relatÓrio laguna da jansen 2013

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ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO RELATÓRIO “CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA LAGUNA DA JANSEN”. SÃO LUÍS 2013

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Page 1: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

ESTADO DO MARANHÃO

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS

SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO

RELATÓRIO

“CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA LAGUNA DA JANSEN”.

SÃO LUÍS

2013

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1. INTRODUÇÃO

A Laguna da Jansen surgiu em meados da década de 70 como resultado de aterros

efetuados durante a execução do plano de urbanização das praias da Ponta d'Areia, provocados

pelas construções das avenidas Colares Moreira e Maestro João Nunes, para facilitar o acesso

ao bairro São Francisco (UFMA, 1985, 1991).

O Parque Ecológico da Lagoa da Jansen foi criado pelo Decreto Estadual nº 4.878,

de 23 de junho de 1988, e está localizado no município de São Luís, capital do Estado do

Maranhão, entre os bairros do São Francisco, Ponta D’areia, Renascença I e II, e Ponta do

Farol.

A criação do Parque Ecológico da Lagoa da Jansen foi predominantemente motivada

por um movimento de protesto de professores e estudantes do curso de Ciências Biológicas da

Universidade Federal do Maranhão contra o loteamento da área. Os problemas ambientais

dessa área vêm acentuando-se com as ocupações desordenadas de sua orla e adjacências por

um número crescente de construções, onde se destacam vários prédios de grande porte que

despejam os esgotos domésticos no corpo d'água. Acrescente-se a isto, os resíduos sólidos

(lixo) jogados as suas margens, o que tem deixado a laguna em progressivo estado de

eutrofização (UFMA, 2002).

O Decreto Estadual n° 28.690, de 14 de Novembro de 2012 reclassifica o Parque

Ecológico da Lagoa da Jansen para Unidade de Conservação de Uso Sustentável do tipo Área

de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa da Jansen e dá outras providências.

Em ecologia, chama-se eutrofização o fenômeno causado pelo excesso de

nutrientes especialmente fósforo e nitrogênio depositados numa massa de água. O termo vem

do grego, onde "eu" significa bom e "trophein" nutrir. Assim, eutrófico no sentido literal significa

"bem nutrido".

O aumento da concentração de matéria orgânica em ecossistemas aquáticos pode

ocasionar uma diminuição da concentração de oxigênio dissolvido no ambiente, em função do

consumo deste (oxigênio) por bactérias durante a degradação dos compostos orgânicos,

provocando a morte e consequente decomposição de muitos organismos em condições

anóxicas (falta de oxigênio); floração (desenvolvimento excessivo) de cianobactérias; possível

produção de toxinas por espécies de cianobactérias; proliferação de plantas aquáticas

(macrófitas); diminuição da qualidade da água e eventualmente a alteração profunda na

qualidade do ecossistema; perda de biodiversidade e diversos outros problemas.

A elevada carga de resíduos líquidos (esgoto) provoca a eutrofização e seus efeitos

secundários (DIAS, 1998). A eutrofização se manifesta por: aumento da disponibilidade de

nutrientes e da demanda bioquímica de oxigênio, menores índices de oxigênio dissolvido,

proliferação de macrófitas, mudança na diversidade e quantidade de algas, mortalidade

ocasional em massa de peixes, entre outras (CUNHA & GUERRA, 2000; REBOUÇAS et al.,

2002). Existe na área uma alta densidade da macrófita Ruppia marítima e entre os organismos

zooplanctônicos, há dominância do grupo Rotifera.

No caso da Laguna da Jansen, o processo de eutrofização possui basicamente

causa artificial ou antrópica. Decorrendo fundamentalmente do lançamento no corpo hídrico de

cargas pontuais de efluentes (líquido residual/esgotos) domésticos ricos em matéria orgânica

provenientes de bares, restaurantes, condomínios residenciais, palafitas, e outros. Bem como do

carreamento de nutrientes pela drenagem pluvial urbana e assoreamento.

Nota-se nesse contexto o estabelecimento de condições bastante favoráveis à

proliferação de algas, microalgas, cianobactérias e plantas aquáticas, responszáveis pelo

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aumento excessivo do consumo de oxigênio dissolvido da água e redução da penetração da luz

na coluna d’água, prejudicando toda a cadeia alimentar do ambiente, como consequência desse

processo pode haver uma redução significativa da biodiversidade das espécies de fauna e flora

locais.

A quantidade e a qualidade das águas doces continentais no planeta sempre foram

essenciais para manter os ciclos de vida, a biodiversidade dos organismos e a sobrevivência da

espécie humana. Assim, a quantidade de água disponível e qualidade adequada detêm

componentes que são fundamentais para a economia regional, continental e mundial; água de

boa qualidade (isto é, sem contaminantes ou organismos que podem parasitar o homem e outros

organismos) é fundamental para manter a sustentabilidade e a saúde humanas, e em última

análise a qualidade de vida de populações urbanas e rurais (TUNDISI, 2003).

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 80% das

enfermidades transmitidas à população podem ser atribuídas à água (veiculação hídrica) e ao

saneamento inadequados (GALAC-GORCHEV et al., 1993).

A problemática em saúde mais comum associada à água poluída por esgotos é a

gastroenterite, que pode apresentar vários sintomas como enjoo, vômitos, dores de estômago,

diarreia e febre, que podem levar as pessoas, principalmente as crianças, à desidratação

(PECORA, 2013).

Além da gastroenterite, destacam-se outras doenças de veiculação hídrica de

significativa ocorrência em vários em países, principalmente nos em desenvolvimento, são elas:

cólera, febre tifoide, hepatite A, hepatite E, poliomielite, leptospirose, conjuntivite, otite e

verminoses em geral.

Considerando todas as informações já apresentadas, entendemos que o atual estado

(ambiental) da laguna da Jansen oferece um risco à saúde pública, especialmente à saúde dos

pescadores e de suas famílias; é ainda um fator depreciador da beleza cênica local e contribui

significativamente para o estabelecimento de problemas diversos inerentes à pesca, entre eles a

redução da diversidade e contaminação patogênica da ictiofauna, à recreação / lazer e ao

turismo.

O presente relatório propõe-se a descrever problemática ambiental instalada na

laguna da Jansen e seus desdobramentos. Além de indicar medidas corretivas para obtenção de

tratamento e controle ambientais adequados.

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2. ÁREA DE ESTUDO

Inserida no perímetro urbano (Figura 1), a Laguna da Jansen situa-se na parte

ocidental da Ilha de São Luís - MA nas coordenadas 02º 29'07''S e 44º 18'02''W (Figura 1).

Encontra-se em área metropolitana bem valorizada no mercado imobiliário, sendo margeada

pelos bairros São Francisco, Renascença I e II, Ponta d'Areia e Ponta do Farol (VIÉGAS, 1996).

A bacia de drenagem apresenta uma superfície de 3,5 km2, incluindo a área de terra

firme, mangues e espelho d'água. Constituindo-se num corpo d'água costeiro instável, em

termos de equilíbrio hidrostático com os corpos d'água adjacentes, a Laguna da Jansen tem

origem antrópica. Sendo formada pelo represamento dos igarapés Ana Jansen e Jaracati e só

existe devido ao dique de contenção representado pela Avenida Maestro João Nunes.

A ligação com o mar se dá por meio de canais de drenagem apenas durante as

marés de grande altura, ou na época das chuvas quando o nível das águas da laguna eleva-se

(MARANHÃO, 1991).

O volume total de água que entra anualmente na laguna é de aproximadamente

18.135.183m3, o que representa cerca de dezesseis vezes o volume da laguna no seu nível

médio de 2,80m. A maior contribuição é dada pelo influxo de maré durante as preamares de

sizígia (73%) seguida pela precipitação direta no espelho d'água (14,6%) (COSTA, CASTRO E

COSTA, 2008, p. 2).

Figura 01: Área da Laguna da Jansen e pontos de lançamento de efluentes.

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3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL PARCIAL

LANÇAMENTO DE ESGOTO

Habitações, condomínios e estabelecimentos comerciais vêm sendo apontados

como responsáveis por utilizar para descarte clandestino de esgoto a rede pública de drenagem

de águas pluviais, cujos pontos estão distribuídos em todo o perímetro da laguna. Estes estudos

indicam ainda a ineficiência do sistema de coleta e tratamento de esgoto da Companhia de Água

e Esgoto do Maranhão - CAEMA (COELHO, 2002; COSTA et al, 2008; FURTADO, 2007;

LABOHIDRO, 2002; MASULLO et al, 2009).

Nos dias 05 e 06 de junho de 2013 foi realizada uma vistoria para identificação e

quantificação dos pontos de lançamento direto de efluentes (esgoto) na Laguna da Jansen. Por

meio desta ação foram identificados 78 pontos de lançamento direto de esgoto, conforme

demonstra a tabela 02 (Pontos de lançamento de efluentes e coordenadas geográficas) e fotos

em anexo.

No entorno da laguna existem diversas galerias de água pluvial, e de praticamente

todas estão afluindo quantidade expressiva de esgoto e sedimentos. Na prática, essa ocorrência

tem contribuído significativamente para a pontecialização do processo de eutrofização e

assoreamento do corpo hídrico, o que exige a adoção de medidas corretivas imediatas.

Este processo é caracterizado pelo aumento de algas e macrófitas aquáticas, que

consomem o oxigênio existente no ambiente aquático, provocando a morte de outros indivíduos

do ecossistema. Além disso, os detritos produzidos são decompostos anaerobicamente por

microorganismos que provocam o aparecimento de um mau cheiro característico (ESTEVES,

1998). Junto com os esgotos, os gases produzidos pela eutrofização constituem o intenso mau

odor constatado na área da laguna (COELHO, 2002; FURTADO, 2007; LABOHIDRO, 2002;

BRASIL, 1991; SILVA, 2008).

Figura 02: Ponto lançamento de efluentes domésticos e de empreendimentos locais.

Page 7: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

RESÍDUOS SÓLIDOS

O Laudo Geoambiental e Biológico produzido em 2012 pela Secretaria de Estado de

Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão – SEMA/MA aponta que em visita técnica,

foram observados vários pontos de drenagem contendo esgotos, inclusive próximo aos locais de

lazer para crianças. Foram constatados ainda pela equipe técnica muitos resíduos sólidos,

desde comida a entulhos descartados indevidamente no entorno da laguna.

Além da poluição visual gerada, estes resíduos são levados para dentro da laguna,

contaminando a mesma e, possivelmente, o mar, quando da abertura das comportas. Fato esse

que é agravado pela impermeabilização do solo ao redor da Laguna, resultado da construção de

habitações, aterros, retirada indiscriminada da vegetação e pavimentação de ruas, assim o

incremento do escoamento superficial potencializa o carreamento desses detritos para a laguna

(COELHO, 2002; COSTA et al, 2008; FURTADO, 2007; LABOHIDRO, 2002; MASULLO et al,

2009).

No ano de 2013 durante a execução de uma atividade de vistoria realizada pela

SEMA em parceria com a CAEMA relativa ao uso e ocupação do solo na área em torno a

Laguna, foi constatado que esta continua recebendo uma quantidade significativa de resíduos

sólidos, principalmente no trecho próximo ao bairro do São Francisco.

Esses resíduos (sólidos) chegam à laguna pela disposição inadequada feita por parte

de moradores e frequentadores da laguna, contribuindo para o agravamento do quadro de

poluição.

Os resíduos sólidos (lixo) jogados às margens da Laguna constituem mais um fator

de degradação da área, contribuindo também para a redução da profundidade média do corpo

d'água que se encontra em torno de 1 m (UFMA, 2002). O lixo também constitui um problema

sanitário, com a possibilidade de contaminação do homem pelo contato direto com massas de

água por ele poluídas (SILVA & HEINZLE, 2000).

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QUALIDADE DA ÁGUA

No dia 06 de junho de 2013 foram efetuadas medições dos valores de concentração

de oxigênio dissolvido (OD) nas águas da laguna da Jansen com o objetivo de se gerar e

estabelecer parâmetros para verificação do grau de eficiência do manejo das comportas na

renovação das águas. A concentração de OD obtido no PM-01 (píer do bar Por Acaso) foi de

2mg/L e no PM-02 (comporta pequena) 2,5 mg/L.

O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da vida aquática,

estabelecido pela Resolução do CONAMA nº 357/05 é de 5,0 mg/L. Mas existe uma variação na

tolerância de espécie para espécie.

Figura 03: Medição do oxigênio dissolvido na água – próximo ao píer do bar Por Acaso.

Figura 04: Medição do oxigênio dissolvido na água – próximo à comporta pequena.

Oxigênio Dissolvido (OD) é um fator limitante para manutenção da vida aquática e de

processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de

esgotos. Durante a degradação da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos

seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução de sua concentração no meio

(CETESB, 2013).

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Uma das causas mais frequentes de mortandade das espécies aquáticas é a queda

na concentração de oxigênio nos corpos d’água.

As carpas (espécie não nativa da laguna), por exemplo, conseguem suportar

concentrações de OD de 3,0 mg/L, sendo que a carpa comum chega até mesmo a sobreviver

por até 6 meses em águas frias e sem nenhum Oxigênio Dissolvido, (ANOXIA). Tais valores

seriam fatais para as trutas (espécie não nativa da laguna), que necessitam de uma

concentração maior de Oxigênio Dissolvido para sobreviverem, em torno de 8,0 mg/L de OD.

Outro exemplo, o peixe Dourado (espécie não nativa da laguna) sobrevive por até 22

horas em águas anóxicas a 20°C, enquanto que as larvas destes peixes são menos tolerantes

que os adultos. Isto porque os valores letais dependem do estágio de vida dos organismos,

sendo geralmente mais exigentes os estágios mais jovens. De maneira geral, valores de

oxigênio dissolvido menores que 2 mg/L pertencem a uma condição perigosa, denominada

HIPOXIA, ou seja, baixa concentração de Oxigênio dissolvido na água (CETESB, 2013).

Figura 05: Acúmulo de matéria morta na margem da laguna.

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SISTEMA DE RENOVAÇÃO DE ÁGUA

A laguna da Jansen possui dois sistemas de comportas, um sistema menor

(comportas pequenas), dimensionado para proporcionar a vazão (saída) da água represada

quando assim for necessário, e um sistema maior (comporta grande) que permite a entrada de

água do mar na área da laguna. Tais comportas possuem um papel essencial para a

manutenção do equilíbrio e da qualidade ambiental do sistema aquático da Laguna, permitindo a

entrada e saída de água do mar, contribuindo dessa forma para diluição de poluentes e

consequentemente com a manutenção da sua biodiversidade.

No início do mês de junho de 2013 somente as comportas pequenas estavam aptas

a serem manejadas. A partir daí foi iniciado um processo de recuperação/restauração do sistema

maior (comporta grande) e após o dia 18 de junho deste mesmo ano o sistema voltou a

funcionar.

Figura 06: Comporta pequena em operação.

Figura 07: Retirada de equipamento para recuperação da comporta.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

EUTROFIZAÇÃO DA LAGUNA DA JANSEN

O trabalho de pesquisa científica intitulado: “Análise físico - química da água da

Laguna da Jansen, São Luís, MA”, conclui que: a laguna apresenta valores de alguns

nutrientes que a classificam como eutrófica, isto porque nutrientes como o fosfato, que são

limitantes em ecossistemas aquáticos, encontram-se em concentrações elevadíssimas, que

excedem as concentrações permitidas pelo CONAMA, de acordo com resolução n° 357 de 17 de

março de 2005, que é de 0.186 mg/L.

Além desse indicador, percebeu-se que a quantidade elevada de nitrito e sulfeto

classifica a laguna como ambiente redutor, ou seja, anaeróbico, cuja concentração de oxigênio

dissolvido é baixíssima, não havendo oxidação do nitrito, resultado assim, em altas

concentrações deste. Portanto a laguna da Jansen é um ambiente contaminado, onde a maioria

do material encontrado nela é alóctone, isto é, proveniente do esgoto urbano, que influi

decisivamente na concentração de muitos nutrientes, que por consequência atinge a

biodiversidade da laguna e sua oxigenação.

Além desses fatores, outro fato importante é a concentração elevada de alumínio

dissolvido, que excedeu também, a concentração estabelecida pelo CONAMA (resolução n°

357 - 2005), podendo nesta (concentração) prejudicar toda a cadeia alimentar da laguna, além

incluindo os organismos autótrofos (capazes de produzir o seu próprio alimento), uma vez que

o alumínio é fitotóxico (tem efeito tóxico sobre plantas).

Outro fator vinculado aos processos eutróficos, são os teores de sulfeto (S-) e sulfato

(SO42-) que incrementados pelo despejo de esgotos. O sulfato apresentou elevadas

concentrações, principalmente na estação seca devido às baixas concentrações de oxigênio

dissolvido. Isto ocorreu devido à falta de renovação das águas e elevados consumos de oxigênio

pelos microorganismos decompositores, ocasionando a sulfatorredução. Em decorrência desse

processo e da liberação de gás sulfídrico, que é resultado do processo de decomposição, as

concentrações de sulfeto aumentaram vertiginosamente indicando características anaeróbicas

na água da laguna.

Na área foi verificada a ocorrência de Biomphalaria sp. (caramujo), hospedeira de

Schistosoma mansoni, Helminto trematódeo causador da esquistossomose (UFMA, 2002).

Observou-se ainda, uma expressiva presença de Cyanophyceae em detrimento das

outras famílias de bactérias, o que merece destaque, já que, além de serem muito oportunistas,

são indicadoras de ambientes eutrofizados (ESTEVES, 1998; LABOHIDRO, 2002).

A lâmina d’água permanente cria um ambiente infra-litoral com áreas não expostas

às marés diminuindo a taxa de renovação da água, estas condições favorecem a proliferação da

macrófita aquática Ruppia marítima criando substrato para as algas cianofíceas, que a partir do

aumento da decomposição de matéria orgânica passam a produzir gás sulfídrico, que somado a

decomposição dos sedimentos do fundo da “lagoa” corrobora com o odor desagradável da

laguna (MONTÃNO, 2002).

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MEDIDAS CORRETIVAS EMERGENCIAIS SUGERIDAS

Visando o solucionamento dos problemas gerados na Laguna da Jansen e seus

desdobramentos que envolvem transtornos à saúde pública, pesca, turismo, lazer entre outras

áreas, os quais decorrem principalmente em função do processo de eutrofização estabelecido,

gestão de drenagem urbana ineficiente e/ou inexistente e do uso e ocupação (inadequados) do

solo. Aponta-se a seguintes medidas abaixo:

Com base no conhecimento de dinâmica de lagos e lagunas e nas constatações e

evidências enumeradas acima é possível afirmar que a qualidade ambiental da laguna está

bastante alterada. O risco à saúde pública e a fauna e flora aquática é evidente. Medidas

corretivas e preventivas devem ser pensadas e adotas urgentemente a fim de evitar que um dos

patrimônios turístico e ambiental de São Luís seja descaracterizado num horizonte relativamente

curto de tempo.

É importante ressaltar que para adotar qualquer medida corretiva ou preventiva é

necessário conhecer melhor a dinâmica e a qualidade ambiental atual do Corpo hídrico. Para

tanto, torna-se importante a realização de um Estudo Técnico Multidisciplinar do qual resulte a

elaboração de diagnósticos ambientais que sirvam de subsídios para um Plano de Gestão

Ambiental da laguna.

Sugerimos ainda, que sejam adotadas algumas medidas emergenciais

independentes do Diagnóstico, a fim de atenuar alguns problemas, tais como as superflorações

de algas, o mau cheiro (liberação de gás sulfídrico) resultante da decomposição de matéria

orgânica e a alta concentração de poluentes (conforme Tabela abaixo).

ITEM MEDIDAS RECOMENDADAS AÇÕES

01 1. Melhorar a capacidade de renovação ou troca de água da laguna da Jansen.

1.1. Recuperação das comportas.

1.2. Manejo e gestão das comportas aproveitando os níveis de maré.

02 2. Reduzir o despejo de poluentes e contaminantes na laguna.

2.1. Consultar a CAEMA sobre a sua capacidade de coletar e tratar o esgoto gerado no entorno da laguna (Península, Ponta da Areia, Renascença e São Francisco).

2.2. Solicitar apoio da CAEMA para identificar os empreendimentos que estão lançando esgoto na laguna.

2.3. Notificar todos os infratores e determinar que liguem suas saídas de esgoto à rede da CAEMA

2.4. Inutilizar \ fechar todas as saídas clandestinas de esgoto na laguna.

03 3. Reduzir o aporte de sedimentos na laguna.

3.1. Não autorizar intervenções e obras na laguna que possam aumentar o aporte de sedimentos

3.2. Discutir com a Prefeitura alternativas para os novos sistemas de drenagem de água Pluvial que envolvam a laguna.

04 4. Evitar o descarte de resíduos sólidos na laguna.

4.1. Realizar trabalhos de educação ambiental e inclusão social nas comunidades que vivem no entorno da laguna.

Page 13: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

4.2. Implantar ou levar até as comunidades projetos de coleta seletiva, incentivando a destinação adequada de resíduos.

05 5. Fiscalizar e monitorar a qualidade ambiental da laguna.

5.1. Implementar ações de monitoramento da qualidade ambiental e fiscalização na laguna.

06 6. Realização de um Estudo geral da qualidade ambiental da laguna.

6.1. Contratação de instituição especializada para realizar um Estudo que identifique a situação atual da qualidade ambiental e aponte soluções e medidas para recuperação da laguna.

TABELA 01: Medidas corretivas emergências sugeridas.

Page 14: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Energias Renováveis. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Turismo do Maranhão. 1991. Diagnóstico dos Principais Problemas Ambientais do Estado do Maranhão. São Luís: LITHOGRAF. 194p. CETESB. 2013. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/mortandade/causas_oxigenio.php < Acesso em 04 de Julho de 2013>.

COELHO, M. T. M. 2002. Avaliação da eficácia da lei de uso e ocupação do solo em São Luís: O caso da Lagoa da Jansen. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano) – Universidade Federal de Pernambuco - Recife. 154p. CONAMA, CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (Brasil). Resolução n° 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providencias. COSTA, N. N. S.; CASTRO, A. C. L.; COSTA, N. F. A. 2008. Análise de uma unidade de conservação de proteção integral: o caso do Parque Ecológico da Lagoa da Jansen, São Luís, MA. Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, 21 (1), p. 01-08. Disponível em:< www.labohidro.ufma.br> Acesso em 10 maio 2010. CUNHA, S. B.; GUERRA, J. T. 2000. Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 284p. DIAS, G. F. 1998. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia. 400p. ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência Ltda. 1998. 602 p. FURTADO, L. M. 2007. Estudo dos Impactos Ambientais Causados na Área de Entorno do Parque Ecológico da Laguna da Jansen/MA. Curso de Especialização em Gestão Ambiental Universidade Estadual do Maranhão. GALAC-GORCHEV, H. OZOLINS, G.; BONNFOY-X.1993. Revision of the WHO guidelines for drinking water quality. Ann. Ist. Super. Sanita. Córdoba, 29 (2): 335-345. LABOHIDRO. 2002. Diagnóstico Ambiental da Lagoa da Jansen: Relatório Final. Universidade Federal do Maranhão – São Luís, MA. MARANHÃO. 1991. Secretaria de Meio Ambiente e Turismo. Diagnóstico dos principais problemas ambientais do estado do Maranhão: relatório e síntese. São Luís, MA. 193p. MARANHÃO. Decreto Estadual nº 4.878, de 23 de junho de 1988, institui a criação do Parque Ecológico da Lagoa da Jansen. MASULLO, Y. A. G. 2009. Caracterização e Risco Ambiental na Área da Laguna da Jansen, São Luís – Maranhão. XIII Simpósio de Geografia Física Aplicada. Viçosa, Brasil, 06 - 10 jul.

Page 15: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

MONTAÑO, M. 2002. Recursos Hídricos e o zoneamento ambiental: o caso do município de São Carlos (SP). Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos, 129 p. NETO J. de J. G. da C., SIQUEIRA L. F. S., BARBIERI R., CAVALCANTE P. R. S., ROJAS M. O.

A. I. 2007. Análise físico-química da água da Laguna da Jansen. São Luís, MA. 13p.

PECORA, I. L. 2013. Disponível em: http://200.156.70.12/sme/cursos/EBI/EB14/mod3/arqs/DoencasDeVeiculacaoHidrica.pdf < Acesso em 03 de Julho de 2013>.

REBOUÇAS, A. C.; TUNDISI, J. G. 2002. Águas Doces no Brasil: Capital Ecológico, uso e conservação. São Paulo: Escrituras. 702p. SILVA, A. M. M.; HEINZLE, M. C. 2000. Estudo do meio ambiente relacionando vida sócio-econômica e saúde no distrito de Rubião Júnior (Botucatu-SP). Ciênc. Biol. Ambient. São Paulo, (3): 273-288. SILVA, R. A. F. 2008. Políticas Públicas Desportivas: A concepção e construção do Parque Ecológico Estadual da Lagoa da Jansen (1995-2001). 193f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Desporto) – Faculdade de Desporto – Universidade do Porto, Porto. TUNDISI, J. G. 2003. Novas Perspectivas a Gestão de Recurso Hídricos. Revista USP, São Paulo. 12 p. UFMA. 1985. Estruturação de Labohidro para Levantamento e Monitoramento Ecológico da Lagoa da Jansen, São Luís - MA. Relatório Final. São Luís. 48p. UFMA. 1991. Lagoa da Jansen: Recuperação Ambiental. Relatório Preliminar. São Luís-MA. 58p. UFMA. 2002. Diagnóstico Ambiental da Lagoa da Jansen. Relatório Final. São Luís-MA. VIÉGAS, M. C. P. 1996. Políticas Públicas e o ecossistema manguezal: o caso da Lagoa da Jansen. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas) Universidade Federal do Maranhão - São Luís – MA. 156p.

Page 16: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

ANEXO

PONTOS COORDENADAS

LATITUDE LONGITUDE ALTITUDE DATA

PE-01 -02 29' 48,74424''

-44 17' 40,88794''

17,189 05/06/2013 16:05

PE-02 -02 29' 42,52641''

-44 17' 43,87012''

5,173 05/06/2013 16:09

PE-03 -02 29' 38,31250''

-44 17' 40,76091''

7,095 05/06/2013 16:14

PE-04 -02 29' 37,56688''

-44 17' 42,71956''

7,576 05/06/2013 16:16

PE-05 -02 29' 37,50803''

-44 17' 44,29046''

6,374 05/06/2013 16:18

PE-06 -02 29' 36,51015''

-44 17' 49,27685''

6,855 05/06/2013 16:22

PE-07 -02 29' 36,86803''

-44 17' 53,03483''

6,615 05/06/2013 16:24

PE-08 -02 29' 36,78263''

-44 17' 54,25208''

5,894 05/06/2013 16:26

PE-09 -02 29' 36,90122''

-44 17' 54,82812''

8,057 05/06/2013 16:26

PE-10 -02 29' 36,06869''

-44 17' 57,68477''

5,413 05/06/2013 16:28

PE-11 -02 29' 35,07926''

-44 17' 59,72731''

5,894 05/06/2013 16:30

PE-12 -02 29' 34,22079''

-44 18' 02,26652''

6,615 05/06/2013 16:31

PE-13 -02 29' 34,34873''

-44 18' 04,82716''

7,095 05/06/2013 16:33

PE-14 -02 29' 35,34269''

-44 18' 06,53868''

7,816 05/06/2013 16:35

PE-15 -02 29' 36,01860''

-44 18' 07,54441''

7,816 05/06/2013 16:36

PE-16 -02 29' 37,20719''

-44 18' 09,20010''

8,297 05/06/2013 16:37

PE-17 -02 29' 41,11483''

-44 18' 14,58088''

6,134 05/06/2013 16:40

PE-18 -02 29' 41,63535''

-44 18' 15,76675''

6,615 05/06/2013 16:41

PE-19 -02 29' 42,01555''

-44 18' 18,29178''

7,576 05/06/2013 16:42

PE-20 -02 29' 42,32605''

-44 18' 20,62671''

7,336 05/06/2013 16:44

PE-21 -02 29' 43,48386''

-44 18' 21,20637''

7,095 05/06/2013 16:45

PE-22 -02 29' 44,67848''

-44 18' 21,72628''

6,374 05/06/2013 16:46

PE-23 -02 29' 48,96965''

-44 18' 23,72446''

6,134 05/06/2013 16:47

PE-24 -02 29' 50,08642''

-44 18' 23,73201''

6,134 05/06/2013 16:48

Page 17: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

PE-25 -02 29' 50,93826''

-44 18' 23,74619''

6,615 05/06/2013 16:49

PE-26 -02 29' 52,22461''

-44 18' 24,18312''

6,615 05/06/2013 16:50

PE-27 -02 29' 54,61144''

-44 18' 25,35240''

6,374 05/06/2013 16:52

PE-28 -02 29' 55,99405''

-44 18' 24,89525''

5,413 05/06/2013 16:55

PE-29 -02 29' 57,17721''

-44 18' 24,84636''

5,173 05/06/2013 16:56

PE-30 -02 30' 03,34223''

-44 18' 19,75677''

4,211 05/06/2013 17:00

PE-31 -02 30' 04,18502''

-44 18' 19,43632''

5,413 05/06/2013 17:01

PE-32 -02 30' 04,69980''

-44 18' 21,86539''

7,576 05/06/2013 17:02

PE-33 -02 30' 07,48524''

-44 18' 17,92244''

6,855 05/06/2013 17:06

PE-34 -02 30' 08,31716''

-44 18' 17,00543''

6,134 05/06/2013 17:07

PE-35 -02 30' 08,74685''

-44 18' 16,20942''

5,653 05/06/2013 17:07

PE-36 -02 30' 08,90376''

-44 18' 14,85879''

4,692 05/06/2013 17:08

PE-37 -02 30' 10,51902''

-44 18' 13,19072''

4,452 05/06/2013 17:10

PE-38 -02 30' 12,10592''

-44 18' 12,72724''

5,894 05/06/2013 17:11

PE-39 -02 30' 13,07875''

-44 18' 12,48614''

6,855 05/06/2013 17:12

PE-40 -02 30' 13,58991''

-44 18' 12,52597''

6,615 05/06/2013 17:12

PE-41 -02 30' 15,18556''

-44 18' 13,36182''

7,576 05/06/2013 17:14

PE-42 -02 30' 16,20517''

-44 18' 12,74655''

6,374 05/06/2013 17:15

PE-43 -02 30' 16,62339''

-44 18' 11,91916''

6,615 05/06/2013 17:16

PE-44 -02 30' 16,99726''

-44 18' 11,07004''

5,653 05/06/2013 17:16

PE-45 -02 30' 19,27425''

-44 18' 08,84977''

6,134 05/06/2013 17:18

PE-46 -02 30' 19,65536''

-44 18' 07,28188''

6,134 05/06/2013 17:19

PE-47 -02 30' 19,62187''

-44 18' 06,70042''

7,095 05/06/2013 17:19

PE-48 -02 30' 19,14963''

-44 18' 05,94122''

6,374 05/06/2013 17:20

PE-49 -02 30' 18,78029''

-44 18' 05,62106''

7,576 05/06/2013 17:20

PE-50 -02 30' 17,36328''

-44 18' 04,01636''

7,576 05/06/2013 17:21

Page 18: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

PE-51 -02 30' 16,89587''

-44 18' 03,57641''

6,615 05/06/2013 17:22

PE-52 -02 30' 16,08507''

-44 18' 02,54262''

7,576 05/06/2013 17:23

PE-53 -02 30' 15,31592''

-44 18' 01,72036''

7,576 05/06/2013 17:24

PE-54 -02 30' 15,05581''

-44 18' 01,42163''

7,336 05/06/2013 17:25

PE-55 -02 30' 14,15388''

-44 18' 01,34408''

7,336 05/06/2013 17:26

PE-56 -02 30' 13,20971''

-44 18' 01,35464''

6,855 05/06/2013 17:26

PE-57 -02 30' 10,40496''

-44 17' 58,71917''

6,855 05/06/2013 17:28

PE-58 -02 30' 08,79573''

-44 17' 57,65309''

6,374 05/06/2013 17:29

PE-59 -02 30' 07,89954''

-44 17' 56,77530''

5,653 05/06/2013 17:30

PE-60 -02 30' 08,11077''

-44 17' 55,04508''

6,855 05/06/2013 17:31

PE-61 -02 30' 08,79966''

-44 17' 53,68872''

7,336 05/06/2013 17:33

PE-62 -02 30' 09,76887''

-44 17' 52,23851''

6,855 05/06/2013 17:34

PE-63 -02 30' 09,53743''

-44 17' 49,28500''

6,374 05/06/2013 17:36

PE-64 -02 30' 11,70157''

-44 17' 47,46515''

6,855 05/06/2013 17:37

PE-65 -02 30' 12,84792''

-44 17' 47,13595''

6,134 05/06/2013 17:38

PE-66 -02 30' 10,99971''

-44 17' 43,85926''

4,452 05/06/2013 17:40

PE-67 -02 30' 10,80417''

-44 17' 40,33061''

5,653 05/06/2013 17:41

PE-68 -02 30' 10,76193''

-44 17' 38,02224''

3,731 05/06/2013 17:43

PE-69 -02 30' 10,47165''

-44 17' 36,40818''

3,731 05/06/2013 17:44

PE-70 -02 30' 09,58963''

-44 17' 35,63510''

4,211 05/06/2013 17:44

PE-71 -02 30' 07,80147''

-44 17' 33,71357''

4,452 05/06/2013 17:45

PE-72 -02 30' 07,04046''

-44 17' 32,46886''

17,91 06/06/2013 15:22

PE-73 -02 30' 05,95749''

-44 17' 34,99872''

17,91 06/06/2013 15:24

PE-74 -02 30' 03,26468''

-44 17' 35,75429''

16,228 06/06/2013 15:26

PE-75 -02 30' 00,86729''

-44 17' 35,92358''

16,228 06/06/2013 15:27

PE-76 -02 29' 58,62108''

-44 17' 36,40788''

14,786 06/06/2013 15:29

Page 19: RELATÓRIO LAGUNA DA JANSEN 2013

TABELA 02: Pontos de lançamento de efluentes e coordenadas geográficas.

PE-77 -02 29' 55,98500''

-44 17' 38,38041''

14,065 06/06/2013 15:31

PE-78 -02 29' 54,30788''

-44 17' 39,75065''

15,026 06/06/2013 15:32