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Resolução de questões- Tropa de elite

Direito Penal

Emerson Castelo Branco

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 2

Índice

FORMA TENTADA E FORMA CONSUMADA...............................................3

SUJEITOS ATIVO E PASSIVO DO DELITO.....................................................5

ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CRIME..........................................................7

DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE...............................................................8

CRIME DOLOSO, CULPOSO E PRETERDOLOSO...........................................11

ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE),,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 14

CULPABILIDADE......................................................................................21

CONCURSO DE PESSOAS.........................................................................28

CONCURSO DE CRIMES...........................................................................32

CRIMES CONTRA A VIDA........................................................................34

DAS LESÕES CORPORAIS.........................................................................42

CRIMES CONTRA A HONRA...... ...............................................................45

CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL.............................................49

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO............................................................51

ESTELIONATO..........................................................................................65

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 3

FORMA TENTADA E FORMA CONSUMADA.

1. (JUIZ DE DIREITO – PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) Quanto à punibilidade

da tentativa, o Código Penal adotou a teoria objetiva temperada,

segundo a qual a pena para a tentativa deve ser, salvo expressas

exceções, menor que a pena prevista para o crime consumado.

2. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – PROVA AZUL – CESPE/UNB)

Marcelo, com intenção de matar, efetuou três tiros em direção a

Rogério. No entanto, acertou apenas um deles. Logo em seguida, um

policial que passava pelo local levou Rogério ao hospital, salvando-

o da morte. Nessa situação, o crime praticado por Marcelo foi

tentado, sendo correto afirmar que houve adequação típica

mediata.

3. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997 – CESPE/UNB) A tentativa não

é admissível nos crimes omissivos puros.

4. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) Nas contravenções

penais, a tentativa é punida com a pena da contravenção

consumada diminuída de um a dois terços.

5. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – SE – 2006 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Jorge, com 28 anos de idade, tendo

sido verbalmente ofendido por Cláudio, correu até sua casa, amolou

uma faca do tipo peixeira e, ato seguido, voltou à procura do seu

adversário, não mais o encontrando no local. Não desistindo de

localizar seu desafeto, Jorge postou-se junto ao caminho onde

Cláudio passava habitualmente e novamente o esperou com a faca

em punho. Todavia, Cláudio, desconfiado, tomou direção diversa,

evitando a agressão do inimigo. Nessa situação, a conduta de Jorge

caracteriza a figura tentada do homicídio, visto que se deu início à

execução do delito, o qual não se consumou por circunstâncias

alheias à vontade do agente.

6. (JUIZ DE DIREITO – PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) Nenhum ato

preparatório de crime é punível no direito penal brasileiro.

7. (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) É possível

a tentativa no crime preterdoloso.

8. (OAB – 2009.1 – CESPE/UNB) A desistência voluntária e o

arrependimento eficaz, espécies de tentativa abandonada ou

qualificada, passam por três fases: o início da execução, a não

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 4

consumação e a interferência da vontade do próprio agente.

9. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) O crime de homicídio não admite

tentativa branca.

10. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) Considera-se perfeita ou acabada a

tentativa quando o agente atinge a vítima, vindo a lesioná-la.

11. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) A tentativa determina a redução da

pena, obrigatoriamente, em dois terços.

12. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) As contravenções penais não admitem

punição por tentativa.

13. (OAB – 2006.3 – CESPE/UNB) O ato em que o sujeito esgota, segundo

seu entendimento, todos os meios, a seu alcance, de consumar a

infração penal, que somente deixa de ocorrer por circunstâncias

alheias à sua vontade, é denominado

a) tentativa imperfeita.

b) crime consumado.

c) crime falho.

d) tentativa branca.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 5

SUJEITOS ATIVO E PASSIVO DO DELITO

1. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCM DO ESTADO

DE GOIÁS – 2008 – CESPE/UNB) A pessoa jurídica pode ser sujeito

ativo de crime, dependendo da sua responsabilização penal,

consoante entendimento do STJ, da existência da intervenção de

uma pessoa física que atue em nome e em benefício do ente moral.

2. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) A pessoa

jurídica poderá ser alcançada administrativa, civil e penalmente nos

casos em que a conduta ou atividade lesiva ao meio ambiente seja

cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou

de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

3. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – PROVA AZUL – CESPE/UNB)

Sujeito ativo do crime é aquele que realiza total ou parcialmente a

conduta descrita na norma penal incriminadora, tendo de realizar

materialmente o ato correspondente ao tipo para ser considerado

autor ou partícipe.

4. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2002 – CESPE/UNB) Entende-se por

sujeito passivo do delito o titular do bem jurídico lesado ou

ameaçado; assim, se um indivíduo cometer homicídio contra uma

criança, esta será o sujeito passivo do crime, sendo irrelevante, para

esse fim, o fato de ela ser juridicamente incapaz.

5. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL REGIONAL – CESPE/UNB – 2004) Um

delegado de polícia federal determinou abertura de inquérito para

investigar crime ambiental, apontando como um dos indiciados a

madeireira Mogno S.A. Nessa situação, houve irregularidade na

abertura do inquérito porque pessoas jurídicas não podem ser

consideradas sujeitos ativos de infrações penais.

6. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Sujeito ativo do

crime é o que pratica a conduta delituosa descrita na lei e o que, de

qualquer forma, com ele colabora, ao passo que o sujeito passivo do

delito é o titular do bem jurídico lesado ou posto em risco pela

conduta criminosa.

7. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Há crimes em

que a pessoa será, ao mesmo tempo, o sujeito ativo e o sujeito

passivo do delito em face da sua própria conduta. Assim, se o

indivíduo lesa o próprio corpo para receber o valor de seguro, ele é

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 6

sujeito ativo de estelionato e passivo em face do dano resultante à

sua integridade física.

8. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCM DO ESTADO

DE GOIÁS – 2008 – CESPE/UNB) De acordo com o ordenamento penal

vigente, o homem morto pode ser sujeito passivo de crime.

9. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) É possível que

os mortos figurem como sujeito passivo em determinados crimes,

como, por exemplo, no delito de vilipêndio a cadáver.

10. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) O Estado

costuma figurar, constantemente, na sujeição passiva dos crimes,

salvo, porém, quando se tratar de delito perquirido por iniciativa

exclusiva da vítima, em que não há nenhum interesse estatal,

apenas do ofendido.

11. (OAB 2006.2 – CESPE/UNB) É impossível atribuir a pessoa jurídica

capacidade penal para a prática de crimes ambientais.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 7

ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CRIME

1. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) De

acordo com a teoria bipartida, o crime é o fato típico e antijurídico,

sendo a culpabilidade pressuposto de aplicação da pena.

2. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2002 – CESPE/UNB) A fim de evitar

acusações indesejáveis contra o cidadão, a teoria da tipicidade das

normas aceita pelo vigente Código Penal (CP) inclui nos tipos penais

unicamente elementos objetivos, isto é, aqueles que se referem aos

fatos concretos que configuram a lesão à norma penal, e não

elementos subjetivos nem de nenhuma outra natureza.

3. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2002 – CESPE/UNB) Se um indivíduo

praticou ato jurídico penalmente atípico, isso impede que se lhe

atribua culpabilidade, sob a perspectiva do direito penal.

4. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) Entende-se por

punibilidade a possibilidade jurídica de o Estado impor sanção penal

a autor, coautor ou partícipe de infração penal.

5. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Mesmo diante

da prática de um fato atípico, a culpabilidade deverá ser aferida

como juízo de censurabilidade e reprovabilidade, visto que a

culpabilidade não está vinculada juridicamente à tipicidade.

6. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Em face da

adoção do critério tricotômico, no Brasil, o gênero infração penal

comporta três espécies: crime, delito e contravenção.

7. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB) São elementos

do fato típico: conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e

culpabilidade, de forma que, ausente qualquer dos elementos, a

conduta será atípica para o direito penal, mas poderá ser valorada

pelos outros ramos do direito, podendo configurar, por exemplo,

ilícito administrativo.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 8

DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

1. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2004 – CESPE/UNB) Acerca da relação

de causalidade e da imputação objetiva do resultado, em cada um

dos itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética,

seguida de uma assertiva a ser julgada. João, agindo com animus

necandi, desferiu cinco tiros de revólver contra Pedro, que, ferido por

um dos projéteis, foi levado ao centro cirúrgico de um hospital, onde

veio a falecer em decorrência de uma anestesia aplicada pelo

médico. Nessa situação, em face da teoria da equivalência das

condições, João responderá pelo crime de homicídio.

2. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2004 – CESPE/UNB) O Código Penal adota o

princípio da causalidade adequada, segundo o qual se considera

causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido,

devendo-se demonstrar, contudo, uma idoneidade mínima da

conduta para produzir o resultado.

3. (DEFENSOR PÚBLICO/ES – CESPE/UNB – 2006) Caio atingiu Rosa na

região do tórax, com intenção de feri-la. Rosa, por ser diabética,

morreu em virtude das complicações advindas do ferimento. Nessa

situação, por tratar-se de causa concomitante relativamente

independente, Caio responderá por crime de homicídio doloso, na

modalidade dolo eventual.

4. (JUIZ DE DIREITO – MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Alice, em sua

casa, viu o filho da vizinha, de três anos, jogar-se na piscina e

afogar-se, o que o levou à morte. Nessa situação, mesmo

quedando-se inerte, nada tendo feito para evitar a produção do

resultado, Alice não responderá por homicídio, uma vez que não

tinha o dever de evitar o resultado.

5. (JUIZ DE DIREITO – PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) Nos casos de crimes

omissivos próprios, que são aqueles que produzem resultado

naturalístico, admite-se a tentativa.

6. (JUIZ DE DIREITO – SERGIPE – 2004 – CESPE/UNB) Quanto à relação de

causalidade, o Código Penal (CP) adotou a teoria da equivalência.

7. (JUIZ DE DIREITO – SERGIPE – 2004 – CESPE/UNB) Em viagem de lua de

mel ao Canadá, Ronaldo, exímio nadador profissional, convidou sua

esposa, Érika, nadadora recreativa, para atravessar um grande lago

com ele. Érika, no meio do percurso, morreu afogada e Ronaldo

completou o percurso. A conduta omissiva de Ronaldo, quanto à

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 9

morte de Érika, não é penalmente relevante.

8. (PROCURADORIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Max, exímio nadador,

convidou um amigo a acompanhá-lo em longo nado. Em dado

momento, percebeu que o companheiro começava a se afogar e

não o socorreu, deixando-o morrer. Nessa situação, a omissão de

socorro é penalmente relevante, em razão de Max estar em posição

de garantidor.

9. (PROCURADORIA FEDERAL – 2007 – CESPE/UNB) Segundo a teoria da

causalidade adequada, adotada pelo Código Penal, o resultado, de

que depende a existência do crime, somente é imputável a quem

lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o

resultado não teria ocorrido.

10. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE – PERNAMBUCO – 2004

– CESPE/UNB) O crime omissivo próprio ou puro, de acordo com a

doutrina, não admite a tentativa.

11. (PROCURADOR DO TRIBUNAL DE CONTAS – RN – 2002 – CESPE/UNB)

Durante uma acirrada discussão, um indivíduo desfechou golpes de

faca contra sua esposa, hemofílica, que veio a falecer em

consequência dos ferimentos sofridos, a par da contribuição de sua

particular condição fisiológica. Nessa situação, tratando-se de

causa anterior relativamente independente, o indivíduo não

responderá pelo resultado morte.

12. (DELEGATÁRIO DE SERVIÇOS NOTARIAIS – TJMT – 2005 – CESPE/UNB)

José, querendo a morte de Paulo, efetuou contra ele 10 certeiros

disparos. Paulo foi socorrido por uma ambulância, que o conduziu ao

hospital. Durante o trajeto, a ambulância se envolveu em acidente, e

Paulo veio a falecer em virtude dos ferimentos adquiridos devido à

colisão. José não responderá pelo crime de homicídio consumado.

13. (PROCURADORIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Antônio, após ter sido

ferido mortalmente por Pedro, foi transportado para um hospital,

onde faleceu em virtude de queimaduras provocadas em um

incêndio. Nessa situação, a causa provocadora da morte é

relativamente independente em relação à conduta de Pedro, que

responderá apenas pelos atos praticados, ou seja, por tentativa de

homicídio.

14. (OAB 2009.1 – CESPE/UNB) Ana e Bruna desentenderam-se em uma

festividade na cidade onde moram e Ana, sem intenção de matar,

mas apenas de lesionar, atingiu levemente, com uma faca, o braço

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 10

esquerdo de Bruna, a qual, ao ser conduzida ao hospital para tratar

o ferimento, foi vítima de acidente de automóvel, vindo a falecer

exclusivamente em razão de traumatismo craniano. Acerca dessa

situação hipotética, é correto afirmar, à luz do CP, que Ana

a) deve responder pelo delito de homicídio consumado.

b) deve responder pelo delito de homicídio na modalidade tentada.

c) não deve responder por delito algum, uma vez que não deu causa

à morte de Bruna.

d) deve responder apenas pelo delito de lesão corporal.

15. (JUIZ DE DIREITO DO ESTADO DE TOCANTINS – 2007 – CESPE/UNB)

Geraldo, na festa de comemoração de recém-ingressos na

Faculdade de Direito da Universidade Federal do Tocantins, foi

jogado, por membros da Comissão de Formatura, na piscina do

clube em que ocorria a festa, junto com vários outros calouros. No

entanto, como havia ingerido substâncias psicotrópicas, Geraldo se

afogou e faleceu. Tratando-se de crime de autoria coletiva, não é

inepta a denúncia que assim narra os fatos: “a vítima foi jogada

dentro da piscina por seus colegas, assim como tantos outros que

estavam presentes, fato que ocasionou seu óbito”. À luz da teoria da

imputação objetiva, a ingestão de substâncias psicotrópicas

caracteriza uma autocolocação em risco, circunstância excludente

da responsabilidade criminal, por ausência do nexo causal.

16. (JUIZ DE DIREITO DO ESTADO DE TOCANTINS – 2007 – CESPE/UNB)

Geraldo, na festa de comemoração de recém-ingressos na

Faculdade de Direito da Universidade Federal do Tocantins, foi

jogado, por membros da Comissão de Formatura, na piscina do

clube em que ocorria a festa, junto com vários outros calouros. No

entanto, como havia ingerido substâncias psicotrópicas, Geraldo se

afogou e faleceu. Tratando-se de crime de autoria coletiva, não é

inepta a denúncia que assim narra os fatos: “a vítima foi jogada

dentro da piscina por seus colegas, assim como tantos outros que

estavam presentes, fato que ocasionou seu óbito”. À luz da teoria da

imputação objetiva, a ingestão de substâncias psicotrópicas

caracteriza uma autocolocação em risco, circunstância excludente

da responsabilidade criminal, por ausência do nexo causal. Nesse

caso, é necessária a demonstração da criação pelos agentes de

uma situação de risco não permitido, segundo a teoria da

imputação objetiva, fato que não ocorreu na situação hipotética

mencionada, visto que é inviável exigir-se de uma comissão de

formatura rigor na fiscalização das substâncias ingeridas pelos

participantes da festa.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 11

CRIME DOLOSO, CULPOSO E PRETERDOLOSO

1. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2006 – CESPE/UNB) Ocorre a chamada

culpa consciente quando o agente, embora tendo agido com dolo,

nos casos de erro vencível, nas descriminantes putativas, responde

por um crime culposo.

2. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997 – CESPE/UNB) A

previsibilidade objetiva do resultado da conduta é elemento da

tipicidade culposa, ao passo que a previsibilidade subjetiva é

elemento da culpabilidade.

3. (DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Aldo pretendia atirar em Bruno, que se

encontrava conversando com Carlos. Aldo percebeu que, atirando

em Bruno, poderia atingir Carlos. Não obstante essa possibilidade,

embora não tivesse tal intento, lhe era indiferente que o resultado —

morte de Carlos — se produzisse. Assim, disparou a arma e feriu,

mortalmente, Bruno e Carlos. Nessa situação, Aldo responderá por

dois crimes de homicídio, o primeiro a título de dolo direto e o

segundo a título de dolo eventual.

4. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997 – CESPE/UNB) Não há

concorrência de culpas no direito penal.

5. (PROCURADOR DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL –

2006 – CESPE/UNB) O direito penal moderno é o direito penal da

culpa, sendo, portanto, presumíveis os fatos delituosos, conforme

jurisprudência dominante.

6. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997 – CESPE/UNB) Na culpa

consciente, o agente tem a previsão do resultado.

7. (OAB – 2008.1 – CESPE/UNB) Quando o agente, embora não

querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de

agir e, com isso, assume o risco de produzir o resultado que por ele

já havia sido previsto e aceito, há culpa consciente.

8. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2002 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Márcia resolveu disputar corrida de

automóveis no centro de uma cidade, em ruas com grande fluxo de

veículos e pedestres. Ela anteviu que a corrida poderia causar

acidente com consequências graves, mas, mesmo assim, assumiu o

risco. De fato, Márcia, ao perder o controle do automóvel, acabou

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 12

matando uma pessoa, em decorrência de atropelamento. Nessa

situação, houve o elemento subjetivo que se conhece como dolo

eventual, de modo que, se esses fatos fossem provados, Márcia

deveria ser julgada pelo tribunal do júri.

9. (OAB 2008.1 – CESPE/UNB) Quando o agente deixa de prever o

resultado que lhe era previsível, fica caracterizada a culpa imprópria

e o agente responderá por delito preterdoloso.

10. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – 2007– CESPE/UNB)

Suponha que o motorista de um veículo, por negligência, deixe de

observar a má conservação do sistema de freios de seu carro e, ao

trafegar em via pública, atropele e mate um pedestre que tenha

cruzado a pista em local inadequado. Nessa situação, caso se

comprove que o evento danoso tenha decorrido da falta de freios no

veículo atropelador, responderá culposamente o seu condutor pela

morte do pedestre, mesmo diante da imprudência da vítima.

11. (OAB – 2008.1 – CESPE/UNB) Quando o agente, embora prevendo o

resultado, não deixa de praticar a conduta porque acredita,

sinceramente, que esse resultado não venha a ocorrer, caracteriza-

se a culpa inconsciente.

12. (OAB – CEARÁ 2007.3 – CESPE/UNB) É elemento do crime culposo

a) a observância de um dever objetivo de cuidado.

b) o resultado lesivo não querido, mas assumido, pelo agente.

c) a conduta humana voluntária, sempre comissiva.

d) a previsibilidade.

13. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – PA – 2006 – CESPE/UNB) A ausência de

dolo exclui o tipo, primeiro elemento estrutural do crime.

14. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) Caracteriza-se a culpa própria quando o

agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma

causa de justificação que lhe permite praticar, licitamente, o fato

típico.

15. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) Considere que determinado agente,

com intenção homicida, dispare tiros de pistola contra um desafeto

e, acreditando ter atingido seu objetivo, jogue o suposto cadáver em

um lago. Nessa situação hipotética, caso se constate posteriormente

que a vítima estava viva ao ser atirada no lago, tendo a morte

ocorrido por afogamento, fica caracterizado o dolo geral do agente,

devendo este responder por homicídio consumado.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 13

16. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) A conduta culposa poderá ser punida

ainda que sem previsão expressa na lei.

17. (OAB – 2009.2 – CESPE/UNB) Caracteriza-se a culpa consciente caso

o agente preveja e aceite o resultado de delito, embora imagine

que sua habilidade possa impedir a ocorrência do evento lesivo

previsto.

18. (OAB – 2006.1 – CESPE/UNB) A doutrina penal brasileira instrui que o

dolo, ainda que eventual, conquanto constitua elemento subjetivo

do tipo, deve ser compreendido sob dois aspectos: o cognitivo, que

traduz o conhecimento dos elementos objetivos do tipo, e o volitivo,

configurado pela vontade de realizar a conduta típica.

19. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – CESPE/UNB – 2010) Caso um

renomado e habilidoso médico, especializado em cirurgias

abdominais, ao realizar uma intervenção, esqueça uma pinça no

abdome do paciente, nesse caso, tal conduta representará culpa

por imperícia, pois é relativa ao exercício da profissão.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 14

ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE)

1. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2004 – CESPE/UNB) É possível a ocorrência

de estado de necessidade contra estado de necessidade, mas não

é possível a ocorrência de legítima defesa real contra legítima

defesa real.

2. (JUIZ DE DIREITO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. Marcelo desfechou seis tiros de revólver contra a

sua esposa, de quem estava separado de fato há mais de 30 dias,

sob a justificativa de que a vítima não tinha comportamento

recatado e o traía. Nessa situação, de acordo com o entendimento

do STJ, Marcelo agiu sob o pálio da legítima defesa da honra.

3. (ASSISTENTE JURÍDICO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA – AC – 2002–

CESPE/UNB) Pedro sofreu investida de José, que pretendia matá-lo.

Pedro reagiu e matou José. Nessa situação, Pedro somente deverá

ter reconhecida em seu favor a legítima defesa de direito próprio se

houver matado José com intenção de se defender, mas sem querer

nem assumir o risco desse resultado.

4. (EXAME DE ORDEM OAB/SP – CESPE/UNB – 2008) Um delegado de

polícia, querendo vingar-se de um desafeto, prendeu-o sem

qualquer justificativa, amedrontando-o com o seu cargo. Descobriu,

posteriormente, que já existia mandado de prisão preventiva contra

aquele cidadão, cabendo a ele, delegado, cumpri-lo. Nessa

situação, a conduta do delegado

a) está amparada pelo estrito cumprimento do dever legal.

b) está acobertada pelo exercício regular de direito.

c) está amparada pelo estrito cumprimento do dever legal putativo.

d) não está acobertada por qualquer excludente de ilicitude.

5. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB) Para que se

configure a legítima defesa, faz-se necessário que a agressão sofrida

pelo agente seja antijurídica, contrária ao ordenamento jurídico,

configurando, assim, um crime.

6. (DEFENSOR PÚBLICO/ES – CESPE/UNB – 2006) Júlio, por estar fugindo

de assaltantes que o perseguiam, dirigia seu carro em velocidade

superior à permitida e atropelou um pedestre. Nessa situação, por ter

agido em legítima defesa, Júlio não responderá pelo resultado

provocado, qual seja, lesão corporal.

7. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) Considere que um

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 15

boxeador profissional, durante uma luta normal, desenvolvida dentro

dos limites das regras esportivas, cause ferimentos que resultem na

morte do adversário. Nessa situação, o boxeador deverá responder

por homicídio doloso, com atenuação de eventual pena, em face

das circunstâncias do evento morte.

João e Pedro ajustaram entre si a prática de um furto a uma loja de

produtos importados que julgavam estar abandonada. Segundo o

acerto, João entraria na loja, de lá subtrairia um televisor, no valor de R$

3.500,00, e retornaria ao carro em que Pedro, ao volante, o estaria

aguardando. No dia do crime, 15 de março de 2004, por volta das onze

horas da manhã, João, ao ingressar na loja, deparou-se com Maria, que

lá estava sem que João ou Pedro o soubessem. Antes de subtrair o

televisor, João, com a intenção de matar Maria e com isso assegurar o

proveito da subtração, atacou-a com uma faca e produziu ferimentos

que acarretaram, posteriormente, a retirada de um de seus rins. Maria,

no momento da investida de João, resistiu e atingiu-o com um forte

soco, que provocou a fratura de um dos ossos do rosto de João.

Impossibilitado de prosseguir no ataque a Maria, em razão da intensa

dor que sentiu no rosto, João fugiu e levou consigo o televisor para o

carro em que Pedro o aguardava. Maria, empregada da loja, mesmo

ferida pela faca utilizada por João, telefonou para a polícia, que,

imediatamente, de posse da descrição de João e do carro utilizado na

fuga, pôs-se a procurá-lo nas redondezas. No final da tarde, a polícia

efetuou a prisão de João e de Pedro, que já tinham vendido a Carlos,

sabedor da origem criminosa, o televisor subtraído da loja.

8. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – 2005 – CESPE/UNB) Maria, ao

ofender a integridade física de João, agiu em estado de

necessidade.

9. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – 2005 – CESPE/UNB) Caso a fratura

no rosto sofrida por João venha a prejudicar sua aptidão visual de

modo permanente, Maria responderá pela prática de crime, uma

vez que as excludentes de ilicitude só abarcam as formas simples

dos tipos penais.

10. (OAB – 2009.1 – CESPE/UNB) Um bombeiro em serviço não pode

alegar estado de necessidade para eximir-se de seu ofício, visto que

tem o dever legal de enfrentar o perigo.

11. (OAB – 2009.1 – CESPE/UNB) Entende-se em legítima defesa quem,

usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta

agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

12. (OAB – 2009.1 – CESPE/UNB) Considera-se em estado de necessidade

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 16

quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou

por sua vontade nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou

alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

13. (OAB – 2009.1 – CESPE/UNB) Considera-se causa supralegal de

exclusão de ilicitude a inexigibilidade de conduta diversa.

14. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB)

Não há crime pela ausência de dolo pelo fato de este ser um

elemento da antijuridicidade.

15. (OAB/SP – 2008.1 – CESPE/UNB) Um delegado de polícia, querendo

vingar-se de um desafeto, prendeu-o sem qualquer justificativa,

amedrontando-o com o seu cargo. Descobriu, posteriormente, que

já existia mandado de prisão preventiva contra aquele cidadão,

cabendo a ele, delegado, cumpri-lo. Nessa situação, a conduta do

delegado

a) está amparada pelo estrito cumprimento do dever legal.

b) está acobertada pelo exercício regular de direito.

c) está amparada pelo estrito cumprimento do dever legal putativo.

d) não está acobertada por qualquer excludente de ilicitude.

16. (OAB – 2008.1 – CESPE/UNB) Agem em estrito cumprimento do dever

legal policiais que, ao terem de prender indiciado de má fama,

atiram contra ele para dominá-lo.

17. (OAB – 2008.1 – CESPE/UNB) O exercício regular do direito é

compatível com o homicídio praticado pelo militar que, em guerra

externa ou interna, mata o inimigo.

18. (OAB – 2008.1 – CESPE/UNB) Considera-se em estado de necessidade

quem pratica o fato para salvar-se de perigo atual ou iminente que

não provocou por sua vontade ou era escusável.

19. (OAB – 2007.2 – CESPE/UNB) Para a caracterização da legítima

defesa real, exige-se a demonstração objetiva da existência de

suposição de fato que, por erro plenamente justificado pelas

circunstâncias, legitime a ação do agente.

20. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2002– CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Perseu era escrivão de Polícia Federal

e, atendendo a ordem de missão expedida pelo delegado

competente, acompanhava equipe policial em diligência

investigatória regular. Durante ela, encontraram um indivíduo em

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 17

situação de flagrância e deram-lhe voz de prisão. O indivíduo resistiu

e sacou arma de fogo, com a qual disparou contra a equipe. Não

havendo alternativa, Perseu disparou contra o indivíduo, alvejando-o

mortalmente. Nessa situação, ao ato de Perseu falta o elemento da

ilicitude, de maneira que não é juridicamente correto imputar-lhe

crime de homicídio.

21. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) Na administração da

justiça por parte dos agentes estatais é meio legitimo o uso de armas

com o intuito de matar individuo que tenta evadir-se de cadeia

pública.

22. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) As

causas de exclusão de ilicitude são normas penais permissivas, isto

é, permitem a prática de um fato típico, excluindo-lhe a

antijuridicidade.

23. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) O policial ao efetuar

prisão em flagrante tem sua conduta justificada pela excludente do

exercício regular de direito.

24. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) Pode ser causa de

exclusão da ilicitude o consentimento do ofendido nos delitos em

que ele é o único titular do bem juridicamente protegido e pode

dele dispor livremente.

25. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) Não existem causas

supralegais de exclusão da ilicitude, uma vez que o art. 23 do

Código Penal pode ser entendido como numerus clausus.

26. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) Não se reconhece

como hipótese de legítima defesa a circunstância de dois inimigos

que, supondo que um vai agredir o outro, sacam suas armas e

atiram pensando que estão se defendendo.

27. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) São requisitos para

configuração do estado de necessidade a existência de situação de

perigo atual que ameace direito próprio ou alheio, causado ou não

voluntariamente pelo agente que não tem dever legal de afastá-lo.

28. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) Trata-se de estrito

cumprimento de dever legal a realização, pelo agente, de fato

típico por força do desempenho de obrigação imposta por lei.

29. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) São causas

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 18

excludentes de ilicitude a legítima defesa, o estado de necessidade,

o estrito cumprimento do dever legal e a coação moral irresistível.

30. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Dionísio, para salvar a si próprio e a seu

filho, feriu mortalmente um leão que acabara de fugir do zoológico e

ameaçava atacá-los. Nessa situação, Dionísio agiu em legítima

defesa.

31. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) Age em estrito

cumprimento do dever legal o policial que emprega força física

para impedir fuga de presídio.

32. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Jonas, aceitando desafio de Gabriel,

ofendeu, no decorrer do duelo, a integridade física de seu desafeto,

causando-lhe lesões corporais graves. Nessa situação, Jonas agiu

em legítima defesa, pois tinha o propósito de se defender de

eventuais agressões.

33. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – PA – 2006 – CESPE/UNB) Diz-se agressivo

o estado de necessidade quando a conduta do agente dirige-se

diretamente ao produtor da situação de perigo, a fim de eliminá-la.

34. (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL – 2006 – CESPE/UNB)

As intervenções médicas e cirúrgicas constituem exercício regular

de direito, sendo, excepcionalmente, caracterizadas como estado

de necessidade.

35. (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL – 2006 – CESPE/UNB)

Nos termos do Código Penal e na descrição da excludente de

ilicitude, haverá legítima defesa sucessiva na hipótese de excesso,

que permite a defesa legítima do agressor inicial.

36. (PROCURADORIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Um bombeiro que

deixa de atender a um incêndio, em que pessoas são lesionadas,

para atender a outro sinistro, de maior gravidade, age em estado de

necessidade.

37. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – 2007 – CESPE/UNB)

Considere a seguinte situação hipotética. Um alpinista, em situação

de extremo perigo, ao perceber que a corda que o sustentava junto

à montanha estava prestes a se romper, cortou o sustentáculo,

impondo com isso a queda do amigo, também sustentado pela

mesma corda. Tal conduta provocou a morte imediata do segundo

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 19

alpinista, propiciando o salvamento do primeiro. Nessa situação,

aquele que cortou a corda agiu em legítima defesa na busca de

proteção da própria vida.

38. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – 2007 – CESPE/UNB) O

exercício regular de direito e o estrito cumprimento de dever legal

excluem o caráter ilícito do fato, o que implica, por consequência, a

ausência de tipicidade da conduta amparada por tais institutos.

39. (DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Constitui requisito

subjetivo do estado de necessidade a consciência do agente da

situação de perigo e de agir para evitar a lesão.

40. (DEFENSOR PÚBLICO – ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Configura-se

causa de exclusão de ilicitude denominada estado de necessidade

recíproco a situação em que, após um navio naufragar, seus

tripulantes se agridam mutuamente, no intuito de se apoderarem de

uma boia que flutue no oceano.

41. (JUIZ DE DIREITO – MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) A medida de

segurança será aplicável aos inimputáveis e, excepcionalmente,

aos semi-imputáveis. No último caso, o juiz poderá determinar a

execução de pena reduzida ou promover sua substituição pela

medida de segurança.

42. (JUIZ DE DIREITO – MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) A emoção não

exclui a imputabilidade penal, mas pode atuar como circunstância

atenuante ou como causa de redução de pena.

43. (JUIZ DE DIREITO – MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) A embriaguez,

quando patológica, pode afastar a imputabilidade do agente.

44. (JUIZ DE DIREITO – CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. Neto, imprudentemente, embriagou-se no

balcão de um boteco, sem prever, mas devendo, a eventualidade

de vir a cometer um crime. Em estado de embriaguez completa,

Neto iniciou uma discussão com o proprietário do boteco e

desfechou-lhe um golpe fatal de faca na região torácica, matando-

o. Nessa situação, adotando-se a teoria da actio libera in causa,

Neto responderá pela prática do crime de homicídio.

45. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) O agente que,

em legítima defesa, disparar contra seu agressor, mas, por erro,

alvejar um terceiro inocente, não responderá por qualquer

consequência penal ou civil.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 20

46. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) A atuação em

estado de necessidade só é possível se ocorrer na defesa de direito

próprio, não se admitindo tamanha excludente se a atuação

destinar-se a proteger direito alheio.

47. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Na legítima

defesa, toda vez que o agente se utilizar de um meio desnecessário,

este será também imoderado.

48. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Não é possível

a legítima defesa contra estado de necessidade.

49. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Não é possível

legítima defesa real contra quem está em legítima defesa putativa.

50. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) A

responsabilidade penal do agente nos casos de excesso doloso ou

culposo aplica-se às hipóteses de estado de necessidade e legítima

defesa, mas o legislador, expressamente, exclui tal responsabilidade

em casos de excesso decorrente do estrito cumprimento de dever

legal ou do exercício regular de direito.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 21

CULPABILIDADE

1. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) O Código Penal adotou o

critério biológico para aferição da imputabilidade do agente.

2. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) A embriaguez

preordenada não exclui a culpabilidade do agente, mas pode

reduzir a sua pena de um a dois terços.

3. (JUIZ DE DIREITO SERGIPE – 2004 – CESPE/UNB) a embriaguez

proveniente de caso fortuito ou força maior, desde que o agente

fique inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato,

aplica-se a teoria da actio libera in causa.

4. (JUIZ DE DIREITO PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) A embriaguez involuntária

incompleta do agente não é causa de exclusão da culpabilidade

nem de redução de pena.

5. (JUIZ DE DIREITO SERGIPE – 2004 – CESPE/UNB) A coação moral

irresistível e a obediência hierárquica não excluem a culpabilidade.

6. (PROCURADORIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Presume-se de forma

absoluta a inimputabilidade ao menor de 18 anos, segundo o critério

biológico adotado pela lei penal brasileira para tal aferição.

7. (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ – 2008 – CESPE/UNB) Caio

praticou crime de homicídio em estrita obediência a ordem

manifestamente ilegal de seu superior hierárquico Roberto. Nessa

situação, somente Roberto é punível.

8. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCM DO ESTADO

DE GOIÁS – 2008– CESPE/UNB) Consoante entendimento do STF, a

excludente da coação moral irresistível pressupõe sempre três

pessoas: o agente, a vítima e o coator.

9. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) O Código Penal

adotou o sistema biológico para se aferir a inimputabilidade,

devendo-se verificar se o agente, ao tempo da ação ou omissão,

era portador de doença mental ou desenvolvimento mental

incompleto, capaz de lhe retirar a capacidade de compreender o

caráter ilícito de seu ato ou de orientar-se de acordo com esse

entendimento.

10. (JUIZ DE DIREITO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Na aferição da

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 22

inimputabilidade, o Código Penal adotou o sistema biopsicológico,

mesmo no caso da menoridade penal.

11. (PROCURADO DO ESTADO CE – CESPE/UNB 2004) Três pessoas foram

envolvidas em um crime: o coator, o coagido e a vítima. Nessa

situação, existem as pessoas necessárias para caracterizar a

coação irresistível.

12. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Doentes

mentais, desde que maiores de dezoito anos de idade, têm

capacidade penal ativa.

13. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – SE – 2006 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Patrício, nascido às 16 horas de

determinado dia, praticou um roubo às 10 horas do dia

correspondente ao seu 18.º aniversário. Preso em flagrante delito, a

autoridade policial concluiu pela menoridade do conduzido,

entendendo que a maioridade penal somente seria alcançada à

hora correspondente ao nascimento de Patrício, ou seja, às 16 horas.

Nessa situação, a autoridade policial errou, visto que a maioridade

penal começa à zero hora do dia em que a pessoa completa

dezoito anos de idade.

14. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/UNB – 2004) Do

reconhecimento da menoridade, para efeitos penais, pressupõe a

demonstração mediante prova documental específica e idônea.

15. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/PB – 2008 – CESPE/UNB) Um jovem

religioso, fervoroso e abstêmio, durante uma comemoração de

casamento, ingeriu aguardente. Transtornado e embriagado,

agrediu sua companheira com golpes de faca, completamente

descontrolado. A situação acima descreve um exemplo de

embriaguez

a) por força maior.

b) dolosa.

c) preterdolosa.

d) proveniente de caso fortuito.

e) acidental.

16. (AGENTE PENITENCIÁRIO – 2009 – CESPE/UNB) Marcos Alexandre,

nascido às 22:00 do dia 15 de julho de 1990, subtrai no dia 15 de

julho de 2008, às 10:00 horas a bolsa de Marinilda Peixoto, sendo

imediatamente detido por Agente Policial, que o conduz a

Delegacia de Polícia. Ao prestar seu depoimento, declara Marcos

Alexandre ser menor de idade, uma vez que somente completaria os

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 23

18 anos após as 22:00 horas do referido dia 15 de julho de 2008. Com

relação ao fato narrado é correto afirmar:

a) Marcos Alexandre é considerado menor de idade, até as 22:00

horas do dia 15 de julho de 2008.

b) Marcos Alexandre é considerado maior de idade, se o

depoimento tiver sido prestado após as 22:00 horas do dia 15 de

julho de 2008.

c) Marcos Alexandre é considerado maior de idade, a partir do dia

16 de julho de 2008.

d) Marcos Alexandre é considerado maior de idade, porque praticou

o ato no dia em que completou 18 anos.

e) Marcos Alexandre é considerado menor de idade, uma vez que a

maioridade penal se alcança aos 21 anos.

17. (OAB – 2007.2 – CESPE/UNB) De acordo com o Código Penal, são

imputáveis

a) oligofrênicos e esquizofrênicos.

b) os menores de 18 anos.

c) os silvícolas inadaptados.

d) os surdos-mudos inteiramente capazes de entender o caráter

ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse

entendimento.

18. (OAB – 2006.2 – CESPE/UNB) As hipóteses excludentes de

imputabilidade penal não incluem a

a) menoridade penal.

b) emoção ou paixão.

c) embriaguez fortuita completa.

d) dependência toxicológica comprovada.

19. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – 2005 – CESPE/UNB) Caso Pedro

tivesse apenas 17 anos de idade em 15 de março de 2004, só

poderia ele responder pelo crime quando completasse 18 anos e

alcançasse, por conseguinte, a maioridade penal.

20. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2002 – CESPE/UNB) Martiniano foi

obrigado, por pessoas que se diziam amigos seus, a ingerir bebida

alcoólica até ficar completamente embriagado. Em seguida, essas

pessoas levaram-no consigo e, com ele, cometeram roubo contra

agência bancária. Nessa situação, por não ser patológica, a

embriaguez de Martiniano não lhe retira a imputabilidade nem

diminui a pena aplicável ao ato.

21. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – PROVA AZUL – CESPE/UNB) A

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 24

coação física e a coação moral irresistíveis afastam a própria ação,

não respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responderá

pelo crime o coator.

22. (PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL – AC – 2006 – CESPE/UNB) A

imputabilidade é elemento da culpabilidade e tem reflexo direto

sobre o pressuposto para a aplicação da pena.

23. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) A obrigação

hierárquica é causa de justificação que exclui a ilicitude da conduta

de agente público.

24. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) São elementos da

culpabilidade para a concepção finalista a imputabilidade, a

potencial consciência sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de

conduta diversa.

25. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) O erro de

proibição, a obediência hierárquica e a inimputabilidade por

menoridade penal excluem a culpabilidade.

26. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) A

responsabilidade penal de um adolescente de 17 anos de idade que

comete um crime grave deve ser aferida em exame psicológico e

psicotécnico, pois, restando demonstrado em laudo pericial que este

tinha plena capacidade de entendimento à época do delito, deverá

responder criminalmente, ficando à mercê dos dispositivos do

Código Penal brasileiro.

27. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Maria, maior de 18 anos de idade,

praticou um crime, e, no decorrer da ação penal, foi demonstrado,

por meio do competente laudo, que esta, ao tempo do crime, era

inimputável em decorrência de doença mental. Nessa hipótese,

Maria será absolvida tendo como fundamento a inexistência de

ilicitude da conduta, embora presente a culpabilidade.

28. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Entre as causas

de exclusão da imputabilidade penal previstas em lei incluem-se a

doença mental, o desenvolvimento mental incompleto e o

desenvolvimento mental retardado.

29. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Para fins de

imputabilidade penal, na hipótese de ser desconhecida a hora

exata do nascimento de determinado indivíduo, a maioridade penal

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 25

dessa pessoa começará ao meio-dia do seu décimo oitavo

aniversário.

30. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – PA – 2006 – CESPE/UNB) A

imputabilidade é a possibilidade de se atribuir o fato típico e ilícito

ao agente.

31. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL NACIONAL – CESPE/UNB – 2000) Beta,

delegado de polícia, ordenou a seu subordinado o encarceramento

de Épsilon, alegando ser este autor de um crime de latrocínio que

acabara de ser perpetrado. Posteriormente, por tratar-se de prisão

para averiguações, desconhecida pelo subordinado, a autoridade

policial, no afã de legalizar a detenção, representou acerca da

decretação da prisão temporária. Decretada a prisão temporária

pelo juiz de direito, e expirado o prazo de trinta dias, sem pedido de

prorrogação, a autoridade policial prolongou conscientemente a

custódia de Épsilon, deixando de liberá-lo. Tomando ciência do

ocorrido por meio de peças informativas, o Ministério Público ofertou

denúncia contra Beta, imputando-lhe a prática de abuso de

autoridade. Em face da obediência hierárquica putativa, Épsilon não

seria passível de punição criminal, por ter cumprido ordem não

manifestamente ilegal.

32. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – REGIONAL-CESPE/UNB)

Considere a seguinte situação hipotética. Hiran, tendo ingerido

voluntariamente grande quantidade de bebida, desentendeu-se

com Caetano, seu amigo, vindo a agredi-lo e a causar-lhe lesões

corporais. Nessa situação, considerando que, em razão da

embriaguez completa, Hiran era, ao tempo da ação, inteiramente

incapaz de entender a ilicitude de sua conduta e de determinar-se

de acordo com este entendimento, pode-se reconhecer a sua

inimputabilidade.

33. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) São

causas de exclusão da imputabilidade: doença mental,

desenvolvimento mental incompleto, desenvolvimento mental

retardado e embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou

força maior.

34. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Jorge,

após ingerir várias doses de bebida alcoólica em um bar, dirige seu

carro em alta velocidade, vindo a atropelar e matar um transeunte,

sem, contudo, ter tido a intenção de atingir esse resultado. Nessa

hipótese, a embriaguez voluntária de Jorge exclui a imputabilidade

penal.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 26

35. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – REGIONAL BRANCA –

CESPE/UNB) O sujeito ativo que pratica crime em face de

embriaguez voluntária ou culposa responde pelo crime praticado.

Adota-se, no caso, a teoria da conditio sine qua non para se imputar

ao sujeito ativo a responsabilidade penal.

36. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – PROVA AZUL – CESPE/UNB) O

Código Penal, ao dispor que “é isento de pena o agente que, por

doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou

retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente

incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de

acordo com esse entendimento”, adotou o critério biológico de

exclusão da imputabilidade.

37. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – PROVA AZUL – CESPE/UNB)

Segundo o Código Penal, a emoção e a paixão não são causas

excludentes da imputabilidade penal.

38. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – PA – 2006 – CESPE/UNB) A coação

irresistível e a obediência hierárquica excluem a culpabilidade.

39. (PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL – AC – 2006 – CESPE/UNB)

Será considerado imputável o adolescente que apresentar

discernimento quanto à infração penal praticada, após análise do

juiz.

40. (DEFENSOR PÚBLICO/SE – CESPE/UNB – 2005) Considere a seguinte

situação hipotética. Marcelo, sob coação moral irresistível, foi

forçado a assinar um documento falso. Nessa situação, o fato

reveste-se de tipicidade, pois a ação é juridicamente relevante,

todavia Marcelo deverá ser isento de pena, pois está presente uma

causa excludente da culpabilidade.

41. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) Segundo a

teoria psicológica da culpabilidade, o dolo e a culpa fazem parte da

análise da culpabilidade, e a imputabilidade penal é pressuposto

desta.

42. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) A teoria

psicológico-normativa da culpabilidade, ao enfatizar conteúdo

normativo, e não somente o aspecto psicológico (dolo e culpa), leva

em conta o juízo de reprovação social ou de censura a ser feito em

relação ao fato típico e jurídico quando seu autor for considerado

imputável.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 27

43. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) Segundo a

teoria normativa pura, a fim de tipificar uma conduta, ingressa-se na

análise do dolo ou da culpa, que se encontram, pois, na tipicidade,

e não, na culpabilidade. A culpabilidade, dessa forma, é um juízo de

reprovação social, incidente sobre o fato típico e antijurídico e sobre

seu autor.

44. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – CESPE/UNB – 2010) Caso o fato

seja cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente

ilegal, de superior hierárquico, não serão puníveis o agente que

obedeceu nem o autor da coação ou da ordem.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 28

CONCURSO DE PESSOAS

1. (JUIZ DE DIREITO – MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Em relação ao

concurso de agentes, o Código Penal adotou, como regra, a teoria

unitária ou monista, de forma que o partícipe responderá pelo

mesmo crime praticado pelo autor, em razão da acessoriedade de

sua conduta.

2. (JUIZ DE DIREITO – CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Consoante orientações

majoritárias do STJ e STF, é cabível concurso de agentes nos crimes

culposos.

3. (OAB – 2006.2 – CESPE/UNB) Relativamente à participação, a doutrina

majoritária brasileira adotou a teoria da

a) acessoriedade mínima.

b) acessoriedade máxima.

c) hiperacessoriedade.

d) acessoriedade limitada.

4. (JUIZ DE DIREITO – MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) O mandante

de um crime, de acordo com a teoria restritiva, é considerado

partícipe, enquanto, conforme a teoria do domínio do fato, é

considerado coautor.

5. (JUIZ DE DIREITO – MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Júlio e Marcos encontravam-se dentro

de um veículo nas proximidades de uma loja comercial de

propriedade de Marcos. Verificando que a área encontrava-se

tomada por vendedores ambulantes que estavam invadindo a rua e

que poderiam prejudicar sua freguesia, Marcos incentivou Júlio, que

conduzia o veículo, a imprimir velocidade incompatível com o local,

desejando que algum dos ambulantes fosse atropelado e, em

consequência, os demais sentissem receio de permanecer no local.

Júlio, sem observar o cuidado exigido para a condução do veículo,

seguiu os conselhos de Marcos e, de forma imprudente, acelerou

exageradamente o veículo, acabando por atropelar, de fato, um

dos ambulantes que ali trabalhava. Nessa situação, houve concurso

de agentes entre Júlio e Marcos.

6. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Jarbas

entrega sua arma a Josias, afirmando que a mesma está

descarregada e incita-o a disparar a arma na direção de Mévio,

alegando que se tratava de uma brincadeira. No entanto, a arma

estava carregada e Mévio vem a falecer, o que leva ao resultado

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 29

pretendido ocultamente por Jarbas. Nessa hipótese, o crime

praticado por Josias e por Jarbas, em concurso de pessoas, foi o

homicídio doloso.

7. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – REGIONAL BRANCA –

CESPE/UNB) De acordo com o sistema adotado pelo Código Penal, é

possível impor aos partícipes da mesma atividade delituosa penas

de intensidades desiguais.

8. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Breno e

José atiram contra Pedro, com intenção de matá-lo, sem que um

soubesse da conduta criminosa do outro. Pedro vem a falecer, sendo

impossível determinar, pelo exame de corpo de delito, qual tiro foi o

efetivo causador da morte. Nessa situação, ocorre a chamada

autoria colateral incerta, respondendo os dois agentes por homicídio

tentado.

9. (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL – 2006 – CESPE/UNB)

Quando dois indivíduos, um ignorando a participação do outro,

concorrem, por imprudência, para a produção de resultado lesivo,

respondem, ambos isoladamente, pelo resultado, ante a ausência

de vínculo subjetivo.

10. (JUIZ DE DIREITO – TOCANTINS – 2007 – CESPE/UNB) Segundo a teoria

monista, adotada como regra pelo Código Penal brasileiro, todos os

coautores e partícipes devem responder por um crime único.

11. (PROCURADORIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Configurar-se-á a

participação criminosa quando houver o acordo prévio de vontade

entre autor e partícipe.

12. (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ – 2008 – CESPE/UNB) As

circunstâncias objetivas se comunicam, desde que o partícipe tenha

conhecimento delas.

.

13. (OAB – 2006.1 – CESPE/UNB) Pedro e Paulo, um sem saber da conduta

do outro, atiraram em Leonardo, com intenção de matá-lo, o que

veio efetivamente a ocorrer. A perícia não conseguiu descobrir qual

deles produziu o resultado. Nessa situação,

a) Pedro e Paulo responderão por tentativa de homicídio.

b) Pedro e Paulo responderão por homicídio qualificado.

c) Pedro e Paulo responderão por homicídio culposo.

d) em virtude do princípio in dubio pro reo, nem Pedro nem Paulo

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 30

poderão ser acusados de tentativa de homicídio.

14. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB)

No concurso de pessoas, o Código Penal diferencia o “coautor” do

“partícipe”, propiciando ao juiz que aplique a pena conforme o juízo

de reprovação social que cada um merece, em respeito ao

princípio constitucional da individualização da pena (art. 5.º, XLVI da

Constituição Federal). Relativamente ao concurso de pessoas,

assinale a alternativa incorreta.

a) A pessoa que conduz um inimputável à prática de uma conduta

delituosa responde pelo resultado na condição de autor mediato.

b) Teoria unitária ou monista.

c) Na autoria colateral, há divisão de tarefas para a obtenção de um

resultado comum.

d) Admite-se a coautoria no crime culposo.e) As circunstâncias

objetivas comunicam-se, desde que o coautor e o partícipe delas

tenham conhecimento.

15. (OAB – CEARÁ – 2006.1 – CESPE/UNB) Pedro e Paulo, um sem saber

da conduta do outro, atiraram em Leonardo, com intenção de matá-

lo, o que veio efetivamente a ocorrer. A perícia não conseguiu

descobrir qual deles produziu o resultado. Nessa situação, Pedro e

Paulo responderão por tentativa de homicídio.

.

16. (ANALISTA TRE/PA – CESPE/UNB) Na autoria mediata, há concurso de

pessoas entre o autor mediato, responsável pelo crime, e o executor

material do delito, como no caso do inimputável por doença mental

que é induzido a cometer um fato descrito em lei como crime.

17. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2004 – CESPE/UNB) É característica dos

crimes de mão-própria o fato de que somente podem ser cometidos

pelo agente em pessoa, não se admitindo coautoria nem

participação.

18. (AGU – PROCURADOR FEDERAL – CESPE/UNB – 2010) Ao crime

plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do Código

Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta exemplo de

norma de adequação típica mediata.

19. (PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO – CESPE/UNB – 2009) Ser

coautor de um crime significa ter sido um agente de menor

participação na empreitada criminosa.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 31

20. (PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO – CESPE/UNB – 2009) O

partícipe, para ser considerado como tal, não pode realizar

diretamente ato do procedimento típico, tampouco ter o domínio

final da conduta.

21. (PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO – CESPE/UNB – 2009) A

participação maior ou menor do agente no crime não influencia na

pena.

22. (PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO – CESPE/UNB – 2009)

Não existe a possibilidade de coautoria em crime culposo.

23. (PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO – CESPE/UNB – 2009) O

autor intelectual é assim chamado por ter sido quem planejou o

crime, não é necessariamente aquele que tem controle sobre a

consumação do crime.

24. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) Em se

tratando da chamada comunicabilidade de circunstâncias, prevista

no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais

que formam a elementar do injusto, tanto básico como qualificado,

comunicam-se dos autores aos partícipes e, de igual modo, as

condições e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se

aos autores.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 32

CONCURSO DE CRIMES

1. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Ocorre o

concurso material quando o agente, mediante mais de uma

conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, situação em

que as penas são cumuladas.

2. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) A pena

unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,

determinada pelo CP, não é considerada para a concessão de

outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais

favorável de execução.

3. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Havendo um

concurso formal de crimes, quanto à pena de multa, aplica-se o

sistema de cumulação material, ou seja, são elas impostas distinta e

integralmente, sem que se fale no sistema da exasperação, que é

voltado apenas para as penas privativas de liberdade.

4. (OAB – 2008.3 – CESPE/UNB) De acordo com o Código Penal, salvo

exceção, quando, por acidente ou erro na execução do crime,

sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por

culpa caso o fato seja previsto como crime culposo. Entretanto, se

ocorrer, também, o resultado pretendido, o agente

a) não responderá por ele, sob pena de responsabilidade penal

objetiva.

b) responderá por ele, segundo a regra do concurso formal.

c) responderá por ele, segundo a regra do concurso material.

d) não responderá por ele, sob pena de bis in idem.

5. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010)

Segundo precedentes do STJ, o percentual de aumento decorrente do

concurso formal de crimes deve ser aferido em razão do número de

delitos praticados, e não, à luz das circunstâncias judiciais analisadas

na primeira fase da dosimetria da pena.

6. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) Em caso

de concurso formal de crimes, a pena privativa de liberdade não

pode exceder a que seria cabível pela regra do concurso material.

7. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – CESPE/UNB – 2010) No

concurso formal imperfeito, as penas aplicam-se cumulativamente

por resultarem os crimes de desígnios autônomos. Nesse caso, não

poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do concurso

material.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 33

8. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – CESPE/UNB – 2010) Em todas as

modalidades de concurso de crimes, a aplicação da pena de multa

segue a regra da aplicação da pena privativa de liberdade.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 34

CRIMES CONTRA A VIDA

1. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Aldo é o único

herdeiro de sua irmã Sofia, que sofre de depressão. Induzida por

Aldo, Sofia tentou tirar sua própria vida, cortando os pulsos. Levada

para o hospital pela empregada da casa, recebeu tratamento

imediato, tendo sofrido lesões corporais leves. Nessa situação, Aldo

responderá pelo crime de participação em suicídio.

2. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO – 2006 – CESPE/UNB)

Considere a seguinte situação hipotética. Ronan, brincando de

roleta-russa e sabendo que o revólver estava municiado, pôs-se a

abrir, girar e fechar o tambor do mesmo por diversas vezes.

Acionando o gatilho com o revólver apontado para a vítima,

causou-lhe a morte. Nessa situação, é correto afirmar que Ronan

responderá por homicídio culposo.

3. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO – 2006 – CESPE/UNB)

Ângela, sob a influência do estado puerperal, matou o próprio filho,

logo após o parto, por estrangulamento. Cessada a influência do

estado puerperal, Ângela desesperou-se e, arrependida do ato

praticado, foi acometida por intenso sofrimento. Nessa situação,

tendo em vista que as consequências da conduta de Ângela

atingiram-na profundamente, poderá o juiz aplicar o perdão judicial.

4. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/PB – 2008 – CESPE/UNB) No homicídio

qualificado pela paga ou promessa de recompensa, o STJ entende

atualmente que a qualificadora não se comunica ao mandante do

crime.

5. (PROMOTOR/MT – CESPE/UNB – 2005) Um escritor publicou obra

literária em que vários de seus personagens, com suas ideias, faziam

apologia do suicídio, o que levou um leitor desconhecido,

sugestionado, a ceifar a própria vida. Nessa situação, o escritor não

praticou o crime de induzimento ou instigação ao suicídio.

6. (OAB – CEARÁ – 2007.3 – CESPE/UNB) Alonso, com evidente intenção

homicida, praticou conduta compatível com a vontade de matar

Betina. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Caso Alonso interrompesse voluntariamente os atos de execução,

caracterizar-se-ia desistência voluntária, e ele só responderia

pelos atos já praticados.

b) Caso Alonso utilizasse os meios que tinha ao seu alcance para

atingir a vítima, mas não conseguisse fazê-lo, ele só responderia

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 35

por expor a vida de terceiro a perigo.

c) Caso Alonso fosse interrompido, durante os atos de execução, por

circunstâncias alheias à sua vontade, não chegando a fazer tudo

que pretendia para consumar o crime, não se caracterizaria a

tentativa de homicídio, mas lesão corporal.

d) Caso Alonso não fosse interrompido e, após praticar tudo o que

estava ao seu alcance para consumar o crime, resolvesse impedir

o resultado, obtendo êxito neste ato, caracterizar-se-ia o

arrependimento posterior, mas ficaria afastado o arrependimento

eficaz.

7. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/PB – 2008 – CESPE/UNB) Com relação

ao motivo torpe, a vingança pode ou não configurar a qualificadora,

a depender da causa que a originou.

8. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Na legislação

brasileira, não se mostra possível a existência de um homicídio

qualificado-privilegiado, uma vez que as causas qualificadoras, por

serem de caráter subjetivo, tornam-se incompatíveis com o

privilégio. Além disso, a própria posição topográfica da

circunstância privilegiadora parece indicar que ela não se aplicaria

aos homicídios qualificados.

9. (OAB – 2006.1 – CESPE/UNB) Fábio induziu Marília, portadora de

desenvolvimento mental retardado — síndrome de Down — a

praticar suicídio. Posteriormente, após Marília ter aderido à ideia,

Fábio emprestou-lhe um revólver, vindo ela a se matar. Nessa

situação, Fábio responderá por

a) induzimento a suicídio.

b) instigação a suicídio.

c) auxílio a suicídio.

d) homicídio.

10. (OAB – 2006.2 – CESPE/UNB) Considere que uma gestante, sóbria,

estando na direção de seu veículo automotor, colida, culposamente,

com um poste, causando, em razão do impacto sofrido, o aborto.

Nessa situação, a conduta da gestante

a) corresponde ao delito de homicídio.

b) corresponde ao delito de lesão corporal culposa.

c) corresponde ao delito de aborto provocado pela gestante.

d) não gera responsabilidade, haja vista a inexistência de previsão

legal para a modalidade culposa de aborto.

11. (OAB – 2008.2 – CESPE/UNB) O agente que mata alguém, sob o

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 36

domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da

vítima, está legalmente acobertado pela excludente da legítima

defesa.

12. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/UNB – 2002) Considere a

seguinte situação hipotética. Um deputado federal foi surpreendido e

detido por agentes de polícia, em um restaurante, no momento em

que efetuou seis disparos de revólver contra um desafeto, ceifando-

lhe a vida. A autoridade policial autuou o parlamentar em flagrante

delito, remetendo os autos, em dezesseis horas, à Câmara dos

Deputados. Nessa situação, a Câmara dos Deputados, pelo voto

secreto da maioria de seus membros, resolverá sobre a prisão e

autorizará, ou não, a formação de culpa.

13. (PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS – 2004 – CESPE/UNB) Se, após

consumado o estupro, o autor, temeroso em ser reconhecido, mata

a vítima, esse homicídio é qualificado, para assegurar a impunidade.

14. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/PB – 2008 – CESPE/UNB) Para a

configuração da qualificadora relativa ao emprego de veneno, é

indiferente o fato de a vítima ingerir a substância à força ou sem

saber que o está ingerindo.

15. (PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS – 2004 – CESPE/UNB) Em regra,

consuma-se o delito de homicídio no momento em que a vítima tem

sua integridade física atingida.

16. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Diego e Márcio, adultos, resolveram

testar suas respectivas sortes, instigando, um ao outro, a participar de

roleta russa. Em hora e local combinados, diante de um revólver

municiado com apenas um projétil, cada qual começou a puxar o

gatilho contra sua própria cabeça, até que Márcio findou por se

suicidar. Nessa situação, Diego não responderá por nada, pois não

se pune a autoeliminação da vida.

17. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/PB – 2008 – CESPE/UNB) A qualificadora

relativa ao emprego de tortura foi tacitamente revogada pela lei

específica que previu o crime de tortura com resultado morte.

18. (PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS – 2004 – CESPE/UNB) Matar

alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta

provocação da vítima, caracteriza o homicídio privilegiado.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 37

19. (DEFENSOR PÚBLICO – ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Caracteriza

homicídio privilegiado o fato de o agente cometer o crime impelido

por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob a influência de

violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima.

20. (DEFENSOR PÚBLICO – ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Os delitos de

infanticídio, de aborto e de induzimento, instigação ou auxílio ao

suicídio são denominados crimes contra a vida.

21. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/PB – 2008 – CESPE/UNB) A ausência de

motivo configura motivo fútil, apto a qualificar o crime de homicídio.

22. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB)

João, irresignado com a despedida que lhe foi imposta, resolveu

atear fogo à sede da empresa, quando, antes mesmo de iniciar a

execução, foi flagrado pelo vigia, que tentou segurá-lo para impedir

a ação criminosa, oportunidade em que João desferiu-lhe golpes de

faca, tirando-lhe a vida. Nessa situação, João cometeu um

homicídio qualificado pela conexão consequencial.

23. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB)

João foi convencido pela esposa Maria à prática do suicídio para

receber o seguro e pagar o tratamento médico do filho, já que

estava desempregado. Para tanto, desferiu-se um tiro na região

temporal esquerda, sendo socorrido por vizinhos. No nosocômio,

verificaram que o projétil desviou-se no osso denominado rochedo e

sequer penetrou no couro cabeludo. João foi imediatamente

liberado e, após dez dias, retornou ao trabalho que lhe foi devolvido

pelo patrão. Nessa situação, Maria deverá responder pelo crime de

induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, na forma tentada.

.

24. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB)

João ateou fogo a um estabelecimento comercial, mas, por falha na

execução, o incêndio atingiu somente sua casa, vizinha, destruindo-

a totalmente, não chegando a lesionar nenhuma pessoa pelo fato

de ela estar vazia; o fogo foi apagado face à forte chuva que caía

naquele momento. Essa situação hipotética não caracteriza crime.

25. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB)

Maria descobriu que estava grávida e comunicou tal fato a João,

seu marido, e, de comum acordo, resolveram pela prática abortiva.

Para tanto, João realizou manobras que resultaram na expulsão e

morte do feto. Nessa situação, João responde pelo crime de

provocar aborto com o consentimento da gestante, e Maria

responde como coautora de tal delito.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 38

26. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB)

Maria, três dias após a realização, por João, seu marido, de um

aborto por ela consentido, passou mal e foi levada ao hospital por

seu marido, onde se constatou que a expulsão do feto foi parcial,

provocando infecção generalizada na gestante, que veio ao óbito.

Nessa situação, João responderá por homicídio culposo mediante a

imperícia nos meios abortivos empregados.

27. (PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) A pessoa

jurídica pode ser sujeito ativo do crime de homicídio, de acordo com

a teoria da ficção legal.

28. (OAB – CEARÁ – 2007.3 – CESPE/UNB) Leonardo, indignado por não

ter recebido uma dívida referente a venda de cinco cigarros,

desferiu facadas no devedor, que, em razão dos ferimentos, faleceu.

Logo após o fato, Leonardo escondeu o cadáver em uma gruta.

Com base na situação hipotética acima, é correto afirmar que

a) a ocultação de cadáver é crime permanente.

b) há concurso formal entre o homicídio e a ocultação de cadáver.

c) Leonardo praticou crime de homicídio qualificado por motivo

torpe.

d) o fato de Leonardo ter cometido o crime por não ter recebido uma

dívida é circunstância que agrava a pena.

29. (JUIZ DE DIREITO – BAHIA – 2002 – CESPE/UNB) Um indivíduo, cuja

esposa padecia, há anos, de uma doença incurável, a seu pedido

ceifou-lhe a vida por meio de asfixia tóxica, produzida por gases

deletérios (óxido de carbono, cloro e bromo) liberados no quarto em

que se encontrava. Nessa situação, o indivíduo responderá por

homicídio qualificado-privilegiado, que, de acordo com o STJ, não é

considerado crime hediondo.

Armando e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 a Paulo, porém se

recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de contas,

Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao local do

encontro com Paulo portando armas de fogo, emprestadas por Mário,

que sabia para qual finalidade elas seriam usadas. Armando e Sérgio

atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. Com relação à situação

hipotética apresentada acima, julgue os itens seguintes.

30. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) Armando, Sérgio e

Mário são sujeitos ativos do crime perpetrado, sendo os dois

primeiros coautores, e Mário, partícipe.

31. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) Paulo é sujeito

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 39

passivo do crime de homicídio privilegiado.

32. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) Segundo

determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado

crime hediondo.

33. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – RR – 2003 – CESPE/UNB) O crime de

homicídio descrito acima consumou-se no momento em que a

vítima foi ferida em sua integridade física.

34. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2002– CESPE/UNB) Rui era

engenheiro e participava da construção de uma rodovia, para a

qual seria necessária a destruição de uma grande rocha, com o uso

de explosivos. Rui, contudo, por insuficiência de conhecimentos

técnicos, não calculou bem a área de segurança para a explosão.

Por isso, um fragmento da rocha acabou atingindo uma pessoa, a

grande distância, matando-a. Nessa situação, devido ao fato de a

morte haver decorrido do uso de explosivos, o caso é de homicídio

qualificado.

35. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997 – CESPE/UNB) Se for doloso o

homicídio, a pena será aumentada de um terço, no caso de crime

praticado contra pessoa menor de catorze anos.

36. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997– CESPE/UNB) Não é crime o

aborto realizado pela própria gestante, se for provado que o feto

estava contaminado com vírus causador de doença incurável.

37. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – SE – 2006 – CESPE/UNB) Levando em

consideração as orientações doutrinárias e jurisprudenciais

dominantes, é correto afirmar que, na hipótese do aborto

humanitário ou sentimental, quando a gravidez for decorrente de

atentado violento ao pudor, não se aplica a excludente de ilicitude,

pois a lei admite o aborto somente quando a gravidez for resultante

de estupro.

38. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Manoel, penalmente responsável,

instigou Joaquim à prática de suicídio, emprestando-lhe, ainda, um

revólver municiado, com o qual Joaquim disparou contra o próprio

peito. Por circunstâncias alheias à vontade de ambos, o armamento

apresentou falhas e a munição não foi deflagrada, não tendo

resultado qualquer dano à integridade física de Joaquim. Nessa

situação, a conduta de Joaquim, por si só, não constitui ilícito penal,

mas Manoel responderá por tentativa de participação em suicídio.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 40

39. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – RR – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. Manoel trancafiou seu desafeto em um

compartimento completamente isolado e introduziu nesse

compartimento gases deletérios (óxido de carbono e gás de

iluminação), os quais causaram a morte por asfixia tóxica da vítima.

Nessa situação, Manoel responderá pelo crime de homicídio

qualificado.

40. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – RR – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. João e Maria, por enfrentarem grave crise

conjugal, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente.

Conforme o combinado, João desfechou um tiro de revólver contra

Maria e, em seguida, outro contra si próprio. Maria veio a falecer;

João, apesar do tiro, sobreviveu. Nessa situação, João responderá

pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.

41. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) Considere que um

boxeador profissional, durante uma luta normal, desenvolvida dentro

dos limites das regras esportivas, cause ferimentos que resultem na

morte do adversário. Nessa situação, o boxeador deverá responder

por homicídio doloso, com atenuação de eventual pena, em face

das circunstâncias do evento morte.

42. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) O aborto, o

homicídio e a violação de domicílio são considerados crimes contra

a pessoa.

43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) Não se pune o

aborto se a gravidez resulta de estupro, sobretudo se é precedido de

consentimento da gestante.

44. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN – 2009 – CESPE/UNB) No crime de

autoaborto, a gestante é, ao mesmo tempo e em razão da mesma

conduta, autora do crime e sujeito passivo.

45. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) No caso do

homicídio culposo, o juiz poderá conceder o perdão judicial se as

consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão

grave que a sanção penal se torne desnecessária.

46. (ANALISTA PROCESSUAL – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) O delito de

homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma

forma específica de atuação que deva ser observada pelo agente.

47. (ANALISTA PROCESSUAL – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) Tentado ou

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 41

consumado, o homicídio cometido mediante paga ou promessa de

recompensa é crime hediondo, recebendo, por consequência,

tratamento penal mais gravoso.

48. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) O Código Penal

brasileiro permite três formas de abortamento legal: o denominado

aborto terapêutico, empregado para salvar a vida da gestante; o

aborto eugênico, permitido para impedir a continuação da gravidez

de fetos ou embriões com graves anomalias; e o aborto humanitário,

empregado no caso de estupro.

49. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – PA – 2006 – CESPE/UNB) Há homicídio

qualificado se o agente tiver praticado crime impelido por motivo de

relevante valor social ou moral.

50. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – NACIONAL – CESPE/UNB) O

médico Caio, por negligência que consistiu em não perguntar ou

pesquisar sobre eventual gravidez de paciente nessa condição,

receita-lhe um medicamento que provocou o aborto. Nessa

situação, Caio agiu em erro de tipo vencível, em que se exclui o

dolo, ficando isento de pena, por não existir aborto culposo.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 42

DAS LESÕES CORPORAIS

1. (DEFENSOR PÚBLICO – ACRE – 2006 – CESPE/UNB) Admite-se no,

Código Penal (CP) brasileiro, a lesão na modalidade levíssima.

2. (DEFENSOR PÚBLICO – ACRE – 2006 – CESPE/UNB) A lesão corporal é

de natureza grave caso resulte em incapacidade da vítima para as

ocupações habituais, por mais de um mês.

3. (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL – CESPE/UNB – 2004) Um policial

rodoviário federal, durante um patrulhamento ostensivo, foi alvejado

com um tiro de revólver desfechado pelo condutor-infrator de um

veículo, sofrendo lesões corporais de natureza gravíssima, que

ocasionaram deformidade permanente. Com referência à situação

hipotética acima apresentada, julgue os itens a seguir. Na situação

considerada, a ação penal pública incondicionada será promovida

por denúncia do órgão do Ministério Público.

4. (DEFENSOR PÚBLICO – ACRE – 2006 – CESPE/UNB) Se a lesão for

culposa, a ação penal fica condicionada à representação do

ofendido, admitindo-se, ainda, a possibilidade de concessão de

perdão judicial, nos termos da lei penal vigente.

5. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL – RR – CESPE/UNB – 2003) João, ao ver sua

ex-namorada sair do cinema acompanhada de Francisco,

empunhou uma faca peixeira e golpeou as costas de Francisco,

ocasionando-lhe lesões corporais. Nessa situação, o instrumento

empregado para o crime deverá ser submetido a exame pericial

para verificar sua natureza e eficiência.

.

6. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997 – CESPE/UNB) O perdão

judicial pode ser aplicado ao crime de lesões corporais dolosas

simples.

7. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – RR – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. Durante um entrevero, Carlos desferiu um golpe

de facão contra a mão de seu contentor, que veio a perder dois

dedos. Nessa situação, Carlos praticou o crime de lesão corporal de

natureza grave, por resultar debilidade permanente de membro.

8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) A lesão corporal

grave, da qual resulta incapacidade por mais de trinta dias, somente

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 43

pode ser reconhecida com base nas declarações da vítima ou na

confissão do réu, sem que haja necessidade de exame pericial

complementar.

9. (PROCURADOR DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL –

2006 – CESPE/UNB) Se, no laudo de exame de corpo de delito

referente a lesões corporais, nas respostas dadas aos quesitos, o

perito afirmou que a vítima experimentou forte dor física e que a

referida dor causou crise nervosa, restará caracterizado o crime de

lesão corporal grave, nos termos do dispositivo pertinente do Código

Penal.

10. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – 2009 – CESPE/UNB) O crime de

lesão corporal seguida de morte é preterdoloso, havendo dolo na

conduta antecedente e culpa na conduta consequente.

11. (AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – PROVA AZUL – CESPE/UNB)

Vítor desferiu duas facadas na mão de Joaquim, que, em

consequência, passou a ter debilidade permanente do membro.

Nessa situação, Vítor praticou crime de lesão corporal de natureza

grave, classificado como crime instantâneo.

12. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) Para a

configuração da agravante da lesão corporal de natureza grave em

face da incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta

dias, não é necessário que a ocupação habitual seja laborativa,

podendo ser assim compreendida qualquer atividade regularmente

desempenhada pela vítima.

CRIMES DE RIXA

1. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2006 – CESPE/UNB) Relativamente ao

delito de rixa, previsto no Código Penal brasileiro, a doutrina e a

jurisprudência dominantes entendem não haver rixa quando a

posição dos contendores é definida.

2. (PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS – 2004 – CESPE/UNB) No

interior de um bar, iniciou-se uma briga entre integrantes de duas

torcidas. Júlio, que a tudo assistia, passou a desferir socos e

pontapés nos contendores, sendo que um deles veio a sofrer

ferimentos de natureza grave, causados por outro contendor. Nessa

situação hipotética, a conduta praticada por Júlio caracteriza-se

como tentativa de homicídio.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 44

3. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 1997 – CESPE/UNB) O evento

morte, ocorrido durante uma rixa, qualifica a conduta de todos os

contendores.

4. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – TJDF – 2003 –

CESPE/UNB) Se três indivíduos iniciarem luta desordenada, agindo

uns contra os outros e ocasionando lesões corporais recíprocas, e

dois deles forem comprovadamente inimputáveis, tal comprovação

impossibilitará a configuração do delito de rixa.

5. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) O crime de rixa,

com tipificação expressa no Código Penal, exige, no mínimo, a

participação de seis pessoas, sendo irrelevante que, dentro do

número mínimo, um deles seja inimputável.

6. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Considere-se

que Joaquim, penalmente responsável, sem o ânimo de morte na

conduta, atirou contra João, ferindo-o gravemente, de modo que a

vítima permaneceu internada sob cuidados médicos por um período

de 40 dias. Nessa situação, Joaquim responderá por crime de lesão

corporal de natureza grave, ficando absorvido o crime de

periclitação da vida ou da saúde humana, visto que a situação de

perigo foi ultrapassada e passou a constituir elemento do crime mais

grave.

7. (ANALISTA PROCESSUAL – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) No crime de rixa,

a coautoria é obrigatória, pois a norma incriminadora reclama como

condição obrigatória do tipo a existência de pelo menos três

autores, sendo irrelevante que um deles seja inimputável.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 45

CRIMES CONTRA A HONRA

1. (ADVOGADO DA UNIÃO – 2004 – CESPE/UNB) Um servidor público, no

exercício e em razão de suas funções, teve a sua honra subjetiva

violada, ao ser chamado por um particular de venal, corrupto e

ladrão. Nessa situação, de acordo com os entendimentos do STF e

do STJ, o servidor público ofendido tem legitimação concorrente

para a propositura da ação penal, no caso, privada.

2. (PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS 2004 – CESPE/UNB) No crime

de injúria, é atingida a honra subjetiva da vítima; na difamação, a

honra objetiva; na calúnia, ocorre a imputação falsa de um fato

definido como crime.

3. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Eleno desconfiou de que Belarmino

furtara, há alguns meses, a agência bancária do bairro, uma vez

que, desde que ocorrera o furto, Belarmino passara a demonstrar

sinais de riqueza. Mesmo em dúvida a respeito da autoria do delito,

Eleno assume o risco de causar dano à honra de Belarmino e

imputou-lhe a prática do crime. Nessa situação, havendo dolo

eventual, Eleno responderá pelo crime de calúnia.

4. (ASSISTENTE JURÍDICO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA – AC – 2002–

CESPE/UNB) Lauro imputou a Lucas a prática de fato descrito como

crime. Ocorre que Lucas é louco e, portanto, inimputável. Nessa

situação, contudo, a insanidade de Lucas não desautoriza a

configuração do crime de calúnia.

5. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2002 – CESPE/UNB) Hélio escreveu uma

carta a Bruno, imputando-lhe a prática de atos libidinosos com um

colega de serviço e encaminhou-a lacrada pelo correio. Nessa

situação, Hélio praticou o crime de difamação.

6. (OAB 2008.3 – CESPE/UNB) Tratando-se do delito de injúria, admite-se

a exceção da verdade caso o ofendido seja funcionário público, e a

ofensa, relativa ao exercício de suas funções.

7. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Alfredo, revoltado com a demora no

atendimento em um hospital público, agrediu verbalmente o servidor

responsável pelo atendimento ao público, alegando que esse

servidor recebia dos cofres públicos sem trabalhar. Nessa situação,

Alfredo cometeu crime de difamação contra servidor público,

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 46

cabendo-lhe a exceção da verdade.

8. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO – 2006 – CESPE/UNB)

Distingue-se a difamação da injúria porque nesta não há, por parte

do autor do fato, a imputação de um fato preciso, mas sim de um

acontecimento vago ou de uma qualidade negativa.

9. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2002 – CESPE/UNB) Nélio, advogado da

parte ré em uma ação de reparação de danos, inconformado com a

sentença que condenou o seu cliente a pagar uma indenização no

valor de R$ 4 milhões, interpôs recurso e, nas razões apresentadas,

investiu contra a honra do magistrado sentenciante, imputando-lhe o

recebimento da importância de R$ 30 mil para beneficiar a parte

adversa. Nessa situação, diante da proclamação constitucional da

inviolabilidade do advogado por seus atos e manifestações no

exercício da profissão, Nélio estará amparado pela imunidade

judiciária e não responderá pelo crime contra a honra.

10. (OAB 2008.3 – CESPE/UNB) Caso o querelado, antes da sentença, se

retrate cabalmente da calúnia ou da difamação, sua pena será

diminuída.

11. (DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) É punível a

calúnia contra os mortos. Nesse caso, os sujeitos passivos são os

parentes interessados na preservação da memória do falecido.

12. (OAB 2008.2 – CESPE/UNB) O agente que imputa a alguém a conduta

de mulherengo, no intuito de ofender sua reputação, comete o crime

de injúria.

13. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2002 – CESPE/UNB) Um vereador, durante a

votação de um projeto de lei, em pronunciamento realizado na

tribuna da câmara de vereadores, imputou ao prefeito municipal a

malversação de recursos federais repassados ao município para a

área de saúde. Nessa situação, em face da imunidade parlamentar,

o vereador não responderá por crime contra a honra.

14. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL– RR– 2003 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Maria, proprietária de um

supermercado, sabendo que seu próprio filho praticara furto em seu

estabelecimento, atribuiu ao empregado José tal responsabilidade,

dizendo ser ele o autor do delito. Nessa situação, Maria cometeu o

crime de calúnia.

15. (ANALISTA PROCESSUAL – TJRR – 2006– CESPE/UNB) Para a

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 47

caracterização do crime de calúnia, é imprescindível a imputação

falsa de fato determinado e definido na lei como crime ou

contravenção penal.

16. (DELEGATÁRIO DE SERVIÇOS NOTARIAIS – TJMT – 2005 – CESPE/UNB)

Mário, agindo com animus jocandi, ofendeu a honra de Carlos,

imputando a ele fato ofensivo à sua dignidade e reputação. Nessa

situação, Mário não será responsabilizado criminalmente.

17. (ASSISTÊNCIA JURÍDICA DO DISTRITO FEDERAL – 2001 – CESPE/UNB) No

crime de difamação, quando o ofendido for funcionário público que

agiu no exercício de suas funções, caberá a exceção da verdade.

Se o ofendido for governador de estado, a exceção da verdade

deverá ser julgada pelo STJ.

18. (ASSISTÊNCIA JURÍDICA DO DISTRITO FEDERAL – 2001 – CESPE/UNB) Os

crimes de injúria, difamação e calúnia, quando perpetrados pela

imprensa, tipificam-se como crimes de imprensa; ostentando a

vítima a condição de funcionário público e sendo o ato decorrente

do seu ofício, a ação penal será exclusivamente privada.

19. (OAB 2008.3 – CESPE/UNB) Caracterizado o delito de injúria, o juiz

pode deixar de aplicar a pena, no caso de retorsão imediata, que

consista em outra injúria.

20. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/UNB 2002) Se, no curso de

um inquérito policial, o advogado do indiciado protocolizar petição

com virulentas ofensas contra o juiz da causa, em virtude da

atuação deste, deverá o delegado responsável pela investigação,

de ofício e imediatamente, instaurar novo inquérito para apurar o

crime contra a honra do magistrado em razão da função.

21. (OAB 2008.3 – CESPE/UNB) O pedido de explicações em juízo é

cabível nos delitos de calúnia e difamação, mas não se aplica ao de

injúria.

22. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Os crimes

contra a honra são crimes unissubsistentes, não admitindo tentativa.

23. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL 2009 – CESPE/UNB)

Na calúnia, não se admite a exceção da verdade se, do crime

imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por

sentença irrecorrível.

24. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL 2009 – CESPE/UNB) A

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 48

exceção da verdade, na injúria, somente se admite se o ofendido é

funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas

funções.

25. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL 2009 – CESPE/UNB)

No crime de difamação, exige-se que o agente tenha consciência

da falsidade da imputação.

26. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) O crime de

difamação consuma-se no instante em que a própria vítima vem a

tomar conhecimento da ofensa irrogada, não importando se ela se

sentiu ou não ofendida.

27. (DELEGATÁRIO DE SERVIÇOS NOTARIAIS – TJDF – 2003 – CESPE/UNB)

Durante um baile de formatura, Mário, com o intuito de ofender a

dignidade de Marco, seu desafeto, desfechou-lhe um tapa no rosto

e, logo em seguida, puxou-lhe os cabelos de forma aviltante. Nessa

situação, Mário praticou o crime de injúria real, que, no caso

específico, é de ação penal pública incondicionada.

28. (DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Considere, por

hipótese, que um indivíduo profira palavras injuriosas contra

funcionário público no exercício da função, porém, desconhecendo

a qualidade pessoal da vítima, ou seja, que se trata de funcionário

público. Nessa hipótese, é correto afirmar que o autor não

responderá pelo delito de desacato, subsistindo a punição por

injúria.

29. (AGENTE PENITENCIÁRIO 2009 – CESPE/UNB) Admite-se a exceção da

verdade nos crimes de difamação, se o ofendido for incapaz e a

ofensa tiver sido publicada em meio de grande circulação.

30. (AGENTE PENITENCIÁRIO 2009 – CESPE/UNB) Não se admite a

exceção da verdade nos crimes de injúria, salvo se o ofendido for

falecido.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 49

CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

1. (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL – 2006 – CESPE/UNB) A

violação de domicílio é crime de mera conduta, não se exigindo

resultado determinado.

2. (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) O

sequestro é crime formal, que se consuma no momento em que

ocorre a privação da liberdade de locomoção.

3. (OAB SP 2008.1 – CESPE/UNB) O crime de sequestro exige uma

conduta omissiva.

4. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – SE 2006 – CESPE/UNB) Um indivíduo

cometeu crime de redução à condição análoga à de escravo.

Nessa situação, o crime praticado prevê a pena de 2 a 8 anos de

reclusão e é definido como crime contra a organização do trabalho.

5. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – RR – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. Jorge constrangeu um cego deficiente físico de

se deslocar até uma agência bancária para receber um benefício,

privando-o de seu guia e destruindo as suas muletas. Nessa situação,

Jorge praticou o crime de constrangimento ilegal.

6. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/UNB 2002) Se um indivíduo

praticar crime de sequestro e este se prolongar por mais de uma

semana, a polícia pode validamente realizar a prisão em flagrante

do sequestrador mesmo se somente o conseguir capturar ao final

desse período, pois, nesse caso, o estado de flagrância perdurará.

7. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO – 2007 – CESPE/UNB)

Caso um fazendeiro dispense aos seus empregados tratamento

violento, ofereça-lhes condições precárias de trabalho, retenha-lhes

salário e documentos pessoais e ainda lhes cerceie a liberdade de

locomoção, fica configurado crime de redução de trabalhador à

condição análoga à de escravo, o qual se inclui no rol dos crimes

contra a organização do trabalho.

8. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2002 – CESPE/UNB) Um indivíduo

constrangeu, sob grave ameaça exercida com o emprego de um

revólver, um motorista a conduzi-lo com seu automóvel até uma

estação rodoviária. Nessa situação, o indivíduo praticou o crime de

sequestro.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 50

9. (DPU – DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – CESPE/UNB – 2010) Na

doutrina, distinguem-se as figuras sequestro e cárcere privado,

afirmando-se que o primeiro é o gênero do qual o segundo é

espécie. A figura cárcere privado caracteriza-se pela manutenção

de alguém em recinto fechado, sem amplitude de locomoção,

definição esta mais restrita que a de sequestro.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 51

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Furto

1. (JUIZ DE DIREITO PARÁ – 2002 – CESPE/UNB) É qualificado, pelo abuso

de confiança, crime de furto cometido por vigia noturno que tenha

acesso às chaves do estabelecimento em que trabalha para poder

atender a qualquer eventualidade.

2. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2004 – CESPE/UNB) Tanto no furto qualificado

pela fraude quanto no estelionato, há utilização de ardil para

enganar a vítima. A diferença reside em que, no furto, a fraude é

utilizada para desviar a atenção de alguém para que ocorra a

subtração do bem, enquanto que, no estelionato, a vontade do

sujeito passivo é viciada, fazendo que ele entregue voluntariamente

a coisa ou a vantagem ilícita.

3. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN 2009 – CESPE/UNB) Se dois

indivíduos primários, em conluio, ajustarem e executarem subtração

de um objeto de valor ligeiramente aquém de um salário-mínimo e,

durante o processo, resolverem confessar a conduta, assim como a

prévia combinação de ambos, de acordo com a posição mais

recente do STJ, em que pese os dois acusados serem primários e a

coisa subtraída ser de pequeno valor, não será possível o

reconhecimento do privilégio atinente a essas condições, pois esse

instituto é incompatível com o furto qualificado pelo concurso de

agentes.

4. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN 2009 – CESPE/UNB) Caso um

estudante de medicina resolva, clandestinamente, entrar nas

dependências da sua faculdade e de lá subtrair um cadáver

utilizado para estudos acadêmicos, deve responder por crime de

furto, pois, nesse contexto, o cadáver se equipara a coisa alheia

móvel.

5. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL 2009 – CESPE/UNB) A causa de

aumento de pena relativa à pratica do crime de furto durante o

repouso noturno somente se aplica ao furto simples e não às

modalidades de furto qualificado e prevalece o entendimento de

que o aumento de pena só é cabível quando a subtração ocorre em

casa ou em alguns de seus compartimentos e local habitado.

6. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL 2004 – REGIONAL – CESPE/UNB)

Carlos foi denunciado pelo crime de furto, por ter subtraído uma

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 52

máquina fotográfica de Alberto, avaliada em R$ 80,00. Nessa

situação, no momento da prolação da sentença, o juiz, mesmo

tendo constatado que Carlos tinha contra si outros três inquéritos

policiais para a apuração de furtos por ele praticados, poderá

reconhecer a presença do furto privilegiado ou furto mínimo,

substituindo a pena de reclusão por detenção, aplicando redução

de pena ou aplicando somente a pena de multa.

7. (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2004 – CESPE/UNB) Em um depósito

público, valendo-se de facilidades que lhe proporcionava o cargo,

um servidor público subtraiu um toca-fitas do interior de um veículo

apreendido, do qual não tinha a posse ou a detenção. Nessa

situação, o servidor público praticou o crime de furto qualificado,

com abuso de confiança.

8. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/PB 2008 – CESPE/UNB) Considera-se

famulato o furto

a) praticado em estado de extrema miserabilidade, para evitar

perigo maior decorrente da ausência de alimentação, situação

em que há estado de necessidade, não se incluindo no conceito,

entretanto, o furto de bens supérfluos.

b) de gados pertencentes a terceira pessoa, espalhados por currais,

com ânimo de assenhoramento definitivo pelo autor do crime.

c) praticado pelo empregado, aproveitando-se de tal situação, de

bens pertencentes ao empregador.

d) de energia elétrica.

e) de bens de uso comum do povo, que possam ter algum valor

econômico.

9. (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2004 – CURSO DE FORMAÇÃO 3.ª

TURMA – 2.ª PROVA – CESPE/UNB) Tales, servidor público, trabalhava

no departamento de informática de um órgão federal. Ele cobrava

40% do valor das multas aplicadas pelo órgão a terceiros para

excluí-las, indevidamente, do sistema eletrônico de processamento

de multas. Além desse fato, Tales retirava peças dos computadores

em bom estado, as substituía por peças usadas e as vendia para

terceiros. Por ter subtraído peças dos computadores, Tales deve

responder por furto, que é um crime contra o patrimônio, nesse caso,

o patrimônio público.

10. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) O furto de uso e

o dano culposo são exemplos clássicos de falta de tipicidade, visto

que tais ações não se encontram descritas em nenhum tipo penal.

11. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – RR – CESPE/UNB) A res nullius e a res

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 53

derelicta não podem ser objeto material do crime de furto.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJDF – 2003 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Uma empregada doméstica,

percebendo que um ladrão rondava a residência em que ela

trabalhava, e no intuito de vingar-se do patrão, deliberadamente,

deixou a porta aberta, por onde o ladrão entrou e subtraiu objetos

valiosos. Nessa situação, a empregada não deverá ser

responsabilizada pelo crime perpetrado, por não ter havido acordo

prévio entre ela e o autor, necessário para caracterizar a

participação criminosa.

13. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – ES – 2006 – CESPE/UNB) Não há furto na

subtração com o consentimento do ofendido, ante a ausência de

circunstância elementar da figura típica, já que o núcleo do tipo

“subtrair” compreende a ação de retirar a coisa contra a vontade da

vítima.

14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) A qualificadora do

rompimento de obstáculo à subtração da coisa só incide caso a

violência seja empregada quando o obstáculo é inerente à própria

res furtiva.

15. (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2004 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Um agente, por equívoco, pegou um

relógio de ouro que estava sobre o balcão de uma joalheria,

pensando que era o seu, quando, na realidade, pertencia a outro

comprador. Nessa situação, o agente responderá pelo crime de furto

culposo.

16. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 1997 – CESPE/UNB) Nos crimes

contra o patrimônio, a expressão coisa alheia, incluída, por exemplo,

na definição dos crimes de furto e roubo, indica o elemento

normativo do tipo.

17. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 1997 – CESPE/UNB) Se um dos

agentes quis participar de um furto, não assumindo o risco de que o

comparsa viesse a cometer roubo, responderá apenas por furto,

com a pena aumentada de até a metade se o resultado mais grave

fosse previsível.

18. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE – PERNAMBUCO – 2004

– CESPE/UNB) Considere a seguinte situação hipotética. José subtraiu

do bolso da calça de um transeunte, em proveito próprio, a

importância de R$ 0,15. Nessa situação e, de acordo com o

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 54

entendimento do STJ, em face do princípio da insignificância, haverá

a exclusão da tipicidade da conduta de José.

19. (ASSISTENTE JURÍDICO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA – AC – 2002 –

CESPE/UNB) Carlos, Sílvio e Selênio resolveram cometer um crime de

furto a residência e o fizeram. Carlos abriu o imóvel com uma gazua,

Sílvio ingressou no imóvel e subtraiu vários bens e Selênio apenas os

acompanhou para, de fora do imóvel, avisar de eventual

aproximação de estranhos, o que não ocorreu. Nessa situação,

Carlos e Sílvio cometeram crime de furto, mas Selênio, por falta de

ato de execução ou auxílio material, não cometeu esse crime.

20. (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – 2007 – CESPE/UNB) Cláudio, com

intenção de furtar, entrou no carro de Vagner, cuja porta estava

destravada, e acionou o motor por meio de uma chave falsa na

ignição do veículo, assim logrando êxito em subtrair o veículo. Nessa

situação, e de acordo com a jurisprudência do STJ, Cláudio

responde por crime de furto simples.

21. (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL – 2006 – CESPE/UNB)

Na hipótese da prática de furto de coisa comum, a ação penal é

pública condicionada à representação.

22. (PROCURADOR DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL –

2006 – CESPE/UNB) Um indivíduo destruiu a porta da residência de um

vizinho e, no interior desta, subtraiu, em proveito próprio, um

televisor, um aparelho de som, dinheiro e roupas. Nessa situação, em

face do critério da consunção, o indivíduo não responderá pelo

crime de dano, mas somente pelo crime de furto qualificado, com

destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa.

23. (PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Considere

a seguinte situação hipotética. Lauro, sócio-cotista de uma

sociedade comercial juntamente com Júlio, com 50% do capital

social de R$ 50 mil integralizado, subtraiu do caixa da respectiva

empresa, em proveito próprio, a importância de R$ 10 mil em

espécie. Nessa situação, Lauro praticou o crime de furto de coisa

comum.

24. (OAB 2009.1 – CESPE/UNB) Constitui conduta criminosa destruir

culposamente a vidraça de prédio pertencente ao departamento de

polícia civil.

25. (AGENTE DA POLÍCIA CIVIL RR – CESPE/UNB 2003) Considerando a

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 55

situação hipotética em que um indivíduo – Flávio – tenha sido preso

em flagrante delito, após ter danificado, mediante pauladas, viatura

policial. Nesse caso, ocorreu o delito de dano a bem público, de

ação penal pública incondicionada, devendo a autoridade policial

instaurar o inquérito policial de ofício.

26. (OAB 2006.1 – CESPE/UNB) O STJ não admite a aplicação do princípio

da bagatela no crime de furto, ainda que seja insignificante o valor

dos bens furtados.

João e Pedro ajustaram entre si a prática de um furto a uma loja de

produtos importados que julgavam estar abandonada. Segundo o

acerto, João entraria na loja, de lá subtrairia um televisor, no valor de R$

3.500,00, e retornaria ao carro em que Pedro, ao volante, o estaria

aguardando. No dia do crime, 15 de março de 2004, por volta das onze

horas da manhã, João, ao ingressar na loja, deparou-se com Maria, que

lá estava sem que João ou Pedro o soubessem. Antes de subtrair o

televisor, João, com a intenção de matar Maria e com isso assegurar o

proveito da subtração, atacou-a com uma faca e produziu ferimentos

que acarretaram, posteriormente, a retirada de um de seus rins. Maria,

no momento da investida de João, resistiu e atingiu-o com um forte

soco, que provocou a fratura de um dos ossos do rosto de João.

Impossibilitado de prosseguir no ataque a Maria, em razão da intensa

dor que sentiu no rosto, João fugiu e levou consigo o televisor para o

carro em que Pedro o aguardava. Maria, empregada da loja, mesmo

ferida pela faca utilizada por João, telefonou para a polícia, que,

imediatamente, de posse da descrição de João e do carro utilizado na

fuga, pôs-se a procurá-lo nas redondezas. No final da tarde, a polícia

efetuou a prisão de João e de Pedro, que já tinham vendido a Carlos,

sabedor da origem criminosa, o televisor subtraído da loja. A respeito da

situação hipotética acima, julgue os itens a seguir.

27. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) João praticou os

crimes de furto contra a loja, de tentativa de homicídio e de lesões

corporais contra Maria.

28. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) João e Pedro

praticaram o crime de furto em concurso de pessoas.

29. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) Pedro é

penalmente responsável, na qualidade de partícipe, pela prática de

crime contra a vida.

30. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) Caso se

considere que, em março de 2005, tenha entrado em vigor uma lei

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 56

que tornou atípica a conduta de furtar bens de valor inferior a R$

5.000,00, João e Pedro não seriam beneficiados, uma vez que, ao

tempo da ação, o fato realizado constituía crime.

31. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) São três os

sujeitos passivos dos crimes descritos na situação hipotética: a loja

proprietária do televisor, Maria e Carlos.

32. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) Carlos

responderá igualmente pelo furto, uma vez que aderiu à conduta

praticada por João e Pedro e sabia da origem criminosa do televisor.

33. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) Supondo-se que

Carlos seja proprietário de uma loja de venda de televisores e que

tenha adquirido o televisor para vendê-lo em sua loja, então ele

deverá responder por receptação qualificada.

34. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) Uma vez que

não obteve êxito em matar Maria, João deve responder tão somente

pelo crime de lesões provocadas contra Maria.

35. (AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL 2005 – CESPE/UNB) Se ignorasse a

origem do televisor e o tivesse comprado por apenas R$ 500,00,

Carlos responderia por crime contra o patrimônio, em sua forma

culposa.

36. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL ESPÍRITO SANTO – CESPE/UNB 2006)

Conforme o entendimento jurisprudencial dominante, no caso do

furto qualificado pelo rompimento de obstáculo à subtração da

coisa, é imprescindível o exame pericial para a sua constatação; a

falta de perícia, nesse caso, implica a rejeição da qualificadora ou a

desclassificação para o furto simples.

37. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL RORAIMA – CESPE/UNB 2003) Nesse

caso, ocorreu o delito de dano a bem público, de ação penal

pública incondicionada, devendo a autoridade policial instaurar o

inquérito policial de ofício.

icionada.

38. (JUIZ DE DIREITO/BA – CESPE/UNB 2005) Mariana encontrava-se na

seção de vestuário de um hipermercado e, no momento em que

colocava uma calça e uma camisa jeans em uma bolsa que

portava, com a intenção de subtraí-las, estava sendo observada por

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 57

um segurança por meio de um sistema de monitoramento eletrônico.

Ao tentar sair do hipermercado, Mariana foi abordada pelo

segurança, que, após revistar a sua bolsa, apreendeu a res furtiva.

Nessa situação, e de acordo com o STJ, tratou-se de crime

impossível, pela absoluta ineficácia do meio empregado por

Mariana para a subtração da res.

Roubo e extorsão

1. (DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Aumenta-se a

pena de um terço até a metade, se o crime de extorsão é cometido

por duas ou mais pessoas e com abuso de confiança ou mediante

fraude.

2. (DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) O crime de

extorsão assemelha-se ao crime de roubo e ao crime de

constrangimento ilegal, pois, em ambos, o sujeito ativo deverá

cometer violência ou grave ameaça contra a vítima.

3. (JUIZ DE DIREITO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. Um indivíduo, agindo com animus furandi, deu

uma trombada em uma anciã e a derrubou ao solo, puxou

violentamente a sua bolsa, subtraindo cartões de crédito, talonários

de cheques e R$ 1.000,00 em dinheiro, assim como causando-lhe

lesão corporal de natureza leve. Nessa situação, de acordo com os

entendimentos do STJ e STF, o indivíduo praticou o crime de roubo.

4. (JUIZ DE DIREITO PARÁ – 2002 – CESPE/UNB) Comete crime de roubo

simples o agente que simula a utilização de arma de fogo, usando

para tal dois dedos embaixo da camisa.

5. (JUIZ DE DIREITO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. André abordou Aparecida em um

estacionamento e, mediante grave ameaça exercida com o

emprego de um revólver, subtraiu a importância de R$ 500,00,

cartões de crédito, um talão de cheques e um relógio. Após a

subtração, André constrangeu Aparecida a entrar em seu veículo,

privando-a de sua liberdade de ir e vir por aproximadamente 6

horas, sob ameaça da arma. Nessa situação e, de acordo com o

entendimento do STJ, ocorreu o concurso material entre os crimes de

roubo e sequestro.

6. (OAB 2006.1 – CESPE/UNB) O crime de extorsão consuma-se com a

obtenção da vantagem indevida.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 58

7. (OAB 2006.1 – CESPE/UNB) A condenação por extorsão mediante

sequestro, delito tido como hediondo, deve ser cumprida em regime

integralmente fechado, estando vedada a progressão de regime.

8. (JUIZ DE DIREITO CEARÁ – 2004 – CESPE/UNB) Considere a seguinte

situação hipotética. Marcos, mediante grave ameaça exercida com

o emprego de um revólver de brinquedo, abordou Joana e

determinou que mostrasse o que tinha no interior de sua bolsa, sendo

que, ao verificar que não trazia dinheiro ou qualquer valor, a deixou

ir embora. Nessa situação, de acordo com o entendimento do STJ,

Marcos praticou o crime de roubo tentado.

9. (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2004 – CESPE/UNB) Um indivíduo,

mediante violência e grave ameaça exercida com o emprego de

um revólver municiado, exigiu que a vítima preenchesse e assinasse

um cheque no valor de R$ 4 mil, entregando-o posteriormente para

ser sacado no banco. Nessa situação, o indivíduo praticou um crime

de roubo, com a causa de aumento de pena devido ao emprego de

arma.

10. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – TO 2008 – CESPE/UNB) O roubo nada

mais é do que um furto associado a outras figuras típicas, como as

originárias do emprego de violência ou grave ameaça.

11. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJDF – 2003 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Tadeu, com a intenção de subtrair

dinheiro, adentrou uma padaria, empunhando uma arma de fogo e

anunciou o assalto. Porém, foi visto por policiais que patrulhavam a

área e, ao perceber que poderia ser preso, efetuou vários disparos

no local, matando três pessoas que ali estavam, evadindo-se em

seguida. Nessa situação, houve a prática do crime de latrocínio na

forma tentada.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJDF – 2003 – CESPE/UNB) O agente que

subtrair um automóvel e, na fuga, atropelar um pedestre, causando-

lhe lesões corporais, cometerá furto em concurso material com lesão

corporal culposa, cujas penas serão aplicadas cumulativamente.

13. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) O roubo difere do

furto pelo uso de grave ameaça (violência psíquica) ou violência, ou

de qualquer outro meio que reduza a possibilidade de resistência da

vítima.

14. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 2004 REGIONAL BRANCA –

CESPE/UNB) Júlio e Lúcio combinaram entre si a prática de crime de

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 59

furto, ficando ajustado que aquele aguardaria no carro para

assegurar a fuga e este entraria na residência — que, segundo

pensavam, estaria vazia — para subtrair as joias de um cofre. Ao

entrar na residência, Lúcio verificou que um morador estava

presente. Lúcio, que tinha ido armado sem avisar Júlio, matou o

morador para assegurar a prática do crime. Depois de fugirem, Júlio

e Lúcio dividiram as joias subtraídas. Nessa situação, Júlio

responderá pelo crime de furto, enquanto Lúcio responderá pelo

crime de roubo.

15. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 2004 REGIONAL BRANCA –

CESPE/UNB) Túlio constrangeu Wagner, mediante emprego de arma

de fogo, a assinar e lhe entregar dois cheques seus, um no valor de

R$ 1.000,00 e outro no valor de R$ 2.500,00. Nessa situação, Túlio

praticou crime de roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo.

16. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL 2002 – CESPE/UNB) Carlos, mediante

ameaça com arma de fogo, obrigou Filipe, condutor de um veículo,

a levá-lo ao caixa eletrônico de um banco, no qual o segundo

possuía conta-corrente. Antes de irem ao caixa, porém, Carlos pôs

Filipe na mala do veículo e passou algumas horas rodando pela

cidade. Ao chegarem ao caixa, aquele exigiu deste que sacasse

determinada quantia em dinheiro, para poder liberá-lo. Nessa

situação, Carlos não cometeu crime de roubo.

17. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 1997 – CESPE/UNB) Nos crimes

contra o patrimônio, segundo entendimento predominante no STJ, o

emprego de arma de brinquedo qualifica o crime.

18. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) O agente que, para

roubar o caixa, invade mercearia matando seu proprietário e mais

dois empregados, fugindo em seguida com res furtiva, responde por

um único latrocínio, sendo a pluralidade de vítimas circunstância

avaliada na dosimetria da pena.

19. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL – TO – 2008 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Durante a realização de um assalto a

um posto de gasolina, José atirou no frentista que tinha consigo o

dinheiro das vendas realizadas naquele dia. Após o disparo, José

fugiu, sem efetivar a subtração pretendida. O frentista faleceu em

decorrência da lesão sofrida. Nessa situação, mesmo que não tenha

realizado a subtração do dinheiro, José responderá pela prática do

crime de latrocínio consumado.

20. (ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL – PA – 2006 – CESPE/UNB) O delito de

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 60

roubo, conforme expresso em jurisprudência do Superior Tribunal de

Justiça (STJ), consuma-se quando a coisa subtraída passa para o

poder do agente, mesmo que em curto espaço de tempo,

independentemente de a coisa permanecer na posse tranquila do

agente.

21. (ASSISTÊNCIA JURÍDICA DO DISTRITO FEDERAL – 2001 – CESPE/UNB) De

acordo com a orientação do STF, o crime de roubo consuma-se no

momento em que o agente se torne possuidor da res subtraída

mediante grave ameaça ou violência. Para que o agente se torne

possuidor, é prescindível que a res saia da esfera da vigilância do

antigo possuidor, bastando que cesse a clandestinidade ou a

violência.

22. (ASSISTÊNCIA JURÍDICA DO DISTRITO FEDERAL – 2001 – CESPE/UNB)

Tonico desfechou três tiros de revólver contra Miguel, matando-o,

com o propósito de subtrair o veículo que conduzia. A subtração

consumou-se, tendo Tonico sido preso em flagrante. Nessa situação,

Tonico responderá pelo crime de latrocínio, com a aplicação da

causa especial de aumento do emprego de arma de fogo, inscrita

no Código Penal.

23. (PROCURADOR DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL –

2006 – CESPE/UNB) Segundo o texto da lei penal objetiva, haverá

roubo impróprio sem a subtração anterior do bem móvel quando a

conduta do agente for seguida de grave ameaça ou violência para

garantir a detenção da res furtiva.

24. (DELEGATÁRIO DE SERVIÇOS NOTARIAIS – TJDF – 2006– CESPE/UNB) A

violência ou grave ameaça tipificadora do crime de roubo torna

inviável a aplicação a esse crime do princípio da insignificância.

25. (DELEGATÁRIO DE SERVIÇOS NOTARIAIS – TJDF – 2006 – CESPE/UNB) O

delito de roubo consuma-se com a simples posse, ainda que breve,

da coisa alheia móvel, subtraída mediante violência ou grave

ameaça, sendo desnecessário que o bem saia da esfera de

vigilância da vítima.

26. (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – 2004 – CESPE/UNB) Antônio cometeu

crime de roubo contra Tadeu, ao subtrair-lhe uma máquina

fotográfica digital. Nessa situação, caso Antônio restitua o bem

subtraído antes do oferecimento da denúncia, incidirá causa de

redução de pena, por configurar-se o arrependimento posterior.

27. (DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS – 2003 – CESPE/UNB) Denomina-se

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 61

roubo impróprio a hipótese em que a violência ou grave ameaça é

exercida após a consumação da subtração.

28. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. Aderbal constrangeu Heloísa, mediante

grave ameaça , utilizando-se de arma de brinquedo, a fornecer-lhe

a senha de seu cartão bancário. Nessa situação, Aderbal praticou o

crime de extorsão, incidindo causa de aumento de pena em razão

do instrumento utilizado para ameaçar a vítima.

29. (JUIZ DE DIREITO PARÁ – 2002 – CESPE/UNB) Comete crime de

introdução ou abandono de animais em propriedade alheia aquele

que tenha sido negligente na guarda de seus suínos, que, por isso,

danificaram plantação de vizinho.

30. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL 2004 – REGIONAL – CESPE/UNB) No

crime de roubo e no crime de extorsão, o agente pode-se utilizar dos

mesmos modos de execução, consistentes na violência ou grave

ameaça. A diferença fundamental existente entre os dois delitos

consiste em que, no crime de extorsão, pretende-se um

comportamento da vítima, restando um mínimo de liberdade de

escolha, enquanto que, no crime de roubo, o comportamento é

prescindível.

31. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) O crime de extorsão

não admite tentativa já que, além de ser crime formal, não exige

para sua consumação a obtenção do resultado pretendido pelo

agente.

32. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – RR – CESPE/UNB) No crime de extorsão

mediante sequestro, o momento consumativo não é o da obtenção

da vantagem, mas o da privação da liberdade de locomoção da

vítima, em tempo juridicamente relevante.

33. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) A consumação do

crime de extorsão mediante sequestro ocorre no momento da

obtenção da vantagem exigida como preço pelo resgate da vítima.

34. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) O crime de extorsão

mediante sequestro consuma-se no momento em que a privação da

liberdade da vítima se completa.

35. (OAB 2008.2 – CESPE/UNB) Pratica o crime de sequestro em

concurso formal com furto o agente que, no intuito de obter senha de

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 62

cartão bancário, priva a vítima de liberdade e, obtendo êxito, a liberta.

Apropriação indébita

1. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) O crime de

apropriação indébita consuma- se quando o agente passa a agir

como se fosse o proprietário do bem apropriado, sem a intenção de

promover a sua restituição.

2. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2005 – CESPE/UNB) A apropriação

indébita previdenciária é crime omissivo próprio ou puro, que se

aperfeiçoa independentemente do fato de o agente – empregador –

vir a se beneficiar com os valores descontados de seus empregados

e não repassados à previdência social.

3. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2007 – CESPE/UNB) O dolo do crime de

apropriação indébita previdenciária é a consciência e a vontade de

não repassar à previdência, dentro do prazo e na forma da lei, as

contribuições recolhidas, não se exigindo a demonstração de

especial fim de agir ou o dolo específico de fraudar a previdência

social como elemento essencial do tipo penal. Ademais, ao

contrário do que ocorre na apropriação indébita comum, não se

exige o elemento volitivo consistente no animus rem sibi habendi

para a configuração do tipo. Trata-se de crime omissivo próprio, em

que o tipo objetivo é realizado pela simples conduta de deixar de

recolher as contribuições previdenciárias aos cofres públicos no

prazo legal, após a retenção do desconto.

4. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – TO 2008 – CESPE/UNB) Considere a

seguinte situação hipotética. João entregou a Manoel certa quantia

em dinheiro para que, em prazo determinado, a entregasse a uma

terceira pessoa. Ao fim do prazo, Manoel se apossou do montante,

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 63

tendo se utilizado do dinheiro para gastos pessoais. Nessa situação,

a conduta de Manoel caracteriza o crime de apropriação indébita.

5. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2004 – CESPE/UNB) De acordo com a

orientação do STJ, o crime de apropriação indébita previdenciária

caracteriza-se com a simples conduta de deixar de recolher as

contribuições descontadas dos empregados, sendo desnecessário o

animus rem sibi habendi para a sua configuração.

6. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) A apropriação

indébita de coisa furtada não é possível ainda que desconheça o

agente sua origem.

7. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – PA – CESPE/UNB) Ressarcido o dano,

após a consumação do crime de apropriação indébita e antes de

oferecida a denúncia, extingue-se a punibilidade por falta de

previsão legal.

8. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 2004 REGIONAL BRANCA –

CESPE/UNB) Ao adquirir um pequeno supermercado, Jonas verificou

que parte dos salários dos empregados era paga à margem dos

recibos salariais, com a supressão das contribuições previdenciárias

correspondentes. Embora não existisse qualquer ação fiscal contra a

empresa, Jonas dirigiu-se à previdência social para regularizar a

situação, confessando os valores das contribuições devidas. Nessa

situação, embora tenha havido o crime de sonegação de

contribuição previdenciária, o antigo titular do empreendimento não

responderá criminalmente, por estar extinta a punibilidade.

9. (ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL 2002 – CESPE/UNB) Abílio era titular

de uma empresa e, certo mês, efetuou a dedução, na folha de

pagamentos, do percentual devido pelos empregados, o qual

recolheu ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Contudo, não

pagou o valor correspondente ao percentual devido pela própria

empresa. Sabendo que a legislação previdenciária obriga os

empregadores a deduzirem da remuneração de seus empregados

um percentual, devido ao INSS e que, além disso, o próprio

empregador é também obrigado a pagar a essa autarquia, com

seus próprios recursos, determinado percentual da remuneração,

então, nessa situação, Abílio não cometeu o delito denominado

apropriação indébita previdenciária.

10. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 2002 – CESPE/UNB) Jofre,

empregado do Banco do Brasil S.A. (BB), apropriou-se da

importância de R$ 20.000,00 de que tinha a posse em razão da

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 64

função. Nessa situação, e de acordo com o STF, Jofre praticou o

crime de apropriação indébita.

11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR – 2006 – CESPE/UNB) Para a tipificação

do crime de apropriação indébita, é necessário que o agente

empregue meio fraudulento para que a coisa seja confiada a ele

pelo ofendido, invertendo, logo após, sua posse ou detenção.

12. (OAB 2009.1 – CESPE/UNB) O crime de apropriação indébita de

contribuição previdenciária é delito material, exigindo-se, para a

consumação, o fim específico de apropriar-se da coisa para si

(animus rem sibi habendi).

13. (OAB 2007.1 – CESPE/UNB) No crime de apropriação indébita

previdenciária, o pagamento integral dos débitos oriundos da falta

de recolhimento de contribuições sociais, efetuado posteriormente

ao recebimento da denúncia, é

a) circunstância atenuante.

b) causa de exclusão da tipicidade.

c) causa de extinção da punibilidade.

d) indiferente penal.

14. (OAB 2008.1 – CESPE/UNB) Júlio, empresário, deixou de recolher, no

prazo legal, contribuição destinada à previdência social que ele

havia descontado de pagamento efetuado a segurado.

Considerando a situação hipotética descrita, assinale a opção

correta.

a) O crime praticado por Júlio constitui espécie de apropriação

indébita, que deve ser processado na justiça federal mediante

ação penal pública incondicionada.

b) O crime, consumado no momento em que Júlio decidiu deixar de

recolher as contribuições, depois de ultrapassado o prazo legal,

admite tentativa e a modalidade culposa.

c) Caso Júlio, espontaneamente, confesse e efetue o pagamento

integral das contribuições à previdência social, antes do início da

ação fiscal, ele terá direito à suspensão condicional da pena.

d) O juiz deve conceder o perdão judicial ou aplicar somente a pena

de multa, caso Júlio seja primário e tenha bons antecedentes.

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 65

Estelionato

1. (DEFENSOR PÚBLICO/SE – CESPE/UNB 2005) Considere a seguinte

situação hipotética. Caio adquiriu de uma loja de motocicletas

vários acessórios pela quantia de R$ 400,00, mediante a emissão de

um cheque produto de furto, preenchido e assinado na presença do

vendedor. A cártula foi devolvida pelo banco sacado, em razão de

sua origem ilícita. Nessa situação, devido a sua conduta, Caio deve

responder por estelionato em seu tipo fundamental, visto que o

cheque, objeto de falsificação, foi empregado como meio de induzir

alguém em erro.

.

2. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2002 – CESPE/UNB) Antônio recebeu de um

adolescente um cartão de crédito e dois cheques em branco.

Posteriormente, dirigiu-se até uma loja de eletrodomésticos e

adquiriu um aparelho de televisão, emitindo, em pagamento à vista,

uma cártula no valor de R$ 850,00, mediante falsificação da

assinatura do correntista. Nessa situação, de acordo com o STJ, pela

conduta descrita, Antônio responderá somente pelo crime de

estelionato.

3. (JUIZ DE DIREITO MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) No crime de

estelionato mediante emissão de cheque sem provisão de fundos, o

pagamento até o recebimento da denúncia afasta a justa causa

para a propositura da ação penal.

4. (DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL/RN 2009 – CESPE/UNB) No estelionato

com fraude para recebimento de seguro, em que o agente se

autolesiona no afã de receber prêmio, é possível se concluir que se

reúnem, na mesma pessoa, as sujeições ativa e passiva da infração.

5. (OAB 2009.1 – CESPE/UNB) Constitui conduta criminosa emitir cheque

pré-datado, sabendo-o sem provisão de fundos.

6. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2002 – CESPE/UNB) Jota vendeu a Marina um

imóvel residencial de que era proprietário, recebendo pela

transação a importância de R$ 120 mil. No mesmo dia, Jota celebrou

um compromisso de compra e venda do mesmo imóvel com

Manolo, recebendo no ato a importância de R$ 60 mil. Um mês

depois, ao tomar conhecimento de que o imóvel tinha sido transcrito

no cartório de registro de imóveis em nome de Marina no dia

anterior, Manolo deixou de pagar o restante do débito (R$ 40 mil) e

compareceu perante a autoridade policial. Nessa situação, Jota

Direito Penal

Emerson Castelo Branco 66

praticou o crime de estelionato, na modalidade de disposição de

coisa alheia como própria.

7. (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 2004 – CESPE/UNB) O proprietário de

um bingo programou suas máquinas de videopôquer (pôquer

eletrônico) para fraudar e lesionar os apostadores do seu

estabelecimento. Nessa situação, o proprietário praticou o crime de

estelionato básico.

8. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) O emitente de um

cheque que para não cumprir com seu pagamento subtrai o título do

credor e o destrói pratica o crime de supressão de documento.

9. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) Agente que

falsifica assinatura em cheque alheio, descontado por descuido do

banco, comete o delito de estelionato, restando absorvida por este a

falsidade.

10. (DELEGADO – POLÍCIA CIVIL – ES – CESPE/UNB) É crime de estelionato,

na modalidade de fraude no pagamento, a conduta do agente de

dar cheque em pagamento a dívida de jogo ou a atividade de

prostituição.