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Programa de Ensino da Disciplina de Educação Visual, 9ª Classe _____________________________________________________________________________ 1 Prefácio Caro Professor É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral. Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos. As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva. Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já, agradecer. Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa e criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão para o combate à pobreza. Aires Bonifácio Baptista Ali. Ministro da Educação e Cultura

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Programa de Ensino da Disciplina de Educação Visual, 9ª Classe

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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário

Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve

necessidade de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração

do aluno se faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para

a vida continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram

desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores

necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o

mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje

tem em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da

DINEG, de professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas

instituições públicas, empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço

da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas,

apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa

e criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens

que amanhã contribuirão para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como objectivos:

Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos

aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país. Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo diversificado,

flexível e profissionalizante. Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação dos

estudos como para o mercado de trabalho e auto emprego. Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:

O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de implementação;

Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;

O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG); Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para

que continuem a aprender ao longo de toda a sua vida. O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país. As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros desafios. Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias da sua vida; Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a

compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais; Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual, mas também às tendências de transformação no mercado; Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de diversas culturas, religiões, raças, entre outros.

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Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e

comportar-se de forma responsável. Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral. 1.2. Os desafios da Escola A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida? As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é, conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto significa que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de conhecimentos, práticas e valores. Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a realidade do país. Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita, matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa; b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de

aprendizagem e busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia;

c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e apresentação dos trabalhos;

d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica social do país e do mundo;

e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem com os outros;

f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos; g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis; h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da

comunidade bem como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas; i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza; j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança; k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em

grupo;

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l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a

fazer fazendo. (...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da comunidade escolar de forma coerente e sistemática.

PCESG:27 Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça, solidariedade, humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à pátria, o amor próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo bem comum, deverá estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis subsequentes. Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a

flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao longo da vida. 1.3. A Abordagem Transversal A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na vida. No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas

indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas transversais. O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégias que permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

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1.4 As Línguas no ESG A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante nas produções dos alunos em todas as disciplinas. O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura (concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos órgãos de comunicação

social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la. Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho. Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais. O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este consiga:

organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos, habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;

encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de competências. Por exemplo, envolver os alunos numa

actividade, projecto ou dar um problema que os obriga a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de outras áreas do saber;

acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e corrigi-los durante o processo de trabalho;

criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e transformá-lo;

avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa perspectiva formativa.

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Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos

comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:

- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e correcção dos textos;

- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes; - Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região; - Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG. As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é

mais um centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação, reflectindo criticamente sobre a sociedade. O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural,

organizador democrático e gestor da heterogeneidade vivencial dos alunos. As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela integração social e vocação profissional.

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O Ensino e aprendizagem na Disciplina de Educação Visual

A disciplina de Educação Visual é na sua essência uma disciplina prática que visa desenvolver nos alunos a destreza manual, através de diferentes técnicas de expressão, o

sentido de organização de espaços físicos e pictóricos, de estética e gosto pelo belo, entre outras qualidades, como a analítico-crítica de comunicação através da IMAGEM. Tendo em conta os quatro pilares saber conhecer, saber fazer, saber ser e saber viver juntos e com os outros, o currículo, num processo de Educação Integral e Interdisciplinar, deverá garantir conhecimentos, aptidões e atitudes socialmente relevantes e aproximar os programas de ensino da vida quotidiana.

Nesta disciplina privilegiam-se os métodos de observação, experimentação e interpretação dos diferentes conceitos aprendidos. Assim, espera-se que os alunos sejam observadores activos, com capacidade para investigar, experimentar, fazer, aprofundando os seus conhecimentos nos domínios da Natureza e da Sociedade. Este programa fornece dados que podem ajudar o professor a orientar os alunos a ver,

observar, reconhecer, interpretar e criar para melhor Comunicar e Produzir. Criar significa, procurar a maneira adequada de dizer aos outros, através da representação plástica, aquilo que vemos, sentimos e projectamos. O programa retoma alguns conteúdos e actividades já abordados no programa do Ensino Básico, por forma a permitir um melhor domínio das técnicas e do desenvolvimento pleno das capacidades expressivas dos alunos.

As estratégias e actividades de ensino-aprendizagem, privilegiam o papel do professor enquanto orientador, apoiante e facultador de meios, assim como a participação activa dos alunos nos projectos e estudos enquanto sujeitos da aprendizagem. Em termos de materiais pedagógico-didácticos impera a sua variedade e utilização de recursos existentes na comunidade.

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Objectivos Objectivos Gerais da disciplina de Educação Visual no ESG

Ao terminar o ESG o aluno deve ser capaz de:

Comunicar através da imagem; Desenvolver a sensibilidade ao mundo visual; Utilizar vários tipos de materiais; Utilizar vários tipos de ferramentas/instrumentos; Utilizar as TICs; Desenvolver o sistema psicomotor; Desenvolver a destreza manual; Desenvolver a capacidade criadora; Desenvolver a capacidade de observação, análise e representação; Desenvolver o sentido crítico; Desenvolver o sentido artístico e estético; Manifestar a auto-estima;

Desenvolver o espírito de colaboração e entreajuda; Desenvolver capacidades de higiene e segurança no trabalho; Apreciar as manifestações artísticas da sua comunidade, do País e do Mundo; Participar nas manifestações artísticas da sua comunidade, do País e do Mundo. Valorizar o uso materiais locais;

Objectivos Gerais da disciplina de Educação Visual no ESG1

Ao terminar o ciclo, o aluno deve:

Reconhecer os tipos de desenho; Conhecer o valor da normalização; Reconhecer a forma em diferentes escalas; Reconhecer a importância da textura, da cor e influências da luz e sombra nas

formas; Conhecer as regras da organização formal previstas; Conhecer o processo transformação da forma através da malha reticulada e da

expansão direccional; Comunicar através da imagem; Conhecer formas em projecções ortogonais e axonometrias; Reconhecer a relação entre a constituição das formas e a função a que se destinam;

Reconhecer formas em desenho cotado; Reconhecer a perspectiva visual e rigorosa. Desenvolver um sentido de organização e limpeza individual e colectiva; Desenvolver um sentido de estética e gosto pelo belo; Desenvolver um sentido de ajuda mútua; Desenvolver um sentido de respeito e utilização correcta de instrumentos e

materiais individuais, de outrem e colectivos; Desenvolver um sentido crítico;

Utilizar as TICs

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Visão Geral dos Conteúdos do ESG1 Unidades Temáticas 1. Desenho e Normalização

2. Desenho de Observação 3. Organização Formal 4. Desenho Geométrico 5. Projecções ortogonais 6. Formas em axonometrias 7. Transformação da forma 8. Comunicação visual 9. Forma função 10. Formas complexas em projecções ortogonais 11. Formas em Desenho cotado 12. Axonometria de formas complexas 13. Formas em perspectiva Visual 14. Formas em perspectiva Rigorosa

Objectivos Gerais da disciplina de Desenho na 9ª Classe Ao terminar esta classe, o aluno deve ser capaz de:

Traçar figuras geométricas e reconhecê-las no meio circundante; Conjugar as figuras geométricas em composições decorativas;

Desenhar formas simples em projecções ortogonais; Desenhar formas segundo três representações axonométricas; Transformar formas pelo processo da malha reticulada e da expansão direccional; Comunicar através da mensagem visual.

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Visão Geral dos Conteúdos da 9ª Classe I Trimestre

Nº Unidade Temática Tempos lectivos

I Arte 6

II Desenho Geométrico 12

Avaliação 6

Total 24

II Trimestre

Nº Unidade Temática Tempos lectivos

III Projecções ortogonais 10

IV Formas em axonometria 8

Avaliação 6

Total 24

III Trimestre

Nº Unidade Temática Tempos lectivos

V Comunicação visual 10

VI Estudo da forma 8

Avaliação 6

Total 24

Carga horária da classe 72

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Mapa Temático

Unidade Temática 1: Arte

Sugestões Metodológicas Nesta unidade os alunos irão fazer uma revisão, de acordo com o programa da 8ª Classe, sobre a importância da arte no desenvolvimento integral do ser humano, bem como identificar as manifestações principais da escultura da sua província e de outras regiões. Em relação à história universal, o poderão apresentar ilustrações e principais características de cada um dos períodos da arte universal. O objectivo deste exercício é levar os alunos a estabelecerem as diferenças entre cada período assim como consultar manuais e programas

de História de Arte, estabelecendo uma relação directa entre o período, os materiais, as técnicas utilizadas na produção artística e a temática de cda periodo. Indicadores de Desempenho

Diferencia as formas de expressão artística? Caracteriza pelo menos X manifestações da cultura moçambicana? Enumera as fases do desenvolvimento artístico universal? Diferencia as obras de Arte do período pré histórico do período clássico? Identifica as fases de desenvolvimento artístico aqui introduzidas?

Objectivos específicos

(O aluno deve ser capaz de:) Conteúdos

Competências básicas

(O aluno:)

Horas

lectivas

Distinguir as principais formas de expressão artística

Descrever as principais manifestações de

Escultura na sua província e de outras proveniências (País, materiais e técnicas básicas).

Dar exemplos de outras formas artísticas. Identificar algumas esculturas africanas (do

continente ou da região)

Caracterizar em linhas gerais o período Pré-

histórico e Clássico (materiais usados e temas de cada época).

Importância e Formas de expressão artística (revisão) Arte moçambicana

Escultura e outras

Apresentação de exemplos de obras de arte em várias partes do mundo. Pré histórica (pinturas

rupestres Africa austral/Moçambique)

Clássica (Grécia e Roma)

Diferencia as diferentes formas de expressão artística.

Dá exemplos de diferentes formas de expressão artística

Caracteriza as manifestações da escultura na sua província

Diferencia tipos de arte no contexto universal ( Arte africana e europeia por ex.)

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Unidade Temática 2: Desenho Geométrico

Sugestões Metodológicas Os conteúdos desta unidade são a continuidade da 8ª classe, contudo, recomenda-se que nas composições que forem sendo realizadas se

integrem construções geométricas das classes anteriores para que não haja nenhum tipo de dissociação. Poder-se-á realizar composições decorativas figurativas e não figurativas. É de recordar que os conteúdos desta unidade vêm sendo tratados desde o 3º ciclo do ensino básico. Atendendo que o aluno deverá conciliar a teoria e a prática, poderá fazer a construção de um protótipo de grades em material natural, artificial ou convencional.

O professor pode dar exemplos concretos do uso das construções na vida quotidiana tais como: espiral na planificação das formas espiraladas do corrimão de uma escada; circunferência para planificar obras de engenharia ou a geometrização das figuras de uma obra de arte plástica; concordâncias para planificar obras de arquitectura, contornos dos passeios, concordância da corrente de uma bicicleta com

a carrete e a cramalheira, etc; arcos arquitectónicos como estrutura arquitectónica com a função de suporte na planificação de aberturas nas paredes tal

como janelas e portas, e como motivo de decoração das paredes; curvas cónicas para planificar antenas parabólicas obras de engenharia.

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas

(O aluno:) Horas

lectivas

Aplicar a circunferência, círculo, tangente, concordâncias;

Identificar, definir e traçar: circunferência, círculo, tangente, concordâncias, espirais, arcos arquitectónicos, ovais, óvulos e curvas cónicas;

Fazer composições decorativas figurativas e não figurativas;

Reconhecer os vários tipos de arcos arquitectónicos, curvas cónicas; círculo, tangente, concordâncias;

Observar regras de higiene e segurança no trabalho

Geometria nas formas Traçado das espirais de dois,

três e quatro centros Traçado da gola e ducina Traçado dos: arco romano, arco

árabe, ogiva perfeita, ogiva encurtada, arco contracurvado, arco abatido;

Traçado de oval e óvulo Traçado da elipse, hipérbole e

parábola

Usa as construções geométricas nas composições decorativas;

Melhora a produção de instrumentos de uso quotidiano e de adorno.

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É fundamental que os alunos percebam a aplicação prática das várias construções geométricas que aprenderam. Nas visitas de estudo, os alunos poderão ver em concreto as formas geométricas como base de elaboração de vários objectos de uso quotidiano. A avaliação, nesta unidade temática, deverá ter em conta entre outros aspectos, a limpeza do trabalho e dos espaço do trabalho, o rigor geométrico, a aplicação correcta de cada tipo de traço, a legenda, a criatividade na aplicação das construções geométricas na resolução de situações concretas. Indicadores de Desempenho

Identifica as construções geométricas no ambiente envolvente? Aplica as construções geométricas nas composições? Colabora nas obras de ornamentação, jardinagem, etc, aplicando as construções geométricas?

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Unidade Temática 3: Projecções Ortogonais

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas (O aluno:)

Horas lectivas

Explicar a importância das projecções ortogonais;

Construir planos de projecção; Identificar as duas vistas de uma

forma; Representar as projecções de sólidos

simples;

Representar a terceira vista, de duas vistas dadas, de figuras planas considerando o rebatimento dos planos;

Observar regras de higiene e segurança no trabalho.

Conceito e importância das projecções

ortogonais; Planos de projecção horizontal, frontal;

Projecção ortogonal de figuras planas:

triângulo, Quadrado, rectângulo e Circulo; Projecção ortogonal da pirâmide, prisma

quadrangular e triangular, cilindro; Representação da 3a vista de figuras

planas a partir das 2 vistas dadas usando o cubo Envolvente.

Projecta criativamente

uma embalagem simples

Concebe e constrói maquetas de casas usando sólidos

geométricos básicos (cabanas).

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Sugestões Metodológicas Sugere-se como pré-requisito da introdução desta unidade a projecção da figura humana que deve ser dada como TPC. A figura humana

poderá ser estilizada não sendo necessário o rigor e a semelhança com o real. Também através de modelos de figuras planas em cartão os alunos poderão compreender melhor as projecções ortogonais. As projecções ortogonais permitem representar e visualizar todas as faces de um corpo numa única superfície. Para que o aluno reconheça a importância das projecções ortogonais poder-se-á fazer visitas de estudos a pequenas indústrias onde ele observará que o fabrico de certos objectos é feito a partir das projecções do mesmo. Os objectivos desta unidade poderão ser alcançados com ajuda de painéis de motivação com exemplos ilustrativos sobre a matéria. Por exemplo projecção de carros, moldes para costura, projecção de peças industriais, entre outros. Os alunos deverão guardar as embalagens criadas para serem usadas no capítulo seguinte. Os melhores trabalhos poderão ser seleccionados para uma exposição. Utiliza o cubo envolvente para demonstrar as vistas e as projecções de figuras dadas para encontrar a terceira vista;

Pode-se mudar as posições das figuras planas tal como: triângulo com o vértice para cima, quadrado na posição oblíqua e ainda o rectângulo na posição vertical ou horizontal e outras posições. Este tema serve de base para planificar todos os objectos da vida quotidiana. Pode-se dar como exemplo, a projecção do corpo humano sobre uma dada superfície, através da incidência de raios de uma fonte luminosa.

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A avaliação nesta unidade temática bem como da unidade seguinte, tendo em conta que se trata fundamentalmente de desenho geométrico, não difere da unidade anterior.

Indicadores de Desempenho

Explica a importância das projecções ortogonais? Representa pelas suas projecções polígonos e sólidos? Desenha a terceira vista duma forma à partir das projecções vertical e horizontal? Projecta criativamente uma embalagem? Constrói maquetas de casas usando sólidos?

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Unidade Temática 4: Formas em Axonometria

Sugestões Metodológicas

O objectivo principal desta unidade é levar os alunos a compreender que, com estas perspectivas, pode-se representar os objectos que resultam da visão do objecto no espaço real usando o plano da folha de desenho. A primeira fase desta unidade pode ser feita a partir da observação de formas geométricas simples com auxilio da malha reticulada. O aluno fará a representação das formas escolhidas através de esboços. Após a exercitação no desenho de polígonos e sólidos, deve-se executar composições com sobreposições. Uma mesma composição pode ser executada nos três sistemas de representação, facto que proporcionará aos alunos a exercitação na redução das mediadas pertencentes ao eixo y. As embalagens construídas no capítulo anterior ajudam os alunos compreenderem a relação entre axonometria e projecções. Como forma de consolidação os alunos fazem composições numa folha de desenho usando formas em axonometria. Podem também criar modelos ou padrões para ornamentação de paredes, piso ou objectos de adorno. A aplicação criativa, de conhecimentos adquiridos, para a resolução de problemas é um aspecto a levar em consideração, pois em última análise é isso o que se pretende atingir.

Indicadores de Desempenho

Diferencia os tipos de perspectiva axonométrica: (Isométrica, Dimétrica e Cavaleira)? Constrói formas tri-dimensionais em perspectiva?

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas (O aluno:)

Horas lectivas

Identificar cada um dos tipos de

perspectiva axonométrica Representar formas geométricas

bidimensionais e tri-dimensionais em isometria com auxílio da malha reticulada

Representar formas tri-dimensionais em axonometria;

Relacionar a perspectiva axonométrica com as projecções ortogonais.

Observar regras de higiene e segurança no

trabalho

Tipos de representação axonométrica

(isométrica, dimétrica e cavaleira) Representação de formas bi

dimensionais: triangulo, quadrado, rectângulo e circulo;

Representação axonométrica de sólidos a partir das suas projecções:

Cubo, prismas e pirâmides (de bases quadrangulares e triangulares), cones e cilindros;

Distingue os três tipos

de perspectiva axonométrica: Isométrica, Dimétrica e Cavaleira

Constrói formas tri-dimensionais em perspectiva axonométrica a partir das projecções

ortogonais e vice-versa.

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Unidade Temática 5: Comunicação Visual

Sugestões Metodológicas

A explicação e discussão dos conteúdos desta unidade devem apoiar-se em cartazes, devendo os elementos constituintes ser identificados e descodificadas as mensagens que procuram veicular. Posteriormente seguir-se-á a fase do esboço e desenho de cartazes veiculando diferentes mensagens com utilização de diversas técnicas e materiais. Esses exercícios serão feitos obedecendo todas as particularidades que garantem a qualidade comunicativa do cartaz. Na elaboração de trabalhos práticos os alunos abordarão temas transversais, nomeadamente,: Cultura da paz; direitos humanos; não descriminação de portadores de deficiência, portadores de HIV/SIDA, criaças, idosos, prevenção de doenças; saúde sexual e reprodutiva HIV/SIDA, ITS) ; saúde e nutrição; prevenção e combate às drogas, alcoolismo e tabagismo; preservação do ambiente, para desenvolver os conteúdos da Comunicação Visual e da interdisciplinaridade.

Recomenda-se que o professor apresente 4 a 5 temas a ser elaborados. Consoante o número de temas formar-se-ão grupos em que cada aluno trabalhará individualmente no tema atribuído ao grupo. Desta forma garante-se abordagem global dos temas. É importante que os cartazes desenhados sejam apreciados criticamente tendo em conta que estes devem transmitir uma mensagem. A conjugação do texto, da imagem e da cor utilizadas no cartaz devem cativar e despertar o interesse do receptor da mensagem.

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas (O aluno:)

Horas lectivas

Enunciar formas de comunicação visual;

Caracterizar a comunicação visual;

Identificar os signos visuais; Identificar os agentes da

comunicação visual; Desenhar os signos visuais; Projectar cartazes; Utilizar as novas Tecnologia

Informação e Comunicação;

Observar regras de higiene e segurança no trabalho.

Conceito e formas de comunicação; Importância da comunicação; Comunicação visual; Processo da comunicação visual; Suportes da comunicação visual; Codificação e descodificação;

Códigos visuais: (Sinais, Símbolos, Ícones e Índice, Pictogramas e Cartaz) Tecnologia de Informação e Comunicação:

Computador (Internet, Correio

electrónico e E-mail); Câmara digital; Televisão.

Cria logótipo, emblema e marcas comerciais

Elabora cartazes sobre temas diferentes;

Concebe códigos visuais para identificação de

espaços e facilidade de acesso dentro da escola;

Utiliza as TICs para a

elaboração de meios de

comunicação visual.

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Programa de Ensino da Disciplina de Educação Visual, 9ª Classe

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O professor além de usar os cartazes disponíveis, poderá recorrer as Tecnologia Informação e Comunicação (vídeo, computador, máquina fotográfica, etc.) como painel de motivação.

Indicadores de Desempenho Cria logótipo, emblema e marcas comerciais? Elabora cartazes sobre temas transversais? Utiliza o computador para a elaboração de cartazes?

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Unidade Temática 6: Estudo da Forma (transformações)

Sugestões Metodológicas Propõe-se nesta unidade temática a realização de composições decorativas. Transformação com malha reticulada:

A essência deste conteúdo é que o aluno perceba que a estrutura determina a forma em qualquer objecto e na vida, a estrutura do nosso trabalho ajuda a visualizar as nossas ideias. A malha ou rede é uma estrutura modular simples e organiza uma dada superfície e tem como base o quadrado, rectângulo ou triangulo. As malhas são usadas muitas vezes como base de trabalho para designers e arquitectos. Para a transformação com malha reticulada os alunos podem:

Executar maquetas em vários materiais em que aplicam as transformações tendo como base a planificação da malha reticulada em alto e baixo relevo, aplicando várias técnicas; Escolher uma imagem, planificar a malha e colar os fragmentos num suporte de cartolina, explorando a deformação da

forma obtendo-se caricaturas a partir de fotografias ou elementos retirados de jornais e revistas. Fazer a planificação de mosaicos ou azulejos para ornamentar as paredes da escola, cozinhas, com vários motivos

decorativos, tendo como base de planificação a transformação. Transformação por expansão direccional: Esta matéria pode ser exemplificada através de uma experiência, da introdução de uma gota de tinta de esferográfica num copo de agua. O comportamento da tinta ao diluir-se com a água, representa a expansão direccional.

Objectivos específicos (O aluno deve ser capaz de:)

Conteúdos Competências básicas (O aluno:)

Horas lectivas

usar a transformação como processo artístico para obter formas derivadas;

Criar transformações pelo processo da malha reticulada e da expansão direccional;

Executar composições decorativas, aplicando as transformações;

Usar as transformações como elemento decorativo.

Observar regras de higiene e segurança no trabalho

Transformação pela orientação da malha

reticulada Transformação pela

expansão direccional

Aplica transformação pelo processo da malha reticulada na elaboração de

elementos decorativos; Aplica a transformação pelo processo

da expansão direccional na elaboração de elementos decorativos;

Faz composições decorativas, aplicando as transformações;

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Programa de Ensino da Disciplina de Educação Visual, 9ª Classe

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Os alunos poderão fazer a dispersão da tinta com recurso ao sopro através do tubo de esferográfica vulgar ou elementos naturais (caniço, bambu, papaieira, etc.), usando tintas convencionais e/ou de fabrico caseiro tais como vegetais, frutas e flores, nomeadamente, girassol, beterraba, fetos dália vermelha e laranja, casca de cebola seca, couve rocha, café, etc. Recomenda-se igualmente o uso da técnica mista como por exemplo expansão direccional e colagem. Recomenda-se que se deve observar regras de higiene e segurança na utilização de algumas plantas que podem ser nocivas a saúde Indicadores de Desempenho

Aplica as transformações na elaboração de elementos decorativos? Concebe e representa composições decorativas, aplicando as transformações?

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Sugestões Metodológicas Gerais A organização do espaço de trabalho é importante numa aula. Para se realizar uma boa aula deverão ser observados vários aspectos que vão desde a organização das carteiras, o posicionamento do professor em relação aos alunos durante o processo de explicação ou demonstração de um certo conteúdo, interrelacionamento dos temas abordados na aula com elementos da vida quotidiana. Deve-se procurar levar os estudantes encontrar respostas positivas às perguntas que poderão surgir, como: O porquê e para quê estou a aprender isto? Que importância tem este conteúdo para a resolução de problemas do dia-a-dia? As respostas são muito importantes para que o aluno encontre incentivos na sua realização

pessoal tanto presente como futura, por forma a evitar desinteresse e desmotivação durante as aulas. O espaço de ensino deve ser adaptado às situações concretas. Uma boa aula não se circunscreve somente à sala de aula, mas também fora desta, num espaço informal como: o pátio da escola, área de interesse dentro da comunidade local, (Museus, Galeria de Arte, Casa de Cultura, etc.). Para além dos locais referidos anteriormente, o professor poderá

aproveitar todas as oportunidades/potencialidades para fazer visitas de estudos, por forma que os alunos consolidem os conhecimentos, habilidades e atitudes adquiridos. A abordagem da técnica pela técnica não servirá de nada, se quisermos que a aprendizagem seja significativa. A materialização das actividades propostas deve partir de situações concretas em que se faça sentir a sua necessidade. Se o aluno percebe a aplicação prática do seu conhecimento para a resolução dos problemas pessoais ou da comunidade (emprego e auto emprego), estará então, em melhores condições para mobilizar a sua energia e atenção para aprender mais. A escolha de um método de ensino depende de vários factores, como por exemplo, a idade e/ou comportamento dos alunos, a experiência do professor, a natureza do conteúdo ou o trabalho prático a ser realizado, os instrumentos e materiais (locais e/ou convencionais) e equipamento disponíveis, o período de decurso da aula (manhã, tarde, noite), etc.

A opção final deve ser o resultado de uma avaliação cuidada da situação conjuntural feita pelo professor, propondo-se a exploração dos seguintes métodos:

Elaboração Conjunta (forma-função: análise de vários aspectos funcionais e estéticos; descodificação de mensagens dadas através da imagem e/ou cor; aulas de introdução, de revisão ou específicas). Trabalho em grupo, como oportunidade de consolidar de forma prática os pilares

saber, saber ser; saber trabalhar em equipe, cooperação e respeito mútuo (exercitação dos conhecimentos na impossibilidade de cada aluno poder experimentar todas as fases de execução de um projecto). A composição dos grupos deve ser equilibrada, no sentido de aglutinar os alunos com diferentes ritmos de aprendizagem. Esta disposição facilita a colaboração e o espírito de entreajuda. Os aluno mais habilitados poderão funcionar como monitores, ajudando os colegas mais fracos e também ao professor na gestão de turmas numerosas. Expositivo (numa aula de 90 minutos a transmissão de conhecimentos não deve

exceder o tempo de 20 minutos; isto pressupõe que não deve haver nenhuma aula exclusivamente expositiva).

As situações que devem ser postas aos alunos podem ser resolvidas essencialmente com base:

Na reprodução (por exemplo de formas apresentadas) Criatividade (organização de uma forma “módulo” numa composição)

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Na interpretação (dos passos de execução de um dado trabalho, através de um texto-enunciado-esquema indicativo, através de setas com a ordem sequencial indicada).

A concepção de pequenos projectos poderá constituir um estímulo para o desenvolvimento da imaginação e espírito criador, servindo igualmente para desenvolver nos alunos habilidades para a resolução de problemas. O Ambiente Escolar é parte inseparável da Educação Estética. A criação de um ambiente agradável e estético constitui, além de uma preocupação, uma actividade conjunta entre os professores e seus alunos e os alunos entre si.

As possibilidades de trabalho em comum são facilitadas pela realização de exposições que contribuem na educação do colectivo. A realização de exposições é uma componente básica da ambientação escolar e contribui para o desenvolvimento do espírito crítico, auto-estima e valorização do seu trabalho. Destaca-se o seu valor como meio educativo porque reflecte o trabalho criativo dos alunos constituindo uma motivação, um incentivo para progredir. Ele fortalecem os laços afectivos com a sua escola e estimula seu interesse não só pela disciplina de Desenho mas, pelo estudo em geral.

A exposição constitui também uma referência visual da avaliação do desempenho dos alunos e do professor, porque reflecte o grau de domínio de materiais, instrumentos e técnicas propostas nos programas de ensino. Uma exposição pode ter lugar desde a própria sala de aula passando por um espaço da escola até na comunidade onde a escola está inserida. Os debates ou a apreciação conjunta dos trabalhos desenvolve habilidades de comunicação, o espírito crítico, etc. Seria conveniente que o professor aproveitasse a riqueza dos conteúdos da disciplina para desenvolver conteúdos transversais. Por exemplo no conteúdo que aborda a comunicação visual poder-se-ia desenvolver actividades práticas de criação de cartazes, símbolos, logótipos, abordando temas sobre prevenção de doenças, preservação do ambiente, combate as drogas, direitos humanos, etc. A marcação de TPCs deve ser uma tarefa obrigatória e sempre que se revelar oportuno o

professor poderá aproveitar os TPCs para consolidar as aprendizagens, para assinalar uma data comemorativa/festiva, caso o tempo lectivo não seja suficiente. Desta forma contribuir-se-á para o fortalecimento do espírito cívico e patriótico.

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Avaliação

A avaliação na disciplina de desenho deve ter uma função formativa e motivadora e não punitiva.

Ela deve obedecer as formas específicas preconizadas pelo Regulamento de Avaliação do Ensino Secundário Geral. Para se avaliar poder-se-á recorrer a determinados itens que podem ser objecto de verificação, tais como:

Apresentação das folhas de trabalho (esquadria, legenda, organização e limpeza);

Evolução progressiva no domínio de técnicas; Qualidade expressiva.

No item, Apresentação das folhas de trabalho, pretende-se avaliar a esquadria, legenda, organização e limpeza. O professor poderá exigir um certo rigor neste parâmetro porque estes conteúdos vêem sendo abordados desde o 3º Ciclo do Ensino Básico. Evolução progressiva no domínio de técnicas. Lembre-se que existem conteúdos,

relacionados com Desenho e Pintura por exemplo, que foram retomados desde o Ensino Básico. A sua repetição garante o melhor domínio das técnicas. O item qualidade expressiva destina-se a valorizar aspectos dos traçados que, devido ao meio riscador utilizado, não se encontram abrangidos por quaisquer disposições normalizadoras: o enquadramento do desenho, a adequação das diferenciações introduzidas nos tipos de traço utilizados, a regularidade do traço, o posicionamento e a apresentação geral do objecto gráfico final.

Em resumo a avaliação dos resultados obtidos no processo de ensino-aprendizagem da disciplina deverá realizar-se segundo os parâmetros que, seguidamente se apresentam:

Criatividade; Domínio de técnicas; Utilização variada de materiais; Organização mental e do espaço;

Valores e atitudes. Observância das regras de higiene e segurança no trabalho.

Além dos diferentes tipos de avaliação (oral, escrita) o professor poderá recorrer à aplicação das várias estratégias, nomeadamente: auto-avaliação, avaliação que um aluno faz ao trabalho do outro, avaliação que um aluno faz do resultado do trabalho de um grupo, avaliação que um aluno faz do resultado do trabalho da turma.

A prática da hétero-avaliação será sempre enriquecedora para os alunos uma vez que, ela própria, leva ao desenvolvimento do sentido crítico, auto-estima, respeito pelas diferenças, ajuda mútua, entre outros aspectos formativos que concorrem para uma formação integral do aluno. Nestas avaliações poderá tomar-se em conta alguns aspectos como:

a motivação para a escolha do tema; a organização do espaço de trabalho; as fontes e os tipos de materiais e ferramentas/instrumentos usados; o domínio técnico; as dificuldades encontradas no percurso da realização do trabalho bem como

os passos dados na elaboração do mesmo.