17 junho - jnippak.com.br

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ANO 9 – Nº 2059 / 2054 SÃO PAULO, 17 A 20 DE JUNHO DE 2006 R$ 2,00 ASSINE AGORA (11) 3208-3977 AGENDA A ASSOCIAÇÃO MIYA- GUI KENJINKAI DO BRASIL realiza amanhã (18), a partir das 11h, o con- curso de Miss Tanabata. O evento, que faz parte da pro- gramação do Daiikai Tana- bata Karaoke Taikai, com iní- cio às 8h, deve reunir sete candidatas. A exemplo do ano anterior, onde foram eleitas Miss e Princesa Tanabata e Miss Simpatia, a candidata deve ter como um dos requi- sitos para tornar-se Miss, o canto. O desfile acontece em traje de yukata. As vencedo- ras enfeitarão o palco do 28º Festival das Estrelas (Tana- bata Matsuri), que este ano será realizado nos dias 29 e 30 de julho, na Praça da Li- berdade. A Associação Miya- gui fica na Rua Fagundes, 152. Informações pelo tel.: 11/3209-3265. A MEGA FESTA, balada organizada por cinco grupos da comunidade nikkei e que atrai milhares de jovens, será hoje (17) no Cabral e Espa- ço São Paulo, que oferecem quatro pistas de dança. A fes- ta, das 22h às 6h, será emba- lada aos sons de black, flash, eletrônico, pagode, axé e funk, com o Bonde do Tigrão ao vivo. O ingresso custa R$ 25,00 e o endereço é Av. Salim Farah Maluf, 1.500, Tatuapé. Informações pelos tels.: 11/9975-6150 (Tomas) ou 9913-9083 (Tavinho). RIBEIRÃO PIRES come- mora o Dia da Colônia Japo- nesa com show de Mariko Nakahira amanhã (18). O evento, que acontece no Te- atro Euclides Menato, é uma parceria entre a comunidade nikkei, a Associação Cultural Nipo-Brasileira local e a Câ- mara Municipal da cidade. A programação inclui uma ses- são solene da Câmara Muni- cipal, com a presença de au- toridades e representantes de entidades nipo-brasileiras da região, além de uma home- nagem ao empresário Massa- nao Yamauchi, vice-presiden- te da firma Rassini-NHK Autopeças lá instalada, e do também empresário Saburo Washizo; que receberão o tí- tulo de cidadão ribeirão- pirense. Leia mais na pág. 4. A COMUNIDADE YUBA E O BALLET STAGIUM se apresentam hoje (17) e do- mingo (18), na Associação Comunidade Yuba – 1ª Alian- ça, em Mirandópolis (SP). Hoje, o espetáculo fica por conta da Companhia do Balé Yuba, com 70 membros, e no amanhã, será a vez da Com- panhia de Ballet Stagium, com seus 22 bailarinos. Informa- ções pelo tel.: 18/3708-1247. O CONCURSO DE MISS FESTIVAL DO JAPÃO re- cebe inscrições até o dia 30 de junho. Para participar, a candidata deve ter entre 15 e 30 anos. A divulgação e pre- miação acontece no dia 15 de julho, após o desfile das can- didatas na passarela do 9º Fes- tival do Japão, evento organi- zado pelo Kenren. Mais infor- mações no site: www.festi- valdojapao.com. A partir desta semana, o Jornal Nikkei estréia uma nova seção. Tra- ta-se do Nikkei Rural, com mui- tas reportagens, dicas, curiosidades e informações sobre agricultura. Neste primeiro número, destaque para a alteração da lei nº 14.065, que pode causar enorme impacto no setor. Confira também “As normas para uso de defensivos em peque- nas culturas vão à consulta”. E mui- to mais. | págs 7 e 8 Receitas de dar ‘saquê’ na boca - O destaque desta semana é o res- taurante A1, no Top Center da Av. Paulista. Comandado pelo chef ja- ponês Shin Koike, lá é possível al- moçar um compensador executivo ou deliciar-se com udon, sobá ou outras invenções que prepara na hora, acompanhadas de saquê. Ele dá ainda duas receitas: carpaccio de pargo e berinjela com missô. | pág 5 AGRICULTURA RESTAURANTES Com novo formato, a 41ª edição do Festival de Música e Dança Folclórica Japonesa (Gueinosai) promete encantar público de diferentes idades no Grande Auditório do Bunkyo, em São Paulo. No total, 50 apresentações fazem parte da programação, trazendo desde música tradicional, apresenta- ções de dança e até demonstrações de teatro e música estilo Nô. | pág 6 GUEINOSAI DIVULGAÇÃO MARCUS HIDE Músico tarimbado no cenário musical brasi- leiro, o nikkei Leandro Matsumoto conta sua trajetória de vida e os variados percalços até chegar a um patamar elevado dentro da música. Profissional desde os 14 anos, o nikkei toca, atualmen- te, na banda de Pedro Mariano e na noite paulistana. Em seu cur- rículo, constam parti- cipações nos progra- mas Raul Gil e Viola Minha Viola, além de gravações de vinhetas para telejornais da Rede Globo. | pág 6 MÚSICA DIVULGAÇÃO O Centro de Apoio a Cri- ança com Câncer Marta Kuboiama, instituição sem fins lucrativos criada em ja- neiro deste ano, está à pro- cura de um terreno para cuidar de menores caren- tes. A presidente Dirce Kuboyama diz que o local, que abrigará pessoas de fora de São Paulo, ofere- cerá toda a infra-estrutura necessária aos pacientes de forma gratuita. | pág 3 DIVULGAÇÃO VOLUNTARIADO Atrasos dificultam parte organizacional da nona edição do Festival do Japão Um dos maiores eventos da comunidade nipo-brasileira, o Festival do Japão, luta contra o tempo para conseguir viabilizar a parte de infra-estrutura e organização, faltando menos de um mês para a realização do evento. Em meio ao complicado processo de troca de diretoria, o Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil), que havia cogitado cancelar a edição desse ano do Festival, tenta “aparar as arestas” com kenjnkais e demais participantes para harmonizar o evento. | pág 3 COMUNIDADE MARCELLO VITTORINO

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Page 1: 17 JUNHO - jnippak.com.br

ANO 9 – Nº 2059 / 2054 — SÃO PAULO, 17 A 20 DE JUNHO DE 2006 — R$ 2,00

ASSINE AGORA

(11) 3208-3977

AGENDA

A ASSOCIAÇÃO MIYA-GUI KENJINKAI DOBRASIL realiza amanhã(18), a partir das 11h, o con-curso de Miss Tanabata. Oevento, que faz parte da pro-gramação do Daiikai Tana-bata Karaoke Taikai, com iní-cio às 8h, deve reunir setecandidatas. A exemplo do anoanterior, onde foram eleitasMiss e Princesa Tanabata eMiss Simpatia, a candidatadeve ter como um dos requi-sitos para tornar-se Miss, ocanto. O desfile acontece emtraje de yukata. As vencedo-ras enfeitarão o palco do 28ºFestival das Estrelas (Tana-bata Matsuri), que este anoserá realizado nos dias 29 e30 de julho, na Praça da Li-berdade. A Associação Miya-gui fica na Rua Fagundes,152. Informações pelo tel.:11/3209-3265.

A MEGA FESTA, baladaorganizada por cinco gruposda comunidade nikkei e queatrai milhares de jovens, seráhoje (17) no Cabral e Espa-ço São Paulo, que oferecemquatro pistas de dança. A fes-ta, das 22h às 6h, será emba-lada aos sons de black, flash,eletrônico, pagode, axé efunk, com o Bonde do Tigrãoao vivo. O ingresso custa R$25,00 e o endereço é Av.Salim Farah Maluf, 1.500,Tatuapé. Informações pelostels.: 11/9975-6150 (Tomas)ou 9913-9083 (Tavinho).

RIBEIRÃO PIRES come-mora o Dia da Colônia Japo-nesa com show de MarikoNakahira amanhã (18). Oevento, que acontece no Te-atro Euclides Menato, é umaparceria entre a comunidadenikkei, a Associação CulturalNipo-Brasileira local e a Câ-mara Municipal da cidade. Aprogramação inclui uma ses-são solene da Câmara Muni-cipal, com a presença de au-toridades e representantes deentidades nipo-brasileiras daregião, além de uma home-nagem ao empresário Massa-nao Yamauchi, vice-presiden-te da firma Rassini-NHKAutopeças lá instalada, e dotambém empresário SaburoWashizo; que receberão o tí-tulo de cidadão ribeirão-pirense. Leia mais na pág. 4.

A COMUNIDADE YUBAE O BALLET STAGIUMse apresentam hoje (17) e do-mingo (18), na AssociaçãoComunidade Yuba – 1ª Alian-ça, em Mirandópolis (SP).Hoje, o espetáculo fica porconta da Companhia do BaléYuba, com 70 membros, e noamanhã, será a vez da Com-panhia de Ballet Stagium, comseus 22 bailarinos. Informa-ções pelo tel.: 18/3708-1247.

O CONCURSO DE MISSFESTIVAL DO JAPÃO re-cebe inscrições até o dia 30de junho. Para participar, acandidata deve ter entre 15 e30 anos. A divulgação e pre-miação acontece no dia 15 dejulho, após o desfile das can-didatas na passarela do 9º Fes-tival do Japão, evento organi-zado pelo Kenren. Mais infor-mações no site: www.festi-valdojapao.com.

A partir desta semana, o JornalNikkei estréia uma nova seção. Tra-ta-se do Nikkei Rural, com mui-tas reportagens, dicas, curiosidadese informações sobre agricultura.Neste primeiro número, destaquepara a alteração da lei nº 14.065,que pode causar enorme impacto nosetor. Confira também “As normaspara uso de defensivos em peque-nas culturas vão à consulta”. E mui-to mais. | págs 7 e 8

Receitas de dar ‘saquê’ na boca- O destaque desta semana é o res-taurante A1, no Top Center da Av.Paulista. Comandado pelo chef ja-ponês Shin Koike, lá é possível al-moçar um compensador executivoou deliciar-se com udon, sobá ououtras invenções que prepara nahora, acompanhadas de saquê. Eledá ainda duas receitas: carpacciode pargo e berinjela com missô. |pág 5

AGRICULTURARESTAURANTES

Com novo formato, a 41ª edição do Festival de Música eDança Folclórica Japonesa (Gueinosai) promete encantarpúblico de diferentes idades no Grande Auditório do Bunkyo,em São Paulo. No total, 50 apresentações fazem parte daprogramação, trazendo desde música tradicional, apresenta-ções de dança e até demonstrações de teatro e música estiloNô. | pág 6

GUEINOSAIDIVULGAÇÃO

MARCUS HIDE

Músico tarimbado nocenário musical brasi-leiro, o nikkei LeandroMatsumoto conta suatrajetória de vida e osvariados percalços atéchegar a um patamarelevado dentro damúsica. Profissionaldesde os 14 anos, onikkei toca, atualmen-te, na banda de PedroMariano e na noitepaulistana. Em seu cur-rículo, constam parti-cipações nos progra-mas Raul Gil e ViolaMinha Viola, além degravações de vinhetaspara telejornais daRede Globo. | pág 6

MÚSICADIVULGAÇÃO

O Centro de Apoio a Cri-ança com Câncer MartaKuboiama, instituição semfins lucrativos criada em ja-neiro deste ano, está à pro-cura de um terreno paracuidar de menores caren-tes. A presidente DirceKuboyama diz que o local,que abrigará pessoas defora de São Paulo, ofere-cerá toda a infra-estruturanecessária aos pacientes deforma gratuita. | pág 3

DIVULGAÇÃO

VOLUNTARIADO

Atrasos dificultam parte organizacionalda nona edição do Festival do Japão

Um dos maiores eventos da comunidade nipo-brasileira, o Festival do Japão, luta contra o tempo para conseguir viabilizar a parte de infra-estrutura eorganização, faltando menos de um mês para a realização do evento. Em meio ao complicado processo de troca de diretoria, o Kenren (Federação dasAssociações de Províncias do Japão no Brasil), que havia cogitado cancelar a edição desse ano do Festival, tenta “aparar as arestas” com kenjnkais edemais participantes para harmonizar o evento. | pág 3

COMUNIDADE

MARCELLO VITTORINO

Page 2: 17 JUNHO - jnippak.com.br

2 JORNAL NIKKEI São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006

P A N O R A M AFotos: Marcus Kiyohide Iizuka

EDITORA JORNALÍSTICAUNIÃO NIKKEI LTDA.

CNPJ 02.403.960/0001-28

Rua da Glória, 332 - LiberdadeCEP 01510-000 - São Paulo - SP

Tel. (11) 3208-3977

Fax (11) 32085521

E-mail:[email protected]

Diretor-Presidente: Raul TakakiDiretor Responsável: Daniel Takaki

Jornalista Responsável: Takao Miyagui (Mtb. 15.167)

Redator Chefe: Aldo ShigutiRedação: Rodrigo Meikaru, Cíntia Yamashiro,

Juliana Kirihata, Aline Inokuchi e Gilson YoshiokaFotógrafo: Marcus Kiyohide Iizuka

Publicidade:

Tel. (11) 3208-3977 – Fax (11) 3341-6476

Periodicidade: quarta-feira e sábado

Assinatura semestral: R$ 80,00

E-mail: [email protected]

A 63ª Exposição Agrícola Regional de Assaí, cidade ao Norte do Paraná, atraiu cerca de10 mil pessoas entre os dias 9 e 11 deste mês. Um dos destaques foi a feira de uma

grande variedade de produtos como grãos, milho, frutas como banana, mexerica, abacatee outros. No primeiro dia, um concurso escolheu os produtos mais qualificados, eleitos

pelos agrônomos locais. O evento, realizado pela Laca (Liga das Associações Culturais deAssai) e que teve diversas atrações culturais, contou com a ajuda de muitos voluntários

trabalhando nas barracas de udon, yakisoba, pastel e espetinhos.

Page 3: 17 JUNHO - jnippak.com.br

São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 3

COMUNIDADE

Em meio a atrasos, Kenren luta paraorganizar Festival do Japão

Dirce Kuboyama cede boaparte de seu tempo dando aten-ção a crianças portadoras decâncer que não tem condiçõesfinanceiras de arcar com umtratamento adequado. Paratentar diminuir o sofrimentodessas pessoas, ajuda emações de seu alcance, nos cus-tos de passagens com trans-porte público e fazendo visitasnos hospitais. Mas ela quermais que isso.

E criou, em 24 de janeirodeste ano, o Centro de Apoioa Criança com Câncer. A en-tidade, sem fins lucrativos, queespera ser aprovada comouma Oscip (Organização daSociedade Civil de InteressePúblico), está necessitando deum espaço físico, e para issoprecisa de ajuda. Dirce, presi-dente do centro, quer ter umlocal próprio em que possaabrigar 20 crianças de idadesentre 0 e 18 anos. Idealizadorado projeto, ela tem inspiraçãona irmã, Marta Koboiama(com grafia diferente), que dánome ao centro.

“A Marta é portadora decâncer há mais de dez anos etem obtido um bom resultadoem seu tratamento. Eu sem-pre trabalhei em grandes hos-pitais, em bancos de sangue, epor isso trato diretamente compacientes da oncologia. E fo-mos amadurecendo a idéianesse tempo todo”, contaDirce.

Com o Centro formado, oobjetivo é promover o amparode crianças carentes, de mo-léstias graves e submetidas atratamento de saúde de maiorcomplexidade. O primeiro pas-so já foi dado, agora o seguin-te é enfrentar a dificuldade fí-sica. “Precisamos de umasede, entramos com recurso,pedindo à Prefeitura, mas écoisa lenta, e o câncer não es-pera. Iremos cuidar de crian-ças de 0 a 18 anos de fora dacidade de São Paulo, e as abri-garemos com as mães, entãoo número de hóspedes dobra.”

Procura-se uma sede - Seconseguir um local, seja em-prestado ou por comodato, aspacientes poderão ter acessoa tratamento psicológico,odontológico, de assistênciasocial, reforço escolar (se es-tiver em idade para estudar) enutricional. Tudo gratuito. Mashá uma condição para sua en-trada: que a criança não sejade São Paulo. “A dificuldadefísica e psíquica destes paci-entes em muitos casos é agra-vada pelo fato de que parcelasignificativa vem de outras ci-

dades e Estados diversos e nãopossuem local para permane-cer em SP durante o tratamen-to. Quem é daqui tem paren-tes e família por perto, masqueremos acolher crianças defora de São Paulo.”

A presidente enaltece a ini-ciativa de algumas pessoas,como de um senhor de Taboãoda Serra que, na semana pas-sada, sensibilizado com a cau-sa, ofereceu uma casa. “Masera pequena para abrigar nos-sos objetivos e a reforma se-ria grande”, lamenta. “Espera-mos que alguém possa doar umespaço ou dar como comoda-to, até conseguirmos uma sedeprópria. Hoje temos um espa-ço cedido pelo Iijima [Hideaki,da rede Soho], na Av. Paulistacomo comodato, que funcionacomo escritório, onde realiza-mos atividades administrati-vas.” Por enquanto, com a aju-da de algumas empresas, ami-gos e sócios-contribuintes,Dirce oferece apoio de formaindireta a alguns pacientes detratamento onco-hematológi-co. Apesar de a irmã não atu-ar diretamente a seu lado, jáque se mudou para o Guarujá,onde trabalha com eventos emarketing, ela é um espelhopara que outros vençam a bar-reira do preconceito e da for-ça de vontade. Em depoimen-to no site da entidade (www.criancacomcancer.com.br),manda a mensagem:

“Acredito que estou sobre-vivendo a tudo isso para reali-zar essa missão que começouatravés da constituição doCAMK, pois somente quemvive essa dificuldade passa poresses medos, chora pela impo-tência, pede pela vida, luta pelocombate, pode realmente edeve levar adiante essas men-sagens tão importantes paraaqueles, que tem condições defazer um pouco e que já é degrande valia. É isso mesmo,cada um doa o que pode e, nosomatório disso tudo, colhe-seresultados tão gratificantes”.

Entre os eventos que a en-tidade está promovendo paracrescer e arrecadar fundos,inclui-se o Chá Bingo queacontecerá no dia 15 de julho,no Clube dos Oficiais da Polí-cia Militar (Av. Santos Dumont,767, Ponte Pequena). Os con-vites começam a ser vendidosna próxima semana, pelo va-lor de R$ 25,00. Para obtermais informações sobre o Cen-tro e colaborar com o projeto,o telefone é 11/9900-7979 ouo endereço atual é Av. Paulis-ta, 575, sala 1.914, 19° andar.

(Cintia Yamashiro)

VOLUNTARIADO

Instituição luta contra câncerinfantil e necessita de espaço

Acerca de um mês parao Festival do Japão, oKenren (Federação

das Associações de Provínci-as do Japão no Brasil) lutacontra o tempo para conseguirviabilizar um dos maioreseventos da comunidade nipo-brasileira, marcado para osdias 15 e 16 e 22 e 23 de julho,e provar de vez que a nova di-retoria, empossada em abrilúltimo, pode levar adiante umfestival marcado por proble-mas administrativo e organiza-cional no passado.

Entre os motivos que cul-minam na demora para se es-tabelecer o cronograma ofici-al, segundo parte dos kenjin-kais que participam do evento,estão a falta de clareza nasinformações referentes à es-trutura desse ano, além da pou-ca objetividade na comunica-ção entre coordenadores eparticipantes. De acordo coma apuração feita pelo JornalNikkei, até mesmo voluntári-os que nos anos anteriores semostraram dispostos a ajudar,hoje mostram preocupaçãocom o ritmo lento das reuniões.“Praticamente estamos para-dos, esperando pelo posiciona-mento do Kenren. Pelo queestá acontecendo, parece quetudo está indo muito devagar.Para nós que participamoscom estandes, essa indefiniçãoprejudica bastante, pois temosde correr atrás de patrocínio.E como todos nós sabemos,em cima da hora vai ficar tudocomplicado”, afirma um dosrepresentantes de um kenjinkaique preferiu não se identificar.

E a reclamação quanto àdemora tem seu fundo de ver-dade. Na última reunião ocor-rida na quarta-feira da sema-na passada (7) e na qual fo-ram discutidos os principaispontos ainda pendentes, a áreade divulgação, por exemplo,ainda patina quando o assuntoé investimento em publicidade.Já as atrações culturais, secomparadas com o ano passa-do, também estão atrasadaspara o fechamento.

Para o coordenador geraldo Festival do Japão deste ano,Keiji Kato, as reclamações epreocupações demonstradaspelos participantes não fazemsentido, adiantando que toda aprogramação está “correndodentro do tempo previsto”. “Aspessoas falam isso da bocapara fora, pensando que esta-mos atrasados e confusos. Masnão é por aí. Temos trabalha-do quase em tempo integralpara viabilizar o Festival doJapão, principalmente agoraque a nova diretoria acabou de

assumir o Kenren. Dou totalgarantia de que sairá tudo con-forme o previsto”, afirmaKato.

Apesar de assegurar a re-alização do Festival, o coorde-nador concorda em partes como atraso, citando o caso dasprogramações de palco(shows) e montagem. “De res-to não temos nada de tão ur-gente assim para ficar deses-perado. É claro que enfrenta-mos algumas dificuldades pelopouco tempo que tivemos paraorganizar tudo, mas nada quecomprometa nosso cronogra-ma.”, diz ele, adiantando quetodos os kenjinkais já foramconsultados para a possívelparticipação ou não no Festi-val. “No total, temos 41kenjinkais confirmados. Nãosei o motivo para alguém vimfalar na imprensa que tudo estádesorganizado. Aos que se es-tão se sentindo incomodados,que venham falar diretamentecom os organizadores.”

Ainda de acordo com Kato,nenhum tipo de desentendi-mento pôde ser visto até omomento nas reuniões perió-dicas ocorridas desde o come-ço do ano com os representan-tes e voluntários envolvidos narealização do Festival. Na vi-são dele, se antes a entidademostrava-se quase “rachada”devido ao complicado proces-so eleitoral realizado no mêsde abril e que culminou na sa-ída de Koichi Nakazawa, hojeo clima de união predominaentre todos. “Estamos emsintonia com todas as entida-des. Provamos que uma novadiretoria tem total capacidadepara dar seguimento aos tra-balhos até então desenvolvi-dos. Portanto, eu ahco muitoestranho alguém vir a públicoe falar que está tudo atrasa-do”.

Na mesma linha de Kato, opresidente do Kenren, OsamuMatsuo, também se mostrasurpreso ao ser informado so-bre as reclamações feitas con-tra o Kenren. Para ele, cujoprincipal foco é conseguir co-locar a entidade “nos eixos” erealizar uma administraçãotransparente, o Festival do Ja-pão foi cogitado de não serrealizado em 2006, principal-mente por ter de arcar com umcusto alto e de ainda as contasdo ano passado não terem sidoaprovadas, fato que pode tertirado o sono de alguns dosoposicionistas à sua gestão.“Tivemos alguns problemassim, não nego. E também con-cordo que estamos atrasadospara o fechamento em algunssetores. Entretanto, posso ga-

rantir que estamos preparadospara a realização do evento evamos superar todas as expec-tativas. É uma surpresa saberque existem pessoas que es-tão descontentes com as deci-sões tomadas até agora, prin-cipalmente depois de todosaprovarem as medidas que es-tamos implementando”, expli-ca Matsuo, adiantando que osprincipais problemas encontra-dos foram os compromissosassumidos na gestão passadae que viraram um verdadeiro“abacaxi para ser descasca-do”. “No ano passado, fizeramum acordo no qual está esti-pulado que seriam realizadostrês edições do Festival. Atéaí, tudo bem. Mas, ao assumir-mos o Kenren neste ano, tive-mos algumas surpresas, comoo repasse de dívidas do anopassado para este ano, au-mentando em muito nossoscustos, além de ser realizadoem dois finais de semana. Poressas e outras que estamos umpouco atrasados e, claro, nãotivemos tempo para fazer gran-des modificações em relaçãoàs edições anteriores”, diz opresidente.

Quanto às entidades quecobram uma posição mais con-creta do Kenren e reclamamsobre o atraso na programa-ção, Matsuo manda um reca-do: o cronograma oficial foidefinido em reunião no come-ço dessa semana, indicando osespaços a serem ocupados,além de demarcar o novo po-sicionamento de mesas e ca-deiras, visando melhor apro-veitamento do público e dosexpositores. “Já fizemos umareunião e aprovamos pratica-mente tudo que estava pen-dente. Inclusive, nós já avisa-mos a todos os kenjinkais so-bre a localização de cada um.Quem quiser, tal relação estádisponibilizada na própria enti-dade. Tenho certeza absoluta

que essas confusões específi-cas não trarão problemas e oFestival do Japão será, maisuma vez, um grande sucessode público”, finaliza Matsuo.

Desestabilização – Procura-do pela reportagem do JornalNikkei, o ex-presidente doKenren, Koichi Nakazawa,confirmou que em nenhummomento foi procurado pelaatual gestão para acompanharo desenrolar a 11ª edição doFestival do Japão, mesmo quetenha histórico e experiênciade sobra para lidar com o even-to. Para ele, que acompanha“de longe” a organização, ademora na definição das estra-tégias é decorrente da “faltade foco e desvirtuamento dosdirigentes”.

“Falam que as contas doano passado referente ao Fes-tival do Japão não foram apro-vadas até hoje, mas esquecem-se de quem realmente batalhoupara levar esse evento ao lu-gar onde ele está. Não partici-po mais de nenhum tipo de ati-vidade referente ao Kenren,mas acho que estão demoran-do um pouco para viabilizá-lo”,explica Nakazawa, que estarápresente com o estande daAssociação Miyagi Kenjinkai,entidade que hoje preside.

Sem se importar com o de-senrolar das atividades refe-rentes ao Festival, Nakazawaconfirma ainda que no futuropode, se convidado, voltar aajudar na coordenação do fes-tival. E dá um conselho aosatuais diretores: “Se queremmesmo continuar com o Festi-val do Japão, é importante sem-pre renovar as atrações, for-talecer o intercâmbio entreBrasil e Japão. E não ser sóum evento para se ver e acharbonito. A essência é estabele-cer um laço entre japoneses ebrasileiros.”

(Rodrigo Meikaru)

Sempre contando com a presença de autoridades e convidados, Festival do Japão terá poucas mudanças em 2006

MARCUS HIDE

O presidente da Associa-ção Nikkey do Brasil, YoshitoNomura, recebeu voto de jú-bilo da Câmara Municipal deSão Paulo pelo Prêmio Paulis-ta de Esportes 2006, na cate-goria Golfe. Um dos cinco ho-menageados com o PrêmioEspecial do evento organiza-do pelo Jornal Nikkei, o diri-gente se disse contente com acongratulação, de iniciativa do

vereador paulistano AurélioNomura (PV).

“Fiquei surpreso e conten-te. Já tinha recebido o PrêmioPaulista em outra edição, enesta que comemorou os 50anos, foi um especial, junto aoutros quatro homenageados –nas categorias judô, tênis decampo, futebol e kobudô”, afir-mou Yoshito Nomura, que já foidiretor também na Federação

HOMENAGEM

Yoshito Nomura recebe voto de júbilo na Câmara Municipalpaulistana e quer divulgar mais o golfe na comunidade

Paulista de Golfe e na Confe-deração Brasileira de Golfe. Ovoto de júbilo, registrado nosAnais da Casa, teve tambéma assinatura de outros verea-dores presentes na sessão dodia 17 de maio.

Humilde, Nomura, que tem82 anos e nasceu em Regis-tro, afirmou que o resultadovem do “trabalho de um con-junto de pessoas que integram

a entidade”.Organizador do Campeona-

to Nikkey de Golfe, que serárealizado este ano em Arujános dias 4 e 5 de novembro,ele afirma que atualmente cer-ca de 220 pessoas participamda competição “do Norte aoSul do País”, mas a maioria deSão Paulo. “Queremos quemais pessoas de fora do Esta-do participem”, disse.

DIVULGAÇÃO

Dirce (dir) com a irmã Marta Koboiama, que dá nome ao centro

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4 JORNAL NIKKEI São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006

A Semana Cultural Japone-sa – Mostra de Artes Visuais,aberta no último dia 9 em Ma-ringá (PR), prossegue somen-te até amanhã (18). O eventoreúne pinturas, desenhos e ce-râmica raku. As obras com te-mas nipônicos estão expostasno Museu de Artes de Marin-gá – Teatro Calil. A SemanaCultural Japonesa é resultadode uma parceria entre Prefei-tura de Maringá – Secretariada Cultura e Universidade Es-tadual de Maringá – UEM.

A mostra japonesa conta

com obras das artistas plásti-cas Tânia Machado e TeresaUdo e ainda com um espaçoalternativo para outros artistas,denominado “Espaço Cama-leão”, onde estão expostos tra-balhos dos artistas Célia Fon-çatti, Celidônio Chagas, HélioMoreira Junior, Junko Kame-oka, Lidia Izabel Sanches,Mauro Araújo, Mirian Matsu-da, Miuwa Misawa, RobsonSouza, Silvio Baladelli, SusanYoko Hasegawa, VanessaMello, Valter Ken Kitanishi eYasushi Shima.

CIDADES/MARINGÁ

Semana Cultural Japonesacontinua até domingo no Calil

Tomi Nakagawa, única re-manescente ainda viva da pri-meira leva de imigrantes quedesembarcaram em 1908, noPorto de Santos, vai comple-tar 100 anos no dia 16 de ou-tubro. Tendo residida em Pro-missão (SP), onde o pai adqui-rira terra na Fazenda Itaco-

lomy, fundada por ShuheiUetsuka, Tomi vai ser home-nageada pela Câmara Munici-pal local com o título de cida-dã promissense. O título seráentregue amanhã (18), em ses-são solene. A proposta foi as-sinada por todos os nove ve-readores da cidade

CIDADES/PROMISSÃO

Tomi Nakagawa recebehomenagem em sessão solene

*SHIGUEYUKI YOSHIKUNI

Ocupa o segundo lugarentre os maiores fornecedo-res do Brasil, só perdendopara a Argentina, segundoFolha de São Paulo, de 30 demaio. Já compramos dela 90mil dólares a mais do que ex-portamos, de janeiro a abril,sendo que a totalidade é deprodutos eletrônicos. Desde2001, pertence à Organiza-ção Mundial do Comércio.Esse país que sediará os Jo-gos Olímpicos de 2008, pos-sui mais de 160 cidades compopulação superior a l milhãode habitantes.

Na Universidade de Yale,dos EUA, em 1985, havia 71alunos chinês na graduaçãoe na pós e l soviético; em2003, havia 297 chineses e 23russos. A cidade de Dalian,próxima ao Japão e a Coréia,tem 22 universidades e facul-dades, com mais de 200 milalunos.E nós aqui deficitáriade universitários.

Sua economia vem cres-cendo há 27 anos numa mé-dia de 9,6%. Tirou milharesde pessoas da miséria. Há atéuma lenda em torno do cres-cimento: só na cidade de Xan-gai estão 30% dos guindas-tes de construção em opera-ção no mundo. Mercado deautomóveis só abaixo do EUAe colado ao Japão. PIB, de2005, US$2,26 trilhões, PIB

per capitã US$ l,5 mil. PIBdo Brasil nos dias de hojeR$1.938 trilhões e per capitaR$ 10.520,00 (fonte O Esta-do). Pelo que se vê, o brasi-leiro ganha três vezes a maisque o chinês.

Mas se nosso crescimen-to continuar no vergonhoso3% ,dentro de alguns anos se-remos ultrapassados.

O funcionário da embai-xada dos EUA estava cansa-do de ouvir sempre a mesmahistória de chineses que que-riam visto: “Quero ir para aAmérica para ser professorfamoso”, repetiam. Mas derepente foi surpreendido porum estudante que disse: “Mi-nha mãe tem uma perna arti-ficial, e eu quero ir para osEstados Unidos aprender aconstruir uma perna artificialpara ela”. O funcionário fi-cou contente por escutar umargumento novo e disse:“Sabe esta é a melhor histó-ria que ouvi o dia inteiro.Meus parabéns, mesmo.Você acaba de conseguir seuvisto”. No dia seguinte, vári-os candidatos chegaram àembaixada declarando quequeriam um visto para ir aosEstados Unidos para pesqui-sar e criar próteses ortopédi-cas melhores para suas mãesdeficientes.

*Shigueyuki Yoshikuni é jornalista

e reside em Lins (SP)

OPINIÃO

Você conhece a China?

Acidade de Guarulhosmostra que a integra-ção nikkei está mais do

que presente, com a realizaçãodo 1º Festival da Amizade Bra-sil-Japão, no próximo dia do-mingo (25). Das 9 às 17 h, opúblico poderá conferir as vá-rias atrações da programação,que inclui apresentações detaikô, bon odori e artes marci-ais, shows de Juliane Okabe eMario Chibana, além de expo-sições e workshops de ikebana,origami, pipas e mangá. Naparte gastronômica, um dospontos altos de todos os even-tos nikkeis, os diferenciais sãoas barracas de comidas típicas,sob comando dos kenjinkais dacidade.

O festival foi instituído pelalei 6072 de 18/05/2005, de au-toria do vereador José CarlosMaruoka. Será realizado pelaSecretaria de Cultura de Gua-rulhos anualmente, no últimodomingo do mês de junho, noRecanto Municipal da Árvore,situado no Bosque Maia.

Segundo Maruoka, a lei foicriada porque o Festival daAmizade será realizado noBosque Maia, um lugar públi-co. Para o vereador, outras ci-dades deveriam copiar essemodelo. “O evento não é umainiciativa somente de algumaspessoas ou associações, e sim,da Prefeitura”, afirma. Alémdisso, o vereador ressalta queo local é destacado como umfator que pode contribuir bas-tante para o sucesso da festa:“É um bosque freqüentado porser muito agradável, como oparque do Ibirapuera, em SãoPaulo”.

Com uma circulação média

de 5 mil pessoas por dia, a ex-pectativa é de tais númerossejam superados. Segundo overeador, o evento é destina-do também à toda região me-tropolitana de São Paulo.“Hoje, não sabemos mais a di-visa de São Paulo e Guarulhose, devido à proximidade das ci-dades vizinhas, esperamos umpúblico maior que o normal”,afirma.

O festival tem por finalida-de promover a cultura e as tra-dições japonesas, no mês emque se comemora a imigraçãojaponesa no Brasil. “Precisa-mos cultivar os laços defraternidade e união entre acomunidade japonesa e as de-

CIDADES/GUARULHOS

Guarulhos se prepara para o 1°Festival da Amizade Brasil-Japão

mais etnias, que compõem apopulação guarulhense. Alémdisso, muitos não podem selocomover até São Paulo, prin-cipalmente os mais carentes”,afirma Maruoka. Ele acres-centa que a festa tem tambémo objetivo da integração coma população da cidade: “É umaforma de agradecer às outrascomunidades pelo acolhimen-to aos japoneses e descenden-tes da região”, diz.

Além disso, o vereadoracrescenta que a festa servirácomo preparação para a co-memoração do Centenário daImigração, em 2008. “É umaforma da comunidade japone-sa de Guarulhos se unir ainda

mais, até a grande data. Ape-sar de trabalharmos tambémcom a comissão que está or-ganizando as comemoraçõesem São Paulo, nossa cidadeprecisava de um evento desseporte”, explica.

Apesar de acreditar quegrande parte da população deGuarulhos já ser familiariza-da com a cultura japonesa,Maruoka acredita que a festaservirá para que as pessoasconheçam mais sobre as tra-dições nipônicas. “A popula-ção da cidade adquiriu muitosconhecimentos por meio dasartes marciais e de filosofiasde vida como a Seicho-no-ie,P.L. (Perfect Liberty) e Mes-siânica. Os freqüentadoresdessas igrejas, bem como ospraticantes de luta, são, emsua grande maioria, não-des-cendentes.

A organização do festivalficará a cargo de uma comis-são nomeada por portaria doprefeito de Guarulhos, ElóiPietá, e trabalhará em conjun-to com a Secretaria de Cultu-ra. Neste ano, os escolhidospara formarem a comissão fo-ram a União Cultural Esporti-va Guarulhense, AssociaçãoCultural Esportiva Guarulhen-se, Associação Cultural Espor-tiva Vila Galvão, AssociaçãoNipo-Brasileira, AssociaçãoCultural Esportiva Parque SãoLuís, Associação Okinawa,Associação Fukushima, Co-missão dos Festejos do Cen-tenário de Imigração Japone-sa. Jun Suzaki.

Com entrada gratuita, oBosque Maia fica na esquinadas avenidas Paulo Faccini ePapa João XIII, s/nº, em Gua-rulhos.

(Gilson Yoshioka)

Apresentação de taikô será uma das atrações dentro da festividade guarulhense

DIVULGAÇÃO

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São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 5

R E S T A U R A N T E S

Para torcer pelo Brasildurante a Copa do Mundo,os chefs Leila Pires eEdhuardo Russo, do Restau-rante do Instituto TomieOhtake, instalaram um telãono salão do restaurante eelaboraram um cardápio es-pecial, com pratos e petis-cos tipicamente brasileiros.

No segundo jogo do Bra-sil, amanhã (18), o tradicio-nal brunch de domingo terácardápio exclusivo. Entre ospratos, picadinho de filé naponta da faca, quibebe, cou-ve refogada, mandioca frita,

farofa, frigideira de siri,vatapá, arroz de coco,moqueca de peixe e ravioli re-cheado com queijo de coalho.

Para degustação, pão dequeijo e pastelzinho e, de so-bremesa, bolinho de chuva,cuca de uva, manjar de cococom baba de moça, pudim deleite condensado, brigadeirode colher, quindim, entre ou-tras opções.

Para o dia 22 de junho(quinta-feira), quando o Bra-sil enfrentará o Japão, as no-vidades serão os petiscos debar como bolinhos de arroz e

de bacalhau, pastel e canapéde carpaccio.

Restaurante do InstitutoTomie Ohtake (Av. Brigadei-ro Faria Lima, 201 com en-trada pela Rua Coropés – Pi-nheiros)

Horário de funcionamen-to: 13, 18 e 22 de junho, das12h às 15h

Preço por pessoa dobrunch: R$ 45,00. Criançasaté 5 anos não pagam, de 6 a8 anos pagam R$ 15,00 e de9 a 12 anos pagam R$ 22,50.Bebidas alcoólicas e refrige-

rantes são cobrados a par-te.

Aceita cheque; cartõesde crédito Visa, Mastercarde American Express, alémde cartões de débito Maes-tro e Visa Electron.

100 lugares, ar condicio-nado, acesso a portadoresde deficiência e área reser-vada para fumantes

Estacionamento commanobrista: R$ 5,00 por horae R$ 1,00 por hora adicional

Telefone para informa-ções e reservas: 11/2245-1918

Restaurante do Instituto Tomie Ohtaketerá cardápio especial para a Copa do Mundo

O Centro de Nutrição ‘Pro-fessor Takeshi Amano’ estácom inscrições abertas para ocurso de férias de sushi e sa-shimi. As aulas acontecem aossábados (dias 8, 15, 22 e 29 dejulho), das 9h30 às 12h30. Orenomado Amano (ex-Hinodê)ensinará o passo a passo de doisdos principais pratos da culiná-

CURSO

Inscrições abertas para Cursode Férias do professor Amano

ria japonesa. As vagas são li-mitadas. Inscrições pelos tele-fones: 11/4787-0154 (com Pau-lo, em português) e 3277-1610(com o professor Amano, emjaponês). O Centro de NutriçãoProfessor Takeshi Amano ficana Rua Tamandaré, 734, loja19. Mais informações no site:www.culinariajaponesa.com.br

Berinjela com missô doceO prato pode ser ser-vido quente ou frio.Primeiro se prepara omissô comum (2 a 4colheres de sopa), aoqual são acrescidosaçúcar (na mesma pro-porção), saquê mirim(1 colher) e uma gemade ovo. Misture tudonuma frigideira – ououtra panela –, e cozi-nhe em fogo baixo atéa massa ficar pastosa,estando atento paranão grudar na base.

Uma sugestão é acrescentar missô chinês (1 a 2 colheres ou agosto), que é mais escuro.

Para quatro porções, são necessárias de três a quatro berinje-las japonesas. Corte-as em cubos médios e coloque-os na água– por aproximadamente 30 minutos – para tirar o sabor amar-go. Depois, deixe escorrer a água. Frite a berinjela no óleo quenteaté dourar, deixando-a no ponto.

Após escorrer o óleo, misture os cubos ao missô em outra pa-nela (para soltar mais gordura). Sirva então em recipientes ejogue gergelim torrado (a gosto) por cima.

RECEITAS DO CHEF

Carpaccio de pargo com ricota, erva e alicheO peixe pode ser preparado da seguinte forma: grelhando apele com maçarico ou jogando água quente e depois colocandona água gelada para dar choque térmico e amolecer a carne.Se for usar outro peixe branco, tira-se a pele, corta-se em filé eentão em fatias bem finas.

Coloque as fatias finas do peixe no prato, jogue sal marinho emcima e esprema limão siciliano. Por cima de cada fatia, joguetambém queijo ricota com erva e aliche picado bem pequeno.Para finalizar, jogue óleo de azeite.

Ao entrar na casa, logo sepercebe que ela tem um ar deacolhedora. E o espaço, peque-no, é suficiente para sentar-see comer bem tranqüilamente.Mas lá cabem apenas 14 pes-soas duma só vez, no sushi-bar. Quem comanda o local éo chef Shin Koike, japonês quecarrega experiência no Aoi,Roppongi, Rangetsu of Tokyoe Tamayura, além de trabalhosno Japão.

No subsolo do Top Center,na Avenida Paulista, o Restau-rante A1 oferece em seu car-dápio receitas tradicionais daculinária e invenções que vemà cabeça do chef, dentre asquais, algumas que mistura acozinha francesa.

No local antes estava ins-talado o Komazushi, “conhe-cido como o melhor sushi”,como lembra Koike. E em res-peito ao antigo proprietário,Takatomo Hachinohe, ele de-cidiu não servir o prato em suacasa. Nunca o encontrou pes-soalmente, mas ouvia falar dofamoso sushiman que levouàquela região o primeiro res-taurante japonês fora do bair-ro da Liberdade.

E o local foi o ideal ao queestava buscando. Após dezanos de Brasil, foi em agostode 2003 que o chef começoua receber seus clientes em seuprimeiro estabelecimento.“Queria montar um restauran-te pequeno, e naquela épocaachei o ponto aqui, onde temmuitos japoneses”, explica. Nomaior centro financeiro daCapital, próximo a bancos, es-critórios e no mesmo prédioque o Consulado Geral do Ja-pão em São Paulo, Shin Koikese instalou. “Aqui em São Pau-lo tem vários restaurantes ja-poneses, mas que servem co-mida caseira é difícil de encon-trar, e queria colocar pratosquentes”, justifica a distinçãocom a outra casa.

Então, no almoço, há trêsopções em pratos executivos,que incluem entrada, macar-rão, salada e, como acompa-nhamentos, missô shiru e con-serva à vontade.

E para começar ele sugerevárias opções, com tigelas en-tre R$ 8,00 e R$ 10,00. Sejanabo seco, harusame, hijiki(alga marinha), rabada, sashi-mi, grelhado (de peixe ou car-ne), cogumelo erinji, portobello,shimeji com bacon ou sirimole.

O macarrão, mais consumi-do no jantar, também é desta-que. Experimente o udon ousobá, e para aguçar o paladar,

A1 se destaca pelos pratosquentes de Shin Koike na região

que tal saquê? Já que, segun-do Shin, o A1 é um local idealpara “relaxar e beber”. Bastaolhar para a grande tela atrásdo balcão, em que há uma fra-se do escritor Ryotaro Shiba:“Kujira, umi, yotte sourou” –que pode ser traduzida como“Imagem da baleia no mar écomo o comportamento de umbêbado”.

Então olhe também para asparedes, onde há uma grandequantidade de garrafas impor-tadas de saquê, a seremconsumidas ou algumas vazi-as. Lá, cada um traz a sua.Uma das que o chef Koikeexibe é o Masuizumi de 600dólares, vindo de Toyama. Opreferido dele é o Nambu Bijin,de Iwate, cuja dose é servidaa R$ 30,00. Mas se você nãoé fã dessa bebida obtida coma fermentação do arroz, outrassugestões são shochu, caipiri-nha e whisky.

É o que a clientela costu-ma fazer nos jantares: “Elespedem petiscos e vão beben-do. No final, pedem algum udonou sobá.

Mas claro que não é só issoque ele serve. “Antigamenteeu mudava o cardápio todo dia,dependendo dos ingredientes[de que dispunha], e até hoje é

assim. Normalmente o clientepergunta o que temos ou dei-xa na nossa mão.” Então ar-risque-se e deixe por contadeles – de Shin e do assistenteTakao Daisuke. Seu degusta-ção, de oito pratos, vale de R$60,00 a 90,00.

“Na minha cabeça tenhotudo misturado, as duas cozi-nhas, o preparo, as técnicas,molhos e matéria-prima. Usopoucos produtos importados, amaioria é nacional, e semprebusco algo interessante”, comoos molhos que prepara comalgumas frutas como maracu-já, pitaia e figo.

Chegada - Tudo começoucom uma viagem ao Brasil apesquisa. “Um amigo que temgrupo de restaurantes no Ja-pão me mandou fazer pesqui-sas de marketing aqui em 1993.Mas não deu certo. Achamosmelhor não montar, mas quisficar aqui. A cidade de SãoPaulo tem potencial”, apostou.

Antes de migrar ao Brasil,onde se casou e constituiu fa-mília, sua paixão pelas facasveio por herança do pai, comquem trabalhou até os 17 anos.Mas tinha olhos para a culiná-ria francesa. Então foi para oEscoffier, localizado no bairroGinza, da capital japonesa.Depois, foi para a Disney lo-cal, onde por cinco anos foisupervisor de um complexo de28 restaurantes e fast foods.

Com isso, a proposta dacozinha fusion foi consideradano Mosaic, sociedade da qualfaz parte com Marcelo Fukuyae Karina Hirai. O restaurante,aberto há mais de um ano naVila Olímpia, muitas vezes temde se virar sem ele, já que Shinadmite estar dando mais aten-ção agora ao A1, cujo nomelembra estar sempre em pri-meiro lugar, com a letra inicialdo alfabeto e o primeiro alga-rismo numeral. Outro sentidoda nomeação poderia ser amaneira de inspirar e expirar,que é o significado da palavra“aun”, respiração no idiomajaponês.

Se você quer experimentaras invenções de Koike, entãofaça a reserva por telefone,especialmente se for para ojantar.

A1AV. PAULISTA, 854, LOJA 5 (SUBSOLO)DO TOP CENTER

TEL.: 11/3145-183ALMOÇO – DE SEGUNDA A SEXTA, DAS

12H ÀS 14H; JANTAR – DE SEGUNDA ASÁBADO, DAS 18H30 ÀS 22H30ACEITA DINHEIRO E CHEQUE

ESTACIONAMENTO: R$ 8,00 (HORA)

Segundo proprietário, local é ideal para “beber e relaxar”

MARCUS HIDE

O chef Shin Koike, do Restaurante A1: “Sempre busco algo diferente”

DIVULGAÇÃO

Curso ministrado por Amano é um dos mais concorridos

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6 JORNAL NIKKEI São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006

Amãe cantava em bai-les, o pai tocava porhobby, o avô participou

da trilha sonora de um filme deMazzaropi e o bisavô, de maisde 60 discos. Foi convivendocom essas pessoas que o nikkeiLeandro Matsumoto, de 31anos, aprendeu a amar a mú-sica. A partir daí, começar atocar contrabaixo, aos 9 anos,foi apenas “conseqüência daconvivência num ambientemuito musical”. E essa influ-ência não parou por aí: a veiaartística se estendeu aos ir-mãos e primos – a maioria tra-balha com música ou toca al-gum instrumento. Apesar damaior parte de suas influênci-as serem de artistas brasilei-ros, o baixista diz que a cultu-ra japonesa também estevepresente na sua infância. “Mi-nha avó assistia ao programaImagens do Japão, que tinhacantores com técnicas vocaisincríveis”, relembra.

Leandro começou a tocarprofissionalmente já aos 14anos, em casas noturnas deSão Paulo, mas encarou a es-tréia de forma natural. “Todaa minha família já fazia partedesse universo. Não tive gran-des problemas”. Para ele, aexperiência foi uma forma deaprimorar os seus conheci-mentos musicais: “A noite é amelhor escola porque o músi-co precisa tocar vários estilos

para agradar diferentes públi-cos”, afirma.

Um ano depois, já era mú-sico contratado do programaRaul Gil, na TV Record. Paraele, outro grande desafio devi-do às necessidades de adap-tação ao formato da atração.“A banda do programa acom-panhava os calouros, que vi-nham cantar, muitas vezes,músicas desconhecidas ou emtons diferentes. Foi um treina-mento de concentração e per-cepção”, diz.

Outras exigências do meio

MÚISICA/PERFIL

Leandro Matsumoto: um nikkei a serviço da música

também foram vivenciadaspelo músico no Viola MinhaViola, da TV Cultura. “Mui-tas vezes tínhamos que im-provisar na hora, pois nãohavia tempo para ensaio”. Noprograma, acompanhou osprincipais nomes da músicaregional e sertaneja do país,como Sérgio Reis, Tonico eTinoco, Jair Rodrigues, entreoutros.

Em 2002, Leandro conside-ra ter atingido o ponto mais altode sua carreira. Passou a in-tegrar a banda de Pedro

Mariano, filho de dois de seusídolos: Elis Regina e CésarCamargo Mariano. No ensaiode um show no Canecão, noRio de Janeiro, teve “um mo-mento inesquecível”. “Estáva-mos fazendo a passagem desom e, de repente, o CésarCamargo entrou para ensaiar,com toda a banda, uma músi-ca em homenagem à Elis”.Leandro acredita também quea experiência vem sendo gra-tificante devido à “identifica-ção musical” que tem com otrabalho do cantor.

Baixista mostra toda versatilidade e talento com Pedro Camargo Mariano: Identificação musical

DIVULGAÇÃO

Acontece hoje (17) a gran-de final da etapa Brasil doWorld Cosplay Summit, pro-movida pela Editora JBC. Oevento, que apresentará a du-pla representante do nosso paísno Japão, acontecerá a partirdas 17h, na Casa das Caldei-ras (próximo à estação Pal-meiras-Barra Funda do me-trô).

Entre vinte duplas partici-pantes que irão demonstrar suaperformance para uma mesade jurados seguindo diversoscritérios, apenas uma será se-lecionada para representar opaís pela primeira vez no even-to que é considerado “a Copado Mundo” dos cosplayers.

Trata-se de um fato inéditono Brasil, primeiro país daAmérica Latina a participardesse evento. A atividade decosplay – termo que vem doinglês costume e play e servepara designar a atividade de setrajar e agir de acordo com de-terminado personagem - vemcrescendo gradativamente. Elapode ser notada tanto em con-venções voltadas aos fãs deanimê e mangá, como AnimeFriends e AnimeCon, quantoem eventos voltados especifi-camente para esse público.

O World Cosplay Summitocorrerá nesse ano no dia 5 deagosto, na cidade japonesa deNagóia. Os ingressos para a

grande final da etapa Brasil doWorld Cosplay Summit são li-mitados e já estão à venda(não haverá venda no local doevento)

A Casa das Caldeiras ficana Av. Francisco Matarazzo,2000, Água Branca.

Ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50(meia entrada)

Informações pelo tel.: 11/5575-6282 – ramal 239

Postos de vendade ingressos:

Editora JBC: RuaLoefgreen, 1291 - 1º andar -Vila Mariana - próximo aoMetrô Santa Cruz –Tel.: 11/5575-6286Animanga: Rua Loefgreen,859 – Santa Cruz – Tel.: 11/5083-5080Comix: Alameda Jaú, 1998 -Cerqueira César – Tel.: 11/3061-3893/3898-2034Banca Shinozaki: Praça daLiberdade, 149 - Liberdade –Tel.: 11/3271-5217Loja Shinozaki: Avenida Li-berdade, 363, loja 231- 2º an-dar – Tel.: 11/3341-7756Fonomag: Rua da Glória, 242- Liberdade – Tel.: 11/3104-3399Devir - Terra Média: RuaTeodureto Souto, 524 - Cam-buci – Tel.: 11/3347-5700/32 eShopping Metrô Santa Cruz -L1 3471-7960

WORLD COSPLAY

Etapa brasileira chega à final

Dificuldades na carreira -Para ele, muitas pessoas ain-da têm uma visão equivocadada profissão: “Elas acham queé um hobby, não sabem que acarreira exige dedicação comoqualquer outra. Acham que éuma vida glamourosa, com vi-agens e mulheres, mas nãosabem das dificuldades. Mui-tas vezes ensaiamos o dia in-teiro, até nos sábados e domin-gos. Às vezes, saio de um en-saio e tenho que tocar em al-guma casa noturna no mesmodia”, explica.

O desgaste físico tambémé citado como um fator queinfluencia na vida do músico.“Em dia de show, chegamos aomeio-dia para a passagem desom, e ficamos trabalhando atéa hora da apresentação. Alémdisso, o contrabaixo é um ins-trumento pesado, que acabaprovocando dores na coluna.Por sorte, meu pai é massa-gista”, diz o nikkei.

Leandro afirma, ainda, quea carreira que escolheu é mui-to instável. “Algumas fasesnão têm muitos shows, em ou-tras, você tem dois ou mais nomesmo dia”, diz. Casado des-de os 17 anos e com uma filhade 11, o instrumentista acredi-ta que a profissão seria melhorse todos os projetos tivessema mesma infra-estrutura pro-porcionada pelo cantor PedroMariano. “Ele respeita os mú-

sicos e nos dá as melhorescondições possíveis”, conta.

Ele diz, porém, que o prazerde tocar “não dá para traduzirem palavras”. “Faço o que gos-to e ainda ganho para isso. Atroca de energia com o públicomexe muito com os sentimen-tos de ambos os lados. A músi-ca faz as pessoas viajarem,muitas até choram de emoção.Tal experiência não há dinhei-ro que pague”, conclui.

Projetos - Na TV Globo, par-ticipou de gravações de vinhe-tas para alguns programas,como o Jornal Hoje, Jornal daGlobo e Globo Esporte.

Além de dar algumas aulasparticulares, Leandro já reali-zou shows e workshops paramúsicos em eventos gospel.

Participou também do pro-grama Altas Horas, do Sergi-nho Groissman, com a canto-ra Maria Rita.

No futuro, o nikkei tambémtem um projeto de registrar umtrabalho próprio de música ins-trumental. “Tenho o sonho degravar um disco de música ins-trumental com composições demeu avô, que ficaram registra-das só em partituras. Para isso,pretende reunir músicos des-conhecidos do grande público:“Gostaria de montar uma ban-da com os amigos de meu avô– uma homenagem final a ele”.

(Gilson Yoshioka)

TRADIÇÃO

Revigorado, 41ª edição do Gueinosaitenta atrair jovens com entrada franca

O economista YoshiakiNakano, um dos principais co-laboradores do pré-candidatodo PSDB à presidência, Ge-raldo Alckmin, fará palestra nopróximo dia 21 de junho, naCâmara de Comércio e Indús-tria Japonesa do Brasil, em SãoPaulo.

A palestra “Nova PolíticaCambial para o CrescimentoSustentado” irá acontecer du-rante confraternização mensaldos associados da Câmara,que começa às 12h.

Yoshiaki Nakano é profes-sor de Economia, diretor da

Escola de Economia e chefedo Departamento de Economiada Escola de Administração deEmpresas de São Paulo, daFundação Getúlio Vargas(FGV/EAESP). Foi Secretárioda Fazenda do Estado de SãoPaulo (de 1995 a 2001), dire-tor do Centro de EconomiaPolítica, secretário especial deAssuntos Econômicos do Mi-nistério da Fazenda e consul-tor do Banco Mundial. Foi tam-bém secretário-adjunto do Go-verno do Estado de São Paulo(1985 a 1987), e ocupou omesmo cargo na Secretaria de

DIA 21

Economista Yoshiaki Nakano faz palestra naCâmara de Comércio e Indústria Japonesa

Estado de Ciência e Tecnolo-gia, em 1987.

Ainda, na programação doencontro, o embaixador do Ja-pão no Brasil, Takahiko Horimu-ra, que está deixando o Brasil,dará as palavras de despedidaaos membros da entidade. Tam-bém, haverá apresentação doprojeto “Parque do Japão - Me-morial Imin 100”, pelo prefeitoMunicipal de Maringá (PR), Síl-vio Magalhães Barros II.

O evento é exclusivo dosassociados da Câmara e seusconvidados. Inscrições pelotelefone: 11/3287-6233.

O 41º Festival de Música eDança Folclórica Japonesa,mais conhecido como Gueino-sai, acontece nos dias 24 e 25de junho, das 10h às 17h, noGrande Auditório do Bunkyo(Sociedade Brasileira de Cul-tura Japonesa), com a promes-sa de estar revitalizado. Emcada dia do Gueinosai, o públi-co poderá assistir mais de 50apresentações, como exemplokaraokê; música clássica (kotô,shamisen, shakuhachi), folcló-rica (minyô) e popular (kayo);clássicos da cultura, como oyokyoku (música e canção doteatro nô), shiguin (entoaçãode poema seguindo uma linhamelódica acompanhada porinstrumento musical), shibu ekembu (danças). Cerca de 385artistas farão parte do evento.

Uma novidade do Gueino-sai em 2006 é a entrada fran-ca. Em colaboração à Campa-nha do Agasalho promovidapela prefeitura, porém, a Co-missão de Música e DançaFolclórica Japonesa, organiza-dora do festival, pede a doa-ção de um agasalho na retira-da de cada ingresso, distribuí-dos na secretaria do Bunkyo,que fica na Rua São Joaquim,nº 381, térreo (aberta de se-gunda a sexta-feira, das 8h30às 17h30), e na loja Akashi, lo-calizada na Rua Galvão Bueno,nº13, Liberdade. “Para que ofestival consiga atrair o públi-co de jovens pela primeira vez,não se pode cobrar”, acreditao colaborador e ex-presidenteda comissão, André Korosue.Quem vendeu ingressos no anopassado receberá a mesmaquantidade de convites, osquais poderão ser distribuídossem a necessidade da doaçãodo agasalho. “Os ‘dichans’ e‘bachans’ que participaramserão bem-vindos”, diz ele.

Com a intenção de atrairbrasileiros e facilitar o acom-panhamento das atrações, ex-plicações serão introduzidaspela primeira vez em portuguêse, em japonês antes das apre-sentações. “O principal é a di-vulgação da cultura para a 4ª

e 5ª gerações, que já estão bemafastadas da comunidade japo-nesa”, diz o atual presidente dacomissão, Hisahiro Inoue. Eledestaca a peça Oyuki toYossaku, que será apresenta-da nas duas línguas.

Por anos, o evento perma-neceu sem grandes mudanças.Com apresentação em japonês,seu público era basicamenteformado por isseis, com maisde 60 anos. Mas a repetiçãonão foi atrativa às novas gera-ções de nikkeis. “O próprionome [Sociedade Brasileira deCultura Japonesa] já diz que onosso objetivo é divulgar a cul-tura japonesa para os brasilei-ros. Nós estávamos divulgan-do a cultura japonesa para ospróprios japoneses”, constataKorosue. Para ele, o importan-te agora é “divulgar a culturatanto entre os japoneses quan-to entre seus filhos e netos, e,também, para os não-nikkeis”.

Inoue, que já chegou a sero único nissei na comissão or-ganizadora do evento, antiga-mente formada somente porisseis, diz que a resistência àintrodução da língua portguesano festival está sendo quebra-da. “Eu brigava muito com osisseis que reclamavam da fal-

ta de participação dos nisseis,porque eles próprios eram res-ponsáveis pelos filhos”, lembrao presidente.

Segundo os organizadores,a qualidade foi a prioridadedeste ano. Por isso, houve umaredução da média de 70 apre-sentações passadas para 50,em cada dia. Em vez de 30grupos de dança, apenas 3 fo-ram escalados. André Korosueconta que, na seletiva do anopassado, “praticamente 60%eram escolhidos, diferente doresultado deste ano, quandoapenas os três melhores decada categoria foram selecio-nados para o festival”. À co-missão organizadora, coube-ram somente as escolhas dedança, já que outras categori-as possuem seletivas nas pró-prias associações. As outrasatrações serão de convidados,que virão de todo o Brasil,exceto a cantora MarikoNakahira, que, pelo terceiroano, vem do Japão para o fes-tival. “Reservamos um bomhorário para o show dela. Nosdois dias, será no horário dealmoço. Estará lotado”, prevêHisahiro Inoue. No repertóriodo show, canções popularesjaponesas e várias brasileiras

serão apresentadas ao público.Além da cantora japonesa,

grupos de taikô animarão a fes-ta, que conta também com umgrupo de taisho-goto, apresen-tações de buyo (dança clássi-ca) e dambu-daitai buyo (dan-ça em grupo). Um bazar deprodutos japoneses, nacionais eimportados, será montado nohall do auditório do Bunkyo, e opúblico terá, ainda, várias op-ções para o almoço, organiza-do pelo Buffet Ozaki. A expec-tativa dos organizadores é quemais de 1200 pessoasprestigiem o evento por dia. “Oobjetivo é que eles venham,gostem e levem adiante essatradição da cultura japonesa”,torce André Korosue.

(Juliana Kirihata)

41º FESTIVAL DE MÚSICA EDANÇA FOLCLÓRICAJAPONESAONDE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CULTURA JAPONESA

GRANDE AUDITÓRIO BUNKYO

RUA SÃO JOAQUIM, 381- SÃO PAULO

QUANDO: 24 E 25 DE JUNHO, DAS 10ÀS 17H

ENTRADA: FRANCA. A COMISSÃO

ORGANIZADORA PEDE A DOAÇÃO DE UM

AGASALHO POR INGRESSO.

Apresentações são marcadas por emoção e beleza plástica

DIVULGAÇÃO

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São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 7

Produtores lutam contra restriçõesno comércio de orquídeas em SP

Futuro do impasse podeser decidido em seminário

Uma das saídas para re-solver o problema foi a pro-posta da realização de um se-minário, que partiu da Secre-taria Municipal de Meio Am-biente de São Paulo. No even-to, associações, produtores ecomerciantes de orquídeasdevem se reunir para deba-ter o impasse.

Em reunião realizadanum orquidário em São Lou-renço da Serra, o engenhei-ro agrônomo da Secretariade Meio Ambiente de SãoPaulo, José Francisco deAlmeida Neto, reconheceuque a lei não pode ser fisca-lizada, sem que os técnicosconheçam o funcionamentoda cadeia produtiva das or-quídeas e bromélias.

A coordenadora do Con-selho Municipal de Meio Am-biente de São Paulo, LauraCeneviva, sugeriu que osgrupos se reúnam e prepa-rem, já para o evento, sua

proposta para a regulamen-tação da lei.

O presidente da Associa-ção Brasileira de Profissio-nais de Orquídeas (Abraspo),Sérgio Gutfreund, de SãoRoque, desabafa: “O que nãopodemos é deixar que pen-sem que somos extrativistas,quando investimos na produ-ção em laboratório”, diz.

Após a reunião da últimaquinta, intermediada pelo ve-reador Antonio Goulart dosReis (PMDB), ficou definidoque o vereador João Antonio(PT), autor da lei, irá apresen-tar a lei já com as alteraçõespropostas pelo grupo, aceitasimediatamente por ele.

Antes do seminário, entre-tanto, o grupo, formado porrepresentantes dos produto-res, comerciantes, MAPA,IBABA, Governo Estadual eGoverno do Município de SãoPaulo, ainda devem se reunirem São Paulo.

Recentemente, técnicosda Prefeitura Municipal deSão Paulo visitaram umorquidário em São Lourençoda Serra, para conferir a pro-dução da flor, desde o pro-cesso de retirada da semen-te de uma espécie até a fasede venda, já num vaso.

Segundo participantes, ostécnicos ficaram sensibiliza-

Sistema de produçãoecologicamente responsável

dos com o processo, pois foiprovado que não há necessi-dade de extração de espé-cie nativa. Ao contrário, hágrupos que fazem orepovoamento na mata, de-volvendo para as florestasvárias espécies. Num perío-do do ano são organizadas,inclusive, excursões especifi-camente para isso.

Selo de identificação ou novalei são possíveis alternativas

Em conversa com osdemais participantes da dis-cussão Marta Yabase,engenheira agrônoma daAflord (Associação de Flo-ricultores da Região Dutra/SP), recebeu positivamen-te à idéia de se criar umselo de identificação, sejapor uma embalagem perso-nalizada ou por uma etique-

ta. “Me parece que teria cus-to menor e não necessitariaidentificar lotes nem planode manejo”.

Quanto ao órgão emissor,segundo ela, poderia ser oEscritório de Defesa Agro-pecuária (EDA), na esferaestadual, ou o IBAMA, umavez que eles têm cadastro deboa parte dos produtores.

À direita, o presidente da ABRASPO, Sérgio Gutfreund

Com cerca de 20 mil visi-tantes, a Hortitec -ExposiçãoTécnica de Horticultura, Cul-tivo Protegido e Culturas In-tensivas - é, atualmente, dedi-cada ao cultivo protegido e àsculturas intensivas. O eventoacontece em Holambra (SP),de 21 a 24 de junho de 2006,no recinto da Expoflora.

A Hortitec contará comprodutores de frutas, hortali-ças, flores e demais culturascomo café, tabaco, florestais,cogumelos, etc, que estão co-meçando a ser produzidas emestufas. Profissionais deagronegócios e técnicos, tantodo Brasil como do exterior, in-teressados em conhecer astendências do desenvolvimen-to tecnológico do mercado emque atuam, irão se reunir paratrocar experiências e realizarnegócios.

Cursos - Cursos de capacita-ção para profissionais do se-tor estão entre os destaques da13ª HOTITEC.

Temas como “Substratos: doManejo à Nutrição de Plantas”;“Uso de Fertilizantes, Controlede Pragas e Doenças na Agri-cultura Orgânica”, além do “IIIº

Exposição reúne amantesdas flores em Holambra

Simpósio de Marketing paraFlores, Frutas e Hortaliças”compõem a seleção de cursos.

A programação completados temas e palestrantes, bem

como as informações para ins-crição prévia podem ser encon-tradas no site www.hortitec.com.br e pelo telefone (19)3802.2234.

Técnicos e produtores, durante visita em orquidário em SP

Tradicional exposição, Hortitec acontece entre 21 e 24 de junho em holambra

Produtores e comercian-tes de orquídeas ebromélias de todo o Es-

tado estão se mobilizando paraalterar a lei nº 14.065, do muni-cípio de São Paulo, que, ao de-pender da forma como for re-gulamentada, causará enormeimpacto no setor. Sancionadaem outubro do ano passado, alei, segundo entidades envolvi-das nas discussões, apresentauma série de incoerências quepodem reduzir drasticamente acomercialização na cidade, queé o maior centro consumidordas flores no país.

As entidades estão se reu-nindo desde o início do ano paradebater a lei, que dá a enten-der, nas entrelinhas, que todosos produtores extraem as flo-res de forma ilegal na matanativa. Por outro lado, para re-gulamentar a comercialização,estabelece medidas considera-das absurdas e impraticáveispelos produtores e comercian-tes. O texto estabelece, porexemplo, que as embalagenscontenham número de autori-zação do plano de manejo juntoao órgão ambiental estadual efederal competente. “Onde oprodutor vai conseguir um pla-no de manejo, se o Ibama sótem isso estabelecido para re-florestamento?”, questiona Lu-cia Morimoto, presidente da As-sociação Orquidófila de SãoPaulo (AOSP).

Para o comerciante RafaelBianchi Galati, de Embu dasArtes, as incoerências na leisão conseqüência de falta deinformação sobre o setor. “In-felizmente as autoridades nãoconhecem o que é orquídea,pois não existem dados demercado”.

Lúcia Morimoto, por outrolado, reclama de uma das mai-ores deficiências do setor deorquídeas e bromélias: a faltade definição específica para osetor. “Somos produtores cons-cientes e responsáveis, massomos encarados como crimi-nosos. Enquanto estamos pre-ocupados com a fiscalização,os mateiros (que extraem ir-regularmente flores de matasnativas) riem de nossa cara”,encerra.

Vitória - Uma das grandes vi-tórias do grupo de trabalhoque vêm se reunindo para so-lucionar o impasse foi conquis-

tada no início deste mês. OCoordenador do Programa deAgricultura Urbana ePeriurbana, da Secretaria doVerde e do Meio Ambiente daprefeitura de São Paulo, LuísEduardo Galleti, realizou umencontro com o autor da leimunicipal, vereador João An-tonio, na qual foram apresen-tadas propostas de alteração dalei. O vereador aceitou pron-tamente as sugestões do gru-

po.Entre as principais altera-

ções, estão:No texto original, o comér-

cio só seria permitido quandoorquídeas e bromélias foremprovenientes de viveiros ca-dastrados e autorizados pelaautoridade competente (órgãoambiental estadual e federal).Na nova proposta, a necessi-dade de autorização dos ór-gãos ambientais e federais fo-

ram suprimidos.Na proposta atual, as em-

balagens e rotulagens destesprodutos deverão conter o nú-mero de inscrição de produtorrural e registro no Ministérioda Agricultura, Planejamento eAbastecimento, sem a neces-sidade de apresentar númerode lote, número de autorizaçãode manejo e endereço do localda produção/extração.

(Fernando Moraes)

Produtora mostra cultivo em laboratório em São Lourenço da Serra (SP)

O engenheiro agrônomo José Francisco e a presidente da AOSP, Lúcia Morimoto

NIKKEI RURAL

CULTURA

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8 JORNAL NIKKEI São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006

Quatro anos após a cri-ação do registro porequivalência, destinado

a simplificar o processo de re-gistro de produtos caracteriza-dos como genéricos, a Anvisasubmete a consulta pública ins-trução normativa que determi-na requisitos mínimos para oestabelecimento de produtosde referência e para análise deprodutos equivalentes.

O prazo para que sejamapresentadas críticas e suges-tões relativas à proposta vai até28 de junho deste ano.

O texto está disponível, naíntegra, no site da Anvisa(www.anvisa.gov.br). Após oprazo, a Anvisa irá se articularcom os órgãos e entidades en-volvidas no debate para discus-sões posteriores.

A proposta da IN, em suaSeção I, estabelece, entre ou-tras coisas, que os processosde registro por equivalênciadeverão utilizar como produtosde referência aqueles que pos-suam dossiê toxicológico com-pletos (requisitos mínimos po-dem ser consultados no site daanvisa). Os órgãos federaisresponsáveis pelos setores deagricultura, saúde e meio am-biente avaliarão a indicação doproduto de referência.

Em relação aos requisitosmínimos para análise de pro-duto equivalente, a propostaprevê estudos laboratoriais quedevem conter descrição demétodo de análise e identifica-ção e quantificação de impu-rezas, entre outros detalhes.

Histórico - Em artigo publi-cado no site da Associação

Normas para uso de defensivos empequenas culturas vão à consulta pública

Nacional da Defesa Vegetal(Andef), o engenheiro agrô-nomo e consultor técnico dainstituição, Luiz Carlos S.Ferreira, diz que falta defini-ção do governo sobre deta-lhes fundamentais para a ga-rantia de novos produtos aserem registrados. “Carecede melhor detalhamento, nosentido de definir com clare-za qual o produto técnico(matéria prima para produ-

ção) deve ser consideradocomo referência, tendo emvista que o registro a ser con-cedido é por equivalência e,como tal, deve ser compara-do a um outro (ou outros)referencial (ais). Este pontoé de primordial importância,uma vez que segue a orien-tação da FAO – Organizaçãopara a Alimentação das Na-ções Unidas – sobre os pro-cedimentos que devem ser

adotados”, registra em tre-cho do artigo.

No mesmo artigo, ele aler-ta que substâncias que nãosão equivalentes podem nãopossuir as mesmas proprieda-des físicas, químicas e toxico-lógicas. Por esse motivo odossiê para uma substância,não deve ser utilizado comosuporte ao registro para umasegunda substância, a menosque elas sejam equivalentes.

Semana Nacional do AlimentoOrgânico acontece em junho

Além de expandir a pro-dução de alimentos seguros, aagricultura orgânica tambémpode garantir relações de tra-balho justas e sustentabilida-de ambiental, destacou ontemo ministro interino da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimen-to, Luis Carlos Guedes Pinto,ao participar do lançamentodo II Semana dos AlimentosOrgânicos, realizado no Minis-tério do Meio Ambiente.

Durante o evento, foi as-sinada uma portaria intermi-nisterial para oficializar oapoio dos ministérios à agri-cultura orgânica. Até o finaldo mês, o presidente da re-pública, Luiz Inácio Lula daSilva, deve assinar um decre-to regulamentando a produ-ção brasileira de orgânicos.

Para Guedes, a parceriainterministerial vai ajudar a

consolidar a produção de ali-mentos orgânicos no país, quehoje ocupa 6,5 milhões hec-tares e envolve 20 mil agri-cultores, dos quais 80% sãopequenos.

O ministro interino daAgricultura ressaltou ainda aimportância de que a cadeiaprodutiva cumpra as regrasda legislação sobre alimentosorgânicos. “Precisamos asse-gurar que realmente o produ-to foi cultivado de acordocom as normas estabelecidaspara a agricultura orgânica.”

A II Semana dos Alimen-tos Orgânicos vai de 23 a 30de junho. Neste período, se-rão realizados eventos, nascapitais e no interior, para pro-mover o consumo de produ-tos orgânicos e informar osconsumidores sobre seus be-nefícios.

Mesmo com a crise en-frentada pelo setor produtivo,o agronegócio mantém saldopositivo na balança comerci-al e alcança recordes nasexportações. Segundo dadosdivulgados no início do mêspelo Ministério da Agricultu-ra Pecuária e Abastecimen-to (Mapa), as exportações dosetor totalizaram US$ 17,135bilhões nos cinco primeirosmeses deste ano, 7% acimado valor exportado em igualperíodo de 2005. O valor érecorde histórico para perío-dos de janeiro a maio.

Em maio, as exportaçõesdo setor atingiram US$ 3,889bilhões, o que significou umaumento de 3,7% em relaçãoao valor registrado em maiodo ano passado (US$ 3,750bilhões). Com importações deUS$ 502 milhões, o superávitcomercial do agronegócio foide U$ 3,387 bilhões. Tanto ovalor das vendas externasquanto o superávit represen-tam recordes da série histó-rica para meses de maio.

De acordo com levanta-mento da Secretaria de Rela-ções Internacionais do Agro-negócio do Mapa, os desta-ques do mês de maio em va-lor absoluto foram sucos defrutas, devido ao crescimentode 95% no valor das vendasno suco de laranja (de US$ 85milhões ara US$ 166 milhões);papel e celulose (23,2%, deUS$ 250 milhões para US$308 milhões); couros e seusprodutos (14,%, de US$ 256milhões para US$ 281 mi-lhões); e cereais e prepara-ções (202%, de US$ 17mi-lhões para US$ 53 milhões).

Em contrapartida, apre-sentaram queda nas exporta-ções em maio os seguintesgrupos: açúcar e álcool (-12,6%); madeiras e suasobras (-14,6%); carnes (-1,7%); pescados (-17,4%); ealgodão e fibras têxteis vege-tais (-2,8%). As exportações

do complexo soja apresenta-ram resultado semelhante aigual período do ano anterior(-0,1%), o que resultou numforte incremento das expor-tações de soja em grãos(32%) e queda na exporta-ções de farelo (-45%) e óleo(-44%).

Carnes - No caso das ven-das externas de carnes, ovalor caiu de US$ 707,8 mi-lhões para US$ 695,6 mi-lhões. Apesar do crescimen-to de 16% no valor exporta-do de carne bovina in natura,determinado por um incre-mento de 18,8% nos preços,o resultado negativo deveu-se à queda de 26,8% nas ex-portações de frango innatura.

Açúcar e Álcool - A quedanas vendas externas do setorsucroalcooleiro foi resultadoda redução de 49% na quan-tidade exportada de açúcar e11,9% no valor exportado deálcool. No caso do açúcar,apesar da redução no volu-me exportado, os preços fo-ram superiores aos registra-dos no mesmo período de2005 (59,5% no produto embruto e 87,3% no refinado).A retração do valor exporta-do de álcool é reflexo de umaredução de 36,6% na quanti-dade embarcada, embora ospreços estejam 38,9% acimados registrados em maio de2005.

Acumulado - Entre junho de2005 e maio de 2006, as ex-portações brasileiras do agro-negócio totalizaram US$44,741 bilhões, 9,3% acima dovalor exportado no período dejunho de 2004 a maio de 2005,que foi de US$ 4,917 bilhões.As importações foram 13,6%superiores aos doze mesesanteriores, que tiveram gas-tos da ordem de US$ 5,634bilhões.

Agronegócio: recordenas exportações

Necessidade de registro de defensivos em pequenas culturas gera polêmica a anos

1 maço (pequeno) de espinafre

1 colher (sopa) de requeijão (pode ser light)

1 cebola (média) ralada

1 dente de alho amassado

1 colher (sopa) farinha de trigo

1 copo (250 ml) de leite desnatado

1 pitada de noz moscadaSal à gosto

A partir desta edição, O Jornal Nikkei traz deliciosas e saudáveis receitas, formuladas por profisisonais da área de nutrição,que explicam todas as propriedades dos alimentos apresentados. confira:

Creme de espinafreEste prato é uma ótima op-

ção de guarnição, que combi-na com pratos à base de fran-go e peixe, ou até como molhode uma massa.

Quanto ao conteúdo de nu-

trientes, o espinafre é uma boafonte de cálcio e ferro, alémde fibras. O uso de alho e ce-bola, além de realçar o sabordas preparações em geral,apresentam propriedades

MODO DE FAZER: afervente o espinafre em água e reserve.Refogue o alho e a cebola no requeijão, até dar uma leve dourada, ereserve. Bata no liqüidificador o espinafre já escorrido, o leite e afarinha de trigo. Leve ao fogo com o refogado, mexendo até engros-sar. Polvilhe a noz moscada e prove o sal.Rende aproximadamente 5 porções, de 65 calorias cada

Célia Priscilla de Barros CazzolaNutricionista e Personal DietCRN3: 12308Tels: (11) 9116-0792 e (15) 3241-2923E-mail: [email protected]

Ingredientes:

antiinflamatórias, ajudando nocombate à gripe, vermes, ar-teriosclerose, cistites, entreoutras doenças.

E também, é uma ótima for-

ma de estar introduzindo ve-getais para as crianças, poisnormalmente elas têm umacerta resistência a consumi-los.

NIKKEI RURAL

CULINÁRIA

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São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 9

O técnico brasileiro Zicodeu mostras de que poderámudar a seleção japonesa parao confronto contra a Croácia,marcado para amanhã (18)pela segunda rodada do Gru-po F da Copa do Mundo, e,assim, tentar garantir uma dasvagas para a próxima fase dacompetição.

Entre as mudanças propos-tas pelo técnico, está pratica-mente confirmada a entrada domeia-atacante do KashimaAntlers, Mitsuo Ogasawara,que fará dupla com a estrelaprincipal do time, HidetoshiNakata. “Ultimamente elevem demonstrando sua quali-dade e eu espero grandes coi-sas dele”.

A decisão veio após a duraderrota para a Austrália na es-tréia do Japão no Mundial,quando Zico sofreu duras críti-cas da imprensa e da torcidajaponesa, que o acusaram deadotar um esquema muito de-fensivo. “Vou colocar um joga-dor a mais no nosso meio-de-campo. É a melhor medida paraum jogo que devemos ganharou ganhar”, explicou Zico, quedeu a fórmula para a vitória.“Temos que marcar gols con-tra a Croácia e não tomar ne-nhum. Isso é tudo”, concluiu.

Depois de fazer críticassobre a apatia do time e dafalta de objetividade nas joga-das, o meia Nakata demons-trou otimismo ao afirmar quea seleção japonesa vai vencera Croácia e conseguir umavaga na próxima fase da Copado Mundo-2006 “A Croáciatem um time muito bom, masainda acredito que o nosso émelhor”, afirmou Nakata ementrevista à agências interna-cionais. Segundo ele, a equipenão vai se desesperar como nojogo contra os australianos,quando o Japão tomou três golsem menos de 10 minutos. “Nóssomos calmos”, acrescentou.

Agora, para tentar se clas-sificar à próxima fase, o Japãoterá de vencer seus dois pró-ximos jogos, contra Croácia eBrasil.

Críticas - Em clima tenso, oselecionado japonês tem deconviver ainda com as durascríticas por parte da Federa-ção Japonesa de Futebol e dospróprios torcedores.

Mesmo depois da derrotana estréia, a torcida continuaa reclamar da pífia atuação dotime, sobrecarregando inclu-sive a central telefônica da as-sociação nacional de futebol.

A maioria deles reclamoudo técnico Zico, e houve al-guns que solicitaram ao pre-sidente da entidade o regres-so imediato da seleção. Forampelo menos 100 ligações si-multâneas após a derrota, oque provocou uma pane nosistema telefônico da entida-de que comanda o futebol ja-ponês. “Antes de mais nada,quero pedir desculpas aos fãs.É frustrante perder, mas o fu-tebol é assim”, disse SaburoKawabuchi, presidente da fe-deração.

Alheio às críticas, Zicoconfirmou que a grande mai-oria das manifestações querecebeu é de apoio ao traba-lho desenvolvido pela seleção.“Recebemos hoje manifesta-ções de carinho aqui em Bonn[cidade onde o Japão estáconcentrado], como a faixapedindo para acreditar. Po-dem ter certeza de que euestou acreditando e vamosbuscar essa classificação.Pessoalmente, eu sei bem oque é enfrentar situações bemadversas e passar por cimadelas. Estou confiante, conti-nuo acreditando e estamostrabalhando duro pelos resul-tados juntos. Acho importan-te lembrar que, apesar de 25anos de história como jogador,eu tenho consciência de quesou um treinador jovem. Te-nho apenas quatro anos decarreira e ainda muito a apren-der. Eu acerto e erro comoqualquer ser humano. Será quetodo mundo começou comgrandes vitórias em seleçõesmenos tradicionais?”, desaba-fou o Galinho em seu site(www.ziconarede.com).

No último final de sema-na (9 e 10), em SãoBernardo do Campo, a

Super Seletiva para o LatinoAmericano Juvenil Femininode Tênis de Mesa definiu doisnomes – já conhecidos nomundo dos mesa-tenistas - queirão disputar o ouro em BuenosAires (Argentina) da compe-tição: Mariany Nonaka e KarinSako.

No primeiro dia da seletiva(9), Mariany Nonaka provou oporquê é considerada uma dasmelhores atletas da modalida-de no Brasil, vencendo KarinSako por 4 sets a 0 e obtendoa primeira vaga para o LatinoAmericano. Já no segundo dia,Karin, que também chega comgrandes chances de ser umadas principais estrelas do Bra-sil a curto prazo, se superou egarantiu a vaga nos jogos ven-cendo Jéssica Yamada por 4sets a 2.

A nikkei, que hoje está com18 anos e já possui a experi-ência de participar de umaOlimpíada – de Atenas há doisanos -, mostra humildade aocomentar sobre seu atual mo-mento técnico, além de lem-brar que, apesar de ter perdi-do e conseqüentemente serdesclassificada no seu primei-ro jogo na Grécia, a partici-pação foi um dos marcos nacarreira. “Foi uma grande ex-periência e meu sonho é con-seguir uma medalha olímpica,não apenas participar dasOlimpíadas”, afirma ela, acre-ditando que ainda não está noauge da forma. Segundo ela,2006 é um ano de superação,pois no ano passado seu ren-dimento caiu muito. “Aindatenho uma longa jornada, umtrabalho longo a ser feito emuita coisa para aprender”,conta Mariany.

Já Karin, que iniciou no tê-nis de mesa com apenas 6 anosde idade, diz que ainda nãoestá no nível desejável, por issotreina para chegar ao topo.Humilde assim como Nonaka,confirma que também está embusca de um melhor aperfei-çoamento técnico. “Apesar denão estar no nível que eu gos-taria, acho que os resultados

estão vindo rápido. Mas aindatenho um longo caminho a per-correr”, conta a jogadora de 18anos.

Entre os dirigentes da mo-dalidade, há quem aposte deolhos fechados que ambas es-tão caminhando rumo ao su-cesso no tênis de mesa femi-nino e podem explodir no ex-terior, a exemplo de ThiagoMonteiro, número um doranking nacional masculino eque atualmente faz treinamen-tos em variados países. “Elassão uma grande esperançapara o Brasil”, afirma Maurí-cio Kobayashi, técnico deMariany. Ele também diz queo sucesso da jogadora depen-de de muito treino, como emqualquer outro esporte.

Já o técnico de Karin Sakoe também da seleção brasilei-ra, Wei Jianren, acredita quetendo as duas no time juvenil,o Latino está praticamenteganho para o Brasil. “ No anopassado o time já era bem for-te. Nesse ano nós estamosbem mais e acho que elas con-seguem garantir um título nes-se campeonato.”

Ele fala também de Karin,enfatizando que a atleta é umagarota muito esforçada por ter

saído de casa (Mogi das Cru-zes) para treinar firme em SãoPaulo. “Ela treina de manhã eà tarde. Só a noite que ela temtempo de estudar.”

Em comum, os dois técni-cos apostam na vitória dasduas pupilas, tanto agora nascompetições regionais quantoem torneios fora do Brasil.“Elas são favoritas nesse tor-neio [Latino Americano Juve-nil]”, comenta Maurício Koba-yashi.

Além de Mariany e Karin,poderão ser selecionadas parao Latino Americano Juvenilmais duas jogadoras para repre-sentar o Brasil, mas não have-rá mais jogos clas-sificatórios,pois a decisão de quais nomesirão para Argentina sairá porindicação técnica. Os jogos se-rão no final de agosto, sem datadefinida ainda.

Opinião feminina - MônicaDotti que atualmente é técni-ca do ACREPA (AssociaçãoCultural Recreativa EsportivaPaulicéia) em São Bernardo doCampo e foi considerada umadas principais mesa-tenistas dopaís, afirma que ambas,Nonaka e Sako, são uma pro-messa para o Brasil no tênis

de mesa se mantiverem o rit-mo constante de treinamentoe a dedicação ao esporte. Se-gundo ela, que já teve a opor-tunidade de treinar comMariany, a jogadora será, como tempo, a substituta de LígiaSilva, atualmente a melhor jo-gadora do País. “Para mim, aMariany é a segunda melhorjogadora do Brasil e a Karin, aterceira.”

“O jogo da Mariany temum estilo europeu, que lembramuito o jogo da Liane Kosaka(outra grande nome no tênis demesa feminino brasileiro), sóque mais forte e melhorado.”-comenta Mônica.

O estilo europeu é um esti-lo em que os jogadores jogammais longe da mesa e necessi-tam de mais força, portanto,suas bolas são mais fortes.Segundo Dotti, Karin Sakopossui um jogo mais regular econtrolado, abre para os doislados e joga em cima da mesacom seu estilo clássico, ou seja,a sua bola é mais rápida. “Eunão tenho muito contato coma Karin, mas pelo que eu vejo,ela parece ser uma pessoa bemdisciplinada e que luta para sesuperar a cada dia.”

(Aline Inokuchi)

TÊNIS DE MESA

Nova geração mostra força comMariany Nonaka e Karin Sako

Zico muda esquema táticopara partida contra Croácia

COPA DO MUNDO

A seleção brasileira que dis-putará o Panamericano de Bei-sebol em Cuba, no mês de se-tembro, será escolhida no Es-tádio Municipal Mie Nishi daSecretaria de Esportes, Lazere Recreação da Cidade de SãoPaulo. O estádio localizado nobairro do Bom Retiro recebe-rá três jogos neste fim de se-mana (17 e 18). Na platéia, otécnico da seleção brasileira debeisebol, Mitsuyoshi Sato, oSatão, que observará os joga-dores das quatro principaisequipes de beisebol do país eescolhendo os atletas que de-fenderão o Brasil em setem-bro, no Panamericano.

O Torneio Seletivo de Bei-sebol Interclubes Adulto seráum quadrangular disputado en-tre as equipes do São PauloBeisebol Clube, Dragons Bei-sebol Clube, Nippon Blue Jayse Guarulhos Beisebol Clube. “Éa primeira vez que aconteceeste tipo de evento no MieNishi. E estas quatro equipessão consideradas a base da se-leção e são as melhores equi-pes de São Paulo e do Brasil”,explica Olívio Sawasato, dire-tor do estádio de beisebol. “Abase do beisebol brasileiro estána cidade de São Paulo, princi-palmente na categoria de adul-tos”, complementa o dirigente.

As disputas entre as qua-

tro equipes paulistas serão im-portantes para os atletas emais ainda para a seleção. Otime escolhido para disputar oPanamericano de Cuba duran-te os jogos no Mie Nishi, podedar vaga ao Brasil na Copa doMundo de Beisebol em 2007,no Pan-americano de 2007 noRio de Janeiro e até para asOlimpíadas de Pequim em2008. As duas melhores equi-pes do Pan de Cuba se classi-ficam para as Olimpíadas, asquatro melhores conseguemvaga para o mundial e as setemelhores garantem lugar no

BEISEBOL

Mie Nishi recebe Torneio Seletivo Interclubes Adulto

Panamericano do Rio de Ja-neiro em 2007.

As partidas começam às8h30, no sábado, com a dispu-ta entre São Paulo Futebol Clu-be e Dragons Beisebol Clube.Logo em seguida, entram emcampo os jogadores do NipponBlue Jays jogando contra oGuarulhos Beisebol Clube. Nodomingo, apenas uma partidaserá realizada no Mie Nishi.São Paulo e Guarulhos jogama partir das 8h30. A partidaentre Nippon Blue Jays eDragons foi transferida para oEstádio do Gigante, no mesmohorário, devido aos horários dosjogos do Brasil na Copa doMundo de Futebol.

O ESTÁDIO MUNICIPAL DE BEISEBOL

MIE NISHI FICA NA AVENIDA PRESIDENTE

CASTELO BRANCO, 5446, NO BAIRRO DO

BOM RETIRO. OUTRAS INFORMAÇÕES PELO

TELEFONE 3221-5105.

A Confederação Brasileirade JudÔ (CBJ) definiu a equi-pe que representará o Paísl noCampeonato Mundial Militar,que será realizado de 29 deagosto a 4 de setembro, naCroácia. A seleção será com-posta por Lincoln Santos (-60kg/SP), Vitor Ferraz (-66kg/RJ), Rodrigo Rocha (-73kg/RJ), Felipe Oliveira (-81kg/SP), Hugo Pessanha (-90kg/RJ), Mario Sabino (-100kg/SP)e João Gabriel Schilliter(+100kg/RJ). Pessanha eSabino são os atuais titularestambém da seleção brasileira

adulta, que tem ainda JoãoGabriel como reserva. VítorFerraz é o titular da equipe bra-sileira sub-26. A equipe militarfoi definida no último dia 11, emseletiva na Vila Olímpica deDuque de Caxias (RJ).

Desde 1997 que o Brasil trazmedalhas em todos os MundiaisMilitares. Atletas como DanielHernandes, Fulvio Myiata,Sebastian Pereira, HenriqueGuimarães e AlexsanderGuedes já subiram ao pódio nacompetição. Ao todo, o país fezseis campeões desde sua estréiano evento, em 1974.

JUDÔ

Definida seleção para oMundial Militar 2006

Mariany Nonaka acredita em bons resultados na carreira para o futuro e quer participar de Olimpíadas

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FLAVIO TORRES/FOTOMIDIA

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10 JORNAL NIKKEI São Paulo, 17 a 20 de junho de 2006

98 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA

Acomunidade nikkei comemora amanhã, dia 18 de junho, 98 anos da imigração japonesa no Brasil. O cálculo é simples.Estamos a apenas dois anos do centenário, data que deve canalizar esforços, suores e comemorações. Complicado éimaginar os próximos cem anos. Afinal, para muitos, o centenário representa uma espécie de “divisor de águas” para os

anseios da comunidade. E agora, como será daqui para frente? Será que atingimos, enfim, a “maturidade”? A exemplo dosprimeiros imigrantes japoneses que aqui desembarcaram em 1908 e deixaram um legado de respeito, seriedade e trabalho, quecontribuições as novas gerações podem dar à sociedade brasileira? O Jornal Nikkei conferiu a opinião de três nikkeis que esteano estarão disputando cargos eletivos: o vereador Luis Yabiku (PDT/Campinas), que concorre a uma vaga na AssembléiaLegislativa; o vereador William Woo (PSDB/SP), que busca uma vaga na Câmara dos Deputados, assim como o vice-presidenteda Associação Comercial de São Paulo, Walter Ihoshi. O JN fez as mesmas perguntas aos três. Em comum, a convicção de queainda há muito a ser feito. Confira:

Ainda há muito a ser feitoJornal Nikkei: Nesses 98

anos de imigração japone-sa no Brasil, o que a comu-nidade tem a comemorar?

Luis Yabiku: O papel dedestaque que a comunidadejaponesa e de descendentes dejaponeses desempenha na vidabrasileira nos mais diversossegmentos. Além disso, a in-tegração plena à vida brasilei-ra, que possibilitou um rico in-tercâmbio de valores culturaisentre os dois povos.

JN: Quais as perspectivaspara a comunidade nikkei,que cada vez mais funde suacultura com a brasileira?

LY: Penso que a comuni-dade nikkei no Brasil tende adesempenhar um papel cadavez mais importante na vida doPaís. Já temos japoneses edescendentes de japoneses emfunções de destaque na políti-ca, na economia, na cultura,nos esportes, e creio que essaé uma tendência a ser mantida.

JN: Como o senhor vê aproximidade dos cem anosda imigração?

LY: Como uma possibilida-de ímpar de reforçar e desta-car ainda mais a importânciada integração entre a comuni-dade japonesa e o povo brasi-leiro, que nos acolheu de for-ma tão generosa.

JN: À medida que os pri-meiros imigrantes envelhe-cem, qual o principal ensi-namento que eles trouxerampara a comunidade e a so-ciedade brasileira?

LY: Creio que os principaisensinamentos dos primeirosimigrantes japoneses dizemrespeito ao valor e importân-cia do trabalho e à necessida-de absoluta da educação como

fator de desenvolvimento so-cial e humano.

JN: Como político, em suaopinião, qual pendência fal-ta ser resolvida que benefi-cie a comunidade?

LY: Precisamos trabalharcom empenho para garantir aqualidade de vida e os direitosplenos dos dekasseguis, tantoem sua estada no Japão quan-to no retorno ao Brasil.

JN: Para o senhor, quaisas principais transforma-ções que ocorreram nesses98 anos?

LY: É claro que as novasgerações absorvem cada vezmais os valores e costumesbrasileiros, mas acredito quena essência ainda preserva-mos muito da cultura de nos-sos ancestrais japoneses.

JN: Na sua opinião, épossível afirmar que, nessesquase cem anos, a comuni-dade nikkei está totalmenteintegrada à sociedade bra-sileira?

LY: Sim. Uma integraçãoque trouxe benefícios para asduas comunidades, com o in-tercâmbio de valores culturaisque contribuiu decisivamentepara a formação da sociedadebrasileira a partir do século 20.

LUÍS YABIKU

Jornal Nikkei: Nesses 98anos de imigração japone-sa no Brasil, o que a comu-nidade tem a comemorar?

William Woo: Muitas coi-sas, a comunidade japonesaestá totalmente integrada nasociedade brasileira. Temosgrandes empresas instaladasno Brasil empregando milha-res de funcionários. Inúmerospolíticos nikkeis espalhadospelo Brasil prestando relevan-tes serviços às comunidades.Em todos os setores de ativi-dades, existem nikkeis pres-tando algum tipo de serviço.

JN: Quais as perspectivaspara a comunidade nikkei,que cada vez mais funde suacultura com a brasileira?

WW: As melhores possí-veis. Aliás, a cultura japonesaestá totalmente fundida com acultura brasileira. Quem nun-ca foi a um restaurante japo-nês? Quem nunca foi à feirinhada Praça da Liberdade? Quemnão tem amigos japoneses?Impossível responder “não” aessas questões.

JN: Como o senhor vê aproximidade dos cem anosda imigração?

WW: Com muita expecta-tiva. Criamos a Comissão de

Estudos para o Centenário naCâmara Municipal de São Pau-lo, assim poderemos brigar poremendas para o orçamentoque podem contribuir para ascomemorações. Com maisvereadores conseguiremos ummaior apoio para o poder exe-cutivo.

Temos outros projetos: a re-tirada das torres de ventilaçãoda Praça da Liberdade é umdos projetos que venho lutandohá anos. A Praça precisa de umnovo projeto paisagístico e, éisso que estou viabilizando.

Outro projeto é a Ilha doJapão, que consiste no plantiode 150 mudas de sakurás àsmargens do rio Tietê, próximoao entroncamento com o RioPinheiros, na região do Jagurá.O total da área a ser reflores-

tada está calculada em 500m2, em ambos os lados do rio.O plantio faz parte do “Proje-to de ampliação e rebaixamen-to da calha do Tietê”. Espera-mos plantar uma cerejeira acada 20 metros ao longo doleito e na “ilha” também.

JN: À medida que os pri-meiros imigrantes envelhe-cem, qual o principal ensi-namento que eles trouxerampara a comunidade e a so-ciedade brasileira?

WW: Integridade, honestida-de, garra, determinação. Afinalde contas, deixar seu país embusca de oportunidades mesmoem condições não muito favo-ráveis e conquistar espaço ereconhecimento na sociedadebrasileira não é foi fácil. Só commuita determinação sem per-der a integridade é que se con-quistou tudo isso.

JN: Como político, em suaopinião, qual pendência fal-ta ser resolvida que benefi-cie a comunidade?

WW: Sempre terá algo afazer. Como disse anteriormen-te, estamos com diversos pro-jetos em andamento, semprevisando divulgar a nossa cultu-ra. Recentemente, estive como então secretário Municipal de

Obras e Serviços, Andréa Ma-tarazzo para tratar da ilumina-ção pública do bairro da Liber-dade. Fui o autor da emenda noorçamento que destina a me-lhoria no sistema de iluminaçãodo bairro. E sugestões tambémserão bem-vindas, tudo quepuder ajudar a comunidade es-tarei sempre à disposição.

JN: Para o senhor, quaisas principais transforma-ções que ocorreram nesses98 anos?

WW: Certamente, mas to-das elas foram benéficas àcomunidade. A miscigenaçãode raças foi uma transforma-ção ajudou a difundir a culturajaponesa na sociedade brasi-leira. Basta verificar a quanti-dade de famílias mestiças quetemos hoje em dia.

JN: Na sua opinião, épossível afirmar que, nessesquase cem anos, a comuni-dade nikkei está totalmenteintegrada à sociedade bra-sileira?

WW: Sim. A comunidadenikkei está totalmente integra-da, tanto que participa ativa-mente no dia-a-dia do povobrasileiro. Seja com políticos,empresários, artistas, e tantasoutras atividades.

WILLIAM WOO

WALTER IHOSHIJornal Nikkei: Nesses 98

anos de imigração japone-sa no Brasil, o que a comu-nidade tem a comemorar?

Walter Ihoshi: Há muito oque comemorar. Sabemos, sejapelas histórias de nossos an-cestrais ou pelas páginas de li-vros e reportagens, que a vidados primeiros imigrantes não foifácil. Sofreram para se adap-tarem à alimentação e sempretrabalharam arduamente naslavouras. Temos, antes demais nada, comemorar emmemória a estes que devemnos servir de exemplo. Deve-mos nos honrar da imagemconstruída por esses imigran-tes, que souberam não só res-peitar a cultura brasileira, comovalorizar a terra natal.

JN: Quais as perspectivaspara a comunidade nikkei,que cada vez mais funde suacultura com a brasileira?

WI: A comunidade nikkeisó tem a ganhar com a fusãodas culturas, pois ela tem aoportunidade de conhecer eabsorver o melhor de cada umdos países: valores, hábitos,culinária, esporte, arte.Ambas as nações têm deta-lhes inestimáveis, que só ten-de a contribuir com a forma-ção de um indivíduo. Dentretantas coisas, podemos citar,como exemplo, a alegria e aperseverança do brasileiro ea disciplina e a determinaçãodo japonês.

JN: Como o senhor vê aproximidade dos cem anosda imigração?

WI: Acho que temos doispontos muitos importantes paraserem lembrados e comemo-rados. Para serem lembrados,as dificuldades passadas pelosimigrantes. Suas agruras, de-cepções e, acima de tudo, agarra de todos eles que enfren-tarem tanto sofrimento e hu-milhações sonhando em, umdia, retornar ao Japão. Preci-samos lembrar e homenagearesses imigrantes que, emboranão tenham consigo voltar àsua terra natal, venceram noBrasil. Conseguiram fornecereducação de qualidade aosseus filhos, oferecer-lhes umavida melhor e bem-sucedida,além de contribuir expressiva-mente com o desenvolvimen-to do Brasil. O segundo pontoa ser comemorado é a impor-tância da cultura japonesa nasociedade brasileira, seja na

arte, no esporte, na agricultu-ra, na indústria ou na culiná-ria. O Japão e tudo o que érelacionado a ele são, hoje, si-nônimos de progresso.

JN: À medida que os pri-meiros imigrantes envelhe-cem, qual o principal ensi-namento que eles trouxerampara a comunidade e a so-ciedade brasileira?

WI: Em um mundo aondeos princípios morais parecemestar se perdendo, mais do quenunca, os valores trazidos pe-los nossos antepassados se so-bressaem. Até hoje, em umafamília nikkei, os mais velhosensinam aos mais novos a im-portância do estudo, do traba-lho, da humildade, da honesti-dade, de honrar a família e res-peitar os mais velhos. Não é atoa que os nikkeis continuamsendo relacionados com a ima-gem de pessoas esforçadas,dedicadas e de bom caráter.

JN: Como político, em suaopinião, qual pendência fal-ta ser resolvida que benefi-cie a comunidade?

WI: Falta fortalecer as re-lações socioeconômicas entreo Brasil e o Japão, que vem seperdendo a cada ano. Se nasdécadas passadas, o Brasil erao maior país da América Lati-na a receber investimentos eempréstimos de bancos japo-neses, atualmente, são poucosos projetos brasileiros a con-

tarem com a parceria do Ja-pão. Até os anos 90, empre-sas japonesas se instalavam noBrasil e, com elas, centenas deempregos eram criados todosos anos. Os maiores benefici-ados eram os nikkeis, que con-seguiam cargos melhores den-tro dessas corporações porconhecerem o idioma e os há-bitos dos japoneses. Da mes-ma forma, muitas empresasbrasileiras e nipo-brasileirascresceram exportando ao Ja-pão. Hoje, todos os investimen-tos japoneses têm ido para oChile e para o México, quenão têm nem um quinto denikkeis que o Brasil possui. Eas portas do Brasil no Japãotambém não andam mais tãoabertas quanto antes. O Gru-po Parlamentar Brasil-Japãona Câmara dos Deputados,que lutava para manter umcanal aberto entre os países,está em baixa atividade. Des-de que o seu presidente, o nos-so saudoso deputado PauloKobayashi, faleceu, o grupo

parece sem um norte, sem umlíder para comandar. Precisa-mos eleger este líder nikkeipara que ele dê continuidadeaos trabalhos iniciados porKobayashi no Congresso eresgatar a parceria bilateralque só tem a beneficiar as duasnações.

JN: O senhor acha queocorreram nesse períodotransformações na comuni-dade nipo-brasileira?

WI: Sim e acho que astransformações são naturais einevitáveis. Assim como o Ja-pão de hoje também não é omesmo de meados do séculopassado. O mundo está emtransformação constante enuma velocidade acelerada enão há porque da comunidadenipo-brasileira acompanharessas mudanças sem partici-par delas. Acho louvável osesforços para manter viva astradições japonesas e tambémme coloco no empenho da cau-sa. Mas não podemos nos fe-

char neste momento de globa-lização.

JN: Na sua opinião, épossível afirmar que, nessesquase cem anos, a comuni-dade nikkei está totalmenteintegrada à sociedade bra-sileira?

WI: Eu acredito que sim. Ésó prestarmos atenção em qual-quer platéia de um espetáculojaponês, nas mesas dos restau-rantes nipônicos, nos campeo-natos de sumo, nos eventos demangás e nos festivais da co-munidade. Quantos não-des-cendentes estão presentes?Muitos. Os brasileiros vêem acultura nipônica com admira-ção e respeito. O mesmo acon-tece com os nikkeis em rela-ção às tradições brasileiras.Estão presentes nos shows desamba, no carnaval de rua, issosó para citar rápidos exemplos.Mas uma das confirmações daintegração é o crescente núme-ro de casamentos entre nikkeise não-descendentes.