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VARIÁVEIS E INDICADORES PARA ANÁLISE DE RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE NO BRASIL

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Indicadores para Análise de RHS

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  • VARIVEIS E INDICADORES PARA ANLISE DERECURSOS HUMANOS EM SADE NO BRASIL

  • MINISTRIO DA SADEMinistro da SadeJos Saraiva Felipe

    Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na SadeSecretrioFrancisco Eduardo de Campos

    Departamento de Gesto do Trabalho e da Educao na SadeDiretoraClia Regina Pierantoni

    Departamento de Gesto e da Regulao do Trabalho em SadeDiretoraMaria Helena Machado

    Rede Observatrio de Recursos Humanos em SadeCoordenadorPedro Miguel dos Santos

    FUNDAO OSWALDO CRUZPresidentePaulo Marchiori Buss

    Escola Nacional de Sade Pblica Sergio AroucaDiretorAntonio Ivo de Carvalho

    Estao de Trabalho Escola Nacional de Sade Pblica Sergio AroucaCoordenadorAntenor Amncio Filho

    MINISTRIO DA SADESecretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade

    Esplanada dos MinistriosEdifcio Sede Bloco G 7 andar sala 71670058-900 Braslia DFTels.: (0xx61) 3315-2224/3315-2798Fax: (0xx61) 3226-4222E-mails: [email protected] e [email protected] page: www.saude.gov.br/sgtes

  • Ministrio da SadeFundao Oswaldo CruzRede Observatrio de Recursos Humanos em SadeEstao de Trabalho Escola Nacional de Sade Pblica Sergio AroucaNcleo de Estudos e Pesquisas de Recursos Humanos em Sade

    VARIVEIS E INDICADORES PARA ANLISE DERECURSOS HUMANOS EM SADE NO BRASIL

    Srgio Pacheco de OliveiraAna Claudia Pinheiro Garcia

    Rio de Janeiro2006

  • Coordenao editorialWalter Duarte

    DigitaoCntia Maria Barbosa Santos

    Editorao eletrnicaGisley Monteiro

    Impresso, fotolitos e gravaoQuadratim Artes Grficas Ltda.

    Catalogao na fonteCentro de Informao Cientfica e TecnolgicaBiblioteca da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca

    O48v Oliveira, Srgio Pacheco deVariveis e indicadores para anlise de recursos humanos em sade no

    Brasil./Srgio Pacheco de Oliveira e Ana Claudia Pinheiro Garcia. Rio deJaneiro : ENSP/FIOCRUZ, 2006.

    107 p.1. Recursos humanos em sade. 2. Tecnologia. 3. Sistemas de informao.

    4. SUS (BR). 5. Poltica de sade. I. Garcia, Ana Claudia Pinheiro. II. Ttulo.CDD 20.ed. 362.10420981

    Copyright 2006 by Ministrio da SadeTodos os direitos reservados ao Ministrio da Sade/Fundao Oswaldo Cruz

  • OS AUTORES

    Srgio Pacheco de Oliveira

    Mdico; doutorando em Sade Coletiva no IMS/UERJ, mestre emEngenharia Biomdica, pesquisador asso-ciado da Escola Nacional deSade Pblica Sergio Arouca, pesquisador da Estao de Trabalho ENSP/FIOCRUZ da Rede Observatrio de Recursos Humanos em Sade daOPS/OMS/MS. E-mail: spacheco@ensp. fiocruz.br

    Ana Claudia Pinheiro Garcia

    Sociloga; mestre em Cincias So-ciais; doutoranda em SadeColetiva no IMS/UERJ; auxiliar de pesquisa da Escola Nacional de SadePblica Sergio Arouca; auxiliar de pesquisa da Estao de Trabalho ENSP/FIOCRUZ da Rede Observatrio de Recursos Humanos em Sade daOPAS/OMS/MS. E-mail: ana.garcia@ ensp.fiocruz.br

  • SUMRIO

    1. Apresentao ................................................................................. 92. Introduo .................................................................................... 122.1. A importncia da Informao para a Tomada de Deciso ............ 133. Recursos Humanos em Sade e Tecnologia

    da Informao .............................................................................. 173.1. Dado ......................................................................................... 203.2. Informao ................................................................................ 213.3. Conhecimento ........................................................................... 223.4. Sistemas de Informao ............................................................. 233.5. Padro ...................................................................................... 244. Fontes para Estudos e Pesquisas de Recursos

    Humanos em Sade ...................................................................... 254.1. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

    Ansio Teixeira (INEP) .............................................................. 264.2. Pesquisa Mensal de Emprego (PME) ......................................... 294.3. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

    (CAGED) ................................................................................. 314.4. Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS) ........................... 344.5. Sistema de Informaes sobre Oramentos Pblicos

    em Sade (SIOPS) .................................................................... 364.6. Sistema Integrado de Administrao Financeira (SIAFI) ............. 404.7. Sistema Integrado de Administrao e Recursos

    Humanos (SIAPE) ..................................................................... 424.8. Sistema Integrado de Administrao de Recursos

    Humanos (SIAPECAD) ............................................................. 44

  • 8Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    4.9. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES) ........ 464.10. Pesquisa Assistncia Mdico Sanitria (AMS) .......................... 504.11. Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS) ...................... 554.12. Sistema de Informaes Hospitalares do SUS

    (SIH/SUS) .............................................................................. 594.13. Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS

    (SIA/SUS) .............................................................................. 624. 14. Sistema de Cadastro de Internao Hospitalar (SISCIH) ........ 644. 15. Censo demogrfico ................................................................. 664. 16. Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD) ........... 694.17. Sistemas Locais de Informao ................................................ 714.17. 1. Hospub ............................................................................... 714.17. 2. Gerenciador de Informaes Locais (GIL) ........................... 724.18. Dados dos Conselhos Profissionais .......................................... 754.18.1. Informaes sobre os Sites na Internet dos

    Conselhos Profissionais da Sade .......................................... 755. Indicadores como Instrumentos para a Formulao de

    Polticas de Recursos Humanos em Sade ..................................... 846. Proposta de Fortalecimento de um Sistema de Informaes

    para Apoio Poltica de Recursos Humanos em Sade.................. 876.1. O Contexto da Prospeco em Bases de Dados ........................ 876.2. O Que um Data Warehouse ................................................... 896.3. Caractersticas de um Data Warehouse ..................................... 906.4. O Que Data-Mining .............................................................. 926.5. Etapas da Prospeco de Conhecimento em Bancos

    de Dados ................................................................................... 927. Consideraes Finais .................................................................... 948. Referncias Bibliogrficas ............................................................. 989. Anexos:

    1: Comparao entre Dados da PME e do CAGED.................... 1032: Principais Diferenas entre a RAIS e o CAGED ...................... 105

    Consideraes e Cuidados na Interpretao dosDados da RAIS e do CAGED ........................................................ 106

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    1. APRESENTAO

    Este estudo resultado de investigao realizada pela Estao Ob-servatrio de Recursos Humanos em Sade da Escola Nacional de SadePblica Sergio Arouca, da Fundao Oswaldo Cruz, situada no Ncleode Estudos e Pesquisas de Recursos Humanos em Sade dessa mesmaEscola. Integra um conjunto de projetos de estudos e de pesquisas quetm como finalidade identificar questes, produzir, sistematizar e divulgarinformaes que possam servir como subsdios para a formulao de po-lticas pblicas de sade em nosso pas, os quais adquiriram carterinstitucional em decorrncia da assinatura da Carta Acordo BR/LOA/0400049.001, firmada entre o Ministrio da Sade e a Organizao Pan-Americana da Sade.

    O Ncleo de Estudos e Pesquisas de Recursos Humanos em Sade(NERHUS), onde est localizada a Estao de Trabalho Observatrio deRecursos Humanos, integra o Departamento de Administrao e Planeja-mento em Sade da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca, daFundao Oswaldo Cruz. Criado na dcada de 70, desde ento constitui-se como referncia para a formulao das aes governamentais na reade recursos humanos em sade. O Ncleo prope, elabora e realiza estu-dos e pesquisas que reafirmam o compromisso com a construo do Siste-ma nico de Sade.

    Com a permanente preocupao de subsidiar polticas pblicas paraa rea, que sejam compatveis e sensveis com a problemtica da adequa-o, modernizao, da valorizao do trabalhador da sade e do respeitoao usurio dos servios de sade, o Ncleo apia e incentiva o debate e asiniciativas que enfocam concepes de educao, de gesto do trabalho ede mecanismos de regulao do exerccio profissional.

    Atualmente as aes do Ncleo nas reas de ensino, pesquisa ecooperao tcnica esto referenciadas nas seguintes reas temticas: PerfisProfissionais em Sade, Gesto e Trabalho em Sade; Formao de Re-cursos Humanos em Sade; Mercado de Trabalho em Sade; Regulaodo Trabalho e da Educao no Mercosul; tica na Formao e na PrticaProfissional em Sade, Formao de Profissionais em Promoo da Sa-de e Sade do Idoso.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    Dentre as atividades do Ncleo, desenvolvidas em consonncia aosprincpios e diretrizes que regem o Sistema nico de Sade, destacam-seanlises quantitativas e qualitativas das categorias profissionais de sa-de, buscando determinar e compreender a importncia das especialidadesprofissionais; estudos da dinmica dos processos de trabalho em sade,com nfase especial nas questes educacionais, corporativas, sindicais epoltico-institucionais que caracterizam a rea da sade no Brasil e nosdemais pases do Mercosul; anlises de modelos formativos e de gestode pessoal, visando responder a demandas de profissionais para atuar nasestruturas institucionais do setor sade; oferta de Cursos de Especializa-o em Recursos Humanos para a Sade e em Sade do Idoso; de Aper-feioamento em Promoo da Sade; de Atualizao em Promoo daSade, em Lazer e Desenvolvimento Social e no Ensino Profissional emSade.

    Alm de responsveis por disciplinas no Programa de Ps Gradua-o stricto sensu em Sade Pblica da Escola Nacional de Sade PblicaSergio Arouca, os profissionais do Ncleo exercem representaoinstitucional em diversos fruns das reas da educao, da sade, da cin-cia e tecnologia. Esses profissionais tm conscincia de que os processoseducacionais e gerenciais para atender s exigncias do Sistema nico deSade precisam ser assumidos sob uma perspectiva crtica, buscando cons-truir propostas que aperfeioem e inovem as prticas de formao e dagesto do trabalho, tendo como referncia as transformaes que ocorremno processo de trabalho em sade, a configurao do estado brasileiro eas conjunturas nacional e internacional, em especial a latino-americana.

    Por sua vez, a Rede Observatrio de Recursos Humanos em Sade(ROREHS), instituda pela Portaria. n 26/MS, de 21/09/1999, coorde-nada pela Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade, doMinistrio da Sade, com o assessoramento permanente da OrganizaoPan-Americana da Sade. Compe um projeto de mbito continental daOrganizao Pan-Americana da Sade, implantado em diversos pases daAmrica Latina e Caribe, propiciando o mais amplo acesso a informaese anlises sobre os processos de formao, desenvolvimento, regulao,gesto e formulao de polticas e de programas setoriais de recursos hu-manos em sade.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    Integrada por instituies de ensino, pesquisa e servios (denomi-nadas de Estaes de Trabalho), a ROREHS possui como objetivos de-senvolver estudos e metodologias para anlise da implementao de pol-ticas de sade em seus aspectos relacionados com recursos humanos nocampo da gesto, formao e regulao das profisses e ocupaes desade; monitorar os aspectos demogrficos, polticos e sociais da oferta eda demanda da fora de trabalho do setor (das profisses e ocupaes desade); acompanhar, analisar e orientar o desenvolvimento das estrat-gias e metodologias de formao e capacitao de recursos humanos desade; acompanhar e analisar as relaes de trabalho e emprego no setorda sade; desenvolver estudos, metodologias e indicadores que possibili-tem a avaliao da eficincia, eficcia e efetividade do trabalho em sa-de; fomentar o desenvolvimento de mecanismos de gerncia da fora detrabalho, especialmente nos aspectos relativos contratao, remunera-o e incentivos; acompanhar as demandas da regulao do exerccio pro-fissional e das ocupaes na rea da sade; desenvolver estudos e anli-ses sobre as polticas de recursos humanos em sade no Brasil; subsidiaras aes das esferas de governo e dos entes governamentais para elaboraode polticas de gesto e regulao do trabalho e de educao na sade.

    O presente estudo foi realizado, portanto, com o compromissoinstitucional de ser um instrumento para a efetivao do Sistema nicode Sade brasileiro, tendo sido desenvolvido sob a inteno de reafirmara importncia da formao dos profissionais que atuam na rea para amelhoria da qualidade dos servios de sade ofertados populao.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    2. INTRODUO

    Vrios e complexos so os fatores que vm influenciando as di-menses de formao e de ocupao do setor sade. Dentre esses fatores,podem ser mencionados as intensas mudanas tecnolgicas,organizacionais, polticas e institucionais que vm acompanhando aimplementao do Sistema nico de Sade, a expanso da medicina su-pletiva, as mudanas de perfis demogrficos e de morbidade e a incorpo-rao e utilizao de novas tecnologias prtica de sade. Desse modo, oconhecimento das dimenses e das configuraes peculiares aos merca-dos de trabalho da rea da sade, assim como dos elementos que determi-nam sua dinmica, so de fundamental importncia para o desenho eimplementao de polticas pblicas na sade, especialmente no que serefere formao e desenvolvimento de recursos humanos.

    A oficina de trabalho Banco de Dados Nacionais e Regionais So-bre Fora de Trabalho na rea da Sade: limites e possibilidades, reali-zada em Campinas, SP, em 2000, concluiu que

    As bases de dados secundrias oferecem uma disponibi-lidade enorme de informaes e que embora tratando deinformaes de natureza distinta e possuindo objetivos tam-bm diferenciados, dever-se-ia testar diferentes conjuntosde indicadores nas reas de mercado de trabalho, educa-o profissional e regulao, utilizando a combinao debases que potencialmente fornecem as informaes maisadequadas.

    As bases de dados brasileiras identificadas como detentoras de po-tencial de uso na rea de recursos humanos em sade so grandes e com-plexas, com tendncia crescente de ampliao. No presente estudo, foramconsideradas tanto aquelas especficas sobre recursos humanos como ou-tras que apresentam potencial de interesse para a rea, seja em razo dedados relacionados diretamente ao sistema de sade, seja por sua relaocom o contexto geogrfico e temporal. Foi realizado um grande esforopara abarcar o maior nmero possvel de bases de dados e disponibilizar

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    informaes sobre elas, comumente dispersas em diferentes instituies.Desse conjunto de informaes, procurou-se extrair elementos para a dis-cusso das estruturas de dados que so armazenados em cada base, comconsideraes sobre padronizao, tida como condio essencial para aintegrao entre elas.

    importante considerar, na apreciao deste texto, que cada umadas bases abordadas foi elaborada e construda com uma finalidade espe-cfica, num momento prprio. Eventuais limitaes apontadas e crticasfeitas, ao longo do trabalho, devem ser entendidas sob a tica dos moder-nos conceitos de integrao entre bases de dados.

    2.1. A importncia da Informao para a Tomada de Deciso

    Um dos mais importantes recursos para a tomada de deciso, reco-nhecido pelos gestores de diferentes nveis, a informao adequada econfivel, obtida em tempo hbil e na forma correta. Na rea de recursoshumanos em sade este fato no exceo, como sinalizam Girardi eCarvalho (1999), Passos (2002), Dal Poz (1995), Gupta et al.(2003),Hall (2001). A literatura tambm rica em questionamentos sobre comoa informao vem sendo utilizada na gesto dos recursos humanos emsade, como destacam Diallo et al. (2003), OPAS (2004), Gupta et al.(2003), WHO (2001).

    Os recursos humanos em sade constituem fator crtico na pro-duo e na operao dos servios de sade, sendo reconhecidos comoum problema maior a ser resolvido, devido a sua inquestionvel im-portncia para as funes de sade (Van Lerberghe et al., 2002), (Dialloet al., 2003), (Dussault e Dubois,2003). Alm disso, esses recursoshumanos podem representar uma proporo importante dos gastos emsade, podendo chegar a 80% do total de valores aplicados (Martineze Martineau, 1998).

    Apesar da sua importncia, a informao especfica sobre osrecursos humanos em sade ainda precria e de acesso restrito. Comotema da agenda provisria da 134 Sesso do Comit Executivo Ob-servatrio de Recursos Humanos em Sade (OPAS, 2004), destacou-

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    se que as lacunas na coleta e as limitaes das fontes de dados contra-pem-se aos esforos para enfrentar as questes e dificuldades identificadasnesse campo.

    Segundo Van Lerberghe et al. (2002), durante dcadas a discussosobre recursos humanos em sade terminava sempre com uma exortaopor um melhor planejamento da fora de trabalho, desejo esse que eradesacreditado por se pautar por objetivos vagos e pouco realistas,freqentemente baseados em informao incompleta, desatualizada e norelacionada a uma agenda poltica. O autor assinala que muitos gestoresprontamente apontam para os problemas de recursos humanos como oprincipal gargalo que eles enfrentam na tentativa de melhorar os sistemasde sade, porque existe um gap na base de conhecimento requeridapara uma estratgia realista de fora de trabalho.

    Ponto importante, como ressaltado por Guimares e vora (2004), que nem sempre os sistemas de informao fornecem o que demanda-do. Os mesmos autores acrescentam que, nos vrios modelos de decisoestudados, possvel reconhecer que a deciso nem sempre resultado deum processo seqencial, estruturado e dirigido para uma soluo nica,sendo possvel, no entanto, afirmar que a informao um recurso pri-mordial para subsidiar esse processo.

    Hall (2001), citando que o efetivo planejamento, produo e gestodepende, de maneira vital, de dados atualizados e de boa qualidade, acres-centa que para implementar uma consistente e factvel gesto dos recursoshumanos em sade preciso conhecer as caractersticas nacionais e re-gionais, incluindo as tendncias demogrficas, econmicas e polticas, as-sim como fatores sociais e culturais, oferta e distribuio dos servios desade e necessidades e demandas de sade da populao. Ateno parti-cular deve ser dada a como cada uma dessas dimenses se relaciona comas polticas e planos correntes. Essa compreenso encontra respaldo par-ticular na prpria proposta do Sistema nico de Sade, com suas carac-tersticas de descentralizao e hierarquizao dos servios, o que implicaem nveis de deciso variados. Alm disso, o gerenciamento dos recursoshumanos em sade no pode ser entendido e executado em sua plenitudesem levar em considerao o gerenciamento de outros tipos de recursos,

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    como os materiais, os financeiros, os educacionais, que se inter-relacio-nam, conformando o sistema.

    com essa perspectiva que o presente estudo teve como um deseus objetivos contribuir para melhorar o conhecimento e a utilizao devariveis e indicadores por parte de profissionais que atuam na rea derecursos humanos em sade, em especial gestores e planejadores em sa-de, propondo formas de abordagem a partir da anlise de bases de dadosdisponveis no Brasil. Como objetivos secundrios, o estudo pretende serum instrumento auxiliar na discusso sobre a padronizao de contedo eestrutura da informao na rea de recursos humanos em sade, alm deservir como subsdio na elaborao de um alicerce terico para a tomadade deciso em relao aos recursos humanos desse campo.

    Para a consecuo do estudo, foi realizado exaustivo levantamentobibliogrfico sobre o assunto, tendo a anlise do material identificadoservido para corroborar a necessidade de uma melhor informao para agesto dos recursos humanos em sade. Em um segundo momento, comsubsdios da literatura consultada, foram selecionadas as bases de dadostomadas como referncia para o estudo, tendo sido enfatizados os seguin-tes critrios adicionais: possuir abrangncia nacional, sempre que poss-vel; ter como objeto especfico a rea da sade ou ser relativa a trabalhoou emprego nesse campo; sistematizar dados essenciais para a construode indicadores. O terceiro momento foi caracterizado pelo processo deobteno de documentao sobre as bases, seus metadados, os critrios/procedimentos de atualizao e regras especficas de cada uma delas. Comoquarto momento, foi realizada a anlise detalhada de cada base, com ge-rao de documentao sobre compatibilizar e adequar diferenas tem-porais dos dados e tratamento de eventuais problemas conceituais. Pro-curou-se salientar em cada base o que foi entendido como potencialmenterelevante para o planejamento e a gesto de recursos humanos em sadeem nosso pas.

    Aps uma discusso sobre indicadores para a rea, que contem-plou as limitaes e possibilidades de construo de indicadores no tri-viais, foram formuladas consideraes sobre a evoluo da abordagemdo uso de sistemas de informao para o planejamento e a tomada dedeciso no mbito da gesto de recursos humanos em sade. nfase foi

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    dada ao aspecto inovador deste trabalho, ao propor a utilizao de con-ceitos e tcnicas atuais da tecnologia especificamente Data warehousee Data mining na evoluo do processo do uso de sistemas de informa-o. O trabalho desenvolvido pode ser entendido como uma proposta dafase inicial da adoo desses conceitos e tcnicas, alm de representaruma reviso das fontes de dados com potencial de uso para a gesto dosrecursos humanos em sade.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    3. RECURSOS HUMANOS EM SADE E TECNOLOGIADA INFORMAO

    Em todo o mundo, os recursos humanos em sade so consideradoselementos centrais na gesto e na prestao dos servios de sade, mor-mente porque os servios de sade tm se destacado entre os setores daeconomia que apresentam maior dinamismo em relao gerao deempregos (Memria da Oficina de Trabalho, 2000). Entre outros fatoresrelevantes na configurao desse quadro, destacam-se o envelhecimentodas populaes, a mudana dos perfis de morbi-mortalidade, o aumentoda quantidade e eficcia das tecnologias mdicas, o maior profissionalismoe o dinamismo tecnolgico do setor sade. No Brasil, merece ainda regis-tro a grande oferta de profissionais de sade, principalmente em anos re-centes, pelo expressivo aumento dos cursos de graduao e as profundasmudanas do sistema de sade brasileiro, principalmente a partir da pro-mulgao da Constituio Federal de 1988. Alm disso, o mercado detrabalho em sade vem crescendo tanto pela implementao das pol-ticas de descentralizao como pelo crescimento da rea de sade su-plementar.

    Assim, um melhor entendimento do universo da formao dos re-cursos humanos em sade e do mercado de trabalho fundamental para aelaborao e avaliao de polticas para o setor. O acesso a informaesrelevantes, na forma correta e em tempo hbil, pode possibilitar ao gestor,seja ele federal, estadual ou municipal, compreender e intervir na realida-de organizacional das instituies sade (Vieira et al., 1998).

    Segundo Mdici (2002), os dados sobre fora de trabalho e em-prego em sade so relativamente escassos nas pesquisas relacionadasaos estabelecimentos de sade. A Pesquisa de Assistncia Mdico-Sani-tria (AMS) do IBGE produz informaes sobre emprego formal de sa-de, porm no se tem observado a sua aplicao anual. De acordo comVarella e Cols. ( 2001), as principais fontes de informao especficas derecursos humanos em sade encontram-se dispersas em diversos sistemasque podem ser divididos em quatro grandes blocos: estoque ou quantitati-vo de profissionais, fluxo de profissionais, emprego ou postos de trabalhoe formas de organizao corporativa. Cabe destacar que a idia de utilizar

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    bases de dados no tradicionais para a gesto de recursos humanos emsade j foi apontada, na literatura, como uma possibilidade interessantepara melhorar a qualidade da deciso na gesto. (Memria da Oficina deTrabalho, 2002, Hornby e Forte, 2000).

    No atual contexto brasileiro, o aumento e a popularizao do usodos computadores vm permitindo um crescimento sem precedentes doque, genericamente, vem sendo denominado de bases de dados. As tcni-cas computacionais cada vez mais sofisticadas, aliadas velocidade deprocessamento e armazenamento cada vez maiores, trouxeram uma sriede novas possibilidades na descoberta, guarda e recuperao de dados.

    Na evoluo dos sistemas de informao, os bancos de dados (en-tendidos aqui como depsitos capazes de armazenar e de recuperar da-dos), sempre foram uma das ferramentas mais amplamente utilizadas.Atualmente existem bancos de dados cada vez maiores, que acumulamquantidade crescente de informaes, ao mesmo tempo em que a distn-cia entre o potencial contido nesse conjunto de informaes para subsi-diar a formulao de aes estratgicas e a tomada de decises vem sen-do reduzida, em decorrncia da maior freqncia com que essas informa-es vem sendo transportadas para o campo prtico.

    No mbito da gesto de recursos humanos em sade, devem serconsiderados uma srie de fatores que, por sua vez, encontram-se relacio-nados a cinco reas de atuao, que operam interligadas: a) planejamentodo setor sade (em que se destacam as caractersticas e projees de da-dos populacionais, econmicos, de morbidade, de mortalidade, de rendafamiliar, de gastos governamentais por setor); b) planejamento dos recur-sos humanos em sade (com nfase para perfis de profisses, regulaodas profisses, indicadores de necessidade de pessoal; c) formao de re-cursos humanos (em que sobressaem os programas de formao, qualifi-cao e treinamento, a oferta de programas de educao permanente, oquantitativo de ingressos e de formados nos sistemas de ensino, a modali-dade de cursos e sua distribuio geogrfica); d) gesto de recursos hu-manos em sade (em que se incluem descries e especificaes das cate-gorias funcionais, condies de emprego, caractersticas pessoais do tra-balhador de sade) e, e) indicadores e monitorao de recursos humanosem sade.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    Ainda no tocante a relaes que se estabelecem entre recursos hu-manos em sade e tecnologia da informao, merecem nfase a prospecodo conhecimento em bases de dados e o uso de indicadores de desempe-nho ou de resultados nos servios de sade.

    A prospeco do conhecimento em bases de dados se apia naidia central da possibilidade de descoberta de relaes no triviaisentre variveis, inclusive de bases de dados distintas, atravs da apli-cao sistemtica de tcnicas estatsticas parametrizveis. Por sua vez,identificar e estabelecer indicadores de desempenho/resultados paraos servios de sade pode ser considerada uma proposta de abran-gncia quase ilimitada, posto que informaes e indicadores podemser obtidos de uma srie de bases de dados em sade, como assinala-do por Carvalho et al. (1997). Machado et al. (2003) descrevem umestudo sobre a potencialidade dos sistemas nacionais de informaesem sade, no qual destacada a quantidade de variveis disponveisno Sistema de Informaes Hospitalares do Sistema nico de Sade(SIH/SUS), fazendo do mesmo uma importante ferramenta para a cria-o de indicadores de desempenho do sistema de sade. Em relaoao Sistema de Informaes Ambulatoriais do Sistema nico de Sade(SIA/SUS), realam a sua potencialidade para o estudo da oferta deservios em sade, alm de conter elementos que permitem a caracte-rizao das unidades de sade e de gestores.

    A tentativa de construir uma descrio da situao atual, a partir daliteratura existente e considerando, tambm, percepes comuns obser-vadas entre os pesquisadores e profissionais de recursos humanos em sade,permite elencar as seguintes consideraes:

    a quantidade de informaes que se encontra nas bases de dadossobre recursos humanos em sade, em nosso pas, muito grande, apre-sentando crescimento contnuo;

    essas bases de dados foram construdas em momentos diferentes,com objetivos diferentes possuindo, portanto, desenhos diferentes, comregras e contedos distintos;

    pelo mesmo motivo, a periodicidade de atualizao delas tambm diferente, o que deve ser considerado na anlise de eventuais super-posies;

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    outras bases de dados, desenvolvidas no com a finalidade espe-cfica de dar suporte ao acompanhamento do mercado de trabalho emsade, incluindo os dados de formao, deveriam ser investigadas paraverificao de suas potenciais utilidades;

    no foi encontrada documentao comparativa entre as estruturasde dados de cada uma delas, nem possveis tabelas de equivalncia;

    embora os dados sigam uma certa padronizao em cada sistema,ela no de uso universal, transparecendo como regra a falta de padroni-zao dos conceitos embutidos nas bases de dados.

    As bases de dados a que o presente estudo se refere esto infor-matizadas constituindo o que, genericamente, pode ser denominado desistema de informao e, como h termos que so prprios rea datecnologia da informao e, portanto, comuns a essas diferentes bases dedados, torna-se necessrio firmar alguns conceitos, com a finalidade deuniformizar e dar significado igual s abordagens dos assuntos em questo.Nesse sentido, faz-se necessrio descrever os conceitos que, no caso,mais diretamente interessam compreenso dos sistemas de informaoem geral e, de maneira particular, sem a pretenso de esgotar o assunto,mas de apenas lanar luz sobre ele, explicitar o entendimento dos autoresdeste estudo sobre o que significa dado, informao, conhecimento, siste-mas de informao e padro.

    Preliminarmente, pode-se dizer que dado, informao e conheci-mento formam um sistema hierrquico de difcil delimitao, em especialpelo fato das pessoas introduzirem um vis pessoal a partir das diferentespercepes e variadas interpretaes que possuem em relao a tais con-ceitos. Essas diferenas pessoais se fazem presentes em todas as nossasanlises a respeito de bases de dados j existentes que foram modeladaspor algum, em algum momento, com determinado objetivo.

    3.1. Dado

    O dado pode ser considerado o constituinte bsico dos sistemas deinformao. Uma das definies mais correntes a de que o dado umadescrio limitada do real, desvinculada de um referencial explicativo e

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    difcil de ser utilizada como informao por ser ininteligvel. Ou seja: o quechamamos de dado tem como caracterstica bsica ser incompleto, deforma a no permitir, por si s, uma interpretao. Entretanto,freqentemente dado e informao so utilizados como sinnimos. Umapossvel razo para esse uso que quando um sistema de informao construdo, por mais simples que seja, necessita de uma definio prviada sua estrutura de dados, antes que qualquer dado venha a ser guardadonele. Nesse momento, de alguma forma o dado est sendo contextualizado,ou, em outras palavras, est se permitindo que seja entendido como infor-mao. J do ponto de vista da anlise de sistemas, questiona-se se a in-formao poderia de fato ser guardada num computador, pois a informa-o sempre pressupe algum tipo de abstrao, que no pode ser transfor-mada em dado.

    3.2. Informao

    uma descrio mais completa do real, associada a um referencialexplicativo sistemtico. Em termos mais simples, o dado contextualizado, a forma normalmente utilizada no dia a dia, embora no se tenha cons-cincia disso. Pode-se dizer, tambm, que a representao de fatos apartir de uma determinada viso de mundo, a qual subjetiva.

    Outra definio a de informao enquanto representao simb-lica de fatos ou idias potencialmente capazes de alterar o nvel de conhe-cimento de algum a respeito de alguma coisa, diminuindo seu grau deincerteza. Do ponto de vista prtico, somente seria til e necessria quan-do permitisse subsidiar uma ao que reduza o grau de incerteza. A infor-mao, considerada como etapa primordial para a ao, por si s noproduz conhecimento, no seu correspondente, mas imprescindvelpara que ele se realize, cabendo a ela o papel de agente mediador na pro-duo do conhecimento.

    Pode-se considerar tambm como informao o dado com signifi-cado e propsito. Davenport e Prusak (1999), explicitam ser possvel adi-cionar valor ao dado de vrias maneiras: contextualizada: informa sobreo propsito da coleta de dados; categorizada: informa as unidades de

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    anlise e os componentes-chave dos dados; calculada: informa se os da-dos foram analisados matemtica ou estatisticamente; corrigida: infor-ma se erros foram removidos do conjunto de dados (tratamento de da-dos); condensada: informa se os dados foram sumarizados numa formamais concisa.

    A informao, por si s, no conduz a mudanas e nem obriga a ummelhor entendimento da situao. necessrio conhecer como a informa-o baseada em evidncias e as ferramentas de gesto do conhecimentopodem ser usadas no suporte deciso. Encontrar a informao adequa-da para decidir como melhor gerenciar uma situao, exige que se saibacom clareza o que est se gerenciando, pois o entendimento claro dosdados bsicos disponveis da maior importncia. A forma como essesdados esto organizados sua estrutura, contedo, freqncia de atuali-zao, abrangncia temporal e geogrfica conferem a eles significado epossibilidade de utilizao correta.

    A informao isolada tem pouca ou nenhuma utilidade. Seu impactoaparece quando ela acessvel, adequada ao contexto, a outras informa-es e, mais importante, atende s expectativas e necessidades das pes-soas, porque alcana o nvel mais relevante, que o do conhecimento.Nessa perspectiva, importante manter a informao atualizada e dispo-nvel para quem dela necessite.

    3.3. Conhecimento

    Conhecimento no um conceito de fcil definio. No contextodo presente estudo, pode ser compreendido, a princpio, como umpasso alm da informao. Uma das suas possveis definies refere-se a consider-lo como o conjunto de informaes acumuladas no de-correr da utilizao dessas em uma dada realidade, na medida em quea utilizao de determinada informao gera novas informaes resul-tantes da aplicao da informao original. Esse raciocnio possibilitadizer que o conhecimento o legado histrico da experimentao, opatrimnio permanente, crescente e diferencial de um indivduo ou ins-tituio.

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    O conhecimento pode ser classificado em dois grandes grupos: oconhecimento explcito, formal, que est expresso em textos, livros, arti-gos cientficos, que pode ser reproduzido e transmitido e o conhecimentoimplcito ou tcito, que est no domnio mental de cada pessoa, pratica-mente impossvel de ser documentado e que necessita, para sua transmis-so, do contato entre as pessoas, embora essa transmisso esteja sujeita scapacidades e interpretaes das pessoas envolvidas. Ao conjunto dessesconhecimentos d-se o nome de capital intelectual, que pode ser de umgrupo, de uma empresa ou, mesmo, de uma sociedade.

    .3.4. Sistemas de Informao

    De uma maneira geral, os sistemas de informao podem ser enten-didos como um conjunto de computadores, de um ou mais bancos de da-dos, de programas, pessoas e regras de funcionamento, que tm comofinalidade captar, guardar e recuperar informao, garantindo sua segu-rana e integridade. Pode-se dizer tambm que sistemas de informaoso modelos que servem para orientar novas construes ou para descre-ver um certo segmento do mundo real. Desse modo, os sistemas de infor-mao tambm so descries do mundo real, embora parciais.

    Uma vez que todo sistema de informao pode ser considerado comouma descrio de uma parte do mundo real, tem-se que considerar queesta descrio feita por algum, segundo alguns critrios, os quais po-dem ser mais ou menos tcnicos, mas que conformam o contexto no qualaquele sistema foi criado e, sendo assim, tem-se que considerar que umsistema uma descrio arbitrria do mundo real, que tem comportamen-to e funo, que opera em um determinado ambiente e contm dados eque representa um modelo.

    No incomum acontecer que diferentes pessoas, ao elaboraremtais modelos, o fazem sem a preocupao de utilizar critrios, padres eatributos facilitadores da interoperabilidade com outros sistemas. Essemodo de agir no tornar necessariamente um sistema certo e outroerrado; apenas ir gerar dois ou mais sistemas de informao que, em-bora tratem de realidades prximas, no permitem a utilizao conjunta

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    dos dados contidos em cada um deles, sem que sejam submetidos a umtratamento prvio para torn-los compatveis.

    Ponto importante diz respeito questo da estruturao da infor-mao, ou seja, como transformar os dados existentes no mundo real,ditos ou escritos em linguagem corrente forma usual de comunicaoentre pessoas que possuem capacidade de inferncia e de contextualizao em informao estruturada, adequada ao processamento computacional.Essa uma discusso instigante e multifacetada e no existe regra imut-vel em relao a maneira de fazer nem extenso da estruturao. Emtermos prticos, os dados necessitam de algum tipo de estruturao queos tornem passveis de processamento. Estruturados, idealmente torna-senecessrio que esses dados estejam organizados com um certo grau depadronizao.

    3.5. Padro

    Tendo como referncia as determinaes da International StandardsOrganization (ISO), tem-se que padro um documento que deve repre-sentar tanto quanto possvel o resultado de um consenso, firmado e apro-vado por um grupo reconhecido, que estabelece para uso geral e repetidoum conjunto de regras, protocolos ou caractersticas de processos com oobjetivo de ordenar e organizar atividades em contextos especficos parabenefcio de todos. A padronizao tem como objetivos principais a uni-formizao de conceitos, a interoperabilidade (entendida como apotencializao do uso da informao combinada de bases de dadosdiferentes); a facilitao da comunicao e a avaliao/comparao/auditoria.

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    4. FONTES PARA ESTUDOS E PESQUISAS DERECURSOS HUMANOS EM SADE

    Nas aes e procedimentos empreendidos com o sentido de identi-ficar, produzir, sistematizar e divulgar informaes que possam servir comosubsdios para a formulao de polticas pblicas de sade em nosso pas,ressaltam as estratgias para fortalecer o Sistema nico de Sade, umavez que a descentralizao das aes de sade exige dos profissionais queatuam no setor habilidades e competncias diferenciadas, em que sobres-sai o trabalho em equipe, o domnio da legislao relativa poltica derecursos humanos, o adequado tratamento de informaes gerenciais euma postura crtica-propositiva diante da crescente complexidade das ins-tituies de sade.

    Os recursos humanos que atuam na sade, consensualmente reco-nhecidos como fator importante para a qualidade dos servios, requerem,portanto, um permanente e efetivo investimento por parte das institui-es. Em poca de escassez de recursos financeiros, globalizao da eco-nomia e flexibilizao da gesto, a formao, o desenvolvimento e a valo-rizao desses profissionais se colocam como desafios prioritrios no cam-po gerencial.

    As conquistas verificadas no campo da sade, os progressos ob-servados na rea da organizao dos servios, as novas possibilidadestecnolgicas, as modificaes dos padres epidemiolgicos e de con-dio de vida das populaes, so fatores que ampliam o desafio dasaes voltadas para os profissionais de sade, mormente as de cartereducativo.

    Nesse contexto, amplia-se o elenco de questes a serem debatidase enfrentadas, incluindo (re)organizar a oferta de servios preventivos ecurativos com base nas necessidades da populao, a manuteno e ocumprimento da legislao que prev e garante as fontes oramentriaspara a sade, a gesto, regulao e responsabilidade sanitria sob a ticade um pacto federativo assentado na descentralizao e na regionalizaodas aes da sade, a precariedade das relaes de trabalho que atual-mente atinge os profissionais que atuam no segmento pblico do siste-

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    ma de sade, com repercusses na sua formao e na sua relao com aqualidade, o cuidado e a humanizao das aes de ateno ao doente.Essas mudanas dependem da adeso e da qualidade do trabalho desen-volvido pelo profissional que, por sua vez, tem direito a condies detrabalho dignas, remunerao justa e possibilidade de manter-se atualiza-do em relao aos avanos cientficos e tecnolgicos que ocorrem nombito de sua profisso.

    A realizao de estudos e pesquisas no mbito dos recursos huma-nos em sade merece ser incentivada e apoiada, sendo as informaesatualmente existentes e disponveis em diferentes sistemas de dados re-presentam uma ferramenta importante para subsidiar estudos e pesquisassobre trabalhadores da sade. com esse sentido e preocupao que es-to a seguir relacionadas e descritas, em forma de diretrio, as bases dedados mais notveis de nosso pas que, juntas, conformam um amplo einvejvel acmulo de informaes.

    4.1. Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais Ansio Teixeira (INEP)

    I Descrio

    O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnsioTeixeira (INEP), do Ministrio da Educao, foi criado em 1937. Dentreoutras atribuies, o rgo responsvel pela organizao e manutenodo sistema de informaes e estatsticas educacionais do pas.

    II Criao

    1987

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    IV Atualizao

    A atualizao contnua, embora o INEP normalmente estabeleaprazos (a cada ano) para cadastramento de cursos.

    V Variveis

    Podem ser obtidos dados referentes educao de nvel mdio esuperior (tecnolgico e graduao). Os dados so apresentados na for-ma de tabelas, normalmente agregadas pelo ano do censo, com identi-ficao do estabelecimento, cursos, nmero de vagas e concluintespor sexo, perodo de estudo, faixa etria (para o nvel mdio), rea esubrea de formao.

    VI Acesso s informaes

    Os dados relativos ao sistema educacional brasileiro podem serobtidos de duas formas: pela Internet, atravs da pgina do INEP, ou porsolicitao de pesquisadores e instituies, normalmente quando se tornanecessrio o trabalho com dados brutos, que so enviados em planilhasExcel. Importante ressaltar que os dados enviados dessa forma so retira-dos do banco de dados do INEP e passados para a planilha num determi-nado momento, o que pode ocasionar o surgimento de alteraes na com-parao de dados constantes de planilhas obtidas posteriormente.

    Para o ensino superior existe o Sistema Integrado de Informaesda Educao Superior (SIEdSup), que atravs de senhas distintas, envia-das pelo INEP, permite a usurios acessar o cadastro da entidademantenedora e o Cadastro da Educao Superior para verificar se os seusdados esto atualizados e corretos, validar o cadastro da entidade man-tenedora e o das Instituies de Educao Superior, cadastrar o Pesqui-sador Institucional (interlocutor da Instituio de Ensino Superior junto aoINEP), prestar as novas informaes requeridas, acessar os formulriosdo Censo da Educao Superior e preencher os dados solicitados, validaro Censo.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    VII Comentrios

    Os dados que podem ser obtidos junto ao INEP constituem aprincipal fonte sobre a oferta de recursos humanos para a rea da sa-de. Destaca-se que os dados fornecidos, em se tratando de nveis deensino diferentes (mdio e superior), necessitam de preparo prvio antesde serem analisados ou utilizados para a construo do banco de da-dos.

    Apenas a ttulo ilustrativo e tendo como referncia um caso parti-cular o que, de antemo, exclui qualquer possibilidade de generalizar asocorrncias observadas (ENSP e EPSJV, 2004), cabe relacionar even-tuais dificuldades que podem advir por conta da solicitao e do recebi-mento de conjuntos de dados coletados do INEP:

    1) a migrao das planilhas de anos diferentes, sobre as mesmasprofisses da sade, podem exigir tratamento especial, pois as colunasdas planilhas nem sempre se encontram na mesma ordem, nem semprecom os mesmos nomes;

    2) ausncia de dados ou dados incompletos em relao ao nvelsuperior de ensino;

    3) dados incorretos relativos ao ensino mdio e, tambm,tecnolgico, com cursos sendo descritos de maneira variada e localizaodiferentes de reas e subreas de conhecimento;

    4) erros de ortografia;5) duplicidade de dados;6) inconsistncias.Os problemas elencados permitem pelo menos uma considera-

    o: a necessidade de discutir a padronizao da informao (estrutu-ra e contedo), imprescindvel para o correto funcionamento dos sis-temas de informao. A partir dela pode-se construir rotinas com crti-ca entrada de dados, o que reduz a possibilidade e o risco de erro.No entanto, importante ressalvar que a maioria das situaes aquiapontadas pode ser causada pela forma com que os formulrios decadastramento de curso do nvel mdio so feitos manualmente eenviadas por via postal.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    4.2. Pesquisa Mensal de Emprego (PME)

    I Descrio

    A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) realizada pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) a partir de uma amostraprobabilstica de domiclios e busca caracterizar a populao economica-mente ativa e suas relaes com o mercado de trabalho. um levanta-mento domiciliar utilizado para dar indicativo dos efeitos da conjunturaeconmica sobre o mercado de trabalho, tendo como objetivo produzirindicadores mensais sobre a fora de trabalho que permitam avaliar asflutuaes e a tendncia, a mdio e a longo prazos, desse mercado.

    II Criao

    1980

    III Abrangncia geogrfica

    Regies metropolitanas das cidades de Recife, Salvador, Belo Ho-rizonte, Rio de Janeiro, So Paulo e Porto Alegre. A PME vem sendorealizada desde 1999 na Regio Metropolitana de Curitiba, por meio deconvnio com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Social(IPARDES).

    IV Atualizao

    Mensal

    V Variveis

    A PME considera a pessoa moradora na unidade domiciliar sele-cionada como unidade estatstica de investigao. Para caracterizar aunidade domiciliar e as pessoas que so objeto da pesquisa, so adotadasas seguintes definies: a) domiclio local estruturalmente separado e

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    independente que se destina a servir de habitao a uma ou mais pessoas,ou que esteja sendo utilizado como tal. A separao fica caracterizadaquando o local limitado por paredes, muros, cercas, coberto por umteto, permitindo que seus moradores se isolem das demais pessoas da co-munidade, arcando com parte ou com todas as despesas de alimentaoou moradia. A independncia fica caracterizada quando o local de habita-o tem acesso direto, o que permite aos moradores dele entrar e sair sempassar por local de moradia de outras pessoas. Os domiclios so classifi-cados em particulares (moradias onde o relacionamento ditado por la-os de parentesco, dependncia domstica ou normas de convivncia) ecoletivos (moradias onde prevalece o cumprimento de normas adminis-trativas); b) unidade domiciliar o domiclio particular ou a unidade dehabitao em domiclio coletivo; c) morador pessoa que tem a unidadedomiciliar (domiclio particular ou unidade de habitao em domicliocoletivo) como local de residncia habitual na data da entrevista.

    A PME investiga a populao residente, excluindo as pessoas mo-radoras em embaixadas, consulados ou legaes e as pessoas moradorasem domiclios coletivos de estabelecimentos institucionais, tais como osmilitares em casernas ou dependncias de instalaes militares; os detentosem penitencirias ou reformatrios; os internos em escolas, hospitais, asi-los, orfanatos e os religiosos em conventos ou mosteiros.

    Entre os ocupados, a PME dimensiona os empregados com vnculoformalizado (no setor pblico e no setor privado), os trabalhadores semcarteira assinada e os que trabalham por conta prpria, os empregadores,os trabalhadores familiares sem remunerao e os trabalhadores domsti-cos (com ou sem contrato formalizado). Na pesquisa, as pessoas so clas-sificadas como ocupadas desde que tenham exercido algum trabalho nasemana anterior a da entrevista.

    Os indicadores so calculados considerando as pessoas ocupadas.Cada uma delas contada uma nica vez, embora se obtenha informa-es sobre quantos trabalhos teve no perodo de referncia e se, mesmotrabalhando, continuou a procurar trabalho. So coletados dados sobreocupao e desocupao das pessoas economicamente ativas, rendimentomdio nominal e real, posio na ocupao, posse de carteira de trabalhoassinada das pessoas ocupadas.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    VI Acesso s informaes

    Pblico, via Internet, com acesso a relatrios e ao banco SIDRA(Sistema IBGE de Recuperao Automtica)

    A publicao dos resultados segue uma agenda que indica a publi-cao de um ms no ms seguinte.

    VII Comentrios

    As profisses da sade aparecem agrupadas junto com educa-o, servio social, administrao pblica, defesa e seguridade social,o que impede a individualizao dos dados relativos a elas. A pesqui-sa foi iniciada em 1980. Em 2001, passou por um processo de revisometodolgica objetivando atualizar sua cobertura temtica e se ade-quar s recomendaes internacionais mais recentes. As principais al-teraes metodolgicas ocorridas referem-se abrangncia geogrfi-ca, populao em idade ativa, conceitos segundo recomendaes daOrganizao Internacional do Trabalho (OIT), instrumentos de coletae expanso da amostra. Essas mudanas metodolgicas impedem com-paraes entre as informaes coletadas at aquele ano e as obtidasposteriormente.

    4.3. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)

    I Descrio

    Sua finalidade permitir a identificao das caractersticas da evo-luo e dos problemas da demanda e oferta de mo-de-obra no pas. Pro-porciona a elaborao de estudos, pesquisas, projetos e programas a res-peito do mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que subsidia a tomadade decises para as aes governamentais, como a elaborao de Polti-cas de Emprego e Salrio. As informaes do CAGED tambm so uti-

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    lizadas pelo Programa de Seguro-Desemprego para conferir os dados re-ferentes aos vnculos trabalhistas e liberar os benefcios. Vale ressaltarque o universo do CAGED so apenas os trabalhadores regidos pelo regi-me da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT).

    Mensalmente, as empresas repassam ao Ministrio do Trabalho eEmprego, via Internet, os dados individualizados sobre os trabalhadoresadmitidos ou desligados no ms anterior.

    Os conceitos utilizados no CAGED referem-se s alteraes deempregos regidos pela CLT, ocorridas nos estabelecimentos empregado-res. Considera-se como admisso toda entrada de trabalhador numa em-presa no ms corrente e como desligamento toda sada de pessoa cujarelao empregatcia cessou durante o ms por qualquer motivo (demis-so, aposentadoria, morte).

    De forma distinta da Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS),no fazem parte do CAGED os empregados do setor pblico, regidos poroutro estatuto, bem como os trabalhadores avulsos, conforme definidosem lei.

    Vale ressaltar que o nmero de empregos, em determinado perodode referncia, corresponde ao total de admisses e que o nmero de em-pregados pode ser diferente se um indivduo acumular, na data de refe-rncia, mais de um emprego.

    II Criao

    1965

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

    IV Atualizao

    Mensal

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    V Variveis

    Os dados do CAGED so coletados por meio de formulrio pr-prio, tambm disponvel em fita magntica ou disquete. O formulrioapresenta dois mdulos distintos de informaes: o Mdulo I, que se uti-liza das informaes solicitadas no anverso do formulrio, permite calcu-lar o ndice mensal de emprego, a taxa de rotatividade mensal e a flutuaomensal do emprego, desagregados em nvel de sub-atividade econmica emunicpios e o Mdulo II, que se utiliza dos dados solicitados no verso doformulrio, informa os atributos de cada empregado (nome, nmero doPIS, sexo, idade, grau de instruo, ocupao, horas contratuais de traba-lho semanal, remunerao mensal).

    VI Acesso s informaes

    O acesso on-line s bases estatsticas RAIS e CAGED feito comauxlio de uma ferramenta que possibilita a pesquisa dinmica das infor-maes, permitindo acesso atravs do programa de disseminao de esta-tsticas do Ministrio do Trabalho e Emprego. Para tanto necessriosolicitar o cdigo de usurio e a senha de acesso.

    VII Comentrios

    A pgina do CAGED (http://www2.caged.com.br) permite o enviodas informaes por parte das empresas, obteno de extrato e recibo deenvio, download dos aplicativos CAGED, acesso on-line s bases de da-dos, anlise mensal do trabalho formal e link para o Programa de Disse-minao de Estatsticas do Trabalho.

    Podem ser obtidas vrias informaes no site, sem necessidade desenha, como estatsticas com anlise mensal, planilhas e comportamento.

    As profisses esto separadas por grupos, sendo que cada um delesagrega um nmero grande delas. No possvel individualizar as da reada sade no material obtido via Internet.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    4.4. Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS)

    I Descrio

    Mantida pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, fornece informa-es sobre ocupao e salrios do emprego formal, ou seja, trabalhadoresde todo o Pas com carteira assinada, abrangendo todos os ramos de ativi-dade econmica.

    Os dados coletados pela RAIS so importantes para atendimentodas necessidades de controle dos registros do Fundo de Garantia por Tem-po de Servio (FGTS), dos Sistemas de Arrecadao e de Concesso eBenefcios Previdencirios e de identificao do trabalhador com direitoao abono salarial pelo PIS/PASEP.

    II Criao

    1980

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

    IV Atualizao

    Anual

    V Variveis

    As principais tabelas divulgadas pela RAIS abrangem informaesrelativas a: a) nmero de empregados existentes em 31 de dezembro doano-base em que a informao foi prestada, segundo as caractersticasque possam qualific-los quanto a faixa etria, grau de instruo, tama-nho do estabelecimento empregador, natureza do vnculo, tempo de servi-o, remunerao, nacionalidade, ocupao; b) flutuao do emprego, dis-criminando admisses e desligamentos ocorridos durante o ano, assim

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    como as caractersticas que permitam a anlise dessa flutuao e suas os-cilaes ao longo do ano; c) remunerao, com informaes que propi-ciem a anlise da estrutura e do comportamento dessa varivel; d) estabe-lecimentos empregadores, com informaes sobre a distribuio geogr-fica e setorial dos estabelecimentos declarantes, conforme o tamanho em31 de dezembro do ano-base.

    O nmero de estabelecimentos que apresentam declaraes RAIS difere ano a ano, o que dificulta discriminar se a variao doemprego se deve a um real aumento ou reduo decorrente da situa-o do mercado de trabalho e/ou a um melhor desempenho na decla-rao. A definio de um painel fixo, referido quase totalidade dosestabelecimentos, visa superar tal dificuldade, possibilitando a compa-rao dos totais de vnculos empregatcios existentes nos estabeleci-mentos que responderam a pelo menos duas RAIS consecutivas, con-siderados os seguintes tpicos:

    Quantidade de empregos existentes, por faixa etria, sexo, reageogrfica e atividade econmica;

    Quantidade de demisses/desligamentos, segundo tempo de servi-o, sexo e causa de resciso por rea geogrfica e setor de atividadeeconmica;

    Quantidade de empregos, segundo natureza do vnculo, sexo e reageogrfica, por setor da atividade econmica;

    Remunerao dos empregados, segundo faixa de salrio, sexo e ati-vidade econmica, por rea geogrfica;

    Remunerao mdia no ms de admisso, segundo ms, sexo e reageogrfica, por setor de atividade econmica.

    VI Acesso s informaes

    Atravs de cadastramento junto ao Programa de Disseminao dasBases de Dados, sendo que devem ser usados sites diferentes para pessoasjurdica e fsica:

    Jurdica: (http://www.mte.gov.br/EstudiososPesquisadores/PDET)Fsica: (http://www.mte.gov.br/EstudiososPesquisadores/Pdet/Aces-

    so/Conteudo/FormAcesso1_net.asp)

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    VII ComentriosCom relao ao setor sade, so consideradas apenas trs catego-

    rias profissionais: mdicos, enfermeiros e pessoal de enfermagem. Nesteltimo grupo esto includas uma srie de ocupaes, como parteira einstrumentador cirrgico. No permite uma anlise do total das ocupa-es no setor.

    Devem apresentar declarao todas as pessoas jurdicas que, inde-pendente de organizao empresarial, tenham mantido, como emprega-dores, qualquer relao de emprego durante o ano a que se refere as infor-maes. O formulrio prprio para esse fim deve ser respondido entrejaneiro e abril de cada ano, com informaes relativas a todas relaes deemprego ocorridas ao longo do ano-base.

    So perfeitamente caracterizveis dois conjuntos de informaesna RAIS: as relativas aos estabelecimentos (como localizao, ativi-dade econmica, tamanho) e as relativas a cada um dos empregadosque tenham tido vnculo empregatcio com esses estabelecimentosdurante o ano-base (como idade, ocupao, remunerao, grau de ins-truo).

    4.5. Sistema de Informaes sobre OramentosPblicos em Sade (SIOPS)

    I Descrio

    O SIOPS tem como principal objetivo a coleta e a sistematizaode informaes sobre as receitas totais e despesas com aes e serviospblicos de sade das trs esferas de governo. Teve origem no ConselhoNacional de Sade, em 1993. Em 1998 a Procuradoria e o Ministrio daSade viabilizaram a formalizao do SIOPS, que passou a coletar dadosatravs de planilhas eletrnicas, dadas as dificuldades das primeiras ten-tativas de coleta atravs de ofcio e de formulrios contidos em disquetes,principalmente devido falta de padronizao das respostas. Em 30 deabril de 1999 foi assinada a Portaria Interministerial n 529 pelo Ministroda Sade e pelo Procurador Geral da Repblica, designando uma equipe

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    para desenvolver o projeto de implantao do SIOPS, que passou a cole-tar dados atravs de um sistema informatizado desenvolvido pelo Depar-tamento de Informtica do Sistema nico de Sade DATASUS, possi-bilitando a transmisso dos dados pela Internet.

    A partir do ano-base 1998, os dados transmitidos estodisponibilizados na Internet, tanto no formato das planilhas informadas,quanto na forma de indicadores, permitindo comparaes e agregaesde dados das mais diversas formas, por municpios, por Unidade Federa-tiva, por porte populacional ou qualquer outro a ser escolhido pelo usu-rio, de forma a fortalecer o controle social sobre o financiamento do Sis-tema nico de Sade.

    II Criao

    1999

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

    IV Atualizao

    Anual

    V Variveis

    As variveis dizem respeito a itens de receita e despesa, apresenta-dos por Unidade Federativa por municpio, para um determinado ano.At o momento, o banco de dados do SIOPS vem sendo alimentado dediferentes formas conforme a esfera de governo. Para os municpios eestados existem software de coleta e processamento das informaes egerao automtica de indicadores financeiros relevantes para o planeja-mento, gesto e controle social do Sistema nico de Sade. Para a Unio,so utilizados relatrios produzidos, principalmente, pela Secretaria Exe-cutiva do Ministrio da Sade.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    Em relao aos municpios, dada a sua quantidade, existe umsoftware para preenchimento que pode ser baixado dos sites do Minist-rio da Sade e cujos resultados individuais (para cada municpio) e con-solidados so tambm disponibilizados na Internet. O primeiro sistemafoi lanado em fins de 1999 e se referia execuo oramentria do anode 1998. Ou seja, para os municpios, os dados so coletados atravs desoftware especfico de auto-preenchimento pelo gestor municipal (nor-malmente em colaborao com o gestor da rea financeira da Prefeitura)e enviados para o Ministrio da Sade eletronicamente, em procedimentosimilar ao atualmente adotado para envio da declarao do Imposto deRenda.

    VI Acesso s informaes

    O acesso pblico, sem cobrana, atravs da Internet por meio deplanilhas e indicadores.

    VII Comentrios

    O SIOPS no desagrega os gastos com pessoal da sade num nvelque permita o uso para definio de polticas de recursos humanos emsade. No entanto, o acompanhamento das sries histricas e a compara-o entre municpios e entre estados pode agregar valor, quando utilizadocom outros dados. Ver tabela 1.

    O percentual de recursos financeiros do municpio provenientes deimpostos e transferncias aplicados em sade corresponde participaodos recursos prprios municipais impostos e transferncias constitucio-nais e legais na Despesa Total com Sade. Os recursos prprios munici-pais constituem a chamada base vinculvel, conforme definio conti-da na Emenda Constitucional 29, que vincula recursos para a rea desade, sendo o somatrio dos seguintes itens do formulrio da receita doSIOPS: a) Impostos sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IPTU; b) Imposto sobre a Transmisso Inter-Vivos de Bens e Diretos so-bre Imveis ITBI; c) Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    ISS; d) Outros Impostos: Cota-Parte do Fundo de Participao dos Munic-pios (FPM); Transferncia do Imposto de Renda Retido na Fonte (Art.158 I da Constituio Federal); Cota-parte do Imposto sobre Proprie-dade Territorial Rural; Transferncia Financeira aos Estados, ao DistritoFederal e aos Municpios Lei Complementar n 87/96; Cota-Parte doICMS; Cota-Parte do Imposto sobre Produtos Industrializados Expor-tao; Cota-Parte do Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores IPVA; Dvida Ativa Tributria de Impostos.

    Para clculo da Despesa Total deve-se somar as despesas da ad-ministrao direta com as despesas da administrao indireta. Dessetotal deve ser deduzido o valor informado no item 1.4.5.5.5 (Transfe-rncia a Instituio Municipal) do formulrio de despesa (planilhasSIOPS). Este procedimento faz-se necessrio para evitar a dupla con-tagem. A Transferncia ao SUS o resultado da soma de todas astransferncias para o SUS no municpio (Unio, Estados e ConsrciosMunicipais).

    Obtendo estas duas informaes, o clculo do Percentual de Recur-sos Prprios Municipais, Provenientes de Impostos e Transferncias Apli-cados em Sade, deve ser feito deduzindo as Transferncias ao SUS daDespesa Total com Sade e dividindo este resultado pela base vinculvelou recursos prprios.

    Desde outubro de 2005, os dados do SIOPS referentes ao cum-primento da EC 29 pelos estados e municpios, em 2004, esto ali-mentando o CAUC Cadastro nico de Exigncias para Transfern-cias Voluntrias para Estados e Municpios, um subsistema do Siste-ma Integrado de administrao Financeira (SIAFI), que torna os entesadimplentes ou inadimplentes para o recebimento das transfernciasvoluntrias da Unio. (http://siops.datasus.gov.br/, recuperado em 07/11/2005).

    O Quadro 1 mostra o percentual de gastos com pessoal da sadeem relao s despesas totais com sade, por Unidade Federativa, no pe-rodo de 2002 a 2004. Pode-se notar que o gasto diminuiu na mdia na-cional total, de 43,55 % para 37,59 %.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    Quadro 1

    % Despesa Pessoal por ano, segundo UF. Perodo: 2002-2004 UF 2002 2003 2004 Total TOTAL 43,55 37,40 31,28 37,59 Acre 68,31 68,04 63,84 66,55 Piau 57,38 70,10 53,89 59,59 Amazonas 51,93 65,30 0,00 58,49 Alagoas 61,40 56,47 54,32 57,11 Rio Grande do Norte 57,66 59,30 54,46 56,81 Tocantins 51,56 54,48 58,33 55,18 Esprito Santo 52,15 0,00 0,00 52,15 Rondnia 58,18 46,92 0,00 51,52 Bahia 50,96 45,42 0,00 47,88 Amap 44,20 42,61 47,34 44,94 Pernambuco 44,78 0,00 0,00 44,78 Rio de Janeiro 44,64 0,00 0,00 44,64 Distrito Federal 61,31 32,10 32,43 43,98 Gois 39,06 39,30 44,66 41,28 Santa Catarina 41,40 37,99 0,00 39,57 Par 37,81 41,03 35,37 37,72 Cear 36,07 34,91 0,00 35,48 Mato Grosso 40,24 30,33 0,00 34,19 Sergipe 35,61 32,96 0,00 34,05 So Paulo 40,38 34,02 28,94 33,46 Maranho 38,34 26,83 30,60 32,14 Paran 29,27 0,00 0,00 29,27 Paraba 26,57 0,00 0,00 26,57 Mato Grosso do Sul 28,35 25,19 23,91 25,28 Minas Gerais 37,86 20,66 16,65 22,64 Roraima 17,67 16,47 25,56 20,22

    Fonte: Sistema de Informaes sobre Oramentos Pblicos em Sade SIOPS GovernosEstaduais. Recuperado em 07/11/2005.

    4.6. Sistema Integrado de Administrao Financeira (SIAFI)

    I Descrio

    Sistema de acompanhamento financeiro e oramentrio da Unioe de transferncia de recursos para suas Unidades Gestoras. Contminformaes sobre a descentralizao dos recursos financeiros e ora-mentrios da Unio para utilizao direta e indireta (atravs de Conv-nios). Trata-se de uma ferramenta para executar, acompanhar e con-trolar a correta utilizao dos recursos da Unio. O SIAFI o princi-pal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    execuo oramentria, financeira e patrimonial do Governo Federal, pro-cessando e controlando a execuo oramentria dos rgos da Admi-nistrao Pblica Federal Direta, das Autarquias, das Fundaes e dasEmpresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista que estiverem con-templadas no Oramento Fiscal e/ou no Oramento da Seguridade So-cial. O sistema pode ser utilizado pelas Entidades Pblicas Federais, Esta-duais e Municipais apenas para receberem suas taxas dos rgos queutilizam o sistema, atravs da Conta nica do Governo Federal. Esta uti-lizao depende de convnio a ser celebrado entre a Secretaria do Tesou-ro Nacional (STN) e a entidade que desejar utilizar a Conta nica parareceber suas faturas dos rgos Federais, como por exemplo as taxas degua, energia eltrica, telefone.

    II Criao

    1987

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

    IV Atualizao

    Anual

    V Variveis

    Oramento da Unio: Valor dos programas Categoria econmica a ser utilizada

    Movimento contbil nas Unidades Gestoras: Informaes financeiras, oramentrias, patrimoniais, contbeise de auditoria

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    Convnios de Receita/Despesa: Cadastro das entidades conveniadas Cronograma e cadastro dos contratos Acompanhamento dos convnios Valor dos convnios

    VI Acesso s informaes

    Administrao Pblica e Pblico Cadastrado.

    VIII Comentrios

    Trata-se de um sistema de acompanhamento das atividades rela-cionadas com a administrao dos recursos financeiros da Unio, o qualcentraliza e uniformiza o processamento da execuo oramentria, re-correndo a tcnicas de elaborao eletrnica de dados, com o envolvimentodas unidades centrais e setoriais do sistema, bem como a participaodinmica das unidades gestoras e entidades supervisionadas, sob a super-viso tcnica da Secretaria do Tesouro Nacional e sem prejuzo da subor-dinao hierrquica ministerial. O SIAFI identifica os objetivos dos gastosdo Governo Federal atravs da classificao funcional programtica doOramento da Unio, o que permite saber em quais Unidades, funes, pro-gramas, subprogramas e atividades so efetuadas as despesas e investimentosdo Governo Federal. Atravs das Unidades Gestoras pode-se identificar quemso os agentes que efetuam estes gastos. Atravs das Fontes de Recursos possvel identificar a origem dos recursos bem como sua aplicao.

    4.7. Sistema Integrado de Administrao e RecursosHumanos (SIAPE)

    I Descrio

    O SIAPE foi criado em 1990, como forma de integrar e unificar asfolhas de pagamento dos rgos da Administrao Direta. At a

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    implementao desse sistema, cada rgo tinha uma forma prpria e aut-noma de processamento da folha de seus servidores, o que dificultava aao dos rgos de controle e do prprio Tesouro. O SIAPE contm infor-maes relativas a cadastro, penso, folha de pagamento, dirias e passa-gens, alm de alguns mdulos de apoio.

    II Criao

    1990

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

    IV Atualizao

    Diria

    V Variveis

    Dados de identificao do servidor: nome, endereo, filiao, datade nascimento, nacionalidade;

    Documentos de identificao do servidor: CPF, Ttulo de eleitor,PIS/PASEP, Carteira de Identidade;

    Dados Funcionais do servidor: rgo, lotao, formao, regime,cargo, nvel no Plano de Carreira, classe, formao profissional, remune-rao, carga horria.

    VI Acesso s informaes

    Administrao Pblica e Pblico Credenciado, atravs demeios magnticos e Internet. O rgo responsvel pela disseminaodas informaes o Servio Federal de Processamento de Dados(SERPRO).

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    VII Comentrios

    O SIAPE tem como principal objetivo atender a folha de pagamen-tos dos servidores pblicos da Unio. Por esse motivo, seu contedo, es-trutura e funes que o envolvem contribuem pouco para uma gernciade recursos humanos mais efetiva, com o sistema apresentando. Nessecampo, uma srie de inconsistncias, de erros e de ausncias de infor-maes, que comprometem sua integridade e, conseqentemente, con-tribuem para a deficincia na prestao de informaes, obrigandovrios rgos federais (como por exemplo a Fundao Oswaldo Cruz) amanterem sistemas informatizados paralelos, razoavelmente sofisticados,como forma de reduzir as deficincias verificadas no cadastro do SIAPE.

    O SIAPE encontra-se atualmente sob responsabilidade da Secretariade Recursos Humanos (SRH), vinculada ao Ministrio do Planejamento, Or-amento e Gesto. O Servio Federal de Processamento de Dados (SERPRO) contratado pelo Ministrio para prover o suporte ao desenvolvimento, ma-nuteno, processamentos extraordinrios (apuraes especiais) e impressode contracheques e relatrios mensais relativos folha de pagamento.

    Em 1998, foi lanada a verso do SIAPE na Internet, chamadaSIAPENET, que pode ser acessado pelo endereo http://www.siapenet.gov.br.A principal meta desse sistema a melhoria da comunicao com os servido-res da Unio. O SIAPENET no detm todo o volume de informaes dispo-nveis na verso em grande porte, entretanto tem melhor qualidade grfica,alm de permitir consultas durante o perodo de processamento da folha, quandoa verso do mainframe fica indisponvel para a quase totalidade dos usurios.O SIAPE restrito aos funcionrios da Unio.

    4.8. Sistema Integrado de Administrao de RecursosHumanos (SIAPECAD)

    I Descrio

    O SIAPECAD tem por objetivo dotar o gestor de recursos humanosde informaes mais detalhadas a respeito do cadastro dos servidores. Bus-

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    ca-se, ainda, gerar a folha de pagamento a partir das informaes cadastrais,eliminando ou reduzindo drasticamente o volume de valores informadosmanualmente na folha e trazendo maior transparncia e segurana.

    A deciso de criar o SIAPECAD nasceu da necessidade de gerenciar ocadastro do SIAPE de forma mais eficaz. Trata-se de sistema que j existia eera utilizado pelo Ministrio da Fazenda, com a denominao de Sistema deAdministrao de Pessoal (SIPE), tendo sido sua utilizao estendida para osrgos da administrao pblica direta e usurios do SIAPE.

    A principal vantagem da implantao desse cadastro a incorpora-o de novas funcionalidades de gesto de recursos humanos para ofere-cer Secretaria de Recursos Humanos do Ministrio do Planejamento, demodo a poder exercer suas atribuies apoiada em informaes confiveise abrangentes. Uma grande contribuio do SIAPECAD para a melhoriana prestao de informaes na rea de pessoal foi a depurao cadastral,que esteve por trs de todo processo de converso. Todos os rgos aserem convertidos tiveram que recadastrar seus servidores, atualizandoinformaes e acrescentando as inexistentes.

    II Criao

    2004

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

    IV Atualizao

    Contnua

    V Variveis

    a) administrao de tabelas de escolaridade, formao, estabeleci-mento de ensino, estado civil, pas, unidade da federao, municpio, regi-me jurdico; b) gerao e tratamento automatizado de boletins e documen-

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    tos; c) controle completo dos dados pessoais dos servidores; d) informa-es completas sobre conta bancria; e) tratamento de servidor concursado(emisso de edital, nomeao, posse); f) tratamento de restries paraexerccio do cargo (cursos, formao, escolaridade); g) controle de va-gas: reserva de vagas; h) controle de provimentos por: readaptao, apro-veitamento, reintegrao, reconduo, redistribuio, promoo enqua-dramento, posse; i) controle de vacncias: exonerao, demisso, apo-sentadoria, falecimento; j) controle de progresso funcional, determinadapor avaliao do servidor; l) novas facilidades para administrao da funodo servidor; m) novas facilidades para tratamento da lotao do servidor; n)novas facilidades para tratamento de direitos e benefcios do servidor; o) no-vas facilidades para tratamento de ocorrncias da vida funcional; p) novasfacilidades para tratamento de concesso e administrao de aposentadoria;q) novas facilidades para tratamento de dirias, passagens e viagens a servio.

    VI Acesso s informaes

    Restrito administrao pblica e pblico credenciado; gratuito.Meios: magnticos (terminal, micro, internet via emulao SERPRO).

    VII Comentrios

    O SIAPECAD uma importante ferramenta para o gestor de sa-de, especialmente em nvel local, ao permitir ao mesmo acesso a informa-es sobre outras competncias de seus funcionrios, que poderiam serdiversas daquelas em que os mesmos pudessem estar lotados. Sua utilida-de, entretanto, dependente da qualidade de sua atualizao, que neces-sitaria de investigao especfica para ser avaliada.

    4.9. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES)

    I Descrio

    O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES), ins-titudo pela Portaria MS/SAS 376, de 03 de outubro de 2000, o sistemapara cadastramento dos estabelecimentos de sade instalados em todo o

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    territrio nacional, que tem como objetivo permitir o conhecimento dasatuais condies de funcionamento dessas unidades. Abrange a totalidadedos hospitais existentes no pas, assim como a totalidade dos servios/estabelecimentos ambulatoriais vinculados ao Sistema nico de Sade.Os gestores do SUS, nos nveis federal, estadual e municipal, so funda-mentais no processo de construir essa base de dados atualizada, nica efidedigna em todo pas, que propicia ao gestor o conhecimento da realida-de scio sanitria para a formulao de polticas de sade e sobre o con-trole social do exerccio de suas funes na execuo dessas polticas.

    II Criao

    2002

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

    IV Atualizao

    Contnua

    V Variveis

    O sistema rene dados que identificam o perfil dos estabelecimen-tos de sade nos aspectos de rea fsica, recursos humanos, equipamentose servios ambulatoriais e hospitalares e inclui o cadastramento e a ma-nuteno de dados bsicos dos Estabelecimentos de Sade; Cadastramentoe manuteno dos dados conjuntos hospitalar e ambulatorial; Cadas-tramento e manuteno dos dados exclusivamente ambulatoriais; Cadas-tramento e manuteno dos dados exclusivamente hospitalares; Cadas-tramento e manuteno dos dados cadastrais de profissionais; Cadas-tramento e manuteno dos dados de identificao de mantenedora. OCNES registra, ainda, informaes sobre vnculo com cooperativas, bemcomo as especialidades/ocupaes (CBO) contratadas.

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    Estabelecimento de Sade (ES) a denominao dada a qualquerlocal destinado a realizao de aes e/ou servios de sade coletiva ouindividual, qualquer que seja o porte ou nvel de complexidade. No CNESpodem ser includos hospitais de grande porte assim como consultriosmdicos isolados ou Unidades de Vigilncia Sanitria ou Epidemiolgica.Na identificao do estabelecimento, utilizado o nmero do CadastroNacional de Pessoas Jurdicas (CNPJ), segundo instrues especficas paraos casos de mantenedoras e estabelecimentos de rgo do Poder Executi-vo, Legislativo ou Judicirio. No caso de consultrios mdicos ouodontolgicos isolados (pessoa fsica), o campo preenchido com o CPFdo profissional.

    Os dados relativos aos profissionais (inclusive os de no brasileirosnatos), destinam-se a conhecer a real potencialidade de oferta de recursoshumanos ligados execuo de aes e servios nos estabelecimentos desade. Existe um cadastramento especfico para coletar os dados dosprofissionais que atuam nos estabelecimentos vinculados ao SUS e outropara profissionais que atendam somente em estabelecimentos eminente-mente privados ou somente clientela privada em estabelecimento que presteservios ao SUS e a outros convnios. So registrados, entre outros, onome do profissional, o nmero do PIS/PASEP, o nmero do CPF e oCdigo do Carto Nacional de Sade.

    O CNES registra o grau de escolaridade e dados da ocupao de-senvolvida na unidade. A codificao da atividade profissional de acor-do com a Classificao Brasileira de Ocupaes CBO, obedecendo determinao da PT/GM/MS 3947/98. Previu-se o cadastramento no SUSde um profissional em at trs atividades por estabelecimento. Os dadosde carga horria semanal so especficos para profissionais de nvel supe-rior, ligados a execuo de aes e servios de sade do SUS.

    VI Acesso s informaes

    Pblico. Via Internet no site http://www.cnes.datasus.gov.br. Tam-bm podem ser obtidas em CD ROM, com dados desagregados. O sitepermite acesso a uma srie de servios e consultas, alm de remessa ebaixa de dados e programas. possvel a consulta de estabelecimentos e

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    de profissionais por nome ou localizao; consulta legislao especfica, rela-o de gestores cadastrados, no cadastrados e sem envio de bases; e algunsindicadores sobre leitos, equipamentos, servios prestados, entre outros.

    VII Comentrios

    O CNES da maior importncia para um gerenciamento eficaz,propiciando ao gestor informaes fundamentais para o conhecimento darealidade da sua rede de servios. Auxilia na formulao de polticas desade, em todos os nveis de governo, e no controle social.

    O CNES representa um desejo h muito aspirado por todos queutilizam as informaes de sade como base para o seu trabalho, seja noaspecto operacional quanto gerencial, visto que os dados cadastrais cons-tituem um dos pontos fundamentais para a elaborao da programao,controle e avaliao da assistncia hospitalar e ambulatorial no pas, as-sim como a garantia da correspondncia entre a capacidade operacionaldas entidades vinculadas ao SUS e o pagamento pelos servios prestados.

    A possibilidade de utilizao conjunta de dados do CNES com osdados de produo do SUS obtidos no Sistema de Informaes Hospita-lares (SIH/SUS) e no Sistema de Informaes Ambulatoriais (SAI/SUS) merece um estudo mais detalhado, inclusive com a construo de srieshistricas compatveis, na tentativa da construo de modelos de oferta/produo (demanda) de servios.

    A elaborao do novo modelo de cadastro teve como base as neces-sidades dos gestores no tocante aos Sistemas de Informaes do SUS, aPesquisa de Assistncia Mdica Sanitria do IBGE (em razo dos acrs-cimos recebidos a partir de 1998) e a Ficha de Cadastro de Estabeleci-mentos de Sade (FCES) criada pela PT/GM/MS 1890/97 e PT/SAS 33/98, visando ampliar as informaes de ambos os instrumentos para a ges-to do sistema, compostas de 14 folhas divididas em mdulos e conjuntosde dados, abrangendo todos os aspectos da caracterizao das unidadesde sade

    A FCES traz vrias implementaes de padronizao de estrutura econtedo de dados, fundamentais para permitir a compatibilizao dedados entre bases diferentes. A ttulo ilustrativo, alguns exemplos cabem

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    ser citados: as instrues de preenchimento prevem a necessidade deabreviao de nomes, numa tentativa de padronizar esse processo; exis-tem instrues sobre procedimentos padronizados para preenchimento doscampos, tais como alinhamento, espaos em branco; utilizao deidentificadores de profissionais de sade de abrangncia nacional como oPIS/PASEP e o CIC; utilizao da CBO para preenchimento das ocupa-es de sade; informaes sobre profissionais de sade no brasileirosnatos, naturalizados ou no. o nico dos sistemas analisados que trazessa informao, que ganha importncia fundamental frente ao contextodo Mercosul; informaes sobre vinculao com cooperativas, tambmmuito importante para o entendimento da precarizao do trabalho emsade no Brasil, assunto atual e objeto de vrios estudos.

    4.10. Pesquisa Assistncia Mdico Sanitria (AMS)

    I Descrio

    A AMS uma pesquisa censitria, organizada pelo IBGE, que abrangetodos os estabelecimentos de sade existentes no Pas que prestam assistncia sade individual ou coletiva, de acordo com normas estabelecidas peloMinistrio da Sade, seja em regime ambulatorial ou de internao, inclusiveos de diagnose, terapia e controle regular de zoonoses, pblicos ou particula-res, com ou sem fins lucrativos. As diversas verses da AMS (momentos emque a pesquisa foi realizada), possuem dados diferentes, pois tiveram focosdiferentes. Para este estudo foi considerada a ltima realizada (BRASIL,Ministrio do Planejamento, 2002).

    II Criao e anos de realizao

    1981 a 1990; em 1992, 1999 e 2002

    III Abrangncia geogrfica

    Brasil

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    IV Atualizao

    A atualizao feita a cada nova pesquisa realizada

    V Variveis

    Na pesquisa realizada em 2002, foi estabelecido um recorte entreconsultrios mdicos particulares (que tradicionalmente no so levadosem conta) e pequenas clnicas ambulatoriais, que muitas vezes diferemapenas na existncia de um registro de pessoa jurdica (CNPJ). Procuran-do uniformizar nacionalmente essa constatao e delimitar melhor o uni-verso, a AMS 2002 utilizou os seguintes critrios:

    1 Estabelecimentos que so objeto da pesquisa:a) os estabelecimentos privados de sade, registrados como pessoa

    jurdica (CNPJ), onde atuem trs ou mais profissionais de sade, comadministrao nica e que tenha pelo menos um funcionrio prprio doestabelecimento (auxiliar de enfermagem, secretria, atendente);

    b) os estabelecimentos de sade que realizem procedimentos deApoio Diagnose e Terapia ou de Cirurgia Ambulatorial, registrados comopessoa jurdica (CNPJ) e com pelo menos um funcionrio prprio, inde-pendente do nmero de profissionais de sade que atuem no estabeleci-mento;

    c) os estabelecimentos pblicos de sade, independente do nmerode funcionrios e do registro de pessoa jurdica, desde que tenham insta-lao fsica destinada exclusivamente a aes na rea de sade;

    d) estabelecimentos de Sade com internao, independente do n-mero de funcionrios, que possuam instalaes adequadas ao atendimen-to de pacientes com um tempo de permanncia superior a 24 horas e pos-suam pelo menos um mdico responsvel.

    2 Estabelecimentos que no so objeto da pesquisa:a) consultrios particulares destinados consulta de pacientes mi-

    nistrados por profissionais de sade autnomos, como mdicos, psiclo-gos, enfermeiros, etc., sem o registro de pessoa jurdica (CNPJ);

    b) ambulatrios mdicos ou gabinetes dentrios da rede escolar quese destinam exclusivamente ao atendimento de alunos e funcionrios;

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    c) ambulatrios mdicos ou gabinetes dentrios de empresas parti-culares ou entidades pblicas cujos atendimentos sejam exclusivos a seusempregados;

    d) estabelecimentos de sade que se dedicam exclusivamente pes-quisa ou ao ensino, que no realizem atendimento ou exames de pacientesregularmente; e

    e) estabelecimentos criados em carter provisrio de campanha.As informaes dos estabelecimentos foram coletadas nos questio-

    nrios: Ambulatorial/Hospitalar, Servios de Apoio Diagnose e Terapiaou Simplificado e de acordo com o tipo e complexidade dos servios ofe-recidos: se nico, terceirizado ou com terceirizao. Diferente da pesqui-sa realizada em 1999, na AMS 2002 a relao de terceirizao entre osestabelecimentos foi investigada atravs da aplicao de questionrio es-pecfico, mesmo para aqueles (terceirizados) que funcionassem dentrodas dependncias de outro estabelecimento (com terceirizao). Caracte-rizou-se o tipo de estabelecimento como sendo nico, terceirizado ou comterceirizao. Esta definio torna-se til e necessria frente a atual din-mica de prestao de servios de sade que se manifesta no Brasil nosltimos anos. Com esta classificao, possvel observar quantos estabe-lecimentos empregam este tipo de relao de prestao de servios e, ain-da, quais os tipos de terceirizao mais freqentes.

    Quanto aos grupos de profissionais de sade que estabelecem umaempresa de prestao de servios, a pesquisa no considerou como umestabelecimento de sade. Os profissionais de sade destas empresas fo-ram contados como recursos humanos onde prestaram servios. Para quese tenha a real dimenso da oferta de servios e comparabilidade com aAMS 1999, nesta publicao as tabelas referentes a estabelecimentos desade contm as informaes dos estabelecimentos nicos e dos comterceirizao, estes ltimos incluindo as informaes dos que soterceirizados.

    Na realizao da pesquisa AMS 2002, os dados foram coletadosem trs modelos de questionrios, que puderam ser aplicados em papel ouem meio magntico (disquete). Os questionrios da pesquisa no so auto-instrucionais, dependendo das instrues do entrevistador:

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    Variveis e Indicadores para Anlise de Recursos Humanos em Sade no Brasil

    a) questionrio Ambulatorial/Hospitalar: aplicado aos estabelecimen-tos de sade que prestam atendimento a pacientes em regime ambulatorial,de emergncia ou de internao, sejam eles nicos, terceirizados ou comterceirizao;

    b) questionrio Servios de Apoio Diagnose e Terapia: aplicadoaos estabelecimentos de sade, sejam eles nicos, terceirizados ou comterceirizao, onde so realizados diferentes tipos de atividades que auxi-liam a determinao do diagnstico ou complementam o tratamento e areabilitao de doentes, tendo como responsvel um profissional de sa-de de nvel superior (mdico, fisioterapeuta, psiclogo, fisiatra, enfermei-ra, ou outros). Os estabelecimentos de Apoio Diagnose e Terapia quetambm realizam consultas ambulatoriais para pacientes externos, preen-cheram o questionrio Ambulatorial/Hospitalar;

    c) questionrio Simplificado: aplicado a unidades ambulatoriais demenor complexidade, capacitadas a executar atividades bsicas de aten-o sade, incluindo vacinao, atendimento realizado por agente desade, auxiliar/tcnico de enfermagem, guarda de endemias, mdicos,odontlogos e de outros profis