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1 LIVRO DE BOLSO DO APRENDIZ-MAÇOM José Robson Gouveia Freire, MI(*) S U M Á R I O PARTE I – MAÇONARIA (GENERALIDADES) Introdução ........................................................................................................04 ORIGENS ..........................................................................................................04 Maçonaria e Sociedade .....................................................................................07 O Papel do Maçom ............................................................................................08 Aprendizado Maçônico ......................................................................................09 Organização da Maçonaria ...............................................................................10 Regularidade em Maçonaria.............................................................................11 Princípios gerais da Maçonaria .........................................................................12 Religião .............................................................................................................16 O sigilo maçônico ..............................................................................................17 Silencio do Aprendiz .........................................................................................21 Salmo 133 ........................................................................................................21 Dia do Maçom ..................................................................................................25 A Maçonaria e a Independência do Brasil .......................................................26 O Aprendiz e sua Iniciação..............................................................................28 A Condição para Ingressar na Maçonaria .......................................................30 Ser Livre ..........................................................................................................32 Ser de Bons Costumes ...................................................................................36 1. INICIAÇÃO ..................................................................................................40 2. CÂMARA DE REFLEX ÕES.........................................................................44 A Lâmpada ......................................................................................................50 O Pão, a Bilha e a Água ..................................................................................50 VITRIOL ...........................................................................................................51 Sal e o Enxofre .................................................................................................51 Mercúrio Vital ....................................................................................................52 O Galo ...............................................................................................................52 Ampulheta .........................................................................................................52 Os Emblemas Fúnebres ...................................................................................52 Advertências .....................................................................................................53 Testamento .......................................................................................................53 Ir:. Nilson Alves Garcia www.higintel.com.br/nilson

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  • 1LIVRO DE BOLSO DO APRENDIZ-MAOM

    Jos Robson Gouveia Freire, MI(*)

    S U M R I O

    PARTE I MAONARIA (GENERALIDADES)

    Introduo ........................................................................................................04ORIGENS..........................................................................................................04Maonaria e Sociedade.....................................................................................07O Papel do Maom............................................................................................08Aprendizado Manico......................................................................................09Organizao da Maonaria...............................................................................10Regularidade em Maonaria.............................................................................11Princpios gerais da Maonaria.........................................................................12Religio.............................................................................................................16O sigilo manico..............................................................................................17Silencio do Aprendiz.........................................................................................21Salmo 133........................................................................................................21Dia do Maom..................................................................................................25A Maonaria e a Independncia do Brasil.......................................................26O Aprendiz e sua Iniciao..............................................................................28A Condio para Ingressar na Maonaria.......................................................30Ser Livre..........................................................................................................32Ser de Bons Costumes...................................................................................36 1. INICIAO..................................................................................................40

    2. CMARA DE REFLEXES.........................................................................44 A Lmpada......................................................................................................50O Po, a Bilha e a gua ..................................................................................50 VITRIOL...........................................................................................................51Sal e o Enxofre.................................................................................................51Mercrio Vital....................................................................................................52O Galo...............................................................................................................52Ampulheta.........................................................................................................52Os Emblemas Fnebres...................................................................................52Advertncias.....................................................................................................53Testamento.......................................................................................................53

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  • 2 3. VIAGENS PELOS NVEIS SUPERIORES DO AR, DA GUA E DO FOGO................... 54A primeira viagem..............................................................................................55A segunda viagem.............................................................................................56A terceira viagem...............................................................................................57No incio era o verbo..........................................................................................61Levantar templos virtude.................................................................................63

    PARTE II - MAONARIA CONCEITOS

    Questionrio de 600 perguntas ...................................................................67/143

    PARTE III - HISTRIA DA MAONARIA

    APRESENTAO . . . . . . . . . ...........................................................................144

    PRIMEIRA PARTE: DAS ORIGENS AT 1717.................................................144

    Consideraes Preliminares ...............................................................................144A Doutrina Interior ...............................................................................................145Os Mistrios ........................................................................................................146A Unidade da Doutrina ........................................................................................147A Hierarquia Oculta .............................................................................................148As Comunidades Msticas ...................................................................................149As Escolas Filosficas ........................................................................................150A Escola Gnstica ...............................................................................................151A Cabala Hebraica .............................................................................................151Alquimia e Hermetismo ......................................................................................152Templrios e Rosacruzes ...................................................................................153Esprito, Alma e Corpo ........................................................................................154A Ars Structoria ...................................................................................................154Maonaria Operativa e Maonaria Especulativa .................................................155As Corporaes Construtoras .............................................................................156A Religio dos Construtores ...............................................................................157O Grande Arquiteto do Universo .........................................................................158As Primeiras Corporaes ..................................................................................159Os Construtores Fencios ...................................................................................160Construtores Gregos e Romanos .......................................................................160As Corporaes Medievais .................................................................................161Os Maons Aceitos..............................................................................................162A Loja de So Joo..............................................................................................163

    SEGUNDA PARTE: DE 1717 AT O FINAL DO SCULO XIX

    O Desenvolvimento Histrico da Maonaria Moderna ........................................164A Grande Loja de Londres ..................................................................................164Primeiros Dirigentes ............................................................................................166A Constituio de Anderson ................................................................................167

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  • 3Deveres Manicos .............................................................................................167A Essncia da Maonaria Moderna ....................................................................168Multiplicao das Lojas .......................................................................................169O Desenvolvimento na Inglaterra ........................................................................169A Maonaria na Frana .......................................................................................171Primeiro Antema . .............................................................................................171O Exrdio na Itlia ..............................................................................................173Na Pennsula Ibrica (Portugal e Espanha) ........................................................174Na Alemanha e ustria........................................................................................175Nos Demais Pases da Europa ...........................................................................176Na Amrica ..........................................................................................................177A Maonaria na Primeira Metade do Sculo XIX.................................................178Novas Perseguies ...........................................................................................179Os Carbonrios....................................................................................................180Extenso da Maonaria no Novo Continente ......................................................181A Segunda Metade do Sculo XIX ......................................................................181

    TERCEIRA PARTE: SCULO XX E PRIMEIRA DCADA DO SCULO XXI

    O Poder da Maonaria Anglo-Saxnica ..............................................................183A Maonaria Europia .........................................................................................184sia, frica e Oceania..........................................................................................186Na Amrica Latina ...............................................................................................187O .Domnio Mundial. da Maonaria......................................................................188

    QUARTA PARTE: A MAONARIA NO BRASIL

    Contexto Histrico e Poltico de sua Introduo no Brasil ..................................189Perodo Colonial (1768 a 1822)...........................................................................189Perodo Monrquico (1822 a 1889).....................................................................191Perodo Republicano (1889 em diante) ..............................................................192

    QUINTA PARTE: CONCLUSO .........................................................................197

    BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................198

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  • 4Introduo

    O presente trabalho, fruto de laboriosas pesquisas da nossa Arte, brotou da necessidade sentida de buscar respostas s naturais dvidas de todo aquele que se inicia no Mistrio Manico. Resolvi fazer um guia pratico para consultas.

    Este porm talvez no satisfar to cabalmente, devido vastido e complexidade do assunto, e tambm no tenho nenhuma pretenso de apresentar nenhuma originalidade.

    A maior dificuldade em vencer foi a de encontrar, selecionar e compilar todas matrias que se acham na ampla bibliografia manica.

    Este se divide em trs partes: Historia da Maonaria do Brasil, Instrues do Grau de Aprendiz com perguntas e respostas e Iniciao.

    A Maonaria possui um SEGREDO. Todo aquele que procura admisso em seus mistrios para desvend-lo jamais lograr xito. Somente aquele que contaminar-se pela beleza da Arte Manica, permitindo que a Maonaria penetre no fundo do seu Ser, poder, um dia, cruzar o vu de Isis e triunfar no xtase do descobrimento do Segredo que no se encontra em parte alguma mas no Todo Unificado.

    ORIGENS

    Se pesquisarmos e estudarmos isentos de paixes e nimos, chegaremos a decepcionante concluso de que existe muita insegurana e uma grande confuso entre os que pretendem explicar as origens da Maonaria, vejamos ento as vrias teorias defendidas ou difundidas:

    1. Deus iniciou Ado na Maonaria 2. Desde que o homem formou a primeira sociedade com a finalidade de

    lutar contra a opresso e pela liberdade.

    3. Civilizao Persa, com mais de cem mil anos de existncia, se considerarmos que estes j tinham as suas sociedades secretas, encerrando no meio destas a guarda dos conhecimentos msticos e cientficos.

    4. Em 529 com a fundao da Ordem dos Beneditinos, j que estes receberam de seu fundador a iniciao e seus fundamentos.

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  • 55. Sculo X, com a Confraria de York, precisamente em 926, sendo esta a primeira associao que a historia registra onde aparece a denominao Franco-maom, bem como a sua ordem hierrquica de; Aprendiz, Companheiro e Mestre.

    6. No sculo XI, com a fundao dos obreiro construtores de ogivas na Alemanha.

    7. No sculo XIII, quando os leigos j conhecedores dos segredos da construo bem como da forma de associao e aprendizado, se tornam independentes da Ordem dos Beneditinos.

    8. Em 1498, quando o Imperador Maximiliano I resolve legalizar as associaes de construtores.

    9. No sculo XV com a Constituio de York, codificao das organizaes de construtores, j decadentes e portanto pela necessidade de instrui-las e moraliza-las.

    10.Em 1717, quando o naturalista Joo Theophilo Degulier e o ministro protestante Jaques Anderson reuniram os membros das Lojas existentes para uma reunio no Albergue da Macieira, em Londres, na Inglaterra, com a finalidade de congrega-las, com o entendimento entre estas, desaparece a figura das antigas sociedades, e entra em cena a Franco Maonaria.

    11.Em 1723, com a Constituio dos Maons Livres e Aceitos (Constituio de Anderson).

    Todas as pesquisas criteriosas, referentes s origens da Maonaria, convergem Idade Mdia. Portanto as alegaes dos que defendem pocas remotas em torno do nascedouro manico no passam de suposies fictcias, hipteses fabulosas, obviamente contrrias s provas documentais, aos indcios confiveis ao proverbial bom-senso dos autnticos estudiosos e, enfim, contrrias seriedade caracterizadora da Histria Universal.

    A Maonaria da maneira que conhecemos hoje, que tambm conhecida como Franco-maonaria (nome que tem origem nos mestres de obras das catedrais medievais, conhecidos na Inglaterra como Freestone mason), , antes de tudo, uma associao voluntria de homens livres, cuja origem se perde na Idade Mdia, se considerarmos as suas origens Operativas ou de Ofcio. Modernamente, fundada em 24 de junho de 1717, com o advento da Grande Loja de Londres, agrupa mais de onze milhes de membros em todo o mundo. o mais belo sistema de conduta moral, que pretende fazer com que o Iniciado seja capaz de vencer suas paixes, dominar seus vcios, as ambies, o dio, os desejos de vingana, e tudo que oprime a alma do homem, tornando-se exemplo de fraternidade, de igualdade, de liberdade absoluta de pensamento e de tolerncia.

    Em funo disso, os objetivos perseguidos pela Maonaria so: ajudar os homens a reforarem o seu carter, melhorar sua bagagem moral e espiritual e aumentar seus horizontes culturais.

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  • 6 uma sociedade fraternal, que admite a todo homem livre e de bons costumes, sem distino de raa religio, iderio poltico ou posio social. Suas nicas exigncias so que o candidato possua um esprito filantrpico e o firme propsito de tratar sempre de ir em busca da perfeio.

    Simbolicamente, o Maom v-se a si mesmo como uma pedra bruta que tem de ser trabalhada, com instrumentos alegricos adequados, para convert-la em um cubo perfeito, capaz de se encaixar na estrutura do Templo do Grande Arquiteto do Universo.

    Ela se fundamenta na crena em um Ser Superior ou Deus, ao qual denominamos Grande Arquiteto do Universo, que o princpio e causa de todas as coisas. Parece rgida em seus princpios, mas absolutamente tolerante com todas as pessoas, ensinado aos iniciados que mister respeitar a opinio de todos, ainda que difiram de suas prprias, desafiando a todos mais sincera Tolerncia. A Ordem no visa em hiptese alguma lucro ou benefcio, pessoal ou coletivo.

    Uma pessoa para se iniciar na Maonaria, tem que ser apresentado e avalizado por maom, ser livre, de boa reputao junto a sociedade, exigindo dele, unicamente que possua esprito filantrpico, o firme propsito de estar sempre em busca da perfeio e que acredite em Deus.

    A Maonaria rgida em seus princpios, mas tolerante com as pessoas, ensinando-as a respeitar as diversas opinies por mais antagnicas que sejam, incitando a prtica sincera da tolerncia.

    Seu objetivo e ajudar ao homem a reforar seu carter, melhorar a sua viso moral e espiritual, procurando assim aumentar o seu horizonte mental.

    Aos maons, exigido atravs dos seus Landmarks que proclamem os seguintes princpios:

    1. Amem a Deus, a sua ptria e a humanidade.

    2. Pratiquem a beneficncia se modo discreto, e sem humilhar.

    3. Pratiquem a solidariedade manica nas causas justas, fortalecendo assim os laos manicos de fraternidade.

    4. Defendam os direitos e garantias individuais do homem.

    5. Considerem o trabalho digno e lcito como dever do homem.

    6. Exijam de seus membros boa reputao moral, cvica, social e familiar, pugnando pelo aperfeioamento dos costumes.

    7. Sejam tolerantes para com toda forma de manifestao de conscincia, de religio ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a verdade, a moral, a paz e o bem social.

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  • 78. Lutem pelo princpio da equidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, obras e mritos.

    9. Combatam o fanatismo, as paixes, o obscurantismo e os vcios

    10. Simbolicamente, o maom se v como uma pedra bruta, que trabalhando com suas ferramentas alegricas e adequadas, procura converter-se em um cubo perfeito e polido, para assim poder encaixar-se justo e perfeito na estrutura do Templo do Grande Arquiteto do Universo.

    H trs graus em Maonaria. Outros corpos conferem graus adicionais, at o 33 no Rito Escocs, mas nas lojas normais ou simblicas, tem-se os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

    A maioria das lojas tem reunies regulares e semanais e congregam-se em Potncias Manicas, chamadas Grandes Orientes ou Grandes Lojas.

    Muitas lendas envolvem a Maonaria, mas muito poucos sabem o que ela representa na realidade, temos aqui algumas definies:

    Nas palavras de Wilmshurst: Maonaria um sistema sacramental que, como todo sacramento, tem um aspecto externo visvel, consistente em seu cerimonial, doutrinas e smbolos, e outro aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as cerimnias, doutrinas e smbolos, e acessvel s ao maom que haja aprendido a usar sua imaginao espiritual e seja capaz de apreciar a realidade velada pelo smbolo externo.

    Nas palavras de Lincoln: A mais sublime de todas as Instituies a Maonaria, porque prega e luta pela fraternidade, que cultiva com devotamento; porque pratica a tolerncia; porque deseja a humanidade inteirada em uma s famlia, cujos seres estejam unidos pelo amor, dominados pelo desejo de contribuir para o bem do prximo. uma honra, para mim, ser maom.

    Nas palavras de Newton: "A Maonaria no uma obra de poca; pertence a todas as pocas e, sem aderir a nenhuma religio, encontra grandes Verdades em todas elas. A Maonaria ostenta a Verdade comum s religies superiores que formam a Abbora de todos os credos. No se apoia seno em dois sustentculos extremamente simples: o amor a Deus e o amor ao Homem, que leva a si a Divindade e caminha para Ela."

    Maonaria e Sociedade

    A Maonaria exige de seus membros, respeito s leis do pas em que cada Maom vive e trabalha. Os princpios Manicos no podem entrar em conflito com os deveres que como cidados tm os Maons. Na realidade estes princpios tendem a reforar o cumprimento de suas responsabilidades pblicas e privadas.

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  • 8A Ordem induz seus membros a uma profunda e sincera reforma de si mesmos, ao contrrio de ideologias que pretendem transformar a sociedade, com uma sincera esperana de que, o progresso individual contribuir, necessariamente, para a posterior melhora e progresso da Humanidade. E por isso que os Maons jamais participaro de conspiraes contra o poder legtimo, escolhido pelos povos. Para um Maom as suas obrigaes como cidado e pai de uma famlia, devem, necessariamente, prevalecer sobre qualquer outra obrigao, e, portanto, no dar nenhuma proteo a quem agir desonestamente ou contra os princpios morais e legais da sociedade.

    Em suas Lojas so expressamente proibidos o proselitismo religioso e poltico, garantindo assim a mais absoluta liberdade de conscincia, o que lhe permite permanecer progressista, sobrevivendo s mais diversas doutrinas e sistemas do mundo.

    Curioso perceber que sempre onde faltou a Liberdade, onde grassou a ignorncia, foi a que a Maonaria foi mais contundentemente perseguida, tendo sido inclusive associada aos judeus durante o perodo de intenso anti-semitismo da Europa Ocidental, nos primeiro e segundo quartos deste sculo.

    O Papel do Maom

    A maonaria mudou muito desde sua criao at os dias de hoje. Juntamente com ela mudaram os seus membros, os maons. Todos os tipos de maonaria j existentes exigiram um determinado comportamento de participantes, de acordo com o momento, com o local, com a sociedade. No entanto, em todas elas foi exigido que seus maons adquirissem conhecimentos, e atravs da discusso desses conhecimentos chegassem sabedoria, pois para uma sociedade que tenciona a liberdade, a igualdade e a fraternidade em todo o mundo sabe que s com sabedoria se consegue alcanar esses objetivos.

    O conhecimento a aquisio de informaes e estas se consegue atravs de leituras, conversas, observaes, filmes, etc. Mas o conhecimento sem a sabedoria leva a atos que podem ser usados para o bem e tambm para o mau. Temos como exemplos os homens que fazem muitos cursos de vrios graus, formam-se em diversas profisses e no mudam seu comportamento perante o mundo, a sociedade ou mesmo em relao a sua famlia. Vemos os governos formados por esses homens que pouco se preocupam com a sociedade, atingem um grau de corrupo altssimo e tentam perpetuar essa situao atravs da prpria famlia e de correligionrios.

    A sabedoria aplicao dos conhecimentos adquiridos para o bem da humanidade, de forma a levar todos os homens a alcanarem tambm a

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  • 9sabedoria, e com ela todos cresam em todos os nveis. A sabedoria prega a igualdade, que provoca a fraternidade e as duas levam liberdade.

    A maonaria precisa promover, dentro de seus quadros, a discusso de informaes de todos os tipos, de todas as pocas e trazer isso a reflexo de seus membros e cobrar de todos eles uma reflexo sria. O quadro manico deve dar bons exemplos de comportamento sociedade e com isso transformar essa sociedade, comeando pela prpria famlia do maom.

    A maonaria, de tempos imemoriais, precisa continuar sendo A Maonaria, Ordem Universal formada de homens de todas as raas, credos e nacionalidades, acolhidos por iniciao e congregados em Lojas, nas quais, por mtodos ou meios racionais, auxiliados por smbolos e alegorias, estudam e trabalham para a construo da SOCIEDADE HUMANA, fundada no AMOR FRATERNAL, na esperana de que o AMOR ao GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, PATRIA, FAMLIA e ao PRXIMO, com Tolerncia, Virtude e Sabedoria, com a constante e livre investigao da Verdade, com o progresso do Conhecimento Humano, das Cincias e das Artes, sob a trade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos princpios da Razo e da Justia, propugna para que o mundo alcance FELICIDADE GERAL e a PAZ UNIVERSAL.

    O papel do maom de hoje continua sendo de grande importncia, mas agora est no mbito das idias, do comportamento, do crescimento como pessoa. A luta agora por valores intelectuais, no mais de uma classe, mas de toda a humanidade.

    Aprendizado Manico

    A transmisso dos preceitos Manicos se faz atravs de cerimnias ritualsticas, ricas em alegorias, que seguem antigas e aceitas formas, usos e costumes, que remontam s guildas dos construtores de Catedrais da Idade Mdia, usando inclusive as mesmas ferramentas do Ofcio de pedreiro. Este aprendizado passa pela necessidade de todo iniciado controlar as suas paixes, de submeter a sua vontade s Leis e princpios morais, amar a sua famlia e sua Nao, considerando o trabalho como um dever essencial do Ser Humano. O sistema de aprendizado est assente sobre a busca, por parte de cada Irmo, no seu trabalho dentro da Ordem, e respectivo ao seu Grau, de um aperfeioamento interior, em busca da perfeio, para fazer-se um Homem bom, Um Homem melhor.

    A Maonaria estimula a prtica de princpios nobres, tais como: Gentileza, Honestidade, Decncia, Amabilidade, Honradez, Compreenso, Afeto

    Para os membros da Ordem todos os Homens, fazem parte da Grande Fraternidade Humana, portanto, todos so Irmos, independentemente de

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    Credo, Poltica, Cor, Raa ou qualquer outro parmetro que possa servir para dividir os homens.

    Os Trs Grandes Princpios sobre os quais est fundamentada a busca do progresso e da auto-realizao do Maom so:

    O Amor Fraterno: O verdadeiro Maons mostrar sempre a mais profunda tolerncia e respeito pela opinio dos demais, portando-se sempre com compreenso.

    Ajuda e Consolo: No s entre os Maons, mas com toda a Comunidade Humana.

    Verdade: o princpio norteador da vida do Maom, mesmo porque faz-se necessria toda uma vida para chegar-se prximo de ser um bom Maom.

    Organizao da Maonaria

    Desde a fundao da Grande Loja de Londres, em 24 de junho de 1717, as Loja Manicas tm-se organizado em Obedincias, sejam elas Grandes Lojas ou Grandes Orientes.

    Os Maons esto reunidos em Lojas, que se renem regularmente uma vez por semana, geralmente. A verdadeira e antiga Maonaria, divide-se em trs Graus Simblicos que compem as Lojas Azuis: Aprendiz, Companheiro, Mestre.

    Em regra as Grandes Lojas recebem reconhecimento da Grande Loja Unida da Inglaterra, que se arroga o direito de guardi da ortodoxia manica, de evidente cunho testa, enquanto que os Grandes Orientes, so reconhecidos pelo Grande Oriente da Frana, fiel ainda constituio de Anderson de 1723, com evidente influncia iluminista, e caracterizado por uma profunda tolerncia.

    Porm esta regra no universal, at porque no existe uma autoridade internacional que confira regularidade Manica. Portanto, temos em cada pas uma Potncia ou Obedincia Manica, ou ainda, como acontece no Brasil, um Grande Oriente do Brasil, soberano, e as Grandes Lojas estaduais e Grandes Oriente independentes estaduais, tambm soberanos e que no prestam obedincia ao GOB. por isso que em nosso pas temos mais de cinqenta obedincias regulares.

    Ora, cada Obedincia goza de absoluta soberania e independncia em sua base territorial, sem que isso implique num completo desregramento. Exemplo disso a Confederao Manica Brasileira, que rene num foro nico os Grandes Orientes estaduais, para que se promovam estudos sobre temas importantes de liturgia e ritualstica, que exigem uma determinada

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    unidade. A COMAB apenas sugere a aceitao destas determinaes, o que geralmente bem vindo.

    O Grande Oriente de Santa Catarina, Obedincia Manica independente, governado por um Gro-Mestre, eleito entre os Mestres Maons, assessorado por um Grande Conselho. Existem tambm uma Cmara Legislativa e um Poder Judicirio. O GOSC tem uma Constituio e um Regulamento que regem o ordenamento jurdico da Potncia.

    As unidades administrativas do Grande Oriente constituem-se das Lojas, onde esto congregados os Maons, sob a liderana de um Venervel Mestre, eleito para um mandato de um ano.

    Regularidade em Maonaria

    A regularidade Manica refere-se a um conjunto de deveres a que esto sujeitos os Maons, suas Lojas e sua Obedincia, os quais podemos resumir em trs aspectos principais:

    Legitimidade de Origem: Um Grande Oriente ou Grande Loja necessita, para ser regular do reconhecimento e da transmisso da Tradio, por outro Grande Oriente ou Grande Loja previamente regular junto s outras Potncias, tendo assim uma Regularidade de Origem.

    Respeito s antigas regras: A principal regra a ser seguida a Constituio de Anderson, de 1723, formulada por Anderson, Payne e Desaguilliers, para a recm-fundada Grande Loja de Londres. Podemos, no entanto, levantar cinco pontos fundamentais para Regras que devem ser respeitadas:

    1. Absoluto respeito aos antigos deveres, que esto reunidos em forma de Landmarks;

    2. S possvel aceitar homens livres, respeitveis e de bons costumes que se comprometam a por em prtica um ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade;

    3. Ter sempre como objetivo o aperfeioamento do Homem, e como conseqncia, de toda a Humanidade;

    4. A Maonaria exige de todos os seus membros a prtica escrupulosa dos Rituais, como modo acesso ao Conhecimento, atravs de prticas iniciticas que lhe so prprias;

    5. A Maonaria impe a todos os seus membros o mais absoluto respeito s opinies e crenas de cada um, proibindo categoricamente toda discusso, proselitismo ou controvrsia poltica ou religiosa em suas Lojas.

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    Reconhecimento: Alm das condies anteriores, para que uma Obedincia seja regular, ela deve ser reconhecida por outras, geralmente aps um tempo de observao. No entanto, o reconhecimento no incondicional, pois caso o Grande Oriente ou Grande Loja desvie-se destes preceitos, ele deixa de ser regular, perdendo reconhecimento.

    Nunca houve nem nunca haver um Homem que tenha um conhecimento certo dos deuses e de tudo aquilo de que eu falo. Se, mesmo por acaso, lhe acontecesse dizer toda a verdade, nem disso se daria conta. Todos se apiam na aparncia.

    PRINCPIOS GERAIS DA MAONARIA

    As Constituies das Potncias Manicas Modernas, geralmente, contm princpios gerais a serem seguidos pelos Maons.

    I A Maonaria uma Instituio essencialmente inicitica, filosfica, educativa, filantrpica e progressista. Proclama a prevalncia do esprito a matria. Pugna pelo aperfeioamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexvel do dever, da pratica desinteressada da beneficncia e da investigao constante da verdade. Seus fins supremos so: a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.

    A palavra INICIAO vem do latim INITIARE, de incio ou ainda IN, para dentro. Comear de novo morrendo para o mundo profano, sectrio e fantico que possibilitar a realizao da gnose transcendental.

    A Iniciao como drama, oferece a oportunidade de adentrarmos o inconsciente adormecido onde o Iniciador depositar o segredo manico de tal forma que, somente individual e misticamente, ser compreendido, no se revelando por inteno, mas por ideal de operar a arte na construo dos smbolos, que refletir a sinceridade, o fervor e a persistncia no estudo e na prtica.

    Nossa doutrina interior, oculta e esotrica. Manifesta-se pela via inicitica, induzindo o buscador a um estado reflexivo somente alcanado quando ingressa no estado particular de conscincia conhecido pelos antigos como VITRIOL.

    Temos a real oportunidade do conhecimento primeiro que nos torna verdadeiramente irmos pelo saber. Nosso pai o Grande Arquiteto do Universo e nossa Me a Loja que nos fez ver a Luz do Esprito quando gerou no tero o futuro construtor, livre do fanatismo, companheiro inseparvel

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    da ignorncia. Sendo filosfica, prope o conhecimento de si mesmo e do ambiente dialtico das realidades platnicas e afins. Educativa porque reproduz os Mistrios dos antigos nos Templos onde a palavra ensinada. Filantrpica, no essencialmente em si mesma, mas na realizao de seus pares e, finalmente, progressista porque transforma a pedra bruta no ouro fino do saber elevado; e exaltado na morte do Mestre.

    Proclama a prevalncia do esprito sobre a matria quando nos ensina a percorrer a senda da materialidade prpria do aprendiz que deve buscar a linguagem e princpios da trindade sobreposta ao quadrado. Logo, compreender que sempre estar abaixo do grau colado pois, ao receb-lo, ainda no o existenciou.

    O aperfeioamento moral conduz-nos Iluminao. Uma Loja verdadeiramente iluminada e aquela onde brilha um conjunto de pequenas luzes que, refletindo na contraparte Macrocsmica o Ideal Manico, distribuir em forma de cascata nossas intenes e virtudes para um mundo enegrecido por nossa arrogncia e intolerncia. Este o esoterismo da beneficncia desinteressada da investigao constante da verdade manica.

    Um pretendente ao ingresso na Maonaria deve ser livre e de bons costumes e acreditar num Criador, normalmente chamado de Grande Arquiteto do Universo.

    Livre aquele no comprometido com a vulgaridade, o excesso de arbtrio em conflito com o interesse alheio. Bons costumes o super ego acorde os parmetros da sociedade em que se vive. O conceito de um Grande Arquiteto, o Princpio Inteligente, a Atualidade por trs de nossas realidades, a grande sntese inicitica que nos iguala na experincia ntima, pessoal e irrevelvel. Brotando do instinto mais primitivo como essncia sem forma, com algo a ser alcanado, o Grande Arquiteto do Universo , ns desejamos ser. Como homens iluminados, admitidos pela porta de So Joo, guiados pelos Senhores da Sabedoria que constituem a Grande Ordem Manica, deixaremos de maneira justa e perfeita a Babel Profana e compreenderemos a verdadeira Fraternidade, nossa origem comum desde a noite dos tempos, compreendendo que o nosso futuro o agora, nossa primeira e grande passagem pela porta mstica do norte, estreita para o nosso corpo, pequena para a nossa altura, mas infinitamente grande no seu interior, que nos faz humildes buscadores na primeira prova da terra, quando comearemos a compreender a trilogia sintetizadora dos objetivos construtores do Homem novo numa humanidade renovada.

    Desta forma, devemos admirar a divisa LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.

    II Condena a explorao do Homem, dos privilgios e as regalias indevidas, enaltece o mrito da inteligncia e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestao de servio Ordem, Ptria e Humanidade.

    Se o nosso Templo representa o Universo, o homem manifesta a vida que d movimento ao universo representado na direo da uniformidade social,

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    onde o mais forte no aquele que mata, mas aquele com maior capacidade de servir. Os privilgios e regalias no so compatveis com uma sociedade que no exige do candidato sangue real, raa eleita ou determinado credo. Somente um corao puro, mente e corpo limpos, um desejo profundo de conhecimento, maior do que a prpria vida que o direcionar virtualmente para a dignidade de ser reconhecido como Pai e Concidado de sua Ptria.

    Concludo este apostolado, o Iniciado compreender o servio maior que dever prestar HUMANIDADE.

    III Afirma que o sectarismo poltico, religioso ou racial incompatvel com a universalidade do esprito manico. Combate a ignorncia, a superstio e a tirania.

    Quando a Maonaria adotou o lema LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE, pretendeu uma emancipao das classes sociais, de forma justa e perfeita, independente do credo religioso, social ou raa. Abjurando o dogmatismo, tendo ainda na memria os horrores da Inquisio, nossa Arte extirpa de suas colunas o adorador do bezerro de ouro, o autocrtico e, muito principalmente o ignorante que no sabe levantar templos virtude nem cavar masmorras aos vcios.

    IV Proclama que os Homens so livres e iguais em direitos e que a tolerncia constitui o princpio cardeal nas relaes humanas para que sejam respeitadas as convices e a dignidade de cada um.

    Mais uma vez o legislador enfatiza o princpio da liberdade responsvel. Livres em seus direitos e no anrquicos em suas vontades. Ensina-nos este princpio que para termos nosso direito respeitado deveremos usar de toda tolerncia para com o direito do nosso semelhante, cujas convices devem dignific-lo e no desconsider-lo.

    V Defende a plena liberdade de expresso do pensamento como direito fundamental do ser humano, admitida a correlata responsabilidade.

    A Maonaria propugna o Estado de Direito onde todos tenham o inalienvel direito de livre expresso sendo igualmente responsvel, perante a Lei, por suas palavras e condutas.

    VI Declara que o trabalho um direito inalienvel e um dever social do Homem, dignificante e nobre em qualquer de suas formas e finalidades.

    Nossa Arte propugna o direito ao trabalho. Estimula os IIr.. na direo constante do progresso laborativo para ele e para os seus semelhantes, criando sempre que possvel, oportunidade para aqueles que no desejam permanecer no cio. Nivela o homem pelo trabalho e no pela titularidade.

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    VII Considera irmos todos os maons, quaisquer que sejam suas raas, nacionalidades e crenas.

    O Maom se irmana pelo conhecimento, pela solidariedade e por sua origem simblica que se perde na noite dos tempos. Se o Templo o arqutipo da solidariedade humana, o Homem deve se considerar o arqutipo da fraternidade universal.

    VIII Sustenta que so deveres essenciais do Maom: amar a famlia, servir com fidelidade e devotamento Ptria e obedecer Lei.

    Sbia em sua proposio, a Maonaria estimula a alquimia do amor na sua prpria fonte: A FAMLIA.

    Partindo do conceito do reto proceder em sua prpria casa, o Maom ter a oportunidade de dignificar sua cidadania no servio desinteressado ao seu Pas, defendendo intransigentemente sua Carta Magna.

    A Maonaria, como um Estado dentro do Estado, estabelece em todos os quadrantes os direitos das minorias, o livre expressar, tudo de acordo com Lei votada por homens livres e de bons costumes.

    IX Determina que os Maons estendam e liberalizem os laos fraternais que os unem entre si a todos os Homens esparsos pela superfcie da Terra.

    Aqui nos deparamos com o ideal da FRATERNIDADE UNIVERSAL. Nossa Arte no elitiza suas fileiras mas, abrindo suas portas ao buscador de boa vontade, pretende transformar a sociedade internacional pelo conhecimento da via inicitica, depositando num futuro qualquer a filosofia Manica no corao dos herdeiros da LUZ.

    X Recomenda a divulgao de sua doutrina pelo bom exemplo e por todos os meios de expresso do pensamento, opondo-se terminantemente ao recurso forca e violncia.

    Aqui desmistifica-se magistralmente a acusao que nos fazem os inimigos da Arte Real, de que somos uma Sociedade SECRETA que no permite a informao do seu conhecimento aos outros.

    Somos sim, uma Sociedade PRIVATIVA. Privativa daqueles que se qualificaram por mrito e capacidade.

    Privativa daqueles que, compreendendo seus Mistrios faro cumprir seus princpios. Seria uma Reunio do Presidente da Repblica com seus Ministros privativa ou secreta? Evidentemente que as decises do Conselho de Defesa de qualquer Potncia Mundial privativa de seus pares no interesse dos seus nacionais, sendo, no mximo, CONFIDENCIAL.

    XI Adota sinais e emblemas de elevada significao simblica que, alm de utilizados nos trabalhos das oficinas, servem para que os Maons se reconheam e se auxiliem onde quer que se encontrem.

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    Muito mais do que um meio de reconhecimento entre os maons, ao lado de palavra e do toque, os sinais e emblemas pretendem estabelecer uma linguagem comum e universal, acessvel a todos obreiros sem distino cultural, social ou racial. Sendo possuidora do SEGREDO DA PALAVRA, outra coisa no pretende seno o aperfeioamento do HOMEM, seu mais elevado EMBLEMA que pelo auxlio mtuo finalmente compreender NOSSA ORIGEM COMUM.

    Religio

    A Maonaria, confirma e complementa a f religiosa. Os princpios da nossa Ordem so baseados nos mesmos preceitos morais que fundamentam toda f verdadeira. Todo Maom deve crer na Existncia de um SER SUPREMO (DEUS). Ele deve lutar para viver moralmente em conformidade com os mais altos padres de caracter individual e conduta social. Consequentemente, todo Maom aceita e executa os Regulamentos da Ordem, trabalha toda a sua vida para cumprir os objetivos da Maonaria, que so; a filantropia para os necessitados e o amor fraterno para todos os membros da raa humana.

    A Maonaria tem sempre as suas portas abertas para todos os homens livres e de bons costumes e de todas as fs e crenas religiosas, que creiam no Supremo Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma. Atravs de procedimentos e smbolos o maom se prepara para receber a graa espiritual. Com uma fundamentao moral interna rgida, a Maonaria trabalha para que os homens possam melhorar o seu edifcio interior, sendo assim, cada Irmo dentro das Oficinas ou Lojas, seja atravs do seu trabalho ou dos outros Irmos, Construir o seu Templo Interior com os melhores princpios ticos e morais, ganhando a humanidade um Mensageiro Realizador da Vontade do Supremo Arquiteto do Universo.

    A F de um maom, aps Ter percorrido os estreitos caminhos da sua iniciao, que, Infelizmente, em alguns casos poder levar toda a sua vida, est muito acima do sectarismo estreito e das limitaes dos Dogmas. O maom trabalhar incansavelmente para imitar a perfeio do seu Criador.

    A maonaria no um credo ou seita religiosa, o maom busca a sabedoria contida em todos os Grandes Livros Sagrados reconhecidos pela F Universal, da Bblia ao Alcoro. Crendo que neles encontra e sempre encontrar, os meios para buscar e promover a felicidades neste mundo e aguardar a sua recompensa no prximo. Portanto, a Maonaria estar sempre com as suas Portas Abertas, para receber todos os Homens Livres e de Bons Costumes, sejam eles, Cristos, Judeus, Muulmanos, Budistas, etc, bons homens de todas as religies, que verdadeiramente aspirem viver segundo a vontade do Criador.

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    A Maonaria uma filosofia e uma Fraternidade, onde os homens bons se encontram no Nvel e se separam no Quadrado. Isto une todos maons atravs de um lao mstico de irmandade sincera e amor mtuo. F e trabalho, alma e corpo, corao e mo esto sempre unidas entre os Maons, por isto, em toda lugar onde trabalha, a Maonaria levar PAZ E HARMONIA PARA HONRAR O CRIADOR E SERVIR A HUMANIDADE.

    Os objetivos da Maonaria complementam e no contradizem as crenas religiosas, como alguns dos seus inimigos querem fazer crer.

    A Maonaria uma fonte e uma poderosa fora universal, que promove a melhora espiritual do indivduo e deste na sociedade.

    O SIGILO MANICO

    Em todas as religies orientais hermticas, desde as praticadas na China, ndia, Egito, Grcia e outras, o processo de ensinamento consta de duas vertentes: a primeira, o discurso livre, exotrico, para o conhecimento de todos, do povo em geral, sem reservas, em que pese o seu singelo estado cultural. O outro, o processo esotrico, reservado aos homens rigorosamente selecionados, segundo o seu maior potencial e mais adiantado estado cultural, para a iniciao nos mistrios religiosos. Esses sero preparados devidamente para entrar na posse do conhecimento da verdade. Neste ltimo ensinamento que reside a exigncia do Sigilo, para que os mistrios religiosos no sejam divulgados queles que no esto preparados para conhec-los.

    Como teria surgido nas religies antigas a necessidade de se manter sigilo ?

    Presume-se que nos idos do ps Dilvio, quando prevalecia na terra as religies na forma de idolatria, os judeus decidiram formar uma ordem religiosa distinta, a qual acolheria no somente os filhos de Israel mas, tambm, os gentios que tradicionalmente professavam a f no mesmo Deus. Num dado momento em que a prtica da religio tornou-se perigosa, para fugir perseguio, para preservar os seus segredos, tiveram que lanar mo do artifcio de ministrar os seus ensinamentos religiosos atravs de smbolos. Dentre os povos idlatras, os segredos religiosos sempre estiveram somente nas mos dos sacerdotes, os quais praticavam a iniciao de adeptos sob o maior segredo. Mais tarde, a mesma prtica foi adotada pelos devotos de outras religies hermticas, chegando no correr dos tempos at Maonaria.

    Dentre as prticas das religies antigas o Sigilo foi um dos subsdios absorvidos pela nossa Sublime Ordem, conservados que foram os mesmos conceitos, at hoje.

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    A Maonaria Universal, a nossa Sublime Ordem, na sua milenar sabedoria, ministra os seus mistrios atravs de um processo gradual de ensinamento, o processo esotrico, absorvido das religies antigas, o qual dado a conhecer aos seus membros ao longo de todos os seus graus. Dentre as recomendaes transmitidas, duas delas merecem especial destaque neste trabalho. Em primeiro lugar, a recomendao da Moral Manica, que o comportamento que os membros devero observar, no somente nos templos manicos mas, o que mais importante, nas suas atividades profanas, como homens livres e de bons costumes, para contriburem como paradigmas na construo do bem estar social da Humanidade A segunda recomendao est inserida na primeira, a do Sigilo Manico, o qual j exigido do nefito no seu primeiro contato com a Maonaria, no juramento que presta na sua Iniciao, como de resto , tambm, exigido de todos os membros permanentemente no encerramento dos trabalhos das Lojas.

    O Sigilo , seno o mais importante, pelo menos um dos conceitos mais atacados pelos opositores da Maonaria. Essa oposio teve incio depois da Constituio de 1723, a conhecida Constituio de Anderson, o qual, coadjuvado por Desagulliers, modificou os rituais da Ordem, j, ento, comeando esta a ser dominada. pelos intelectuais, pelos aristocratas e pelos dissidentes religiosos. Comeou a a maonaria especulativa. A partir de ento teve incio o confronto com as igrejas anglicana e catlica. Isso aconteceu provavelmente porque a Constituio de Anderson no considerou o aspecto cristolgico das Old Charges, as quais eram o esteio da Maonaria Operativa desde o sculo XIV.

    Nessa ocasio, no correr dos sculos XVIII e XIX, a Maonaria, como ordem dita secreta, tornou-se muito poderosa, tendo sido responsvel pelos movimentos revolucionrios que eclodiram no mundo todo, dos quais fez parte os ocorridos no Brasil, sendo o mais conhecido o movimento contra o jugo portugus, o da Inconfidncia Mineira.

    No que respeita ao significado do vocbulo sigilo, se nos valermos do Dicionrio Aurlio verificaremos que os verbetes relacionados em seguida querem significar, em suas razes a mesma coisa. So praticamente sinnimos, encontram-se entrelaados em seus mais diversos significados. So eles Mistrio, Secreto, Reserva, Cautela, Precauo, Confidencial, Sigilo, Segredo, Enigma, Oculto.

    Para os leigos e de um modo geral para o grande pblico, esses termos passam a tomar significados diferentes, na medida em que tocam mais ou menos as emoes de cada um. Assim, alguns desses vocbulos, tais como Reserva, Cautela e Precauo, transmitem idias normais, sem grande rigor na sua observncia. Todavia, outros como Mistrio, Secreto, Oculto e Enigma, representam idias muito fortes e estremadas, de atividades pags, anti-crists, demonacas, ligadas ao sobrenatural e que extrapolam os sentidos humanos. Esses vocbulos levam o homem a relaciona-los mais ao ocultismo, no seu sentido mais de feitiaria, magia, adivinhao, quiromancia etc. Outros, ainda, como Sigilo e Segredo transmitem idias medianas, cuja observncia, entretanto, fica determinada, fica exigida.

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    Assim que a adjetivao usada pelos inimigos da Maonaria, rotulando-a de religio ou organizao secreta, objetiva impactar os sentimentos, as emoes do grande pblico incauto, transmitindo-lhe sempre o sentido negro do ocultismo.

    Como pode ser secreta a Maonaria, quando as suas Constituies so registradas em cartrio? Como pode ser secreta a Maonaria, quando ela dispe de CGC? Como pode ser secreta a Maonaria, quando voc, meu caro Irmo, eventualmente paga os seus compromissos com a sua Loja, em banco, atravs de Ficha de Compensao nominal? Como pode ser secreta a Maonaria quando o seu endereo, atravs dos templos manicos, so notoriamente conhecidos? Esses templos pagam os seus impostos e as taxa de consumo de gua e luz. A Maonaria , portanto, conhecida dos povos e de todos os governos onde ela praticada livremente.

    Ao contrario de nossa Sublime Ordem, as organizaes secretas operam na clandestinidade, na ilegalidade, sem paradeiros, sem endereos, em locais subterrneos, desconhecidos e no sabidos. E mais, renem-se com fins escusos.

    A Maonaria j esteve na clandestinidade mais de uma vez, principalmente em pases totalitrios. Mesmo no Brasil, pelas mos do Imperador D. Pedro I, a Maonaria, que o elevou ao alto cargo de Gro-Mestre da Loja Grande Oriente do Brasil, em 1822, foi fechada, por problemas polticos. O movimento manico estava procurando a liberdade do povo, no mais que isso.

    Dizer-se que a Maonaria uma organizao secreta, dentro desse conceito ocultista usado pelos seus detratores que sofismam na sua argumentao realmente mera especulao.

    Como pode ser secreta uma organizao que promove solenidades brancas, trazendo para os seus templos autoridades dos trs poderes do governo, como convidados ou como palestrantes e, at mesmo, como homenageados?

    Como pode ser secreta uma organizao que no tem um poder central, como as praticadas por quelas marginais e hermticas e por muitas organizaes religiosas, inclusive as suas inimigas?

    Como se sabe, muitos livros escritos por Irmos de nossos quadros, por Irmos que deixaram nossas colunas e, at mesmo, por leigos estudiosos da Maonaria, esto a enchendo as prateleiras das livrarias, disposio de quem queira adquiri-los. Esses livros contam tudo? Sim, quando se trata de Irmos descontentes. Contam; contam quase tudo, quando se trata de autores verdadeiros e justos maons. Neste caso, s no contam o essencial, aquilo que s aos iniciados cabe conhecer e que so os nossos mistrios, guardados do grande pblico, atravs da prtica do sigilo.

    Mas a segurana da Maonaria frgil. Ela pode e tem sido facilmente penetrada. Como poderemos, ento, guardar os nossos segredos? A porta de penetrao a seleo de profanos para tomarem lugar entre ns. Por

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    isso que a infidelidade manica comea na m indicao de candidatos, passando pela sindicncia mal feita. Esse o ponto Aqueles que foram mal selecionados, certamente no permanecero por muito tempo na nossa Sublime Ordem. Esses, via de regra, so potencialmente os que mais provavelmente no titubearo em dar a pblico o pouco conhecimento que chegaram a ter acesso. So esses maus maons que at mesmo nos passos perdidos aproveitam a oportunidade para solapar a Maonaria. Como deveremos reagir contra esses que, atravs da ignorncia, da inveja, da insatisfao e do cime, denigrem a nossa Sublime Ordem?

    Entendo que a frmula certa para evitar essas desastrosas atitudes de homens no preparados para integrar a nossa Sublime Ordem , realmente, aumentar a segurana, apertar o cerco da escolha. depurar rigorosamente na seleo, inclusive divulgando e submetendo as propostas s outras Lojas. Propor somente queles de boa formao moral, espiritual, justos, honestos, livres de conscincia, de bons costumes, queles que j nasceram maons. Essa talvez a maneira de enobrecermos nossa colunas, a maneira de preservarmos e mantermos a intimidade de nossa Sublime Ordem.

    A Maonaria tem sim os seus segredos, no h o que negar. Mas longe est de ser uma organizao secreta. A exigncia de sigilo de seus segredos comea no juramento do recipiendrio, do profano que est sendo iniciado nos mistrios da Maonaria, o qual segue, resumido: ... jurais e prometeis, ... em presena do Grande Arquiteto do Universo: e de todos os Maons ... nunca revelar os Mistrios da Maonaria que vos forem confiados...?

    Bem, mas o que h de extraordinrio nisso? Qual a organizao, seja ela religiosa, comercial, intelectual ou familiar, que no tenha segredos ou no pratica reservas ou sigilo de algumas coisas ou fatos? Isso comea a ser praticado na clula social, a famlia. Todas, inclusive a nossa, evidentemente, mantm no recndito de sua intimidade fatos, negcios, particularidades fsicas e espirituais de seus membros. Esse o sigilo. o recatamento natural, inerente ao ser humano. Todos os governos tm os seus assim chamados segredos de estado e nem por isso so de carter ocultista. E, no mundo dos negcios a alma o segredo.

    Os nossos segredos manicos sujeitam at mesmo os nossos Irmos. So segredos de cmaras, tratados em nveis diferentes, especificamente nas Loja de cada grau. A Maonaria proclama o cuidado que se deve ter no trato dos assuntos, sejam eles filosficos, morais, ritualsticos, administrativos e, o que muito comum e particularmente importante, os assuntos pessoais de Irmos, cuja cmara especfica para analisar e decidir sobre os mesmos o Conselho de Famlia. Por isso que, para resguardar o sigilo da Ordem, no se encontram segredos escritos em nossos rituais. A sua transmisso oral. de boca para ouvido. o sigilo de confessionrio! De resto isso que nos permite reconhecermo-nos discretamente.

    No seria demais citarmos que o prprio Jesus Cristo, o nosso amantssimo Redentor, no seu ministrio aqui na terra usava as duas formas, a exotrica

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    e a esotrica, nos seus ensinamentos ao povo e aos discpulos, respectivamente. Quando falava aos discpulos, pedia-lhes sigilo daquilo que ensinava. Entre tantas citaes que se encontram na Bblia a esse respeito, vale mencionar pelo menos a que se encontra em Mt. 17: 9, a qual registra as palavras de Jesus a Pedro, Tiago e Joo, depois da transfigurao:

    Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou:

    A ningum conteis a viso, at que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.

    A prtica do sigilo permanentemente lembrada nas Lojas. Por exemplo, em algumas Lojas, o encerramento d-se sempre pelo Venervel Mestre pronunciando as seguintes palavras, que resumimos: ... Antes, porm. de nos retirarmos, juremos o mais profundo silncio sobre tudo quanto aqui se passou!

    O cuidado de preservar os nossos segredos, o nosso sigilo, muito importante e deve merecer de todos Irmos uma grande e firme ateno, para assegurar nossa Sublime Ordem uma eficiente, tranqilizadora e cada vez maior segurana. Isso parte indispensvel do comportamento manico.

    Silncio do Aprendiz

    O Aprendiz um silencirio. Portanto deve se manter em constante silncio, porm necessrio falar do silncio que se manifesta a nossa volta; o silncio a chave das sociedades secretas; ele que mantm viva as fraternidades iniciticas. O silncio uma fora poderosa, o Grande Arquiteto do Universo, em sua sabedoria, dotou o homem de dois ouvidos e uma s boca, o que significa que devemos ouvir o dobro do que falamos.

    Uma chave de ouro colocada sobre a lngua do iniciado simboliza o silncio de um segredo misterioso, que ao revel-lo deixou de ser segredo, e perdemos a confiana de quem nos confiou. Pois todo SEGREDO deve habitar no SILNCIO.

    Vosso corao conhece em silncio os segredos dos dias e das noites; Mas vossos ouvidos anseiam por ouvir o que vosso corao sabe.

    SALMO 133

    A EXCELNCIA DO AMOR FRATERNAL

    Salmo 133 - Cntico de Romagem. De Davi

    1. quo bom e quo suave viverem os irmos em unio!

    2. como um azeite precioso derramado na cabea, que desce sobre a barba, a barba de Aaro, que desce orla do seu vestido;

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    3. como o orvalho do Hermn, que desce sobre o Monte Sio: Porque ali o Senhor derrama a sua bno, a vida para sempre!

    O Salmo 133 representa para os Maons LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. Para os seguidores das Doutrinas Orientais temos os MANTRAS. Para os Hebreus, os SALMOS. Para os esoteristas a SNTESE; o que desvendado alm do vu, O SOM DAS ESFERAS.

    A unio que este Salmo descreve depende to-somente da unio de cada irmo, individualmente com o Senhor Deus. Somente esta unio pode apresentar um testemunho eficiente perante o mundo, e uma atmosfera na qual nossa f pode florescer.

    A uno do sumo sacerdote Aaro, nessa passagem, simboliza a sua vocao de manter o povo de Israel em comunho com Deus, sendo esta, portanto a grande e mais significativa mensagem transmitida por esse texto bblico e esta reunida no titulo resumo que encima os versculos citados, ou seja, A EXCELNCIA DO AMOR FRATERNAL.

    A citao do orvalho do Hermon alude ao fato que, naquelas regies do Oriente, apesar do clima muitas vezes inspito, o orvalho faz os campos florescerem e produzir boas ceifas. Simbolicamente demonstrando aos maons que, apesar das dificuldades em semear bons e verdadeiros ensinamentos no corao humano, no se deve desanimar, pois sempre se pode contar com o orvalho simblico, da f em Deus, para se obter uma excelente ceifa, ou seja, para atingir o desiderato de bem formar homens para a construo Moral e Social a que se prope a Ordem.

    Segundo a palavra de Jesus Cristo, o AMOR AO PRXIMO est associado ao AMOR DE DEUS, que lhe d, portanto, a mesma importncia e o mesmo destaque.

    Do ponto de vista manico, encontramos na terceira Instruo do Ritual de Aprendiz Maom a assertiva de que a inteligncia, quando dirigida por uma s Moral, suficiente para discernir o Bem do Mal.

    A Moral ensinada pela Maonaria baseia-se no AMOR AO PRXIMO, nesse mesmo amor ensinado por Deus e por Jesus Cristo, que podemos conhecer pelos textos bblicos acima citados que nos do a certeza do cuidado de Deus para com todos ns.

    esse amor fraterno que o verdadeiro Maom deve praticar, no s dentro das Lojas, mas, sim e principalmente, na vida profana, para exercitar aquilo que foi aprendido nos nossos templos; do contrario seremos apenas acadmicos bem formados.

    Nos trs graus simblicos, o Venervel Mestre ergue uma prece ao Grande Arquiteto do Universo na qual se diz ... subjuguemos paixes e intransigncias a fiel obedincia dos sublimes princpios da Fraternidade, afim de que nossa Loja possa ser o reflexo da Ordem e da Beleza que resplandece em Teu trono. Esta prece reitera para os maons, que o amor fraternal a preparao indispensvel para pretender-se alcanar o cimo da

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    Escada de Jac, que os verdadeiros Maons havero de galgar, um por um, todos os seu degraus, na busca Deus e de sua perfeita conformidade com Ele (Deus), tendo sempre presente em sua mente e em seu corao, o solene e fundamental dever de estreitar os laos de amizade fraternal que nos une (os maons) como verdadeiros irmos.

    Em sua primeira estrofe, ouvimos com emoo:

    quo bom e quo suave viverem os irmos em unio!

    Eis aqui a primeira lio daquele que dever ser o Eterno Aprendiz. A Unio que o faz fraterno pela Iniciao.

    Toda subida, como a sada de nossos irmos do cativeiro babilnico parece primeira vista dolorosa, porm, a viso do alto do Monte o prmio da LIBERDADE.

    CIRO liberta o povo eleito da Babilnia. Os irmos em Unio caminham para Jerusalm. O APRENDIZ suporta o cativeiro da CMARA e comea suas viagens da direo da Jerusalm Celeste, guiado e exaltado pelos louvores da promessa suave e boa da Unio Interior.

    A dor do cativeiro no se compara com a alegria da LIBERTAO NA EXCELNCIA DO AMOR FRATERNAL.

    Levemos em conta que o salmista preocupava-se coma disperso dos hebreus, que se acontecesse, iria sempre enfraquecer as tribos e tornar problemtica a continuidade da raa e a crena em um s Deus, o que era um apangio, porque s a religio e a f em um Deus nico mantinha unido um povo com tendncia disperso. Por ser um povo dedicado exclusivamente ao pastoreio, sua fora e poderio refletia-se no volume dos rebanhos pertencentes famlia, que normalmente permanecia unida, evitando-se inclusive casamento de seus vares com mulheres de outras Tribos, o que iria inevitavelmente provocar uma diminuio no rebanho bovino, caprino ou ovino com a passagem do homem para a tribo da esposa, isso sem falar na perda do guerreiro o que, naqueles tempos de conquistas, representava perda irreparvel para o cl.

    Nos tempos atuais, esta representatividade trazida para os Templos Manicos, buscando mostrar que dentro de uma comunidade de pensamentos e religies diferentes, embora com etnias diversas, pode-se viver em perfeita unio e harmonia, desde que se busque o mesmo objetivo, que o progresso coletivo atravs da eliminao das imperfeies individuais e busca incessante do conhecimento que traz como conseqncia, a liberdade espiritual. No ponto de vista prtico, esta frase nos lembra que a unio d a fora e proteo, devendo reunir-nos em torno da famlia e daqueles a quem amamos a fim de criar um escudo protetor contra as agresses externas. Levando-se um pouco mais longe, lembremos que devemos viver em unio permanente com toda a humanidade, uma vez que, quando dizemos que Deus o nosso Pai e o nosso vizinho, da casa ao lado, ou o habitante da longnqua Tasmnia, o nosso irmo. Negar tal fato seria uma incoerncia e at mesmo no tocante religiosidade, uma heresia.

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    O versculo dois nos diz:

    como um azeite precioso derramado na cabea, que desce sobre a barba, a barba de Aaro, que desce orla do seu vestido.

    Como sabemos, o leo ou azeite, fazem parte, desde tempo imemoriais, das cerimnias de consagrao. Atravs dos mais variados rituais, este transmutador alqumico despejado sobre a cabea, que o centro da inteligncia e a sede do esprito. J naquele tempo o salmista determinava a uno sagrada do "escolhido" atravs da colocao do leo na parte fsica que representava o "canal" de comunicao com o Criador, a cabea, que como sabemos, recebe as influncias vindas dos planos superiores, sejam astral ou espiritual.

    Aquele que ungido com o azeite, passa a portar as virtudes alqumicas deste transmutador que, junto com o Mercrio nos far compreender o Sal da Vida e o significado solar do enxofre divino.

    Fomos informados de que nas cerimnias manicas de Ordem Co-Manica o leo usado durante a admisso do Companheiro e nas Instalaes de Lojas.

    O leo nos faz ungidos para servio ainda maior na direo do ideal Maior da Fraternidade Universal.

    Os Patriarcas tinham profunda considerao pela barba, atributo do varo que, com ela, mostrava toda sua dignidade. No somente ter a barba, mas cuid-la, pois no o fazendo, poderia ser considerado num estado de loucura.

    Era costume beijar a barba de um amigo. Ofensa grave cortar parte ou toda a barba de algum.

    Vemos, deste modo, que o leo do ungido desce sobre a dignidade do sacrificador, sua barba, a barba de Aaro, at a orla do seu vestido.

    Observemos que o leo antes de descer orla do vestido de Aaro, deslizou pela sua barba, mas foi inicialmente derramado sobre sua cabea, SEDE DA MENTE.

    No podemos esquecer que Aaro o sacerdote que sacrifica para purgar os pecados do seu povo, da o odor nauseabundo da carne queimando no altar.

    Livre e ungido, ele prestar o SERVIO simbolizado pelo perfume do incenso, como o espiral na direo do Mestre Espiritual por excelncia.

    Neste instante, ele incorruptvel como a Mirra. Ele o Ouro de Melquior e companheiro da Luz dos outros Magos, que o fazem retornar a Vida pelo Amor prestado no Altar dos Altares Quando o Homem adentrou no Templo

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    precisou da pele e, a vestimenta do nosso irmo de ontem, o nosso avental de hoje.

    Finalmente:

    como o orvalho do Hermn, que desce sobre o Monte Sio: Porque ali o Senhor derrama a sua bno, a vida para sempre.

    O orvalho do Hermon est representando para o salmista, a renovao da vida, seguindo os parmetros da Natureza que revigora a vida na vegetao com a irrigao provocada pelo orvalho durante a madrugada do novo dia, recebendo a beno do Senhor pela renovao cclica da vida, o que em linhas gerais significa a VIDA PARA SEMPRE.

    Toda uma comparao aqui se encontra entre a Natureza prodigiosa e a Paz Profunda que reina nos coraes dos Irmos que vivem em Unio.

    O leo que ungiu Aaro o mesmo orvalho que cobre o Monte, que todo Luz onde tudo mais sombra.

    Moiss subiu o SINAI para receber a Lei. No face a face como o Grande Arquiteto do Universo, mas como elo intermedirio da Luz que habita e habitar sempre a FONTE INESGOTVEL E ETERNA que transborda seu orvalho para aqueles que suave e prazerosamente aceitam sua bno e A VIDA PARA SEMPRE.

    Quando estivermos presentes em Templo, estaremos, tambm, por ocasio da leitura do Salmo 133, recebendo o leo precioso sobre as nossas cabeas e sentiremos que ele desce sobre nossos rostos e pela gola de nossas vestes, ocasio em que deve orvalhar o nosso corao, quando estaremos recebendo a beno do Grande Arquiteto do Universo na certeza da Vida Eterna.

    DIA DO MAOM

    Primeiramente, a proposta para a criao do DIA DO MAOM foi levantada pela Grande Loja de Santa Catarina, por ocasio da V MESA-REDONDA das Grandes Lojas do Brasil, realizada em Belm, nos dias 17 a 22 de julho de 1957 e, l por sugesto da Grande Loja de Minas Gerais, escolheu-se o dia 20 DE AGOSTO, que na justificativa: por ter sido nesse dia que a Independncia do Brasil foi proclamada dentro de um Templo Manico. E assim vrios Trabalhos de esmerados irmos tm consignado esta data como sendo o dia do registro da moo de independncia do Brasil de Portugal, l pelos idos de 1822.

    A assertiva de que 20 de agosto foi quando se votou a moo de independncia do Brasil dentro de um Templo Manico menos verdade, no tem fundamento histrico/documental, conforme vimos aconteceu sim esta moo, mas em 9 de setembro de 1822. Portanto, nossos irmos das Grandes Lojas erraram ao justificar, em 1957, que a data aludia ao referido ato. E ainda notificamos que desde 1923, encontra-se na

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    BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO, para quem quiser pesquisar, a Certido das Atas do Grande Oriente do Brasil, de 1822, com o ttulo DOCUMENTOS PARA A HISTRIA DA INDEPENDNCIA, VOLUME I, LISBOA RIO DE JANEIRO, 1923 A MAONARIA E A INDEPENDNCIA. Neste documento, grafa quando se refere Ata da Sesso de 20 do 6 ms Ano 1822 a data correspondente no calendrio Gregoriano como (nove de setembro) e ponto final.

    Hoje, o 20 DE AGOSTO, DIA DO MAOM, uma efemride nacional consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a Maonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipao poltico-social do Brasil e os Maons de um modo geral devem reverenciar seus membros responsveis pelas idias e as efetivas aes, mas sempre sabedores da verdade histrica.

    A MAONARIA E A INDEPENDNCIA DO BRASIL

    De acordo com o Decreto no. 125 de 29 de setembro de 1821, o Rei de Portugal, D. Joo VI extinguiu o reinado do Brasil e determinou o regresso de D. Pedro com toda a famlia real para Portugal. Nessa poca, funcionavam no Rio de Janeiro, a Loja Manica Comrcio e Artes, da qual eram membros vrios homens ilustres da corte como o Cnego Janurio da Cunha Barbosa, Joaquim Gonalves Ledo e Jos Clemente Pereira entre outros. Esses maons reunidos e aps terem obtido a adeso dos irmos de So Paulo, Minas Gerais e Bahia, resolveram fazer um apelo a D. Pedro para que permanecesse no Brasil e que culminou com o clebre "como para o bem de todos e felicidade geral da nao, diga ao povo que fico".

    Mas no parou ai o trabalho dos maons. Comeou-se logo em seguida, um movimento coordenado, entre os irmos de outras provncias brasileiras com o intuito de promover a Independncia do Brasil. Os movimentos nativistas para a convocao de uma assemblia constituinte e a concesso do ttulo de Prncipe Regente Constitucional e Defensor Perptuo do Reino Unido do Brasil, autorgado a D. Pedro, pelos brasileiros, acirrou ainda mais os nimos entre os portugueses e nativistas.Nessa poca, havia na metrpole, trs lojas manicas funcionando, a Comrcio e Artes, a Esperana de Niteri e a Unio e Tranqilidade, e nenhuma pessoa era iniciado em qualquer das trs lojas, sem que fossem conhecidas suas opinies sobre a Independncia do Brasil e o nefito jurava no s defend-la como tambm promov-la.

    Em princpios do ano de 1.822, funda-se no Rio de Janeiro, o Grande Oriente, onde se filiaram todas as lojas existentes naquele oriente, sendo eleito seu primeiro Gro Mestre Jos Bonifcio de Andrada e 1 Grande Vigilante Joaquim Gonalves Ledo.

    A 13 de julho de 1.822, por proposta de Jos Bonifcio, D. Pedro iniciado na maonaria na loja Comrcio e Artes e logo elevado ao grau de Mestre Maom. Enquanto isso, crescia em todo o Brasil, o movimento pela Independncia, encabeado pelos maons.

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    Os acontecimentos se sucediam, at que a 20 de agosto de 1.822 convocada uma reunio extraordinria do Grande Oriente e nessa reunio assume o malhete da loja, Joaquim Gonalves Ledo que era o 1 Grande Vigilante, devido a ausncia de Jos Bonifcio que se encontrava viajando.Joaquim Gonalves Ledo, profere um eloqente e enrgico discurso, expondo a todos os irmos presentes, a necessidade de se proclamar imediatamente a Independncia do Brasil. A proposta foi posta em votao e aprovada por todos e em seguida lavrou-se a ata dessa reunio.Presume-se que a cpia da ata dessa memorvel reunio, tenha sido enviada a D. Pedro, juntamente com outros documentos que o alcanaram na tarde do dia 7 de setembro de 1.822 as margens do riacho Ipiranga e culminou com a proclamao da Independncia do Brasil oficialmente naquele dia e que a histria assim registra.

    Eis a, porque o dia 20 de agosto foi escolhido para ser o dia do maom brasileiro. Foi nesse dia que realmente passamos a ser nao e independente.

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    O APRENDIZ E SUA INICIAO

    INTRODUO

    Em todos os sistemas e ritos da Maonaria Simblica universal, denomina-se aprendiz o iniciado nos seculares segredos dessa Ordem. O termo foi tirado da Maonaria Operativa, na qual o Aprendiz ocupava o lugar mais inferior da escala entre os operrios. A Maonaria Especulativa, que sucedeu Maonaria Operativa, ocupada no mais com a arte de construo, mas com a moral, com o simbolismo e rituais, adotou os usos, costumes e regulamentos bem como os instrumentos da antiga modalidade. Atravs da adoo de todos os elementos da Maonaria Operativa, a Maonaria Especulativa estabeleceu o seu prprio sistema de organizao e de moralidade.

    O que representa o homem quando apresentado aos primeiros elementos da Maonaria, o aprendiz, portanto? Representa o ser humano nos primeiros passos da civilizao, na sua infncia cultural, tentando sair da escurido, da ignorncia. Assim so deveres do Aprendiz a luta contra os inimigos naturais do homem as paixes, o estudo das leis, usos e costumes da Maonaria atravs do seu trabalho simblico em desbastar a Pedra Bruta desde o meio-dia at a meia-noite, o combate contra a mentira, o fanatismo, a ambio e a ignorncia. O Aprendiz deve lutar arduamente pela vitria da luz sobre as trevas, da honra sobre a perfdia, da verdade sobre a hipocrisia.

    O Aprendiz, em Loja, deve permanecer em absoluto silncio, em atitude de respeito e meditao, sempre procurando tirar o mximo de proveito de cada ensinamento vindo do Oriente. O Aprendiz deve saber esperar a concesso da palavra e saber us-la com sabedoria. O Sinal de Ordem ao falar, deve lembrar ao Maom que precisa dominar a exteriorizao de seus pensamentos.

    O trabalho em Loja sempre iniciado ao meio-dia porque esta hora faz aluso ao perodo da vida em que o homem estaria capacitado a

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    trabalhar pelo semelhante. Antes do meio-dia o homem vive a fase de aprendizado sobre os mistrios da existncia. Ao meio-dia comea o seu trabalho. A morte, o fim, o encerramento dos trabalhos chega com as doze badaladas da noite.

    Enquanto Aprendiz, o Maom recebe a revelao do que representa o trabalho da Maonaria, e aprende que para ser digno e capaz de desempenhar suas funes como legtimo Maom precisar libertar e purificar o seu corao. Apagar antigos rancores, supersties, dios e equvocos histricos e filosficos. Nessa fase diz-se que a Pedra Bruta comea a ser desbastada, ou seja, todos os maus costumes so abandonados juntamente com os preconceitos e paixes que enchem o nosso mundo profano. Para o trabalho de desbastar a Pedra Bruta, o Aprendiz recebe as suas ferramentas especiais: o Cinzel para tirar as asperezas da pedra, que equivale a faculdade de pensar com retido. O Cinzel impulsionado pelo Mao ao ser aplicado sobre a Pedra Bruta. sempre seguro com a mo esquerda o lado passivo que corresponde receptividade intelectual e ao discernimento especulativo. O Cinzel produz a beleza final da obra e realiza os ornamentos e adornos ao mesmo tempo em que d vida s figuras. Representa ainda o senso crtico para afastar o suprfluo e corrigir o erro sob os golpes do Mao. A outra ferramenta que o Aprendiz recebe o Mao ou Malho instrumento de madeira com cabo, usado pelos carpinteiros e escultores. Simboliza a fora dirigida e controlada. Representa a aplicao da fora em determinado ponto; representa a vontade ativa e a perseverana do Aprendiz. O Mao direciona a energia necessria para dar forma ao trabalho.

    Alm do Cinzel e do Mao, o Aprendiz recebe ainda o Avental, sempre presente no traje manico. Esta pea tem a forma quadrada com uma abeta triangular voltada para cima, simbolizando a sua falta de conhecimento do ofcio. A cor branca para traduzir a inocncia do Aprendiz. Uma vez trajando seu Avental, o Aprendiz no mais aquela pessoa de antes. Tem agora gestos solenes, postura serena, porm disciplinada, e sua palavras, estando ordem devem ser calmas e cuidadosamente pronunciadas ao defender suas idias e posicionamentos.

    Em Loja, um Aprendiz ocupar a coluna do Norte ou o Setentrio que a Coluna destinada aos que ainda receberam mui fraca luz, e ainda no compreendem os simbolismos e as mensagens do Oriente. Ali o Aprendiz desenvolver seu trabalho recebendo toques, gestos e palavras secretos e outros ensinamentos bsicos para um Maom, esperando pela oportunidade em que receber um aumento de salrio. O pagamento do trabalho dos Aprendizes e Companheiros feito pelos Vigilantes. Pagar em linguagem manica quer dizer ensinar, satisfazer a vontade por conhecimento, fazer justia. atravs de um aumento de salrio que os Aprendizes e Companheiros

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    so recompensados, isto , pela promoo ou elevao a um grau superior. Tanto o Cinzel como o Mao, tanto o Avental como o Pagamento e o Aumento de Salrio, so smbolos retirados da Maonaria Operativa.

    O Aprendiz no deve deixar que tanta riqueza em simbolismo e tantas informaes representem um obstculo para o seu trabalho em Loja. Com calma e sensatez ele ser capaz de compreender todos os elementos que encontrar pela frente, contando sempre com a valiosa ajuda dos Companheiros e Mestres. Ele descobrir que as reunies so realizadas muitas vezes num clima de grande emoo e outras vezes dando a impresso que so muito difceis de serem entendidas. importante para o Aprendiz saber que tudo vir a seu tempo certo, sempre obedecendo o progresso do seu trabalho em Loja.

    Do momento em que sua venda lhe arrancada dos olhos, quando ele se encontra cercado de Irmos conhecidos e desconhecidos em um ambiente absolutamente novo e intrigante para o resto de sua vida, o Aprendiz de Maom jamais ser o mesmo, e, todas as suas dvidas sero esclarecidas na freqncia assdua de sua Loja. Poder ento perceber, mas no poder divulgar ao mundo profano todas as maravilhas que lhe sero apresentadas. Poder logo aprender, mas no poder ensinar, sob o peso de um solene juramento, as revelaes milenares que constituem o vasto conhecimento manico.

    A CONDIO PARA INGRESSAR NA MAONARIA

    A seleo do candidato obedece a alguns requisitos, devendo ser uma pessoa que faz parte da sociedade, simples, honesta, crendo em Deus e numa vida futura e que tenha inclinao para a socializao e com recursos financeiros para atender os compromissos da Instituio.

    No entanto, existem mais duas condies essenciais: ser livre e de bons costumes.

    Hoje, pelo menos entre ns, o conceito de liberdade passa a ser simples, e o de bons costumes, diz respeito a um comportamento normal.

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    No Brasil, todos os cidados so livres.

    Em conseqncia, a condio do candidato de ser livre, j no desperta qualquer interesse.

    E evidente que o conceito de liberdade e muito mais amplo que o direito de ir e vir.

    Da mesma forma, ser de bons costumes no significa o comportamento dentro de certos padres ordenados pela sociedade.

    O bom costume, prima faciela, se entenderia como aquele que demonstra bom comportamento social, porque pretende ingressar em uma Instituio Fraternal, como e a Maonaria. Bom costume e moral, aqui, seriam sinnimos.

    A Maonaria milenar, mas fixemo-lhe uma data limite para argumentar, como existindo em fins do sculo passado, em 1890; apenas cem anos atrs.

    O que se entendia por bons costumes, naquela poca? Indubitavelmente, um conceito muito diverso da atualidade!

    evidente que um bom comportamento no diz respeito, exclusivamente, a obedincia de certas regras sociais.

    Como qualquer outra Instituio, a Maonaria, constantemente, rene os seus adeptos para analisar as novas posies a serem tomadas, diante dos novos conceitos que surgem.

    Ns, quando permanecemos na horizontalidade profana, sufocamos o instinto de liberdade.

    O ser livre no e privilegio algum; apenas, o anseio de buscarmos o primeiro passo do caminho.

    Ningum pode considerar-se livre e independente, a comear pelo seu nascimento, pelo nome que lhe e imposto, pela dependncia, ate a sua maioridade, pelo longo preparo para a vida.

    Ser livre no significa romper as cadeias da tradio, do sistema social, da conjuntura familiar; ser livre significa trilhar um caminho de

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    satisfaes puras, sadias, que possa conduzir a uma meta realista: a felicidade.

    Ningum poder considerar-se livre, se infeliz.

    A liberdade da tranqilidade e paz de esprito.

    Liberdade no e acomodao.

    O asceta pretende libertar-se de todas as convenes; Buda principiou assim; pos-se em contemplao, abandonando tudo. E no exagero que iremos encontrar a supresso da liberdade.

    Um povo livre no um povo arruaceiro. Dai a grande dificuldade dos homens viverem em democracia.

    No se pode confundir as coisas.

    SER LIVRE, no conceito manico possuir o pensamento flutuante, pronto a aceitar o que bom e satisfatrio, sem depender ate de uma analise profunda. O pensamento livre e rpido, instantneo.

    A filosofia manica e a plenitude de uma vivencia correta e feliz, mas de difcil alcance, porque os seus adeptos no vem sendo selecionados com rigor; j no so convidados os homens livres, mas o so somente aqueles que tem uma conduta normal.

    E a horizontalidade da liberdade, quando h necessidade de uma liberdade vertical.

    Ser livre e a possibilidade de dispor de animo para receber o Irmo Maom, com fraternidade.

    Pelo menos, com o primeiro impulso de concordncia.

    O retoque para a conquista plena ser dado posteriormente; pouco, atravs do convvio salutar, da experincia e do cultivo.

    A fraternidade algo que deve ser conquistado; ningum poder impor a algum, que ame a seu irmo de ideal! Seria atentar contra o conceito de liberdade que a Maonaria proclama.

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    Essa proclamao no constitui o sigilo manico, porque quando o proponente contata o proposto, lhe far a pergunta: Sois livre e de bons costumes?

    No basta a simples resposta afirmativa, porque os conceitos usuais sobre a liberdade e moral so muito acanhados e primrios.

    Compete ao proponente pesquisar sobre essas condies, as quais, poderamos dizer, seriam inatas do candidato.

    Ningum, isoladamente e de forma individual, poder formar um candidato e adapta-lo as exigncias manicas.

    Um candidato visado poder ser instrudo a ponto de se tornar apto ao ingresso na Ordem manica.

    A maonaria precisa encontrar para propor, algum que seja livre e de bons costumes, porque ser um predestinado.

    E por este motivo que os Maons so em nmero limitado; uma Instituio milenar tem poucos proslitos, justamente porque e muito difcil encontrar um candidato ideal.

    Felizmente a humanidade no e to dissoluta a ponto de no possuir elementos aceitveis para a maonaria. Podemos adiantar que so milhes de homens dignos, mas a grande dificuldade e que nos no os encontramos e s vezes, esto ao nosso lado e dentro de nossa prpria famlia.

    Aqui deveria funcionar a terceira viso. Logo, um proponente deve estar apto a enxergar no candidato em potencial, o elemento justo e perfeito para vir a ser... Mais um irmo.

    Seria muito penoso respondermos a provvel pergunta: e os maus maons? Realmente, so por no ter havido uma seleo correta; existem os maus maons; talvez no devssemos exagerar e nos expressar melhor: existem dentro das Lojas manicas elementos que no eram, ao serem propostos, livres e de bons costumes, e que se tomaram pomo de discrdia, mas, nada podemos fazer, seno usar de melhor arma que a maonaria nos proporciona, para com esses, a tolerncia!

    A esperana de que, algum dia, possam ser instrudos e que se ajustem, o que seria, para a instituio, um beneficio, mas para esses elementos, uma grande conquista!

    Para que algum se possa considerar livre ou que os outros o possam assim admitir, faz-se necessrio o toque espiritual.

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    A aproximao de Deus - pois para o profano, a expresso da espiritualidade e Deus, enquanto para o maom e o Grande Arquiteto do Universo poder ser consciente ou inconsciente; quem busca a Deus o far por desejo, por impulso ou por necessidade, mas ser sempre a Grande Busca.

    Aqui no entra qualquer conceito de religio; apenas o comportamento natural entre o homem e o seu Criador. Ser um sentido, alm dos cinco sentidos fsicos, orientador para uma espcie de sobrevivncia espiritual.

    Sabemos, e qualquer compendio filosfico nos instrui, que alm dos cinco sentidos fsicos, possumos mais outros cinco materiais, como, por exemplo, citaremos a terceira viso, que no constitui um mistrio, mas uma faculdade do homem; oculta para a grande maioria, mas perfeitamente desenvolvida para os que tem interesse.

    Alm desses dez sentidos, obviamente, existem outros, mas no devemos suscitar confuses; o sentido da busca de Deus Mstico.

    O conceito pleno de liberdade admite certa dose de misticismo.

    Ser livre, portanto, passa a constituir um dom espiritual, que pode ser inato ou cultivado.

    Inato, numa condio de privilgios; certos homens nascem com o dom de serem livres, assim como existem os dons para a msica, para a pintura, o canto, enfim, o que e exceo ao homem comum.

    Certa corrente esprita afirma que o homem virtuoso, assim e porque esta em sua ltima reencarnao.

    A maior virtuosidade, alm do que se nota como excepcional ou paranormal, no ser possuir uma voz privilegiada e um ouvido apurado, ou qualquer outro dom artstico, mas sim: SER LIVRE!

    So pessoas predestinadas; no s os homens, mas tambm, as mulheres. O fato da maonaria no aceitar mulheres no significa que elas no sejam, espiritualmente, iguais aos homens.

    Ser predestinado a ser livre no constitui um condicionamento que poderia ser interpretado como uma interferncia a essa liberdade,

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    mas uma escolha feita por quem tem poder para predestinar, firmando-se assim, um pouco mais, da crena do que algo, a quem denominamos de Deus, tudo pode.

    A escolha independe de bero, ou seja, de onde provem a pessoa, de raa, cor, situao social ou intelectual. Os mistrios do esprito esto colocados acima dessas diferenas; h diferenas, mas dentro da estreiteza mental do homem que no quer admitir que todos sejam iguais.

    O caminho mais difcil ser para aquele que busca a libertao, como aspirao, como uma soluo dada por algum, um por um impulso inato.

    Se algum se aproximar a um maom e lhe disser que deseja ingressar na Ordem manica e como resposta ficar ciente de que a condio primeira ser a de ser livre e de bons costumes e, em 13 no o sendo, busque a maneira de conquistar a liberdade, poder perfeitamente, despir-se de todos os entraves e aperfeicoar-se para se sentir livre, dentro dos conceitos acima expendidos e, assim, habilitar-se ao ingresso na instituio manica.

    De forma que, o homem pode se reconstruir num trabalho de auto - realizao!

    Excludo o ingresso na maonaria, o ser livre gratifica o homem, porque se tomara receptivo a compreenso do mistrio da Vida e da Morte, principio e fim da existncia humana e principio da existncia espiritual.

    Dentro da Sociedade moderna e permanente a reunio desses homens livres, esperana derradeira para o Mundo melhor que todos querem e de que a humanidade necessita.

    O primeiro grande passo para a Vida Mstica esse; ningum poder usufruir da potencialidade que o homem possui sem esse primeiro passo.

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    Num gesto de reflexo, cada um deve perguntar-se: sou um homem livre?

    A auto-anlise conduzira a bons resultados; o homem no esta s; ele pode encontrar um nmero enorme de entidades orientadoras; de amigos que individualmente o podem aconselhar; de bibliografia abundante, experincia de outrem que j superaram as mesmas dificuldades.

    Em qualquer parte do mundo, o homem pode, com extrema facilidade, encontrar o seu Mestre; esse no pre