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1 SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 17 DE JUNHO DE 2015 ASSOCIE-SE (WWW.OESC.ORG.BR) FAÇA PARTE DESSE TIME

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Resenha diária - OESC

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS

17 DE JUNHO DE 2015

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Um veto pelo futuro

Fonte Jornal Folha de São Paulo 17/06/2015 às 02h 00

A presidente Dilma Rousseff (PT) tem hoje uma excelente oportunidade para demonstrar à sociedade que tem firme compromisso com as futuras gerações.

Se reunir forças para evitar a tentação do populismo irresponsável, Dilma terá apenas uma opção diante da medida provisória 664: vetar o artigo que debilita o fator previdenciário e aumenta as despesas com aposentadorias precoces. Ao mesmo tempo, deve apresentar uma proposta alternativa que salvaguarde as contas da Previdência.

A prevalecer a medida aprovada pelo Congresso, o trabalhador poderá escolher uma fórmula alternativa ao fator previdenciário, que diminui os proventos de quem se aposenta de forma prematura.

O novo sistema, defendido por sindicatos, garante vencimentos integrais sempre que a soma da idade com o tempo de contribuição chegar a 85, no caso das mulheres, e 95, no dos homens.

Esse modelo dificilmente teria grande impacto no curto prazo –até o fim do governo Dilma, por exemplo–, pois o mais provável é que os trabalhadores hoje próximos da aposentadoria a adiassem por alguns meses ou anos a fim de obter o benefício integral.

No médio prazo, contudo, o resultado seria dramático. A população brasileira está envelhecendo. Na década de 1980, a expectativa de vida era de 62,5 anos; chegará a 78,6 anos em 2030.

Estima-se que, em 2030, haverá no país 5,1 trabalhadores ativos para cada idoso, proporção que era de 11,5 no ano 2000 e cairá para 2,3 em 2060. Calcula-se que seriam necessários gastos adicionais de R$ 3,2 trilhões para fechar a conta.

Dada essa dinâmica, torna-se insustentável manter a liberalidade atual. O Brasil é um dos poucos países do mundo que ainda não fixaram idade mínima para aposentadoria. Se já hoje não faz sentido que os brasileiros se aposentem aos 55 anos (homens) e 52 (mulheres), que dizer do futuro?

A atitude aventureira do Congresso teve o mérito de catalisar o debate. É nesse contexto que a presidente Dilma Rousseff deve tomar sua decisão. O governo até procurou um acordo com as centrais sindicais, mas estas se mostraram intransigentes –querem a sanção da medida provisória sem alterações para depois discutir outros caminhos, o que não soa razoável.

A flexibilização do fator previdenciário não deve prosperar tal como está. O governo precisa acenar com uma regra que mantenha o princípio de que a idade para aposentadoria deve ter relação com a expectativa de vida. O melhor seria instituir uma idade mínima. Se isso for inviável, que vigore uma fórmula capaz de, na prática, evitar aposentadorias precoces.

Fóssil do autoritarismo

Fonte Jornal Folha de São Paulo HÉLIO SCHWARTSMAN [email protected] 17/06/15

SÃO PAULO - Se fôssemos desenhar a partir do nada um sistema político eleitoral para o Brasil, eu teria uma longa lista de sugestões, que incluiriam do parlamentarismo ao voto distrital, passando pela extinção do Senado. Mas, como o país já conta com um conjunto de normas que funciona, a sabedoria recomenda que sejamos mais contidos.

Qualquer sistema exige tempo para amadurecer. A democracia, vale dizê-lo, é um aprendizado, no qual tanto eleitores como políticos vão adquirindo habilidades para navegar pelas entrelinhas das regras. Assim, o melhor é apostar em reformas incrementais, cujos ganhos potenciais são modestos, mas que não ponham a perder o processo de evolução institucional que já está em curso.

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Nesse contexto, minha lista de propostas fica bem mais humilde. Eu me limitaria a disciplinar os partidos, reduzindo a plêiade de siglas e acabando com as coligações para o Legislativo, a corrigir um pouco as distorções demográficas na Câmara (leia-se acabar com o teto para as bancadas estaduais) e a sepultar o voto obrigatório. Na reforma deslanchada pelos deputados sob a batuta de Eduardo Cunha, nossos legisladores fingiram que mexeram no primeiro ponto, ignoraram solenemente o segundo e disseram não ao terceiro.

O único que me deixa levemente revoltado é o terceiro. Sei que até existem alguns argumentos sociológicos em favor da obrigação de votar, mas esse é um instituto que ofende tanto meu senso de justiça como o de lógica. Parece-me absurda a ideia de que o eleitor possa estar apto a escolher o dirigente máximo da nação e as pessoas que escreverão as leis do país, mas não a definir sozinho se deve comparecer em sua seção eleitoral. A liberdade de decidir em quem votar tem como pré-requisito a liberdade para decidir se vai ou não votar.

Só uma combinação de paternalismo com oportunismo explica a decisão dos deputados de manter intocado mais esse fóssil autoritário.

Terceirização

Fonte Jornal Folha de São Paulo 17/06/15

A população brasileira tem uma enorme virtude: é extremamente generosa. Por isso mesmo, tem um enorme problema: parte dela recusa-se a aceitar a miserável realidade física do mundo no qual tem que viver. Acredita na existência de uma alternativa benevolente ao alcance de uma mão com suficiente "coragem política". É contra a aritmética e a história, como revela a preocupante e acalorada discussão sobre o projeto de lei que pretende regular a "terceirização" do trabalho.

É preocupante porque, de fato, o emprego de todo cidadão que pode e quer trabalhar, o direito a uma remuneração razoável que lhe permita sustentar a sua família e participar de um "fundo coletivo" que no fim do dia lhe garanta uma subsistência decente, são a essência da sociedade civilizada que estamos construindo a partir da Constituição de 1988. É necessariamente acalorada porque vai ao cerne dos interesses da "elite" sindicalista ergófoba montada no imposto sindical. Ela sabe que o seu poder depende do controle da "entrada" dos trabalhadores nos diferentes setores do sistema econômico. Sua situação é delicada. Tem que fingir que é "vanguarda" mas precisa combater o inexorável avanço da tecnologia que é o gerador das mudanças das condições que alteram as posições relativas dos trabalhadores.

Destroem-se empregos. Criam-se outros que exigem novos conhecimentos e habilidades. Isso tem custos sociais e riscos econômicos que, evidentemente, devem ser enfrentados por políticas públicas de solidariedade social. Esta deve mitigá-los sem comprometer o aumento da produtividade total do trabalho que é o que induzirá a passagem da organização obsoleta para a nova que responde ao avanço da tecnologia.

Vamos combinar: os nossos luddistas repetem dois séculos de fracassos dos sindicatos de inibir o avanço da tecnologia. Eles deveriam preocupar-se em aumentar a apropriação pelo trabalhador nos ganhos da produtividade, em lugar de combatê-la. Os argumentos contra a terceirização (sujeita aos controles da proposta do projeto de lei) são opiniões ideológicas de alguns intelectuais, na maioria funcionários públicos bem instalados em carreiras confortáveis e de partidos exóticos, ambos apoiados no "fundo de comércio" de um socialismo "idealizado" que não é alternativa viável para o horrível capitalismo "real" que nos oprime.

Com todos os seus inegáveis defeitos, o capitalismo real, com sua destruição criadora, produziu um desenvolvimento material e humano muito maior do que o socialismo "real" criado por intelectuais quando tiveram oportunidade...

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Batalhadores do Brasil

Fonte Jornal Folha de São Paulo GUILHERME AFIF DOMINGOS 17/06/15

Nesta semana comemoramos uma vitória da classe batalhadora de nosso país, formada pelos microempreendedores individuais (MEIs). Alcançamos a marca de cinco milhões de brasileiros formalizados, que passaram a contar com a segurança do Estado e o acesso a direitos previdenciários.

Em 2011, escrevi nesta Folha um artigo com uma análise das mudanças da legislação do Simples. À época destaquei a importância da medida adotada pela presidenta Dilma Rousseff, quando o governo assumiu a responsabilidade de reduzir de 11% para 5% os encargos previdenciários a serem pagos pelo microempreendedor individual.

Eu tinha certeza de que essa medida corajosa da presidenta Dilma contribuiria para que houvesse um aumento significativo nas formalizações dentro do universo de mais de dez milhões de brasileiros que se enquadravam no perfil de MEI e que sempre procuraram garantir sua sobrevivência por meio de muito trabalho e de criatividade.

Hoje vemos o resultado. Os 657 mil microempreendedores individuais do Brasil, em 2010, saltaram para os cinco milhões de hoje, o que representa uma vez e meia a população do Uruguai sendo formalizada --ou o equivalente às populações de países como Dinamarca, Noruega, Cingapura ou Irlanda.

Isso ratifica a decisão acertada de investir em inclusão econômica e social, movida pela simplificação, descomplicação e redução de carga tributária, confirmando um princípio que sempre vou defender: quando todos pagam menos, os governos arrecadam mais.

Um fato importante é que cerca de 500 mil pessoas cadastradas no Bolsa Família fizeram do MEI a alternativa para buscar o seu sustento. Mais: uma boa parcela destes microempreendedores individuais do Bolsa Família procuraram o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) para melhorar suas condições e para dar mais eficiência a seus negócios, mostrando o poder transformador da inclusão e da qualificação.

O MEI é hoje, no mundo, o maior programa de inclusão econômica e social. Quando levamos a ideia do projeto para o presidente Lula, em 2003, falávamos em dar cidadania a mais de dez milhões de trabalhadores informais.

Em seis anos de trabalho (2009-2015), chegamos aos cinco milhões --e vamos formalizar o restante nos próximos cinco anos. Estamos falando de cidadania e formalização que tiraram cidadãos da marginalização, da informalidade, garantindo a eles o acesso a benefícios sociais que todo brasileiro deve ter. Acreditando na importância dessa inclusão, batizamos o carnê enviado ao MEI de Carnê da Cidadania.

Outro passo importante foi quando promovemos, no ano passado, uma ampla revisão na legislação do Simples, com a aprovação da lei nº 147/14, possibilitando que mais pessoas pudessem se formalizar.

Entre os 81 pontos inovadores, resolvemos o problema de quem reside em áreas sem regularização fundiária, dando oportunidade para que a formalização e o empreendedorismo florescessem dentro das comunidades e favelas de nosso país. Acreditamos que essas pessoas serão rapidamente formalizadas, gerando emprego e renda em seus espaços coletivos.

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Hoje o sonho do brasileiro de trabalhar por conta própria tem no MEI a sua maior expressão --e o seu ponto de partida para a autossustentação. Todos sonham crescer.

O microempreendedor individual sonha se tornar microempresa, a micro quer ser pequena, e a pequena deseja ser grande. E os dados mostram que 140 mil MEIs já se transformaram em microempresas e podem alçar voos maiores para continuar crescendo --porém, crescer sem medo.

Mais uma vez, reafirmo a coragem da presidenta Dilma de incentivar e alavancar o microempreendedor individual, dando condições para melhorar a vida do cidadão brasileiro e apoiar o seu crescimento econômico e social.

O MEI é a maior prova de que, no Brasil, nós podemos trabalhar com agenda positiva suprapartidária, investindo em benefícios diretos ao cidadão e em políticas públicas eficientes e capazes de gerar renda e emprego em nossa sociedade.

Saída pela esquerda

Fonte O Globo CID BENJAMIN Cid Benjamin é jornalista 17 jun 2015

O quadro político passou por grandes transformações nos últimos seis meses. Para pior. O governo Dilma envelheceu precocemente. Ao descumprir as promessas de campanha, não encontra respaldo unânime sequer em seu partido, o PT. Neste, por sua vez, se acelera um processo de desagregação política e ideológica. E o fracasso do governo, assim como os casos de corrupção, desgasta não apenas o PT, mas toda a esquerda.

A sociedade assiste a uma onda de conservadorismo sem precedentes desde a ditadura militar,

capitaneada não mais pela direita clássica — seja a mais arcaica, como DEM ou PP; seja a mais moderna, como PSDB e PPS. O PMDB, a partir da ascensão de Eduardo Cunha à presidência da Câmara, mudou o comportamento e assumiu a hegemonia da direita. Já não se limita a oferecer “governabilidade” ao governo em exercício, em troca de espaços em busca de negócios no aparelho de Estado. Agora tem também papel de protagonista e encampa propostas mais conservadoras do que as dos próprios tucanos. E Cunha, que controla mais de cem deputados, encabeça a onda de reacionarismo. Sua bancada é maior do que a de qualquer partido individualmente.

Os setores mais consequentes da esquerda se veem numa situação difícil. Dilma nunca os representou.

Agora que terceirizou o governo, entregando a política econômica aos tucanos, por meio de Joaquim Levy, e a articulação política ao peemedebista Michel Temer, representa menos ainda.

Mas as alternativas imediatas são piores: PSDB ou PMDB. É preciso fugir dessa sinuca de bico e construir

uma saída de esquerda para a crise. Os pontos programáticos para ela não são novidade. Na economia, é preciso substituir as medidas que trazem mais sacrifícios aos trabalhadores por outras,

que apresentem a conta da crise aos ricos: a queda da taxa de juros; a cobrança do imposto sobre grandes fortunas; o aumento da taxação de grandes heranças; mudanças na área tributária para que, por exemplo, assalariados que ganham R$ 4.700 por mês não acabem pagando um percentual maior do que os bancos; o fim da isenção de impostos sobre a distribuição de lucros e dividendos, que representa a maior parte da remuneração dos grandes executivos etc.

Na política, no momento é preciso concentrar esforços na proibição de que empresas financiem

candidatos e partidos, que é fonte de corrupção e os deixa, depois, a seu serviço. O PT não é capaz de liderar o movimento por essa saída progressista. Outras siglas de esquerda tampouco. Não têm musculatura para tal.

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Por isso, é urgente a conformação de uma ampla frente que incorpore partidos, segmentos de partidos, entidades democráticas e populares e personalidades, mas que, sobretudo, se abra para a sociedade e para aqueles setores e cidadãos interessados em mudar o quadro político.

Disso depende a possibilidade de uma saída progressista para a atual crise. Sem ela, o reacionarismo que

vivemos continuará a crescer. O resultado será mais retrocesso e mais sacrifícios para os trabalhadores.

TCU tem de defender a responsabilidade fiscal Fonte O Globo 17 jun 2015 Entre várias peculiaridades brasileiras, existem no país leis que “pegam” e outras não. O julgamento das contas de 2014 da presidente Dilma, previsto para hoje no Tribunal de Contas da União (TCU), trata disso: se a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), aprovada em 1999 como parte vital das fundações da estabilização da economia empreendida a partir de 1994, com o Plano Real, “pegou” de fato ou se as várias transgressões que sofreu no governo Dilma a tornaram inócua. Será uma decisão com sérias implicações para o país, embora provisória.

Há algum tempo uma decisão do TCU não chama tanto a atenção, mesmo não sendo o tribunal parte do Poder Judiciário, e atue apenas como órgão auxiliar do Congresso, ao qual cabe referendar ou rejeitar vereditos da Corte. Mas será uma sinalização a ser levada em conta, por exemplo, pelas agências internacionais de classificação de risco.

Ao avaliar a apresentação das contas do ano passado, último do primeiro mandato de Dilma, o TCU se pronunciará sobre o festival de maquiagens feitas na contabilidade pública para esconder gastos e inflar receitas, sob a direção do Ministério da Fazenda, ocupado por Guido Mantega, e com a diligente atuação da Secretaria do Tesouro, de Arno Augustin, considerado o pai da “contabilidade criativa”.

Os auditores do TCU e o Ministério Público detectaram irregularidades em registro de dívidas e constataram que “pedaladas” — atrasos nos repasses do Tesouro —, dadas para melhorar a aparência do resultado primário da União, serviram, na prática, para que bancos oficiais financiassem o Tesouro, seu sócio controlador, falta grave, proibida pela LRF. As últimas semanas foram de pressões sobre o relator do processo, Augusto Nader, por parte do governo e da oposição, interessada em se aproveitar de eventual rejeição das contas de Dilma. Nader garantiu ontem que as “pedaladas” constam do seu relatório.

O volume de recursos maquiados nas contas públicas foi tal que afeta a própria meta do ajuste fiscal de 1,1% do PIB. Em artigo publicado ontem no GLOBO, os economistas e professores da FGV José Roberto Afonso, Vilma Pinto e Bernardo Fajardo afirmam que foram tantas operações e tão pouco transparentes que o próprio impacto da contabilidade criativa no ajuste não pode ser mensurado com precisão. Mas eles estimam que indevidas “relações cruzadas” entre Tesouro, Petrobras, Eletrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa chegaram, no fim do ano passado, a R$ 135,6 bilhões, cerca do dobro da meta do ajuste. A cifra é assustadora.

Mesmo não conclusiva, a decisão do TCU é importante porque vem no momento em que é crucial reconstruir a confiabilidade nas contas públicas, para ajudar o ajuste. Mesmo que, paradoxalmente, seja por meio da rejeição das contas de Dilma, em nome da LRF.

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Venezuela reforça sinais de alergia ao diálogo Fonte O Globo 17 jun 2015

Aforma truculenta como a Venezuela reage às críticas ao regime bolivariano preocupa a comunidade internacional e organismos multilaterais. O governo do presidente Nicolás Maduro, porém, ignora solenemente os apelos ao diálogo, reforçando as suspeitas de que o país avança cada vez mais para uma ditadura plena. Os sinais da violência de Estado estão por toda parte, como a prisão arbitrária de líderes oposicionistas e cidadãos que participaram das manifestações do ano passado; a coação do Legislativo e do Judiciário pelo Executivo; a proliferação de milícias bolivarianas; o controle dos meios de comunicação; e a indefinição da data das eleições parlamentares, inviabilizando as campanhas.

No último domingo, durante a abertura da 45 ª Assembleia Geral da OEA, em Washington, o novo

secretário geral da instituição, o uruguaio Luís Almagro, pediu respeito à oposição de ideias no continente. Embora não tenha citado o país, ficou claro que o recado se dirigia à Venezuela, onde Leopoldo López, um dos líderes da oposição injustamente presos, protesta por meio de uma greve de fome que já dura mais de duas semanas.

Já o representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, criticou

ontem as condições de encarceramento de manifestantes pacíficos pelo governo de Maduro: “Estou seriamente preocupado quanto à legalidade e às condições de pessoas detidas por exercer pacificamente sua liberdade de expressão e reunião”, disse ele, durante a sessão inaugural do Conselho de Direitos Humanos da ONU, referindo- se especificamente à Venezuela. “Alguns estão em greve de fome há semanas, o que aumenta nossa preocupação. Eles devem ser libertados rapidamente e de forma incondicional”, acrescentou.

O governo Maduro, porém, não só renova sua alergia ao diálogo, ignorando o apelo dessas instituições,

como a justifica por meio da jurássica retórica da “ameaça imperialista à soberania do país”. O exemplo mais recente foi a proibição da entrada de uma delegação de senadores brasileiros no país, entre eles o ex- candidato à Presidência Aécio Neves ( PSDB), que pretendia visitar membros da oposição presos. O ministro da Defesa, Jaques Wagner, minimizou o veto, afirmando que a Venezuela ainda estuda o pedido de autorização para que o avião da FAB com a delegação pouse em Caracas. Já o Palácio do Planalto não comentou o assunto.

O silêncio do governo brasileiro em relação à crise venezuelana, aliás, é tão eloquente quanto contumaz.

O discurso oficial é o de sempre: tratase de uma questão interna e que cabe aos organismos regionais, como a Unasul, uma posição mais firme. A Unasul, por sua vez, parece estar mais preocupada com as sanções aplicadas pelos EUA a membros do governo Maduro do que com a afronta aos direitos humanos, que põe em risco a vida de cidadãos venezuelanos. Lamentável.

O dinheiro é público Fonte O Globo ALVARO GRIBEL (DE SÃO PAULO) oglobo.com.br/economia/miriamleitao 17 jun 2015

O Brasil está tomado de debates diferentes, mas que se resumem à saudável discussão de qual é o melhor destino do dinheiro que é público. Na democracia, é natural que contribuintes participem das decisões sobre origem e destino dos impostos. Discute- se o dinheiro do BNDES às empresas, o gasto da previdência, as pedaladas, as desonerações, as metas fiscais.

São debates aparentemente diferentes, mas que fazem parte do mesmo conjunto de decisões das quais a

sociedade tem que participar. O GLOBO trouxe ontem a informação de que custa R$ 1,1 bilhão ao Fundo de Amparo ao Trabalhador o financiamento de operações externas, citando cálculo do Insper. O “Valor” disse que

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os empresários querem um debate despolitizado sobre o tema e argumentam, na defesa dos créditos subsidiados, que eles geram emprego. O BNDES estranha que se discuta agora o que existe há muito tempo.

Existe há muito tempo, mas jamais chegou a um volume tão alto, a ponto de ameaçar o equilíbrio fiscal.

Por isso, entrou fortemente na agenda o interesse de ter mais informações sobre o que se passa no banco — critérios, custos, garantias de empréstimos concedidos às empresas com juros subsidiados. O TCU quer saber mais, o STF acha que quem lida com dinheiro público tem que prestar contas. Esse debate já deveria existir há mais tempo. Há vozes roucas de tanto pedir por essa transparência, com o argumento que foi agora apresentado pelo ministro Luiz Fux, do STF.

Conhecidos os dados, a sociedade pode decidir se o melhor a fazer com o dinheiro público é emprestar os

recursos do FAT ao BNDES cobrando 1% de juros ou não. O FAT é dinheiro público, cujo destino principal é garantir o seguro desemprego. Tem tido déficit, e o seu rombo é coberto pelo Tesouro que, por sua vez, tem déficit também e se financia pagando juros de quase 14% ao ano. Portanto, além dos recursos que originalmente capitalizam o fundo, há no FAT capital derivado de endividamento do governo federal. As empresas financiadas criam empregos, mas não o fazem por benemerência. Têm lucros em suas operações, portanto, por que deveríamos agradecê-las subsidiando tão fortemente suas operações?

O dinheiro, farto em uma ponta, falta em outra ponta. É um único Tesouro. É um único cobertor curto.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nos informou que “o dinheiro acabou”. Por isso, há um acirramento do debate sobre onde é melhor gastar o dinheiro público.

O déficit da previdência, só do INSS, foi de R$ 61 bilhões no ano passado, e o da previdência dos

servidores públicos está no mesmo patamar. O Congresso decidiu que, no caso do trabalhador do setor privado, que se aposenta pelo INSS, o país deve contratar um aumento de gasto justamente em época em que o déficit tende a subir pelo envelhecimento da população. Por que faz isso? Por demagogia. E por que o PSDB, que criou o fator previdenciário, votou a favor da medida? Oportunismo inconsequente e contraditório. Não podemos jogar sobre as crianças de hoje o peso de carregar, amanhã, uma previdência falida. A previdência é um pacto entre gerações. O que o Congresso fez foi jogar sobre quem não tem voz, nem consciência dos problemas hoje, o peso de trabalhar mais, quando chegar a sua vez, para sustentar os mais velhos.

Ao mesmo tempo, o Congresso é contra acabar com as desonerações. Elas aliviaram muitas empresas em

56 setores do pagamento excessivo de impostos sobre o trabalho. O ideal seria que o alívio continuasse, mas o que a equipe econômica está mostrando é que o desequilíbrio é tão forte que é preciso cortar todos os benefícios fiscais, mesmo os mais meritórios.

O TCU está olhando com lupa as contas da presidente Dilma e verifica que o governo mandou os bancos

pagarem obrigações orçamentárias e demorou a cobrir a conta ou nem pagou ainda. Em alguns casos, o passivo é oculto. A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe. E proíbe porque no passado isso quebrou bancos públicos e gerou inflação.

Se o dinheiro é público, é preciso saber de onde vem, para onde vai, como é gasto, que escolhas são

feitas, como a despesa é registrada, que subsídios embutidos existem. Quanto maior o debate sobre isso, mais forte é a democracia. O nome do jogo é: o contribuinte tem o direito de saber e de participar das decisões.

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A origem

Fonte Jornal Folha de São Paulo 17/06/15

O Banco Central manifestou preocupação com a chamada "inércia inflacionária", isto é, a influência da inflação passada sobre as taxas corrente e futura. Faz sentido: há evidências de que a inflação se tornou mais persistente, dificultando sua convergência à meta de 4,5% no ano que vem, dado que neste ano ela deve ficar na casa de 9%, "puxando" para cima a taxa de 2016.

Sempre houve algum componente de inércia na inflação, mas a questão relevante é o motivo de sua elevação no período mais recente. Tipicamente se imagina que esse comportamento resulte de alguma característica primal da sociedade, talvez de origem sociológica. Pode até ser verdade, mas, mesmo se fosse, restaria ainda explicar o que teria feito essa característica se exacerbar nos últimos anos.

Ocorre que a inércia pode resultar também da percepção das pessoas acerca do prazo de convergência da inflação à meta.

Caso o BC mantenha a inflação flutuando ao redor da meta, de forma que, em média, as duas sejam bastante próximas, é claro que a melhor aposta para a inflação em um dado ano passa a ser a própria meta. É isso que chamamos de "ancoragem de expectativas".

Imagine, contudo, que, em face de um desvio suficientemente grande, o BC anuncie para a sociedade que estendeu o período de convergência para dois anos. Nesse caso, deixa de ser verdade que a melhor expectativa de inflação para o ano corrente seja a meta. Se metade do caminho for percorrida no primeiro ano, a melhor aposta para a inflação deste ano seria a média entre a inflação do ano anterior (9,0%) e a meta (4,5%), ou seja, 6,75%.

Caso o BC se decida por uma convergência ainda mais longa, digamos três anos, dividindo o caminho uniformemente, a melhor expectativa para o primeiro ano seria uma média ponderada entre a inflação passada (com peso 2/3) e a meta (com peso 1/3), isto é, 7,5%. Para uma convergência em quatro anos, a melhor aposta para inflação do primeiro ano ficaria próxima a 8%.

Assim, quanto mais longo for o período de convergência, tanto maior deve ser o peso atribuído à inflação passada na formação das expectativas acerca da inflação do ano corrente.

Não é difícil concluir, portanto, que a ação do BC a partir de 2011, quando estendeu extraordinariamente o período de convergência, deve ter feito com que os formadores de preços e salários passassem a atribuir peso crescente à inflação passada. Posto de outra forma, o aumento da persistência inflacionária resulta muito provavelmente da gestão equivocada da política monetária.

É compreensível, portanto, a mudança recente da linguagem do BC, que passou a dar ênfase à convergência já no ano que vem. Trata-se de tentativa de convencer os agentes a dar peso maior à meta e menor a inflação de 2015 na formação de suas expectativas para 2016.

O problema, porém, é o histórico nada honroso do comando do BC desde 2011. Para quebrar esse círculo vicioso de expectativas, será necessário passar por um período recessivo.

A alternativa de estender novamente a convergência custaria menos em termos de atividade agora, mas agravaria a inércia, repondo o problema à frente em escala maior. Foi, aliás, essa alternativa no passado que nos fez chegar à atual situação crítica; para sair dela, é forçoso, mais que nunca, quebrar esse padrão.

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A crise vai ao supermercado

Fonte Jornal Folha de São Paulo VINICIUS TORRES FREIRE [email protected] 17/06/15

LÁ SE VAI MAIS DE UMA DÉCADA que as vendas do comércio não despencavam tão rápido e davam com a cara no chão. Foi o que se viu em abril, dado mais recente da pesquisa mensal do IBGE, divulgado ontem.

Como não há por enquanto mais povo "nas ruas", não importa que classe de povo, essas estatísticas vêm sendo tratadas como abstrações por elites várias, sendo que as políticas estão em boa parte entretidas com mesquinharias, baixezas e oportunismos de gente muito pequena.

Sim, o desemprego não explodiu, pelo menos ainda, com exceção dos castigados trabalhadores da construção civil e da indústria, da paulista em particular. Há amortecedores sociais inéditos para desempregados e pobres. O nível de consumo é muito maior do que em 2003 ou desde sempre, para falar a verdade.

Ainda assim, o colapso das compras em tal ritmo sugere uma depressão de humores e rendimentos que ainda não foi captada em pesquisa social ou política, mas que vai parecer bem feia --ou coisa pior, caso houvesse alguma liderança capaz de dar sentido a esse sentimento muito ruim.

Reduções rápidas da velocidade das vendas a gente havia visto mesmo na crise de confiança de 2013, na recessão rápida de 2009, no arrocho anti-inflacionário de 2005 (os dados da pesquisa de comércio do IBGE vão até 2001). Mas nesses casos o ritmo de aumento das vendas passava da casa dos 8%-10% para algo em torno de 4%-5%, ainda crescendo muito bem. Agora a história é outra.

As vendas do varejo ainda cresciam na casa dos 5% em abril de 2014 (no acumulado em doze meses). Agora, não crescem mais, e o faturamento do comércio cai, se descontada a inflação. Desde 2004 as vendas de supermercados não caíam, na conta do acumulado em doze meses. Em resumo, se ainda fosse necessário ser mais explícito, a crise chegou ao essencial, ao carrinho da comida e dos básicos das casas.

No geral, não se trata, claro, propriamente de surpresa.

Os rendimentos vêm sendo comidos pela inflação de quase 9% ao ano, não importa que muito acordo salarial viesse cobrindo a alta dos preços. Enquanto o reajuste não vem, a inflação corrói o salário.

Agreguem-se a isso as consequências econômicas do estelionato político-eleitoral do início do ano. O revertério da política econômica e o baque do tarifaço de Dilma 2, além de abrir buracos imediatos nas contas da maioria dos brasileiros comuns, devem ter criado confusão e medo nas pessoas, ânimo degradado pelas notícias de demissões.

Mais impressionante é a velocidade da piora, ressalte-se. Tratou-se de reflexo do clima social e político, que andou ainda pior no primeiro trimestre do ano (note-se que estamos tratando de dados de abril)? A deterioração seria agora mais lenta e gradual, dado que passou o clima de fim de mundo imediato?

Difícil saber, até porque as previsões dos economistas para o comércio vieram muito, muito furadas, neste mês. Dadas as notícias ruins de abril, muita consultoria relevante jogou as previsões de crescimento para o ano para baixo de zero, resultado inédito desde 2003.

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Produto igual, até o triplo do preço

Fonte O Globo MARCELLO CORRÊA marcello. correa@ oglobo. com. br ALYNE BITTENCOURT alyne. bittencourt@ oglobo. com. Br 17 jun 2015

Com a inflação acima dos 8% nos últimos 12 meses, o hábito de pesquisar preços faz muita diferença no bolso do consumidor. Levantamento feito pelo GLOBO em 19 farmácias e 26 supermercados constatou disparidade de até 245% nos preços de drogarias de um mesmo bairro. No caso dos supermercados, o mesmo produto custava até o dobro em diferentes lojas. A inflação que vem consumindo a renda dos brasileiros e pode passar dos 9% este ano se reflete de forma desigual no varejo carioca. Levantamento feito pelo GLOBO na semana passada em 19 farmácias e 26 supermercados das principais regiões da cidade mostra que o mesmo medicamento chega a custar numa farmácia o triplo do cobrado em outra do mesmo bairro, enquanto o mesmo alimento foi encontrado num supermercado pelo dobro do preço do concorrente.

O exemplo mais extremo é o do genérico Omeprazol da Medley, usado para tratar gastrite e úlcera. Na

Tijuca, a caixa com 28 cápsulas de 20mg era vendida por R$ 23,60 na Venâncio da Rua General Roca. A 800 metros dali, na Droga Raia da Avenida Conde de Bonfim, o mesmo medicamento saía por nada menos que R$ 81,46 — ou seja, R$ 57,86, ou 245% mais caro. A mesma disparidade foi observada entre as lojas das duas redes na Barra da Tijuca.

Na hora de abastecer a despensa, quem não pesquisa também pode acabar pagando uma diferença

muito maior do que a gerada pela inflação. Nos supermercados pesquisados, alguns produtos chegavam a dobrar de preço de uma loja para outra. Caso do requeijão Vigor, vendido por R$ 2,99 no Guanabara da Barra da Tijuca, e por R$ 5,89 no Carrefour do mesmo bairro — diferença de 96,99%.

A discrepância é ainda maior entre regiões diferentes. O sabão líquido Omo de 1 litro custava R$ 5,39 no

supermercado Campeão de Vila Isabel. No Prezunic de Botafogo, o mesmo produto saía por R$ 11,98 ou 122% mais caro. Mas, mesmo comparado com concorrentes do mesmo bairro, a diferença ainda era grande, como era o caso do Mundial, também de Botafogo, que vendia o sabão por R$ 6,50. Até entre lojas da mesma rede, as variações de preços são significativas: no Extra do Largo do Machado, o litro de Omo custava R$ 10,90, ou seja, 55% mais caro que na filial da Lapa da mesma rede, onde o produto era vendido por R$ 6,99.

Segundo especialistas, muitos fatores podem influenciar a discrepância dos preços, como público alvo,

concorrência e, principalmente, a capacidade de negociação de cada empresa. Exatamente por isso, em tempos de inflação alta e vendas baixas, essas diferenças se acentuam. No início do mês, reportagem do GLOBO mostrou que os fornecedores têm tentado repassar reajustes de até 15% ao varejo — refletindo o aumento de custos como energia e transporte. Companhias com mais poder de fogo tendem a sacrificar parte da margem de lucro ou aumentar o volume de encomendas para evitar perder clientes, uma estratégia ousada para redes menores.

— É comum o próprio varejista sacrificar suas margens devido a uma necessidade qualquer. Se em

meados do mês ele quer vender, pode fazer uma loucura e vender a um preço menor que o concorrente. Isso pode ocorrer quando se fala em gêneros de primeira necessidade. São produtos que chamam o consumidor para a loja — explica o consultor de varejo Marco Quintarelli.

Samy Dana, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas

(EAESP/ FGV), acrescenta que, no caso das farmácias, é comum que as margens de lucro sejam mais amplas, o que permite uma flutuação maior dos preços.

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— No caso de remédio, é fixado um preço máximo. E aí, as farmácias, quando querem, dão desconto. Não acho que esses 245% (variação máxima do preço do Omeprazol) sejam uma diferença de preço de custo — afirma Dana.

Para quem tem problemas de saúde e gasta muito com medicamentos, o único remédio é pesquisar

muito para amenizar a dor no bolso. Caso da aposentada Ângela Castro, de 66 anos, moradora de Copacabana. — Procuro bastante. O Protos, para os ossos, chega a custar R$ 140. Depois de pesquisar, consegui

por R$ 112. É uma economia que faz diferença. Gasto uns R$ 600 por mês com remédios— diz. Em uma só noite, a cuidadora de idosos Raquel Péricles, e a amiga Cristina Miguez, também cuidadora,

percorreram três supermercados em Copacabana. Acham que valeu a pena. — O que mais pesa no bolso são os legumes. O tomate está quase R$ 10. Querem nos matar? — reclama

Raquel, explicando sua estratégia. — Comparo e pechincho muito. Outro dia, o queijo estava na promoção aqui (no Intercontinental de Copacabana) e corri para pegar. As coisas aparecem de uma hora para outra — ensina.

Já a psicóloga Luciana Vanzan, que fazia compras no Zona Sul de Ipanema, opta pela comodidade. — Não dá tempo de pesquisar. Geralmente compro perto de casa, procurando promoções.

Jucá, relator do Orçamento, quer meta fiscal menor

Fonte O Globo 17 jun 2015

O relator do Orçamento da União de 2015, senador Romero Jucá (PMDBRR), tem uma proposta para reduzir as metas fiscais de 2015, 2016 e 2017. A ideia é apresentar ao Congresso emendas às Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 e de 2016, fixando as metas de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) do setor público consolidado em 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) este ano; 1% do PIB em 2016 e 1,5% do PIB em 2017.

Jucá disse que vem conversando com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a necessidade de

reduzir a meta em função do fraco desempenho da economia em 2015. Internamente, a equipe econômica já admite que não conseguirá chegar à meta de 2015 — R$ 66,3 bilhões, ou 1,13% do PIB — e avalia apenas qual o melhor momento para formalizar essa decisão. Os cálculos indicam que, se a arrecadação continuar patinando, a poupança para o pagamento de juros da dívida não chegará nem a 0,9% do PIB.

A equipe econômica, porém, quer esperar ao menos o fim da votação no Congresso das medidas do

ajuste fiscal para fazer o anúncio. Segundo técnicos, quanto mais o governo avançar em ações capazes de melhorar a arrecadação, como é o caso do fim da desoneração da folha de pagamento das empresas, menor terá que ser a redução da meta fiscal deste ano.

Para Jucá, o governo foi excessivamente otimista ao fixar a meta de primário de 2015 e também dos

próximos dois anos. Ele lembrou que o setor público terminou o ano passado com um déficit primário de R$ 32,5 bilhões, ou 0,59% do PIB. Por isso, a recuperação do esforço tem que ser gradual, sendo necessário reduzir as metas de 2016 e 2017, hoje fixadas em 2% do PIB:

— Vou apresentar as emendas esperando que o governo as encampe. Fazer um esforço de 0,9% como

agora quer o governo já não é possível. O que é possível é um superávit de 0,6% em 2015. Mais do que isso, quebra a economia. Isso não é derrota para o governo. O governo tem trabalhado para retomar a atividade da economia.

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Jucá disse que também tem alertado a equipe econômica sobre o perigo de ficar sem a Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo gastar livremente 20% dos recursos do orçamento federal. A DRU expira em dezembro, e o governo precisa encaminhar ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para que ela continue valendo — o que demanda tempo.

— O prazo para manter a DRU está complicado. O governo está demorando demais. Nem dormiu no

ponto, tomou foi Lexotan mesmo — disse Jucá. O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral ( PT- MS), disse que é preciso acelerar o envio da proposta

de renovação da DRU. Nos bastidores, o temor é que o clima político no Congresso afete a tramitação da proposta. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse, porém, que a PEC deve ser votada no segundo semestre. E negou atrasos.

— O governo vai discutir, negociar. E não querer aprovar é só se quiserem tornar o país ingovernável

— afirmou.

Dilma sanciona lei que altera regras do seguro-desemprego com vetos Fonte Alexandro MartelloDo G1, em Brasília 17/06/2015 às 08h 00 A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei 13.134, que altera as normas de acesso ao seguro-desemprego, tornando-as mais rígidas. A sanção foi publicada nesta quarta-feira (17), no "Diário Oficial da União", As novas regras foram propostas pelo governo federal, por meio de Medida Provisória, e aprovadas pelo Congresso Nacional. Com alterações, que fazem parte do ajuste fiscal, governo gastará menos com o pagamento do seguro-desemprego. Foi vetada pela presidente, porém, a regra que endurecia o acesso ao abono salarial. A norma, proposta inicialmente pelo governo e aprovada pelo Congresso, exigia que, para terem direito ao abono salarial, os trabalhadores tivessem exercido atividade remunerada por, pelo menos, 90 dias no ano-base, e recebessem até dois salários mínimos médios de remuneração mensal noperíodo trabalhado. Com isso, permanece em vigência a regra anterior, na qual o abono é pago para quem trabalhar por pelo menos 30 dias. "A adoção do veto decorre de acordo realizado durante a tramitação da medida no Senado Federal, o que deixará a questão para ser analisada pelo Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado pelo Decreto no 8.443, de 30 de abril de 2015", justificou o governo. Juntamente com a alteração das regras de acesso aos benefícios previdenciários, como pensão por morte, as mudanças no seguro-desemprego e no abono salarial fazem parte do processo de ajuste das contas públicas. O governo espera gastar menos recursos com o pagamento destes benefícios. Inicialmente, a estimativa era que a limitação nos benefíicios poderia gerar uma economia nos gastos obrigatórios de R$ 18 bilhões por ano. Com as mudanças, fruto de acordo com o governo federal no Congresso, a economia será menor: de R$ 14,5 bilhões a R$ 15 bilhões por ano, segundo cálculos divulgados pelo Ministério do Planejamento em maio. A presidente da República também decidiu vetar o artigo quarto, que dizia que teria direito ao seguro-desemprego o trabalhador rural desempregado dispensado sem justa causa que comprovasse ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física, a ela equiparada, relativos a cada um dos seis meses imediatamente anteriores à data de dispensa; ou ter sido empregado de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela equiparada, durante pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses; entre outras regras.

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"A medida resultaria em critérios diferenciados, inclusive mais restritivos, para a percepção do benefício do seguro-desemprego pelo trabalhador rural, resultando em quebra da isonomia em relação ao trabalhador urbano. Além disso, a proposta não traz parâmetros acerca dos valores e do número de parcelas a serem pagas, o que inviabilizaria sua execução", informou o governo. Para poder pedir o benefício pela segunda vez, a lei estipula que o trabalhador tenha nove meses de atividade nos últimos doze meses. Antes, esse prazo exigido era de seis meses de trabalho, e o governo queria ampliar, inicialmente, para 12 meses. A proposta mantém a regra prevista na MP (seis meses) se o trabalhador requisitar o benefício pela terceira vez. O abono salarial equivale a um salário mínimo vigente e é pago anualmente aos trabalhadores que recebem remuneração mensal de até dois salários mínimos. Atualmente o dinheiro é pago a quem tenha exercido atividade remunerada por, no mínimo, 30 dias consecutivos ou não, no ano. Essa regra permanecerá. Para o seguro-defeso, pago ao pescador durante o período em que a pesca é proibida, foi mantida a regra vigente antes da edição da medida provisória – o pescador necessita ter ao menos um ano de registro na categoria. A intenção do governo era aumentar essa exigência para três anos. O Ministério do Trabalho informou ao G1 nesta terça-feira (16) que o governo federal estuda pagar parcelas retroativas do seguro-desemprego a parte dos trabalhadores que tiveram o benefício negado durante a vigência da medida provisória 665, que alterou as regras de acesso ao auxílio trabalhista. O texto original da MP 665, editado pelo Executivo federal em 30 de dezembro, com aplicação a partir do fim de fevereiro, exigia ao menos 18 meses de atividade para que o trabalhador pudesse solicitar o seguro-desemprego. Em meio à tramitação do texto na Câmara, os deputados alteraram a proposta do Executivo, reduzindo para 12 meses o prazo mínimo de atividade para solicitar o seguro-desemprego. A mudança foi avalizada posteriormente pelos senadores. Dessa forma, um trabalhador que, por exemplo, esteve empregado por 13 meses e pediu o benefício nos últimos meses, teve a solicitação negada pelo governo. O órgão avalia, segundo informou a assessoria, a possibilidade de trabalhadores que tiveram o pedido negado encaminharem novamente a solicitação. O governo não informou quantos brasileiros fazem parte do grupo que poderia fazer um novo pedido de acesso ao benefício.

Governo faz concessões para votar redução na desoneração da folha

Fonte Jornal Folha de São Paulo ISABEL VERSIANI VALDO CRUZ MARINA DIAS DE BRASÍLIA 17/06/15

O governo Dilma Rousseff e líderes da base aliada fecharam um acordo para aprovar a última medida do pacote fiscal --o projeto que reduz a desoneração da folha de pagamento, fixando uma taxação mais favorável para os setores de transporte de passageiros, comunicação (como empresas jornalísticas), call center, aves, massas e pães, pescados e suínos.

Em troca, o Planalto assumiu o compromisso de não vetar algumas emendas de interesse dos aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), incluídas na MP que aumentou a taxação de produtos importados.

O projeto de ajuste do governo elevava as alíquotas para todas as empresas beneficiadas com a desoneração da folha de pagamento em até 150% passavam de 1% e 2% sobre o faturamento, dependendo do setor, para respectivamente 2,5% e 4,5%.

Os setores incluídos no programa de desoneração substituem a contribuição ao INSS correspondente a 20% sobre a folha de pagamento dos funcionários por uma taxação sobre o faturamento.

Pelo projeto, os setores poderão optar na hora de contribuir (de acordo com o faturamento ou sobre a folha).

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Pelo acordo, o relator do projeto na Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), vai propor, para setores específicos, um aumento de 50% da taxação: as alíquotas subiriam de 1% para 1,5% e de 2% para 3%.

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) era contra abrir excepcionalidades na lei para setores específicos, mas, diz Picciani, acabou aceitando para garantir a aprovação da medida do ajuste fiscal.

"O espírito é preservar a maior parte da recomposição de receitas, ou seja, fazer o ajuste, mas proteger esses setores, que seriam muito danificados com o projeto integral", afirmou o deputado.

Ele ainda afirmou que, com as excepcionalidades, o texto vai preservar de 80% a 85% da economia anual que o governo espera fazer com as novas regras, que era estimado em R$ 12,8 bilhões.

Em 2015, a economia será bem menor porque as alíquotas mais elevadas só poderão vigorar por poucos meses.

O governo espera que os deputados votem o projeto em plenário nesta quarta-feira (17) e que o Senado conclua a aprovação das novas regras até o final do mês.

Com isso, a mudança poderia começar a vigorar a partir de outubro, respeitando o prazo de 90 dias para início de sua aplicação.

Picciani disse que, diante das resistências do governo, desistiu de propor um reajuste gradual das alíquotas, como chegou a defender.

"A sensação que nós temos é que haverá praticamente uma unanimidade [na votação]", afirmou o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer.

Para fechar o acordo, o Planalto vai sancionar emenda que, na prática, anistia multas aplicadas pela Receita Federal em igrejas evangélicas.

Também não será vetada a emenda que permitirá a construção de shopping na Câmara, a um custo de R$ 1 bilhão.

Não há decisão sobre regra do INSS, diz Dilma

Fonte Jornal Folha de São Paulo VALDO CRUZ E MARINA DIAS DE BRASÍLIA 17/06/15

Em jantar com ministros e senadores da base aliada, nesta terça-feira (16) no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff disse que, caso edite medida provisória para criar uma fórmula progressiva de cálculo das aposentadorias, como alternativa à 85/95 aprovada pelo Congresso, sua tendência é que ela tenha como ponto de partida o próprio dispositivo 85/95, elevando gradualmente o mecanismo até atingir 90/100, levando em conta a expectativa de vida.

Durante o jantar, Dilma disse aos presentes que ainda não tomou uma decisão final se veta ou não a fórmula aprovada pelo Legislativo.

Ela disse que tomará esta decisão nesta quarta-feira (17), quando termina o prazo para tomar uma decisão sobre o tema.

Senadores fizeram um apelo para que ela não vete o novo cálculo, visto que a medida aumentaria o desgaste da relação entre Dilma e o Legislativo. Mas saíram da reunião com a avaliação de que a tendência é a presidente vetar a medida, mas não descartaram uma possibilidade de ela sancionar a proposta.

Segundo a Folha apurou, apesar de o cenário mais provável ser o veto, assessores ainda não descartam que Dilma sancione a medida. Neste caso, ela pode, então, editar uma MP com o dispositivo da progressividade, do ponto de partida de 85/95 até 90/100.

Esse caminho, com a edição de uma MP com a progressividade, é considerado uma saída de risco. Isto porque o Congresso pode derrubar a MP ou simplesmente deixá-la caducar.

Com isto, passaria a vigorar a fórmula 85/95, que, na avaliação do governo, quebra a Previdência no futuro.

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Pela fórmula 85/95, mulheres podem se aposentar quando a soma do tempo de contribuição e da idade atingir 85, e homens, quando o resultado superar 95. Na medida aprovada no Congresso, ela foi criada como uma alternativa ao fator previdenciário, que reduz o valor da aposentadoria para quem se aposenta de forma precoce.

Segundo a Folha apurou, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, chegou a sugerir, como exemplo para o futuro, começar com 95/100 e aumentar escalonadamente até 100/105.

TCU adia análise de contas e dá 30 dias para Dilma explicar 'pedaladas'

Fonte Fábio Amato e Débora Cruz Do G1, em Brasília 17/06/2015 14h09 O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (17), por unanimidade, adiar a votação do relatório prévio que analisa as contas do governo referentes a 2014, e deu prazo de 30 dias para que a presidente Dilma Rousseff esclareça indícios de irregularidades encontradas pela fiscalização, entre elas as chamadas “pedaladas fiscais.” O plenário do tribunal seguiu voto do relator do processo sobre as contas de 2014, ministro Augusto Nardes. É a primeira vez que o TCU adia votação desse tipo de parecer. A corte também nunca votou pela rejeição as contas de um presidente. A presidente Dilma deverá encaminhar as respostas por escrito. Após recebê-las, Nardes irá compor um novo parecer, que será apresentado ao plenário para votação. Em seguida, esse parecer será encaminhado ao Congresso, que tem o poder para julgar as contas de presidentes. Investigadas pelo próprio TCU, as "pedaladas" foram atrasos do governo no repasse de verbas para bancos públicos, que ocorreram entre 2013 e 2014. Esse dinheiro seria destinado ao pagamento de programas como o Bolsa Família e o Seguro-Desemprego. Sem o repasse, os bancos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, tiveram que financiar essas ações com seus próprios recursos. Para o TCU, essa operação configura empréstimo de bancos públicos para o governo, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Presente à sessão, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse que o governo ganha com a possiblidade, inédita, de se explicar durante o processo do TCU. “A gente entende que essa sistemática, esses pontos, são passíveis de esclarecimento, são passíveis de compreensão. Nós vivemos uma realidade de uma economia adversa. Aliás, o próprio tribunal apresentou isso claramente, a realidade econômica brasileira não respondeu à expectativa que o próprio Congresso tinha quando aprovou a LDO", disse ele. Ao ler seu parecer prévio, Nardes afirmou que as contas prestadas pelo governo “não estão em condições de serem apreciadas” devido a “indícios de irregularidades” nos gastos públicos e de desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Alegando “respeito ao princípio constitucional da ampla defesa”, Nardes propôs ao plenário do TCU conceder o prazo de 30 dias para que a presidente envie explicações adicionais sobre os problemas apontados, o que foi aprovado por unanimidade. "As contas do governo referentes ao exercício de 2014, prestadas pela excelentíssima senhora presidente da República Dilma Vana Rousseff, não estão, no momento, em condições de serem apreciadas por este tribunal, em razão dos indícios de irregularidades mencionados no relatório, que demandam a abertura de prazo para apresentação de contrarrazões, em nome do devido processo legal e em respeito ao princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório", disse Nardes.

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Nardes disse que sua proposta está amparada em uma decisão tomada pelo Tribunal de Contas de Pernambuco, que pediu explicações adicionais ao então governador do estado, Miguel Arraes, antes de votação de parecer sobre suas contas. Também apontou que, no processo que analisa as “pedaladas”, o TCU ainda aguarda esclarecimentos de 17 atuais e ex-membros do governo Dilma, entre eles o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. “Apesar de estar caracterizado [crime de responsabilidade com as ‘pedaladas’], temos que dar direito ao contraditório e formar uma opinião final sobre essa questão dentro do tribunal”, disse ele sobre o processo. Nardes também foi perguntado sobre a declaração do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, de que o atraso no repasse de recursos para bancos públicos é adotado há vários anos sem o questionamento do TCU. O ministro disse que os procedimentos do tribunal passaram por uma “evolução” nos últimos anos, que permitiram identificar o problema só agora. Em seu parecer, Nardes relata que, após análise de balanços apresentados pelo governo, técnicos do TCU indicaram 31 “achados.” Desse total, o tribunal vai pedir esclarecimentos à presidente sobre 13. A fiscalização do TCU aponta, ao todo, R$ 281 bilhões em “distorções quantificadas”, ativos e passivos não registrados ou registrados incorretamente nos balanços do governo referentes a 2014 e que puderam ser identificados. Além das “pedaladas”, que só no ano passado, segundo o tribunal, envolveram um montante de R$ 7 bilhões, também é questionada a omissão da presidente em decretar contingenciamento de R$ 28 bilhões devido à frustração de receitas previstas anteriormente; e a decisão de Dilma de, apesar da queda na arrecadação, liberar gastos de R$ 10 bilhões sem previsão orçamentária. Confira os 13 pontos questionados pelo TCU: 1 - Omissão de passivos da União junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e ao FGTS nas estatísticas da dívida pública de 2014; 2 - Adiantamentos concedidos pela Caixa Econômica Federal à União para despesas dos programas Bolsa Família, Seguro-Desemprego e Abono Salarial nos exercícios de 2013 e 2014; 3 - Adiantamentos concedidos pelo FGTS à União para despesas do Programa Minha Casa, Minha Vida nos exercícios de 2010 a 2014; 4 - Adiantamentos concedidos pelo BNDES à União para despesas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) nos exercícios de 2010 a 2014; 5 - Ausência do rol de prioridades da administração pública federal, com suas respectivas metas, no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014; 6 - Execução de despesa com pagamento de dívida contratual junto ao FGTS sem a devida autorização orçamentária no exercício de 2014; 7 - Extrapolação do montante de recursos aprovados, no Orçamento de Investimento, para a fonte de financiamento “Recursos Próprios – Geração Própria”, por empresas de energia; para a fonte “Recursos para Aumento do Patrimônio Líquido – Controladora”, pela Telebrás; para a fonte “Operações de Crédito de Longo Prazo – Internas”, pela empresa Transmissora Sul Litorânea de Energia S.A. (TSLE); e para a fonte “Operações de Crédito de Longo Prazo – Externas”, pela empresa Furnas – Centrais Elétricas S.A.; 8 - Execução de despesa sem suficiente dotação no Orçamento de Investimento pelas empresas Araucária Nitrogenados S.A., Energética Camaçari Muricy I S.A. (ECM I) e Transmissora Sul Litorânea de Energia S.A. (TSLE);

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9 - Ausência de contingenciamento de despesas discricionárias da União no montante de pelo menos R$ 28,54 bilhões, quando da edição do Decreto 8.367/2014; 10 - Utilização da execução orçamentária de 2014 para influir na apreciação legislativa do Projeto de Lei PLN 36/2014, de alteração da LDO; 11 - Inscrição irregular em restos a pagar de R$ 1,367 bilhão referentes a despesas do Programa Minha, Casa Minha Vida no exercício de 2014; 12 - Omissão de transações primárias deficitárias da União junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e ao FGTS nas estatísticas dos resultados fiscais de 2014; 13 - Existência de distorções em parte significativa das informações sobre indicadores e metas previstos no Plano Plurianual 2012-2015.