12ª classe - psicologia

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Lições de Psicologia 12ª Classe Compilou e elaborou: António Kahombo Phone number: 923 365853/912 048839 UNIDADE I: A PSICOLOGIA SOCIAL Introdução A psicologia social surgiu no século XX por intermédio do norte – americano de origem alemã Kurt Lewin (1890 – 1947), como uma área de aplicação da psicologia para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências sociais. A sua formação acompanhou os movimentos ideológicos e conflitos do século, a ascensão do nazi-fascismo, as grandes guerras, a luta do capitalismo contra o socialismo, etc. Mesmo antes de estabelecer-se como psicologia social as questões sobre o que é inato e o que é adquirido no homem permeavam a Psicologia mais especificamente como questões sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade, (pré-científicas segundo alguns autores) avaliando como as disposições psicológicas individuais produzem as instituições sociais ou como as condições sociais influem no comportamento dos indivíduos. Segundo Jean Piaget (1896 – 1980) é tarefa dessa disciplina conhecer o património psicológico hereditário da espécie e investigar a natureza e extensão das influências sociais. Enquanto área de aplicação distingue-se por tomar como objectos as massas ou multidões associada à prática jurídica de legislar sobre os processos fenómenos colectivos como linchamento (executar ou enforcar), racismo, homofobia (medo de homossexuais), fanatismo (dedicação excessiva), terrorismo ou utilização por profissionais do marketing e propaganda (inclusive política) e associada aos especialistas em dinâmica de grupo e instituições actuando nas empresas, colectividades ou mesmo na clínica (terapia de grupos). 1

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Kahombo Phone number: 923 365853/912 048839

UNIDADE I: A PSICOLOGIA SOCIAL

Introdução

A psicologia social surgiu no século XX por intermédio do norte –

americano de origem alemã Kurt Lewin (1890 – 1947), como uma área de

aplicação da psicologia para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as

ciências sociais. A sua formação acompanhou os movimentos ideológicos e

conflitos do século, a ascensão do nazi-fascismo, as grandes guerras, a luta do

capitalismo contra o socialismo, etc.

Mesmo antes de estabelecer-se como psicologia social as questões sobre o

que é inato e o que é adquirido no homem permeavam a Psicologia mais

especificamente como questões sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade,

(pré-científicas segundo alguns autores) avaliando como as disposições

psicológicas individuais produzem as instituições sociais ou como as condições

sociais influem no comportamento dos indivíduos.

Segundo Jean Piaget (1896 – 1980) é tarefa dessa disciplina conhecer o

património psicológico hereditário da espécie e investigar a natureza e extensão das

influências sociais.

Enquanto área de aplicação distingue-se por tomar como objectos as massas

ou multidões associada à prática jurídica de legislar sobre os processos

fenómenos colectivos como linchamento (executar ou enforcar), racismo, homofobia

(medo de homossexuais), fanatismo (dedicação excessiva), terrorismo ou utilização por

profissionais do marketing e propaganda (inclusive política) e associada aos

especialistas em dinâmica de grupo e instituições actuando nas empresas,

colectividades ou mesmo na clínica (terapia de grupos).

O que precisa ser esclarecido para entender a relação do “social” com a

psicologia, quer concebida como ciência da mente (psique) quer como ciência do

comportamento é como esse “social” pode ser pensado e compreendido desde o

carácter assistencialista ou gestão racional da indigência na idade média até

emergência das concepções democráticas, ciências humanas, no século XX

passando pela formulação das questões sociais em especial os ideais de

liberdade e igualdade no século das luzes (séc. XVIII) e os direitos humanos. 1

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1.1 - DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA SOCIAL

A Psicologia Social é a ciência que procura compreender os “comos” e os

“porquês” do comportamento social;

Ou então, é o estudo científico das reacções do indivíduo aos estímulos que

recebe na vida em sociedade;

Ou ainda, estuda todas as maneiras de agir relacionadas com a presença ou

influência de outros.

1.2 - Seu campo de Acção

O seu campo de Acção é o comportamento analisado em todos os contextos

do processo de influência social.

1.3 - OBJECTO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA SOCIAL

O seu objecto de estudo é o comportamento dos indivíduos quando estão em

interacção. Segundo Aroldo Rodrigues, um dos primeiros psicólogos brasileiros

a escrever sobre o tema, a psicologia social é uma ciência básica que tem como

objecto o estudo das "manifestações comportamentais suscitadas pela interacção

de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera expectativa de tal interacção".

A influência dos factores situacionais no comportamento do indivíduo frente aos

estímulos sociais.

1.4 - O HOMEM COMO SER SOCIAL

O homem foi criado para viver em comunidade, isto é, agrupado em

sociedade. Viver em sociedade é uma vocação do homem, pois que, ele não foi

criado para viver sozinho, mas sim em comunidade e só pode realizar – se com a

mútua interacção com os outros com quem vive. Sendo assim, a sociedade tem

muita influência sobre o comportamento de um indivíduo, uma vez que é nela

que o indivíduo terá a noção de sociabilidade que é desenvolvida pelo processo

da socialização bem como a interacção social.

Assim, a Psicologia interessa – se pelo homem como indivíduo e pelo homem

como ser social. Segundo Aristóteles, “o homem é um ser social por natureza; o 2

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ser capaz de viver isoladamente, ou é um deus ou uma besta, mas não um ser

humano”.(séc. IV a.C.)

1.5 - A SOCIALIZAÇÃO

A socialização surge como um processo de integração que motiva o desenvolvimento do grupo, permitindo a sobrevivência do próprio grupo.

O processo de socialização inicia-se contudo, após o nascimento, e através,

primeiramente, da família ou outros agentes próximos, da escola, dos meios de

comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas

nossas bandas favoritas, actores, atletas, super-heróis, etc.

SOCIALIZAÇÃO é o processo de integração do indivíduo numa sociedade,

apropriando comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças,

normas dessa mesma culturas em que o indivíduo se insere.

Seja na escola, na empresa, na família, com os amigos, com os inimigos, nos

cultos religiosos, nos momentos de lazer, ao comprar algo, ao ler um livro, ao

imitar alguém, ao assistir TV, ao ir ao médico ou espectáculo cultural e até

quando estiver olhando para um quadro para descansar do “contacto” com as

pessoas, em qualquer destes momentos e em infinitos outros, estará

acontecendo a “socialização”.

1.5.1 - TIPOS DE SOCIALIZAÇÃO

A Socialização Primária: onde a criança aprende e interioriza a

linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos

comportamentais do grupo a que se pertence. A socialização primária tem um

valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua

vida, já que é aí que se constrói o primeiro mundo do indivíduo.

Durante a infância e a adolescência, por influência privilegiada da família e

da escola, decorre o processo de socialização primária, cujo objectivo é a

aquisição de um conjunto de hábitos necessários para uma adaptação a

situações diversas da vida quotidiana. Neles se incluem hábitos de higiene,

alimentação, cumprimento de instruções, uso da linguagem, cortesia e respeito.

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B Socialização Secundária: todo e qualquer processo subsequente que

introduz um indivíduo já socializado em novos sectores do mundo objectivo da

sua sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, nas actividades dos

países que visitamos ou para onde emigramos, etc.), existindo uma

aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam em nós

relativamente ao nosso desempenho, assim como dos novos papéis que vamos

assumindo nos vários grupos a que vamos pertencendo e nas várias situações

em que somos colocados.

É o processo que, a partir da idade adulta, se prolonga pela vida fora sempre

que a pessoa tem de se adaptar a situações novas que impliquem alterações

significativas na sua condição social. Os exemplos de socialização secundária são

a mudança de estado civil, o nascimento de filhos, a entrada no mundo do

trabalho, pagamento de impostos, ser preso, ficar desempregado, passar à

reforma ou ser eleito deputado.

1.5.2 - AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO

Todos os grupos a que pertencemos são agentes de socialização, já que

nos obrigam a interiorizar um determinado papel social. Os mais importantes

tendem a ser: a família, a escola, os meios de comunicação social, o trabalho, a

comunidade onde vivemos, etc.

1.5.2.1 - A FAMÍLIA

A Família: tem um papel determinante nos primeiros anos de vida. É aí que

as crianças adquirem a linguagem e os hábitos do seu grupo social. Estes

primeiros anos de formação são muito importantes na vida dos indivíduos.

Normalmente, são os pais a adaptar os filhos à sociedade. Mas na sociedade

actual é através dos filhos que os pais têm conhecimento de novos factores

culturais. No caso das famílias imigrantes, os jovens desempenham um papel

fundamental na socialização dos pais, pois são as crianças que facilitam a

integração dos seus pais.

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Uma Família é um grupo de pessoas unidas directamente por laços de

parentesco, no qual os adultos assumem a responsabilidade de cuidar das

crianças.

Os laços de Parentesco são relações entre indivíduos estabelecidas através

do casamento ou por meio de linhas de descendência que ligam familiares

consanguíneos (mães, pais, filhos e filhas, avós, etc.).

«A família já não é o agente central da socialização na nossa sociedade

como o foi noutros tempos e noutras sociedades. Com muito maior importância

surgiram, fora do âmbito da unidade doméstica, as instituições especializadas de

carácter educativo. Mesmo durante o período pré-escolar, a família foi afectada

por certos factores que lhe são exteriores.

As transformações do nosso século modificaram profundamente o tecido

social. (…) O emprego das mães, por exemplo, retira-lhes tempo para consagrar

à família. (…) Como corolário aparece o novo pai, mais à vontade nas tarefas

que, outrora, eram estritamente da alçada da mãe, como os cuidados prestados

ao bebé.»

1.5.2.2 - A ESCOLA

A Escola permite à criança entrar num meio social novo que vai ter sobre

ela uma influência fundamental. Tem várias funções – além de proporcionar à

criança instrumentos de trabalho, métodos de reflexão e conhecimentos que lhe

vão ser úteis durante toda a vida, impõe-lhe novas regras e uma disciplina que a

liberta parcialmente do meio e completa a sua formação, aprendendo a conhecer

os outros e o meio que a rodeia. A escola surge para crivar, aperfeiçoar e até

completar o comportamento do indivíduo pois que ela é mais exigente e tem

regras para todos, distinção.

A escola, enquanto agente de socialização, desempenha um papel de

grande relevo na formação individual dos alunos, assim como na sua preparação

para o futuro. Na verdade, é na escola que os jovens passam a maior parte do

seu tempo activo e, por conseguinte, a transmissão de valores e de componentes

educativas é uma constante. Neste sentido, a escola deve preparar os jovens

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para os desafios que futuramente lhes serão colocados, através de uma formação

especializada em domínios como o ambiente. A escola é um local em que não só

se aprendem "conteúdos escolares", mas também onde aprendemos a ter uma

melhor percepção do mundo que nos rodeia.

1.5.2.3 - OS MASS MÉDIA

Uma característica das sociedades modernas é o papel e a importância dos

chamados mass média na circulação rápida de informações e outros produtos

culturais, ideias, formas de estar na vida e valores morais que saturam os

quotidianos das populações das sociedades ocidentais.

Os mass média são, simultaneamente, componentes das realidades

modernas e (re)produtores desta(s) realidade(s). O seu impacto é imenso na

propagação das ondas de mudança social.

1.5.2.4 - A IGREJA

É um outro agente muito importante da socialização pois que o

indivíduo é influenciado por ela no campo da moral, principalmente nos seus

ensinamentos, por exemplo, em fazer o bem e evitar o mal.

Na verdade, igreja é uma instituição social, sendo um agente de

socialização, na medida em que espelha uma organização que transmite o

conteúdo da cultura de uma geração a outra, e tendo uma hierarquia de

funcionários sérios e bem constituídos.

Tem também um peso histórico e uma dimensão universal, não se limitando

a uma etnia ou a uma região. Por seu turno, a seita é um agrupamento de

pessoas que professam a mesma doutrina religiosa, e existe em todas as

religiões.

1.5.2.5 - O GRUPO DE AMIGOS

O homem sofre muitas modificações mediante o grupo a que pertence. A

influência do grupo sobre o indivíduo pode ser analisada a partir de várias

dimensões, de entre as quais temos a imitação. O sujeito imita os membros do

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grupo a que pertence, por uma aprendizagem reforçada, uma reacção idêntica.

Por exemplo: se o grupo for de gatunos, mesmo sem o consentimento do

indivíduo aqueles hábitos vão ficando gravados na mente.

1.6 - A RELATIVIDADE CULTURAL

Cultura é aquilo que o homem adquire ao longo do tempo, em contacto com

o meio social, e que transmite às gerações vindouras.

O conceito de relatividade cultural designa a existência de uma infinita

diversidade de regras, padrões, estereótipos, crenças, costumes e hábitos que,

sendo específicos de comunidade, condicionam os comportamentos das pessoas

dessa comunidade, diferenciando – as das restantes. O que é bem e o que é mal,

o aconselhável e o desaconselhável, o justo e o injusto, variam de uma sociedade

para outra. A conduta socialmente admissível rege – se pelo relativismo, não

havendo um conceito de “normalidade” universalmente aceite.

Será a espécie humana a única que vive em sociedade?

Evidentemente que não. Porém, enquanto o comportamento social dos

animais é de natureza instintiva e determinado geneticamente, o do dos seres

humanos é de natureza cultural e adquirido na sociedade em que se processa o

seu desenvolvimento.

1.7 - AS ATITUDES

Atitudes são o conjunto de reacções pessoais face a um acontecimento. As

atitudes não são directamente observáveis; inferem – se a partir de

comportamentos, ou seja, daquilo que o indivíduo faz e diz.

As atitudes de cada pessoa resultam da combinação de elementos afectivos

e de elementos intelectuais. Os elementos afectivos procedem duma certa

predisposição do indivíduo para reagir de certa maneira. Os elementos afectivos

ou valores são índices subjectivos que estabelecem relação afectiva de

aproximação entre nós e os objectos ou as pessoas.

1.7.1 - CRENÇAS OU ELEMENTOS INTELECTUAIS

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A crença ou convicção é um ato intelectual que nos leva a admitir algo como

verdadeiro e depois emitir juízos afirmativos ou negativos. Acreditamos quando

ao verificarmos que tal afirmação concorda com a nossa experiência ou com o

que consideramos verdadeiro.

Portanto, as atitudes são influenciadas pelos valores e devem ser justificadas

pelos elementos intelectuais, que são as crenças e os juízos.

1.7.2 - COMPONENTES DAS ATITUDES

Em qualquer atitude é possível distinguir três (3) componentes:

Intelectual: compreende o que sabemos ou acreditamos saber acerca

de algo. Se o homem dispusesse apenas de estruturas racionais, este elemento

bastaria para determinar as suas atitudes. Nesse caso, o comportamento humano

seria a expressão inequívoca e directa do seu modo de pensar;

Emocional: compreende o que sentimos relativamente aos objectos,

às pessoas, às situações e às ideias. Neste caso a tónica dominante já não é o

“eu penso, eu sei, eu julgo”, mas o “eu gosto, eu prefiro”.

Comportamental: compreende o que estamos dispostos a fazer ou

dizer em relação a algo, ou seja, da predisposição para reagir e actuar em face

das pessoas ou das mais diversas coisas do mundo.

1.7.3 - FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS ATITUDES

As atitudes são elementos essenciais das condutas das pessoas e a sua

origem é de nítida influência social. Ninguém nasce com atitudes pré –

estabelecidas. A definição do bom e do mau, do permitido e do proibido, do

atraente e repulsivo faz – se pelos processos de socialização, o mesmo é dizer, no

convívio com pessoas que integram o nosso universo social. A formação e

desenvolvimento das atitudes tem maior influência da família, da escola, dos

mass média e dos grupos de pares, ou seja, amigos de idade aproximada.

1.8 - ESTEREÓTIPOS (ESTIGMA)

Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou

situação. São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de

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pessoas na sociedade. Sua aceitação é ampla e culturalmente difundida no

ocidente sendo um grande motivador de preconceito e discriminação.

Conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribuindo a todos

os seres desse grupo uma característica, frequentemente depreciativa; modelo

irreflectido, imagem preconcebida e sem fundamento; (Wikidicionário)

O Estereótipo também é muito usado em Humorismo como manifestação de

racismo, homofobia, xenofobia, machismo e intolerância religiosa. É muito mais

aceito quando manifestado desta forma, possuindo salvo-conduto e presunção de

inocência para atingir seu objectivo.

1.9 - OS GRUPOS SOCIAIS

Podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação humana

que se considera como um todo, com tradições morais e materiais.

Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre

seus participantes. Um grupo de pessoas que só apresenta uma diversidade

entre si, como em uma fila de cinema, por exemplo, não pode ser considerado

como grupo social, visto que estas pessoas não interagem entre si.

Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que

subjetiva. Outra característica é que estes grupos são superiores e exteriores ao

indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente ele não irá

acabar. Os membros de um grupo também possuem uma consciência grupal

(“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum.

O grupo é, portanto, um conjunto humano estruturado, que não resulta

da simples adição de comportamentos individuais, mas de um dinamismo

global que vai determinando, influenciando e aferindo as condutas de

cada um. O que leva as pessoas a associarem – se é o facto de, isoladas, não

poderem satisfazer um grande número de necessidades. Os motivos para as

pessoas se unirem em grupos são:

1. Necessidade de segurança: estar protegido, eliminar a solidão,

diminuir a ansiedade, reduzir a incerteza;

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2. Necessidades económicas: bens materiais, acesso à informação;

3. Necessidade de adaptação: atracção pelo objectivo comum da

acção colectiva;

4. Necessidade de afeição: ser amado, ser recompensado, expressar

as emoções;

5. Necessidade de cooperação: trocar impressões, integração,

comunicação;

6. Necessidade de dependência: sentimentos de “nós”;

7. Necessidade de identidade: auto – imagem;

8. Necessidade de dominação: firmeza, sensação de poder,

tendências de poder;

9. Necessidade catártica: exibir – se, falar de si, expressar – se;

10. Necessidade de estima: ser apreciado, aceitação,

reconhecimento;

11. Necessidade de comparação social: distinção, prestígio.

Efetivamente, há no grupo um sistema coerente de papéis e de

estatutos, de modo que cada um saiba as tarefas a cumprir, os deveres a assumir

e os direitos que lhe assistem enquanto elemento pertencente ao grupo.

1.9.1 - FACTORES DE COESÃO GRUPAL

A coesão grupal é um fator essencial no sucesso das equipas de

futebol. Assim, a atração recíproca entre os elementos do grupo depende de

diversos fatores.

Os fatores de coesão grupal podem ser: favoráveis e desfavoráveis.

= FAVORÁVEIS = = DESFAVORÁVEIS =

Homogeneidade Heterogeneidade

Acordo quanto aos objetivos Desacordo quanto aos objetivos

Ameaça exterior Ausência de ameaça exterior

Competição intergrupos Competição intragrupo

Tamanho reduzido Tamanho alargado

Interações freqüentes Interações escassas

Boa comunicação Má comunicação

Sucesso, experiência agradável Insucesso, experiência desagradável

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1.9.2 - TIPOS DE GRUPO

Os grupos sociais se diferem quanto ao grau de contacto de seus

membros, assim:

Os grupos primários ou formais são aqueles em que os membros

possuem contatos primários, mais íntimos. Exemplos: família, grupos de amigos,

vizinhos, etc.

Os grupos secundários ou informais são aqueles em que os membros

não possuem tamanho grau de proximidade. Exemplos: as igrejas, os partidos

políticos, a empresa, o clube desportivo, o exército, etc.

Os grupos intermediários são os que apresentam as duas formas de

contacto: primário e secundário. Exemplo: a escola.

1.10 - LIDERANÇA

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o

numa equipe que gera resultados.

Liderar não é uma tarefa simples. Pelo contrário, liderança exige paciência,

disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um ser vivo,

dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos. Liderar, de uma forma bem

clara , pode ser entendida como a gestão eficaz e eficiente das pessoas de uma

equipe , para que se atinja os objectivos propostos pela organização.

Assim, o líder diferencia-se do chefe, que é aquela pessoa encarregada por

uma tarefa ou actividade de uma organização e que, para tal, comanda um grupo

de pessoas, tendo autoridade de mandar e exigir obediência. Para os gestores

actuais, são necessárias não só as competências do chefe, mas principalmente

as do líder.

1.10.1 - TIPOS DE LIDERANÇA

Liderança autocrática: Na Liderança autocrática o líder é focado apenas

nas tarefas. Este tipo de liderança também é chamado de liderança autoritária ou

directiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos

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liderados. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das

tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada um deve

executar, o líder determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é

dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.

Liderança democrática: Chamada ainda de liderança participativa ou

consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação dos

liderados no processo decisório. Aqui as directrizes são debatidas e decididas

pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O próprio grupo esboça as

providências para atingir o alvo solicitando aconselhamento técnico ao líder

quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o

grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com o debate. A divisão

das tarefas fica ao critério do próprio grupo e cada membro pode escolher os

seus próprios companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro normal

do grupo. Ele é objectivo e limita-se aos fatos nas suas críticas e elogios.

Liderança liberal ou permissiva ou ainda Laissez faire: Laissez - faire é a

contracção da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez

passer, que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Neste

tipo de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus projectos,

indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que não necessita

de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança liberal também pode ser

indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e

erros sem corrigi - los.

Liderança paternalista: O paternalismo é uma atrofia da Liderança,

onde o Líder e sua equipe tem relações interpessoais similares às de pai e filho. A

Liderança paternalista pode ser confortável para os liderados e evitar conflitos,

mas não é o modelo adequado num relacionamento profissional, pois numa

relação paternal, o mais importante para o pai é o filho, incondicionalmente. Já

em uma relação profissional, o equilíbrio deve preponderar e os resultados a

serem alcançados pela equipe são mais importantes do que um indivíduo.

1.10.2 - Efeitos de cada estilo sobre o clima de trabalho

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Visionário: Canaliza as pessoas para visões e sonhos partilhados. Tem

um efeito muito positivo sobre o clima de trabalho. É apropriado para situações

onde ocorra mudanças que exigem uma nova visão.

Conselheiro: Relaciona os desejos das pessoas com os objectivos da

organização. Ajuda um empregado a ser mais eficiente, melhorando as suas

capacidades de longo prazo.

Relacional: Cria harmonia melhorando o relacionamento entre as

pessoas. Ideal para resolver e sarar conflitos num grupo; dar motivação em

períodos difíceis; melhorar o relacionamento entre as pessoas.

Pressionador: Atinge objectivos difíceis e estimulantes. Tem um efeito

por vezes negativo sobre o clima de trabalho pois é frequentemente mal

executado.

Dirigista: Acalma os receios dando instruções claras em situações de

emergência. É apropriado em situações de crise; para desencadear uma

reviravolta na situação; com subordinados difíceis.

Estilo de liderança, sempre foi complexo, por estar directamente

condicionado com as reacções do comportamento humano, mas é imprescindível

que seja situacional, flexível e adaptado para os resultados que se pretende. O

principal objectivo pretendido deve contar com as etapas do estilo autocrático,

democrático e liberal levando em conta o receptor com as acções de auto-estima

e afectividade (respeito ao liderar). O estilo deve ser situacional devido ao

aprimoramento contínuo de todo o ambiente de trabalho.

Outrossim, liderança é um tema importante para os gestores devido ao

papel fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e da

organização. Os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da

organização.

De facto, os líderes influenciam seguidores. Por este motivo, muitos

acreditam que os líderes têm por obrigação considerar a ética de suas decisões.

Apesar de a liderança ser importante para a gerência e estreitamente relacionada

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a ela, liderança e gerência não são os mesmo conceitos. Planejamento,

orçamento, controle, manutenção da ordem, desenvolvimento de estratégias e

outras actividades fazem parte do gerenciamento. Gerência é o que fazemos.

Liderança é quem somos.

N.B: Afinal, nascemos ou nos tornamos líderes?

1.11 - OS ESTATUTOS E OS PAPÉIS SOCIAIS

Em termos de Psicologia Social, queremos dizer que a cada estatuto corresponde um papel

social.

Factores como a idade e o sexo, a que poderemos acrescentar a profissão, o nível

económico, a educação, as habilitações académicas, a competência e o prestígio,

conferem aos seus detentores determinadas prerrogativas sempre em relação com o que se

denomina estatuto social.

Estatuto é o conjunto de comportamentos e atitudes que um indivíduo pode esperar por

parte dos outros. Ou então, é a posição que o indivíduo ocupa num grupo, conforme as várias

circunstâncias da sua vida (idade, sexo, posição social, etc).

Os estatutos podem ser atribuídos ou adquiridos.

Todos possuímos à nascença, e carregamo – los pela vida inteira,

estatutos que nos pertencermos ao género masculino ou feminino ou a

determinada etnia. Do mesmo modo, não podemos alterar a idade que

possuimos para termos direito ou outro estatuto. Assim, é diferente o estatuto do

homem e da mulher, da criança, do adolescente e do idoso. Trata – se de

estatutos prescritos ou impostos, na medida em que o indivíduo os possui

sem ter feito nada por isso.

Possuímos também outros estatutos que, em grande parte, irão depender

dos nossos esforços, da nossa iniciativa, da nossa vontade ou das nossas

capacidades. São estatutos adquiridos e que se relacionam com a profissão, o

nível de formação académica, a aquisição de bens e serviços e a conquista de

prestígio ou de poder. São os estatutos adquiridos que estão na base da

mobilidade social, porque todos os sujeitos têm, em princípio, igual oportunidade

de aceder a estatutos sociais superiores.

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Se cada um, enquanto participante na vida em grupo, tem um estatuto que

lhe confere direitos, tem também que retribuir algo à sociedade, assumindo

condutas que os outros esperam dele.

Se o professor possui um estatuto que define as condutas a esperar dos

alunos, também estes necessitam que sejam definidas as atitudes do professor

relativamente a eles. O pai detém um estatuto que lhe confere direito a ser

respeitado e obedecido pelos filhos, mas também tem a obrigação de os

sustentar, compreender e de lhes dar uma boa formação.

Papel social é o conjunto das atitudes e comportamentos que cada um

manifesta em relação à colectividade.

Fala – se papel social para referir o contributo que os indivíduos dão ao

meio social em que vivem, isto é, o conjunto de comportamentos e atitudes que

cada um manifesta enquanto membro de uma colectividade. O papel social

identifica – se, pois, com o conjunto das funções que o indivíduo

desempenha na vida social.

A sociedade define o que é a escola e o que é um professor. O papel do

professor define – se num contexto precioso: a situação do ensino.

O bom funcionamento do sistema social assenta na reciprocidade de

estatutos e papéis. Estes, embora diferentes, têm de ser compatíveis e

complementares. Quando o indivíduo se sente bem no papel que desempenha

e respeita o estatuto dos outros, está a contribuir para o equilíbrio social.

1.11.1 - OS CONFLITOS DE PAPÉIS

Cada indivíduo desempenha vários papéis. Selecciona diversos modos de

conduta, distingue – os, organiza – os e adopta – os com vista a objectivos

definidos, de acordo com a multiplicidade dos seus estatutos. As circunstâncias

várias do seu dia – a – dia exigem – lhe comportamentos adequados a situações

específicas.

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Porém, muitas vezes, a multiplicidade de papéis não se harmoniza, entrando

em conflito uns com os outros. Quando as pessoas tomam consciência da

incompatibilidade entre os diferentes papéis vivem situações conflituosas,

geradoras de tensão e ansiedade.

Exemplo: O caso típico da incompatibilidade de papéis é vivido pela mulher

que tem uma carreira profissional à sua frente e que, ao ser mãe, se apercebe da

dificuldade de continuar a desempenhar com eficiência as suas funções

profissionais por ter assumido outros papéis, como o de esposa, mãe e dona de

casa.

Um outro exemplo, é o de ser pai e tudo fazer para preservar a vida do

filho e, ao mesmo tempo, professar uma religião que proíbe que certos cuidados

médicos sejam prestados ao filho.

Noutros casos, a incompatibilidade manifesta – se entre a personalidade do

indivíduo e as funções que tem de desempenhar. Assim, há pessoas com

personalidade dominadora e que se sentem frustradas por terem que se limitar a

cumprir ordens, quando o seu desejo era o de ter um papel oposto.

1.11.2 - PAPEL SOCIAL E PERSONALIDADE

O que pode acontecer é que o indivíduo assuma vários papéis conforme os

vários papéis conforme os vários grupos a que pertence. Cada papel tem de ser

assumido com naturalidade e autenticidade. Quer dizer, de acordo com aquilo

que somos, não se deve pôr máscara.

Quem determina o papel, o indivíduo ou a sociedade?

Os papéis já estão organizados pela sociedade até certo ponto. O indivíduo

dentro deste esquema social chega a desempenhar o papel de maneira pessoal,

na medida em que ele próprio teve possibilidade de escolher o papel, na medida

em que o papel se harmoniza com a própria personalidade.

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Para um bom equilíbrio psicológico pessoal e uma boa integração no grupo,

cada um tem de procurar desempenhar o seu papel conforme ele é, no melhor

dele.

UNIDADE II: PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Esta área de conhecimento da psicologia estuda o desenvolvimento do ser

humano em todos os seus aspectos: físico - motor, intelectual, afectivo -

emocional e social, desde o nascimento até a idade adulta.

·

2.1 - O DESENVOLVIMENTO HUMANO

O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao

crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua.

Estas são as formas de organização da actividade mental que vão-se

aperfeiçoando e se solidificando até o momento em que todas elas se

incrementam. Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda

a vida.

2.1.1 - A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Esse estudo é compreender a importância do estudo do desenvolvimento

humano. Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características

comuns de uma faixa etária. Planejar o que e como ensinar implica saber quem é

o educando. Existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do

mundo, próprias de cada faixa etária.

2.1.2 - FACTORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Hereditariedade – a carga genética estabelece o potencial do

indivíduo, que pode ou não desenvolver-se.

Crescimento orgânico – refere-se ao aspecto físico.

Maturação neurofisiológica – é o que torna possível determinado padrão de

comportamento.

Meio – o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os

padrões de comportamento do indivíduo.

2.1.3 - OBJECTIVO DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

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A Psicologia do Desenvolvimento tem como objectivo a descrição e a

explicação de mudanças nos comportamentos e nos processos mentais, ao longo

do tempo e através dos ciclos vitais.

2.1.4 - Objecto de estudo da psicologia do desenvolvimento

A Psicologia do Desenvolvimento tem como objecto de estudo o ser humano

na sua permanente evolução. Para isso são abordadas nesta psicologia a infância,

adolescência, fase adulta e velhice nos seus processos biológicos, mas também

psicológicos.

2.2 - CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS

2.2.1 – Sigmund Freud (1856 – 1939)

Freud, psicólogo austríaco de origem judáica, propõe, à data, um novo e

radical modelo da mente humana, que alterou a forma como pensamos sobre nós

próprios, a nossa linguagem e a nossa cultura. A sua descrição da mente enfatiza

o papel fundamental do inconsciente na psique humana e apresenta o

comportamento humano como resultado de um jogo e de uma interacção de

energias.

A sua teoria sobre o desenvolvimento da personalidade atribui uma nova

importância às necessidades da criança em diversas fases do desenvolvimento e

sobre as consequências da negligência dessas necessidades para a formação da

personalidade.

Muitos dos problemas psicopatológicos da idade adulta de que trata a

Psicanálise têm as suas raízes, as suas causas, nas primeiras fases ou estádios do

desenvolvimento. Na perspectiva freudiana, a “construção” do sujeito, da sua

personalidade, não se processa em termos objectivos (de conhecimento), mas

em termos objectais.

O objecto, em Freud, é um objecto libidinal, de prazer ou desprazer, “bom ou

mau”, gratificante ou não gratificante, positivo ou negativo. A formação dos

diferentes estádios é determinada, precisamente, por essa relação objectal.

(Estádios: Oral, Anal, Fálico, Latência, Genital).

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Estádio ou fase Oral: segundo Freud, prolonga – se pelos primeiros dois anos de

existência. A boca é a zona erógena, sendo a sucção o modo de obtenção do prazer;

Estádio ou fase Anal: situa – se entre os dois e os três anos de idade, sendo o

ânus a principal zona erógena;

Estádio ou fase Fálica: situa – se entre os 3 e os 5 anos de idade e

caracteriza – se pelo facto de a pulsão sexual dirigir – se directamente para os órgãos

sexuais. É nesta fase que se dá o aparecimento do complexo de Édipo nos rapazes e do

complexo de Electra nas raparigas;

Estádio ou fase da Latência: situa – se entre a fase fálica e a fase genital,

prolongando – se dos 6 anos até à puberdade. Nesta altura, começam a formar – se os

sentimentos morais;

Estádio ou fase Genital: dá – se a partir da puberdade, através de uma

orientação da libido (principio da vida – Eros – principio do prazer que está ligado à

actividade sexual) espera a consumação do acto sexual.

2.2.2 – Erik Homburger Erikson (1904 – 1994)

Psicanalista norte – americano de origem alemã, a teoria que desenvolveu

nos anos 50 partiu do aprofundamento da teoria psicossexual de Freud e

respectivos estádios, mas rejeita que se explique a personalidade apenas com

base na sexualidade. Acredita na importância da infância para o desenvolvimento

da personalidade mas, ao contrário de Freud, acredita que a personalidade se

continua a desenvolver para além dos 5 anos de idade.

 No seu trabalho mais conhecido, Erikson propõe 8 estádios do

desenvolvimento psicossocial através dos quais um ser humano em

desenvolvimento saudável deveria passar da infância para a idade adulta.

2.2.2.1 - AS OITO IDADES DO CICLO DE VIDA DE ERIKSON

Primeira idade: Bebé (do nascimento aos 18 meses). Segunda idade: Criança em tenra idade (dos 18 meses, idade do berçário, aos 3 anos).

Terceira idade: Criança em idade pré – escolar (dos 3 anos aos 6 anos).

Quarta idade: Criança em idade escolar (dos 6 aos 12 anos de idade). Quinta idade: Adolescente (dos 12 aos 20 anos de idade). Sexta idade: Jovem adulto (dos 20 aos 35 anos de idade). Sétima idade: Adulto (dos 35 aos 65 anos de idade). Oitava idade: Idoso (dos 65 anos em diante).

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Em cada estádio cada sujeito confronta-se, e de preferência supera, novos

desafios ou conflitos. Cada estádio/ fase do desenvolvimento da criança é

importante e deve ser bem resolvida para que a próxima fase possa ser superada

sem problemas.

Tal como Piaget, concluiu que não se deve apressar o desenvolvimento das

crianças, que se deve dar o tempo necessário a cada fase de desenvolvimento,

pois cada uma delas é muito importante. Sublinhou que apressar o

desenvolvimento pode ter consequências emocionais e minar as competências

das crianças para a sua vida futura.

2.2.3 – Jean William Fritz Piaget (1896 – 1980)

Jean Piaget, zoólogo, psicólogo e epistemólogo suiço (fundador da psicologia

genética), foi um dos investigadores mais influentes do séc. 20 na área da

psicologia do desenvolvimento. Piaget acreditava que o que distingue o ser

humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico

e abstracto. Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as pré-

condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são

mudanças qualitativas (em género) e não qualitativas (em quantidade).

  Piaget descreveu dois processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa

de adaptação: assimilação e acomodação. Estes dois processos são utilizados

ao longo da vida à medida que a pessoa se vai progressivamente adaptando ao

ambiente de uma forma mais complexa: Capta as grandes tendências do

pensamento da criança; encara as crianças como sujeitos activos da sua

aprendizagem.

2.2.3.1- ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO JEAN PIAGET

Para Piaget, o desenvolvimento humano obedece certos estágios

hierárquicos, que decorrem do nascimento até se consolidarem por volta dos 16

anos. A ordem destes estágios seria invariável e inevitável a todos os indivíduos,

embora os intervalos de tempo de cada um deles não sejam fixos, podendo variar

em função do indivíduo, do ambiente e da cultura. São eles:

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Estágio sensório - motor (do nascimento aos dois anos) - a criança

desenvolve um conjunto de "esquemas de acção" sobre o objecto, que lhe

permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve

o conceito de permanência do objecto, constrói esquemas sensório - motores e é

capaz de fazer imitações, construindo representações mentais cada vez mais

complexas.

Estágio pré-operatório (dos dois aos seis anos) - a criança inicia a

construção da relação de causa e efeito, bem como das simbolizações. É a

chamada idade dos porquês e do faz-de-conta.

Estágio operatório - concreto (dos sete aos onze anos) - a criança

começa a construir conceitos através de estruturas lógicas, consolida a

observação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento,

apesar de lógico, ainda está centrado nos conceitos do mundo físico, onde

abstracções lógico - matemáticas são incipientes.

Estágio operatório - formal (dos onze aos dezasseis anos) - fase em que o

adolescente constrói o pensamento abstracto, conceitual, conseguindo ter em

conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista, e sendo capaz de

pensar cientificamente. 

2.2.4 – Lev Semenovitch Vygotsky (1896 – 1934)

Psicólogo russo, Lev Vygotsky desenvolveu a teoria sócio - cultural do

desenvolvimento cognitivo. A sua teoria tem raízes na teoria marxista do materialismo

dialéctico, ou seja, que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem

mudanças na natureza humana.

Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. Em

vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele debruçou-se sobre o

processo em si e analisou a participação do sujeito nas actividades sociais → Ele propôs

que o desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as estruturas sociais e as

relações sociais levam ao desenvolvimento das funções mentais.

Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo, da

brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um aprendiz mais

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experiente. O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas

estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de instrumentos ou

sinais). Quando os signos culturais vão sendo internalizados pelo sujeito é quando os

humanos adquirem a capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada.

Ao contrário da imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão do

mundo, o conhecimento sozinho, Vygotsky via o desenvolvimento cognitivo como

dependendo mais das interacções com as pessoas e com os instrumentos do mundo da

criança. Esses instrumentos são reais: canetas, papel, computadores; ou símbolos:

linguagem, sistemas matemáticos, signos. 

 2.2.5 – Konrad Lorenz (1903 – 1989)

Zoólogo austríaco, ornitólogo e um dos fundadores da Etologia moderna

(estudo do comportamento animal). Desenvolveu a ideia de um mecanismo inato

que desencadeia os comportamentos instintivos (padrões de acção fixos) →

modelo para a motivação para o comportamento. Considera-se hoje que o

sistema nervoso e de controlo do comportamento envolvem transmissão de

informação e não transmissão de energias.

O trabalho de Lorenz forneceu uma evidência muito importante de que

existem períodos críticos na vida onde um determinado tipo definido de estímulo

é necessário para o desenvolvimento normal. Como O imprinting é um excelente

exemplo da interacção de factores genéticos e ambientais no comportamento – o

que é inato e específico na espécie e  as propriedades específicas da

aprendizagem; é necessária a exposição repetitiva a um estímulo ambiental

(provocando uma associação com ele), podemos dizer que o imprinting é um tipo

de aprendizagem, ainda que contendo um elemento inato muito forte. 

2.2.6 – Henri Wallon (1879 – 1962)

Psicólogo americano, Wallon procura explicar os fundamentos da psicologia

como ciência, os seus aspectos epistemológicos, objectivos e metodológicos.

Considera que o homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito às

disposições internas e às situações exteriores.

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Wallon propõe a psicogénese da pessoa completa (psicologia genética), ou seja, o

estudo integrado do desenvolvimento.  Para ele o estudo do desenvolvimento humano deve

considerar o sujeito como “geneticamente social” e estudar a criança contextualizada, nas

relações com o meio. Wallon recorreu a outros campos de conhecimento para aprofundar a

explicação dos factores de desenvolvimento (neurologia, psicopatologia, antropologia, psicologia

animal).

 Considera que não é possível seleccionar um único aspecto do ser humano e vê o

desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribui a actividade infantil

(afectivo, motor e cognitivo).   Vemos então que para ele não é possível dissociar o biológico do

social no homem. Esta é uma das características básicas da sua Teoria do Desenvolvimento.

2.2.7 – Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990)

  Psicólogo Americano, conduziu trabalhos pioneiros em Psicologia

Experimental e defendia o comportamentalismo / behaviorismo (estudo do

comportamento observável). Tinha uma abordagem sistemática para

compreender o comportamento humano, uma abordagem de efeito considerável

nas crenças e práticas culturais correntes.

Fez investigação na área da modelação do comportamento pelo reforço

positivo ou negativo (condicionamento). O condicionamento operante explica

que um determinado comportamento tem uma maior probabilidade de se repetir

se a seguir à manifestação do comportamento se apresentar de um reforço

(agradável).

É uma forma de condicionamento onde o comportamento acabará por

ocorrer antes da resposta. A aprendizagem, pode definir-se como uma mudança

relativamente estável no potencial de comportamento, atribuível a uma

experiência - Importância dos estímulos ambientais na aprendizagem

2.2.8 – Albert Bandura (1925 – presente)

 Psicólogo americano, é, tal como Skinner, da linha behaviorista da

Psicologia. No entanto enfatiza a modificação do comportamento do indivíduo

durante a sua interacção. Ao contrário da linha behaviorista radical de Skinner,

acredita que o ser humano é capaz de aprender comportamentos sem sofrer

qualquer tipo de reforço. Para ele, o indivíduo é capaz de aprender também

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através de reforço, ou seja, através da observação do comportamento dos

outros e de suas consequências, com contacto indirecto com o reforço. Entre o

estímulo e a resposta, há também o espaço cognitivo de cada indivíduo.

É um dos autores associado ao Cognitivismo-Social, uma teoria da

aprendizagem baseada na ideia de que as pessoas aprendem através da

observação dos outros e que os processos do pensamento humano são centrais

para se compreender a personalidade:

As pessoas aprendem pela observação dos outros; a aprendizagem é um

processo interno que pode ou não alterar o comportamento; as pessoas

comportam-se de determinadas maneiras para atingir os seus objectivos; o

comportamento é auto-dirigido (por oposição ou determinado pelo ambiente); o

reforço e a punição têm efeitos indirectos e impredizíveis tanto no

comportamento como na aprendizagem; os adultos (pais, educadores,

professores) têm um papel importante como modelos no processo de

aprendizagem da criança.

2.2.9 – Urie Bronfenbrenner (1917 – presente)

Psicólogo alemão, um dos grandes autores que desenvolveu a Abordagem

Ecológica do Desenvolvimento Humano: o sujeito desenvolve – se em

contexto, em 4 níveis dinâmicos – a pessoa, o processo, o contexto e o tempo.

A sua proposta difere da da Psicologia Científica até então: privilegia os

aspectos saudáveis do desenvolvimento, os estudos realizados em ambientes

naturais e a análise da participação da pessoa focalizada no maior número

possível de ambientes e em contacto com diferentes pessoas.

Bronfenbrenner explicita a necessidade dos pesquisadores estarem atentos

à diversidade que caracteriza o homem – os seus processos psicológicos, a sua

participação dinâmica nos ambientes, as suas características pessoais e a sua

construção histórico-sócio-cultural. Define o desenvolvimento humano como “o

conjunto de processos através dos quais as particularidades da pessoa e do

ambiente interagem para produzir constância e mudança nas características da

pessoa no curso de sua vida" (Bronfenbrenner, 1989).

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A Abordagem Ecológica do Desenvolvimento privilegia estudos longitudinais,

com destaque para instrumentos que viabilizem a descrição e compreensão dos

sistemas da maneira mais contextualizada possível.

* Bronfenbrenner  - Abordagem Ecológica do Desenvolvimento

Humano: o sujeito desenvolve-se em contexto, em 4 níveis dinâmicos – a

pessoa, o processo, o contexto, o tempo.

2.2.10 – Arnold Gesell (1880 – 1961)

Psicólogo Americano que se especializou na área do desenvolvimento infantil. Os seus

primeiros trabalhos visaram o estudo do atraso mental nas crianças, mas cedo percebeu que é

necessária a compreensão do desenvolvimento normal para se compreender um

desenvolvimento anormal. Foi pioneiro na sua metodologia de observação e medição do

comportamento e, portanto, foi dos primeiros a implementar o estudo quantitativo do

desenvolvimento humano, do nascimento até à adolescência.

  Realizou uma descrição detalhada e total do desenvolvimento da criança; realça,

com base em pesquisas rigorosas e sistemáticas, o papel do processo de maturação no

desenvolvimento. Gesell e colaboradores caracterizaram o desenvolvimento segundo quatro

dimensões da conduta: motora, verbal, adaptativa e social. Nesta perspectiva cabe um papel

decisivo às maturações nervosa, muscular e hormonal no processo de desenvolvimento.

Desenvolveu, a partir dos seus resultados, escalas para avaliação do desenvolvimento e

inteligência. Inaugurou o uso da fotografia e da observação através de espelhos de um só sentido

como ferramentas de investigação.

2.3 - RELAÇÃO MÃE - BEBÉ

O ser humano desde que nasce é determinantemente marcado pela sua

necessidade social. É nesta parte que se destaca tão fortemente a importância

que a mãe desempenha nos primeiros anos da vida do bebé. Os cuidados

maternais não se resumem ao mínimo indispensável a nível físico, mas  todas as

atitudes maternais influenciam profundamente o desenvolvimento psicológico da

criança.

A relação mãe/bebé nos primeiros anos de vida exerce um papel directo

sobre a personalidade, auto-estima, confiança em si próprio, relacionamento

interpessoal e capacidade de adaptação a situações novas na criança. Uma

relação de afecto para com o embrião influencia a personalidade do futuro bebé.

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Mesmo antes de nascer o bebé tem uma grande relação de envolvimento com o

mundo que o rodeia.

Todo o conjunto de reacções da mãe distingue-se das restantes influências

que a criança recebe ao lidar com outras crianças. A firmeza dos gestos, o olhar,

o toque das mãos, o sorriso soam familiares à criança e transmitem-lhe a

sensação de segurança que ela necessita para poder partir à descoberta do

mundo e ter, ainda assim, o abrigo do aconchego materno no regresso.  

Unidade - iii – A MOTIVAÇÃO

Motivação é o aspecto dinâmico do comportamento dirigido a um objectivo,

ou seja, um conjunto de forças que orientam o comportamento em direcção a um

objectivo.

3.1 - Ciclo ou processo Motivacional

O motivo é o estado do organismo que leva a energia corporal a ser

mobilizada e dirigida a determinados elementos do meio, ou seja, o motivo é a

razão que leva o organismo a agir.

De uma forma geral, os comportamentos motivados são um processo ou

sequência motivacional que se traduz num ciclo constituído por 5 (cinco)

momentos:

1. Necessidade: (motivo da acção). O ponto de partida do processo

motivacional é o surgimento de uma necessidade. Exemplo: “Estou com muita

sede!”

2. Impulso: a necessidade desperta um impulso ou pulsão que move o

indivíduo impelindo-o a agir. Exemplo: “Tenho mesmo que ir beber água se não

fico muito mal, sinto uma força interior que me obriga a agir.”

3. Acção ou resposta instrumental: actividade ou comportamento

orientado para um objectivo ou finalidade, isto é, acção desenvolvida ou

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motivada para satisfazer a necessidade. Exemplo: “Vou ao bar pedir que me

dêem um copo com água.”

4. Objectivo ou meta alcançada: apropriação do objecto que permite

satisfazer a necessidade. Exemplo: “Bebo um copo de água.”

5. Saciedade ou satisfação da necessidade: eliminação da pulsão.

Frequentemente o alívio da tensão provocada pela necessidade é temporário

(caso das necessidades fisiológicas), pelo que o ciclo pode começar de novo.

Exemplo: “Estou saciado, já não sinto sede.”

3.2 - Componentes da Motivação

Necessidade à estado de falta fisiológica ou psicológica.

Impulso à com origem na necessidade, este é o processo que leva a pessoa

à acção, ou seja, aos comportamentos que permitem atingir o objectivo. O impulso

acaba quando o objectivo é alcançado, ou seja, quando a necessidade é satisfeita, o

impulso é reduzido, embora passado algum tempo, o ciclo recomeça.

3.3 - Tipos de Motivação

O comportamento motivado encontra-se ligado ao funcionamento do sistema

endócrino e a diferentes estruturas do sistema nervoso.

Fisiológicas à as motivações fisiológicas são também designadas por

primárias, inatas, básicas ou biogénicas. Visam garantir o equilíbrio orgânico,

assegurando a sua sobrevivência. Walter Bradford Cannon (1871 – 1945),

fisiólogo norte - americano da década de 20 do século XX, desenvolveu o

conceito de homeostasia, ou seja, conjunto de mecanismos reguladores que

visam manter o estado de equilíbrio dos seres vivos. Este é um processo

dinâmico de auto-regulação que assegura a sobrevivência do organismo.

Podemos referir de entre os impulsos homeostáticos: a sede, o sono, a

respiração, a pressão do sangue, a fome, a temperatura do corpo.

Combinadas à este termo é geralmente usado para designar o tipo de

motivações determinadas pelo efeito combinado de mecanismos fisiológicos,

não aprendidos, e de características resultantes da aprendizagem. Ex.:

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comportamento sexual e o comportamento maternal, ou seja, a aprendizagem

marca decisivamente a sexualidade humana e o comportamento maternal, pois

estes encontram-se determinados pelos padrões sociais e culturais.

Sociais à Os comportamentos como conviver, competir, alcançar o poder, ter

sucesso, entre outros, são comummente designados por motivações sociais,

pois não têm na sua base necessidades fisiológicas, isto é, o termo motivações

sociais designa os motivos adquiridos no processo de socialização, pois

manifestam-se de formas diferentes de acordo com os contextos sociais e

culturais em que são aprendidos. Ex: afiliação à corresponde ao desejo de ser

aceite pelos outros e manifesta-se na necessidade de as pessoas procurarem

desenvolver actividades com os outros; realização/sucesso à a motivação de

realização deve-se ao desejo de se ser bem sucedido em diversas situações

desafiantes.

3.4 - FRUSTRAÇÃO E CONFLITOFrustração à define-se como sendo o sentimento produzido por uma

contrariedade. Assim sendo, as frustrações fazem parte da nossa vida quotidiana.

As motivações variam de indivíduo para indivíduo, logo não se pode generalizar

as situações que dão origem às frustrações. A tolerância à frustração depende de

vários factores: idade, nível de aprendizagem e se o indivíduo sofre ou não de

frustrações repetidas. As reacções à frustração podem ocorrer imediatamente

a seguir à frustração ou mais tarde. Os tipos de reacção divergem muito,

podendo ir da agressão (directa, isto é, quando o indivíduo agride a causa da

frustração, ou deslocada, quando o indivíduo desloca a agressão para elementos

não responsáveis pela frustração) à apatia.

Conflito à define-se conflito como sendo a oposição de forças com

intensidade semelhante. Assim, o conflito surge quando os motivos são

incompatíveis. Kurt Lewin diz que o comportamento do indivíduo resulta da

interacção entre o sujeito e o meio que proporciona os elementos para satisfazer

as suas necessidades e considera três formas básicas de conflito em que

estão presentes valências positivas e negativas.

3.4.1 - As formas básicas de conflito

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1. Conflito aproximação/aproximação à neste tipo de conflito, o

indivíduo depara-se com duas ou mais forças positivas, pois está entre dois

objectos ou actividades desejadas. O conflito surge porque só é possível escolher

uma única resposta. Assim, é frequente surgir angústia por não se ter escolhido a

hipótese afastada.

2. Conflito afastamento/afastamento à neste tipo de conflito, o

indivíduo depara-se com duas alternativas desagradáveis, logo hesita sobre que

valência negativa escolher e criará no indivíduo insatisfação, levando muitas

vezes a comportamentos de fuga.

3. Conflito aproximação/afastamento à neste conflito, o indivíduo

encontra-se numa situação positiva e negativa ao mesmo tempo. Os conflitos

têm uma origem consciente e inconsciente.

A explicação do comportamento motivado tem sido objecto de várias

interpretações ao longo do tempo. Os behavioristas, ao contrário dos que

defendem a teoria do instinto pelas teorias homeostáticas, procuram enquadrar a

motivação na fórmula E à R: o indivíduo reage aos estímulos com respostas.

3.5 - A TEORIA HUMANISTA DE MASLOW E A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES3.5.1 - A PIRÂMIDE MOTIVACIONAL

Segundo Abraham Harold Maslow, as necessidades humanas estariam

organizadas numa hierarquia, representadas numa pirâmide, em que na base

estariam as necessidades fisiológicas e, no cume, as necessidades mais

elevadas, como as de auto-realização. Após satisfeitas as necessidades básicas, o

indivíduo ascenderia a outras mais complexas e, se no decurso da sua existência

não houvesse obstáculos, progrediria até ao topo. Esta pirâmide ficaria designada

como “Pirâmide das Necessidades de Maslow”:

Necessidade de

auto – realização

Necessidade de estima

Necessidade de afecto e de pertença

Necessidade de segurança

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Necessidades fisiológicas

1 – Necessidades Fisiológicas:

São consideradas necessidades fisiológicas, a fome, sede, sono, evitamento

da dor, desejo sexual. É a satisfação destas necessidades que domina o

comportamento do ser humano. Assim, as necessidades de segurança só surgem

se estas estiverem satisfeitas.

2 – Necessidades de Segurança: Estas manifestam-se na procura de protecção em relação ao meio, assim como na busca de um ambiente estável e ordenado.

3 – Necessidades de Afecto e Pertença: São manifestadas através do

desejo de associação, participação e aceitação por parte dos outros. Nos grupos a

que pertence, o indivíduo procura o afecto e aprovação.

4 – Necessidades de Estima: Segundo Maslow, estas assumem duas

expressões: desejo de realização e competência e o estatuto e desejo de

reconhecimento, ou seja, as pessoas desejam ser competentes, desenvolver

actividades com sucesso e ser reconhecidas através do seu mérito pessoal A

satisfação da necessidade de estima, desenvolve no indivíduo sentimentos de

auto-confiança e a frustração gera sentimentos de inferioridade.

5 – Necessidades de Auto-Realização: Se no decorrer do percurso que vai

da base ao topo, todas as necessidades estiverem satisfeitas, a necessidade de

auto-satisfação manifestar-se-á, ou seja, a necessidade de realização do

potencial de cada um, a concretização das capacidades pessoais será

manifestada.

Essa realização varia de indivíduo para indivíduo. As pessoas que procuram a

auto-realização apresentam algumas características comuns de personalidade:

são independentes, criadoras, resistem ao conformismo, aceitam-se a si próprias

e aos outros.

Maslow considerava que vários indivíduos na nossa sociedade não

realizavam a sua necessidade de auto-realização, daí a apatia e alienação.

Quais são, então, as pessoas auto-realizadas?

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São pessoas que:

1 Atingiram um alto nível de desenvolvimento moral e que se preocupam mais

com o bem-estar das pessoas amigas e amadas, com a humanidade, relegando

para segundo plano a preocupação consigo próprias.

2 São criativas, espontâneas e não conformistas, valorizando a independência

e a privacidade, a amizade e a intimidade.

3 Empenham-se numa actividade mais pelo valor próprio que esta possui do

que pela perspectiva e expectativa de fama e dinheiro.

4 Vivem a vida de forma absorvente, intensa, sendo dotadas de um sentido de

unidade com a natureza. A este respeito Maslow fala intensificação de

experiências que podem conduzir a uma transcendência do eu, a um

envolvimento tão completo que a pessoa se esquece de si, dos seus interesses e

egoísmos, do que a afasta da unidade com o todo. Não sendo um exclusivo dos

auto-realizados estas experiências são mais comuns nestes últimos.

5 Têm uma visão realista mas positiva da vida como desafio constante que se

deve enfrentar.

6 Apreciam os valores democráticos mas não são convencionais, têm espírito

crítico.

O número de pessoas que, segundo Maslow, atinge a auto-realização é

muitíssimo reduzido. Largos milhões de pessoas estão a esse respeito limitadas

quer pelos padrões culturais do meio quer pela terrível luta pela sobrevivência.

3.6 - TEORIA PSICANALÍTICAO princípio básico da teoria psicanalítica da motivação é considerar que o

comportamento humano é fundamentalmente motivado por razões de carácter

inconsciente e orientado por pulsões.

Pulsão à impulso energético que encontra a sua origem numa tensão

orgânica. Esta orienta a pessoa para determinados afectos, mentalizações e

comportamentos.

Comportamento à é orientado pela tendência do organismo em reduzir a

tensão. O nosso aparelho psíquico tende a manter um nível de excitação baixo

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e constante: obtém-se prazer pela redução da excitação e desprazer pelo

aumento da excitação. Freud considera que as pulsões têm uma origem,

finalidade, uma força e um objecto tendente para o reequilíbrio homeostático.

Fonte de pulsão à a pulsão pode partir de várias zonas do corpo. É um

processo somático localizado num órgão ou numa parte do corpo cuja

excitação é representada pela pulsão.

Alvo da pulsão à o fim da pulsão é sempre a satisfação que é atingida com a

supressão ou redução do estado de excitação orgânica: a finalidade da pulsão

é a satisfação que põe fim à excitação.

Força da pulsão à a pulsão tem uma energia, um ímpeto. Podemos dizer que

a característica essencial da pulsão é o seu carácter dinâmico.

Objecto da pulsão à é o meio que permite a satisfação da pulsão. O objecto

da pulsão é muito variável: pode ser estranho ao organismo ou a uma parte do

próprio corpo.

3.7 - Teoria Cognitiva e Relacional de Nuttin

Nuttin apresenta uma teoria cognitiva e relacional. Segundo este autor, o

comportamento não nasce de uma carência ou desequilíbrio homeostático, mas de uma

“persistência” da tensão, de um “dinamismo temporal” que leva o indivíduo ao

desenvolvimento e ao progresso.

Integrando o passado de forma personalizada e intencional, o sujeito pensa o futuro

com aspirações, projectos, construindo planos de acção. Assim, a acção dirige-se a uma

categoria de objectos na qual o sujeito pode satisfazer as suas necessidades,

introduzindo assim a possibilidade de opção.

Em oposição com as visões instintivas e impessoais da motivação humana, Nuttin

apresenta as necessidades, os motivos e as finalidades da acção como personalizadas,

compreendidas em função da pessoa, das suas mentalizações e dos seus projectos de

vida.

UNIDADE IV = A APRENDIZAGEM

A aprendizagem é o modo como os seres adquirem novos conhecimentos,

desenvolvem competências e mudam o comportamento.

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Por um lado, a complexidade desse processo dificilmente pode ser explicada

apenas através de recortes do todo.

Por outro lado, qualquer definição está, invariavelmente, impregnada de

pressupostos político-ideológicos, relacionados com a visão de homem, sociedade e

saber.

4.1 - COMO A APRENDIZAGEM ACONTECE?

O aprender é um processo pessoal, que acontece dentro da cabeça de cada

indivíduo. Esse processo exige que o aprendiz pense por si próprio. Assim, para a

Psicologia Cognitiva, simplesmente receber informações de um professor não é

suficiente para que o aluno aprenda com compreensão, porque, nesse caso, a

criança fica passiva, não pensa com a própria cabeça.

A Psicologia estudou também quais objectos ou actividades ajudam na

aprendizagem. Ela tem mostrado que o pensamento e o aprendizado da criança

desenvolvem - se ligados à observação e investigação do mundo. Quanto mais a

criança explora as coisas do mundo, mais ela é capaz de relacionar factos e

ideias, tirar conclusões, ou seja, mais ela é capaz de pensar e compreender.

O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de

estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há

aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar,

a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física,

psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no meio social e

temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda, normalmente, por

esses factores, e por predisposições genéticas.

4.2 - PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Segundo os behavioristas a aprendizagem é uma aquisição de

comportamentos através de relações mais ou menos mecânicas entre um

Estímulo e uma Resposta (Estimulo → Resposta = Comportamento).

Numa abordagem cognitiva, considera-se que o homem não pode ser

considerado um ser passivo. Ele organiza suas experiências e procura lhes dar

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significado. Enfatiza a importância dos processos mentais do processo de

aprendizagem, na forma como se percepciona, selecciona, organiza e atribui

significados aos objectos e acontecimentos.

De uma perspectiva humanista existe uma valorização do potencial

humano assumindo-o como ponto de partida para a compreensão do processo de

aprendizagem. Considera que as pessoas podem controlar seu próprio destino,

possuem liberdade para agir e que o comportamento delas é consequência da

escolha humana. Os princípios que regem tal abordagem são a auto-direcção e o

valor da experiência no processo de aprendizagem.

Preocuparam-se em tornar a aprendizagem significativa, valorizando a

compreensão em detrimento da memorização tendo em conta, as características

do sujeito, as suas experiências anteriores e as sua motivações:

O indivíduo é visto como responsável por decidir o que quer aprender;

A aprendizagem é vista como algo espontâneo.

Numa abordagem social, as pessoas aprendem observando outras pessoas

no interior do contexto social. Nessa abordagem a aprendizagem é em função da

interacção da pessoa, do ambiente e do comportamento.

4.3 - O PAPEL DA MEMÓRIA NA APRENDIZAGEM

Independente da escola de pensamento seguida, sabe-se que o indivíduo

desde o nascimento, utilizando seu campo perceptual, vai ampliando seu

repertório e construindo conceitos, em função do meio que o cerca.

Estes conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as imagens

dos sentidos são fixadas e relembradas por associação a cada nova experiência.

Os efeitos da aprendizagem são retidos na memória, onde este processo é

reversível até um certo tempo, pois depende do estímulo ou necessidade de

fixação, podendo depois ser sucedido por uma mudança neural duradoura.

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4.3.1 - MEMÓRIA DE CURTO PRAZO

A memória de curto prazo é reversível e temporária, acredita-se que decorra

de um mecanismo fisiológico, por exemplo um impulso electroquímico gerando

um impulso da sinapse ou sináptico, que pode manter vivo um traço da memória

por um período de tempo limitado, isto é, depois de passado certo período,

acredita-se que esta informação desvanece - se. Logo a memória de curto prazo

pouco importa para a aprendizagem.

4.3.2 - MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

A memória permanente, ou memória de longo prazo, depende de

transformações na estrutura química ou física dos neurónios. Aparentemente as

mudanças sinápticas têm uma importância primordial nos estímulos que levam

aos mecanismos de lembranças como imagens, odores, som/sons, etc, que,

avulsos parecem ter uma localização definida, parecendo ser de certa forma

blocos desconexos, que ao serem activados montam a lembrança do evento que

é novamente sentida pelo indivíduo, como por exemplo, a lembrança da

confecção de um bolo pela avó pela associação da lembrança de um determinado

odor.

4.4 - TipOS DE APRENDIZAGEM

Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que

mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa

aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja discordâncias entre os

estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de

aprendizagem:

Visual: aprendizagem centrada na visualização;

Auditiva: centrada na audição;

Leitura/escrita: aprendizagem através de textos;

Activa: aprendizagem através do fazer;

Olfativa : através do cheiro pode possibilitar conhecimento já

adquirido anteriormente, com o deitar de gazes são exemplo de uma

aprendizagem olfactiva.

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UNIDADE V: A INTELIGÊNCIA

"A inteligência é como um pára-quedas: só funciona se estiver aberta."

(Deway)

A inteligência é a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver

problemas, abstrair ideias, compreender ideias, linguagens e aprender. Embora

pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligência sob um escopo

muito maior, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente entende que este

conceito não compreende a criatividade, o carácter ou a sabedoria. Conforme a

definição que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da personalidade.

5.1 - INTELIGÊNCIA SOCIAL

O poder Inteligência Social é a capacidade da personagem lidar com outras

pessoas e compreender os sentimentos alheios, os relacionamentos sociais e as

convenções morais. Personagens com alta Inteligência Social são sensíveis, têm

tato, sabem ser atenciosos, calorosos e amigáveis. Gostam mais de elogiar do

que de criticar e sabem evitar conflitos e discussões. Dão grande atenção a

afetos e paixões e tendem a decidir com base em sentimentos. São bons em

fazer amigos, influenciar pessoas e transmitir sua disposição aos demais. Isso

não significa que sejam necessariamente pessoas éticas, justas ou bondosas:

podem ser simplesmente bons manipuladores das emoções alheias.

Dependem principalmente de Inteligência Social as habilidades que se

baseiam em relacionamento social e influência sobre os outros – como atuação,

lábia, eloqüência, sofisticação, persuasão, insinuação, humorismo, antropologia,

sociologia, etiqueta, hospitalidade, vendas, ensino, administração e sacerdócio.

5.2 – Tipos de INTELIGÊNCIA

Estabelecidos os critérios acima, foram identificadas as seguintes inteligências:

1 - Lógico-matemática - a capacidade de confrontar e avaliar objectos e

abstracções, discernindo as suas relações e princípios subjacentes. Possuem esta

característica os matemáticos, os cientistas e os filósofos como: Stanislaw

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Ulam, Alfred North Whitehead, Henri Poincaré, Albert Einstein, Marie

Curie, entre outros;

2 - Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e

pelas palavras e por um desejo em os explorar. É predominante em poetas,

escritores, e linguistas, como T. S. Eliot, Noam Chomsky, e W. H. Auden;

3 - Musical - identificável pela habilidade para compor e executar padrões

musicais, executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas

também escutando-os e discernindo-os. Pode estar associada a outras

inteligências, como a linguística, espacial ou corporal-cinestésica. É predominante

em compositores, maestros, músicos, críticos de música como por exemplo,

Ludwig van Beethoven, Leonard Bernstein, Midori, John Coltrane;

4 - Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com

precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências

visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante em arquitectos,

artistas, escultores, cartógrafos, navegadores e jogadores de xadrez, como por

exemplo Miguel Ângelo, Frank Lloyd Wright, Garry Kasparov, Louise

Nevelson, Helen Frankenthaler;

5 - Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de controlar e

orquestrar movimentos do corpo. É predominante entre actores e aqueles que

praticam a dança ou os desportos, como por exemplo Marcel Marceau, Martha

Graham, Michael Jordan, Pelé;

6 - Intrapessoal - expressa na capacidade de se conhecer, estando mais

desenvolvida em escritores, psicoterapeutas e conselheiros, como por exemplo,

Sigmund Freud;

7 - Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções,

motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em: políticos,

religiosos e professores, como por exemplo, Mahatma Gandhi;

8 - Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os

objectos, fenómenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar

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plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de

fauna, flora, meio ambiente e seus componentes. É característica de paisagistas,

arquitectos e mateiros. São exemplos deste tipo de inteligência: Charles

Darwin, Rachel Carson, John James Audubon;

9 - Existencial - investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores

evidências. Abrange a capacidade de reflectir e ponderar sobre questões

fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de

pensadores filosóficos como por exemplo: Jean-Paul Sartre, Sorën

Kierkegaard, Maya Angelou, Paul Erdös, Frida Kahlo, Alvin Ailey,

Margaret Mead, o Dalai Lama, Charles Darwin ou Joni Mitchell.

5.3 - Quociente de inteligência

Quociente de inteligência (abreviado para QI, de uso geral) é uma medida obtida

por meio de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas (inteligência) de

um sujeito, em comparação ao seu grupo etário. A medida do QI é normalizada para que

o seu valor médio seja de 100 e que tenha um determinado desvio-padrão, como 15.

5.3.1 - História sobre o QI

Os testes de inteligência surgiram na China, no século V, e começaram a ser

usados cientificamente em França, no século XX. Em 1905, Alfred Binet e o seu colega

Theodore Simon criaram a Escala de Binet-Simon, usada para identificar estudantes

que pudessem precisar de ajuda extra na sua aprendizagem escolar. Os autores da

escala assumiram que os baixos resultados nos testes indicavam uma necessidade para

uma maior intervenção dos professores no ensino destes alunos e não necessariamente

que estes tivessem inabilidade de aprendizagem. Esta opinião ainda é defendida por

alguns autores modernos que não são da área psicométrica. No seu artigo New Methods

for the Diagnosis of the Intellectual Level of Subnormals Binet relata:

Em 1912, Wilhelm Stern propôs o termo “QI” (quociente de inteligência) para

representar o nível mental, e introduziu os termos "idade mental" e "idade cronológica".

Stern propôs que o QI fosse determinado pela divisão da idade mental pela idade

cronológica. Assim uma criança com idade cronológica de 10 anos e nível mental de 8

anos teria QI 0,8, porque 8 / 10 = 0,8.

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Em 1916, Lewis Madison Terman propôs multiplicar o QI por 100, a fim de

eliminar a parte decimal: QI = 100 x IM / IC, em que IM = idade mental e IC = idade

cronológica. Com esta fórmula, a criança do exemplo acima teria QI 80.

A classificação proposta por Lewis Terman era a seguinte:

QI acima de 140: Genialidade

121 - 140: Inteligência muito acima da média

110 - 120: Inteligência acima da média

90 - 109: Inteligência normal (ou média)

80 - 89: Embotamento

70 - 79: Limítrofe

50 - 69: Cretino

Sendo assim, a fórmula exacta do QI era:

A classificação, originalmente proposta por Davis Wechsler era a seguinte:

QI acima de 127: Superdotação

121 - 127: Inteligência superior

111 - 120: Inteligência acima da média

91 - 110: Inteligência média

81 - 90: Embotamento ligeiro

66 - 80: Limítrofe

51 - 65: Debilidade ligeira

36 - 50: Debilidade moderada

20 - 35: Debilidade severa

QI abaixo de 20: Debilidade profunda

5.3.2 - SAÚDE E Q.I.

Acredita-se que pessoas com um Q.I. elevado têm menores índices de morbilidade

e mortalidade, quando adultas. Também apresentam menos risco de sofrerem de

desordens relacionadas ao stress pós-traumático, depressão acentuada e esquizofrenia.

Por outro lado, aumenta o risco de padecimento de transtorno obsessivo - compulsivo.

Existe uma grande possibilidade dessa correlação existir pelo facto de que pessoas com

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um Q.I. mais alto têm em média indicadores socioeconómicos maiores, possibilitando um

acesso melhor à saúde e informação.

UNIDADE VI: A MEMÓRIA

O que nos faz lembrar de uma detalhada história ocorrida no passado? Como

deixamos fluir naturalmente as frases complicadas de longas canções? Por que

nunca nos esquecemos de como se dirige um automóvel?

Nestes exemplos, a memória surge como um processo de retenção de

informações no qual nossas experiências são arquivadas e recuperadas quando

as chamamos. É uma função cerebral superior relacionada ao processo de

retenção de informações obtidas em experiências vividas. O termo  memória tem

sua origem etimológica no latim e significa a faculdade de reter e /ou readquirir

ideias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos anteriormente

reportando-se às lembranças, reminiscências.

A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela  forma

a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de

representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da

experiência.

Assim, aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso conhecimento,

habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos situarmos no

presente e prevermos o futuro.

6.1 - TIPOS De MEMÓRIA

Pense na diferença entre memorizar a data de aniversário de alguns amigos

versus aprender a andar de bicicleta. As diversas coisas que aprendemos e

lembramos não são processadas sempre pelo mesmo mecanismo neural.

Existem diferentes categorias de memórias, entre elas estão:

A memória ultra-rápida cuja retenção não dura mais que alguns

segundos.

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A memória  de curto prazo (ou curta duração), que dura minutos ou

horas e serve para proporcionar a continuidade do nosso sentido do presente

A memória de longo prazo (ou de longa duração), que estabelece

em gramas (ou traços duradouros (dura dias, semanas ou mesmo anos).

Quando você acaba de ouvir o número de telefone ditado por alguém, mas

em poucos segundos é incapaz de se lembrar de parte ou de todos aqueles

números. Por que?

Esta memória é temporária e limitada em sua capacidade, sendo

armazenada por um tempo muito curto no cérebro, da ordem de mil segundos a

poucos minutos. É a memória de curta duração. Para que ela se torne

permanente, ela requer atenção, repetições e ideias associativas. Mas, através

de um mecanismo ainda não conhecido, você pode se lembrar subitamente de

um facto esquecido, como aquele número de telefone que havia esquecido.

Neste caso, a informação foi armazenada na memória de longa duração que

é mais permanente e tem uma capacidade muito mais ampla. Para uma boa

explicação sobre como é formada a memória de longa duração, veja o artigo do

Professor Izquierdo Os Labirintos da Memória.

O processo de armazenar novas informações na memória de longa duração

é chamado de consolidação. A memória para datas (ou fatos históricos e outros

eventos) é mais fácil de se formar, mas ela é facilmente esquecida, enquanto que

a memória para aprendizagem de habilidades tende a requerer repetição e

prática.

Muitos especialistas consideram memória de curta duração e memória

operacional como a mesma coisa. Entretanto, uma característica chave que

distingue uma da outra é, não somente o seu aspecto operacional, como também

as múltiplas regiões no cérebro onde o armazenamento temporário ocorre.

Isto implica que nós podemos não ser conscientes de todas as informações

armazenadas ao mesmo tempo na memória operacional, nas diferentes partes do

cérebro. Tomemos o exemplo de dirigir um carro. Esta é uma tarefa complexa

que requer diversos tipos de informações processados simultaneamente, tais 41

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como a informação sensorial, cognitiva e motora. Parece improvável que estes

vários tipos de informação sejam armazenados em um único sistema de memória

de curta duração.

Nossa habilidade de lembrar eventos não se reflecte na operação de um

único sistema de memória, mas em uma combinação de no mínimo duas

estratégias usadas pelo cérebro para adquirir informação. Uma das estratégias é

denominada de memória explícita, ou memória declarativa, requerendo

participação consciente e envolvendo o hipocampo e o lobo temporal. a outra

estratégia é a memória implícita, a qual não requer participação consciente,

utilizando estruturas não corticais.

6.2 - CARACTERISTICAS DA MEMÓRIA

Memória operacional - é crucial tanto no momento da aquisição como

no momento da evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não.

Através dela armazenamos temporariamente informações que serão úteis apenas

para o raciocínio imediato e a resolução de problemas, ou para a elaboração de

comportamentos, podendo ser esquecidas logo a seguir.

Em outras palavras, ela mantém a informação viva durante poucos segundos

ou minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada. Armazenamos em

nossa memória operacional, por exemplo, o local onde estacionamos o

automóvel, uma informação que será necessária até o momento de chegarmos

até o carro. Esta forma de memória é sustentada pela actividade eléctrica de

neurónios do córtex pré-frontal (a área do lobo frontal anterior ao córtex motor).

Esses neurónios interagem com outros, através do córtex entorrinal, inclusive do

hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação.

Memória declarativa - (ou explícita) é a memória para fatos e eventos,

por exemplo, lembrança de datas, fatos históricos, números de telefone, etc. 

Reúne tudo o que podemos evocar por meio de palavras (daí o termo

declarativa). Subcaracterizada em:

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Episódica: quando envolve eventos datados, isto é, relacionados ao

tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do

ataque terrorista em 11 de Setembro de 2001 nos EUA.

Semântica: Abrange a memória do significado das palavras (do latim

"significado"). É a co-participação partilhada do significado de uma palavra que

possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória

semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais. Usamos este tipo de

memória ao aprender que Einstein criou a teoria da relatividade, ou que a

capital da Itália é Roma.

Memória não - declarativa (ou implícita)  - Se difere da explícita

(declarativa) porque não precisa ser verbalizada (declarada). É a memória para

procedimentos e habilidades, por exemplo, a habilidade para dirigir, jogar bola,

dar um nó no cordão do sapato e da gravata, etc. Pode ser de quatro (4)

subtipos:

Memória adquirida e evocada por meio de "dicas" (ou memória de

representação perceptual) - que corresponde à imagem de um evento, preliminar

à compreensão do que ele significa. Um objecto, por exemplo, pode ser retido

nesse tipo de memória implícita antes que saibamos o que é, para que serve, etc.

Considera-se que a memória pode ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos

de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou

sons).

Memória de procedimentos - refere-se às habilidades e hábitos.

Conhecemos os movimentos necessários para dar um nó em uma gravata, nadar,

dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente.

Memória não-associativa - Estas duas últimas estão estreitamente

relacionadas a algum tipo de resposta ou comportamento. Empregamos a

memória associativa, por exemplo, quando começamos a salivar pelo simples

fato de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em algum momento de

nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação. Por outro lado,

usamos a memória não associativa quando, sem nos darmos conta, aprendemos

que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido de um cãozinho, não traz

riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo.

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 6.3 - OS MECANISMOS CEREBRAIS DA MEMÓRIA

A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro; ela é

um fenómeno biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas

cerebrais que funcionam juntos.

O lobo temporal é uma região no cérebro que apresenta um significativo

envolvimento com a memória. Ele está localizado abaixo do osso temporal (acima

das orelhas), assim chamado porque os cabelos nesta região frequentemente são

os primeiros a ser tornarem brancos com o tempo. Existem consideráveis

evidências apontando esta região como sendo particularmente importante para

armazenar eventos passados. O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que

pode ser a região potencialmente envolvida com a memória a longo prazo.

Nesta região também existe um grupo de estruturas interconectadas entre si

que parece exercer a função da memória para factos e eventos, entre elas está o

hipocampo, as estruturas corticais circundando-o e as vias que conectam estas

estruturas com outras partes do cérebro.

O hipocampo ajuda a seleccionar onde os aspectos importantes para fatos e

eventos serão armazenados e está envolvido também com o reconhecimento de

novidades e com as relações espaciais, tais como o reconhecimento de uma rota

rodoviária.

A amígdala, por sua vez, é uma espécie de "aeroporto" do cérebro. Ela se

comunica com o tálamo e com todos os sistemas sensoriais do córtex, através de

suas extensas conexões. Os estímulos sensoriais vindos do meio externo como

som, cheiro, sabor, visualização e sensação de objectos, são traduzidos em sinais

eléctricos, e activam um circuito na amígdala que está relacionado à memória, o

qual depende de conexões entre a amígdala e o tálamo.

Conexões entre amígdala e hipotálamo, onde as respostas emocionais

provavelmente se originam, permitem que as emoções influenciem a aprendizagem,

porque elas activam outras conexões da amígdala para as vias sensoriais, por exemplo,

o sistema visual. O Córtex pré-frontal exibe também um papel importante na resolução

de problemas e planejamento do comportamento. Uma razão para se acreditar que o

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córtex pré-frontal esteja envolvido com a memória, é que ele está interconectado com o

lobo temporal e o tálamo.

6.4 - PERDA DA MEMÓRIA

A perda de memória pode estar associada a determinadas doenças

neurológicas, a distúrbios psicológicos, a problemas metabólicos e também a

certas intoxicações. A forma mais frequente de perda de memória é conhecida

popularmente como "esclerose" ou demência. A demência mais comum é a

doença de Alzheimer que se caracteriza por acentuada perda de memória

acompanhada de graves manifestações psicológicas como por exemplo a

alienação. Estados psicológicos alterados como o stress, a ansiedade e a

depressão podem também alterar a memória.

A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo levam a perda da memória

para factos recentes e com frequência estão associados a problemas de marcha

e de confusão mental. Doenças da tiróide, como o hipotiroidismo, se

acompanham de comprometimento da memória.

O uso de medicação tranquilizante ("calmantes") por tempo prolongado

provoca a diminuição da memória e favorece também a depressão, o que leva a

uma situação que pode se confundir com a demência. A vida sedentária com

excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma dieta deficiente,

favorece a perda de memória. Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido

normalmente no dia-a-dia de nossas vidas, existem algumas doenças e injúrias

no cérebro que causam séria perda de memória e também interferem com a

capacidade de aprender. A esta inabilidade dá-se o nome de Amnésia.

6.4.1 - FACTORES QUE PODEM CAUSAR PERDA TOTAL OU PARCIAL DA MEMÓRIA

Concussão

A Concussão ou traumatismo do cérebro pode causar perda da memória

manifestada de diferentes formas:

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Amnésia retrógrada: Os eventos ocorridos antes do trauma (no

momento ou meses e anos antes) não serão lembrados, mas a pessoa se lembra

de coisas após o trauma.

Amnésia anterógrada: Os eventos ocorridos após o trauma não serão

lembrados. Em casos mais severos, a pessoa pode ser incapaz de aprender

qualquer coisa nova, como é o caso de um paciente que todas as vezes que

encontrava o seu médico o cumprimentava como se fosse a primeira vez que o

visse.

Amnésia transitória global: É uma forma de amnésia que dura um

curto período de tempo e envolve a amnésia anterógrada acompanhada pela

retrógrada.

Este tipo de amnésia é causado por isquemia cerebral (redução temporária

do suprimento sanguíneo). De acordo com Bear e Cols, 1996 , embora raros,

existem registos deste tipo de amnésia causado por: Stress; Acidente de

carro; Jogo de futebol; Drogas; Banho frio; Sexo.

Alcoolismo crónico

Álcool: O alcoolismo é um dos mais sérios candidatos a afectar a

memória. O álcool afecta especialmente a memória a curta duração, o que

prejudica a habilidade de reter novas informações. Estudos mostraram que

mesmo a ingestão de baixas quantidades de bebida alcoólica durante toda a

semana interfere com a habilidade de lembrar.

Drogas e Medicamentos

Medicação: algumas drogas podem causar perda da memória:

tranquilizantes, relaxantes musculares, pílulas para dormir, e drogas anti-

ansiedade, particularmente os benzodiazepínicos que incluem o diazepam

(valium) e lorazepam. Algumas drogas cardíacas, tais como o propanolol, que é

usada para controlar a pressão alta (hipertensão) pode causar problemas de

memória e depressão.

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Fumo: Já é conhecido que o fumo quebra a quantidade de oxigénio que

chega ao cérebro e este fato muitas vezes afecta a memória. Estudos mostraram

que fumantes de um ou mais pacotes de cigarros por dia tiveram dificuldades em

lembrar de faces e nomes de pessoas em teste de memória visual e verbal,

quando comparados com indivíduos não fumantes (Turkington, 1996).

Cafeína: Café e chá têm um efeito muito positivo para manter a atenção e

acabar com o sono, mas a excitação provocada por estas bebidas pode interferir

com a função da memória.

Tumor cerebral: O Tumor cerebral pode evoluir com problemas de

memória além de outros sintomas próprios.

Encefalite: Nas encefalites, no acidente vascular cerebral também

podem ocorrer problemas em diversas fases da memória.

6.5 - COMO MELHORAR A MEMÓRIA

A contínua actividade intelectual como a leitura, exercícios de memória,

palavras cruzadas e jogo de xadrez auxiliam a manutenção da memória. O estilo

de vida activo com actividade física feita com regularidade e uma dieta saudável

são básicas para a manutenção da memória.

A diminuição da memória que ocorre na terceira Idade, na maioria das vezes

é absolutamente benigna, mas frequentemente, por falta de melhor informação,

angustia o idoso que tem dificuldade de aceitá-la como um facto normal.

Existem muitas coisas que você pode fazer para melhorar a sua memória,

entre as quais o uso de determinadas técnicas mentais, e os cuidados com a

nutrição e os medicamentos.

Estimular a memória: Utilize ao máximo a sua capacidade mental;

desafie o novo; aprenda novas habilidades, Se você trabalha em um escritório,

aprenda a dançar; Se for um dançarino; aprenda a lidar com computador; se

trabalhar com vendas; aprenda a jogar xadrez; se for um programador; aprenda a

pintar. Isto poderá estimular os circuitos neurais do seu cérebro a crescerem.

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Prestar atenção: Não tente guardar todos os fatos que acontecem, mas

focalize sua atenção e se concentre naquilo que você achar mais importante,

procurando afastar de si todos os demais pensamentos.

Exercício: pegue um objecto qualquer, por exemplo, uma caneta e se

concentre nela. Pense sobre suas diversas características: seu material, sua

função, sua cor, sua anatomia, etc. Não permita que nenhum outro pensamento

ocupe a sua mente enquanto você estiver concentrado na caneta.

Relaxar: É impossível prestar atenção se você estiver tenso ou nervoso.

Exercício: prenda a respiração por dez segundos e vá soltando-a lentamente.

Associar fatos a imagens: Aprenda técnicas mneumónicas. Elas são

uma forma muito eficiente de memorizar grande quantidade de informação.

Visualizar imagens: Veja as figuras com os "olhos da mente".

Alimentos: Algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento

apropriado da memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São encontradas no

pão e cereais, vegetais e frutas. Alguns especialistas afirmam que vitaminas

sintetizadas melhoram a memória, mas outros duvidam dizendo que estudos não

comprovaram que estes nutrientes funcionam.

Água: água ajuda a manter bem funcionantes os sistemas da memória,

especialmente em pessoas mais velhas. De acordo com a Dra. Turkington, a falta

de água no corpo tem um efeito directo e profundo sobre a memória; a

desidratação pode levar a confusão e outros problemas do pensamento.

Sono: Afim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se

permita sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o

cérebro se desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena a memória. A

insónia leva a um estado de fadiga crónica e prejudica a habilidade de

concentrar-se e armazenar informações.

Dicas tais como: tomar notas, organizar-se, usar um diário, manter-se

em forma, check-up regular da saúde, etc

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Devemos identificar nossas diversas habilidades mentais e exercitá-las

sempre com regularidade. Devemos estimular nossas percepções, nossa

memória (recente e antiga), noções espaciais, habilidades lógicas e verbais, etc.

Os exercícios cerebrais nada mais são do que estímulos às funções cerebrais

que podem estar decadentes devido à idade e que já foram activas no passado. A

activação deve ser feita diariamente, durante as actividades normais, como o

caminhar, durante as refeições ou mesmo durante as compras.

Todo dia procure observar um objecto ou pessoa e desenhe suas principais

características. No fim-de-semana procure recordar as figuras. É um tipo de

exercício de memória. Procure identificar ingredientes dos alimentos pelo gosto e

pelo cheiro. Faça isto diariamente e depois procure recordar dos mesmos.

Memorize os preços das coisas sempre que possível e procure recordá-las

mais tarde. Procure identificar as pessoas pela voz ao usar o telefone, por

exemplo. Memorize números de telefones. Memorize no fim do dia as pessoas

com quem falou. Depois, procure lembrar-se do mesmo para toda semana. Utilize

sempre de anotações para consultas posteriores. Inúmeras outras situações

podem ser criadas a partir dessas.

6.6 - DICAS PARA estimular A MEMÓRIA

Para estimular a memória é preciso ter em conta os seguintes requisitos:

Actividade diária: Praticar jogos de xadrez, palavras cruzadas, exercícios

simples como recordar fatos do dia-a-dia (o que comeu no almoço, o que leu no

jornal do dia, o que ocorreu no último capítulo da novela, etc.)

Aprender novas habilidades: computador, pintura, música, etc.

Cultivar a atenção: Ater-se aos fatos mais importantes dos que

ocorreram durante o dia e procurar guardá - los; exercitar-se com objectos

simples mantendo a concentração. (Pegue um relógio, por exemplo, e procure

concentrar-se no mesmo, observando suas características, etc); exercitar-se com

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um texto e procurar reflectir somente sobre o mesmo (um poema, um salmo,

etc).

Exercícios mnemónicos: Associar factos a imagens e procurar guardá-

los na memória. Imaginar um alimento suculento e imaginar todas as suas

características a ponto de sentir prazer.

Alimentação: A boa alimentação é fundamental para a conservação da

memória. Deve-se evitar excessos. Deve-se entender que uma boa alimentação é

a bem balanceada entre proteínas, gorduras e açúcar, sendo rica em vitaminas. A

tiamina, o ácido fólico e a vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos

neurotransmissores envolvidos no processo da memória, devendo ser utilizados

de preferência produtos naturais. A água é muito importante, devendo se ter

cuidado em manter-se a hidratação.

Psiquismo: Estar relaxado e emocionalmente bem, é fundamental para

manter uma boa atenção de conservar a memória. A tensão e a ansiedade

prejudicam a memória. A depressão dificulta muito o processo de memorização.

Actividade física: Os exercícios feitos regularmente trazem benefícios

importantes para o processo de memorização. Uma simples caminhada diária é o

suficiente.

Sono: O repouso cerebral é muito importante para se ter uma boa

memória. Quem sofre de insónia tem sua memória prejudicada.

*LEMBRE-SE: Não existem medicamentos específicos para o tratamento da

perda da memória. A Gingko Biloba é a droga hoje em dia mais utilizada numa

tentativa de diminuir a perda da memória ou mesmo regredir um quadro já

instalado. Ela é extraída de folhas de uma árvore muito comum na Europa e nos

Estados Unidos, sendo muito popular na Alemanha, onde tem seu uso aprovado

oficialmente.

É conhecida há centenas de anos, tendo ampla gama de efeitos, actuando

em problemas cardiovasculares, neurológicos e metabólicos. É uma substância

que actua na circulação cerebral, sendo muito utilizada na velhice, com a

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finalidade de melhorar problemas de memória, dificuldades de concentração e

confusão mental. Tem sido utilizada nas fases iniciais da Doença de Alzheimer, no

combate aos problemas cognitivos próprios da doença, melhorando o

comportamento. Infelizmente esses resultados são muito discutidos e

controversos. Não se sabe bem como age, mas parece activar a circulação

cerebral melhorando o aproveitamento do oxigénio pelas células nervosas.

Então, para conservar ou melhorar sua memória, a melhor maneira é EXERCITÁ

– LA!

UNIDADE VII: A PERSONALIDADE

Personalidade deriva do latim - persona - que significava máscara, ou seja

aquilo que queremos parecer aos outros. Na Psicologia a Personalidade é uma

organização dos vários sistemas físicos, fisiológicos, psíquicos e morais que se

interligam, determinando o modo como o indivíduo se ajusta ao ambiente em que

vive. Para o Espiritismo a personalidade está na Alma da pessoa.

A personalidade vai se fazendo ao longo do tempo, desde o nascimento até

a idade adulta, porém, devido à interacção com o meio em que vivemos e à

intenção inata de nos comportarmos como os outros desejariam que fôssemos,

esse desenvolvimento poderá não levar a pessoa à auto-realização, no sentido de

seu Eu real, mas em outras direcções menos saudáveis para o bem estar do

indivíduo, tais como: a do Eu - orgulhoso, a do Eu - coitadinho ou a do Eu -

fatalista.

Para uma criança se desenvolver normalmente ela tem que se sentir aceite

da forma que é. Ela pode ser corrigida e castigada se for preciso, mas deve se

sentir aceite apesar disso, de modo a não afectar o conceito que tem de si

mesma. A corrigenda e o castigo devem ser impessoais, sem ofensas à criança.

Use mais a palavra Eu do que a palavra Você. Diga "Eu não quero" mas nunca

"Você é um burro".

O importante não é se estamos aplicando o castigo justo mas a nossa

generosidade na sua aplicação. Caso contrário, se a criança se sentir rejeitada,

poderá construir, quando mais crescida, um novo conceito distorcido de si

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mesma, onde tenta criar uma falsa ideia de superioridade, entendendo por

exemplo que a agressividade passa a ser força, a indiferença passa a ser

sabedoria e onde a piedade é vista como algo inferior. O Eu - submisso se

transformaria falsamente, nestas circunstâncias, em perfeição cristã e santidade.

As aspirações normais nascem do desenvolvimento da auto-realização

harmoniosa e não da necessidade de realizar um Eu - idealizado. As atitudes

que a criança desenvolve no Lar tornam-se seus futuros comportamentos mais

tarde como adulto.

O traço de personalidade é uma característica constante do indivíduo em

situações variadas. Carl Jung propôs dois agrupamentos de traços que

compreendem em si todas as características pessoais, a Introversão e a

Extroversão. A extroversão consiste na tendência de focalizar o interesse no

mundo exterior, vivendo mais no presente, dando mais valor às pessoas e ao

êxito social, sendo mais práticas. A Introversão consiste em concentrar interesse

nos pensamentos e ideias próprias, visualizando mais o futuro, sendo mais

intuitiva.

Alguns conflitos neuróticos convertem grande parte da angústia em acção

física no corpo da pessoa. Dizemos que houve somatização e a tensão conflituosa

pode afectar várias partes do corpo. Se a região límbica for a atingida passarão a

ocorrer emoções de medo, de angústia e de depressão. Se atingir o hipotálamo e

hipófise surgirão distúrbios da tiróide alterando o desgaste celular, a pressão

arterial e a taxa de açúcar no sangue.

Se a pessoa se fixasse demais em suas deficiências, conflitos e frustrações

perderia sua auto-estima, desintegrando sua personalidade. É preciso se ajustar

através de mecanismos de defesa.

Os principais mecanismos de defesa são:

1. O de compensação (ao se achar inferior em um sector procura se

superar em outro);

2. De racionalização (explicações para os fracassos);

3. De projecção (atribuir a terceiros os sentimentos que são nossos);52

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4. De identificação (assumir mentalmente a identidade de uma

pessoa forte);

5. De regressão (comportamento de pessoas muito mais jovens);

6. De fixação (comportamentos estereotipados);

7. De idealização (criação de um mundo mais justo);

8. De repressão (reprimir a lembrança, afogando a memória);

9. De sublimação (actividades artísticas e religiosas);

10. De fantasia (viver em imaginação o que gostaríamos de

viver).

7.1 - OS FACTORES QUE INFLUEM NA FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA

PERSONALIDADE

Os factores que influem na formação e desenvolvimento da personalidade

são: a família, a escola, a sociedade em geral, a amizade, a solidão, etc.

Assim, o que mais tem impacto na personalidade das pessoas é o que elas

passam na infância... Geralmente traumas na infância fazem as pessoas se

tornarem assassinas, estupradoras, killer's ou até suicidas.

7.2 - TEORIAS SOBRE A PERSONALIDADE

Existem várias correntes teóricas que preconizam o que é a Personalidade e que genericamente são designadas de Teorias da Personalidade. Cada grande teórico isolou e esclareceu aspectos peculiares da natureza humana. De referir que:

Cada um está essencialmente correcto na área que examinou;

O erro só se dá quando afirma que a sua área é a melhor e a única resposta abrangente.

7.2.1 -O PARADIGMA PSICOSSEXUAL DE SIGMUND FREUD

As relações pais – filhos são determinantes na construção da personalidade.

Segundo Freud o desenvolvimento da personalidade faz-se por fases ou etapas:

Oral, Anal, Fálica, Latência, Genital. Portanto, ressalte – se que a realidade

psíquica pode não ser igual ao real.

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O inconsciente é uma parte da personalidade da qual a pessoa não está

consciente e que é um potencial determinante do seu comportamento:

As pessoas apenas têm consciência de uma pequena parte de sua vida

mental;

Alguns conteúdos ficam no Pré-consciente, podendo ser facilmente

recuperados.

O inconsciente contém: pulsões, pressões e forças para acção.

7.2.1.1 - ESTRUTURA DE PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD

Id: instintos; opera de acordo com o princípio do prazer “quero o que

quero, quando quero.”

Ego: emerge nas crianças em desenvolvimento quando: identificam

necessidades e desejos próprios. O Ego evolui para lidar com o mundo – localiza

“objectos” para satisfazer o Id. É controlado e lógico. Actua como mediador

entre Id e Super-Ego.

Super-Ego: influencia o Ego para atender a objectivos morais e forçar o Id

a inibir “impulsos animais.”

Sonhos: são desejos do Id disfarçados.

7.2.2 - TEORIA PSICOSSOCIAL DE ERIK ERIKSON

Erikson defende que existem 8 etapas de vida a que chama crises, as oito

idades do ciclo de vida:

Primeira idade: Bebé (do nascimento aos 18 meses).

Segunda idade: Criança em tenra idade (dos 18 meses, idade do berçário, aos 3 anos).

Terceira idade: Criança em idade pré – escolar (dos 3 anos aos 6 anos).

Quarta idade: Criança em idade escolar (dos 6 aos 12 anos de idade).

Quinta idade: Adolescente (dos 12 aos 20 anos de idade).

Sexta idade: Jovem adulto (dos 20 aos 35 anos de idade).

Sétima idade: Adulto (dos 35 aos 65 anos de idade).

Oitava idade: Idoso (dos 65 anos em diante).

Em cada etapa o sujeito confronta-se, e de preferência supera, novos

desafios ou conflitos. Cada etapa do desenvolvimento da criança é importante e

deve ser bem resolvida para que a próxima etapa possa ser superada sem

problemas.

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7.2.3 - TEORIA DE APRENDIZAGEM SOCIAL DE BANDURA

É um dos autores associado ao Cognitivismo-Social, uma teoria da

aprendizagem baseada na ideia de que as pessoas aprendem através da

observação dos outros e que os processos do pensamento humano são centrais

para se compreender a personalidade:

As pessoas aprendem pela observação dos outros; a aprendizagem é um

processo interno que pode ou não alterar o comportamento; as pessoas

comportam-se de determinadas maneiras para atingir os seus objectivos; o

comportamento é auto-dirigido (por oposição ou determinado pelo ambiente); o

reforço e a punição têm efeitos indirectos e impredizíveis tanto no

comportamento como na aprendizagem; os adultos (pais, educadores,

professores) têm um papel importante como modelos no processo de

aprendizagem da criança.

7.2.4 - TEORIA DA AUTO – REALIZAÇÃO DE ABRAHAM MASLOW

Psicólogo norte – americano, encara o desenvolvimento da Personalidade

baseado na motivação a qual pode ser hierarquizada:

Necessidades fisiológicas: a sede é uma necessidade mais forte que a

fome; mas menos do que respirar; já o sexo é a necessidade menos forte das

atrás referidas (ar, água, comida, sexo). O Oxigénio, água, proteínas, sal, açúcar,

cálcio e outros minerais e vitaminas. Também se inclui aqui a necessidade de

manter o equilíbrio do PH (demasiado ácido ou básico pode matar) e de

temperatura (mais ou menos, 36.7 ºC). Outras necessidades incluídas aqui são

as que se dirigem a manter-nos activos, a dormir, a descansar, a eliminar

desperdícios (CO2, suor, urina e fezes), a evitar a dor e a ter sexo.

Necessidades de segurança e tranquilização: quando as necessidades

fisiológicas se mantêm compensadas, entram em jogo estas necessidades.

Começamos a preocupar-nos com questões que providenciem segurança,

protecção e estabilidade. Pode-se mesmo desenvolver uma necessidade de

estrutura, de certos limites, de ordem. Vendo-o, pela negativa, poder-nos-íamos

começar a preocupar com necessidades como a fome e a sede, ou então como

os medos e ansiedades.

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No adulto médio, este grupo de necessidades remete para a urgência de ir

para casa, ou para um lugar seguro, estabilidade ao nível do trabalho, um bom

plano de férias, e um bom seguro de vida, entre outras.

Necessidades de amor e pertença: quando as outras necessidades

fisiológicas e de segurança e tranquilização, se completam, iniciam-se estas

necessidades que remetem para a necessidade de afecto (amizade, casal,

crianças e relações afectivas, em geral), incluindo a sensação geral de pertencer

a uma comunidade.

Pela negativa, tornamo-nos exageradamente susceptíveis à solidão e às

ansiedades sociais. Na nossa vida quotidiana exibimos estas necessidades

através do desejo de união (matrimónio), de ter uma família, de fazer-mos parte

da comunidade, ser membros de uma igreja, de uma irmandade, fazer parte de

um grupo ou clube social. É igualmente o que procuramos quando elegemos

uma carreira.

Necessidades de estima: Uma vez satisfeitas as necessidades anteriores,

começamos a preocupar-nos com algo relacionado com a auto-estima. Maslow

descreveu duas versões de necessidades de estima: uma elevada, outra baixa.

A baixa necessidade de estima é em relação aos outros, a necessidade de

estatuto, fama, glória, reconhecimento, atenção, reputação, apreciação,

dignidade e inclusive domínio. A alta necessidade de estima relaciona-se com a

necessidade de respeito por si mesmo, incluindo sentimentos tais como

confiança, competência, erros, mestria, independência e liberdade. Observe-se

que esta é uma forma “elevada” porque diferencia o respeito que temos para

com os outros do respeito que temos para connosco. E este é mais difícil de se

perder!

A versão negativa destas necessidades é uma baixa auto-estima, e

complexos de inferioridade. Maslow estava convicto que Adler tinha descoberto

algo importante quando propôs que esta estava na raiz de muitos dos nossos

problemas psicológicos.

Nos países modernos a maioria de nós tem o que necessita no que respeita

às necessidades fisiológicas e de segurança. Por sorte, quase sempre temos um

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pouco de amor e de pertença, no entanto, isso é, na realidade, extremamente

difícil de se alcançar.

Maslow chama a estes quatro níveis anteriores as necessidades de défice ou

Necessidades D. Se não temos algo em demasia (então temos um défice),

sentimos necessidade. No entanto, se alcançamos tudo o que necessitamos já

não sentimos nada! Isto é, deixam de ser motivantes. Como diz um velho ditado

latino: “Não sentes nada a menos que o percas”.

Este autor fala igualmente destes níveis, em termos de homeostasia, a

constitui o princípio através do qual o nosso termóstato funciona de forma

equilibrada: quando está muito frio, liga-se o aquecimento, quando está muito

calor, desliga-se o aquecimento. Da mesma forma, nosso corpo, quando falta

alguma substância desenvolve-se uma forte vontade da referida substância. O

que Maslow faz é apenas alargar o princípio de homeostasia às necessidades,

tais como a segurança, pertença e estima.

Maslow considera todas estas necessidades como essencialmente vitais.

Inclusive, o amor e a estima, são necessárias para a manutenção da saúde.

Afirma que todas estas necessidades estão construídas geneticamente em todos

nós, como os instintos. Assim, chama-lhes necessidades “instintivoídes” (quase

instintivas).

Em termos de desenvolvimento geral, movemo-nos através destes níveis

como se de estádios se tratasse. Quando recém-nascidos o nosso foco (ou o

nosso quase completo complexo de necessidades) situa-se ao nível fisiológico.

Imediatamente começamos a reconhecer que necessitamos sentir-nos seguros.

Pouco tempo depois, procuramos a atenção e o afecto. Um pouco mais tarde,

procuramos a auto-estima. E, imagine-se, isto ocorre logo nos primeiros anos de

vida!

Sob condições de stress ou quando a nossa sobrevivência se encontra

ameaçada, podemos “regressar” a um nível de necessidade menor. Quando o

nosso grande esforço falhou, pode-se procurar um pouco de atenção. Quando a

nossa família nos abandona, parece que a partir daí a única coisa de que

necessitamos é amor.

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Necessidades de auto-realização: De referir uma pequena variação na

Teoria de Maslow que talvez possa ajudar a perceber um pouco melhor o ser

humano. Se formos privados das nossas necessidades físicas básicas, se

estamos a viver abaixo das circunstâncias amenizantes, se estamos alheados

dos demais ou, se não temos confiança nas nossas capacidades, podemos

continuar a sobreviver, no entanto, não vivendo. Não estaremos a actualizar

completamente as nossas potencialidades e inclusive seremos muito bem

capazes de perceber que existem pessoas que se actualizam apesar da

privação.

Se considerarmos as necessidades de défice separadas das de actualização

e se falamos de uma auto-actualização completa em vez de auto-actualização

como uma categoria separada de necessidades, a teoria de Maslow entrelaça-se

com outras teorias e aquelas pessoas excepcionais que conseguem alcançar o

êxito no meio da adversidade podem então ser considerados como heróis em

vez de excepções ou raridades.

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=APÊNDICE=

TIPOS DE FOBIA

TIPO A:

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ABISSOFOBIA - medo de abismos, precipícios;

ABLEPSIFOBIA - medo de ficar cego;

ABLUTOFOBIA - medo de tomar banho;

ACAROFOBIA - medo de ter a pele infestada por pequenos organismos

(ácaros);

ACEROFOBIA - medo de produtos ácidos;

ACLUOFOBIA - medo ou horror exagerado à escuridão;

ACROFOBIA - medo de altura;

ACUSTICOFOBIA - medo relacionado aos ruídos de alta intensidade;

AEROACROFOBIA - medo de lugar aberto e alto;

AERODROMOFOBIA - medo de viagens aéreas;

AEROFOBIA - medo de ventos, engolir ar ou aspirar substâncias tóxicas;

AERONAUSIFOBIA - medo de vomitar (quando viaja de avião);

AFOBIA - medo de falta de fobias;

AGLIOFOBIA - medo de sentir dor;

AFEFOBIA - medo de ser tocado;

AGORAFOBIA - medo de lugares abertos, de estar na multidão, lugares

públicos(mercado, supermercado, shopping)ou deixar lugar seguro;

AGRAFOBIA - medo de abuso sexual;

AGRIZOOFOBIA - medo de animais selvagens;

AGIROFOBIA - medo de ruas ou cruzamento de ruas;

AICMOFOBIA - medo de agulhas de injecção ou objectos pontudos;

AILUROFOBIA - medo de gatos;

ALGOFOBIA - medo de dor;

ALTOFOBIA - medo de alturas;

AMATOFOBIA - medo de poeiras;

AMAXOFOBIA - medo mórbido de se encontrar ou viajar dentro de qualquer

veículo de transporte;

AMBULOFOBIA - medo de andar;

AMNESIFOBIA - medo de perder a memória;

ANCRAOFOBIA OU ANEMOFOBIA - medo de correntes de ar;

ANDROFOBIA - medo de homens;

ANALOFOBIA - medo de buracos escuros;

ANEMOFOBIA - medo de ventos;

ANGINOFOBIA - medo de engasgar;

ANTROPOFOBIA - medo de pessoas ou da sociedade;

ANTLOFOBIA - medo de enchentes;

ANUPTAFOBIA - medo de ficar solteiro(a);

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APEIROFOBIA - medo de infinito;

APITOFOBIA - medo de abelhas;

ARACNEFOBIA - medo de aranhas;

ARITMOFOBIA - medo de números;

ASSIMETROFOBIA - medo de coisas assimétricas;

ASTENOFOBIA - medo de desmaiar ou ter fraqueza;

ASTRAFOBIA - medo de trovões ou relâmpagos;

ATAXOFOBIA - medo de desleixo;

ATAXIOFOBIA - medo de ataxia ( descoordenação muscular);

ATAZAGORAFOBIA - medo de ficar esquecido ou ignorado;

ATELOFOBIA - medo de ruínas;

ATOMOSOFOBIA - medo de explosões atómicas;

ATIQUIFOBIA - medo do fracasso;

AUROFOBIA - medo de ouro;

AUTOFOBIA - medo de ficar só ou sozinho;

AUTOMATONOFOBIA - medo de boneco do ventríloquo, criaturas

animatrónicas, estátuas de cera (qualquer coisa que represente falsamente

um ser sensível);

AUTOMISOFOBIA - medo de ficar sujo;

AVIOFOBIA - medo de voar de avião;

AZINOFOBIA - medo de apanhar do pai.

TIPO B:

BACILOFOBIA: medo patológico de germes patogénicos.

BASIFOBIA: medo mórbido de circular, ao andar, basiofobia, basofobia.

BATMOFOBIA: medo patológico de escadas ou de cadeiras altas.

BATOFOBIA: 1- horror de lugares profundos ou como que profundos; 2- medo patológico de passar perto de, ou entre estruturas altas, como edifícios, montanhas , etc

BATROCOFOBIA: medo mórbido de batráquios.

BROMIDROSIFOBIA: medo patológico de odores corporais, com percepções ilusórias quanto a ele.

BRONTOFOBIA: medo mórbido de trovão.

TIPO C:

CARDIOPATOFOBIA: medo patológico de cardiopatia.

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CARTOPTROFOBIA: aversão patológica à espelhos.

CENOFOBIA: 1- medo patológico de grandes espaços abertos; 2- medo

patológico de coisas novas; cenotofobia e neofobia.

CINOFOBIA: medo mórbido de cães.

CIPRIDOFOBIA: 1- medo patológico de doença venéria; 2- medo patológico de

relação sexual.

CLAUTROFOBIA: estado psicopatológico caracterizado pelo medo estar ou

passar em lugares fechados ou tamanho reduzido.

CLEPTOFOBIA: medo mórbido de ser roubado, ou de cometer furto ou de

estar em débito.

CLIMACOFOBIA: medo patológico de escada ou de galgá-las.

COITOFOBIA: medo patológico do coito.

COPROFOBIA: repugnância patológica à defecação e às fezes.

COPROSTAZOFOBIA: medo patológico de sofrer de costipação.

CREMATOFOBIA: aversão patológica à dinheiro.

CREMNOFOBIA: medo patológico de princípios.

CROMATOFOBIA: medo patológico de cores.

CRONOFOBIA: medo patológico do tempo ou do envelhecimento.

TIPO D:

DEMOFOBIA: temor patológico à multidão.

DENDROFOBIA: horror as árvores.

DISMORFOBIA: medo patológico de deformidade corporal, presente ou futura.

DOMATOFOBIA: medo patológico de estar dentro de uma casa.

DORAFOBIA: medo patológico de pele ou pêlo de animais.

TIPOE:

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ENOMOFOBIA: De entom- + -fobia.] Medo patológico à insectos. EREMOFOBIA: [De eremo- + -fobia.] Medo patológico à solidão. EREUTOFOBIA: [De ereuto- + -fobia.] Medo de enrubescer na presença de

outrem. ERGASIOFOBIA: (gà). [De ergasio- + -fobia.] 1. Aversão patológica a trabalho;

2. Medo indevido de sofrer intervenção cirúrgica. ERITROFOBIA: [De eritr(o)- + -fobia.] Manifestação neurótica caracterizada por enrubescimento ao menor

estímulo; 2. Medo patológico de enrubescer; 3. Aversão patológica à cor vermelha.

EROTOFOBIA: [De erot(o)- + -fobia.] Horror ao ato sexual. ESCOPOFOBIA: [De escopo- + -fobia.] Receio mórbido de ser visto.

ESTASIOFOBIA: [De estasi(o)- + -fobia.] Medo mórbido de se pôr de pé.

ELUROFOBIA: [De elur(o)- + -fobia.] Medo patológico de gato.

EMETOFOBIA: (êm). [De emet(o)- + -fobia.] Horror ao vómito.

TIPO F:

FAGOFOBIA: medo patológico de alimentar-se.

FILOFOBIA: medo patológico de fazer amigos.

FOBOFOBIA: medo de seus próprios medos.

FTIRIOFOBIA: aversão patológica à piolhos.

TIPO G:

GAMOFOBIA: medo patológico de casamento.

GEFIROFOBIA: medo patológico de andar em ponte, margem de rio, ou outro

local perto de água.

GINECOFOBIA: aversão patológica a convívio com mulheres, ginafobia.

GRAFOFOBIA: medo patológico de escrever.

TIPO H:

HAFEFOBIA: [De haf(e)- + -fobia.] Receio patológico de tocar ou de ser

tocado.

HELIOFOBIA: (è). [De heli(o)- + -fobia.] Medo patológico da luz solar.

HELMINTOFOBIA: [De helmint(o)- + -fobia.] Medo patológico de ser infectado

por helminto, por verme.

HEMATOFOBIA: [De hemat(o)- + -fobia.] S. f. Psiq Horror ao sangue.

HERPETOFOBIA: [De herpet(o)-1 + -fobia.] Medo patológico de repteis.

HIALOFOBIA: [De hial(o)- + -fobia.] Medo patológico de vidro.

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HIDROFOBIA: [Do gr. hydrophobía, pelo b.-lat. hydrophobia.] Horror aos

líquidos.

HIDROFOBOFOBIA: [De hidrófobo + -fobia.] V. lissofobia.

HIGROFOBIA: [De higr(o)- + -fobia; lat. hygrophobia.] Horror à humidade, que

não se adapta a ela.

HIPNOFOBIA: [De hipn(o)- + -fobia.] 1 Medo de dormir.

Terror ou medo durante o sono.

HIPSOFOBIA: [De hips(o)- + -fobia.] Medo mórbido das alturas.

HODOFOBIA: [De hodo- + -fobia.] Aversão patológica a percorrer caminhos.

HOMOFOBIA: [De hom(o)- + -fobia.] Aversão a homossexuais ou ao

homossexualismo

TIPO I:

ICTIOFOBIA: (ìc). [De icti(o)- + -fobia.] Aversão patológica a peixes.

IDEOFOBIA: (ìd). [De ideo- + -fobia.] 1. Medo mórbido de perder a razão,

2.Medo ou desconfiança de idéia(s).

IOFOBIA: [De io- + -fobia.] Medo patológico de venenos

TIPO L:

LALOFOBIA: [De lal(o)- + -fobia.] Medo mórbido de falar, decorrente, por

vezes, de gagueira; logofobia.

LEMOFOBIA: [De lemo- + -fobia.] Horror à peste (1), ou a qualquer doença

altamente contagiosa.

LEVOFOBIA: [De lev(o)- + -fobia.] Medo mórbido de tudo que se situa do lado

esquerdo daquele que sofre de tal fobia.

LISSOFOBIA: [De liss(o)-2 + -fobia.] Medo mórbido de contrair raiva

1.hidrofobofobia.

LIVROFOBIA: [De livro + -fobia.] Horror aos livros.

LOGOFOBIA: [De log(o)- + -fobia.] Lalofobia (q. v.).

TIPO M:

MAIEUSOFOBIA: [De maieuso- + -fobia.] Medo mórbido do parto.

MELOFOBIA: [De mel(o)-1 + -fobia.] Musicofobia (q. v.).

MISOFOBIA: [De miso- + -fobia.] Temor doentio dos contactos, pelo receio de

infecção ou contaminação.

MONOFOBIA: [De mon(o)- + -fobia.] Horror mórbido à solidão.

MUSICOFOBIA: (mù). [De musico- + -fobia.] Aversão à música; melofobia.

TIPO N:

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NECROFOBIA: [De necr(o)- + -fobia.] Horror mórbido à morte.

NEOFOBIA: [De ne(o)- + -fobia.] V. cenofobia.

NICTOFOBIA: [De nict(o)- + -fobia.] Medo doentio da noite, da escuridão.

NOSOFOBIA: [De noso- + -fobia.] Medo de adoecer, que pode levar alguém a

tratar-se de doenças de que não sofre. [Sin. ger.: patofobia.]

NUDOFOBIA: [De nudo- + -fobia.] Aversão ou sensação mórbida que se

experimenta por ficar nu.

TIPO O:

OCLOFOBIA: [De oclo- + -fobia.] Horror ou aversão à plebe, à multidão.

ODINOFOBIA: [De odin(o)- + -fobia.] Medo patológico de dor.

OFIDIOFOBIA: (fì). [De ofídio2 + -fobia.] Medo mórbido de ofídios.

OMBROFOBIA: [De ombro- + -fobia.] Medo mórbido de chuvas, temporais e

tempestades.

OROFOBIA: [De or(o)- + -fobia.] Horror mórbido às montanhas.

TIPO P:

PACNOFOBIA: Medo patológico de neve; quionofobia.

PANFOBIA: [De pan- + -fobia.] V. pantofobia.

PANOFOBIA: [De pan- + -o- + -fobia.] V. pantofobia.

PANTOFOBIA: [De pant(o)- + -fobia.] Estado de ansiedade que induz o

indivíduo a ter medo de tudo; panfobia, panofobia.

PARASITOFOBIA: [De parasit(o)- + -fobia.] Medo patológico de parasito, ou de

contrair moléstias parasitárias.

PARTENOFOBIA: [De parteno- + -fobia.] Medo mórbido de mulher virgem.

PATOFOBIA: [De pato- + -fobia.] V. nosofobia.

PECATIFOBIA: [Do lat. peccatum, i, 'falta', 'pecado', + -fobia.] Medo

patológico de pecar; pecatofobia.

PECATOFOBIA: [Do lat. peccatum + -fobia.] V. pecatifobia.

PEDOFOBIA: [De ped(o)- + -fobia.] Aversão às crianças.

PIROFOBIA: [De piro- + -fobia.] Horror doentio ao fogo.

PNIGOFOBIA: [De pnigo- + -fobia.] Medo mórbido de morrer por asfixia.

POLIFOBIA: [De poli-1 + -fobia.] Medo patológico de múltiplas coisas.

PONOFOBIA: [De pono- + -fobia.] Medo patológico de trabalho; indolência (3)

mórbida.

POTAMOFOBIA: [De potam(o)- + -fobia.] Medo patológico de rio, de correntes

de água.

PROCTOFOBIA: [De proct(o)- + -fobia.] Estado de apreensão manifestado em

doente com doença anal e/ou retal.

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PSEUDOFOBIA: [De pseud(o)- + -fobia.] Medo mórbido de algo que não causa

dor nem molesta, mas apenas desgosta.

PSICROFOBIA: [De psicro- + -fobia.] Medo mórbido de frio.

TIPO Q

QUEROFOBIA: [De quero- + -fobia.] Desgosto ou medo patológico de

alegria, de jovialidade.

QUIONOFOBIA: [De quion(o)- + -fobia.] V. pacnofobia.

QUEIMAFOBIA OU QUEIMATOFOBIA - medo de frio

QUEMOFOBIA - medo de substâncias químicas ou de trabalhar com

elas

QUENOFOBIA - medo de espaços vazios

QUEROFOBIA - medo de alegria

QUIFOFOBIA - medo de parar

QUIMOFOBIA - medo de ondas

QUIONOFOBIA - medo de neve

QUINOFOBIA - medo de raiva (doença)

QUIRAPTOFOBIA - medo de ser tocada(o)

TIPO R:

RABDOFOBIA - medo de ser severamente punido

RADIOFOBIA - medo de radiação, raio-X

RANIDAFOBIA - medo de sapos

RECTOFOBIA - medo de recto (ânus) ou doenças rectais

RIPOFOBIA - medo de defecação

RITIFOBIA - medo de ficar enrugado

RUPOFOBIA - medo de sujeira

Tipo s:

SARMASSOFOBIA - medo de fazer amor (malaxofobia)

SATANOFOBIA - medo de Satã (demónio)

SELAFOBIA - medo de flashes (luzes)

SELENOFOBIA - medo da lua

SEPLOFOBIA - medo de material radioactivo

SESQUIPEDALOFOBIA - medo de palavras grandes

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SIFILOFOBIA: (sì). [De sifilo- + -fobia.] 1 Medo patológico de ter sífilis; 2.

Ilusão de estar com sífilis.

SITIOFOBIA: [De sitio- + -fobia.] Sitofobia (q. v.).

SITOFOBIA: [De sito- + -fobia.] Medo patológico de alimentar-se; sitiofobia.

SOCIOFOBIA: (sò). [De socio- + -fobia.] Aversão ao que seja relativo a social.

TIPO T:

TAFOFOBIA: [De tafo- + -fobia.] Medo doentio de ser sepultado vivo.

TALASSOFOBIA: [De talass(o)- + -fobia.] Medo patológico de mar.

TANATOFOBIA: [De tanato- + -fobia.] Medo injustificado de morte iminente;

Medo patológico da morte.

TASSOFOBIA: [Do rad. do v. gr. thássein, 'sentar-se', + -o- + -fobia.] Medo

patológico de estar sentado ociosamente.

TAUROFOBIA: [De tauro- + -fobia.] Medo patológico de touros.

TEOFOBIA: [De te(o)- + -fobia.] Temor patológico a Deus ou deuses.

TERATOFOBIA: [De terat(o)- + -fobia.] 1 Aversão patológica a monstro

2.Medo patológico de dar à luz um monstro (1).

TERMOFOBIA: [De term(o)- + -fobia.] Aversão patológica a temperatura

elevada.

TOCOFOBIA: [De toc(o)- + -fobia.] Medo patológico de parir.

TONITROFOBIA: (tô). [De tonitr(o)- + -fobia.] Medo patológico de trovão.

TOPOFOBIA: [De top(o)- + -fobia.]Medo mórbido de determinados lugares.

TOXICOFOBIA: (òcs). [De toxic(o)- + -fobia.] Medo patológico de veneno.

TIPO U:

UIOFOBIA: (ui-o). [De uio- + -fobia.] Mania que consiste na aversão aos

próprios filhos

URANOFOBIA - medo do céu

UROFOBIA - medo de urina ou do acto de urinar

TIPO V:

VENEREOFOBIA: (nè). [De venéreo + -fobia.] V. cipridofobia

VACINOFOBIA - medo de vacinação

VENUSTRAFOBIA - medo de mulher bonita

VERBOFOBIA - medo de palavras

VERMINOFOBIA - medo de vermes

VESTIFOBIA - medo de vestir

VIRGINITIFOBIA - medo de estupro

VITRICOFOBIA - medo do padrasto

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TIPO X:

XENOFOBIA: Aversão a pessoas e coisas estrangeiras; xenofobismo.

XEROFOBIA - medo de secura, aridez

XILOFOBIA - medo de objectos de madeira ou de floresta [De xen(o)- + -

fobia.]

TIPO Z:

ZOOFOBIA: (ô-o). [De zo(o)- + -fobia.] Medo mórbido a qualquer animal:

ZELOFOBIA - medo de ter ciúmes

ZEUSOFOBIA - medo de Deus ou deuses.

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