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ANO III 17 Maio / Junho de 2012 Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis” KARDEC E JESUS OBSESSÃO DURANTE O SO- NO FÍSICO:- Os Espíritos Supe- riores aproveitam o descanso do corpo físico para nos oferecer ajuda. MARLENE NOBRE Página 4 OBSESSÃO E SUAS MÁSCA- RAS:- Para precaver-se, o ser humano precisa prestar atenção à natureza de seus próprios pensa- mentos e ideoplastias, MARLENE NOBRE Página 5 DAR-DE-DEDO:-Nem sempre o que é bom e correto para um, o é para outro. SÉRGIO LOURENÇO Página 6 A FORÇA DO TRABALHO DOS IDOSOS:-A grande verda- de é a de que estamos nos a- chando velhos muito cedo. JASON DE CAMARGO Página 7 UNIVERSALIDADE DA REEN- CARNAÇÃO:-No alvorecer do cristianismo, a reencarnação era normalmente aceita pelos seus mais eminentes teólogos e biblis- tas. JOSÉ R. CHAVES Página 8 INOCÊNCIA:- Veja Deus com olhos de uma criança e O encontre em toda parte. ALÉM DO HORIZONTE Página 9 CRIME E CASTIGO:- Sofrimento é processo purifica- dor contra o qual será inútil a reação pela revolta ou através do desespero...SUELY CALDAS SHUBERT Página 10 SÓ OS INÚTEIS NÃO POSSU- EM ADVERSÁRIOS:- SUELY CALDAS SHUBERT PARA QUE SERVE UMA RELA- ÇÃO:- DRAUZIO VARELLA Página 11 E nganam-se aqueles que atribuem a Allan Kardec apenas o interesse científico e filosófico no Espiritismo. O Co- dificador, em todos os seus passos, dá níti- das demonstrações em contrário, alicerçando a no- vel doutrina no Evangelho de Jesus. Fala das vidas sucessivas E da renovação íntima. Exalta o raciocínio da fé E a submissão a Deus. Descortina o mundo espiritual E a vida futura. Desmistifica a morte E as penas eternas. Proclama o bom senso E o amor ao próximo. Disseca a mediunidade E a influência moral do médium. Cita as desavenças do passado E o perdão aos inimigos. Valoriza o progresso intelectual, Ressalva o primado da razão, E o poder da humildade. Explica as causas da dor E as bem-aventuranças dos aflitos... Allan Kardec imprime no Espiritismo a essên- cia de sua religiosidade que vem do passado longín- quo e se estende à reencarnação seguinte, quando o Mestre de Lyon veste a pele trigueira do medianei- ro humilde, comprometido, durante toda a existên- cia, com o evangelho do Cristo. Kardec e Jesus estão irmanados na obra redento- ra do Espírito. Jesus, anunciando a Boa Nova. Kar- dec, revelando o Consolador. ANDRÉ LUIZ Página psicografada pelo médium Dr. Antonio Baduy Filho, em reunião pública da Semana do Livro Espírita, na noite de 16-04-2004, em Ituiutaba -MG Publicada no Anuário Espírita 2005 Editora Ide. KARDEC PROSSEGUE ADELINO DA SILVEIRA O CONVIDADO MAIS IMPORTANTE:-Nenhuma ale- gria é maior que a de alguém que transforma um sonho em realida- de. RICHARD SIMONETTI Página 3 RECONCILIAÇÃO PELO ESPI- RITISMO:- O Espiritismo tem provado a sua benéfica influência, ao restabelecer a boa harmonia nas famílias ou entre os indivíduos. ALLAN KARDEC Página 2 NESTA EDIÇÃO

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ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

KARDEC E JESUS

OBSESSÃO DURANTE O SO-

NO FÍSICO:- Os Espíritos Supe-

riores aproveitam o descanso do

corpo físico para nos oferecer

ajuda. MARLENE NOBRE

Página 4

OBSESSÃO E SUAS MÁSCA-

RAS:- Para precaver-se, o ser

humano precisa prestar atenção à

natureza de seus próprios pensa-

mentos e ideoplastias,

MARLENE NOBRE

Página 5

DAR-DE-DEDO:-Nem sempre o

que é bom e correto para um, o é

para outro. SÉRGIO LOURENÇO

Página 6

A FORÇA DO TRABALHO

DOS IDOSOS:-A grande verda-

de é a de que estamos nos a-

chando velhos muito cedo.

JASON DE CAMARGO

Página 7

UNIVERSALIDADE DA REEN-

CARNAÇÃO:-No alvorecer do

cristianismo, a reencarnação era

normalmente aceita pelos seus

mais eminentes teólogos e biblis-

tas. JOSÉ R. CHAVES Página 8

INOCÊNCIA:- Veja Deus com

olhos de uma criança e O

encontre em toda parte.

ALÉM DO HORIZONTE

Página 9

C R I M E E C A S T I G O : - “Sofrimento é processo purifica-

dor contra o qual será inútil a

reação pela revolta ou através do

desespero...SUELY CALDAS

SHUBERT Página 10

SÓ OS INÚTEIS NÃO POSSU-

EM ADVERSÁRIOS:- SUELY

CALDAS SHUBERT

PARA QUE SERVE UMA RELA-

ÇÃO:- DRAUZIO VARELLA

Página 11

E nganam-se aqueles que

atribuem a Allan Kardec apenas o interesse

científico e filosófico no Espiritismo. O Co-

dificador, em todos os seus passos, dá níti-

das demonstrações em contrário, alicerçando a no-

vel doutrina no Evangelho de Jesus. Fala das vidas sucessivas

E da renovação íntima.

Exalta o raciocínio da fé

E a submissão a Deus.

Descortina o mundo espiritual

E a vida futura.

Desmistifica a morte

E as penas eternas.

Proclama o bom senso

E o amor ao próximo.

Disseca a mediunidade

E a influência moral do médium.

Cita as desavenças do passado

E o perdão aos inimigos.

Valoriza o progresso intelectual,

Ressalva o primado da razão,

E o poder da humildade.

Explica as causas da dor

E as bem-aventuranças dos aflitos...

Allan Kardec imprime no Espiritismo a essên-

cia de sua religiosidade que vem do passado longín-

quo e se estende à reencarnação seguinte, quando o

Mestre de Lyon veste a pele trigueira do medianei-ro humilde, comprometido, durante toda a existên-

cia, com o evangelho do Cristo.

Kardec e Jesus estão irmanados na obra redento-

ra do Espírito. Jesus, anunciando a Boa Nova. Kar-

dec, revelando o Consolador. ANDRÉ LUIZ

Página psicografada pelo médium

Dr. Antonio Baduy Filho, em reunião pública da Semana

do Livro Espírita, na noite de 16-04-2004, em Ituiutaba

-MG – Publicada no Anuário Espírita 2005 Editora Ide.

KARDEC PROSSEGUE – ADELINO DA SILVEIRA

O CONVIDADO MAIS

IMPORTANTE:-Nenhuma ale-

gria é maior que a de alguém que

transforma um sonho em realida-

de. RICHARD SIMONETTI

Página 3

RECONCILIAÇÃO PELO ESPI-

RITISMO:- O Espiritismo tem

provado a sua benéfica influência,

ao restabelecer a boa harmonia

nas famílias ou entre os indivíduos.

ALLAN KARDEC

Página 2

NESTA EDIÇÃO

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Página 2

RECONCILIAÇÃO PELO ESPIRITISMO

M uitas vezes o Espiritismo tem provado a sua

benéfica influência, ao restabelecer a boa har-

monia nas famílias ou entre os indivíduos. Dis-

so temos numerosos exemplos, na maioria

casos íntimos que nos foram confiados, por assim dizer,

sob o selo da confissão, não nos cabendo, pois revelá-los. Já

não temos o mesmo escrúpulo para o fato seguinte, de ex-

traordinário interesse:

Um capitão de navio mercante do

Havre, que conhecemos pessoalmente, é, ao

mesmo tempo, excelente espírita e bom mé-

dium. Havia iniciado vários homens de sua

tripulação na Doutrina Espírita e só tinha

motivos para se felicitar pela ordem, discipli-

na e bom comportamento. Tinha a bordo

seu irmão de dezoito anos e um aprendiz de

piloto de dezenove, ambos bons médiuns,

animados de uma fé viva e que recebiam

com fervor e reconhecimento os sábios con-

selhos de seus Espíritos protetores. Uma

noite, porém, entraram em contenda; das

palavras foram às vias de fato, de sorte que

marcaram um encontro para a manhã seguin-

te, a fim de se baterem num canto qualquer

da embarcação. Tomada a decisão, separaram-se. À noite

sentiram vontade de escrever e, de seu lado, cada qual re-

cebeu dos guias invisíveis uma severa admoestação sobre a

futilidade de sua discussão e conselhos sobre a felicidade da

amizade, com um convite para se reconciliarem, sem pre-

conceitos. Movidos pelo mesmo sentimento, os dois jovens

deixaram simultaneamente seu lugar e vieram chorando

lançar-se nos braços um do outro. A partir daí, nenhuma

nuvem veio turvar a harmonia entre eles.

Foi o próprio capitão que fez o relato. Vimos

o seu caderno de comunicações espíritas, bem como

a caderneta dos dois jovens, de onde extraímos o

que acabamos de relatar.

O caso da reconciliação sugere-nos as seguin-

tes reflexões:

Um dos resultados do Espiritismo –bem com-

preendido – chamamos a atenção para a expressão:

bem compreendido – é desenvolver o sentimento de

caridade.

Mas, como se sabe, a própria caridade tem uma

acepção muito ampla, desde a simples esmola até o

amor aos inimigos, que é o supra-sumo da caridade.

Pode-se dizer que ela resume todos os nobres impul-

sos da alma para com o próximo. O verdadeiro espí-

rita, como o verdadeiro cristão, pode ter inimigos –

não os teve o Cristo? – mas não é inimigo de nin-

guém, pois está sempre disposto a perdoar e a pagar

o mal com o bem. Se dois espíritas verdadeiros ou-

trora tiveram tido motivos para recíproca animosida-

de, sua reconciliação será fácil, porque o ofendido

esquece a ofensa e o ofensor reconhece a falta. Des-

de então não mais querelas, porquanto serão indul-

gentes entre si e farão muitas con-

cessões. Nenhum deles procurará

impor ao outro um perdão humi-

lhante, que irrita e fere em vez de

acalmar.

Se em tais condições, dois indiví-

duos podem viver em boa harmoni-

a, o maior número também o pode.

E, então, serão tão felizes quanto é

possível sê-lo na Terra, porque a

maior parte de nossas tribulações

surge do contato com os maus.

Suponhamos uma nação inteira im-

buída de tais princípios: não será a

mais feliz do mundo? Aquilo que

apenas é possível para os indivíduos

– dirão uns – é utopia para as massas, a não ser que

ocorra um milagre. Pois bem! O Espiritismo já ope-

rou esse milagre, várias vezes, em escala menor, nas

famílias desunidas, onde restabeleceu a paz e a con-

córdia. O futuro provará que o pode fazer em gran-

de escala.

ALLAN KARDEC – REVISTA ESPÍRITA – 1862 – FEB

612 – O Espírito que animou o corpo de um homem poderia encarnar num animal?

-Isso seria retrogradar e o Espírito não retrograda.O rio não remonta à sua fonte

O Espíritos, à medida que avançam, compreendem o que os distancia da perfeição. Quando o Espírito

finda uma prova, fica com o conhecimento que não esquece mais. Pode permanecer estacionado, mas

não retrograda.(118)

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conforto, aconchego, paz, carinho...

Por isso é natural que nos olhos dos que se con-

sorciam brilhe uma chama inconfundível: a esperança de

que as alegrias desse dia sejam apenas as primícias de uma

felicidade completa que se estenda, imperecível, por toda

a existência.

-Quimeras! – dirá alguém...

- Utopia! – acrescentarão outros...

E os profetas do pessimismo proclamarão, certa-

mente, que após a embriaguez dos primeiros tempos, res-

tará na taça matrimonial apenas o amargo sabor da insa-

tisfação e da desarmonia.

É verdade! O vinho capitoso das primeiras alegrias

matrimoniais é escasso, tanto quanto são numerosos os

casais que perguntam, amargurados:

- O que está acontecendo conosco? Onde se es-

condeu a felicidade inicial? Que é feito da paz doméstica?

Por que tantos espinhos sucederam às flores?...

É que faltou alguém...Esqueceram de convidar o Cris-

to!

Somente Jesus é capaz de transubstanciar indefinida-

mente a água em vinho, a rotina em interesse, a incom-

preensão em entendimento, a intranqüilidade em paz, os

espinhos em flores, as lágrimas em sorrisos, as dores em

alegrias...

Em Seu ensinamento está o espírito renovador de

nossas mais caras emoções. É Ele o divino elixir que es-

treita os laços da afetividade, preservando a paz domésti-

ca, o tônico infalível para todas as fraquezas, o remédio

certo para todas as dores, o recurso supremo para todos

os males.

O Evangelho, muito mais que repositório de conso-

los e bênção, é uma síntese perfeita das leis divinas que

regem a evolução moral da Humanidade, recurso indis-

pensável para uma convivência pacífica e feliz em qualquer

agrupamento humano, principalmente no lar, onde se

rompe com facilidade o verniz social, revelando tendên-

cias e imperfeições não compatíveis com nossa condição

de filhos de Deus.

Indispensável em qualquer matrimônio, a presença

de Jesus não se subordina a mero cerimonial regido por

oficiante. Este, não obstante sua boa vontade jamais pode-

rá substituir o esforço intransferível dos nubentes, aco-

lhendo o Cristo na intimidade do próprio coração com a

disposição de observar Seus exemplos e seguir Suas li-

ções.

Então, sim, o convidado mais importante será a

presença marcante em suas vidas, sustentando imorre-

doura ventura.

EM BUSCA DO HOMEM NOVO

H ouve um casamento em Caná da Galiléia

ao qual compareceram Jesus e sua mãe. Por circuns-

tâncias imprevistas e para vexame dos donos da casa,

esgotou-se rapidamente o vinho.

Jesus, a quem não passavam despercebidos os

murmúrios de geral descontentamento e atendendo

observação de Maria, pediu aos criados que enches-

sem d’água seis grandes talhas de pedra. Feito isso,

recomendou que a levassem ao “mestre de mesa”,

organizador da festa matrimonial. Este após prová-la,

admirou-se e, chamando o noivo, disse-lhe:

“Todos servem primeiro o vinho melhor e,

quando os convidados beberam fartamente, ser-

vem o inferior. Tu, pelo contrário, guardaste o vi-

nho bom até este momento!”

O noivo, naturalmente terá ficado atônito, sem

compreender o que se passava, mas graças a extraor-

dinária transubstanciação operada por Jesus a festa

não fora comprometida.

O episódio relatado pelo evangelista João é

mais uma amostragem dos extraordinários poderes de

Jesus. Mais importante é o conteúdo simbólico, de

suma importância em relação ao instituto do casamen-

to.

Nenhuma alegria é maior que a de alguém que

transforma um sonho em realidade. Nenhum sonho é

mais belo nem mais caro às criaturas do que o matri-

mônio, instituição sagrada que ratifica perante Deus e

os homens os elos sublimes do Amor, a unir duas par-

tes que se completam: O Homem e a Mulher, o cére-

bro e o coração, a razão e o sentimento, a força e a

sensibilidade, num amálgama abençoado que opera um

dos mais notáveis prodígios da existência: transforma

as paredes frias de uma casa no lar, sinônimo de

Página 3 Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “ Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

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O CONVIDADO MAIS IMPORTANTE

RICHARD SIMONETTI

( João, 2: 1-10)

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Página 4

OBSESSÃO DURANTE

O SONO FÍSICO

A pequena parcela de seres humanos que já se

apercebeu da contínua comunicação entre os

Espíritos e dos aspectos nefastos que ela po-

de assumir, ainda não está suficientemente

desperta para a necessidade de vigilância nos estados

passivos. Por isso, a meditação e o sono físico, comu-

mente, são portas abertas para a recepção de pensa-

mentos sugeridos por Inteligências desencarnadas, que

nem sempre querem a nossa felicidade espiritual, enre-

dando-nos na obsessão.

No livro Libertação, durante a missão que desen-

volvem nas regiões infernais para salvar Gregório, An-

dré Luiz e Eloi, sob a tutela de Gúbio, observaram o

intenso intercâmbio entre encarnados e desencarnados,

no período dedicado ao sono físico.

Gúbio esclareceu: A determinadas horas da

noite, três quartas partes da população de cada um

dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas

zonas de contato conosco, e a maior percentagem

desses semi-libertos do corpo, pela influência natu-

ral do sono, permanecem detidos nos círculos de

baixa vibração, qual este em que nos movimenta-

mos provisoriamente. Por aqui muitas vezes se for-

jam dolorosos dramas que se desenrolam nos cam-

pos da carne.

Somos informados, então, que os grandes crimes

que ocorrem na Terra são planejados à noite, nessas

regiões infelizes, e que acontecimentos muito mais es-

tarrecedores poderiam ocorrer, se não fosse o trabalho

ativo dos Espíritos protetores que se desvelam em be-

nefício da humanidade.

Ao lermos essa passagem, lembramo-nos dos

filmes de violência gratuita, dos personagens monstruo-

sos, que apresentam enormes deformações de caráter;

as cenas de deboche, com evidente desvirtuamento do

emprego do sexo, e ficamos com a convicção de que

muitos diretores, artistas e produtores de cinema de-

vem freqüentar, habitualmente essas paragens infelizes.

A vida é patrimônio de todos, mas a dire-

ção pertence a cada um, ensinou Gúbio.

No livro Evolução em dois mundos, André

Luiz afirma que, durante o sono físico, a mente é susce-

tível à influenciação dos desencarnados, quer sejam evo-

luídos ou não, e que são atraídos pela nossa aura. Se nos

mostrarmos inclinados à elevação moral, os Espíritos

Superiores aproveitam o descanso do corpo físico para

nos oferecer ajuda; se trazemos, porém, no halo psíqui-

co, sinais de ociosidade ou de intenção maligna, somos

procurados por entidades malfazejas que nos envolvem

em obsessões viciosas.

MARLENE R. S. NOBRE

“Nossa vida é um campo aberto. Nosso cora-

ção é uma fonte”. – Bezerra de Menezes

Nossa vida é campo aberto,

Por onde passam milhões:

Fortes, fracos, ricos, pobres,

Belos, feios, párias, nobres,

Profetas, doutos, vilões...

Muitos deles vão à pressa,

Vão outros devagarinho...

Uns sorrindo, outros chorando,

Mas vão todos precisando

De incentivo e de carinho...

Vão famintos de amizade,

Sedentos de entendimento,

Cansados da luta rude Pela posse da virtude

Na luz do conhecimento...

Por isso param, mui vezes,

À tua frente, por ver

Se na fonte de tu’alma

Poderão, de esp’rança e calma,

Felizes, se abastecer...

Pois há no peito uma fonte

Que se chama coração,

De águas vis ou cristalinas,

Tristes, letais, ou divinas,

Para cada ser irmão.

Pode ser fonte de orgulho,

De dor, de angústia, de pranto...

De amor, de luz, de bondade,

De paz, de sublimidade,

Ou de fundo desencanto...

Pode ser fonte de bênçãos,

Manancial de alegrias...

E pode, se tu quiseres,

Ou cipoal de agonias...

CANÇÕES DO ALVORECER – FEB

FONTE INTERNA

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5

Seu objetivo é consolar em mais do que isso, libertar o ho-

mem.

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

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A OBSESSÃO E SUAS MÁSCARAS

Página 5

E o rapaz? Tornara-se instrumento

do obsessor, porque deseja produzir

matéria escandalosa de impacto junto ao

público.

A imantação das almas ocorre,

portanto, naturalmente, pela natureza

dos raios mentais emitidos de parte a

parte.

Diante do fenômeno, André Luiz

pondera:

- O quadro sob nossa análise

induz à meditação nos fenômenos

gerais de intercâmbio em que a Hu-

manidade total se envolve sem perce-

ber... E Áulus conclui:

- Ah! Sim! Faculdades medianí-

micas e cooperação do mundo espiri-

tual surgem por toda parte. Onde há

pensamento, há correntes mentais, e

onde há correntes mentais existe as-

sociação. E toda associação é inter-

dependência recíproca.

menos dignas – mais destacada-

mente os expositores e artistas

da palavra, na tribuna e na pe-

na, como veículos mais constan-

temente acessíveis ao pensa-

mento – senhoreadas por Espíri-

tos desenfaixados do liame físi-

co, atendendo a determinadas

obras ou influenciando pessoas

para fins superiores ou inferio-

res, em largos processos de me-

diunidade ignorada, fatos esses

vulgares em todas as épocas da

Humanidade.

Aqui especificamos um des-

ses casos. Nas dependências de um

bar, em um ambiente noturno de

péssimas vibrações espirituais, por

causa das libações alcoólicas, das

ondas de fumo e dos pensamentos

desregrados, um jovem escrevia

embalado pelo conhaque e pelo

cigarro. Ao seu lado, um espírito

de aspecto repelente controlava

seu cérebro,embebendo-o de uma

substância escura e pastosa que lhe

escorria das mãos. Imantado, atra-

vés da imaginação, o rapaz que,

sem o suspeitar, era hábil médium

psicógrafo, assimilava as idéias do

verdugo espiritual. Tratava-se de

um fenômeno de indução magnéti-

ca, de vez que, como jornalista,

desejava produzir matéria sensa-

cionalista, encontrando ressonância

no desejo da entidade inferior de

prejudicar uma jovem.

As páginas que estavam pro-

duzindo iriam, justamente, enredar

essa jovem em noticiário escabro-

so. Houvera um homicídio. A jo-

vem não estava diretamente impli-

cada, mas, sob o império do obses-

sor, o rapaz iria colocá-la no cen-

tro dos acontecimentos. Com que

finalidade? O espírito, verdugo da

jovem, pretendia desfibrar-lhe o

caráter, a fim de arremessá-la ao

vício e, desse modo, dominá-la

mais facilmente, voltando ao vam-

pirismo a que está acostumado.

A hipnose é fenôme-

no corriqueiro na

Terra, gerando

associações maléfi-

cas e destrutivas. Grande parte

dos crimes, escândalos, e, de certa

forma, dos suicídios tem, aí, sua

origem. Muitas vezes, o magneti-

zador atua sobre a mente passiva

do hipnotizado, levando-o a esta-

dos alucinatórios.

Para precaver-se de seme-

lhante calamidade, o ser humano

precisa prestar atenção à natureza

de seus próprios pensamentos e

ideoplastias, o que vale dizer, à

qualidade dos raios mentais que

elege como combustível de suas

emoções mais profundas.

Kardec referiu-se às mil

formas de obsessão oculta. Já lem-

bramos também as anotações do

evangelista João, quando escreve

sobre a ação de um Espírito ob-

sessor, que teria colocado no cé-

rebro de Judas a idéia de negação

do apostolado.

André Luiz enfatiza aspec-

tos dessa mediunidade ignorada,

lembrando que o reflexo condi-

cionado específico está na raiz de

diversos vícios, tão vulgares na

vida social, como sejam a maledi-

cência, a crítica sistemática, os

abusos da alimentação e os exage-

ros do sexo. Ressalta também a

amplitude do fenômeno.

Em todos os continentes,

podemos encontrar milhões de

pessoas em tarefas dignas ou

“Para termos otimismo, precisa-

mos ter fé.”[...]Sem fé ninguém pode

ser feliz. Sem fé e sem amor não há

felicidade”.

A felicidade, assim, depende das

qualidades conquistadas e não

do meio material no qual os

seres humanos se encontram.

Esse alcance, entretanto, exigirá grande

esforço de nossa parte; sendo ela conse-

qüência de muitas vitórias de ordem

moral, é obra de auto-educação e inten-

sa luta travada para granjear a reforma

íntima que ansiamos.

Ao analisarmos as aflições humanas,

Kardec adverte-nos quanto à origem

dos males terrestres, reconhecendo que

o homem, na maioria dos casos, “é o

causador de seus próprios infortúnios;

mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais

simples, menos humilhante para a sua

vaidade acusar a sorte, a Providência, a

má fortuna, a má estrela, ao passo que

[...] é apenas a sua falta de cuidados ou

negligência ou de iniciativa”. REFORMADOR - 2011

MARLENE R. S. NOBRE

O T I M I S M O

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6

iluminados Espíritos do Senhor, ainda ficam muitas

pessoas proprietárias da verdade por inteiro e pron-

tos, se necessário, a dar-de-dedo para impô-la a quem

ousa discordar de seus pontos-de-vista.

Isso é lamentável no geral. Muito pior no parti-

cular. E, no particular, para nós, é o arraial espiritista.

E isso tem sido observado em nosso meio até com

certa freqüência, principalmente por aqueles um pou-

co mais dotados de cultura, lideram grupos de apren-

dizes. Também, por aqueles que, veteraníssimos no

Espiritismo, fazem, desse tempo, o direito absoluto da

verdade.

É bom sempre, uma auto-análise de comporta-

mento e de vivência. É bom, sempre parar, pensar,

repensar e verificar se o comportamento não está

fugindo da tolerância, do amor, da compreensão e,

principalmente da mansidão do Evangelho.

Observar-se ainda, aqueles que, para fugir da

responsabilidade, mas nunca admitindo seu possível

engano, usam, como saída a clássica expressão: “Os

espíritos me disseram...”. E assim, achando que estão

livres para impor e agredir como quiserem.

Nem sempre o que é bom e correto para um,

o é para outro. Que bom seria se todos tivessem o

comportamento e o entendimento que queremos.

No entanto, a mais pura expressão Cristã está exata-

mente em aceitar os outros como eles são e não co-

mo gostaríamos que fossem.

E isto se aplica para todos, como medida de

mais fácil convivência e compreensão. Até para os

médiuns e seus mentores. Nenhum Espírito Superior

obriga ou exerce coação. Exatamente por isso ele é

Superior.

Embora sejam discordantes as opiniões, preci-

sam ser respeitadas. O ato de defender um conceito

não implica ao espírita a necessidade de exaltar-se. A

mais perfeita e correta técnica de convencer alguém

de alguma coisa, é estar preparado e consciente de

ser convencido também.

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

“A verdade é como jóia que, no peito, nos cabelos

e nas mãos, enfeita, mas, atirada ao rosto, fere.”

“Não uses a verdade apenas para exibir a tua su-

perioridade ou pelo simples prazer de ferir.”

Emmanuel!

D ar-de-dedo é uma expressão popular. Costu-

ma-se empregá-la quando alguém, mais exal-

tado ao expor suas idéias, no calor da discus-

são, pretende, sem vigilância, advertir ou ad-

moestar o seu interlocutor. É o mesmo que se chamar

asperamente, a atenção de alguém por algum fato, proce-

dimento ou mesmo quando divergente de alguma tese

que se discute. Isso acontece comumente com aquele

que, não muito preparado espiritualmente, diz ter o pavi-

o curto...

Para as pessoas cujo pavio está muito perto da

bomba, ou, que costumam dar-de-dedo em seu seme-

lhante, convém lembrar, sempre, que a Verdade é um

conceito íntimo e que ninguém é dono dela. Jesus, quan-

do inquirido sobre o que era a Verdade, calou-se, numa

demonstração de que defini-la, seria impróprio e sem

proveito.

No entanto, embora todas essas advertências que

recebemos, tanto das experiências da vida, quanto dos

Página 6

DAR - DE - DEDO

Sergio Lourenço

Page 7: Candeia  17   maio e junho de 20112 2

7

O que é um idoso? Para os bancos, para os

ônibus, para outros locais públicos do nos-

so país, o idoso, no geral, é aquela pessoa

com mais de sessenta anos de idade. Lógi-

co que isso é variável de acordo com a média de vida

das pessoas de cada região do mundo. No entanto, de-

pois que o indivíduo atinge certa idade, ele se considera

um idoso e, muitas vezes, deixa de trabalhar, desperdi-

çando um tempo precioso para realizar muitas tarefas

que o ajudariam a se manter mais hígido física e mental-

mente. Além disso, chega ao mundo espiritual sem a

bagagem de trabalho realizador que poderia ter conse-

guido. Como ensinou Jesus, a cada um segundo suas

obras, e cada um colhe o que semeia, significando dizer

que, se nós não tivéssemos desperdiçado esse tempo

considerável de nossas vidas, chegaríamos no além,

com as mãos mais repletas de frutos oriundos de nosso

trabalho. A grande verdade é a de que estamos nos

achando velhos muito cedo. Velhos e inoperantes, o

que é pior ainda. Muitos acham que agora devem viver

melhor a vida, isto é, viver passeando, viajando, indo ao

cinema, vendo televisão, e assim por diante. Apesar de

possuírem boa saúde, acham que “agora é hora de a-

proveitar”, e, assim, o tempo vai passando, e as realiza-

ções pessoais ficaram por aí. Mas, pergunto eu, existe

coisa melhor do que aproveitar a vida no serviço de

que se gosta? Cada um trabalhando de acordo com as

possibilidades físicas e mentais, todos chegariam mais

próximos e mais rápido à plenitude almejada.

A história nos trás belos exemplos de pessoas

que se dedicaram ao trabalho no bem até o fim de seus

dias. Eu conheço uma pessoa de minhas relações, com

92 anos de idade, advogada aposentada, que trabalha

sistematicamente até os dias atuais. Ela mora na grande

Porto Alegre e se desloca sozinha, pegando dois ônibus

para chegar à instituição espírita, onde dirige um grupo

de estudo e auxilia em outros setores da instituição.

Essa advogada poderia simplesmente, alegando a idade,

já ter parado há muito tempo e ficado sem produzir

todo o bem que realiza até hoje. Chico Xavier, outro

exemplo notável, trabalhou até os últimos dias de sua

existência física, isto é, até aos 92 anos de idade. Como

eles, devem existir um bom número de pessoas, consci-

entes das reais circunstâncias da vida, que se dedicam

até onde suas forças de trabalho o permitem.Essas pes-

soas, com certeza, partem daqui felizes por terem cum-

prido, com dignidade, com suas obrigações perante a

sociedade e perante a própria vida. Havendo possibili-

dade física e mental, não há porque pararmos de produ-

zir até quando pudermos.

JASON DE CAMARGO – O CAMINHO DAS VIRTUDES

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita ‘Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Página 7

A FORÇA DO TRABALHO DOS IDOSOS

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A UNIVERSALIDADE DA REENCARNAÇÃO

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Página 8

Lá pelas bandas do Oriente, temos o berço de todas

as religiões, inclusive o nosso cristianismo. E lá, a reen-

carnação é milenar, embora alguns pesquisadores dela

sejam de opinião de que ela tenha surgido, por primeiro,

entre os cátaros, há milhares de anos.

Não entrando nessa polêmica de alguns pesquisado-

res modernos, entre eles o francês Jean Prieur, autor de

O Mistério do Eterno Retorno, somos de opinião de que

a crença do renascimento, foi surgida praticamente, ao

mesmo tempo entre todos os povos, à proporção que

eles foram se tornando civilizados, de um modo quase

que instintivo, ou mais precisamente, de modo intuitivo.

Desde eras remotas, Hermes já pregava a reen-

carnação no Egito, enquanto que Krishna, também na

Índia.

Mais tarde, outros grandes sábios filósofos e líderes

espirituais propagavam-na, igualmente, pelos três conti-

nentes até então desconhecidos:Europa, Ásia e África.

Entre esses filósofos e líderes espirituais, destacam-

se Buda, Zoroastro, Confúcio, Pitágoras, Sócrates, Pla-

tão, Lao-Tsé, Terécides de Siros e Manethon.

E numa posição de renascimento, numa futura

vida, foram encontrados em posição fetal os esqueletos

do homem de Neandertal, de até 200.000 anos a.C.

Como já vimos, “renascimento” é o termo mais

tradicional para designar o retorno do espírito às vidas

terrenas. Só a partir da segunda

metade do século 19, foi que Kar-

dec criou a palavra reencarnação,

que é um vocábulo mais coerente

com a nossa cultura bíblica ou

judaico-cristã, o que foi logo acei-

to por outro sábio da época.

Igualmente, o termo reencarna-

ção nada mais é do que encarna-

ção. Mas reencarnação designa de

modo explícito que se trata de

mais uma determinada encarna-

ção. Por isso, frequentemente falamos: fulano de tal é a

quarta encarnação de determinada personalidade, o que

quer dizer, a partir de tal personalidade, já houve quatro

encarnações, contando-se com ela, é óbvio. Mas, como

quarta só é uma encarnação. Dizendo de outra maneira,

a encarnação restringe e determina um encarne como

sendo um só, embora possa representar também, de um

modo subjacente, não uma encarnação de determinado

espírito, mas uma infinidade de encarnações. Posso dizer,

pois, que fulano de tal é reencarnação ou encarnação de

beltrano.

O Verbo de Deus (centelha divina ou o espírito

humano) encarnou-se de modo especial em Jesus, mas se

encarna em todos nós também.

(continua na pg 9 . . . )

D esde que o ser humano passou a acre-

ditar no sobrenatural, surgiu também a

crença de que nós, de algum modo,

continuamos a existir após a morte de

nosso corpo. E muitas foram e são as idéias sobre co-

mo continuamos a existir depois que o nosso corpo

retorna ao pó que ele é em sua essência.

E, automaticamente, se é que podemos expres-

sar-nos assim, foi surgindo, em conjunto com a crença

da sobrevivência do espírito, a da reencarnação, ou se-

ja, a crença de que o espírito volta a reencarnar em

outro corpo que nasce, exatamente como aconteceu

na primeira vez que ele encarnou-se. Esse modo de

pensar tem muita lógica, pois o mais difícil seria a pri-

meira encarnação do espírito, o qual ainda não tinha

nada que o ligasse ao nosso planeta,

nada que o atraísse para aqui se

encarnar.

Após a primeira encarnação,

o espírito criou alguma raiz e uma

certa afinidade com a Terra e com a

vida num corpo físico carnal, fatores

esses que, de alguma forma, atraem

o espírito para novas experiências e

novas manifestações na matéria a-

propriada para isso, que é o corpo

humano, o qual foi criado por Deus,

através do próprio homem, que, assim, se torna um co-

criador com o Criador. Tudo isso sem falar nas ques-

tões cármicas, que também, atraem o espírito para con-

tinuar a sua evolução e purificação.

ASPECTOS HISTÓRICOS

Com a abertura religiosa que houve no Ociden-

te, após o fim da Inquisição, voltou a renascer nos mei-

os cristãos a teoria da reencarnação ou doutrina do

retorno do espírito à vida terrena. No alvorecer do

cristianismo, a reencarnação era normalmente aceita

pelos seus mais eminentes teólogos e biblistas. Seu

crescimento no Ocidente vem acontecendo vertigino-

samente.

“Jesus é muito importante,

é o maior ser humano que vei-

o ao nosso planeta, mas nós

não podemos concordar com

os teólogos, atribuindo somen-

te a Ele, o que Deus fez para

todos nós da espécie humana.

Page 9: Candeia  17   maio e junho de 20112 2

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

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A frase “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1,14)

não está traduzido corretamente. A tradução correta é: “O Verbo se

fez carne e habitou em nós”, ou seja, na espécie humana.

Jesus é muito importante, é o maior ser humano que veio ao nos-

so planeta, mas nós não podemos concordar com os teólogos, atribuin-

do somente a Ele, o que Deus fez para todos nós da espécie humana. A

afirmação paulina confirma também o que estamos dizendo: “O Espírito

de Deus habita em vós” (Romanos 8,9), ou seja , em todos nós, e não

só em Jesus.

A expressão “Espírito de Deus” quer dizer “Espírito que tem

como possuidor dele o próprio Deus”, pois Deus é o pai dos Espíritos

(Hebreus 12, 9). E com a nossa evolução, poderemos no futuro tornar-

nos iguais a Jesus. E recorremos, ainda, a São Paulo para confirmar a nos-

sa tese: “Até que adquiramos a estrutura mediana de Cristo” (Efésios

4,13), Cristo (Verbo de Deus) que se encarnou em Jesus.

“Continuarei a sentir as dores, enquanto eu não vir o Cristo

formado em vós” (Gálatas 4,19).

Jesus, pois foi um homem muito especial para poder hospedar em

seu corpo o Espírito chamado Cristo.

E não tão especiais como Ele, mas houve outros avatares ou envia-

dos de Deus para diferentes povos, em diferentes épocas, pois Deus ama

todos os povos, e não faz acepção de pessoas (Atos 10,34). E os mais

conhecidos desses filhos de Deus especiais, entre outros, são Buda, Kri-

shna, Confúcio, Láo-Tsé, Pitágoras, Sócrates, Platão, os profetas bíblicos,

Orígenes, Ramakrisna, Kardec, Masaharu Taniguchi (fundador da Seicho-

Noie), Papa João XXIII, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Bezerra

de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Irmã Dulce, e muitos outros anôni-

mos.

Para os avatares ou enviados de Deus, no lugar de reencarnação,

usamos encarnação, pois se trata de uma encarnação especial, determi-

nada, explicitada, semelhante a de Jesus, e não uma encarnação qualquer,

que seria reencarnação, que tem carma negativo a ser queimado. Pode-

se dizer também que a reencarnação é necessária, obrigatória, enquanto

que a encarnação é livre, espontânea. É que na reencarnação há carma

negativo no que reencarna. Na encarnação, o encarnado não tem carma

negativo, pois ele já pagou tudo até o último centavo (Mateus 5,26 e Lu-

cas 12,59). Como se vê, a diferença entre reencarnação e encarnação é

muito complexa, mas ao mesmo tempo, é também muito sutil. Segundo

a filosofia, a verdade é um paradoxo. E a verdade sobre reencarnação é

um certo paradoxo. Daí a confusão que se faz com as duas palavras. A REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA E NA CIÊNCIA – JOSÉ REIS CHAVES

A UNIVERSALIDADE DA REENCARNAÇÃO

MAGNETISMO ESPIRITUAL “O pensamento, utilizado como força magnética, poderia reparar

bastantes desordens, destruir muitas chagas sociais.”

P rojetando resoluta e frequentemente nossa vontade sobre

perversos, os transviados, poderíamos consolar, convencer, ali-

viar, curar. Por esse exercício se obteriam não só resultados

para o melhoramento da espécie, mas também se poderia dar

ao pensamento uma acuidade e uma força de penetração incalculáveis”. LÉON DENIS – “DEPOIS DA MORTE”

U ma menininha ia e voltava

da escola, todos os dias,

caminhando. Certo dia,

apesar do mau tempo e das nuvens escuras prenunciando

chuva, ela fez o seu caminho costu-

meiro; mas, bem na hora de voltar,

começou a ventar fortemente, os re-

lâmpagos espocavam por todos os

lados e os trovões eram ensurdece-

dores. Apesar de todos estes indícios

de tempestade, a garotinha saiu deci-

dida da escola.

Sua mãe, porém, muito nervo-

sa, pensou que ela poderia ter muito

medo no caminho de volta, pois ela

mesma estava assustada com os raios

e trovões. Preocupada, entrou, aflita,

em seu carro e seguiu pelo caminho

em direção à escola. Logo avistou sua

filhinha andando; mas, a cada relâmpa-

go, a criança parava, olhava para cima

e sorria! Outro e outro trovão e, a-

pós cada um, ela parava, esquecida

até de seu medo e do que pretendia.

Finalmente, a menininha avistou a

mãe e entrou no carro. Sua mãe, cu-

riosa, foi logo perguntando:

-O que você estava procuran-

do, olhando assim para o céu?

A garotinha, com uma expres-

são de felicidade no rosto respondeu:

-Nada não, mamãe! Só estava

sorrindo! Deus não parava de tirar fotos minhas!

“ VEJA DEUS COM OLHOS DE

UMA CRIANÇA, E O ENCONTRE EM

TODA PARTE”

Além do Horizonte

INOCÊNCIA

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10

Av Emb.PEDRO DE TOLEDO,382

Jd. AGUAPEÚ

11730-000 MONGAGUÁ -SP

Tel: (013) 3448- 3218 (013) 9629-9317

www.geeld.blosgspot.com

[email protected]

CONHEÇA O ESPIRITISMO, ESTUDE O

ESPIRITISMO, COMPREENDA O

ESPIRITISMO, VIVENCIE O

ESPIRITISMO

Candeia

GR U PO D E E S TU D O S

E S PÍR IT A

“ L É O N D E N IS ”

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Página 10

“ Aquele que se adianta 100 anos aos seus contemporâneos precisa de mais 100 anos para ser com-

preendido.”

CARL DU PREL sobre ALLAN KARDEC

DIRETORIA

Presidente VERA LÚCIA S.N PEREIRA

Vice Presidente

DIONÍCIA MENDEZ RIVERA 1º Secretário

PARAGUASSU NUNES PEREIRA 2º Secretário

MARCIA SINIGAGLIA N. PEREIRA 1º Tesoureiro

JOSÉ ALVAREZ RIVERA

2º Tesoureiro DURVALINO BARRETO

Conselho Fiscal

MARIA ISABEL MACEDO, ADIRSON PEREIRA GOMES e RAMATHIS MACEDO DA ROCHA

—-oooOOOooo—-

Responsáveis pelo CANDEIA PARAGUASSU N PEREIRA e VERA LÚCIA S.N

PEREIRA

Revisão JOSÉ A.RIVERA, PARAGUASSU N. PEREIRA e

VERA LÚCIA S.N. PEREIRA Diagramação

PARAGUASSU NUNES PEREIRA Impressão

GRÁFICA ITANHAÉM

(013) 34222-2077 - ITANHAÉM-SP

“Sofrimento é processo purificador contra o qual será inútil

a reação pela revolta ou através do desespero. Tal atitude mais

agrava o problema, qual ocorreria a alguém que, pensando ou

ensejando diminuir a intensidade da dor de uma ferida aberta

em chaga viva, lhe colocasse ácido ou espicace com estilete as

carnes em torpe decomposição e alta sensibilidade.” JOANNA DE ÂNGELIS

É o homem um ser eminentemente social, não se conceben-

do sua vida isolada em razão da dependência com o seu

semelhante. Já foi dito inclusive, que o homem mais convi-

ve do que propriamente vive.

A preocupação da harmonia social, característica do progresso

humano, está na coerção que seus próprios membros exercem contra

aqueles que, transviados, procuram meios de perturbar a paz do con-

junto., Assim temos a figura do crime e do criminoso, que são aqueles

homens que violam as normas de comportamento estabelecidas pela

sociedade. Portanto, toda a criatura que foge do comportamento tido

como aceitável pela maioria é passível de uma sanção que vai até o

máximo de sua segregação do meio, medida essa de caráter profiláti-

co.

Para os espíritas, o castigo social imposto a essas criaturas, é

sabido que não basta, em virtude da origem do mal transcender ao

comportamento presente. Isso ensina a Doutrina Espírita. Vale dizer

que só pratica o mal aquele que ainda não conseguiu assimilar o bem.

E não assimilou porque ainda não o sentiu em sua pureza.

Daí ser de todo louvável o trabalho que muitas comunidades

espíritas executam junto àqueles que se encontram segregados em

cadeias, penitenciárias, etc. Antes de mais nada devemos e precisamos

encará-los como seres doentes que precisam de medicação própria

para o espírito, que o esclarecimento.

No entanto, convém não perder de vistas os encarregados de

vigiá-los. Estes,exercendo tarefa tão espinhosa e incompreendida, re-

presentam aquela tranqüilidade que a sociedade procura e deseja.

Tanto quanto possível, a estes também devemos prestar a assistência

do esclarecimento, pois, por mais e maior convivência, melhor aten-

derão os naturais conflitos.

Com a boa vontade, disposição, desprendimento e coragem

desses abnegados irmãos que se propõem a esse trabalho junto aos

desviados da sociedade, chegaremos bem mais cedo do que se imagina

entender sua própria situação de marginalizado, já nos coloca muito

próximo do objetivo da redenção. O Divino Pastor assim o quer para

formar o mais breve possível, o seu rebanho único.

EM BUSCA DO HOMEM NOVO.

CRIME E CASTIGO

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

N o estado atual das coisas aqui na Terra,

qual é o homem que não tem inimigos?

Para não tê-los fora preciso não habitar

aqui, pois esta é uma conseqüência da infe-

rioridade relativa de nosso globo e de sua destinação como

mundo de expiação. Bastaria para não nos enquadrarmos

na situação, praticar o bem? Não! O Cristo aí está para

prová-lo. Se, pois, o Cristo, a bondade por excelência, ser-

viu de alvo a tudo quanto a maldade pode imaginar, como

nos espantarmos com o fato de o mesmo suceder àqueles

que valem cem vezes menos?

O homem que pratica o bem – isto dito em tese

geral – deve, pois, preparar-se para se ferir na ingratidão,

para ter contra ele aqueles que, não o praticando, são ciu-

mentos da estima concedida aos que o praticam. Os pri-

meiros, não se sentindo dotados de força para se elevarem,

procuram rebaixar os outros ao seu nível, obstinam-se em

anular, pela maledicência ou a calúnia, aqueles que os ofus-

cam. SUELY CALDAS SHUBERT

TESTEMUNHOS DE CHICO XAVIER

SÓ OS INÚTEIS NÃO POSSUEM

ADVERSÁRIOS

Página 11

U ma relação

tem que servir para

voce se sentir 100%, à

vontade com outra

pessoa, à vontade para

concordar e discordar

dela, para ter sexo sem

não-me-toques ou para

cair no sono logo após

jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para voce ter com quem

ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o

som novo enquanto voce prepara uma omelete, para ter

alguém com quem viajar para um pais distante, para ter

alguém com quem ficar em silêncio sem nenhum dos dois

se incomodar com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, esti-

mular voce a se produzir, e, quase sempre, estimular

voce a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu

modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se

sentirem amparados nas suas inquietações, para ensi-

nar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as

pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem

demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as des-

pesas um do outro num momento de aperto, e cobrir

as dores,um do outro, num momento de melancolia, e

cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor

cair.

Uma relação tem que servir para acompanhar o

outro ao médico, para perdoar as fraquezas do outro,

para abrir a garrafa de vinho e para abrir o jogo, e pa-

ra os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o

mundo não se resume aos dois.

PARA QUÊ SERVE UMA RELAÇÃO? DRAUZIO VARELLA - Médico Formado pela USP - Nasceu em São Paulo-SP

“É através da evangelização que o Espiritis-

mo desenvolve seu mais valioso programa de assis-

tência educativa ao homem.”

A escola de letras continua a informar e instruir

a fim de que a Ciência se fortaleça no seio da coletivi-

dade. Entretanto, é a educação religiosa que vem esti-

mulando a moral ilibada de modo a libertar a criatura

despertada e vigilante junto aos imperativos da vida.

Aliando sabedoria e amor alcançaremos equilí-

brio em nossa faina educativa.

Eduque-se o homem e teremos uma Terra ver-

dadeiramente transformada e feliz!

Contemplamos, assim com otimismo e júbilo, o

Movimento Espírita espraiando-se, cada vez mais, nos

desideratos da evangelização, procurando, com grande

empenho, alcançar o coração humano em meio ao tor-

velinho da desenfreada corrida do século...

Tão significativa semeadura na direção do por-

vir!

Mestres e educadores, preceptores e pais cola-

boram, ao lado uns dos outros, em meio às esperanças

do Cristo, dinamizando esforços em favor de crianças

e jovens, na mais nobre intenção de aproximá-los do

Mestre e Senhor, Jesus.

Guillon Ribeiro

Federação Espírita do Estado do Espírito Santo

POR QUE É IMPORTANTE EVANGELIZAR Opinião dos Espíritos sobre a

Evangelização

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO III N° 17 Maio / Junho de 2012

Página 12

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Av Presidente Kennedy, 293

Praia do Sonho

ITANHAÉM –SP

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