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JORNAL COMUNISTA ANO III N.o 25-31 DE MAIO DE 1974 €áitorial I Operários, Camponeses e Soldados. A luta continua. O fundamental da ignóbil sociedade de exploração em que vivemos não se modificou. A burguesia continua detentora dos meios de produ- ção, das fáibricas, das grandes terras e dos barcos em Portugal e nas Colónias. Os povos de Angola, Moçambique, continuam a ser metralhados pelos assassinos colonialistas. Após o Golpe de Estado Militar, fácil é ver-se que a ditadura da !burguesia sobre o proletariado e sobre os povos de Portugal e das Colónias, que a exploração capitalista e colonial, continuam mostrando o seu verdadeiro carácter sanguinário. Operários, Camponeses e Soldados; empregados, estudantes e intelectuais revolu- cionários, dispostos a combater ao lado do povo debaixo da direcção do proletariado revolucionário; nunca a • burguesia por si e pacificamente abandonou o lugar privilegiado em que se encontra na sociedade capi- talista. Os patrões não abandonam os seus fabulosos lucros, os senhores da terra não distribuem os campos de livre vontade nem pacificamente. Só o povo revolucionário, força fundada sobre a aliança do operariado e do campesinato, dirigido pelo proletariado revolucionário com a sua vanguarda Marxista- Leninista à cabeça, ode liquidar a exploração, construindo uma sociedade nova, uma sociedade sem uma socie- dade Comunista. II No 25 de Abril, a · burguesia acossada pelo povo revolucionário jogou mais uma cartada. O ímpeto do movimento de massas que os fins de 1973 e o ano de 1974 viram crescer assustadoramente para a burguesia, entre outras razões, obrigou as classes de exploradores a ceder em algo para não acabarem por perder em tudo. Contrapondo reformas à luta revolucionária do povo de Portugal, a ditadura burguesa veste agora a pele de «democrática» e de liberal. Cunhal, e Companhia, falsos amigos do povo, estavam à espera para ajudarem a mascarada. Quer isto dizer que tudo está na mesma? Errado seria pensar isso. O povo conquistou algumas liberdades' que tem de defender a todo o custo, pois são importantes meios para a conquista de novas posições, para fazer ouvir mais alta a voz revolucionária, para poder unir e organizar as largas massas e não apenas as mais avançadas, e para avançar no assalto e destruição do aparelho de estado burguês, através do qual os donos das fábricas, terras, barcos e os senhores das colónias, continuam a explo- rar os trabalhadores. · (Corrtinua na pág. 2) SETÚBAL, t .• DE MAIO a Bandeira Revoluclooirla da OCMLP PROLETÀRIOS DE TODOS OS PAfSES, UNI-VOSI 1 o DE O ódio do povo à miserável dita- dura fascista que o oprimia, a dis- posição de lutar e de se unir pela satisfação dos seus anseios, saiu para a rua no 1. o de Maio, na maior manifestação de que memória. Em todo o país, cidades, vilas e al- deias, o povo em uníssono manifes- tou a sua alegria por derrubar o fascismo e a sua disposição para acabar com a exploração, a opres- são e a 'guerra. A bandeira da Orga- nização Comunista Marxista-Leninis- ta Portuguesa, encabeçando ou par- P ii EÇO 2$50 MA I O ticipando em manifestações popula- res em dezenas de vilas e cidades, flutuou frente às vozes firmes de milhares de operários, camponeses, soldados, empregados e jovens. PORTO - Vários milhares de pessoas com bandeiras vermelhas onde se inscreviam a foice e o mar- telo e a estrela de 5 pontas, desfi- laram durante a tarde empunhando cartazes revolucionários e entoando as palavras de ordem da OOMLP. (Continua na última página)

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Page 1: 1 MA I O - amigoscoimbra70.pt de 1974 pós 25... · PORTO - Vários milhares de pessoas com bandeiras vermelhas onde se inscreviam a foice e o mar  telo

JORNAL COMUNISTA

ANO III N.o 25-31 DE MAIO DE 1974

ۇitorial

I

Operários, Camponeses e Soldados. A luta continua. O fundamental da ignóbil sociedade de exploração em que vivemos

não se modificou. A burguesia continua detentora dos meios de produ­ção, das fáibricas, das grandes terras e dos barcos em Portugal e nas Colónias. Os povos de Angola, Moçambique, continuam a ser metralhados pelos assassinos colonialistas. Após o Golpe de Estado Militar, fácil é ver-se que a ditadura da !burguesia sobre o proletariado e sobre os povos de Portugal e das Colónias, que a exploração capitalista e colonial, continuam mostrando o seu verdadeiro carácter sanguinário. Operários, Camponeses e Soldados; empregados, estudantes e intelectuais revolu­cionários, dispostos a combater ao lado do povo debaixo da direcção do proletariado revolucionário; nunca a •burguesia por si só e pacificamente abandonou o lugar privilegiado em que se encontra na sociedade capi­talista. Os patrões não abandonam os seus fabulosos lucros, os senhores da terra não distribuem os campos de livre vontade nem pacificamente. Só o povo revolucionário, força fundada sobre a aliança do operariado e do campesinato, dirigido pelo proletariado revolucionário com a sua vanguarda Marxista- Leninista à cabeça, ode liquidar a exploração, construindo uma sociedade nova, uma sociedade sem uma socie­dade Comunista.

II

No 25 de Abril, a ·burguesia acossada pelo povo revolucionário jogou mais uma cartada. O ímpeto do movimento de massas que os fins de 1973 e o ano de 197 4 viram crescer assustadoramente para a burguesia, entre outras razões, obrigou as classes de exploradores a ceder em algo para não acabarem por perder em tudo. Contrapondo reformas à luta revolucionária do povo de Portugal, a ditadura burguesa veste agora a pele de «democrática» e de liberal. Cunhal, ~Soares e Companhia, falsos amigos do povo, lá estavam à espera para ajudarem a mascarada. Quer isto dizer que tudo está na mesma? Errado seria pensar isso. O povo conquistou algumas liberdades' que tem de defender a todo o custo, pois são importantes meios para a conquista de novas posições, para fazer ouvir mais alta a voz revolucionária, para poder unir e organizar as largas massas e não apenas as mais avançadas, e para avançar no assalto e destruição do aparelho de estado burguês, através do qual os donos das fábricas, terras, barcos e os senhores das colónias, continuam a explo-rar os trabalhadores. ·

(Corrtinua na pág. 2)

SETÚBAL, t .• DE MAIO

a Bandeira Revoluclooirla da OCMLP

PROLETÀRIOS DE TODOS OS PAfSES, UNI-VOSI

1 o DE •

O ódio do povo à miserável dita­dura fascista que o oprimia, a dis­posição de lutar e de se unir pela satisfação dos seus anseios, saiu para a rua no 1. o de Maio, na maior manifestação de que há memória. Em todo o país, cidades, vilas e al­deias, o povo em uníssono manifes­tou a sua alegria por derrubar o fascismo e a sua disposição para acabar com a exploração, a opres­são e a 'guerra. A bandeira da Orga­nização Comunista Marxista-Leninis­ta Portuguesa, encabeçando ou par-

Pii EÇO 2$50

MA I O ticipando em manifestações popula­res em dezenas de vilas e cidades, flutuou frente às vozes firmes de milhares de operários, camponeses, soldados, empregados e jovens.

PORTO - Vários milhares de pessoas com bandeiras vermelhas onde se inscreviam a foice e o mar­telo e a estrela de 5 pontas, desfi­laram durante a tarde empunhando cartazes revolucionários e entoando as palavras de ordem da OOMLP.

(Continua na última página)

Page 2: 1 MA I O - amigoscoimbra70.pt de 1974 pós 25... · PORTO - Vários milhares de pessoas com bandeiras vermelhas onde se inscreviam a foice e o mar  telo

O GRITO DO POVO

€áitorial Continuação da la. página

III

O momento é --de -luta. Usemos as liberdades- qu.e· -eonquistámos; levando em frente imediatamente um impetuoso movimento de massas reivindicativo. Exijamos aumentos de salários, melhores condições de vida e de trabalho e um salário nacional mínimo de 6 contos. Também agora, ·como sempre, só pela luta unida e organizada do povo a bur­guesia cederá. Os revisionistas, os falsos «socialistas». e os. falsos «Comu­nistas» de M. Soares a Alvaro Cunhal que combatem as greves e as lutas operárias e populares ao mesmo tempo que agridem os operários avançados, não passam de miseráveis traidores, agentes da burguesia que o povo liquidará no roldão invencível da Revolução !

Desmascaremos e isolemos tais agentes da burguesia, que se já antes se portavam como polícias, agora passaram a fazer declarada­mente parte do aparelho repressivo da burguesia.

Os sindicatos poderão e deverão ser usados pelos trabalhadores. Contudo é necessário que o nosso movimento seja um movimento de massas assente nos locais de trabalho, e que a burocracia sindical seja impedida de sabotar as lutas. Se a burguesia pretende permitir sindi­catos livres é por um lado para satisfazer o ódio das massas trabalha­doras aos sindicatos fascistas rafeiros e as suas reivindicações de um sindicato livre, por outro lado para o tentarem transformar num pro­cesso de controle, policiamento e repressão das justas lutas dos produ­tores. Com os trabalhadores enquadrados no sindicato e com os seus dirigentes comprados, pensa a ,burguesia poder controlar os trabalhado­res e evitar a sua luta revolucionária. Os trabalhadores unidos e orga­nizados nos locais de trabalho não permitirão que os sindicatos os repri­mam, pelo contrário obrigá-los-ão a servir a luta pelos interesses do trabalho.

A burocracia da papelada sindical, das comissões e leis burguesas, impunhamos um movimento de massas, com assembleias de fábrica onde todos os trabalhadores discutam e elaborem as suas reivindicações. Uti­lizaremos o sindicato quando precisarmos, seguiremos suas palavras de ordem quando elas forem de combate e não de traição. Produtores, liber­temo-nos nós próprios, apoiemo-nos sobre a nossa força invencível de movimento de massas e não tenhamos ilusões. Ao combate, unidos

p;.~~,., .. - ,e organizados. Por toda a parte, nas fábricas, constituamos Comités Operários,

organismos constituídos por alguns operários avançados, que estejam atentos às manobras do patronato, que desmascarem a exploração, que dinamizem o operariado para a luta contra a exploração, que colaborem com as Comissões sindicais e as auxiliem, que as desmascarem perante as massas se elas caírem sob a pata reformista através da corrupção da aritocracia operária. Os Comités Operári:os não ,,e consideram os repre­sentantes do operariado da empresa, podendo embora os seus membros desempenhar funções representativas dos operários (por exemplo, em Comissões Sindicais) uma vez eleitos pelas massas para fazer parte dos vários organismos democráticos operários da fábrica. Os Comités Operários lutam por uma verdadeira democracia sindical de massas, fomentando e dinamizando as Assembleias de Fábrica e os processos democráticos de escolha de grupos representantes, de forma a não per­mitirem que os social-fascistas do P. «C». P., seus lacaios e demais trai-

Por outro lado, os operários sa­bem que a liberdade de reunião, mes­mo na mais democrática república burguesa, é uma frase vazia de sen­tido, visto que os ricos possuem os melhores edifícios públicos e priva­dos, · bem como o vagar necessário para se reunirem sob a protecção deste aparelho governamental bur­guês. Os proletários da cidade e do campo e os pequenos camponeses, isto é, a imensa maioria da popula­ção, não possuem nem uma coisa nem outra. Enquanto assim for, a igualdade é, isto é, a democracia pura, é um .logro. Para conquistar a verdadeira legalidade, para reali­zar verdadeiramente a democracia em proveito dos trabalhadores, é necessário tirar previamente aos ex­ploradores todos os prédios ricos, públicos ou privados, é preciso pre­viamente dar tempo livre aos traba­lhadores, é preciso que a liberdade das suas reuniões seja protegida pe­los operários armados e não pelos oficiais afidalgados ou capitalistas com soldados ao seu serviço.

Só então se poderá, sem troçar

dos operários, dos trabalhadores, falar da liberdade de reunião e de igualdade. Ora, quem pode realizar esta reforma, senão a vanguarda dos trabalhadores, o proletariado, pelo derrubamento àos exploradores e da burguesia?

A liberdade de imprensa é igual­mente uma das grandes divisas da

rv

CITAÇOES democracia pura. Os operários sa­bem, mais uma vez, que os socia­listas de todos os países reconhece­ram que esta liberdade é uma men­tira, enquanto as melhores impren­sas e as maiores quantidades de papel forem arrebatadas pelos capi­talistas, enquanto no mundo inteiro subsistir o poder do capital com tan­to mais clareza, nitidez e cinismo quanto mais desenvolvido é o regime

dores à classe operária, se aproveitem da estrutura corporativa do Sin­dicato Nacional para impor a sua linha ail.ti-operária e anti-popular,. Os Comités Operários lutam por uma linha revolucionária sindical, que defenda verdadeiramente os interesses dos trabalhadores, e se enquadre na ·estratégia da tomada de poder pelo · proletariado--dirigido pelo seu destacamento de vanguarda comunista e arrastando atrás de si os secto-res ___ dj~;!post()§ . -·ª-·_çQ:m,})_ªt.~X. . .P~~o .... PX.9..&rnm-ª ... da ·-R~wolução . Democrático--Pop:ular.

·· Destruir totalmente o sindicato corporativo fascista, e lançar um sindicalismo democrático de massas, é tarefa que interessa aos traba­lhadores e que não interessa aos revisionistas de Cunhal. Para o Partido do Ministro, para o Partido dos falsos comunistas, interessa a conti-

. nuàção das estruturas corporativa~; ràfeiras, baSêâdas numa complicada burocracia repressiva onde seja fácil por um lado corromper os dele­gados, por outro lado onde o acesso da opinião democrática das massas possa ser evitado.

Até agora na «oposição» tais amarelos defendiam a democratização dos «SN » para subirem para as direcções. Agora, tal já não lhes inte­ressa pois são eles que estão no alto. Como em relação às lutas, às greves, às 40 horas, aos 6 contos. Agora já isso não lhes interessa, conseguiram o que pretendiam e o que querem é aquela calma que nunca o operariado lhes dará.

IV

O fascismo caiu mas não foi exterminado. E nunca desaparecerá enquanto o sistema capitalista de exploração do homem pelo homem não for definitivamente destruído pelo Povo com o proletariado e sua van­guarda organizada em Partido Comunista à cabeça. A burguesia, seja de aparência democrática, seja de tipo salazarista, alimenta no seu seio todas as condições para que a praga fascista sobreviva e se desenvolva. É o que se pode ver facilmente nos países de sistema económico mais liberal e «avançado», desde os Estados Unidos à Europa e mesmo na Suécia país dirigido pelos amigos políticos (como eles dizem) do Dr. Mário Soares.

Camaradas: é enorme a experiência histórica de traição do refor­mismo e do revisionismo; não se podem esquecer os massacres orga­nizados pelo fascismo renascido, depois de passageiras e não definitivas derrotas. Em 1936, foi a · Espanha. Em 1964, o Brasil. Depois a Indo­nésia. Em 1967, a Grécia. Em 1973, o Chi'le. Quem estava no poder nesses países? Socialistas e homens que se diziam comunistas. Alinhando .na reforma e não na Revolução, deixaram o povo desarmado ou desarma­ram-no quando ele tinha tomado as armas. Quem foi massacrado? Milhões e milhões de operários e camponeses, filhos do povo que lutavam por um sociedade justa e sem exploração. Como evitar que no nosso país se repita a trágica experiência Chilena?

Uma das tarefas mais urgentes a tomar por todo o povo, é a de intensificar a luta pelo desmantelamento do aparelho fascista montado durante 50 anos por Salazar e Marcelo.

Essa luta passa-se em todas as frentes da sociedade: nas fábricas, nos campos, nos barcos; no exército, nas escolas, nos órgãos de infor­mação, nos campos da Cultura e da Arte, na Administração Central e local, etc., etc .. Ê necessário mobilizar as várias formas de organi-_ zação operária e popular em torno deste objectivo. Ê preciso que todos tomem consciência da necessidade de defender as liberdades já conquis-

democrático e republicano, como, exen;1plo, na América. A fim de con­quistar à verdadeira igualdade e a verdadeira democracia no interesse dos trabalhadores, dos operários e dos camponeses, é preciso começar por tirar ao capital a faculdade de alugar escritórios, comprar e corrom­per jornais e casas de edição e para isso derrubar o jogo do capital, der-

DE LENINE rubar os exploradores, esmagar a sua resistência. Os capitalistas cha­mam liberdade de imprensa à facul­dade de os ricos corromperem a im­prensa, à faculdade de utilizarem as riquezas para fabricarem e apoiarem a chamada opinião pública. Os defen­sores da «democracia pura» são na realidade, uma vez mais, defensores do sistema vil e corrupto da domi­nação dos ricos sobre a instrução das

(Continua na pág. 7)

massas; são eles que enganam o povo e o desviam, com belas frases men­tirosas, da necessidade histórica de libertar a imprensa da sujeição ao capital. Verdadeira liberdade ou igualdade não haverá senão no re­gime edificado pelos comunistas, no :qual seria materialmente impossível submeter a imprensa directa ou in­directamente ao poder do dinheiro, no qual nada impedirá todos os tra­balhadores de possuir e utilizar, em toda a igua,ldade, o direito de se ser­vir das imprensas e do papel do Estado.

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O GRITO DO POVO página 3

Catarina -Vingança -Revolucão ~

Eram milhares de operários, sol­dados e jovens com o Comício reali­zado no XX aniversário do assassi­nato de Catarina Eufémia. «Catari­na, Vingança, Revolução», «Viva a classe operária», «Operádos, Cam­poneses, Revolução Popular», «Viva o Grito do Povo», «Viva a O.C.M. L.P.», gritaram milhares de vozes durante horas e horas. Na sua voz um grito de vingança, na sua fir­meza o propósito de lutar até ao fim pela Democracia Popular, pelo Socialismo e pelo Comunismo. Fa­lam operárias e operários, um cam­ponês alentejano, 1 pescador, solda­dos e marinheiros. Catarina, tu se­rás vingada, não foi em vão que morreste. Com o Pão, a Terra, a Paz e a Democracia Popular, flo­resce a Terra que teu sangue adu­bou. Organiza-se a manifestação. São milhares de pessoas. A frente uma fita vermelha da «Organização Comunista Marxista-Leninista Por­tuguesa», seguida de dezenas de

1 9 DE MA I O - PORTO São operárias e operários , soldados e marinheiros, empregados, jovens e velhos. Imponente a manifestação sobre a Praça. Dezenas de inscri­ções cobrem o percurso. «Abaixo o Revisionismo», «Salário mínimo de 6 000$00», «Semana de 40 horas», «Abaixo a Exploração Capitalista». Junto à Câmara Municipal, é içada a bandeira vermelha da O.C.M.L.P .. Palmas entusiasmadas. «Em frente pela Revolução Popular». Fala-se da Organização Comunista Marxista-Le­ninista Portuguesa e das tarefas actuais do proletariado e do povo. Grita-se: «Viva Marx, Engels, Le­nine, Estaline e Mao Tsé Tung», «Viva o Movimento Comunista Int er­nacional».

bandeiras da Organização e de car­tazes: «Abaixo a Exploração Capi­talista», «Fim à Guerra Colonial Assassina», ·«Catarina, Vingança, Re­volução». A rua baptizada pela bur­guesia com o nome do escritor reac­cionário .Júlio Dinis, passa a cha­mar-se Av. Catarina Eufémia. Mu­dam-se os dizeres das placas. Praça da Galiza: homenagem ao Povo Ga­lego e aos Povos de Espanha em luta contra a ditadura yanqui-franquis­ta. Grita-se: «Viva o Partido Comu­nista ('Marxista-Leninista) de Espa­nha», «Viva a Espanha Republicana, Popular, Democrática e Federativa», «Portugal e Espanha, a mesma luta», «Camaradas de Espanha, estamos convosco». Frente ao Pavilhão dos Desportos, términus da Av. Catarina Eufémia. Os revisionistas em reu­nião no Palácio, para tentarem divi-

Moção de Pescadores e Camponeses ~iáa no eomício

Considerando:

1. o - Que o fascismo foi derru­bado, que hoje o Povo tem mais li­berdade, liberdade que muitos sacri­fícios e luta lhe custou, e que nunca mais está disposto a ser oprimido pelos fascistas;

2.0- que apesar dessas liberda­

des conquistadas há ainda muito que lutar pela defesa dos seus di­reitos e interesses;

3.0- que a conquista da liberta­

ção dos trabalhadores só pode ser obra dos próprios trabalhadores ;

O Povo de Lavra> reunido em Assembleia; Popular> considera:

1.0- Que a defesa popular devi­

damente organiz8ida é a única arma contra as tentativas dos fascistas em voltar ao poleiro;

2. o - que só unido e organizado o povo é invencível;

3.0- que está disposto a correr

de Portugal todas as formas de ex­ploração capitalista, a lutar pelo fim da guerra colonial e pela Democra­cia Popular;

4.0 -que é preciso ver bem quem são os verdadeiros amigos do Povo e os amigos só de paleio, porque de vira-casacas e aldrabões está o Povo cheio ;

5.0- que esta moção deve ser

enviada aos jornais, rádio e Tv pela Comissão Administrativa da Junta aqui eleita, para que o Povo Por­tuguês saiba que pode contar con­nosco.

18 de Maio de 197 4.

O Povo de LaYVra em Assembleia Popular

(Continua na pág. 8)

dir as massas. Um fracasso para o revisionismo e os falsos «democra­tas». Mais cartazes: «Abaixo o im­perialismo americano e o social-im­perialismo russo». Grita-se em unís­sono: «Abaixo o revisionismo», «Cu­nhal, traidor da classe operária», «Viva, Viva, Viva José Estaline. A rua denominada de D. Manuel II, rei da monarquia decadente, passa a chamar-se Rua José Estaline. CIOA 1. Tropa. Dezenas de solda­dos escutam oradores soldados e marinheiros vermelhos. «Viva os Co­mités de Soldados e Marinheiros Ver ­melhos», «Abaixo a guerra Colonial Assassina», grita-se. Para a Praça da Liberdade segue a gigantesca mani­festação. Cerca de 15 000 pessoas.

CATARINA

19 de Maio no Porto. Aniversá­rio do assassinato de Catarina. Gran­de jorn8ida de luta pela Revolução Democrático-Popular.

E VIVEM NO S

ESTAL I NE CORAÇÕES N OSSOS

Catarina Eufémia, camponesa alentejana, foi assassinada a t iro pela crim inosa G. N. R., quando, à frente dos seus camaradas, exigia o pão e melhor v ida para todos. Catarina fo i uma operária de vanguarda, exempJo de luta e coragem para a c lasse operária e .para o povo t rabalhador! _

José Esta11ine, grande dirigente do proletar iado mundia'l. ·foi ~guia querido do g lorioso povo russo ! Na senda de Lenine, à frente do Part ido Bolchev ique, conduziu com mão {je ferro o povo russo no cam inho da construção do socia­lismo. Cercado de inimigos externos e internos, o povo russo, o Part ido Bo lche­vique, o Exército Vermelho, e José Estaline desferiram o golpe de morte na b esta nazi durante a 2. ' Guerra Mundial.

Estaline foi implacável com os provocadores de todas as cores ( revisionistas, trotskistas, anarquistas, etc.) que na sua activ idade sabotadora pretendiam conduzir a construção do socialismo ao fracasso e o povo russo à derrota .

É após a morte de Estaline que o renegado Kru ­tchov encabeçou a grande traição revisionista, que con­duziu a grande Rússia Socia­lista ao ·caminho da restaura­ção do capitalismo e à cisão no Movimento ·Comunista In­ternacional.

Não há figura que mais faça tremer a burguesia, os revisionistas, os trotzquistas e outra escumalha que a .figu­ra de José Estaline. E é por isso que ela é querida ao Pro·letariado Mundial, é por isso que ela vive nos nossos corações!

Catarina e José Esta­line são símbolos vivos da luta contra a burguesia, o ca­pital e os oportunistas, si­gni:ficam para nós a luta. É a !uta implacável contra o ca­pitalismo e a traição é ·a úni­ca ~homenagem verdadeira­mente militante.

Foi numa jornada de luta que milhares de pessoas e a olasse operária mudaram nome da rua baptizada pela burguesia com o nome do escritor reaccionário Júlio Di­nis .para AV. CATARINA EU­FÉMIA e ·a rua com o nome do rei da monarquia deca­dente, D. Manue·l 11 p·ara RUA JOSÉ ESTALIN,E!

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página 4 O GRITO DO POVO

Fim à 6uerra Colonial Ass d

ass1na, J, I a. Há 13 anos que os Povos das Colónias se levantaram em armas con­

tra a dominação colonialista Portuguesa e o Imperialismo. De ano para ano, esta justa luta trouxe grandes vitórias aos Povos das Colónias, demonstrando bem que quando um Povo ousa pegar em armas, não há força nenhuma que possa deter o seu avanço, e que os Povos oprimidos vencerão.

Depressa a burguesia colonialista Portuguesa compreendeu que se estava a enterrar num fosso cada vez mais fundo e que lhe iria servir de cova. Não só nas colónias, mas também em Portugal o Povo Portu­guês começava a lutar contra a opressão fascista, a exploração capi­talista, a fome, a miséria e a guerra colonial assassina. Por todo o lado grandes lutas nas fábricas, nos campos, nos barcos e nos quartéis, mostravam que o Povo estava disposto a acabar com a exploração, apesar da feroz repressão que se abatia sobre ele.

A guerra colonial assassina é contra os interesses do Povo Português! A burguesia colonialista portuguesa vendo que a guerra era cada

vez mais repudiada pelo Povo Português e sobretudo pela juventude, que se revoltava nos quartéis e nos barcos e desertava em grande quan­tidade quando mobilizada para as colónias, e vendo que no campo miütar sofria cada vez maiores e mais pesadas derrotas, e internacionalmente se encontrava isolada, tentou encontrar uma solução política de forma a levar a uma falsa independência, mas que na prática iria manter o domí­nio económico e colonialista sobre os Povos das Colónias.

Foi perante esta situação que a burguesia fabricou o golpe de Estado de 25 de Abril, numa tentativa de manter ainda por mais tempo a exploração capitalista e colonialista. Realmente a Junta de Salvação Nacional, tem à cabeça os «salvadores» da burguesia portuguesa e da burguesia das colónias. Só assim se compreende que antes do golpe, e mesmo nos primeiros dias após o golpe, os «salvadores» apregoassem que iriam acabar com a guerra colonial, que reconheciam o direito dos Povos à independência, etc., no que eram secundados pelos falsos amigos do Povo, revisionistas do Partido «Comunista» Português, os Socialistas do Doutor Mário Soares, e toda a escumalha reformista e oportunista. Afinal agora que estão no poleiro, encabeçados pelo Spínola, a burgue­sia e os seus lacaios mostram a sua verdadeira face de inimigos dos Povos de Portugal e das Colónias, tentando comprar e negociar o mais sagrado direito dos Povos das colónias, que é o direito à independf!'1Pia

total, e chegando até ao ponto de reprimir violentamente as grandiosas manifestações dos verdadeiros representantes dos Povos das Colónias, como é o caso da repressão violenta pelas Forças Armadas aos Cabo­-Verdeanos que se manifestavam gritando «<ndependência total para as Colónias» e «Viva o PAIGC», assim como em Angola e Moçambique.

Tentando substituir o direito à independência pelo direito à auto­determinação, os novos lacaios do Imperialismo e do Social-Imperia­lismo (socialistas nas palavras, imperialistas na prática) têm na rea­lidade um fim em vista: tentar perpetuar a exploração colonialista através de um referendo de aparência democrática, mas que não corres­ponde à vontade do Povo, pois é a velha manobra de falsificação através da fraude e das trafulhices eleitorais que os capitalistas com o seu poder económico e militar são exímios em conseguir. E principalmente agora que têm o apoio declarado do Imperialismo Americano e do Social Impe­rialismo Russo, que já traíram os Povos da Indochina e da Palestina e se preparam agora para trair os Povos de Guiné, Angola e Moçam­bique. Mas os Povos das Colónias com os seus verdadeiros represen­tantes à cabeça, PAIGC, MPLA e FRELIMO, não estão dispostos a dei­xar-se enredar na teia que os colonialistas e os revisionistas lhe pre­tendem armar.

O direito à independência de um Povo não se negoceia! Todos os verdadeiros revolucionários e todos os verdadeiros demo­

cratas, exigem a independência total e imediata dos Povos da Guiné, Cabo Verde, Angola e Moçambique. O Povo Português quer a Paz, e essa paz só será conseguida com a independência total das Colónias. O Povo Português não quer a guerra que é contra os interesses dos Povos de Portugal e das Colónias, seus irmãos de combate.

Fim à guerra colonial assassina, já! Independência total e imediata para os Povos das Colónias! Abaixo o Colonialismo, o Neo-Colonialismo e o Revisionismo! Abaixo o Imperialismo e o Social Imperialismo! Nem mais um embarque! Regresso imediato de todos os soldados!

O POVO DE PORTUGAL E OS POVOS DAS COLóNIAS, UNIDOS VENCERÃO!

A Mulher na Revolucão Desde que existe a exploração

capitalista a mulher luta tal como todos os trabalhadores pela extin­ção do sistema que os oprime e ex­plora, pelo fim da exploração capi­talista, da opressão e da guerra Imperialista. Em Portugal, a exem­plo do que fizeram as heróicas mu­lheres do Vietnam, da Albânia e da China Popular, das valorosas mulhe­res de Angola, Guiné e Moçambi­que, que hoje de armas na mão mos­tram tal como todo o Povo que o poder está na ponta do fusil, e que só deporão· as armas quando as suas terras estiverem totalmente liberta­das do jugo do Imperialismo, para depois se dedicarem totalmente à tarefa da reconstrução da sua Pá­tria, à edificação de uma sociedade novfl. onde não haja exploração de uma maioria por uma minoria, onde todos se sintam livres, e todos pos­sam colher os frutos das riquezas que todos produzam.

As mulheres têm tido um lugar de destaque na luta pela Revolução Popular, único caminho que levará o Povo ao Poder. A aliança operá­rio-camponesa consolida-se cada vez mais. São operários e camponeses que numa luta sem tréguas contra

o inimigo comum de todos os explo­rados e oprimidos, lutam contra o capitalismo, contra o estado burguês, que é ditadura para o Povo, e liber­dade para os capitalistas de explo­rarem até à exaustão os tra;balha­dores.

Depois do golpe de 25 de Abril, qual deverá ~1er o papel da mulher revolucionária Portuguesa, que apa­rentemente conseguiu que se lhes reconhecesse o seu papel na socie­dade? As mulheres trabalhadoras desencadearam ainda com mais fir­meza e decisão a luta pela sua total libertação, pelo Pão, pela Terra, pela Paz e pela Democracia Popular, não se deixando enganar com o ilusório reconhecimento do seu papel na so­ciedade. A mulher revolucionária sabe que só será livre, quando livres forem t'odos os trabalhadores, e não será vivendo num estado onde con­tinuam a viver explorados e explo­radores, trab:ühadores e capitalis­tas, que essa liberdade à conseguida, que se abolirá a exploração do ho­mem pelo homem, p'ois só com a Revolução Popular . se construirá uma sociedade nova, onde cada um receba segundo o seu trabalho e on­de todos terão de trabalhar.

O papel da mulher na Revolu­ção, e a sua firmeza em seguir para a frente ao lado de todos os tra­balhadores, é demonstrado nas nu­merosas greves feitas pelas operá­rias da fábrica Aviz, Lionesa, Schi­mings, Empresa Fabril do Norte, Lanifícios de Lordelo, etc., apesar das manobras divisionistas dos la­caios agentes da burguesia que ten­taram acabar com as greves ; é a sua participação nas manifestações de rua contra ( capitalismo; é a sua união e solidariedade estendidas a outras fábricas quando outras ope­rárias estão em greve reivindicando me'lhores condições de vida e de tra­balho. As mulheres e todos os tra­balhadores vêm que não será este governo que a curto ou a longo pra­zo lhes resolverá os problemas vitais da sua condição de explorados e oprimidos.

A mulher deve desencadear, jun­tamente com todos os trabalhadores a luta decidida e organizada pela Revolução Popular, único caminho que dará liberdade para o Povo e ditadura para a burguesia, onde os trabalhadores deixarão de ver os burgueses a viver como parasitas, e onde as mulheres trabalhadoras

~

terão e ocuparão na sociedade a que têm direito, e onde possam defini­tiva e totalmente se realizarem como mulheres.

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O GRITO DO POVO página 5

o P OVO Impossível é relatar neste jornal

as lutas operárias e populares desen­cadeadas nas últimas semanas. Se­ria preciso um livro, mesmo para relatar só as principais. O revisio­nist as do grupo Cunhal e toda a bur­guesia sofreram uma pesada derrota com o colossal movimento grevista desencadeado pelo operariado e pelo movimento popular pela destruição e desmantelamento total do apare­lho repressivo fascista, pela ocupa­ção das casas vazias, pela associação dos camponeses para reforçarem os seus laços sindicais, iniciados na clandestinidade, e para partirem ao assalto da conquista das suas rei­vindicações.

Os revisionistas do P. «C». P., os mais perigosos inimigos da classe operária neste momento pois são agentes da burguesia infiltrados no meio operário desempenharam e con­tinuam a desempenhar, braços dados com os seus aliados do capitalismo monopolista e do imperialismo in­ternacional, o papel de polícias, es­covas, e amarelos dos trabalhadores.

Dizem os revisionistas como to­da a burguesia, que não se devem fazer greves.

'-11,otíciad

COVILHÃ

Já antes do 25 de Abril que as massas exigiam aumentos de 1000$00, enquanto o patronato con­trapropunha um aumento de apenas 400$00. A 3 de Maio arranca para a greve a «Manuel Uiniz» em Lis­boa, 1 hora após negociações malo­gradas. Na Covilhã, a 5 de Maio, decide-se 2 horas por dia de parali­zação. Ao mesmo tempo, quotidia­namente, reúnem-se 1500 a 2000 operários todas as noites. As para­lizações passam a . 4 horas diárias. A 7 de Maio estavam os lanifícios dos mais importantes pontos do país em greve: Porto, Lisboa, Manteigas, Castanheira, etc. . Os operários da Covilhã reparam que trabalhando já davam o bastante para o patrão aguentar e, contra as manobras dos lacaios dos patrões - os revisionis­tas- decidem-se para a greve. Os revisionistas insistem na luta contra a greve mas apenas conseguem con­firmar o seu desmascaramento como «Amarelos e traidores da classe ope­rária». No dia 18, o Sindicato con­voca uma -- reunião para «rever» a situação. Apresentam-se cerca de 8000 operários, em camionetas vin­das de todo o lado. Os revisionistas e o presidente do Sindicato têm nova proposta, tentando dividir a classe. Não levam nada. Fazem uma vota­ção secreta totalmente falseada, co­mo · no tempo do Salazar. Mesmo

Como lacaios dos patrões que são, e mesmo patrões muitos deles, tentam impedir a classe operária de conquistar as suas justas reivin­dicações e tomar posições para o assalto ao pod8r de estado burguês. Que não se devem fazer greves! Que isso provoca o caos económico e dai ao Ohile é um instante ! O que é o caos económico de que falam os revisionistas e todos os burgueses? Ê a diminuição dos lucros fabulosos dos patrões capitalistas que nada fazem e tudo ganham? E então? Dizem os revisionistas que fazer greve «pela greve» ou «indiscrimi­nada» é errado. Então os operários fazem greve pela greve? Os operá­rios fazem greve para satisfazer as suas justas reivindicações e para conquistar novas posições. Querem eles dizer que os operários têm um grande prazer em fazer greves que até nem prec1sam pois concerteza vivem bem. Será de saber é quem vive bem depo.is de irem para o Go­verno.

Os operários querem não só a satisfação das suas reivindicações imediatas como também o avanço para a tomada do poder e para a

assim, a vontade do proletariado é inquebrantável: «Greve até à vitó­ria! » E a luta continua. As massas operárias querem apanhar os «ga­jos» do Sindicato para lhes oferecer o justo correctivo. Estes, acagaça­dos, fecham o Sindicato e cancelam todas as reuniões.

No . dia 25 chega o defegado do Ministro do Trabalho. Esconde-se por todas as formas o lugar aonde ele se encontra, mas, logo que há o mais leve sopro sobre o seu para­deiro, aparecem cerca de 6000 ope­rários que gritam: «Queremos 1000, e é pouco!»; «Viva a classe operá­ria!». Chega Unhais da Serra a gri­tar: «Abaixo a Exploração Capita­lista». Os delegados sindicais revi­sionistas dizem que vão para a Câ­mara e tentam fugir à força revo­lucionária do operariado unido e em

EM L UTA destruição total do aparelho de Es­tado burguês em que se sustentam os capitalistas para explorarem o Povo. O proletariado à frente do povo revolucionário quer construir uma sociedade sem patrões nem capitalistas, uma sociedade socia­lista.

Por que se deu o golpe fascista no Chile, que toda a burguesia agita como espantalho para tentar inti­midar a luta da classe operária? Porque o revisionista Allende mos­trando claramente como era contrá­rio aos interesses do Trabalho, em vez de se lançar no sentido da orga­nização revolucionária das massas, aliou-se à grande burguesia capi­talista e senhora da terra e compro­meteu-se totalmente em não atacar de forma eficaz e revolucionária. Tudo de acordo com as leis que a burguesia montou. Se não atacou a burguesia, se não mobilizou as mas­sas para o estabelecimento de um verdadeiro poder popular dirigido pelo proletariado, foi atacado. O re­visionismo de Allende, lacaio enver­gonhado do social-imperialismo russo é responsável pelos milhares de co­munistas e progressistas assassina-

luta. São vaiados aos gritos de «Ban­didos! ». Para o Ministro, que estava nas conversações e nunca mais dava uma resposta, as massas diziam:

«0 Povo está cá fora com calor Estamos fartos de esperar Ou você vem cá para fora Ou nós o vamos aí buscar».

E, enquanto agitavam dezenas de lenços vermelhos e gritavam ·«Viva, Viva, Viva o Grito do Povo», entoa­vam canções rev,olucionárias bem conhecidas na região como: «Os pa­trões são inimigos I do povo traba­lhador».

A greve dos operários foi vito­riosa. Face à firmeza dos operários que expulsaram do seu seio os agen­tes inimigos revisionistas, o patro­nato nada mais pôde fàzer do que

dos pelo Exército burguês, que de defensor de Allende passou a defen­sor do fascista Pinochet. Os revisio­nistas portugueses, se tivessem pos­sibilidades de desmobilizar a classe operária e a manter sob o jugo da burguesia seriam os principais res­ponsáveis por um contra-golpe fas­cista.

Mas a classe operária, encabeça­da pelos comunistas, pelos marxis­tas-leninistas, cimentando e condu­zindo a aliança dos operários e dos camponeses, a Unidade Popular, sa­berá varrer na sua luta os amarelos revisionistas e construir uma socie­dade nova, revolucionária, socialis­ta. A actual luta operária e popular constitui um grande movimento que se insere na estratégia de libertação dos trabalhadores.

Ê necessário lutar até ao fim na conquista das reivindicações de 6 contos e 40 horas. É necessário con­quistar posições organizando as lar­gas massas em moldes democráti­cos e revolucionários. Ê preciso des­mantelar totalmente os aparelhos burgueses de controlo e repressão sobre os trabalhadores. Viva o Mo­vimento Operário! Em frente na luta!

recuar e ceder. Grande foi a alegria dos operários neste dia vitorioso e inesquecível para o proletariado co­vilhanense, e era normal operárias dizerem frases do tipo: «Este foi o dia mais feliz da minha vida».

Ao que chegam os «Amarelos Revisionista&» e C«D,.E

Esses agentes dos patrões que se tentam infiltrar na nossa classe, do P«C»P e da O«D»E, chegaram ao ponto de aconse­lhar os comerciantes a nã:o fia­rem os géneros alimentícios necessários à sobrevivência dos operários e de suas famílias, para assim tentarem fazer o proleta;riado recuar.

(Continua na pág. 6)

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página ' 6

o CJ'loticia~

Continuação da página;5s§~~~~~~~

Fábrica de Lanifícios Barros

CABO RUIVO- 27

Há 15 dias que 1600 operárias da Barvos estão em greve por 50 % de aumentos salariais. Para subsistirem têm organizados processos de reco­lha de fundos. Simpatizantes da O.C.M.L.P. colwboraram activamen­te com os grevistas na recolha de dinheiro pela população, tendo-lhes entregue um envelope com os dize­res «Viva a justa luta dos operários da Barros», «Abaixo a exploração capitalista», enquando o G. do P. era distribuído e entusiasticamente sau­dado.

NAZARÉ- 28

Vitoriosa a grande luta dos pes­cadores da Nazaré, desmascarando os patrões e seus lacaios e as suas manobras para tentarem dividir os trabalhadores. Durante a luta cria­ram-se caixas de luta, tendo a ini­ciativa partido de um grupo de ope­rários da Mendes Godinho ( Platex) . Dia 26 os grevistas vitoriosos fize­ram uma grandiosa manifestação com palavras de ordem como «Quem não teme o mar, não teme os pa­trões», «Viva a aliança operário­-camponesa», «Organizado e com ar­mas o povo é invencível», «Em fren­te pela Revolução Popular». Com estes dizeres desfilavam também muitos cartazes. Ã frente da mani­festação seguia a bandeira verme­lha de «0 Grito do Povo». Uma emis­sora regional de rádio, transmitia um programa com música revolucio­nária e com informações das lutas operárias em todo o país.

O GRITO oo~ POVO

EM L ti TA MABOR

TROFA - 1 de Junho

Na Mabor, dia 30, às 21,30 h., os operários decidem-se à greve pe­las suas reivindicações - entre elas os 6000$00 de salário mínimo e as 40 horas de duração do trabalho semanal, além da exigência de ex­pulsão de alguns administradores e chefes de divisã-o, notórios fascistas. Organizaram-se piquetes de greves às portas e a fábrica ocupada de dia e de noite é patrulhada cons­tantemente por grupos operários ru­dimentarmente armados para preve­nir contra possíveis ataques fascis­tas e seus colaboradores. Sábado e Domingo prossegue a ocupação com a devida vigilância. Muita gente tem vindo manifestar o seu apoio aos operários da Mabor, e, até, os encar­regados, que antes se mostravam contra aideia da greve, tentaram vir fazer-se de amigos dos operários, aos portões, tendo sido corridos, pois os operários disseram-lhes que com eles não queriam paleio. Adminis­tradores pediram autorização para entrar para discutir as reivindica­ções, no que foram autorizados com a condição de saírem em seguida. A luta continua até total satisfação dos 6 contos e das 40 horas. Os ope­rários estão dispostos a negociar a forma de distribuir as 40 horas se­manais. Os «Casacas amarelas», em­pregados de escritório, não têm aces­so às instalações. Na OGA (Oficinas gerais e armazéns) piquetes de gre­ve ocupam também as instalações. Na DAP, fábrica ligada à adminis­tração Mrubor mas também com fábrica própria, os operários deixa­ram-se convencer provisoriamente pela c-onversa dos patrões que dis­seram para trabalharem que o que for dado aos da Mabor será também dado a eles. Os operários foram tra­balhar depois desta promessa. Os operários não fazem greve sem ra­zão; os seus objectivos imediatos quando entram em luta, em greves deste tipo, são a satisfação das suas reivindicações. Aparentemente e à primeira vista pode haver quem pen­se que o grupo de operários da DAP estão em greve. Mas, pensando me­lhor, o que acontece é que trabalhan­do os operário sda DAP estão a fazer

diminuir a força da luta dos operá­rios da Mabor. Os operários da DAP devem pôr-se resolutamente ao lado dos camaradas da Mabor e dizer ao patronato que as suas posições são as mesmas dos da Mabor. Os pa­trões e seus lacaios, procuram por todos os meios dividir a classe ope­rária e é preciso que todos os pro­dutores compreendam que a base da sua força consiste na sua firme união. Devemos fazer crescer cada vez mais a união operária, de forma a transformarmo-nos numa força capaz de nos dar uma vida mais em termos e de varrermos do nosso país os parasitas que nada fazem e tudo ganham. O mesmo devem fazer os operários da ITA. Solidarizarem­-se activamente com a Mahor e não ficar à espera do que for dado à Mabor como querem os patrões, pois assim a luta tem muito menos for­ça. Viva a união de aço da Classe Operária! Viva a justa luta dos ope­rários da Mabor! Viva a aliança dos operários e dos camponeses! Viva a união do povo trabalhador contra os exploradores !

O Aviso vem-nos de Barcelos, Fafe e Guimarães!

Lutem-os contra os despedi­mentos !

Os canalhas dos patrões, perante a passividade do go­verno e dos sindicatos, fazem despedimentos em série: 100 aqui, 27 ali, 30 acolá, «porque a empresa não pode aguentar o salário mínimo . .. », «não po­demos ... », etc.! Esses canalhas, podres de ricos, cheios dele, es­tão a criar um clima de terror nas fábricas; o permanente re­ceio de se ser despedido; o au­mento dos ritmos de trabalho, etc., torna-nos a vida cada vez mais insuportável.

Os camaradas de Barcelos avisam-nos e escrevem nas pa­redes:

«Camaradas, contra os des­pedimentos, greve imediata pa­ra readmissão dos camaradas despedidos. Abaixo a explora­ção capitalista!

VIVA O GRITO DO POVO».

Estaleiros Navais de Viana do Castelo

Após uma Assembleia c de Operá­rios, estes decidiram entrar em gre­ve, como única forma de consegui­rem imediatamente as suas legíti­mas reivindicações:

Sa·lário mínio de 6 000$00 44 horas de trabalho 1 mês de férias 1 mês e meio de subsídio

e ainda a expulsão dos fascistas Lacerda, Vasco Martins, Eugénio Martins e Eng.o Bar·reto, respectiva­mente patrão, administradores e di­recto,r . frubril, figuras odiadas pelos operarws dos Estaleiros.

Ao fim de seis dias de greve em que os operários permaneceram fir­mes na sua decisão, tendo organi­zado piquetes de gTeve para defen­derem a sua luta, por manobras traiçoeiras de desmoralização do ti­po «a empresa não pode pagar mais de 5 000$00 .. . » (Imaginem, a CUF, patrões dos Estaleiros não podem! Isto é para rir!) , cujas respónsabi­lidades devem ser averiguadas e os autores punidos, os operários bai­xaram a sua justa reivindicação de 6 000$00 para 5 000$00.

Esta greve apesar de não ter sido totalmente vitoriosa, constituiu uma vitória da união e determinação dos operários que assim conseguiram a satisfação de parte das suas reivin­dicações:

5 000$00 de salário mínimo, 44 horas de trabalho, 1 mês de férias, 1 mês e meio de subsídio de fé­

rias, 13.0 mês.

A expulsão dos fascistas oontinua a ser um objectivo da luta dos ope­rários dos E.N.V.C ..

CORREIAS ( Pevidém)

Do dia 17 para o dia 18, os ope­rários do 3.0 turno paralizam o tra­balho para realizarem uma Assem­bleia para tomarem decisões acerca da sua situação de explorados.

Foi decidido exigir o salário mí­nimo de 4 000$00 e durou um prazo para que essa reivindicação fosse satisfeita. Como não houvesse qual­quer resposta por parte do patronu­to, os camaradas das Correias en­traram em greve. Os camaradas do 1. o turno aderiram entusiasticamente à greve e assim esta transformou-se numa manifestação de forças e ale­gria dumas centenas de operários dantes desunidos. A greve teve o apoio de todo o Pevidém, aparecen­do pichagens na importante con­centração industrial de apoio aos grevi•stas das Correias.

Os grevistas não viram no en­tanto as suas reivindicações satis­feitas, pegando novamente ao tra­balho com o dia de greve pago, dis­postos a retemperarem forças e a reorganizarem-se para prosseguir na luta.

Houve posteriormente nova gre­ve, de aviso aos patrões de uma classe decidida à vitória. Bandeiras vermelhas, cartazes a dizer «Em frente pela revolução Popular» dão o tom da combatividade presente da classe. Em frente camaradas!

NAZARt, 26 de Maio

Manifestação após a .Greve Vitoriosa

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O GRITO DO POVO página 'i

€áitorial Continuação da página 2

tadas, de desmantelar totalmente o aparelho fascista e de exterminar de uma vez para sempre os sectores fascistas que se lembrem de se armar para assassinarem o povo.

Com estes objectivos, poderão ser constituídos para tarefas anti­-fascistas concretas, grupos de acção anti-fascista. Isto não quer dizer que se deva lançar já a organização de milícias operárias e camponesas. Esta organização militar significa uma fase mais a·vançada de luta que só poderá ser correctamente dirigida pelo proletariado e pelo seu estado­-maior, o Partido Comunista, hoje em formação. Na prática, significa o lançamento do embrião do Exército Popular, exigência organizativa que se colocará posteriormente ao proletariado e a.o campesinato no seu ataque final ao Estado burguês. Lançar milícias operárias e camponesas sem educar previamente as massas na luta anti-fascista legal, semi-legal e ilegal, na ·cidade e no campo, sem que todo esse poderoso movimento seja enquadrado e dirigido pelo Partido Comunista, conduziria ao isola­mento dos sectores mais avançados e revolucionários, tornando-se presa fácil da reacção fascista e «democrática» burguesa, hoje auxiliados pelos reformistas e revisionistas.

As milícias operárias e camponesas são uma necessidade estratégica para a tomada do poder, e a seu tempo, a Organização Comunista e a Frente Popular lançarão a sua organização. Ê de prever que alguns grupos de acção anti-fascista evoluam qualitativamente para formas pró­ximas do destacamento militar operário ou camponês. Tudo depende da resistência que a miserável praga fascista opuser à sua exterminação.

v

O trabalho sindical, o trabalho popular, a organização dos Comités operários e dos grupos de bairro, o trabalho no campo, não terão qual­quer sentido concreto revolucionário se os comunistas não controlarem o trabalho no sentido de o dirigir de acordo com a ciência marxista para a tomada do poder. Da mesma maneira é necessário ligar dialectica­mente o desenvolvimento das organizações operárias e populares sindi­cais, associat ivas, etc., ao reforço da organização partidária no sentido de dotar o proletariado português do Partido Comunista, que ele não tem.

A Reconstrução do ~artido Comuni~ta _destruído pela trai,_çã,º- revi­sionista, é a tarefa central para a qual se devem dirigir os esforços dos comunistas. Contudo, a construção do Partido e a participação activa dos comunistas na direcção das lut as de massas, no seu fomento e organização, são dois aspectos que não se podem separar sob pena de se cair na formação de mais um grupelho que se diz comunista mas que na realidade não preenche qualquer das condições para se int itular como tal.

As teorias da formação do Partido à volta de uma mesa de confe­rências continuam e têm sido reforçadas nas últimas semanas. Não nos parece errada em si a ideia de conferências nesse sentíào que obtenha a unidade dos marxistas-leninistas. Mas ontem como hoje a prática é o critério de verdade, e não é só com palavras que os comunistas demonstram que o são. Qualquer tentativa para constituir um Partido separado das lutas de massas que não seja expressão das mais importantes lutas contra a burguesia que se têm travado, representa não a criação do Partido mas sim a criação de mais um aborto, mais um motivo de confusão para o proletariado.

Camaradas, intensifiquemos o estudo e o trabalho comunista. Ligue­mo-nos cada vez mais às massas, fazendo corresponder a cada avanço na organização e luta de massas, um avanço na organização de van­guarda.

Operários, Camponeses e Soldados. Só organizados, e seguindo o des­tacamento de ·vanguarda da classe mais avançada que é a classe operária, a nossa luta se dirigirá para a libertação do Povo, na senda do socia­lismo e do comunismo. Só um Partido que seja capaz de ligar as expe­riências do proletariado mundial resumidas na teoria marxista, com as nossas experiências e as nossas realidades específicas, poderá conduzir o Povo a uma sociedade nova, sem classes, sem exploradores nem explo­rados.

Em frente' comunistas pela Reconstrução do Partido. Operários, Camponeses e Soldados, unidos como um só em torno da Organização Comunista!

Composição e Impressão Gráfica Firmeza Porto

Director interino

JOSÉ CAMPOS

Ague da Vermelha Acaba de sair o 1.0 número dest e

Boletim manuscrito e policopiado, do qual transcrevemos o Editorial :

«Somos um grupo de operár ios revolucionários dispostos a lutar pa­ra acabar com a exploração capi­talista. Só unido, organizado e ar­mado, o Povo fará a Revolução Po­pular que acabará de vez com toda a exploração e construirá uma so­ciedade nova governada pelos traba­lhadores. A Revolução Popular não se faz com uma greve ou uma ma­nifestação. Mas de cada luta os tra­balhadores saiem mais unidos, orga­nizados e experimentados. A greve é a escola da Revolução. Só unidos, organizados e armados poderemos

acabar com a exploração capitalista e tomar o nosso destino nas mãos.

Por isso resolvemos fazer este boletim, que apoiará todas as lutas dos operários camponeses e outr os trabalhadores, e lutará contra os que se opuserem à vontade do Povo t rabalhador.

Apoiamos todas as organizações e todos os revolucionários que defen­dam verdadeiramente os int eresses do Povo. Apoiamos a linha da O. C. M. L. P ..

Em Frente pela Revolução Po­pular».

Depois de desmascarar os «demo­cratas de paleio, traidores da classe operária», o boletim refere lutas ope­rárias realizadas em várias fábricas da região.

Saudamos o aparecimento de mais este órgão operário revolucionário.

FESTAS POPULARES MANIFESTAÇÕES DE ALEGRIA,

UNIDADE E LUTA

Todas elas momentos grandes da Fes­ta do Povo em luta .pe·la sua •libertação do jugo da exploração, da opressão e da guer­ra. Em .fábricas, Viana do Castelo, Barce­los, S. João da Madeira, Covilhã, Nazaré,

Coimbra, Alhos Vedros, e no Porto, em Miragaia, Foz e M atosinhos entre outras, o povo manifestou a sua alegria por ouvi­rem e ·entoarem as canções verdadeiramente revolucionárias e populares que vão de en­contro aos seus verdadeiros pwblemas e aspirações, que falam da luta pelo Pão, pela Terra, pela Paz e pe·la Democracia Popular!

Um aspecto da fe sta popular realizada em Barcelos com a presença

de milhares de pessoas.

Projecto do Programa dos Comités de Soldados e Marinheiros Vermelhos

Para ler, discutir e votar em Assem­bleia de soldados e marinheiros

Independência total e ime­diat a para as colónias.

Fim da guerra colonial assassina.

Regresso imediato de todos os soldados e marinheiros.

Anulação imediata das leis militares fascistas! Anulação do RDM.

Julgamento popular, feito pelos soldados e marinheiros, dos xicos fascistas que castiga­vam e calcavam aos pés os sol­dados e marinheiros.

Julgamento popula·r dos xi­cos que cometeram massacres e atrocidades aos povos das co­lónias.

Ratificação ou destituição dos postos de oficiais e sargen-· tos por votações democráticas de todos os soldados e mari­nheiros.

Fim dos «prés» miseráveis. Por um salário digno para os soldados e marinheiros. Por uma maior igualdade de salá­r ios entre todos os militares.

Por uma vida democrática dentro dos quartéis e unidades , para que todos os soldados e marinheiros participem activa­mente na gestão das Forças Armadas.

Por um exército ao serviço do Povo, que o defenda dos seus inimigos e que lute pelos seus interesses

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página 8 O GRITO DO POVO

O Revisionismo do P. ''C." P.

é um Neo-Fascismo

Na Rússia como em Portugal, os traidores revisionistas, socia­listas na aparência, são fascistas na rrealidade. Após o golpe militar da burguesia que lhes ofereceu o poleiro governamental, tais revisio­nistas mostraram definitivamente a sua verdadeira face de traidores. Até irem para a gamela defendiam o salário mínimo de 6 contos e o horário de 40 horas. Uma vez lá em cima passaram a atacar e a agredir violentamente com os seus destacamentos policiais, mulhe­res, velhos, operários e operárias, que nas assembleias interpretam a vontade do trabalho defendendo a justa luta pelos 6 contos e as 40 horas. Isto aconteceu por exemplo na cidade do Porto em assem­bleias de metalúrgicos.

Furibundos pelo desprezo a que as massas os votam nas fábri­cas e nas assembleias, correndo-os amiúde aos gritos de «Fascistas», «Revisionistas», os social-fascistas do Partido Revisionista do Minis­tro Ãlvaro Cunhal, agridem como novos pides, os operários comba­tivos, os simpatizantes e militantes comunistas, como antes já denun­ciavam aos assassinos da Pide os militantes comunistas, os marxistas­leninistas.

Mostrando o carácter fascista dos seus métodos de propaganda, onde a ·calúnia e a demagogia encontmm lugar de eleição, os revio­nistas chegam ao ponto de chamarem «pides» e «provocadores» aos mais fiéis servidores do Povo, aos comunistas, à;queles que durante ' anos na clandestinidade enfrentaram o fascismo, organizando as mas­sas e mobilizando-as para a luta.

Mas as massas operárias e populares conhecem bem os seus ver­dadeiros amigos, e tais tentativas dos social-fascistas do P. «C». P. para isolarem os comunistas encontram a voz do proletariado que grita: «Provocadores sois vós», «Traidores sois vós», «Fora fascistas».

Assembleia Geral de Metalúrgicos

Porto

Início: Perante uma assembleia de alguns milhares de Meta­lúrgicos que declararam bem alto a sua determinação em lutar até à vitória pela satisfação das suas justas reivindicações: salário mí­nimo de 6 contos, semana de 40 horas, 1 mês de férias, mês e meio de subsídio, 13.0 mês, etc., etc .. Os oradores vão-se substituindo e em todos eles o palavreado é comum: «que as negociações vão más», «que os patrões não querem ceder», etc .. O descontentamento dos operários estava presente na grande massa que abandonava ostensi­vamente o Pavilhão, enquanto uma oradora berrava histericamente que essa atitude a '«magoava profundamente». Aqui e ali, os operários discutiam em pequenos grupos a forma desvantajosa como o Sindicato encaminhava o «negócio». O serviço de ordem (grupos de indivíduos •.::ujo papel é o de expulsar todos aqueles que ousem criticar as prá­ticas reformistas, traidoras aos reais interesses da classe operária) anda numa fana. Um operário indignado denunciava o papel reaccio­nário do Sindicato como travão da classe, pois que neste momento decisivo para a conquista das justas reivindicações da classe, os acon­selha a baixarem-se aos interesses dos patrões e não a entrarmos em greve contra os patrões.

Mas o serviço de ordem está atento: o operarw é rodeado! Cho­vem os insultos: é Pide, é provocador, é esquerdista, quer a greve, etc.. Intervêm outros operários, há porrada, alguns operários são miseravelmente espancados pela camarilha de traidores à classe ope­rária que são os reformistas.

Catarina -Vingança -Revolução Continuação da 3. 0 página

DISCURSO DE UM MARINHEIRO

NO COMÍCIO

A vitória conquistada pelo nosso Povo no dia 25 de Abril, veio ter­minar com o regime fascista no nosso país.

Foi com a maior alegria que nós, soldados e marinheiros, participa­mos na prisão do governo marce­lista e dos assassinos da PIDE, e ajudamos a destruir o fascismo.

Mas essa vitória não foi a vitó­ria final do povo português.

A guerra colonial é uma guerra que defende os interesses da bur­guesia portuguesa e do imperialismo internacional.

As lutas levadas a crubo pelo PAIGC, pela FRELIMO, pelo MPLA e pelo povo português são guerras justas- vencerão.

Nós, soldados e marinheiros, re­cusamo-nos a embarcar para as coló­nias. Recusamo-nos a assassinar os nossos irmãos negros de Angola, de Moçambique e da Guiné e Cabo­-Verde.

Temos consciência que as Forças Armadas de agora, estão ao serviço

MANIFESTAÇÃO DE 19 DE MAIO,

Abaixo o imperialismo americano e o social-imperiali-smo russo!

VIVA A CHINA POPULAR!

A classe operária, os camponeses e demais trabalhadores continuam a ser vítimas da opressão e da explo­ração capitalistas.

Connosco passa-se o mesmo. Nos quartéis e nas unidades continuamos a ser vítimas do militarismo fascis­ta. Continuamos a ganhar um orde­nado (o pré) miserável de 90 es­cudos por mês. Continuamos a co­mer mal e porcamente enquanto que os oficiais comem do melhor - co­mo se as nossas barrigas fossem diferentes das dos oficiais. Acima de tudo continuamos a embarcar para Ãfrica para combater os nos­sos irmãos negros das colónias.

ESCUTA AS

da burguesia. Temos consciência de que quando o povo lançar a sua luta final pelo pão) pela terra, pela paz e pela Democracia Popular) a bur­guesia vai enviar o Exército, a Ma­rinha e a A viação contra o nosso querido povo.

Nessa altura a maioria dos sol­dados e marinheiros passarão para o lado do Povo e virarão as armas contra os seus verdadeiros inimigos : a burguesia capitalista e colonialis­ta portuguesa.

Os soldados e marinheiros de Portugal recusam-se a lutar contra os irmãos das colónias e contra o Povo português, o seu Povo.

EMISSORAS REVOLUCIONARIAS

(EM ONDAS CURTA'S)

RADIO TIRANA

das Oh à lh em 31 e 42 metros

das 2h às 3h em 31 e 42 metros

das 8h às 8h 30m em 31 e 49 metros

das Hh às llh 30 em 25 e 31 metros

das 22h 30m às 23h em 31 e 49 metros

RADIO PEQUIM

das 21h às 22h em 25 e 41 metros

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• O GRITO DO POVO página 9

VIVA A CHI NA E A ALBANIA VERMELHAS! Em Portugal, como em qualquer país capi­

talista do Mundo, a situação da classe operária é a mesma. No capitalismo, aqui e em toda a parte, são os patrões capitalistas e os grandes senhores de terras, essa canalha parasita, que tudo têm, enquanto que nós, operários e traba­lhadores, vivemos na miséria. Os burgueses de cá são iguaizinhos aos burgueses da Espanha, da da França, da Suécia e de todos os sítios em que há exploração. Mamam à nossa custa, vivem à grande e à francesa, à pala das riquezas que nós criamos com o nosso trabalho e o nosso suor. E na maioria dos casos esses exploradores não se limitam a roubar os traba'lhadores do seu pró­prio país e para engordar ainda mais a pança de gatunos vão explorar o trabalho e as riquezas de outros povos. É o que acontece com as coló­nias portuguesas de Angola, Guiné e Moçambi­que, submetidas desde há 500 anos à rapina dos exploradores portugueses (e de outros países ca­pitalistas desde há algum tempo para cá); é o que acontece no Vietname e nos outros países da Indochina e na maioria dos países da Ãsia, da Ãfrica e da América Latina e em alguns paí­ses da Europa, sobre os quais se tem vindo a abater a pata do imperialismo americano, do social-imperialismo soviético e de outras potên­cias imperialistas.

É por isso que nós, operários e trabalhadores de Portugal, nos encontramos Hgados a todos os proletários e povos oprimidos do Mundo pelos mesmos laços de sangue, pelos mesmos laços de revolta contra a mesma situação de miséria e exploração. É por isso que a luta que travamos em Portugal contra a exploração e a opressão do capitalismo, pelo Pão, pela Terra, pela Paz e pela Dem'ocracia Popular faz parte da luta dos explorados do mundo inteiro pela destruição de todo o sistema de exploração do homem pelo homem, pela vitória final do SociaUsm•) e do Comunismo, onde cada um trabalha segunéio as suas capacidades e não tem mais que suportar as cadências infernais a que o sanguessuga do patrão nos obriga hoje, onde cada um recebe segundo as suas necessidades onde a fome e a miséria são coisas do passado.

revolucionárias dos povos oprimidos de todo o hegemonia e policiamento das duas superpotên­mundo constituem assim uma base da Revolução cias (os Estados Unidos e a União Soviética) Socialista Mundial. Durante muito tempo foi a sobre os povos do Mundo, a China Vermelha União Soviética quem desempenhou esse papel e a Albânia Socialista ganharam o maior pres­glorioso, como primeiro país no Mundo a derru- tígio, simpatia e amizade dos trabalhadores de bar o capitalismo e a instaurar no seu país a todos os países, em especial dos países do Terceiro Ditadura do Proletariado, após a Grande Revolu- Mundo e destruíram todas as manobras dos reac­ção Socialista de Outubro de 1917. Desde então, cionários imperialistas que as procuravam isolar. dirigida pelo grande Partido Bolchevique de A Albânia Socialista é o «farol do socialismo Lenine e Estaline, nunca a União Soviética dei- na Europa». O Povo albanês é um povo· indomá­xou de prestar o seu firme apoio às lutas do vel, temperado pelos séculos nas duras batalhas proletariado e dos povos do mundo e sempre que teve que travar contra os sucessivos inva­se soube manter o fiel amigo de todos os países sares da sua pátria. A Albânia é um pequeno que seguindo o seu exemplo, se libertavam da país montanhoso vizinho da Jugoslávia do rene­exploração e passavam à construção da sociedade gado Tito com uma população de pouco mais socialista. de 2 milhões de habitantes. Apesar do seu escasso

Hoje, com a traição da camarilha revisio- número, este povo soube tomar nas suas próprias nista de Kruschev e dos seus actuais seguidores, mãos a bandeira da liberdade. Em 1945, o Povo a União Soviética deixou de ser um aliado dos Albanês em armas, sobre a direcção do Partido povos do Mundo para passar a ser um seu ini- Comunista da Albânia escorraçou da sua terra migo mortal. Os revisionistas soviéticos rene- sagrada as hordas nazis hitlerianas e subjugou garam o socialismo, o marxismo-leninismo e o os reaccionários do interior, chefiados pelo fan­internacionalismo proletário e passaram a res- toche rei Zog. taurar o capitalismo no seu país, a praticar o A linha revolucionária marxista-leninista do revisionismo e a hegemonia de grande potência. camarada Enver Hoxha dirigiu o Partido, a classe Nas palavras, eles continuam descaradamente a operária e todo o· Povo albanês na edificação da afirmar-se «soci81listas», mas nos actos e'les trans- economia socialista, na satisfação das urgentes formaram a Rússia num país imperialista, que necessidades do Povo, libertando-o da fome e da rivaliza com os Estados Unidos no saque de ou- miséria que o fiagelara na antiga sociedade opres­tros países. sora, utilizando o princípio revolucionário de con-

Mas a bandeira vermelha da Revolução que tar com as próprias forças. Para além de enfren­os revisionistas soviéticos deixaram cair foi logo tar o subdesenvolvimento que herdara do pas­erguida por outras mãos. Hoje, perante a traição sado feudal, sem indústria nem electrificação, o revisionista na União Soviética, a obra revolucio- Povo albanês teve sempre perante si a ameaça nária de Marx, Engels, Lenine e Estaline foi de invasão do seu vizinho agressor, a Jugoslávia defendida e desenvo.lvida pelos grandes marxis- do revisionista Tito, que como todo o reaccionário tas-leninistas Mao Tsé-tung, dirigente do Partido acalentava ambições expansionistas em relação Comunista da China e Enver Hoxha, secretário- ao território albanês. Todos estes obstáculos fo­-geral do Pavtido do Trabalho da Albânia. ram no entanto vencidos graças à persistência do

Estes dois partidos dirigiram e dirigem a luta Partido do Trabalho da Albânia na linha do pela salvaguarda do marxismo-leninismo e pelo marxismo-leninismo e à sua justa linha revolu­desmascaramento do revisionismo à escala mun- cionária de massas, graças à vontade indómita dial. Quando os revisionistas soviéticos, animados do Povo 81lbanês que cerrou fileiras em redor do de intenções traiçoeiras, procuraram nos inícios seu Partido de vanguarda para o cumprimento

-dos anes 60 sabotar a unidad do Movimento- das-tarefas da~currstrrrção o socm 1smo. =--="' Comunista Internacional, isolar as posições mar- As dificuldades internas não impediram o

VIVA o MOVIMENTO COMUNISTA INTERNACIONAL! Para nós, trabalhadores portugueses, são

motivos de alegria todas as vitórias que os Povos do Mundo inteiro obtêm sobre os imperialistas e sobre todos os reaccionários. A vitória iminente dos povos das colónias portuguesas sobre o colo­nialismo português e o imperialismo internacio­nal, as vitórias militares e políticas dos povos da Indochina sobre o imperialismo americano e os avanços da luta revolucionária dos povos em todos os países do Mundo dão-nos mais confiança na vitória final. Estes grandes sucessos são a prova que não há força no Mundo que se possa opor à força do Povo, unido, organizado e armado.

Hoje, no Mundo, a tendência principal é para a Revolução. O imperialismo, o colonialismo e todas as forças reaccionárias sofrem desastres sobre desastres enquanto que os Povos acumulam vitórias sobre vitórias. Por outro lado, a estran­gular ainda inais o laço que os imperialistas sen­tem apertar-se à volta da garganta, os países so­cialistas multiplicam os sucessos na edificação do socialismo nos seus países e desempenham um papel cada vez mais importante no conjunto da política mundial, em defesa dos direitos de todos os povos e nações oprimidas do mundo.

Para tc:>dos os povos que ainda vivem sob o jugo da exploração, o aliado mais firme e mais seguro é sem dúvida o campo socialista. Em todos esses países, os operários à frente do Povo ar­mado fizeram a Revolução e acabaram com a exploração do homem pelo homem. Essas gran­des vitórias servem de exemplo para todos os explorados e oprimidos do Mundo. Elas são o testemunho vivo, perante as massas oprimidas do mundo inteiro, que, por mais derrotas e fra­cassos que venham a sofrer na sua luta contra os exploradores, a esperança na salvação dos tra­balhadores nunca está perdida, que o domínio dos capitalistas e dos imperialistas não é eterno, que «O reino do trabalho pode ser criado pelos esforços dos próprios trabalhadores», como disse o grande dirigente do proletariado José Estaline.

Os países socialistas ,pelo seu exemplo e pela sua .política internacionalista de apoio às lutas

xistas-leninistas po POC e Jo PTA, e impôr a sua linha revisionista à generalidade dos Partidos Comunistas e Operários do Mundo, os Partidos Marxistas-leninistas da China e da Albânia não se vergaram às suas ameaças, antes denunciaram perante todos os verdadeiros m-1 as suas posi­ções revisionistas, não co'laboraram com a polí­tica cisionista dos revisionistas, antes procura­ram a todo o custo manter a unidade do M.C.I..

Vencendo o atraso económico legado pelas anti­gas classes exploradoras, a classe operária e o Povo chinês edificaram aquela que hoje é uma grande nação sociaüsta, forte e desenvolvida nos sectores essenciais da economia. Retirando as experiên­cias da traição revisionista na União Soviética, o PCC sob a justa linha proletária do camarada Mao Tsé-tung dirigiu a classe operária e o Povo Chinês na Grande Revolução Cultural Proletária em .que as massas populares reduziram a pó as esperanças de um punhado de traidores infiltra­dos no Partido e no Estado de !Ditadura do Pro­letariado, chefiado pelo renegado Liu Chao-chi, que pretendiam restaurar o poder dos capitalis­tas - e dos latifundiários na China Socialista e transformar a Ditadura do Proletariado numa Ditadura fascista de opressão e exploração sobre o povo chinês.

Mais forte e unido que nunca, o Povo Chinês, com a classe operária à cabeça, soube, a partir daí, realizar novos e brilhantes progressos na edificação da sua pátria socialista e no combate a todos os inimigos internos e externos a soldo do imperialismo e do social-imperialismo, como há bem pouco tempo demonstrou na tentativa de golpe de estado contra-revolucionário por parte do traidor Lin Piao.

A República Popular da China e a República Popular da Albânia são hoje os mais ardentes defensores do direito de todos os países à inde­pendência nacional, do direito das nações à liber­tação do jugo do imperialismo, da luta de todos os povos oprimidos pela Revolução e pelo fim da exploração. Opondo-se activamente à política de

Partido de Trabalho da Albânia de cumprir os seus deveres para com o Movimento Comunista Internacional. Ao lado do Partido Comunista da China, o P.T.A. repudiou o revisionismo sovié­tico e enfrentou corajosamente as ameaças e as provocações dos dirigentes revisionistas soviéti­cos, salvaguardou o exemplo revolucionário desse grande guia proletário que foi o camarada José Estaline e denunciou as calúnias que os revisio­nistas lançaram sobre a sua memória para jus­tificar os seus intentos de restauração do capi­talismo e de abandono do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário.

A China e a Albânia, baluartes da luta dos povos de todo o mundo, são também a fortaleza em que o revisionismo nunca pôde entrar, não obstante todas as suas tentativas. Seguindo o seu exemplo revolucionário, surgiram na Bélgica, na Espanha e em muitos outros países do Mundo Partidos e organizações marxistas-leninistas que iniciaram a :luta pelo desmascaramento do revi­sionismo e pela organização da classe operária e de todo o Povo para a luta revolucionária con­tra o capitalismo e o imperialismo. Hoje, o Movi­mento Comunista Internacional, após a cisão do início dos anos 60 provocada pelos revisionistas soviéticos, reforça-se e desenvolve-se, armado da experiência acumulada ao longo dos anos. O revi­sionismo encontra-se hoje cada vez mais isolado aos olhos dos povos e a verdade universal do marxismo-leninismo impõe-se à prática do movi­mento operário e popular de todos os países. A própria luta que o proletariado e o povo russo, bem como os povos dos restantes países que se encontram debaixo das garras do revisionismo, travam contra a nova classe burguesa, aliada às lutas da classe operária e dos Povos de todos os países, mostra-nos que o revisionismo, como arma de traição à classe operária, não tem futuro. O marxismo-leninismo, desenvolvido de forma criadora pelos camaradas Mao Tsé-tung e Enver Hoxha ilumina já hoje o caminho dos Povos com vista à Revolução, ao Socialismo e ao Comunismo.

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O GRITO DO POVO

E o • CONTINUAÇÃO DA l.A PÁGINA

O povo pescador da Afurada chegou em massa à manifestação com a ca­beça do Tenreiro cortada de um busto. Foi uma tarde de unidade, de demonstração de força proletária e popular, de organização. Pelos can­tos, desorganizados e totalmente ri­dículos, mexiam-se grupelhos de de­zenas de elementos das inúmeras seitas trotskistas e do P. «C». P .. Finalmente os revisionistas senho­res de uma instalação sonora man­daram para o ar as suas palavras reaccionárias, impedindo como so· cial-fascistas que são, o «Grito do Povo» de falar. O 1.0 de Maio no Porto foi um dia de luta e de f~st·J do povo revolucionário e da OCMLP.

LISBOA - Milhares de pessoas manifestaram-!'le debaixo de bandei­ras de várias organizações, entre

MAIO treta. Durante dias, flutuou no Lar­go da Porta Nova, a bandeira comu­nista da OCMLP.

COVILHÃ - Milhares de operá­rios em manifestação com a voz revolucionária dos comunistas. De­monstração de força, cimentação da unidade operária para o movimento grevista vitorbso que se seguiu.

VIANA DO CASTELO- Ope­rários, pescadores, jovens, com ban­deiras da OCMLP. «Viva o Grito do Povo», «Em frente pela Revolu­ção Popular», gritou-se durante a tarde.

PARIS - Imponente manifesta­ção de centenas de trabalhadores emigrados com a Organização Co-

COIMBRA - Mani.festantes soq a bandeira da OCMLP.

elas as da OCMLP. As bandeiras munista Marxista-Leninista Portu-Marxistas-Leninistas chegaram a en­cabeçar milhares de pessoas. «Pão, Paz, Terra; Democracia Popular», «Nem mais um embarque para as Colónias», algumas das frases entoa­das durante esse memorável dia de luta.

SETúBAL - Dezenas de milha­res de manifestantes a comemorar o Dia do Trabalho, fazendo flutuar a bandeira revolucionária da OCMLP entre outras.

BARCELOS - 2 000 operários, camponeses e populares, seguindo a bandeira da OCMLP, entoando fra­ses revolucionárias. «Organizado e com armas, o Povo é invencível>;, «Em frente pela Revolução Popular». Dirigiram-se ao Sindicato onde par­tiram e rasgaram os símbolos do fascismo passando por cima dos re­visionistas e dos «democratas» de

guesa. «Viva, Viva, Viva o Grito do Povo», «Em frente pela Revolução Popular» marcaram o passo da gran­diosa manifestação de emigrados.

PORTO - O 1.0 de Maio foi um dia de luta e de festa do povo revolucio­nário e da OCMLP.

LISBOA - M>lhares de pessoas manifestaram-&: debaixo de bandeiras de várias organizações, entre ela• as da OCMLP.

S. JOÃO DA MADEIRA- «Vi­va a Classe Operária», «Abaixo a Guerra Colonül Assassina», «Fora com a ITT», «Morte à Pide», «Pão, Terra, Paz; Democracia Popular», «Unido e organizado o povo é inven­cível», gritaram os manifestantes

intermiando com a canção revolu­cionária •«Vamos Camaradas». Quan­do os «democratas»-patrões quise­ram falar num comício foram asso­biados pela multidão que exigia que calassem os patrões e falassem os operários. Foi desmascarado o bufo «Saraiva da Concha Doce» que de­pois conseguiu um certificado a di­zer que não t•ra Pide o que como em centenas de outros casos, con­trasta flagrantemente com o que es­tá sobejamente provado pelo dia a dia. Manifestado o ódio popular ao conhecido explorador e fascista da terra sanjoanense, António Henri­ques. Foi ocupada a ex-sede da Le­gião e o povo manifestou-se pela demissão do explorador da classe operária da construção civil e acér­rimo fascista que ocupava o posto de Presidente da Câmara.

Noutras cidades e vilas, por to­do o país, esteve representado «Ü Grito do Povo'> enquadrando mani­festantes.

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i :TENREIRO I ENFORCADO Na noite de 31 para 1 de Maio

o busto do Tenreiro na Afurada foi repleto de inscrições revolu­cionárias e o focinho pintado de vermelho. Os pescadores tira­ram o busto do odiado fascista do pedestral, esconderam-no no rio durante a noite e puseram­-no em exposição, na manhã se­guinte, frente à lota, enforcado e com um cartaz com os dizeres: «E ste é o Tenreiro, ladrão e as­sassino dos Pescadores». E da parte da tarde, o famigerado Tenreiro passeou pela Praça, mas desta vez enforcado e me­tido numa canastra. Gritavam os. Pescaàores: «É boa, é boa e continua; a malta da Afurada pôs o Tenreiro na rua!»

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