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Prefácio Caro Professor É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral. Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos. As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva. Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já, agradecer. Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa e criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão para o combate à pobreza. Aires Bonifácio Baptista Ali. Ministro da Educação e Cultura

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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário

Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade

de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se

faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida

continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram

desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores

necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o

mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje

tem em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da

DINEG, de professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas

instituições públicas, empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço

da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas,

apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa

e criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens

que amanhã contribuirão para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e

Cultura e tem como objectivos:

Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.

Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo diversificado, flexível e profissionalizante.

Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação dos

estudos como para o mercado de trabalho e auto emprego. Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:

O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de implementação;

Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos; O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG); Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a aprender ao longo de toda a sua vida. O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país. As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros desafios. Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões

individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias da sua vida; Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais; Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual, mas também às tendências de transformação no mercado;

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Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de diversas culturas, religiões, raças, entre outros. Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável. Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas

relevantes para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral. 1.2. Os desafios da Escola A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da vida. Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é, conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto significa que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de conhecimentos, práticas e valores. Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a realidade do país. Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita, matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa; b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de

aprendizagem e busca metódica de informação em diferentes meios e uso de

tecnologia; c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e

apresentação dos trabalhos; d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica

social do país e do mundo; e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se

relacionar bem com os outros; f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos; g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis; h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da

comunidade bem como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas; i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;

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j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança; k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em

grupo; l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e

crianças. Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.

(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar

situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a

escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da

comunidade escolar de forma coerente e sistemática.

PCESG:27

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça, solidariedade, humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à pátria, o amor próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo bem comum, deverá estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos da vida da escola. As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao longo da vida.

1.3. A Abordagem Transversal A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os outros e bem fazer. Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima

definidas de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao

longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas transversais.

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O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégias que permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam

professores, alunos e até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos. 1.4 As Línguas no ESG A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado.

No currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas estrangeiras (Inglês e Francês). As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante nas produções dos alunos em todas as disciplinas. O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura (concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados

a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la. Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade. 1.5. O Papel do Professor O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho. Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas

tenham significado para a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais. O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

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Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este consiga:

organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus

conhecimentos, habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;

encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um problema que os obriga a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de outras áreas do saber;

acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos,

motivá-los e corrigi-los durante o processo de trabalho; criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o

mundo e transformá-lo; avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa

perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:

- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e

correcção dos textos; - História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes; - Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região; - Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG. As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação, reflectindo criticamente sobre a sociedade. O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da heterogeneidade vivencial dos alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela integração social e vocação profissional.

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5. o ensino e a aprendizagem da disciplina de Educação Visual A disciplina de Educação Visual é na sua essência uma disciplina prática que visa desenvolver nos alunos a destreza manual, através de diferentes técnicas de expressão, o

sentido de organização de espaços físicos e pictóricos, de estética e gosto pelo belo, entre outras qualidades, como a analítico-crítica de comunicação através da IMAGEM. Combinar actividades que valorizem, simultaneamente, a descoberta e a interrogação, aprendizagem pratica e a compreensão conceptual, a expressão pessoal e a reflexão individual e colectiva.

No segundo ciclo, inclui-se o apelo de verbalização de experiências visuais, a desenvolver dentro e fora do horário lectivo, respondendo assim a necessidade de aperfeiçoar competências no discurso a propósito da imagem. Será de considerar que as competências desenvolvidas na 11ª e 12ª Classes serão aprofundadas e aperfeiçoadas continuamente – quer para corresponder as exigências do prosseguimento de estudos, quer para que sobre elas se alicercem praticas e competências futuras de nível avançado. Tendo em conta os quatro pilares saber conhecer, saber fazer, saber ser e saber viver juntos e com os outros, o currículo, num processo de Educação Integral e Interdisciplinar, deverá garantir conhecimentos, aptidões e atitudes socialmente relevantes e aproximar os programas de ensino da vida quotidiana.

Nesta disciplina privilegiam-se os métodos de observação, experimentação e interpretação dos diferentes conceitos aprendidos. Assim, espera-se que os alunos sejam observadores activos, com capacidade para investigar, experimentar, fazer, aprofundando os seus conhecimentos nos domínios da Natureza e da Sociedade. Este programa fornece dados que podem ajudar o professor a orientar os alunos a ver, observar, reconhecer, interpretar e criar para melhor Comunicar e Produzir. Criar significa, procurar a maneira adequada de dizer aos outros, através da representação plástica, aquilo que vemos, sentimos e projectamos. O programa retoma alguns conteúdos e actividades já abordados no programa do Ensino Básico, por forma a permitir um melhor domínio das técnicas e do desenvolvimento pleno das capacidades expressivas dos alunos. As estratégias e actividades de ensino-aprendizagem, privilegiam o papel do professor enquanto orientador, apoiante e facultador de meios, assim como a participação activa dos alunos nos projectos e estudos enquanto sujeitos da aprendizagem. Em termos de materiais pedagógico-didácticos impera a sua variedade e utilização de recursos existentes na comunidade.

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1. Competências a desenvolver na disciplina de Educação Visual no ESG2

1. Apresenta mensagens visuais e experiências, através de relatos e demonstrações na

sala de aulas, em grupos de trabalho e na comunidade;

2. Recolhe informação sobre os hábitos, usos e costumes dos moçambicanos nas várias

línguas;

3. Pesquisa e sistematiza informação sobre assuntos relacionados com a disciplina nos

diferentes meios de informação;

4. Reage de forma crítica a mensagens visuais (cartazes, painéis, obras de Arte);

5. Analisa criticamente o ambiente visual envolvente;

6. Avalia trabalhos inter-escolas, inter-turmas, inter-grupos, e individuais;

7. Idealiza projectos para a melhoria da qualidade de vida das comunidades;

8. Promove debates sobre as matérias apreendidas;

9. Observa as regras de higiene e segurança na elaboração e apresentação dos

trabalhos;

10. Produz trabalhos que transmitam mensagens educativas e contribuam para

melhorar a qualidade visual do ambiente escolar e da comunidade;

11. Realiza e participa em exposições/venda dos trabalhos elaborados para colectar

fundos para obras de beneficência;

12. Pesquisa e utiliza materiais alternativos nos seus trabalhos;

13. Realiza trabalhos colectivos (pintura de murais, organização de eventos, decoração

dos espaços na escola, etc;

14. Divulga informação através dos meios de comunicação visual, que apelem ao uso de

leis, gestão e resolução pacífica de conflitos;

15. Divulga na escola e na comunidade informações que retratem situações de civismo e

cidadania responsáveis através dos meios de comunicação visual;

16. Elabora pictogramas com significados educativos, apelativo e informativos para uso

nas escolas, comunidade e empresa;

17. Planifica e produz meios de comunicação visual, para sensibilização da comunidade

sobre os cuidados a ter com a saúde (vícios, uso correcto das casas de

banho/latrinas);

18. Organiza e participa em feiras comunitárias;

19. Planifica e organiza os espaços da escola e da comunidade (localização dos edifícios,

hortas, pátio, espaço de lazer, campo de jogos, etc.);

20. Formula respostas individuais ou colectivas aos problemas concretos colocados

aplicando uma sequência lógica do trabalho para a resolução de um problema;

21. Divulga projectos de investigação para a melhoria da qualidade de vida das

comunidades;

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22. Realiza projectos colectivos para a melhoria da qualidade de vida das comunidades;

23. Concebe acções de solidariedade e apoio aos portadores de deficiência, idosos e

crianças;

24. Produz cartazes que apelem a não descriminação e estigmatização da pessoa

portadora deficiência;

25. Produz material escolar para outras áreas disciplinares.

Objectivos Gerais da disciplina de Educação Visual no ESG

Ao terminar o ESG o aluno deve ser capaz de: Comunicar através da imagem;

Desenvolver a sensibilidade ao mundo visual; Utilizar vários tipos de materiais; Utilizar vários tipos de ferramentas/instrumentos; Utilizar as TICs; Desenvolver o sistema psicomotor; Desenvolver a destreza manual; Desenvolver a capacidade criadora;

Desenvolver a capacidade de observação, análise e representação; Desenvolver o sentido crítico; Desenvolver o sentido artístico e estético; Manifestar a auto-estima; Desenvolver o espírito de colaboração e entreajuda; Desenvolver capacidades de higiene e segurança no trabalho; Apreciar as manifestações artísticas da sua comunidade, do País e do Mundo;

Participar nas manifestações artísticas da sua comunidade, do País e do Mundo. Valorizar o uso materiais locais;

2. Objectivos Gerais de Educação Visual no ESG2

Ao terminar o ESG o aluno deve ser capaz de: Aplicar os conhecimentos, as capacidades e habilidades na escola na família e nas

comunidades, de forma criativa crítica e competente; Desenvolver o sentido social identificando fontes de informação para resolver problemas

inter/extra e escolares; Conhecer a importância da Arte no desenvolvimento integral do ser humano; Conhecer a Arte Universal;

Conhecer a Arte Moçambicana; Comunicar através da imagem; Desenvolver a sensibilidade ao mundo visual; Utilizar vários tipos de materiais nas representações plásticas; Utilizar vários tipos de ferramentas/instrumentos nas experimentações plásticas; Utilizar as Tecnologia de Informação e Comunicação;

Desenvolver a destreza manual; Comentar atentamente trabalhos executados e expostos; Desenvolver actividades de verbalização da experiência; Desenvolver a capacidade criadora; Desenvolver a capacidade de observação, análise e representação do real;

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Avaliar de um modo crítico, inovador e construtivo, trabalhos das artes plásticas; Desenvolver o sentido artístico e estético; Manifestar a auto-estima; Desenvolver o espírito de colaboração e entreajuda;

Aplicar as normas básicas de higiene e segurança no trabalho; Valorizar o uso de materiais locais; Apreciar as manifestações artísticas da sua comunidade, de Moçambique e do Mundo; Participar nas manifestações artísticas da sua comunidade, de Moçambique e do Mundo.

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3. Visão Geral dos Conteúdos da 12ª Classe I Trimestre

Nº Unidade Temática Tempos lectivos

I Exposições 6

II Arte 6

III Modelagem 6

Revisão e avaliação 6

Total 24

II Trimestre

Nº Unidade Temática Tempos lectivos

III Modelagem 10

IV Metodologia de design 8

Revisão e avaliação 6

Total 24

III Trimestre

Nº Unidade Temática Tempos lectivos

V Técnicas de impressão 18

Revisão e avaliação 6

Total 24

Carga horária da classe 72

4. Objectivos Gerais da disciplina de Educação Visual na 12ª Classe

Projectar uma exposição; Seleccionar obras para exposição; Aplicar a instalação como técnica na apresentação duma narrativa espacial; Descrever as principais manifestações da arte moçambicana; Estabelecer comparação entre a arte em Moçambique e noutros países africanos;

Caracterizar o desenvolvimento artístico ao longo da história; Explorar as propriedades dos materiais modeláveis; Aplicar as técnicas de modelagem com o barro, gesso e outros materiais

modeláveis;

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Construir ferramentas de modelação e de decoração (roda de oleiro e teques para decoração em arame e madeira);

Processar correctamente a secagem; Cozer o barro num forno e/ou através da queima tradicional;

Conceber um o projecto de Design; Elaborar o projecto do objecto que projectado; Reconhecer os meios e técnicas de impressão gráfica; Explorar as possibilidades expressivas dos materiais e técnicas de impressão gráfica; Usar materiais naturais e recicláveis nos trabalhos de impressão; Observar regras de higiene e segurança nos seus trabalhos.

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5. Plano Temático Detalhado

Unidade Temática I: Exposições

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas

(O aluno:) Horas

lectivas

Projectar uma exposição; Seleccionar obras para

exposição;

Preparar obras bi e

tridimensionais para a exposição;

Caracterizar uma instalação;

Aplicar a instalação como

técnica na apresentação duma narrativa espacial;

Elaborar catálogos, folhetos e

guiões para uma exposição;

Produzir material para a

divulgação do evento.

Projecto de exposição Preparação das obras a expor:

colocação do passpartou e

molduras (para desenho, pintura e gravura) e peanhas (para esculturas)

Características da instalação

Elementos da instalação

Elaboração do catálogo, guião

ou folheto; Elaboração de material de

divulgação da exposição

Elabora o projecto de uma exposição; Selecciona obras para exposição;

Prepara as obras para a exposição; Apresenta uma narrativa no espaço;

Elabora catálogos, folhetos e guiões

para a exposição; Produz material de propaganda do

evento.

6

Sugestões Metodológicas

A característica principal desta classe é a elaboração de projectos que se deverá nesta unidade, encontrar uma oportunidade de apresentação pública. A exposição deve ser organizada de modo a Antes de penduradas, as obras devem ser preparadas para serem expostas. Antes de emoldurar as obras deve-se colocar um passpartou (papel a volta da obra com uma cor que contrasta com a desta afim de dar maior destaque)

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Em relação a colocação dos quadros deve se definir uma linha imaginária a uma altura mais ou menos de 1,60m, acima da qual devem

partir os quadros (alinhamento por baixo). Pode-se também utilizar alinhamentos por cima e central. Na colocação das obras (pintura, desenho, gravura, etc.) deve-se procurar um equilíbrio entre elas: semelhança das cores, tamanho e técnicas utilizadas. Nas exposições, as esculturas devem ser colocadas em cima de peanhas (sólidos: cubos, paralelepípedos, prismas, etc.) que ajudam a

destacar as obras, salvo se estas tiverem grandes dimensões. As esculturas devem ser colocadas de modo que as suas características sejam visíveis e que estejam em segurança; ou seja, que não sejam derrubadas. Devem igualmente ser colocadas de modo a induzir os visitantes a seguirem um determinado itinerário. A abordagem desta unidade poderá ser feita em colaboração com a disciplina de português, na escolha dos textos e dos temas. Esta

técnica de narração pode ser utilizada na abordagem dos temas transversais, tal como o HIV-SIDA, educação patriótica, preservação do ambiente bem como a higiene e saneamento do meio. A instalação é uma obra de arte que integra o espaço de exposições como uma componente estética. A seguir estão alguns exemplos de como pode ser montada uma instalação.

Ex1: esculturas (associação de vários materiais: papel, latas, madeira, arames, etc.) e quadros (técnica de recorte e colagem) feitos de lixo reciclado com um fundo de imagens fotográficas ou de pinturas ilustrando os efeitos da má gestão de resíduos sólidos;

Ex2. .......................................................................................................................................... Indicadores de desempenho Caracteriza uma exposição? Prepara obras para uma exposição? Monta uma instalação?

Organiza uma exposição? Concebe folhetos, guiões e catálogos e material de propaganda para uma exposição?

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Unidade Temática II: Arte

Sugestões Metodológicas da Unidade Temática: Arte Nesta unidade, os alunos deverão elaborar trabalhos de pesquisa e apresentar resumos dos vários períodos ou fases da arte moçambicana assim como criações moderna e contemporâneas e das diversas fases da arte universal. Este trabalho poderá ser feito de forma individual ou em grupo. Estes trabalhos deverão ser apresentados na sala para debate em plenário.

Nos trabalhos de pesquisa ou debates deve-se ter em conta algumas questões como: O que existe entre a arte moçambicana e africana? O que há de comum entre Moçambique e Africa? O que é distinto?

Indicadores de Desempenho

Apresenta trabalhos de pesquisa sobre a arte moçambicana? Apresenta trabalhos de pesquisa sobre a arte universal?

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas

(O aluno:) Horas

lectivas

Descrever algumas das principais manifestações da arte moçambicana.

Comparar a arte de Moçambique e a arte de

outros países africanos (elementos semelhantes ou diferentes da arte africana de

um pais a escolha) Caracterizar o desenvolvimento artístico ao

longo da História.

Características da Arte Moçambicana Comparação da Arte Africana e

Moçambique

Arte Universal.

Elabora trabalhos de pesquisa da arte moçambicana e arte universal; moderna e contemporânea;

Estabelece semelhanças e diferenças entre a arte moçambicana e a arte de um país à escolha;

6

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Unidade Temática III: Modelagem

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas

(O aluno:) Horas

lectivas

Explorar as propriedades dos materiais modeláveis;

Aplicar as técnicas de

modelagem com o barro e com o gesso;

Construir ferramentas de

modelação e de decoração (roda de oleiro e teques para decoração, de arame e de madeira);

Processar correctamente a

secagem;

Cozer o barro num forno e/ou através da queima tradicional.

Materiais modeláveis;

Origem e propriedades do barro e do

gesso; Técnicas de modelagem;

Escultura em barro e gesso;

Acabamento: Decoração e Textura;

Processos de secagem e cozedura das

formas de barro.

Explora as potencialidades dos materiais modeláveis;

Constrói uma roda de oleiro;

Aplica as técnicas de modelagem na

execução de objectos utilitários e de ornamentação;

Produz obras de arte usando o gesso

e o barro; Faz a decoração utilizando teques

por si construídos; Faz a secagem e a cozedura das

formas.

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Sugestões Metodológicas da Unidade Temática: Os objectos ou utensílios aqui produzidos devem evidenciar um elevado nível de execução e um forte carácter artístico por serem

trabalhos do 2º ciclo do ESG. É necessário fazer-se a abordagem dos vários materiais modeláveis existentes embora se deva privilegiar os mais acessíveis na região. Em relação as ferramentas utilizadas nesta unidade, deve-se dar prioridade que elas sejam produzidas pelos alunos para que estes possam continuar a fabricar fora da escola e depois de concluído o nível de ensino.

Indicadores de Desempenho

Explora as propriedades dos materiais modeláveis? Aplica as técnicas de modelagem na execução de objectos utilitários e de ornamentação? Constrói uma roda de oleiro? Produz obras de arte usando o gesso e o barro?

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Faz a decoração das formas?

Faz a secagem e cozedura das peças usando o forno e/ou a queima tradicional? Unidade Temática IV: Metodologia de Design

Sugestões Metodológicas da Unidade Temática: Dar prioridade aos produtos exequíveis, de acordo com os materiais existentes e as necessidades da região onde o aluno se encontra. Os trabalhos de concepção dos moldes poderão ser produzidos através de barro, gesso, plástico, metal, madeira, materiais reciclados, etc.

Indicadores de Desempenho

Define claramente o problema? Identifica as características dos produtos da mesma natureza?

Aplica os princípios exigidos na projecção de um objecto? (relacionados com a Forma, a Função, a Escala, o Material e a Cor)

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas

(O aluno:) Horas

lectivas

Definir o problema

Caracterizar os produtos da mesma natureza

Conceber um o projecto

Elaborar o projecto do objecto que projectou.

Observar regras de higiene e

segurança no trabalho

A Forma As Funções:

o Prática o Estética o Simbólica

A Escala

Os Materiais

O efeito da cor na

melhoria do ambiente envolvente

Descreve as fases da concepção de um produto comercial

Projecta um objecto aplicando todos os

princípios exigidos na projecção de um objecto (relacionados com a Forma, a Função, a Escala, o Material e a Cor)

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Unidade Temática VI: Técnicas de Impressão

Sugestões Metodológicas da Unidade Temática Pelas características desta unidade, deve-se dar prioridade que aos trabalhos práticos sejam feitos fora da sala e aprofundados nos círculos de interesse ou em forma de projectos. Poderá haver dificuldades na materialização de algumas técnicas de impressão, porém, deve-se potenciar aquelas que, pelas características da zona forem mais exequíveis ou os materiais para a sua execução estiverem disponíveis na região onde se encontra a escola. Indicadores de Desempenho

Intervém na discussão sobre o tema? Utiliza, nos seus trabalhos, as várias técnicas de impressão? Prioriza a utilização de materiais alternativos?

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos

Competências básicas (O aluno:)

Horas lectivas

Reconhecer os meios e

técnicas de impressão gráfica Explorar criativamente as

possibilidades expressivas dos materiais e técnicas de impressão gráfica

Priorizar o uso de material natural e reciclável nos trabalhos.

Observar regras de higiene e segurança no trabalho

Tipos de Impressão

1. Monotipia 2. Impressão a linóleo 3. Impressão serigráfica 4. Fotogramas 5. Batique.

Painéis Colectivos com técnicas Mistas (Monotipia

Impressão a linóleo impressão serigráfica fotogramas)

Participa no debate sobre o tema

Aplica as técnicas de impressão na produção de material decorativo e utilitário

Elabora painéis individuais e colectivos

utilizando as técnicas aprendidas.

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6. Sugestões Metodológicas A organização do espaço de trabalho é importante numa aula. Para se realizar uma boa aula deverão ser observados vários aspectos que vão desde a organização das carteiras, o

posicionamento do professor em relação aos alunos durante o processo de explicação ou demonstração de um certo conteúdo, interrelacionamento dos temas abordados na aula com elementos da vida quotidiana. Deve-se procurar levar os estudantes encontrar respostas positivas às perguntas que poderão surgir, como:

O porquê e para quê estou a aprender isto? Que importância tem este conteúdo para a resolução de problemas do dia-a-

dia?

As respostas são muito importantes para que o aluno encontre incentivos na sua realização pessoal tanto presente como futura, por forma a evitar desinteresse e desmotivação durante as aulas. O espaço de ensino deve ser adaptado às situações concretas. Uma boa aula não se circunscreve somente à sala de aula, mas também fora desta, num espaço informal como: o pátio da escola, área de interesse dentro da comunidade local, (Museus, Galeria de Arte, Casa de Cultura, etc.). Para além dos locais referidos anteriormente, o professor poderá aproveitar todas as oportunidades/potencialidades para fazer visitas de estudos, por forma que os alunos consolidem os conhecimentos, habilidades e atitudes adquiridos. A abordagem da técnica pela técnica não servirá de nada, se quisermos que a aprendizagem seja significativa. A materialização das actividades propostas deve partir de

situações concretas em que se faça sentir a sua necessidade. Se o aluno percebe a aplicação prática do seu conhecimento para a resolução dos problemas pessoais ou da comunidade (emprego e auto emprego), estará então, em melhores condições para mobilizar a sua energia e atenção para aprender mais. A escolha de um método de ensino depende de vários factores, como por exemplo, a idade e/ou comportamento dos alunos, a experiência do professor, a natureza do conteúdo ou o trabalho prático a ser realizado, os instrumentos e materiais (locais e/ou convencionais) e equipamento disponíveis, o período de decurso da aula (manhã, tarde, noite), etc. A opção final deve ser o resultado de uma avaliação cuidada da situação conjuntural feita pelo professor, propondo-se a exploração dos seguintes métodos: Elaboração Conjunta (forma-função: análise de vários aspectos funcionais e estéticos;

descodificação de mensagens dadas através da imagem e/ou cor; aulas de introdução, de revisão ou específicas).

Trabalho em grupo, como oportunidade de consolidar de forma prática os pilares saber, saber ser; saber trabalhar em equipe, cooperação e respeito mútuo (exercitação dos conhecimentos na impossibilidade de cada aluno poder experimentar todas as fases de execução de um projecto).

A composição dos grupos deve ser equilibrada, no sentido de aglutinar os alunos com diferentes ritmos de aprendizagem. Esta disposição facilita a colaboração e o espírito de entreajuda. Os aluno mais habilitados poderão funcionar como monitores, ajudando os colegas mais fracos e também ao professor na gestão de turmas numerosas.

Expositivo (numa aula de 90 minutos a transmissão de conhecimentos não deve exceder o tempo de 20 minutos; isto pressupõe que não deve haver nenhuma aula exclusivamente expositiva).

As situações que devem ser postas aos alunos podem ser resolvidas essencialmente com base:

Na reprodução (por exemplo de formas apresentadas) Criatividade (organização de uma forma “módulo” numa composição)

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Na interpretação (dos passos de execução de um dado trabalho, através de um texto-enunciado-esquema indicativo, através de setas com a ordem sequencial indicada).

A concepção de pequenos projectos poderá constituir um estímulo para o desenvolvimento da imaginação e espírito criador, servindo igualmente para desenvolver nos alunos habilidades para a resolução de problemas. O Ambiente Escolar é parte inseparável da Educação Estética. A criação de um ambiente agradável e estético constitui, além de uma preocupação, uma actividade conjunta entre os professores e seus alunos e os alunos entre si.

As possibilidades de trabalho em comum são facilitadas pela realização de exposições que contribuem na educação do colectivo. A realização de exposições é uma componente básica da ambientação escolar e contribui para o desenvolvimento do espírito crítico, auto-estima e valorização do seu trabalho. Destaca-se o seu valor como meio educativo porque reflecte o trabalho criativo dos alunos constituindo uma motivação, um incentivo para progredir. Ele fortalecem os laços afectivos com a sua escola e estimula seu interesse não só pela disciplina de Desenho mas, pelo estudo em geral. A exposição constitui também uma referência visual da avaliação do desempenho dos alunos e do professor, porque reflecte o grau de domínio de materiais, instrumentos e técnicas propostas nos programas de ensino. Uma exposição pode ter lugar desde a própria sala de aula passando por um espaço da escola até na comunidade onde a escola está inserida.

Os debates ou a apreciação conjunta dos trabalhos desenvolve habilidades de comunicação, o espírito crítico, etc. Seria conveniente que o professor aproveitasse a riqueza dos conteúdos da disciplina para desenvolver conteúdos transversais. Por exemplo no conteúdo que aborda a comunicação visual poder-se-ia desenvolver actividades práticas de criação de cartazes, símbolos, logótipos, abordando temas sobre prevenção de doenças, preservação do ambiente, combate as drogas, direitos humanos, etc. A marcação de TPCs deve ser uma tarefa obrigatória e sempre que se revelar oportuno o professor poderá aproveitar os TPCs para consolidar as aprendizagens, para assinalar uma data comemorativa/festiva, caso o tempo lectivo não seja suficiente. Desta forma contribuir-se-á para o fortalecimento do espírito cívico e patriótico. 7. Avaliação A avaliação na disciplina de Educação Visual deve ter uma função formativa e motivadora e não punitiva. Ela deve obedecer as formas específicas preconizadas pelo Regulamento de Avaliação do

Ensino Secundário Geral. São instrumentos de avaliação:

domínio do vocabulário específico da área de Educação Visual os desenhos, concretizações gráficas ou objectos produzidos no âmbito da disciplina os textos produzidos (relatórios, comentários, entrevistas, etc.) concretização da disseminação junto da própria turma, escola ou comunidade

(inclui-se aqui a materialização de exposições regulares, jornal de parede, etc.) Para se avaliar poder-se-á recorrer a determinados itens que podem ser objecto de verificação, tais como:

Apresentação das folhas de trabalho (esquadria, legenda, organização e limpeza);

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Evolução progressiva no domínio de técnicas; Qualidade expressiva.

No item, Apresentação das folhas de trabalho, pretende-se avaliar a esquadria, legenda,

organização e limpeza. O professor poderá exigir um certo rigor neste parâmetro porque estes conteúdos vêem sendo abordados desde o 3º Ciclo do Ensino Básico. Evolução progressiva no domínio de técnicas. Lembre-se que existem conteúdos, relacionados com Desenho e Pintura por exemplo, que foram retomados desde o Ensino Básico. A sua repetição garante o melhor domínio das técnicas.

O item qualidade expressiva destina-se a valorizar aspectos dos traçados que, devido ao meio riscador utilizado, não se encontram abrangidos por quaisquer disposições normalizadoras: o enquadramento do desenho, a adequação das diferenciações introduzidas nos tipos de traço utilizados, a regularidade do traço, o posicionamento e a apresentação geral do objecto gráfico final. Em resumo a avaliação dos resultados obtidos no processo de ensino-aprendizagem da disciplina deverá realizar-se segundo os parâmetros que, seguidamente se apresentam:

Criatividade; Domínio de técnicas; Utilização variada de materiais; Organização mental e do espaço; Valores e atitudes. Observância das regras de higiene e segurança no trabalho.

Além dos diferentes tipos de avaliação (oral, escrita) o professor poderá recorrer à aplicação das várias estratégias, nomeadamente: auto-avaliação, avaliação que um aluno faz ao trabalho do outro, avaliação que um aluno faz do resultado do trabalho de um grupo, avaliação que um aluno faz do resultado do trabalho da turma. A prática da hétero-avaliação será sempre enriquecedora para os alunos uma vez que, ela própria, leva ao desenvolvimento do sentido crítico, auto-estima, respeito pelas diferenças, ajuda mútua, entre outros aspectos formativos que concorrem para uma formação integral do aluno. Nestas avaliações poderá tomar-se em conta alguns aspectos como: a motivação para a escolha do tema; a organização do espaço de trabalho; as fontes e os tipos de materiais e ferramentas/instrumentos usados; o domínio técnico; as dificuldades encontradas no percurso da realização do trabalho bem como os passos

dados na elaboração do mesmo.