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Livro sobre gestão nas escolas

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Apoio ao fortalecimento da Educação

nos municípios paraibanos

Gestão Democrática da Unidade Escolar

Junho, 2014

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G393 Gestão democrática da unidade escolar / [organizador da coleção Sinoel Batista]. – São Paulo: Ed. Quanta, 2014.

108 p.; 21 cm – (Apoio ao Fortalecimento Institucional na Gestão da Educação; 1)

Inclui bibliografia.

1. Educação – Brasil. 2. Escolas – Organização e Administração. 3. Administradores escolares. 4. Escolas – Organização e Administração – Legislação. 5. Escolas – Documentos. 6. Avaliação institucional. 7. Estudantes – Desempenho. I. Batista, Sinoel. II. Série.

CDU 371.1(81))

CDD 371.2

Índices para catálogo sistemático:

1. Educação : Brasil 371.1(81)

(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507)

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Equipe da Secretaria de Estadoda Educação da Paraíba

Governo do Estado da Paraíba

Ricardo Vieira Coutinho

Governador

Rômulo José de Gouveia

Vice-Governador

Márcia de Figueiredo Lucena Lira

Secretária de Estado da Educação

Alexandre Lemos de Barros Moreira

Gerente Executivo de Assistência Escolar Integrada

Ana Carolina Lubambo

Gerente Executiva de Recursos Humanos

Ana Célia Lisboa da Costa

Gerente Executiva de Ensino Médio e Profissional

Aparecida de Fátima Uchoa Rangel

Gerente Executiva de Educação Infantil e Ensino Fundamental

Flávio Barros

Gerente de Administração

Maria de Oliveira de Moraes

Gerente Executiva de Educação de Jovens e Adultos

Articulação de conteúdo

Edinalva Alves de Aguiar

Gerente de Programas de Fortalecimento da Escola e Articulação Municipal

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Equipe da

Quanta – Consultoria, Projetos e Editora Ltda.

Autoras:

Alícia Freijo Rodriguez

Oneide Ferraz Alves

José Luís Hernandes

Projeto Gráfico

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7

Mensagem do Governador

Um dos maiores desafios que se apresenta à execução das políticas

públicas de qualidade no Brasil se encontra no histórico e no exercício de nos-

so pacto federativo. Quanto à história, o quadro é claro e poucos parecem

disputar o fato de que a autonomia político-administrativa, em direção às ins-

tâncias locais, foi uma espécie de “concessão” do poder central, uma outorga,

quando da criação da Federação.

Essa concepção, em que avulta uma grande dose de centralismo, ainda

orienta as três esferas de governo e se faz presente na estruturação de progra-

mas das diferentes políticas públicas, na relação entre os entes, obstando que

se efetive − em espacial no plano local − um amadurecimento político, que

deve ser acompanhado da qualificação do conjunto da gestão pública.

Apesar de a Constituição Cidadã ter estabelecido o município como ente

autônomo e contemplar em seu espírito a ideia de que estar mais próximo do

beneficiário aumenta a eficácia e eficiência da gestão, a prática efetiva da coo-

peração interfederativa ainda é claudicante, remanescendo o ranço que dirige

às instâncias subnacionais uma desconfiança de todo anacrônica. É esse senti-

mento que torna o acesso a recursos um calvário burocrático e que conduz à

inexecução dos orçamentos de vários ministérios. A conta, contudo, é a popula-

ção quem paga, por meio de serviços de baixa qualidade, ou da pura e simples

indisponibilidade dos mesmos.

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8

Não é mero acaso, portanto, que desde o princípio deste Governo temos procurado

fundar o relacionamento com os municípios paraibanos em uma nova compreensão de suas

relações com o Estado e das responsabilidades recíprocas, solidárias, que envolvem aqueles

que desejam efetivamente trabalhar para o bem estar da população. O Pacto pelo Desen-

volvimento Social da Paraíba é o retrato fiel dessa concepção do ato de governar e a minha

expectativa de uma nova realidade política para o conjunto do País.

É nesse contexto amplo, portanto, que deve ser inserida a iniciativa de se conceber

um conjunto de manuais relacionados à política pública de educação. Evidentemente o Go-

verno do Estado não tem a pretensão de que as publicações ensinem algo aos municípios.

Fosse assim, não estaríamos mais do que replicando na escala paraibana aquilo que critica-

mos em relação ao Brasil.

O que se procura é reforçar a cooperação interfederativa, com a oferta de uma con-

tribuição técnica para que o debate entre a instância local e estadual se faça da forma mais

fluente possível. Estamos convencidos, também, de realizar um movimento no sentido do

fortalecimento institucional na esfera municipal, visto que as limitações de recursos pena-

lizam duramente a formação de quadros nessa esfera, realidade tanto mais severa, quanto

menor é o município.

Este é, portanto, o ânimo: dar mais um passo na longa jornada, em que Estado e mu-

nicípios têm a obrigação de cooperar, de compartilhar responsabilidades, com a finalidade

de realizar as melhores práticas possíveis em políticas públicas. Nas entregas das diferentes

agências estatais, não se pode admitir como aceitáveis ilhas de excelência em meio a serviços

precários. Não basta que esta ou aquela unidade vá bem, que determinado município ou es-

tado se destaquem. É muito pouco, porque é feliz o povo que se desenvolve coletivamente,

como nação.

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9

É isso que obriga todos e aos gestores públicos em particular a promover a coopera-

ção inter e intrafederativa: os direitos indivisíveis da população a um serviço público de qua-

lidade. É para essa empreitada coletiva que renovamos o convite feito inicialmente quando

do lançamento do Pacto pelo Desenvolvimento Social da Paraíba. Os Manuais que trazemos

a público agora são mais um pequeno passo nessa jornada.

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11

Mensagem da Secretária Estadual de Educação

Os municípios, na qualidade de entes autônomos da federação brasi-

leira, são elementos essenciais à estratégia de universalização do acesso à edu-

cação, bem como de enfrentamento à pobreza e de combate à exclusão social.

O atingimento dessas grandes metas requer, contudo, o pleno funcionamento

da cooperação interfederativa e a perfeita operacionalização das responsabili-

dades compartilhadas, formalmente previstas nos marcos legais das diferentes

políticas públicas, dentre elas a educação.

No contexto das responsabilidades de cada instância da Federação

cabe aos estados um importante papel de articulação e coordenação dos te-

mas e ações que envolvem a materialização das políticas públicas em seu ter-

ritório. Uma das ações mais significativas, nesse sentido, consiste em assegurar

formas de apoio aos municípios, particularmente quando esses se encontram

em condição de fragilidade institucional.

É fato que, de um modo geral, as dificuldades na esfera municipal en-

volvem recursos orçamentários, para fazer frente às diferentes demandas e di-

reitos da população. Não se deve desprezar, contudo, que se cumpre com mais

eficiência tal missão quando se dispõe de uma estrutura gerencial adequada,

acompanhada de um corpo de servidores bem formado, que permitam fazer

face aos desafios que se apresentam no âmbito dos municípios.

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12

A decisão de produzir os Manuais que se traz a público neste momento levou em

conta esta perspectiva e teve por propósito principal desencadear um diálogo entre o Estado

e os municípios da Paraíba, no sentido de qualificar o conjunto da gestão educacional, para a

qual as duas instâncias têm tanto papel, quanto responsabilidades indelegáveis.

A escolha dos temas não foi tarefa simples, quer pela dificuldade de priorizar o que

é mais relevante em meio a tantas demandas legítimas, quer seja devido à árdua tarefa de

especificar os detalhes a serem contemplados, uma vez que cada opção estivesse feita.

Temos a clareza de que não acertamos em tudo, mas ela não é menor do que a

convicção de que os assuntos abordados são relevantes, conforme se demonstra pelos

títulos que compõem a coleção "Apoio ao fortalecimento da Educação no municípios

paraibanos":

Manual 01: Gestão Democrática da Unidade Escolar

Manual 02: Elaboração do Planejamento Estratégico

Manual 03: Elaboração dos instrumentos legais para estruturação de Secretaria ou

Departamento Municipal de Educação

Manual 04: Articulação das políticas públicas de Educação, Saúde e Assistência Social

Manual 05: Cooperação Intermunicipal – Como organizar Consórcios Intermunicipais

Públicos e Arranjos para o Desenvolvimento da Educação

Manual 06: Orientações para construção do Projeto Político Pedagógico

Manual 07: Uso de tecnologias na educação

Manual 08: Instituição do Sistema Municipal de Ensino

Manual 09: Elaboração do Plano Municipal de Educação

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13

É grande nossa expectativa de que os diferentes volumes possam ir ao encontro de

necessidades concretas de gestores e educadores das redes municipais de ensino. Sabemos,

contudo, que damos aqui apenas um primeiro passo e que ele será tanto mais promissor,

quanto mais for capaz de abrir possibilidades de diálogo, em torno da promoção da educa-

ção de qualidade.

Esse propósito obviamente não tem dono, porque deve pertencer a todos os brasilei-

ros que, como nós, seja no âmbito estadual ou municipal, desejam um País mais justo, frater-

no e pleno em possibilidades.

Como educadores não podemos abdicar da ideia segundo a qual uma educação pú-

blica de qualidade irá transformar o Brasil. Nós estamos entre os agentes desta transforma-

ção, mas para edificar essa obra sempre iremos precisar de parceiros de valor, dentre os quais

já figuram, com toda a certeza, os leitores dessa Coleção.

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Sumário

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Mensagem do Governador 07

Mensagem da Secretária Estadual de Educação 11

1 A gestão democrática e o gestor escolar 19

1.1 Formação 20

1.2 Competências e habilidades 20

1.3 Atribuições, liderança e formação da equipe escolar 22

1.4 O gestor e o Conselho da Escola 25

2 O gestor e o cotidiano da escola 29

2.1 Conhecimento da legislação vigente 30

2.2 Manutenção do ambiente escolar (infraestrutura) 40

2.3 A gestão de recursos: materiais e financeiros 42

2.4 A gestão de programas, projetos e parcerias 44

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2.4.1 Projeto Político-Pedagógico (PPP) 45

2.4.2 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) 45

2.4.3 Programa Mais Educação 48

2.4.4 Programa de Alimentação Escolar 48

2.4.5 Projeto Revisitando os Saberes 48

3 A gestão dos documentos escolares 51

3.1 Documentação da escola 51

3.2 Documentação de pessoal 52

3.3 Documentações dos alunos 53

4 Avaliação institucional e de desempenho de alunos 55

4.1 Avaliação institucional 55

4.2 Avaliação de desempenho dos alunos 57

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4.2.1 Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) 59

4.2.2 Provinha Brasil 60

4.2.3 Prova Brasil e Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Básica (Saeb) 60

4.2.4 O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 61

4.2.5 Avaliações externas estaduais e municipais 61

5 Referências bibliográficas 63

6 Anexos 67

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1

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19

A gestão democrática e o gestor escolar

A democracia supõe a convivência e o diálogo entre pessoas que pen-

sam de maneira diferente e querem coisas distintas. A convivência democrática

implica a capacidade de discutir, elaborar e aceitar as decisões coletivas, com a

finalidade de alcançar um objetivo comum.

A gestão escolar vista numa perspectiva democrática, apresenta carac-

terísticas próprias que dependem de fatores internos e externos para sua efeti-

vação. Assim, é muito importante a observação de procedimentos que promo-

vam a participação e o comprometimento de toda equipe escolar e das pessoas

da comunidade onde a escola está inserida, para a construção de propostas co-

letivas de educação, com o objetivo de melhorar o ensino.

Na gestão democrática, os aspectos administrativos, financeiros e

pedagógicos são discutidos, planejados, executados e acompanhados por

diferentes atores, o que promove a descentralização do poder de decisão e a

divisão de responsabilidades.

A Constituição Federal (1988) estabelece a gestão democrática como um

dos princípios necessários para se ministrar a educação e a Lei de Diretrizes e Bas-

es da Educação Nacional (1996) regulamenta o texto constitucional, enfatizando

o direito e o dever de participação de todos que atuam nos sistemas de ensino.

A garantia do princípio democrático nas escolas públicas depende mui-

tas vezes da equipe gestora das escolas e do conceito que tem do seu signifi-

cado, que por sua vez depende de sua formação, competência e habilidade.

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20

Formação

Sobre a formação dos gestores a Lei nº 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional – LDB dispõe:

Art.64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento,

inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos

de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de en-

sino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

Entretanto, apenas a titulação não garante uma gestão eficiente e exitosa, por isso os siste-

mas de ensino estabelecem alguns requisitos no momento de recrutar os gestores, por exemplo: ter

curso de especialização em Administração Escolar ou gestão Escolar; experiência como docente (o

tempo varia de acordo com os sistemas de ensino); ter conhecimentos na área de informática, etc.

Competências e habilidades

Além de possuir os requisitos básicos indispensáveis e uma formação eclética, pois vai lidar

com professores das mais variadas áreas, o gestor deverá ser um líder acima de tudo e ter competên-

cia e habilidade para realizar seu trabalho. Ao gestor escolar compete liderar e organizar o trabalho

de toda equipe gestora, docentes e demais profissionais da educação, para a superação de obstácu-

los e desafios em busca da elevação da qualidade dos serviços prestados pela escola. Nesse sentido,

o gestor precisa compreender os diferentes aspectos que envolvem a educação como a legislação

vigente; os princípios e as diretrizes da educação nacional; os objetivos e as metas da educação para

o país, estado, município e unidade escolar; a organização curricular das diferentes modalidades de

ensino; as demandas sociais, as fontes de recursos e formas de utilização entre outros.

1.1

1.2

Page 23: 1 Gestao Democratica

21

Raramente encontramos, principalmente na rede pública de ensino, profissionais

prontos, capazes de desenvolver uma gestão verdadeiramente democrática e que promova

ações voltadas aos principais objetivos da educação. Elevar a qualidade da formação ini-

cial e proporcionar a formação em serviço são ações que devem ser propostas pelo poder

público para minimizar a distância entre o profissional que temos e o que a escola realmente

necessita. A formação continuada deve privilegiar conteúdos relacionados à prática admi-

nistrativa e pedagógica, necessários para o desenvolvimento das competências esperadas

pelo gestor.

A respeito das competências dos gestores Heloisa Lück (2009, p.12), aponta as relacio-

nadas à fundamentação da educação e da gestão escolar, onde o Diretor/Gestor:

1. Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na

formação de alunos e promoção de sua aprendizagem, mediante o respeito e apli-

cação das determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações

e práticas educacionais.

2. Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de trabalho e

ações promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes educacionais

consistentes e em acordo com as demandas de aprendizagem e formação de alu-

nos como cidadãos autônomos, críticos e participativos.

3. Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas expecta-

tivas em relação aos seus resultados educacionais, como condição para garantir

qualidade social na formação e aprendizagem dos alunos.

4. Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas educacionais es-

colares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com as demandas de formação

promovidas pela dinâmica social e econômica do país, do estado e do município.

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22

5. Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência entre todas

as dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na realização do papel

social da escola e qualidade das ações educacionais voltadas para seu principal

objetivo: a aprendizagem e formação dos alunos.

6. Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de ensino,

orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de equidade e respeito à diversi-

dade, de modo que todos os alunos tenham sucesso escolar e se desenvolvam o

mais plenamente possível.

7. Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações educacio-

nais, como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento

equilibrado de todos os segmentos da escola, na realização de seus objetivos,

segundo uma perspectiva interativa e integradora.

8. Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de escola, um

sistema de gestão escolar e uma orientação interativa, mobilizadora dos talentos

e competências dos participantes da comunidade escolar, na promoção de edu-

cação de qualidade.

Atribuições, liderança e formação da equipe escolar

O gestor deve ser compreendido como um líder e coordenador de todas as atividades

que envolvam a Unidade Escolar e capaz de articular, persuadir e motivar tanto os profissionais

da educação quanto os demais usuários da escola.

1.3

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23

Dentre as suas principais atribuições e funções, destacamos:

1. Ser o articulador e mediador entre o sistema de ensino e a escola e entre esta e a

comunidade local;

2. Manter-se atualizado com as políticas e diretrizes educacionais em nível nacional,

estadual e municipal;

3. Cuidar da organização administrativa, pedagógica e financeira da instituição escolar;

4. Controlar a matrícula e a transferência de alunos, conferir certificados de con-

clusão de série, de ciclo ou de curso;

5. Presidir solenidades e cerimônias da escola, bem como representá-la em atos ofi-

ciais e atividades da comunidade;

6. Responder e zelar pelo cumprimento das leis, regulamento e determinações su-

periores, bem como pelos prazos para execução das ações previstas na Proposta

Pedagógica da Escola e órgãos superiores;

7. Expedir determinações necessárias à manutenção da regularidade dos serviços

e prever o atendimento das demandas de recursos físicos, materiais e humanos

para atender necessidades da escola;

8. Delegar competências e atribuições a seus subordinados, assim como designar

comissões para a execução de tarefas especiais;

9. Zelar pela segurança de alunos, professores, servidores e pela manutenção e con-

servação dos bens patrimoniais;

10. Participar de estudos e deliberações que afetam as funções da escola e o desen-

volvimento do processo educacional;

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24

11. Acompanhar e avaliar o desempenho dos alunos e da escola por meio dos indica-

dores oficiais;

12. Promover e manter um clima organizacional democrático e participativo na escola.

Além das atribuições elencadas acima, o gestor deve incentivar o surgimento de

novas lideranças, compartilhar responsabilidades na elaboração de projetos e execução de

ações, com o objetivo de melhorar o atendimento escolar.

Formar uma equipe coesa, proativa e dinâmica é tarefa árdua que o gestor terá que en-

frentar. No entanto, o sucesso do trabalho da equipe escolar depende do grau de motivação e

satisfação de seus membros para a execução das ações propostas. E um dos grandes desafios

do gestor é articular, de maneira eficiente, os interesses pessoais e coletivos presentes nas de-

mandas do cotidiano escolar. Essa articulação deve ser precedida do conhecimento que ele

deve ter dos docentes e pessoal de apoio com os quais irá trabalhar, pois segundo Carvalho

e Floriano (2012, p.1):

[...] Ao conhecer melhor os desejos, anseios e necessidades de seus funcionários, os

gestores conseguem estabelecer e criar metas mais próximas, dentro dos limites aceitáveis da

empresa, que se alinhem ao que esperam seus colaboradores. Com essas metas estabeleci-

das, o gestor poderá criar condições para a motivação de seus funcionários, pois saberá satis-

fazer as necessidades mais importantes ou emocionalmente fortes dos colaboradores. Desta

forma, poderá canalizar a força da sua equipe para o desempenho das tarefas desejadas. Tal

conhecimento das forças, ambientes ou situações que motivam seus funcionários fazem com

que o gestor tenha um relacionamento diferenciado e individual para cada colaborador.

A partir desse conhecimento, a divisão das tarefas passa a ser concebida de acordo com as

potencialidades de cada um, o que certamente aumenta a chance de sucesso da ação desenvolvida

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25

e fortalece a ideia de uma gestão verdadeiramente compartilhada. Entretanto, para garantir a par-

ticipação de maior número de pessoas, a adoção de algumas práticas é extremamente importante:

1. Garantir a palavra, saber ouvir e analisar todas as opiniões;

2. Ser sensível às solicitações da comunidade;

3. Mostrar a importância do papel e da responsabilidade de cada um para o sucesso

da demanda a ser empreendida;

4. Delegar responsabilidades ao maior número possível de pessoas;

5. Valorizar o trabalho participativo e respeitar as decisões tomadas em grupo;

6. Envolver e ressaltar a importância da comunidade na identidade da escola.

A gestão escolar, ancorada nas práticas acima demonstradas, favorece o bom desen-

volvimento das ações planejadas para a escola e confere uma dinâmica na execução das ativi-

dades de modo mais eficiente.

O gestor e o Conselho Escolar

A concepção de uma gestão verdadeiramente democrática pressupõe o favoreci-

mento da participação de todos os atores da comunidade escolar: pais, alunos, professores,

equipe gestora e sociedade local. Uma das possibilidades de se efetivar essa articulação é

criar o Conselho Escolar em todas as unidades de ensino.

Cabe ao gestor estimular, mobilizar e tomar as providências necessárias para a insti-

tuição do Conselho Escolar garantindo que os usuários da escola pública sintam-se partíci-

pes na construção do saber da sua comunidade.

1.4

Page 28: 1 Gestao Democratica

26

O Conselho Escolar criado por lei específica, é um órgão colegiado permanente de

debate e articulação entre os diferentes segmentos da comunidade escolar e local com forte

atuação na gestão administrativa, financeira e pedagógica das escolas públicas.

O Conselho Escolar exerce funções consultiva, deliberativa, fiscalizadora, propositiva

e mobilizadora, nos assuntos referentes à gestão da unidade escolar, resguardados os princí-

pios constitucionais, as disposições legais e as diretrizes da política educacional da Secretaria

de Educação.

As principais atribuições do Conselho de Escola, entre outras, são:

• participar da elaboração do calendário escolar e fiscalizar seu cumprimento, obser-

vando as normas estabelecidas pela Secretaria de Educação e a legislação vigente;

• participar do processo de discussão, elaboração ou alteração do Regimento Esco-

lar, incluindo nele as competências e funcionamento do Conselho Escolar;

• convocar assembleias gerais da comunidade escolar, juntamente com a equipe

gestora, ou de seus segmentos, quando houver a necessidade de discussão de

algum assunto pertinente a sua competência;

• avaliar o desempenho da escola, considerando as diretrizes, prioridades e metas

estabelecidas;

• acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (evasão, aprovação, re-

provação e indicadores de desempenho interno e externo, entre outros) pro-

pondo, quando necessárias, ações pedagógicas e/ou outros encaminhamentos

visando a melhoria da qualidade da educação escolar;

• criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática das comuni-

dades escolar e local na definição do Projeto Político Pedagógico da unidade es-

colar, sugerindo modificações sempre que necessário;

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27

• participar de formação continuada e permanente dos/as conselheiros/as esco-

lares, visando ampliar a qualificação de sua atuação;

• participar da elaboração e aprovar o plano de aplicação de recursos financeiros ori-

undos de transferências, repasses, programas ou captados pela escola, em consonân-

cia com a legislação vigente e o Projeto Político Pedagógico da unidade escolar;

• acompanhar a gestão administrativa, pedagógica e financeira da unidade escolar;

• analisar e aprovar a prestação de contas da aplicação financeira da escola.

• divulgar periodicamente, de acordo com a prestação de contas, informações referentes

ao uso dos recursos financeiros, resultados obtidos e qualidade dos serviços prestados;

• promover relações de cooperação e intercâmbio com outros Conselhos Escolares;

• encaminhar à Secretaria Municipal de Educação, junto com a equipe diretiva, proposição

para ampliação e/ou reforma do prédio escolar, bem como recursos pedagógicos;

• mobilizar campanhas de esclarecimento sobre o zelo e conservação do patrimônio

público, do prédio escolar, da importância da educação para a prevenção da violên-

cia física, psicológica e moral, entre outras;

• propor atividades culturais e/ou pedagógicas que favoreçam o enriquecimento cur-

ricular, o respeito ao saber do/a aluno/a e a valorização da cultura da comunidade local;

• propor alterações curriculares na unidade escolar, respeitada a legislação vigente,

a partir da análise, entre outros aspectos, do aproveitamento significativo conside-

rando os conceitos dos tempos e dos espaços pedagógicos na escola.

Sobre o Conselho Escolar, anexamos a este trabalho como sugestão de leitura: Legis-

lação dos Conselhos Escolares elaborado pela Secretaria Estadual de Educação da Paraíba e

o caderno instrucional publicado pelo MEC, denominado Conselhos Escolares: Uma estratégia

de gestão democrática da educação pública.

Page 30: 1 Gestao Democratica

2

Page 31: 1 Gestao Democratica

29

O gestor e o cotidiano da escola

O modo de gerenciamento do tempo no cotidiano da escola é fator

determinante para que o gestor realize suas atividades com maior ou menor

eficiência e resolutividade. Por não contar com pessoal de apoio em número

suficiente para administrar a escola (módulo de pessoal deficitário), por não

adotar um planejamento estratégico e práticas de delegar ações possíveis de

serem desenvolvidas por outros servidores e até mesmo por eleger as ques-

tões estruturais e burocráticas como as mais importantes no seu fazer diário, os

gestores, na maioria das vezes, acabam usando menos tempo na sua principal

atribuição: a aprendizagem de todos os alunos.

O resultado de uma recente pesquisa realizada por Cinthia Rodrigues e

publicada na Revista Gestão Escolar em outubro de 2009, mostra que a maioria

dos gestores ouvidos em treze estados do Brasil dedicam a menor parcela do

horário de trabalho para a realização das ações pedagógicas:

Os diretores de escolas públicas no Brasil trabalham aproximadamente

dez horas por dia. Eles têm, em média, 46 anos de idade – e menos de oito no

exercício da função. Em seu cotidiano, as prioridades da agenda são cuidar da

infraestrutura, conferir a merenda, vigiar o comportamento dos alunos, aten-

der os pais, receber as crianças na porta, participar de reuniões com as secre-

tarias de Educação e providenciar material. Sobra pouco tempo para conversar

com professores, prestar atenção nas aulas e buscar a melhoria do ensino, a

meta essencial da escola. (RODRIGUES, Cinthia, 2009)

Page 32: 1 Gestao Democratica

30

Não há como negar que o gestor tem que se inteirar de todas as atividades que acon-

tecem no interior da escola, mas necessariamente essas atividades não precisam ser executa-

das apenas por ele. Perceber as potencialidades individuais, fazê-las aflorar e preparar uma

boa equipe para a divisão do trabalho rotineiro é, sem dúvida, um indicador positivo do perfil

de um bom administrador.

Nas ações planejadas para o ano letivo, presentes no Projeto Político Pedagógico da escola,

objeto do Manual 6 desta Coleção, deverão constar as atividades que serão desenvolvidas e os res-

ponsáveis por sua execução e ou acompanhamento. Assim pactuados, o papel do gestor consiste

na articulação das forças existentes na escola e nos meios para a obtenção de bons resultados.

Para que uma unidade escolar apresente um desempenho eficiente, o gestor deve

ter um perfil capaz de compreender e atuar nas diferentes áreas: pedagógica, administrativa,

financeira e relações pessoais. Além disso, o gestor deve conhecer, cumprir e fazer cumprir a

legislação vigente que regulamenta a educação escolar.

Conhecimento da legislação vigente

O conhecimento dos preceitos legais vigentes que estabelecem e regulamentam a

Educação é de suma importância para os gestores, pois embasam e garantem a aplicação cor-

reta de seus ditames nas diferentes ações administrativas e pedagógicas. Dentre as normas

legais destacamos, neste texto:

• A Constituição Federal de 1988, expressa no artigo 205, o direito de todos à edu-

cação e o dever do Estado e da família para a sua promoção; no artigo 206, ex-

plicita os princípios norteadores do ensino ministrado; e o artigo 208 estabelece a

garantia de promoção do ensino como dever do Estado:

2.1

Page 33: 1 Gestao Democratica

31

Art. 208: O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I. educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17(dezessete) anos de

idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram

acesso na idade própria;

II. progressiva universalização do ensino médio gratuito;

III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferen-

cialmente na rede regular de ensino;

IV. educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;

V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, se-

gundo a capacidade de cada um;

VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII. atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de

programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e as-

sistência à saúde.

• A Emenda Constitucional nº 53/2006 que dá nova redação aos arts.7º,23, 30, 206,

208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao artigo 60 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias;

A Lei nº 9394/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional: é im-

prescindível o estudo em seu inteiro teor para a correta aplicação e cumprimento;

A Lei nº 8069/90 dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente: no tocante à

educação escolar, reafirma preceitos legais estabelecidos pela Constituição Federal e pela Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tais como:

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32

Art.53 – A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvol-

vimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,

assegurando-lhes:

I. igualdade de condições para acesso e permanência na escola;

II. o direito de ser respeitado por seus educadores;

III. o direito de contestar critérios de avaliação, podendo recorrer às instâncias superiores;

IV. o direito de organização e participação em entidades estudantis;

V. o acesso à escola pública próxima de sua residência.

Parágrafo único – é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagó-

gico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

Art.54 – É dever do Estado, assegurar à criança e ao adolescente:

I. ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tive-

ram acesso na idade própria;

II. progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferen-

cialmente na rede regular do de ensino;

IV. atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos* de idade;

V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, se-

gundo a capacidade de cada um;

VI. oferta de ensino noturno regular, adequado ás condições do adolescente trabalhador;

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33

VII. atendimento no ensino fundamental, por meio de programas suplementares de

material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1° – o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2° – o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta ir-

regular importa responsabilidade de autoridade competente.

§ 3° – compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental,

fazer-lhes a chamada e zelar, com os pais ou responsável, pela frequência à escola.

Art. 55 – os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos

na rede regular de ensino.

Art. 56 – os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao

conselho tutelar os casos de:

I. maus-tratos envolvendo seus alunos;

II. reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

III. elevados níveis de repetência.

Art. 57 – o poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relati-

vas a calendários seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção

de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.

• Lei nº 10172/2001– aprova o Plano Nacional de Educação;

• PEC 96ª/2013 que torna obrigatório o ensino para crianças e adolescentes de 4 a

17 anos.

• Lei nº 11.738/2008 Regulamenta a alínea “e” do inciso III do caput do art. 60 do Ato

das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o piso salarial profissional

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34

nacional para os profissionais do magistério público da educação básica: a União,

os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o vencimento ini-

cial das carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no

máximo, 40 (quarenta) horas semanais, abaixo do valor determinado anualmente.

Os profissionais do magistério público da educação básica são aqueles que desem-

penham as atividades de docência ou as de suporte pedagógico à docência, isto é, direção ou

administração, planejamento, inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais,

exercidas no âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas diversas etapas e

modalidades, com a formação mínima determinada pela legislação federal.

Os vencimentos iniciais referentes às demais jornadas de trabalho serão proporcio-

nais ao valor da jornada de 40 (quarenta) horas semanais.

Neste documento está previsto que na composição da jornada de trabalho, observar-

se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades

de interação com os educandos sendo o restante da jornada, período reservado a estudos,

planejamento e avaliação.

Lei nº 11.494/2007 que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, de que trata o

art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: Criado para viger no período de

2007 a 2020, o FUNDEB destina-se a atender toda a educação básica, entendida como aquela

que abrange desde as creches até o ensino médio. Seu objetivo principal é a distribuição de

recursos financeiros por todo o país, de acordo com o desenvolvimento econômico e social

de cada região, de forma a garantir um valor mínimo de investimento por cada aluno matricu-

lado na rede de ensino.

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35

Desde 2009, quando se completou a sua implantação, o Fundo é composto por 20%

das seguintes receitas:

• Fundo de Participação dos Estados – FPE.

• Fundo de Participação dos Municípios – FPM.

• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.

• Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações – IPIexp.

• Desoneração das Exportações (LC nº 87/96).

• Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações – ITCMD.

• Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA.

• Cota parte de 50% do Imposto Territorial Rural – ITR devida aos municípios.

Além destas receitas, incluem-se aquelas oriundas da dívida ativa e dos juros e multas

incidentes sobre os impostos e fundos de impostos acima mencionados.

Caso a arrecadação destas receitas não atinja o valor mínimo nacional por aluno ao

ano, é feito um aporte de recursos pela União.

A destinação de investimentos é feita com base no número de alunos da educação

básica, com a compilação dos dados obtidos no censo escolar do ano anterior, sendo com-

putados os estudantes matriculados nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, nos ter-

mos definidos pelo artigo 211 da Constituição Federal, quais sejam: educação infantil e en-

sino fundamental nos municípios, e ensino fundamental e médio na esfera estadual.

A distribuição dos recursos também leva em consideração os denominados fatores de pon-

deração, definidos anualmente e que variam de acordo com os segmentos da educação básica:

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36

• Creche pública em tempo integral

• Creche pública em tempo parcial

• Creche conveniada em tempo integral

• Creche conveniada em tempo parcial

• Pré-escola em tempo integral

• Pré-escola em tempo parcial

• Anos iniciais do ensino fundamental urbano

• Anos iniciais do ensino fundamental no campo

• Anos finais do ensino fundamental urbano

• Anos finais do ensino fundamental no campo

• Ensino fundamental em tempo integral

• Ensino médio urbano

• Ensino médio no campo

• Ensino médio em tempo integral

• Ensino médio integrado à educação profissional

• Educação especial

• Educação indígena e quilombola

• Educação de jovens e adultos integrada à educação profissional de nível médio.

• Educação de jovens e adultos com avaliação no processo

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37

Reafirmamos que além dos artigos e marcos legais mencionados neste texto, o gestor

deve conhecer e pautar seus atos administrativos e pedagógicos sempre à luz da legislação vi-

gente e ainda, fazer com que todos os envolvidos no processo educativo também a cumpram.

A Instituição escolar, numa ação coletiva e democrática, estabelece normas e princípios

que traduzem a sua organização e as expressam em documento denominado Regimento Escolar.

O Regimento Escolar é definido como um conjunto de regras que explicita a organi-

zação administrativa, didática, pedagógica e disciplinar da instituição escolar. As regras definem

os direitos e deveres de cada segmento objetivando uma convivência harmoniosa na escola.

O Regimento Escolar é um documento que deve ser construído coletivamente pela

equipe gestora, docentes, profissionais de apoio, pais, alunos e representantes da comuni-

dade, pois sintetiza o Projeto Político Pedagógico, dando-lhe caráter normativo e podendo

ser entendido como “a lei da escola”.

Segundo Arco-Verde (2007, p.8), o Regimento Escolar deve garantir, com eficiência, as

ações desenvolvidas no âmbito das instituições escolares:

(...) o Regimento Escolar, (...), deve assegurar a gestão democrática da escola, possibili-

tar a qualidade do ensino, fortalecer a autonomia pedagógica, valorizar a comunidade esco-

lar, através dos colegiados e, efetivamente, fazer cumprir as ações educativas estabelecidas

no Projeto Político-Pedagógico da escola.

Importante instrumento de gestão, o Regimento Escolar deve ser conhecido por to-

dos os usuários da escola que, por sua vez, devem reconhecer nele a expressão de suas ideias,

sugestões e escolhas.

Sendo a Educação um processo dinâmico, o Regimento Escolar deve sofrer alterações

sempre que for necessário, por exemplo, a inserção de uma nova modalidade de ensino na escola.

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38

Embora o Regimento Escolar seja estruturado de acordo com cada instituição, apon-

tamos o modelo abaixo cujo conteúdo, após as devidas adequações, poderá ser desenvolvi-

do e utilizado pelas escolas:

Título I – Da caracterização e dos objetivos da escola

CapítuloI – Da identificação da escola e da entidade mantenedora

Capítulo II– Proposta pedagógica

Capítulo III – Dos fins e objetivos da escola

Seção I – Do objetivo geral

Seção II– Dos objetivos específicos

Capítulo IV– Da educação básica e suas modalidades

Capítulo V– Da educação profissional e suas modalidades (quando houver)

TítuloII – Da organização administrativa e técnica

Capítulo I – Da estrutura funcional

Capítulo II – Das atribuições e competências

SeçãoI – Da direção

SubseçãoI – Da constituição

Subseção II – Das atribuições e competências

Seção II– Da coordenação pedagógica

Subseção I – Do conselho de escola

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39

Subseção II– Dos conselhos de série/ano e de classe

Seção III – Da secretaria da escola

Seção IV – Do corpo docente

Seção V – Da equipe de apoio

Título III – Dos direitos e deveres dos participantes do processo

Educativo

CapítuloI – Dos direitos e deveres dos docentes

Capítulo II – Dos direitos e deveres do corpo discente

CapítuloIV – Das sanções e recursos do corpo discente

Capítulo V– Dos direitos e deveres dos pais ou responsáveis

Título IV – Da organização didática

Capítulo I – Dos níveis e da composição curricular

SeçãoI – Das disposições preliminares

Seção II– Da composição curricular do ensino fundamental e do ensino médio

SeçãoIV – Da composição curricular da educação profissional técnica (quando houver)

Capítulo II – Dos critérios de aprovação, retenção, agrupamento, classificação e reclas-

sificação de alunos

Seção I – Da aprovação

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40

SeçãoII – Da retenção

Seção III – Do agrupamento de alunos

Seção IV– Da classificação

Seção V– Reclassificação

Capítulo III – Do controle de frequência dos alunos

Capítulo IV – Dos indicadores do rendimento escolar

Seção I– Do ensino fundamental

Seção II – Do ensino do ensino médio e da educação profissional

Subseção I– Da promoção

Subseção II – Da recuperação

Título V– Do projeto político pedagógico

Título VI – Das disposições finais

Manutenção do ambiente escolar (infraestrutura)

Uma das atribuições do gestor é fazer da escola um ambiente seguro, limpo e acolhe-

dor para alunos, profissionais da educação, pais e comunidade, pois é na escola que crianças

e adolescentes passam boa parte do seu dia, ao longo do qual utilizam salas, pátios, quadras,

refeitórios e banheiros.

2.2

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41

Uma vez que a escola é um espaço onde deve ocorrer a aprendizagem, é necessário que to-

dos os ambientes sejam propícios ao aprendizado e para isso o gestor deve realizar periodicamente

uma avaliação/diagnóstico para a identificação dos problemas e as possíveis soluções nas instala-

ções físicas, mobiliário, materiais de laboratório, equipamentos eletrônicos, livros didáticos etc.

Para a realização deste diagnóstico é muito importante que o gestor envolva pais,

docentes, demais servidores e pessoas da comunidade.

A análise profunda das condições de uso do prédio escolar deve contemplar todos

os ambientes: fachada, salas de aula, sala de professores, refeitório, corredores, banheiros,

quadra de esporte, pátio etc.

Sugerimos aos gestores a leitura do Livro do diretor: Escolas, espaços e pessoas, que

por meio de questionamentos e propostas de soluções, consegue abordar inúmeros proble-

mas que podem ocorrer nas dependências de uma escola.

As normas vigentes de acessibilidade devem ser respeitadas, para garantir às pessoas

com deficiência seu ingresso no sistema educacional, em igualdade de condições com as

demais pessoas, na comunidade em que vivem.

Um prédio escolar acessível deve prever a construção de rampas para acesso em to-

dos os ambientes frequentados pelos alunos, em alguns casos instalação de elevador; alar-

gamento de portas e passagens; instalação de corrimão; bebedouros acessíveis; construção

e adequação de sanitários para acessibilidade; colocação de sinalização visual, tátil e sonora.

Quanto à segurança dos usuários da escola, dos equipamentos, do mobiliário e mate-

riais didáticos, é necessário observar o estado de conservação das redes elétrica, hidráulica e de

esgoto do prédio, muros, portas, portões e janelas, além de pisos e revestimentos das paredes.

Atenção especial deve ser dada ao telhado, calhas e dutos de escoamento de águas pluviais.

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42

Outros itens obrigatórios como limpeza e desinfecção das caixas d’água, desratização,

dedetização, manutenção de extintores de incêndio (dentro do prazo de validade) devem ser

observados pelo gestor.

A limpeza de todos os ambientes da escola deve ser diária e a conservação deve ser

estimulada por meio da conscientização dos usuários, para o que se deve utilizar como recur-

sos conversas, cartazes e informativos.

O gestor deve também avaliar as condições de uso de mobiliário escolar, a fim de que alu-

nos e professores possam desfrutar de um ambiente confortável: carteiras e cadeiras adequadas à

faixa etária e suficientes para o número de alunos, com atenção ao item carteiras para alunos ca-

nhotos, mesa e cadeira para docentes, armários para guarda de materiais, cestos de lixo, murais etc.

O Ministério da Educação – MEC, disponibiliza a ferramenta de gestão LSE — Levantamen-

to da Situação Escolar que, a partir do preenchimento de um questionário, permite avaliar as con-

dições de uso de todos os ambientes da escola, tanto do ponto de vista arquitetônico como do pe-

dagógico. Este documento encontra-se disponível para consulta on line no Portal do FNDE (MEC).

A gestão de recursos: materiais e financeiros

Dentre as competências exigidas para o gestor, a gerência de recursos financeiros re-

quer organização, planejamento, responsabilidade e conhecimento dos princípios que fun-

damentam a gestão dos recursos públicos: transparência, publicidade, moralidade, impes-

soalidade e economicidade.

1. Organização: o repasse de verbas é feito a partir de diferentes fontes de recur-

sos e sua aplicação deverá ser efetuada de acordo com as especificações de cada

2.3

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43

uma delas. O Governo Federal distribui, por meio do Fundo Nacional de Desen-

volvimento da Educação (FNDE), recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola

(PDDE). As importâncias são depositadas na conta bancária da entidade executora

da escola e devem ser utilizados para suprir necessidades básicas de manutenção,

aquisição de material didático e formação de docentes. O repasse efetuado pelo

Governo Estadual e ainda o montante arrecadado em eventos e parcerias com o

setor privado também têm regras para aplicação e prestação de contas.

2. Planejamento: Pensar na aplicação das verbas requer um minucioso diagnóstico

das demandas da escola elaborado pela equipe gestora, docentes, pais, servidores,

alunos e Conselho de Escola. É preciso que todos os usuários tenham uma visão geral

das reais necessidades para então priorizá-las e proceder à alocação dos recursos.

Etapa importante do planejamento consiste no levantamento de custo do material

a ser adquirido ou da contratação de serviços a ser efetuado, observado que a escola

pública deve seguir as normas da Lei de Licitações (Lei nº 8.666, de 21 de junho de

1993) que, a depender dos valores e a natureza do gasto, estabelece a tipologia da

obrigatoriedade de haver uma ação que permita a comparação de preços: concor-

rência, tomada de preços ou carta-convite. Por menor que seja esse gasto, o pro-

cesso referente a ele deve conter, no mínimo, três orçamentos registrados.

Nesse planejamento devem constar os valores definidos para cada uma das priorida-

des, assim separados: estimativa de entrada de recursos e de arrecadação (receitas) e previ-

são de despesas. De acordo com a terminologia do orçamento público, essas últimas devem

ser classificadas em dois grupos. As “correntes”, que se referem aos gastos diários com a ma-

nutenção da escola, como compra de material e contratação de serviços. As “de capital”, que

são as despesas com equipamentos, materiais permanentes e execução de obras.

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44

Para que o planejamento não fracasse é preciso estar sempre atento ao fluxo de caixa,

ou seja, ao dinheiro que entra e sai diariamente. Como os imprevistos sempre acontecem é

recomendável, como margem de segurança, prever uma reserva.

A aquisição de material e contratação prestação de serviços deve ser precedida de amplos

levantamentos de preços a fim de obter o menor valor. Após a utilização dos recursos, a comunidade

escolar deve ser informada sobre os valores gastos por meio da publicação da prestação de contas.

A gestão de programas, projetos e parcerias

Uma gestão democrática pressupõe o comprometimento e a participação efetiva de

toda comunidade escolar nos sonhos, desejos e rumos da escola.

O gestor escolar como líder e articulador, deve promover o fortalecimento desta par-

ticipação, para o que recorre à descentralização dos processos de decisão e à divisão de res-

ponsabilidades, tanto no aspecto financeiro, como no administrativo e pedagógico.

Nessa perspectiva, a elaboração e execução de projetos e a integração em programas

governamentais e o estabelecimento de parcerias tendem a ser exitosos, pois refletem a dis-

cussão, a aceitação e superação de divergências em busca de um objetivo comum: a melhoria

da qualidade da educação escolar.

As instituições escolares, por meio do Conselho de Escola, podem buscar nos órgãos

governamentais e na iniciativa privada, parcerias para o desenvolvimento de ações educati-

vas, cujo objetivo é a melhoria do ensino ofertado.

A equipe escolar deve estar atenta aos programas e projetos de apoio à educação dis-

poníveis nos governos estadual e federal, em relação aos prazos e formas de adesão. A seguir,

citamos alguns, entre os inúmeros programas e projetos, desenvolvidos pelas escolas:

2.4

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45

Projeto Político-Pedagógico (PPP)

O projeto político pedagógico constitui-se num documento de identidade da es-

cola, além de ser o elemento que indica seu rumo e direção. Elaborado de forma coletiva

e democrática, explicita a intencionalidade da escola e possibilita uma reflexão profunda e

contínua sobre o trabalho real que nela é produzido.

Sugerimos aos gestores a leitura do Manual 06, que trata do Projeto Político-Pedagógico

que integra esta série de publicação.

Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)

O Programa Dinheiro Direto na Escola faz parte de um conjunto de ações governa-

mentais com a finalidade de propiciar a melhoria da qualidade da escola pública. Os recursos

financeiros são repassados às escolas para aquisição de materiais didáticos e pedagógicos e

ainda para capacitação de profissionais da educação.

A seguir são destacados alguns artigos da Resolução/CD/FNDE nº 10, de 18 de abril de

2013, que dispõe sobre os critérios de repasse e execução do PDDE:

Art. 2º O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste na destinação anual,

pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), de recursos financeiros, em

caráter suplementar, a escolas públicas, e privadas de educação especial, que possuam alu-

nos matriculados na educação básica, e a polos presenciais do sistema Universidade Aberta

do Brasil (UAB) que ofertem programas de formação inicial ou continuada a profissionais da

educação básica, com o propósito de contribuir para o provimento das necessidades priori-

tárias dos estabelecimentos educacionais beneficiários que concorram para a garantia de seu

2.4.1

2.4.2

Page 48: 1 Gestao Democratica

46

funcionamento e para a promoção de melhorias em sua infraestrutura física e pedagógica,

bem como incentivar a autogestão escolar e o exercício da cidadania com a participação da

comunidade no controle social.

Art. 3º Os recursos financeiros do PDDE destinam-se a beneficiar:

I. escolas públicas das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal, que possuam

alunos matriculados na educação básica, de acordo com dados extraídos do censo

escolar, realizado pelo Ministério da Educação (MEC), no ano anterior ao do repasse;

II. polos presenciais do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) que ofertem pro-

gramas de formação inicial ou continuada a profissionais da educação básica, e

III. escolas privadas de educação básica, na modalidade de educação especial, recen-

seadas pelo MEC no ano anterior ao do repasse, mantidas por entidades definidas

na forma do inciso III, do art. 5º.

Art. 4º Os recursos do programa destinam-se à cobertura de despesas de custeio,

manutenção e pequenos investimentos que concorram para a garantia do funcionamento e

melhoria da infraestrutura física e pedagógica dos estabelecimentos de ensino beneficiários,

devendo ser empregados:

I. na aquisição de material permanente;

II. na realização de pequenos reparos, adequações e serviços necessários à manuten-

ção, conservação e melhoria da estrutura física da unidade escolar;

III. na aquisição de material de consumo;

IV. na avaliação de aprendizagem;

V. na implementação de projeto pedagógico; e

VI. no desenvolvimento de atividades educacionais;

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47

§ 1º É vedada a aplicação dos recursos do PDDE em:

I. implementação de outras ações que estejam sendo objeto de financiamento por ou-

tros programas executados pelo FNDE, exceto aquelas executadas sob a égide das nor-

mas do PDDE;

II. gastos com pessoal;

III. pagamento, a qualquer título, a:

– agente público da ativa por serviços prestados, inclusive consultoria, assistência téc-

nica ou assemelhados, e

– empresas privadas que tenham em seu quadro societário servidor público da ativa,

ou empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, por serviços presta-

dos, inclusive consultoria, assistência técnica ou assemelhados;

IV. cobertura de despesas com tarifas bancárias; e

V. dispêndios com tributos federais, distritais, estaduais e municipais quando não in-

cidentes sobre os bens adquiridos ou produzidos ou sobre os serviços contratados

para a consecução dos objetivos do programa.

§ 2º Os recursos do PDDE, liberados na categoria de custeio, poderão ser utilizados,

também, para cobrir despesas cartorárias decorrentes de alterações nos estatutos das

Unidades Executoras Próprias (UEx) definidas na forma do inciso II, do art. 5°, bem como as

relativas a recomposições de seus membros, devendo tais desembolsos ser registrados nas

correspondentes prestações de contas.

A Secretaria de Estado da Educação da Paraíba elaborou o documento Gerindo Recur-

sos, fortalecendo a prática democrática (2013) contendo orientações sobre o PDDE e disponi-

bilizado a todas as escolas estaduais da Paraíba.

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48

Programa Mais Educação

Este programa, de iniciativa do Governo Federal, tem por objetivo a formação integral

das crianças e adolescentes, ao oferecer atividades educacionais no contra turno, com o que

se amplia o período de permanência dos alunos na escola.

Programa Nacional de Alimentação Escolar

O Programa Nacional de Alimentação Escolar – Pnae é um programa de assistência

financeira que envolve o Distrito Federal, Estados e Municípios que tem como objetivo a ga-

rantia de fornecer, no mínimo, uma refeição diária aos alunos matriculados na Educação Básica

das escolas públicas do país. Com isso, espera-se suprir, pelo menos em parte, as necessidades

nutricionais dos alunos, melhorando suas condições físicas e, em consequência, contribuindo

para a melhoria de seu desempenho escolar e a redução da retenção e da evasão. O programa

tem por objetivo ainda, a formação ou reforço na aquisição de bons hábitos alimentares por

meio da implantação de projetos de educação alimentar no âmbito das escolas públicas.

Sobre o Programa de Alimentação Escolar, foram anexados a este trabalho dois manu-

ais orientadores como sugestão: Procedimentos para execução do PNAE nas escolas estadu-

ais (Paraíba) e Manual de Orientação para a Alimentação Escolar na Educação Infantil, Ensino

Fundamental, Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos (FNDE).

Projeto Revisitando os Saberes

Programa de iniciativa do Governo do Estado da Paraíba, e de acordo com a Gerência Exe-

cutiva da Educação Infantil e do Ensino Fundamental – GEEIEF, explicitado no documento: Diretrizes

Operacionais para o Funcionamento das Escolas da Rede de Ensino (2013, p.31), têm por objetivo:

2.4.3

2.4.4

2.4.5

Page 51: 1 Gestao Democratica

49

[...] atender à diversidade de características e ritmos de aprendizagem, exclusiva-

mente aos estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino, as-

segurando, de forma imediata, um aprendizado intensivo, no contra turno, para aqueles que

apresentem dificuldades de aprendizagem, especificamente em Português e Matemática,

não superadas no cotidiano escolar e/ou que estejam em distorção idade-série.

Dentre as atribuições dos gestores, a questão administrativa deve ser observada com

rigor, pois representa um segmento importante, tanto no aspecto de funcionamento dos di-

versos setores da escola como nas relações entre a comunidade escolar.

Para um exercício democrático dessas atividades é importante que o gestor conheça

a legislação aplicada ao pessoal (servidores docentes e não docentes) e que deve constar dos

estatutos dos servidores municipais bem como do estatuto dos profissionais do magistério

e também o Regimento Escolar. Caso não existam todos estes instrumentos legais é impor-

tante que o gestor busque as informações para saber qual é a legislação aplicada e que em

alguns casos pode ser a própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto-Lei 5452 de

1943 e alterações posteriores).

Outro aspecto importante e que depende de decisão coletiva é o estabelecimento de

normas e horários para o funcionamento dos vários setores da escola – para a entrada e saída,

para alimentação, para uso da Biblioteca, dos espaços da escola pela comunidade etc.

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3

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51

A gestão dos documentos escolares

A secretaria da escola é o setor responsável pelos serviços de escritu-

ração, documentação, correspondência e processos referentes ao quotidiano

do estabelecimento de ensino e à vida escolar dos alunos. Juntamente com a

equipe gestora da escola, todos os envolvidos na secretaria respondem admi-

nistrativamente e legalmente pela documentação escolar.

Os registros efetuados corretamente na secretaria garantem aos alunos:

os direitos do candidato à matrícula; a regularidade da vida escolar; o registro

do desenvolvimento da aprendizagem de cada aluno; o acompanhamento

pedagógico e os resultados finais de cada um para a promoção ou expedição

de certificados de conclusão.

A secretaria é também responsável pela manutenção dos prontuários

dos professores e alunos. O responsável pela secretaria é o secretário e na

ausência deste, o escriturário deve absorver as atividades e desempenhá-las

com eficiência, no entanto, é do gestor escolar a responsabilidade final dos

atos praticados no âmbito da secretaria da escola.

Documentação escolar

Dentre os documentos que toda escola deve possuir estão: publicação

dos Atos de criação e autorização para funcionamento; comprovantes de se-

gurança para o funcionamento (vistoria de bombeiro, limpeza de caixa d’água

3.1

Page 54: 1 Gestao Democratica

52

etc.); Regimento Escolar; Proposta Político Pedagógica; Plano Escolar, Plano de Curso; Grade

Curricular e Calendário Escolar.

Os atos praticados na escola devem ser registrados em livros ou arquivos de acordo com

sua natureza e finalidade. Embora algumas escolas públicas já mantenham sua escrituração em

arquivos digitais, a maioria ainda utiliza livros para registros, tais como:

• Livro de matrícula;

• Livro de ocorrências;

• Livro de acervo bibliográfico;

• Livro de reuniões pedagógicas;

• Livro de termo de visitas;

• Livros de Atas (Associação de Pais e Mestres; Conselho de Escola; Conselho de Sé-

rie/Classe/Termo).

Além desses registros, a escola deve manter na secretaria, local adequado para o ar-

quivo de expedição e recebimento de requerimentos, ofícios, comunicados; publicações;

diário de classe; lista piloto de alunos por classe, etc.

Documentação de pessoal

A escola deve manter na secretaria, prontuário da equipe gestora, docentes e fun-

cionários de apoio, devidamente organizado individualmente, em que conste documentação

pessoal e todas as ocorrências da vida funcional de cada servidor.

3.2

Page 55: 1 Gestao Democratica

53

O prontuário deve conter: cópia do RG, CPF, título de eleitor, comprovante de votação

(última eleição), certidão de nascimento ou casamento (verificar se o nome está atualizado),

certidão de nascimento dos filhos menores, certificado de reservista (quando for o caso);

comprovante de residência: conta de luz ou telefone ou outros comprovantes; comprovante

de conta bancária para fins de recebimento de salário; diplomas com histórico escolar; ficha

de assentamento funcional; declaração de acúmulo ou não de cargo e outros dados depen-

dendo de cada escola.

Documentações dos alunos

No prontuário dos alunos devem constar os documentos pessoais: cópias da certidão

de nascimento, RG, Registro de Matrícula (ou outro documento); comprovante de residên-

cia; comprovante de escolaridade anterior (se for o caso); histórico escolar atualizado; fi-

cha de matrícula devidamente preenchida e assinada; atestados (quando houver); ficha de

acompanhamento da vida escolar (desempenho e disciplinar); comunicados (para os pais,

conselhos etc.).

3.3

Page 56: 1 Gestao Democratica

4

Page 57: 1 Gestao Democratica

55

Avaliação institucional e de desempenho de alunos

Avaliação institucional

A avaliação institucional, realizada pelo coletivo da escola, analisa a

execução das ações e o cumprimento das metas planejadas e expressas no

Projeto Político Pedagógico e demais planos, com o objetivo de aprimorar os

resultados obtidos e encontrar soluções mais efetivas para os possíveis proble-

mas detectados. Sobre este assunto, a obra Avaliação e Aprendizagem (2007,

p.21), destaca:

A avaliação institucional é peça fundamental para o planejamento e a

gestão escolar. Ela ajuda a diagnosticar necessidades, definir metas, priorizar

intervenções, e reúne informações que possibilitam contextualizar os resulta-

dos das avaliações externas, expandindo a compreensão sobre os mesmos.

Relacionar as informações sistematizadas pela avaliação institucional

com as avaliações externas e a avaliação da aprendizagem (formativa) pode

iluminar a compreensão sobre os desafios vivenciados pela escola concreta-

mente ajudando a decidir sobre quais intervenções são as mais adequadas.

A análise da Instituição Escolar deve partir de um olhar profundo so-

bre as condições de funcionamento que a escola oferece à comunidade abran-

gendo todos os aspectos que determinam o bom atendimento e a garantia da

aprendizagem dos alunos.

4.1

Page 58: 1 Gestao Democratica

56

A seguir, elencamos algumas perguntas norteadoras para debates e tomada de

decisões:

a) quanto à infraestrutura:

• As ações apontadas para melhoria das condições da infraestrutura foram exe-

cutadas?

• Os resultados obtidos foram satisfatórios?

• Quais ações ainda serão necessárias para o cumprimento das metas propostas?

• Quais ações, cujas soluções dependem de órgãos superiores?

• Quais foram os encaminhamentos feitos pela escola?

• Quais foram os recursos recebidos pela escola e onde foram empregados?

b) quanto à aprendizagem e desempenho dos alunos:

• Das ações previstas visando à melhoria da aprendizagem dos alunos, quais atin-

giram o objetivo?

• Quais foram executadas na íntegra?

• Quais foram os elementos facilitadores e os que dificultaram sua execução?

• Quais ações ainda estão em andamento?

• Como foram ou estão sendo acompanhadas?

• Quais ações devem ser mantidas, reelaboradas ou suprimidas?

• Como foi o desempenho dos alunos nas avaliações externas?

• Que leitura a escola faz desses resultados?

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57

• Quais ações devem ser mantidas, implantadas/implementadas para melhorar

os indicadores da escola?

c) quanto à relação com a comunidade:

• A comunidade está envolvida com a escola?

• A escola está envolvida com a comunidade?

• A comunidade participa das ações desenvolvidas pela escola?

• Os pais participam dos Conselhos Escolares e Sociais?

• Os pais comparecem às reuniões promovidas pela escola?

• Os pais acompanham a vida escolar dos filhos?

Quais ações devem ser mantidas, implantadas/implementadas para efetivar a partici-

pação dos pais e comunidade na escola?

Das respostas encontradas, deve ser feita uma reflexão profunda pela equipe escolar

a respeito do foi previsto no planejamento e do que foi realizado, da forma em que as ações

foram executadas, do acompanhamento e dos resultados alcançados, pois é a partir desta

análise que surgirão novas propostas e encaminhamentos voltados, sempre, para a melhoria

da escola.

Avaliação de desempenho dos alunos

A avaliação de desempenho dos alunos deve ser considerada sob dois enfoques: a

avaliação interna realizada de forma contínua pela escola e as avaliações externas, realizadas

por órgãos estaduais e federais.

4.2

Page 60: 1 Gestao Democratica

58

A avaliação interna permite diagnosticar o nível de aprendizagem de cada aluno e

turma num determinado período (mensal, bimestral ou trimestral) e propiciar as interven-

ções necessárias para corrigir as lacunas de aprendizagem detectadas antes do término do

ciclo de escolarização. A equipe pedagógica deve intensificar, modificar e buscar novos pro-

cedimentos de trabalho junto aos alunos com baixo desempenho e levá-los a melhorar seu

rendimento, a partir da análise dos resultados obtidos e:

• Conhecendo o ritmo e a forma de aprendizagem do aluno;

• Adequando os processos de ensino de forma a acessar a maioria dos alunos;

• Acompanhando sistematicamente a produção dos alunos, intervindo sempre que

necessário;

• Estabelecendo atividades diferenciadas e reforço contínuo para os alunos com di-

ficuldade de aprendizagem, etc.

As avaliações externas do rendimento escolar são importantes, pois oferecem in-

dicadores comparativos de desempenho das turmas, escolas, municípios e estados, o que

possibilita a tomada de decisões dos gestores das escolas e dos dirigentes das diferentes

esferas governamentais quanto à correção de fluxo, capacitação de docentes e estabele-

cimento de novas metas para a Educação. Enquanto as avaliações internas verificam o de-

sempenho dos alunos durante o ano escolar, as avaliações externas são idealizadas e reali-

zadas para verificar o nível de aprendizagem obtido pelos alunos mediante o esperado no

final do ciclo avaliado.

As avaliações externas estão presentes no cotidiano dos alunos desde o Ciclo de Al-

fabetização até o curso superior. Dentre as avaliações externas da Educação Básica, citamos:

Page 61: 1 Gestao Democratica

59

Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA)

Avaliação externa criada após o estabelecimento do Pacto Nacional pela Alfabeti-

zação na Idade Certa– PNAIC envolve todos os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental das

escolas públicas e tem como objetivo principal avaliar os níveis de alfabetização e letramento

em Língua Portuguesa, alfabetização Matemática e as condições de oferta do Ciclo de Alfa-

betização das redes públicas.

O PNAIC é um compromisso que foi assumido pelos governos federal, do Distrito Fed-

eral, dos estados e municípios através de adesão formal com o objetivo de efetivar a alfabeti-

zação de todas as crianças até os oito anos de idade, que corresponde ao 3º ano do Ensino

fundamental. Esse compromisso está expresso no Decreto nº 6090 de 24 de abril de 2007,

que dispõe sobre a implantação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação:

Art. 2o A participação da União no Compromisso será pautada pela realização direta,

quando couber, ou, nos demais casos, pelo incentivo e apoio à implementação, por Municí-

pios, Distrito Federal, Estados e respectivos sistemas de ensino, das seguintes diretrizes:

I. estabelecer como foco a aprendizagem, apontando resultados concretos a atingir;

II. alfabetizar as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, aferindo os resulta-

dos por exame periódico específico;

A Avaliação Nacional da Alfabetização é realizada anualmente, sendo que a primeira

avaliação foi feita em 2013.

4.2.1

Page 62: 1 Gestao Democratica

60

Provinha Brasil

É uma avaliação elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-

cacionais Anísio Teixeira (Inep) e aplicada aos alunos matriculados no 2° ano do Ensino

Fundamental. Ela verifica a qualidade da alfabetização e o letramento dos estudantes das

escolas públicas.

Prova Brasil e Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb)

São avaliações externas desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Essas provas avaliam a qualidade do ensino ofere-

cido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados (para todas escolas

públicas do território nacional). Juntamente com a prova, são aplicados questionários socio-

econômicos por amostragem, cujas respostas devem fornecer informações relevantes que

podem interferir no desempenho escolar.

A Prova Brasil, integra o SAEB, e é aplicada em alunos do 3º, 5º e 9º anos do Ensino Fun-

damental das escolas públicas que tenham no mínimo vinte alunos em cada série. No Ensino

Médio são avaliados os alunos do 3º ano do Ensino Médio.

Por ser uma avaliação de amplitude nacional, as provas são elaboradas com base nos

referenciais curriculares de cada disciplina e série avaliada, constantes nos Parâmetros Curri-

culares Nacionais.

4.2.2

4.2.3

Page 63: 1 Gestao Democratica

61

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)

É uma prova realizada pelo Ministério da Educação e utilizada para avaliar a qualidade

do ensino médio no país. Seu resultado serve para acesso ao ensino superior em universida-

des públicas brasileiras, por meio do Sistema de Seleção Unificada (SISU).

Avaliações externas estaduais e municipais

Alguns Estados e Municípios instituíram avaliações externas estabelecendo parâme-

tros de qualidade da educação e oferecendo informações aos sistemas de ensino que subsi-

diem a reorganização e aprimoramento das propostas pedagógicas; a capacitação dos do-

centes e demais decisões.

O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) e o

Sistema de Avaliação da Educação da Paraíba – Avaliando IDEPB, são exemplos de avaliações

externas estaduais.

Municípios de diferentes estados estão elaborando avaliações externas com objetivo

de estabelecer parâmetros de qualidade a ser alcançados e subsidiar as Secretarias e Depar-

tamentos de Educação no gerenciamento da Educação ofertada.

4.2.4

4.2.5

Page 64: 1 Gestao Democratica

5

Page 65: 1 Gestao Democratica

63

Referências bibliográficas

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br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm. Acesso em 15 de janeiro de 2014.

______. Resolução/CD/FNDE nº 10, de 18 de abril de 2013. Dispõe sobre os critérios

de repasse e execução do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), em cumprimento

ao disposto na Lei 11.947, de 16 de junho de 2009. Disponível em http://www.fnde.gov.br/

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______. Portal do FNDE. Programa de Alimentação Escolar (PNAE). Disponível em

http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar/alimentacao-escolar-apresentacao.

Acesso em 27 de fevereiro de 2014.

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FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL. Avaliação e Aprendizagem: Avaliações externas: perspecti-

vas para a ação pedagógica e a gestão do ensino. Janeiro, 2007.

GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Educação: Diretrizes Ope-

racionais para o Funcionamento das Escolas da Rede Estadual de Ensino, 2014.

______. Secretaria de estado da Educação: Gerindo Recursos: fortalecendo a prática

democrática. 2013.

Lück, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora

Positivo, 2009.

RODRIGUES, Cínthia. O que faz e pensa o gestor escolar. Disponível em http://

gestaoescolar.abril.com.br/formacao/faz-pensa-gestor-escolar-507667.shtml. Acesso em 14

de janeiro de 2014.

SOARES, Maria Tereza Perez. Livro do diretor: Escolas, espaços e pessoas. São Paulo:

CEDAC/MEC/UNESCO, 2002.

Page 68: 1 Gestao Democratica

6

Page 69: 1 Gestao Democratica

67

Anexos

Anexo I – Legislação dos Conselhos Escolares (Secretaria Estadual da

Educação da Paraíba).

Anexo II– Conselhos Escolares: Uma estratégia de gestão democrática

da educação pública. (Publicado pelo Mec).

Anexo III– Procedimentos para execução do PNAE nas escolas estaduais

(Paraíba)

Anexo IV – Manual de Orientação para a Alimentação Escolar na Edu-

cação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e na Educação de Jovens e

Adultos (FNDE).

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69

Anexo I – Legislação dos Conselhos Escolares

APRESENTAÇÃO

A Secretaria da Educação e Cultura do Estado da Paraíba, na perspec-

tiva de contribuir para uma educação de qualidade, criou os Conselhos Esco-

lares, através do Decreto n.º 18.068/95, publicado no D. O. de 29 de dezembro

de 1995.

O conselho Escolar, instituição integrante da sociedade civil, com poder

deliberativo em relação ao processo de gestão democrática, tem personali-

dade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos.

Como pessoa jurídica, o referido conselho possui autonomia para exercer

direitos e contrair obrigações com os recursos recebidos de órgãos governamen-

tais, de entidades públicas e privadas, de doações, bem como dos provenientes

de campanhas escolares e outros.

Este manual apresenta, além do conjunto de normas legais que o respal-

da, orientações operacionais, objetivando uma configuração mais consistente

para a sua implementação.

Desta forma, espera-se que estejamos contribuindo para que este conselho

possa desempenhar suas funções com base mais solidas, do ponto de vista jurídico,

administrativo e educacional.

CARLOS PEREIRA DE CARVALHO E SILVA

Secretário do Estado da Educação e Cultura.

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70

1 – FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

O Conselho Escolar, comprometido com os objetivos gerais do ensino, respalda-se na

legislação vigente, em particular nas Constituições Federais e Estaduais, bem como na Lei nº

9394/96– LDB.

Derivando desta legislação mais ampla, um conjunto de normas localmente elabora-

das responde as necessidades relativas a sua implantação e funcionamento.

Os Conselhos Escolares, em nosso Estado, foram criados através do Decreto n.º 18.068,

de 28/12/1995 (ANEXO I)

Em 1996, a secretaria da Educação elaborou o documento intitulado ROTEIRO DE PROVIDÊN-

CIAS PARA IMPLANTACAO E FUNCIONAMENTO DO CONSELHO DE ESCOLA, aprovado pela Portaria

n.º 009, DE 28 de março, daquele ano,(ANEXO II), onde constam orientações gerais, modelos de ins-

trumentos que deverão ser utilizados (ANEXOS de III a V) e um Estatuto Padrão que regulamenta a

sua natureza, duração, sede, finalidades, composição, competências e funcionamento (ANEXO VI).

Em 1997, foi publicada a Portaria N.º 506, de 19 de dezembro, proibindo a acumulação

de funções do corpo diretivo de escola (diretor e vice-diretor) com a função de Presidente do

Conselho Escolar das unidades de ensino da Rede Publica Estadual (ANEXO VII).

Em 17 de fevereiro do mesmo ano, através do Ofício circular GS n.º 005/97, foi comu-

nicado, as unidades de ensino que o Conselho Escolar fica isento de contribuir para o INSS, de

acordo com o inciso I, do art. 15 da Lei nº 8.212 de 24/07/91 (ANEXO VIII).

Todavia, se os Conselhos contratarem qualquer pessoa física para prestar algum serviço

através de remuneração, serão, então, obrigados a recolher a Contribuição Previdenciária.

Em 21 de maio de 1997, um outro Decreto, o de n.º 18.893,acrescenta um dispositivo

ao art. 9.º do Decreto n.º 18.068, o inciso VII, atribuindo, ao presidente do Conselho,a com-

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71

petência de assinar e executar convênio relativo à escolarização da aplicação dos recursos

destinados à educação(ANEXO IX).

2 – ORIENTACOES GERAIS

2.1 – CONSCIENTIZAÇÃO DA COMUNIDADE

O Diretor da escola deve tomar a iniciativa para a criação do Conselho Escolar. Inicialmente,

deve haver uma preparação, com a participação de representantes de todos os profissionais da

escola e de grupos comunitários, para que eles tenham consciência da finalidade e dos benefícios

que o Conselho poderá proporcionar à comunidade escolar e, principalmente, ao aluno.

Para que a comunidade possa ser mobilizada, poderão ser utilizados os meios de comu-

nicação disponíveis, bem como a realização de encontros, palestras, reuniões com pequenos

grupos. Esses eventos deverão servir para se debater assuntos relacionados a gestão escolar,

vista sob três grandes aspectos: o administrativo; o pedagógico; e o financeiro.

Nesta direção, a comunidade passa a ser representada por uma Assembléia Geral cons-

tituída de sócios efetivos – pais de alunos, diretor, vice-diretor, professores e alunos; e de

sócios colaboradores – pessoal técnico-administrativos, pais de alunos, ex-diretores do es-

tabelecimento. Ex-professores, ex-alunos e os demais membros da comunidade, desde que

demonstrem interesse em prestar serviços à escola. São direitos dos sócios votar e ser votado,

por ocasião da escolha e seus pares para a criação do Conselho Escolar.

2.2 – PROCESSO ELEITORAL

A eleição é um ato democrático, que se constitui num exercício da cidadania. Todos

os candidatos e votantes deverão ser conhecedores da legislação que disciplina a criação de

um Conselho Escolar.

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72

Para que o Conselho Escolar seja implantado, algumas medidas devem ser tomadas,

na tentativa de subsidiar o processo eleitoral.

Perseguindo este objetivo, faz-se necessário instituir uma Comissão Eleitoral formada por

um grupo de profissionais da Escola e/ou da Região de Ensino, em numero de 3(três) ou 5(cinco),

escolhidos pela Assembléia Geral. Essa Comissão Eleitoral terá as seguintes competências:

– Eleger seu presidente, entre os profissionais escolhidos anteriormente:

– Divulgar documentos que disciplinam a criação do conselho, conscientizando os

interessados sobre a sua finalidade e a responsabilidade dos seus membros;

– Definir critérios e normas para escolha dos candidatos, referentes a cada segmento,

conforme a legislação vigente;

– Registrar os nomes dos candidatos;

– Apresentar os candidatos de cada segmento ao Público votante;

– Montar um cronograma, estabelecendo período e prazos para a campanha de divul-

gação das propostas dos candidatos ao pleito, tornando– o Público;

– Apresentar os modelos das células para campanha de cada segmento;

– Organizar as cédulas definitivas para as eleições, devendo estas serem rubricadas no

verso pelo presidente da Comissão;

– Definir data, local e hora para as eleições;

– Preparar a urna a ser apresentada aos votantes;

– Presidir a votação;

– Apurar os votos de cada segmento;

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73

– Dar posse aos eleitos;

– Proceder, em seguida, a eleição para os cargos majoritários do conselho, presidente

e vice– presidente;

Após as eleições, a comissão eleitoral se desfaz, por ser de caráter transitório.

2.3 – ORGANIZACAO DO CONSELHO ESCOLAR

Formado o Conselho Escolar por representantes, de todos os segmentos da comuni-

dade escolar e local, cabe a este colegiado cumprir determinados requisitos que garantam

sua legitimidade e efetivem a sua organização.

Observemos as medidas a serem adotadas, no sentido de viabilizar sua estruturação:

REGISTRO DO CONSELHO

O Presidente do Conselho deve solicitar o registro do Estatuto do Conselho Escolar no

Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas que responde pelo atendimento do Município,

no qual o Conselho está localizado.

Os documentos solicitados pelo Cartório são os seguintes:

– Requerimento: (ANEXO VII) endereçado ao oficial do Registro Civil de Pessoas Jurídi-

cas, solicitando o registro do Estatuto do Conselho Escolar, com firma reconhecida do Presidente;

– Dois exemplares do Estatuto com todas as folhas rubricadas e assinados, no final,

pelo Presidente, com firma reconhecida, contendo o visto de um advogado, que preste colabo-

ração voluntária, ou pela Procuradoria Jurídica da SEC, com o respectivo numero de inscrição

na OAB( Ordem dos Advogados do Brasil),conforme Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994;

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74

– Livro de Atas que contem a ata da criação do Conselho Escolar;

OBS: É dispensada a publicação de atos constitutivos de pessoa jurídica, para efeito

de registro Público, segundo a Lei nº 9.402/95

Nas duas vias do estatuto, será lançada a certidão do registro, com o numero de ordem,

livro e filha. Uma das vias será entregue ao presidente do Conselho e a outra arquivada no cartório.

As despesas com o registro do Conselho são de responsabilidade da escola, não sen-

do permitido o uso de recursos de convênio para esta finalidade.

Após registrado o Conselho, o Presidente solicitara, ao órgão competente – Receita

Federal– sua inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC.

ABERTURA DA CONTA BANCÁRIA

A conta Bancária deverá ser aberta em banco oficial no Município, pelo Presidente do

Conselho e Diretor da Escola ou Secretário, conforme instrução constante nos decretos em

anexo. Através dessa conta, o Conselho movimentará seus recursos, devendo apresentar, ao

Banco, a documentação pertinente (registro do Conselho em cartório e CGC).

Caso não exista, na localidade, estabelecimento bancário, os recursos serão deposita-

dos na agência bancária de mais fácil acesso.

INSTRUMENTOS PARA REGISTRO

Para que se possa garantir uniformidade e organização do Conselho, são necessários,

ao seu bom funcionamento, os seguintes instrumentos de controle:

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LIVRO DE ATAS

O livro de Atas, a ser aberto pelo Presidente do Conselho, deverá conter folhas nume-

radas. Sua finalidade é o registro das ocorrências das reuniões ordinárias, extraordinárias e

de criação do Conselho. Após o uso de todas as folhas, será feito um termo de encerramento

onde constará a finalidade a que o livro se destinou.

A redação das atas deve ser clara, sem rasuras e sem espaços em branco, e os números

devem ser escritos por extenso.

A ata deve ser lavrada no final de cada reunião pelo Secretário do Conselho, devendo

conter as assinaturas dos participantes da reunião.

LIVRO CAIXA

Este é um livro em que se registram todas as entradas (receitas e saídas (despesas) com

recursos financeiros que estão sob a responsabilidade do Conselho. Não deve conter rasuras.

LIVRO TOMBO

A utilização deste livro destina-se ao registro do patrimônio do Conselho, como equipa-

mentos e móveis, bem como para o registro de baixas, devidamente comprovadas, se houver tro-

cas, inutilizações ou perda de bens. Esses registros deverão ser feitos pelo Secretário do Conselho.

ARQUIVO

Além desses livros, é de fundamental importância a organização do arquivo, devendo

conter as seguintes pastas:

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• Pasta de documentos – onde devem ser arquivados todos os documentos com-

probatórios, como guias, notas, recibos, etc., devidamente assinados.

• Pasta de correspondência expedida e recebida – para arquivar a entrada e saída de

correspondências do conselho.

PROGRAMAÇÃO ANUAL

A programação anual do Conselho e o Plano de Ação da Escola devem ser traçados,

conjuntamente, de forma que reflitam os interesses e anseios da comunidade escolar e local.

A amplitude de suas ações, de caráter administrativo, pedagógico e social, aponta

para a necessidade de um planejamento socializado, ou seja, em que todos participem a fim

de que possam atingir os objetivos propostos.

RELATÓRIO ANUAL

No término do ano letivo, o Conselho, ao encerrar suas atividades, deverá elaborar

um relatório com as ações e/ou atividades realizadas, explicitando, também, as dificuldades

que impediram a realização do que foi programado. Este relatório deverá ser apresentado em

Assembléia Geral para aprovação, devendo ser remetida uma via para a Região de Ensino, e

outra ser arquivada.

PLANO DE APLICAÇÃO DE RECURSOS

De acordo com a programação anual, deverá ser elaborado um plano de aplicação de

recursos, a fim de que se tenha uma previsão das ações a serem desenvolvidas anualmente.

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77

REUNIÕES DO CONSELHO

O Conselho Escolar será fórum permanente de debates, de articulação entre os vários

segmentos e a Escola, com a finalidade de atender as necessidades comuns e dar andamento

aos encaminhamentos necessários à solução de problemas administrativo-pedagógico que

possam interferir no funcionamento da Escola.

As reuniões do conselho poderão ser ordinárias e extraordinárias.

As reuniões Ordinárias serão realizadas mensalmente, convocadas pelo Presidente

do Conselho ou, no seu impedimento, pelo vice-presidente ou, na ausência deste, por repre-

sentante designado pelo Presidente, no âmbito do colegiado, com 3(três) dias de antecedên-

cia e com pauta definida no edital de convocação (art. 6.º,S 1.º ao S 4.º do Estatuto padrão).

As reuniões extraordinárias realizar-se-ão, sempre que necessário, por convocação

do Presidente do Conselho ou por maioria simples de seus membros, através de requerimen-

to dirigido ao Presidente, especificando o motivo da convocação.

As reuniões extraordinárias serão convocadas com 24(vinte e quatro) horas de ante-

cedência e com pauta claramente definida na convocatória. Nestas reuniões extraordinárias,

somente poderão ser tratados os assuntos que provocaram a sua convocação.

Terão direito a voz todos aqueles que participarem das reuniões do conselho, que, de

forma direta ou indireta, são comprometidos com a Escola e com a comunidade.

Só terão direito a voz e voto os membros que constituem o Conselho Escolar.

A pauta das reuniões do Conselho deve ser direcionada a assuntos de natureza ad-

ministrativa, pedagógica, financeira e social, perseguindo os objetivos propostos ao desem-

penho deste colegiado.

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78

3 – PLANEJAMENTOS DE AÇÕES DO CONSELHO

O Conselho Escolar, perseguindo a sua finalidade, se permite efetivar, de forma coleti-

va, a gestão escolar, que se configura como um processo que rege o funcionamento da Escola.

Este processo compreende a tomada de decisão, planejamento, execução, acompa-

nhamento e avaliação das questões administrativas, pedagógicas, financeiras e sociais,

proporcionando a articulação entre a comunidade e setores da Escola, constituindo-se um

órgão auxiliar da direção da Unidade de Ensino.

Nesta perspectiva, o Conselho Escolar poderá estruturar seu planejamento, de acordo

com a natureza das ações que lhe são pertinentes, podendo tomar, como parâmetro, estas e

outras sugestões:

• Analisar e aprovar o Plano Anual de Atividades da Escola;

• Promover sessões de estudo envolvendo os conselheiros, a partir de suas necessi-

dades, visando proporcionar um melhor entendimento dos assuntos educacionais;

• Discutir, conjuntamente com a Escola, a proposta curricular (PCNs),visando ao aper-

feiçoamento e enriquecimento da mesma, respeitadas as diretrizes da Secretaria da

Educação -SEC;

• Participar da adoção de medidas que disciplinem a avaliação da aprendizagem

dos alunos;

• Tomar decisões junto com a Escola, no sentido de reduzir as taxas de repetência e

evasão Escolar;

• Propor medidas que favoreçam o acesso e a permanência do aluno na Escola;

• Sugerir programas de capacitação para professores, com visitas a melhoria da

qualidade do ensino;

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79

• Comunicar ao órgão competente sobre a adoção de medidas de emergência, em

casos de irregularidades graves na escola;

• Estabelecer critérios para distribuição de materiais, doações e outros bens adquiri-

dos pelo conselho, destinados a alunos ou a comunidade;

• Planejar, no âmbito do Colegiado, o cardápio da merenda escolar, de forma vari-

ada, considerando a necessidade dos gêneros alimentícios a serem utilizados, no

período pré-estabelecido pela coordenadoria de Assistência ao Estudante – CAE;

• Priorizar as ações de caráter emergencial, para aplicação dos recursos;

• Avaliar, periodicamente, o desempenho do Conselho, conjuntamente com seus

membros.

4 – RECURSOS FINANCEIROS

Os recursos financeiros têm por finalidade atender aos objetivos do conselho escolar

e são provenientes de:

• Convênios;

• Contribuições voluntárias dos sócios;

• Subvenções diversas;

• Doações;

• Promoções escolares;

• Outras fontes;

Os recursos de convênios deverão ser depositados em contas bancárias específicas a

serem mantidas em Banco Oficial. Estas contas serão movimentadas, pelo Conselho, através

de cheques nominais, assinados pelo Presidente e o Diretor da Escola.

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80

Os recursos oriundos de outras fontes, que não sejam convênios, poderão ser deposi-

tados em qualquer agência bancária e movimentados através de cheques nominais emitidos

pelo Conselho e assinados pelo Presidente e o Secretário.

Caso não exista, na localidade, estabelecimento bancário, os recursos serão deposita-

dos na agência bancária de mais fácil acesso.

APLICAÇÃO DE RECURSOS

Os recursos financeiros serão gastos de acordo com o plano de aplicação, previamente

elaborado e aprovado pelo Conselho Escolar.

Os recursos que não forem utilizados em prazo igual ou superior a 45(quarenta e cin-

co) dias serão, obrigatoriamente, aplicados no fundo de curto prazo, mais rentável no me-

mento, só sendo permitido o saque mediante previsão de despesas.

Ao final do exercício financeiro (dezembro), os saldos existentes, oriundos de convêni-

os com a SEC, serão recolhidos à conta bancária da secretaria, juntamente com a prestação

de contas, salvo se houver uma cláusula no convênio modificando esta norma. Neste caso, os

recursos permanecerão na conta do Conselho.

Cabe a este Colegiado acompanhar, supervisionar e fiscalizar a aplicação dos recursos.

Considerando a realidade do Estado da Paraíba, que apresenta uma rede escolar

bastante diversificada, a Secretaria da Educação e Cultura estabeleceu critérios que definem

as condições mediante as quais a escola poderá receber recursos.

Poderão receber recursos de convênio:

Escolas, independentemente do numero de alunos, que apresentem um padrão mín-

imo de funcionamento:

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81

• Estrutura física segura e adequada;

• Mobiliário indispensável;

• Instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias;

• Professorado em numero suficiente e com formação pedagógica mínima, de acor-

do com a Lei 9394/96.

Escolas que não possuem os padrões mínimos estabelecidos no item anterior, mul-

tisseriadas ou não, localizadas na zona rural ou urbana, que se agreguem financeiramente a

outra escola que possua Conselho, cabendo a esta as seguintes obrigações;

• Comunicar o valor do credito a quem tem direito, logo que lhe sejam remetidos

os recursos da SEC;

• Autorizar a(s) escola(s) a realização das despesas de manutenção e gêneros ali-

mentícios necessários ao seu consumo;

• Efetuar pagamento às firmas fornecedoras, mediante apresentação de notas fis-

cais enviadas pelas escolas agregadas.

Escolas que não apresentem as características anteriormente citadas e que se

agreguem entre si para formarem um Conselho Coletivo.

Vale ressaltar que qualquer tipo de escola que possua Conselho Escolar e seja autoriza-

da a aplicar recursos públicos deverá firmar convênio com a Secretaria da Educação e Cultura;

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Prestação de contas é o cumprimento de um compromisso assumido pelo proponente

(executor) responsável pela execução de um convênio que envolva recursos financeiros, de

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82

conformidade com as normas constantes no mesmo, firmado entre as duas partes. Este com-

promisso também se presta a qualquer outro tipo de repasse financeiro que não seja convênio.

É, portanto, uma atividade contábil que demonstra os atos praticados, isto é, as

ocorrências durante a execução do convênio.

A prestação de conta se compõe de:

1. Ofício ao Secretário da Educação encaminhado a prestação de contas;

2. Cópia do convênio;

3. Formulários próprios fornecidos pela SEC;

4. Notas fiscais;

5. Recibos comprobatórios das despesas;

6. Comprovante dos impostos pagos, ou seja, ISS (imposto sobre serviços); IRF (Im-

posto de Renda retido na Fonte); PROPENE desconto de 1.6;

7. Conciliação bancária anexada ao extrato de conta bancária;

8. Processo Licitatório se houver.

A prestação de contas consta de 3 vias, todas devidamente assinadas pela Região de

Ensino a que a escola está vinculada, obedecendo a tramitação seguinte:

1.ª Via – Encaminhada ao setor financeiro da Secretaria da Educação – UDF, para

análise financeira;

2.º Via – Ficará arquivada no Conselho Escolar, durante 5 anos;

3.º Via – Remetida à região de Ensino (cópia Xerox), para conhecimento e supervisão.

Finalmente, a prestação de contas deverá ser efetuada em tempo hábil, ou seja, de

acordo com os períodos dos repasses.

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83

ANEXOS

ANEXO I

DECRETO CRIA CONSELHOS DE ESCOLAS NA REDE OFICIAL

O Governador José Maranhão assinou o Decreto n.º 18068, de 28/12/95, que cria nas

escolas da Rede Estadual de Ensino os Conselhos de Escola. A proposta é trabalhar em parceria

com a comunidade, professores, funcionários e alunos. Os diretores das escolas têm o prazo

de ate noventa dias para promover a implantação do Conselho. A SEC ficara responsável pela

coordenação e supervisão no processo de funcionamento.

DECRETO N.º 18.068, DE DEZEMBRO DE 1995.

PUBLICADO NO D.O. DE 29.12.95

Cria no âmbito das unidades de ensino da Secretaria da Educação e Cultura, e no Con-

selho de Escola e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA, no uso das atribuições que lhe são conferi-

das pelo artigo 86, inciso XVII, da constituição Estadual e CONSIDERANDO que a escola não

deve se apresentar isolada nem distanciada da comunidade a que serve;

CONSIDERANDO que a integração dos diversos segmentos da comunidade escolar

representa, necessariamente, ganhos de qualidade para o processo esnino-aprendizagem;

CONSIDERANDO que a escola não pode prescindir do apoio da comunidade para o

desempenho de sua nobre missão,

DECRETA:

Art. 1.º – Ficam criados nas escolas da rede estadual de ensino da Secretaria da Edu-

cação e Cultura – SEC, os Conselhos de Escola.

Page 86: 1 Gestao Democratica

84

Art. 2.º – O Conselho de Escola é o órgão superior de deliberação coletiva, vinculado a

cada unidade de ensino, cuja finalidade é promover e apoiar a atuação integrada dos setores

técnicos, pedagógicos e administrativos que compõem a unidade escolar.

Art. 3.º – O Conselho de cada escola é constituído:

I. Do Diretor de Escola;

II. Do Vice-Diretor ou Vice-Diretores da Escola;

III. De um especialista em educação;

IV. De um professor, por turno de funcionamento;

V. De um funcionário;

VI. De um aluno maior de dezesseis anos, por turno de funcionamento;

VII. De um pai de aluno, eleito pelos demais pais de alunos matriculados no estabe-

lecimento;

VIII. De um representante da comunidade onde está inserida a unidade escolar, elei-

to, de preferência, pela Associação de Moradores respectiva.

§ 1.º – Logo após empossados, os membros do Conselho de Escola elegerão o Presi-

dente e o Vice-Presidente deste colegiado, dentre seus integrantes pertencentes à carreira do

magistério.

§ 2.º – No caso de renúncia ou afastamento legal do Presidente e do Vice-presidente,

o Conselho elegerá seus substitutos no prazo de trinta dias.

§ 3.º – Os membros de que tratam os Incisos III, IV,V e VI deste artigo, serão eleitos pe-

los seus pares com exercício ou matriculados, no caso dos alunos, na respectiva escola.

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85

§ 4. – É de competência do Conselho de Escola:

I. Exercer a supervisão geral no âmbito do estabelecimento;

II. Propor medidas visando a eficiência, melhoria e otimização do ensino;

III. Sugerir ações tendo em vista a integração escola-comunidade;

IV. Cumprir e fazer cumprir o Estatuto do Magistério Público do Estado da Paraíba e

outras normas referentes à educação;

V. Oferecer sugestões a serem incorporadas ao Plano Anual de Atividades da Escola;

VI. Receber e autorizar a aplicação de todo e qualquer recursos financeiro destinado

à escola, tanto dos oriundos de transferências do Salário Educação, quanto os

originários de doações e de outras fontes;

VII. Examinar semestralmente e, se for o caso, aprovar, a prestação de contas apre-

sentada pelos gestores dos recursos de que trata o inciso anterior;

VIII. Encaminhar, a quem de direito, as prestações de contas, com o respectivo parecer;

IX. Proibir, terminantemente, a solicitação de contribuições obrigatórias, em nome

da Escola aos membros da comunidade escolar;

X. Sugerir e apoiar medidas de conservação do imóvel da escola, suas instalações,

mobiliário e equipamentos;

XI. Elaborar e aprovar o seu próprio regimento.

Parágrafo Único – A fim de melhor desempenhar as suas funções, o Conselho de Es-

cola será inscrito e registrado nos órgãos próprios dos Governos Estaduais e Federais.

Art. 5.º – O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, extraordinariamente,

quando convocada pelo seu Presidente ou por maioria simples dos seus membros.

Page 88: 1 Gestao Democratica

86

Parágrafo Único – as reuniões do Conselho não são remuneradas.

Art. 6.º – Na ausência ou impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, responde

pela Presidência do Conselho o integrante do Grupo Magistério, membro do Colegiado, com

mais tempo de serviço na Escola ou, em caso de empate, o mais idoso.

Art. 7.º – O secretário da escola será também o Secretário Executivo do Conselho.

Art. 8.º – As decisões do Conselho serão tomadas por maioria simples de votos.

Art. 9.º – Ao Presidente do Conselho, compete:

I. Representar o Conselho;

II. Presidir as reuniões do Colegiado;

III. Convocar os membros do Conselho para as reuniões ordinárias e extraordinárias;

IV. Conceder licença para o afastamento temporário de qualquer membro do Con-

selho por um período nunca superior a noventa dias;

V. Gerir os recursos de que trata o inciso VI do artigo 4.º deste Decreto, deles pres-

tando conta, semestralmente, ao Conselho da Escola;

VI. Assinar e executar, conjuntamente com o Diretor Escolar da Unidade de Ensino, Con-

vênio tendo como objetivo escolarizar a aplicação dos recursos destinados à Educação.

Parágrafo Único – Se o afastamento, de que trata o inciso IV deste artigo, for superior

a noventa dias, implicará em vacância do cargo, exceto os casos previstos em Lei.

Art. 10 – Ao Secretário Executivo compete:

I. Secretariar as reuniões do Colegiado;

II. Lavrar as atas das reuniões;

III. Despachar o expediente do Conselho;

Page 89: 1 Gestao Democratica

87

Art. 11 – Aos Membros do Conselho, compete:

I. Colaborar nas iniciativas dos Colegiados;

II. Apresentar sugestões, visando à melhoria do processo ensino-aprendizagem na escola;

III. Participar das reuniões do Conselho;

IV. Votar e ser votado;

§ 1.º – Perderá o mandato o membro do Conselho que deixar de comparecer, sem

justificativa, a três reuniões consecutivas, ou a seis alternadas.

§ 2.º – Ocorrendo vaga, o Conselho promoverá a escolha de membro substituto, nos

termos do disposto neste Decreto.

Art. 12 – Os Diretores de escola têm o prazo de até noventa dias para, no âmbito de suas

respectivas unidades de ensino, promover a implantação do Conselho de que trata este Decreto.

Art. 13 – Compete ao Secretário da Educação e Cultura baixar as normas complemen-

tares a este Decreto, bem como supervisionar, coordenar e dirigir o processo de implantação

e funcionamento dos Conselhos de Escola.

Art. 14 – Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Art.15 – Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA, em João Pessoa, 28 de dezembro de

1995; 108º da Proclamação da República.

JOSÉ TARGINO MARANHÃO

Governador

IVERALDO LUCENA DA COSTA

Secretário da Educação e Cultura

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ANEXO II

ESTADO DA PARAÍBA

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E CULTURA

Portaria Interna n.º 009, de 28 de março de 1996

O SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, no uso das atribuições

que lhe confere o art. 90, inciso XI, do Regimento interno da SEC, aprovado pelo Decreto

n.º 13.699, de 25.07.90, e tendo em vista o que dispõe o Decreto n.º 18.068, de 28.12.95,

RESOLVE:

Art. 1.º – Aprovar o Retiro de Providências para fins de criação e implantação dos Con-

selhos de Escola nas Unidades de Ensino da Rede Pública Estadual, em anexo.

Art. 2.º – Revogadas as disposições em contrário, esta portaria entra em vigor na data

de sua assinatura.

IVERALDO LUCENA DA COSTA

Secretário da Educação e Cultura

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89

ANEXO III

Modelo de requerimento para registro do conselho escolar em cartório

Ilmo. (a) Senhor (a) Oficial do Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

________________________________, __________________________________

(nome do presidente) (nacionalidade)

_______________________________, ____________________________ residente

RG n.º – Órgão emissor (profissão)

Na _____________________________________________________, na qualidade de

(endereço)

Presidente do Conselho Escolar ____________________________________________

N. termos,

P. deferimento.

_______________________________,_______de___________________de________

___________________________________________

Presidente

(reconhecer a firma da assinatura do Presidente)

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90

ANEXO IV

MODELO DE ATA DE POSSE E DE ELEIÇÃO

DO CONSELHO DE ESCOLA

Ata da primeira reunião do Conselho escolar (nome da escola)

Aos ________________________dias do mês de ___________________ de 199___às

(número do dia, por extenso) (mês por extenso)

__________________ horas, no prédio onde funciona a Escola ___________________

______________________________________________________________________

Nome da escola

Esteve reunida a respectiva comunidade escolar, bem como representantes da Secreta-

ria da Educação e Cultura do Estado da Paraíba. A referida reunião teve por finalidade empossar

os membros do Conselho Escolar designados ou escolhidos conforme o que dispõe o Decreto

Estadual n.º 18.068, de conforme o que dispõe o Decreto Estadual n.º 18.068, de 28.12/1995.

O referido Conselho ficou assim constituído:

_______________________________________________________. Diretor da escola

(nome)

_____________________________________________, Vice-Diretor da mesma Escola;

______________________________________________________________________

(nome)

Representante dos especialistas em educação lotados no estabelecimento; dos professores

Page 93: 1 Gestao Democratica

91

____________________________________________________________,do turno da manhã;

(nome)

___________________________, do turno da tarde; e ___________________________,

(nome) (nome)

Do turno da noite, representante de seus pares; do turno do funcionário

______________________________; dos alunos ______________________________,

(nome) (nome)

Do turno da manhã; __________________, do turno da tarde; __________________,do

(nome) (nome)

Turno da noite; representantes do corpo discente;_____________________________,

(nome)

Representante dos pais de aluno e de _______________________________________,

representante da comunidade. (nome)

Logo após, os membros empoçados elegeram o Presidente e o Vice – Presidente do

Colegiado. Essas escolhas recaíram nos nomes dos senhores A e B, respectivamente. Nada

mais havendo a tratar, encerrou-se a reunião da qual eu, _____________________________,

Secretário Executivo do conselho Escolar (nome)

Lavrei a presente Ata que vai assinada por mim e pelas demais pessoas presentes à

reunião _______________________________ de___________________________de_______

(nome da escola) (nome da cidade)

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92

ANEXO V

MODELO DE ATA DE REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO ESCOLAR

Ata da ____________reunião do Conselho da Escola____________________________

(n.º de dia por extenso) (nome da escola)

Aos ____________________dias do mês de ___________________de 199___, às____

(n.º de dia por extenso) (mês por extenso) (Hs)

Horas, no prédio onde funciona a Escola _____________________________________

(nome da escola)

Estiveram presentes A, B, C, D, E F, todos os membros do Conselho Escolar X, para mais

uma reunião ordinária deste Colegiado. Abertos os trabalhos pelo senhor Presidente, este

ordenou a leitura da ata da sessão anterior que, depois de discutida e aprovada pelos presen-

tes, foi assinada por todos. Dando continuidade à pauta, foram apresentados os seguintes as-

suntos: X, K, Z, W e Y. Após a discussão dos mesmos e de acordo com a decisão dos presentes

foram tomadas as seguintes decisões: R, S, T, U, V e H. Nada mais havendo a tratar, encerrou-se

a reunião da qual eu, ________________________, secretário Executivo do Conselho Escolar,

nome

lavrei a Presente ata que, depois de lida e aprovada, será assinada por mim e pelas demais

pessoas presentes à reunião de sua leitura e aprovação.

____________________________, de _____________de ______________, de 199___.

Nome da cidade Dia mês

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93

OBSERVAÇÕES:

– O Diretor e o Vice-diretor são considerados membros natos, portanto, não serão votados;

– Caso exista, na Escola, mais de um vice-diretor, um deles deverá ser escolhido, ob-

servando-se os seguintes critérios:

• Ser portador de curso superior na área de educação;

• Ser o mais antigo na função;

• Ter disponibilidade para trabalhar pelo conselho.

– O diretor que estiver respondendo a inquérito administrativo deverá ser substituído

pelo vice-diretor, até a chegada do interventor, ou aguardar nova designação ou eleição

para o cargo considerado vago;

– O membro da comunidade e o pró-tempore não poderão assumir o cargo de presi-

dente do Conselho, sendo permitido a este último assumir qualquer outro cargo;

– Aos integrantes de Sindicatos, Associações Comunitárias e cidadãos filiados a par-

tidos políticos, fica assegurada a sua participação como membro do conselho, desde que

sejam eleitos, vetados proselitismo e pronunciamentos político-partidários nas reuniões

do Colegiado.

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94

ANEXO VI

ESTATUTO

CAPÍTULO I

DA NATUREZA, DURAÇÃO, SEDE E FINALIDADES

Art. 1.º O Conselho Escolar (nome da escola) é uma sociedade civil, não governamental,

sem fins lucrativos, apolítica, fundado em ______de _____________de 20____, com duração

indeterminada, com sede e foro em (nome da cidade), – Estado da Paraíba, por cujos atos e

obrigações não responderão individualmente os seus membros e está regida pelas leis do

país, pelo Decreto Estadual n.º 18.068, de 28.12.1995, e por este Estatuto e Lei n.º 18.893 de

21de maio de 1997.

Parágrafo único. A fim de melhor desempenhar as suas funções, o Conselho Escolar

está inscrito e registrado nos órgãos próprios dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

Art. 2.º O Conselho tem por finalidade promover e apoiar atuação integrada dos

setores técnicos, pedagógicos e administrativos que compõem a Escola (nome da escola).

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CAPÍTULO II

DA COMPOSIÇÃO

Art. 3.º O Conselho é composto:

I. Do diretor da Escola;

II. Do vice-diretor da Escola;

III. De um especialista em educação;

IV. De um professor, por turno de funcionamento;

V. De um funcionário

VI. De um aluno maior de dezesseis anos, por turno de funcionamento;

VII. De um pai de aluno, eleito pelos demais pais de alunos matriculados no estabele-

cimento.

VIII. De um representante da comunidade onde está inserida a unidade escolar, elei-

to, de preferência, pela associação de moradores respectiva.

§ 1.º Logo após empossados, os membros do Conselho Escolar elegerão o Presidente

e o Vice-Presidente do colegiado, que deverão pertencer ao grupo magistério.

§ 2.º No caso de renúncia ou afastamento legal do Presidente e do Vice-Presidente, o

Conselho elegerá seus substitutos no prazo de trinta dias.

§ 3.º O Diretor ou Vice-Diretor da Escola são considerados membros natos do Con-

selho, não podendo, entretanto, acumular estas funções com a de Presidente do Colegiado.

§ 4.º Não poderá integrar o Conselho o Diretor que estiver respondendo a inquérito

administrativo.

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96

§ 5.º Caso exista, na Escola, mais de um vice-diretor, deverá ser escolhido, para inte-

grar o Conselho, o mais antigo no exercício do magistério público estadual.

§ 6.º Os membros de que tratam os incisos III,IV, V e VI deste artigo, serão eleitos pelos

seus pares com exercício, ou matriculados, no caso dos alunos, na respectiva escola.

§ 7.º Será de dois anos o mandato dos membros referidos nos incisos III a VIII deste

artigo, podendo ser reconduzidos, por igual período, uma única vez.

§ 8.º É vedado ao representante de que trata o inciso VIII, bem como a professor

contratado pelo regime pró-tempore, assumir o cargo de Presidente do Conselho.

§ 9.º Todos os cargos da estrutura do Conselho serão exercidos de forma voluntária e

não remunerados.

Art. 4.º O Secretário da escola será também o Secretário Executivo do Conselho.

Parágrafo Único. Na eventualidade de a Escola não contar com Secretário, o Conse-

lho escolherá, dentre os seus membros, um secretário ad hoc para desempenhar as funções

previstas adiante no Art. 14.

CAPÍTULO III

DAS COMPETÊNCIAS DO CONSELHO

Art. 5.º Enquanto órgão superior de deliberação coletiva são competências do Con-

selho Escolar (nome da escola):

I. Exercer a supervisão geral no âmbito do estabelecimento;

II. Propor medidas visando a eficiência, melhoria e otimização do ensino;

III. Sugerir ações tendo em vista a integração escola-comunidade;

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IV. Cumprir e fazer cumprir o Estatuto do Magistério Público do Estado da Paraíba e

outras normas referentes à educação;

V. Oferecer sugestões a serem incorporadas ao Plano Anual de Atividades da Escola;

VI. Receber e autorizar a aplicação de todo e qualquer recurso financeiro destinado

à escola, tanto os oriundos de convênios, quanto os originários de doações, ar-

recadações e de outras fontes;

VII. Examinar em tempo hábil e aprovar a prestação de contas apresentada pelos ges-

tores dos recursos de que trata o inciso anterior;

VIII. Encaminhar, a quem de direito, as prestações de contas, com o respectivo parecer;

IX. Sugerir e apoiar medidas de conservação do imóvel da escola, suas instalações,

mobiliário e equipamentos;

X. Elaborar, reformar e aprovar o seu próprio estatuto;

XI. Elaborar e dar publicidade a informes pertinentes a seus propósitos;

XII. Firmar e manter convênios com entidades congêneres ou afins, públicas ou privadas;

XIII. Manter os membros da comunidade escolar regularmente informados das ativi-

dades levadas a efeito, assim como de qualquer outro assunto de seu interesse;

XIV. Promover e exercer atividades de caráter assistencial relacionadas com os fins

específicos.

CAPÍTULO IV

DO FUNCIONAMENTO

Art. 6.º O Conselho reúne-se, ordinariamente, a cada mês e, extraordinariamente,

quando convocado pelo seu Presidente ou por maioria simples dos seus membros.

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§ 1.º A convocação para as reuniões será feita mediante correspondência pessoal aos

membros do Colegiado ou por Edital que deverá ser afixado em local visível na Escola, com

antecedência mínima de 3(três) dias.

§ 2.º A convocação de que trata o parágrafo anterior deverá mencionar, explicita e

sumariamente, a ordem do dia, data, local e hora da reunião.

§ 3.º As reuniões do Conselho não são remuneradas.

§ 4.º As reuniões serão abertas, em primeira convocação, com metade mais de um dos

membros, na hora mencionada na convocação, ou meia hora depois com qualquer número,

lavrando-se ata dos trabalhos realizados.

Art. 7.º Na ausência ou impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, responde

pela Presidência do Conselho o integrante do Grupo Magistério, membro do Colegiado, com

mais tempo de serviço na Escola ou, em caso de empate, o mais idoso.

Art. 8.º As decisões do Conselho serão tomadas por maioria simples de votos; ou seja,

50% mais um dos componentes do Conselho Escolar presentes à reunião.

Art. 9.º Perderá o mandato o membro do Conselho que deixar de comparecer, sem

justificativa, a três reuniões consecutivas, ou seis alternadas.

Art. 10º Ocorrendo vaga, o Conselho promoverá a escolha de membro substituto, nos

termos do disposto neste Estatuto e no supracitado Decreto.

CAPÍTULO V

DA COMPETÊNCIA DOS MEMBROS DO COLEGIADO

Art. 11º Ao Presidente do Conselho compete:

I. Representar o Conselho;

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II. Presidir as reuniões do Colegiado;

III. Convocar os membros do Conselho para as reuniões ordinárias e extraordinárias;

IV. Conceder licença para o afastamento temporário de qualquer membro do con-

selho por um período nunca superior a noventa dias;

V. Gerir os recursos de que trata o inciso VI do artigo 4.º deste Decreto, deles pres-

tando conta, semestralmente, ao Conselho de Escola;

VI. Assinar e executar, conjuntamente com o Diretor Escolar da Unidade de Ensino,

Convênio tendo como objetivo escolarizar a aplicação dos recursos destinados à

Educação.

VII. Elaborar, anualmente, relatório das atividades do Conselho, com demonstrativos

financeiros de receita e despesa, bem como previsão orçamentária, para apre-

ciação e aprovação pelo Colegiado;

Parágrafo Único Se o afastamento, de que trata o inciso IV deste artigo, for superior a

noventa dias, implicará em vacância do cargo, exceto os casos previstos em Lei.

Art. 12.º Ao Vice-Presidente compete substituir o Presidente em suas faltas e impedi-

mentos.

Art. 13º À totalidade dos membros do Conselho compete:

I. Colaborar nas iniciativas e atividades do Colegiado;

II. Apresentar sugestões, visando à melhoria do processo ensino-aprendizagem na

escola;

III. Participar das reuniões do Conselho;

IV. Votar e ser votado.

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CAPÍTULO VI

DO Secretário EXECUTIVO

Art. 14º Ao Secretário Executivo compete:

I. Secretariar as reuniões do Colegiado;

II. Lavrar as atas das reuniões;

III. Preparar e despachar o expediente do Conselho;

IV. Desempenhar outras atividades compatíveis com o seu cargo.

CAPÍTULO VII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 15.º Em caso de dissolução do Conselho, todos os seus bens passarão a integrar

o patrimônio da Secretaria da Educação e Cultura do Estado.

Art. 16º É condição necessária para integrar o Conselho, ser pai ou mãe de aluno re-

gularmente matriculado na Escola, respeitando o inciso VII do art. 3.º, deste Estatuto.

Art. 17.º É vedada a ingerência de partidos políticos e de sindicatos nas deliberações

e atos do Conselho, sendo proibido, nas suas sessões, o proselitismo de qualquer espécie,

bem como pronunciamentos político-partidários.

Art. 18º O presente Estatuto entrará em vigor na data de sua publicação.

____________________________, de _____________de ______________, de 20___.

Nome da cidade Dia mês

______________________________________

Presidente

Visto de um advogado : ______________________________________

Nº de inscrição na OAB ______________________________________

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101

ANEXO VII

ESTADO DA PARAÍBA

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E CULTURA

Portaria n.º 0506, de 19 de 02 de 1997.

O SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, no uso das atribuições que

lhe confere o art. 13, do Decreto n.º 18.068, de 28.12.95,

RESOLVE proibir a acumulação das funções de Diretor e Vice-Diretor com a função de

Presidente dos Conselhos das Unidades de Ensino da Rede Pública Estadual.

IVERALDO LUCENA DA COSTA

Secretário da Educação e Cultura

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102

ANEXO VIII

ESTADO DA PARAÍBA

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E CULTURA

GABINETE DO SECRETÁRIO

Ofício Circular GS/n. º 005/97

João Pessoa, 17 de fevereiro de 1997

Senhor (a) Diretor (a)

Cumprimentando V.Sa., vimos comunicar-lhe que, após consulta à Superintendência

Estadual na Paraíba do INSS, sobre a cobrança de contribuição feita aos Conselhos de Escolas,

recebemos parecer do Chefe de Divisão de Arrecadação e Fiscalização, Sr. Evando Ricardo da

Silva, isentando os conselhos dessa contribuição, de acordo com o inciso I, do art. 15, da Lei

8.212, de 24.07.91, “considera-se empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco

da atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e

entidades da Administração Pública direta, indireta e fundacional”.

A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, prevista no art. 22,

incisos I e II, da Lei supracitada, é incidente sobre o total das remunerações pagas ou credita-

das, no decorrer do mês aos segurados empregados que lhes prestam serviços, o que não é o

caso dos Conselhos de Escola, entidades cuja única finalidade é a de acompanhar a aplicação

dos recursos públicos nos estabelecimento de Ensino da Rede Estadual.

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Todavia, se os Conselhos contratarem qualquer pessoa física para prestar algum serviço

através de remuneração, serão, então, obrigados a recolher a Contribuição Previdenciária.

Portanto, solicitamos que dê ciência deste às escolas desse CREC informando-os que

notificação recebida do INSS neste sentido, deve ser encaminhada a este Gabinete via CREC.

Atenciosamente,

IVERALDO LUCENA DA COSTA

Secretário da Educação e Cultura

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ANEXO IX

DECRETO N.º 18.893, DE 21 DE MAIO DE 1997.

ACRESCE DISPOSITIVO AO ART. 9.º DO DECRETO N.º 18.968,

DE 28.12.95, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA, no uso das suas atribuições que lhe

confere o art. 86, inciso IV, da Constituição do Estado,

DECRETA;

Art. 1.º – O art. 9.º, do Decreto n.º 18.068, de 28.12.95, passa a vigorar acrescido do

inciso VII, com a seguinte redação:

Art. 9.º – Ao Presidente do Conselho, compete:

I. .............................................................

II. .............................................................

III. .............................................................

IV. .............................................................

V. .............................................................

VI. .............................................................

VII. Assinar e executar, conjuntamente com o Diretor Escolar da Unidade de Ensino, Con-

vênio tendo como objetivo escolarizar a aplicação dos recursos destinados à Educação.

Parágrafo Único................................................................... ...................................................................

Art. 2.º– Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-

posições em contrário.

JOSÉ TARGINO MARANHÃO

Governador

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Anexo II – Conselhos Escolares: Uma estratégia de gestão

democrática da educação pública.

Recomenda-se a leitura dos manuais referentes aos Conselhos Escolares que podem

ser baixados através do site, em particular o módulo I “Módulo 1 – Conselho Escolar na de-

mocratização da escola”:

http://www.educacao.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=126

19&Itemid=661

Anexo III – Cartilha “Procedimentos para execução do PNAE nas

escolas estaduais”

Este Anexo está disponibilizado no DVD que acompanha a coleção de Manuais “Paraíba

Faz Educação – Apoio ao fortalecimento da Educação nos municípios paraibanos”.

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Anexo IV – Manual Orientação para a Alimentação Escolar na Educação Infantil,

Ensino Fundamental, Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos.

Este Anexo está disponibilizado no DVD que acompanha a coleção de Manuais “Paraíba

Faz Educação – Apoio ao fortalecimento da Educação nos municípios paraibanos”.

Também pode ser obtido em http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-

escolar/alimentacao-escolar-material-de-divulgacao/alimentacaomanuais/item/5129-

passos-para-executar-o-pnae

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