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04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião D. Manuel Linda22 - Opinião LOC/MTC24 - Semana de... Miguel Oliveira Panão26 - Semana de... Luis Santos28 - Dossier Refugiados e Portugal

30 - Entrevista Rui Marques, PAR58 - Estante60 - Concílio Vaticano II62 - Agenda64 - Por estes dias66 - Programação Religiosa67 - Minuto Positivo68 - Liturgia70 - Fátima 201774 - Fundação AIS76 - LusoFonias

Foto de capa: DRFoto da contracapa: DR

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

2017 começa commensagens de paz[ver+]

Papa apela àproteção dascrianças[ver+]

Atenção aosmenoresrefugiados[ver+] D. Manuel Linda | Paulo Rocha |Miguel Oliveira Panão | LOC/MTC |Manuel Barbosa | Paulo Aido | TonyNeves

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14 mortes por afogamento em cadadia

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

Morreram 14 pessoas por dia no Mediterrâneo acaminho da Europa durante o ano de 2016. Foi oano mais trágico para mulheres, homens ecrianças que deixaram as suas terras de origempor causa da perseguição ou da guerra: mais de5000 mortes por afogamento no mar, natravessia para a desejada vida digna e em paz. Oano anterior, segundo Agência da ONU para osRefugiados, tinha feito 3771 vítimas.Apesar das tensões que o tema gera, asameaças de insegurança que está a provocar ea aparente falta de soluções administrativas paraacolher o fluxo crescente de refugiados quechegam à Europa, uma certeza nunca pode seresquecida: são pessoas! E o primeiro dever detodos os humanos é garantir as condiçõesmínimas de humanidade aos seus semelhantes,ajudando-os antes de tudo a ser pessoas!

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Em cada dia, é essa a determinaçãode um projeto escondido, nasmargens de uma das principais ruasda capital, o ‘Refeitório RosáliaRendu’. A dedicação de umareligiosa vicentina e a colaboraçãode alguns voluntários tira a fome amigrantes e sobretudo refugiados,dos cinco continentes, escondidosem Portugal por diferentes motivos.Em cada refeição, noacompanhamento psicológico esocial que lhes e prestado,transparece o realismo frio e rudeda condição de “ser refugiado”,onde a fome é muitas vezes um malmenor. Pior que tudo é olharpermanentemente um muro cadavez mais intransponível, que impedequalquer tentativa de pensar umprojeto de vida, procurar umtrabalho, ter amigos, habitarqualquer recanto do planeta comum outro.

São essas as fonteiras de quem éirregular, permaneceindocumentado, está obrigado aviver no anonimato e, um dia, viu acidadania a distanciar-se nohorizonte.Ser refugiado é não só tera sensação de estar sozinho nomundo, mas fazer essa experiência,de facto, todos os dias. No dia 15 de janeiro, assinala-se oDia Mundial do Migrante eRefugiado. Uma iniciativa da IgrejaCatólica com o objetivo de incluiresse tema na celebração da fé dascomunidades crentes, não apenasno ambiente dos altares, mas namissão, na ajuda a quem procuraacolhimento e na denúncia depolíticas e economias que estão naorigem da fuga de muitas pessoasdas suas terras. Um desafio queexige o compromisso de todos. Oacolhimento local, na paróquia, éuma resposta necessária para umproblema bem mais global.

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Na Turquia a entrada em 2017 ficou marcada pelo ataque terroristanuma discoteca. Horas mais tarde o novo secretário-geral das

Nações Unidas, António Guterres, apelava à paz como “prioridade”.

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“Sentimos todos a tristeza pelas vítimas do atentado emIstambul. Que nos lembrem a necessidade de uma Europaunida na luta contra o terror.”Primeiro-ministro português, António Costa, no Twitter “O Governo sempre destacou que este processo de venda ainvestidores privados deve assegurar que não existiráimpacto nas contas públicas ou encargos para oscontribuintes.”Ministério das Finanças em comunicado sobre a venda doNovo Banco (05 jan) “Renovo o apelo para que os institutos penitenciários sejamlugares de reeducação e de reinserção social e que ascondições de vida dos detidos sejam dignas de pessoashumanas”Papa Francisco no contexto do massacre num complexopenitenciário em Manaus, Brasil. “Nem é um presidente tão forte como americana, nem é umpresidente tão fraco como chefes de Estado europeus. E,portanto, é se quiserem um fusível de segurança a nível doporder central”Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, naEscola Secundária Ibn Mucana, no Concelho de Cascais

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Bispos assinalam início de 2017 commensagens de paz

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo As mensagens de paz e desolidariedade marcaram o início donovo ano nas várias diocesesportuguesas, como foi o caso deLisboa, onde o cardeal-patriarca deLisboa afirmou à Agência ECCLESIAque a construção da paz tem

de acontecer através da “não-violência ativa”, que não contrapõe“guerra à guerra”, mas “luta comarmas de paz”.“Acreditamos que é possívelultrapassar os problemas, de umamaneira cristã, não contrapondo

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guerra à guerra, mas a paz àguerra. Ou, como quer o PapaFrancisco, uma não-violência ativa,não parada, que não desiste delutar, mas que luta com armas depaz, para recuperar o próprioadversário”, disse D. ManuelClemente.O cardeal-patriarca de Lisboapresidiu no dia 1 de janeiro de 2017à Missa do Dia Mundial da Paz, noMosteiro dos Jerónimos, a que seseguiu uma procissão com aImagem Peregrina de NossaSenhora de Fátima e um gesto “pelapaz”, junto ao Padrão dosDescobrimentos, por iniciativa domovimento juvenil ‘Eu Acredito’.Já no Funchal, D. António Carrilhodisse que “urge cultivar a não-violência” em todos os espaços“desde o nível local e diário, até aonível da ordem mundial”.D. Virgílio Antunes, bispo deCoimbra, afirmou que as famíliascristãs têm um “lugar irrenunciável”na construção da paz no mundo,porque vivem um amor que “não ésimplesmente humano”.Inspirado na mensagem do Papapara o 50.º Dia Mundial da Paz, obispo da Guarda, D. Manuel Felício,precisou que o apelo à não-violência “é

tanto mais atual” quantodiariamente se sentem “os efeitos”dos conflitos armados à escalaglobal.Em Lamego, D. António Coutoassinalou o início de 2017 comvotos de que o novo ano leve acombater o “lodaçal da indiferença”no mundo de hoje.O bispo de Santarém, D. ManuelPelino, defendeu por sua vez quetodos deviam aprender o estilo da«não-violência» proposto pelo Papa,numa intervenção em que identificou“sensibilidade geral à paz”.D. Manuel Quintas, bispo doAlgarve, pediu este domingo àscomunidades católicas da regiãoque em 2017 promovam o“dinamismo do amor” como“caminho da paz” e renúncia àviolência.Em Viseu, D. Ilídio Leandro começouo ano a saudar quem vai ser mãe eafirmou a importância de “darpassos na concretização do sínodo”.D. João Lavrador, bispo de Angra,afirmou que é a partir da família que“a paz vivida e convivida poderáatingir toda a sociedade”, indicandona sua mensagem de Ano Novo quehá “outro caminho” para o mundoatual.

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Diocese anuncia fim da versão empapeldo Notícias de SetúbalO bispo de Setúbal anunciou que osemanário diocesano vai deixar deter edição em papel, já a partir doinício deste novo ano, uma decisãoenquadrada na reformulação nacomunicação da diocese sadina. “Acessação da versão impressa dosemanário diocesano, que agoratem lugar, não significa, pois, ummenor esforço de comunicação,nem um vazio noticioso, mas, pelocontrário, um passo no processo deconversão em curso”, refere D. JoséOrnelas, numa nota divulgada naúltima edição do ‘Notícias deSetúbal’.O responsável explica que osemanário está a passar por uma“fase de transformação”, que explicapela “mudança dos hábitos deleitura”, o desenvolvimento denovas tecnologias e os “custos daspublicações tradicionais”.Estas situações, acrescenta,“exigem realismo de análise ecriatividade na busca de soluçõesajustadas à realidade”. “O aumentoda utilização da versão eletrónica dojornal e a rápida diminuição deleitores da sua versão escrita, paraalém dos problemas económicosque comporta, mostra bem que háque

buscar novos caminhos”, adianta obispo de Setúbal.D. José Ornelas informa que adiocese pretende investir em“formas complementares” deinformação, como a opotenciamento da publicaçãoeletrónica do jornal, adisponibilização regular de resumosnoticiosos e a ligação com ainformação das paróquias.A nota inclui um agradecimento aosmembros da direção e aoscolaboradores do jornal. “Esperoque o espírito de criatividade,dedicação e serviço ao Evangelhoque guiou os pioneiros do Notíciasde Setúbal nos oriente nestemomento de mudança erejuvenescimento, para responderaos desafios do nosso tempo,criando informação, comunhão devalores e propostas ao serviço deuma sociedade mais justa, fraternae solidária”, conclui.

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Lã e chinelos para ajudar quemprecisaA Cáritas Diocesana de Coimbraestá a promover uma campanha deangariação de roupa e tecidos de lãaté dia 31 de janeiro, no âmbito doprojeto ‘CriArte’, desenvolvido commulheres residentes em bairrossociais.Num comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, a Cáritas Diocesana deCoimbra explica que com acampanha de recolha de roupa etecidos de lã se pretende “revitalizaro chinelo de trapo e dar a conhecer”às novas gerações essa peça deartesanato tradicional português. Ainiciativa inserida no projeto ‘CriArte’mantém o objetivo de fornecer aaquisição “de competências deautonomia e empregabilidade” demulheres

residentes em bairros sociais, comparticular incidência em mulheres deetnia cigana.A Cáritas Diocesana de Coimbraexplica que dinamiza o projeto‘CriArte’ em parceria com o Centrode Formação Profissional doArtesanato, a Associação deParalisia Cerebral de Coimbra, aFaculdade de Psicologia e deCiências da Educação daUniversidade de Coimbra e aAssociação Social Recreativa eCultural Cigana de Coimbra. “Setiver roupa que já não use outecidos em lã sem utilidade não osdeite fora”, é o apelo da instituiçãode caridade da Igreja Católica atédia 31 de janeiro, que depois noCentro Comunitário S. José vãoreceber “uma nova vida”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Torre dos Clérigos teve o «melhor ano de sempre» em 2016

Vigília pela Paz em Lisboa

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Em defesa das crianças, tolerância zero para abusos

O Papa enviou uma carta aosbispos católicos de todo o mundo,divulgada pelo Vaticano, na qualconvida estes responsáveis a lutarpelos direitos das crianças e reforçaa “tolerância zero” para casos deabusos sexuais. “Revistamo-nos dacoragem

necessária para promover todos osmeios necessários e proteger emtudo a vida das nossas crianças,para que tais crimes nunca mais serepitam. Assumamos, clara elealmente, a determinação‘tolerância zero’ neste campo”, apelaFrancisco, numa

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missiva assinada a 28 de dezembro,dia em que a Igreja celebra a festados Santos Inocentes.A carta evoca o sofrimento dosmenores que foram abusadossexualmente por sacerdotes,falando num pecado que “cobre devergonha” a Igreja Católica.“Deploramos isso profundamente epedimos perdão. Solidarizamo-noscom a dor das vítimas e, por nossavez, choramos o pecado: o pecadoque aconteceu, o pecado deomissão de assistência, o pecadode esconder e negar, o pecado deabuso de poder”, escreve o Papa.Francisco pede o “empenho total”de todos os responsáveis católicospara que tais “atrocidades” nãovoltem a acontecer.O texto recorda os sofrimentos demilhões de crianças vítimas dafome, da guerra, das migraçõesforçadas e do tráfico humano. “Umainocência dilacerada sob o peso dotrabalho ilegal e escravo, sob opeso da prostituição e daexploração”, denuncia o Papa.A carta evoca milhares de criançasque caíram nas mãos de “máfias, demercadores de morte”, bem como

os milhões de menores que tiveramde interromper a sua instrução.Francisco sublinha que em 2015,68% das pessoas objeto de tráficosexual no mundo eram crianças eque metade das crianças quemorrem com menos de 5 anos sãovítimas de desnutrição. “Segundo oúltimo relatório elaborado pelaUNICEF, se a situação mundial nãomudar, em 2030 serão 167 milhõesas crianças que viverão em pobrezaextrema, 69 milhões de criançascom menos de 5 anos morrerãoentre 2016 e 2030, e 60 milhões decrianças não frequentarão aescolaridade básica”, alerta.A carta conclui-se com um apelo a“proteger a vida, especialmente ados santos inocentes de hoje”, paraque não lhes “roubem a alegria”. “ONatal é um tempo que nos desafia aguardar a vida e ajudá-la a nascer ecrescer; a renovar-nos comopastores corajosos”, diz o Papa aosbispos católicos.

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Valorizar as mães face a orfandadeespiritual que atinge humanidadeO Papa Francisco denunciou noVaticano a “orfandade espiritual”que afeta a humanidade, no dia emque presidiu à Missa da solenidadede Santa Maria, Mãe de Deus, DiaMundial da Paz. “Começar o anolembrando a bondade de Deus norosto materno de Maria, no rostomaterno da Igreja, nos rostos dasnossas mães, protege-nos daqueladoença corrosiva que é a‘orfandade espiritual’: a orfandadeque a alma vive quando se sentesem mãe e lhe falta a ternura deDeus”, disse, na homilia dacelebração que decorreu naBasílica de São Pedro.No primeiro dia de 2017, Franciscosustentou que esta orfandadeapaga “o sentido de pertença” e de“casa comum”. “Tal atitude deorfandade espiritual é um cancroque silenciosamente enfraquece edegrada a alma. E assim, pouco apouco, nos vamos degradando, jáque ninguém nos pertence e nósnão pertencemos a ninguém”,prosseguiu.Esta “perda dos laços” éconsiderada pelo Papa como umaconsequência da atual “culturafragmentada e desunida”, levando auma sensação

de “grande vazio e solidão”. “Aorfandade espiritual faz-nos perdera memória do que significa serfilhos, ser netos, ser pais, ser avós,ser amigos, ser crentes; faz-nosperder a memória do valor dadiversão, do canto, do riso, dorepouso, da gratuidade”, precisou.A intervenção sublinhou aimportância da pertença a umafamília e uma comunidade paraaprender a crescer “humanamente”e não como “meros objetosdestinados a consumir e serconsumidos. “Celebrar a festa daSanta Mãe de Deus lembra-nos quenão somos mercadoria de troca nemterminais recetores de informação.Somos filhos, somos família, somospovo de Deus”, prosseguiu o Papa.Mais tarde, na recitação do ângelus,o Papa falou da visita dos pastoresa Belém, para ver o Menino Jesus,sublinhando que Deus se manifesta“na presença destas pessoashumildes e pobres”.

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Papa exprime dor perante massacreem prisão de ManausO Papa Francisco manifestou noVaticano a sua “dor” perante omassacre deste domingo numcomplexo penitenciário em Manaus,Brasil, que resultou na morte de 60presos. “Manifesto dor epreocupação pelo que aconteceu.Convido a rezar pelos defuntos,pelos seus familiares, por todos osdetidos daquela cadeia e pelos queali trabalham”, disse, no final daaudiência pública semanal quedecorreu na sala Paulo VI.Francisco comentava as “notíciasdramáticas” que chegaram doBrasil, após o “massacre” queresultou do

“violentíssimo confronto” entregrupos rivais. “Renovo o apelo paraque os institutos penitenciáriossejam lugares de reeducação e dereinserção social e que ascondições de vida dos detidos sejamdignas de pessoas humanas”,prosseguiu.De improviso, o Papa convidou arezar por todos os detidos domundo, “para que as cadeias sirvampara reinserir e não estejamsobrelotadas, que sejam lugares dereinserção”. “Rezemos a NossaSenhora, mãe dos detidos”,concluiu, antes de recitar uma Ave-maria com os presentes.

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Papa recebeu habitantes das regiões atingidas pelos sismos na Itália

Mensagem do Papa para o início de 2017

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Alegres porque cristãos

D. Manuel Linda Bispos das Forças Armadas e Forças de Segurança

Parece que, quando nos inícios dos anos oitenta,a Europa unida andava à procura de um hinoque a identificasse, mais do que uma música,propunha-se encontrar um campo simbólico quedemarcasse bem as suas realizações easpirações. Para muitos, parecia lógico que esseâmbito fosse constituído pelo lema «clássico» da“liberdade, igualdade e fraternidade”, comprofundas raízes na nossa maneira de ser.Surpreendentemente, porém, a 22 de Abril de1986, optou-se pela alegria e, em consequência,elevou-se o movimento final da Nona Sinfonia deBeethoven, o entusiasmante “Hino à Alegria”, àqualidade de «hino nacional» da União Europeia.Há nisto uma bela lógica. A alegria exprime, defacto, um estado emotivo e de bem-estarcolectivo que se traduz externamente em gozo,felicidade, sorriso. O que implica,eminentemente, com a dimensão espiritual. Maisdo que com o prazer dos sentidos que, pornatureza, é efémero e individualístico. É nestalinha que dizemos, por exemplo, que os cidadãos«gozam» todos dos mesmos direitos, liberdadese garantias.Neste mundo conceptual, entra o cristianismocomo em casa própria. A síntese da mensagembíblica é que a humanidade foi criada para, comometa definitiva, «gozar» da presença de Deus econtemplá-l’O face a face. É por isso que,quando, em Jesus Cristo, Deus entra visível nonosso mundo, o Anjo ressalta o gozo destecumprimento da esperança de Israel: “Nãotemais, pois vos

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anuncio uma grande alegria, que oserá para todo o povo: hoje, nacidade de David, nasceu-vos umSalvador, que é o Messias Senhor.Isto vos servirá de sinal:encontrareis um menino…”.Nós conhecemos tudo isto. Nóslembramo-nos da ordem de S.Paulo: “Sede alegres na esperança”(Rom 12, 12). Nós sabemos que«Alegria» também é o outro nomede Deus. Nós repetimos muitasvezes que “um santo triste é umtriste santo”. Não obstante,esquecemo-nos tanto… A ponto deo sábio Papa Francisco ter de nosalertar para a tentação

da “psicologia do túmulo, que poucoa pouco transforma os cristãos emmúmias de museu. Desiludidos coma realidade, com a Igreja ou consigomesmos, vivem constantementetentados a apegar-se a uma tristezamelosa, sem esperança, que seapodera do coração como «o maisprecioso elixir do demónio»”. E dese sentir obrigado a dar umimperativo à «sua» Igreja, derivadonecessário da fé: “Não deixemosque nos roubem a alegria!”.A todos, um ano cristão. Isto é, umano de alegria!

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Doutrina Social da Igreja - 125 anosde defesa da Dignidade e dosTrabalhadores

LOC/MTC Movimento de trabalhadores Cristãos

Em 2016 comemoram-se 125 anos da publicaçãoda Encíclica Rerum Novarum (RN) pelo PapaLeão XIII. Embora já anteriormente tivessemexistido diversos papas que nos deixaramimportantes intervenções escritas no camposocial a Rerum Novarum é claramente um marcona Doutrina Social da Igreja (DSI).A importância da DSI nos últimos 125 anos éenorme, pois veio ajudar as comunidades cristãsa interpretar a realidade à luz do Evangelho.“Para cumprir a sua missão é dever da Igreja emtodos os tempos, perscrutar os sinais dos tempose interpretá-los à luz do Evangelho, de forma apoder responder de modo adequado a cadageração, às interrogações permanentes dohomem” (Gaudium et Spes 4). Perante tantasquestões novas a DSI vem ajudar a “orientar aconduta cristã dando critérios” (OctogesimaAdveniens 4). Por outro lado, faz ainda adenúncia das injustiças, orientando as nossasações para o ideal para o qual devemos tender.A defesa da dignidade humana, bem patente naRerum Novarum, é uma mensagem que mantémtoda a atualidade. Deverá ser uma preocupaçãopermanente dos cristãos, pois se não forpermanentemente cultivada, tende adesaparecer. Ainda hoje vivemos em constantesatropelos à dignidade de cada homem, em queos mais fortes passam por cima de quem temmenos meios

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para se defender. Há 125 anosLeão XIII escrevia na encíclica, queum trabalhador, “se, constrangidopela necessidade ou forçado peloreceio dum mal maior, aceitacondições duras que por outro ladolhe não seria permitido recusar,porque lhe são impostas pelo patrãoou por quem faz oferta do trabalho,então é isto sofrer uma violênciacontra a qual a justiça protesta” (RN27). Quantos trabalhadores hojenão aceitam condições salariaisinjustas apenas por medo, porhaver sempre alguém maisdesesperado que se dispõe aaceitar ainda menos. Quantosjovens se

dispõem a trabalhar quase de graçasó para “ganhar currículo”.Ainda em 2013, o Papa Franciscoescreve na Alegria do Evangelho(EG) que “esta economia mata. Nãoé possível que a morte porenregelamento dum idoso semabrigo não seja notícia, enquanto oé a descida de dois pontos naBolsa” (EG 53). Ainda há portantomuito para fazer.Apesar de tudo a DSI é muito poucoconhecida pelos cristãos. Importapois lê-la, divulga-la, e sobretudoaceitar o desafio de a colocar emprática. E essa é uma tarefa decada um de nós.

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Do Caos À Paz

Miguel Oliveira Panão Professor Universitário

Dos eventos que mais marcaram 2016, a imagemmais forte que tenho é a da destruição deAleppo, na Síria. Como é possível acontecer algoassim neste tempo... um vídeo de CristianoRonaldo preparado pela AJ+, onde diz que elas,as crianças, são os verdadeiros heróis,mostrando imagens das mesmas sujas de pó,com sangue seco na cara, a tremer... não deixade transparecer o caos vivido naquela região.Nesse sentido, não admira que a mensagem doPapa Francisco para o Dia Mundial da Paz, a 1de janeiro de 2017, seja dedicada à não-violência como estilo de uma política para a paz.Existem grandes iniciativas de não-violência afavor da paz, e o Papa recorda-nos diversos dosseus protagonistas, que nos inspiram, semdúvida. Mas onde a não-violência produz maisefeito é quando está ao nosso alcance fazeralguma coisa de concreto. Assim, reconhecendoque a violência brota do coração humano, olugar onde podemos começar a percorrer umcaminho para a paz é no seio da família. Defacto, pensando nos meus filhos, por vezeszangam-se uns com os outros por coisanenhuma. Pensem nas vossas famílias, não éassim? Lembro-me também de lhes dizer emconversa, na sequência de uma dessas zangas,que as guerras no mundo começavam ali, nadiscussão deles, chamado-os à atenção parapensarem nisso. O alcance daquilo que se passano seio da família é maior do que pensamos àpartida.Mais tarde, o Papa recorda algo que premeiatoda a Carta Encíclica Laudato Si': "No mundo,tudo está intimamente ligado." Ora, pensandonesta frase

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e tendo presente em mente aimagem de "caos", lembrei-me deque em ciência existe uma "teoria docaos".A teoria do caos é um ramo damatemática que lida com sistemascomplexos cujo comportamento émuitíssimo sensível a pequenasvariações nas condições fronteira.De tal modo que pequenasalterações podem originarconsequências devastadoras.Talvez o exemplo mais conhecidoseja o que é dado pelo matemáticoMalcom no filme "O ParqueJurássico": o bater das asas de umaborboleta no Central Park de NovaIorque pode originar umatempestade na Ásia. Isto por umpequeno ato poder desencadearuma sequência de eventos demagnitude crescente.Porém, pensar neste exemplo fez-me lembrar outra coisa. Algo queChiara

Lubich, fundadora do Movimentodos Focolares, terá dito a umaadolescente: "um pequeno ato deamor pode evitar o disparo de umabala." Teoria do Caos.Ao olhar para as imagens de guerra,destruição e sofrimento de Aleppo,não acredito que nenhum de nósnão tenha pensado "o que posso eufazer?" Depois de lermos amensagem do Papa sabemos quemuito do trajeto para a Paz começano seio da família, mas sepensarmos na teoria do caos, então,estende-se ao quotidiano. Se todosos dias fizermos um ou mais atos deamor, pequenos gestos queaparentam não ter qualquerimportância, pela teoria do caos,poderemos estar a desencadearuma sequência de eventos que eviteo disparo de uma bala. Afinal, épossível do caos chegar à paz.

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Fragmentos do novo MFA em 2016

Luís Filipe Santos Agência ECCLESIA

Na primeira semana do ano de 2017 apetecerecordar fragmentos históricos que marcaram osúltimos meses. Nasceu uma nova força socialque mobilizou os portugueses e que tem comosigla MFA.Depois de anos escuros, onde a luz da poesianão entrou no coração dos lusitanos, a primeiraletra da sigla colocou na janela da vida novosraios solares. A fluidez do seu discurso e aenergia inesgotável elevaram todas asconsoantes do alfabeto para patamares nuncavistos da história. Este Movimento constantelimpou as paredes políticas da alma e branqueouas sílabas.Nesta escada evolutiva, a energia que o Mcolocou na linguagem e nas ações fundou nosentimento do povo um sonho novo. Os passosapressados são roteiros… O sorriso é umaespécie de estrela polar. Este M tem afetos eabraça Portugal. Um abraço gigante, que tem oponto de partida nas Ilhas de Bruma e desaguano Nordeste Transmontano. Este M demovimento global tem um nome: Marcelo Rebelode Sousa.Na linguagem poética libertadora… As amarrassoltaram-se através da força. Este F, tambémpode ser fé. No monólogo da dança daspalavras, a varanda dos sons clareou o relvado.A sexta letra do alfabeto nasceu da paixão de umpovo. Através da simbiose entre a força devontade e a fé inabalável, o F derrubou um mitoe alargou as margens e as pontes do riotranscendente. O F utilizou o escafandro… E nojorrar da nascente ouvia, de forma silenciosa, afluidez das árvores. Sentia

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o folhear das palavras a palpitaremno seu ouvido. Acreditou até aofim… Sentia a ondulação do hino.Entranhou o verde e vermelho dabandeira. Um sonho tornadorealidade… Saboreou o beijo domar os pés. No seu discurso haviacruzamentos unívocos… Deixou osgongorismos humanos e acreditounas metástases divinas.Este F da sigla chorou. É humano echama-se Fernando Santos.A última letra é a primeira doalfabeto. Muito mais do que asestâncias liquefeitas do bafientomaço de palavras e da jactâncialinguística, o A é o alfa da Paz. Oseu reduto é abrangente… Atéchegar ao topo

dos pódios, a letra A teve umaavaliação constante. Uma forma deultrapassar as traições e os terrenosminados da diplomacia. Nem nosprolongamentos da escuridãodiurna, o A da sigla deixou deacreditar na porta da união.Refugiou-se na floresta do diálogoatravés das suas qualidadesidiomáticas. Venceucategoricamente e colocou o nossopaís no pináculo dos organismosmundiais.O A que encerra o MFA não utiliza omaterial bélico como armamento. Apaz está no centro daspreocupações de António Guterres.O MFA de 2016 deixou rastos namemória dos lusitanos.

in http://www.santanostalgia.com/2011/02/bandeira-de-portugal.html

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O Semanário ECCLESIA destaca nesta edição a ação daPlataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), que lançou umanova campanha em que apela às instituições, paróquias econgregações religiosas da Igreja Católica a duplicar oacolhimento de refugiados em Portugal, passando para cercade 1400 até maio 2017. Também encontra informações sobreo XVII Encontro de Animadores Sociopastorais dasMigrações vai decorrer de 13 a 15 de janeiro de 2017, naDiocese de Leiria-Fátima. Uma iniciativa que se conclui no diaem que a Igreja Católica celebra o Dia das Migrações e dosRefugiados.

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Portugal pode «continuar a ser umexemplo no acolhimento» derefugiados A PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados tem uma lista de “mais de 60famílias” que estão à espera de acolhimento na Grécia e o seu coordenadorexplica que estão a lançar uma nova campanha para “duplicar” esseacolhimento até à visita do Papa Francisco, a 12 e 13 de maio. À AgênciaECCLESIA, Rui Marques afirma que o objetivo dos ataques terroristas “éprovocar medo” para que cada pessoa “não seja fiel aos seus valores” ealerta contra as limitações do medo, de “ficar reféns destes terroristas”.

Entrevsita conduzida por Carlos Borges Agência Ecclesia (AE) –APlataforma de Apoio aos refugiadoscomeça o novo ano com umacampanha direcionada às paróquiascom o objetivo de acolhimento. Oque espera de 2017?Rui Marques (RM) – Há um ano, oPapa Francisco lançou um grandedesafio a toda a Europa para quecada comunidade, cada paróquia,cada santuário, cada comunidadereligiosa acolhesse uma família derefugiados. Ele próprio, já maistarde, na ida à Ilha de Lesbos(Grécia), tomou a iniciativa e lideroupelo exemplo, trazendo no aviãoalgumas famílias de refugiados queacolheu no Vaticano.

Em Portugal, tem havido umaresposta grande através da PAR, aPlataforma de Apoio aosRefugiados, de instituições quepermitem hoje ter a capacidade deacolher 134 famílias um pouco portodo o país. Entre esta rede deinstituições muitas estão ligadas àIgreja Católica, muitas cumprem jáeste desejo do Papa Francisco, masparece-nos que podemos ir maisalém. Estamos longe ainda de teresgotado a capacidade deacolhimento e também estamoslonge de ter respondido plenamenteao desafio do Papa.Por isso, estamos a lançar umanova campanha para duplicar anossa capacidade de acolhimentoaté maio,

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para que, quando o Papa Francisconos visitar em Fátima, possamossimbolicamente oferecer-lhe comoprenda esta disponibilidade dasinstituições de base comunitária, emparticular as da Igreja Católica, paracumprirem o que foi o seu pedido háum ano.Lançamos o desafio a instituiçõescomo paróquias, centro sociais,comunidades religiosas, outrasinstituições de caracter local, quepodem cumprir esta missão deacolher uma família de refugiados.

Uma família como a nossa queprecisa e merece uma oportunidadepara recomeçar a sua vida. AE –Como está a ser a recetividadeaos primeiros contactos que a PARestá a fazer?RM – Tenho a certeza que vai sercomo foi no passado muito boa.Temos encontrado um excelenteexemplo de acolhimento emPortugal. Tem aliás sido elogiado emtermos internacionais. O desafio quese coloca agora à Plataforma deApoio aos

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Refugiados ativar essasdisponibilidades. Muitas vezes existealguma disponibilidade, existevontade em querer colaborar masalguma inércia, alguma lentidão,não saber como fazer limita aresposta. No momento em todas as respostasde acolhimento estão à beira deesgotar-se, estamos a lançar umnovo apelo para continuar a ser umexemplo no acolhimento.É um processo simples, trata-se deacolher crianças e os seusfamiliares: quando falamos defamílias de refugiados é disso quetratamos, permitir que ao longo deum período de dois anos estafamília possa retomar a suaautonomia. Existe um conjunto deapoios públicos mas, além disso,existe sobretudo a vontade dacomunidade. O que tem sidoextraordinário, na experiência que játemos, é que as comunidades seorganizaram não só para encontraralojamento autónomo mas tambémpara ajudar essa família naintegração das crianças na escola,toda a família no sistema deeducação, e dos país no mercadode trabalho progressivamente,conforme vão conseguindo dominaralguma coisa do português eintegrar-se.Temos a certeza de que a respostavai ser muito positiva e asinstituições da Igreja Católica, queouviram com

toda a atenção o apelo doPapa Francisco, estarão na primeiralinha dos que vão responder a estedesafio. AE – Que feedback vai tendo aplataforma das primeiras famílias derefugiados que já foram acolhidas?RM – É um feedback muito positivo.A grande maioria dos refugiadosque chegaram estão em fase deacolhimento e integração, oprocesso está a correr muitíssimobem, o que ouvimossistematicamente destas famílias derefugiados, na sua grande maioria,é um obrigado, um reconhecimento,uma gratidão. O terem encontradopaz, terem encontrado segurança,para muitos deles é o essencial,terem condições para que os seusfilhos vão à escola, para quetenham cuidados de saúde.Constitui uma grande oportunidadede recomeçar.Alguns, não muitos, quiseram juntar-se a outros elementos da sua famíliana Europa, continuaram o seucaminho e têm toda a legitimidadepara isso. Como o objetivo desteacolhimento do PAR Famílias,queremos dar assas para quepossam voar mais tarde ou maiscedo, que ao fim de dois anosconsigam estar autónomas. Seconseguirem mais cedo, ótimo.O balanço que fazemos nesta alturaé francamente positivo.

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AE – Depois da vaga dedisponibilidade para acolhimentoque esbarrou com algumaburocracia, é preciso alertar asinstituições que ainda existempessoas a precisar de acolhimento?RM – Por estes dias, chegou achuva e o frio: viver num campo derefugiados nestas condições comomuitos vivem na Grécia, emparticular, também em Itália, éinimaginável. Basta pensar o queseria qualquer um de nós viver coma família, os filhos, criançaspequenas, num campo enlameado,ao frio e à chuva. Há o desafio paranós portugueses, para todos oseuropeus, de acolher estas pessoasque estão na Grécia e ajudar aGrécia, que acolherá um númeroimportante destas pessoas, ajudarneste acolhimento. É importantedarmos resposta.Provavelmente, há uma perceçãoerrada na opinião pública queimporta corrigir. Durante muitotempo, tivemos muita disponibilidadede acolhimento e o processo derecolocação era muito lento, aspessoas chegavam lentamente.Agora, temos famílias que estão àespera de poder vir para Portugal enão têm acolhimento.Temos uma lista de mais de 60famílias que estão na expectativa devir e que ainda não têm

acolhimento em Portugal. Énecessário fazer um esforçoadicional e que muitas boas-vontades que existiam há um ano seconcretizem agora.É necessário dar de novo umimpulso de levantamento deinstituições anfitriãs e possamos terum pouco por todo o paísinstituições capazes de acolher maisfamílias. AE – Como é que os atentados queaconteceram por exemplo napassagem de ano na Turquia podemde alguma forma causar medo àscomunidades a quem se pede queacolham quem também foge dessassituações de guerra?RM – O único objetivo dosterroristas é provocar medo, é fazercom que cada um de nós não sejafiel aos seus valores, por exemplo,do amor ao próximo ou ao valor dahospitalidade. Que cada um comecea funcionar nesta guerra decivilizações, que é evidentemente ogrande objetivo dos terroristas.O que devemos perceber é queestes atos terroristas foram a causapara que tantos milhares, milhõesde pessoas, tivessem de fugir dassuas casas, abandonar o seu paísporque estes mesmos terroristasfizeram a sua vida num inferno.

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Estas pessoas que tiveram de fugirsão as primeiras vítimas destesterroristas que têm causado medoum pouco por toda a parte, desdelogo no Iraque e na Síria. É bomlembrarmo-nos, e às vezes não noslembramos, que o maior número devítimas e o maior número deatentados terroristas dos últimosanos ocorreram no Iraque e naSíria. Que países como a Turquia,um país muçulmano, também têmeste drama do terrorismo presentetodos os dias, ainda maiordensidade do que nos países daUnião Europeia.Não nos devemos limitar pelo medo,ficar reféns destes terroristas. Agrande pergunta nesta alturaé: quem somos nós, quais são osnossos

valores, o que é que defendemos?Se formos fiéis aos nossos valores,se formos fiéis àquela que é acivilização europeia e os seusvalores essenciais e humanistas,(especificamente as instituições daIgreja Católica), se formos àmensagem essencial doCristianismo, e aquele que tem sidoo magistério do Papa Francisco, aresposta é só uma: acolhimento,não nos deixarmos manipular nemaprisionar por estes terroristas quenos tentam transformar em algo quenão somos.Quem não acolhe alguém que estádesesperadamente a precisar deuma nova oportunidade pararecomeçar a sua vida é alguém que,com certeza, não nos orgulharemosde ser.

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AE –Que trabalho desenvolve o PARLinha da Frente?RM – O trabalho que tem sidodesenvolvido no terreno tem sidomuito importante. Estamos quase acelebrar um ano da presença dosvoluntários da PAR no terreno e temsido extraordinário o trabalho destesvoluntários. Já passaram mais de 50jovens profissionais portuguesespor estes dois pontos – Atenas eilha de Lesbos.

O trabalho com crianças e jovenstem sido a prioridade absoluta. Ascrianças nestes campos derefugiados, a grande maioria, nãotêm acesso à educação, não estãointegradas no campo educativogrego.Todas as atividades quedesenvolvemos com crianças visamter algum tipo de educação não-formal. Mas também, com grupos dejovens mobilizando para uma atitudepositiva, construtiva, desolidariedade nos

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campos onde estão. Tem sido feitoum trabalho muito interessantecom mulheres, capacitando,mobilizando e inspirando para quenão percam a esperança.Também vamos apoiando outrasinstituições que estão no terreno,como a Cáritas grega ou do ServiçoJesuíta aos Refugiados grego. Porexemplo, na Ilha de Lesbos aCáritas grega gere de forma muitocompetente um espaço paraacolhimento de pessoas maisvulneráveis e os nossos voluntárioscolaboram. Ou na cidade de Atenas,onde o Serviço Jesuíta aosRefugiados grego tem um centro deacolhimento no qual os nossosvoluntários têm dado o seucontributo. É notável o trabalho queos voluntários portugueses têm feitotendo às costas e no seu coleteesta imagem de Portugal. ÉPortugal, através destes voluntários,que tem estado no terreno. AE – O que se ouve das pessoasque fugiram dos seus países?RM – Por um lado é um enormedesespero. Pessoas que estão emsuspenso na sua vida, porque estãonum campo de refugiados à espera

de um destino, que passarammuitas dificuldades, muitossofrimentos. Alguns perderammembros de família nestastravessias. Portanto, sentem umagrande angústia. A palavra angústia,a palavra desânimo, está muitopresente nestes campos. Por issomesmo, uma enorme trabalho afazer é restaurar a esperança.Por outro lado, encontramos emcrianças que não têm esta perceçãocompleta da realidade umacapacidade de continuar a sorrir econtinuar a brincar e de continuar -mesmo nas condições maisadversas de chuva, lama, de frio - aser crianças.É esse sorriso e essa alegria dessascrianças que nos dizem que aesperança tem de ser a última amorrer. Não podemos deixar morrera esperança. Olhar para estascrianças, para estas famílias eempenharmo-nos em encontrar umasolução justa, digna, deacolhimento.Cada vez que regresso, aquilo quetrago comigo é a grande alegria defazer parte de uma rede deorganizações, mais de 300, de umpaís que se orgulha do seu padrão,da sua matriz humanista e que vaicontinuar a ser solidário com osrefugiados.

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AE – O que destaca das palavras eações do Papa Francisco sobre odrama dos refugidos e danecessidade do acolhimento?RM – Tem sido uma vozabsolutamente notável. Ele é ogrande defensor desta causa anível mundial, tem sido incansávelem todas as ocasiões.Recentemente estive no Vaticano,num encontro organizado pelaAcademia Pontifícia das Ciências,com presidentes de autarquias eoutros convidados de toda aEuropa, e foi muito evidente a formacom o Papa Francisco é hoje paratoda a Europa, para todo o mundo,uma voz de inspiração, uma voz quenos desafia, desinquieta, nos faz irmais longe.O mundo deve muito, nesta altura, aFrancisco. Deve pelo exemplo queele é, pela coragem que tem, pelasua persistência, pela forma comonão se cala sendo a voz dos quenão têm voz. É absolutamenteextraordinário para o nosso tempo.O Papa Francisco interpretaprovavelmente de uma forma únicae extraordinária o verdadeiro sentirda sua missão. Mais do que issotem sido - como era evidente nosconvidados presentes nesta reuniãono Vaticano, de diferentes matrizesideológicas, de

diferentes religiões - uma voz quevai muito para além da IgrejaCatólica, dos crentes católicos e éhoje uma voz inspiradora para todoo mundo.Por isso, tem sido capaz também decongregar em diferentes iniciativasrepresentantes de diferentesreligiões, culturas, nacionalidades. Ea PAR também se deixa inspirar poresse modelo, porque ainda queestejamos a falar particularmente docontributo da Igreja Católica, acomunidade islâmica tem dado umcontributo extraordinário, as IgrejasEvangélicas também. Há outrasorganizações que não tem nenhumamatriz religiosa de alguma maneirareveem neste eixo comum de defesada dignidade humana, da promoçãode justiça e é algo que nos podeincluir a todos, independentementeda nossa convicção religiosa. AE – Qual é a importância depromover um encontro deanimadores sociopastorais dasMigrações sobre o tema‘Refugiados: Euros ou pessoas?’RM – É evidente que, quandofalamos de refugiados, falamos depessoas na sua plenitude dedignidade mas também pessoas queviram essa dignidade ser colocadaem causa nestes últimos anos.Pessoas que

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tiveram que deixar tudo para trás,que passaram por situações degrande perigo e de grandeangústia. Basta pensar o que é parauma família ter de coloca num barcoque corre o risco de naufragar osseus filhos. O que é para umafamília não saber se perder um filhose o vai reencontrar mais à frente…Estas pessoas que viram a suadignidade atingida precisam de umtempo de restauração dessadignidade, uma oportunidade derecomeçar a sua vida.Portugal pode não ter muito eurospara dar condições extraordináriasa quem acolhe, sabemos todas asdificuldades que os nossos própriosconcidadãos sentem – económicas,de trabalho –, mas temos uma coisamuito típica nossa que é nunca nosdeixamos limitar pela ausência derecursos: a generosidade, acapacidade de solidariedade entrequem tem pouco como nós.Tenho a certeza de que entre oseuros que nos faltam e as pessoasque estão à nossa porta, batendo,para que possam ser acolhidas, nãohesitaremos um segundo em ver orosto de alguém que até nos é muitofamiliar. Alguém que começoutambém por ter de fugir, por ter deser refugiado, por ter de fugir deuma

matança que ocorria na sua terra.Um verdadeiro refugiado.Ao ver nestas pessoas este rosto,agir consequentemente é agir deuma forma solidária, de uma formafraterna, de uma forma gratuita dequem não precisa de nenhumsequer obrigado. Agir acolhendo.Agindo sendo hospitaleiro.Tenho a certeza de que não vamoshesitar na resposta quecontinuamos a dar enquantoportugueses. Os nossos recursossão poucos, mas também sempresoubemos que entre aqueles quemenos têm é onde está a grandesolidariedade. Basta lembrar que,de todos os refugiados do mundo,os países mais ricos só acolhem 6%.São os países mais pobres, ospaíses em vias de desenvolvimentoque são mais solidários e acolhemos refugiados à procura de umaoportunidade para recomeçar.

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Crise dos refugiados inquietasociedade moderna, a Europa e aIgrejaO 17.º Encontro de AnimadoresSociopastorais das Migrações tem otema atual ‘Refugiados: Euros oupessoas?’ e a diretora da ObraCatólica Portuguesa das Migrações(OCPM), uma das entidadesorganizadoras, afirma que é algoque está a “inquietar”. “Inquieta asociedade moderna, a Europa e aIgreja”.“Está a desassossegar-nos e nobom sentido. É recordar quais sãoos nossos valores, quais são osvalores cristãos que nos orientam,os princípios da Doutrina Social daIgreja, o que deve orientar a nossaação”, disse Eugénia Quaresma.À Agência ECCLESIA, a diretora daOCPM explicou que no Encontro deAnimadores Sociopastorais dasMigrações vão “refletir, conhecer ever” como pode-se otimizar “todariqueza”.O encontro conta também na suaorganização com a AgênciaECCLESIA, a Cáritas Portuguesa eo Departamento Nacional daPastoral Juvenil porque, cada vezmais, os responsáveis percebemque os setores das migrações ligam“os diferentes

setores da Igreja”, para além, de“um sinal de trabalho conjunto”.“Queremos trazer os nossosagentes pastorais que já trabalhamna área e também pessoas quecomeçam a interessar-se por estastemáticas”, acrescenta sobre oencontro que se vai realizar entre 13e 15 de janeiro, Centro PastoralDiocesano de Leiria.O tema do encontro, ‘Refugiados:Euros ou pessoas?’, vai serapresentado no primeiro dia, nasessão de abertura que começa às21h30, apresentado pelo secretárioda Comissão Episcopal da PastoralSocial e Mobilidade Humana, opadre José Manuel Pereira deAlmeida.No dia seguinte, 14 de janeiro, amanhã começa com o “desafio” dediversos convidados responderem àpergunta provocatória ‘Europa, umafamília de povos?’ que vai ajudar a“repensar” o projeto europeu e terconsciência da “contribuiçãocatólica”.Em Leiria, vai haver também têmoportunidade para ouvir pessoasque foram acolhidas, pessoas queacolheram e lançar o desafio paraque “mais comunidades possamacolher” refugiados porque“continua a ser necessário”.

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Para a entrevistada há um trabalhode sensibilização, de preparação eum “desafio de trabalho conjunto”no acolhimento às pessoasmigrantes na Igreja Católica porqueexiste “trabalho bem feito” porinstituições mas “é preciso trabalharem conjunto”.O Conselho Pontifício da Pastoralpara os Migrantes, acrescenta,convida no início deste ano atrabalhar “para a justiça, para a paz,na erradicação da pobreza” porqueestá tudo ligado às migrações e aosdiferentes setores da pastoral daIgreja. Para promoverem “soluçõesduradouras”.

“Cada vez mais somos chamados aum trabalho mais profundo, mais doque assistência, mais do que cuidarda ferida ver como evitar que alastremais”, acrescenta a diretora daOCPM.O encontro dos animadoressociopastorais das migraçõesacontece na celebração do DiaMundial do Migrante e Refugiadopara a Igreja Católica, este ano a 15de janeiro; na mensagem doVaticano, a tónica é de atenção aos“menores migrantes”.Eugénia Quaresma recorda que aestratégia para acolher refugiadoscomeçou a partir da sociedade civil,

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que manifestou a suadisponibilidade ao formar a PAR–Plataforma de Apoio aosRefugiados, em 2015, com o lema‘Vemos, ouvimos e lemos. Nãopodemos ignorar’.Após um “grande compasso deespera entre a real necessidade deacolhimento, a burocracianecessária”, e as pessoas estaremprontas a ser acolhidas “algumasinstituições foram desistindo”. ComoPortugal está longe da rota dosrefugiados a PAR “ajudou naorganização”, pensou numa

estratégia de acolhimento e“integração a 2 anos”.“A nível europeu é considerado umadas melhores práticas. Tempermitido a Portugal ser dos paísesque mais tem cumprido esteprograma de recolocação”, observa.Segundo a responsável pela ObraCatólica Portuguesa das Migrações,da Igreja Católica, “algumasinstituições foram desistindo” mascontinuam a ter pessoas jápreparadas para virem paraPortugal “inclusive por equipas

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portuguesas” que foram para aGrécia e para o Líbano.“Pedimos às pessoas que semobilizam novamente”, é o reptoque Eugénia Quaresma também faze recorda que as instituiçõesanfitriãs devem providenciaralojamento, acesso à educação eensino português,empregabilidade/ocupação evoluntários acompanhar na questãoda saúde.A diretora da OCPM assinala quesempre existiram fluxos migratóriose a Igreja Católica reconhece que“os países têm o direito” de osregular mas apela a que seja de“forma humanizada”, uma vez, quetambém ajuda “a combater o tráficode seres humanos”.

Na Igreja o acolhimento “é princípiode humanidade”, afinal, ahospitalidade “faz parte da matriz dopovo cristão”, desde o Antigo aoNovo Testamento, “começa porAbraão passando pela mensagemde Jesus Cristo”.Neste contexto, considera que ofacto de Portugal ser país deemigração “ajuda a ter essasensibilização” e frisa que “integrarbem ajuda o país a crescer”. Umamigração “bem aproveitada,potenciada” é riqueza para todos.“Queremos continuar a ser um paísque promove liberdade, liberdadereligiosa, de circulação, deexistência e a liberdade dadiversidade”, conclui EugéniaQuaresma.

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Ilegalidade e violência hipotecamfuturo de crianças refugiadasA mensagem do Papa para o 103.ºDia Mundial do Migrante e doRefugiado é dedicada aos“migrantes menores de idade,vulneráveis e sem voz”. Franciscorecorda as crianças vítimas de“exploração” ou “encaminhadaspara a prostituição ou pornografia”,entregues como “escravas dotrabalho infantil” e “alistadas comosoldados”,

e também as que são “envolvidasem tráfico de drogas e outrasformas de delinquência”.“Tantas meninas e meninos” queatualmente são também “forçadospor conflitos e perseguições a fugir,com o risco de se encontraremsozinhos e abandonados”, frisa oPapa.No âmbito do Dia Mundial do

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Migrante e do Refugiado, que vaiser assinalado pela Igreja Católica a15 de janeiro, Francisco destaca “odever de chamar a atenção para arealidade dos mais pequenos“especialmente os deixadossozinhos, pedindo a todos paracuidarem” de modo particular destafaixa da população migrante.O Papa defende a urgência “deadotar todas as medidas possíveispara garantir proteção e defesa dascrianças migrantes, “três vezes maisvulneráveis – porque de menoridade, porque estrangeiras eporque indefesas – quando, porvários motivos, são forçadas a viverlonge da sua terra natal eseparadas do carinho familiar”.Privadas dos mais elementaresapoios, muitas crianças “acabamfacilmente nos níveis mais baixos dadegradação humana, onde ailegalidade e a violência queimamnuma única chama o futuro dedemasiados inocentes, enquanto arede do abuso de menores é difícilde romper”, alerta.“Pela sua delicadeza particular, aidade infantil tem necessidadesúnicas e irrenunciáveis”, prossegueFrancisco, lembrando ainda aimportância de garantir a adequada“integração das crianças” migrantese suas famílias nos países dedestino.Também a urgência de se

“adotarem procedimentos” nacionaise internacionais que contrariem as“causas da emigração forçada dosmenores” e de se encontrarem“soluções duradoras” para umproblema “complexo”, que tem nasua “raiz” uma mudança significativana realidade migratória.Envolvidos nestes fluxos estãotambém cada vez mais “homens emulheres, idosos e criançasforçados a abandonar as suascasas” devido a situações como“guerras, violações dos direitoshumanos, corrupção, pobreza,desequilíbrios e desastresambientais”. Estas pessoas rumam àEuropa e a outros continentes “coma esperança de se salvar eencontrar paz e segurança noutrolugar. E os menores são osprimeiros a pagar o preço onerosoda emigração”, realça o Papa, quetermina a sua mensagem reforçando“o direito” dos mais novos acrescerem “num ambiente saudávele protegido”.“De facto, em muitas partes domundo, ler, escrever e fazer oscálculos mais elementares ainda éum privilégio de poucos. Além dissotodos os menores têm direito debrincar e fazer atividadesrecreativas; em suma, têm direito aser criança”, conclui o Papa.

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Família de Alepo viveu Natal comcomunidade religiosa MaristaOs Irmãos Maristas em Portugalviveram um dia de Natal diferente dohabitual na companhia de umafamília de refugiados síria,constituída por cinco pessoas, paise filhos, que estão a acolher emparceria com a FundaçãoChampagnat.“Foi um Natal com mais vida, maisatenção uns aos outros porque asituação exigia. Éramos cerca de 25pessoas à volta da mesa ampla epartilhada”, disse o delegado dosIrmãos Maristas em Portugaldestacando que a família se inseriuna celebração natalícia dosreligiosos. À Agência ECCLESIA, oirmão António Leal explicou que afamília de refugiados da cidade síriade Alepo, que chegou a Portugal dia20 de dezembro, inseriu-se com“muita facilidade”, a “dificuldade dalíngua” foi superada com a “boavontade” de todos.Antes do almoço de Natal, osconvidados especiais foramconhecer o espaço do Colégio deCarcavelos com dois dos religiososmais jovens. A família é constituídapor cinco pessoas, o pai e a mãe,que se

encontra grávida de seis meses, etrês filhos, duas meninas, com 2 e 9anos, e um rapaz com 6 anos.O desafio de acolher refugiados,grupos ou famílias, foi feito “pelospróprios acontecimentos” e, depois,pelos apelos da sociedade civil e doPapa Francisco a toda a Igreja.Neste contexto, o religioso partilhoua ideia do acolhimento com aFundação Champagnat, com adireção do Externato Marista e coma associação de pais que foramrecetivos.“Essas pessoas fazem parte danossa humanidade, tínhamos denos interessar e era muito injusto sepudéssemos fazer alguma coisa enão fizéssemos”, observa o irmãoAntónio Leal.O processo de acolhimentodemorou mais de um ano, entre acandidatura e a chegada da famíliasíria que esteve os últimos 10meses num campo de refugiados naGrécia, e o “impacto inicial esbateu-se pela demora”. “Ficámos quaseum ano sem ter notícias pensandoque o processo pelas variáveis maisdiversas se calhar nem seconcretizaria”,

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acrescentou o religioso marista.Sílvia Palma, que trabalha naFundação Champagnat, recordaque a assinatura do protocolo foi emoutubro de 2015 mas “só emoutubro de 2016” é que tiveraminformação “que, efetivamente, iachegar uma família”.Inicialmente pretendiam acolher umafamília com dois filhos mas a PAR –Plataforma de Apoio aos Refugiadosdesafiou a Comunidade Marista areceber mais pessoas. “Oacolhimento

tem sido fácil, são uma família muitosociável, gosta de se relacionarconnosco e procura esserelacionamento. Integram-se emtodas as situações onde sãochamados dispostos a aprender, aquerer saber mais”, desenvolve.A fundação do instituto Marista temtambém o apoio de uma tradutorada comunidade islâmica para asentrevistas “mais técnicas” com suaa assistente social.

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Salvar crianças, salvar o futuro

O diretor do Serviço Jesuíta aosRefugiados (JRS) em Portugal disseà Agência ECCLESIA que a PAR –Plataforma de Apoio aos Refugiadosjá acolheu 72 famílias, em 61instituições, num total de 300pessoas, 157 das quais sãocrianças. Em Portugal já nasceramtambém cinco crianças.“Eu diria que são 157 crianças que,felizmente, nós, os portugueses,

conseguimos fazer parte da solução,são menos 157 crianças que estãoa sofre as atrocidades da guerra ouos desafios incríveis que fizeram natravessia por mar”, refere AndréCosta Jorge.O responsável recorda que estesmenores saíram da “incerteza, docaos” dos campos de refugiados naGrécia.“Estamos a ajudar a construir

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o futuro, são um sinal deesperança”, precisa.Para o diretor do JRS-Portugal, aintenção é combater situações devulnerabilidade das criançasrefugiadas, em linha com aspreocupações manifestadas peloPapa Francisco na sua mensagempara o Dia Mundial dos Migrantes eRefugiados de 2017.Em particular, sublinha a emoçãosentida numa experiência de“reunificação familiar”, ajudandouma mulher que chegou a Portugalcom os seus filhos, construindo “umfuturo feliz” para estas pessoas.O trabalho da PAR é um trabalho de“futuro”, acrescenta, e a maior partedas situações tem sido “feliz” comreconhecimento das famílias pelo“esforço” do país que as recebeu.Os refugiados estão na “raiz” damissão do JRS, do serviço dosJesuítas neste campo, há mais de30 anos, por iniciativa do padrePedro Arrupe. Em Portugal, otrabalho tem sido centrado nosúltimos anos com as parcerias deacolhimento aos refugiados, “de

forma progressiva e a partir daexperiência concreta”.André Costa Jorge realça o esforçorealizado para que as pessoaspossam conhecer a realidade dequem teve deixar o seu país,promovendo “hospitalidade,acolhimento, capacitação” e tendoem vista a integração destaspessoas na sociedade, como“cidadãos de pleno direito”.O JRS-Portugal está ligado ao PARdesde o início, partilhando a suaexperiência com as instituiçõesinteressadas em acolher refugiadosdurante dois anos. Assegura ainda o“secretariado técnico” daplataforma, fazendo a ponte entre oEstado português e as instituiçõesanfitriãs.O programa PAR-Famílias acolhe osmais vulneráveis, com dimensõestécnicas que são desempenhadaspelo JRS, numa equipa de quatroelementos que inclui uma refugiada.As famílias são entrevistas no paísde saída, geralmente a Itália ou aGrécia, procurando que o“casamento” entre as pessoas e asinstituições que as vão receber seja“o mais feliz possível”

Os refugiados continuam a chegar, continua a haver este drama todos osdias, não acabou, apesar de estarmos ativamente no acolhimento de hádois anos a esta parte. Deixo aqui também este desafio para que possahaver pessoas, associações, instituições, paróquias, que queiram fazeresta experiência do acolhimento do outro.André Costa Jorge, JRS-Portugal

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Não se mata em nome de Deus

A Paulinas Editora publicou o livro‘Não se mata em nome de Deus!’sobre o assassínio do padreJacques Hamel por dois jihadistasem 2016, na França, escrito peloespecialista em CristianismoContemporâneo Jan De Volder.O prefácio é assinado pelo fundadorda Comunidade de Sant’Egídio,para

quem “se o padre Jacquespereceu assim, foi porque teveuma existência sacerdotal generosae a continuou até uma idadeavançada, 85 anos, sem seaposentar, sem pôr um fim ao seuserviço”. Andrea Riccardi explicaque as “razões que justificam” umabiografia do padre Jacques Hamelsão “meditar sobre a

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constância da sua trajetória entre oshomens e tentar compreender aesperança que o habitava”.O sacerdote octogenário foi mortopor fundamentalistas islâmicos quetomaram reféns na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, próximo deRouen, norte de França, antes deserem abatidos pelas forçaspoliciais, a 26 de julho de 2016.Para o ex-ministro italiano, o autorbelga consegue que o assassíniodo padre Hamel “não seja uma meranotícia” entre outras notícias, “pormais terrível que ela tenha sido”porque recolhe “as «lágrimas» nãosó de uma morte, mas também detoda uma vida”.O fundador da Comunidade deSant’Egídio sublinha que a históriado sacerdote francês “é tudo menosbanal” porque viveu “para o seupovo, para o Evangelho”, eacreditou na liturgia “ao ponto de acelebrar para um pequeno númerode pessoas mas com toda a fé edignidade requeridas”.Andrea Riccardi observa que aIgreja Católica na França é “tudomenos uma sobrevivênciainsignificante” sendo, minoritárianum país laico, é, “por vezes,criticada internamente pelostradicionalistas, como acontece noseio da Cúria Romana”. “É uma

realidade pobre em recursos e eminfluência política, mas não emsignificado, e até mesmo paraos franceses de outrassensibilidades”, acrescenta ohistoriador, num texto divulgado peloSecretariado Nacional da Pastoralda Cultura da Igreja Católica emPortugal.‘Não se mata em nome de Deus!’ foiescrito pelo especialista emCristianismo Contemporâneo, obelga Jan de Volder, e está divididoem cinco capítulos - ‘Uma manhãfatídica’; ‘Sacerdote do Concílio’;‘Pároco de periferia’; Fiel até ao seuderradeiro suspiro’, ‘Uma emoçãoplanetária’. Publicado pela PaulinasEditora, o livro inclui a homilia doPapa Francisco na Missa emsufrágio pelo sacerdote francês (14setembro), a que presidiu noVaticano, afirmando que “seria bom”que “todas as confissões religiosas”dissessem: “Matar em nome deDeus é satânico!”.Jan de Volder foi à Diocese deRouen, no norte de França, e ouviuas vítimas do ataque – paroquianos,funcionários e membros da famíliado padre Jacques Hamel. Segundoo autor, “havia uma vontade defalar” sobre o sacerdote, da suavida, e havia também umaquantidade enorme de perguntasque “surgiam, um desejo deentender”.

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II Concílio do Vaticano: Afluentesconciliares nas águas do Mondego

Durante vários anos, a pena de Manuel AugustoRodrigues deu aos leitores do «Correio de Coimbra»o «intra» e o «extra» do II Concílio do Vaticano. Esteinsigne colaborador do jornal das terras do Mondego,faleceu a 15 de dezembro de 2016, mostrou aosleitores que, passados 50 anos, a assembleia magnaconvocada pelo Papa João XXIII e continuada pelo seusucessor não morreu. Os documentos emanadosdeste encontro ainda continuam com vitalidade.O antigo professor catedrático jubilado da Faculdadede Letras e antigo diretor do Arquivo da Universidadede Coimbra (1980-2003) foi também um dosresponsáveis pelos 700 anos da mesma instituição.Recordo um artigo, datado de abril de 2012, onde ocolaborador deste órgão comunicação socialescreveu: “Muitas foram as esperanças depositadasnaquela magna assembleia convocada quase umséculo depois do I Concílio do Vaticano (8 dedezembro de 1869 – 18 dezembro de 1870)”. Econtinua o articulista: “Apesar das expectativas demuitos, a época que seguiu ao II Concílio Vaticano nãorepresentou aquela primavera ou Pentecostesdesejados, mas, como reconheceram o próprio PauloVI e os seus sucessores, originou um período decrises e dificuldades”.Manuel Augusto Rodrigues foi um membro ativo doCentro Académico de Democracia Cristã (CADC), doqual foi assistente espiritual e capelão daUniversidade de 1963 até ao ano em que pediudispensa do seu ministério sacerdotal.

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No mesmo artigo, intitulado «OConcílio Vaticano II 40 depois (I)», ocolunista que se doutorou emTeologia; Ciências Bíblicas eLínguas Semíticas, refere que “penafoi que a participação portuguesativesse sido tão modesta como já ofora no Vaticano I, tudo tão diferentedo que sucedera no Concílio deTrento”.Este colaborador do «Correio doCoimbra» que dominava váriosidiomas – hebraico, grego, latim,italiano, português, francês, inglês,alemão e árabe – terminou estarubrica sobre o II Concílio doVaticano a 09 de outubro de 2014.Ao todo

foram 100 artigos sobre osdocumentos conciliares ondeManuel Augusto Rodrigues explanouo contexto e as abrangências daassembleia magna convocada peloPapa João XXIII. Como ele escreveuno último comentário, “tentou-seevocar a efeméride em si, teceralgumas considerações sobre a suapré-história e também sobrepessoas e eventos posteriores àassembleia conciliar que desta oudaquela maneira seguiram o trilhodos textos aprovados, de tantadocumentação que os explanou ede factos sem conta que tiveram amarca do Vaticano II”.

foto @ Miguel Coutrim

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janeiro 201707 janeiro 2017. Porto - Gaia (Seminário dosRedentoristas) - Reflexão sobre «OsNatais dos poetas e dos contosportugueses» promovido peloCentro de EspiritualidadeRedentorista . Ilha da Madeira - Ofertório dasMissas reverte para Fundo SocialDiocesano (termina a 08 de janeiro) . Estremoz - Galeria Municipal D.Dinis - Encerramento da exposição«Presépios de artesãos deEstremoz» . Faro, 09h30 - A Diocese doAlgarve promove uma jornadateológico-pastoral, subordinada aotema “Maria, Mãe e Discípula”,tendo em conta o lema mariano doprograma pastoral da Igreja algarviae o centenário das aparições deFátima. . Braga - Auditório Vita, 09h30 - ODia do coordenador paroquial daArquidiocese de Braga celebra-seno Auditório Vita naquela cidade edestina-se aos coordenadores detodos os movimentos e gruposparoquiais.

. Braga – Sé, 14h30 - A cerimóniade tomada de posse dos novosórgãos nacionais do Corpo Nacionalde Escutas (CNE) decorre estesábado, em Braga. . Lisboa - Salão do Centro Paroquialde Nova Oeiras, 17h15 - Auto deNatal pela Catequese da Paróquiade Santo António de Nova Oeiras 08 de janeiro. Fátima - Conferência sobre «Mãeda Igreja, rogai por nós» por Mariado Céu Patrão Neves . Almancil – Loulé, 10h00 - O bispodo Algarve vai começar estedomingo a visita pastoral à Paróquiade Almancil, no Concelho de Loulé,na Eucaristia das 11h00, na igrejade São Lourenço, até ao dia 15 dejaneiro. . Lisboa - Igreja do SagradoCoração de Jesus, 14h30 - A LigaOperária Católica – Movimento deTrabalhadores Cristãos (LOC-MTC)da Diocese de Lisboa promove umaconferência sobre a paz.

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. Santarém – Sé, 16h00 - Ordenação diaconal de RúbenFigueiredo . Lisboa – Sé, 17h00 - Concerto deAno Novo com o tema«Misericórdia» e dinamizado peloCoro da Catedral de Lisboa. 09 de janeiro. França – Paris - O Conselho dasConferências Episcopais da Europa(CCEE) promove, de 09 a 12 destemês, o Fórum Europeu Católico-Ortodoxo para refletir sobre odiálogo ecuménico. . Lisboa - Auditório da Escola deHotelaria e Turismo de Lisboa,21h30 - D. ManuelClemente fala sobre «Dois Sínodose uma Exortação Apostólica»integrado nos Encontros de SantaIsabel 10 de janeiro. Angra - Seminário Episcopal - Obispo de Angra, D. João Lavrador,convocou uma “reuniãoextraordinária” do conselhopresbiteral, de 10 a 12 de janeiro,para debater “uma novaorganização diocesana”.

. Fátima - Casa das Dores, 10h30 - Conselho Permanente daConferência Episcopal Portuguesa . Madeira - Funchal (EscolaTeológica), 19h30 - A EscolaTeológica da Diocese do Funchalpromove, no dia 10 deste mês, umaconferência sobre «Quem é aIgreja?» proferida pelo padre GilPereira. 11 de janeiro. Lisboa - Salão da Paróquia deNossa Senhora do Amparo, 21h30 - Sessão do ciclo «Casados para avida?» organizado pelo Paróquia deNossa Senhora do Amparo 12 de janeiro . Lisboa - Tivoli BBVA - O musicaldos 300 anos do Patriarcado deLisboa vai voltar ao palco do TivoliBBVA, na capital portuguesa,durante 5 sessões, entre 12 e 15 dejaneiro.

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- Os professores de Educação Moral e ReligiosaCatólica de Lisboa realizam hoje um encontronatalício. A iniciativa que começa às 19h00, na igrejade São João das Lampas, é promovida SecretariadoDiocesano do Ensino Religioso Escolar (SDER). - O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ),os secretariados diocesanos e os movimentos juveniscomeçam o ano de 2017 com o seu primeiro conselhonos dias 6 e 7 de janeiro na Casa São Nuno, emFátima, em volta do tema ‘o Todo-Poderoso fez emmim maravilhas’, do Evangelho de São Lucas (Lc1,49). - A Diocese do Algarve promove a 7 de janeiro umajornada teológico-pastoral, subordinada ao tema“Maria, Mãe e Discípula”, tendo em conta o lemamariano do programa pastoral da Igreja algarvia e ocentenário das aparições de Fátima. A iniciativa, arealizar lugar no Centro Pastoral de Pêra, com iníciopelas 09h30, concentra e engloba três dimensões:bíblica, litúrgica e socio-caritativa. - O bispo do Funchal anunciou que a tradicional‘Renúncia de Advento’ na diocese madeirense vaireverter para as vítimas dos incêndios de agosto,através do Fundo Social Diocesano. “A recolha dasofertas será feita nas Missas da Festa da Epifania, nospróximos dias 7 e 8 de janeiro”, informou D. AntónioCarrilho.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia;23h30 - Entrevista deAura Miguel Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 8 de janeiro,13h30 - A Igreja Católicasonhada pelo PapaFrancisco Segunda-feira, dia 09, 15h00 - Entrevista ao padre AméricoAguiar e a Paulo Agostinhosobre o jornalismo emPortugal. Terça-feira, dia 10, 15h00 - Informação e entrevista a Matilde Trocado sobre omusical "Partimos, vamos, somos" Quarta-feira, dia 11, 15h00 - Informação e entrevistaa Marta Arrais, autora do livro "Descalça as tuasferidas". Quinta-feira, dia 12 de dezembro, 15h00 -Informação e entrevista Eugénia Quaresma sobre oDia Mundial do Migrante e Refugiado. Sexta-feira, dia 13, 15h00 - Análise à liturgia dedomingo com o padre Armindo Vaz e Nélio Pita. Antena 1Domingo, dia 08 - 06h00 - Encontro Europeu deTaizé, em Riga, com Vanessa Alves e Diogo Pereira. Segunda a sexta-feira, dias 09 a 13 de janeiro- 22h45 - Dia mundial do Migrante e Refugiado-realidade portuguesa; histórias de quermacolhe eajuda a acolher refugiados e o encontro nacional dosagentes pastorais de migrações

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Ano A – Solenidade da Epifania doSenhor Acolher a luze pôr-se acaminho

A liturgia deste domingo da Epifania do Senhorcelebra a manifestação de Jesus, luz que encarna eilumina os nossos caminhos, conduzindo-nos aoencontro da salvação, da vida definitiva.A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadorade Deus, que transfigurará Jerusalém e que atrairá àcidade de Deus povos de todo o mundo.A segunda leitura apresenta o projeto salvador deDeus como uma realidade que vai atingir toda ahumanidade, juntando judeus e pagãos numa mesmacomunidade de irmãos, a comunidade de Jesus.No Evangelho, vemos a concretização dessapromessa: ao encontro de Jesus vêm os magos dooriente, representantes de todos os povos da terra.Reconhecem a luz da salvação e adoram o Messias.Mateus apresenta-nos as atitudes de váriaspersonagens em confronto com Jesus: os magos emadoração; Herodes em rejeição total; os sacerdotes eos escribas em indiferença.Os magos são apresentados como os homens dossinais, que sabem ver na estrela o sinal da chegadada libertação. Como eles, sejamos pessoas atentasaos sinais, sejamos capazes de ler os acontecimentosda nossa história e da nossa vida à luz de Deus,procuremos perceber nos sinais que aparecem nonosso caminho a vontade de Deus.Os magos viram a estrela, deixaram tudo, arriscaramtudo e vieram procurar Jesus. Como eles, sejamoscapazes da mesma atitude de desinstalação, nãofiquemos demasiado agarrados aos nossos sofás ecolchões, às nossas televisões e aparelhagens, àsnossas navegações nas redes sociais. Procuremosdeixar tudo para responder aos apelos que Jesus nosfaz através dos irmãos.

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Os magos representam as pessoasde todo o mundo que vão aoencontro de Cristo, que acolhem aproposta libertadora que Ele traz eque se prostram diante d’Ele. É aimagem da Igreja, essa família deirmãos de muitas cores e raças, queaderem a Jesus e O reconhecemcomo o seu Senhor.Ponhamo-nos a caminho. Mesmonão sabendo exatamente como seráa aventura, tenhamos confiança,ergamos os olhos com esperança. Aluz vem de Deus, deixemo-nosiluminar. Procuremos sem cessar,não tenhamos demasiadascertezas.

Tenhamos somente convicções,descubramos os sinais da suapresença. Como os magos,ofereçamos presentes: a oração, orespeito e a atenção a cada pessoa.Procuremos agradar a Deus e aosirmãos. Aceitemos começar um novocaminho.Que o espírito do Natal e daEpifania se mantenha ao longo de2017. Deixemo-nos interpelar porDeus e pelo seu Evangelho, levadocom alegria e esperança junto doshomens e mulheres do nossotempo.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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1917, o ano que pedia Fátima

Francisco Noronha de Andrade,estudioso e colecionador dedocumentos ligados às Aparições deNossa Senhora em Fátima,considera que no início de 1917houve sinais que pressentiram osacontecimentos na Cova da Iria,num mundo em guerra. Ementrevista à Agência ECCLESIA, oservita começa por destacar o“sinal” que aconteceu uma semanaantes do 13 de maio de 1917,quando o Papa Bento XV escreveuuma carta para que todos os bisposfizessem uma invocação a NossaSenhora a Paz.

“Queremos que à Grande Mãe deDeus, nesta hora terrível, mais doque nunca se dirija vivo e confianteo pedido dos seus filhosaflitíssimos”, lia-se na carta enviadaaos prelados do mundo inteiro,assinada no dia 5 de maio de 1917.Francisco Noronha de Andrade, daAssociação dos Servitas, sublinhaque “uma semana depois” começamas aparições de Nossa Senhora erecorda, a partir das memórias dairmã Lúcia, que o Anjo de Portugal,nas suas aparições pediu pararezarem

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pela paz. “Orai, orai muito, oscorações de Jesus e Maria querematrair sobre a vossa pátria a paz. Eusou o anjo de Portugal”, lê-se nasmemórias da vidente que faleceuem 2005.Nas várias memórias que FranciscoNoronha de Andrade tem guardado,num armazém da antiga EditoraRomano Torres - recortes denotícias, jornais, revistas -, destaca-se um livro de 1917, onde ascrianças pedem no dia 1 de janeiroa proclamação da paz.“O ano que entra é o ano da paz”, lê-se na obra publicada um ano antesdo fim da I Guerra Mundial (1914-1918).Também a revista ‘Ilustração

Portuguesa’ de 1 de janeiro de 1917faz referência à paz e à pombabranca, que estão presentes emFátima - “ver-se-á que é a pombaque vence a ave de rapina”. “A pazestá ligada, a paz faz parte deFátima”, observa o membro daAssociação dos Servitas.Estudioso e entusiasta de Fátima eda sua mensagem, o entrevistadocomenta que “sempre existiram”pombas brancas no santuáriomariano da Cova da Iria e no seuarquivo tem um jornal no qual selembra que “o primeiro episódio daspombinhas de Nossa Senhora foi há60 anos”.Um tema que esteve em destaquena primeira edição do programa'70x7' de 2017, na RTP2.

O Acontecimento Fátima: curso interdisciplinarO Santuário de Fátima vai promover a formação ‘O AcontecimentoFátima: curso interdisciplinar’, em sete sessões entre 17 de janeiro e 27de fevereiro, às terças-feiras em Lisboa, numa parceria com aUniversidade Católica Portuguesa (UCP). “Quis-se um cursointerdisciplinar para que pudesse abarcar as diferentes temáticas que seencontram na História de Fátima e nos conteúdos que compõe o ‘corpus’do que habitualmente é designado por «Mensagem de Fátima»”, disse ocoordenador do curso, o diretor do Serviço de Estudos e Difusão doSantuário de Fátima.

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Capelinha das ApariçõesA Capelinha das Aparições é o"coração" do Santuário de Fátima.Foi no local onde se encontra aCapelinha que Nossa Senhora falouaos pastorinhos. Das seis apariçõesda Virgem Maria, cinco aconteceramneste local – maio, junho, julho,setembro e outubro – onde, porindicação da Senhora, haveria deser construída uma capela em suahonra. Erigida entre 28 de abril e 15de junho de 1919, foiposteriormente benzida, tendo-se aícelebrado missa pela primeira vezem 13 de outubro de 1921.Dinamitada na madrugada de 6 demarço de 1922, foi restaurada ereinaugurada em 13 de janeiro de1923.Embora sujeita a ligeiras alterações,a Capelinha das Aparições mantémos traços originais e característicosde uma ermida popular. O alpendreatual foi inaugurado aquando daprimeira vinda de João Paulo II aoSantuário de Fátima, nos dias 12 e13 de maio de 1982. Em 1988, AnoMariano, o teto foi forrado commadeira de pinho, proveniente donorte da Sibéria, madeira que foiescolhida pelas suas característicasde leveza e durabilidade.

A peanha onde se encontra aImagem de Nossa Senhora marca osítio onde estava a pequenaazinheira sobre a qual a Senhora doRosário apareceu.O órgão da Capelinha foi construídopelo organeiro Gerhard Grenzing.Conta com doze registos e dispõede dois manuais e pedaleira.Dedicado quase exclusivamente aoacompanhamento das celebrações,permite, graças aos seus timbresparticularmente cuidados, ainterpretação de peças do repertóriosacro num enquadramento litúrgico.

Fonte: Santuário de Fátima

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O Santuário de Fátima rejeitou qualquer envolvimento em açõescomerciais que envolvam pagamentos de promessas ou quaisquer outrasofertas. “O Santuário de Fátima nada tem a ver com qualquer campanhadesta natureza, seja por ocasião do Natal ou noutra circunstância, erepudia veementemente este tipo de iniciativas”, refere uma notainformativa divulgada pela porta-voz da instituição, Carmo Rodeia.Também a Diocese de Leiria-Fátima emitiu uma declaração em que“reprova” o aproveitamento comercial de Missas, promessas e artigosreligiosos em Fátima.

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Síria: Quando o fim da guerra é a prenda maisdesejada

Os olhos tristes de MagdaRecentemente, a Fundação AISorganizou uma videoconferênciapara que algumas das criançasde Alepo pudessem dizer, deviva voz, a dirigentes doParlamento Europeu, como é avida nesta cidade mártir da Síria.Quais são os seus medos esonhos. No Natal que passou,houve crianças que nãoquiseram brinquedos nemguloseimas. Apenas paz. Quanto valem as palavras de umamenina de dez anos? Ou de umrapaz de 12? No início deDezembro, a Fundação AISorganizou uma videoconferênciaentre um grupo de crianças deAlepo, a cidade síria que foi palcode uma das mais ferozes batalhasna guerra civil neste país, e algunsaltos dirigentes do ParlamentoEuropeu. Diane tem 10 anos. Tinhaapenas seis quando se ouviu pelaprimeira vez o silvo das balas, odesmoronar dos prédios, os gritosde dor em Alepo. Apesar de toda aviolência que presenciou, não senota nenhum sinal de ódio ou devingança nas suas palavras. Apenasdeseja viver em paz. “Bom dia,Saúdo-vos de todo o coração. Nestedesenho, fiz uma

ambulância que transporta osferidos e também os mortos. Foramatingidos por um míssil lançadopelos terroristas. Há lojas e prédiosdestruídos. Esta menina está achorar porque a mãe perdeu umaperna, foi amputada. Como nãopodemos perder a esperança,desenhei uma pequena planta verdeque indica a esperança, enquantoesperamos que chegue a Paz. MuitoObrigada.” Guerra “doida e feia”Pir, tal como Diane, tem 10 anos.Também ela já não se lembra dostempos em que brincava na rua comos seus amigos. Agora, diz-nos, temmedo até de andar de bicicleta.“Esta guerra feia roubou-me muitascoisas. Impediu-me de ser como asoutras crianças do mundo. Porexemplo, tenho medo de andar debicicleta. Espero que esta guerradoida e feia acabe… por favor!”Todas estas crianças sonham comuma cidade intacta, com vidasnormais. É o caso de Magda. “Souuma pequena rapariga de Alepo”,diz de si própria. As suas palavrasdeveriam ser ouvidas por todosaqueles que olham para

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esta e todas as guerras no mundo econtabilizam apenas mortos eferidos e conseguem falar emvitórias ou derrotas sem seimportarem verdadeiramente com osofrimento concreto de cadapessoa. “Estou triste. A maior partedos meus amigos foi-se embora,estão feridos ou mortos. Desejo epeço a Deus que esta guerra acabee que a Paz fique nos nossoscorações e nas nossas casas.” Estavideoconferência aconteceu noinício de Dezembro. Faltava quaseum mês para o Natal. Entretanto, nofinal do ano,

conseguiu-se um cessar-fogo quetem feito renascer a esperança atodos os que vivem em Alepo.Desde então, passaram já algunsdias e tem sido precioso esse tempode paz. Ou de não-guerra. De facto,em Alepo, na Síria, uma hora ou umdia valem muito mais do que apenas60 minutos ou 24 horas, pois podemsignificar também mais uma hora ouum dia de vida. Neste Natal, Diane,Magda e Pir não pedirambrinquedos nem guloseimas.Pediram apenas paz.

Paulo Aido | www-fundacao-ais.pt

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Google Drive, a App de cópia desegurançaBom ano de 2017 cheio de projetose desafios pastorais motivadores. Hoje trago uma partilha que émotivada por ver, tempos a tempos,pedidos de envios de contactos pormensagem privada (MP) nas redessociais porque se perdeu, danificouou trocou de smartphone. Há muitasformas de fazer esta sincronização /cópia de segurança / backup paraque os contactos, calendário,fotografias e vídeos não se percam:eu uso o iTunes para tersincronizados os meus contactosnos vários dispositivos móveis queuso.Fazer uma cópia de segurança sótem valor quando perdemos algumainformação ou parte da informação.Caso contrário somos de opiniãoque é importante, mas agora nãotenho tempo. Vamos fazer cópia de segurançacom o Google Drive Passo 1 - Instale a app GoogleDriveCaso ainda não tenha instaladoesta aplicação, faça-o. Terá mais 15gigas, gratuitos, de espaço parafazer backup de fotos, vídeos,contactos e eventos de calendário.

Passo 2 - Aceder à opção decópia de segurançaAbra a aplicação no seu smartphonee, no canto superior esquerdo,aceda ao ícone com três linhashorizontais, junto a o meu disco.Aberto o menu, clique naopção Definições.

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Passo 3: Ativar a cópia desegurançaA Cópia de Segurança está depoisde Fotografias. Pode criar cópia desegurança com o Google Drivepara Contactos; Evento doCalendário e Fotos e Vídeos. Éimportante que verifique se estátudo ativado ou desativado. Basta ira cada menu e verificar o estado:cada utilizador escolhe o menu oumenus que quer fazer backup.

Passo 4: Iniciar a cópia deSegurança.Basta clicar no botão INICIARCÓPIA DE SEGURANÇA.Recomendo que façam sempre ascópias de segurança ligados a umarede Wi-Fi, para evitar ter surpresascom o gasto de dados móveis. Passo 5: Contas google sãogratuitasComo já referi todas as contasGmail têm associadas 15 gigas deespaço gratuito. Se usa a sua contapara outros fins, nomeadamentecomo correio eletrónico, fique asaber que o correio usa o mesmoespaço. Como sugestão, criar umaconta google só para backups, sópara cópias de segurança. Claroque que este 5º passo fica aocritério de cada utilizador. Pequenos gestos fazem a diferença.Este é um deles: deixe que o GoogleDrive guarde e preserve os seuscontactos. GOOGLEDRIVE Android | GOOGLEDRIVE iOS

Bento Oliveira@iMissio

http://www.imissio.net

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50 Dias de Paz

Tony Neves Espiritano

Paulo VI decidiu instituir o Dia Mundial da Paz em1968. Dois anos antes, o Papa pedira que omundo dedicasse um dia especial à paz eapontou para o primeiro do ano civil. NaSolenidade da Imaculada Conceição de 1967,publicou a primeira Mensagem… A de 2017 é a50! São as bodas de ouro de um acontecimentoque nunca foi tão actual e urgente como é hoje.Um ‘passeio’ por estas 50 Mensagens permitepôr o coração a bater ao ritmo do mundo e aperceber os desafios que, ano após ano, osPapas quiseram enfrentar. Vejamos alguns dostemas mais quentes: logo em 1969 a focagem foipara os direitos humanos como exigência de paz.Depois surgiram temáticas candentes como aeducação, a reconciliação, o desarmamento, aliberdade, o diálogo, o desenvolvimento, asolidariedade, a liberdade religiosa, o respeitodas minorias, a justiça, a comunhão, a família, operdão, a misericórdia… Trata-se de valores quesão património da humanidade e estão, de umaforma mais ou menos explícita, gravados naspáginas dos Evangelhos. Assim, tornam-seexigência de prática para quantos se identificamcom os ideais cristãos.Celebrar os 50 anos da instituição do DiaMundial da paz é uma enorme responsabilidadepara todos os humanos. O dia 1 de Janeiro abreo ano cristão e aponta caminhos de fraternidadeuniversal. Paulo VI, J. Paulo II, Bento XVI eFrancisco têm dado ao

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mundo reflexões muito sérias eprofundas que não nos permitemficar indiferentes, pois beliscam aconsciência da humanidade.O Papa Francisco, na Mensagem50, a de 2017, aponta as bateriaspara um tema candente: ‘A não-violência: estilo de uma política paraa Paz’. O Papa Francisco temrepetido que o mundo vive a ‘3ªGuerra Mundial aos pedaços’, comtantos focos de violênciaespalhados pela face da terra. Porisso, o caminho da paz é o da não-violência, pois não há alternativaque lhe vença. Há que agir nosespaços possíveis, negociando

caminhos de paz, até mesmoaqueles que parecem intransitáveis.A ‘não violência’, entendida como método político, pode constituir ummeio realista para superar osconflitos armados. Há que sabernegociar, cedendo no que não violenem a consciência nem os direitoshumanos.Nenhum país pode ficar indiferenteàs tragédias que vitimam outrospovos. Ninguém se deve sentir nodireito de comercializar armas quevão matar inocentes. O tráfico dearmas é quem sustenta boa partedos conflitos e constitui um flagelomundial.Desejo a todos um 2017 cheio dePaz.

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