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A REVOLUÇÃO FRANCESA

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Page 1: A REVOLUÇÃO FRANCESA. 2.2: O processo revolucionário de 1789 a 1799 e o período napoleônico I Fases do processo revolucionário (1789 a 1799)

A REVOLUÇÃO FRANCESA

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2.2: O processo revolucionário de 1789 a 1799

e o período napoleônico

I Fases do processo

revolucionário

(1789 a 1799)

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1) Da inauguração dos Estados Gerais (maio 1789) até a instituição da Monarquia

Constitucional (set. 1791)

Reunião dos Estados Gerais

Em junho os representantes do terceiro estado nos Estados Gerais se declararam Assembléia Nacional e persuadiram representantes das ordens privilegiadas a se juntarem a eles

Revoltas populares em Paris

Em 9 de julho, a Assembléia Nacional se auto-proclamou Assembléia Nacional Constituinte. Principais tendências dentro da Assembléia em 1789:

• Aristocratas• Monarquistas• Patriotas

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Representação das três ordens na época da convocação dos Estados Gerais

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Jornadas populares culminaram com assalto à Bastilha em 14 de Julho de 1789

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União da revolução parlamentar com revolução popular

A Revolução atinge cidades provincianas e o campoGrande Medo (fins de julho e início de agosto): levantes nas cidades das

províncias combinado com onda de pânico de massa se espalham pelo país, dando início à ruína da organização administrativa da monarquia e da estrutura senhorial no campo.

Ameaça de reação aristocrática: marcha sobre Versalhes em outubro.

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Principais documentos do período inicial da revolução:

Declaração dos Direitos do Homem

agosto 1789: igualdade civil, contra os privilégios

Constituição Civil do Clero 1790: secularização dos bens do clero católico, com o objetivo de

resolver os problemas financeiros do Estado e submeter a antiga ordem eclesiástica à tutela governamental.

Constituição de 1791 set. de 1791: estabelecimento da Monarquia Constitucional;

igualdade civil e desigualdade política (cidadãos ativos e inativos); eliminação dos obstáculos à economia de livre mercado; liberdade de expressão e pensamento; abolição das associações patronais e de trabalhadores em nome da liberdade de contrato.

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Crescimento progressivo da politização e radicalização nos setores populares (e médios)

urbanos e rurais.

A carestia e a Crise de Varennes (junho de 1791) estimulam o republicanismo popular.

A economia de livre mercado acaba acentuando as flutuações de preços e a carestia, fornecendo combustível para mobilização popular.

Em 17 de julho de 1791 ocorre o Massacre do Campo de Marte (manifestantes que exigiam deposição de Luís XVI alvejados pela Guarda Nacional sob

comando de Lafayette)

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As revoltas camponesas (Grande Medo de 1789 e outras sublevações que ocorrem até a abolição total dos direitos feudais em 1793) têm como objetivo inicial destruir as relações feudais no campo, no que coincidem com objetivos burgueses; tendo conseguido isso, os camponeses teriam passado a lutar contra aspectos das transformações capitalistas no campo e a dissolução da comunidade aldeã. A força do movimento camponês teria feito a nobreza e a burguesia cederem. (Kossok, 1983)

Crescimento da rede de clubes e sociedades populares que promoviam o debate político e estabeleciam comunicação entre os acontecimentos de Paris e as sociedades provincianas. Exemplos mais conhecidos são os do Clube dos jacobinos e dos cordeliers

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Sans-culottes

A “sans-culotterie” formou-se entre

1791 e 1792.

Era um agregado de patriotas armados

recrutados em defesa da Revolução.

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Os Sans-culottes eram membros de um movimento heterogêneo, principalmente urbano, composto majoritariamente por trabalhadores pobres e artesãos.

Seguiam oradores populares como Marat e Hébert, cujos jornais divulgavam um

pensamento político baseado num ideal social que respeitava a propriedade

privada mas era frontalmente hostil aos ricos. Defendiam a idéia de que o

trabalho e a segurança social deveriam ser garantidos pelo governo e lutavam por uma democracia direta com rígido

controle do povo sobre seus representantes.

Morte de Marat por David

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Assembléia Legislativa, reunida a partir de 16 de dezembro de 1791

Composta por 745 membros eleitos pelos cidadãos ativos.Principais tendências dentro da Assembléia:

Essas tendências ou “partidos” eram divididas em vários sub-grupos que irão se dirigir mais para a “esquerda” ou para a “direita” com o desenrolar dos acontecimentos da Revolução

À direita, Feuillants: consideravam que a Revolução estava concluída e era necessário conter a insurreição

À esquerda, Brissotistas (Brissot): consideravam que a revolução se dera pela união do povo com a burguesia, mas progressivamente aprofundariam suas divergências internas quanto ao papel do povo e suas aspirações dentro da nova sociedade

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A Guerra

Em abril de 1792 é declarada guerra contra a Áustria (coligação anti-francesa formada pelo Império Habsburgo, Prússia, Rússia e Rei do Piemonte)

Naquele momento, guerra foi vista por setores da burguesia como caminho para solução de problemas internos.

Contava com apoio da maioria da Assembléia Legislativa, excluindo-se a ala de Robespierre (jacobinos).

Iniciou com fracassos franceses, mas representou mudança de curso no processo revolucionário, na medida em que cristalizou opções políticas e exacerbou tensões sociais.

Jornada revolucionária em Paris em 20 de junho de 1792 (Jornada de 20 de

junho): manifestantes invadem palácio das

Tulherias para intimidar o rei.

Em 11 de julho de 1792, Assembléia Legislativa proclama “a Pátria em perigo”: marcha dos federados da província em direção à Paris (A Marselhesa).

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2) A República do Ano I (set. 1792)

Verão de 1792: virada no processo revolucionário.

A República será declarada em setembro do mesmo ano.

Insurreição popular em Paris, com apoio nos departamentos do

interior da França, impõe derrota aos partidários dos compromissos

com a antiga ordem: a Monarquia é derrubada em 10 de agosto de 1792 (Jornada de 10

de agosto), o Rei é feito prisioneiro e para dirigir o país é

convocada uma Convenção Nacional.

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Em 2 de setembro chega em Paris a notícia de que Verdun estaria cercada pelos contra-revolucionários.

A Comuna de Paris conclama

“cidadãos às armas” e inicia-se um ataque a todos os suspeitos de traição: são feitas milhares de prisões e cerca de 1100 prisioneiros suspeitos são executados (Massacres de setembro).

Em 20 de setembro de 1792 é instalada a Convenção Nacional, eleita por sufrágio universal para elaborar nova constituição.

Em Valmy, franceses impõem retirada prussiana: importância simbólica desse sucesso na guerra.

Medidas de exceção permitiam julgamento de crimes de contra-revolução e buscas em domicílios eram autorizadas (Primeiro Terror).

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Principais grupos sócio-políticos dentro da Convenção no Ano I :

Alta e média burguesia comercial e manufatureira já satisfeita com as mudanças realizadas, tinham

aversão a medidas de exceção; brissotistas, que rompem com os jacobinos em agosto de 1792 e

passam a ser chamados de Girondinos (defendem a liberdade de comércio e uma política de obras

públicas contra o desemprego).

“Montanha": Jacobinos, pequena e média burguesia com apoio em Paris liderados por Robespierre, Marat e Danton; defesa da administração revolucionária centralizada como solução de emergência para vencer a contra-revolução; defesa da função social da propriedade e da democracia política. São apoiados pelos sans-culottes e pela Comuna de Paris.

"Planície": burguesia independente, republicanos moderados.

Sans-culottes: força política atuante fora da Convenção com ligação com o clube dos Cordeliers.

Convenção

girondina

set. 1792 a maio 1793

Convenção

jacobina

jun. 1793 a

jul. 1794

Convenção

termido-riana

jul. 1794 a

set. 1795

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Danton

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Execução do rei Luís XVIaprovada pela Convenção em 21 de janeiro de 1793

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Em fevereiro de 1793 Inglaterra, Espanha e Holanda entram na guerra

contra a França.

O avanço das forças anti-francesas provoca reação: mobilização geral e reforma do exército, com elevação

dos efetivos para um milhão de soldados (4% da população) e instituição do serviço militar

obrigatório e controle político sobre os oficiais.

Características do exército revolucionário: utilização de

combatentes profissionais; ações rápidas; auto-custeio (confiscos).

Novas estratégias, batalhas ofensivas com emprego massivo de tropas e

operações móveis trazem vitórias e conquistas territoriais a partir do final

de 1793.

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Período dominado pelo grupo girondino, que demonstrava algumas ambigüidades: necessitavam do

apoio popular, mas temiam a radicalização.Enquanto os girondinos defendiam a liberdade econômica, os

sans-culottes desejavam controle dos preços de alimentos.

A carestia, o conflito na Vendéia e a deterioração da situação francesa na guerra levam a uma radicalização das posições: os girondinos são derrubados em junho de 1793 pelos jacobinos

com apoio dos sans-culottes.

Criação do Comitê de Salvação Pública em abril de 1793, dirigido inicialmente por Danton.

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Guerra da

Vendéia

Chouan : soldado rebelde

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3) A República Jacobina do Ano II (2 de junho de 1793 a 27 de julho de

1794)

O jacobinismo teria sido o ponto culminante da relação da revolução com o movimento popular.

O período do Terror teria representado uma aliança da pequena burguesia radical com o movimento sans-culotte.

A primeira tarefa do regime jacobino foi mobilizar as massas contra os girondinos e os "notáveis" provincianos, que estavam em revolta contra Paris.

A aliança com o movimento popular inclinou o regime jacobino para a esquerda, o que se refletiu nas ações do Comitê de Salvação

Pública, agora dirigido por Robespierre: instalação de um

Estado intervencionista que buscava impedir o esmagamento dos setores populares pelo livre

mercado.

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Constituição de 1793 (24 de junho): sufrágio universal; direito à insurreição, trabalho e subsistência; o governo deve garantir a felicidade e os direitos do povo. Abolição completa dos direitos feudais, estímulo à aquisição de terras por pequenos compradores.

O Terror de 1793: suspensão da Constituição, da divisão de poderes e dos direitos individuais; criação de um tribunal revolucionário sumário; perseguição à contra-revolução se intensifica também nas províncias; campanha de descristianização.

O regime dependia de uma aliança com as massas, mas teve

que se afastar delas. As concessões só eram toleradas porque mantinham as massas

ligadas ao regime sem ameaçar os proprietários.

A guerra tornou necessária a centralização às custas da democracia direta e local

apregoada pelos sans-culottes, o que significou o "fortalecimento

dos jacobinos do tipo Saint-Just à custa dos sans-culottes tipo Hébert."(Hobsbawm, 1982).

Saint-Just, o anjo negro

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Abril de 1794: isolamento de Robespierre e seu grupo; afastamento do movimento popular e hostilidade da burguesia, que se sentia tolhida e assustada com as

realizações jacobinas.

A guerra mantinha os jacobinos no poder: seu declínio inicia quando a guerra começa a ser ganha pela França.

As necessidades econômicas da guerra (congelamento de salários e confiscos no campo) e a execução dos hebertistas provocam descontentamento popular.

9 de Termidor (27 de julho de 1794): Convenção derruba República JacobinaOscilação entre forças da direita e da

esquerda e crescimento da dependência em relação ao exército.

Revoltas populares em Paris em abril e maio de 1795.

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4) O Diretório (novembro de 1795 a 1799)

Durante o Diretório iniciou-se uma reorganização política, administrativa e econômica da França.

Constituição do Ano III:

Executivo relativamente fraco integrado em um Diretório de 5 membros; Legislativo formado por duas câmaras, um Conselho de Anciãos de 250 membros e um Conselho dos 500, eleitos por sufrágio censitário indireto.

Instituição de um sistema fiscal, que perdurará até a Primeira Guerra Mundial, baseado na tributação sobre a propriedade fundiária,

sobre a renda pessoal e mobiliária, sobre portas e janelas e sobre patentes; adoção de um sistema de convocação militar mais

sistemático e de acordo com as necessidades do momento (lei Jourdan, 1798).

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Conspiração dos Iguais

Em 30 de março de 1796 inicia a Conspiração dos Iguais, dirigida por Babeuf e apoiada por alguns antigos

jacobinos.

Para Babeuf, a finalidade da sociedade seria a felicidade comum, e a Revolução deveria assegurar a igualdade de posses, cujo único meio seria a supressão da propriedade privada (“Manifesto dos plebeus” publicado em 30 de novembro de 1795).

O comunismo babovista propunha a comunidade dos trabalhos (partilha do

trabalho dentro da comunidade) e a comunidade na repartição dos frutos do

trabalho e estava calcado num ideal social agrícola e artesanal. A repressão à

conspiração inicia-se em abril, tendo Babeuf sido presos em maio e este último

executado em 1797.

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Fraqueza e ambigüidades do

Diretório fazem com que a

buguesia se apoie cada vez mais

no exército para dispersar a

oposição, a contra-revolução e o

radicalismo popular.

Invasões estrangeiras de 1799

demonstram fraqueza do Diretório

e abrem caminho para o golpe de

18 de Brumário (9/11/1799):

Napoleão Bonaparte torna-se o 1º.

Cônsul, dissolvendo o Diretório e o

Conselho dos 500.

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Consulado (Nov. 1799 a 1804)

Império (1804 a Março de 1814)

2.2II

O Período Napoleôni

co

Napoleão cruzando os Alpes, por Jacques Louis David

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Invasões estrangeiras de 1799 demonstram fraqueza do Diretório e abrem caminho para o golpe de 18 de Brumário (9/11/1799): Napoleão torna-se o 1o Cônsul, dissolvendo o Diretório e o Conselho dos 500.

Napoleão Bonaparte surge como símbolo da reconciliação e unidade nacional

Consul vitalício em 1802

Imperador em 1804

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“O Consulado põe fim às oscilações e estabiliza as instituições. Bonaparte faz uma triagem nas experiências da Revolução, adota o que considera viável, restabelece por vezes o que lhe parece deveria ser restaurado, faz uma amálgama disso tudo e lança as bases da administração moderna. O capítulo administrativo da reforma consular é um de seus aspectos mais duradouros (...). Diz-se que Bonaparte deu à França sua constituição administrativa. Se as constituições políticas do Consulado e do Império não sobreviveram à Napoleão, a constituição administrativa foi conservada por todos os regimes posteriores.” (Rémond, 1986, p. 135)

Administração

centralizada e

hierarquizada

Funcionários públicos

Liceus

Código Civil de 1804

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1792 a 1815: guerra quase ininterrupta na Europa

“natureza binária” das guerras desse período:

entre

Estados-poderes

guerras de conquista

entre

sistemas sociais diferentes

expansão da Revolução

AS GUERRAS

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1793-1794: franceses

preservaram a Revolução

1794-1795: ocupação dos Países

Baixos, Renânia, partes da

Espanha, Suiça, Savóia

1796: campanha italiana de

Napoleão Bonaparte

1797-1799: recuos e novas

ofensivas

1801-1802: imposição da paz aos

aliados

continentais e Inglaterra

1805: Áustria derrotada na

batalha de Austerlitz

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Batalha de Trafalgar, outubro 1805: derrota para Inglaterra na guerra naval. Franceses admitem impossibilidade de

invadir ilhas britânicas.

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1806: Prússia derrotada e desmembrada

Bloqueio Continental (Sistema

Continental): derrotar Inglaterra por meio

da pressão econômica

1807: Tratado de Tilsit com Rússia

(derrotada mas não destruída como

potência militar); hegemonia francesa na

Europa continental, exceto Escandinávia e

Bálcãs turcos

1808: invasão da península Ibérica; revolta

espanhola abre campo de operações para

ingleses

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O Império se consolida em 1810 e em 1812 adquire sua máxima expansão territorial.

Desde 1807 as contínuas anexações territoriais fazem com que a hegemonia francesa na Europa se estruture na forma de estados familiares, vassalos e aliados.

Governado por NapoleãoIrmão de Napoleão ou enteadoCunhado de Napoleão, sobrinho ou sogro do enteadoEstado satélite napoleônico

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Pitt e Napoleão fatiando o mundo: enquanto Napoleão toma a Europa, Pitt (a Inglaterra) separa a maior fatia, o oceano.

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Dificuldades de imposição do Bloqueio Continental minaram estabilidade

alcançada com Tratado de Tilsit e levaram ao rompimento com Rússia

Guerra com Rússia: invasão e retirada (Czar não capitulou e perspectiva

era guerra interminável). Napoleão derrotado menos pelo inverno que

pelo seu fracasso em manter suprimento adequado ao exército. A retirada

de Moscou destruiu o exército.

1812: a campanha russa de Napoleão Bonaparte

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O declínio começa em 1812

Fracasso da campanha da Rússia estimula onda de resistências ao domínio napoleônico em todas as regiões ocupadas entre 1813 e 1814

- aliança entre Rússia, Prússia e Áustria consegue derrubar sistema napoleônico nas regiões da Alemanha, Holanda e norte da Itália

- Portugal e Espanha, invadidos em 1808, manti-veram resistência constante à ocupação francesa com apoio inglês. A partir de 1812, ofensivas hispano-inglesas conseguem liberar progressiva-mente o território ibérico, com a expulsão definitiva dos franceses em meados de 1813.

Coalizão final anti-francesa: velhos inimigos e vítimas + todos os que estavam ansiosos por estar do lado vencedor

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Francisco de Goya y Lucientes

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31 de março de 1814: os aliados (Rússia, Prússia e Áustria) entram em Paris6 de abril de 1814: Paris ocupada, renúncia do imperador; forma-se um governo provisório

Junho de 1815: Waterloo

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Efeitos das décadas de guerra:

1- Conforme Hobsbawm (1982), as fronteiras políticas da Europa foram redesenhadas várias vezes, mas algumas mudanças sobreviveram à derrota de Napoleão:a) Racionalização do mapa político europeu, especialmente na Alemanha e Itália- implantação do Estado Moderno em termos de geografia política (territórios contínuos)- fim do Sacro Império; fim das cidades-Estado e cidades livresb) Fora da Europa: expansão do império britânico; movimentos de libertação colonial na América espanhola e portuguesa.

2- Mudanças institucionais introduzidas direta ou indiretamente pela conquista francesa.

3- Profunda transformação na atmosfera política européia.

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"Sabia-se agora que a revolução num só país podia ser um fenómeno europeu, que suas doutrinas podiam atravessar as fronteiras e, o que era pior, que seus exércitos podiam fazer explodir os sistemas políticos de um continente. Sabia-se agora que a revolução social era possível, que as nações existiam independentemente dos Estados, os povos independentemente de seus governantes, e até mesmo que os pobres existiam independentemente das classes governantes." (Hobsbawm, 1982, p. 109)

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Bibliografia

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Sites utilizados para pesquisa de imagens:

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19 Interdisciplinary Studies in the Long Nineteenth Century - www.19.bbk.ac.uk

US Military Academy West Point - www.dean.usma.edu/history

University of Texas Library - www.lib.utexas.edu/maps/historical

Liberty, Equality, Fraternity: exploring the French Revolution – Center for History and New Media, George Mason University, Virginia, USA - http://chnm.gmu.edu/revolutions

http://commons.wikipedia.org

http://intute.ac.uk/artsandhumanities/