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DESVENTURAS DO PAI' NATAL POR PEDRO MAURíCIO / / , .... ZOOM SUPLEMENTO 12/77

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DESVENTURAS DO PAI' NATAL

POR PEDRO MAURíCIO

/

/

, ....

ZOOM SUPLEMENTO

12/77

ARTE [ FAZE R

o C.E.e. divulga hoje o seu primeiro caderno dedicado às

est6rias em quadradinhos neste destac~vel do ZOaM.

-Antes de passar a leitura, gostaria de assinalar

dois aspectos. O primeiro liga-se às condições de p r odu­

ç~o da est6ria: um grupo de acç~o cultural nas ce na Esco­

la Preparat6ria Jo~o de Barros (Figueira da Foz) e á s sen­

ta a sua expansao no desenvolvimento da criatividade de: to

dos os seus colaboradores (professor (es) e estudante s) ;

todos t~m deste modo a oportunidade de um admir~vel exer­

CJ.CJ.o de liberdade e,deste ângulo, os resultados n~o sao

t~o imrortantes quando Q acto de fabricaç~o (Lopes-Graça:

II arte é fazer ;! ).

o segundo decorre desta ~ltima circunst~ncia: pa­

ra al~m des te exercfcio , certos trabalhos s ugerem um co

f'hecimento da estrutura da "arte" preferida, que os parti:.

culariza . Creio ser este o caso d~ ~'Desventuras do Pai Na

tal" de Pedro Maurfcio. N~o gostaria de calar a gora uma

certa inexperiência e alguma insegurança. Mas n~o é legf­

timo deixar sem refer~ncia o exemplo metalinguístico da

antepen~ltima prancha. N~o é vulgar num principiante esta

reflex~o sobre a linguagem que utiliza ; Pedro Maurício d~

-se conta de que essa linguagem n~o é neutra nem inocente

e que a sua habitual linearidade oculta problemas particu

lares s6 revel~veis através de uma des-construç~o. Num .. pa ls largamente invadido pelos sub-produtos em quadradi-

nhos e profundamente embalado por leituras deslocadas ,es­

ta promessa (~ qual se ligam outras e st6rias anteriores,

com outro grau de elaboraç~o e de autores maJ.s e xperJ.en­

tes: Vi tor t1esqui ta, Nelson Dias, etc .) é sem jl'1vida um

passo em fre nte . Sa~da-s e porque nos encontr'3.mo s num mo­

mento de relativamente fraca actividade. Esta promessa i~

dica outras obras: contra o 6pio, contra o estere6tipo.

Coimbra, 8 de l\1ovembro de 1977

ANTÔNIO PEDRO PITA

PEDRO MAURICIO, 13 anos ; aluno do 39 ano de escolari

dade na escola Preparat6ria Joio de Barros. Actualme n te a tra

balhar no núcleo de banda desenhada do P.iLho Verde (- O Borrio)

grupo de dinamizaçio cultural e r ecreativa da escola.

Foram os elementos do "Borrio" que entrevistaram o co

lega. E o Pedro respondeu:

Ainda nio andava na escola , tinha 4 ou 5 ano r' - dizia

o Pedrc - vivia numa aldeia onde corria pelas matas caçava pa~

saros. ~erto dia adoeci e como nio tinha com que me ~ivertir,

a minha mie ofereceu-me uns lápis de cor e comecei C'. desenhar

páss~ros, moinhos,tudo o que via ao me u redor. Foi c começo.

A doença acabou mas continuei a des e nhar, com gosto.

Aliás desenhar ~ o termo, pois pintava pouco.

Na escola a professora obrigava-mA a fazer des enhos

de ja~ros) vasos, objectos variados. Eu gramava muito era fa­

ze~ caravelas , ve leiros.

Qual o primeiro livro de banda desenhada que le s te ?

Ach o que foram os livros de Walt Disney e os Tintin.

Quando ?

Devia t er uns 7 anos.

Qual a banda de senhada de que mais gostas ?

Primeiro, gosto mais das bandas desenhadas a preto e

branco. A cores gosto muito das B.D. de ficçio cientifica

(tipo Lone Sloane).

Já fiz duas histórias de B.D. (pe queninos) - continu

o u o Pedro.

Fiz a ilus traç io dum capítulo dos Esteiros, sobre a

"Criança e o Trabalho l' • E este ano conecei a trabalhar mais

a sério já fiz uma história a que chamei "As Desve nturas do

Pai Natal ';I .

Ando a pensar agora numa B.D. sobre o t erceiro mundo

(vai ficar uma pinta dos diabos).

Vantagens do trabalho com outros colegas, no ""Milho

V2rde "?

Há malS ideias . Além disso o grupo t em um ritmo de

trabalho que me ob riga a desenhar bastante. Tenho a gora muito

mais razões para continuar. "O ~1ilho Verde " é isso mesmo, um

grupo de Dinamização Cultural.

os .sotiBt:l~Q) Ac.o~~EH I MctiATAHENTE •.•

..

LAHENTO t-\ UtTD O QUE

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NPD QUERO DiSTÚRBIOS NA ~\N\-\A BANDF\ \JESE\\1 H ~Dft( VOc.tS ?~O~G:T\::RAM \-\I\S NI\O

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