected]

Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]

Revista Campo: Qual a impor-

tância da Emater no contexto do

desenvolvimento rural em Goiás?

Pedro Arraes: A Emater tem

uma importância estratégica, pois

é a única rede com ações colabo-

rativas na maioria dos municípios

goianos. Se imaginarmos que dos

119.000 estabelecimentos rurais em

Goiás temos 52.167 estabelecimen-

tos rurais com renda bruta média

em torno 0.7 salários mínimos, e

38.790 estabelecimentos com renda

bruta média em torno de 4,7 salários

mínimos. Esses números mostram a

importância de uma Emater forte,

e o nosso desafio em transformar

esses produtores da classe de baixa

renda na classe média rural.

Revista Campo: A nova minis-

tra da Agricultura, Kátia Abreu,

disse recentemente que uma de

suas metas é promover a ascensão

da classe D para a classe C forne-

cendo aos produtores rede de as-

sistência técnica e extensão rural.

Como fazer isso?

Pedro Arraes: Temos que criar

programas estruturantes e ter dis-

cussões nas regiões identif icando

as reais necessidades e gargalos

dos produtores, que muitas vezes

estão ligados às imper feições do

mercado, em vez de gargalos tec-

nológicos. Essa rede permanente

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que a Emater tem um papel de ar-

t iculação com todos os agentes nos

municípios, sendo essencial para o

sucesso dessa meta da minist ra.

Revista Campo: A partir de

março, o Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural (Senar) po-

derá oferecer assistência técnica

por meio do Ater – com verba do

governo federal. Como o senhor

enxerga essa mudança?

Pedro Arraes: O Brasil é um

país continental, e com regiões di-

versas e complexas em termos

de renda, cultura e diversidade

de ecossistemas. Assim quanto

mais atores estiverem envolvidos

no processo de assistência técni-

ca, mais rápido poderemos fazer a

nova revolução verde que é t rans-

formar a vida dessas pessoas que

vivem no campo ainda sem renda,

e segurança alimentar. O impor-

tante é que haja uma integração

verdadeira desses atores para que

cada um possa contribuir de forma

ef iciente e complementar.

Revista Campo: Na prática,

representantes da agropecuária

dizem que existe um vazio entre

a pesquisa e o produtor rural. Ou

seja, não há técnico agrícola para

fazer a leitura de como deve ser

aplicado no campo as tecnologias

desenvolvidas em laboratório.

Como resolver esse impasse?

Pedro Arraes: Essa integração

é essencial e temos que construir

essa rede robusta de assistência

técnica que seja alimentada por

um núcleo de inteligência est ra-

tégica que decodif ica os conheci-

mentos da pesquisa e permita que

esses novos conhecimentos sejam

validados nas diferentes realidades

regionais. Esse é um dos projetos

est ruturantes da Emater Goiás a

serem no momento.

Revista Campo: Estudo re-

cente efetuado pela Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás

(Faeg) revela que para se ter uma

assistência técnica que atenda a

demanda atual serão necessários,

no mínimo, 3 mil técnicos das

áreas de Ciências Agrárias e Hu-

manas distribuídos nos 246 mu-

nicípios goianos. Como o senhor

pretende trabalhar para aumen-

tar esse efetivo?

Pedro Arraes: Estamos ten-

tando criar programas estruturan-

tes que possam ter grande capila-

ridade para todo território Goiano.

Sabemos das def iciências que te-

mos no nosso quadro de técnicos.

Acredito que com programas que

sejam importantes para o estado

de Goiás e para sociedade Goiana

poderemos ter uma renovação im-

portante nas nossas competências.

Temos que inovar e criar meca-

nismos mais ágeis de t ransferên-

cia de tecnologia e comunicação

além de est reitar parcerias com

os diversos atores do processo

com metas, e na busca incessante

por resultados. Finalmente é im-

portante ter uma unicidade nos

projetos de cada inst ituição para

que o mesmo seja implementado

em prol do produtor rural que é o

nosso objet ivo f inal.

Revista Campo: O que os pro-

dutores devem fazer para receber

assistência técnica da Emater?

Pedro Arraes: Emater dispõe

de escritórios em 212 municípios e

na nossa página podem ser encon-

trados os contatos de técnicos para

cada região do estado.

O Brasil é um país

continental, e com

regiões diversas

e complexas

em termos de

renda, cultura e

diversidade de

ecossistemas.

Temos que

criar programas

estruturantes e

ter discussões

nas regiões

identificando as

reais necessidades

e gargalos dos

produtores, que

muitas vezes

estão ligados às

imperfeições do

mercado, em

vez de gargalos

tecnológicos.

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MERCADO E PRODUTO

O mercado de lácteos no

Brasil cresceu muito

nos últimos anos. No

período de 2009 a 2013, o fatu-

ramento do setor, segundo dados

do Euromonitor, aumentou 61%,

passando de R$ 38,6 bilhões para

R$ 62 bilhões. A explicação para

esse excelente desempenho é o

aumento do consumo de leite e

derivados pela classe C. A me-

lhor distribuição de renda am-

pliou o número de pessoas nesse

segmento e elevou o poder de

compra da população. Hoje, o

brasileiro consome anualmente

171 kg de lácteos, segundo dados

do Milkpoint, que ainda apontam

um consumo de 216 quilos na

Argentina, 219 quilos na França

e 257 quilos nos Estados Unidos.

Isso demonstra que há potencial

para ampliar o mercado brasileiro

e o consumo nos próximos anos.

Grande parte do crescimento

do setor é atribuída ao segmento

de queijos, que representa 27%

da indústria de lácteos. No perí-

odo de 2009 a 2013, as vendas

de queijo registraram uma eleva-

ção de 71%. Elas subiram de R$

9,7 bilhões para R$ 16,6 bilhões.

Segundo estudo do Euromonitor,

a população brasileira, com mais

acesso a produtos de maior valor

agregado e mais conhecimen-

to sobre os benefícios do queijo

como fonte de proteínas, elevou

os gastos com o produto. Além

disso, é crescente o número de

marcas fortes que entram nesse

segmento para conquistar uma

fatia do negócio que antes perten-

cia aos queijeiros regionais.

A muçarela e o queijo prato

representam 60% das vendas de

queijos no Brasil. Sua populari-

dade é maior entre os consumi-

dores de baixa renda. O requei-

jão também é muito consumido

pela população. Já as famílias de

renda maior têm grande prefe-

rência pelos queijos provolone,

parmesão e brie. As variedades

com baixa quantidade de gordu-

ras, caso da ricota e do queijo

minas frescal, são outra linha

que agrada cada vez mais aos

consumidores, por causa do au-

mento do número de adeptos de

um estilo de vida mais saudável.

As perspectivas para o mercado

de queijos são muito promisso-

ras. Segundo o Euromonitor, em

2018, as vendas desse segmento

devem atingir R$ 21,6 bilhões,

um crescimento de 30% em rela-

ção a 2013. Os brasileiros devem

incorporar o queijo no consumo

diário e privilegiá-lo por ser um

alimento saudável. É bom lembrar

também que os laticínios tendem

a ganhar em produtividade e efi-

ciência, o que contribui para au-

mentar a produção de lácteos.

Além do queijo, outro mercado

que apresenta boas oportunida-

des de negócios é o de soro de

leite. Por ter alto valor proteico, o

soro é um ingrediente muito uti-

lizado na indústria de alimentos e

bebidas, além de ser uma impor-

tante matéria-prima nas padarias

e confeitarias e até mesmo nos

próprios laticínios.

Outros segmentos que de-

mandam soro de leite são o de

suplementos alimentares e o de

nutrição esportiva. Este último

tem apresentado um excelente

desempenho, com crescimento

de 124% nas vendas no período

de 2009 a 2013, passando de

R$ 206 milhões para R$ 461 mi-

lhões. Cerca de 90% das vendas

de produtos relacionados à nutri-

ção esportiva tem como base a

proteína em pó. Mais uma vez, a

busca por um estilo de vida mais

saudável é o principal fator que

impulsiona esse setor. Até 2018,

ele deverá crescer 73%, atingindo

faturamento de aproximadamen-

te R$ 800 milhões.

Nos próximos anos, é prová-

vel que o setor de lácteos se be-

neficie de um cenário otimista.

Os segmentos de queijos e de

soro de leite são apenas exem-

plos disso. Mudanças de estra-

tégias, desafios operacionais e

fusões e aquisições tendem a

ocorrer. Para aproveitar essas

oportunidades, as empresas

devem estar preparadas, ado-

tando as melhores práticas de

gestão do mercado.

Queijos e proteínas do soro do leite em altaAna Malvestio | [email protected]

Daniela Coco | [email protected]

Ana Malvestio

é advogada, bacharel

em Ciências Jurídicas

e sócia da PwC

Daniela Coco

é engenheira agronômica,

mestre em Gestão de

Negócios e Gerente de

Agribusiness da PwC

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

MINAÇU

RIO VERDE

RIO VERDE

Foi realizado no distrito de Cana Brava, na propriedade de Irley Moreira, em Minaçu, o curso Com Licença, Vou à Luta. Os cinco módulos (Empreendedorismo, Gestão Financeira, Planejamento, Legislação e Liderança) foram realizados entre os dias 4 e 12 de dezembro com o objetivo de proporcionar às nove mulheres participantes noções de gestão para contribuir na melhoria da administração da propriedade, seja como chefe de família ou auxiliando o marido. Participaram do encerramento do curso o presidente do Sindicato Rural de Minaçu, Ian George Carvalho e o mobilizador Antônio Gomes de Aguiar. (Colaborou com a nota: Sindicato Rural de Minaçu).

O Laboratório de Fitopatologia do Sindicato Rural de Rio Verde está intensificando o trabalho de análise da Ferrugem Asiática e, no dia 26 de novembro, realizou um café da manhã com a presença do presidente do Sindicato Rural do município, Walter Baylão Júnior, diretores, coordenadores do laboratório e representantes da Agência Goiana de Defesa Sanitária (Agrodefesa). O serviço disponibilizado pelo Sindicato Rural em parceria com a Universidade de Rio Verde é gratuito. Para saber mais, procure o SR. (Colaborou com a nota: Assessoria de Comunicação do Sindicato Rural de Rio Verde).

Estudantes do curso técnico em Agropecuária participaram do projeto Pronatec Agro, em Rio Verde, oferecido pelo Senar. O principal objetivo do curso é proporcionar aos estudantes o aprimoramento dos conhecimentos, tornando-os profissionais capacitados para tal exercício. A turma é formada por 20 alunos e as aulas foram ministradas no Centro de Treinamentos do Sindicato Rural de Rio Verde. Com uma metodologia multidisciplinar, os estudantes participantes adquiriram conhecimentos sobre prestação de serviços de assistência técnica e gerencial, com qualidade e eficiência. O curso possui carga horária de 240 horas, divididas nos módulos capacitação metodológica, capacitação tecnológica, capacitação gerencial, e empreender no campo. (Colaborou com a nota: assessoria de comunicação do Sindicato Rural de Rio Verde).

Com Licença, Vou à Luta

Laboratório de Fitopatologia

Pronatec Agro

PIRANHAS

Com a participação de 14 produtores, foi realizado na Fazenda São Domingo, propriedade de Jorge Rodrigues, em Piranhas, o treinamento de Piscicultura. O curso foi realizado sob a instrução de Fernando de Souza Teixeira Malamud e com a realização do Sindicato Rural de Piranhas. Durante a formação com carga horária de 24 horas, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre o panorama da piscicultura no Brasil, os sistemas de produção, nutrição e alimentação dos peixes e comercialização. Quem participou também teve a oportunidade de conhecer o processo de construção de tanques e de manejo da qualidade da água. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, mobilizador do SR de Piranhas).

Piscicultura

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PIRANHAS

ALEXÂNIA

Com a participação de 13 pessoas, o município de Piranhas realizou o treinamento de produção de cachaça. O curso, com carga horária de 32 horas, ocorreu no Sítio São João Batista, propriedade de Ana Rosa de Souza, no município de Piranhas. Durante o treinamento, os participantes aprenderam os principais métodos desde a produção até a comercialização do produto sob a instrução de Antônio Geraldo de Souza. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, mobilizador do SR de Piranhas).

O Programa Balde Cheio foi apresentado aos produtores rurais de Alexânia no dia 5 de dezembro, no salão do Sindicato Rural do município. A apresentação contou com a presença de cerca de 40 produtores do município e da região, além do técnico do Balde Cheio, Carlos Eduardo de Carvalho, do supervisor regional, Dirceu Borges, e membros da diretoria do Sindicato Rural de Alexânia. (Colaborou com a nota: Dirceu Borges, supervisor regional)

Produção de Cachaça

Balde Cheio

CORUMBÁ DE GOIÁS

No dia 5 de dezembro ocorreu a primeira visita técnica do programa Balde Cheio no município de Corumbá de Goiás. O encontro foi em uma unidade demonstrativa do Balde Cheio do município e contou com a presença dos produtores integrantes do grupo, do Técnico do Balde Cheio, Carlos Eduardo de Carvalho, além do presidente do Sindicato Rural, José Carlos de Oliveira, e do prefeito de Corumbá de Goiás, Célio Fleury. (Colaborou com a nota: Dirceu Borges, supervisor regional)

Balde Cheio

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PORANGATU

No último dia 10 de dezembro foi realizada a entrega de

certificados do Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego (Pronatec), realizado em Porangatu. O

evento aconteceu no salão do Sindicato Rural de Porangatu

e contou com a participação do supervisor regional, Dirceu

Borges, do prefeito do município, Eronildo Valadares, da

secretária de Ação Social, Vanuza Valadares e dos ofertantes

do Pronatec de Porangatu. Mais de 500 pessoas estiveram

presentes na entrega dos certificados. (Colaborou com a nota:

Dirceu Borges, supervisor regional).

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rang

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Pronatec

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PALMEIRAS DE GOIÁS EDÉIA

RIO VERDE TURVELÂNDIA

Dando prosseguimento às atividades do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), os produtores da Granja Sobral, propriedade de Francisco Gilson, em Palmeiras de Goiás, foram orientados sobre a criação de Suínos entre os dias 1 e 20 de dezembro. O curso contou com a instrução da veterinária Rachel Leão, que ministrou os seis módulos de manejo, além de cinco módulos do curso para gerentes e líderes da granja. Ao todo, foram realizadas 128 horas de treinamento e capacitação dos funcionários na área de criação de suínos. (Colaborou com a nota: Samantha Leandro, técnica-adjunta do Senar Goiás)

Contando com a presença do presidente do Conselho Administrativo Senar Goiás, José Mário Schreiner, e de membros da diretoria da Faeg, foi realizado em Edéia, no dia 3 de dezembro, o curso de Processamento Caseiro de Plantas Medicinais. O evento foi realizado na fazenda de Gilmione Parreira de Sousa e contou com a participação de 15 produtores. Gilmione considerou que a visita do presidente valoriza as ações e a participação dos produtores.

Em parceria com o Sindicato Rural de Rio Verde, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), foi realizado o curso de Bovinocultura de Leite no município de Rio Verde. O evento contou com a participação do presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, e de membros da diretoria da Faeg. Na ocasião, o presidente considerou que os participantes, que estão concluindo o ensino médio, devem se preparar para ingressar no setor que mais cresce no país.

Na Fazenda Santa Maria do Mirante, propriedade parceira do Senar Goiás, sempre aberta para cursos de capacitação de trabalhadores da região de Turvelândia, o presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, e membros da diretoria da Faeg acompanharam o curso de operação de tratores agr ícolas no dia 3 de dezembro. Na ocasião, o presidente cumprimentou os participantes dos cursos e ressaltou a importância dos produtores rurais para o desenvolvimento do país.

Suinocultura Plantas Medicinais

Bovinocultura de Leite Tratores Agrícolas

Sind

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14 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br

Page 15: 2015 02 fevereiro1

Shutt

erDiretores, produtores e presiden-

tes de Sindicatos Rurais se reuniram

no último mês de dezembro, durante

o Encontro de Líderes Empreendedo-

res Rurais 2014. A reunião, realizada

na sede da Federação da Agricultura

e Pecuária de Goiás (Faeg) foi co-

mandada pelo presidente José Má-

rio Schreiner e teve como objetivo a

aprovação das contas da federação e

da previsão orçamentária para 2015.

Além disso, foram apresentados os

principais números e trabalhos de-

senvolvidos pelo corpo técnico e di-

retoria da Faeg ao longo de 2014.

Vice-presidente institucional da Faeg,

Bartolomeu Braz apresentou dados sobre

o trabalho desenvolvido pelos técnicos

da federação que hoje participam de 110

comissões e grupos de representativida-

de dentro e fora da casa. Gerenciando 16

comissões setoriais, os técnicos participa-

ram de 790 reuniões no ano de 2014, uma

média de 131 por pessoa e três por dia.

Entre os temas tratados estiveram

ainda o emplacamento de máquinas

agrícolas, o vazio sanitário da soja e

a necessidade de zelar pelos jovens

para que trilhem os caminhos dos

pais, auxiliando a produção da famí-

lia. Como exemplo, o presidente ci-

tou a realização do Agrojovem, que

reuniu quase 200 jovens em Goiás.

Por fim, Jordana Sara, consultora téc-

nica do Senar Goiás para a área de meio

ambiente tirou dúvidas a respeito do

Cadastro Ambiental Rural (CAR). Ao

longo de 2013 ela participou da capaci-

tação de 4.200 técnicos, com apoio do

Senar Goiás. Jordana alertou para a im-

portância de um bom técnico fazer o Ca-

dastro, incluindo visita à propriedade. A

técnica ainda se disponibilizou a visitar

ainda mais municípios levando informa-

ções a produtores e técnicos da região.

Encontro realizado na Faeg também tratou de prestação de contas anuais e previsão para 2015

Catherine Moraes | [email protected]

Dirigentes se reúnem e fecham balanço de 2014

LÍDERES EMPREENDEDORESLa

rissa

Mel

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Dirigentes se reuniram durante dois dias na sede da federação

Fevereiro / 2015 CAMPO | 15www.senargo.org.br

Page 16: 2015 02 fevereiro1

Com a crescente demanda

mundial por alimentos, o

uso de defensivos agrícolas

nas lavouras é fundamental para

garantir a oferta de produtos para

os consumidores. Por este motivo,

os defensivos químicos são gran-

des aliados da agricultura, mas

exigem uma utilização de forma

consciente, por pessoas treinadas e

orientadas tecnicamente. O mane-

jo racional dos produtos químicos

pode reduzir fortemente o volume

de aplicações e, consequentemen-

te, inibir os problemas gerados pelo

seu uso indiscriminado.

Embora seja visto como vilão,

sobretudo pela população urbana,

o uso dos defensivos agrícolas é o

principal meio para que se consiga

viabilizar a necessária produção em

larga escala. Os cultivos orgânicos,

apesar de extremamente interessan-

tes para nossa alimentação, atual-

mente são escassos e apresentam

um custo muito elevado, o que enca-

rece seus preços aos consumidores,

www.sistemafaeg.com.br

PRAGAS E DOENÇAS

Defensivos agrícolas: aliados da produçãoCondições climáticas do Brasil favorecem surgimento de pragas e doenças

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

16 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br16 | CAMPO Fevereiro / 2015

Page 17: 2015 02 fevereiro1

atendendo apenas alguns nichos da

população brasileira.

O status de vilão do defensivo

agrícola, vem de um histórico de

utilização indiscriminada e incor-

reta destes produtos, realizado ge-

ralmente por produtores rurais com

baixa capacitação técnica. Os pro-

dutos químicos atualmente têm uma

legislação de uso bastante rigorosa,

e desde que sejam cumpridos estes

parâmetros, podem ser utilizados

de forma segura, sem trazer riscos

ao meio ambiente, aos alimentos e

aos humanos.

O consultor técnico do Senar Goiás

para área de cereais, fibras e oleagino-

sas, Cristiano Palavro, explica o moti-

vo de o Brasil ser hoje um dos maiores

consumidores de defensivos agrícolas

no mundo. “O Brasil, além de ser um

dos maiores produtores de alimento do

mundo, possui um clima tropical alta-

mente favorável para o desenvolvimen-

to de pragas e doenças. Grande parte

das outras principais regiões produtoras

no mundo apresentam um inverno mui-

to rigoroso, o que dificulta a multiplica-

ção destas moléstias”, afirma Cristiano.

Essa mesma condição climática

tropical, permite que haja uma in-

tensificação da produção brasileira,

com o cultivo de até três safras em

um mesmo ano. Isso facilita a cria-

ção das chamadas “pontes verdes”,

que favorecem a manutenção de pra-

gas e doenças nas regiões produto-

ras, elevando a necessidade de uti-

lização de mecanismos de controle.

O produtor de soja e milho em Rio

Verde, Adriano Barzotto, afir

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Produtor em Rio Verde, Adriano Barzotto afirma que produtores estão mais cautelosos e conscientes

www.senargo.org.brwww.senargo.org.br Fevereiro / 2015 CAMPO | 17Fevereiro / 2015 CAMPO | 17

Page 18: 2015 02 fevereiro1

ma que a legislação mais rigorosa,

a preocupação com a saúde do tra-

balhador rural, os custos de produ-

ção e a consciência ambiental são os

principais responsáveis pela mudan-

ça de hábito dos produtores rurais.

Ele afirma que a preocupação com

a utilização dos produtos químicos

começa desde a chegada dos defen-

sivos nas propriedades. “O ambiente

onde são armazenados os produtos

são ventilados e não os colocamos

em contato com o piso do galpão, o

que dificulta a contaminação destes

locais e a exposição dos trabalhado-

res”, explica.

Adriano, que também é engenhei-

ro agrônomo, afirma que as caldas

e dosagens precisam ser feitas de

forma correta, o que torna funda-

mental o treinamento dos funcioná-

rios que vão fazer a aplicação. “Tem

produto certo para cada ocasião e

os técnicos tem que estar conscien-

tes disso”, explica.

“Os produtores mais tecnificados

são mais eficientes e as lavouras são

monitoradas, tornando o processo

de aplicação mais rigoroso. Já os

produtores que não são assistidos

pela assistência técnica, tende a uti-

lizar estes produtos de forma mais

desenfreada”, pontua Adriano.

Manejo

Com a aplicação correta das técni-

cas de cultivo e o respeito a legisla-

ção fitossanitária, é possível reduzir

a quantidade de defensivos agrícolas

empregada nas lavouras e manter

a produtividade em alta. Segundo

Leonardo Furquim, Coordenador do

curso de Aplicação de Defensivos

Agrícolas do Senar Goiás, o correto

é fazer um bom monitoramento de

pragas e doenças, verificar o nível de

incidência e escolher o melhor méto-

do de controle. “O correto monito-

ramento e verificação da incidência

das infestações nos permite definir

o momento ideal de fazer as aplica-

ções. Também em muitos casos, é

possível adotar o combate biológico,

inserindo organismos predadores das

pragas que estão causando prejuízo

à lavoura”, afirma Leonnardo.

A assistência técnica realizada por

um agrônomo capacitado é funda-

mental para a eficiência do comba-

te. É ele que vai apontar a dosagem

Cristiano Palavro, consultor técnico do Senar Goiás afirma que as condições climáticas tropicais do Brasil favorecem o aparecimento de pragas e doenças Fr

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Car

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www.sistemafaeg.com.br18 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br18 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br18 | CAMPO Fevereiro / 2015

da natureza A beleza

em seu papel

Av. Euripedes Menezes s/n Qd. 05 Lt. 29/30 Parque Industrial Aparecida de Goiânia - GO CEP 74.993-540 - FONE 62 3945-4221

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ANUNCIO 21X15CM-am.pdf 1 19/02/2015 17:34:26

Page 19: 2015 02 fevereiro1

Capacitação busca diminuir riscosNo ano passado, foram capacitadas 2,5 mil pessoas no curso de aplicação de defensivos agrícolas ofertado pelo Senar

Goiás. O objetivo agora é focar em produtores que se instalaram nas regiões de fronteira agrícola, aonde os cultivos agríco-las são mais recentes e estão em ampla expansão nos últimos anos, além de pequenos produtores e agricultores familiares.

correta a ser aplicada do produto e a forma

ideal de manejo. A aplicação de subdoses ou

superdoses, por exemplo, contribui para a se-

leção de biótipos de pragas resistentes, o que

torna o controle cada vez mais complicado

ao longo do tempo. O que agrava este fato é

que as liberações de novas moléculas de de-

fensivos no Brasil são muito morosas, e com

a perda de eficiência dos produtos existentes

atualmente no mercado, o produtor pode fi-

car sem opções de controle.

O conselheiro do Conselho Regional de

Química (CRQ-12), Elias Divino Saba, afirma

que o produtor deve seguir à risca o manual

de aplicação de cada produto químico. Deci-

sões contrárias podem trazer riscos à saúde

e ao meio ambiente, causando consequências

de difícil reversão.

Segundo Elias, as multinacionais fabrican-

tes de insumos no país investem em tecnolo-

gia para desenvolver produtos com princípios

ativos menos nocivos à natureza e ao homem.

“Quando apresentam um produto muito

nocivo, seu registro pode ser rejeitado pelos

órgãos competentes. A fiscalização do Brasil

também acompanha de perto os periódicos

e estudos de outros países, analisando os pro-

dutos que são proibidos lá fora”, salienta.

Menos agressivosA gerente de stewardship da Bayer Crops-

ciense, Adriana Ricci, ressalta que os produto-

res devem seguir a orientação do fabricante e

ficar atentos à procedência do produto, sendo

sempre adquiridos de distribuidores e reven-

dedores autorizados. “O uso incorreto de pro-

dutos, além de incorrer em risco à saúde hu-mana, animal e ao meio ambiente, contribui para o aumento de resistência de pragas”, diz.

Ela afirma que a empresa investe continua-mente no desenvolvimento de moléculas para alvos específicos e cada vez mais adequados para o meio ambiente e a saúde humana.

Gerente de stewardship da Bayer Cropsciense, Adriana

Baye

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psci

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Fevereiro / 2015 CAMPO | 19www.senargo.org.br Fevereiro / 2015 CAMPO | 19www.senargo.org.br Fevereiro / 2015 CAMPO | 19www.senargo.org.br

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ANUNCIO 21X15CM-am.pdf 1 19/02/2015 17:34:26

Page 20: 2015 02 fevereiro1

Encerrando o ano de 2014, o

Fundo para o Desenvolvimento

da Agropecuária do Estado de

Goiás (Fundepec-Goiás) comemorou

os 25 anos de sua fundação homena-

geando produtores rurais, industriais

e lideranças de entidades ligadas à

agropecuária. Na ocasião, foram lem-

brados ainda os primeiros diretores do

Fundo, assim como as entidades que

hoje o compõe. O evento foi realizado

no Tatersal de Elite do Parque de Ex-

posições Agropecuárias de Goiânia,

no último mês de dezembro e lidera-

do pelo presidente José Magno Pato.

Fundado em fevereiro de 1989, o

Fundepec Goiás homenageia anual-

mente, personalidades que atuam em

prol do desenvolvimento do agronegó-

cio. Nesta edição, o troféu foi entre-

gue a Uacir Bernardes, representando

a Associação Goiana de Avicultura;

Crenilda Francisca das Neves Nasci-

mento, da Associação Goiana de Sui-

nocultores; deputado estadual José

Vitti, como Destaque Personalidade

Pública; Edson Teixeira Filho, como

Destaque na Pecuária de Leite e Rui-

ter Eurípedes Azzi, como Destaque

na Pecuária de Corte. Além deles, re-

ceberam a homenagem os conselhei-

ros da última diretoria da casa: Ricar-

do Yano, Adilon Antônio de Souza,

Altino Loyola e Ronam Antônio Azzi.

Em 2014, o troféu foi uma obra

de arte assinada pelo artista plás-

tico Omar Souto. Todas essas pes-

soas receberam o troféu Funde-

pec-Goiás. É uma obra

de arte assinada pelo

artista plástico Omar

Souto. Trata-se da es-

tatueta de um produ-

tor rural em alumínio

escovado, de 40 cm

de altura seguran-

do uma meda-

lha dourada,

cujas esfin-

ges são boi

de corte,

vaca leiteira,

um suíno e

uma ave.

CELEBRAÇÃO

Evento foi realizado no Tatersal de Elite do Parque de Exposições Agropecuárias, em Goiânia Luiz Carlos Rodrigues | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Fundepec Goiás comemora 25 anos

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Presidente do Fundepec Goiás, José Magno Pato discursa durante festa de congraçamento

20 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br

Page 21: 2015 02 fevereiro1

Fundepec Goiás comemora 25 anos Antenor Nogueira, primeiro

presidente do Fundepec discursa em nome dos homenageados

Homenageados Adilon Antônio, Ricardo Yano, Ronam Azzi e Altino Loyola posam para foto com presidente

Parte de homenageados, e representantes, que fundaram a instituição. No detalhe ao fundo, Dr. Gilberto de Sant’Anna Filho

Edson Teixeira Filho, homenageado na categoria pecuária leiteira ladeado de familiares, Agostinho e Alfredo

Presidente homenageia Ruiter Eurípedes Azzi, destaque na pecuária de corte

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Primeira Diretoria do Fundepec, homenageada

Presidente: Antenor de Amorim Nogueira

Vice-presidente: Luiz Barreto Correia de Menezes

Segundo vice-presidente: Ruy Brasil Cavalcanti Júnior

Diretor Administrativo: Antônio Flávio de Lima (In Memoriam)

Diretor Financeiro: Rubens Marianni

Representante da Faeg: Antônio Rastoldo

Representante da Seagro: Ângelo Rosa Ribeiro

Representante da Delegacia Federal do Mapa: José Magno Pato

Titulares do Conselho Curador: João Bosco Gomes Lousa,

(In Memoriam); Nivaldo Gomes Gerais; e Leandro Botacin

*Além desses nomes, fizeram parte do grupo que im-

plantou o Fundepec-Goiás, João Issassi Yano, (In Memo-

riam); Nilo Margon Vaz, (In Memoriam); Jales Rodrigues

Naves; Manuel Barqueiro e Múcio Borges de Freitas.

Fevereiro / 2015 CAMPO | 21www.senargo.org.br

Page 22: 2015 02 fevereiro1

Por uma vida economicamente mais fácilEm Goiás, o objetivo é alavancar a metade das famílias ruraisinseridas nas classes D E para a C

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

A assentada Isabel Guimarães e

seu marido, Pedro Lobo Gui-

marães, conheceram bem a

realidade de quem vê no trabalho o úni-

co caminho para melhorar de vida. Ela

conta que mudou para os 63 hectares de

terra cravados no Assentamento São Se-

bastião da Garganta, localizado no mu-

nicípio de Silvânia, em 2002. Na época,

venderam o que tinham e pagaram R$

15 mil pela gleba. “Não sabíamos que

não podia vender ou comprar terra de

assentamento na época”, justifica.

Na época, com três filhas em idades

próximas, 16 anos, 14 anos e 13 anos,

Isabel informa que não chegaram

a passar fome, mas diz que viveram

momentos difíceis. O marido buscava

fazer diversos tipos de prestações de

serviços nas proximidades, mas nem

sempre a sorte ajudava. Nessas horas,

batia a insegurança batia. Isabel conta

que não sabiam se conseguiriam ali-

mentar a família nos próximos dias.

Mas Isabel explica que realizaram

alguns cursos, mas achava difícil, já

que muitas vezes o técnico não voltava

à propriedade e as dúvidas impediam

tocar a plantação de forma correta. “A

gente plantava as coisas, nem sempre

dava certo e também não sabíamos

para quem vender”, diz.

Mais recentemente fez um curso de

derivados de mandioca no Negócio

Certo Rural. Ela diz que já começa a

ver o resultado. “O instrutor já veio

aqui outras vezes e tiro as dúvidas na

apostila também. Agora sei quanto cus-

ta o produto e quanto posso vender”,

diz. Ela já plantou mandioca e, quando

não tem o próprio produto, adquire o

tubérculo com outras pessoas e divide a

farinha em 50%. “Metade fica comigo

e a outra metade para o dono da man-

dioca”, diz. Aprendeu a fazer ração e

os frangos da propriedade já engordam

mais rapidamente.

Para quem passou dificuldade, a vida

está economicamente mais fácil. “Teve

mês que vendi farinha e ganhei R$

1.050”, diz. Mas, o habitual, explica,

é ficar com renda mais baixa, mas já

muito bem-vinda à família que agora

está reduzida. “Minhas três filhas já ca-

saram”, afirma.

Em Goiás, o objetivo é alavancar a

metade das famílias rurais inseridas nas

classes D E para a C e promover a as-

censão da metade da classe C para a A

B. Esse salto agregaria valores ano, nos

dias atuais, um total de R$ 8 bilhões

para a economia goiana.

A tarefa não é considerada fácil e

especialistas do setor são unânimes ao

afirmar que identificar a população e

unir entidades públicas e privadas em

um único objetivo comum é o caminho.

Além das três esferas do governo: mu-

nicipal, estadual e federal e das entida-

des de classes é observada a integração

das universidades e do Sistema S.

Para o presidente da Federação da

Agricultura e Pecuária do Estado de

Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a

melhor maneira de identificar esse pro-

dutor rural é criando um cadastro na-

cional único. Isso porque, atualmente,

os produtores rurais têm um cadastro

POBREZA RURAL

22 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br

Page 23: 2015 02 fevereiro1

Isabel fez um curso de derivados de mandioca no Negócio Certo Rural e hoje comemora a melhoria de vida

Laris

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Fevereiro / 2015 CAMPO | 23www.senargo.org.br

Page 24: 2015 02 fevereiro1

para cada programa ou entidade ligada

ao setor. “O IBGE aponta os números

por município, agora precisamos iden-

tificar essas pessoas por CPF”, afirma.

Na prática, para o pesquisador da

Embrapa, Eliseu Alves, a melhor forma

de identificar os produtores rurais que

rondam a linha da pobreza é com o en-

gajamento dos municípios e sindicatos

rurais. “Todos têm de fazer parte de

uma solução conjunta para acabar com

as imperfeições do mercado”, ressalta.

Segundo o superintendente do Se-

nar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, ao

encontro dessa necessidade, o Senar

Central mudou a missão do órgão em

2014. Anteriormente, explica, a pro-

posta era formar o homem do campo e

agora, a visão é realizar a educação do

homem do campo. “Com isso abriu-se

um leque para que Goiás atinja esse

objetivo”, diz. Ele afirma que tudo

chega ao homem do campo de forma

atrasada. E ainda faltam profissionais

capacitados e treinados para atender a

demanda de produtores carentes tanto

no País quanto em Goiás.

Programas

Alguns programas são considerados

estratégicos para aumentar a gama de

profissionais no campo, despertar in-

teresse no setor rural e, além de ala-

vancar as classes economicamente,

promover a preservação do homem no

campo. O Programa Agrinho, inseri-

do há sete anos nas escolas públicas

pela Faeg, ensina às crianças do ensi-

no fundamental algumas premissas do

trabalho no campo e a importância da

produção dos alimentos e preservação

do meio ambiente.

Já os jovens são amparados pelo Pro-

grama Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego (Pronatec). O pro-

grama estreita a distância entre o setor

produtivo e a comunidade. “São aulas

ministradas no campo, onde os alunos

aprendem no campo e tem contato com

os grãos e a pecuária de leite e corte”,

diz Bassamurfo, que complementa res-

saltando os cursos de Educação À Dis-

tância (EAD) oferecidos pelo programa.

Para o superintendente, esse traba-

lho em conjunto precisa quebrar pa-

radigmas que permeiam o setor rural.

Para que haja rentabilidade e susten-

tabilidade não são necessárias grandes

áreas de propriedade. Ele explica que

é possível melhorar a produtividade

dentro da capacidade de cada produ-

tor. “É muito importante trabalhar o

comportamental deste produtor. Se ele

quer, com assistência e orientação, ele

consegue”, arremata.

Mas especialistas garantem o ge-

renciamento é tão importante quanto

a implantação da assistência técnica

para alavancar as classes rurais. Plani-

lhas de custos, inventário, controle da

propriedade precisam ser inseridos na

rotina dos produtores. Eurípedes infor-

ma que o produtor rural também pre-

cisa se organizar.

Na opinião do pesquisador da Embra-

pa, Eliseu Alves, de forma geral, esse

movimento das classes sempre ocorreu

Para o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, a melhor maneira de identificar esse produtor rural é criando um cadastro nacional único

O superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo explica que o Senar Central mudou a missão do órgão em 2014

Fred

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24 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br

Page 25: 2015 02 fevereiro1

no meio rural do País. Ele explica que

a classe média tem uma mobilidade

maior, retraindo ou expandindo, depen-

dendo da situação econômica do País

e da rentabilidade dos produtos cultiva-

dos. “O que o Ministério da Agricultura

está propondo é acelerar essa alavan-

cagem de classes”, pontua. Ele salienta

que existe uma imperfeição no mercado

que achata as possibilidades do peque-

no produtor a alcançar níveis mais ele-

vados de rentabilidade. O argumento é

que a pequena produção é vendida a

um preço mais baixo, enquanto que os

valores dos insumos são elevados. “A

agricultura moderna não é rentável para

essa população”, explica.

A saída, conforme ele, seria dissolver

essas imperfeições do mercado com a

criação de um número maior de coope-

rativas e associações de produtores em

todo o País. Para tanto, são indispen-

sáveis as presenças do poder público e

sindicatos rurais. “O Sul do País faz isso

muito bem. Acredito que primeiro seja

necessário resolver esses problemas,

para depois oferecer assistência técni-

ca. É preciso que as pessoas se unam

para adquirir produtos a menor preço

para vender a um maior preço”, ensina.

Mas ele explica que há um contingen-

te extenso de famílias, cujo tratamento

deve ser diferenciado e individualizado.

Ele lembra que alguns produtores vi-

vem em situação de extrema pobreza,

sobretudo na Região Nordeste do País

(embora lembre que existam famílias

semelhantes em todas as regiões), que

precisam, inicialmente, serem atendi-

dos com programas de transferência

de renda. “Depois disso, tem de fazer

um diagnóstico individual, verificar que

tipo de atividades agrícolas essas famí-

lias podem desenvolver, individualmen-

te, para depois oferecer ajuda técnica e

de associação”, finaliza.

Lucro que vem do leite

A labuta na propriedade do produtor

de leite, Pedro Deusdeth Pereira, loca-

lizada em São Miguel do Passa Quatro,

era dura. O produtor acordava cedo, às

5h30, tirava sozinho o leite das sete

vacas em lactação. A rotina acabava já

no fim do dia, com o cansaço explícito

de um dia cheio. Mas tudo isso está

longe de ser uma reclamação de Pedro

Deusdeth. O problema era a descren-

ça. O produtor não via muito futuro

naquela lida e já pensava em largar a

atividade. Faltava dinheiro para inves-

timento, para suprir as necessidades

básicas do produtor.

Mas a realidade atual é outra. O pro-

dutor se inseriu no programa Goiás

Mais Leite – Metodologia Balde Cheio

na Cooperativa Agropecuária Mista de

Bela Vista de Goiás (Cooperbelgo) em

setembro de 2011. Com a assistência

continuada da médica veterinária, Pa-

trícia Alesse Teixeira e do engenheiro

agrônomo, Bruno dos Reis, os resulta-

dos são expressivos.

No início do projeto, o produtor lei-

teiro tinha sete vacas em lactação que

produziam, diariamente, 70 litros. Atu-

almente são nove vacas, ou seja, ape-

nas dois animais a mais, mas que ren-

dem 190 litros por dia, um incremento

de 171% da produção. Na prática, esse

é apenas um resultado oriundo de mu-

danças sensíveis, mas simples ocorri-

das na propriedade. Os 7,7 hectares

de área útil de braquiara, foram trans-

formados, com orientação técnica, em

piquetes de 0,7 hectares de mombaça,

em sistema rotacionado. “No pico da

chuva conseguimos ter 10 animais nes-

sa área”, diz Patrícia.

Deusdeth conta que pagava R$ 116

pela tonelada de silagem de sorgo.

Hoje sua propriedade possui 0,9 hec-

tares de cana-de-açúcar, cuja produ-

ção é utilizada para alimentar o gado.

Além de melhorar a alimentação, fo-

ram substituídos alguns animais por

outros de melhor desempenho. Os

bezerros foram vendidos para reverter

em melhorias na propriedade ou aqui-

sição de novos animais. “O desem-

penho de uma vaca bem alimentada

pode melhorar em 50%. Às vezes

também é necessário vender dois ani-

mais para comprar um melhor”, afir-

ma Patrícia. Tudo isso feito em cima

dos resultados financeiros e acompa-

nhamento de gestão. Como o produ-

tor já tinha um financiamento, parte

da renda era repassada ao banco o

Pedro Deusdeth é o exemplo de como a assistência técnica pode promover uma guinada na vida do trabalhador rural

Fred

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arav

alho

Fevereiro / 2015 CAMPO | 25www.senargo.org.br

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que gerou dificuldades econômicas

em alguns momentos.

No início do projeto, foi realizado

um inventário da propriedade de Pedro

Deusdeth que preenchia apenas algu-

mas linhas, cujos principais bens eram o

tanque de expansão para leite e o apa-

relho de cerca elétrica. Atualmente in-

tegram também a lista: triturador, orde-

nhadeira, além de benfeitorias em toda

a infraestrutura da pequena proprieda-

de como galpão e curral. Na prática, a

planilha dos resultados econômicos da

atividade implantada pelo programa é

totalmente ascendente. A evolução das

sobras do fluxo de caixa foi de 127%, o

patrimônio (11,96%) e a renda da venda

do leite melhorou 44%, por exemplo.

Segundo a veterinária não há mági-

ca, mas não também não há nenhuma

receita de bolo. O segredo é a assis-

tência técnica continuada, a gestão do

negócio e, sobretudo, potencializar as

características da propriedade. “É feito

o máximo com aquilo que o produtor

tem e só depois buscamos algum recur-

so financeiro”, ensina. Pedro Deusde-

th é o exemplo de como a assistência

técnica continuada e gerenciamento da

propriedade podem promover uma gui-

nada na vida do trabalhador rural. Esse

é o grande objetivo comum das enti-

dades ligadas ao setor: a ascendência

de classe. O desafio recebeu luzes de

holofotes ao ser considerado uma das

principais metas da nova detentora da

pasta do Ministério da Agricultura, a

senadora Kátia Abreu (PMDB).

O objetivo é dobrar o tamanho da

classe média rural brasileira em qua-

tro anos. Para tanto, o foco é proje-

tar a ascensão das classes D E para a

classe C de cerca de 800 mil produto-

res. A chave é o fornecimento de rede

de assistência técnica e extensão rural.

RadiografiaLevantamento da Fundação Getúlio Vargas com base

nos censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) de 2006 aponta que o produtor da classe A corres-

ponde a 12,9% das propriedades goianas e possui renda

mensal superior a R$ 4.083. Na outra ponta, produtores

das classes D E ocupam 63,17% do território produtivo

goiano e ganham menos de R$ 947 por mês. No total são

75.471 propriedades (veja quadro).

Entretanto, a classe mais baixa é desfavorecida também

na contribuição dos impostos. Se por um lado, o impacto

dos impostos para as classes A B é de 3,26% em relação às

despesas, para as classes menos favorecidas, este impacto

é de 5,29%.Manejos que já estão, há anos, incutidos no

dia a dia de médios e grandes produtores goianos, por

exemplo, ainda são realidades distantes para a maioria das

propriedades rurais goianas.

Conforme estudo, somente 2% dos produtores das clas-

ses D E fazem inseminação artificial e 30% recorrem à

adubação para correção do solo. Um total de 77% não

tem acesso à assistência técnica. O gerente de assuntos

técnicos e econômicos da Faeg, Edson Novaes, afirma que

esses indicadores apontam a fragilidade dessas classes e,

por outro lado, o grande potencial de crescimento. “Nosso

maior desafio é fazer uma grande parceria, estadual, mu-

nicipal e federal. Essa ação conjunta precisa do apoio das

entidades de classes do setor público e privado, do Sistema

S e universidades para montarmos uma grande rede de

assistência técnica”, diz.

Radiografia da população rural goianaA renda mensal do grande produtor de Goiás (clas-

se A e B) é acima de R$ 4.083 por família. A renda

mensal do médio produtor (classe C) entre R$ 947 e

R$ 4.083 e corresponde 23,9% das propriedades. Já

a classe D E, cuja renda familiar é inferior a R$ 947,

correspondem 63,16%. Área média do produtor das

classes A B é de 791 hectares, da classe C é de 177

hectares e das classes D E, a média é de 92 hectares.

Produtores das classes A B são responsáveis por 84%

do valor bruto, de produção, da classe C é responsável por

11%. Já as classes D E são responsáveis por apenas 5% do

valor bruto de produção.

Características das classes D E rural em Goiás 30% dos produtores fazem

adubação

2% dos pecuaristas realizam

inseminação artificial

19% dos produtores das classes

fazem algum tipo de investimento

77% não recebem nenhuma

orientação técnica

88% não possuem nenhuma má-

quina e implementos

12% têm acesso ao crédito

Fontes: FGV/IBGE

26 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br

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Fevereiro / 2015 CAMPO | 27www.senargo.org.br

EDUCAÇÃO NO CAMPO

Instrutores do Senar Goiás são responsáveis por modificar realidades

Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]

Conhecimento que transforma vidas

Disseminar conhecimento e,

em troca, receber grandes

histórias. Essas duas com-

binações fazem parte do trabalho

cotidiano dos instrutores do Ser-

viço Nacional de Aprendizagem

Rural em Goiás (Senar Goiás) ao

percorrer os quatro cantos do esta-

do. Os Profissionais de diferentes

áreas, como veterinários, engenhei-

ros agrônomos e artesãos, são os

responsáveis por levar mais infor-

mações, aper feiçoamento e profis-

sionalização aos produtores rurais

de Goiás, além de proporcionar

melhoria signif icativa na qualidade

de vida de diversas famílias.

Ao todo, o Senar Goiás con-

ta com mais de 260 instrutores,

de diferentes idades e gêneros

que são responsáveis por mi-

nist rar t reinamentos de curta e

média duração, além dos cursos

do Programa Nacional de Aces-

so ao Ensino Técnico e Emprego

(Pronatec) em Goiás. Entre esses

prof issionais, Andres Peter Brito,

40, leva conhecimentos ao cam-

po referentes à Segurança do Tra-

balho, Prevenção no Manuseio de

Agrotóxicos e Máquinas Agr íco-

las e sobre a Norma Regulamen-

tadora (NR) 31. O instrutor faz

questão de ressaltar que o t raba-

lho baseia-se em uma troca, em

que a ajuda acaba sendo mútua.

“Essa é a grande diferença do Se-

nar porque quem participa está

querendo aprender. Então, somos

vistos como uma pessoa de gran-

de valor, somos muito valoriza-

dos pelo aluno”, comenta.

Com trabalho cuidadoso, instrutores ensinam a melhor forma de lidar com o campo

Fred

ox C

arva

lho

www.senargo.org.br Fevereiro / 2015 CAMPO | 27

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Entre as diversas histórias lembradas

no decorrer dos sete anos como instru-

tor, a que mais emociona Andres ocor-

reu em um dos momentos mais difíceis

de sua vida, ainda no início da carreira.

Na ocasião, o irmão do educador foi

morto em um acidente na cidade de

Atlanta, nos Estados Unidos. Sem con-

dições de chegar a tempo para o veló-

rio, Andres decidiu ser instrutor de For-

mação e Produção de Pomar Caseiro

em Santa Izabel. “Como estava preso

em casa, pensei que se ficasse parado

poderia ficar mais louco e fui traba-

lhar”, explicou. Ao chegar no local, An-

dres teve uma surpresa. Ao término da

ação foi abordado por uma senhora que

no decorrer do curso apresentou traços

de abatimento. “Ela disse que salvei a

vida dela porque estava deprimida e até

pensava em até se matar. Com o trei-

namento, começou a cuidar das plan-

tinhas dela e isso me marcou muito”,

conta emocionado.

Outro que tem muita história para

contar como instrutor é Tayrone Freitas

Prado, 26. Mestre em Nutrição e Repro-

dução de Ruminantes pela Universida-

de Federal de Goiás (UFG), o

educador lembra que já acom-

panhou muitos alunos a conse-

guirem empregos a partir dos

cursos ministrados e outros que

saíram do caminho das drogas.

“Em Itajá, teve uma senhora

que não trabalhava e que foi

contratada com carteira assi-

nada a partir do momento em

que fez um dos treinamentos.

Vemos que isso faz a diferença

na vida das pessoas”, lembrou.

Em vista das histórias con-

tadas pelos produtores, o pre-

sidente da Federação da Agri-

cultura e Pecuária de Goiás

(Faeg), José Mário Schreiner,

também lembra que o empe-

nho em transmitir conheci-

mentos por parte dos instrutores do

Senar Goiás é fundamental para me-

lhorar a qualidade de vida dos produ-

tores por meio do trabalho. “O Senar

conta com um time de técnicos e ins-

trutores que, sem dúvida nenhuma, é

um dos melhores do Brasil. Em cada

profissional, temos uma pessoa que,

além de muito capacitada, encara o

seu trabalho como uma verdadeira

missão”, declarou o presidente.

Seleção e qualificação dos técnicos

A proposta de mudança de vida pas-

sa pela qualificação

e a seleção dos pro-

fissionais pelo Senar.

Segundo o gestor do

Departamento Téc-

nico do Senar Goiás,

Flávio Henrique Silva,

foi realizado em 2013

uma chamada pública

para o credenciamento

de profissionais com

validade de três anos.

“Nesse processo há

algumas etapas que compreendem a

habilitação da empresa, a análise cur-

ricular de candidatos a professores e

educadores e a aplicação de avaliações

para mensurar a capacidade de repassar

conhecimento”, explica Flávio Henrique.

O gestor do departamento técnico tam-

bém ressalta que, quando identificado a

necessidade de atualização técnica ou de

nivelamento em alguma área, os instruto-

res passam por capacitações para alcan-

çar a excelência. “Em algumas situações,

enviamos esses profissionais para con-

gressos, seminários ou treinamentos. Em

2014, mandamos pessoas para o Mato

Grosso, São Paulo e outros estados em

busca dessa perfeição”, comentou.

Seguindo a ideia de aperfeiçoamento,

entre os dias 9 e 11 de fevereiro ocorre-

rá o Encontro Técnico de Instrutores do

Senar Goiás, em Caldas Novas, com o

objetivo de levar conhecimento e apre-

sentar as metas para 2015. Segundo o

Superintendente da instituição, Eurí-

pedes Bassamurfo, essa parceria com

profissionais preparados é fundamental

para levar mais educação ao homem do

campo. “Acreditamos que tudo o que

estamos plantando resultará em frutos

melhores para os produtores rurais. Para

isso, precisamos dos instrutores para

atender a educação e, principalmente, a

formação profissional dos produtores e

trabalhadores rurais”, ressalta.

Andres encontrou forças para superar perda durante treinamento em Santa Izabel

Eurípedes: o encontro objetiva preparar os instrutores para o futuro da educação

Laris

sa M

elo

Laris

sa M

elo

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Fred

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Fred

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lho

SANIDADE

Instrução Normativa prevê mais cuidado com a produção

Michelle Rabelo | [email protected]

Leite com qualidade dentro e fora da porteira

Desde que expressões como

alimentação saudável e es-

tilo de vida natural caíram

nas graças da população, os cuida-

dos com o que se coloca na mesa

vêm aumentando. Nem os alimen-

tos que são velhos conhecidos da

dieta conseguiram escapar. Exem-

plo é o leite, que além de consu-

mido sozinho, é base para vários

outros alimentos. Foi assim que a

Mimosa foi inserida em um intenso

processo de profissionalização.

Agora, a aprovação da Instrução

Normativa (IN) 62 pelo Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abaste-

cimento (Mapa) – que regulamenta

os novos parâmetros de qualidade

para o leite nacional – ascendeu o

alerta de quem produz o alimento.

“Eles têm até 2016 para se adequa-

rem, mas a maioria já trabalha com

parâmetros de qualidades bastante

satisfatórios”, pontua o coordena-

dor do programa Balde Cheio do

Serviço Nacional de Aprendizagem

Rural em Goiás (Senar Goiás), Mar-

cos Henrique Teixeira.

A regra veio para substituir a IN

51 e muda os parâmetros para a

Contagem Bacteriana Total (CBT)

– que agora deve ser de 100 mil

unidades formadoras de colônias

(UFC/ml)- e a Contagem de Células

Somáticas (CCS) – que passa a ser

de 400 mil por mililit ros (CS/ml).

As mudanças se referem ainda aos

itens que dizem respeito à qualida-

de como ordenha, higienização e

armazenamento. A CBT mensura o

grau de higiene durante a ordenha

e a CCS monitora a incidência de

mastite – principal doença infecto-

contagiosa - nos rebanhos.

Para auxiliar o produtor a se ade-

quar, o Senar Goiás tem dado des-

taque especial em suas ações de

Formação Prof issional Rural (FPR)

na área de pecuária de leite, e tam-

bém dentro do programa Leite Le-

gal, à apresentação e explicação

Fevereiro / 2015 CAMPO | 29www.senargo.org.br

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da IN 62. Marcos Henrique expli-

ca que o planejamento é realizado

de acordo com a demanda e que

a procura é relativamente grande.

Em 2012 foram minist rados pelo

Senar Goiás um total de 167 t rei-

namentos na área, o que resultou

em 1.864 pessoas capacitadas.

Em 2013 foram 131 treinamentos

e 1.477 capacitados. Por f im, em

2014 a entidade regist rou 147 t rei-

namentos e 1.727 capacitados.

Dentro dos cursos do tipo FPR,

o coordenador destaca o de Bovi-

nocultura de leite/Qualidade do

leite, que traz em sua grade, além

de conhecimentos sobre as Instru-

ções Normativas 51 e 62, princípios

de fisiologia da glândula mamária,

obtenção higiênica do leite, higie-

nização e limpeza do equipamen-

to e local de ordenha, diagnóstico,

tratamento e controle da mastite e

noções de preservação ambiental e

segurança no trabalho.

Produção

O Brasil é o sexto maior produ-

tor mundial e a produção de leite

cresce 4,5% ao ano. Já Goiás é a

quarta potência do ranking leitei-

ro nacional. A produção goiana é

de 3,5 bilhões de litros por ano, e

consome-se aqui apenas 20% deste

total. O restante é comercializado

para outros estados e alguns países

em forma de leite em pó, leite longa

vida ou produtos derivados, como

queijos, manteiga e iogurtes.

Segundo a Cooperativa Mista dos

Produtores de Leite de Morrinhos

(Complem), a capacidade industrial

goiana gira em torno de 16 milhões.

Essa produção representa 10,8%

da produção brasileira. A estimati-

va é a de que o Estado detenha 60

mil pecuaristas de leite, sendo que

mais de 220 mil pessoas encon-

tram-se envolvidas na atividade,

que movimentou R$ 3,8 bilhões nos

246 municípios goianos, em 2013.

Decréscimo na contagem bacteriana total máxima esperado com o PNQL

A partir de 01/01/2012 a 30/06/2014 - Regiões Centro-Oeste, Sudeste

e Sul. A partir de 01/01/2013 a 30/06/2015

- Regiões Norte e Nordeste.

A partir de 01/07/2014 a 30/06/2016 regiões Centro-Oeste, Sudeste

e Sul. A partir de 01/07/2015 a 30/06/2017

- Regiões Norte e Nordeste.

A partir de 01/07/2016 Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A partir

de 01/07/2017 - Regiões Norte e Nordeste.

600.000 UFC/ml 300.000 UFC/ml 100.000 UFC/ml

Decréscimo na contagem de células somáticas esperado pelo PNQL

A partir de 01/01/2012 a 30/06/2014 - Regiões Centro-Oeste, Sudeste

e Sul. A partir de 01/01/2013 a 30/06/2015

- Regiões Norte e Nordeste.

A partir de 01/07/2014 a 30/06/2016 regiões Centro-Oeste, Sudeste

e Sul. A partir de 01/07/2015 a 30/06/2017

- Regiões Norte e Nordeste.

A partir de 01/07/2016 Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A partir

de 01/07/2017 - Regiões Norte e Nordeste.

600.000 células/ml 500.000 células/ml 400.000 células/ml

Alimentação e controle da qualidade são feitos também dentro da sala de ordenha

30 | CAMPO Fevereiro / 2015

Page 31: 2015 02 fevereiro1

Mesmo diante de números tão

positivos, o presidente da Com-

pem, Joaquim Guilherme, alerta

para o fato de que Goiás está per-

dendo lugar no ranking nacional

de maiores produtores para outros

estados. “Embora nós reunamos to-

das as condições necessárias para a

atividade leiteira como terras pro-

pícias, disponibilidade de água e

energia elétrica, boa malha viária,

bom rebanho, fartura de grãos e

grande número de laticínios, esta-

mos perdendo espaço aos poucos.

Acredito que para reverter essa

tendência precisamos trabalhar em

várias frentes: preparar melhor a

sucessão familiar nos modelos tra-

dicionais e nas unidades de econo-

mia familiar e investir em formação

de mão de obra de proprietários e

funcionários, criando gestores que

possam utilizar toda informação e

tecnologia existente”, argumenta.

Ele lembra que o grande poten-

cial do Brasil está nos agricultores

familiares. Mas segundo especia-

listas é aí que mora o problema.

A maioria não tem capital para in-

vestir, acesso a informações e as-

sistência técnica para orientá-los

periodicamente. Mesmo assim, o

que anima o coordenador do Bal-

de Cheio, Marcos Henrique, é saber

que o produtor goiano se desdobra

e se destaca entre tantos outros

que tiram do leite o sustendo da fa-

mília. É o caso de Herman Meyer,

produtor referência em qualidade

do leite no município de Itaberaí.

Produção nota 10

Com o idioma ainda em constru-

ção, o suíço Herman Meyer, produz

leite no município de Itaberaí e ser-

ve de exemplo no que diz respeito à

qualidade do alimento. Com a ajuda

da filha Mônica Meyer, ele produz

1.350 litros/dia e brinca “Nós é que

engordamos o gado”, fazendo refe-

rência ao ditado popular “É o olho

do dono que engorda o gado”. Mô-

nica ajuda o pai e explica “vamos

todos os dias no curral, pelo menos

na hora das ordenhas” – a primeira

acontece ao amanhecer e a segun-

da às 15 horas.

Mônica, que é administ radora de

empresas e técnica em Agronomia,

diz que o segredo para o sucesso é

a disciplina. Ela divide o cuidado

com a produção do leite em três

etapas: o manejo da pastagem e

dos animais – que é a alimentação

do gado -, a ordenha e o cuidado

com o produto f inal. Na fazenda

Palmital, com área total de 83 al-

queires, são criadas 560 cabeças

de gado leiteiro, sendo 112 em lac-

tação. “O pasto está sempre ver-

dinho, a água fresca e uma área

sombreada para os animais des-

cansarem é regra por aqui. O nos-

so objetivo é que eles não f iquem

estressados”, explica Mônica.

Na etapa da ordenha o cuidado

por parte de Herman e Mônica não é

diferente. “Vaqueiros e ordenhado-

res são treinados. Nesse ponto quem

nos auxilia é o Senar Goiás, além da

própria Piracanjuba – empresa eu

compra toda a produção dos Meyers

– que oferece cursos de capacitação,

reciclagem e melhoramento”, conta.

A ordenha é feita em uma sala espe-

cífica na qual também faz-se o teste

da caneca. “Os melhores animais

são ordenhados primeiro – ao todo

são seis conjuntos de ordenhadeiras

– para evitar contaminação. No lo-

cal também é feito o pré-dipping e o

pós-dipping.

Outro cuidado de Mônica e Her-

man é ordenhar os animais com

Fred

ox C

arva

lho

Fred

ox C

arva

lho

Fevereiro / 2015 CAMPO | 31

Page 32: 2015 02 fevereiro1

mastite quatro vezes por dia.

“Quando a mastite está avançada,

utilizamos uma pomada específ i-

ca, mas em caso contrário deixa-

mos que o sistema imunológico do

animal se recupere naturalmente”,

pontua a f ilha do produtor.

Quanto à substituição da IN 51

pela IN 62, Mônica é enfática: “não

estamos preocupados, pois já tra-

balhamos aqui com um ponto de

corte bem abaixo do exigido. A

CCS acima de 100 é considerada

ruim. Acima de 200 já entramos

com antibiótico. Estamos sempre

de olho”. Já a análise da CBT é feita

quinzenalmente pela Piracanjuba.

Eles f icam de olho na qualidade e

o consumidor de olho nas delícias

que vêm do leite.

Mesmo diante de propriedades

como a da família Meyer, o presi-

dente da Complem, Joaquim Gui-

lherme, faz questão de lembrar o

Goiás ainda precisa melhorar muito

no aspecto de conscientização de

toda a cadeia produtiva. “Temos

que alertar os produtores sobre a

importância de se produzir, acon-

dicionar, transportar e fabricar o

leite dentro de critérios e padrões

que possibilitem a produção de

produtos com qualidade. Somente

assim teremos condições de com-

petitividade para participarão de

mercado internacional”.

Mônica e o pai, Herman Meyer, dividem a opinião de que “o olho do dono engorda o gado”

Fred

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arva

lho

Fred

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arva

lho

Reconhecimento que ultrapassa as fronteiras de Goiás Ganhador do prêmio “A Qualidade do Leite Come-

ça Aqui”, o pecuarista Eduardo de Souza Iwasse, da

Fazenda Areias em Piracanjuba, leva o nome de Goiás

para todo o Brasil. A premiação foi criada pela DSM

Tortuga para destacar pecuaristas por índices que mos-

trem o padrão de qualidade da produção, como con-

tagem de células somáticas (CCS), contagem bacteria-

na total (CBT), gordura e proteína. Na propriedade de

Eduardo, animais das raças Gir e Girolando foram sen-

do selecionados para formar um criatório com grau de

sangue 7/8 e alta produção. Atualmente, são 65 vacas

em lactação com produção média diária de 17 litros.

32 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br

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DELÍCIAS DO CAMPO

* Receita enviada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira

Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200

Cristi

ano

Ferr

eira

PUDIM DE MARIA-MOLE

PREPARO:

Coloque o leite quente no liquidificador e a maria-mole e bata por 3 minutos. Em seguida, acrescentar o leite condensado e o creme de leite, bater por mais 3 minutos. Por fim, coloque em forma caramelizada. Leve para geladeira e sirva gelado.

INGREDIENTES:

• 1 lata de leite condensado• 1 lata de creme de leite• 3 latas de leite • 2 caixas de maria-mole sabor coco

Fevereiro / 2015 CAMPO | 33www.senargo.org.br

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CASO DE SUCESSO Fr

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Uma família que não abandona mais a propriedade em tempos de crise do lácteo Gilmara Roberto | [email protected]

Bons de leite

Há dois anos no Programa Goiás Mais Leite, a produção de Emerson e Lucilene cresceu de 15 para 220 litros por dia

www.sistemafaeg.com.br34 | CAMPO Fevereiro / 2015

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No meio do mar alto de soja que se movimenta pelas terras do município de Portelândia, brota

uma pequena fonte do mais puro lei-te. Alimento que não só esguicha das tetas das vacas, mas também brota das mãos de uma família que já enfrentou mais de uma primavera de dificulda-des, mas não desiste da lida no cam-po. Que continua porque conta o gos-to pela terra que só tem quem cresceu na roça. E que, há dois anos, deixou de sub-viver na terra para viver do leite.

A alguns poucos quilômetros de dis-tância de Portelândia, uma estrada de chão riscada sobre a soja à esquerda da BR-364 leva às terras que Emerson e Lucilene Pereira conheceram há nove anos. No início da atividade, chegaram a produzir mais de 600 litros por dia na propriedade do pai de Emerson, mas a venda do leite não compensava os cus-tos da produção. Era trabalho que não virava lucro e vida tocada num ciclo que, de tempos em tempos, terminava com a família voltando para a cidade.

“É que eu fui criada na fazenda e gosto mesmo é de fazenda”, diz Luci-lene Pereira quando justifica porque sempre voltava para a roça. Esse gos-to pela vida no campo leva à verdade de sua família, que só quer um destino em que suas vidas sejam sustentadas pelo trabalho no campo. E porque têm fé e acreditam no que fazem, em 2013, procuraram assistência do Programa Goiás Mais Leite – Metodologia Balde Cheio, realizado pelo Senar Goiás em parceria com a Prefeitura de Portelândia.

Com dez vacas, sendo seis em fase de lactação e produzindo 15 litros por dia, Emerson precisava se dedicar a outros dois empregos para sobreviver. Hoje, não precisa mais trabalhar 19 horas por dia ou muito menos pedir ajuda da família para dar conta das despesas. Com a assistên-cia de André Carlos Rezende, técnico do Goiás Mais Leite, a família Pereira já chegou a produzir 220 litros de leite por dia com o mesmo número de animais.

Aumento da produção que já permi-tiu grandes aquisições para a Fazen-da Rio Verde. Os rendimentos per-

mitiram a compra de ordenhadeira, tanque para armazenagem do leite e de triturador de milho, usado na pro-dução própria da ração dos animais.

Em cada número lançado nas planilhas de gerenciamento, Emerson tem hoje os registros da produção e os resultados de um trabalho mais seguro. Em tempos de baixos preços do leite, como os de ago-ra, ele não precisa mais vender parte do rebanho para custear despesas e fazer as malas e arrumar trabalho na cidade para não faltar comida em casa. “Eu já esti-ve, como muitos estão hoje, pensando em abandonar a atividade. Hoje, o pre-ço do leite é ruim, porque eu deixo de ganhar, mas isso já não me faz ter que abandonar de novo”, conta Emerson.

E se para a família Pereira, o Progra-ma Goiás Mais Leite já mostrou um novo caminho, para o técnico André não foi diferente. Graduado em zoo-tecnia, iniciou um curso de medicina veterinária em busca de mais conhe-cimento clínico sobre os animais para melhor orientar os produtores. Aos 34 anos, André já pode contribuir para o crescimento de 12 famílias produtoras da região, que recebem sua assistência. Daqui a pouco, ele terá dois diplomas, mas sua profissão será sempre uma só. “Não existe outra profissão que cabe-ria para mim. Sou um extensionista. É

gratificante demais sair daqui vendo o resultado na forma de autoestima e qualidade de vida para eles”, manifesta.

Em dois anos, não faltou alimento para o rebanho da família Pereira nem na época das águas, nem nos dias de seca. O manejo foi alinhado e os ín-dices de saúde animal, melhorados. Hoje, os animais da fazenda produzem 28% a mais, tem período de lactação estendido para em torno de dez me-ses e o percentual de animais produ-zindo leite cresceu de 70% para 84%.

Mas para a vida dessa família, que vive numa casinha pequena, com alpendre de madeira e água fresca para ajudar a passar pelos 41 graus em janeiro, o me-lhor do Goiás Mais Leite, não está nos números. Está nas mãos descansadas de Emerson, que não precisa mais tirar lei-te sem equipamentos. Está no acordar cedo para trabalhar no quintal de casa, e não mais na fazenda vizinha. Na compa-nhia que Lucilene é para o esposo e na ajuda que oferece no pasto, no curral, na ordenha. O melhor de produzir mais não é o dinheiro que sobra. São os detalhes da vida cotidiana que levaram a famí-lia Pereira de volta para suas pequenas riquezas. Como diz Lucilene, “Nossas vaquinhas não são muitas, mas são boas de leite” e foi no pouquinho de cada dia que a vida no campo voltou a ter valor.

Fred

ox C

arva

lho

Hoje, produtor que antes tinha três empregos se dedica exclusivamente à atividade da família

Os interessados no Programa Goiás Mais Leite do Senar, em Goiás, podem informar pelo telefone: (62) 3412-2734.

Fevereiro / 2015 CAMPO | 35www.senargo.org.br

Page 36: 2015 02 fevereiro1

EM DEZEMBRO E JANEIRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

61 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 12 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

799 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

02 31 02 0 0 02 16 08 06 0 0 0 06 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

CURSOS E TREINAMENTOS

Laryssa Carvalho | [email protected]

Aplicação de Defensivos Agrícolas: estou fazendo certo?

Para o produtor rural o uso de defensivos agrícolas não é novi-dade e para muitos, a utilização se tornou comum. Apesar disso, a aplicação indevida de defensivos agrícolas gera riscos ao meio ambiente, à produção e ao próprio produtor ou trabalhador rural e, portanto, deve ser realizada com cuidado e segurança.

Pensando nisso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) oferece o curso de Aplicação de De-fensivos Agrícolas – Pulverizador Costal. O diferencial da ca-pacitação está na tecnologia aplicada e no trabalho que é feito de forma manual, em pequenas produções ou locais de difícil acesso. O objetivo é atender a agricultura familiar que possui menores áreas de aplicação e, por isso, é realizada a utilização do pulverizador que é carregado nas costas do produtor.

Para participar do curso é necessário ser produtor ou traba-lhador rural, ter idade mínima de 18 anos e ser alfabetizado. Durante o aprendizado, o participante será orientado sobre os cuidados ambientais, como descarte e armazenamento de embalagens, riscos da aplicação indevida, medidas higiênicas, durante e após o trabalho, proteção pessoal, regulagem e ma-nutenções dos componentes (pressão e bicos) além das determi-nações do ritmo de trabalho e taxas de aplicação.

De acordo com o coordenador do curso pelo Senar Goi-ás, Leonnardo Furquim, o curso de aplicação de defen-sivos agrícolas é de suma importância não somente ao trabalhador rural, como também ao produtor e todos os envolvidos na cadeia produtiva. “O curso é essencial para que produtor/trabalhador conheça o modo correto da apli-cação de defensivos, para reduzir os riscos sobre ele ou até mesmo sobre a produção que chegará ao consumidor”, enfatiza Leonnardo.

Ainda sobre os riscos da aplicação indevida, o coordenador do curso destaca os erros da superdosagem e da subdosagem. “A superdosagem é quando se aplica uma quantidade maior que a necessária. Com isso, ao invés de matar, as pragas ou doen-ças criam resistência e contaminam a cultura. Na subdosagem ocorre o oposto e o objetivo de eliminar a doença ou praga não é atingido”, completa.

Leonnardo cita como exemplo o carrapaticida bovino. “Isso acontece muito com o carrapaticida bovino, se o produtor apli-car um número maior que o necessário, o carrapato cria resis-tência ao produto, além é claro, de prejudicar o meio ambiente”, exemplifica o técnico.

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EM DEZEMBRO E JANEIRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

61 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 12 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

799 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

02 31 02 0 0 02 16 08 06 0 0 0 06 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

Shutt

er

Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412 2700 ou pelo site www.senargo.org.br

* Cursos promovidos entre os dias 26 de dezembro e 25 de janeiro.Recesso no período de 19 de dezembro a 05 de janeiro.

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Faça gestão de você, antes de sua propriedade rural!

CAMPO ABERTO

Acompa nha mento

dos grandes avanços

da biotecnologia e

informática, gestão

de pessoas, quali-

dade dos serviços e

produtos nas disputas comerciais, preocupa-

ção com valores ambientais, são algumas das

várias exigências que mundo atual impõe ao

empresário rural, afastando-o da convivência

familiar e de amigos. Tudo isso acaba fazendo

com que o produtor tenha a impressão de que

o tempo está cada vez mais curto, podendo

gerar ansiedade e stress disfuncional, que são

tentativas do indivíduo em se adaptar a algu-

ma nova situação.

Essas mudanças são frequentes quando os

empresários rurais não conseguem controlar,

tudo o que está fora da porteira, ou seja, fora

de sua propriedade rural e que interferem no

dia a dia, como exemplos: intempéries e preço

de seus produtos. Assim, exigem aos mesmos

que controlem os sintomas mencionados para

se prepararem diante as oscilações advindas

do mercado ou do céu.

Ainda assim, os empresários rurais podem con-

trolar o que está dentro de sua porteira, dentro da

propriedade e para isso utilizam ferramentas de

gestão apropriadas ou a busca de cursos. Geral-

mente cursos e ou treinamentos focados no con-

teúdo técnico aumentam o grau de conhecimento,

mas ainda não influenciando no aspecto compor-

tamental, que se refere a nossa capacidade de

pensar, planejar, ter compromisso, ter tomada de

decisão, de resolver problemas, enfim tudo para

utilizar as nossas aptidões mentais inatas, por-

tanto determinam as decisões que tomamos na

nossa vida pessoal e profissional.

Fazer Gestão de você mesmo é seguir alguns

exemplos abaixo:

1 Praticar regularmente uma atividade física;

2 Procurar lazer junto aos amigos e familiares;

3 Ser seletivo em relação à alimentação;

4 Fazer compromisso com você mesmo para buscar conhecimento, estudar, pesquisar;

5 Reconhecer suas limitações.

E existem muitas dicas para conhecer, mas

a CHAVE que abre uma vida todo mundo tem:

C–Conhecimento, H–Habilidades, A-Atitudes,

V-Valores e E–Empreendedorismo.

Hoje, muitas instituições têm proporciona-

do aos empresários rurais essa ferramenta de

gestão com conteúdo comportamental diluída

em todo o programa, destacando a Faeg, o Se-

nar e o Sebrae e Sebrae que estão juntas em

campo, levando aos municípios goianos desde

de 2007, o programa chamado Empreendedor

Rural, com 17 encontros de um grupo formado

por aproximadamente 30 empresários. O cur-

so dá oportunidade de todos dedicarem-se um

dia para seus projetos de vida e empresarial,

acompanhando o desempenho e promovendo

ações corretivas e de melhorias do sistema de

gestão, a fim de que o empresário rural possa

fazer da sua empresa o melhor lugar para viver

e ganhar dinheiro.

Fernando Veiga

Domingues

é engenheiro civil,

pós-graduado em

gestão de informação

e tecnologia com MBA

em gestão empresarial

e coordenador de

Ações e Projetos do

Senar Goiás

Arqu

ivo

Faeg

Fernando Veiga Domingues | [email protected]

EMPREENDEDORISMO

VALORES

ATITUDES

HABILIDADES

CONHECIMENTO

38 | CAMPO Fevereiro / 2015 www.sistemafaeg.com.br

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