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1 Econ. Ieda Vasconcelos Reunião CIC FIEMG Novembro/2008

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Page 1: 1 Econ. Ieda Vasconcelos Reunião CIC FIEMG Novembro/2008

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Econ. Ieda Vasconcelos

Reunião CIC FIEMG

Novembro/2008

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A atual crise internacional teve início nos Estados Unidos, como uma “crise no pagamento de hipotecas”, avançou pela economia, ficou em “estado de letargia” por mais de um ano e acabou explodindo em meados de setembro/08, contaminando o mundo;

Agravamento da crise americana aconteceu com a quebra do Banco Lehman Brothers. Se não fosse esse, seria outro. O sistema já estava quebrado;

A crise já não é só internacional, ela é global;

Os ajustes necessários não foram feitos: questões políticas;

Diferentemente das crises mais recentes, a atual está concentrada em economias centrais;

É a mais séria crise desde 1929.

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A palavra-chave que levou ao colapso: alavancagem. A partir de cada dólar depositado, bancos de investimento passaram a fazer negócios num volume de 30 a 40 vezes maior do que poderiam pagar;

A crise , que atingiu a “corrente sanguínea” da economia mundial (o crédito), possui várias fases. Estamos na primeira: falta de confiança. Isso dificulta a circulação do dinheiro (receio de empréstimos), encarecendo o crédito.

Grande parte do sistema financeiro norte-americano encontra-se muito debilitado (“quebrado”) e o europeu também. É preciso ver o que sobrará para a Ásia;

Ainda não se tem idéia precisa do tamanho dos estragos e nem como, de imediato, juntar todos os destroços;

As soluções não são simples e entender o problema já é um grande avanço. O mundo está com uma “pneumonia tripla”.

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O atual cenário global inevitavelmente provocará redução:

do crescimento mundial;

da alavancagem financeira de instituições;

do crédito;

do preço de ativos (realinhamento).

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• O PIB dos Estados Unidos encolheu 0,3% no terceiro trimestre, no segundo trimestre o PIB havia subido 2,8%. Apesar de negativo, o número ficou acima das expectativas de analistas, que esperavam queda de 0,5%. Espera-se para o 4º trimestre uma nova redução.

• É o pior resultado desde a baixa de 1,4% verificada no terceiro trimestre de 2001, quando os EUA sofreram uma aguda crise.

• Os números indicam o que a economia mundial mais temia, apesar de já se esperar: a maior economia do planeta caminha para uma recessão, ou pelo menos uma forte desaceleração. Tecnicamente, um país entra em recessão após dois ou três trimestres de PIB negativo.

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A economia americana eliminou 240 mil postos de trabalho em outubro (este foi o décimo mês consecutivo de redução de vagas no país). De janeiro a outubro houve corte de 1,2 milhão de empregos no país, sendo que mais da metade desta perda foi registrada nos últimos três meses;

As vendas de veículos despencaram nos EUA com a crise: GM registrou queda de 45% em suas vendas em outubro, o qual considerou o pior mês para suas atividades nos últimos 25 anos. Perdas bilionárias na indústria automobilística americana.

O FMI refez suas projeções no início de novembro e divulgou que o crescimento mundial será de 3,7% em 2008. Para 2009 a alta deverá ser de 2,2% (a previsão anterior, divulgada há apenas um mês, era de 3%);

A desaceleração, causada pela crise global, será puxada especialmente pelos países desenvolvidos que terão queda no PIB de 0,3% em 2009, de acordo com o FMI.

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China anunciou pacote econômico de US$586 bilhões: Estímulo à sua economia, de 4 trilhões de yuans, para ser usado até 2010, para impulsionar a demanda doméstica. Os investimentos serão concentrados em infra-estrutura e bem-estar social. O pacote abrangerá programas como, casas para pessoas de baixa renda, infra-estruturas rurais, rede transporte, ambiente, inovação tecnológica.

A produção industrial na França caiu 0,5% em setembro. Na Espanha ocorreu declínio de 8,8% e na Itália a queda foi de 2,1%. Já na Alemanha o recuo observado foi de 3,6%.

Secretário Tesouro Americano (Henry Paulson), anunciou que o pacote de US$700 bilhões também deve ser usado para auxiliar empresas fora do setor bancário;

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Países em recessão :Alemanha – Recuo de 0,5% do PIB no terceiro trimestre , depois de redução de 0,4% no segundo. Resultados dos problemas enfrentados pelo país: dependência acentuada das exportações e consumo reduzido.

Itália – Recuo de 0,9% do PIB no terceiro trimestre , depois de queda de 0,4% no período anterior;

Irlanda – Recuo de 0,5% do PIB no segundo trimestre ;Letônia – Recuo de 0,5% do PIB no segundo trimestre ;Estônia – Recuo de 0,1% do PIB no terceiro trimestre; Japão: Queda de 0,1% no PIB no terceiro trimestre, depois de uma contração de 0,9% no segundo trimestre;

Países ameaçadosReino Unido – Queda do PIB: 0,5% no terceiro trimestre; Espanha – Queda do PIB: 0,2% no terceiro trimestre;Holanda – crescimento nulo no terceiro semestre, o segundo consecutivo.

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2006 2007 2008 (*) 2009 (*)Brasil 3,8 5,4 5,2 3,0Economias emergentes 7,9 8,0 6,6 5,1Economias avançadas 3,0 2,6 1,4 -0,3Mundo 5,1 5,0 3,7 2,2Fonte: Relatório: "Perspectivas de la economia mundial", FMI.(*) Projeções FMI (Novembro/2008).

PROJEÇÕES FMI PARA ECONOMIA MUNDIALTaxas de crescimento anual - %

1 mês atrás o FMI tinha divulgado que o economia mundial cresceria 3% em 2009 e o Brasil 3,5%.

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2006 2007 2008 (*) 2009 (*)Mundo 5,1 5,0 3,7 2,2Economias avançadas 3,0 2,6 1,4 -0,3Estados Unidos 2,8 2,0 1,4 -0,7Alemanha 3,0 2,5 1,7 -0,8França 2,2 2,2 0,8 -0,5Itália 1,8 1,5 -0,2 -0,6Espanha 3,9 3,7 1,4 -0,7Japão 2,4 2,1 0,5 -0,2Canadá 3,1 2,7 0,6 0,3Economias emergentes 7,9 8,0 6,6 5,1África 6,1 6,1 5,2 4,7Rússia 7,4 8,1 6,8 3,5China 11,6 11,9 9,7 8,5Índia 9,8 9,3 7,8 6,3Brasil 3,8 5,4 5,2 3,0México 4,9 3,2 1,9 0,9Fonte: Relatório: "Perspectivas de la economia mundial", FMI.

(*) Projeções FMI (Novembro/2008).

Projeções

Taxas de crescimento anual - %

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O Federal Reserve (Fed, o BC americano) reduziu sua taxa de juros para 1% ao ano, nível visto pela última vez em maio de 2004;

O Banco da Inglaterra (BC inglês): a taxa básicas de juros passou de 4,5% para 3%. O corte de 1,5 ponto percentual foi o maior desde março de 1981;

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa básica de juros na zona do euro em 0,5 ponto percentual, para 3,25% ao ano, com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico;

O Banco do Povo da China (BC do país) também adotou a redução da taxa de juros de depósitos e empréstimos. A taxa de juros dos empréstimos foi reduzida em 0,27 ponto percentual para 6,66% ao ano;

Brasil: mantém a taxa em 13,75% ao ano.

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12 Fonte: Folha On Line – 29/10/2008Fonte: Folha On Line – 29/10/2008Fonte: Folha On Line – 29/10/2008Fonte: Folha On Line – 29/10/2008

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Reunião G-20

Na declaração final da Cúpula do G20, cujos países representam 85% da economia mundial, os líderes se comprometeram a realizar uma reforma dos mercados financeiros por maior transparência e regulação, e que promova uma maior integridade no sistema;

Documento fala em comprometimento de aplicar medidas fiscais para estimular as economias nacionais, e lista algumas áreas que devem ser priorizadas antes de 31 de março de 2009.

As prioridades apontadas são: a reforma dos aspectos da regulação que colaboram para a crise, as normas de contabilidade, a transparência dos mercados derivados, as práticas de remuneração e a avaliação das necessidades de capital das instituições financeiras internacionais.

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Diante da crise o medo da insolvência se espalhou;

O Brasil ainda não tem problemas de solvência, mas de liquidez, que ocorre em função do “empoçamento” do dinheiro (crédito).

As instituições financeiras não estão emprestando o dinheiro disponível: temor/momento de instabilidade/falta de confiança;

O medo da insolvência está fazendo os agentes se comportarem como se o Brasil tivesse um problema de solvência;

No mundo todo o dinheiro está indo para os títulos do governo americano (pouca rentabilidade, mas muita segurança).

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Pontos importantes na economia nacional:

O sistema financeiro nacional não se envolveu na compra dos

chamados “subprimes” (ativos podres), o que, a principio, gera

uma certa tranqüilidade para os bancos brasileiros;

O sistema bancário nacional não é excessivamente alavancado

como o americano e europeu;

A desaceleração que se vislumbra atinge, mais fortemente, os

países desenvolvidos. Países como a China, Índia e Brasil,

apesar das dificuldades que enfrentarão, podem ganhar novo

destaque com a crise.

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Pontos importantes na economia nacional: O país é um grande exportador de commodities minerais e

agrícolas. Num futuro pode-se pensar nas commodities energéticas (petróleo e etanol). Por este motivo o Brasil pode exercer posição privilegiada na retomada do crescimento da economia mundial;

O atual nível de reservas proporciona ao Banco Central maiores condições de atuação nas flutuações do câmbio;

O Brasil está em uma situação melhor que a da maioria dos outros países nesse momento de crise: possui uma larga margem de depósitos compulsórios e uma maior regulação de seu sistema financeiro.

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0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

Fonte: Banco Central do Brasil.

Evolução das reservas internacionaisUS$ milhões

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Setores que o Governo Federal tem considerado como

estratégicos/prioritários para que a economia continue andando:

Exportação;

Agricultura;

Construção civil;

Indústria automotiva.

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Reflexos já sentidos no país: Queda no preço das ações (em função das incertezas e do grande

colapso financeiro, investidores internacionais tendem a vender seus papéis de maior risco com o objetivo de fazer caixa e honrar os compromissos. Além disso, o país sente os efeitos da desvalorização no preço das mercadorias básicas) ;

Alta do dólar (chegou a R$2,40) – volatilidade do câmbio;

Contração do crédito externo; Encarecimento do crédito interno de uma forma geral (destaque

veículos, imóveis).

No Brasil, o principal efeito da crise: a dificuldade em se obter crédito.

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Alta do dólar pressionou e a inflação medida pelo IGP-DI subiu 1,09% em outubro ante elevação de 0,36% em setembro;

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ocorreu uma retração de 11,6% nas vendas de veículos no país em outubro em relação a setembro, e de 3,7% contra outubro de 2007;

Alguns setores antecipam férias coletivas e revêem contratação de final de ano;

Alguns investimentos em compasso de espera; A maioria dos dados relativos ao mês de outubro (produção industrial,

emprego formal, lançamentos, vendas de imóveis, entre outros) ainda não foram divulgados. É eles que possibilitarão “enxergar” alguns reflexos concretos da crise na economia real.

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Bolsa em nível de eletrocardiograma: falta de previsibilidade e

tendência dos acontecimentos.

-15,00

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

Variação % - Ibovespa - Outubro/2008

Fonte: Bovespa.

%

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1,50

1,80

2,10

2,40

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8/20

08

10/0

9/20

08

15/0

9/20

08

18/0

9/20

08

02/1

0/20

08

08/1

0/20

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14/1

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17/1

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22/1

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28/1

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13/1

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14/1

1/20

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Evolução da cotação do dólar (*)

Fonte: Banco Central(*) Refere-se ao dólar oficial venda, divulgado Banco Central.

R$

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Algumas medidas adotadas no Brasil: Mudanças nas regras dos depósitos compulsórios, com o objetivo de

aumentar a oferta de crédito na economia; Criação de uma linha internacional de crédito para auxiliar os exportadores; O Banco do Brasil antecipou R$5 bilhões em crédito para o setor agrícola; R$10 bi do BNDES para reforçar o capital de giro de exportadores; R$5 bi do Banco do Brasil para capital de giro de pequenas e médias

empresas; R$21 bi de folga de caixa nas empresas com o adiamento do pagamento de

tributos; R$4 bi do Banco do Brasil para o financiamento de automóveis; R$5,25 bi do FAT para pequenas empresas e agricultura familiar.

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Algumas medidas adotadas no Brasil:

Banco Central do Brasil e o Federal Reserve (Fed, banco central

dos EUA) anunciaram uma linha de swap (troca) de dólares

americanos por reais no valor de US$ 30 bilhões. Segundo o BC,

essa linha será utilizada para incrementar os fundos disponíveis

para as operações em dólares feitas pelo BC no Brasil.

Este swap evidenciou que o Brasil é importante para a

estabilidade da economia mundial.

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Algumas medidas adotadas no Brasil: A Caixa Econômica Federal vai liberar R$ 2 bilhões para financiar bens

de consumo diretamente no varejo (eletrodomésticos, eletrônico, móveis, TV e vídeo, além de material de construção).

Alguns Estados tem adotado medidas para amenizar os efeitos da crise global em suas economias, como, por exemplo:

O Governo de São Paulo lançou linha de crédito de R$4 bilhões para indústria automobilística, através do Banco Nossa Caixa.

O Governo de Minas Gerais divulgou um conjunto de medidas, como a prorrogação do prazo para recolhimento do ICMS e a ampliação das linhas de crédito do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para combater os efeitos da crise internacional na economia mineira.

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Agropecuária - Total 5,5Indústria - Total 5,5

Extrativa Mineral 4,4Transformação 4,7Construção civil 8,8Produção e dist. de eletricidade, gás e água 5,1

Serviços - Total 4,5Comércio 7,3Transporte, armazemagem e correio 4,2Serviços de informação 7,8Intermediação Financeira 10,6Outros Serviços 2,6Atividades imobiliárias e aluguel 2,1Administ., saúde e ed. públicas 1,6

Valor Adicionado a Preços Básicos 4,8Impostos sobre produtos 6,5PIB a preços de mercado 5,0Fonte: Relatório de Inflação - Setembro/2008 - Banco Central.(*) Estimativas para o PIB 2008 - Banco Central.

Produto Interno BrutoProjeções de crescimento para 2008 (*)Variação % acumulada no ano (estimativa)

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Relatório Focus: pesquisa realizada semanalmente pelo Banco Central, com analistas do mercado financeiro, e mostra as perspectivas para a economia nacional (2008 e 2009) através de vários indicadores.

Há 4 Há 1 Há 4 Há 1

semanas semana semanas semana

IPCA (%) 6,23 6,40 6,39 4,90 5,20 5,20

IGP-DI (%) 10,55 10,95 10,97 5,50 5,80 5,80IGP-M (%) 10,53 11,07 11,07 5,50 5,85 6,00

IPC-Fipe (%) 6,40 6,54 6,56 4,70 4,70 4,72Taxa de câmbio fim de período R$/US$Meta Taxa Selic - fim de período - % 14,50 13,75 13,75 13,50 13,25 13,31

PIB (% de crescimento) 5,22 5,23 5,23 3,35 3,00 3,00Fonte: Focus - Relatório de mercado - Banco Central.

2,01 2,101,90 2,05 2,10 1,90

FOCUS - RELATÓRIO DE MERCADO (14/11/2008)

2008 2009

Mediana - AgregadoHoje Hoje

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O Governo autorizou os bancos brasileiros em geral a direcionar 5%

do saldo da poupança para capital de giro das construtoras;

Atualmente os bancos são obrigados a aplicar 65% do saldo da

poupança em financiamento imobiliário. Esses 5% (que pode

corresponder a cerca de R$10 bilhões) poderão ser abatidos deste

total;

A Caixa já divulgou que poderá destinar R$3 bi para esta modalidade;

Conselho do FGTS aprovou orçamento de R$27,4 bilhões para 2009.

Em 2008 o orçamento foi de R$17 bilhões. O FGTS vai investir R$11,8

bilhões no financiamento habitacional no próximo ano. Somente para

habitação popular foram aprovados R$7,4 bi, enquanto orçamento

2008 foi de R$4,4 bi.

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A Caixa Econômica Federal ampliou o limite de financiamento para compra de material de construção de R$7.000 para R$25.000. O empréstimo tem juros de 6% a 8,16% ao ano, de acordo com a faixa de renda.

MP 443: Autoriza a criação da empresa Caixa – Banco de Investimentos S/A. Por intermédio desse futuro banco de investimento, a Caixa poderá adquirir participações societárias no capital de qualquer empresa, inclusive do setor de construção. Equívoco: o setor da construção civil “estranha” este fato.

MP 443: Comprar partes de empreendimentos imobiliários por meio de Sociedade de Propósito Específico (SPE). Esta poderia ser uma boa opção, mas foi dificultada pela MP – condicionada a eventualidade da criação da CaixaPar.

A MP 443 permite ainda ao Tesouro Nacional conceder crédito adicional de R$3 bi ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para garantir capital de giro às empresas contratadas pelo setor público para execução da obras do PAC.

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Mercado imobiliário: redução das expectativas; O setor sofre com o “empoçamento” do crédito; Reflexos devem ser sentidos especialmente no

segundo semestre de 2009: período onde poderá se observar, nos indicadores, os investimentos postergados.

O setor trabalha para minimizar os impactos da crise, mas reconhece que eles serão sentidos, assim como a economia de uma forma geral.

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2009: Um ano de ajustes; A situação externa é extraordinariamente frágil; 2008 registrará um crescimento significativo, isso é inegável. Mas

também é inegável que as atividades econômicas em 2009 perderão velocidade: reflexos da crise internacional e dos aumentos na taxa básica de juros, iniciados em abril.

Importante: menor crescimento não significa “recessão”. No Brasil, até o momento, não há previsões concretas de recessão. Mas é unanimidade que o crescimento será bem mais modesto no próximo ano.

Recessão: Tecnicamente, os economistas consideram que há recessão quando o PIB cai 02 ou 03 trimestres consecutivos.

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Desaceleração do PIB nacional. O consumo das famílias e o investimento das empresas, dois dos principais pilares de expansão da economia nos últimos anos, cresceram justamente pela grande oferta de crédito. Com menos crédito, gasta-se menos, a produção reduz e o crescimento é menor. De 5,2% previsto para o crescimento do PIB em 2008 a expectativa é 3% em 2009: desaceleração.

O que fazer? O Brasil deveria aproveitar o momento e avançar nas reformas tributária, previdenciária e trabalhista. Isso fortaleceria o processo de confiança. O Brasil tem a oportunidade de se destacar.

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O que tranqüiliza em relação ao setor da construção/financiamento habitacional:

As características do crédito imobiliário no país; 2% do PIB, enquanto, nos EUA, ultrapassa 60%; A concessão de crédito no país é muito criteriosa. Financiamento

menor do que o valor do imóvel e comprometimento da renda até 30%;

No Brasil os recursos para o financiamento imobiliário são definidos pelo FGTS e pela poupança, fontes que tem regras próprias;

O volume de recursos disponíveis para o financiamento imobiliário para o comprador de imóvel não deverá ser reduzido;

O mercado secundário no Brasil é muito incipiente, ainda está sendo construído.

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O que preocupa de uma forma geral: O efeito “empoçamento do crédito”: existe o dinheiro, mas os

agentes estão receosos em fazer os negócios. É o medo da insolvência que paralisa o crédito;

Crédito mais caro: financiamento imobiliário: algumas instituições já aumentaram juros;

O crédito ficou mais raro e caro num momento em que os agentes econômicos (setor privado, consumidores) trabalhavam com expectativas positivas para o futuro. Resultado: desaceleração das atividades econômicas;menor investimento e menor consumo. Menor crédito, menor demanda.

Economia crescendo menos, menor geração de empregos, menor crescimento da renda, adiamento de compras de longo prazo.

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Diante do novo cenário, desenhado a partir da segunda quinzena de setembro/08, a construção civil também deverá registrar um menor crescimento de suas atividades em 2009 (crescimento superior a 8% em 2008 e possivelmente menor do que 5% em 2009);

Mesmo com a manutenção das obras do PAC, preocupa o menor crescimento do país, porque pode ensejar em menor investimento, menor geração de renda e emprego;

Se considerarmos que uma das fontes de recursos era via mercado de capitais isso significa menor volume de recursos disponíveis para o setor.O último IPO de empresa de construção ocorreu em outubro do ano passado;

2009: ano de ajustes, desaceleração econômica. Mas não será o fim do mundo.

Neste novo cenário: planejamento das empresas é fundamental.

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Trecho do artigo: “A crise sem lágrimas” de Delfim Netto

Publicado no Valor Econômico – 11/11/2008

“ Vamos ousar. O crescimento de 2009 não está escrito nas estrelas, nem está na história de 2008. No caso brasileiro, temos condições um pouco melhores do que a maioria dos países emergentes: temos energia interna para sustentar um nível certamente menor, mas não catastrófico, da atividade econômica sem sacrificar o "espírito de desenvolvimento" que ressuscitamos apenas em 2006. O que será 2009? Não, necessariamente, o que os analistas prevêem. Ele será o que formos capazes de fazer dele com nossa inteligência e ousadia. E isso exige uma ação decidida e mais ágil do Estado para: 1) dar "conforto" ao setor privado financeiro e real para tomar os seus riscos; e 2) não reduzir os investimentos do PAC, ainda que isso custe um corte duro nas despesas de custeio, obviamente excluídas as políticas sociais. “

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Fase 1: Superar a crise de confiança.

Fase 2: Impactos macroeconômicos da fase 1:Adaptar ao fato de que o mundo vai mandar menos dinheiro para o Brasil;O preço das commodities deve reduzir;A taxa de câmbio vai subir. Não nos patamares atuais, mas superior ao verificado anteriormente;A inflação poderá ficar pressionada;Juros poderão ficar mais altos;

Fase 3: Como o Brasil viverá sem o grande fluxo do capital externo.

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A duração das fases no Brasil vai depender da velocidade com que o

mundo vai se ajustar e da capacidade do Governo Federal e do setor

privado concentrar esforços para resolver as novas questões

apresentadas;

2009 será consumido com o ajuste externo e interno;

No médio prazo, o Brasil precisará conviver com:

Câmbio mais alto do que os patamares anteriores a crise;

Menor crescimento da economia;

Inflação poderá ficar pressionada.

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Depois de crescer 5% em 2007 no país, vários indicadores demonstram o bom dinamismo das atividades da construção em 2008: perspectivas de crescimento em torno de 8,5% neste ano;

Números expressivos na geração de vagas formais; Incremento do financiamento imobiliário; Aumento no número de lançamentos de imóveis e no número de

unidades vendidas; Crescimento no faturamento da indústria de materiais de construção; Aumento na produção de insumos típicos do setor. O setor da construção conta com uma cadeia produtiva evoluída,

moderna e competitiva; Menor crescimento em 2009. Entretanto, o setor busca reduzir ao

máximo os impactos do atual turbulência internacional em suas atividades.

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Mês Ano 12 mesesAço CA 50 A 10mm 1,81 59,85 62,31Telha fibrocimento ondulada 6mm - 2,44 x 1,10m 0,00 31,00 33,40Bloco de concreto sem função estrutural 2,01 28,93 32,29Tubo de ferro galvanizado com costura 2 1/2" -5,24 26,07 29,67Concreto fck 25 Mpa 5,96 21,27 24,88Cimento CP 32 II 6,00 11,97 21,37Fechadura para porta interna -0,73 16,64 16,94Bacia sanitária com caixa acoplada 2,86 16,13 16,32Tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto 150mm -4,79 7,19 14,32Fonte: Sinduscon-MG.

CUSTO DA CONSTRUÇÃO (CUB/m²)

DiscriminaçãoVariação %

VARIAÇÕES % EM OUTUBRO/08 DE ALGUNS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

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Janeiro/08 0,15 Fevereiro 2,59 Março 3,19 Abril 1,52 Maio 5,75 Junho 5,62 Julho 6,02 Agosto 10,36 Setembro 3,97 Outubro 1,09 % Acum. Ano ( janeiro a outubro/08) 47,84 % Acum. 12 meses (novembro/07/outubro/08) 48,41 Fonte: FGV.

Período

INCC Aço CA 50 A/CA 60

Variação %

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No meio do atual tsunami financeiro internacional é necessário confiar que o Brasil de hoje é diferente do Brasil de ontem. O país avançou, apesar das fragilidades.

A estabilidade macroeconômica, câmbio flutuante, crescimento da renda, maior geração de empregos formais, controle da inflação e reservas internacionais fortalecem a esperança.

Outro aspecto importante: o país não abusou da grande causa da derrocada mundial, o excesso de alavancagem. Apesar disso, preocupa a duração da fase “falta de confiança”. Não há sistema que resista.

O cenário com maior probabilidade de acontecer, demonstra que o Brasil “escorrega” em função da crise, mas consegue se levantar. Neste contexto, a previsão de crescimento do PIB gira em torno de 3% e a inflação dentro dos limites da meta: 5,2%.

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A economia mundial crescerá menos em 2009. O Brasil crescerá menos em 2009. Está se formatando uma desaceleração das atividades econômicas. Mas, esse menor crescimento não significa recessão.

O país precisará conviver com menor volume de crédito mundial e possíveis pressões inflacionárias;

Neste momento de instabilidade internacional é natural que as empresas e pessoas em geral fiquem mais cautelosas;

Para a construção civil a perspectiva também é de crescimento menor em 2009, com redução dos lançamentos imobiliários e unidades vendidas. Por outro lado o Governo sinaliza a manutenção das obras do PAC. Setor continuará crescendo, mas com velocidade menor;

O planejamento das empresas é fundamental. Deve-se traçar o caminho a ser seguido e estudar as direções a serem tomadas;

O Governo Federal acerta ao incentivar a construção civil: setor estratégico para o desenvolvimento do país (extensa cadeia produtiva e grande gerador de mão-de-obra).

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Lembrando uma frase do saudoso Chico Xavier:

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo

começo, qualquer um pode começar agora e fazer um

novo fim.”

Mãos à obra Brasil.