17 junho 2011

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17/06/2011 111 XIX

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17/06/2011111XIX

Gustavo Werneck Uma vitória para os defensores do patrimônio cultural

da turística Araxá, na Região do Alto Paranaíba, a 367 qui-lômetros de Belo Horizonte. O juiz da 3ª Vara Cível da co-marca, Ibrahim Fleury de Camargo Madeira Filho, concedeu liminar, em ação do Ministério Público Estadual (MPE), suspendendo a demolição do sobrado do século 19, conheci-do como Pensão Tormin. A propriedade particular localizada na Praça Coronel Adolpho, 48, no Centro, pertenceu a Anna Jacintha de São José, a célebre dona Beja (1800-1873), e seria derrubada para dar lugar à loja de uma rede nacional de varejo. A ação foi proposta pelo promotor de Justiça Márcio Oliveira Ferreira. Já em Estrela do Sul, também no Alto Paranaíba, onde Beja teria vivido de 1840 até sua morte, foram encontrados fragmentos ósseos que podem ter sido dela, durante obras numa praça próxima ao local onde havia um antigo cemitério.

Para o comerciante Antônio Nogueira Lima Júnior, in-tegrante de um grupo que luta pela preservação do patrimô-nio local, a decisão judicial foi um alívio: “Araxá não tem nenhum bem tombado e perdeu, ao longo dos anos, imóveis históricos importantes. Restaram poucos, a exemplo do ca-sarão construído em 1830, antes ocupado pela pensão e ago-ra vazio”. O comerciante e outros moradores querem que o sobrado, já inventariado pelo município, seja desapropriado pela prefeitura, restaurado, e tenha finalidade cultural, “po-dendo se tornar sede do museu de mineralogia ou de uma orquestra”. Antônio lembrou que a antiga pensão fica perto do Museu Dona Beija, cujo casarão foi comprado em 1964 por Assis Chateaubriand (1892-1968), fundador dos Diários Associados, e doado à comunidade.

Segundo Alex Silva, supervisor da área de eventos da Fundação Cultural Calmon Barreto, vinculada à Prefeitura de Araxá, não há interesse da municipalidade em comprar o imóvel ou desapropriá-lo. De acordo com dados da fun-dação, o prédio, antes em estilo colonial, sofreu a última in-tervenção na fachada em 1908. Dono do imóvel há 57 anos, Jairo do Espírito Santo Brito, de 81, diz que está em nego-ciação com uma imobiliária para venda. “É só um prédio antigo, e eu não tenho dinheiro para restaurar”, declarou. PROVA MATERIAL

A história do sobrado foi pesquisada pela professora universitária Glaura Teixeira Nogueira Lima, autora de li-vros e artigos para jornais de Araxá. Ela escreveu: “À Pra-ça Coronel Adolpho, vê-se uma casa permeada de histórias tanto quanto foram muitos seus proprietários ou inquilinos e inúmeras as funções que ocupou nos últimos dois séculos. Trata-se da Pensão Tormin, instituição tradicional fundada pela família de descendentes de italianos e, felizmente, hoje preservada pela terceira geração deles. O sobrado mantém-se como prova material de uma construção associada his-toricamente, também, a d. Beja, às famílias Afonso de Al-

meida, Botelho, Vieira Machado, Ávila, Paiva, Magalhães, Scarpellini, Rosa e Rodrigues Valle”.

Doutora em história, a professora Glaura descobriu que, durante a primeira metade do século 20, o prédio serviu de sede de escolas particulares e de hotel, antes de ser, a partir de 1943, pensão. “Situada entre as casas das famílias Costa Pereira, à sua direita, e Amado de São Paulo, à esquerda, o casarão fora construído nas décadas iniciais do século 19 por dona Beja, conforme ela mesma declarou oficialmente. O memorialista Sebastião de Affonseca e Silva (1877-1968), notório admirador da personagem, já afirmava isso.”

E mais: “É possível que, após a partida de Anna Jacintha para Estrela do Sul, motivada por um período de estagnação econômica na então Vila de São Domingos do Araxá, ali te-nha sido, algum tempo, um lugar para acolher desabrigados. Tal destinação alterou-se quando ela vendeu o imóvel com o amplo terreno, em 1864, para Ignácio Afonso de Almeida. Doravante o sobrado será revendido por sucessivas vezes.”

Saiba mais Segundo historiadores e documentos, Anna Jacintha de

São José, que se tornaria conhecida como Dona Beja, nasceu em Formiga, Centro-Oeste de Minas, filha de Maria Bernar-da dos Santos. Chegou ainda criança a Araxá, onde foi cria-da pelo avô. Jovem e bela, foi raptada pelo ouvidor da corte, Joaquim Inácio Silveira da Mota, com quem passou a viver na condição de amante, em Paracatu. Diante dos escândalos que cercaram o relacionamento, o ouvidor voltou para a cor-te, no Rio de Janeiro, e Beja para Araxá. A partir de então, conta-se que foi alvo de inveja e discriminação, devido ao caso de amor clandestino e à sua beleza. Teria, então, se tor-nado uma amante de luxo, escolhendo os homens que teriam acesso à sua cama, pelas posses ou por vingança contra suas famílias. Teve, solteira, duas filhas: Tereza e Joana, que se casaram jovens.

Em meados do século 19, quando Estrela do Sul, então Bagagem, vivia o boom minerador, Beja chegou ao lugar, como muitos atraída pelo brilho dos diamantes. A filha dela, Joana, já vivia no lugar com o marido, Clementino Martins Borges. Nesse novo refúgio, se envolveu em obras sociais e religiosas, fazendo parte de várias irmandades católicas. Nos garimpos, foi grande empreendedora. Entre vários legados atribuídos a ela, destaca-se a reconstrução de uma ponte so-bre o Rio Bagagem, trabalho que teria coordenado em 1871 para a procissão do mês de Maria.

Em 21 de dezembro de 1873, foi aberto o testamento de Beja, que recomenda funeral decente e sem pompa, com missa de corpo presente. O corpo foi sepultado no extinto cemitério, onde hoje fica a Praça da Matriz. Em Estrela do Sul, pela Lei Municipal 790/05, de 12 de dezembro de 2005, foi instituído o 21 de dezembro como Dia de Dona Beja. No município, se usa a grafia Beija.

ESTADO DE MINAS - P. 28 - 17.06.2011 Patrimônio

Salve, salve casarão de BejaLiminar garante proteção a sobrado do século 19, em Araxá, onde a emblemática figura teria vivido até 1840. Edificação seria demolida para abrigar uma loja de departamentos

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A figura mítica de Anna Jacintha de São José, a dona Beja (1800-1873), tema de livros, de novela da tevê e presença rica no imaginário popular, está de novo no meio de uma história recheada de curiosidade e polêmica. Durante obras de reforma na Praça da Matriz, no Centro de Estrela do Sul, cidade da Região do Alto Pa-ranaíba, a 498 quilômetros de Belo Horizonte, foram encontrados fragmentos ósseos que, para moradores e autoridades do municí-pio, podem ter pertencido à mulher que despertou grandes paixões no século 19. Junto estavam restos de ornamentos e pedaços de madeira. De acordo com o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Rogério Resende Cunha, havia nas proximidades da praça um cemitério antigo – que funcionou até a década de 1920 –, onde dona Beja teria sido sepultada.

A Prefeitura de Estrela do Sul prefere, por enquanto, não afir-mar qual será o encaminhamento adotado para desvendar o misté-rio. “Voltamos com os ossos, que estavam no meio da terra, para a cova. Para fazer a exumação, é preciso autorização judicial, e isso

ainda não temos. O serviço jurídico da prefeitura vai tratar do as-sunto”, explicou o secretário. Ele lembrou que ainda vivem no mu-nicípio muitos descendentes de Anna Jacintha de São José, e que Paracatu, no Noroeste do estado, Estrela do Sul e Araxá, ambas no Alto Paranaíba, eram as cidades mais importantes da região no sé-culo 19. Os ossos foram encontrados pelo operário da empreiteira encarregada do serviço de remodelação da Praça da Matriz.

A trajetória de dona Beja está impregnada de paixão e al-guma polêmica, já que Araxá e Estrela do Sul disputam a prima-zia de serem a última morada da personagem. O chefe do Museu Municipal de Estrela do Sul, Pedro Fernando Neto, diz que ela morou no município de 1840 até 1873, quando morreu. “Morava na antiga Rua da Ladeira, que hoje se chama Rua Dona Beja”, afirmou. Conforme a tradição oral, a mulher teria sido sepultada no cemitério que agora é alvo de especulação, hipóteses e, claro, muita conversa na região.

cONT.... ESTADO DE MINAS - P. 28 - 17.06.2011

Escavação traz o mito de volta

A propriedade, particular, fica numa das praças da estância hidromineral: prefeitura descarta plano para tombamento

REINALDO FINHOLDT/DIVULGAÇÃO

hOjE EM DIA - P. 2- 17.06.2011

Laudo pericial aponta fraude

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Acatando um pedi-do do Ministério Públi-co Estadual, a 1ª Câma-ra Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou os vereado-res da Câmara Munici-pal de Ribeirão Verme-lho, no Sul de Minas, por ato de improbidade administrativa.

De acordo com o

TJMG, os políticos te-rão que restituir ao mu-nicípio os valores rece-bidos a título de 13º sa-lário, referente ao ano de 2003. Além disso, os vereadores também terão que pagar uma multa civil equivalente a quatro vezes o valor da mesma parcela do 13º salário em questão.

Em ação de impro-bidade administrativa, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais relata que, sem anterior previsão legis-lativa, configurada por qualquer ato legislativo anterior, os vereadores receberam o pagamen-to do 13º referente ao ano de 2003.

Segundo o MP, os réus tinham conheci-mento da exigência constitucional e tam-bém estavam infor-mados de que mera portaria expedida pelo presidente da Câmara e parecer jurídico fa-vorável não supriam a omissão legislativa.

A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mi-nas Gerais acatou pedido do Minis-tério Público es-tadual e condenou vereadores da Câ-mara Municipal de Ribeirão Vermelho por ato de impro-bidade adminis-trativa. Eles foram condenados a res-tituir, em espécie, ao município, os valores recebidos a título de décimo-terceiro salário, re-ferente ao ano de 2003, e multa civil equivalente a qua-tro vezes o valor desta parcela.

Em ação de improbidade ad-ministrativa, o Ministério Público do Estado de Mi-nas Gerais relata que, sem anterior previsão legisla-

tiva, configurada por qualquer ato legislativo anterior – lei específica ou resolução – os ve-readores recebe-ram o pagamento do décimo-terceiro referente ao ano de 2003.

Segundo o MP, os réus tinham co-nhecimento da exi-gência constitucio-nal e também esta-vam informados de que mera portaria expedida pelo pre-sidente da Câmara e parecer jurídico favorável não su-priam a omissão legislativa. Em questão idênti-ca mas referente a 2002, a Ação Civil Pública nº 1.0382.03.035158-1 foi julgada desfa-voravelmente aos réus, condenando-os à restituição dos

valores recebidos, acrescidos de mul-ta civil.

O desembarga-dor relator, Alberto Vilas Boas, assim se manifestou: “É indiscutível que a conduta dos réus é censurável e mere-ce reprimenda mais gravosa do que a mera restituição dos valores indevi-damente percebi-dos aos cofres pú-blicos, notadamen-te porque foram anterior e adequa-damente cientifica-dos da ilegalidade do pagamento e, nem mesmo diante de sentença tran-sitada em julgado em feito análogo, se dispuseram a, espontaneamente, efetuar a restitui-ção.”

O presidente da 1ª Câmara Cí-

vel, desembargador Eduardo Andra-de, acompanhou o voto do relator e destacou que, pelo voto, nota-se que “a lide não versa sobre a circunstân-cia de ser ou não devido o décimo-terceiro salário aos vereadores do mu-nicípio de Ribeirão Vermelho, mas, sim, se o pagamen-to de referida ver-ba exige anterior autorização legis-lativa.”

Assessoria de Comunicação Ins-titucional - Ascom

TJMG - Uni-dade Goiás

(31) 3237-6568

[email protected]

Processo Nu-meração Úni-ca - 0903984-70.2008.8.13.0382

O TEMPO - MG - cONAMP - 17.06.2011

TJMG condena vereadores de Ribeirão Vermelho por ato de improbidade administrativa

TRIbuNAL DE juSTIçA - MG - MG - cONAMP - 17.06.2011

TJ condena vereadores

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hOjE EM DIA - P. 2- 17.06.2011

O TEMPO - 5 - 17.05.2011

Justiça condena ex-diretor de tribunal por peculatoMarkus Wike, ex-TCE, condenado a 16 anos de prisão em regime fechado

04

cONT... O TEMPO - 5 - 17.05.2011

05

Negociação

Governo promete intermediar negociações para evitar greve

Transparência será maior

cONT... O TEMPO - 5 - 17.05.2011

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SuPERfATuRADO (1) A denúncia, pelo Hoje em Dia , que o Tri-

bunal de Contas do Estado (TCE) encontrou in-dícios de superfaturamento nas obras do Minei-rão é um grão de areia sob o sombreiro político da gestão de obras públicas. SuPERfATuRADO (2 )

Com a palavra o BNDES, o Tribunal de Contas da União (TCU) e os Ministérios Públi-cos Estadual (MPE) e Federal (MPF). SuPERfATuRADO(3)

A suspeita no Mineirão (levantada também em obras de outros estádios nas 11 capitais que sediarão jogos da Copa 2014) surge no day after ao Governo impor, na Câmara dos Deputados, que licitações para projetos de grandes eventos serão diferenciadas. E mais: os bilhões de reais gastos ficarão em absoluto sigilo. No rol entram obras de estádios, urbanização de vias públicas, de estações ferroviárias, reformas e ampliação de aeroportos etc. Tudo será via licitação sim-plificada. SuPERfATuRADO (4)

Em 4 de dezembro passado, “O Estado de S.Paulo” denunciou que deputados e senadores tinham “esquema de superfaturamento de even-tos culturais” nas emendas orçamentárias.

Seria assim: instituições inexistentes

(“fantasmas”) eram aquinhoadas com verba pública sem licitação, que ia parar em empre-sas de “laranjas”. O álibi utilizado para que o dinheiro público fosse liberado era a “organiza-ção de eventos culturais”.SuPERfATuRADO (5)

Na época, o Palácio do Planalto garantiu que a “inteligência” da Controladoria Geral da União (CGU) teria “identificado” uma trama parecida à relatada pelo jornal paulista, dias antes. Era a de uma faxineira “testa de ferro”, que abocanhara R$ 20 milhões do Ministério do Turismo, em 2008.SuPERfATuRADO (6)

Em fevereiro, o TCU encontrou irregula-ridade nas obras do Maracanã, facilitadas pela falta de projetos de engenharia. Simplifica-ram!...SuPERfATuRADO (7)

O orçamento da reconstrução do Mineirão já quase dobrou ante o custo original: saiu de R$ 426,1 milhões para R$ 743,4 milhões. SuPERfATuRADO (8)

No país, as denúncias, mesmo as bem do-cumentadas, têm o mesmo fim das promessas de palanque em campanha eleitoral: esquecimento total. O escândalo de hoje sepulta o de ontem. É a roda viva da certeza da impunidade.

hOjE EM DIA - P.11 - 17.06.2011NEGócIOS S.A. - NAIRO ALMéRI

ESTADO DE MINAS - P. 4 - 17.06.2011 TRIbuNAL DE cONTAS

Sem briga por cargo cobiçado

ESTADO DE MINAS - P. 3 - 17.05.2011 DEcRETO

Último dia com ficha-suja

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ESTADO DE MINAS - P. 27 - 17.06.2011

DA REDAÇÃOUm estudante de 11 anos foi agredido em uma escola no

bairro Niterói, em Betim, por 15 outros alunos. O menino, segundo a diretora da instituição, Maria Félix de Araújo, foi vítima da “brincadeira” passou-levou ou corredor polonês.

Anteontem, durante o horário do recreio, o garoto levou tapas, socos e chutes e foi empurrado para um canto do pá-tio. Ele não conseguiu se levantar e foi levado para a Unida-

de de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Alterosa. Depois de receber os primeiros socorros, o menino foi

transferido para o Hospital Regional de Betim, onde foi constatada uma lesão superficial.

Os pais do garoto registraram boletim de ocorrência. Segundo a diretora da escola, os responsáveis envolvidos na agressão foram chamados ontem para uma reunião. O caso também será investigado pelo Ministério Público.

GuARDIÃES DO LESTECom mandados judiciais, agentes vistoriam 42 moradias de dois bairros de BH em busca de suspeitos e prendem quatro

Caçada ao tráfico mobiliza 150 PMs

O TEMPO - P. 23 - 17.06.2011 betim

Garoto é espancado na escola por 15 colegas

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hOjE EM DIA - P. 17- 17.06.2011

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cONT... hOjE EM DIA - P. 17- 17.06.2011

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cONT... hOjE EM DIA - P. 17- 17.06.2011

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hOjE EM DIA - P. 19- 17.06.2011

Foco no combate ao crime organizadohOjE EM DIA - P. 19- 17.06.2011

Projeto popular

Contra revista em presídios

O vereador Marcos da Luz (PT) está coletando assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular que propõe o fim da revista vexatória em estabelecimentos prisionais do estado. O movimento é lide-rado pelo Grupo de Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade, de Belo Horizonte, que busca 10 mil assinatu-ras para protocolar o texto na Assembleia Legislativa. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Coronel Fabriciano, Marcos da Luz salienta que o projeto prevê que a revista de visitantes em presídios deverá se feita somente por meio de aparelhos mecânicos, como detector de metais e raio-x, sendo proibida qualquer tipo de revista íntima manual, bem como a exigência de que a pessoa fique nua. “O procedimento de revista de visitantes em estabelecimentos prisionais se dará em ra-zão de necessidade de segurança e será re-alizada com respeito à dignidade da pessoa humana e ao princípio de proteção contra tratamento desumano ou degradante”, en-fatiza o vereador.

ESTADO DE MINAS - P. 4 - 17.06.2011GIRO POLíTIcO

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CURITIBA e SÃO PAULO. O Tribunal de Justi-ça do Paraná negou ontem, por unanimidade, recurso da defesa do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que contestava a sentença de duplo homicídio e dolo eventual, e manteve a decisão de levá-lo a júri popular.

Carli Filho é acusado de causar o acidente que ma-tou Gilmar Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20, na noite de 7 de maio de 2009. De acordo com a perí-cia, o carro dele estava acima de 160 km/h, ele estava embriagado e sem carteira de habilitação, que havia sido cassada por excesso de velocidade.

A decisão do TJ, da 1º Câmara Criminal, mantém a acusação de duplo homicídio doloso eventual, mas a desqualifica, o que prevê pena menor - de seis a 20 anos. Caso a qualificação fosse mantida, como queriam os promotores, a pena variaria de 12 a 30 anos.

O ex-deputado deve ser julgado ainda no segundo semestre deste ano. Por causa do acidente, ele sofreu múltiplas fraturas, inclusive na face. Ele ficou um mês internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para se recuperar das lesões.

O laudo do IML, realizado duas horas após o aci-

dente, apontou que o Carli Filho estava com 7,8 deci-gramas de álcool por litro de sangue, o que configura embriaguez, com pena prevista pela Lei Seca de seis meses a três anos de cadeia.

Um recibo fornecido à polícia pelo restaurante onde o parlamentar estava na noite da colisão mostra três tipos de vinho na conta dele, que ficou em R$ 705. No julgamento, o TJ considerou nulo o exame alcoóli-co feito no ex-deputado.

A decisão do TJ considerou os laudos do Instituto de Criminalística que apontaram que o carro conduzi-do por Carli Filho estava a uma velocidade entre 161 km/h e 173 km/h, sendo que, no local onde houve a colisão, a velocidade máxima permitida é de 60 km/h. Além disso, o ex-deputado não poderia dirigir porque estava com a carteira nacional de habilitação (CNH) suspensa.

Votaram na sessão do TJ, que durou cerca de duas horas, os desembargadores Naor Rotoli de Macedo (re-lator), Jesus Sarrão e Jonny Campos Marques, durante sessão que durou cerca de duas horas.

O TEMPO - P. 14 - 17.06.2011Justiça.Desembargadores não aceitaram a denúncia de embriaguez

TJ manda o ex-deputado Carli Filho a júri popularRéu deve ser julgado no segundo semestre e pode pegar até 20 anos

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Resposta Secretaria de comunicação

Conselho Nacional do Ministério Público

Ao contrário do que foi informado no editorial “Que país é este?”, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) não determinou o arquivamento de 12 mil inquéritos sobre ho-micídio em Minas Gerais. O que se pretende é solucionar, se possível com a responsabilização penal dos culpados, todos os inquéritos sobre homicídios instaurados até 31 de dezembro de 2007 e ainda não concluídos.

Levantamento realizado pelos ministérios públicos nos Estados e coordenado pelo CNMP mostrou que há mais de 150 mil inquéritos nessa situação em todo o país. Segundo estabe-lece a meta, os Estados com até 4.000 investigações em aberto têm até julho deste ano para concluí-las; nos demais Estados, o prazo vai até dezembro.

Para acompanhamento da evolução da meta, o CNMP lan-çou, em abril deste ano, o inqueritômetro. Minas Gerais, por exemplo, já apresenta resultados positivos. O Estado identifi-cou 20 mil inquéritos instaurados até dezembro de 2007 sem conclusão. Em maio, foram concluídos 294 inquéritos, sendo que 174 com oferecimento de denúncia, ou seja, com identi-ficação dos culpados, e 120 com arquivamento. Há ainda no Estado 600 inquéritos com diligências solicitadas.

O TEMPO - P. 20 - 17.06.2011DO LEITOR

O TEMPO - 23 - 17.05.2011

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fOLhA DE SP - P. A6 - 17.06.2011

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