O caf Obra de Cndido Portinari

IMPORTNCIA ECONMICA E SOCIAL DO CAF

INTRODUO

A cafeicultura, importante atividade do setor agropecurio, desempenha funo de vital

relevncia para o desenvolvimento social e econmico do Brasil, garantindo a gerao de

postos de trabalho, tributos e contribuindo significativamente para a formao da receita

cambial brasileira. notrio o destaque de todo o sistema agroindustrial do caf em termos de

uso de mo-de-obra e fixao do homem ao campo, gerao de empregos, bem como em

termos de obteno de divisas externas e arrecadao de impostos.

O caf importante para o Brasil desde a poca do imprio. O produto se adaptou to bem

aos solos e climas brasileiros que quatro anos aps o estabelecimento da cultura no pas, em

1727, j ocorriam as primeiras exportaes. No ano de 1849, a produo brasileira de caf j

atingia 40% da produo mundial e chegou a contribuir isoladamente com 70% do valor de

nossas exportaes no perodo de 1925/1929.

Nos anos de 1987 at 2000, cerca de 25% da produo mundial de cerca de 100 milhes de

sacas de caf ao ano, eram provenientes do Brasil. Em 1997, esse produto gerou mais de trs

bilhes de dlares em receitas cambiais para o pas. Embora o caf tenha, ao longo do tempo,

diminudo sua participao nas exportaes brasileiras - devido a diversificao de produtos

exportados - constitui-se, ainda hoje, um expressivo gerador de divisas. Exemplo disso que

o caf, em 2008, representou cerca de 2,37% da pauta de exportao brasileira. Hoje, o Brasil

, ainda, o principal exportador do produto, com uma exportao mdia, nos ltimos trs anos

de 28,3 milhes de sacas.

O caf um dos maiores geradores de riquezas do planeta. responsvel pela gerao de um

grande nmero de empregos em todos os setores da economia, indo desde os setores de

mquinas, equipamentos e insumos, passando pela produo no campo e pela indstria, at o

setor de servios, como logstica e comrcio.

A produo brasileira de caf a maior do mundo, respondendo por mais de um tero de toda

a produo mundial. Os dados de 2009 mostram que a safra do gro alcanou 39,47 milhes

de sacas e o setor representou o quinto item na pauta de exportaes do agronegcio, gerando

US$ 4,27 bilhes para a economia do Pas. Os principais pases importadores do caf verde

brasileiro so Alemanha, Estados Unidos, Itlia e Japo. A primeira estimativa para o ano de

2010 aponta que o Brasil poder colher entre 45,89 e 48,66 milhes de sacas de 60 quilos de

caf (conilon e arbica). O Brasil o maior produtor mundial de caf, frente do Vietn (16,5

milhes de sacas), da Indonsia (9,35 milhes de sacas) e da Colmbia (8,1 milhes de sacas).

Minas Gerais, maior produtor brasileiro, deve colher este ano de 23,20 a 24,72 milhes de

sacas ou 50,8% da safra. O segundo no ranking o Esprito Santo, que deve produzir de 11,50

a 12,04 milhes de sacas.

O agronegcio caf contribui para a gerao de milhes de empregos no

Brasil

O CAF NO CENRIO NACIONAL

Produo em 2010: A produo cafeeira do Brasil na safra 2010 ganhar impulso

devido ao perodo de bienualidade positiva e s condies climticas favorveis registradas

at dezembro de 2009. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),

divulgada em maio de 2010, aponta para crescimento de 19,2% em relao temporada 2009,

alcanando a 47,042 milhes de sacas de 60 quilos. O resultado do perodo significa

incremento de 7,57 milhes de sacas em relao s 39,47 milhes obtidas no ciclo anterior. A

colheita, que se iniciou em abril, deve apresentar maior concentrao entre junho e agosto.

Cabe aqui destacar que, como a Conab adota como referncia de safra o ano, o mesmo ser

empregado no Anurio quando se referir a informaes dessa instituio. No anncio do

relatrio da Conab, Wagner Rossi, ministro da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

(Mapa), afirmou que a produo da cafeicultura brasileira est solidamente encaminhada para

um aumento muito equilibrado. Colher uma safra de ciclo alto num momento em que o

mercado internacional se ressente da falta de bons cafs arbica uma oportunidade para

ocupar maior espao nos blends, ou seja, produtos que resultam da composio de diferentes

tipos de caf, destaca. O ministro observou, no entanto, a necessidade de toda a cadeia

produtiva estar unida, a fim de solidificar o momento favorvel. Se todos estiverem

sintonizados com a oportunidade que h hoje para o caf, poderemos avanar neste

momento. Segundo a Conab, o maior acrscimo deve ocorrer na colheita do arbica,

estimada em 35,307 milhes de sacas, o que representa ganho de 6,440 mil sacas, ou 22,3%,

sobre o perodo anterior, que foi de 28,9 milhes de sacas. Esse tipo de gro representa 75,1%

do total nacional. A produo de robusta ou conilon, que significa 24,9% da safra brasileira,

deve atingir a 11,735 milhes de sacas, alta de 10,7%, o equivalente a 1,130 mil sacas. A rea

cultivada com o gro cresceu 32 mil hectares (1,5%), saindo de 2,09 milhes de ha no ciclo

passado para 2,12 milhes de ha na temporada atual. A produtividade calculada em 22,14

sacas por ha. O resultado da safra poderia ter sido maior no fosse a inverso climtica

estiagem acompanhada de altas temperaturas ocorrida a partir da segunda quinzena de

dezembro de 2009, notadamente no Esprito Santo; nas regies da Zona da Mata, de Rio Doce

e Jequetinhonha, em Minas Gerais; e na regio Atlntico, na Bahia. A situao causou perdas

expressivas na produo, compensadas, em parte, pelos ganhos registrados nas regies Sul e

Centro-Oeste de Minas Gerais e nas reas irrigadas do Estado da Bahia, principalmente no

Oeste.

Arte: caf no terreiro e o cafeeiro

Regies produtoras: Metade do caf colhido no Brasil tem uma origem: Minas Gerais.

O Estado segue como o maior produtor nacional e responde por 50,9% do volume total.

Dados de maio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam a safra 2010 em

23,944 milhes de sacas de 60 quilos, das quais 98,9% so de arbica. Quando comparado s

temporadas de 2009 e 2008, o clculo representa incremento de 20,44% e 1,5%,

respectivamente. O incio do perodo chuvoso, a partir de setembro de 2009, favoreceu o

desenvolvimento vegetativo e produtivo das lavouras, contribuindo para o crescimento e o

enchimento dos frutos. No entanto, nas regies da Zona da Mata, de Rio Doce e do

Jequitinhonha uma forte estiagem, acompanhada de altas temperaturas ao longo dos meses de

janeiro e fevereiro, perodo no qual ocorre o crescimento dos gros, prejudicou os cafezais

localizados nas regies mais baixas e quentes, notadamente as mais novas e mal nutridas.

Alm disso, chuvas extemporneas no inverno de 2009 provocaram a abertura de

multifloradas, causando a formao de frutos desuniformes nas diversas regies produtoras do

Estado, afetando a qualidade. Em segundo lugar no ranking nacional est o Esprito Santo,

com 23,4% da colheita e predomnio de robusta. A safra est prevista em 11,031 milhes de

sacas de caf beneficiado, sendo 8,144 milhes de sacas de conilon (74%) e 2,887 milhes de

arbica (26%). A seca e as altas temperaturas durante a segunda quinzena de dezembro e a

segunda quinzena de maro, justamente na fase de enchimento de gros, atingiram a maior

parte das lavouras do Sul do Estado e aquelas localizadas em terrenos mais arenosos, gerando

perda de 735 mil sacas. O Estado de So Paulo o terceiro produtor brasileiro com estimativa

de obter 4,36 milhes de sacas, 27,2% superior ao volume da temporada anterior, que foi de

3,423 milhes de sacas. O incremento deve-se bienualidade positiva, aliada ao excelente

desenvolvimento vegetativo das lavouras e do emprego da tecnologia recomendada na

maioria dos cintures de plantio. Em razo disso, a qualidade do caf ser boa.

O melhor sabor do Brasil

O quarto, o quinto e o sexto maiores polos cafeeiros tm desempenhos semelhantes. A

Bahia dever produzir 2,321 milhes de sacas, 23,9% a mais que em 2009. Do total, 1,822

milho de sacas so de arbica e 498,5 mil sacas so de conilon. O Estado contou com chuvas

regulares no ms de novembro, situao que proporcionou floradas dentro da normalidade.

No perodo de dezembro a fevereiro, contudo, ocorreram estiagens que afetaram mais

duramente a regio de conilon. Rondnia vai colher 2,192 milhes de sacas, resultado 41,7%

superior, e o Paran, 2,110 milhes. A boa situao climtica favoreceu Rondnia com

chuvas nos estgios de florao, paralelamente incorporao de novas reas. No Paran, o

clima atpico no inverno provocou floradas irregulares, compensadas pela regularidade no

regime de chuvas nas principais regies produtoras a partir de novembro.

Minas Gerais: Minas Gerais apresenta, em quatro grandes regies produtoras, um

verdadeiro panorama da cafeicultura brasileira. O Estado responsvel por 50,9% da safra

nacional. Se for considerada apenas a lavoura do gro arbica, o ndice sobe para 67%.

Referncia nacional em produtividade e qualidade no arbica, o produto o segundo item na

pauta das exportaes de Minas Gerais, perdendo apenas para o minrio de ferro. Em 2009, o

gro representou US$ 2,9 milhes, correspondendo a 51,5% do total do agronegcio mineiro

nas vendas externas. Do caf exportado pelo Brasil, 68% sai de Minas Gerais, tendo como

principal destino a Alemanha. As diferenas regionais em termos de solo, clima e altitude das

lavouras cafeeiras de Minas Gerais proporcionam caractersticas variadas aos gros e

determinam as formas de cultivo. Elas colaboram para que o Estado seja o principal produtor

brasileiro e um dos maiores do mundo em quantidade e qualidade. A atividade est distribuda

em quatro regies bem definidas: Sul, Matas, Cerrado e Chapada. Metade do caf cultivado

no Estado proveniente do Sul. A regio de relevo acidentado possui uma diversidade de

sistemas de produo, onde predominam pequenos e mdios produtores. As maiores

cooperativas cafeeiras do Brasil tambm esto localizadas nessa rea. Na regio das Matas de

Minas, no leste do Estado, h a maior concentrao de propriedades familiares, com uso

intensivo de mo de obra. Por ser uma zona montanhosa, no permite o emprego de mquinas

na colheita. Situao oposta ocorre no Cerrado, formado por plancies com estaes bem

definidas, onde esto grandes propriedades mecanizadas, bastante tecnificadas e com uso

crescente de irrigao. O mesmo verifica-se na Chapada, regio de planalto. No entanto, nessa

rea tambm podem ser encontradas pequenas propriedades, que realizam uma cafeicultura

quase artesanal. O governo de Minas Gerais foi o primeiro no Brasil a ter um programa de

certificao de propriedades cafeeiras. O Certifica Minas Caf foi criado em 2005 com o

objetivo de estimular os cafeicultores para o aperfeioamento dos processos produtivos,

melhorando os controles administrativos e cultivando o gro com mais eficincia,

responsabilidade e, conseqentemente, sustentabilidade. O cadastro no programa, a

assistncia tcnica e as orientaes para adequaes das propriedades so feitas pela Empresa

de Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Emater). As auditorias preliminares de checagem

das modificaes, que devem estar de acordo com as exigncias internacionais, so realizadas

pelo Instituto Mineiro de Agropecuria (IMA). A auditoria final fica a cargo da certificadora

IMO Control, um organismo de avaliao de conformidade independente que verifica a

adaptao das propriedades e emite um certificado de reconhecimento internacional. At

2009, haviam sido certificadas 1.026 propriedades. Para 2010, a meta chegar a 1.200

propriedades. Tambm em 2009 a secretaria assinou um convnio com a Associao

Brasileira da Indstria de Caf (Abic) que permite s empresas comprar os gros das reas

que possuem certificao, via internet, com maior remunerao para o produtor.

Esprito Santo: Com apenas 0,5% do territrio brasileiro, o Esprito Santo o segundo

maior produtor nacional de caf, sendo responsvel por 25% dos gros colhidos. So em torno

de 500 mil hectares cultivados, para uma previso de produo em 2010 de 11 milhes de

sacas beneficiadas de 60 quilos, conforme levantamento da Companhia Nacional de

Abastecimento (Conab). A produtividade, entre as espcies arbica e robusta, de 23,45 sacas

por hectare. A atividade desenvolvida em 60 mil propriedades rurais, espalhadas por todos

os municpios capixabas, exceto a capital, Vitria. Em 80% dessas localidades, o caf a

principal fonte geradora de renda, sendo responsvel por 43% do Produto Interno Bruto (PIB)

agrcola do Estado. Toda a cadeia produtiva envolve a mo de obra de 400 mil trabalhadores.

Na lavoura a ocupao basicamente de agricultores familiares, com rea mdia de 4,8 ha

para o arbica e 9,4 ha ao conilon. A produo estadual de caf est dividida em 74% de

lavouras de conilon ou robusta e 26% de arbica. O conilon plantado em 64 municpios, em

regies quentes, com altitudes inferiores a 500 metros. O arbica est presente em 43

municpios, com altitude superior a 500 metros. Nos prximos 15 anos, a qualidade o foco

da cafeicultura do Esprito Santo. O governo estadual est trabalhando no novo Plano

Estratgico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag), que inclui a temtica

caf, principal atividade primria do Estado. O Estado responde por 72% da safra nacional de

conilon e nos ltimos 15 anos a produo triplicou no Esprito Santo. A previso da

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para 2010 de colheita de 8,1 milhes de

sacas de 60 quilos beneficiadas. No Estado, o robusta cultivado em trs regies distintas. O

Noroeste possui uma topografia mais acidentada. No Nordeste, zona mais plana, esto os

produtores mais tecnificados, que se utilizam de irrigao e atingem as maiores

produtividades. O Sul, um pouco menos desenvolvido, completa o mapa com 20% do total

cultivado. De acordo com o previsto no Pedeag, a meta para o conilon at 2025 dobrar a

produo e a produtividade, sem aumentar a rea plantada. Uma anlise feita pela empresa

Nestl mostrou que as variedades de robusta desenvolvidas pelo Incaper possuem qualidade

superior. No entanto, muitas vezes o produto que chega ao mercado deixa a desejar. A

deficincia est no processo de colheita, secagem, beneficiamento e armazenagem. Para

melhorar o processo e no perder em competitividade, o governo estadual, em parceria com

26 instituies, est realizando um amplo programa de treinamento dos cafeicultores. Se a

qualidade melhorar, ser possvel colocar mais conilon nas misturas, no solvel e no caf

espresso. Assim como o conilon, o caf arbica tambm cultivado em trs regies diferentes

no Esprito Santo. Na serrana est a cafeicultura mais evoluda, em estgio adiantado de

tecnologia. No Sul e no Capara, divisa com Minas Gerais, esto as lavouras menos

desenvolvidas. As melhorias no cultivo e a diminuio das desigualdades entre os produtores

esto previstas no novo Pedeag. Todo o parque cafeeiro dever ser substitudo com o emprego

de novas bases tecnolgicas, como o uso das variedades certas, a melhoria nas tcnicas de

manejo e de colheita e a secagem em terreiros adequados. Nos prximos 15 anos, o Estado

pretende dobrar a produtividade e a produo, chegando a pelo menos 30% de gros em

qualidade superior. Uma estratgia adotada pelo governo estadual e que j surtiu efeito foi a

realizao de concursos de qualidade. Ocorrem etapas municipais e regionais e os vencedores

seguem para as competies nacionais.

So Paulo: Se Minas Gerais lidera a produo brasileira de caf, So Paulo o polo

dos negcios envolvendo a commodity. O Estado responsvel por 65% a 70% da

exportao, 45% do processamento industrial do gro e mais de 40% do consumo nacional da

bebida. A produo do gro foi a mola propulsora do desenvolvimento paulista. A primeira

fazenda foi instalada no incio do sculo 19, na regio do Vale do Paraba, na divisa com o

Rio de Janeiro. Em poucos anos, a cultura expandiu-se por So Paulo, atingindo tambm o

Paran. Com o advento do Programa Brasileiro do lcool (Pr-lcool), que comeou a

funcionar efetivamente na dcada de 1980, a cafeicultura perdeu espao para a cana-de-

acar. Em 12 anos houve reduo de 15,20% no nmero de unidades produtoras de caf no

Estado. No entanto, no mesmo perodo, a rea diminuiu apenas 4,12%. Uma das constataes

do trabalho a concentrao da produo nas regies da Mogiana e do Sudoeste, diferente da

safra de 1996, quando a atividade estava disseminada pelo territrio estadual. A reduo de

rea foi compensada pelos ganhos de produtividade. Atualmente, metade das lavouras

implantadas em So Paulo possuem mais de 3 mil plantas por hectare. Esse nmero permite a

mecanizao de todas as etapas do manejo da cultura e oferece incremento substancial na

quantidade colhida. Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),

divulgado em maio de 2010, indica produo estadual de 4,355 milhes de sacas beneficiadas

no ano, aumento de 27,2% em relao a 2009, que registrou 3,423 milhes de sacas. A rea

calculada em 208 mil hectares em produo, acrscimo de 14,3% na comparao com 2009,

quando a extenso foi de 182 mil ha. Ao contrrio de se constituir um problema, o fato de

haver diminudo o nmero de produtores de caf em So Paulo revela o grau de

profissionalismo alcanado pelos que permaneceram na atividade e que passaram a ter um

perfil mais competitivo. O avano da mecanizao da colheita outro fator considerado como

indcio de eficincia do setor. O uso de mquinas nessa etapa atinge 24% da rea e 29% da

quantidade de plantas cultivadas.

Bahia: A cafeicultura baiana, uma das mais tradicionais do Pas, est em meio a uma

transio, na qual a qualidade final do produto constitui o farol. Os crescentes nveis de

exigncia do mercado quanto rastreabilidade e padronizao de processos e de produtos

tendem a levar a uma gradativa seleo dos cafeicultores, de maneira que s os realmente

eficientes ou dotados de boa estrutura permanecero na atividade. Parte da evoluo da

cafeicultura baiana deve ser creditado unio de foras do segmento, especialmente por meio

da Associao Baiana dos Produtores de Caf (Assocaf) e de entidades regionais, como a

Associao dos Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacaf). O que evidencia o bom momento

a eleio de amostras do Estado em primeiro lugar na lista dos melhores cafs nacionais,

principalmente no nicho dos especiais. A cafeicultura um pilar secular no cenrio do

agronegcio de Vitria da Conquista. Na temporada 2009/10, esse plo responder por cerca

de 700 mil sacas. Na verdade, a colheita poderia ter chegado a 1 milho de sacas, no

houvesse ocorrido perda de 30% devido ao dficit hdrico. A alternativa para no ficar

sujeitado ao regime do clima apostar na irrigao, mas nem todos os produtores dispem de

capital para o investimento. Em virtude da estiagem, o resultado, mesmo na bienualidade alta,

superou apenas levemente o do perodo anterior, fechado em aproximadamente 600 mil sacas

em ciclo de bienualidade baixa. Ainda assim, a regio mantm-se como a mais importante na

cafeicultura estadual, tendo em vista que a produo baiana situa-se em 2,5 milhes de sacas.

A colheita no Estado ocorre entre junho e agosto e proporciona um caf despolpado, quase

que obrigatoriamente por exigncias do clima. A exemplo do Planalto da Conquista que

compreende, entre outras localidades, Vitria da Conquista, Barra do Choa, Poes,

Encruzilhada e Ribeiro do Largo , a regio Oeste desponta na atividade em termos de

Brasil. a rea da mecanizao e da irrigao, em propriedades mais extensivas voltadas ao

arbica. Dever colher 550 mil sacas na safra 2009/10, com destaque para os municpios de

Lus Eduardo Magalhes, Barreiras, So Desidrio e Cocos. Por sua vez, o polo de Brejes

(Santa Ins, Jabaquara, Jequi) prev 350 mil sacas na temporada, mas talvez a regio mais

problemtica do ponto de vista da continuidade. Mesmo sendo atividade secular nesses

municpios, bero dos cafs de qualidade, hoje a rea que mais sofre com a

profissionalizao geral da cadeia, especialmente por falta de mo de obra. Assim, acabou

sendo superada pela Chapada Diamantina, em cidades como Piat e Mucug, que deve colher

prximo de 600 mil sacas nesse ciclo, a maior parcela delas de cafs especiais. Por fim, o

mapa da cafeicultura baiana delineado com a produo do Extremo Sul, prximo divisa

com o Esprito Santo, a nica do Estado a investir no robusta, ou conilon, por razes de

altitude, colhendo em torno de 550 mil sacas. Com isso, graas diversidade de origens, a

Bahia tem conseguido oferecer gros variados, tanto arbica quanto conilon, a fim de atender

a uma clientela cada vez mais diferenciada, no Pas e no exterior.

Paran: Com o passar das safras, o Paran vem reconquistando seu lugar de destaque

na cafeicultura brasileira. O Estado, que junto com So Paulo foi um dos maiores produtores

do Pas, viu seu parque cafeeiro ser dizimado por uma forte geada em 1985. Para aqueles que

no quiseram abandonar a cultura, comeou o esforo de recuperao da atividade. A soluo

veio com o plantio adensado dos cafezais, que teve incio na dcada de 1990. O novo modelo

tecnolgico possibilitou que os cafeicultores tivessem aumento de produtividade com reduo

do custo mdio. A partir de 2000, a meta da Seab passou a ser a retomada do cultivo de gros

de qualidade. Foi institudo o prmio Caf Qualidade Paran, que a cada ano escolhe os

produtores que obtm melhor resultado em suas lavouras e assim podem agregar valor ao

produto comercializado. E a ao governamental junto aos agricultores tm surtido efeito

positivo. Em 2000, o Paran tinha 165 mil hectares dedicados cultura e obtinha

produtividade de 16 sacas por hectare. Em 2010, so 94 mil hectares plantados, com

rendimento de 25 sacas. O incentivo produo de qualidade uma constante no Estado. Para

obter financiamento bancrio para utilizar na conduo da lavoura, o produtor precisa antes

passar por um curso de capacitao. As orientaes incluem estmulo prtica do plantio

adensado, que representa 70% do total produzido, e so repassadas por tcnicos do Instituto

Paranaense de Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Emater) e do Instituto Agronmico do

Paran (Iapar). O caf estadual tem conquistado importantes prmios nos concursos

promovidos pela Associao Brasileira da Indstria do Caf (Abic), obtendo o primeiro lugar

na categoria gro natural em 2006 e 2009. As propriedades cafeeiras do Paran so

basicamente de agricultura familiar, com rea mdia de quatro hectares. As lavouras

concentram-se em trs regies. Metade da rea plantada encontra-se no chamado Norte

Pioneiro, que, como o prprio nome diz, foi a primeira regio onde se cultivou o gro no

Estado. O restante est distribudo entre o Norte Central, com 35% da rea, e o Noroeste, com

10%. Apesar de haver condies para utilizar mquinas, os produtores realizam a colheita

manual. No ciclo 2010, existe previso de colheita de 2,1 milhes de sacas de caf

beneficiado no Paran, avano de 43,1% em relao s 1,4 milho de sacas do perodo

anterior. A produtividade estimada em 25,39 sacas por hectare, sendo que a cultura

contabiliza 82,7 mil h em produo e outros 11,4 mil em formao. Os nmeros so do

segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com base no

Relatrio de Safra do Departamento de Economia Rural (Deral). O principal item a engrossar

os gastos a mo de obra para colheita, que representa 49% do total gasto com a lavoura. Em

muitos municpios, os trabalhadores so disputados entre os cafeicultores e os produtores de

cana-de-acar. A colheita de caf intensifica-se nos meses de junho, julho e agosto,

encerrando em setembro.

Rondnia: O Estado de Rondnia, no Norte do Pas, cultiva quase 20% da safra

brasileira de conilon. Apesar de fatia significativa do mercado em 2010 so esperadas 2,2

milhes de sacas de 60 quilos os produtores ainda tm uma srie de problemas a serem

resolvidos para melhorar a qualidade e aumentar a produtividade. A qualidade ruim do gro

rondoniense se deve desvalorizao do conilon. Em Rondnia, a cafeicultura uma

atividade basicamente de agricultura familiar. Das 110 mil propriedades rurais do Estado, em

torno de 30% possuem a cultura como principal fonte de renda. A maior regio produtora a

Zona da Mata, localizada no Centro do Estado. A atividade tem participao de

aproximadamente 4% no Produto Interno Bruto (PIB) local. O conilon rondoniense

comercializado para os estados de Paran, So Paulo e Esprito Santo. Na safra 2010, a

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prev colheita de 2,2 milhes de sacas de 60

quilos, 41,7% mais que no perodo anterior. O bom desempenho creditado maior

intensidade de chuvas no perodo de florao da lavoura, assim como incorporao de novas

reas de plantio. O governo de Rondnia, por intermdio da Secretaria de Estado da

Agricultura, Pecuria e Regularizao Fundiria (Seagri), criou o Fundo de Apoio

Cafeicultura. Uma das providncias previstas a instalao de postos de classificao oficial

da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que inexistem no Estado. Esto sendo

instaladas tambm unidades demonstrativas, que serviro de local para orientao aos

produtores quanto colheita, secagem, armazenagem e comercializao. A difuso dessas

informaes ser realizada por meio de dias de campo. A Conab deve comear a adquirir o

gro de Rondnia pelo preo mnimo estipulado. Isso vai valorizar o produto e tambm

deve melhorar a qualidade, porque somente cafs que passam por classificao sero

comercializados. Em Rondnia, o preo praticado pela saca de 60 quilos fica entre R$ 95,00 e

R$ 110,00. O preo mnimo da Conab de R$ 150,00.

O CAF NO CENRIO INTERNACIONAL

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou, em junho de

2010, estimativa de que a produo mundial de caf ser de 139,7 milhes de sacas na safra

2010/11. A Organizao Internacional do Caf (OIC), contudo, prev colheita menor, ficando

em 135 milhes de sacas. Na previso anterior, o USDA tinha apresentado um nmero mais

baixo, de 134 milhes de sacas. O clculo atual desse organismo internacional para a

produo brasileira de 55,3 milhes de sacas, mais de 8 milhes acima dos nmeros da

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Conforme o USDA, o ciclo atual ser 11%

superior ao 2009, quando a safra mundial do gro atingiu a 127,443 milhes de sacas, reduo

de 5,4% em relao de 2008, que foi de 134,768 milhes de sacas. Com uma demanda

mundial de 135 milhes de sacas, a produo atenderia a esse volume pelos nmeros da OIC

e, pelos do USDA, haveria sobra.

Planeta Caf

O crescimento internacional do consumo tem sido entre 2% e 2,5% ao ano e, nos

ltimos cinco anos, os estoques ficaram reduzidos. Em 2003/04, os estoques globais iniciais

eram de 48,809 milhes de sacas e, em 2009/10, baixaram para 40,063 milhes de sacas, o

que representa queda de 18%. Na safra anterior a reserva havia sido ainda menor: 37,729

milhes de sacas. Alm da elevao do consumo, tradicionais produtores de caf tiveram

reduo de suas safras no ltimo ano devido a problemas climticos. A Colmbia, que

aparecia como segundo maior produtor, depois do Brasil, perdeu essa posio para o Vietn e

foi ultrapassada ainda pela Indonsia, em razo da queda da sua produo nas temporadas

2008 e 2009 em relao a perodos anteriores. Em 2009, foi levemente superior a 2008, mas

bem abaixo das colheitas de 2007, 2006 e 2005, que ficaram acima das 12,5 milhes de sacas.

Em 2008 o pas colheu 8,664 e, em 2009, 9,5 milhes de sacas, de acordo com a OIC. Essa

conjuntura favorece o Brasil, que est colhendo uma safra expressiva em razo da

bienualidade positiva e de condices climticas favorveis. Segundo a Conab, o Pas

produzir 47,042 milhes de sacas, com aumento de 19,2% em relao ao ano anterior, o que

corresponde a 7,57 milhes de sacas a mais. No total so 55 pases que plantam caf no

mundo. Os 20 maiores produtores so responsveis por 95% da oferta, ou seja, 117,676

milhes de sacas. Os outros 35 respondem pelos 7,388 milhes de sacas restantes na

temporada 2009. Entre os 20, Vietn, Tailndia e Costa do Marfim cultivam apenas robusta;

oito somente arbica (Colmbia, Costa Rica, El Salvador, Etipia, Honduras, Mxico,

Nicargua e Peru); e os demais, os dois tipos de caf.

Uma bebida preparada com arte pelas mos

de um barista

INDSTRIA

Enquanto Estados Unidos e praticamente toda a Europa retraram o consumo de caf

em 2009, devido crise financeira mundial, o Brasil assegurou o sucesso da indstria

nacional. O desempenho do setor superou as expectativas. Acreditava-se que, em funo da

crise, o mercado evoluiria no mximo 3% no decorrer de 2009. No entanto, a crise no afetou

o setor e o consumo no Brasil, que aumentou em 740 mil sacas, saltando de 17,65 milhes de

sacas, em 2008, para 18,39 milhes em 2009, registrando crescimento de 4,15%. As

exportaes, no entanto, ficaram a desejar. Em 2009, as vendas do gro torrado e modo

totalizaram US$ 29,6 milhes, contra US$ 35,6 milhes em 2008, decrscimo de 16,9%. O

solvel registrou embarque de US$ 460,5 milhes em 2009, queda de 18,5% na comparao

com 2008, quando foram comercializados externamente US$ 565,6 milhes. As razes dessa

reduo esto ligadas ao menor volume de compras do mercado norte-americano, principal

importador do caf industrializado brasileiro, na esteira da crise econmica que afetou os

negcios e a economia daquele pas no ano passado. Alm dos Estados Unidos, nos ltimos

anos o Brasil tem buscado abrir novos mercados, entre os quais Japo, Coria do Sul,

Argentina, Chile e pases do continente europeu. Tambm so realizadas aes promocionais

em mercados considerados traders, ou seja, pases ou regies com alto potencial de

comercializao do produto e baixo consumo, como Panam, Chile, Turquia e Cingapura.

Alm disso, deve-se focar em naes que, apesar de tradicionais na compra de gros verdes

do Brasil, no importam o produto industrializado, caso do Canad. A estimativa para as

exportaes em 2010 de atingir a cifra de US$ 30 milhes.

Para desempatar o placar dos resultados da cafeicultura em 2009, o segmento de cafs

superiores e gourmet apresenta crescimento de 15% ao ano. Maiores investimentos em

produtos e no marketing interno impulsionaram as vendas das marcas mais conhecidas. Alm

disso, o fato de chegar s prateleiras, mensalmente, novas marcas de gros especiais fez com

que o mercado brasileiro apresentasse oferta significativa de produtos de alta qualidade aos

consumidores nacionais.

Cafeteira Italiana

Para 2010, projeta-se um consumo interno de 19,31 milhes de sacas, incremento de

5% em volume. As vendas do setor, em 2009, podem ter atingido R$ 6,8 bilhes e espera-se

que cheguem a R$ 7,1 bilhes em 2010. Com isso, a meta de o consumo interno atingir 21

milhes de sacas parece que poder ser alcanada em 2012. Entre os principais motivos que

podem ajudar na conquista do objetivo, destaca-se o impulso da economia brasileira, as

previses de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do consumo das classes C, D e E,

e a estimativa de que as classes A e B podero crescer 50% at 2015. No entanto, para que o

Brasil supere o desafio, dever manter a evoluo anual de pelo menos 5%. A Abic continua a

estimular o aumento do consumo geral e a oferta de cafs diferenciados, ampliando a adeso

das empresas aos seus diversos programas de qualidade e certificao, como o Selo de Pureza,

o Programa de Qualidade do Caf (PQC) e o Programa Cafs Sustentveis do Brasil (PCS).

Outro desafio do setor a insero dos produtos em diferentes mercados ou segmentos. A

Abic vem criando estratgias para atingir nichos como o consumo fora do lar e o de cafeterias

e cafs especiais. Nesse sentido, a alta gastronomia foi eleita a porta de entrada para produtos

de alta qualidade, certificados, de grande valor agregado e com capacidade para gerar boa

percepo de marcas de valor. Dessa maneira, desde 2009 os gros brasileiros esto marcando

presena, alm de feiras tradicionais, em eventos destinados a chefs de cuisine e

restaurateurs, principalmente no mercado chileno, onde promovida a Semana do Caf

Gourmet do Brasil Sabor y Saber. No evento so oferecidas degustaes de gros das

diversas regies produtoras e cursos bsicos para baristas, de latte art e de preparo de

drinques base de caf.

Um investimento de aproximadamente R$ 100 milhes. Segundo estimativa da

Associao Brasileira da Indstria de Caf (Abic), essa a cifra que o setor da indstria de

caf movimentou em 2009. No entender de Nathan Herszkowicz, diretor executivo da

entidade, os recursos destinaram-se, principalmente, para aquisio de caf via Fundo de

Defesa da Economia Cafeeira (Funcaf), drawback (reembolso de direitos aduaneiros) para

gros arbica de alta qualidade e investimento e modernizao do parque industrial. Em 2010,

a Abic aposta que o setor continue aquecido. No primeiro semestre, estimamos que as

indstrias estejam investindo 15% a mais, observa Herszkowicz. Um dos motivos para a

maior injeo de crdito, na comparao com igual perodo anterior, pode estar atrelado ao

cenrio livre da crise financeira mundial, fator que em 2009 deixou as empresas mais

cautelosas. A industrializao concentrada em poucas companhias uma das caractersticas

do setor, que em 2009 apresentou crescimento. Em 2008, as 10 maiores indstrias respondiam

por 71,01% do volume total das associadas da Abic, enquanto no ano seguinte elas

participaram com 72,90%. Por outro lado, as 315 menores empresas tiveram participao

quase estabilizada, correspondendo a 6,95% da produo total das associadas. Com base

nesses dados, a Abic avalia que as indstrias mostraram um desempenho muito distinto, com

as maiores crescendo acentuadamente e as menores estveis ou decrescendo. A entidade

tambm manteve a hiptese, bastante conservadora, de que as empresas no associadas e o

consumo no cadastrado (informal e nas fazendas) no cresceram, contribuindo com 0% na

mdia final, ou seja, que o grupo das maiores empresas assumiu parte do mercado das

menores.

Caf - Indstria

Norma para o setor: aps trs anos de tentativas, negociaes setoriais e trabalho

tcnico, o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa) publicou, em maio de

2010, por Instruo Normativa, o Regulamento Tcnico para o Caf Torrado em Gro e Caf

Torrado e Modo. As normas definem o padro mnimo de qualidade para o produto que ser

comercializado no mercado brasileiro. A cadeia produtiva ganhou prazo de nove meses para

se adaptar s regras, que sero cobradas a partir de fevereiro de 2011. Segundo o ministro da

Agricultura, Wagner Rossi, a regulamentao ajudar a acabar com o mito de que o caf bom

vendido para o exterior e o ruim, consumido no Brasil. O mercado cresce 5% ao ano e

tornou o Pas segundo maior consumidor mundial, diz. Robrio Silva, diretor do

Departamento de Caf (Decaf) do Mapa, considera a medida importante para promover o

consumo. O regulamento exige que os cafs oferecidos aos consumidores, em gros torrados

ou torrados e modos, tenham qualidade global mnima igual ou superior a quatro pontos, em

escala de zero a 10, alm de impureza mxima de 1% e nvel de umidade de 5%. No ser

admitida matria estranha ao gro. O regulamento ter impacto positivo na melhoria dos

padres dos cafs do dia a dia, elevando o nvel da qualidade em todo o Pas. Ao mesmo

tempo, dar aos cafeicultores a oportunidade de melhorarem os gros de suas colheitas,

evitando e reduzindo a produo de baixa qualidade que deteriora a bebida final. Os critrios

no se prendem ao tipo, mas aos padres de pureza, qualidade global e umidade, o que

determina a elevao da mdia qualitativa do produto torrado e modo. A instruo normativa

define critrios para caractersticas sensoriais, como aroma, sabor, fragrncia e sabor residual.

O nvel de acidez, amargor ou adstringncia e o corpo da bebida esto entre os pontos

avaliados por um classificador credenciado pelo Ministrio da Agricultura. Sero observados

ainda estado de conservao, aparncia, odor e informaes de rotulagem, como fabricante,

lote, validade e, se for o caso, pas de origem. Quando a Instruo Normativa vigorar, fiscais

do ministrio passaro a monitorar o caf. Haver coleta de amostras no comrcio varejista e

em indstrias, que sero encaminhadas a laboratrios credenciados para anlise da presena

de impurezas. Tambm ser realizada a prova na xcara. Lotes que no atenderem s

exigncias, sero recolhidos. A identificao de produto que no alcance os padres

determinados levar indicao de caf em inconformidade com as normas, avisa Robrio

Silva, do Decaf. Os fabricantes que no atenderem aos critrios tero lotes recolhidos e sero

autuados. O produto ser desclassificado e a comercializao proibida se detectada presena

de matria estranha, impurezas acima de 1% ou mau estado de conservao. A indstria estar

sujeita s penalidades previstas em lei, como advertncia e multas. Em caso de reincidncia,

pode ser fechada. O regulamento significa que o mercado passar a ser disputado no mais

pelos menores preos, mas por aqueles que apresentarem melhor qualidade. O Brasil passa a

ser o primeiro pas a adotar, em norma oficial, as modernas tcnicas de avaliao sensorial do

produto final, o caf torrado e modo, para definir as caractersticas da qualidade

recomendvel, aquelas que tornam a bebida apreciada e que impulsionam o consumo. At

hoje, em todo mundo, a qualidade sempre foi aferida por avaliao, classificao e degustao

do gro cru, isto , da matria-prima. Porm, como o processo de industrializao, torrao e

moagem e a embalagem influenciam nas caractersticas da bebida degustada pelos

consumidores, tornou-se tambm necessrio utilizar as metodologias de avaliao sensorial

para qualific-la conforme seu consumo.

O lavrador de caf Obra de Cndido

Portinari

BIBLIOGRAFIA ABIC, Estatsticas. Disponvel em: Acesso em 10/08/2010 BELING, R. R. Anurio Brasileiro do Caf 2010. Santa Cruz do Sul: Gazeta, 2010. EMBRAPA, Histrico. Disponvel em: Acesso em 10/08/2010 USDA. Production, Supply and Distribution Online Database. Acesso em 10/08/2010. OIC. Trade Statistics. Acesso em 10/08/2010.