1º bimestre - pÚblica

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1º BIMESTRE O ESTADO E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADO: para fins de administração pública, deve ser entendido pelo prisma constitucional – ou seja, pessoa jurídica de direito público, dotado de soberania territorial. Quando se fala em ESTADO em Administração Pública, deve ser levado em consideração atenção especial ao Princípio da LEGALIDADE, ou seja, a Administração Pública só pode fazer ou deixar de fazer algo em virtude de lei que o estabeleça. PESSOA JURIDICA: porque possui direitos e obrigações. Exemplo: direito de cobrar os impostos e obrigação de reverter esses direitos nas áreas de interesse coletivo. SOBERANIA: é uma qualidade atribuída ao Estado sob o qual as normas e decisões por ele elaboradas prevalecem sobre as normas e decisões emanadas dos grupos sociais, por exemplo família, escola, igreja, etc... MAS QUAL É A FUNÇÃO DO ESTADO: nada mais é do que atingir o interesse público, jamais o interesse coletivo. Exemplo: Estádios da Copa do Mundo, Estátua do Luan Santana em Londrina. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Compreende: UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS e o DISTRITO FEDERAL. Todos são independentes e autônomos, ou seja, possui autonomia política, financeira e administrativa.

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Page 1: 1º BIMESTRE - PÚBLICA

1º BIMESTRE

O ESTADO E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ESTADO: para fins de administração pública, deve ser entendido pelo prisma constitucional – ou seja, pessoa jurídica de direito público, dotado de soberania territorial.

Quando se fala em ESTADO em Administração Pública, deve ser levado em consideração atenção especial ao Princípio da LEGALIDADE, ou seja, a Administração Pública só pode fazer ou deixar de fazer algo em virtude de lei que o estabeleça.

PESSOA JURIDICA: porque possui direitos e obrigações. Exemplo: direito de cobrar os impostos e obrigação de reverter esses direitos nas áreas de interesse coletivo.

SOBERANIA: é uma qualidade atribuída ao Estado sob o qual as normas e decisões por ele elaboradas prevalecem sobre as normas e decisões emanadas dos grupos sociais, por exemplo família, escola, igreja, etc...

MAS QUAL É A FUNÇÃO DO ESTADO: nada mais é do que atingir o interesse público, jamais o interesse coletivo. Exemplo: Estádios da Copa do Mundo, Estátua do Luan Santana em Londrina.

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Compreende: UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS e o DISTRITO FEDERAL.

Todos são independentes e autônomos, ou seja, possui autonomia política, financeira e administrativa.

Essa forma de federação, constitui CLÁUSULA PÉTREA, por força do art. 60 § 4º, I da CF/88), ou seja, é insuscetível de abolição.

PODERES DO ESTADO

Executivo – função administrativaLegislativo – função normativa (criar leis)Judiciário – função judicial (resolução de conflitos);

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA: ou Centralizada

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Conjunto de órgãos vinculados a um dos entes da federação (união, estados, municípios e DF). Exemplos: Ministérios, Secretarias, Divisões. Assim todo o poder se concentra nas mãos do chefe do Poder Executivo.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA: ou Descentralizada

É constituída por entidade com personalidade jurídica própria que prestam serviços públicos ou de interesse público, desvinculando do Estado a sua finalidade administrativa.

PRINCIPAIS CARACTERISTICAS:

- Personalidade Jurídica própria- Criadas através de lei específicas;- Patrimônio Próprio

A administração pública indireta, compreende:

Autarquias: aquelas que realizam atividades tipicamente públicas, porém com receita e patrimônio próprio.

a) Autarquias Comum: realizam atividades administrativas. Exemplo INSS

b) Autarquias Especiais: realizam atividades de controle e gerência. São as chamadas AGÊNCIAS REGULADORAS...Exemplo: ANAC, ANATEL

Empresas Públicas: realizam a exploração da atividade econômica. O capital é exclusivamente público. Exemplo: Correios, CEF;

Sociedade de Economia Mista: como o próprio nome diz, o capital é MISTO, ou seja, a maior parte do capital (ações) pertencem ao Poder Público (50% + 1).. São semelhantes as empresas públicas, sendo o que difere é a sua forma societária. Exemplo: Banco do Brasil, Petrobrás, etc.

FUNDAÇÕES: Podem ser tanto Pública quanto privadas: Detalhe para as Fundações Públicas, que são voltadas ao desempenho de atividades de caráter social, como assistência médica e hospitalar, pesquisa, educação e ensino, sem finalidade lucrativa.

Obs: Ambas são fiscalizadas pelo MP. Regime de trabalho se for público = estatutário, se for privada = celetista;

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SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS: realizam atividades sem fins lucrativos, destinado a profissionalização. Exemplo: SENAI, SENAC, SESC...

ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para que o Estado possa cumprir suas finalidades, a constituição Federal faz uma divisão mediante o reconhecimento de três poderes: Executivo, legislativo e Judiciário no âmbito federal, estadual e municipal.

Tabela 1NIVEIS PODERES

LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO

FEDERAL

- Senado Federal

- Câmara dos Deputados

- Tribunal de Contas da União

- Presidência da República;

- Ministérios

- STF-STJ-TRF e Juizados Federais;- Tribunais e Juízes do Trabalho;- Tribunais e Juízes Eleitorais;- Tribunais e Juízes Militares;- Ministério Público da União;

ESTADUAL

- Assembléia Legislativa;

- Tribunal de Contas do Estado;

- Gabinete do Governador;

- Secretarias de Estado;

- Tribunais e Juízes dos Estados e do DF;

- Ministério Público dos Estados e DF;

MUNICIPAL - Câmara de Vereadores;- Tribunal de Contas do Município

- Gabinete do Prefeito;

- Secretarias Municipais

Princípios Implícitos da Administração Pública: (art. 37, CF)

- L I M P E

- Legalidade

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- Impessoalidade

- Moralidade

- Publicidade

- Eficiência

Princípio da Legalidade

(arts. 5º, II; 37, caput, e 84, IV)

Por ser essencial ao Estado Democrático de Direito é o de

maior importância dentro da Administração e verdadeiro pilar,

cerne do Direito, em todos os ramos do seu estudo.

Celso Antônio Bandeira de Mello: Princípio da Legalidade é o

fruto da submissão do Estado a lei.

Enquanto ao cidadão comum é permitido fazer tudo o que não

estiver vedado em lei, pelo mesmo princípio aplicado ao direito

administrativo, só é dado ao administrador realizar o que estiver

estritamente permitido.

Princípio da Legalidade no âmbito do direito administrativo é

muito mais rigoroso que em outros ramos da ciência jurídica.

Impessoalidade

(art. 37, caput, e 5º, caput)

“Todos são iguais perante a lei”.

A administração pública deve tratar sem discriminação a todos os

administrados. Sem fazer distinção no atendimento, buscando sempre o

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interesse coletivo, geral, mesmo que o resultado do ato interesse

pessoas determinadas (como a pavimentação de uma rua).

Outro aspecto que deve ser analisado é que a atuação da

administração pública deve ser atribuída à entidade estatal e não ao

agente público que o pratica ou a ordena.

O administrador deve rechaçar a promoção pessoal das

autoridades e servidores públicos sobre suas realizações

administrativas.

Moralidade

(art. 37, caput, CF)

A moralidade exige proporcionalidade entre os meios e os fins e

nesse sentido podemos inferir que dentro do princípio da Moralidade e

para que esse se consubstancie deve haver razoabilidade na ação do

administrador.

O ato administrativo deve estar de acordo com o senso comum de

honestidade, retidão equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser

humano, à boa fé, ao trabalho, à ética das instituições com o próprio

entendimento sobre esses princípios feitos pela sociedade, caso em

contrário será tido como imoral.

A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro bem nos ensina:

Não será preciso penetrar na intenção do agente

porque do próprio objeto resulta a “IMORALIDADE”.

Celso Antônio Bandeira de Mello: Tanto a “Moralidade” quanto o

“interesse público” dizem respeito a “legalidade”.

LEGALIDADE = LEI + INTERESSE PÚBLICO = LEGALIDADE

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A improbidade administrativa é a conduta do agente em

desrespeito ao princípio da legalidade, uma das condutas mais

insidiosas previstas no Direito Administrativo.

Publicidade

(art. 37, caput, e 5º, XXXIII e XXXIV)

É a divulgação obrigatória e o fornecimento de informações de todos os

atos da administração, seja na forma interna (sempre obrigatória) ou externa.

É importante frisar que a publicidade poderá ser restringida quando o

interesse público assim requerer.

Vale ressaltar que um ato inválido não se convalida com a publicação.

É do princípio da publicidade que advém o direito de obter informações,

certidões e atestados da administração, por qualquer interessado, desde que

observada a forma e restrições legais.

Em virtude dos princípios da “moralidade” e “impessoalidade” a

Constituição Federal determina que a publicidade dos atos, programas,

serviços, obras e campanhas dos órgãos públicos deverão possuir um caráter

informativo, educativo ou de orientação social, dela não sendo possível constar

nomes, símbolos ou quaisquer imagens que caracterizem a promoção pessoal

de autoridades ou servidores públicos (art. 37 § 1º).

É do princípio da publicidade que advém o direito de obter informações,

certidões e atestados da administração, por qualquer interessado, desde que

observada a forma e restrições legais.

Eficiência

(art. 37, caput, com redação dada pela EC nº 19/1998)

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(MAIS RENDIMENTO, MENOS GASTO)

A atividade administrativa deve ser exercida com presteza,

perfeição e rendimento funcional.

É a síntese de todos os princípios, no bom proceder e funcionar

da Administração Pública.

Esse princípio exige a necessidade de adoção, pelo

administrador, de critérios técnicos, no intuito de serem alcançados os

melhores resultados.

Exercícios de suas competências de maneira imparcial, neutra

(IMPESSOALIDADE e MORALIDADE), Transparente (PUBLICIDADE),

com a adoção de critérios legais (LEGALIDADE), isso para a melhor

utilização dos recursos públicos.

Em resumo, GESTÃO eficiente dos serviços públicos.

AGENTES PÚBLICOS

São as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal, funções estas exercidas mediante, ou não, a ocupação de cargo público.

A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8429/92) conceitua agente público como “todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”. Trata-se, pois, de um gênero do qual são espécies o servidor público, o empregado público, o terceirizado e o contratado por tempo determinado.

Podem ser classificados como agentes públicos:

a) Agentes Políticos: Agentes políticos, são os que exercem típicas atividades de governo e exercem mandato, para o qual são eleitos, apenas os chefes dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal, os Ministros e Secretários de Estado, além de Senadores, Deputados e Vereadores. A forma de investidura é a eleição, salvo para ministros e secretários, que são de livre escolha do Chefe do Executivo e providos em cargos públicos, mediante nomeação.

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b) Agentes Administrativos: Agentes administrativos são os servidores públicos em geral: civis ou militares, bem como temporários.

Considera-se necessidade temporária:  assistência na calamidade pública, a realização de recenseamento.

c) Agente Honoríficos: Agentes honoríficos são as pessoas convocadas, designadas ou nomeadas para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem vínculo empregatício ou estatuário, e geralmente sem remuneração. Estes serviços constituem os serviços públicos relevantes (munus público). Exemplos: Jurado, mesário eleitoral, etc.

Agente Delegados: Os agentes delegados são particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização do poder delegante. Não se tratam de servidores públicos, tampouco representantes do Estado, mas apenas colaboradores do Poder Público. Sujeitam-se, porém, no exercício da atividade delegada, à irresponsabilidade civil objetiva (CF, art. 37, § 6º), ao mandado de segurança (CF, art. 5º, LXIX) e à responsabilização nos crimes contra a Administração Pública (CP, art. 327).

São os concessionários, permissionários e autorizatários de serviços públicos; os leiloeiros, os tradutores públicos etc.

O que vem a ser Cargo Público?

É onde o agente público encontra-se lotado no respectivo órgão. Exemplo: Exerço o cargo de

contador lotado na Secretaria Municipal de Fazenda.

Fulana exerce o cargo de enfermeira lotada na Sec. Municipal de Saúde.

O que é Função Pública?

São as atividades exercidas pelos agentes nos cargos por eles ocupados, com especificidades

delimitadas por lei.

Exemplo:

- função do contador é registrar e controlar os fatos ocorridos dentro da entidade afim de

preservar o patrimônio.

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- função da enfermeira é realizar procedimentos de enfermagem na obtenção da cura de

doenças.

Quem são os Servidores Públicos?

São ocupantes de cargo de provimento efetivo ou cargo em comissão, regidos pela Lei nº

8.112/90 e são passíveis de responsabilização administrativa, apurada mediante processo

administrativo disciplinar ou sindicância de rito punitivo.

Quem pode ser Empregado Público?

São os ocupante de emprego público na administração direta, autarquias e fundações, nos

termos da Lei 9.962/2000, contratados sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A rescisão desses contratos, em ato unilateral da administração, deve ser precedida de

procedimento administrativo, com garantias ao empregado de participação na produção de

provas, ampla defesa e julgamento impessoal.

Qual a diferença entre cargo em comissão e função de confiança?

Ambos os cargos são criados por lei e se destinam apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento na administração pública federal e são respectivamente preenchidos ou exercidas mediante livre nomeação pela autoridade competente, na contrapartida das respectivas livres exoneração e dispensa, a qualquer tempo (ad nutum), seja a pedido, seja de ofício, pela mesma autoridade que nomeou.

A diferença reside no fato de que as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, enquanto os cargos em comissão podem ser preenchidos por servidores que já detenham cargos efetivos de carreira, de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de criação. Isto significa que, devendo ser ocupados por um percentual mínimo legal de servidores de carreira, pode-se ter então as vagas restantes dos cargos em comissão ocupadas por pessoas sem vínculo definitivo com a administração.

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PATRIMÔNIO PÚBLICO

Conceito: Regral Geral constitui o Patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações.

O C ó d i g o C i v i l e m s e u s a r t i g o 9 8 e 9 9 , d i s p õ e q u e s ã o públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas públicas de direito interno, sendo to d o s o s o u t r o s p a r t i c u l a r e s , s e j a q u a l f o r à p e s s o a a que pertencerem.

Em outras palavras é: o que não for particular é PÚBLICO.

Os bens públicos , especialmente, são classificados da seguinte forma:

a) B e n s d e U s o C o m u m d o P o v o : s ã o t o d o s a q u e l e s postos à

disposição do povo e destinados ao uso direto e imediato da

coletividade. Exemplos: rios, mares, estradas, ruas, praças;

b) B e n s d e U s o E s p e c i a l : s ã o a q u e l e s d e s t i n a d o s à prestação

de um serviço público, sempre dependente e d e i n t e r f e r ê n c i a

d e p e s s o a s q u e a d m i n i s t r a m o s e r v i ç o p ú b l i c o , e

s ó c o n s e r v a m e s s e c a r á t e r e n q u a n t o t ê m essa destinação.

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Exemplos: bibliotecas públicas, as escolas públicas, os postos de

saúde, etc.

c) Bens Dominiais ou Dominicais: são aqueles que integram o domínio público

com características diferentes, compondo o patrimônio público como objeto

de direito pessoal, ou seja são os bens que podem ser destinado para qualquer

finalidade. Exemplo: terreno da marinha, portos, aeroportos, linhas férreas,

etc.

DIREITOS

Em Contabilidade Pública engloba:

a) Valores: são os recursos destinados ao consumo, por não possuírem prazo de vida útil não superior a 2 anos. Exemplos: apólices, ações; títulos de créditos;

b) Créditos: são créditos realizáveis que o Estado possui perante terceiros. Exemplo: recebimento de dívida ativa.

OBRIGAÇÕES

São aquelas o qual o Estado possui com terceiros, chamados dívidas passivas. Essas

dívidas classificam-se em:

FUNDADA: dívidas com prazos superior a 12 meses. Exemplos: contratos de operação

de créditos, financiamentos;

FLUTUANTE: são operações decorrentes de caráter financeiro. Exemplo: restos a

pagar, depósitos de consignações, débitos de tesouraria.

FORMAS DE AQUISIÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

O Poder Público pode adquirir bens por diversos meios sendo os mais comuns: compra; desapropriação; e a doação;

a) Compras: através de celebração de contratos submetidos às exigências da Lei

de Licitações. Observação (prévia dotação orçamentária);

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b) Desapropriação: transferência da propriedade de terceiros para o Poder

Público, por motivo de utilidade pública ou de interesse social, mediante o pagamento

de indenização.

c) Doação: é uma transferência voluntária de bens, por parte de particulares ao

poder público. A doação pode ser gratuita ou onerosa. Se for gratuita, não vincula o

Poder Público a obrigação alguma, podendo livremente dar destinação específica ao

bem doado. Se for onerosa (com encargo), o poder público tem a obrigação de seguir

rigorosamente a destinação do objeto da doação.

Observação: Em casos raríssimos, os bens públicos podem ser adquiridos

através de USUCAPIÃO (posse direta pelo decurso de tempo. Neste caso

somente se houver interesse público, relevância social mediante o

pagamento de indenização.) e CONFISCO (quando o bem está sendo

utilizado para a prática de coisas ilícitas).

FORMAS DE ALIENAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

As formas de alienação dos bens públicos dar-se-ão por: VENDA; DOAÇÃO e

PERMUTA.

a) Venda: toda venda de bens públicos devem devem ser precedidas de

autorização legislativa e de licitação (leilão), sob pena de nulidade do ato alienado.

Antes da alienação, faz-se necessário a realização de uma AVALIAÇÃO, prática essa

que faz com que o Poder Público seje lesado por desídia (imprudência, negligência ou

imperícia) ou por má-fe. Trata-se de atender ao Princípio da Moralidade

Administrativa, que deve ser observado.

b) Doação: é alienação gratuita do bem. Também deve ser precedida de

autorização legislativa podendo a licitação neste caso ser dispensada em duas

situações: bens imóveis – doação a outro órgão ou entidade da Administração Pública

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ou a beneficiados por programas habitacionais (art. 17, I, b); bens móveis – doação

para fins de interesse social, inclusive a particulares (art. 17, II, a);

c) permuta: nada mais é do que a troca de um bem por outro, podendo ser de um

órgão público para uma pessoa particular ou de órgão público para outro órgão

público. Observação: a licitação só é dispensada se for permuta entre órgãos públicos.

UTILIZAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

1. Noções gerais:

As regras sobre o uso do bem público são de competência daquele que detém a sua propriedade, isto é da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público” (art. 23, I da CF).

“Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei” (art. 144, §8º da CF). Ex: Para se fazer uma passeata não é necessário autorização, mas deve-se avisar o Poder Público para preservação dos bens dos quais tenha titularidade.

2. Instrumentos para transferência do uso do bem publico para particulares:

O uso dos bens públicos pode ser feito pela própria pessoa que detém a propriedade ou por particulares, quando for transferido o uso do bem público. Tal transferência se da através de autorização, concessão e permissão de uso.

Autorização de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e precaríssimo através do qual transfere-se o uso do bem público para particulares por um período de curtíssima duração. Libera-se o exercício de uma atividade material sobre um bem público. Ex: Empreiteira que esta construindo uma obra pede para usar uma área publica, em que irá instalar provisoriamente o seu canteiro de obra; Fechamento de ruas por um final de semana; Fechamento de ruas do Município para transportar determinada carga.

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Difere-se da permissão de uso de bem público, pois nesta o uso é permanente (Ex: Banca de Jornal) e na autorização o prazo máximo estabelecido na Lei Orgânica do Município é de 90 dias (Ex: Circo, Feira do livro).

Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário através do qual transfere-se o uso do bem público para particulares por um período maior que o previsto para a autorização. Ex: Instalação de barracas em feiras livres; instalação de Bancas de jornal; Box em mercados públicos; Colocação de mesas e cadeiras em calçadas.

Concessão de uso:

Concessão comum de uso ou Concessão administrativa de uso: É o contrato por meio do qual delega-se o uso de um bem público ao concessionário por prazo determinado. Por ser direito pessoal não pode ser transferida, “inter vivos” ou “causa mortis”, a terceiros. Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes em Aeroportos; Instalação de lanchonetes em zoológico.

Concessão de direito real de uso: É o contrato por meio do qual delega-se se o uso em imóvel não edificado para fins de edificação; urbanização; industrialização; cultivo da terra. (Decreto-lei 271/67). Delega-se o direito real de uso do bem.

Cessão de uso: É o contrato administrativo através do qual transfere-se o uso de bem público de um órgão da Administração para outro na mesma esfera de governo ou em outra.

CLASSIFICAÇÃO DE BENS PÚBLICOS SEGUNDO O CRITÉRIO CONTÁBIL

Os bens públicos, considerando o critério contábil, são classificados segundo sua utilização com o objetivo de possibilitar a escrituração nos seguintes grupos:

Bens imóveis: os prédios de uso civil; terrenos; construções, benfeitorias;

Bens móveis: aqueles de caráter permanente superior a 2 anos. Exemplo: computadores, veículos, mobiliários em geral, etc.

Bens de natureza industrial: são todos os bens (móveis e imóveis) destinados à algum tipo de produção industrial para o ESTADO, compreendendo os maquinários, ferramentas, móveis, animais, edifícios e materiais de transformação;

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Bens de defesa nacional: são os empregados nos serviços de defesa nacional, tais como navios de guerra, quartéis, escolas e colégios militares etc.;

Bens científicos, culturais e artísticos: são os destinados a este fim, tais como o arquivo nacional ou estadual, biblioteca nacional ou estadual, museus, jardim; botânico, observatórios e jardins zoológicos;

Bens de natureza agrícola: são os destinados a este fim tais como as escolas de agricultura, escolas de agronomia, fazendas de propriedade do Estado e campos de experimentação e demonstração;

Bens semoventes: os animais que se destinam a tração de veículos do serviço público ou para formação de plantel ou, ainda, para o acervo do jardim zoológico;

AVALIAÇÃO E REAVALIAÇÃO DOS BENS

As avaliações dos bens móveis e imóveis poderão ser realizadas desde que sejam

tomados como base:

a) o valor histórico, isto é, aquele registrado pela contabilidade quando do

processo de aquisição;

b) o preço corrente da época;

c) os índices de correção monetária;

Obs: É obrigatório constituir uma Comissão de Avaliação e Reavaliação de Bens para

posteriormente serem alienados. Essa comissão pode ser constituídas tanto por

servidores públicos quanto por membros da sociedade civil.

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