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1 COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ - ENSINO FUND., MÉDIO E PROFISSIONAL Avenida João Gualberto, n.º 250, Centro Curitiba. Fone: (41) 3304-8940 - E-mail: [email protected] - Site: www.cep.pr.gov.br CURCEP 137 questões de SOCIOLOGIA Profº Ney Jansen (Simulado preparatório ENEM e Vestibulares) Eixos temáticos: Teorias Sociológicas; Instituições Sociais; Desigualdades Sociais (Raça, Classe e Gênero); Sociologia Rural; Sociologia Urbana; Mundo do Trabalho; Diversidade Cultural e Etnocentrismo; Indústria Cultural e Meios de Comunicação; Poder Político, Estado, Cidadania e Movimentos Sociais. Eixo Temático: Teorias Sociológicas 01-A imagem abaixo é um famoso quadro intitulado “A liberdade guiando o povo” do pintor francês Eugéne Delacroix (1798-1863), sobre a revolução francesa de 1830 que destituiu o rei Carlos X. Tal quadro sintetiza parte do imaginário social advindo da chamada modernidade. Fonte: http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/02/a-liberdade-guiando-o-povo-analise-da.html Acesso em 06/01/2017 Assinale a alternativa correta a respeito do contexto histórico da formação da sociologia: I- A Revolução Francesa de 1789 significou a queda do Estado monárquico e a criação de um Estado laico, baseado nos princípios republicanos, além da ascensão da burguesia ao poder político. A concepção de cidadania e de direitos sociais e políticos emergiram da influência dessa revolução. II- As três revoluções do século XVIII, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a Revolução Francesa, são marcos importantes para pensar a instalação definitiva da sociedade capitalista. III- A revolução industrial, a revolução russa e a guerra fria são as três grandes transformações que deram origem à formação da sociologia. IV- Com a revolução industrial ocorreu uma superação dos conflitos entre capital e trabalho e a proliferação do trabalho doméstico nas áreas mecanizadas. V- O trabalho do artesão perde importância com o surgimento de novas formas de organização do trabalho nas cidades e no campo, emerge um processo de urbanização com o aparecimento de duas novas classes sociais, a burguesia e o proletariado. VI- Interpretações baseadas no sobrenatural, em superstições e crenças passam a ser questionadas nos estudos dos processos histórico-sociais modernos. Essa racionalização expressava novas formas de conceber o mundo, nas ciências naturais e sociais. a) Estão corretas apenas as alternativas I e VI b) Estão corretas apenas as alternativas I, II, V e VI c) Estão corretas apenas as alternativas III e IV d) Estão corretas apenas as alternativas II e V e) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

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COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ - ENSINO FUND., MÉDIO E PROFISSIONAL Avenida João Gualberto, n.º 250, Centro – Curitiba. Fone: (41) 3304-8940 - E-mail: [email protected] - Site: www.cep.pr.gov.br

CURCEP

137 questões de SOCIOLOGIA

Profº Ney Jansen

(Simulado preparatório ENEM e Vestibulares)

Eixos temáticos: Teorias Sociológicas; Instituições Sociais; Desigualdades Sociais (Raça, Classe e

Gênero); Sociologia Rural; Sociologia Urbana; Mundo do Trabalho; Diversidade Cultural e

Etnocentrismo; Indústria Cultural e Meios de Comunicação; Poder Político, Estado, Cidadania e

Movimentos Sociais.

Eixo Temático: Teorias Sociológicas

01-A imagem abaixo é um famoso quadro intitulado “A liberdade guiando o povo” do pintor francês

Eugéne Delacroix (1798-1863), sobre a revolução francesa de 1830 que destituiu o rei Carlos X. Tal

quadro sintetiza parte do imaginário social advindo da chamada modernidade.

Fonte: http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/02/a-liberdade-guiando-o-povo-analise-da.html Acesso em 06/01/2017

Assinale a alternativa correta a respeito do contexto histórico da formação da sociologia:

I- A Revolução Francesa de 1789 significou a queda do Estado monárquico e a criação de um Estado

laico, baseado nos princípios republicanos, além da ascensão da burguesia ao poder político. A concepção de

cidadania e de direitos sociais e políticos emergiram da influência dessa revolução.

II- As três revoluções do século XVIII, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a Revolução Francesa,

são marcos importantes para pensar a instalação definitiva da sociedade capitalista.

III- A revolução industrial, a revolução russa e a guerra fria são as três grandes transformações que

deram origem à formação da sociologia.

IV- Com a revolução industrial ocorreu uma superação dos conflitos entre capital e trabalho e a

proliferação do trabalho doméstico nas áreas mecanizadas.

V- O trabalho do artesão perde importância com o surgimento de novas formas de organização do

trabalho nas cidades e no campo, emerge um processo de urbanização com o aparecimento de duas novas

classes sociais, a burguesia e o proletariado.

VI- Interpretações baseadas no sobrenatural, em superstições e crenças passam a ser questionadas nos

estudos dos processos histórico-sociais modernos. Essa racionalização expressava novas formas de conceber o

mundo, nas ciências naturais e sociais.

a) Estão corretas apenas as alternativas I e VI

b) Estão corretas apenas as alternativas I, II, V e VI

c) Estão corretas apenas as alternativas III e IV

d) Estão corretas apenas as alternativas II e V

e) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

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02-Leia o trecho do clássico “Manifesto Comunista” de 1848:

“[...] A descoberta da América, a circunavegação da África, abriram um novo campo de ação à burguesia emergente. Os

mercados das Índias Orientais e da China, a colonização da América, o comércio colonial, o incremento dos meios de troca

e das mercadorias em geral imprimiram ao comércio, à indústria e à navegação um impulso desconhecido até então [...] A

grande indústria criou o mercado mundial, preparado pela descoberta da América. O mercado mundial acelerou

enormemente o desenvolvimento do comércio, da navegação, dos meios de comunicação. Este desenvolvimento reagiu por

sua vez sobre a expansão da indústria; e à medida que a indústria, o comércio e a navegação, as vias férreas, se

desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando seus capitais e colocando em segundo plano todas as classes legadas pela

Idade Média. [...] O progresso da indústria, de que a burguesia é agente passivo e involuntário, substituiu o isolamento dos

operários, resultante da competição, por sua união revolucionária resultante da associação.”

Fonte: MARX, K e ENGELS, F. Manifesto Comunista. Boitempo Editorial. São Paulo: 2005. p. 41 e 51.

Marx (1818-1883) e Engels (1820-1895) no Manifesto de 1848 afirmavam que “a burguesia

desempenhou um papel revolucionário na história”. Os autores com isso querem dizer que:

a) A burguesia revolucionou o mundo ao criar uma nova sociedade mais igualitária em comparação com

a sociedade feudal pois as diferenças sociais não se dariam mais pela religião, pela aceitação das desigualdades

de forma “natural” e pré-determinada por uma suposta ordem divina.

b) Com o desenvolvimento do capitalismo as possibilidades de ascensão social -não mais a imobilidade

social das castas ou estamentos- freou qualquer possibilidade de revolução social pela classe trabalhadora.

c) A formação de um mercado mundial deu um caráter cosmopolita à produção e consumo e unificou

regiões distantes. A formação de uma classe trabalhadora concentrada produziu a possibilidade do proletariado

utilizar as armas criadas pela burguesia contra ela mesma.

d) A utilização dos capitais para se derrotar a nobreza medieval permitiu à burguesia nascente se tornar

a nova classe dominante, criando uma era de desenvolvimento científico e tecnológico benéfica a todas as

classes sociais.

e) A burguesia permitiu, graças à exploração do mercado mundial, a unificação do globo e a criação de

um movimento de unidade e harmonia social entre o capital e o trabalho.

03- (UEL, adaptada) Durante as campanhas eleitorais os candidatos (e seus assessores) visam conhecer as

motivações das preferências do eleitorado buscando descobrir quais as tendências dos eleitores. Nessa

técnica de pesquisa qualitativa, descobre-se, além da convergência das intenções, as motivações que se

repetem nos votos dos eleitores, as razões gerais que poderiam fazê-los mudar de opção, como eles

propõem e ouvem argumentos sobre o tema. Observe a charge abaixo:

Fonte: http://www.acidadedeverdade.com.br/2016/01/vai-que-cola-falsas-pesquisas.html. Acesso em 05/01/2017.

A aplicação do modelo de pesquisa que aparece descrito no texto baseia-se, principalmente, na

teoria sociológica de Max Weber (1864-1920). A utilização dessa teoria indica que os pesquisadores

pretendem:

a) Pesquisar o proletariado como a classe social mais importante na estruturação da vida social.

b) Analisar os aparelhos repressores do Estado, pois são eles que determinam os comportamentos

individuais.

c) Pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas

ações e que configuram as relações sociais.

d) Investigar as funções sociais das instituições, tais como igreja, escola e família, para entender o

comportamento dos grupos sociais.

e) Identificar os mecanismos de consciência coletiva que determinam os comportamentos individuais.

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04-Sobre a exploração do trabalho no capitalismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), é correto

afirmar:

a) A lei da hora extra explica como os proprietários dos meios de produção se apropriam das horas não pagas ao

trabalhador, obtendo maior excedente no processo de produção das mercadorias.

b) A lei da mais-valia consiste nas horas extras trabalhadas após o horário contratado, que não são pagas ao

trabalhador pelos proprietários dos meios de produção.

c) A lei da mais-valia explica como o proprietário dos meios de produção extrai e se apropria do excedente

produzido pelo trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas trabalhadas.

d) A lei da mais-valia é a garantia de que o trabalhador receberá o valor real do que produziu durante a jornada

de trabalho.

e) As horas extras trabalhadas após o expediente constituem-se na essência do processo de produção de

excedentes e da apropriação das mercadorias pelo proprietário dos meios de produção.

05- Leia atentamente o trecho do livro “O Capital” de Karl Marx e observe a charge abaixo.

Que é uma jornada de trabalho? De quanto é o tempo durante o qual o capital pode consumir a força de trabalho, cujo

valor diário ele paga? Por quanto tempo pode ser prolongada a jornada de trabalho além do tempo de trabalho necessário à reprodução dessa mesma jornada de trabalho? A essas perguntas viu-se que o capital responde: a jornada de trabalho compreende diariamente as 24 horas

completas, depois de descontar as poucas horas de descanso, sem as quais a força de trabalho fica totalmente impossibilitada de realizar novamente sua tarefa. Entende-se por si, desde logo, que o trabalhador, durante toda a sua

existência, nada mais é que força de trabalho e que, por isso, todo o seu tempo disponível é por natureza e por direito tempo de trabalho, portanto, pertencente à autovalorização do capital. Tempo para educação humana, para o desenvolvimento intelectual, para o preenchimento de funções sociais, para o convívio social, para o jogo livre das

forças vitais físicas e espirituais, mesmo o tempo livre de domingo –e mesmo no país do sábado santificado- pura futilidade! [...] MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. São Paulo. Abril. 1983, v. 1 p.211-2.

A análise sociológica de Marx tem como foco a existência das classes sociais e as relações de

dominação entre elas. Considerando o trecho acima, assinale a alternativa correta:

a) A força de trabalho do trabalhador é submetida ao desgaste constante de forças físicas e mentais

para além da jornada de trabalho legal.

b) Diferentemente do trabalho do escravo ou do servo no feudalismo europeu, o trabalho

assalariado no capitalismo permite o trabalhador enriquecer e libertar-se da alienação do trabalho.

c) A concepção de alienação no trabalho em Marx está ligada a noção de falsa consciência do

trabalhador de seus direitos.

d) A relação entre quem produz e quem se apropria do trabalho é um tipo de relação social que

surgiu no capitalismo.

e) A divisão social do trabalho, a especialização de funções, permite que o proletário possa

desenvolver livremente suas energias físicas e espirituais.

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06- Considere a charge abaixo:

Fonte: https://positivismo2012.wordpress.com/2013/01/28/charge-ordem-e-progresso/. Acesso em 05/01/2017.

Assinale a alternativa que contém uma característica do pensamento positivista:

a) A sociologia de Comte fazia parte da tradição intelectual do século XIX que se propunha a

superação das desigualdades sociais existentes através do conhecimento metódico visando a superação da

sociedade de classes.

b) Foi uma ideologia revolucionária que permitiu resgatar modelos de organização social

comunitários numa crítica feroz às desigualdades provocadas pelo capitalismo.

c) O positivismo partilha de uma visão pessimista das mudanças advindas da sociedade industrial:

o desenvolvimento tecnológico e científico ao invés de libertar, escraviza e aliena o ser humano.

d) A defesa do progresso econômico pois este levaria ao fim dos conflitos sociais. Nesse sentido os

industriais aliados à elite científica e intelectual deveriam procurar as leis do bom funcionamento e da harmonia

social visando a estabilização da ordem social.

e) Os pensadores positivistas do século XIX defendem a ideia de que o conhecimento científico

não é a única forma de conhecimento verdadeiro, e que os saberes tradicionais, religiosos são formas

alternativas de conhecimento não necessariamente opostos ao científico.

07-Sobre o pensamento de Émile Durkheim (1858-1917), é incorreto afirmar que ele:

a) Caracterizava os conflitos na sociedade urbana-industrial como uma “anomia social”.

b) Utilizava os conceitos de “solidariedade mecânica” para expressar os mecanismos de solidariedade social em

sociedades simples e de “solidariedade orgânica” para expressar os mecanismos de solidariedade social em

sociedades complexas.

c) Fez uma analogia entre os órgãos do corpo humano, estudados pela Biologia e os órgãos do corpo da

sociedade (as instituições sociais), estudados pela Sociologia.

d) Não compartilha com Auguste Comte a preocupação com a ordem social.

e) Considerava os fatos sociais como coercitivos e exteriores às consciências individuais.

08-A imagem abaixo é do sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), um dos primeiros

responsáveis a sistematizar cientificamente o conhecimento sociológico.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim. Acesso em 06/01/2017

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Assinale a alternativa que contém o objeto próprio da sociologia, segundo Émile Durkheim.

a) O conflito de classe, base da divisão social do trabalho e transformação do modo de produção.

b) A ação social que define as inter-relações compartilhadas de sentido entre os indivíduos.

c) O fato social, exterior e coercitivo em relação à vontade dos indivíduos.

d) A sociedade, produto da vontade e da ação de indivíduos que agem independente um dos outros.

e) A cultura, resultado das relações de produção e da divisão social do trabalho.

09-Considere o trecho retirado de livro do sociólogo Émile Durkheim (1858-1917):

“Se não me submeto às normas da sociedade, se ao vestir-me não levo em conta os costumes de meu país, na

minha época e na minha classe, o riso que provoco e o afastamento a que me submeto produzem, embora de

forma atenuada, os mesmos efeitos de uma punição. Aliás, apesar de indireta, não deixa de ser eficaz. [...]

Mesmo quando posso libertar-me e desobedecer, sempre serei obrigado a lutar contra tais regras. A resistência

que elas impõem são a prova de sua força, mesmo quando as pessoas conseguem finalmente vencê-las. Todos os

inovadores, inclusive os bem sucedidos, tiveram que lutar contra oposições desse tipo”.

Fonte: DURKHEIM, E. As Regras do método sociológico. Cia Editora Nacional. São Paulo: 1971, p 2 e 3.

Segundo Durkheim a consciência coletiva, expressa através de valores normas e regras socialmente

estabelecidos, significa:

a) Que ela ocorre ocasionalmente na sociedade.

b) Que a consciência coletiva é impositiva ao indivíduo e não permite o questionamento desses valores.

c) Que expressa a superioridade dos indivíduos sobre o social.

d) Que ela exerce um poder coercitivo sobre as consciências individuais.

e) Que o respeito a tradição e a ordem são o mais importante a serem seguidos pelos indivíduos em

sociedade.

10-Leia trecho da definição abaixo do conceito de “ação social” do sociólogo Max Weber:

“Sociologia (no sentido aqui entendido desta palavra empregada com tantos significados diversos) significa: uma ciência

que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la causalmente em seu curso e em seus efeitos.

Por “ação” entende-se, neste caso, um comportamento humano (tanto faz tratar-se de um fazer externo ou interno, de omitir

ou permitir) sempre que e na medida em que os agente ou os agentes o relacionem com um sentido subjetivo. Ação “social”

por sua vez, significa uma ação que, quanto ao seu sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao comportamento de

outros, orientando-se por este em seu curso. [...]”.

Fonte: WEBER, Max. Economia e Sociedade. Volume 1. UNB. Brasília. 1991. p 03

No conjunto da sua Sociologia compreensiva, o sociólogo alemão Max Weber define ação social

como ação:

a) Determinada pela estrutura das relações de produção.

b) Desprovida de sentido subjetivo e motivacional.

c) Humana associada a um sentido objetivo.

d) Motivada por um conjunto de valores e que se conecta com valores de outros indivíduos, orientando-

se por ela.

e) Influenciada pelos valores pré-existentes às vontades individuais.

11-Leia o trecho abaixo de livro do sociólogo Antônio Cândido (1918-), ao se descrever certas

relações sociais em determinadas regiões no Brasil.

“Mesmo entre gente humilde, porém, funcionava o sistema de obrigações recíprocas. O nonagenário Nhô Samuel lembrava

com saudade do dia em que o pai, sitiante perto de Tatuí, lhe dissera que era o tempo de irem buscar a novilha dada pelo

padrinho (...) Diz, que era costume, se o pai morria, o padrinho ajudar a comadre até “arranjar a vida”. Hoje diz, Nhô

Roque, a gente paga o batismo e, quando o afilhado cresce, nem vem dar louvado (pedir a benção)”. Fonte: CANDIDO, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito. Livraria duas cidades. São Paulo. 1982. p. 247.

As recordações de Nhô Samuel e Nhô Roque podem ser descritas como motivadas por qual tipo de

ação social, segundo tipologia classificada por Max Weber?

a) Influenciada

b) Carismática

c) Tradicional

d) Racional

e) Coercitiva

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12-Considere o trecho do livro “A Ideologia Alemã” de Marx e Engels abaixo:

“Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião e por tudo o que se queira. Mas eles próprios

começam a se distinguir dos animais logo que começam a produzir os seus meios de existência [...] ao produzirem seus

meios de existência, os homens produzem indiretamente sua própria vida material”.

Fonte: MARX, K. e ENGELS, F. A Ideologia Alemã. Martins Fontes. São Paulo: 2001, p. 10-11.

Com base no materialismo histórico de Karl Marx, o estudo da sociedade deve ter como ponto de

partida:

a) Uma ideia ou conceito previamente fixado pelo pesquisador.

b) O entendimento das ideologias de cada época histórica.

c) As ideias da classe dominante e sua relação de dominação com a sociedade.

d) A análise das relações do homem com a natureza e das relações entre os homens na atividade

produtiva.

e) Os valores, normas e regras socialmente estabelecidos.

13-O trabalho mais importante de Durkheim foi dar à Sociologia uma reputação científica. Com métodos

próprios a Sociologia deixou de ser uma ideia e ganhou status de ciência. E uma das primeiras coisas que

ele fez foi propor regras de observação e de procedimentos de investigação que fizessem que a Sociologia

fosse capaz de estudar os acontecimentos sociais de maneira semelhante ao que faz a Biologia quando

olha para uma célula, por exemplo. Sobre os conceitos de Durkheim assinale V para verdadeiro e F para

falso:

( ) Durkheim afirmava que o conflito social é a base da sociedade moderna e fundamental para a superação

de suas contradições.

( ) Podemos afirmar, de acordo com a teoria de Durkheim, que na sociedade moderna (onde as relações são

mais complexas e a divisão de tarefas é maior) a probabilidade de existir anomia (problemas) sociais é maior já

que é mais difícil nesse tipo de sociedade se enquadrar todos os indivíduos em suas funções.

( ) Em sociedades “simples” a divisão social de funções é menor, o sistema de crenças e valores mais coeso

( ) Durkheim compara a sociedade a um corpo vivo. Cada órgão cumpre uma função. O todo predomina

sobre as partes e as partes existem em função do todo.

( ) A partir do conceito de “fato social” Durkheim explica como a sociedade age coercitivamente sobre o

indivíduo. São exemplos de fatos sociais: a escola, a família, a religião, a leis, as disputas políticas, a cultura.

14- (UEM, adaptada) Leia o trecho abaixo sobre o contexto da formação da sociologia:

“Na verdade, a sociologia, desde o seu início, sempre foi algo mais do que uma mera tentativa de reflexão sobre a

sociedade moderna. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um forte desejo de interferir no rumo desta

civilização. Se o pensamento científico sempre guarda uma correspondência com a vida social, na sociologia esta influência

é particularmente marcante”. Fonte: MARTINS, Carlos B. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 8.

Tendo como referência o texto acima e seus conhecimentos sobre o surgimento da sociologia,

assinale a alternativa correta:

a) A análise da sociedade moderna se deu a partir de um debate harmonioso e consensual entre

diferentes pensadores da sociologia clássica.

b) As análises de Durkheim, Weber e Marx forneceram preciosas informações sobre as condições

da vida humana, sobre mudança social, mecanismos de dominação, tendo por referência a sociedade urbana

industrial.

c) As duas Revoluções do século XVIII, a Industrial e a Francesa, não possuem vinculação com o

nascimento da sociologia, haja visto que a ciência sociológica surge apenas no século XIX.

d) As consequências da rápida industrialização e urbanização do capitalismo não são objetos de

reflexão sociológica, mas das ciências econômicas.

e) Todas as explicações sociológicas clássicas defendem a neutralidade científica, evitando

interferir nos rumos escolhidos por determinados grupos sociais.

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15-Observe a charge abaixo

Fonte: https://pimentacomlimao.wordpress.com/2011/05/06/entendendo-a-mais-valia/ Acesso: 17/06/16.

Leia abaixo definição de mercadoria em Marx. “A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista apresenta-se como uma “imensa

acumulação de mercadorias”. [...] A mercadoria é, antes de tudo, um objeto exterior, uma coisa que, pelas suas

propriedades, satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. Que essas necessidades tenham a sua origem no

estômago ou na fantasia, a sua natureza em nada altera a questão. [...]”. Fonte: MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Capítulo I. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro: 1980.

O ponto de partida da análise de Marx sobre o capitalismo é a mercadoria. Assinale a alternativa

correta sobre a definição de Marx sobre mercadoria e fetiche da mercadoria.

I) A charge ilustra que a produção da mercadoria é fruto de uma relação de troca justa entre

empregadores e empregados.

II) O fetiche da mercadoria é desejo que existe na sociedade em se ter mais poder sobre outros.

III) A charge ilustra que as mercadorias são produzidas pelos trabalhadores mas apropriadas pelo

burguês.

IV) O fetiche da mercadoria é o desejo de consumo de mercadorias por suas qualidades aparentes mas

que ocultam que o valor de uma mercadoria de fato é fruto de trabalho social contido nela.

V) Fetiche da mercadoria significa a ilusão no capitalismo que todos podem ter acesso aos bens de

consumo.

a) II, III e V

b) II e V

c) III e IV

d) III e V

e) I e II

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16-Segue diálogo imaginário com Karl Marx na charge abaixo e trecho do livro “Manifesto

Comunista” (1848):

Fonte: http://www.obaudemacau.com/?page_id=44320. Acesso em 12/01/2017.

“A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e

plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e aprendiz; em resumo, opressores e oprimidos, em constante oposição,

tem vivido uma guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada [...] A sociedade burguesa moderna que brotou das ruinas da

sociedade feudal não aboliu os antagonismos de classes. Não fez mais do que estabelecer novas classes, novas condições de

opressão, novas formas de luta em lugar das que existiam no passado. Entretanto, a nossa época, a época da burguesia,

caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classe. A sociedade divide-se cada vez mais em dois campos

opostos, em duas grandes classes em confronto direto: a burguesia e proletariado”. Fonte: MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. Boitempo Editorial. São Paulo: 2005, p 40-41.

O conceito de luta de classes” possui uma centralidade na obra de Marx. Assinale a alternativa

que corresponde ao conceito marxista de “luta de classes”.

a) Um conflito social surgido na sociedade capitalista entre a burguesia e o proletariado.

b) Surgiu da exploração da mais valia sobre o proletariado, este sim, quem produz de fato a riqueza.

c) Uma disputa mesquinha entre aqueles que ganham mais dinheiro e os que ganham menos.

d) Um sistema baseado em status diferenciados e que podem ser classificados em classe alta, média e

baixa.

e) Uma relação de opressão e exploração tendo origem na propriedade privada dos meios de produção.

17-Observe a charge abaixo sobre um pedido de explicações ao filósofo francês Auguste Comte

(1789-1857).

Fonte: http://sociologiadodireitounesp.blogspot.com.br/2012_04_30_archive.html. Acesso em 06/01/2017

Assinale a alternativa correta sobre as características do positivismo no século XIX:

I- A busca por explicações científicas (causa-efeito) dos fenômenos sociais desvinculadas de

explicações senso-comum, supersticiosas, de cunho religioso

II- Partilhar de uma visão evolucionista da história: o progresso econômico levaria ao fim dos conflitos

e a uma sociedade harmônica

III- Partilhar de alguns pressupostos como a ideia de neutralidade científica, de ciência livre de

julgamentos de valor,

IV- Negar a noção de uma ciência social baseada na imparcialidade e neutralidade científica, pois há

uma íntima relação entre o conhecimento produzido e os interesses das classes sociais.

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V- A observação de regularidades (padrões) dos fenômenos propostos pelos positivistas não possui

relação com a formação da sociologia.

VI- Defendiam uma sociedade que deveria ser dirigida com base em notáveis, em esclarecidos.

a) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

b) Estão corretas apenas as alternativas II, V e VI

c) Estão corretas apenas as alternativas III e IV

d) Estão corretas apenas as alternativas I, II, III e VI

e) Estão corretas apenas as alternativas I e IV

18-Abaixo estão representados os três autores considerados clássicos na sociologia, Weber, Marx e

Durkheim.

Fonte: http://www.sociologia.com.br/movimentos-sociais/. Acesso em 06/01/2017.

Sobre os clássicos da sociologia assinale a alternativa correta.

a) Durkheim criou “tipologias” ou tipos ideais que são generalizações de certas características que não

se encontram de forma “pura” na sociedade mas que permitem o pesquisador identificar certas características de

determinadas ações sociais.

b) Ao contrário do positivismo, Marx nega a imparcialidade científica ao destacar a íntima relação entre

o conhecimento produzido e os interesses materiais das classes sociais.

c) Marx reconhecia que toda ciência tem um ponto de vista subjetivo (os valores de cada pesquisador, a

partir de seus interesses) porém defendia que o cientista social deve buscar separar os valores (ou julgamentos

de valor) e os fatos, os resultados da pesquisa.

d) Enquanto o foco de Weber é a consciência coletiva, os fatos sociais; o foco de Marx é o ator social,

as motivações das ações; o foco de Weber são as classes sociais e as relações de dominação entre elas.

e) A função da sociologia na perspectiva weberiana é contribuir para a transformação radical das

relações sociais baseadas na opressão de classes, na assimetria de poder econômico e político, visando a

democratização de todas as relações sociais em diversas esferas de poder.

19- Segue abaixo capa do álbum “Burguesia” (1989) do cantor e compositor Cazuza (1958-1990).

Fonte: http://www.revistapublicitta.com.br/acao/news/semodio-mas-a-burguesia-fede-cantava-cazuza/. Acesso em 05/01/2017.

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Segue versos de trecho da música “Burguesia”:

“A burguesia fede.

A burguesia quer ficar rica.

Enquanto houver burguesia.

Não vai haver poesia”. Fonte: https://www.vagalume.com.br/cazuza/burguesia.html. Acesso em 05/01/2017.

Marx e Engels, estipulam um sentido particular para o termo burguês. A opção que melhor

expressa este conceito a partir das concepções marxistas é:

a) Burguês é toda pessoa que, não tendo necessidade de vender sua força de trabalho para outrem, ou

seja, de exercer trabalho assalariado, ainda assim mantém um padrão economicamente elevado.

b) Burguês é aquele que, tendo um ofício, uma profissão, e a exercendo em estabelecimento próprio,

explora a mão-de-obra dos aprendizes que, em geral, são oriundos das camadas mais pobres da população.

c) Burguês é sinônimo de detentor do capital, de capitalista que, graças à posse de um capital

importante, faz trabalhar um determinado número de assalariados.

d) Burguês é considerado o profissional liberal, dono de alto saber técnico-científico, que atua por conta

própria, recebendo somas vultosas pelos serviços prestados.

e) Burguês é sinônimo sujeito rico, que não se importa com a condição social de terceiros.

Eixo Temático: Instituições Sociais

20-Sobre as Instituições Sociais:

“Instituição Social é toda forma ou estrutura social instituída, constituída, sedimentada na sociedade. São os modos de pensar, de

sentir, de agir que a pessoa, ao nascer, já encontra estabelecidos e cuja mudança se faz lentamente (...) As instituições sociais são

formadas para atender as necessidades sociais de uma sociedade. Elas servem também de instrumento de regulação e controle das

atividades dos membros dessa sociedade”. OLIVEIRA, P. S. Introdução à Sociologia. Ática. São Paulo. 2004. p. 158.

I) As instituições sociais são dinâmicas, como podemos observar nas mudanças nos padrões societários da família no

Brasil a partir do final do século XX: diminuição no número de casamento/uniões religiosas, diminuição no tamanho

da família nuclear, aumento da escolarização dos membros da família, chefes de família mais velhos, aumento de

uniões livres, famílias com maior número de mulheres como chefes de família.

II) A escola é uma instituição social responsável pelo processo de socialização, tem como função ser um espaço de

autonomia/desenvolvimento intelectual e pode servir como instrumento de controle/relações de poder via imposições

de ideologias e mecanismos de disciplinamento.

III) As instituições sociais tais como família, escola, trabalho, Igreja, Estado, são formas de organização social que se

mantém estáveis na história da humanidade.

IV) As instituições sociais servem como órgãos de regulação e controle social condicionando valores, normas e regras.

Estão corretas as alternativas:

a) I, III e IV apenas

b) II e III apenas

c) I, II, e III e apenas

d) I, II, e IV apenas

21-Assinale a alternativa incorreta:

a) A educação informal ou difusa é a que ocorre na vida diária por intermédio dos contatos primários (com

a família, por exemplo) e pela assimilação dos hábitos de cada grupo social, pela observação do

comportamento dos mais velhos, pela convivência com os outros membros da sociedade.

b)Uma das características da revolução ideológica capitalista foi transportar uma educação que durante o

feudalismo ocorria na família e na Igreja para a instituição escola.

c) A escola que conhecemos hoje é produto dos séculos XVIII e XIX, período em que aparece a ideia da

necessidade de educação pública e obrigatória para todos. A Revolução Francesa de 1789 é um grande

marco dessa necessidade.

d) Durante a ditadura militar no Brasil ocorreu uma reforma no ensino que buscava adaptar os currículos

dos colégios e universidades à uma formação mais técnica. Porém, a pressão social por qualificação de mão

de obra levou a superação da divisão “escola para ricos” versus “escolas para pobres”, com a ampla

universalização e democratização do acesso a escola.

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22-Observe a charge e faça a leitura de trecho da reportagem abaixo.

Fonte: http://livrepensamento.com/2014/05/16/justica-federal-do-rio-declara-que-nao-existe-intolerancia-religiosa-se-o-alvo-

forem-religioes-de-origem-africana/. Acesso em 06/01/2014.

“O Juízo da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro acaba de [...] julgar um pedido do Ministério Público Federal para que

o Google retirasse do Youtube vídeos que propagandeiam e incentivam a intolerância religiosa contra religiões de

origem africana (associando essas religiões à figura do “diabo” e de “demônios”), o juiz simplesmente afirma que não

há “malferimento de um sistema de fé” ao atacar cultos de origem africana, já que “cultos afro-brasileiros não

constituem religião” pois não conteriam “traços necessários de uma religião” Segundo a decisão, esses “traços” seriam

um texto base (corão, bíblia etc..), estrutura hierárquica e um Deus a ser venerado’.

Fonte: Justiça Federal do Rio declara que não existe intolerância religiosa se o alvo forem religiões de origem africana. 16/05/2014. Acesso

em 06/01/2014. http://livrepensamento.com/2014/05/16/justica-federal-do-rio-declara-que-nao-existe-intolerancia-religiosa-se-o-alvo-forem-

religioes-de-origem-africana/

Considerando o tema da intolerância religiosa e o texto acima assinale a alternativa correta:

I- A ação do juiz descrita na reportagem está em flagrante oposição no que diz aos preceitos de

laicidade do Estado e liberdade de crença religiosa.

II- Coube ao cristianismo europeu a falsa distinção entre religião e bruxaria, religião e magia,

religião e feitiçaria como forma de se menosprezar e taxar de falsas crenças as religiosidades populares,

africanas e indígenas.

III- O Estado laico é uma das características da modernidade, tendo como marco a revolução

francesa e que significa que o Estado deve atuar de acordo com os princípios do ateísmo.

IV- Não é possível hierarquizar ou classificar religiões quanto à falsidade ou veracidade. A religião

existe como fenômeno social a ser interpretado.

V- É possível afirmar que as religiões que não possuem um Deus a ser venerado, um texto sagrado

e uma estrutura hierárquica estão em contradição com os princípios do cristianismo que norteiam o

arcabouço legal do Estado.

VI- De acordo com o critério do juiz da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, todas as religiões

baseadas na oralidade e ancestralidade estariam fora da lista do que é religião como o xamanismo, as

religiões pré-colombianas, além das religiões não-teístas (incluindo o budismo, taoísmo e confucionismo).

a) Estão corretas apenas as alternativas II, III e V

b) Estão corretas apenas as alternativas I, II, III e V

c) Estão corretas apenas as alternativas I, II, IV e VI

d) Estão corretas apenas as alternativas III, IV e V

e) Estão corretas apenas as alternativas I, V e VI

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23-Observe a imagem abaixo da nota de R$ 20,00 e leia o trecho abaixo sobre religião:

[...] o pensamento ocidental cristão produziu sistematicamente uma distinção radical entre religião (as

crenças que nós temos em um deus único) e magia (as superstições que outros povos, ou populações rurais europeias

têm em torno da divindade das forças da natureza).

No mundo ocidental, as crenças mágicas estiveram presentes e ativas em torno da figura das bruxas,

alimentada por um folclore disperso entre os camponeses europeus ao longo da Idade Média. A Igreja Católica

medieval construiu, a partir dessas crenças, uma demonologia sistemática que nos séculos XVI e XVII se expandiu e

ganhou força própria em torno da ideia teológica de que algumas mulheres faziam um pacto com o diabo. Para

combater esse tipo de heresia, a máquina da Inquisição aplicou, ao longo de 200 anos (entre 1480 e 1680), essa

doutrina, perseguindo, inquirindo e queimando bruxas. [...]

Apenas a revolução filosófica do século XVIII, inspirada em autores como Thomas Hobbes (1588-1679) e

John Locke (1632-1704) – que passou a conceber a natureza como ordenada de forma mecânica, isto é, comandada

por ela mesma, sem a intervenção das forças dos espíritos – fez a crença nas bruxas declinar. [...] A reforma

protestante foi muito importante para que as duas ideias se separassem progressivamente ao longo do século XVI e

XVII.

Os teólogos protestantes construíram uma distinção entre atos religiosos, tais como a reza, destinados a

colocar o homem em relação com Deus, e atos mágicos, atos de feitiçaria, destinados a manipular as forças da

natureza. O protestantismo passou a negar os poderes da magia e a tratá-la como falsa religião. Desse modo,

contribuiu para afastar Deus da ideia de causalidade natural, estimulando a emergência de uma ciência positiva,

autônoma com relação às ideias religiosas, e para definir a religião como um sistema de crenças em um deus

transcendente. MONTERO, Paula. “Religião, sistema de crenças, feitiçaria e magia” In Sociologia. Coleção Explorando o Ensino. Vol. 15. MEC. Brasília.

2010.

Assinale V (verdadeiro) ou F (Falso):

( ) Segundo Max Weber (1864-1920), a religião é um tipo particular de ação social. Para entendê-la Weber

busca investigar os significados desta ação religiosa para os indivíduos. ( ) É considerada nas ciências sociais válida a distinção criada pelo pensamento ocidental cristão medieval

entre atos religiosos, tais como a reza, destinados a colocar o homem em relação com Deus, e atos mágicos, atos de feitiçaria, destinados a manipular as forças da natureza. ( ) É considerada uma máxima da filosofia racionalista dos séculos XVIII e XIX a afirmação de que

projetamos em deus ou deuses nossos desejos e qualidades e os concebemos como criadores e governantes da realidade social. Nessa visão afirma-se que contradição seria marcada pelo fato de que a criatura (os deuses) dominam o criador (o ser humano).

( ) Denomina-se secularização um processo intensificado na modernidade que Weber chamará de desencantamento do mundo.

( ) Muitas religiões neopentecostais baseiam-se em curas e exorcismos, práticas essas condenadas pelo pensamento ocidental cristão como magia e não religião. ( ) A presença de símbolos ou frases religiosas em espaços públicos como colégios e hospitais ou impressa

em notas de real ou dólar demonstra tanto a influência cultural marcante da religiosidade quanto os interesses político-religiosos que permeiam o poder público.

24-Segue abaixo trecho do livro “Vigiar e Punir” de Michel Foucault (1926-1984), autor e

pesquisador que teve uma grande importância nos estudos nas ciências sociais.

“Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos facilmente

sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo –ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece,

responde, se torna hábil ou cujas forças se multiplicam. [...] Nesses esquemas de docilidade, em que o século XVIII

teve tanto interesse, o que há de tão novo? [...] A minúcia dos regulamentos, o olhar esmiuçante das inspeções, o

controle das mínimas parcelas da vida e do corpo darão em breve, no quadro da escola, do quartel, do hospital ou da

oficina, um conteúdo laicizado, uma racionalidade econômica ou técnica [...]. Colégios: o modelo do convento se

impõe pouco a pouco; o internato aparece como o regime de educação senão o mais frequente [...] Quartéis: é preciso

fixar o exército, essa massa vagabunda; impedir a pilhagem e as violências; acalmar os habitantes [...] Ao lado das

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oficinas espalhadas criam-se também grandes espaços para as indústrias, homogêneos e bem delimitados: as

manufaturas reunidas primeiro, depois as fábricas, na segunda metade o século XVIII”. Fonte: FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Terceira parte. Capítulo 1. Corpos Dóceis. Petrópolis: Vozes. 2009, p 131-163.

No trecho acima é possível afirmar que Foucault busca:

a) Destacar a exploração de classes presente nas diversas instituições sociais.

b) As semelhanças nas técnicas e formas de controle de corpos, mentes e espaços planejados como

escolas, quartéis, fábricas, hospícios, prisões.

c) Identificar o controle de corpos e mentes realizado pelas Igrejas.

d) Destacar o poder despótico existente seja em governos ditatoriais seja em democráticos.

e) Identificar como os valores, normas e regras socialmente estabelecidos estão presentes em todas

as instituições sociais.

Eixo Temático: Desigualdades Sociais (Raça, Classe e Gênero)

25-Leia a citação de Aristóteles (384-322 AC) e de Rousseau (1712-1778). Os dois textos foram

escritos em momentos históricos bem distintos. Aristóteles viveu e escreveu na Antiguidade grega.

Rousseau viveu no século XVIII, sendo um dos representantes do movimento político e intelectual

conhecido como Iluminismo.

Não é apenas necessário, mas também vantajoso que haja mando por um lado e obediência por outro; e todos os seres,

desde o primeiro instante do nascimento, são, por assim dizer, marcados pela natureza, uns para comandar, outros para

obedecer. (...) A natureza, por assim dizer, imprimiu a liberdade e a servidão até nos hábitos corporais. Vemos corpos

robustos talhados especialmente para carregar fardos e outros usos igualmente necessários; outros, pelo contrário,

mais disciplinados, mas também mais esguios e incapazes de tais trabalhos, são bons apenas para a vida política, isto

é, para os exercícios da paz e da guerra. (...) Não pretendemos agora estabelecer nada além que, pelas leis da natureza,

há homens feitos para a liberdade e outros para a servidão (...)”. Aristóteles, A Política. Martins Fontes, São Paulo: 1998. pp. 12,

13, 14.

Concebo na espécie humana duas espécies de desigualdade: uma, que chamo de natural ou física, porque é

estabelecida pela natureza, e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do

espírito, ou da alma; a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie

de convenção, e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens. Consiste esta nos

diferentes privilégios de que gozam alguns com prejuízo dos outros, como ser mais ricos, mais honrados, mais

poderosos do que os outros, ou mesmo fazerem-se obedecer por eles. (...)

O primeiro que, cercando um terreno se lembrou e dizer: “Isso me pertence” e, encontrou criaturas suficientemente

simples para acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassinatos, misérias e

horrores teria poupado ao gênero humano aqueles que, retirando as estacas ou entulhando o fosso, tivesse gritado aos

seus semelhantes: “Guardai-vos de escutar esse impostor! Estais perdidos se vos esqueceis de que os frutos a todos

pertencem e a terra não é de ninguém!”. Rousseau, JJ. Discurso sobre a Origem e o fundamento da desigualdade social entre os

homens. Cultrix, São Paulo: 1965. pp 46-47.

Sobre o tema diferenças sociais e desigualdades sociais é incorreto afirmar:

a) Apesar das diferenças históricas, tanto Aristóteles quanto Rousseau destacavam que a desigualdade

biológica é a condição fundamental para o entendimento das desigualdades entre os seres humanos.

b) As diferenças entre os seres humanos são compreendidas pelas relações sociais historicamente

produzidas mas, quando essas diferenças tornam-se relações hierárquicas criando vantagens e

desvantagens, aí sim, teremos desigualdades.

c) Rousseau afirmava que a desigualdade social não é natural, mas historicamente produzida.

d) De acordo com Aristóteles a natureza é a fonte da desigualdade social.

e) A sociologia, em suas mais variadas interpretações, busca afastar-se de explicações biológicas sobre o

social: gênero, raça e classe são construções sociais e não naturais.

26-Leia a citação abaixo.

[...] A diferença não é o mesmo que desigualdade. Porém, existe uma relação inequívoca entre ambas, no sentido de que a diferença, ao se tornar definidora de categorias sociais e grupos de pertencimento no interior de sociedades, cria desigualdades na medida em que essas relações nunca são neutras, mas carregadas de tensão. Fonte: PIMENTA, Melissa de Mattos. “Diferença e Desigualdade”. In Sociologia. Coleção Explorando o Ensino. Vol. 15. MEC. Brasília.

2010.

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É correto afirmar sobre diferenças e desigualdades:

a) As desigualdades existentes nas sociedades são fundamentalmente apenas as de ordem econômica.

b) As diferenças sociais produzem necessariamente desigualdades entre os seres humanos.

c) Elementos como etnia/cor, sexo, religiosidade, cultura, são exemplos de desigualdades sociais

estabelecidas historicamente em diferentes estruturas sociais.

d) As diferenças entre os seres humanos são compreendidas pelas relações sociais historicamente

produzidas mas, quando essas diferenças tornam-se relações hierárquicas criando vantagens e

desvantagens, aí sim, teremos desigualdades.

e) Diferenças sociais tais como masculino e feminino, brancos e negros, cristãos e umbandistas não podem

estar associadas a desigualdades.

27-Observe a charge abaixo:

PL 6583/2013 – Estatuto da Família

Art. 2º Para os fins desta Lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um

homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos

pais e seus descendentes.

Primeiro propugna duas ideias: o fortalecimento dos laços familiares a partir da união conjugal firmada entre o

homem e a mulher, ao estabelecer o conceito de entidade familiar; a proteção e a preservação da unidade familiar, ao

estimular a adoção de políticas de assistência que levem às residências e às unidades de saúde públicas profissionais

capacitados à orientação das famílias.

DEFINIÇÃO DICIONÁRIO HOUAISS: "Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente

compartilham o mesmo espaço e mantém entre si uma relação solidária".

Considerando a charge e as duas redações assinale a alternativa correta:

I- A violência homofóbica possui como força motivadora caracterizações pejorativas,

associadas a desvios ou doenças comportamentais, oriunda de certas interpretações

religiosas.

II- O PL 6583/13 desconsidera toda e qualquer família que não seja formada por um casal do

gênero masculino e feminino, excluindo outra possibilidade de configuração familiar.

III- A violência no espaço da residência seja contra a mulher, seja a de caráter homofóbico, é o

principal espaço da prática de tais situações.

IV- A não caracterização da homofobia como crime, permite que agressões e assassinatos

contra homossexuais ocorra com reduzida punição, caracterizada apenas como agressão.

V- O movimento LGBT busca, através de diferentes estratégias, impor uma visão

homonormativa e heterofóbica.

a) I, II e IV

b) II, III e V

c) I, II e V

d) I, III e IV

e) II e V

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28-Segue o diagrama sexo / orientação sexual / identidade de gênero:

Fonte: mercadopopular.org/category/mp/gênero-sexualidade. Acesso em 12/01/2017

As relações de gênero e seus papéis sociais são objetos de estudo da sociologia

contemporânea. Segue abaixo trecho de definição de gênero e sexo.

“Gênero é um conceito formulado para tentar compreender como se organizam as relações sociais que se

desenvolvem entre homens e mulheres. Ao contrário do sexo que, em princípio, pode ser pensado como

biologicamente constituído, o gênero será sempre uma construção social, isto é, as formas como homens e mulheres

comportam-se, pensam as atividades que exercem, o acesso ao conhecimento, ao poder, entre outras, estará

relacionada a grupos sociais específicos, de sociedades específicas e em momentos históricos específicos”. Fonte: FEITOSA, Samara. A construção social do gênero. Curitiba: SEED.

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/. Acesso em 06/01/2017.

Considerando o texto acima assinale a alternativa correta a respeito do tema gênero,

identidade de gênero e sexo.

I- Enquanto a biologia determina o sexo, a estrutura social e a cultura determinam a expressão dos

papéis masculinos e femininos.

II- A construção social do gênero faz-se evidente na maneira como pais tratam os filhos, como a

escola trata seus alunos, como Igrejas orientam seus fiéis, como os meios de comunicação de massa

retratam imagens ideais do corpo e do sexo.

III- O modelo de família e sociedade patriarcal surgiu no capitalismo.

IV- São expressões de anomalias (doenças, desvios) as opções de papéis masculinos e femininos

que não correspondem aquilo que deve ser determinado biologicamente pelo sexo.

V- A violência contra homossexuais está assentada num conjunto de representações sociais de forte

caráter conservador e preconceituoso que considera as relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo um

comportamento desviante.

VI- A cultura patriarcal persiste mesmo com as lutas recentes contra a desigualdade e opressão de

gênero.

a) Estão corretas apenas as alternativas I, II, V e VI

b) Estão corretas apenas as alternativas III, IV e VI

c) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

d) Estão corretas apenas as alternativas II, III e V

e) Estão corretas apenas as alternativas I, II e IV

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29-O cartaz abaixo está relacionado com as ideias expostas no trecho de Engels de “A Origem

da Família, da Propriedade Privada e do Estado”.

Fonte:https://menoscodigos.wordpress.com/2014/02/07/capitalismo-socialismo-y-perspectiva-de-genero/. Acesso em

09/01/2017.

A evolução da família nos tempos pré-históricos, portanto, consiste numa redução constante do círculo em cujo seio

prevalece a comunidade conjugal entre os sexos, círculo que originariamente abarcava a tribo inteira. A exclusão

progressiva, primeiro dos parentes próximos, depois dos parentes distantes e, por fim até das pessoas vinculadas

apenas por aliança, torna impossível na prática qualquer matrimônio por grupos [...]

Ao introduzirem-se, porém, a criação do gado, a elaboração dos metais, a arte do tecido e, por fim, a agricultura, as

coisas ganharam outra fisionomia. [...] Convertidas todas essas riquezas em propriedade particular das famílias, e

aumentadas depois rapidamente, assestaram um rude golpe na sociedade alicerçada no matrimônio sindiásmico e na

gens baseada no matriarcado. [...]

O desmoronamento do direito materno, a grande derrota histórica do sexo feminino em todo o mundo. O homem

apoderou-se também da direção da casa; a mulher viu-se degradada, convertida em servidora, em escrava da luxúria

do homem, em simples instrumento de reprodução [...] Em sua origem a palavra família [...] não se aplicava sequer ao

par de cônjuges e aos seus filhos, mas somente aos escravos. Famulus quer dizer escravo doméstico e “família” é o

conjunto de escravos pertencentes a um mesmo homem. [...] A monogamia não aparece na história, portanto,

absolutamente, como uma reconciliação entre o homem e a mulher e, menos ainda, como a forma mais elevada de

matrimônio. Pelo contrário, ela surge sob a forma de escravização de um sexo pelo outro, como proclamação de um

conflito entre os sexos, ignorado, até então, na pré-história. [...] Hoje posso acrescentar: o primeiro antagonismo de

classes que apareceu na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher, na

monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino. A monogamia foi um

grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, iniciou, juntamente com a escravidão e as riquezas privadas [...]

um retrocesso relativo.

Fonte: ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Civilização Brasileira.

Rio de Janeiro: 1974, p 61, 70-71

Com base no texto acima assinale a alternativa que corresponda as afirmativas corretas:

I- Os primeiros modelos familiares eram baseados no direito materno e na família por grupos.

II- Em modelos de famílias por grupos, com relações sexuais amplas, sem distinção, a linhagem era

estabelecida pela figura da mulher.

III- A monogamia surgiu na história como uma evolução estabelecendo a igualdade entre os sexos

que não existia nas famílias primitivas.

IV- Famílias baseadas no direito materno são o antagônico das famílias patriarcais. A relação de

opressão entre os sexos ora ocorreu sob predominância masculina, ora sob predominância feminina.

V- De acordo com Engels o surgimento do patriarcado (autoridade masculina) esteve ligado a

escravidão e a propriedade privada dos meios de produção.

a) I, II e V

b) II, III e IV

c) I, IV e V

d) I, III e IV

e) II, III e V

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30-Segue abaixo descrição das relações de gênero em três civilizações.

“Ao analisar os Arapesh, os Munduguno e os Chambuli, três povos da nova Guiné, na Oceania, [a antropóloga

Margareth] Mead percebeu diferenças significativas. Entre os Arapesh não havia diferenciação entre homens e mulheres,

pois ambos eram educados para ser dóceis e sensíveis e servir aos outros. Também entre os Mundugunos não havia

diferenciação: indivíduos de ambos os sexos eram treinados para a agressividade, caracterizando-se por relações de

rivalidade, e não de afeição. Entre os Chambuli, finalmente, havia diferença entre homens e mulheres, mas de modo

distinto do padrão que conhecemos: a mulher era educada para ser extrovertida, empreendedora, dinâmica e solidária com

os membros de seu sexo. Já os homens, eram educados para ser sensíveis, preocupados com a aparência e invejosos, o

que os tornava inseguros”.

Fonte: TOMAZI, Nelson D. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 173.

Assinale a alternativa correta.

I) Segundo a Sociologia, a não diferenciação dos papéis masculinos e femininos entre os Arapesh e os

Mundugunos indica o seu atraso cultural, quando comparados às sociedades contemporâneas ocidentais.

II) Dos povos mencionados no texto, apenas o padrão educacional dos Chambuli pode ser enquadrado

no que Émile Durkheim denomina fato social.

III) Pode-se concluir do texto que a cultura vigente em uma determinada sociedade contribui para o

estabelecimento das diferenças existentes entre a personalidade feminina e a masculina;

IV) Para a sociologia, a educação que os Chambuli fornece aos homens não é adequada, porque

contraria as características naturais da masculinidade.

V) A diversidade de valores religiosos e de modos de produção encontrada na história da humanidade

ajuda a compreender os motivos pelos quais, em diferentes grupos e momentos históricos, homens e mulheres

assumiram papéis diferenciados na sociedade.

a) I, II e IV

b) III, IV e V

c) II e IV

d) III e V

e) II, III e V

31-Considere a tabela do IBGE/PNAD 2013 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e a

citação

[...] há algumas tendências [identificadas em inúmeras pesquisas] como uma maior quantidade de pessoas jovens, do sexo

feminino, negros ou pardos, de baixa escolaridade e qualificação [...] De acordo com essa perspectiva, é possível notar

que a precarização tem forte correlação com o gênero e a raça do trabalhador.

As desigualdades de gênero, por exemplo, persistem desde a construção do emprego padrão como norma masculina

dentro do modelo social de "homem provedor e mulher cuidadora". Com a erosão desses dois modelos (do emprego e da

divisão sexual do trabalho), os trabalhos mais precários, tanto em termos de renda como de proteção social, foram

destinados às mulheres. Mas, apesar de evidenciarem o vínculo entre precarização e gênero, os indicadores de trabalho

precário não podem se limitar ao trabalho pago [...] Há necessidade de contabilizar o 'trabalho total' do indivíduo (tanto o

trabalho pago como o doméstico), o que aponta que a desigualdade vai além do trabalho pago. Mesmo com a grande

ampliação das taxas de emprego feminino, ainda persiste a divisão desigual do trabalho nos cuidados da casa.

Fonte: TOSTA, Tânia Ludmila Dias. Antigas e novas formas de precarização do trabalho: o avanço da flexibilização

entre profissionais de alta escolaridade. Brasília: UnB, 2008.

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Com base no texto e na tabela é correto afirmar:

I- Existe uma correlação entre trabalho precário e gênero, raça/cor, idade e escolarização.

II- O conceito de trabalho deve ser ampliado para além do emprego formal de acordo com o texto

e a tabela.

III- A inserção da mulher no mercado de trabalho levou a erosão do modelo baseado no homem

provedor e a mulher cuidadora.

IV- A tabela do PNAD e o texto acima consideram trabalho apenas as horas dispendidas no regime

assalariado.

V- A dupla jornada de trabalho (fora de casa e trabalho doméstico/filhos) e os tipos de emprego

são exemplos de desigualdades de gênero.

a) Estão corretas apenas as alternativas I, II e V

b) Estão corretas apenas as alternativas I, II, III e IV

c) Estão corretas apenas as alternativas III, IV e V

d) Estão corretas apenas as alternativas I, II e IV

e) Estão corretas apenas as alternativas I, III, IV e V

32-Sobre o tema “gênero” leias as duas informações:

TEXTO I

As sociedades patriarcais permaneceram ao longo dos tempos, mesmo na sociedade industrial. [...] A revolução

industrial incorporou o trabalho da mulher no mundo da fábrica, separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado

fora do lar. A mulher foi incorporada subalternamente ao trabalho fabril. Em fases de ampliação da produção se

incorporava a mão de obra feminina junto à masculina, nas fases de crise substituía-se o trabalho masculino pelo trabalho

da mulher, porque o trabalho da mulher era mais barato [...]

Os critérios de contratação das mulheres no mundo do trabalho estão impregnados pela imagem da mulher

construída pela mídia e colocada como padrão de beleza. O empregador ainda busca a moça de "boa aparência". Assim,

as mulheres sofrem dupla pressão no mercado de trabalho, a exigência de qualificação profissional e da aparência física.

O assédio sexual ainda é uma realidade para a mulher no mundo do trabalho, isso decorre da própria cultura patriarcal que

foi colocando o homem como o senhor do corpo da mulher. [...] O homem ainda atribui à mulher a dupla jornada, já que

o lar é sua responsabilidade, mas muitos valores sobre as mulheres já estão mudando [...]. COSTA, Lúcia Cortes da. Gênero:

Uma Questão Feminina? Fonte: http://www.uepg.br/nupes/genero.htm

TEXTO II

“Entrando no sexto ano de vigência da Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, o governo federal e o sistema

de justiça do país unem esforços para aprofundar o enfrentamento da violência contra a mulher. Para colaborar com esse

compromisso, CEBELA (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos) e FLACSO (Faculdade Latino-Americana de

Ciências Sociais) divulgam uma atualização do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil, incorporando

os novos dados - de homicídios e de atendimentos via SUS, que no relatório anterior eram ainda preliminares -

recentemente liberados pelo Ministério da Saúde. Entre os dados destaca-se que, em 30 anos, decorridos entre 1980 e

2010 foram assassinadas no país acima de 92 mil mulheres, 43,7 mil só na última década. O número de mortes nesse

período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%, mais que triplicando o quantitativo de

mulheres vítimas de assassinato no país”. Fonte:http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1975&catid=36

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De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o tema podemos afirmar que estão corretas:

I) A cultura patriarcal persiste mesmo com as lutas recentes contra a desigualdade e opressão de gênero.

II) É possível identificar através de diferentes pesquisas que as mulheres continuam a receber menores salários

do que os homens.

III) O modelo de família e sociedade patriarcal surgiu no capitalismo.

IV) Após a incorporação da mulher no mercado de trabalho e a vigência da Lei Maria da Penha reduziram-se

as preocupações sobre a opressão contra a mulher no mundo contemporâneo.

V) A luta organizada de mulheres trabalhadoras existe desde as primeiras formas de organização social.

Estão corretas as alternativas:

a) II, III, IV e V apenas

b) I e II apenas

c) I, II, III e V apenas

d) I, II e V apenas

e) I, II, III, apenas

33-(ENEM) Leia as duas citações abaixo:

“‘Pecado nefando” era a expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A assembleia de clérigos reunida em Salvador em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tão contrário a lei da natureza, que era ‘indigno de ser nomeado’ e, por isso

mesmo, nefando”. NOVAES, F. MELLO e SOUZA, L. História da vida privada no Brasil. V. 1. São Paulo. Cia das

Letras, 1997 (adpatado)

“O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT’s: lésbicas, gays, bissexuais e travestis), nesse

ano foram registrados 195 mortes por motivação homofóbica no país”. Link: www.alemdanoticia.com.br.

A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro, e, muitas vezes, expressa-se

sob a forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenações públicas,

perseguições e assassinatos de homossexuais no país estão associadas a:

a) A baixa representatividade política de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania de

homossexuais.

b) A falência da democracia no país, que torna impediditiva a divulgação de estatísticas relacionadas à

violência contra homossexuais.

c) A Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homosexuais, além de impedí-los de exercer

seus direitos políticos.

d) A um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formas recorrentes de tabus e

intolerância.

e) A uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos de

correntes filosófico-científicas.

34-Leia trecho abaixo da famosa história de Rosa Parks (1913-2015), ativista dos direitos

civis nos Estados Unidos:

“Ao anoitecer do dia 1 de dezembro de 1955 [...] Rosa Parks, entrou em um ônibus na avenida Cleveland, no

centro da cidade de Montgomery, Alabama, Estados Unidos. Ela pagou a passagem e se sentou na primeira

fileira de assentos reservados para negros [...] O motorista, James F. Blake, seguiu viagem em sua rota

tradicional. O ônibus ia enchendo até que na terceira parada, em frente ao teatro Empire, vários passageiros

entraram. Blake notou que umas duas ou três pessoas brancas estavam em pé. Para resolver o problema ele

mudou o sinal de "colored" ("pessoa de cor", termo usado nos Estados Unidos para se referir a afro-americanos)

para atrás da fileira onde Parks estava. Ele exigiu que os passageiros negros sentados levantassem para que os

brancos pudessem sentar. [...] Rosa se recusou. [...] Blake, o motorista, perguntou para ela: "Por que você não se

levanta?" Ela respondeu que "Eu não deveria ter que me levantar". O homem chamou então a polícia [...].

Quando o policial chegou ela perguntou "Por que vocês mexem com a gente assim?" Ele respondeu: "Eu não sei,

mas lei é lei e você está presa’".

Fonte: Rosa Parks. https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_Parks, acesso em: 09/09/2016.

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A história acima diz respeito ao seguinte objeto de estudo da sociologia contemporânea:

a) As relações de opressão e dominação de gênero. b) As linhas de cor e o racismo institucional.

c) As lutas de classes contemporâneas e os modos de produção.

d) A democracia contemporânea, os sistemas políticas e formas de participação.

e) O etnocentrismo e o preconceito cultural.

35-Considere a citação abaixo:

“A partir do século XV, os europeus lançaram-se à exploração do mundo, no período das Grandes Navegações.

Nessa época, as diferenças entre os grupos humanos com base no fenótipo – conceito da Biologia que define o

conjunto de características físicas de um ser também vivo -, associadas aos interesses econômicos e políticos das

elites das metrópoles, serviram também como critério para justificar a exploração das populações nativas da

Ásia, África, Oceania e Américas pelos povos colonizadores europeus [...]. Por apresentarem características

físicas e culturais diferentes, os povos nativos passaram a ser considerados inferiores e, em alguns casos,

desprovidos de humanidade. [...] No século XVIII, a cor da pele foi transformada no principal critério

classificatório das hierarquias raciais produzidas pela Ciência Natural.[...] Os europeus justificaram suas ações

com a ideia de que esses povo eram inferiores porque possuíam características físicas e culturais diferentes.

Construía-se, assim, uma forma de agir perante o outro que conhecemos como racismo”.

Fonte: SILVA, Afrânio et all. Sociologia em Movimento. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2013. Pp. 112.

Com base no texto sobre a questão racial acima leia as afirmativas abaixo e marque a

alternativa correta:

I- No Brasil colonial, populações africanas eram trazidas para a colônia como escravas, sendo

a principal mão de obra nas plantações. Eram tratados como se não tivessem alma, e isso "justificava"

o tratamento que recebiam de seus senhores.

II- A relação entre senhor e escravo foi essencial para a democracia racial que hoje predomina

no país.

III- A partir do século XVIII, o preconceito, a discriminação racial e a ideologia racista eram

pautados, também, a partir de explicações supostamente científicas.

IV- A partir da abolição da escravidão o Estado brasileiro começou a importar mão de obra

branca (europeia), política conhecida como branqueamento, pois acreditava-se que esta era uma

maneira de tirar o país de uma degeneração cultural.

V- Pode-se afirmar que o racismo não possui relação com o preconceito cultural

(etnocentrismo) e explicações de cunho biologizantes.

a) Estão corretas apenas as alternativas II, III e IV

b) Estão corretas apenas as alternativas II e V

c) Estão corretas apenas as alternativas I e II

d) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

e) Estão corretas apenas as alternativas I, IV e V

36-Observe as duas imagens abaixo. A primeira imagem é de uma propaganda de

cerveja brasileira com os dizeres “é pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra”. A segunda

imagem é um cartaz de apresentação teatral chamada de black face, nos Estados Unidos em

1900, na qual atores brancos pintavam-se de forma estereotipada como negros.

Fonte: https://mamapress.wordpress.com/2012/03/02/cerveja-devassa-vai-ter-que-mudar-propaganda-racista-e-

sexista/. Acesso em 12/01/2017.

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Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Blackface. Acesso em 12/01/2017

Com relação a questão racial assinale a alternativa correta:

I- O preconceito existe quando atributos ou traços de um indivíduo são vistos de forma

negativa, como uma diferença indesejável. Comportamentos associados a perfis de cor

podem ser identificados nas práticas de agentes do poder público como em abordagens

policiais.

II- Uma postura racista e sexista ocorre quando representam-se pessoas, como mulheres

negras, como provocadoras de desejos sexuais e de forma generalizada em diversas

mídias sociais.

III- A abolição da escravidão há mais de um século no Brasil tem servido de justificativas

vitimistas por parte de setores da população negra, haja visto que brancos pobres são

excluídos tanto quanto os negros.

IV- Mais de 50% dos brasileiros são negros segundo dados do IBGE. A miscigenação

ocorrida no Brasil em contraste com a segregação física e espacial nos Estados Unidos

e África do Sul permite a sociologia contemporânea identificar um racismo brando no

país.

V- Quando a escravidão entrou em declínio no mundo no final do século XIX, a ideia de

segregação racial apareceu para se segregar indivíduos formalmente livres e iguais.

VI- O comportamento racista no Brasil vai deixando de existir, paulatinamente, a partir da

abolição da escravidão.

a) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

b) Estão corretas apenas as alternativas I, II, V e VI

c) Estão corretas apenas as alternativas I, II e V

d) Estão corretas apenas as alternativas II, IV e VI

e) Estão corretas apenas as alternativas II, III, IV e V

37- A questão étnico-racial no Brasil.

“Um estudo divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos (Dieese) mostra que um trabalhador negro recebe em média um salário 36,1% menor que o de um

não negro, independentemente da região onde mora ou de sua escolaridade. Segundo o estudo, a diferença salarial e de

oportunidades de trabalho são ainda maiores nos cargos de chefia. A pesquisa 'Os negros nos mercados de trabalho

metropolitanos' foi feita nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife,

Salvador e São Paulo.

O estudo destaca que a desvantagem registrada entre a remuneracao de negros e nao negros e pouco influenciada pela

regiao analisada, horas trabalhadas ou setor de atividade da economia. A pesquisadora mostra que nas areas

metropolitanas, os negros correspondem a 48,2% dos ocupados, mas, em media, recebem por seu trabalho 63,9% do

que recebem os nao negros. Entre os trabalhadores com nível superior completo, a média de rendimentos por hora é de

R$ 17,39 entre os negros, e de R$ 29,03 entre os não negros. (...) A pesquisa aponta ainda que os negros se concentram

nas ocupações de menor prestígio e valorização como pedreiros, serventes, pintores, caiadores e trabalhadores braçais na

construção, faxineiros, lixeiros, serventes, camareiros e empregados domésticos.” Fonte: portal G1.com 13/11/2013. Trabalhador negro ganha 36% menos que o não negro, diz estudo do DIEESE. http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/11/trabalhador-negro-ganha-36-menos-que-o-nao-negro-diz-estudo-do-dieese.html

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Com base no texto e nos conhecimentos sobre a questão racial no Brasil, é correto afirmar:

a) O racismo é produto de ações sociais isoladas desconectadas dos conflitos ocorridos entre os grupos

étnicos.

b) A escravatura amena e a democracia nas relações étnicas levaram à elaboração de um “racismo

brando”.

c) As oportunidades sociais estão abertas a todos que se esforçam e independem da “cor” do

indivíduo.

d) Nas relações sociais a “cor” da pessoa é tomada como símbolo da posição social.

e) O comportamento racista vai deixando de existir, paulatinamente, a partir da abolição da escravidão.

38-Sobre o conceito de “classe social” assinale a alternativa incorreta:

a) Quando utilizamos o termo “mobilidade social vertical” designamos o movimento de mudança de

um indivíduo para diferentes “posições de classe” à qual se encontrava.

b) A posição de classe de um indivíduo não pode ser determinada, na sociedade capitalista, pela sua

renda, patrimônio e acesso a determinados bens e serviços materiais e simbólicos.

c) Segundo Karl Marx, “classe social” na história está ligada à posse ou não dos meios de produção e

às relações de dominação e exploração de classe.

d) Max Weber analisa como a “posição de classe” é determinada por alguns indicadores sociais como

escolaridade, domínio de certas técnicas, status e prestígio sociais.

e) O critério renda pode ser utilizado para se analisar a “posição de mercado” de um indivíduo porém

este indicador é considerado limitado ou insuficiente em análises sociológicas para se definir o

conceito de “classe social”.

39-“Nova classe média” no Brasil?

Segundo estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, na última década 35

milhões de brasileiros passaram a integrar a classe média no Brasil. Em 2002, 38% da população pertencia a essa

classe; atualmente, estima-se que 53% da população brasileira faz parte da classe média, que totaliza 104

milhões de pessoas. Do restante da população, 20% estão na classe alta e 27% na baixa. A SAE considera como

famílias de classe média, aqueles que tem renda per capita entre R$ 291 e R$ 1019 por mês. De acordo com esse

critério, quem vive com mais de R$ 1019 pertence a classe alta. Sociologia em Movimento. Moderna. São

Paulo. p. 251. Fonte: SAE/PR 2012.

O pesquisador da Unicamp, Márcio Pochmann, em seu livro “Nova Classe Média?” questiona uso do termo.

Segundo Márcio Pochmann: “Seja, pelo nível de rendimento, seja pelo tipo de ocupação, seja pelo perfil e

atributos pessoais, o grosso da população emergente não se encaixa em critérios sérios e objetivos que possam

ser claramente identificados como classe média. Associam-se sim, às características das classes populares que,

por elevar o rendimento, ampliam imediatamente o padrão de consumo. Não há nesse sentido, qualquer

novidade, pois se trata de um fenômeno comum, uma vez que o trabalhador não poupa, mas gasta tudo o que

ganha”. POCHMANN, Márcio. Nova Classe Média? O trabalho na base da pirâmide social brasileira. Boitempo Editorial. São

Paulo. 2012. p.10

Na tradição sociológica herdada de Marx e Weber, o conceito de classe social pelo critério “renda”

não é utilizado (Marx) ou é considerado insuficiente (Weber). Nesse sentido assinale a alternativa

incorreta:

a) Na tradição sociológica herdada, sobretudo, das teorias de Marx e Weber, os esquemas de classe são construídos com base na estrutura ocupacional dentro de unidades produtivas e mercados de trabalho.

Indivíduos da mesma ocupação tendem a vivenciar níveis semelhantes de vantagem ou desvantagem social, a manter estilos de vida comparáveis e a partilhar oportunidades de vida igualmente semelhantes. b) O conceito de classe e suas subdivisões (extremamente pobre, pobre, vulnerável, baixa classe média,

média classe média, alta classe média, baixa classe alta, alta classe alta) baseadas no indicador “renda” são subjetivas e relativas. c) As classes sociais são compostas por indivíduos que ocupam uma mesma posição na estrutura produtiva

de uma sociedade. d) Na sociedade capitalista, a origem da diferença entre as classes está na propriedade privada dos meios de

produção. e) A divisão na sociedade capitalista entre burguesia e proletariado impede qualquer tipo de mobilidade social entre os indivíduos.

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Eixo Temático: Sociologia Rural

40- Considere a charge e leia o trecho da reportagem abaixo:

Fonte: http://grupofreegeo.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html. Acesso em 13/01/2017.

“O Brasil é o líder mundial das exportações de etanol, com 3,2 bilhões de litros vendidos ao exterior em 2006, e

caminha para mais do que dobrar sua produção nos próximos cinco anos. A União da Agroindústria Canavieira

de São Paulo [...] prevê um salto dos 17,8 bilhões de litros da última safra, finalizada em abril, para 38 bilhões,

em 2012. Nesse período, 76 novas usinas deverão se somar às 325 atualmente em operação, e as terras ocupadas

com canaviais aumentarão de 6,5 milhões de hectares para 10 milhões [...] A euforia em torno desses números

astronômicos tem a ver com a explosão do interesse internacional pelos biocombustíveis, vistos como uma fonte

de energia ecologicamente correta, capaz de compensar, ainda que parcialmente, a escassez de petróleo sem

agravar o aquecimento global. O etanol, assim como o biodiesel, é considerado um combustível de “emissão

zero”, pois o carbono que libera na sua combustão é equivalente ao que as plantas usadas como matéria-prima

acumulam no seu crescimento natural. Enfim, a solução perfeita. Mas o discurso otimista da energia “verde”

omite ou minimiza os impactos ambientais e sociais associados ao cultivo desses vegetais na escala gigantesca

indispensável para que o etanol gere os efeitos econômicos almejados”. Fonte: FUSER, Igor. O Etanol e o verde

enganador. Le Monde Diplomatique Brasil. http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=70. 05/12/2007. Acesso em 07/01/2017.

Assinale a alternativa correta relativa as críticas de movimentos sociais no campo e de

movimentos ambientalistas a opção pelos biocombustíveis.

I- Significa uma potencial ampliação das áreas a serem devastadas para o plantio, por

exemplo, da cana-de- açúcar e da soja.

II- Representa uma nova inserção do Brasil na divisão internacional do trabalho que pode

levar a superação da condição do país de periferia do capitalismo.

III- Trata-se de uma inserção que garantirá uma efetiva soberania nacional, pois aumenta as

exportações e democratiza a riqueza do país.

IV- Implica em relações de trabalho modernas além de trazer investimentos públicos para as

regiões onde se planta cana.

V-Reforça o monocultivo na terra e a degradação ambiental decorrente de queimadas e

esgotamento do solo.

VI-A Produção de álcool etanol convive com altos investimentos em bioquímica e genética e,

ao mesmo tempo, com condições precárias de trabalho nos canaviais.

a) Estão corretas apenas as alternativas I, II, e IV

b) Estão corretas apenas as alternativas III, V e VI

c) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

d) Estão corretas apenas as alternativas II, IV e VI

e) Estão corretas apenas as alternativas I, V e VI

41-Leia o trecho do livro do sociólogo Júlio José Chiavenatto e o gráfico com dados do IBGE 2010.

“O latifúndio brasileiro é um dos maiores que o mundo já conheceu. No Brasil, 1,9% dos proprietários rurais são donos de 54,64%

das terras agricultáveis. Das terras dos latifundiários, 75% ficam improdutivas. A parcela produtiva é ocupada predominantemente

por soja e cana de açúcar. Essa desproporção provoca concentração de renda e injustiça social”. Fonte: CHIAVENATO, Júlio José. Violência no Campo: o latifúndio e a reforma agrária. Moderna. São Paulo, 2004. p. 48.

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Fonte: http://www.agroecologia.org.br/2016/08/17/merenda-escolar-uma-revolucao-para-os-agricultores-familiares/. Acesso em 07/01/2017.

Assinale a alternativa correta:

a) O gráfico ilustra que o modelo chamado de agronegócio contribuiu com uma parcela maior com o

desenvolvimento social e, por isso, recebe a maior quantidade de créditos do governo.

b) O latifúndio monocultor é um modelo de propriedade da terra que foi típico do Brasil colônia. Atualmente,

esse modelo de propriedade foi superado com o moderno agronegócio, que utiliza equipamentos modernos e traz

grandes retornos financeiros ao país.

c) A chamada reforma agrária significa a distribuição de latifúndios aos agricultores através das ocupações de

terras abandonadas ou sem utilização pelo Estado.

d) Uma política voltada para a agricultura camponesa de pequenas e médias propriedades e uma efetiva

reforma agrária significaria uma correção de distorções históricas e prejuízo ao agronegócio.

e) O gráfico do IBGE demostra que, do ponto de vista da agricultura, o Brasil tem ampliação a renda nacional

e a prioridade o mercado interno.

42-(ENEM) Álcool, crescimento e pobreza.

O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava

cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito

toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe

cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio,

cãibra, convulsão. A fim de agüentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha

mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB.

Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo

contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As

pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país. Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações).

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Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que:

a) A charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.

b) A charge e o texto abordam, a respeito da cana-deaçúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação

entre si.

c) O texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.

d) A charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da canade-

açúcar no setor sucroalcooleiro.

e) O texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de

trabalho, que a charge ironiza.

43-Segue abaixo o quadro “Os Retirantes” (1944), do pintor brasileiro Cândido Portinari (1903-

1962) e trecho de uma reportagem.

Fonte: http://www.doispensamentos.com.br/site/?p=61. Acesso em 13/01/2017

“Mais de 250 municípios decretaram estado de emergência por conta da seca prolongada no Nordeste. O nível dos açudes

está baixo, sendo que alguns já secaram. Plantações se perderam. [...] Por mais que haja evaporação e açudes sequem, a

região possui uma grande quantidade de água, suficiente para abastecer sua gente. [...] O Nordeste brasileiro é detentor do

maior volume de água represado em regiões semi-áridas do mundo. São 37 bilhões de metros cúbicos, estocados em cerca de

70 mil represas. A água existe, todavia o que falta aos nordestinos é uma política coerente de distribuição desses volumes,

para ao atendimento de suas necessidades básicas.[...] No ano passado, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União

constataram um desvio de R$ 312 milhões em verbas do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), que

poderiam estar sendo utilizadas para diminuir o impacto da estiagem deste ano. Como disse, o problema (que não é novo)

não é de falta e sim de distribuição. De água, de decisões, de recursos. Enfim, de cidadania. E não causada apenas pelo velho

coronelismo, que foi travestido de modernidade, e ainda assola a região. Mas pelas novas políticas de desenvolvimento,

produzidas sob a justificativa do progresso e da renovação, mas que mantém tudo como sempre foi”. Fonte: SAKAMOTO, Leonardo. O problema da seca no Nordeste não é falta de água. Blog do Sakamoto. 23/04/2012. Link:

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/04/23/o-problema-da-seca-no-nordeste-nao-e-falta-de-agua/ Acesso em 13/01/2017.

Considerando a histórica da formação da sociedade brasileira assinale a alternativa correta.

I) As desigualdades sociais existentes no Brasil como fome, desnutrição, falta de habitação digna,

condições precárias de saúde, são produtos e condições dos mesmos processos estruturais que criam a ilusão de

que a economia brasileira é moderna.

II) São expressões culturais do sertanejo na região citada são o messianismo, o cangaço e o

coronelismo.

III) A seca retratada em prosa e verso em letras de música como Asa Branca de Luiz Gonzaga, é uma

realidade que foi superada diante das modernas técnicas de transposição de águas do Rio São Francisco, o maior

da região.

IV) No Nordeste não existe falta de água, mas sim falta de uma política de democratização do acesso

a ela. Pode-se afirmar que, no Brasil sertanejo, a seca está articulada com a cerca, ou seja, o velho latifúndio.

V) O patrimonialismo, o clientelismo, o coronelismo, o filhotismo, analisados de forma pioneira por

Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil” (1936) e Victor Nunes Leal em “Coronelismo, Enxada e Voto”

(1948) são realidades sociais típicas exclusivas do nordeste brasileiro.

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a) Estão corretas apenas as alternativas II, IV e V b) Estão corretas apenas as alternativas I, III e V

c) Estão corretas apenas as alternativas II, III e IV

d) Estão corretas apenas as alternativas I, II e IV

e) Estão corretas apenas as alternativas I, III e V

44-Abaixo segue charge e trechos do famoso poema “Morte e Vida Severina” (1955) do autor

pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999).

Fonte: http://www.vermelho.org.br/charges.php?id_param_charge=3&pagina=104. Acesso em 12/01/2017.

[...] Essa cova em que estás, com palmos medida, é a cota menor que tiraste em vida. — É de bom tamanho, nem largo nem fundo, é a parte que te cabe deste latifúndio.

— Não é cova grande, é cova medida, é a terra que querias ver dividida. — É uma cova grande para teu pouco defunto, mas estarás mais ancho que estavas no mundo.

— É uma cova grande para teu defunto parco, porém mais que no mundo te sentirás largo. — É uma cova grande para tua carne pouca, mas a terra dada não se abre a boca. [...]

Fonte: MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina. 1954.55 http://www.andersonsandes.net/2016/03/morte-e-vida-

severina-em-pdf-download.html. Acesso em 12/01/2017.

O poema de João Cabral aborda alguns aspectos referentes aos objetos de estudos de sociologia

rural. Assinale a alternativa correta a respeito desse importante tema de estudo de sociologia.

I- As migrações que ocorreram de forma intensa para as grandes cidades no Brasil no século XX

não possuem relação com o problema agrário descrito no poema de João Cabral mas com a

atração de melhores empregos nas cidades.

II- Os impactos dos usos de transgênicos e agrotóxicos na agricultura, os direitos do consumidor,

são temas de debate da chamada segurança alimentar, e são objetos de pesquisa em sociologia

rural.

III- Conflitos fundiários envolvendo povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais,

movimentos de atingidos por barragens, assalariados agrícolas, camponeses sem terra, são

exemplos de movimentos sociais no campo.

IV- No Brasil, o modelo da grande propriedade tem origem nas capitanias hereditárias e nas

sesmarias da época colonial. As ocupações via grilagem de terras e a violência estão na base

da origem do latifúndio no Brasil.

V- O poema de João Cabral de Melo Neto destaca os problemas relativos a seca no nordeste,

principal responsável pela miséria no campo nessa região.

VI- A visão de uma agricultura atrasada, baseada na monocultura, em terras ociosas, no trabalho

escravo, são realidades em vias de superação em virtude das modernas tecnologias, da

fiscalização e da importância das exportações das commoditties agrícolas para o PIB.

a) Estão corretas apenas as alternativas II, III, V e VI b) Estão corretas apenas as alternativas I, III, V e VI

c) Estão corretas apenas as alternativas I, II, III e VI

d) Estão corretas apenas as alternativas II, III e IV

e) Estão corretas apenas as alternativas II, III, IV, V e VI

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45-(UEL) Em novembro último, 100 policiais foram mobilizados para retirar 50 indígenas avá-guarani

que haviam ocupado o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. A desocupação foi tensa, mas os

indígenas acabaram deixando o local pacificamente, após rezarem e dançarem, em um ritual

comandado pelo Pajé. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

a) A despeito de terem o direito legal de habitar no Parque, os indígenas o desocuparam pelo fato de os

brancos terem profanado seu lugar de culto religioso.

b) A presença dos povos indígenas é inconciliável com medidas de conservação ambiental, daí a necessária

interdição plena das florestas e remanescentes em que vivem.

c) A retirada dos indígenas marcou o encerramento das atividades de exploração comercial no Parque

Nacional do Iguaçu.

d) A jurisprudência acerca da incompatibilidade entre os rituais religiosos dos avá-guarani e os preceitos

religiosos hegemônicos no Brasil motivou a desocupação do Parque.

e) Apesar de serem os tradicionais ocupantes da região, os indígenas foram retirados do Parque, por meio do

uso de expedientes legais elaborados pelos e para os brancos.

46- (ENEM). “Coube aos Xavantes e aos Timbira, povos indígenas do Cerrado, um recente e marcante gesto simbólico: a realização de sua tradicional corridas de toras (de buriti) em plena Avenida Paulista (SP), para denunciar o cerco de suas terras e a degradação de seus entornos pelo avanço do agronegócio”. RICARDO, B.;

RICARDO, F. Povos indígenas do Brasil: 2001-2005. São Paulo: Instituto Socio-Ambiental, 2006 (adaptado).

A questão indígena contemporânea no Brasil evidencia a relação dos usos socioculturais da terra com os

atuais problemas socioambientais, caracterizados pelas tensões entre:

a) A expansão territorial do agronegócio, em especial nas regiões Centro-Oeste e Norte, e as leis de proteção

indígena e ambiental.

b) Os grileiros articuladores do agronegócio e os povos indígenas pouco organizados do Cerrado.

c) As leis mais brandas sobre o uso tradicional do meio ambiente e as severas lei sobre o uso capitalista do

meio ambiente.

d) Os povos indígenas do Cerrado e os polos econômicos representados pelas elites industriais paulistas.

e) O campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as terras indígenas dali sejam alvo de invasões urbanas.

47- (ENEM) Questão Agrária Texto I

A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de

1% de todos os proprietário controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos

e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos

as fazendas que tem origem na grilagem de terras públicas. Disponível em www.mst.org.br. Acesso em 25 ago. 2011 (adaptado)

Texto II

O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de

manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e

sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito

mais do que apoiar a reforma agrária. LESSA, C. Disponível em www.observatoriopolitico.org.br. Acesso em 25 ago. 2011 (adaptado)

Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso

acontece porque os autores associam reforma agrária, respectivamente a:

a) Redução do inchaço urbano e a crítica ao minifúndio camponês.

b) Ampliação da renda nacional e a prioridade ao mercado externo.

c) Contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.

d) Privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.

e) Correção de distorções históricas e o prejuízo ao agronegócio.

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Eixo Temático: Sociologia Urbana

Eixo Temático: Teorias Sociológica 48-Os dois textos abaixo (do urbanista Mike Davis sobre origem do termo favela em inglês e o

trecho de relatório da Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro de 1888) fazem referência a

problemáticas de estudo de sociologia urbana.

“A primeira definição conhecida e publicada da palavra inglesa slum [favela, cortiço, área residencial miserável] surgiu

no Vocabulary of the flash language, em que é sinônimo de racket ou “comércio criminoso”. No entanto, nos anos da

cólera nas décadas de 1830 e 1840, os pobres moravam em slums, em vez de praticá-los. Uma geração depois,

identificaram-se slums na América e na Índia, em geral reconhecidos como fenômeno internacional. [...] É claro que, para

os liberais do século XIX, a dimensão moral era fundamental, e a favela era considerada, acima de tudo, um lugar onde o

“resíduo” social apodrecia num esplendor imoral e quase sempre turbulento”.

Fonte: DAVIS Mike. Planeta de Favelas: a involução urbana e o proletariado informal. New Left Review, p 198.

https://newleftreview.org/article/download_pdf

“As classes pobres e viciosas, diz um criminalista notável, sempre foram e hão de ser a mais abundante causa de todas as

sortes de malfeitores: são elas que se designam mais propriamente sob o título de – classes perigosas –; pois quando o

mesmo vício não é acompanhado pelo crime, só o fato de aliar-se à pobreza no mesmo indivíduo constitui justo motivo de

terror para a sociedade. O perigo social cresce e torna-se de mais a mais ameaçador, à medida que o pobre deteriora a sua

condição pelo vício e, o que é pior, pela ociosidade”. Anais da Câmara dos Deputados do RJ (10/10/1888).

Fonte: OLIVEIRA, Laura Freitas. Questão social e criminalização da pobreza: aportes para a compreensão do novo

senso comum penal no Brasil. Dissertação de mestrado. UERJ, 2010. p 41.

Assinale a alternativa correta que corresponda a interpretação dos dois textos:

a) O texto de Mike Davis explicita que favela é o local de comércio criminoso e condutas desviantes a

ser evitado. b) Estigmas e estereótipos construídos sobre certos grupos na sociedade, pobres e negros estiveram

presentes da literatura liberal do século XIX aos dias atuais.

c) O urbanista Mike Davis no texto sobre a origem do termo favela (slums) e o relatório da Câmara

dos deputados do Rio de Janeiro de 1888 compartilham a mesma visão sobre favela e pobreza.

d) Comportamentos desviantes, pobreza, vícios, furtos e roubos são típicos dos habitantes nas regiões

empobrecidas nas cidades.

e) Ações repressivas por parte do Estado em regiões periféricas, de favelas, justificam-se pois a

pobreza é aliada do crime e tais ambientes são propícios a tais situações.

49-(UEM) Em entrevista concedida a uma revista nacional, a subsecretária-geral da ONU e diretora do Programa nas Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, Anna Tibaijuka, ao ser perguntada sobre o futuro das cidades

na atual ordem global, respondeu da seguinte maneira: “Há vários futuros. Algumas cidades têm futuro brilhante: criação de oportunidades, melhoria e aperfeiçoamento da qualidade de vida, ampliação das liberdades sociais, culturais e políticas. Outras têm futuro menos promissor, com declínio natural e perda da importância, não só em

âmbito internacional, mas também nacional. Quando examinadas a partir da perspectiva regional, algumas regiões como a Ásia vão prosperar enquanto outras, como a África Subsaariana, continuarão lutando pela prestação de

serviços básicos. Se a falta de moradia adequada e de serviços básicos (que é um problema de governo) não for solucionada, o número de moradores de favelas nas cidades vai aumentar, o que consequentemente ampliará o fosso urbano; a agitação social e os movimentos sociais tenderão a aumentar, impondo risco à vida nas cidades”. (Entrevista concedida à Revista Desafios do Desenvolvimento, IPEA, fevereiro-março de 2010, ano 7, n.º 59, p. 13).

Considerando as afirmações da subsecretária-geral da ONU e o tema “As transformações no espaço

urbano e rural”, assinale V ou F:

( ) A globalização dos mercados não é acompanhada, necessariamente, por uma distribuição da riqueza que

seja capaz de reduzir os problemas urbanos existentes em várias regiões do mundo.

( ) Parte significativa dos problemas urbanos atuais já não decorre do êxodo rural, mas do modo de inserção

das cidades na economia global.

( ) Segundo Anna Tibaijuka, as cidades africanas estão condenadas ao subdesenvolvimento, ao contrário das

cidades asiáticas.

( ) A expressão “fosso urbano” é empregada para caracterizar as desigualdades de acesso aos equipamentos

urbanos por diferentes grupos e classes sociais.

( ) Pode-se concluir do texto que nas cidades europeias não ocorre falta de moradias adequadas e de serviços

urbanos básicos.

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50-A charge abaixo trata de um conflito social recente referente ao direito à moradia no Brasil.

Na sequência leia abaixo a reportagem:

Fonte: https://poavive.wordpress.com/2011/07/03/sobre-a-especulacao-imobiliaria/. Acesso em 07/01/2017.

“Os primeiros dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o

número de domicílios vagos no País é maior que o déficit habitacional brasileiro. Existem hoje no Brasil, segundo o

censo, pouco mais de 6,07 milhões de domicílios vagos, incluindo os que estão em construção. O número não leva em

conta as moradias de ocupação ocasional (de veraneio, por exemplo) nem casas cujos moradores estavam

temporariamente ausentes durante a pesquisa. Mesmo assim, essa quantidade supera em cerca de 200 mil o número de

habitações que precisariam ser construídas para que todas as famílias brasileiras vivessem em locais considerados

adequados: 5,8 milhões. Esse déficit habitacional foi calculado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado

de São Paulo (Sinduscon-SP) com base em outro levantamento do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(Pnad). O déficit soma a quantidade de famílias que declaram não ter um teto, que habitam em locais inadequados ou que

compartilham uma mesma moradia e pretendem se mudar. Não leva em conta as famílias que vivem em casas adequadas

de aluguel” Fonte: Número de casas vazias supera déficit habitacional do País, indica Censo 2010. Portal Brasil. 13/12/2010.

http://www.brasil.gov.br/governo/2010/12/numero-de-casas-vazias-supera-deficit-habitacional-do-pais-indica-censo-2010. Acesso em 07/01/2017.

Assinale a alternativa correta a respeito da chamada questão urbana:

a) É objeto de estudo da sociologia urbana a segregação socioespacial nas cidades.

b) De acordo com a reportagem, os dados do Censo do IBGE mostram que não existe déficit

habitacional no Brasil.

c) O processo de urbanização no mundo tem início apenas a partir da Revolução Industrial no século

XVIII.

d) Favelas ou moradias precárias são uma realidade do mundo urbano exclusivas do antigamente

chamado “terceiro mundo” região que compreendia América Latina, África e Ásia.

e) A violência urbana não possui vinculação com o processo de urbanização e segregação

socioespacial nas cidades.

51-Segue abaixo a citação de um artigo de uma revista e uma fotografia (fevereiro de 2007) da

Praça da República, na cidade de São Paulo, de um banco chamado de “anti mendigo”, medida

utilizada pelo prefeito para se “limpar a cidade”.

Fonte: https://farias.wordpress.com/2007/02/24/banco-antimendigo/. Acesso em 07/01/2017.

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"Moradores de rua" são a figura mais perfeita do abandono que está no imo da devoração capitalista. Convive-se com eles

nos bairros elegantes das cidades grandes como se fossem um estorvo ou, para quem pensa de um modo mais

humanitário, como um problema social a ser resolvido filantropicamente”.

TIBURI, Márcia. Ninguém mora onde não mora ninguém. In: Revista Cult, ano 14, nº 155, mar. 2011, p. 27.

Com base no texto e nos seus conhecimentos, considere as afirmações a seguir:

I- No texto, a expressão “a figura mais perfeita do abandono que está no imo da devoração capitalista”

revela a condição de subalternidade das populações de rua nas sociedades capitalistas.

II- O título do artigo – “Ninguém mora onde não mora ninguém” – coloca em debate a ausência dos

direitos sociais básicos que marca o cotidiano de determinados setores da população, neste caso o direito à

moradia digna.

III- As populações de rua optam por morar nos bairros elegantes das grandes cidades porque os ricos

em geral são mais sensíveis ao apelo humanitário e dedicam-se à filantropia.

IV- O meio mais eficaz de solucionar o problema dos moradores de rua é removê-los da visibilidade

pública pois tal medida traz maior sensação de segurança pública.

a) Está correta apenas a alternativa I.

b) Estão corretas apenas as alternativas I e II.

c) Estão corretas apenas as alternativas II e IV.

d) Estão corretas apenas as alternativas II, III e IV.

e) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV.

52-Segundo o “Mapa da Violência 2012” abaixo, o percentual de homicídios da população negra

no Brasil entre 2002 e 2010 foi 89% maior do que a população branca (em números absolutos foram

144.174 homicídios de brancos ante 272.422 de negros). A maior amplitude se deu em 2010 com

diferença de 149% (34.983 homicídios de negros ante 14.047 homicídios de brancos).

Fonte: WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil. Governo Federal. 2012, p 10.

Abaixo leia trecho de reportagem sobre debate favorável ao fim da polícia militar.

“A repressão aos manifestantes nos protestos [...] e o elevado grau de incidentes violentos envolvendo a Polícia Militar

fortaleceram as discussões sobre o fim do vínculo da corporação com as Forças Armadas. A eliminação do caráter militar

das polícias é defendida por especialistas como forma de tornar as corporações mais próximas da sociedade e dar a elas

uma formação mais voltada para a proteção da cidadania. [...] Uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança

Pública, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Ministério da Justiça, mostra que 73,7% dos policiais

apoiam a desmilitarização. Entre os policiais militares, o índice sobe para 76,1%. O levantamento ouviu 21.101 policiais

militares, civis, federais, rodoviários federais, bombeiros e peritos criminais de todo o país entre os dias 30 de junho e 18

de julho. Segundo Renato Sérgio de Lima, pesquisador da FGV [...] Os policiais apoiam o fim da Justiça Militar e a

desvinculação do Exército para que o foco seja a proteção da sociedade, e não os interesses do Estado” [...] O debate

também passa pela revisão de regulamentos e procedimentos disciplinares, garantia à livre associação sindical, direito de

greve e a submissão de processos criminais envolvendo policiais à Justiça comum”. Fonte: Cresce o debate sobre a desmilitarização da PM. 06/08/2014. http://www.cartacapital.com.br/sociedade/excessos-cometidos-por-pms-

impulsionam-debate-sobre-desmilitarizacao-da-policia-1256.html. Acesso em 08/01/2017.

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Assinale a alternativa correta.

I- A juventude é o grupo social mais propício a violência em virtude da impulsividade característica de

pessoas dessa faixa etária.

II- Violência diz respeito a toda ação social que se utiliza da força ou da dominação sem legitimidade.

Associada a expressão urbana passa a ter um significado muito mais sociológico do que criminológico.

III- Os dados estatísticos acima mostram que existe uma correlação entre cor e homicídios possível de

ser compreendida através dos estigmas e estereótipos contra a população negra praticado pelos agentes da

segurança pública (os policiais).

IV- A desmilitarização da polícia militar significa por fim a existência da polícia como órgão do

Estado, reivindicação do movimento socialista desde o século XIX.

V- A polícia militarizada, baseada na manutenção da ordem (e no abuso de autoridade), é o modelo

padrão que se estabeleceu em nossa polícia militar e que possui raízes em nossa história colonial, imperial e

republicana.

a) Estão corretas apenas as alternativas II, III e V

b) Estão corretas apenas as alternativas I, III e V

c) Estão corretas apenas as alternativas I, II e IV

d) Estão corretas apenas as alternativas II, III e IV

e) Estão corretas apenas as alternativas I, II e V

53-Segue abaixo fotografia de manifestação popular em junho de 2013 (popularizadas como

“jornadas de junho”) e que teve no protesto contra o aumento das passagens de ônibus em várias

cidades o seu estopim. Na sequência leia atentamente a passagem da urbanista Ermínia Maricato:

Fonte: https://midiainformal.wordpress.com/2015/06/06/junho-chega-com-promessa-bem-longe-das-jornadas-de-2013/. Acesso em 08/01/2017

“Quem acompanha de perto a realidade das cidades brasileiras não estranhou as manifestações que impactaram o país em

meados de junho de 2013. [...] Mas no Brasil é impossível dissociar-se das principais razões, objetivas e subjetivas desses

protestos, da condição das cidades. Essa mesma cidade que é ignorada por uma esquerda que não consegue ver ali a luta

de classes e por uma direita que aposta tudo na especulação imobiliária e no assalto ao orçamento público. Para

completar, falta apenas lembrar que há uma lógica entre legislação urbana, serviços públicos urbanos (terceirizados ou

não), obras de infraestrutura e financiamento das campanhas eleitorais.[...] A cidade constitui um grande patrimônio

construído histórica e socialmente, mas sua apropriação é desigual e o nome do negócio é renda imobiliária ou

localização, pois ela tem um preço devido a seus atributos. Isso também tem a ver com a disputa por fundos públicos e

sua distribuição (localização) no espaço [...] A desigualdade social, uma das maiores da América Latina, e a escravidão

vigente até pouco mais de um século atrás são características que se somam a um Estado patrimonialista e a

universalização da política do favor”. Fonte: MARICATO, Ermínia. É a questão urbana, estúpido! In Cidades Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil.

Boitempo: São Paulo, 2013, p 19.

Com base no trecho acima assinale a alternativa correta que melhor corresponda as análises de

sociologia urbana:

a) As desigualdades no espaço urbano estão fundamentalmente ligadas a má administração por parte

do poder público dos equipamentos urbanos. b) As manifestações por serviços públicos “padrão FIFA” foram a reação a um modelo de cidade em

que os interesses do capital ditam as políticas públicas, tanto em termos de legislação, quanto contratos de

prestação de serviços ou a ocupação desigual do espaço urbano.

c) As manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em várias cidades brasileiras em 2013

expressam a negação da política (partidária ou não) por parte da população.

d) De acordo com o texto de Ermínia Maricato as soluções para os problemas urbanos passam ao largo

das opções político-partidárias de esquerda e direita no Brasil.

e) A troca de favores nos bairros pobres por representantes do poder público como votos em troca de

pavimentação de uma rua, iluminação, linha de ônibus, são fruto da corrupção generalizada e não são objeto

de estudo.

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54- (UEM) Leia o texto a seguir.

“Nos últimos anos, a periferia tornou-se algo importante. Pouco a pouco a palavra foi adquirindo novos sentidos e hoje é

moeda corrente em conversas de políticos, programas de partidos, nos planos de governo, em discursos de militante de

base e, como não poderia deixar de ser, nas análises dos cientistas sociais. De tão usada, transformou-se em uma espécie

de moda. E como talvez aconteça com toda moda, a difusão acabou por lhe retirar conteúdo: ‘periferia’ quer dizer muita

coisa e, ao mesmo tempo, não serve para explicar quase nada.

A palavra é usada para designar os limites, as franjas da cidade, talvez em substituição a expressões mais antigas, como

‘subúrbio’. Mas sua referência não é apenas geográfica: além de indicar distância, aponta para aquilo que é precário,

carente, desprivilegiado em termos de serviços públicos e infraestrutura urbana.

Seguramente, a ‘periferia’ não é o primeiro tipo de espaço urbano deficiente que existiu em nossas metrópoles, e não foi

simplesmente o fato de existir enquanto tal que chamou a atenção de todos. Se ficou tão conhecida, foi provavelmente

porque, desde meados da década de 70, seus moradores, armados de faixas e cartazes e reunidos em grupos, aprenderam o

caminho da prefeitura e de como exigir da administração pública aquilo a que tinham direito: ônibus, água, luz, posto

policial, etc., etc.” Fonte: CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. A política dos outros: o cotidiano dos moradores da periferia e o que pensam do poder

e dos poderosos. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 7.

Tendo como referência o texto de Teresa Caldeira, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) A periferia se torna conhecida quando seus moradores se organizam para pleitear seus direitos junto ao

poder público.

( ) A luta dos moradores da periferia por melhores condições de vida exige do poder público soluções para as

áreas do transporte e da segurança.

( ) O princípio norteador do movimento dos moradores da periferia é a luta contra os moradores dos bairros

centrais da cidade.

( ) Uma análise sociológica do processo político desencadeado pelos moradores da periferia indica que eles

organizaram um movimento social.

Eixo Temático: Mundo do Trabalho

55-A palavra trabalho é derivada do latim “tripalium”, nome de um instrumento de tortura feito de três

paus, utilizado na Antiguidade. Do latim, o termo derivou ao francês “travailler”, que significa "sentir

dor" ou "sofrer". Abaixo desenho desse instrumento de tortura.

https://ayrtonbecalle.com/2015/05/01/trabalho-e-tortura-a-escravidao-moderna-do-capitalismo/tripalium/. Acesso em 07/01/2017

Trabalho é uma categoria fundamental na análise sociológica. Considerando essa categoria,

assinale a alternativa correta:

I- O que diferencia o ser humano dos outros animais do ponto de vista do trabalho é a intencionalidade

do trabalho como atividade consciente.

II- A intensificação no mundo moderno do processo de divisão social do trabalho promove uma

especialização crescente das tarefas. Tanto Marx quanto Durkheim afirmam que a interdependência provocada

pela crescente divisão do trabalho cria solidariedade, pois faz a sociedade funcionar e lhe dá coesão.

III- Na sociedade capitalista, segundo Marx, o trabalho deixa de ser fonte de riquezas: por se referir à

ação humana, a força de trabalho nessa sociedade não pode ser considerada uma mercadoria.

IV- É de Max Weber a conclusão de que a partir do século XVI a ética protestante e o espírito

capitalista fizeram uma ressignificação do trabalho como benção divina e elemento dignificante.

V- A diferença fundamental entre a condição social do servo no feudalismo e as distintas formas de

escravidão é que o último é propriedade de outrem enquanto o primeiro estava inserido numa relação de

fidelidade, obrigações e proteção.

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a) Estão corretas apenas as alternativas I, II e IV

b) Estão corretas apenas as alternativas I, IV e V

c) Estão corretas apenas as alternativas II, III e V

d) Estão corretas apenas as alternativas III, IV e V

e) Estão corretas apenas as alternativas I, II e III

56-Leia trecho da reportagem abaixo:

[...] No apagar das luzes de 2014, o relator da reforma do Código Penal na Comissão de Constituição, Justiça e

Cidadania do Senado Federal, Senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), acatou emendas que vão de encontro a um trabalho de

mais de 20 anos de órgãos de governo, de empresas, de sindicatos e de organizações da sociedade civil, que unem

esforços pela erradicação do trabalho escravo no Brasil. s emendas, apresentadas pelos senadores Blairo Maggi (PR-MT)

e Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), alteram o conteúdo do artigo 149 do Código Penal, que trata do crime de

trabalho escravo. As mudanças excluem como elementos definidores de trabalho análogo ao de escravo duas situações

[...] Essas duas condições de trabalho, junto com a servidão por dívida e a manutenção do trabalhador no local de trabalho

através de ameaças, fraudes e isolamento geográficos, caracterizam a ocorrência de trabalho escravo. Caso seja aprovada

pela CCJ, e posteriormente referendada pelo plenário, o novo texto representará um retrocesso no enfrentamento do

trabalho escravo no Brasil. [...]

Fonte: Caio Magri e Jorge Abrahão. Nota de repúdio às emendas que tentam mudar o conceito de trabalho escravo.

18/12/14. Link: http://www.trabalhoescravo.org.br/noticia/83

O artigo 149 do código penal define trabalho análogo a escravidão a partir de 4 indicadores. São eles:

a) servidão por dívida, cárcere privado, baixos salários, banco de horas.

b) jornada exaustiva, servidão por dívida, cárcere privado, terceirização.

c) cárcere privado, ausência de salários, condições degradantes para saúde e vida, servidão por dívida.

d) ausência de salário, cárcere privado, condições degradantes para saúde e vida, banco de horas.

e) cárcere privado, condições degradantes para saúde e vida, jornada exaustiva, servidão por dívida

57-Leia o trecho retirado do capítulo II “A categoria escravidão” do livro clássico “O Escravismo

Colonial” do historiador Jacob Gorender:

A caraterística mais essencial, que se salienta no ser escravo reside na sua condição de propriedade de outro ser

humano. (...) O escravo, instrumento vivo, como todo trabalhador, constituiu ademais uma “propriedade viva”. A noção

de propriedade implica a sujeição de alguém fora dela. (...) Mas o escravo, sendo uma propriedade, também possui corpo,

aptidões intelectuais, subjetividade –é, em suma, um ser humano. Perderá ele o ser humano ao se tornar propriedade, ao

se coisificar? (...)

Primordialmente, a contradição foi manifestada e desenvolvida pelos próprios escravos, enquanto indivíduos

concretos, porque, se a sociedade os coisificou, numa pôde suprimir neles ao menos o resíduo último da pessoa humana.

Antes que os costumes, a moral, o direito e a filosofia reconhecessem a contradição e se preocupassem como resolvê-la

de modo positivo, em favor da legitimação da instituição servil, conciliando os termos coisa e pessoa, antes disso os

próprios escravos exteriorizaram sua condição antagônica, na medida em que reagiram ao tratamento de coisas.

(...) Se nos voltarmos à escravidão moderna, encontraremos uma evolução característica no direito das colônias

inglesas norte-americanas. Eis seu resumo em Brion Davis:

(...) Em 1740, a Carolina do Sul legislou que um homem que premeditadamente matasse o escravo próprio ou

alheio pagaria uma multa de setecentas libras; a soma seria de metade por matar o escravo num momento súbito de

paixão. No entanto, a Constituição da Geórgia de 1798 colocou a morte ou mutilação de um escravo no mesmo nível de

criminalidade da morte ou mutilação de um homem branco (...)”.

(...) Na lida diária com escravos através de gerações, enfrentando suas mais diversas reações, desde a resistência

passiva ao trabalho até às fugas, atentados e insurreições, a classe escravocrata amadureceu uma compressão “sábia” a

respeito do castigo e a expressou nas formas concentradas de sua ideologia. Tal compreensão consistiu que o castigo deve

ser moderado. O Eclesiastes (Antigo Testamento) advertiu: “...não cometa excessos seja com quem for, e não faças coisa

alguma grave sem ter refletido”. A legislação imperial romana proibiu castigos cruéis. As Ordenações Filipinas

autorizavam o castigo de escravos e de outras pessoas dependentes mas puniam os excessos como o ferimento com arma.

(...) O primeiro ato humano do escravo é o crime, desde o atentado contra seu senhor à fuga do cativeiro. Mas a

pena mais cruel, justamente por ser uma pena, implicava o reconhecimento de que punia um ser humano. (...).

GORENDER, Jacob. O Escravismo Colonial. In A Categoria Escravidão. 1980.

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De acordo com o texto acima, qual a contradição expressa no “direito escravista” ao longo da história

das sociedades?

a) O escravo é uma propriedade, logo a contradição expressa no texto significa que a reivindicação de

liberdade é um direito humano fundamental.

b) O “direito escravista” ao longo da história reconhecia que se punia um ser humano, expressa nas

orientações por moderação nos castigos contra seus escravos, considerando-os coisa e pessoa

simultaneamente.

c) O “direito escravista” era uma contradição, pois se o escravo era uma propriedade, não podia ter direitos.

d) Ser “coisa” ou ser “pessoa” não chegava a ser uma contradição, pois os escravos ao longo da história

submeteram-se a dominação sem contestação.

e) Ao tornar-se escravo, o indivíduo torna-se propriedade de alguém, suprimindo toda e quaisquer

características humanas da pessoa.

58-Leia o trecho de O Capital de Marx sobre as “leis sanguinárias” dos séculos XV e XVI na Europa,

período de formação do trabalho assalariado (chamado por Marx de “acumulação primitiva”):

[...] Henrique VII, lei de 1530- Mendigos velhos e incapacitados para trabalhar tem direito a uma licença para pedir

esmolas. Os vagabundos sadios serão flagelados e encarcerados. Serão amarrados atrás de um carro e açoitados até que o

sangue lhe corra pelo corpo; em seguida prestarão juramento de voltar à sua terra natal ou ao lugar onde moraram nos

últimos três anos, “para se porem a trabalhar”. [...] Essa lei é modificada. [...] Na primeira reincidência de vagabundagem,

além da pena de flagelação, metade da orelha será cortada, na segunda, o culpado será enforcado como criminoso

irrecuperável e inimigo da comunidade.

Eduardo VI –Uma lei no primeiro ano de seu governo, 1547, estabelece que, se alguém se recusa a trabalhar, será

condenado como escravo da pessoa que o tenha denunciado como vadio. [...] Se o escravo desaparecer por duas semanas,

será condenado à escravatura por toda a vida e será marcado a ferro, na testa e nas costas, com a letra S; se escapa pela

terceira vez será enforcado como traidor. [...]

Elizabeth- 1572 –Mendigos sem licença e com mais de 14 anos serão flagelados severamente e terão suas orelhas

marcadas a ferro, se ninguém quiser tomá-los a serviço por dois anos; em caso de reincidência, se tem mais de 18 anos,

serão enforcados, se ninguém quiser tomá-los a serviço por 2 anos; na terceira vez serão enforcados, sem mercê, como

traidores. Leis análogas a nº 13 do ano 18 do reinado de Elizabeth, e a do ano de 1597.

Jaime I- Quem perambule e mendigue será declarado vadio e vagabundo. Os juízes de paz, em suas sessões, estão

autorizados a mandar açoitá-lo e encarcerá-lo por 6 meses, na primeira vez e por 2 anos, na segunda. Na prisão receberão

tantas chicotadas quantas os juízes de paz acharem adequadas...Os vagabundos incorrigíveis e perigosos serão ferreteados

com um R sobre o ombro esquerdo e condenados a trabalhos forçados. [...]

Houve leis análogas na França. Nos meados do século XVII, estabelecera-se em Paris um reino dos vagabundos. Ainda

no início do reinado de Luís XVI, pela ordenança de 13 de julho de 1777, todo homem válido de 16 a 60 anos, sem meios

de existência e sem exercer uma profissão, deveria ser mandado para as galés. Eram de natureza semelhante o edito de

Carlos V, de outubro de 1537, para os Países Baixos [Holanda]. [...]

[...] A burguesia nascente precisava e empregava a força de Estado, para “regular” o salário, isto é, comprimi-lo dentro

dos limites convenientes à produção de mais valia, para prolongar a jornada de trabalho e para manter o próprio

trabalhador num adequado estado de dependência. Temos aí um fator fundamental da chamada acumulação primitiva. MARX, Karl. O Capital. Cap. XXIV: “A chamada acumulação primitiva”. Ed. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. 1982. pp-853-855.

De acordo com o trecho de Marx é correto afirmar:

a) Neste trecho Marx reafirma a posição do pastor britânico Thomas Malthus (1776-1834) de que a assistência

social aos pobres era repudiável uma vez que os estimularia a ter mais filhos.

b) As leis sanguinárias ou leis anti-vadiagem eram legislações punitivas ao proletariado desempregado e que

estavam em contradição com as melhorias provocadas pelo início do sistema assalariado e fabril.

c) A expulsão da população dos campos para as cidades (urbanização) na Europa não tem relação direta com

as leis sanguinárias uma vez que haviam expectativas de melhorias de vida para a massa camponesa agora

proletarizada.

d) Marx contraria-se à visão malthusiana ao buscar evidências de como o capitalismo surgiu através da

violência, do desmantelamento de relações sociais comunitárias e na criação da proletarização forçada.

e) As leis contra a vadiagem criminalizavam o proletariado nascente. Como não se garantia emprego a todos

nas fábricas que nasciam tal medida estimulava o retorno dessa massa de pessoas ao campo.

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59- Considere a citação abaixo:

[...] Em primeiro lugar, o trabalho é exterior ao trabalhador, quer dizer, não pertence à sua natureza; portanto ele

não se afirma no trabalho, mas nega-se a si mesmo, não se sente bem, mas infeliz, não desenvolve livremente suas

energias físicas e mentais, mas esgota-se fisicamente e arruína o espírito. Por conseguinte o trabalhador só se sente em si

fora do trabalho, enquanto no trabalho se sente fora de si. Assim, o seu trabalho não é voluntário, mas imposto, é trabalho

forçado. Não constitui a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio de satisfazer outras necessidades. O seu

caráter ressalta claramente do fato de se fugir do trabalho como da peste [...] Se o produto do trabalho não pertence ao

trabalhador, se a ele se contrapõe como um poder estranho, isso só é possível porque o produto do trabalho pertence a

outro homem distinto do trabalhador. [...] Fonte: MARX, Karl. O Trabalho Alienado in Manuscritos Econômico-Filosóficos. Ed. 70. Lisboa. 1993. pp 157-172

A palavra alienação tem diversos significados: pode ser uma cessão de bens, transferência de

domínio de algo ou uma perturbação mental. Filosoficamente falando, alienação é a diminuição da

capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios. Ao transpor o conceito de alienação para

explicar as características do trabalho no capitalismo Marx destaca que:

a) O alienado torna-se desprovido de consciência política na luta por direitos.

b) A mercadoria possuiu duas dimensões: valor de uso e valor de troca, mas, no capitalismo as

relações sociais de trabalho –e exploração- estão ocultadas.

c) O trabalho cria valor, toda mercadoria possui trabalho social cristalizado.

d) Ao tornar-se mero objeto, executor de ordens, o proletário torna-se desvalorizado, o trabalho um

sofrimento.

e) O proletariado percebe que unir-se em sindicatos é uma das formas de lutar contra a exploração.

60- (UEL) Fordismo é um termo que se generalizou a partir da concepção de Antônio Gramsci, que o

utiliza para caracterizar o sistema de produção e gestão empregado por Henry Ford, em sua fábrica, a

Ford Motor Co., em Highland Park, Detroit, em 1913. O método fordista de organização do trabalho

produziu surpreendente crescimento da produtividade, garantindo, assim, produção em larga escala

para consumo de massa. O papel desempenhado pelo fordismo, enquanto sistema produtivo, despertou,

por exemplo, a atenção de Charles Chaplin, que o retratou com ironia no filme Tempos Modernos.

Assinale a alternativa que apresenta características desse método de gestão e de organização técnica da

produção de mercadorias.

a) Unidade entre concepção e execução, instaurando um trabalho de conteúdo enriquecido, preservando-se,

assim, as qualificações dos trabalhadores.

b) Substituição do trabalho fragmentado e simplificado, típico da Revolução Industrial, pelas “ilhas de

produção”, onde o trabalho é realizado em equipes.

c) Supressão progressiva do trabalhador taylorizado e, conseqüentemente, combate ao “homem boi”,

realizador de trabalhos desqualificados, restituindo-se, em seu lugar, o trabalhador polivalente.

d) Controle dos tempos e movimentos do trabalho, com a introdução da esteira rolante, e de salários mais

elevados em relação à média paga nas demais empresas.

e) Redução das distâncias hierárquicas no interior da empresa, como forma de estimular o trabalho em grupos,

resultando em menos defeitos de fabricação e maior produção.

61-O filme “Tempos Modernos” (1936) de Charles Chaplin (1889-1977) satiriza o sistema

taylorista-fordista ao mostrar o personagem operário Carlitos enlouquecido diante de uma série de

sofrimentos físicos e mentais no trabalho. Abaixo segue imagem de cena do trabalhador enlouquecido

engolido pela máquina:

Fonte: http://www.cinevest.com.br/materias/Tempos-Modernos-trabalho-alienado-na-Revolucao-Industrial-Entenda-melhor-o-

filme,2,28. Acesso em 07/01/2017.

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Em seu livro “Princípios de Administração Científica” (1911), o engenheiro F. Taylor (1856-

1915) desenvolvia um sistema de organização dos processos de produção que poderia ser aplicado em

todo o tipo de empresa, mesmo que os experimentos tenham ocorrido inicialmente em empresas

industriais. Assinale a alternativa correta a respeito de uma dessas características.

a) Exigência de qualificação laboral e polivalência dos funcionários.

b) A liberdade para os trabalhadores escolherem a forma de trabalho.

c) A divisão do processo de fabricação em gestos elementares.

d) Uma hierarquia na empresa flexível e horizontal com participação ativa de representantes dos

trabalhadores nos conselhos de administração da empresa.

e) O uso de cronômetros de forma pausada, visando não sobrecarregar o funcionário, para medir o

tempo necessário à execução das atividades.

62-Frederick Winslow Taylor (1856-1915) elaborou um método de racionalização do trabalho

chamado taylorismo. Sobre este método, assinale a alternativa:

a) O objetivo desse método era sistematizar a produção capitalista, a fim de aumentar a produtividade do

trabalho, acarretando, segundo alguns críticos do taylorismo, um aumento da exploração da mais-valia.

b) A cronometragem de cada etapa da produção determinava o tempo médio, que passava a ser a referência a

partir de então para aquele conjunto de tarefas.

c) Havia uma separação rígida entre planejamento e execução no processo produtivo.

d) A economia do tempo de trabalho, propiciada pelo taylorismo, buscava ampliar o tempo livre dos

trabalhadores, garantindo-lhes, assim, maior possibilidade de lazer e de convivência social.

63-A perspectiva contemporânea de organização do trabalho e produção pode ser identificada

principalmente nas ideias formuladas pelo engenheiro japonês Taiichi Ohno (1912-1990) que aplicou

esse princípio da reformulação da administração empresarial na década de 1950 na empresa Toyota (e

que ficou conhecido como toyotismo). A charge abaixo ilustra de forma crítica esse sistema.

Fonte: http://www.estudoadministracao.com.br/ler/toyotismo-fordismo-resumo/. Acesso em 07/01/2017

Identifique qual característica abaixo refere-se as inovações do modelo de gestão e produção

conhecido como toyotismo ou pós-fordismo.

a) Fixação do trabalhador no posto de trabalho exercendo uma única função.

b) Separação ente concepção e execução no trabalho com rígido controle das tarefas.

c) Integração vertical, todas as partes do produto são fabricadas na mesma empresa.

d) Exigência de mão de obra qualificada, trabalho em equipe, rodízio de tarefas, multifuncionalidade.

e) Produção em massa, linha de montagem e esteira rolante.

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64- (UEL) No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do tipo

Mcjobs (“McEmprego”), comuns em empresas fast-food nos Estados Unidos. Assinale a alternativa que

apresenta somente características desse tipo de emprego.

“No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de velocidade na

linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora, apenas um terço dos

funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a algum sindicato. A maioria dos não

sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no geral podem ser despedidos sem

aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A

velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora

o padrão de toda indústria.” (SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.)

a) Alta remuneração da força-de-trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de produção

automatizado.

b) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da empresa.

c) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho.

d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de avanço na carreira.

e) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta rotatividade.

65- (UEL) No final de 2000 o jornalista Scott Miller publicou um artigo no The Wall Street Journal,

reproduzido no Estado de S. Paulo (13 dez. 2000), com o título “Regalia para empregados compromete

lucros da Volks na Alemanha”. No artigo ele afirma:

“A Volkswagen vende cinco vezes mais automóveis do que a BMW, mas vale menos no mercado do que a rival. Para

saber por que, é preciso pegar um operário típico da montadora alemã. Klaus Seifert é um veterano da casa. Cabelo

grisalho, Seifert é um planejador eletrônico de currículo impecável. Sua filha trabalha na montadora e, nas horas vagas, o

pai dá aulas de segurança no trânsito em escolas vizinhas. Mas Seifert tem, ainda, uma bela estabilidade no emprego.

Ganha mais de 100 mil marcos por ano (51.125 euros), embora trabalhe apenas 7 horas e meia por dia, quatro dias por

semana. ‘Sei que falam que somos caros e inflexíveis’, protesta o alemão durante o almoço no refeitório da sede da

Volkswagen AG. ‘Mas o que ninguém entende é que produzimos veículos muito bons.’ E quanto a lucros muito bons?”

A relação entre lucro capitalista e remuneração da força de trabalho pode ser abordada a partir do

conceito de mais-valia, definido como aquele “valor produzido pelo trabalhador [e] que é apropriado pelo

capitalista sem que um equivalente seja dado em troca.” (BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento

marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 227).

Com o intuito de ampliar a taxa de extração de “mais valia”, qual seria a medida imediata mais

adequada a ser tomada por uma empresa de automóveis?

a) Aumentar o número de veículos vendidos.

b) Transferir sua fábrica para regiões cuja força de trabalho seja altamente qualificada.

c) Incrementar a produtividade por meio da valorização da força de trabalho.

d) Ampliar os gastos com o capital constante, ou seja, o valor dispendido em meios de produção (matérias

primas e maquinários).

e) Intensificar o ritmo da produtividade da força de trabalho, sem novos investimentos de capital.

66-Em seus Princípios de Administração Científica, Frederick Taylor desenvolvia um sistema de

organização dos processos de produção que poderia ser aplicado em todo o tipo de empresa, mesmo que

os experimentos tenham ocorrido em empresas industriais. Taylor apresentava algumas formas de

organização do trabalho que incluem várias características, menos:

a) O estímulo da produção através de compensações salariais.

b) A divisão do processo de fabricação em gestos elementares.

c) A medição e racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.

d) A liberdade para os trabalhadores escolherem a forma de trabalho.

e) O uso de cronômetros para medir o tempo necessário à execução das atividades.

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67-Identifique quais características abaixo referem-se as inovações do modelo de gestão e produção

conhecido como toyotismo?

a) Fixação do trabalhador no posto de trabalho exercendo uma única função.

b) Separação ente concepção e execução no trabalho com rígido controle das tarefas.

c) Integração vertical, todas as partes do produto são fabricadas na mesma empresa.

d) Exigência de mão de obra qualificada, trabalho em equipe, rodízio de tarefas, multifuncionalidade.

e) Produção em massa, linha de montagem e esteira rolante.

68-O imaginário de um mundo tecnológico, dominado por máquinas, permeia ficção e vida real. A

imagem abaixo é de um famoso filme de ficção científica na qual as máquinas adquirem consciência e

passam a exterminar o futuro dos seres humanos. Na sequência, leia trecho de livro do pesquisador em

sociologia do trabalho, Ricardo Antunes.

Fonte: https://i.ytimg.com/vi/om19WnSDGSc/maxresdefault.jpg. Acesso em 11/01/2017

“O caso da fábrica automatizada japonesa Fujitsu Fanuc, um dos exemplos do avanço tecnológico, é elucidativo. Mais de

quatrocentos robôs, fabricam, durante as 24 horas do dia, outros robôs. Os operários, quase quatrocentos, trabalham

durante o dia. Com métodos tradicionais seriam necessários cerca de 4 mil operários para se obter a mesma produção. Em

média, a cada mês, oito robôs são quebrados, e a tarefa dos operários consiste em basicamente em prevenir e reparar

aqueles que foram danificados, o que traz um volume de trabalho contínuo e imprevisível. Existem ainda 1.700 pessoas

nos trabalhos de pesquisa, administração e comercialização da empresa. Embora seja um exemplo de um país e de uma

fábrica singulares, permite constatar, por um lado, que nem mesmo neste exemplo não houve eliminação do trabalho, mas

sim um processo de intelectualização de uma parcela da classe trabalhadora. [...]. Supor a generalização dessa tendência

sob o capitalismo contemporâneo [...] seria um enorme despropósito e acarretaria como consequência inevitável a própria

destruição da economia de mercado, [...] Não sendo nem consumidores, nem assalariados, os robôs não poderiam

participar do mercado. A simples sobrevivência da economia capitalista estaria, desse modo, comprometida”. Fonte: ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. Cortez

Editora. São Paulo: 2003, p. 59.

Ficção a parte, o processo de automação traz algumas transformações contemporâneas no

mundo do trabalho. Identifique de acordo com o texto com qual seria.

a) O processo de automação pode ser identificado em suas origens na revolução industrial dos séculos

XVIII e XIX, com a substituição do trabalho humano por máquinas.

b) O exemplo da fábrica japonesa demonstra a eliminação do trabalho humano provocado pelo

processo de automação e robotização contemporâneos. O desenvolvimento tecnológico no capitalismo tende a

eliminação do trabalho humano pelas máquinas.

c) A redução de postos de trabalho exigiu uma maior intelectualização do trabalho. A generalização da

automação em todos os postos de trabalho esbarra no limite da economia capitalista.

d) A busca pela eficiência e produtividade por parte da empresa citada acima ocorreu através de baixos

investimentos e pouca exigência de qualificação de funcionários.

e) O processo de automação descrito no caso da empresa japonesa é um exemplo de tendência global

verificado em todos os ambientes de trabalho e países, de forma similar.

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69-Leia atentamente a citação do pesquisador David Harvey (1935-) sobre acumulação,

produção e consumo no capitalismo contemporâneo:

“(...) Esses sistemas de produção flexível permitiram uma aceleração do ritmo e da inovação do produto, ao lado da

exploração e nichos de mercado altamente especializados e de pequena escala (...) O tempo de giro -que é sempre uma

chave da lucratividade capitalista- foi reduzido de modo dramático pelo uso de novas tecnologias produtivas

(automação/robôs) e de novas formas organizacionais (como o sistema de gerenciamento de estoques “justi-in-time”, que

corta dramaticamente a quantidade de material necessária para manter a produção fluindo). Mas a aceleração do tempo de

giro na produção teria sido inútil sem a redução do tempo de giro do consumo. A meia vida de um produto fordista típico,

por exemplo, era de cinco a sete anos, mas a acumulação flexível diminuiu isso em mais da metade em certos setores

(como o têxtil e o vestuário), enquanto em outros –tais como as chamadas indústrias de “thoughtware” (por exemplo,

videogames e programas de computador- a meia vida está caindo (...) A acumulação flexível foi acompanhada na ponta

do consumo, portanto, por uma atenção muito maior à modas fugazes e pela mobilização de todos os artifícios de indução

de necessidades e de transformação cultural que isso implica”. Fonte: HARVEY, David. Condição Pós-Moderna; uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. Loyola. São Paulo: 2006,

p. 148. Com base no trecho acima e nos seus conhecimentos assinale a alternativa correta.

I- Por meio da ideologia associada à mundialização do capital, ampliou-se o fetichismo das

mercadorias, o qual se reflete na resposta social às marcas.

II- A produção flexível e o consumo de massa estão ligados a redução da vida útil de um produto,

acompanhados pelo reforço de modas fugazes e por vários artifícios de indução de necessidades.

III- O conceito de “fetiche da mercadoria” de Marx pode ser associado a noção de moda fugaz,

mecanismo voltado ao consumidor da mercadoria, este também uma mercadoria, diria Marx.

IV- O trabalho ideológico em torno das marcas solucionou as crises vividas desde a década de 1970

pelo capital oligopólico.

V- Graças às marcas e à influência da mídia, em sua atuação educativa, as pessoas tornaram-se menos

sujeitas ao consumo.

a) Estão corretas apenas as alternativas II, IV e V b) Estão corretas apenas as alternativas I e II c) Estão corretas apenas as alternativas IV e V d) Estão corretas apenas as alternativas II, III e IV e) Estão corretas apenas as alternativas I, II e III

70- (ENEM) Leia a citação e assinale a alternativa correta:

A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e

sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na

economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação micro-eletrônica,

começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de

trabalho. Revista eletrônica de Geografia Y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. Nº 170. Ago. 2004.

A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas

mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado:

a) Pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personalizados

b) Pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial

c) Pela participação ativa de empresas e trabalhadores na exigência de processos de qualificação laboral

d) Pela manutenção de grandes estoques em função da alta produtividade

e) Pelo aumento da oferta de vagas para trabalhadores qualificados

71- São características das transformações no mundo do trabalho na sociedade globalizada:

I- A principal estratégia das grandes empresas está na dispersão geográfica para outras zonas em que a

exploração do trabalho é mais barata; II- A produção, longe da rigidez do fordismo, apóia-se na flexibilização organizacional do trabalho e das

formas de contratação; III- Com as novas tecnologias, o mercado de trabalho se apresenta como um bloco homogêneo, de fácil

mobilidade e intercâmbio; IV- A inserção da população feminina no mercado de trabalho se dá de forma ampliada e igualitária.

Assinale a alternativa correta:

a) I e III estão corretas. b) I e II estão corretas.

c) II, III e IV estão corretas. d) I , II e III estão corretas.

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72-Leia os textos e interprete:

TEXTO I

(...) Diante das novas possibilidades abertas com a globalização, pela inserção da informática e da micro-eletrônica no trabalho e na produção, modelos de gestão com o foco na formação profissional também foram desenvolvidos para

garantir maior flexibilidade da força de trabalho. (...) nesse contexto, o desemprego, que antes era um problema conjuntural no novo regime de acumulação de capital, passou à condição de um problema estrutural do modo de produção e reprodução da vida social.

Com a chegada do século XXI, vários desafios terão de ser enfrentados para suprir uma série de carências na formação dos trabalhadores. Especialistas no assunto enfatizam que, além da função de formar e desenvolver novas competências para garantir maior produtividade, maior qualidade na produção, flexibilidade do trabalhador e atuar nas mudanças

constantes na gestão do trabalho, a formação e a qualificação passaram a cumprir também a função de conformar um contingente crescente de excluídos do mercado submetidos à precarização do emprego

(…) Na realidade, a formação profissional não pode ser vista como uma panaceia [grande solução] que resolverá definitivamente o problema do desemprego, como se a geração de postos de trabalho fosse uma decorrência da qualificação, mais do que do investimento em capital fixo e da diminuição da jornada de trabalho.

Revista “Sociologia” n°8. 2008. Texto “Procura-se profissional...” por Bianca Encarnação, p 50 a 57.

TEXTO II

“Sobre as causas da má distribuição de renda, existem duas vertentes de interpretação básica: a primeira sugere que o

problema da distribuição de renda só pode ser resolvido por meio da educação –a mão de obra mais qualificada é mais bem remunerada porque tem mais produtividade na execução do trabalho, além de ter mais espaço no mercado de

trabalho. Este argumento é em parte desmentido pelos dados divulgados pelo IBGE em dezembro: enquanto o desemprego entre as pessoas com menos de 8 anos de estudo (ensino fundamental incompleto) é de 6,5%, entre as pessoas com mais de 11 anos de estudo (mínimo com ensino médio completo) é de 7%. Já a segunda, sugere que a má

distribuição de renda é causada pela disparidade de ganhos entre salário, lucros e juros” retirado do texto, “Brasil, mostra a tua renda”, de Priscila Lhaser

Com relação ao texto I e II podemos entender que:

a) Texto I desmente o texto II -pois enquanto o desemprego torna-se algo estrutural a qualificação via educação

é uma das garantias de empregabilidade.

b) Texto II reafirma o texto I -pois a ideia de que a remuneração e a empregabilidade aumenta quando há maior

escolaridade não ocorre, reforçando a ideia de desemprego estrutural presente no outro texto.

c) Texto II é oposto do texto I -pois um texto aborda que apenas a educação é a solução para a necessária

qualificação profissional enquanto que o outro texto nega tal ideia.

d) Texto I é diferente do texto II -pois a redução da jornada de trabalho e o investimento em capital fixo

resolvem o problema do desemprego estrutural enquanto que o outro texto destaca a importância da educação

como único meio de solucionar o problema da empregabilidade.

e) Texto I desmente o texto II – pois a informática e a micro-eletrônica garantem maior flexibilidade da mão de

obra desmentindo a ideia presente no outro texto de que o desemprego com apenas 8 anos de estudo é menor do

que quem tem 11 anos de estudo.

73-Observe a tabela abaixo e assinale a alternativa incorreta:

Tabela 3 - Distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) segundo a faixa de salário mínimo, em percentuais, e renda média*, em reais (1992-2011)

Variáveis 1992 1996 2001 2004 2008 2011

Salário Mínimo

até 1 27,8 19,5 21,8 23,1 24,9 26,4

de 1 a 2 22,1 19,6 24,5 19,2 21,4 33

de 2 a 3 10,2 13 12,3 7,2 8,4 13,2

de 3 a 5 9,2 13,8 10,6 7,7 6,6 7,9

5 a 10 6,7 11,2 4,1 4,9 4,1 5,5

10 a 20 2,5 5,2 3,6 2 1,6 1,8

mais de 20 0,9 2,7 1,6 0,8 0,6 0,5

Renda Média 830 1137 1017 991 1158 1345

Fonte: AQUILES, Affonso Cardoso. O Trabalho no Setor de Telecomunicações do Brasil: Tendências Gerais e Empresa-Espelho. Dissertação de mestrado, UFPEL, 2011. Base nos dados da PNAD/IBGE.* Valores corrigidos para Dezembro/2011. Deflator Utilizado: INPC-IBGE (BCB, 2012).

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a) A partir da tabela acima pode-se perceber que cerca de 70% da população brasileira em 2011 recebia até 3

salários mínimos.

b) A renda média do brasileiro aumentou na série histórica analisada o que permite afirmar que ocorreu uma

diminuição na concentração de renda.

c) Pode afirmar que entre 1992 e 2011 não houve alterações significativas na diminuição da concentração de

renda da população economicamente ativa no Brasil.

d) Considerando as faixas salariais pode-se afirmar que existe um alto grau de concentração de renda da

população economicamente ativa no Brasil.

e) O aumento na renda média não é um indicador que permite que se analise a concentração de renda.

74-(ENEM) Leia a citação e assinale a alternativa correta

Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos funcionários de suas agências. E o

motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências,

fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em todo o tipo de transações. Em suma, eles querem se livrar de

seus funcionários.

HOBSBAWM, Eric. O Novo Século. São Paulo. Cia das Letras. 2000.

O exemplo mencionado permite identificar um aspecto da adoção de novas tecnologias na economia

capitalista contemporânea. Um dos argumentos utilizados pela empresa para adoção de tais medidas e suas

consequências estão:

a) A qualidade total e a estabilidade no emprego.

b) O pleno emprego e o enfraquecimento dos sindicatos.

c) Redução de custos e desemprego estrutural.

d) Responsabilidade social e aumento do desemprego.

e) Maximização dos lucros e aparecimentos de novos empregos.

75-Segue abaixo trecho de reportagem sobre condições de trabalho no comércio e trecho transcrição de

entrevista em 2014, de presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), entidade

patronal do estado mais rico país.

“[...] O presidente da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio) conta que, em diversas situações,

flagrou a sobrecarga de trabalho de comerciários justamente pela falta de pessoal. Chegamos ao absurdo, inclusive, de

constatar caixa de supermercado em Belo Horizonte que tem que usar fraldão, porque não podem nem sair para ir ao

banheiro”. Fonte: Comerciários jogados a própria sorte. Brasil de Fato. 10/05/2012. https://www.brasildefato.com.br/node/9537/ Acesso em

13/0/1/2017.

“FOLHA/UOL: Mas, o problema, para o custo do empregado para o empregador está relacionado diretamente com aos

direitos que os empregados tem. Como é possível reduzir o valor que se paga para ter empregado sem reduzir os direitos

que lhe tem hoje?

BENJAMIN STEINBRUCH: Por exemplo, se você vai hoje numa empresa nos Estados Unidos, aqui a gente tem uma hora

de almoço, normalmente não precisa de uma hora, por que o cara não almoça em uma hora. Você vai nos Estados Unidos e

vê o cara almoçando com a mão esquerda e operando...comendo o sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina

com a direita, e tem 15 minutos para o almoço, entendeu? E eu acho que se o empregado se sente confortável em poder,

eventualmente, diminuir esse tempo, porque a lei obriga que tenha que ter esse tempo?”. Fonte: Leia a transcrição da entrevista de Benjamin Steinbruch à Folha e ao UOL. 29/09/2014.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/poderepolitica/2014/09/1523956-leia-a-transcricao-da-entrevista-de-benjamin-steinbruch-a-folha-e-

ao-uol.shtml

Na sequência imagem do clássico filme “Tempos Modernos” (1936) em que o operário Carlitos é

submetido a uma experiência com uma máquina alimentadora sem que ele precise sair do local de

trabalho.

Fonte: http://dvdsofaepipoca.blogspot.com.br/2013/01/modernidade-mais-do-que-atual.html. Acesso em 13/01/2017.

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42

Assinale a alternativa correta a respeito das características do mundo do trabalho contemporâneo:

I- Flexibilização de leis trabalhistas e precarização de relações trabalhistas são terminologias diferentes

mas que expressam um fenômeno comum.

II- Altas taxas de rotatividade (temo de permanência no emprego), condições insalubres, fraca proteção

social e trabalhista são indicadores de precarização do trabalho.

III- Contratos de curta duração, salários e benefícios menores, maior exposição a acidentes são

características da terceirização dos contratos de trabalho.

IV- Sistemas de premiação, visão do funcionário como colaborador, como parte da empresa, foram

desenvolvidos pelo engenheiro F. Taylor em seu clássico “Princípios da Administração Científica” (1911).

V- A exigência de mão de obra qualificada, trabalho em equipe, rodízio de tarefas, multifuncionalidade,

são característica do modelo taylorista-fordista.

VI- A qualificação profissional é a garantia de empregabilidade no mundo contemporâneo.

a) Estão corretas apenas as alternativas I, II, IV e V

b) Estão corretas apenas as alternativas I, II e III]

c) Estão corretas apenas as alternativas III e V

d) Estão corretas apenas as alternativas III, IV e V

e) Estão corretas apenas as alternativas I, III e IV

76-Leia atentamente os trechos abaixo:

“Para o diretor de operações da MIP Edificações, Márcio Afonso Pereira, a contratação de mulheres na empresa surgiu para

suprir a falta de mão de obra masculina e o resultado superou as expectativas. – “As mulheres são atenciosas, detalhistas,

cuidadosas ao manusear os equipamentos e se adaptaram bem nesse mercado, que era exclusivamente masculino, destaca.’’

Fonte: Mulheres invadem a construção pesada. https://www.macodesc.com.br/blog/24-12-2012-mulheres-invadem-a-

construcao-pesada/. Acesso em 13/01/2017.

“As mulheres eram convocadas pra trabalhar na construção civil pelo simples fato de ter que limpar os apartamentos, ou seja,

os homens aprontavam todo o apartamento, deixavam sujos lá e as mulheres iam pra limpar os apartamentos. Elas

começaram a limpar e o serviço que o homem fazia, por exemplo, pra dar uma noção pras pessoas, que é levantar alvenaria,

rebocar, assentar cerâmica e fazer o emassamento, ele ganhava por tudo isso e a mulher vinha, em seguida, pra limpar o

apartamento [...]”.

Fonte: Lucas, dirigente sindical. Entrevista concedida a: SILVA, Mayra Rachel da. Canteiro de Obras. Lugar de mulher?

Um estudo sobre as relações de gênero e trabalho no âmbito da construção civil de Fortaleza-CE. Dissertação de

mestrado. UECE, 2013. p 24.

“Os empresários perceberam que estavam gastando além do normal. Então, o que eles fizeram? Começaram a contratar

mulher para, além da limpeza do apartamento, fazer o emassamento da cerâmica, ou seja, elas faziam uma dupla função e

ganhavam um salário só. [...] De 2010 pra cá [...] elas fazem o emassamento, têm umas delas que assenta tijolo, têm umas

delas que fazem reboco, tem pedreira [...]”.

Fonte: Timóteo, dirigente sindical, entrevista concedida a: SILVA, Mayra Rachel da. Canteiro de Obras. Lugar de

mulher? Um estudo sobre as relações de gênero e trabalho no âmbito da construção civil de Fortaleza-CE. Dissertação

de mestrado. UECE, 2013. p 24.

Com base nos trechos acima e nos seus conhecimentos assinale a alternativa correta:

a) As habilidades femininas inatas são o principal motivo da contratação das mulheres no segmento da

construção civil.

b) A inserção da população feminina no mercado de trabalho cada vez mais se dá de forma ampliada e

igualitária.

c) A contratação de mulheres no setor da construção civil significa a entrada definitiva das mulheres em

espaços tidos como masculinos, com trabalhos e condições laborais similares.

d) As diferentes atividades desenvolvidas por homens e mulheres no canteiro de obras expressam as

diferenças de personalidade e perfis profissionais entre os sexos.

e) As habilidades femininas descritas estão ligadas ao papéis sociais aprendidos e impostos em diversas

instituições sociais Os empresários passaram a contratá-las reproduzindo as desigualdades de gênero no mercado

de trabalho.

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Eixo Temático: Diversidade Cultural e Etnocentrismo

77-Considere o trecho do importante antropólogo Claude Lévi Strauss (1908-2009).

“Nas grandes Antilhas, alguns anos após a descoberta da América, enquanto os espanhóis enviavam comissões

de investigação para pesquisar se os indígenas tinham ou não alma, estes últimos dedicavam-se a imergir

brancos prisioneiros, a fim de verificar, após uma vigília prolongada, se seu cadáver estava ou não sujeito a

putrefação”. Fonte: LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. In Antropologia Estrutural Dois. Rio de Janeiro: Tempo Universitário. 1993. p. 334.

Sobre o conceito de etnocentrismo, assinale a alternativa correta.

a) O preconceito direcionado a outras culturas é característica de sociedades agrárias, não sendo

verificado em organizações sociais complexas.

b) As crenças de um povo sobre a sua própria superioridade acarretam sentimentos de solidariedade que

se manifestam pelo estabelecimento de relações de amizade e cooperação mútua com outros povos.

c) A autodeterminação de um povo como centro da humanidade é uma estratégia consciente de

afirmação de sua identidade; portanto, não pode estar associada ao racismo e à intolerância.

d) O etnocentrismo frequentemente se manifesta pelo estranhamento, na crença de superioridade perante

o diferente.

e) A citação de Levi Strauss mostra como o fenômeno do etnocentrismo foi uma concepção exclusiva

dos europeus durante a colonização da América.

78-A charge abaixo e a reportagem tratam de problemáticas estudadas pela sociologia

contemporânea.

Fonte: http://resantosprofessora.blogspot.com.br/2014/05/etnocentrismo-atividade.html Acesso em 12/01/2017

[...] passou a vigorar, na França, a proibição do uso da burca e do niqab – véu que cobre todo o rosto, deixando apenas um

espaço para os olhos – em espaços públicos. “Ajo em nome da dignidade da mulher”, disse o presidente Nicolas Sarkozy.

“Esconder o rosto […] coloca as pessoas em questão numa situação de exclusão e de inferioridade incompatível com os

princípios de liberdade, igualdade e fraternidade afirmados pela República Francesa”, completou o primeiro-ministro

François Fillon. O discurso de ambos, assim como de muitos grupos feministas, é de libertação das mulheres, que seriam

oprimidas por seus maridos e pelo Islã. [...] Mas…será que os franceses perguntaram para as muçulmanas se a burca e o

niqab são realmente uma imposição? [...] O mais complicado, [...] é que a França simplesmente desconsidera o fato de que

as mulheres muçulmanas têm cérebro. Ainda as vê como submissas e atrasadas [...] Bem, basta olhar as imagens das

revoltas no mundo árabe para perceber que elas estavam, sim, nas ruas, participando ativamente dos protestos [...] “Eu

quero me vestir como bem entender. Não fico reclamando daquelas ocidentais que saem por aí seminuas [...]” declarou uma

delas. Fonte: MANO, Maíra Kubík. Proibição da burca na França: oprimir para libertar? 12/04/2011. Fonte: Opera Mundi.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/17148/proibicao+a+burca+na+franca+oprimir+para+libertar.shtml. Acesso em 12/01/2017.

Com base no trecho da reportagem, na charge e nos seus conhecimentos assinale a alternativa correta:

a) Denominamos “relativista” a perspectiva que nega veementemente as diferenças culturais existentes

entre os povos, salientando apenas os traços que lhes são comuns. b) Os princípios do Estado laico são infringidos a partir do momento em que a opção religiosa de se

utilizar uma vestimenta religiosa é utilizada em um país não muçulmano.

c) A opressão sobre as mulheres que são obrigadas a usar a burca é o que motiva a justa preocupação

das autoridades francesas.

d) A proibição da burca na França em espaços públicos garante os direitos individuais a partir do

momento em que a mesma é permitida nos espaços privados.

e) Uma perspectiva etnocêntrica criando estereótipos sobre a mulher muçulmana desconsidera as

diversidades de interpretação existentes na cultura islâmica.

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79-Sobre o conceito de etnocentrismo, leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta.

“O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da

humanidade, ou mesmo a sua única expressão. As autodeterminações de diferentes grupos refletem este ponto de vista. Os Cheyene, índios das planícies norteamericanas, se autodenominavam ‘os entes humanos’; os Akuáwa, grupo

Tupi do Sul do Pará, consideram-se ‘os homens’; da mesma forma que os Navajo se intitulam ‘o povo’. [...] É comum assim a crença no povo eleito, predestinado por seres sobrenaturais para ser superior aos demais. Tais crenças contêm o germe do racismo, da intolerância, e, frequentemente, são utilizadas para justificar a violência praticada contra os

outros”. LARAIA, Roque de B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

a) O preconceito direcionado a outras culturas é característica de sociedades agrárias, não sendo verificado em

organizações sociais complexas.

b) O etnocentrismo frequentemente se manifesta pela crença de uma predestinação, de uma ideia de

superioridade perante o diferente.

c) A autodeterminação de um povo como centro da humanidade é uma estratégia consciente de afirmação de sua

identidade; portanto, não pode estar associada ao racismo e à intolerância.

d) As crenças de um povo sobre a sua própria superioridade acarretam sentimentos de solidariedade que se

manifestam pelo estabelecimento de relações de amizade e cooperação mútua com outros povos.

80- Considerando o debate sociológico acerca do conceito de cultura:

[...] O conceito de cultura usado nas Ciências Sociais alarga as referências presentes no uso cotidiano [senso comum] da

palavra. Nessa acepção mais comum, a cultura costuma ser associada à grande arte e à erudição, designando os produtos

mais elevados da sensibilidade artística e do refinamento intelectual, os quais exigiriam capacidades supostamente

superiores de educação e formação para serem apreciados e usufruídos. Assim é que se diz que algumas pessoas têm mais

cultura do que outras. Do mesmo modo, apenas algumas realizações humanas, como as artes plásticas, a música, a

literatura, o teatro, o cinema, costumam ser designadas como propriamente culturais. Da perspectiva das Ciências Sociais,

[...] cultura, são estendidas a todas as produções humanas e condutas sociais, na medida em que elas expressam tanto a

condição existencial distintiva da humanidade – a saber, a capacidade de atribuir sentidos à sua existência por meio da

aquisição e do manejo de sistemas simbólicos complexos – quanto as formas sociais e históricas diversas pelas quais essa

existência se realiza. [...] Fonte: SIMÕES, Júlio Assis e GIUMBELLI, Emerson. Cultura e Alteridade. In Sociologia. Coleção Explorando o Ensino. Vol. 15. MEC. Brasília. 2010

I) Quando os sociólogos falam de cultura, eles se remetem a um conjunto de crenças, regras, manifestações

artísticas, técnicas, tradições, ensinamentos e costumes produzidos e transmitidos no interior de uma sociedade.

II) Nas sociedades ocidentais, a instituição social escolar possui a exclusividade no processo de transmissão

cultural.

III) Não há sociedade sem cultura. As características culturais são possíveis de serem definidas pelo estilo ou

modo de vida próprio de cada sociedade.

IV) Os sociólogos são capazes de identificar a diversidade que caracteriza a humanidade por meio da

observação dos padrões culturais.

V) A cultura de uma determinada sociedade constitui uma unidade estática, um núcleo organizado de padrões de

comportamento que não sofrem influências culturais de outras sociedades.

Estão corretas as alternativas:

a) I, II e III

b I, III, IV e V

c) III e IV

d) II, IV e V

e) I, III e IV

81- As grandes navegações europeias do século XV promoveram o contato entre povos e culturas bastante

diversos. Considerando esse fato e as interpretações associadas à produção de diferenças culturais,

assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) É amplamente aceita até os dias atuais pela sociologia a ideia formulada no século XIX de que as

diferenças culturais existentes entre os povos são determinadas diretamente pela localização geográfica.

( ) No século XIX, obtiveram grande prestígio as teorias que afirmavam que a inferioridade racial dos negros

e dos índios era responsável pelo seu atraso moral e intelectual diante dos brancos europeus.

( ) Quando chegaram ao continente americano, os portugueses encontraram, no território que posteriormente

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seria reconhecido como brasileiro, um conjunto culturalmente homogêneo de comunidades indígenas, que

possuíam as mesmas crenças, linguagem e valores.

( ) A perspectiva etnocêntrica prevalece quando se atribuem valores de julgamento às crenças e aos

costumes do “outro”, tendo como referência absoluta a própria cultura. Por isso, ela pode promover posturas de

intolerância.

( ) Denominamos “relativista” a perspectiva que nega veementemente as diferenças culturais existentes

entre os povos, salientando somente os traços que lhes são comuns.

82-Leia citação de Aimé Cesaire (1913-2008) poeta e militante do movimento negro e da luta anti-colonial

na Martinica, ilha da América Central que foi colônia francesa. Escreveu seus “Discursos” entre 1948 e

1955. Segue abaixo trechos desses “Discursos”:

[...] o que é em princípio, a colonização? Reconhecer que ela não é evangelização, nem empreitada filantrópica, nem

vontade de fazer retroceder as fronteiras da ignorância, da enfermidade, da tirania; nem a expansão de Deus, nem a

extensão do Direito [...] Cabe-me agora levantar uma equação: colonização = coisificação.[...]

Eu, eu falo de sociedades esvaziadas delas mesmas, de culturas pisoteadas, de instituições minadas, de terras confiscadas,

de religiões assassinadas, de magnificências artísticas aniquiladas, de extraordinárias possibilidades suprimidas.

Refutam-me com fatos estatísticos, quilômetros de rodovias, de canais, de ferrovias. Eu, eu falo de milhares de homens

sacrificados na construção da linha férrea da Congo-Ocean. Falo daqueles que, no momento em que escrevo, estão cavando

com suas mãos o porto de Abiyán. Falo de milhões de homens desarraigados de seus deuses, de sua terra, de seus costumes,

de sua vida, da vida, da dança, da sabedoria.

Falo de milhões de homens aos quais sabiamente se lhes inculcou medo, o complexo de inferioriedade, o temor, o pôr-se

de joelhos, o desespero, o servilhismo. Obscurecem-me com toneladas exportadas de algodão ou cacau, com hectares

plantados de oliverias ou de uvas.

[...] tanto na história quanto em qualquer outro âmbito, que ninguém sabe a que estágio de desenvolvimento material

chegariam estes mesmo países sem a intervenção européia; que o equipamento técnico, a reorganização administrativa, em

uma palavra, “a europeização” da África ou Ásia não estavam ligadas necessariamente –como prova o exemplo japonês- à

ocupação europeia; que a europeização dos continentes não europeus poderia ter sido feita de outro modo sem que fosse

sob a bota da Europa; que este movimento de europeização estava em marcha; que este foi, inclusive, freado; que, em todo

o caso, foi falseado pelo domínio da Europa. [...] Eu faço apologia sistemática das sociedades destruídas pelo imperialismo. Fonte: CÉSAIRE, Aimé. Discurso Sobre o Colonialismo. Ed. Letras Contemporâneas, 2010. Curitiba.

A partir do discurso de Aimé Cesaire podemos afirmar que:

a) o autor afirma que o desenvolvimento material e cultural das sociedades subjugadas era imprevisto, e que

abortou extraordinárias possibilidades de desenvolvimento dessas sociedades.

b) o autor relativiza os efeitos degradantes da colonização, mas reconhece o desenvolvimento material

proporcionado por ela.

c) o autor reconhece os dados estatísticos sobre as construções de portos, estradas, ferrovias, fábricas,

exportações agrícolas, relativizando as violências culturais, políticas e a exploração do trabalho.

d) O embrutecimento, a coisificação, o ódio racial, a violência, a exploração, são características inatas dos seres

humanos e das colonizações empreendidas pelos europeus a partir do século XVI.

83-Leia o fragmento de texto da antropóloga Lilia Schwarcz (1957-) sobre teorias e práticas etnocêntricas

e evolucionistas no Brasil:

“Nos museus etnográficos de Belém, São Paulo e Rio de Janeiro [...] a ampla utilização de argumentos evolucionistas

permitiu explicar cientificamente as diferenças, classificar as espécies, localizar os pontos de atraso. Partindo dos modelos

das ciências naturais, esses pesquisadores buscavam uma ponte entre as espécies botânicas, zoológicas e a humanidade [...]

É ilustrativa, nesse sentido, a defesa que faz von Ihering em 1911, no jornal O Estado de S. Paulo, do extermínio dos

Kaingang, em nome da construção da estrada de ferro Noroeste do Brasil. Utilizando-se de modelos evolucionistas e

deterministas, o naturalista alemão condenava "grupos indígenas inferiores", que, em sua ótica, desapareceriam pela " mera

ação da natureza". Frente aos prognósticos científicos, nada havia a obstar; nem mesmo " uma moral de fundo

humanista’”. Fonte: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Espetáculo da Miscigenação. Estudos Avançados. 1994, p. 137, 140.

Assinale a alternativa correta.

I-O que define uma raça ou uma etnia é uma construção social, isto é, as diferenças físicas, culturais,

comportamentais ou morais são sempre atribuídas pelos grupos que as definem, sejam os próprios membros ou

os outros com quem se relacionam.

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II-A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente mas é falso que as diferenças de

comportamento existentes entre pessoas de sexos diferentes sejam determinadas biologicamente. A antropologia

tem demonstrado que muitas atividades atribuídas às mulheres em uma cultura podem ser atribuídas aos homens

em outra.

III-Desde a Antiguidade os seres humanos se depararam e buscavam explicações para a diversidade de

modos de comportamento existentes entre os diferentes povos. Porém, foi apenas com o nazismo e o apartheid

sul africano e estadunidense no século XX que concepções etnocêntricas e raciais surgiram na história.

IV- A noção de evolução social, aceita como tese forte até o século XX, pensava a espécie humana

como única, dotada com formas de desenvolvimento desigual, classificando a humanidade em estágios mais ou

menos evoluídos nas quais a sociedade industrial europeia era vista como parâmetro de civilização.

V-O primitivismo das culturas indígenas no Brasil pode ser verificado através dos rudimentares

instrumentos de trabalho, expressão de um estágio inferior de civilização e cultura.

a) Estão corretas apenas as alternativas I, II e IV

b) Estão corretas apenas as alternativas IV e V

c) Estão corretas apenas as alternativas II e III

d) Estão corretas apenas as alternativas I e II

e) Estão corretas apenas as alternativas II, III e V

84- Observe os quadrinhos abaixo:

Fonte: HENFIL. Fradim. Rio de Janeiro: Codecri, [197-], p. 3.

Nos quadrinhos o cartunista faz uma ironia sobre a perspectiva adotada pelos ‘civilizados’ em relação aos

ameríndios. Por intermédio dessa ironia, Henfil revela práticas contumazes dos ditos ‘civilizados’. Sobre

essas práticas, analise as afirmativas a seguir:

I. As práticas dos ‘civilizados’ expressam uma postura de relativismo cultural, pois os aspectos da cultura

ameríndia são considerados em seu próprio contexto.

II. A disposição de assimilar os ameríndios à ‘civilização’ é um sinal evidente de negação do direito à diferença

cultural.

III. Os ‘civilizados’ se propõem a estabelecer uma relação de respeito com a sociedade dos ameríndios.

IV. Os ameríndios são vistos pelos ‘civilizados’ sobretudo pela ausência do que é considerado “normal” para os

próprios civilizados.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III, IV. e) II, III, IV.

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85-Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Ibn Khaldun, filósofo árabe do século XVI, acreditava que os habitantes dos climas quentes tinham uma

natureza passional, enquanto aos dos climas frios faltava a vivacidade. Tal visão foi chamada de determinismo

geográfico.

( ) O que define uma raça ou uma etnia é uma construção social, isto é, as diferenças físicas, culturais,

comportamentais ou morais (reais ou imaginárias) são sempre atribuídas pelos grupos que as definem, sejam os

próprios membros ou os outros com quem se relacionam.

( ) A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente através do dimorfismo sexual (diferenciação

biológica entre homens e mulheres), mas é falso que as diferenças de comportamento existentes entre pessoas de

sexos diferentes sejam determinadas biologicamente. A antropologia tem demonstrado que muitas atividades

atribuídas às mulheres em uma cultura podem ser atribuídas aos homens em outra.

( ) Antes da aceitação do princípio da igualdade genética, os homens se preocupavam com a diversidade de

modos de comportamento existentes entre os diferentes povos. Tais considerações ao longo da história

estiveram livres de preconceitos etnocêntricos manifestando-se apenas no século XX com o nazismo e o

apartheid.

( ) A noção de evolução biológica corresponde a uma hipótese dotada de altos coeficientes de probabilidade

nas ciências naturais (biologia). A noção de evolução social, aceita como tese forte até o século XX, pensava a

espécie humana como única, dotada com formas de desenvolvimento desigual, classificando a humanidade em

estágios mais ou menos evoluídos nas quais a sociedade industrial europeia era vista como parâmetro de

civilização.

( ) Termos como “selvagem”, “bárbaro”, “primitivo” foram e são exemplos de atitudes etnocêntricas.

86- “Somos o segundo país no ranking em número de cirurgias plásticas, atrás apenas dos Estados Unidos. Nesta década, uma série de clínicas passou a oferecer serviços de turismo de saúde, recebendo mulheres de diversas partes do mundo para serem operadas aqui. Outro procedimento que virou uma febre foi a aplicação de botox: cresceu 5.000% no mundo,

desde 1997.” (Revista ÉPOCA, 26 de maio de 2008)

Com o desenvolvimento social e tecnológico, o corpo já não é mais apenas uma parte natural do indivíduo.

Há aspectos das experiências corporais humanas que dizem respeito também à ciência e à tecnologia.

Considerando que o campo da Sociologia do Corpo centra-se no modo como os corpos sofrem

ressignificações influenciadas por diferentes forças sociais, assinale a opção correta:

a) Nem todas as sociedades têm concepções sobre o bom funcionamento do corpo, a saúde e a doença.

b) As investigações sociológicas demonstraram que não existe relação entre doença e as desigualdades sociais.

c) A anorexia e outros problemas alimentares afetam principalmente mulheres jovens e estão associadas às

mudanças radicais pelas quais passam as sociedades modernas, em particular mudanças nos padrões de consumo e

beleza, aos interesses industriais e na pressão social sobre as mulheres na sociedade.

d) O estudo do envelhecimento, como tal, não pertence ao campo da Sociologia do Corpo. Em verdade, a Geriatria

é a Ciência que possui a velhice como objeto, de modo que toda e qualquer análise sobre o envelhecimento tem que

considerar, em primeiro lugar, a questão fisiológica.

e) A noção de beleza vem da genética e é utilizada pela indústria da moda para se reforçar determinados padrões;

87 (ENEM)-A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um

Príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e

rituais de desenho animado. A animação O Rei Leão, da Disney, o mais bem sucedido filme americano ambientado na África

não chegava a contar com elenco de seres humanos. LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê.

A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África

e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente

africano:

a) A história e a natureza

b) O exotismo e as culturas

c) A sociedade e a economia

d) O comércio e o ambiente

e) A diversidade e a política

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88-Sobre a matriz afro no Brasil:

[...] Os negros do Brasil foram trazidos principalmente da costa ocidental africana. Arthur Ramos (1940, 1942, 1946),

prosseguindo os estudos de Nina Rodrigues (1939, 1945), distingue, quanto aos tipos culturais, três grandes grupos. O

primeiro, das culturas sudanesas, é representado, principalmente, pelos grupos Yoruba ‐ chamados nagô ‐, pelos Dahomey –

designados geralmente como gegê ‐ e pelos Fanti‐Ashanti – conhecidos como mircas ‐, além de muitos representantes de

grupos menores da Gâmbia, Serra Leoa, Costa da Malagueta e Costa do Marfim. O segundo grupo trouxe ao Brasil culturas

africanas islamizadas, principalmente os Peuhl, os Mandinga e os Haussa, do norte da Nigéria, identificados na Bahia como

negros malé e no Rio de Janeiro como negros alufá. O terceiro grupo cultural africano era integrado por tribos Bantu, do grupo

congo‐angolês, provenientes da área hoje compreendida pela Angola e a "Contra Costa", que corresponde ao atual território de

Moçambique. [...]. RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro, p. 113-114.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Por oposição à bruxaria, de origem europeia, a noção de feitiçaria foi construída, a partir do século XVI,

pelos missionários católicos na África, para dar conta das falsas crenças encontradas nos ritos nativos. Foi preciso

muitos séculos e muitas disputas para que essas práticas viessem a ser percebidas (e respeitadas) pela sociedade

brasileira como religiões africanas ou, mais recentemente, como religiões afro-brasileiras.

( ) O racismo institucional opera de forma a induzir, manter e condicionar a organização e a ação do Estado,

suas instituições e políticas públicas – atuando também nas instituições privadas, produzindo e reproduzindo uma

hierarquia racial.

( ) Não é possível afirmar a existência de uma correlação direta entre homicídios e o quesito “cor”. Nos estados

do Brasil onde existe maioria da população negra as estatísticas de homicídios são maiores. Nos estados onde os

negros são minoria tal afirmação não pode ser realizada.

( ) A abolição da escravidão no Brasil permitiu que o quesito cor deixasse de tornar-se símbolo de posição

social.

89- Observe a imagem sobre o famoso personagem de nossa literatura, Jeca Tatu, de Monteiro Lobato:

São características da sociedade e cultura caipira, EXCETO:

a) Existência de relações sociais de caráter comunitário.

b) As levas migratórias do interior para os grandes centros urbanos em diversas regiões do país não pode ser

relacionada com a condição social do jeca tatu, personagem clássico da literatura nacional.

c) Influência histórica do catolicismo mesclada com aspectos das religiosidades africanas e indígenas.

d) O Brasil caipira passou no século XIX, de uma economia de subsistência ao assalariamento rural,

marginalizando seu componente tradicional: o caipira.

e) A palavra “caipira” vem do tupi, associada a morador do mato. O dialeto caipira está vinculado ao português

arcaico e ao nheengatu de matriz tupi.

90-São características do Brasil Caboclo, na definição dada por Darcy Ribeiro:

a) É o mundo do gado e do couro. Dele dependem para tudo. Ambos regulam a vida destes brasileiros. A área em

que vaquejam e tropeiam é imensa.

b) Esparramados pelo planalto paulista, começando praticamente do nada, primeiro emergiram os índios

abrasileirados, ditos mamelucos, em meio a um número insignificante de brancos.

c) Resultado da expansão paulista para o sul atrás de gado e tropas de mulas se formaram as estâncias gaúchas. E

com elas a figura dominante do cavaleiro gaúcho, misto de branco com indígena.

d) Vastíssimos cafezais fizeram dos paulistas os maiores produtores mundiais de café, o que atraiu poderosa

imigração europeia e capitais internacionais.

e) Durante séculos, devido ao abandono da região, restaram estagnados e ausentes de qualquer participação com o

restante do País. O que trouxe intensa atividade econômica foi a exploração da borracha, valioso produto de

exportação, favorecendo a expansão de alguns centros urbanos e atraindo para lá levas de nordestinos que se

tornaram seringueiros.

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91-Leia a letra abaixo:

Asa Branca Luiz Gonzaga

Quando olhei a terra ardendo

Com a fogueira de São João

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de prantação

Por falta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

Então eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Então eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim voltar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus óio

Se espaiar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu

Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu

Meu coração

Considerando a tradicional música Asa Branca pode-se afirmar sobre a cultura do Brasil Sertanejo:

I) Os sertões se fizeram, desse modo, um vasto reservatório de força de trabalho barata, passando a viver, em parte,

das contribuições remetidas pelos sertanejos emigrados para sustento de suas famílias.

II) São expressões culturais do sertanejo o messianismo, o cangaço e o coronelismo.

III) A letra da música Asa Branca retrata uma realidade que foi superada diante das modernas técnicas de

transposição de águas do Rio São Francisco, o maior da região.

IV) No Nordeste não existe falta de água, mas sim falta de uma política de democratização do acesso a ela. Logo, a

música Asa Branca de Luiz Gonzaga trata de uma situação inexistente.

V) Pode-se afirmar que, no Brasil sertanejo, a seca está articulada com a cerca, ou seja, o velho latifúndio.

Estão corretas as alternativas:

a) I, III e IV

b) I, II e V

c) IV e V

d) I, II, IV e V

e) I, II e IV

92- (ENEM) A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio,

oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo

programático incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o

negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política

pertinentes à História do Brasil, além de instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do

"Dia da Consciência Negra". (Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade

brasileira, porque:

a) legitima o ensino de ciências humanas nas escolas.

b) divulga conhecimentos para a população afro-brasileira.

c) reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sobre a cultura.

d) garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso à educação.

e) impulsiona o reconhecimento da pluralidade étnico-racial e cultural no país.

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93- (UEL, 2004) “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura

nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§1° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras e das de outros grupos

participantes do processo civilizatório nacional.” (BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 31.ed. São

Paulo: Saraiva, 2003. p. 134.)

É correto afirmar que no artigo transcrito a Constituição Federal:

a) Reconhece a existência da diversidade cultural e da pluralidade étnica no país.

b) Impõe restrições para o exercício da interculturalidade.

c) Impõe um modelo para apresentação de projetos culturais.

d) Orienta o processo de homogeneização e padronização cultural.

94-Segue abaixo frases de representantes do Estado brasileiro no contexto do final do século XIX e início do

XX:

“[...] a degenerescência, presente nos tifos híbridos na zoologia, pode ser com certa facilidade percebida nos grupos humanos...

Longe dos tipos puros é com cuidado que deve ser analisada a miscigenação local”. Fonte: Herman von Ihering, diretor do Museu Paulista, Revista do Museu Paulista, 1897. Apud SCHWARCZ, Lilia Moritz. Espetáculo da Miscigenação.

Estudos Avançados. 1994.

“[...] o Brasil mestiço de hoje tem no branqueamento em um século sua perspectiva, saída e solução”. Fonte: João B. Lacerda, diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, representante brasileiro no 1º Congresso Internacional das Raças, realizado em julho

de 1911. Apud SCHWARCZ, Lilia Moritz. Espetáculo da Miscigenação. Estudos Avançados. 1994.

Assinale a alternativa correta:

I) No Brasil a miscigenação tornava-se um incômodo para a validade das teorias raciais de segregação. Porém, isso

não impediu que as expressões culturais afro-brasileiras e indígenas fossem associadas a visões de “atraso”, de

selvageria, de primitivismo.

II) A teorias contrárias as misturas de raças estiveram presentes no Brasil mesmo após a abolição da escravidão em

1888. Tal visão afirma que a miscigenação racial degenera as qualidades psicosociais inatas a cada raça.

III) A frase do diretor do Museu Paulista não pode ser classificada como racista, haja visto que sua preocupação é

apenas com os aspectos biológicos da mistura das raças.

IV) A defesa do branqueamento da população brasileira defendida pelo representante do Estado brasileiro em

Congresso internacional pode ser considerada uma perspectiva democrática, em oposição a teses racistas que

pregavam a não miscigenação.

V) A política defendida no início do século XX por representantes do Estado no Brasil do branqueamento da

população brasileira, apesar de diversa da visão da não miscigenação continha a mesma visão de cunho racista.

a) II, III e V

b) III, IV e V

c) III e IV

d) I, II e V

e) II e IV

Eixo Temático: Indústria Cultural e Meios de Comunicação

Eixo Temático: Teorias Sociológica 95-(UEL) “[...] uma grande marca enaltece -acrescenta um maior sentido de propósito à experiência, seja o desafio de dar o

melhor de si nos esportes e nos exercícios físicos ou a afirmação de que a xícara de café que você bebe realmente importa [.. .]

Segundo o velho paradigma, tudo o que o marketing vendia era um produto. De acordo com o novo modelo, contudo, o

produto sempre é secundário ao verdadeiro produto, a marca, e a venda de uma marca adquire um componente adicional que

só pode ser descrito como espiritual”. O efeito desse processo pode ser observado na fala de um empresário da Internet

comentando sua decisão de tatuar o logo da Nike em seu umbigo: “Acordo toda manhã, pulo para o chuveiro, olho para o

símbolo e ele me sacode para o dia. É para me lembrar a cada dia como tenho de agir, isto é, ‘just do it’.” (KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 45-76.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre ideologia, é correto afirmar:

a) A atual tendência do capitalismo globalizado é produzir marcas que estimulam a conscientização em detrimento

dos processos de alienação.

b) O capitalismo globalizado, ao tornar o ser humano desideologizado, aproximou-se dos ideais marxistas quanto

ao ideal humano.

c) Graças às marcas e à influência da mídia, em sua atuação educativa, as pessoas tornaram-se menos sujeitas ao

consumo.

d) O trabalho ideológico em torno das marcas solucionou as crises vividas desde a década de 1970 pelo capital

oligopólico.

e) Por meio da ideologia associada à mundialização do capital, ampliou-se o fetichismo das mercadorias, o qual se

reflete na resposta social às marcas.

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96-(UEL)- “A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzí-lo e agradá-

lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que perturbem, mas deve devolver-lhe, com

nova aparência, o que ele sabe, já viu, já fez. A ‘média’ é o senso-comum cristalizado que a indústria cultural devolve com

cara de coisa nova [...]. Dessa maneira, um conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado

cultural tornam-se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformado em massa

inculta, infantil, desinformada e passiva.” (CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 330-333.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre meios de comunicação e indústria cultural, considere as

afirmativas a seguir.

I-Por terem massificado seu público por meio da indústria cultural, os meios de comunicação vendem produtos

homogeneizados.

II-Os meios de comunicação vendem produtos culturais destituídos de matizes ideológicos e políticos.

III-No contexto da indústria cultural, por meio de processos de alienação de seu público, os meios de comunicação

recriam o senso comum enquanto novidade.

IV-Os produtos culturais com efetiva capacidade de democratização da cultura perdem sua força em função do

poder da indústria cultural na sociedade atual.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

97-(UFU) Considere a afirmação abaixo e assinale a alternativa que NÃO a completa corretamente.

O discurso da publicidade reproduz as práticas de uma cultura de consumo, enfatizando o poder das marcas

e se impondo como um modelo totalitário. A manipulação ideológica de noções como beleza, felicidade e a

transformação do consumo em condição para a aceitação social são indicativos:

a) Da constituição do consumo como um discurso coerente, em que a propaganda se coloca como atividade

manipuladora de signos.

b) De um processo de transformação do próprio consumidor em mercadoria, em que o objeto-signo é agora sujeito.

c) Da mudança do estatuto do próprio objeto de consumo, que passa a possuir singularidade.

d) De que o consumo, ao criar os sentidos do senso comum de forma hegemônica, fortalece as relações sociais.

98-(UEM, adaptada) Assinale V ou F a respeito das relações entre os meios de comunicação e a vida política

no Brasil.

( ) Durante o Estado Novo, o rádio foi utilizado pelo governo para divulgar programas educativos, promover a

imagem de Getúlio Vargas e disseminar uma ideologia de caráter nacionalista.

( ) Os governos militares que resultaram do golpe de 1964 não investiram em infraestrutura de telecomunicações

porque avaliaram que isso poderia dificultar seu projeto de controle social.

( ) Para caracterizar seu compromisso com a liberdade de expressão, os autores da Constituição Federal de 1988

decidiram não legislar sobre os meios de comunicação.

( ) Notícias rápidas como as do telejornalismo ou os programas dominicais de qualidade discutível são exemplos

de como programas de televisão são capazes de anestesiar o telespectador e, por conseguinte, a capacidade das

pessoas de pensar e refletir sobre a vida e as condições reais de existência.

( ) As atuais campanhas eleitorais brasileiras demonstram que as redes sociais na Internet ainda não são utilizadas

pelos políticos como recursos de comunicação com os eleitores.

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99-(UEM, adaptada) Assinale V ou F sobre o impacto dos meios de comunicação nas sociedades

contemporâneas.

( ) Com a popularização do acesso à Internet no Brasil, que tem início na segunda metade da década de 1990,

veículos como a televisão e o rádio tornaram-se cada vez mais obsoletos.

( ) No mundo moderno, como as pessoas são estimuladas a desenvolver, individualmente, seus próprios gostos e

estilos de vida, a publicidade praticamente não influencia a definição dos padrões de consumo.

( ) Com a globalização dos fluxos comerciais, ocorre, em determinadas sociedades, uma vasta oferta de bens

culturais dos mais variados tipos, o que estimula, segundo alguns sociólogos, a diversidade de estilos de vida.

( ) O conceito de indústria cultural está associado à produção em série e ao consumo massificado de bens

culturais.

( ) Pode-se dizer que, com a expansão mundial da Internet, o debate sobre a regulação dos meios de comunicação

alcançou um patamar global, mostrando os limites da ação do Estado nacional em certos aspectos da vida

contemporânea.

100- (ENEM) Os meios de comunicação funcionam como um elo entre os diferentes segmentos de uma sociedade.

Nas últimas décadas, acompanhamos a inserção de um novo meio de comunicação que supera em muito outros já

existentes, visto que pode contribuir para a democratização da vida social e política da sociedade, à medida que

possibilita a instituição de mecanismos eletrônicos para a efetiva participação política e disseminação de

informações.

Constitui o exemplo mais expressivo desse novo conjunto de redes informacionais a:

a) Internet

b) Fibra Ótica

c) TV digital

d) Telefonia móvel

e) Portabilidade telefônica.

101-A invenção da imprensa por Guttenberg favoreceu a popularização dos conhecimentos expressos na nova

cartografia, servindo de veículo de expressão das diversas representações sobre a configuração do espaço

geográfico. Essa invenção representou, também, o passo inicial para o desenvolvimento da mídia, que continua,

ainda hoje, a servir de espaço para a difusão da diversidade de interpretações a respeito dos fenômenos sociais.

(Adaptado de: www.zerofora.hpg.ig.com.br/images/charg_1.jpg)

Com base na charge, no enunciado e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

a) Vinculados a interesses de classes e grupos, tanto jornais de grande circulação nacional quanto a “imprensa

alternativa”, veiculam juízos de valor nas questões sociais centrais.

b) A isenção na informação é a marca da grande mídia e, no caso brasileiro, contribui para isto a existência da

sociedade civil organizada e vigilante sobre o conteúdo da informação.

c) A mídia é produto do neoliberalismo e pauta-se no pensamento único, isto é, apenas um mesmo referencial

ideológico é veiculado no processo de elaboração da informação.

d) Por depender basicamente da opinião pública para existir, a informação midiática é o instrumento capaz de garantir

a democracia social no mundo moderno.

e) Com a democratização do Brasil nas últimas décadas, rádios comunitárias tornaram-se dispensáveis. Nelas a

informação circula de modo limitado, sendo de interesse apenas ao bairro no qual se encontram.

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102-Considere a citação abaixo sobre produção e circulação de bens culturais:

“Todos reconhecem que a globalização econômica e financeira, e principalmente o progresso das tecnologias de informação e de

comunicação, ao facilitar a circulação dos bens e serviços culturais, favorece o contato e o intercâmbio entre as culturas. Isso não

representa um problema em si, já que a cultura, assim como a identidade, é construída na interação. O problema é que essa

interação tem acontecido de maneira profundamente desigual, com um fluxo de bens e serviços culturais direcionado

principalmente dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. O exemplo mais visível desse desequilíbrio é a

oferta de filmes no mundo, pois as grandes produtoras cinematográficas são norte-americanas e detêm algo como 90% do mercado

mundial do audiovisual (filmes e programas para televisão)”.

Fonte: DUPIN, Giselle. Para entender a convenção. Revista Observatório Itaú Cultural, n. 8, abr./jul. 2009, p. 13.

Com base na citação e nos seus conhecimentos assinale a alternativa correta.

a) As produtoras cinematográficas norte-americanas dominam o mercado mundial do audiovisual pela

excelência da produção cinematográfica em comparação com as produtoras de países em desenvolvimento, como o

Brasil.

b) A indústria cultural está associada à produção em série e ao consumo massificado de bens culturais. Esse

mercado possui características oligopólicas.

c) O capitalismo globalizado, as inovações tecnológicas, permitem a indústria cinematográfica um intenso

intercâmbio cultural entre os países e a promoção da diversidade cultural humana.

d) A atual tendência do capitalismo globalizado é produzir produtos que estimulam a conscientização em

detrimento dos processos de alienação.

e) Os meios de comunicação vendem produtos culturais destituídos de matizes ideológicos e políticos.

103-Observe o diagrama abaixo e leia a citação.

Fonte: http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/blog/2014/05/06/midia-monopolizada-afeta-a-economia/. Acesso em 12/01/2017.

“[...] embora a concessão seja pública ela é usada para fins privados. É comum por exemplo, que emissoras as utilizem para

promover a criminalização dos movimentos sociais e impor uma agenda política que lhes interessa. Também é comum a

discriminação contra mulheres, negros, indígenas, homossexuais, pessoas com deficiência e idosos, além de determinadas

religiões e classes sociais. Estipulam padrões estéticos e morais, impondo valores que promovem e perpetuam preconceitos. A

sociedade, em nome de quem é dada a concessão, não tem como proteger-se apesar da Constituição garantir esse direito”.

Fonte: Em nome do público, mas sem o público. In Informativo Intervozes. Concessões de Rádio e TV. Novembro, 2007.

http://www.intervozes.org.br/arquivos/interrev001crtodnc.pdf. Aceso em 12/01/2017.

[...] O artigo 54 da Constituição Federal define que deputados e senadores não poderão, no exercício de seus cargos, “firmar ou

manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, ou empresa

concessionária de serviço público”. [...] No entanto, são visíveis os casos em que os parlamentares ou seus familiares são donos ou

mesmo sócios de empresas que detém concessões. [...] 53 deputados federais e 27 senadores declararam possuir algum tipo de

controle sobre os veículos de comunicação. A “bancada da comunicação” representa [...] 10% da Câmara e [...] 33,33% do

Senado.

Fonte: A farra dos parlamentares continua, apesar da Constituição. In Concessões de Rádio e TV. Informativo Intervozes.

Novembro, 2007. http://www.intervozes.org.br/arquivos/interrev001crtodnc.pdf. Aceso em 12/01/2017.

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O diagrama e os textos chamam a atenção para diversos aspectos relevantes dos meios de comunicação.

Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) referente a análise da sociologia da comunicação.

[ ] Por depender basicamente da opinião pública para existir, a informação midiática é o instrumento capaz

de garantir a democracia social no mundo moderno.

[ ] Vinculados a interesses de classes e grupos, tanto jornais de grande circulação nacional quanto a

“imprensa alternativa”, veiculam juízos de valor nas questões sociais centrais.

[ ] A isenção na informação é a marca da grande mídia e, no caso brasileiro, contribui para isto a existência

da sociedade civil organizada e vigilante sobre o conteúdo da informação.

[ ] Os monopólios e oligopólios na mídia no Brasil estão presentes regional e nacionalmente. O controle da

informação por um número reduzido de famílias enfraquece o princípio da livre comunicação numa sociedade que se

diz democrática.

[ ] Notícias rápidas como as do telejornalismo ou os programas dominicais de qualidade discutível são

exemplos de como programas de televisão são capazes de anestesiar o telespectador e, por conseguinte, a capacidade

das pessoas de pensar e refletir sobre a vida e as condições reais de existência.

[ ] Os padrões estéticos, e morais, ideologias, tipos de entretenimento que existem na televisão podem ser

enquadrados na definição de indústria cultural de Adorno e Horkheimer.

a) F-F-V-V-V-V b) V-V-F-V-F-F

c) V-F-F-F-F-V

d) F-V-F-V-V-V

e) V-F-V-V-F-V

104-A charge abaixo faz referência a influência dos meios de comunicação de massa como uma das

características da indústria cultural.

Fonte: http://www.coladaweb.com/cultura/industria-cultural. Acesso em 06/01/2017.

Os alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) em suas análises sobre a

“indústria cultural” a definem como:

a) Um mecanismo da veiculação de uma cultura heterogênea pelos meios de comunicação de massa.

b) Um mecanismo de diversificação dos gostos produzida pelos meios de comunicação de massa.

c) Uma forma de padronização e alienação da realidade mediante sedução do consumidor e a reprodução de

ideologias dominantes desprovidas de criticidade.

d) Uma forma de capacidade de pensamento crítico e autônomo promovida pelo advento dos meios de

comunicação de massa.

e) A primeira forma de democratização da informação e do conhecimento ao tornar acessível a massa grande

quantidade e variedade de informações e mercadorias.

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105-O texto abaixo faz uma reflexão sobre o papel das redes sociais da internet na formação das

chamadas “opiniões públicas”.

“As revoluções tecnológicas das últimas décadas ensejaram uma mudança profunda no padrão de formação da opinião pública. A

imensa carga de informações que recebemos diariamente provoca uma alteração significativa na forma como os indivíduos

elaboram seus juízos e alimentam seus valores na sociedade em rede do século XXI. E não apenas a intensidade como também a

velocidade da circulação de dados parece alterar atitudes e reações aos estímulos recebidos, por cada indivíduo, diante de um

determinado acontecimento social, político, esportivo, cultural etc.

Atualmente, é arriscado analisar o comportamento da opinião pública brasileira sem levarmos em consideração o que é debatido e

compartilhado nas redes sociais. [...] o uso que um indivíduo faz de uma rede social tem por base uma determinada seleção de

informações, [...] realizada de acordo com seus valores, gostos, preferências e aspirações. [...] é o indivíduo – ou sua rede mais

próxima de amigos e conhecidos – quem faz a seleção inicial do que será exibido em seu mural ou timeline. [...] além disso, na

rede, as informações também podem ser manipuladas [...]”. Fonte: Redes sociais contribuíram para o acirramento político das eleições. Fonte: Carta Maior 10/11/2014. link: cartamaior.com.br. Acesso em 12/01/2017.

Considerando o trecho acima assinale a alternativa que corresponde as transformações provocadas

pelas novas formas de cultura digital advindas da internet.

a) O cidadão através das redes sociais, de forma anônima ou não, ironiza e critica, por vezes de forma

conflituosa, recebendo estímulos e informações vinculados aos seus próprios gostos e não necessariamente

com base em informações fidedignas.

b) A internet possibilitou a democratização da informação, ou seja, mais inclusiva. A velocidade das

informações vinculadas a maior agilidade e a disponibilização de diversas fontes de pesquisa garantem importantes

mudanças de percepção e de juízos de valor.

c) A cidadania virtual possibilita a emergência de uma cidadania global, a partir do momento em que é

possível conectar-se com quaisquer regimes políticos do globo e a formação de uma opinião pública de caráter

globalizada.

d) A internet é uma rede de informações neutra e as redes sociais fontes confiáveis de informação política ao

contrário da mídia tradicional (TV, rádio, jornal).

e) O uso político das redes sociais possui a vantagem de ampliar a informação conseguindo promover um

diálogo mais efetivo e democrático entre as pessoas.

Eixo Temático: Poder Político, Estado, Cidadania e Movimentos Sociais

106-Observe a charge e leia o fragmento abaixo sobre o importante teórico da política Joseph

Schumpeter (1883-1950), um dos teóricos da democracia no século XX.

Fonte: http://www.ocafezinho.com/2016/09/29/democracia-e-governo-do-povo-analise-da-grande-midia/mafalda-e-a-democracia/

“Schumpeter levantou alguns pontos específicos sobre participação política e democracia. Primeiro, não existe algo tal como bem

comum [...] o bem comum está destinado a significar coisas diferentes para pessoas diferentes [...] os cidadãos são normalmente

mal informados ou desinteressados pelos problemas políticos [...] Além disso os cidadãos são facilmente influenciados pela

propaganda política que pode moldar suas opiniões. [...] Nesta teoria então, o Estado obtém um certo poder próprio -é ele que

toma decisões quanto aos problemas, à legislação e ao curso do desenvolvimento econômico e social. Ao eleitorado cabe o poder

de decidir qual grupo de líderes (políticos) ele deseja para levar a cabo o processo de tomada de decisão [...] Os eleitores não

decidem frente aos problemas; são os políticos que tomam decisões diante dos problemas e os apresentam eles mesmos aos

eleitores”. Fonte: CARNOY, Martin. Estado e Teoria Política. Papirus. Campinas. 2011, pp 52-53.

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A democracia será objeto de profunda reflexão na sociologia política contemporânea. A partir da

charge e do fragmento é possível concluir que:

a) A soberania popular, a coisa pública e o bem comum é o fundamento da democracia. b) A charge ironiza e o texto destaca que o Estado sempre será o instrumento dos interesses da classe social

dominante.

c) De acordo com a perspectiva da charge e do texto as elites políticas não apenas controlam a tomada de

decisões como não respondem efetivamente ao eleitorado.

d) A partir da charge e do fragmento é possível afirmar que não existe diferença entre governo democrático e

governo autoritário.

e) Na charge a personagem Mafalda ironiza a etimologia da palavra grega democracia, porém, segundo a

citação acima os defeitos existentes nos regimes democráticos são minimizados com cidadãos bem informados e

participantes da vida política.

107-São características distintas do poder político, ideológico e econômico respectivamente:

a) monopólio do uso da força; dinheiro; falseamento do real.

b) nacionalismo, Estado; dinheiro.

c) classes sociais; posse de bens e recursos; conhecimento.

d) sábios e ignorantes; superiores e inferiores; ricos e pobres.

e) Estado; condicionar comportamentos; meios de produção.

108-A fotografia abaixo, registrada na Avenida Paulista em São Paulo, ocorreu durante manifestações em 2015.

Podemos considerar que a ação da pessoa abaixo segurando o cartaz ocorreu em um ambiente de regime

político democrático, apesar da frase do cartaz pedir o fim do mesmo.

Fonte:http://paraibageral.com.br/protestos-de-1503-pediam-a-volta-da-ditadura-e-morte-aos-comunistas-mas-foram-considerados-

pacificos-e-democraticos/ Acesso em: 25/06/2016

A democracia pressupõe que existam discursos contrários, divergentes e até opostos. Porém, algumas

manifestações pela “volta da ditadura” ocorridas no Brasil em 2015 são frutos da seguinte constatação:

a) Quando o sistema democrático não responde as necessidades sociais a saída política é a ditadura.

b) Os militares representam um extrato social apartidário, desvinculado de interesses ideológicos o que motiva

a menção ao apelo às forças armadas.

c) Um autoritarismo permanece mesmo após o fim da ditadura civil-militar por conta de uma cultura não

democrática ainda muito forte no país.

d) Escolher entre democracia ou ditadura é irrelevante quando o povo não se vê representado por nenhuma das

instituições representativas.

e) Os períodos autoritários foram episódicos na história política brasileira. Logo, manifestações como a

retratada na fotografia devem ser ignoradas como sem audiência.

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109- (ENEM) “Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motivações: no poder tradicional, o motivo da obediência é a crença na sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da obediência deriva da crença na

racionalidade do comportamento conforme a lei; no poder carismático, deriva da crença nos dotes extraordinários do chefe”. BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado).

O texto apresenta três tipos de poder/dominação classificados originalmente pelo sociólogo Max Weber (1864-

1920) e que podem ser identificados em momentos históricos distintos. Identifique o período histórico em que a

obediência esteve associada predominantemente ao poder carismático:

a) República Federalista Norte-Americana.

b) República Fascista Italiana no século XX.

c) Monarquia Teocrática do Egito Antigo.

d) Monarquia Absoluta Francesa no século XVII.

e) Monarquia Constitucional Brasileira no século XIX.

110-Considerando os seus conhecimentos sobre a formação e as transformações do Estado brasileiro assinale a

alternativa incorreta.

a) Os regimes democráticos contemporâneos têm como um de seus principais requisitos a liberdade de organização

partidária.

b) Partidos políticos são associações de indivíduos com a finalidade de disputar eleições e, por esse meio, colocar os

seus membros no poder.

c) Entre 1964 e 1985, o Estado brasileiro foi classificado como uma “república de generais”, pois, com o golpe militar,

todas as eleições diretas para os cargos de governador e presidente foram suspensas.

d) O sistema bipartidário foi adotado na república brasileira, durante o regime militar na qual se aboliram

completamente a organização de outros partidos políticos.

e) Os períodos autoritários na história política brasileira concentram-se exclusivamente no período conhecido como

ditadura militar.

111- O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O

dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua

natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”. Journal de la comune

étudiante. Textes et documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado).

Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968:

a) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões

de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa.

b) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de

comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes.

c) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais

durante as décadas de 70 e 80.

d) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural,

expressos na mudança de costumes e na contracultura.

e) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa

dos direitos das minorias.

112- (ENEM) No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da

estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos,

derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico. SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da

Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).

Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes

a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.

b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.

c) manter o distanciamento necessário à sua segurança.

d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.

e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.

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113-(ENEM) Movimento dos Caras-Pintadas.

O movimento representado na imagem, do início dos anos de 1990, arrebatou milhares de jovens no Brasil.

Nesse contexto, a juventude, movida por um forte sentimento cívico

a) aliou-se aos partidos de oposição e organizou a campanha Diretas Já.

b) manifestou-se contra a corrupção e pressionou pela aprovação da Lei da Ficha Limpa.

c) engajou-se nos protestos relâmpago e utilizou a internet para agendar suas manifestações.

d) espelhou-se no movimento estudantil de 1968 e protagonizou ações revolucionárias armadas.

e) tornou-se o porta voz da sociedade e influenciou no processo de impeachment do então presidente Collor.

114- Observe a charge:

(Folha de São Paulo, 1º ago. 2010, p. A14.)

A charge remete à prática política recorrente no Brasil, a qual vem sendo combatida pelo Supremo Tribunal

Federal. A prática central assinalada na charge é definida como:

a) Clientelismo, uma vez que remete ao voto de cabresto do candidato em relação ao eleitor.

b) Fisiologismo, isto é, a mudança de partido realizada pelo candidato, a cada eleição.

c) Populismo, resultante da presença, na cena pública, de líder carismático e conservador.

d) Nepotismo, por tratar do uso da máquina pública para empregar parentes.

e) Solidarismo, por reforçar a necessidade de todos se ajudarem em defesa da cidadania plena.

115- (UEL) Leia a seguir, texto sobre o significado do zapatismo, feito pela pesquisadora Ana Ester Ceceña. A

autora refere-se ao “sub-comandante Marcos”, codinome do líder zapatista.

“Marcos é gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa, chicano em San Isidoro, anarquista na Espanha,

palestino em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal ... judeu na Alemanha ...feminista nos partidos políticos, comunista no pós-

guerra fria ... pacifista na Bósnia ... artista sem galeria, nem port-fólio, dona-de-casa sábado à noite em qualquer colônia de

qualquer cidade de qualquer México ... machista no movimento feminista, mulher sozinha no metrô às 10 da noite ... camponês

sem terra, editor marginal, operário desempregado, médico sem lugar para trabalhar, estudante não conformista, dissidente no

neoliberalismo, escritor sem livros nem leitores e, seguramente, zapatista no sudeste mexicano”. CECEÑA, Ana. E. Pela

humanidade e contra o neoliberalismo: linhas centrais do discurso zapatista. In: SEOANE, J.; TADDEI, E. (Orgs.) Resistências mundiais, de Seattle a Porto Alegre. Petrópolis: Vozes, 2001. p.187, 188.

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É correto afirmar que o zapatismo é um movimento:

a) Que atua internacionalmente em diversas frentes voltadas à emancipação dos Estados Nacionais.

b) Fundado na contraposição a qualquer forma de opressão.

c) Moderno porque visa à ruptura com os tradicionais preceitos de esquerda.

d) Que organiza os desempregados do mundo inteiro visando à conquista do poder estatal.

e) Que visa a armar a população para um enfrentamento bélico com o poderoso vizinho do Norte.

116- O conceito de cidadania é considerado um dos mais importantes nas Ciências Sociais. Diz respeito à

participação de um cidadão na comunidade, e no compartilhamento de valores comuns. Pode-se dizer que, nos

últimos anos, a construção da cidadania diz respeito à própria construção da nacionalidade. Para que ela se

realize plenamente, o cidadão pleno seria aquele titular de três direitos fundamentais: os direitos civis, os

direitos políticos e os direitos sociais.

Entre as questões abaixo, assinale a alternativa referente às características dos direitos civis.

a) Diz respeito à participação no governo da sociedade, de fazer demonstrações políticas. Através dele podemos

discutir problemas do governo, de organizar partidos, de votar, de ser votado.

b) Diz respeito à vida em sociedade que garante a participação das pessoas no governo; garante a participação na

distribuição da riqueza coletiva; incluem o direito à saúde, a um salário justo, ao trabalho, à aposentadoria, enfim, um

mínimo bem-estar para todos.

c) Diz respeito aos direitos essenciais à vida, ao direito de propriedade e à igualdade perante a lei. Trata-se de um

direito que se desdobra na garantia de ir e vir, de escolher o seu próprio trabalho, de liberdade de expressão, de não ser

condenado sem processo legal regular, de garantias da liberdade individual.

d)Diz respeito aos elementos que garantem a existência de uma máquina burocrática administrativa do Poder

Executivo. A ideia central desse direito é a justiça social.

e) Diz respeito à participação de poucos indivíduos no governo da sociedade. Está mais voltado para pessoas

vinculadas a partidos políticos que elaboram projetos sociais.

117- Tomando por base os conceitos essenciais da Sociologia, caracterizamos a cidadania como:

a) Condição através da qual o indivíduo tem consciência de seus direitos, deveres e de que participa ativamente de

todas as questões da sociedade.

b) A ação de contestação da democracia.

c) A rede de solidariedade entre os diversos membros de um grupo social específico.

d) A equivalência social da tirania política.

e) A aplicação do orçamento participativo nos governos teocráticos.

118- (UEM) Sobre os temas cidadania e movimentos sociais no final dos anos 1970, no Brasil, assinale o que for

correto.

a) Homossexuais, negros, mulheres e ambientalistas são alguns dos grupos sociais que se fortaleceram com o processo

de abertura política pelo qual passou a sociedade brasileira, nesse período.

b) Nesse momento, há uma retração da participação política da população brasileira nos movimentos operário e

sindical.

c) A organização de parcela da população em movimentos sociais indicou que essas pessoas exerceram a cidadania de

forma passiva, ou seja, subordinada aos interesses de um pequeno grupo.

d) A estruturação de alguns grupos em movimentos sociais indicou que seus integrantes exerceram a democracia

representativa.

119- (UEM, adaptada) Considerando o tema poder, política e Estado, assinale V ou F.

( ) O Estado moderno surgiu da desintegração do mundo feudal e das relações políticas dominantes até então na

Europa.

( ) Ao longo dos anos, o Estado capitalista manteve a mesma forma, não sendo a sua estrutura afetada pelas

mudanças sociais.

( ) É com o Estado liberal que se estabelece a separação entre público e privado e a noção de que não se deve

interferir nas atividades econômicas.

( ) Após a Segunda Guerra Mundial, o bloco de países capitalistas propôs uma nova forma de organização estatal: o

Estado de bem-estar social.

( ) O Estado neoliberal é produto das mudanças socioeconômicas ocorridas nos anos 70, e seus adeptos defendem a

ideia de um Estado mínimo.

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120- (Unicentro) Considerando-se as teorias sociológicas a respeito do Estado, assinale V (verdadeiro) e F

(falso) nas afirmativas:

( ) Na concepção liberal, o papel do Estado deve ser o da manutenção da ordem, da preservação da paz e da

proteção da propriedade privada

( ) O pensamento liberal clássico emergiu em meados do século XVI e foi a ideologia que sustentou o Estado

Absolutista na Europa e sua expansão colonizadora nas Américas

( ) O que diferencia, para alguns sociólogos, o Estado das demais instituições é o fato de ele ter o direito legítimo e

exclusivo do uso da força

( ) O Estado é a instituição que garante a coesão social, de forma que se sobrepõe às demais instituições, como a

família e a escola.

( ) O Estado é um fenômeno que existe em todas as comunidade e sociedades conhecidas.

( ) O Estado moderno surgiu da desintegração do mundo feudal e das relações políticas dominantes, até então na

Europa.

121-(UEL) Para a teoria sociológica de Max Weber, em toda sociedade há dominação, que é entendida como

uma “ [...] probabilidade de haver obediência para ordens específicas (ou todas) dentro de um determinado grupo de

pessoas [...]. (Fonte: WEBER, M. Economia e Sociedade, Brasília, Ed. UNB, 1991, p. 139)

De acordo com a teoria sociológica do autor, é correto afirmar que os três tipos de dominação legítima são:

a) Socialista, Neoliberal, Social-Democrata.

b) Econômica, Social e Política.

c) Feudal, Capitalista e Comunista.

d) Racional, Tradicional e Carismática.

e) Monárquica, Absolutista e Republicana.

122-Considere a charge e o trecho de obra clássica da sociologia brasileira, “Raízes do Brasil” (1936), de

Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982):

Fonte: http://waldemarneto.blogspot.com.br/2008/08/patrimonialismo.html. Acesso em 12/01/2017.

“A escolha dos homens que irão exercer funções públicas faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os candidatos, e

muito menos de acordo com suas capacidades próprias. Falta tudo a ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado

burocrático […] No Brasil pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários

puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa

história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco

acessíveis a uma ordenação impessoal. Dentre esses círculos foi sem dúvida o da família aquele que se exprimiu com mais força e

desenvoltura em nossa sociedade” Fonte: HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Homem Cordial. In Raízes do Brasil. José Olympio. Rio de Janeiro: 1973. p 106.

A partir do trecho acima do escritor Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) é possível identificar o

seguinte traço da realidade social brasileira:

a) A sociabilidade e a afetividade do brasileiro, em oposição a culturas mais impessoais como as orientais.

b) A falta de participação política mais efetiva, a apatia do brasileiro em tomar parte dos debates nacionais e

das políticas públicas.

c) Populismo, resultante da presença, na cena pública, de líder carismático e conservador.

d) O patrimonialismo (tornar a coisa pública submetida a interesses particulares) que impede o Estado de agir

de forma impessoal.

e) A impessoalidade do poder público e o afastamento por completo da influência familiar na política após a

proclamação da República.

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123-Os partidos políticos são instituições centrais na democracia representativa moderna. Segundo

Bobbio, Matteucci e Pasquino, no Dicionário de Política, os partidos políticos podem ser agrupados em três

tipologias. Relacione as siglas com a frase correta.

Partido eleitoral de massa (PEM)

Partido organizador de massa (POM)

Partido dos notáveis (PN)

[ ] Liderado por aristocratas e burgueses, de caráter familiar ou não, chamado também de partido de

pequeno comitê.

[ ] Foi o primeiro tipo de partido político surgido no século XIX, ligado a necessidade de representação de

interesses da burguesia no contexto da formação das democracias representativas ou liberais.

[ ] Educar ou conscientizar as massas visando a revolução social é o mais importante do que ganhar

eleições na visão dos fundadores desse tipo de partido no final do século XIX, início do século XX.

[ ] O uso de militância paga, não vinculada necessariamente as ideologias partidárias é uma característica

desse partido.

[ ] Possuir filiação indiscriminada, um programa flexível, um discurso genérico para a nação ou a família

são características desse tipo de partido.

[ ] Esse tipo de partido surgiu da necessidade da burguesia de se adaptar ao sufrágio universal no século

XX. Mobilizar eleitores é o mais importante do que mobilizar filiados.

[ ] Partido de estrutura complexa, com ampla participação das bases na estrutura interna partidária, de

caráter militante, voluntário, baseado em cotizações pagas pelos seus filiados ao partido.

[ ] Os deputados desse partido tinham mandato absolutamente livre, não havia preocupação em se submeter

a apreciação de uma grande base eleitoral.

[ ] É o tipo de partido político dominante nas sociedades contemporâneas.

[ ] Esse tipo de partido político, de base operária, pode ser classificado também como um partido “anti-

sistema”.

124-Pode-se afirmar sobre os termos direita e esquerda no vocabulário da política:

a) Geralmente representam respectivamente posicionamentos conservadores, de cunho religioso e pró-capital

de um lado, e de questionamento da tradição e pró igualdade social, de outro.

b) Deixa de existir após o fim da guerra fria e dos posicionamentos ideológicos alinhados com as duas

potências da época (Estados Unidos e União Soviética).

c) Representa uma divisão ideológica oriunda da Revolução Francesa. Ainda hoje, ser de esquerda significa

ser de oposição. Ser de direita significa ser pró-governo.

d) Refere-se hoje apenas aos extremos ideológicos: socialismo ou fascismo. Uma política de consenso entre os

partidos sobre como melhor administrar o Estado tem sido a tônica.

e) A existência de eleições democráticas e livres significa ser de esquerda. Defender o autoritarismo é ser de

direita.

125-Observe a charge e o texto abaixo:

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“Tanto em Estados fortes e hegemônicos como em movimentos pela independência, afirmações como ‘nós sempre

fomos um povo’ são, no fundo, apelos para que se tornem povos – apelos sem base histórica que na verdade são

tentativas de criar história. O passado, como sempre foi dito, é um passado estrangeiro, e que nunca nos encontraremos

por lá.” (In: GEARY, Patrick J. O mito das nações: a invenção do nacionalismo. São Paulo: Conrad, 2005, p. 51).

A partir dessa afirmação marque a alternativa que melhor representa o conceito de Nação:

a) As nações sempre existiram, as coisas não mudam. Sendo assim, sempre existiram brasileiros, argentinos,

bolivianos, paraguaios, entre outros.

b) As nações modernas são comunidades imaginadas, pois são entre outros fatores, a homogeneização de uma

série de “passados” que acabam sendo esquecidos em prol da uniformização.

c) O passado é sempre o mesmo, não existe perspectiva de mudança. Por isso, as nações sempre existiram.

d) Imaginar a nação no passado é juntar todas as memórias sobre um povo.

e) A nação histórica nada mais é do que a representação da vontade divina.

126-Leia atentamente o trecho de Rousseau abaixo:

O homem rico [...] concebeu [...] o plano mais perspicaz que já passou pela mente humana: [...] empregar em seu favor

as próprias forças que o atacavam, fazer de seus inimigos aliados [...] “Vamos nos unir”, “para proteger o fraco da

opressão, refrear os ambiciosos, e garantir a todo o homem a posse do que lhe pertence”. Alegremente todos oferecem

seu pescoço ao jugo, pensando que estavam protegendo sua liberdade. ROUSSEAU, J. J. Textos diversos. Apud NASCIMENTO, Milton Meire do. Rousseau: da servidão à liberdade. In WEFFORT, F. (org) Os Clássicos da Política (volume 1). Ática. São Paulo. 2002.

I) Rousseau considera o homem egoísta e ávido por lucro por natureza, pois no Estado o homem rico impõe ao homem

pobre sua vontade fazendo-a passar por vontade geral.

II) Semelhante a Hobbes e Locke, o estado de natureza é justamente tomado em sentido metafórico para discutir um

contrato social. Mas esse estado natural foi dissolvido em razão da propriedade privada.

III) Rousseau afirma em sua teorização sobre a finalidade do Estado que a restituição da vida comunitária no estado de

natureza é o ideal a ser perseguido por toda a sociedade.

IV) Conforme expresso na citação acima não existe pacto social se este é fundado na lei do mais forte. Rousseau,

nesse sentido, apresenta que este pacto é um falso pacto, o pacto dos ricos. A isto Rousseau opõe um verdadeiro pacto.

V) A felicidade no estado de natureza é impedida pois nela vigora a lei do mais forte. É apenas na sociedade civil ou

governo civil que esta felicidade baseada no bem comum pode prosperar.

Está correta a alternativa:

a) I, II e V

b) III e V

c) II, III e IV

d) II e IV

e) I e V

127-Leia o fragmento abaixo:

A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que [...] a diferença entre um e outro

homem não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a

que outro não possa também aspirar [...] Portanto se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é

impossível ela ser governada por ambos, eles se tornam inimigos. HOBBES, T. Leviatã Apud RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperança. In WEFFORT, F. (org) Os Clássicos da Política (volume

1). Ática. São Paulo. 2002, p 54.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de natureza em Hobbes, assinale a alternativa que

corresponde as afirmações corretas.

I. Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da ausência de uma autoridade soberana que detenha

o uso da força.

II. Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de manter a própria sobrevivência.

III. A defesa da vida e da propriedade privada são as tarefas supremas do Estado no contrato social.

IV. A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando abandonam o Estado de natureza e

ingressam no Estado social.

V. O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica entre seus pares.

VI. O Estado exerce sua soberania. Pouco importa se esse Estado é governado por um homem ou uma assembleia de

homens.

Está correta a afirmativa:

a) I e IV

b) II, III e IV

c) I, III, IV e V

d) I, II, III e VI

e) II, IV, V e VI

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128-Leia abaixo trecho de dois textos de Marx:

O soberano é Deus ou o soberano é o homem? [...] assim como a religião não cria o homem, mas é o homem que cria a

religião, não é também a Constituição que cria o povo, mas o povo que cria a Constituição. MARX, K. Critica da filosofia do Estado de Hegel. Apud. WEFFORT, F. Marx: política e revolução. In WEFFORT, F (org). Os Clássicos da

Política. Volume 2. Ática. São Paulo: 2002, p 237.

A minha investigação desembocava no resultado de, que tanto as relações jurídicas como as formas de Estado não

podem ser compreendidas por si mesmas nem pela chamada evolução geral do espírito humano, mas se baseiam, pelo

contrário, nas condições materiais de vida cujo conjunto Hegel resume, seguindo o precedente dos ingleses e franceses

do século XVIII, sob o nome de "sociedade civil" [....] MARX, K. Prefácio. Contribuição à Crítica da Economia Política.

Para Marx o Estado é:

I) A representação do bem comum e não os interesses particulares.

II) Uma organização racional e não ideal.

III) Um instrumento que serve a uma classe e seus interesses particulares.

IV) Um aparato administrativo onde o poder emana do povo.

V) Fruto de um pacto ou contrato social.

VI) A superação do estado de guerra de classes.

VII) Uma formação histórica com uma base material.

Está correta a afirmativa:

a) I, II, V e VII

b) II, III, IV e VI

c) II e VI

d) III e VII

e) I, III, IV e VII.

129-Observe a charge. Ela trata de elementos da teoria política de Rousseau. Mais abaixo um fragmento

de texto de Rousseau sobre a origem dos males da sociedade civil.

http://blog.cpbweb.com.br/historiaprofsolange/index.php?op=post&inicio=1&mes=2&ano=2012

Acesso em 15/06/16

Há comumente muita diferença entre vontade de todos e a vontade geral. Este se prende somente ao interesse

comum; a outra, ao interesse privado e não passa de uma soma de vontades particulares. [...] Se quando o povo

suficientemente informado delibera, não tivessem os cidadãos qualquer comunicação entre si, do grande

número de pequenas diferenças resultaria sempre a vontade geral e a deliberação sempre seria boa. ROUSSEAU, J. J. Textos diversos. Apud NASCIMENTO, Milton Meire do. Rousseau: da servidão à liberdade. In WEFFORT, F. (org) Os

Clássicos da Política (volume 1). Ática. São Paulo. 2002.

Assinale a alternativa correta a respeito do pensamento de Rousseau.

a) Rousseau parte da hipótese hobbesiana da belicosidade natural do ser humano expressa na violação do

direito de propriedade.

b) Rousseau tem uma visão negativa sobre o estado de natureza, um estado de conflito e exploração do homem

pelo homem.

c) Rousseau estabelece uma concepção de Estado baseado no poder popular e na coisa pública como guia dos

interesses comuns dos cidadãos.

d) O contrato social é sinônimo de segurança coletiva, de preservação dos direitos individuais do cidadão em

risco no estado de natureza.

e) O Estado democrático de direito tem em Rousseau um de seus teóricos. A extinção da propriedade privada é

a finalidade do Estado visando-se restaurar a igualdade social perdida.

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130- Sobre o conceito de Estado Moderno defendido pelo sociólogo alemão Max Weber, assinale a

alternativa que não corresponde a definição weberiana.

a) O Estado Moderno deve ser definido estritamente em relação aos seus fins.

b) A característica fundamental do Estado é o monopólio do uso da violência legítima dentro de um

determinado território.

c) A manutenção da autoridade estatal ocorre pela necessária combinação entre o emprego da força física e a

busca pela legitimidade junto aos cidadãos.

d) Como dimensão superestrutural da sociedade capitalista, o Estado é um instrumento de dominação da classe

dos proprietários.

e) A legitimidade do Estado Moderno deriva, principalmente, do reconhecimento da validade legal e da

competência funcional, baseadas em normas racionalmente estabelecidas.

131-Abaixo está a gravura e excerto de frase de Nicolau Machiavel (1469-1527), considerado um

dos fundadores da análise política moderna.

Link:http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/vida-na-universidade/vestibular/desmistificando-maquiavel-

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"Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos." (Maquiavel)

Maquiavel é considerado o fundador da política moderna no sentido de concebê-la de forma

diferente de seus predecessores. Assinale a alternativa que corresponde a maneira como Maquiavel

analisa a política.

a) Para Maquiavel a política tem um caráter divino, cabe a Igreja assegurar que a finalidade da política, o bem

comum na esfera pública

b) A política é disputa, é conflito, não se trata de idealizá-la, mas buscar os meios para a estabilidade nas

relações de domínio.

c) O homem é um animal político, destinado não só a viver mas a bem viver em coletividade.

d) Entusiasmado com a Política pensa a figura do filósofo-rei, aquele que é capaz de governar sobre as leis.

e) A cidade é feita para os indivíduos, porém, a Igreja não deve pautar as atividades dos negócios públicos.

132-Leia o fragmento do livro O Príncipe de Maquiavel:

Resta-nos agora ver de que forma deve um príncipe proceder para com os amigos e os súditos [...] Na

verdade, quem num mundo cheio de perversos pretende seguir em tudo os ditames da bondade, caminha

inevitavelmente para a própria perdição. [...] um príncipe desejoso de conservar-se no poder tem de aprender

os meios de não ser bom e a fazer uso ou não deles, conforme as necessidades. Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe.

Capítulo XV. Apud. SADEK, Maria Teresa. Os Clássicos da Política. Volume 1. Ática. São Paulo: 2002. Página 36 e 37.

Antes de Maquiavel podemos afirmar que a cidade e a vida pública eram analisadas em termos

ideais ou religiosos. Após Maquiavel, a política é entendida em termos “realistas”. Assinale a alternativa

que corresponde a filosofia política de Maquiavel.

I- O ser humano é, dentre outras coisas, dissimulado e desonesto, ou seja, ávido por poder.

II- A política deve ser o espaço do bem comum, da vontade geral.

III- O príncipe é uma metáfora com o governante. O Príncipe deve saber se manter no poder. A força e

a astúcia são um dos fundamentos do poder.

IV-Maquiavel não possui uma teoria de Estado, está interessado num conjunto de procedimentos que

possam fazer com que o Príncipe governe de forma estável.

V-Um Príncipe deve governar pela legitimidade. Do contrário, pode ser removido pelos seus súditos.

A soberania popular é a fonte de poder político.

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Assinale a alternativa correta:

a) I, II e III

b) I e IV

c) II e V

d) III, IV e V

e) I, III e IV

133-Observe a charge e leia o fragmento de texto de Marx abaixo:

[...] Pergunta-se, então, por que transformações passará o ordenamento estatal numa sociedade comunista? Em

outras palavras, quais funções sociais, análogas às atuais funções estatais, nela permanecerão? Essa pergunta

só pode ser respondida de modo científico, e não é associando de mil maneiras diferentes a palavra povo à

palavra Estado que se avançará um pulo de pulga na solução do problema.

MARX, Karl. Critica do programa de Gotha. Boitempo Editorial. São Paulo: 2012, p 43.

Marx não concebe o Estado como uma solução racional. Para Marx o Estado é:

a) Uma ditadura de uma classe sobre outra.

b) Uma ficção jurídica.

c) O monopólio do uso da força legítima.

d) Uma formação histórica necessária.

e) A superação do estado de guerra de classes.

134-Considere a citação abaixo:

Em todas as ocasiões de ascenso político popular, quando o Estado esteve ameaçado, as classes e frações de classes agrárias,

comerciais, bancárias e industriais, nacionais e estrangeiras, buscaram criar ou refazer blocos de poder, de modo a garantir e

fortalecer o aparelho estatal. IANNI, Octávio. Pensamento Social no Brasil. Edusc. 2004, p.239.

Sobre a relação entre Estado e democracia no Brasil leia as afirmativas abaixo:

I-Após a proclamação da República (1889) até os dias atuais ocorreu uma ininterrupta democratização da

sociedade brasileira em termos de direitos políticos, sociais e civis.

II-A democracia no Brasil pode ser considerada exceção e não regra de nossa história política.

III- Em 1822 o Brasil tornou-se independente de Portugal, rompendo em definitivo com a estrutura de poder

da sociedade colonial.

IV-Os direitos políticos no Brasil (eleições livres, regulares, alternância de poder, sufrágio universal) foram

estabelecidos no Brasil logo após a Proclamação da República.

V-Os direitos trabalhistas no Brasil apareceram a primeira vez na Constituição de 1934, durante o governo de

Vargas.

VI- A história política e social do Brasil tem por característica o autoritarismo de nossa formação social e a

modernização conservadora

VII- Os períodos autoritários na história republicana brasileira concentram-se exclusivamente no período da

ditadura militar.

Estão corretas as alternativas:

a) I, III e IV

b) II, IV, VI e VII

c) I e IV

d) I, III, V e VII

e) II, V e VI

Page 66: 137 questões de SOCIOLOGIA Profº Ney Jansen · I- A Revolução Francesa de 1789 significou a ... A lei da hora extra explica como os proprietários ... A ação social que define

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135-Considerando o tema movimentos sociais assinale a alternativa incorreta:

a) Um movimento social pode ser definido como um movimento coletivo, baseado em interesses comuns,

uma forma de organização, com a existência de lideranças, um certo número de recursos e vínculos associativos pré-existentes.

b) O movimento anti-racista, contrário a segregação racial nos Estados Unidos no século XX, ficou conhecido

como movimento dos direitos civis. c) Os sindicatos, como associações de representação de interesses trabalhistas é essencialmente um

movimento de defesa de direitos sociais

d) Os movimentos de direitos LGBT podem ser classificados como movimento de direitos civis. e) Todos os movimentos sociais tem por características uma forma de organização dirigida ao Estado sendo

portadores de ideologias de esquerda, anti-capitalistas.

136-Leia a citação abaixo sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948):

As dificuldades surgidas na negociação coincidem com as que encontra geralmente a ação internacional pela

promoção dos Direitos Humanos. [...] A dificuldade em encontrar fórmulas aptas a exprimir os ideais humanitários

comuns aos Estados signatários, conciliando as diferenças referentes a tradições jurídicas, sistemas políticos e fé

religiosa, é muito notável. Essas diferenças não existem apenas entre os Estados ocidentais e Estados de ''democracia

popular", entre mundo cristão e mundo islâmico, entre tradições anglo-saxônicas de common law e tradições continentais

de "direito civil". Freqüentemente, há diferenças de considerável importância entre países que têm muito em comum,

entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha e entre os países da Europa Ocidental, do mundo árabe e da América Latina.

Não são de menor relevância as diferenças de condição econômica e social. A tomada de um compromisso

internacional de garantia dos Direitos Humanos e das liberdades individuais, sobretudo dos direitos em matéria de

cultura, e dos direitos econômicos e sociais e ainda dos direitos de ordem civil e política, é certamente menos onerosa

para os países de avançado nível econômico e social do que para os países menos evoluídos de recente formação, ou

limitados em seus recursos naturais ou sacudidos por fenômenos de ineficiente valorização dos fatores da produção. BOBBIO, Norberto, MATEUCCI, Nicola e PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. De A a Z. UNB. Brasília. São Paulo. 1998. p. 353-356.

Tendo por referência o texto e seus conhecimentos sobre direitos humanos assinale a alternativa

correta:

I-Segundo as Nações Unidas, não é possível falar em universalidade dos direitos humanos, haja visto que as

distintas tradições culturais sobrepõem-se a tal conceito.

II-A noção de direitos humanos oriunda do pós 2ª guerra não está ligada a declaração dos direitos do homem e

do cidadão de 1789 pois trata-se de contexto histórico diferente.

III-Proibição de detenções arbitrárias, torturas e castigos, limitação da jornada de trabalho, livre união afetiva,

são exemplos de direitos humanos.

IV-Tradições jurídicas e culturais, níveis de desenvolvimento econômico e social são elementos que dificultam

a aplicabilidade dos princípios da Declaração dos Direitos Humanos

Estão corretas as alternativas:

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e IV

e) I, II e IV

137-[...] Sem embargo, ao longo desse processo de expropriação que se desenvolveu, com êxito maior ou menor, em

todos os países do globo, nota-se o aparecimento de uma nova espécie de “políticos profissionais”. Trata-se, no caso, de

uma categoria nova, que permite definir o segundo sentido dessa expressão. Vemo-los, de início, colocarem-se a serviço

dos príncipes. Não tinham a ambição dos chefes carismáticos e não buscavam transforma-se em senhores, mas

empenhavam-se na luta política para se colocarem à disposição de um príncipe, na gestão de cujos interesses políticos

encontravam ganha pão e conteúdo moral para suas vidas. [...] WEBER, Max, “Política Como Vocação”. In Ciência e Política: duas

vocações. Cultrix. São Paulo, 1968.

Considerando o tema da “profissionalização da política” estudada por Max Weber, assinale a alternativa

incorreta:

a) A política como profissão tem sua origem no exercício de especialistas ou assessores do Príncipe, recrutados entre segmentos que, entre outras características eram dotados da capacidade de leitura, escrita e cálculo. b) Segundo Weber aquele que vê na política uma permanente fonte de rendas, vive da política e diremos, no caso

contrário, aquele que a trata como fim de sua vida, a serviço de uma causa, este vive para a política. c) Os partidos políticos modernos e o Parlamento são exemplos da profissionalização da política no sentido dado

por Weber. d) Os funcionários de carreira e os funcionários políticos são os dois tipos de funcionários que surgem com o desenvolvimento do Estado moderno. Aos primeiros caberia a atuação segundo critérios de especialização e

qualificação para o trabalho. Aos segundos, a atuação é pautada de acordo com a convicções de seu partido. e) A atuação de “políticos profissionais” está restrita aos agentes políticos partidários no Parlamento.