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JORNAL COMUNISTA
ANO III N.o 25-31 DE MAIO DE 1974
ۇitorial
I
Operários, Camponeses e Soldados. A luta continua. O fundamental da ignóbil sociedade de exploração em que vivemos
não se modificou. A burguesia continua detentora dos meios de produção, das fáibricas, das grandes terras e dos barcos em Portugal e nas Colónias. Os povos de Angola, Moçambique, continuam a ser metralhados pelos assassinos colonialistas. Após o Golpe de Estado Militar, fácil é ver-se que a ditadura da !burguesia sobre o proletariado e sobre os povos de Portugal e das Colónias, que a exploração capitalista e colonial, continuam mostrando o seu verdadeiro carácter sanguinário. Operários, Camponeses e Soldados; empregados, estudantes e intelectuais revolucionários, dispostos a combater ao lado do povo debaixo da direcção do proletariado revolucionário; nunca a •burguesia por si só e pacificamente abandonou o lugar privilegiado em que se encontra na sociedade capitalista. Os patrões não abandonam os seus fabulosos lucros, os senhores da terra não distribuem os campos de livre vontade nem pacificamente. Só o povo revolucionário, força fundada sobre a aliança do operariado e do campesinato, dirigido pelo proletariado revolucionário com a sua vanguarda Marxista- Leninista à cabeça, ode liquidar a exploração, construindo uma sociedade nova, uma sociedade sem uma sociedade Comunista.
II
No 25 de Abril, a ·burguesia acossada pelo povo revolucionário jogou mais uma cartada. O ímpeto do movimento de massas que os fins de 1973 e o ano de 197 4 viram crescer assustadoramente para a burguesia, entre outras razões, obrigou as classes de exploradores a ceder em algo para não acabarem por perder em tudo. Contrapondo reformas à luta revolucionária do povo de Portugal, a ditadura burguesa veste agora a pele de «democrática» e de liberal. Cunhal, ~Soares e Companhia, falsos amigos do povo, lá estavam à espera para ajudarem a mascarada. Quer isto dizer que tudo está na mesma? Errado seria pensar isso. O povo conquistou algumas liberdades' que tem de defender a todo o custo, pois são importantes meios para a conquista de novas posições, para fazer ouvir mais alta a voz revolucionária, para poder unir e organizar as largas massas e não apenas as mais avançadas, e para avançar no assalto e destruição do aparelho de estado burguês, através do qual os donos das fábricas, terras, barcos e os senhores das colónias, continuam a explo-rar os trabalhadores. ·
(Corrtinua na pág. 2)
SETÚBAL, t .• DE MAIO
a Bandeira Revoluclooirla da OCMLP
PROLETÀRIOS DE TODOS OS PAfSES, UNI-VOSI
1 o DE •
O ódio do povo à miserável ditadura fascista que o oprimia, a disposição de lutar e de se unir pela satisfação dos seus anseios, saiu para a rua no 1. o de Maio, na maior manifestação de que há memória. Em todo o país, cidades, vilas e aldeias, o povo em uníssono manifestou a sua alegria por derrubar o fascismo e a sua disposição para acabar com a exploração, a opressão e a 'guerra. A bandeira da Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa, encabeçando ou par-
Pii EÇO 2$50
MA I O ticipando em manifestações populares em dezenas de vilas e cidades, flutuou frente às vozes firmes de milhares de operários, camponeses, soldados, empregados e jovens.
PORTO - Vários milhares de pessoas com bandeiras vermelhas onde se inscreviam a foice e o martelo e a estrela de 5 pontas, desfilaram durante a tarde empunhando cartazes revolucionários e entoando as palavras de ordem da OOMLP.
(Continua na última página)
O GRITO DO POVO
€áitorial Continuação da la. página
III
O momento é --de -luta. Usemos as liberdades- qu.e· -eonquistámos; levando em frente imediatamente um impetuoso movimento de massas reivindicativo. Exijamos aumentos de salários, melhores condições de vida e de trabalho e um salário nacional mínimo de 6 contos. Também agora, ·como sempre, só pela luta unida e organizada do povo a burguesia cederá. Os revisionistas, os falsos «socialistas». e os. falsos «Comunistas» de M. Soares a Alvaro Cunhal que combatem as greves e as lutas operárias e populares ao mesmo tempo que agridem os operários avançados, não passam de miseráveis traidores, agentes da burguesia que o povo liquidará no roldão invencível da Revolução !
Desmascaremos e isolemos tais agentes da burguesia, que se já antes se portavam como polícias, agora passaram a fazer declaradamente parte do aparelho repressivo da burguesia.
Os sindicatos poderão e deverão ser usados pelos trabalhadores. Contudo é necessário que o nosso movimento seja um movimento de massas assente nos locais de trabalho, e que a burocracia sindical seja impedida de sabotar as lutas. Se a burguesia pretende permitir sindicatos livres é por um lado para satisfazer o ódio das massas trabalhadoras aos sindicatos fascistas rafeiros e as suas reivindicações de um sindicato livre, por outro lado para o tentarem transformar num processo de controle, policiamento e repressão das justas lutas dos produtores. Com os trabalhadores enquadrados no sindicato e com os seus dirigentes comprados, pensa a ,burguesia poder controlar os trabalhadores e evitar a sua luta revolucionária. Os trabalhadores unidos e organizados nos locais de trabalho não permitirão que os sindicatos os reprimam, pelo contrário obrigá-los-ão a servir a luta pelos interesses do trabalho.
A burocracia da papelada sindical, das comissões e leis burguesas, impunhamos um movimento de massas, com assembleias de fábrica onde todos os trabalhadores discutam e elaborem as suas reivindicações. Utilizaremos o sindicato quando precisarmos, seguiremos suas palavras de ordem quando elas forem de combate e não de traição. Produtores, libertemo-nos nós próprios, apoiemo-nos sobre a nossa força invencível de movimento de massas e não tenhamos ilusões. Ao combate, unidos
p;.~~,., .. - ,e organizados. Por toda a parte, nas fábricas, constituamos Comités Operários,
organismos constituídos por alguns operários avançados, que estejam atentos às manobras do patronato, que desmascarem a exploração, que dinamizem o operariado para a luta contra a exploração, que colaborem com as Comissões sindicais e as auxiliem, que as desmascarem perante as massas se elas caírem sob a pata reformista através da corrupção da aritocracia operária. Os Comités Operári:os não ,,e consideram os representantes do operariado da empresa, podendo embora os seus membros desempenhar funções representativas dos operários (por exemplo, em Comissões Sindicais) uma vez eleitos pelas massas para fazer parte dos vários organismos democráticos operários da fábrica. Os Comités Operários lutam por uma verdadeira democracia sindical de massas, fomentando e dinamizando as Assembleias de Fábrica e os processos democráticos de escolha de grupos representantes, de forma a não permitirem que os social-fascistas do P. «C». P., seus lacaios e demais trai-
Por outro lado, os operários sabem que a liberdade de reunião, mesmo na mais democrática república burguesa, é uma frase vazia de sentido, visto que os ricos possuem os melhores edifícios públicos e privados, · bem como o vagar necessário para se reunirem sob a protecção deste aparelho governamental burguês. Os proletários da cidade e do campo e os pequenos camponeses, isto é, a imensa maioria da população, não possuem nem uma coisa nem outra. Enquanto assim for, a igualdade é, isto é, a democracia pura, é um .logro. Para conquistar a verdadeira legalidade, para realizar verdadeiramente a democracia em proveito dos trabalhadores, é necessário tirar previamente aos exploradores todos os prédios ricos, públicos ou privados, é preciso previamente dar tempo livre aos trabalhadores, é preciso que a liberdade das suas reuniões seja protegida pelos operários armados e não pelos oficiais afidalgados ou capitalistas com soldados ao seu serviço.
Só então se poderá, sem troçar
dos operários, dos trabalhadores, falar da liberdade de reunião e de igualdade. Ora, quem pode realizar esta reforma, senão a vanguarda dos trabalhadores, o proletariado, pelo derrubamento àos exploradores e da burguesia?
A liberdade de imprensa é igualmente uma das grandes divisas da
rv
CITAÇOES democracia pura. Os operários sabem, mais uma vez, que os socialistas de todos os países reconheceram que esta liberdade é uma mentira, enquanto as melhores imprensas e as maiores quantidades de papel forem arrebatadas pelos capitalistas, enquanto no mundo inteiro subsistir o poder do capital com tanto mais clareza, nitidez e cinismo quanto mais desenvolvido é o regime
dores à classe operária, se aproveitem da estrutura corporativa do Sindicato Nacional para impor a sua linha ail.ti-operária e anti-popular,. Os Comités Operários lutam por uma linha revolucionária sindical, que defenda verdadeiramente os interesses dos trabalhadores, e se enquadre na ·estratégia da tomada de poder pelo · proletariado--dirigido pelo seu destacamento de vanguarda comunista e arrastando atrás de si os secto-res ___ dj~;!post()§ . -·ª-·_çQ:m,})_ªt.~X. . .P~~o .... PX.9..&rnm-ª ... da ·-R~wolução . Democrático--Pop:ular.
·· Destruir totalmente o sindicato corporativo fascista, e lançar um sindicalismo democrático de massas, é tarefa que interessa aos trabalhadores e que não interessa aos revisionistas de Cunhal. Para o Partido do Ministro, para o Partido dos falsos comunistas, interessa a conti-
. nuàção das estruturas corporativa~; ràfeiras, baSêâdas numa complicada burocracia repressiva onde seja fácil por um lado corromper os delegados, por outro lado onde o acesso da opinião democrática das massas possa ser evitado.
Até agora na «oposição» tais amarelos defendiam a democratização dos «SN » para subirem para as direcções. Agora, tal já não lhes interessa pois são eles que estão no alto. Como em relação às lutas, às greves, às 40 horas, aos 6 contos. Agora já isso não lhes interessa, conseguiram o que pretendiam e o que querem é aquela calma que nunca o operariado lhes dará.
IV
O fascismo caiu mas não foi exterminado. E nunca desaparecerá enquanto o sistema capitalista de exploração do homem pelo homem não for definitivamente destruído pelo Povo com o proletariado e sua vanguarda organizada em Partido Comunista à cabeça. A burguesia, seja de aparência democrática, seja de tipo salazarista, alimenta no seu seio todas as condições para que a praga fascista sobreviva e se desenvolva. É o que se pode ver facilmente nos países de sistema económico mais liberal e «avançado», desde os Estados Unidos à Europa e mesmo na Suécia país dirigido pelos amigos políticos (como eles dizem) do Dr. Mário Soares.
Camaradas: é enorme a experiência histórica de traição do reformismo e do revisionismo; não se podem esquecer os massacres organizados pelo fascismo renascido, depois de passageiras e não definitivas derrotas. Em 1936, foi a · Espanha. Em 1964, o Brasil. Depois a Indonésia. Em 1967, a Grécia. Em 1973, o Chi'le. Quem estava no poder nesses países? Socialistas e homens que se diziam comunistas. Alinhando .na reforma e não na Revolução, deixaram o povo desarmado ou desarmaram-no quando ele tinha tomado as armas. Quem foi massacrado? Milhões e milhões de operários e camponeses, filhos do povo que lutavam por um sociedade justa e sem exploração. Como evitar que no nosso país se repita a trágica experiência Chilena?
Uma das tarefas mais urgentes a tomar por todo o povo, é a de intensificar a luta pelo desmantelamento do aparelho fascista montado durante 50 anos por Salazar e Marcelo.
Essa luta passa-se em todas as frentes da sociedade: nas fábricas, nos campos, nos barcos; no exército, nas escolas, nos órgãos de informação, nos campos da Cultura e da Arte, na Administração Central e local, etc., etc .. Ê necessário mobilizar as várias formas de organi-_ zação operária e popular em torno deste objectivo. Ê preciso que todos tomem consciência da necessidade de defender as liberdades já conquis-
democrático e republicano, como, exen;1plo, na América. A fim de conquistar à verdadeira igualdade e a verdadeira democracia no interesse dos trabalhadores, dos operários e dos camponeses, é preciso começar por tirar ao capital a faculdade de alugar escritórios, comprar e corromper jornais e casas de edição e para isso derrubar o jogo do capital, der-
DE LENINE rubar os exploradores, esmagar a sua resistência. Os capitalistas chamam liberdade de imprensa à faculdade de os ricos corromperem a imprensa, à faculdade de utilizarem as riquezas para fabricarem e apoiarem a chamada opinião pública. Os defensores da «democracia pura» são na realidade, uma vez mais, defensores do sistema vil e corrupto da dominação dos ricos sobre a instrução das
(Continua na pág. 7)
massas; são eles que enganam o povo e o desviam, com belas frases mentirosas, da necessidade histórica de libertar a imprensa da sujeição ao capital. Verdadeira liberdade ou igualdade não haverá senão no regime edificado pelos comunistas, no :qual seria materialmente impossível submeter a imprensa directa ou indirectamente ao poder do dinheiro, no qual nada impedirá todos os trabalhadores de possuir e utilizar, em toda a igua,ldade, o direito de se servir das imprensas e do papel do Estado.
O GRITO DO POVO página 3
Catarina -Vingança -Revolucão ~
Eram milhares de operários, soldados e jovens com o Comício realizado no XX aniversário do assassinato de Catarina Eufémia. «Catarina, Vingança, Revolução», «Viva a classe operária», «Operádos, Camponeses, Revolução Popular», «Viva o Grito do Povo», «Viva a O.C.M. L.P.», gritaram milhares de vozes durante horas e horas. Na sua voz um grito de vingança, na sua firmeza o propósito de lutar até ao fim pela Democracia Popular, pelo Socialismo e pelo Comunismo. Falam operárias e operários, um camponês alentejano, 1 pescador, soldados e marinheiros. Catarina, tu serás vingada, não foi em vão que morreste. Com o Pão, a Terra, a Paz e a Democracia Popular, floresce a Terra que teu sangue adubou. Organiza-se a manifestação. São milhares de pessoas. A frente uma fita vermelha da «Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa», seguida de dezenas de
1 9 DE MA I O - PORTO São operárias e operários , soldados e marinheiros, empregados, jovens e velhos. Imponente a manifestação sobre a Praça. Dezenas de inscrições cobrem o percurso. «Abaixo o Revisionismo», «Salário mínimo de 6 000$00», «Semana de 40 horas», «Abaixo a Exploração Capitalista». Junto à Câmara Municipal, é içada a bandeira vermelha da O.C.M.L.P .. Palmas entusiasmadas. «Em frente pela Revolução Popular». Fala-se da Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa e das tarefas actuais do proletariado e do povo. Grita-se: «Viva Marx, Engels, Lenine, Estaline e Mao Tsé Tung», «Viva o Movimento Comunista Int ernacional».
bandeiras da Organização e de cartazes: «Abaixo a Exploração Capitalista», «Fim à Guerra Colonial Assassina», ·«Catarina, Vingança, Revolução». A rua baptizada pela burguesia com o nome do escritor reaccionário .Júlio Dinis, passa a chamar-se Av. Catarina Eufémia. Mudam-se os dizeres das placas. Praça da Galiza: homenagem ao Povo Galego e aos Povos de Espanha em luta contra a ditadura yanqui-franquista. Grita-se: «Viva o Partido Comunista ('Marxista-Leninista) de Espanha», «Viva a Espanha Republicana, Popular, Democrática e Federativa», «Portugal e Espanha, a mesma luta», «Camaradas de Espanha, estamos convosco». Frente ao Pavilhão dos Desportos, términus da Av. Catarina Eufémia. Os revisionistas em reunião no Palácio, para tentarem divi-
Moção de Pescadores e Camponeses ~iáa no eomício
Considerando:
1. o - Que o fascismo foi derrubado, que hoje o Povo tem mais liberdade, liberdade que muitos sacrifícios e luta lhe custou, e que nunca mais está disposto a ser oprimido pelos fascistas;
2.0- que apesar dessas liberda
des conquistadas há ainda muito que lutar pela defesa dos seus direitos e interesses;
3.0- que a conquista da liberta
ção dos trabalhadores só pode ser obra dos próprios trabalhadores ;
O Povo de Lavra> reunido em Assembleia; Popular> considera:
1.0- Que a defesa popular devi
damente organiz8ida é a única arma contra as tentativas dos fascistas em voltar ao poleiro;
2. o - que só unido e organizado o povo é invencível;
3.0- que está disposto a correr
de Portugal todas as formas de exploração capitalista, a lutar pelo fim da guerra colonial e pela Democracia Popular;
4.0 -que é preciso ver bem quem são os verdadeiros amigos do Povo e os amigos só de paleio, porque de vira-casacas e aldrabões está o Povo cheio ;
5.0- que esta moção deve ser
enviada aos jornais, rádio e Tv pela Comissão Administrativa da Junta aqui eleita, para que o Povo Português saiba que pode contar connosco.
18 de Maio de 197 4.
O Povo de LaYVra em Assembleia Popular
(Continua na pág. 8)
dir as massas. Um fracasso para o revisionismo e os falsos «democratas». Mais cartazes: «Abaixo o imperialismo americano e o social-imperialismo russo». Grita-se em uníssono: «Abaixo o revisionismo», «Cunhal, traidor da classe operária», «Viva, Viva, Viva José Estaline. A rua denominada de D. Manuel II, rei da monarquia decadente, passa a chamar-se Rua José Estaline. CIOA 1. Tropa. Dezenas de soldados escutam oradores soldados e marinheiros vermelhos. «Viva os Comités de Soldados e Marinheiros Ver melhos», «Abaixo a guerra Colonial Assassina», grita-se. Para a Praça da Liberdade segue a gigantesca manifestação. Cerca de 15 000 pessoas.
CATARINA
19 de Maio no Porto. Aniversário do assassinato de Catarina. Grande jorn8ida de luta pela Revolução Democrático-Popular.
E VIVEM NO S
ESTAL I NE CORAÇÕES N OSSOS
Catarina Eufémia, camponesa alentejana, foi assassinada a t iro pela crim inosa G. N. R., quando, à frente dos seus camaradas, exigia o pão e melhor v ida para todos. Catarina fo i uma operária de vanguarda, exempJo de luta e coragem para a c lasse operária e .para o povo t rabalhador! _
José Esta11ine, grande dirigente do proletar iado mundia'l. ·foi ~guia querido do g lorioso povo russo ! Na senda de Lenine, à frente do Part ido Bolchev ique, conduziu com mão {je ferro o povo russo no cam inho da construção do socialismo. Cercado de inimigos externos e internos, o povo russo, o Part ido Bo lchevique, o Exército Vermelho, e José Estaline desferiram o golpe de morte na b esta nazi durante a 2. ' Guerra Mundial.
Estaline foi implacável com os provocadores de todas as cores ( revisionistas, trotskistas, anarquistas, etc.) que na sua activ idade sabotadora pretendiam conduzir a construção do socialismo ao fracasso e o povo russo à derrota .
É após a morte de Estaline que o renegado Kru tchov encabeçou a grande traição revisionista, que conduziu a grande Rússia Socialista ao ·caminho da restauração do capitalismo e à cisão no Movimento ·Comunista Internacional.
Não há figura que mais faça tremer a burguesia, os revisionistas, os trotzquistas e outra escumalha que a .figura de José Estaline. E é por isso que ela é querida ao Pro·letariado Mundial, é por isso que ela vive nos nossos corações!
Catarina e José Estaline são símbolos vivos da luta contra a burguesia, o capital e os oportunistas, signi:ficam para nós a luta. É a !uta implacável contra o capitalismo e a traição é ·a única ~homenagem verdadeiramente militante.
Foi numa jornada de luta que milhares de pessoas e a olasse operária mudaram nome da rua baptizada pela burguesia com o nome do escritor reaccionário Júlio Dinis .para AV. CATARINA EUFÉMIA e ·a rua com o nome do rei da monarquia decadente, D. Manue·l 11 p·ara RUA JOSÉ ESTALIN,E!
página 4 O GRITO DO POVO
Fim à 6uerra Colonial Ass d
ass1na, J, I a. Há 13 anos que os Povos das Colónias se levantaram em armas con
tra a dominação colonialista Portuguesa e o Imperialismo. De ano para ano, esta justa luta trouxe grandes vitórias aos Povos das Colónias, demonstrando bem que quando um Povo ousa pegar em armas, não há força nenhuma que possa deter o seu avanço, e que os Povos oprimidos vencerão.
Depressa a burguesia colonialista Portuguesa compreendeu que se estava a enterrar num fosso cada vez mais fundo e que lhe iria servir de cova. Não só nas colónias, mas também em Portugal o Povo Português começava a lutar contra a opressão fascista, a exploração capitalista, a fome, a miséria e a guerra colonial assassina. Por todo o lado grandes lutas nas fábricas, nos campos, nos barcos e nos quartéis, mostravam que o Povo estava disposto a acabar com a exploração, apesar da feroz repressão que se abatia sobre ele.
A guerra colonial assassina é contra os interesses do Povo Português! A burguesia colonialista portuguesa vendo que a guerra era cada
vez mais repudiada pelo Povo Português e sobretudo pela juventude, que se revoltava nos quartéis e nos barcos e desertava em grande quantidade quando mobilizada para as colónias, e vendo que no campo miütar sofria cada vez maiores e mais pesadas derrotas, e internacionalmente se encontrava isolada, tentou encontrar uma solução política de forma a levar a uma falsa independência, mas que na prática iria manter o domínio económico e colonialista sobre os Povos das Colónias.
Foi perante esta situação que a burguesia fabricou o golpe de Estado de 25 de Abril, numa tentativa de manter ainda por mais tempo a exploração capitalista e colonialista. Realmente a Junta de Salvação Nacional, tem à cabeça os «salvadores» da burguesia portuguesa e da burguesia das colónias. Só assim se compreende que antes do golpe, e mesmo nos primeiros dias após o golpe, os «salvadores» apregoassem que iriam acabar com a guerra colonial, que reconheciam o direito dos Povos à independência, etc., no que eram secundados pelos falsos amigos do Povo, revisionistas do Partido «Comunista» Português, os Socialistas do Doutor Mário Soares, e toda a escumalha reformista e oportunista. Afinal agora que estão no poleiro, encabeçados pelo Spínola, a burguesia e os seus lacaios mostram a sua verdadeira face de inimigos dos Povos de Portugal e das Colónias, tentando comprar e negociar o mais sagrado direito dos Povos das colónias, que é o direito à independf!'1Pia
total, e chegando até ao ponto de reprimir violentamente as grandiosas manifestações dos verdadeiros representantes dos Povos das Colónias, como é o caso da repressão violenta pelas Forças Armadas aos Cabo-Verdeanos que se manifestavam gritando «<ndependência total para as Colónias» e «Viva o PAIGC», assim como em Angola e Moçambique.
Tentando substituir o direito à independência pelo direito à autodeterminação, os novos lacaios do Imperialismo e do Social-Imperialismo (socialistas nas palavras, imperialistas na prática) têm na realidade um fim em vista: tentar perpetuar a exploração colonialista através de um referendo de aparência democrática, mas que não corresponde à vontade do Povo, pois é a velha manobra de falsificação através da fraude e das trafulhices eleitorais que os capitalistas com o seu poder económico e militar são exímios em conseguir. E principalmente agora que têm o apoio declarado do Imperialismo Americano e do Social Imperialismo Russo, que já traíram os Povos da Indochina e da Palestina e se preparam agora para trair os Povos de Guiné, Angola e Moçambique. Mas os Povos das Colónias com os seus verdadeiros representantes à cabeça, PAIGC, MPLA e FRELIMO, não estão dispostos a deixar-se enredar na teia que os colonialistas e os revisionistas lhe pretendem armar.
O direito à independência de um Povo não se negoceia! Todos os verdadeiros revolucionários e todos os verdadeiros demo
cratas, exigem a independência total e imediata dos Povos da Guiné, Cabo Verde, Angola e Moçambique. O Povo Português quer a Paz, e essa paz só será conseguida com a independência total das Colónias. O Povo Português não quer a guerra que é contra os interesses dos Povos de Portugal e das Colónias, seus irmãos de combate.
Fim à guerra colonial assassina, já! Independência total e imediata para os Povos das Colónias! Abaixo o Colonialismo, o Neo-Colonialismo e o Revisionismo! Abaixo o Imperialismo e o Social Imperialismo! Nem mais um embarque! Regresso imediato de todos os soldados!
O POVO DE PORTUGAL E OS POVOS DAS COLóNIAS, UNIDOS VENCERÃO!
A Mulher na Revolucão Desde que existe a exploração
capitalista a mulher luta tal como todos os trabalhadores pela extinção do sistema que os oprime e explora, pelo fim da exploração capitalista, da opressão e da guerra Imperialista. Em Portugal, a exemplo do que fizeram as heróicas mulheres do Vietnam, da Albânia e da China Popular, das valorosas mulheres de Angola, Guiné e Moçambique, que hoje de armas na mão mostram tal como todo o Povo que o poder está na ponta do fusil, e que só deporão· as armas quando as suas terras estiverem totalmente libertadas do jugo do Imperialismo, para depois se dedicarem totalmente à tarefa da reconstrução da sua Pátria, à edificação de uma sociedade novfl. onde não haja exploração de uma maioria por uma minoria, onde todos se sintam livres, e todos possam colher os frutos das riquezas que todos produzam.
As mulheres têm tido um lugar de destaque na luta pela Revolução Popular, único caminho que levará o Povo ao Poder. A aliança operário-camponesa consolida-se cada vez mais. São operários e camponeses que numa luta sem tréguas contra
o inimigo comum de todos os explorados e oprimidos, lutam contra o capitalismo, contra o estado burguês, que é ditadura para o Povo, e liberdade para os capitalistas de explorarem até à exaustão os tra;balhadores.
Depois do golpe de 25 de Abril, qual deverá ~1er o papel da mulher revolucionária Portuguesa, que aparentemente conseguiu que se lhes reconhecesse o seu papel na sociedade? As mulheres trabalhadoras desencadearam ainda com mais firmeza e decisão a luta pela sua total libertação, pelo Pão, pela Terra, pela Paz e pela Democracia Popular, não se deixando enganar com o ilusório reconhecimento do seu papel na sociedade. A mulher revolucionária sabe que só será livre, quando livres forem t'odos os trabalhadores, e não será vivendo num estado onde continuam a viver explorados e exploradores, trab:ühadores e capitalistas, que essa liberdade à conseguida, que se abolirá a exploração do homem pelo homem, p'ois só com a Revolução Popular . se construirá uma sociedade nova, onde cada um receba segundo o seu trabalho e onde todos terão de trabalhar.
O papel da mulher na Revolução, e a sua firmeza em seguir para a frente ao lado de todos os trabalhadores, é demonstrado nas numerosas greves feitas pelas operárias da fábrica Aviz, Lionesa, Schimings, Empresa Fabril do Norte, Lanifícios de Lordelo, etc., apesar das manobras divisionistas dos lacaios agentes da burguesia que tentaram acabar com as greves ; é a sua participação nas manifestações de rua contra ( capitalismo; é a sua união e solidariedade estendidas a outras fábricas quando outras operárias estão em greve reivindicando me'lhores condições de vida e de trabalho. As mulheres e todos os trabalhadores vêm que não será este governo que a curto ou a longo prazo lhes resolverá os problemas vitais da sua condição de explorados e oprimidos.
A mulher deve desencadear, juntamente com todos os trabalhadores a luta decidida e organizada pela Revolução Popular, único caminho que dará liberdade para o Povo e ditadura para a burguesia, onde os trabalhadores deixarão de ver os burgueses a viver como parasitas, e onde as mulheres trabalhadoras
~
terão e ocuparão na sociedade a que têm direito, e onde possam definitiva e totalmente se realizarem como mulheres.
O GRITO DO POVO página 5
o P OVO Impossível é relatar neste jornal
as lutas operárias e populares desencadeadas nas últimas semanas. Seria preciso um livro, mesmo para relatar só as principais. O revisionist as do grupo Cunhal e toda a burguesia sofreram uma pesada derrota com o colossal movimento grevista desencadeado pelo operariado e pelo movimento popular pela destruição e desmantelamento total do aparelho repressivo fascista, pela ocupação das casas vazias, pela associação dos camponeses para reforçarem os seus laços sindicais, iniciados na clandestinidade, e para partirem ao assalto da conquista das suas reivindicações.
Os revisionistas do P. «C». P., os mais perigosos inimigos da classe operária neste momento pois são agentes da burguesia infiltrados no meio operário desempenharam e continuam a desempenhar, braços dados com os seus aliados do capitalismo monopolista e do imperialismo internacional, o papel de polícias, escovas, e amarelos dos trabalhadores.
Dizem os revisionistas como toda a burguesia, que não se devem fazer greves.
'-11,otíciad
COVILHÃ
Já antes do 25 de Abril que as massas exigiam aumentos de 1000$00, enquanto o patronato contrapropunha um aumento de apenas 400$00. A 3 de Maio arranca para a greve a «Manuel Uiniz» em Lisboa, 1 hora após negociações malogradas. Na Covilhã, a 5 de Maio, decide-se 2 horas por dia de paralização. Ao mesmo tempo, quotidianamente, reúnem-se 1500 a 2000 operários todas as noites. As paralizações passam a . 4 horas diárias. A 7 de Maio estavam os lanifícios dos mais importantes pontos do país em greve: Porto, Lisboa, Manteigas, Castanheira, etc. . Os operários da Covilhã reparam que trabalhando já davam o bastante para o patrão aguentar e, contra as manobras dos lacaios dos patrões - os revisionistas- decidem-se para a greve. Os revisionistas insistem na luta contra a greve mas apenas conseguem confirmar o seu desmascaramento como «Amarelos e traidores da classe operária». No dia 18, o Sindicato convoca uma -- reunião para «rever» a situação. Apresentam-se cerca de 8000 operários, em camionetas vindas de todo o lado. Os revisionistas e o presidente do Sindicato têm nova proposta, tentando dividir a classe. Não levam nada. Fazem uma votação secreta totalmente falseada, como · no tempo do Salazar. Mesmo
Como lacaios dos patrões que são, e mesmo patrões muitos deles, tentam impedir a classe operária de conquistar as suas justas reivindicações e tomar posições para o assalto ao pod8r de estado burguês. Que não se devem fazer greves! Que isso provoca o caos económico e dai ao Ohile é um instante ! O que é o caos económico de que falam os revisionistas e todos os burgueses? Ê a diminuição dos lucros fabulosos dos patrões capitalistas que nada fazem e tudo ganham? E então? Dizem os revisionistas que fazer greve «pela greve» ou «indiscriminada» é errado. Então os operários fazem greve pela greve? Os operários fazem greve para satisfazer as suas justas reivindicações e para conquistar novas posições. Querem eles dizer que os operários têm um grande prazer em fazer greves que até nem prec1sam pois concerteza vivem bem. Será de saber é quem vive bem depo.is de irem para o Governo.
Os operários querem não só a satisfação das suas reivindicações imediatas como também o avanço para a tomada do poder e para a
assim, a vontade do proletariado é inquebrantável: «Greve até à vitória! » E a luta continua. As massas operárias querem apanhar os «gajos» do Sindicato para lhes oferecer o justo correctivo. Estes, acagaçados, fecham o Sindicato e cancelam todas as reuniões.
No . dia 25 chega o defegado do Ministro do Trabalho. Esconde-se por todas as formas o lugar aonde ele se encontra, mas, logo que há o mais leve sopro sobre o seu paradeiro, aparecem cerca de 6000 operários que gritam: «Queremos 1000, e é pouco!»; «Viva a classe operária!». Chega Unhais da Serra a gritar: «Abaixo a Exploração Capitalista». Os delegados sindicais revisionistas dizem que vão para a Câmara e tentam fugir à força revolucionária do operariado unido e em
EM L UTA destruição total do aparelho de Estado burguês em que se sustentam os capitalistas para explorarem o Povo. O proletariado à frente do povo revolucionário quer construir uma sociedade sem patrões nem capitalistas, uma sociedade socialista.
Por que se deu o golpe fascista no Chile, que toda a burguesia agita como espantalho para tentar intimidar a luta da classe operária? Porque o revisionista Allende mostrando claramente como era contrário aos interesses do Trabalho, em vez de se lançar no sentido da organização revolucionária das massas, aliou-se à grande burguesia capitalista e senhora da terra e comprometeu-se totalmente em não atacar de forma eficaz e revolucionária. Tudo de acordo com as leis que a burguesia montou. Se não atacou a burguesia, se não mobilizou as massas para o estabelecimento de um verdadeiro poder popular dirigido pelo proletariado, foi atacado. O revisionismo de Allende, lacaio envergonhado do social-imperialismo russo é responsável pelos milhares de comunistas e progressistas assassina-
luta. São vaiados aos gritos de «Bandidos! ». Para o Ministro, que estava nas conversações e nunca mais dava uma resposta, as massas diziam:
«0 Povo está cá fora com calor Estamos fartos de esperar Ou você vem cá para fora Ou nós o vamos aí buscar».
E, enquanto agitavam dezenas de lenços vermelhos e gritavam ·«Viva, Viva, Viva o Grito do Povo», entoavam canções rev,olucionárias bem conhecidas na região como: «Os patrões são inimigos I do povo trabalhador».
A greve dos operários foi vitoriosa. Face à firmeza dos operários que expulsaram do seu seio os agentes inimigos revisionistas, o patronato nada mais pôde fàzer do que
dos pelo Exército burguês, que de defensor de Allende passou a defensor do fascista Pinochet. Os revisionistas portugueses, se tivessem possibilidades de desmobilizar a classe operária e a manter sob o jugo da burguesia seriam os principais responsáveis por um contra-golpe fascista.
Mas a classe operária, encabeçada pelos comunistas, pelos marxistas-leninistas, cimentando e conduzindo a aliança dos operários e dos camponeses, a Unidade Popular, saberá varrer na sua luta os amarelos revisionistas e construir uma sociedade nova, revolucionária, socialista. A actual luta operária e popular constitui um grande movimento que se insere na estratégia de libertação dos trabalhadores.
Ê necessário lutar até ao fim na conquista das reivindicações de 6 contos e 40 horas. É necessário conquistar posições organizando as largas massas em moldes democráticos e revolucionários. Ê preciso desmantelar totalmente os aparelhos burgueses de controlo e repressão sobre os trabalhadores. Viva o Movimento Operário! Em frente na luta!
recuar e ceder. Grande foi a alegria dos operários neste dia vitorioso e inesquecível para o proletariado covilhanense, e era normal operárias dizerem frases do tipo: «Este foi o dia mais feliz da minha vida».
Ao que chegam os «Amarelos Revisionista&» e C«D,.E
Esses agentes dos patrões que se tentam infiltrar na nossa classe, do P«C»P e da O«D»E, chegaram ao ponto de aconselhar os comerciantes a nã:o fiarem os géneros alimentícios necessários à sobrevivência dos operários e de suas famílias, para assim tentarem fazer o proleta;riado recuar.
(Continua na pág. 6)
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o CJ'loticia~
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Fábrica de Lanifícios Barros
CABO RUIVO- 27
Há 15 dias que 1600 operárias da Barvos estão em greve por 50 % de aumentos salariais. Para subsistirem têm organizados processos de recolha de fundos. Simpatizantes da O.C.M.L.P. colwboraram activamente com os grevistas na recolha de dinheiro pela população, tendo-lhes entregue um envelope com os dizeres «Viva a justa luta dos operários da Barros», «Abaixo a exploração capitalista», enquando o G. do P. era distribuído e entusiasticamente saudado.
NAZARÉ- 28
Vitoriosa a grande luta dos pescadores da Nazaré, desmascarando os patrões e seus lacaios e as suas manobras para tentarem dividir os trabalhadores. Durante a luta criaram-se caixas de luta, tendo a iniciativa partido de um grupo de operários da Mendes Godinho ( Platex) . Dia 26 os grevistas vitoriosos fizeram uma grandiosa manifestação com palavras de ordem como «Quem não teme o mar, não teme os patrões», «Viva a aliança operário-camponesa», «Organizado e com armas o povo é invencível», «Em frente pela Revolução Popular». Com estes dizeres desfilavam também muitos cartazes. Ã frente da manifestação seguia a bandeira vermelha de «0 Grito do Povo». Uma emissora regional de rádio, transmitia um programa com música revolucionária e com informações das lutas operárias em todo o país.
O GRITO oo~ POVO
EM L ti TA MABOR
TROFA - 1 de Junho
Na Mabor, dia 30, às 21,30 h., os operários decidem-se à greve pelas suas reivindicações - entre elas os 6000$00 de salário mínimo e as 40 horas de duração do trabalho semanal, além da exigência de expulsão de alguns administradores e chefes de divisã-o, notórios fascistas. Organizaram-se piquetes de greves às portas e a fábrica ocupada de dia e de noite é patrulhada constantemente por grupos operários rudimentarmente armados para prevenir contra possíveis ataques fascistas e seus colaboradores. Sábado e Domingo prossegue a ocupação com a devida vigilância. Muita gente tem vindo manifestar o seu apoio aos operários da Mabor, e, até, os encarregados, que antes se mostravam contra aideia da greve, tentaram vir fazer-se de amigos dos operários, aos portões, tendo sido corridos, pois os operários disseram-lhes que com eles não queriam paleio. Administradores pediram autorização para entrar para discutir as reivindicações, no que foram autorizados com a condição de saírem em seguida. A luta continua até total satisfação dos 6 contos e das 40 horas. Os operários estão dispostos a negociar a forma de distribuir as 40 horas semanais. Os «Casacas amarelas», empregados de escritório, não têm acesso às instalações. Na OGA (Oficinas gerais e armazéns) piquetes de greve ocupam também as instalações. Na DAP, fábrica ligada à administração Mrubor mas também com fábrica própria, os operários deixaram-se convencer provisoriamente pela c-onversa dos patrões que disseram para trabalharem que o que for dado aos da Mabor será também dado a eles. Os operários foram trabalhar depois desta promessa. Os operários não fazem greve sem razão; os seus objectivos imediatos quando entram em luta, em greves deste tipo, são a satisfação das suas reivindicações. Aparentemente e à primeira vista pode haver quem pense que o grupo de operários da DAP estão em greve. Mas, pensando melhor, o que acontece é que trabalhando os operário sda DAP estão a fazer
diminuir a força da luta dos operários da Mabor. Os operários da DAP devem pôr-se resolutamente ao lado dos camaradas da Mabor e dizer ao patronato que as suas posições são as mesmas dos da Mabor. Os patrões e seus lacaios, procuram por todos os meios dividir a classe operária e é preciso que todos os produtores compreendam que a base da sua força consiste na sua firme união. Devemos fazer crescer cada vez mais a união operária, de forma a transformarmo-nos numa força capaz de nos dar uma vida mais em termos e de varrermos do nosso país os parasitas que nada fazem e tudo ganham. O mesmo devem fazer os operários da ITA. Solidarizarem-se activamente com a Mahor e não ficar à espera do que for dado à Mabor como querem os patrões, pois assim a luta tem muito menos força. Viva a união de aço da Classe Operária! Viva a justa luta dos operários da Mabor! Viva a aliança dos operários e dos camponeses! Viva a união do povo trabalhador contra os exploradores !
O Aviso vem-nos de Barcelos, Fafe e Guimarães!
Lutem-os contra os despedimentos !
Os canalhas dos patrões, perante a passividade do governo e dos sindicatos, fazem despedimentos em série: 100 aqui, 27 ali, 30 acolá, «porque a empresa não pode aguentar o salário mínimo . .. », «não podemos ... », etc.! Esses canalhas, podres de ricos, cheios dele, estão a criar um clima de terror nas fábricas; o permanente receio de se ser despedido; o aumento dos ritmos de trabalho, etc., torna-nos a vida cada vez mais insuportável.
Os camaradas de Barcelos avisam-nos e escrevem nas paredes:
«Camaradas, contra os despedimentos, greve imediata para readmissão dos camaradas despedidos. Abaixo a exploração capitalista!
VIVA O GRITO DO POVO».
Estaleiros Navais de Viana do Castelo
Após uma Assembleia c de Operários, estes decidiram entrar em greve, como única forma de conseguirem imediatamente as suas legítimas reivindicações:
Sa·lário mínio de 6 000$00 44 horas de trabalho 1 mês de férias 1 mês e meio de subsídio
e ainda a expulsão dos fascistas Lacerda, Vasco Martins, Eugénio Martins e Eng.o Bar·reto, respectivamente patrão, administradores e directo,r . frubril, figuras odiadas pelos operarws dos Estaleiros.
Ao fim de seis dias de greve em que os operários permaneceram firmes na sua decisão, tendo organizado piquetes de gTeve para defenderem a sua luta, por manobras traiçoeiras de desmoralização do tipo «a empresa não pode pagar mais de 5 000$00 .. . » (Imaginem, a CUF, patrões dos Estaleiros não podem! Isto é para rir!) , cujas respónsabilidades devem ser averiguadas e os autores punidos, os operários baixaram a sua justa reivindicação de 6 000$00 para 5 000$00.
Esta greve apesar de não ter sido totalmente vitoriosa, constituiu uma vitória da união e determinação dos operários que assim conseguiram a satisfação de parte das suas reivindicações:
5 000$00 de salário mínimo, 44 horas de trabalho, 1 mês de férias, 1 mês e meio de subsídio de fé
rias, 13.0 mês.
A expulsão dos fascistas oontinua a ser um objectivo da luta dos operários dos E.N.V.C ..
CORREIAS ( Pevidém)
Do dia 17 para o dia 18, os operários do 3.0 turno paralizam o trabalho para realizarem uma Assembleia para tomarem decisões acerca da sua situação de explorados.
Foi decidido exigir o salário mínimo de 4 000$00 e durou um prazo para que essa reivindicação fosse satisfeita. Como não houvesse qualquer resposta por parte do patronuto, os camaradas das Correias entraram em greve. Os camaradas do 1. o turno aderiram entusiasticamente à greve e assim esta transformou-se numa manifestação de forças e alegria dumas centenas de operários dantes desunidos. A greve teve o apoio de todo o Pevidém, aparecendo pichagens na importante concentração industrial de apoio aos grevi•stas das Correias.
Os grevistas não viram no entanto as suas reivindicações satisfeitas, pegando novamente ao trabalho com o dia de greve pago, dispostos a retemperarem forças e a reorganizarem-se para prosseguir na luta.
Houve posteriormente nova greve, de aviso aos patrões de uma classe decidida à vitória. Bandeiras vermelhas, cartazes a dizer «Em frente pela revolução Popular» dão o tom da combatividade presente da classe. Em frente camaradas!
NAZARt, 26 de Maio
Manifestação após a .Greve Vitoriosa
O GRITO DO POVO página 'i
€áitorial Continuação da página 2
tadas, de desmantelar totalmente o aparelho fascista e de exterminar de uma vez para sempre os sectores fascistas que se lembrem de se armar para assassinarem o povo.
Com estes objectivos, poderão ser constituídos para tarefas anti-fascistas concretas, grupos de acção anti-fascista. Isto não quer dizer que se deva lançar já a organização de milícias operárias e camponesas. Esta organização militar significa uma fase mais a·vançada de luta que só poderá ser correctamente dirigida pelo proletariado e pelo seu estado-maior, o Partido Comunista, hoje em formação. Na prática, significa o lançamento do embrião do Exército Popular, exigência organizativa que se colocará posteriormente ao proletariado e a.o campesinato no seu ataque final ao Estado burguês. Lançar milícias operárias e camponesas sem educar previamente as massas na luta anti-fascista legal, semi-legal e ilegal, na ·cidade e no campo, sem que todo esse poderoso movimento seja enquadrado e dirigido pelo Partido Comunista, conduziria ao isolamento dos sectores mais avançados e revolucionários, tornando-se presa fácil da reacção fascista e «democrática» burguesa, hoje auxiliados pelos reformistas e revisionistas.
As milícias operárias e camponesas são uma necessidade estratégica para a tomada do poder, e a seu tempo, a Organização Comunista e a Frente Popular lançarão a sua organização. Ê de prever que alguns grupos de acção anti-fascista evoluam qualitativamente para formas próximas do destacamento militar operário ou camponês. Tudo depende da resistência que a miserável praga fascista opuser à sua exterminação.
v
O trabalho sindical, o trabalho popular, a organização dos Comités operários e dos grupos de bairro, o trabalho no campo, não terão qualquer sentido concreto revolucionário se os comunistas não controlarem o trabalho no sentido de o dirigir de acordo com a ciência marxista para a tomada do poder. Da mesma maneira é necessário ligar dialecticamente o desenvolvimento das organizações operárias e populares sindicais, associat ivas, etc., ao reforço da organização partidária no sentido de dotar o proletariado português do Partido Comunista, que ele não tem.
A Reconstrução do ~artido Comuni~ta _destruído pela trai,_çã,º- revisionista, é a tarefa central para a qual se devem dirigir os esforços dos comunistas. Contudo, a construção do Partido e a participação activa dos comunistas na direcção das lut as de massas, no seu fomento e organização, são dois aspectos que não se podem separar sob pena de se cair na formação de mais um grupelho que se diz comunista mas que na realidade não preenche qualquer das condições para se int itular como tal.
As teorias da formação do Partido à volta de uma mesa de conferências continuam e têm sido reforçadas nas últimas semanas. Não nos parece errada em si a ideia de conferências nesse sentíào que obtenha a unidade dos marxistas-leninistas. Mas ontem como hoje a prática é o critério de verdade, e não é só com palavras que os comunistas demonstram que o são. Qualquer tentativa para constituir um Partido separado das lutas de massas que não seja expressão das mais importantes lutas contra a burguesia que se têm travado, representa não a criação do Partido mas sim a criação de mais um aborto, mais um motivo de confusão para o proletariado.
Camaradas, intensifiquemos o estudo e o trabalho comunista. Liguemo-nos cada vez mais às massas, fazendo corresponder a cada avanço na organização e luta de massas, um avanço na organização de vanguarda.
Operários, Camponeses e Soldados. Só organizados, e seguindo o destacamento de ·vanguarda da classe mais avançada que é a classe operária, a nossa luta se dirigirá para a libertação do Povo, na senda do socialismo e do comunismo. Só um Partido que seja capaz de ligar as experiências do proletariado mundial resumidas na teoria marxista, com as nossas experiências e as nossas realidades específicas, poderá conduzir o Povo a uma sociedade nova, sem classes, sem exploradores nem explorados.
Em frente' comunistas pela Reconstrução do Partido. Operários, Camponeses e Soldados, unidos como um só em torno da Organização Comunista!
Composição e Impressão Gráfica Firmeza Porto
Director interino
JOSÉ CAMPOS
Ague da Vermelha Acaba de sair o 1.0 número dest e
Boletim manuscrito e policopiado, do qual transcrevemos o Editorial :
«Somos um grupo de operár ios revolucionários dispostos a lutar para acabar com a exploração capitalista. Só unido, organizado e armado, o Povo fará a Revolução Popular que acabará de vez com toda a exploração e construirá uma sociedade nova governada pelos trabalhadores. A Revolução Popular não se faz com uma greve ou uma manifestação. Mas de cada luta os trabalhadores saiem mais unidos, organizados e experimentados. A greve é a escola da Revolução. Só unidos, organizados e armados poderemos
acabar com a exploração capitalista e tomar o nosso destino nas mãos.
Por isso resolvemos fazer este boletim, que apoiará todas as lutas dos operários camponeses e outr os trabalhadores, e lutará contra os que se opuserem à vontade do Povo t rabalhador.
Apoiamos todas as organizações e todos os revolucionários que defendam verdadeiramente os int eresses do Povo. Apoiamos a linha da O. C. M. L. P ..
Em Frente pela Revolução Popular».
Depois de desmascarar os «democratas de paleio, traidores da classe operária», o boletim refere lutas operárias realizadas em várias fábricas da região.
Saudamos o aparecimento de mais este órgão operário revolucionário.
FESTAS POPULARES MANIFESTAÇÕES DE ALEGRIA,
UNIDADE E LUTA
Todas elas momentos grandes da Festa do Povo em luta .pe·la sua •libertação do jugo da exploração, da opressão e da guerra. Em .fábricas, Viana do Castelo, Barcelos, S. João da Madeira, Covilhã, Nazaré,
Coimbra, Alhos Vedros, e no Porto, em Miragaia, Foz e M atosinhos entre outras, o povo manifestou a sua alegria por ouvirem e ·entoarem as canções verdadeiramente revolucionárias e populares que vão de encontro aos seus verdadeiros pwblemas e aspirações, que falam da luta pelo Pão, pela Terra, pela Paz e pe·la Democracia Popular!
Um aspecto da fe sta popular realizada em Barcelos com a presença
de milhares de pessoas.
Projecto do Programa dos Comités de Soldados e Marinheiros Vermelhos
Para ler, discutir e votar em Assembleia de soldados e marinheiros
Independência total e imediat a para as colónias.
Fim da guerra colonial assassina.
Regresso imediato de todos os soldados e marinheiros.
Anulação imediata das leis militares fascistas! Anulação do RDM.
Julgamento popular, feito pelos soldados e marinheiros, dos xicos fascistas que castigavam e calcavam aos pés os soldados e marinheiros.
Julgamento popula·r dos xicos que cometeram massacres e atrocidades aos povos das colónias.
Ratificação ou destituição dos postos de oficiais e sargen-· tos por votações democráticas de todos os soldados e marinheiros.
Fim dos «prés» miseráveis. Por um salário digno para os soldados e marinheiros. Por uma maior igualdade de salár ios entre todos os militares.
Por uma vida democrática dentro dos quartéis e unidades , para que todos os soldados e marinheiros participem activamente na gestão das Forças Armadas.
Por um exército ao serviço do Povo, que o defenda dos seus inimigos e que lute pelos seus interesses
página 8 O GRITO DO POVO
O Revisionismo do P. ''C." P.
é um Neo-Fascismo
Na Rússia como em Portugal, os traidores revisionistas, socialistas na aparência, são fascistas na rrealidade. Após o golpe militar da burguesia que lhes ofereceu o poleiro governamental, tais revisionistas mostraram definitivamente a sua verdadeira face de traidores. Até irem para a gamela defendiam o salário mínimo de 6 contos e o horário de 40 horas. Uma vez lá em cima passaram a atacar e a agredir violentamente com os seus destacamentos policiais, mulheres, velhos, operários e operárias, que nas assembleias interpretam a vontade do trabalho defendendo a justa luta pelos 6 contos e as 40 horas. Isto aconteceu por exemplo na cidade do Porto em assembleias de metalúrgicos.
Furibundos pelo desprezo a que as massas os votam nas fábricas e nas assembleias, correndo-os amiúde aos gritos de «Fascistas», «Revisionistas», os social-fascistas do Partido Revisionista do Ministro Ãlvaro Cunhal, agridem como novos pides, os operários combativos, os simpatizantes e militantes comunistas, como antes já denunciavam aos assassinos da Pide os militantes comunistas, os marxistasleninistas.
Mostrando o carácter fascista dos seus métodos de propaganda, onde a ·calúnia e a demagogia encontmm lugar de eleição, os revionistas chegam ao ponto de chamarem «pides» e «provocadores» aos mais fiéis servidores do Povo, aos comunistas, à;queles que durante ' anos na clandestinidade enfrentaram o fascismo, organizando as massas e mobilizando-as para a luta.
Mas as massas operárias e populares conhecem bem os seus verdadeiros amigos, e tais tentativas dos social-fascistas do P. «C». P. para isolarem os comunistas encontram a voz do proletariado que grita: «Provocadores sois vós», «Traidores sois vós», «Fora fascistas».
Assembleia Geral de Metalúrgicos
Porto
Início: Perante uma assembleia de alguns milhares de Metalúrgicos que declararam bem alto a sua determinação em lutar até à vitória pela satisfação das suas justas reivindicações: salário mínimo de 6 contos, semana de 40 horas, 1 mês de férias, mês e meio de subsídio, 13.0 mês, etc., etc .. Os oradores vão-se substituindo e em todos eles o palavreado é comum: «que as negociações vão más», «que os patrões não querem ceder», etc .. O descontentamento dos operários estava presente na grande massa que abandonava ostensivamente o Pavilhão, enquanto uma oradora berrava histericamente que essa atitude a '«magoava profundamente». Aqui e ali, os operários discutiam em pequenos grupos a forma desvantajosa como o Sindicato encaminhava o «negócio». O serviço de ordem (grupos de indivíduos •.::ujo papel é o de expulsar todos aqueles que ousem criticar as práticas reformistas, traidoras aos reais interesses da classe operária) anda numa fana. Um operário indignado denunciava o papel reaccionário do Sindicato como travão da classe, pois que neste momento decisivo para a conquista das justas reivindicações da classe, os aconselha a baixarem-se aos interesses dos patrões e não a entrarmos em greve contra os patrões.
Mas o serviço de ordem está atento: o operarw é rodeado! Chovem os insultos: é Pide, é provocador, é esquerdista, quer a greve, etc.. Intervêm outros operários, há porrada, alguns operários são miseravelmente espancados pela camarilha de traidores à classe operária que são os reformistas.
Catarina -Vingança -Revolução Continuação da 3. 0 página
DISCURSO DE UM MARINHEIRO
NO COMÍCIO
A vitória conquistada pelo nosso Povo no dia 25 de Abril, veio terminar com o regime fascista no nosso país.
Foi com a maior alegria que nós, soldados e marinheiros, participamos na prisão do governo marcelista e dos assassinos da PIDE, e ajudamos a destruir o fascismo.
Mas essa vitória não foi a vitória final do povo português.
A guerra colonial é uma guerra que defende os interesses da burguesia portuguesa e do imperialismo internacional.
As lutas levadas a crubo pelo PAIGC, pela FRELIMO, pelo MPLA e pelo povo português são guerras justas- vencerão.
Nós, soldados e marinheiros, recusamo-nos a embarcar para as colónias. Recusamo-nos a assassinar os nossos irmãos negros de Angola, de Moçambique e da Guiné e Cabo-Verde.
Temos consciência que as Forças Armadas de agora, estão ao serviço
MANIFESTAÇÃO DE 19 DE MAIO,
Abaixo o imperialismo americano e o social-imperiali-smo russo!
VIVA A CHINA POPULAR!
A classe operária, os camponeses e demais trabalhadores continuam a ser vítimas da opressão e da exploração capitalistas.
Connosco passa-se o mesmo. Nos quartéis e nas unidades continuamos a ser vítimas do militarismo fascista. Continuamos a ganhar um ordenado (o pré) miserável de 90 escudos por mês. Continuamos a comer mal e porcamente enquanto que os oficiais comem do melhor - como se as nossas barrigas fossem diferentes das dos oficiais. Acima de tudo continuamos a embarcar para Ãfrica para combater os nossos irmãos negros das colónias.
ESCUTA AS
da burguesia. Temos consciência de que quando o povo lançar a sua luta final pelo pão) pela terra, pela paz e pela Democracia Popular) a burguesia vai enviar o Exército, a Marinha e a A viação contra o nosso querido povo.
Nessa altura a maioria dos soldados e marinheiros passarão para o lado do Povo e virarão as armas contra os seus verdadeiros inimigos : a burguesia capitalista e colonialista portuguesa.
Os soldados e marinheiros de Portugal recusam-se a lutar contra os irmãos das colónias e contra o Povo português, o seu Povo.
EMISSORAS REVOLUCIONARIAS
(EM ONDAS CURTA'S)
RADIO TIRANA
das Oh à lh em 31 e 42 metros
das 2h às 3h em 31 e 42 metros
das 8h às 8h 30m em 31 e 49 metros
das Hh às llh 30 em 25 e 31 metros
das 22h 30m às 23h em 31 e 49 metros
RADIO PEQUIM
das 21h às 22h em 25 e 41 metros
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VIVA A CHI NA E A ALBANIA VERMELHAS! Em Portugal, como em qualquer país capi
talista do Mundo, a situação da classe operária é a mesma. No capitalismo, aqui e em toda a parte, são os patrões capitalistas e os grandes senhores de terras, essa canalha parasita, que tudo têm, enquanto que nós, operários e trabalhadores, vivemos na miséria. Os burgueses de cá são iguaizinhos aos burgueses da Espanha, da da França, da Suécia e de todos os sítios em que há exploração. Mamam à nossa custa, vivem à grande e à francesa, à pala das riquezas que nós criamos com o nosso trabalho e o nosso suor. E na maioria dos casos esses exploradores não se limitam a roubar os traba'lhadores do seu próprio país e para engordar ainda mais a pança de gatunos vão explorar o trabalho e as riquezas de outros povos. É o que acontece com as colónias portuguesas de Angola, Guiné e Moçambique, submetidas desde há 500 anos à rapina dos exploradores portugueses (e de outros países capitalistas desde há algum tempo para cá); é o que acontece no Vietname e nos outros países da Indochina e na maioria dos países da Ãsia, da Ãfrica e da América Latina e em alguns países da Europa, sobre os quais se tem vindo a abater a pata do imperialismo americano, do social-imperialismo soviético e de outras potências imperialistas.
É por isso que nós, operários e trabalhadores de Portugal, nos encontramos Hgados a todos os proletários e povos oprimidos do Mundo pelos mesmos laços de sangue, pelos mesmos laços de revolta contra a mesma situação de miséria e exploração. É por isso que a luta que travamos em Portugal contra a exploração e a opressão do capitalismo, pelo Pão, pela Terra, pela Paz e pela Dem'ocracia Popular faz parte da luta dos explorados do mundo inteiro pela destruição de todo o sistema de exploração do homem pelo homem, pela vitória final do SociaUsm•) e do Comunismo, onde cada um trabalha segunéio as suas capacidades e não tem mais que suportar as cadências infernais a que o sanguessuga do patrão nos obriga hoje, onde cada um recebe segundo as suas necessidades onde a fome e a miséria são coisas do passado.
revolucionárias dos povos oprimidos de todo o hegemonia e policiamento das duas superpotênmundo constituem assim uma base da Revolução cias (os Estados Unidos e a União Soviética) Socialista Mundial. Durante muito tempo foi a sobre os povos do Mundo, a China Vermelha União Soviética quem desempenhou esse papel e a Albânia Socialista ganharam o maior presglorioso, como primeiro país no Mundo a derru- tígio, simpatia e amizade dos trabalhadores de bar o capitalismo e a instaurar no seu país a todos os países, em especial dos países do Terceiro Ditadura do Proletariado, após a Grande Revolu- Mundo e destruíram todas as manobras dos reacção Socialista de Outubro de 1917. Desde então, cionários imperialistas que as procuravam isolar. dirigida pelo grande Partido Bolchevique de A Albânia Socialista é o «farol do socialismo Lenine e Estaline, nunca a União Soviética dei- na Europa». O Povo albanês é um povo· indomáxou de prestar o seu firme apoio às lutas do vel, temperado pelos séculos nas duras batalhas proletariado e dos povos do mundo e sempre que teve que travar contra os sucessivos invase soube manter o fiel amigo de todos os países sares da sua pátria. A Albânia é um pequeno que seguindo o seu exemplo, se libertavam da país montanhoso vizinho da Jugoslávia do reneexploração e passavam à construção da sociedade gado Tito com uma população de pouco mais socialista. de 2 milhões de habitantes. Apesar do seu escasso
Hoje, com a traição da camarilha revisio- número, este povo soube tomar nas suas próprias nista de Kruschev e dos seus actuais seguidores, mãos a bandeira da liberdade. Em 1945, o Povo a União Soviética deixou de ser um aliado dos Albanês em armas, sobre a direcção do Partido povos do Mundo para passar a ser um seu ini- Comunista da Albânia escorraçou da sua terra migo mortal. Os revisionistas soviéticos rene- sagrada as hordas nazis hitlerianas e subjugou garam o socialismo, o marxismo-leninismo e o os reaccionários do interior, chefiados pelo faninternacionalismo proletário e passaram a res- toche rei Zog. taurar o capitalismo no seu país, a praticar o A linha revolucionária marxista-leninista do revisionismo e a hegemonia de grande potência. camarada Enver Hoxha dirigiu o Partido, a classe Nas palavras, eles continuam descaradamente a operária e todo o· Povo albanês na edificação da afirmar-se «soci81listas», mas nos actos e'les trans- economia socialista, na satisfação das urgentes formaram a Rússia num país imperialista, que necessidades do Povo, libertando-o da fome e da rivaliza com os Estados Unidos no saque de ou- miséria que o fiagelara na antiga sociedade oprestros países. sora, utilizando o princípio revolucionário de con-
Mas a bandeira vermelha da Revolução que tar com as próprias forças. Para além de enfrenos revisionistas soviéticos deixaram cair foi logo tar o subdesenvolvimento que herdara do paserguida por outras mãos. Hoje, perante a traição sado feudal, sem indústria nem electrificação, o revisionista na União Soviética, a obra revolucio- Povo albanês teve sempre perante si a ameaça nária de Marx, Engels, Lenine e Estaline foi de invasão do seu vizinho agressor, a Jugoslávia defendida e desenvo.lvida pelos grandes marxis- do revisionista Tito, que como todo o reaccionário tas-leninistas Mao Tsé-tung, dirigente do Partido acalentava ambições expansionistas em relação Comunista da China e Enver Hoxha, secretário- ao território albanês. Todos estes obstáculos fo-geral do Pavtido do Trabalho da Albânia. ram no entanto vencidos graças à persistência do
Estes dois partidos dirigiram e dirigem a luta Partido do Trabalho da Albânia na linha do pela salvaguarda do marxismo-leninismo e pelo marxismo-leninismo e à sua justa linha revoludesmascaramento do revisionismo à escala mun- cionária de massas, graças à vontade indómita dial. Quando os revisionistas soviéticos, animados do Povo 81lbanês que cerrou fileiras em redor do de intenções traiçoeiras, procuraram nos inícios seu Partido de vanguarda para o cumprimento
-dos anes 60 sabotar a unidad do Movimento- das-tarefas da~currstrrrção o socm 1smo. =--="' Comunista Internacional, isolar as posições mar- As dificuldades internas não impediram o
VIVA o MOVIMENTO COMUNISTA INTERNACIONAL! Para nós, trabalhadores portugueses, são
motivos de alegria todas as vitórias que os Povos do Mundo inteiro obtêm sobre os imperialistas e sobre todos os reaccionários. A vitória iminente dos povos das colónias portuguesas sobre o colonialismo português e o imperialismo internacional, as vitórias militares e políticas dos povos da Indochina sobre o imperialismo americano e os avanços da luta revolucionária dos povos em todos os países do Mundo dão-nos mais confiança na vitória final. Estes grandes sucessos são a prova que não há força no Mundo que se possa opor à força do Povo, unido, organizado e armado.
Hoje, no Mundo, a tendência principal é para a Revolução. O imperialismo, o colonialismo e todas as forças reaccionárias sofrem desastres sobre desastres enquanto que os Povos acumulam vitórias sobre vitórias. Por outro lado, a estrangular ainda inais o laço que os imperialistas sentem apertar-se à volta da garganta, os países socialistas multiplicam os sucessos na edificação do socialismo nos seus países e desempenham um papel cada vez mais importante no conjunto da política mundial, em defesa dos direitos de todos os povos e nações oprimidas do mundo.
Para tc:>dos os povos que ainda vivem sob o jugo da exploração, o aliado mais firme e mais seguro é sem dúvida o campo socialista. Em todos esses países, os operários à frente do Povo armado fizeram a Revolução e acabaram com a exploração do homem pelo homem. Essas grandes vitórias servem de exemplo para todos os explorados e oprimidos do Mundo. Elas são o testemunho vivo, perante as massas oprimidas do mundo inteiro, que, por mais derrotas e fracassos que venham a sofrer na sua luta contra os exploradores, a esperança na salvação dos trabalhadores nunca está perdida, que o domínio dos capitalistas e dos imperialistas não é eterno, que «O reino do trabalho pode ser criado pelos esforços dos próprios trabalhadores», como disse o grande dirigente do proletariado José Estaline.
Os países socialistas ,pelo seu exemplo e pela sua .política internacionalista de apoio às lutas
xistas-leninistas po POC e Jo PTA, e impôr a sua linha revisionista à generalidade dos Partidos Comunistas e Operários do Mundo, os Partidos Marxistas-leninistas da China e da Albânia não se vergaram às suas ameaças, antes denunciaram perante todos os verdadeiros m-1 as suas posições revisionistas, não co'laboraram com a política cisionista dos revisionistas, antes procuraram a todo o custo manter a unidade do M.C.I..
Vencendo o atraso económico legado pelas antigas classes exploradoras, a classe operária e o Povo chinês edificaram aquela que hoje é uma grande nação sociaüsta, forte e desenvolvida nos sectores essenciais da economia. Retirando as experiências da traição revisionista na União Soviética, o PCC sob a justa linha proletária do camarada Mao Tsé-tung dirigiu a classe operária e o Povo Chinês na Grande Revolução Cultural Proletária em .que as massas populares reduziram a pó as esperanças de um punhado de traidores infiltrados no Partido e no Estado de !Ditadura do Proletariado, chefiado pelo renegado Liu Chao-chi, que pretendiam restaurar o poder dos capitalistas - e dos latifundiários na China Socialista e transformar a Ditadura do Proletariado numa Ditadura fascista de opressão e exploração sobre o povo chinês.
Mais forte e unido que nunca, o Povo Chinês, com a classe operária à cabeça, soube, a partir daí, realizar novos e brilhantes progressos na edificação da sua pátria socialista e no combate a todos os inimigos internos e externos a soldo do imperialismo e do social-imperialismo, como há bem pouco tempo demonstrou na tentativa de golpe de estado contra-revolucionário por parte do traidor Lin Piao.
A República Popular da China e a República Popular da Albânia são hoje os mais ardentes defensores do direito de todos os países à independência nacional, do direito das nações à libertação do jugo do imperialismo, da luta de todos os povos oprimidos pela Revolução e pelo fim da exploração. Opondo-se activamente à política de
Partido de Trabalho da Albânia de cumprir os seus deveres para com o Movimento Comunista Internacional. Ao lado do Partido Comunista da China, o P.T.A. repudiou o revisionismo soviético e enfrentou corajosamente as ameaças e as provocações dos dirigentes revisionistas soviéticos, salvaguardou o exemplo revolucionário desse grande guia proletário que foi o camarada José Estaline e denunciou as calúnias que os revisionistas lançaram sobre a sua memória para justificar os seus intentos de restauração do capitalismo e de abandono do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário.
A China e a Albânia, baluartes da luta dos povos de todo o mundo, são também a fortaleza em que o revisionismo nunca pôde entrar, não obstante todas as suas tentativas. Seguindo o seu exemplo revolucionário, surgiram na Bélgica, na Espanha e em muitos outros países do Mundo Partidos e organizações marxistas-leninistas que iniciaram a :luta pelo desmascaramento do revisionismo e pela organização da classe operária e de todo o Povo para a luta revolucionária contra o capitalismo e o imperialismo. Hoje, o Movimento Comunista Internacional, após a cisão do início dos anos 60 provocada pelos revisionistas soviéticos, reforça-se e desenvolve-se, armado da experiência acumulada ao longo dos anos. O revisionismo encontra-se hoje cada vez mais isolado aos olhos dos povos e a verdade universal do marxismo-leninismo impõe-se à prática do movimento operário e popular de todos os países. A própria luta que o proletariado e o povo russo, bem como os povos dos restantes países que se encontram debaixo das garras do revisionismo, travam contra a nova classe burguesa, aliada às lutas da classe operária e dos Povos de todos os países, mostra-nos que o revisionismo, como arma de traição à classe operária, não tem futuro. O marxismo-leninismo, desenvolvido de forma criadora pelos camaradas Mao Tsé-tung e Enver Hoxha ilumina já hoje o caminho dos Povos com vista à Revolução, ao Socialismo e ao Comunismo.
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O GRITO DO POVO
E o • CONTINUAÇÃO DA l.A PÁGINA
O povo pescador da Afurada chegou em massa à manifestação com a cabeça do Tenreiro cortada de um busto. Foi uma tarde de unidade, de demonstração de força proletária e popular, de organização. Pelos cantos, desorganizados e totalmente ridículos, mexiam-se grupelhos de dezenas de elementos das inúmeras seitas trotskistas e do P. «C». P .. Finalmente os revisionistas senhores de uma instalação sonora mandaram para o ar as suas palavras reaccionárias, impedindo como so· cial-fascistas que são, o «Grito do Povo» de falar. O 1.0 de Maio no Porto foi um dia de luta e de f~st·J do povo revolucionário e da OCMLP.
LISBOA - Milhares de pessoas manifestaram-!'le debaixo de bandeiras de várias organizações, entre
MAIO treta. Durante dias, flutuou no Largo da Porta Nova, a bandeira comunista da OCMLP.
COVILHÃ - Milhares de operários em manifestação com a voz revolucionária dos comunistas. Demonstração de força, cimentação da unidade operária para o movimento grevista vitorbso que se seguiu.
VIANA DO CASTELO- Operários, pescadores, jovens, com bandeiras da OCMLP. «Viva o Grito do Povo», «Em frente pela Revolução Popular», gritou-se durante a tarde.
PARIS - Imponente manifestação de centenas de trabalhadores emigrados com a Organização Co-
COIMBRA - Mani.festantes soq a bandeira da OCMLP.
elas as da OCMLP. As bandeiras munista Marxista-Leninista Portu-Marxistas-Leninistas chegaram a encabeçar milhares de pessoas. «Pão, Paz, Terra; Democracia Popular», «Nem mais um embarque para as Colónias», algumas das frases entoadas durante esse memorável dia de luta.
SETúBAL - Dezenas de milhares de manifestantes a comemorar o Dia do Trabalho, fazendo flutuar a bandeira revolucionária da OCMLP entre outras.
BARCELOS - 2 000 operários, camponeses e populares, seguindo a bandeira da OCMLP, entoando frases revolucionárias. «Organizado e com armas, o Povo é invencível>;, «Em frente pela Revolução Popular». Dirigiram-se ao Sindicato onde partiram e rasgaram os símbolos do fascismo passando por cima dos revisionistas e dos «democratas» de
guesa. «Viva, Viva, Viva o Grito do Povo», «Em frente pela Revolução Popular» marcaram o passo da grandiosa manifestação de emigrados.
PORTO - O 1.0 de Maio foi um dia de luta e de festa do povo revolucionário e da OCMLP.
LISBOA - M>lhares de pessoas manifestaram-&: debaixo de bandeiras de várias organizações, entre ela• as da OCMLP.
S. JOÃO DA MADEIRA- «Viva a Classe Operária», «Abaixo a Guerra Colonül Assassina», «Fora com a ITT», «Morte à Pide», «Pão, Terra, Paz; Democracia Popular», «Unido e organizado o povo é invencível», gritaram os manifestantes
intermiando com a canção revolucionária •«Vamos Camaradas». Quando os «democratas»-patrões quiseram falar num comício foram assobiados pela multidão que exigia que calassem os patrões e falassem os operários. Foi desmascarado o bufo «Saraiva da Concha Doce» que depois conseguiu um certificado a dizer que não t•ra Pide o que como em centenas de outros casos, contrasta flagrantemente com o que está sobejamente provado pelo dia a dia. Manifestado o ódio popular ao conhecido explorador e fascista da terra sanjoanense, António Henriques. Foi ocupada a ex-sede da Legião e o povo manifestou-se pela demissão do explorador da classe operária da construção civil e acérrimo fascista que ocupava o posto de Presidente da Câmara.
Noutras cidades e vilas, por todo o país, esteve representado «Ü Grito do Povo'> enquadrando manifestantes.
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i :TENREIRO I ENFORCADO Na noite de 31 para 1 de Maio
o busto do Tenreiro na Afurada foi repleto de inscrições revolucionárias e o focinho pintado de vermelho. Os pescadores tiraram o busto do odiado fascista do pedestral, esconderam-no no rio durante a noite e puseram-no em exposição, na manhã seguinte, frente à lota, enforcado e com um cartaz com os dizeres: «E ste é o Tenreiro, ladrão e assassino dos Pescadores». E da parte da tarde, o famigerado Tenreiro passeou pela Praça, mas desta vez enforcado e metido numa canastra. Gritavam os. Pescaàores: «É boa, é boa e continua; a malta da Afurada pôs o Tenreiro na rua!»
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