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TRICOSCOPIA Os achados dermatoscópicos das doenças do cabelo de Lencastre [email protected] Interno de Dermatovenereologia, Serviço de Dermatologia do Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Portugal Lamas, A [email protected] Dermatologia, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Brasil Sá, D . [email protected] Dermatologista, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Brasil

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TRICOSCOPIA Os achados dermatoscópicos das

doenças do cabelo

de Lencastre

[email protected]

Interno de Dermatovenereologia, Serviço de Dermatologia do

Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de

Lisboa Central,

Portugal

Lamas, A

[email protected]

Dermatologia, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia,

Brasil

Sá, D.

[email protected]

Dermatologista, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia,

Brasil

Page 2: 165-Trichoscopy.pdf

Tosti, A.

[email protected]

Dermatologist, Department of Dermatology and Cutaneous Surgery,

Miller School of Medicine, University of Miami, Florida

Italia- USA

INTRODUÇÃO

A dermatoscopia vem crescentemente sendo usada no diagnóstico

das patologias do cabelo e couro cabeludo. (1) Quando usada com

este propósito é conhecida como Tricoscopia e pode ser realizada

com auxílio de um videodermatoscópio ou com um dermatoscópio

portátil. (2,3,4,5) Quando se usa o videodermatoscópio,

conseguem.se ampliações de 20-70 vezes, enquanto com o portátil

tem um aumento da imagem de 10 vezes. A Tricoscopia permite

identificação de alterações da haste do cabelo sem a necessidade

colher amostras. Características como a espessura da haste,

número de cabelos por unidade pilo-sebáceos, razão de cabelos

terminais para vellus podem ser obtidas. (6) As desordens capilares

podem ser congênitas ou adquiridas, podendo ser categorizadas

em distrofias com ou sem fragilidade da haste. As doenças do couro

cabeludo também podem ser congênitas ou adquiridas, sendo

subdivididas em alopécias cicatriciais e não cicaticiais, e doenças

inflamatórias ou infecciosas.(3)

DERMATOSCOPIA NORMAL DO COURO CABELUDO

A Tricoscopia pode ser realizada com ou sem solução de interface.

(7) A dermatoscopia a seco é util para observar estruturas terciárias

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da superficie cutânea como cabelos, escamas e hiperqueratoses

foliculares. Já a que utiliza solução de interface (álcool, água termal)

é preferida quando se deseja analizar padrões vasculres e

foliculares. (8)

O escalpo normal mostra na Tricoscopia laços (loops) vermelhos

interfoliculares simples e linhas vermelhas arboriformes que

representam os padrões vasculares normais. Os laços

interfoliculares são múltiplas estruturas finas, avermelhadas, em

forma de grampo de cabelos que correspondem aos capilares da

papila dérmica. As linhas vermelhas arboriformes correspondem a

vasos de maior calibre (do plexo subpapilar). Pigmento em padrão

de favo de mel pode ser vistos em áreas expostas ao sol de

indivíduos com fototipo mais elevado. (9,10,11) As unidades

foliculares contêm normalmente 1 a 4 cabelos. (9) Pontos sujos

(dirty dots) são sinais dermatoscópicos de partículas de poeira no

escalpo e são geralmente vistos em crianças. (12) Pontos brancos

interfoliculares são pequenas estruturas esbranquiçadas,

geralmente vistas no couro cabeludo exposto ao sol em individuos

de fototipos III e IV e no couro cabeludo normal de indivíduos de

fototipos V e VI. Estas estruturas foram associadas a aberturas

foliculares e do acrossiríngio. (11)

ALOPÉCIAS NÃO CICATRICIAIS

A) Alopécias Não Cicatriciais com alterações do cic lo do

cabelo

1-Eflúvio Telógeno (ET)

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No efluvio telógeno o cabelo cai difusamente do couro cabeludo

após 2-4 meses do evento desencadeante. Usualmente é uma

disordem auto-limitada e o cabelo volta a crescer normalmente. Em

alguns pacientes o ET pode se extender e se tornar crônico quando

pode ser confundido com Alopécia Androgenética. (13) O papel

mais importante da dermatoscopia no efluvio é excluir AAG pela

presenca de menos de 20% variabilidade capilar. Nesses casos a

tricoscopia deve ser realizada em áreas sensiveis aos androgênios

(topo da cabeça) e comparadas com áreas não sensíveis a estes

hormônios como a região occipital. (4,14) Alguns achados

dermatoscópicos de ET incluem folículos vazios e numerosos

cabelos curtos nascendo com espessura normal (0,03mm). Em

alguns casos, podem coexistir estas duas condições (ET agudo e

Alopécia Androgenética).

2- Alopécia Areata (AA)

As lesões da Alopécia Areata são facilmente diagnosticadas como

áreas circulares, bem delimitadas com ausencias de pêlos. Em

alguns pacientes, a AA pode manifestar-se como perda difusa de

cabelos podendo ser confundida com Alopécia Androgenética.

Nestes casos, a dermatoscopia pode ser muito útil na diferenciação

diagnóstica, detectando os pequenos cabelos característicos da

Alopécia Areata e os cabelos em crescimento. Geralmente a

Tricoscopia é realizada utilizando gel ou óleo de imersão para se

evitar a reflecção da superfície cutânea. No entanto, a

dermatoscopia a seco pode ser usada quando se deseja visualizar

outras estruturas da superficie cutânea como vellus, sulcos e cristas

da pele. (15)

Os achados dermatoscópicos da AA têm sido amplamente

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estudados ao longo dos anos. Os achados tricoscópicos

característicos são os pontos pretos (black dots), pontos de

exclamação, cabelos dobráveis, cabelos quebradiços, pontos

amarelos e pequenos vellus. (9,16) Alguns destes achados como os

pontos de exclamação e os pontos pretos sao considerados sinais

patognomônicos de Alopécia Areata. Os pontos pretos estão

relacionados com atividade e gravidade da doenca. (17)

Os pontos de exclamação correspondem a uma rápida

transformação do pêlo de anágeno para catágeno e também se

correlacionam com a atividade da doença. (18) Estes cabelos

afetados aparecem como cabelos normais com afinamento na parte

proximal e que se fraturam com facilidade sendo por isso curtos. Os

pontos amarelos estão presentes no escalpo afetado e

correapondem a hastes de cabelos imaturas e sebo preenchendo

os óstios foliculares. (9,16) Alguns autores sugerem que eles

tambem possam estar associados a atividade e gravidade da

doença. (17) Em 2011, Ardigo M et al. estudaram pacientes com AA

atraves de microscopia confocal. Este estudo revelou uma redução

das estruturas foliculares anexiais ao nível da camada espinhosa e

lumens anexiais vazios preenchidos com material altamente

birrefringente os quais correspondem aos pontos amarelos vistos na

dermatoscopia. Nenhuma célula inflamatória foi vista. Um estudos

dermatopatológico identificou que os pontos amarelos

correspondem aos infundíbulos dilatados dos folículos anágenos e

telógenos. (19)

Embora muito sensíveis como marcadores diagnosticos, os pontos

amarelos também podem estar associados a outras doenças, por

isso não são considerados marcadores específicos para a Alopécia

Areata. (17) Inui et al. demonstraram que estes pontos e pêlos

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vellus curtos foram os marcadores mais sensíveis para o

diagnóstico de AA, enquanto os pontos pretos, os pontos em

exclamação e os cabelos quebrados foram os mais específicos.

(17)

Cabelos dobráveis (coudability hairs) aparecem como cabelos

normais que podem facilmente ser dobrados (efeito de cotovelo).

Estes cabelos têm comprimento normal com estreitamento da

porção proximal da haste. São usualmente vistos na periferia da

área afetada e também indicam atividade de doença, gerando um

teste de tração (pull-test) positivo na AA.

Como dito anteriormente, o achado característico da AA são as

superfícies arredondadas, bem-definidas com ausência de pêlos.

Em alguns pacientes esta doença pode manfestar-se como uma

perda difusa aguda e afinamento progressivo severo em poucos

meses – Alopécia Areata Incognita (AAI). Este tipo de Alopécia

Areata é mais comum em mulheres e pode muitas vezes imitar um

Eflúvio Telógeno (sem a presença dos fatores desencadeantes

desta última) tornado muito difícil a diferenciação clinica de outros

tipos de alopécia. Nestes casos a Tricoscopia tem um importante

papel, mostrando os minúsculos cabelos caracteristicos da AA. (20)

Rebora et al. identificaram que a AAI afeta principalmente aqueles

pacientes com uma alta proporção de cabelos telógenos no

escalpo. Existem varios pontos amarelos e cabelos curtos nascendo

que podem ser visualizados pela dermatoscopia. Achados

histopatológicos incluem altas percentagens de cabelos telógenos e

cabelos miniaturizados, com ou sem infiltrado linfocítico peribulbar.

(21) Em estados agudos e subagudos da AAI, a densidade folicular

esta preservada, enquanto em estados crônicos a densidade pode

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diminuir. (22).

Figura 1 – Alopecia Areata: Numerosos cabelos circulares e pontos amarelos. Hastes

capilares quebradas e pontos pretos tambem podem ser observados. A figura indica

fase aguda.

Figura 2 – Alopecia Areata Totalis: pontos amarelos.

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Figura 3 – Alopécia Areata: Dois pontos em exclamação e numerosos pontos pretos.

Figura 4 – Alopecia Areata: Notar a parte proximal da haste afinada (coudability). Este

sinal pode ser visto na periferia da lesoes. O couro cabeludo tambem mostra vasos

arboriformes e alguns pontos amarelos.

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B) Perda Capilar hormônio-mediada

1- Alopécia Androgenética (AAG)

Os achados dermatoscópicos da AAG são caracterizados por uma

variabilidade no diâmetro capilar maior que 20%, correspondendo à

transformação em pêlo vellus. Esta variabilidade é muito importante

e útil no diagnóstico dos estados iniciais de Alopécia Androgenética.

Pontos amarelos e sinais peri-pilares (halo acastanhado de

aproximadamente 1mm), os quais correspondem a pigmentação

peri-folicular, são outros achados dermatoscópicos, sendo

visualizados em estados mais avancados de AAG.(23,24) A

pigmentação em padrão de favo de mel é um sinal de exposição

solar crônica do couro cabeludo.

Num estudo recente, Rakowska et al. criaram novos criterios

dermatoscópicos para o diagnóstico de AAG, com alta

especificidade. Os critérios major foram: (1) mais que 4 pontos

amarelos/4 imagens (70x amplificação) na area frontal; (2) baixa

espessura capilar média na região frontal comparada com a região

occipital; (3) mais que 10% de cabelos finos (<0,03mm) na região

frontal. Os criterios minor são: (1) aumento da razão fronto-occipital

de unidades pilossebáceas com único pêlo; (2) pêlos vellus; (3)

discolorações perifoliculares. A presença de 2 critérios major ou 1

critério major e 2 minor faz o diagnóstico de AAG com 98% de

especificidade. (14)

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Figura 5 – Alopecia Androgenética: notar mais de 20% de variabilidade da haste

capilar com cabelos de diferentes comprimentos e espessura. O couro cabeludo

tambem apresenta vasos arboriformes podendo indicar a associaçãocom dermatite

seborreica.

C) Tricotilomania

A Trichotilomania é uma doença caracterizada pela remoção

compulsiva de cabelos que afeta predominantemente crianças do

género feminino. As crianças geralmente negam que puxam os

cabelos. (25) Os achados clínicos incluêm áreas de alopécia

assimétricas, particularmente na região frontal e na região do

vértex, cabelos fraturados de vários comprimentos e pêlos vellus

com teste de tração negativo. Estas hastes fraturadas são

sugestivas de tricotilomania. Áreas com sinais de arranhões e

hemorragia também podem ser encontradas. Às vezes, este

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distúrbio pode ser confundido com AA. Pode até ter achados

dermatoscópicos semelhantes aos dos pêlos vellus, cabelos

distróficos e pontos pretos e amarelos. (17) No entanto, a presença

de cabelos em ponto de exclamação é bastante específico para AA.

(9,17) Outras doenças compulsivas podem estar presentes

simultâneamente.

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO ESCALPO

1- Dermatite Seborreica

Psoríase e dermatite seborreica são doenças inflamatórias

relativamente comuns que se apresentam com áreas de eritema e

descamção bem definidas. Geralmente não há nenhuma dificuldade

em distinguir esses dois transtornos com base nos achados

clínicos. Às vezes, essas doenças apresentam apenas alterações

no couro cabeludo, sem outros sinais noutros lugares, sendo difícil

distinguir uma da outra. (26) Nestes casos, a dermatoscopia pode

ser útil em distinguir dermatite seborreica de psoríase do couro

cabeludo. Na dermatite seborreica os padrões dermatoscópicos

mais comuns são vasos aborizados e vasos vermelhos atípicos

com ausência de pontos vermelhos e glóbulos (1,26) Os vasos

arborizados atípicos e os vasos vermelhos observados indicam

marcadamente capilares dilatados em cristas epiteliais hiperplásicas

na histopatologia. (27,28) Na psoríase, pontos vermelhos e glóbulos

são descritos (mais comummente), como laços avermelhados e

vasos glomerulares. (28) Às vezes existe uma verdadeira

sobreposição entre as duas doenças, onde os laços avermelhados

interfoliculares difusos são vistos. (4,10,26)

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2- Psoríase

A dermatoscopia é muito útil para o diagnóstico de psoríase do

couro cabeludo. Laços torcidos interfoliculares avermelhados,

pontos vermelhos, glóbulos e vasos glomerulares podem ser vistos

e pensa-se que correspondam aos capilares tortuosos na derme

papilar. (26) No entanto não são vistos exclusivamente nesta

diença, porém o achado de inúmeros desses loops é bastante

sugestivo. A dermatoscopia é útil também no seguimento da

psoríase no escalpo, quando é visto um decréscimo no número dos

laços torcidos após o tratamento. (10)

Figura 6 – Psoríase: vasos espiralados e escamas esbranquiçadas.

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DOENÇAS INFECCIOSAS DO ESCALPO

1 - Tinea capitis

Os marcadores dermatoscópicos da tinea capitis são "cabelos em

vírgula" (ligeiramente curvados, fios de cabelo fraturados). Cabelos

em saca-rolhas, cabelos quebrados e distróficos também podem ser

vistos em pacientes com tinea capitis. (29,30,31,32) Estes

resultados podem ser encontrados em infecções por Microsporum e

Trichophyton. (31,32)

2 – Infestações - Pediculosis Capitis

A dermatoscopia pode ser útil no diagnóstico de pediculose capitis,

especialmente quando há dúvida diagnóstica. (33,34) Pode ser

diferenciada da piedra branca, pseudo-lêndeas (gel ou spray de

cabelo) e dos cilindros peripilares. (34) A dermatoscopia é também

útil no acompanhamento após o tratamento,onde se podem

visualizar as lêndeas vazias. (33)

ALOPÉCIA CICATRICIAL

Na avaliação dermatoscópica, a perda dos óstios foliculares é a

característica em comum das Alopécias Cicatriciais. No couro

cabeludo de pacientes de pele negra, a avaliação torna-se mais

difícil, já que tanto os óstios do acrossiríngio como os foliculares

aparecem como pontos brancos, podendo levar a confusão

diagnóstica com uma Alopécia Não Cicatricial. (1,10)

Lupus Eritematoso Discóide (LED)

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Além da perda dos óstios foliculares, os achados dermatoscópicos

no LED são: placas brancas, descamação variável, grandes pontos

amarelos, descoloração castanho-escura cicatricial, rede pigmentar,

pontos azul-acinzentados em um padrão salpicado, capilares

arboriformes, tampões queratósicos e pontos vermelhos. (35,36,37)

As placas brancas são também vistas no líquen plano pilar e

correspondem histologicamente a fibrose tecidual. Grandes pontos

amarelos com vasos arboriformes radiais emergindo dos pontos são

característicos do LED. (38) Tampões foliculares correlacionam-se

com a hiperqueratose e plugs de queratina no óstio folicular e

podem ser vistos tanto nas lesões recentes e ativas quanto nas

crônicas. (39) O padrão salpicado é semelhante ao salpicado

(peppering) observado nas lesões de melanoma. Rede pigmentada

com o padrão em favo de mel está presente nas áreas de alopécia

expostas ao sol, mas ausente nalgumas regiões atróficas. Os

pontos vermelhos são estruturas policíclicas, concêntricas,

distribuídas regularmente em volta dos óstios foliculares,

correspondendo histologicamente à presença de infundíbulo

dilatado rodeado por vasos dilatados com eritrócitos extravasados.

A presença de pontos vermelhos é sinal de doença ativa. (35,36)

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Figura 7 – Lupus Eritematoso Discóide: Note área branca de alopecia cicatricial, perda

dos óstios foliculares, tampões foliculares e eritema perifolicular (pontos vermelhos).

Líquen Plano Pilar (LPP)

As principais características dermatoscópicas no LPP são: escamas

perifoliculares, perda dos óstios foliculares e pontos brancos.

Pontos azul-acinzentados também podem ser vistos, mas num

padrão em alvo ao redor dos óstios foliculares, diferindo do

observado no LED. (10,35) Cabelos em tufos podem ser vistos com

dois a três cabelos emergindo do mesmo óstio, mas isto também

pode estar presente no lúpus discóide. Um pili torti irregular pode

ser notado dentro ou nas bordas das áreas cicatriciais. (40)

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Figura 8 – Líquen Plano Pilar: Vasos enovelados e escamas brancas. Dermatoscopia

sem fluido de interface permite visualização das escamas perfifoliculares e perda dos

óstios foliculares.

Alopécia Fibrosante Frontal

Os achados característicos nesta variante de LPP são eritema

perifolicular, descamação perifolicular discreta e predomínio dos

óstios foliculares com apenas um fio. Nas sobrancelhas, pontos

vermelhos ou cinzas regularmente distribuídos são vistos e alguma

perda dos óstios foliculares está presente apenas nos estados

avançados. (35,38,41,42)

Alopécia Cicatricial Centrífuga Central (ACCC)

Na ACCC, a dermatoscopia mostra redução na densidade capilar,

variabilidade na espessura dos fios, pequenos pontos brancos,

cabelos isolados ou em grupos de dois com halo perifolicular

branco-acinzentado, máculas pigmentadas tipo asterisco com

escassos cabelos terminais e tipo vellus. (10,39)

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Figura 9 – Alopecia cicatricial centrífuga central: Presença de numerosos pontos

brancos pequenos dificulta a diferenciação entre alopecia cicatricial e não cicatricial.

Halos branco-acinzentados em volta dos óstios foliculares, alguns com escamas

perifoliculares, outros com fios miniaturizados únicos ou múltiplos.

Foliculite Decalvante

O achado característico da foliculite descalvante na avaliação

dermatoscópica é a presença de um tufo com 6 ou mais fios

emergindo do mesmo óstio (cabelos de boneca), rodeado por

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escamas branco-amareladas, geralmente encontrado em estados

avançados. (10,39) Pústulas e eritema perfoliculares também

podem ser vistos nas áreas acometidas. (40) Escamas brancas

espessas estão presentes na região interfolicular e mais

proeminentes em volta dos folículos num arranjo concêntrico que

pode ser observado com dermatoscopia a seco. (10)

Vasos espiralados centrados nos folículos afetados são observados

na foliculite descalvante aguda, podendo ser vistos com solução de

interface. A distribuição difere do padrão difuso encontrado na

psoríase e na dermattite seborréica. (9)

Casos avançados podem exibir pontos brancos perifoliculares e um

padrão de pigmentação em favo de mel. (4)

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Figura 10 – Foliculite em tufos: Escamas espessas inter e perifoliculares, envolvendo

tufo em cabelo de boneca.

Alopécia de Tração

Em pacientes com alopécia de tração, a Tricoscopia mostra

redução da densidade capilar, perda das aberturas foliculares,

hastes fraturadas e cilindros capilares. Os cilindros capilares são

sinais de tração contínua e significam progressão da alopécia. (41)

São estruturas cilíndricas que envolvem a haste proximal, mas não

aderentes. (42) Não é fácil distinguí-los a olho nu, sendo útil a

dermatoscopia, evidenciando estruturas brancas a acastanhadas

que circundam a haste capilar proximal.

Alopécia Cicatricial Marginal

Esta entidade recentemente descrita pode ser difícil de diferenciar

das Alopécias Não Cicatriciais apenas com a avaliação clínica. A

Tricoscopia mostra sinais de Alopécia Cicatricial como baixa

densidade capilar e perda dos óstios foliculares. Também é

marcado pela ausência de sinais inflamatórios ou de tração. (43,44)

Celulite Dissecante

A Tricoscopia na Celulite Dissecante mostra óstios foliculares

amarelos vazios e pontos pretos, mas sem cabelos tipo ponto de

exclamação, diferindo da Alopécia Areata. (10)

Sarcoidose

A Alopécia Cicatricial é uma manifestação rara de sarcoidose.

Achados da Tricoscopia desta doença foram recentemente

descritos em relato de dois casos que mostraram telangiectasias

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proeminentes, pêlos distróficos e escamas perifoliculares. Os

cabelos distróficos podem estar associados à atividade de doença.

Pontos laranjas foram vistos num paciente e descoloração laranja

difusa noutro. Os pontos laranjas não correspondem aos óstios

foliculares e são maiores que os pontos amarelos na Alopécia

Areata. (45) Estes pontos laranjas foram previamente descritos

como sinal de Sarcoidose cutânea. (46)

DOENÇAS DA HASTE CAPILAR

Estas doenças referem-se a um grupo de entidades que causam

alterações estruturais da haste capilar. A maioria são doenças

congénitas incomunes, mas o clínico deve ter presente as

alterações capilares identificáveis que também podem ser

adquiridas (e.g. aquelas que estão em relação com técnicas

agressivas de penteado). O aumento da fragilidade capilar daí

resultande pode, nalgumas destas doenças, levar à rarefacção

capilar difusa.

O diagnóstico pode ser difícil do ponto de vista clínico, e dessa

forma exigir preparação para observação microscópica do cabelo.

(47) Para evitar o desconforto de colheitas de cabelo (por vezes

repetidas), a Tricoscopia foi promovida como um substituto prático e

não agressivo, que pode ser usado para examinar todo o cabelo de

uma criança colaborante. No entanto, embora o uso da Tricoscopia

para o diagnóstico das causas mais comuns de Alopécia esteja a

ganhar rápida aceitação, nas doenças da haste capilar esta técnica

ainda está a dar os seus primeiros passos. O dermatologista deve

ter a noção que a tricoscopia pode ter de ser realizada a uma

ampliação de 20-70 vezes (por vezes 160 vezes) para

Page 21: 165-Trichoscopy.pdf

correctamente identificar as por vezes discretas alterações

estruturais, que mimetizam aquelas que podem ser observadas por

microscopia óptica. (47)

Tricorrexis Nodosa (TN)

Esta é a mais comum das adoenças da haste capilar. (4) Pode ser

congenital (e.g. crianças com acidúria argninosuccínica) ou

adquirida (e.g. consequência de técnicas de penteado). Pode atingir

todo o couro cabeludo ou apenas focalmente, e o pêlo noutras

localizações. Os achados tricoscópicos possíveis são os seguintes:

1) “Duas escovas” – Em baixa ampliação apenas lacunas ou

nódulos brancos são observáveis ao longo das hastes. Numa

maior ampliação a marca da TN é observável como uma

quebra longitudinal da haste capilar, pulverizando-a em

múltiplas fibrilhas minúsculas, lembrando as extremidades de

duas escovas alinhadas uma para a outra. (48,49)

2) “Extremidades tipo escova” – Correspondem apenas aos

locais de fractura da haste capilar nas lacunas previamente

descritas, deixando a ponta capilar remanescente com esta

aparência. (4,48)

3) Fractura (49)

4) Outros sinais de dano capilar adquirido incluem a tricosquízia

e a tricoptilose.

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Figura 12 – Tricorrexis Nodosa: Típicas extremidades tipo escova.

Tricorrexis Invaginata – (Síndrome de Netherton)

A Síndrome de Netherton é uma doença autossómica dominante

que pode ser caracteriza por ictiose (ictiose eritrodérmica congénita,

ictiose linea circumflexa localizada), elevação da IgE com

manifestações de atopia e alterações capilares. (50) Os achados

tricoscópicos possíveis (no couro cabeludo ou supracílios) são os

seguintes:

1) Tricorrexis Invaginata – Esta alteração, também conhecida por

“Cabelo Bambú”, é patognomónica da Síndrome de

Netherston. Observa-se com a aparência de uma “bola-em-

taça” (“ball-and-socket”) do cabelo distal invaginando-se para

a porção proximal. (47,4,48,51)

2) Extremidades tipo “Pino de Golfe” – Espessamento nodular da

extremidade distal de hastes capilares quebradas, que se

observam como pontas em concha irregulares. (47,48)

Page 23: 165-Trichoscopy.pdf

Apenas poucos cabelos podem demonstrar as referidas alterações.

Estes observam-se mais facilmente nos supracílios, local que

favorece um método útil e não-invasivo como a Tricoscopia.

(47,48,51) Pili Torti, Tricorrexis Nodosa e Cabelo Helicoidal podem

também ser observados na Síndrome de Netherton Syndrome, mas

desconhecemos publicações que relatem a sua observação sob

Tricoscopia.

Moniletrix (cabelo em colar)

A palavra Moniletrixis deriva tanto do Latino monile (colar) e Grego

thrix (cabelo). É uma doença autossómica dominante de expressão

variável caracterizada por alteração capilar típica. Pode afectar

supracílios, pestanas, pêlo axillar e raramente as unhas (mais

frequentemenete com coiloníquia). (52,53) Os achados

tricoscópicos possíveis são os seguintes:

1) “O sinal do laço regularmente dobrado” – Aparência

moniliforme ou em feitio de rosário da haste capular com

nodos elípticos e constrições intermidentes em locais

regulares. A haste é regularmente dobrada em múltiplos locais

e exibe uma tendênia a curvar em diferentes direcções. Estes

achados são mais evidentes nas áreas occipitais e temporais.

(47,53,54)

2) Pápulas queratóticas foliculares – observáveis tanto

clínicamente como dermatoscópicamente. (53)

Síndrome do Cabelo Lanudo (SCL)

A SCL é uma doença congenital que pode ser herdada de forma

autossómica ou recessiva. Caracteriza-se por áreas difusas ou

isoladas (Nevo de Cabelo Lanudo) com cabelo mais ondulado,

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francamente distinto do restante couro cabeludo. (52) Os achados

tricoscópicos possíveis são os seguintes:

1) Aparência em “cobra rastejante”– Rakowska et al.

compararam o cabelo de dois doentes com SCL confirmado

por microscopia com doentes com cabelo ondulado normal.

Relatam a observação de hastes capilares que exibem curtos

ciclos de ondulações apertadas. (47)

2) Fractura. (47)

Pili Annulati (“cabelo anelado”)

Pili Annulati é uma doença autossómica dominante caracterizada

por agrupamentos de cavidades anromais cheias de ar no interior

da haste capilar dando ao cabelo uma aparência brilhante. A haste

capilar é mais facilmente danificada, no entanto não se relata com

frequência quebra ou outras complicações. (55) Os achados

tricoscópicos possíveis são os seguintes:

1) Bandas espessas, brancas e regulares – Correspondem às

cavidades cheias de ar mencionadas acima. Observam-se

como segmentos brancos com extremidades mal definidas e

são habituamente mais curtas que a restante haste de cor

normal. (47,48)

2) Finos segmentos intermitentes de medula podem ser vistos

habitualmente em cabelo normal, mais espesso, e facilmente

confundidos com pili annulati. Estes segmentos são inferiores

a 50% da espessura do cabelo. (47)

Pili Torti

Pili Torti é uma alteração rara da haste capilar que pode estar

associada a síndromes genéticas que cursam com anormalidades

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ectodérmicas (queratose pilar, distrofia ungueal, alterações

dentárias), hipoacúsia sensorioneural e outras alterações

neurológicas, como parte de síndromes genéticas mais complexas

(Síndrome de Menkes, de Bjornstad). (52) Pili Torti globais têm

também sido descritos após retinóides orais e formas localizadas

após traumatismo ou alopécia cicatricial. (47) Em Tricoscopia de

baixa ampliação, a haste capilar está irregularmente dobrada em

ângulos agudos de diferentes aberturas. Numa maior ampliação,

podem ser observadas as torceduras regulares de cabelo achatado

que caracterizam esta doença. (47,4)

Tricotiodistrofia

Esta doença autossómica recessive caracteriza-se por uma

deficiência do cabelo em enxofre. Os achados clínicos cariam entre

uma doença capilar isolada ou uma consteação de diferentes

características patológicas que incluem a fotosensibilidade, ictiose,

cabelo frágil e quebradiço, atraso neuro-intelectual, reduzida

feritilidade e baixa estatura. Os achados tricoscópicos são

inespecíficos e insuficientes para o diagnóstico mas incluem uma

estrutura não-homogénea da haste capilar que se assemelha à

presença grãos de areia no interior da haste e um contorno

ligeiramente ondulado. Num contexto clínico apropriado poderá

favorecer uma pesquisa diagnóstica complementar mais

aprofundada quando se suspeira de tricotiodistrofia. (47)

Síndrome do Cabelo Impenteável (Cabelo de Vidro Fiado, Pili

Trianguli et Canaliculi)

Anomalia rara da haste capilar que resulta num padrão capilar

desorganizado e indomável e que é impossível de alisar ao pentear.

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A maioria dos casos é herdada de forma autossómica dominante

com penetração completa ou incompleta. Os achados tricoscópicos

possíveis são os seguintes:

1) Mesmo em baixa ampliaçao (x10), a tricoscopia pode exibir

crescimento capilar multi-direccional, cabelo prateado e com o

sulco longitudinal característico ao longo das hastes capilares.

(56)

2) Um exame minucioso da haste capilar sob microscopia óptica

pode ajudar a visualizer este sulco longitudinal, mas a

microscopia electronica é o único exame capaz de observer

tanto esta característica como a secção (de corte) triangular

da haste capilar. (56)

Conclusão

Wallace e de Berker realizaram um estudo comparativo entre

microscopia óptica e dermatoscopia manual, constatando que o

exame tricoscópico é tão útil como a microscopia em todos os

casos acima mencionados, com excepção da Tricotiodistrofia. (3)

Deve-se salientar, todavia, que a tricoscopia manual foi realizada ex

vivo em amostras de cabelo, sendo que a observação tricoscópica

minuciosa do couro cabeludo não foi realizada em comparação com

a tricografia.

Partilhamos a opinião dos autores mencionados. Os “Cabelos em

Pino de Golfe” são também observáveis à videodermatoscopia e

acrescentamos que, para Dermatoscopia no geral, a técnica

provavelmente não dá qualquer informação nos casos de

Tricotiodistrofia, mas também nos casos de Síndrome dos Cabelos

Anagénicos Frouxos, Síndrome dos Cabelos Anagénicos Curtos e

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Pili Bifurcati (57). Pili Gemini ou Multigemini são potencialmente

visíveis a olho nu, no entanto são provavelmente mais facilmente

discerníveis com a Dermatoscopia. Em todas as doenças a

Dermatoscopia tem um valor imenso quer pela identificação de

doenças capilares concomitantes e também no diagnóstico

diferencial entre elas.

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