1-2 apostila de cirurgica i.doc

65
CEDUP- CENTRO DE EDUCAÇAO PROFISSIONAL- CHAPECÓ CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM CIRÚRGICA I CHAPECÓ/SC 2010

Upload: jean-bernardes

Post on 11-Aug-2015

544 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

1

CEDUP- CENTRO DE EDUCAÇAO PROFISSIONAL-CHAPECÓ

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

CIRÚRGICA I

CHAPECÓ/SC 2010

Page 2: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

HISTÓRICO

Cirurgia era conceituada antigamente como sendo o ramo da medicina que tratava das doenças por meio de intervenções manuais.Etimologicamente, cirurgia, palavra originada do grego, significa trabalho manual, e como tal era encarda no passado, onde o cirurgião era apenas o executor da operações com a indicação e supervisão de um médico clínico.A cirurgia é a ciência e arte, e como tal deve ser aprendida. Como todas as artes, exigirá um aprendizado manual paciente e bem conduzido;como ciência, é a renovação dinâmica e constante de preceitos e conceitos em função de sua própria evolução.A operação ou intervenção cirúrgica é o tratamento cruento de transtornos orgânicos ou funcionais.Para realizar uma intervenção cirúrgica o cirurgião deve estar inteirado da patologia da lesão que vai tratar, da anatomia da região a operar,e logicamente da técnica a empregar.Exige-se hoje dos cirurgiões uma esfera de conhecimentos mais vasta, que abrange desde os fundamentos anatômicos e fisiológicos, até à compreensão psicológica do paciente, passando pelos domínios da bioquímica, imunologia e bacterologia.O conceito antigo de cirurgia é hoje apenas um de seus capítulos, a Técnica Cirúrgica.As cirurgias são realizadas desde a antiguidade, mas neste século é que vem apresentando grandes êxitos, devido ao crescente desenvolvimento científico e tecnológico, o que propicia a redução marcante das complicações operatórias. - Cirurgia é um método de tratamento de doenças, lesões ou deformidades internas ou externas executado através de técnicas geralmente realizadas com auxilio de instrumentos. - Enfermagem Cirúrgica – é aquela que trata dos cuidados globais de enfermagem prestados ao paciente nos períodos pré-operatório, trans-operatório e pós-operatório.,Esses cuidados objetivam: minimizar os riscos cirúrgicos, dar maior segurança ao paciente, reabilita-lo para se reintegrar a família e a sociedade o mais rápido possível.

2

Page 3: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO

Conceito – Centro cirúrgico é uma unidade especializada de um hospital, constituída por mais de uma sala de cirurgia, destinada tanto a realização de procedimentos de qualquer natureza, que venham requerer intervenção cirúrgica, como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.

Localização – Deve ocupar área independente da circulação geral, ficando, assim, livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço. - Possibilitar o acesso livre e fácil de pacientes provenientes das unidades de internação cirúrgicas, pronto socorro e terapia intensiva, bem como o encaminhamento dos mesmos às unidades de origem.

Estrutura Física

- Vestiário – Entrada do C.C, troca de roupas (calça comprida, túnica, gorro, pro-pés e máscara), ter armários para os pertences, banheiro masculino e feminino com chuveiro. - Sala administrativa- Área de recepção do paciente (transferir o paciente da maca).- Sala de espera ( para familiares).- Área de escovação ou lavabos (duas torneiras para cada 2 salas cirúrgicas, torneiras com pedal – não utilizar as mãos, colocação de escovas e anti-sépticos.- Sala de cirurgia ou operações, segundo o Ministério da Saúde (2 salas/50 leitos não especializados,2 salas/15 leitos cirúrgicos), Área – cirurgia geral. Ex. herniorrafia, laparotomia – 25m2, cirurgias especializadas área de 36m2 . Ex. neuro cardio, cirurgias ortopédicas área de 20m2. Paredes – cantos arredondados – facilita a limpeza, lisa e lavável, cor neutra, suave, fosca. Piso – material condutivo devido anestésicos, oxigênio.., liso e limpeza fácil. Porta – Permitir passagem da maca, cama aparelhos, deve ser ampla, com visor,protegidas nos cantos com uso de aço inóxil. Luminosidade – lâmpadas fluorescentes, luz direta, foco fixo central, não alterar a cor da pele e mucosas.Temperatura – ar condicionado - 20ª a 25ª C, filtros, localizados o mais alto possível devido a bactérias. Forma – as salas podem ser retangulares, quadradas ou circulares. - Sala de guarda de medicamentos e materiais descartáveis, (soro, luvas, seringas, equipos, fios...)- Sala de guarda de material de anestesia.- Sala de estocagem de material esterilizado, (roupas, caixas de instrumental...).- Sala de depósito de cilindros de gases.- Sala para guarda de aparelhos e equipamentos, (raio X móvel, aspirador, bisturi elétrico).- Rouparia, (lençóis de maca e da mesa de cirúrgica).- Sala ou laboratório de anatomia patológica, (pode ser dispensada).- Laboratório para revelação de chapas.- Sala de materiais de limpeza.- Sala de expurgo , (receber e lavar os materiais usados na cirurgia).- Sala de estar para funcionários.- Copa.- Sala de recuperação pós-anestésica.

3

Page 4: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Equipamentos de uma sala de operação – equipamentos fixos – são aqueles adaptados à estrutura física da sala cirúrgica. Ex. foco central, negatoscópio, relógio, prateleiras, mesa cirúrgica, ar condicionado, interruptores e tomadas elétricas de 110 a 220 V. Vácuo oxigênio, óxido nitroso, ar comprimido.- equipamentos móveis – são aqueles que podem ser deslocados de uma para outra sala de operação; aparelho de anestesia (equipamentos para ventilação e oxigenação), mesas auxiliares, estrados, porta soro, aquecedor de soro, mesa para o instrumental, esfigmomanômetro, monitor d eletrocardiograma, aspirador de secreções, oxímetro de pulso, material para entubação, suporte de soro(3), saco para Hamper, foco auxiliar, bisturi elétrico, bancos giratórios, coxins

Materiais de uma sala de operação - materiais esterilizado (pacotes de aventais, campos, material para anestesia), soluções anti-séptica, impressos (requisições para exame, receituários, relação de gastos..), medicamentos, acessórios da mesa cirúrgica, bisturi elétrico, balde inoxidável com rodinhas, banco giratório...

Equipes que atuam no centro cirúrgico – equipe de anestesia, equipe cirúrgica (cirurgião, cirurgião assistente, instrumentador cirúrgico), equipe de enfermagem (enfermeiro chefe, enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem), escriturário, serviço de limpeza.

Procedimentos realizados – transporte do paciente, recepção do paciente, procedimento na sala de cirurgia (montagem da sala cirúrgica, atendimento durante a cirurgia, atendimento após a cirurgia), manuseio de material esterilizado e outros materiais, posição do paciente para a anestesia, posição do paciente para a cirurgia ou posição cirúrgica, procedimentos na paramentação para a cirurgia.

ATENDIMENTO NA SALA DE CIRURGIA

A recepção do paciente na Unidade de centro Cirúrgico é uma das atribuições do enfermeiro, por ser este o profissional capacitado para avaliar-lhe o estado físico e emocional e dar-lhe o devido atendimento.

Atendimento durante a cirurgia-

- Receber o paciente na sala cirúrgica, de maneira cordial, tranqüila e segura. Ao recebe-lo, baixar momentaneamente a máscara para que todos rosto seja visto, a fim de facilitar a comunicação; responder-lhe as perguntas, de modo claro e objetivo, para infundir-lhe confiança e orientá-lo sobre os procedimentos que serão executados na tentativa de diminuir a sua ansiedade.- Igualar a altura da mesa cirúrgica à da maca e encostar uma na outra para facilitar a transferência do paciente, afixando os coletores de sondas na borda da mesa cirúrgica, caso este já esteja sondado.- Colocar o suporte de braço sob o colchonete da mesa cirúrgica e apoiar sobre este o braço do paciente, tendo o cuidado de manter um ângulo inferior a 90 graus com o corpo, de modo a prevenir complicações.

4

Page 5: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

- Adaptar o manguito do esfigmomanômetro e o estetoscópio para facilitar a verificação da PA durante o ato. Através de monitores são controlados e visualizados o traçado eletrocardiográfico , a freqüência cardíaca e a temperatura corporal.- Se for usado o bisturi elétrico, colocar a placa neutra sob a panturrilha do paciente ou em outra região, conforme a cirurgia, tendo o cuidado de verificar bem as condições da área.- Auxiliar na colocação do paciente em posição funcional e adequada à anestesia e cirurgia, ou mesmo colocá-lo em posição sob orientação do cirurgião.- Ligar o foco central e direcioná-lo para o campo operatório.- Colocar o arco de narcose e um suporte de soro de cada lado da mesa cirúrgica.- Aproximar o aparelho de bisturi elétrico e conectar os pólos positivo e negativo, tendo o cuidado de cobri-lo com um campo esterilizado.

Posição do paciente para a cirurgia ou posição cirúrgica-

É aquela em que o paciente é colocado, após anestesiado, para ser submetido à intervenção cirúrgica, de modo a propiciar acesso fácil ao campo operatório.Esta posição depende do tipo de cirurgia a ser realizada, bem como da técnica cirúrgica a ser empregada.As principais posições cirúrgicas são:- Posiciona-lo de modo funcional e seguro, a fim de prevenir distensões musculares, evitar compressão de vasos, nervos e saliências ósseas, e facilitar a dinâmica respitatoria.- Possibilitar livre fluxo das infusões venosas e a adaptação dos eletrodos para a perfeita avaliação intra-operatória.

Da mesma maneira, ao se retirar o paciente da posição cirúrgica, alguns pontos precisam ser observados:- Manusear o paciente anestesiado com movimentos firmes e lentos, pois a mudança repentina de posição pode levar à queda de pressão arterial.- Ao se retirar o paciente da posição ginecológica, deve-se ter o cuidado de descer, alternadamente, as pernas, a fim de prevenir o fluxo rápido de sangue para os membros inferiores, podendo causar a mesma situação acima referida.- manter a cabeça voltada para um dos lados, quando o paciente permanecer em decúbito dorsal.- Observar o posicionamento correto da infusões e drenagens.Nesta fase do perio-operatório é que mais frequentemente costumam acontecer as quedas acidentais. Daí a necessidade de redobrar a vigilância, NÃO deixando o paciente sozinho em nenhum momento, até que seja transportado para a sala de recuperação pós-anestésica.

Prescrição e Implementação-

1 – Garantir a segurança do cliente na SO:- Manter a temperatura e a umidade ambientes para prevenir a hipotermia.- Remover quaisquer contaminantes potenciais.- Impedir o tráfego desnecessário na sala.- Manter o ruído e a conversação na sala ao mínimo.- Verificar novamente os equipamentos elétricos quanto ao funcionamento adequado.- Ter certeza de que o equipamento e os suprimentos necessários estão disponíveis.

5

Page 6: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

- Ter certeza de que a equipe chama o cliente pelo nome e oferece uma atenção individualizada.

ORIENTAÇÕES AO PACIENTE

Durante o período pré-operatório, o paciente deve ser orientado e incentivado a praticar alguns exercícios que irão beneficiá-lo posteriormente no pós-operatório.

- Exercícios respiratórios – cuja finalidade é prevenir complicações pulmonares após a realização da cirurgia. O auxiliar de enfermagem orienta o paciente para colocar as duas mãos na parte inferior das costelas, a fim de sentir o movimento torácico, expirar completamente, inspirar profundo pelo nariz e expulsar todo o ar pela boca. Repetir esse exercício várias vezes. Atualmente existem pequenos aparelhos denominados “expirômetros de incentivo”, utilizados para a realização de exercícios respitatórios.

- Exercícios de Tosse – cujo objetivo é retirar secreções da traquéia e dos brônquios. O paciente é orientado para entrelaçar os dedos, colocando as mãos sobre o local da futura incisão, ou então usar o travesseiro para apoiar as mãos e pressionar o local. Isto funciona como imobilização durante a tosse, eliminando a dor. Depois de pressionar o local, deve inclinar-se ligeiramente para frente, encher os pulmões e provocar rápidas tossidelas. O exercício deve ser repetido uma ou duas vezes, tentando eliminar possíveis secreções.

- Deambulação Precoce – que consiste em pequenas caminhadas após a cirurgia, tão , logo, as suas condições o permitam. A deambulação precoce favorece a expansão pulmonar, a circulação nos membros inferiores e estimula o peristaltismo intestinal – função mecânica do intestino.

TERMINOLOGIA CIRURGICA E CAIXAS DE INSTRUMENTAL BÁSICOS

TERMINOLOGIA CIRÚRGICA

Adota-se o conceito de Ferreira (1975), no qual terminologia é “o conjunto de termos de uma arte ou de uma ciência; nomenclatura”.O conjunto de termos (terminologia), conhecidos e adotados no cotidiano do Centro Cirúrgico, representa uma forma de expressão técnica própria do mesmo, frente a sua especialidade. Como toda terminologia, a cirúrgica também é formada de raiz e afixos (prefixos e sufixos). A raiz sempre indica a parte anatômica que sofrerá a intervenção cirúrgica e os afixos o tratamento cirúrgico que será realizado.

RAIZ (PREFIXOS) SIGNIFICADO

Adeno = relativo à glândula;Angio = relativo à vasos;

6

Page 7: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Cisto = relativo à bexiga;Cole = relativo à vesículaColo = relativo ao cólon;Colpo = relativo à vagina;

Entero = relativo ao intestino delgado;Espleno = relativo ao baço;

Gastro = relativo ao estomago;Hepato = relativo ao fígado;Histero = relativo ao útero;Masto = relativo ao seio (mama);Meningo = relativo à meninge;Nefro = relativo ao rim;Oofor = relativo aos ovários;Orqui = relativo aos testículos;Ósteo = relativo ao osso;Procto = relativo ao reto, ânus;Rino = relativo ao nariz;Salpingo = relativo às trompas de falópio

SUFIXOS SIGNIFICADO

A = negativo, sem;Algia = dor;Anti = contra;Bradi = lento;Centese = punção;Dia = através, separado;Ecto = externo;Ectomia = remover um órgão;Gilco = açúcar;Hiper = alto, acima, excessivo;Hipo = abaixo, dificiente;Infra = abaixo;Inter = entre, em meio de;Intra = dentro, no lado de dentro;Mega = dilatação;Peri = ao redor, próximo;Pexia = elevação, fixação;Pseudo = falso;Ptose = prolapso, queda;Ráfia = sutura;Retro = atrás, posterior a;Scopia = visualizar um órgão ou cavidade com o auxilio de

7

Page 8: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

um aparelho;Stomia = fazer uma nova abertura;Supra = sobre, acima;Taqui = rápido, veloz;Tomia = incisão, abertura de parede ou órgão;Trans = através;Tri = três;Uni = um, único.

Usando as raízes, acrescidos dos sufixos aqui relacionados, teremos exemplos, de termos ou técnicas cirúrgicas e exames endoscópicos.

Adenoidectomia = retirada das adenóides;Adenoamigdalectomia = retirada das adenóides e amígdalas;Amigdalectomia = retirada das amígdalas;Apendicectomia = retirada do apêndice;Artrotomia = retirada de articulações;Broncoscopia = visualização dos brônquios por meio

de aparelhoCistoscopia = visualização na parte interior da

bexiga por meio de aparelho;Calicotomia = abertura do cálice renal;Cistectomia = retirada de bexiga;Cistostomia = abertura de bexiga;Colporrafia = sutura da parede vaginal;Colpoperíneorrafia = sutura do períneo;Colposcopia = visualização de parede interna da

vagina por meio de aparelhoColecistectomia = remoção da vesícula biliar;Colectomia = remoção do colo;Coledocostomia = abertura do canal do coledoco;Esofagoscopia = visualização do interior do esôfago

por meio de aparelhoEsplenectomia = retirada do baço;Embolectomia = extração cirúrgica de um êmbolo;Flebotomia = abertura de uma veia para infusão,

cateterismo e introdução de eletrólitos;Gastrectomia = retirada do estomago, podendo ser

parcial ou total;Gastrostomia = abertura do estômago para

colocação de sonda, através da parede abdominal para alimentação;

Gastroscopia = visualização da parte interna do estomago por meio de aparelho;

Hemorroidectomia = retirada de hemorróidas;Histerectomia = retirada de útero;Histerosalpingografia = exame com registro desenhado do

8

Page 9: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

útero e trompas;Intracavitário = parte interna de uma cavidade;Laminectomia = ressecção da lamina vertebral pela

parte posterior;Laparotomia = abertura da cavidade abdominal.Laparoscopia = visualização da parte interna do

abdome por meio de aparelho;Lobectomia = retirada de um ou mais lobos do

Pulmão;Miomectomia = retirada do mioma;Mastectomia = retirada da mama;Neropexia = suspensão e fixação do rimNefrectomia = retirada do rim;Neurectomia = retirada da porção de um nervo;Ooforectomia = retirada do ovário;Orquiectomia = retirada do testículo;Perineorrafia = sutura do períneo;Pielotomia = abertura do bacinete renal;Pielolitotomia = retirada do calculo bacinete renal;Prostatectomia = retirada de próstata;Postectomia = retirada do prepúcio;Retosigmoidoscopia = visualização do reto e sigmóide por

meio do aparelho;Retosigmoidectomia = retirada do reto e sigmóide;Salpingectomia = retirada de trompas de falópio;Simpatectomia = retirada de uma parte ou de um

gânglio do sistema nervoso simpáticoToracotomia = abertura da cavidade toráxica;Tireoidectomia = retirada da tiróide;Traqueotomia = abertura da traquéia;Traqueostomia = manutenção da abertura da traquéia

por meio de cânula;ureterolitotomia = retirada de cálculo do ureter;

TERMINOLOGIA DIVERSA

Aderência = colabamento anormal de órgãos próximos geralmente resultantes inflamação, brida;

Anastomose = união entre estruturas tubulares com alças intestinais ou vasos;

Amputação = retirada de um membro ou parte dele;

Aneurisma = dilatação de parede de vasos;Abcesso = coleção de pus localizado;Aponeurose ou Aponevrose = membrana fibrosa branca resistente

9

Page 10: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

que envolve os músculos ou fascia;Antibiograma = determinação laboratorial da

sensibilidade de um germe a antibióticos

Artrodese = fixação de articulações;Atelectasia = parte não oxigenada do pulmão –

colapso do parênquima pulmonar;Autoclave = aparelho para esterilização por meio

de vapor; Assepsia = ausência de microorganismos

patogênicos em determinado local ou objeto químico;

Anti-sepsia = diminuição do numero de microorganismos patogênicos por meio químico;

Biópsia = extração de parte de tecidos vivos para exame microscópico com finalidade diagnóstica;

Cianose = cor azulada da pele e mucosas resultante de oxigenação insuficiente do sangue;

Campos = peças de pano que isolam a região a operar;

Campo cirúrgico = área onde se opera;Cânula = tubo de metal, borracha ou plástico,

que se introduz em abertura natural ou provocada no corpo;

Cateter = tubo fino de plástico ou borracha, para drenagem de líquidos de uma cavidade do corpo ou para administração de líquidos ou sangue ao paciente;

Cremalheira = peça munida de dentes que mantém fechados os instrumentos cirúrgicos;

Dissecção = isolamento de um órgão ou estrutura através de uma cirurgia;

Divertículo = apêndice oco em forma de bolsa ou saco, de uma cavidade ou tubo principal;

Dreno = lâmina ou tubo de borracha ou plástico, destinado a canalizar secreções do interior do corpo para o exterior;

Estenose = estreitamento de uma passagem ou canal corporal;

Exerece = retirada de um órgão, tecido ou tumor;

Enucleação = retirada de um tumor ou órgão com

10

Page 11: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

seus envoltórios;Empiema = coleção de pus em uma cavidade;

Edema = infiltração do tecido conjuntivo difuso por líquido do soro albuminoso por exudato;

Embolia = Obliteração de um vaso por substância sólida, liquida ou gasosa, por um trombo, por uma porção de óleo ou por massa gasosa;

Eventração = saída total ou parcial das vísceras através de abertura muscular na parte abdominal ficando protegidas somente pelos tegumentos superficiais;

Evisceração = extração ou saída das vísceras por suas cavidades continentes;

Fibrose = formação de tecido fibroso;Fístula = comunicação anormal entre dois

órgãos cavitários, ou entre um órgão cavitário e a pele, por onde sai pus ou secreção;

Hematoma = acúmulo de sangue fora de vasos sanguíneos, de origem geralmente traumática;

Hemostasia = ato de parar um sangramento;Incisão = abertura; corte;Infecção = implantação e desenvolvimento de

micro-organismos patogênicos, sua ação mórbida e reação orgânica conseqüente;

Inflamação = reação do organismo contra um agente irritante, que se caracteriza por tumor, calor, rubor e dor e

Parecentese = punção de cavidade natural para retirada de líquido.

11

Page 12: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

PRÉ-OPERATÓRIO

Objetivos:

1 – elevar ao maximo as condições físicas e emocionais do paciente para enfrentar o ato cirúrgico.2 – Prevenir desconfortos e complicações pós-operatórias.

Admissão do paciente:

Chegando ao hospital, o paciente é encaminhado a unidade de internação cirúrgica, que é a área destinada ao alojamento dos pacientes nos períodos pré e pós-operatórios.A separação da família, o medo do desconhecido e as possibilidades de dor, de complicações, de morte, criam uma situação de insegurança para o paciente cirúrgico.É importante chamar o paciente sempre pelo nome e ser honesto ao responder-lhe as perguntas.Admitindo o pacientem, a enfermagem deve obter algumas informações: sua doença, hábitos intestinais, sono, tabagismo, alergias, uso de álcool de drogas ou de medicamentos.A enfermagem deve estar atenta a anormalidades: febre, dispinéia, hipertensão ou hipotensão, bradicardia ou taquicardia, feridas infectadas , desnutrição, obesidade. Ex. O cirurgião terá maior dificuldade em conter o sangramento, após diérese, de um cliente hipertenso; assim como o cliente tabagista terá maior acumulo de secreção pulmonar, com provável desenvolvimento de broncopneumonia no pós-operatório.

Classificação:

1 – Pré-operatório mediato: período que vai do momento da internação até 24 horas antes da cirurgia.Sempre que possível, o médico faz uma avaliação do estado geral do paciente através de exame clinico detalhado e dos resultados de exames de sangue, urina, raios-X, eletrocardiograma, entre outros.2 – Pré-operatório imediato: período que inicia 24 horas antes da cirurgia e termina quando o paciente é encaminhado ao centro cirúrgico.

Assistencia de Enfermagem:

1 – Pré-operatório mediato-De modo geral, a assistência prestada ao paciente, neste período, consiste na avaliação e preparo, tanto físico quanto emocional para a cirurgia.A avaliação e preparo físico compreendem:1 – Avaliação clínica do paciente para conduzi-lo ao ato anestésico-cirúrgico, nas melhores condições possíveis:2 – Avaliação nutricional, realizada através da anamnese dietética , exames antropometricos, bioquímicos e imunológicos, os quais permitem detectar a necessidade de um suporte nutricial oral, enteral ou parenteral. (a má nutrição interfere na cicatrização da ferida operatória, possibilita a ocorrência de infecção, aumenta o repouso no leito e o tempo de hospitalização.)

12

Page 13: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

3 – Avaliação laboratorial, que complementa a avaliação clinica do paciente. A avaliação laboratorial de pacientes sem intercorrencias clinicas segue o seguintes esquemas:a – com idade até 45 anos – solicitam-se hematócrito, urina tipo I e parasitológico de fezes.b – com idade superior a 45 anos – acrescentar eletrocardiograma, glicemia e uréia.Na prática, observa-se que outras provas laboratoriais são realizadas, como, por exemplo:- Tempo de coagulação, tipagem sanguínea , dosagem de creatinina, sódio e potássio.É evidente que, nos pacientes portadores de intercorrências clinicas, são realizados exames específicos.

O enfermeiro, como membro da equipe interdisciplinar, desempenha papel fundamental na avaliação e preparo físico e emocional do paciente para cirurgia. É de sua competência:1 – Planejar e implementar a assistência de enfermagem no período pré-operatório mediato, a partir do diagnóstico da situação do paciente, elaborado com base nos problemas de enfermagem identificados, por intermédio do histórico e exames físico de enfermagem.2 – Desenvolver trabalho coeso com os demais componentes da equipe interdisciplinar, avaliando e registrando os dados relativos à evolução do paciente.3 – Ensinar ao paciente as medidas preventivas de complicações pós-operatórias. Estas medidas são: exercícios respiratórios (drenagem postural, tapotagem, técnica da tosse, ingestão hídrica e exclusão do fumo), exercícios de flexão e extensão para as pernas e pés(ver Brunner pág. 327), virar-se para o lado e sair do leito, deambular precocemente, fazer uso da comadre/ papagaio no leite (prevines desconfortos pós-opoeratórios).

2 - Pré-operatório Imediato-

Do ponto de vista emocional, sabe-se que a proximidade do ato cirúrgico pode contribuir para aumentar a ansiedade do paciente.Por esta causa, toda a equipe deve estar alerta para esclarecer-lhe um ou outro aspecto que, porventura, não esteja claro, e detectar sinais e sintomas de alterações físicas decorrentes.Entre estas, pode-se citar: taquicardia, hipertensão, hipotermia, sudorese e insônia.Este momento do pré-operatório não é propício ao ensino, pois o paciente não esta receptivo para tal.

Assistência de Enfermagem:

1 – Esvaziamento intestinal – O esvaziamento intestinal tem por finalidade evitar o traumatismo acidental de alças intestinais nas cirurgias abdominais ou pélvicas. Ao lado disso, nas cirurgias pélvicas a visão do campo operatório é facilitada quando o intestino foi esvaziado, e o risco de liberação do conteúdo intestinal , enquanto o paciente está sob efeito de medicamentos relaxantes musculares, é reduzido.Geralmente, faz-se com o uso de laxativos, ou laxativos associados a interoclismas, ou limpeza mecânica do cólon com a utilização de soluções. Cabe a enfermagem que executou o procedimento verificar e anotar no prontuário as características do material eliminado.2 – Modificação da dieta e jejum antes da cirurgia – Geralmente, na véspera da cirurgia, o paciente recebe dieta leve no jantar, quando esta estiver programada para o período matutino. Após isto, deve permanecer em jejum. Estar medidas são tomadas, dadas a necessidade de que o estomago esteja isento de alimentos, no momento da cirurgia, para

13

Page 14: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

prevenir vômitos e, consequentemente, aspiração do conteúdo gástrico para as vias respiratórias.(restrição de alimentos ou líquidos por 8 a 10 horas antes da cirurgia).3 – Higiene corporal e oral – A higiene do corpo, cabelos e cavidade oral, no pré-operatórios imediato, é importante para diminuir a quantidade de microorganismos da superfície da pele e, com isto, reduzir o risco de infecção da ferida cirúrgica. É da responsabilidade do enfermeiro encaminhar o paciente para a higiene corporal completa e promover meios para a higiene do acamado, pouco antes de leva-lo à unidade do centro cirúrgico.4 – Esvaziamento da bexiga – Solicitar ao paciente que esvazie a bexiga , para prevenir a distensão vesical durante o ato cirúrgico. Nas cirurgias de grande porte abdominais e pélvicas, é recomendada a realização do cateterismo vesical, por meio do qual é permitida a monitorizacão do fluxo urinário durante o decorrer da cirurgia. Lembrar o paciente da possibilidade de ser sondado no intra-operatório e de permanecer com a sonda no período pós-operatório.5 – Controle dos Sinais Vitais – O controle dos sinais vitais é um cuidado importante no pré-operatório. A equipe de enfermagem deve controlá-los antes de ministrar a medicação pré-anestésica. Destaca-se que os medicamentos pré-anestésicos usados, bem como o estresse causado pela proximidade do ato cirúrgico, são fatores que causam alterações fisiológicas nos sinais vitais.6 – Remoção de próteses dentárias e outras, jóias e adornos, esmalte e maquilagem – Estes cuidados se justificam pelas seguintes razões:a – Próteses dentárias – devem ser removidas, dadas à possibilidade de deslizarem para as vias aéreas inferiores, durante a indução anestésica.Deve-se, também, ter o cuidado de remover outros tipos de próteses, como por exemplo:as lentes de contato, tanto pelo risco de perda, como de causar lesões à córnea no período de inconsciência do paciente.b – Jóias e adornos – as jóias(aliança e adornos), bem como os adornos(grampos, prendedores de cabelo e outros) devem ser removidos para evitar perda e possível queimadura relacionada ao uso do bisturi elétrico aterrado.c – esmalte e maquilagem – estes devem ser removidos, porque impedem a observação dos sinais de distúrbios na perfusão tissular.O enfermeiro é responsável por orientar o paciente sobre a necessidade destes procedimentos, bem como supervisionar a retirada de prótese, jóias, esmalte e maquilagem. Vale destacar que as próteses e objetos de valor pertencentes ao paciente devem ser guardados em local seguro, e a devolução garantida logo que este apresente condições de recebê-lo.7 – Medicação pré-anestésica – As drogas utilizadas como medicamentos pré-anestésicos objetivam:- Reduzir a ansiedade do paciente.- Facilitar a indução anestésica.- Diminuir as secreções traqueobrônquicas.Geralmente, esta medicação é ministrada 45 a 60 minutos antes do inicio da anestesia.Enquanto aguarda a chegada do funcionário encarregado do transporte para o centro cirúrgico, o enfermeiro verifica se o prontuário está completo, faz as anotações pertinentes aos cuidados pré-operatórios, deixando-o em lugar de destaque.

14

Page 15: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

8 – Vestir camisola e gorro próprio do centro cirúrgico9 – Campo operatório ou preparo da pele – O preparo do campo operatório compreende a tricotomia da área, onde será feitas a incisão cirúrgica e a anti-sepsia da pele do local e adjacências. Modernamente existem controvérsias acerca da tricotomia da pele, como medida de preparo pré-operatório. Este procedimento pode aumentar o potencial de infecção da ferida cirúrgica. Por esta razão, a sua realização, quando indicada, deve ser feita o mais próximo possível da cirurgia, sendo que algumas instituições estão adotando realiza-las na unidade de centro cirúrgico, logo a seguir da chegada do paciente.

Pré-operatório no Centro Cirúrgico

- Na véspera da intervenção –

1 – Consultar o prontuário do paciente – relação entre a unidade e o bloco cirúrgico.2 – Interrogar o cirurgião a fim de prever o material apropriado à intervenção.3 – Verificar o funcionamento da mesa e seus acessórios, do bisturi elétrico, do sistema de aspiração, sistema de iluminação, aparelhos de monitorização.4 – Abastecer a sala no que tange: Ataduras, anti-sépticos, antibióticos, formulários para requisição de exames e frasco de laboratório, material de drenagem.5 – Entender-se com o laboratório de anatomia patológica e serviço de radiologia caso haja necessidade.

- No dia da intervenção –

1 – Verificar a temperatura da sala.2 – Passar uma flanela embebida em álcool sobre as superfícies planas.3 – Dispor o material (instrumentos, fios, compressas...)sobre as mesas.4 – Posicionar os pedais do bisturi elétrico e do aspirador.

- Por ocasião da chegada do paciente ao bloco cirúrgico –

1 – O paciente chega ao centro cirúrgico acompanhado da enfermagem, pré-medicado e ansioso.2 – Ele nunca deve ficar sozinho.3 – O transporte deve ser com delicadeza da cama para a maca forrada (de preferência com grades); maca para a maca do bloco e da maca do bloco para a mesa cirúrgica. Aproximar sempre uma da outra para evitar quedas e facilitar a transferência. Cobrir sempre o paciente com lençol ou cobertor. É importante observar o alinhamento do corpo do paciente e no caso de venóclise ou transfusão sanguínea adaptar o suporte apropriado. Posicionar corretamente frascos de solução venosa, cateteres, drenos e equipamentos. O paciente deve visualizar o trajeto de frente, evita desconforto.4 – A enfermagem do centro cirúrgico deve apresentar-se ao paciente com uma apresentação adequada (vestuário), atitude humana, respeito ao pudor do paciente, falar e agir com segurança, evitar comentários sobre a cirurgia e outros assuntos de não interesse do paciente.5 – Chamar-lhe pelo nome, conferir sua identidade com o prontuário.6 – Na mesa cirúrgica fixar o paciente evitando os pontos de compressão.

15

Page 16: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

7 – Colocar a placa de eletro cautério, seca e de forma a não atrapalhar a intervenção e as possíveis radiografias.

COLOCACAO DO PACIENTE NA MESA CIRÚRGICA

Dependerão de fatores como : →Estado geral do paciente→O tipo de cirurgia→A via de acesso→O tipo de anestesia→A idade, a altura e o peso do paciente

CUIDADOS

→Evitar compressões da pele, dos vasos e nervos do paciente→Manter adequada a função respiratória→Manter adequada a circulação sanguínea→Evitar apoio sobre o paciente

Observação: Estas considerações podem ajudar a melhorar o desconforto ao despertar da anestesia.

O desconforto acontece muitas vezes, devido a posição que foi adotada durante a cirurgia, esta decidida pelo médico cirurgião e pelo anestesista.

RECURSOS E MATERIAIS

Utensílios:

→Travesseiros →Almofadas→Perneiras →Pulseiras→Ombreiras →Coxins protetores→Arcos separadores de campo →Estribos→Suporte de braços →Sacos de areia→Suporte de pés →Esparadrapo→Faixas de contenção →Campos→Almofadinhas →Compressas→Rolos →Lençóis

- Posição Dorsal –

16

Page 17: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Nesta posição, o paciente deve ser mantido em decúbito dorsal ou supino, tendo as pernas esticadas e os braços estendidos ao longo do corpo. É a posição mais comumente usada para cirurgias abdominais supra e infra-umbilical, algumas torácicas vasculares, etc. De todas as posições cirúrgicas, é a mais utilizada e a que menos complicações traz ao paciente.Quando se faz necessário, a posição dorsal pode ser modificada com a inclinação da mesa cirúrgica para proclive ou trendelemburg, ou seja com a cabeça em nível inferior ao dos membros inferiores. Para isto, torna-se necessário colocar suportes de ombro ou ombreiras . Em outras situações, a modificação pode ser para proclive, ou seja, a cabeça fica em nível superior ao dos membros inferiores. Ex: laparotomia infra-umbilical.

- Posição Ventral – É a posição em que o paciente é colocado com o abdome para baixo, tendo a cabeça voltada para um dos lados e apoiada num travesseiro, as pernas estiradas, os braços ligeiramente flexionados e apoiados em suportes. Esta posição exige, ainda, a colocação de coxins sob os ombros, para facilitar a expansão pulmonar, sob a região infra-umbilical e sob a face anterior dos pés, para evitar a distensão muscular. É indicada para cirurgias da região dorsal, lombar, sacrococcígea e occipital, sendo que, nesta última, a cabeça precisa estar apoiada, pela região frontal, num suporte acolchoado.

- Posição Lateral – Nesta posição, o paciente é colocado sobre um dos lados, tendo a perna inferior fletida e a superior em extensão, separadas por um coxim ou travesseiro. Coloca-se, também, um coxim sob a linha da cintura e, a seguir, fixa-se o paciente transversalmente à mesa cirúrgica com uma faixa larga de esparadrapo, passada sobre o quadril. Esta posição é utilizada para as intervenções cirúrgicas de acesso aos rins.

- Posição Ginecológica –Nesta posição paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo os membros inferiores elevados e colocados em suportes especiais, também chamados perneiras, e fixados com correias. Deve-se ter o cuidado de envolver-lhe as pernas com campos ou perneiras de tecido para lhe proporcionar conforto e segurança. Esta posição está indicada para as cirurgias ginecológicas, proctológicas, algumas urológicas e exames endoscópicos.

Ao se colocar o paciente em posição cirúrgica, alguns aspectos fundamentais devem ser lembrados:- Evitar contato da partes do corpo do paciente com as superfícies metálicas da mesa cirúrgica.

17

Page 18: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Decúbito Supino com um lado Elevado

Posição usada nas cirurgias de ombro e da região antero-lateral

Decúbito Dorsal ou Supino com Extensão Braquial

Posição que se emprega nas intervencções de mama, axila, braço e mão.

Decúbito Dorsal ou Supino Recostado

Posição usada em algumas cirurgias vaginais

Decúbito Dorsal ou Supino com Elevação dos Quadris

Posição usada em cirurgias vasculares quando a região a ser operada é a ilíaca, e sem simpatectomias lombares

Posição de Litotomia ou Ginecológica

Posição usada nas cirurgias dos órgão pélvicos e genitais e nas citoscopias.

Posição LateralPosição usada para diversos tipos de cirurgia, como as que intervém no rim, em ureteres, tórax, esôfago e na região temporal do cérebro.

Trendelenburg Invertida ou Reversa

Posição usada nas cirurgias de tireóide, vesícula e vias biliares.

Posição de LombotomiaPosição usada para permitir a abordagem da região retroperitoneal do flanco das cirurgias do rim.

18

Page 19: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

19

Page 20: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

PÓS-OPERATÓRIO

SALA DE RECUPERAÇÃO

A Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA) é a área que se destina à permanência do paciente logo após o término do ato anestésico-cirurgico.Neste local, o paciente fica sob os cuidados das equipes de enfermagem e médica, especialmente, o anestesista.“A SRPA é definida como sendo “um setor do Centro Cirúrgico onde são dispensados cuidados intensivos após anestesia e cirurgia”.”Nesta sala, onde o tempo de permanência do paciente varia, em média, de 1 a 6 horas, a assistência prestada pela equipe de saúde e tem como finalidade:- Oferecer suporte ao paciente na fase de recuperação da anestesia, até que os reflexos protetores estejam presentes, os sinais vitais voltem à normalidade e seja recuperada a consciência.- Prevenir ou tratar possíveis complicações resultantes do ato anestésico ou cirúrgico.- Estabelecer medidas para aliviar a dor pós-operatória.- Proporcionar ao paciente atendimento seguro, em se tratando de um local provido de recursos materiais específicos e humanos, preparados para a prestação da assistência neste período, considerado crítico.

1 – Localização

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) deve estar instalada dentro da unidade de Centro Cirúrgico ou nas proximidades, de modo a favorecer o transporte fácil do paciente anestesiado para este local, assim como o seu rápido retorno à sala de operação, na vigência de uma reintervenção cirúrgica.Esta localização possibilita, também, o livre acesso dos componentes da equipe cirúrgica.Alcançar o projeto físico ideal para uma sala de recuperação não é sempre possível, especialmente quando se tenta estabelecê-la em uma estrutura fixa ou quando se trabalha com orçamento limitado. Todo esforço deveria ser realizado para proporcionar uma ótima área de trabalho. Modificações individuais devem certamente ser feitas de acordo com o numero e tipo de pacientes servidos e a disponibilidade de pessoal.Quando se planeja a construção de um novo hospital dever-se-ia considerar a localização da sala de recuperação, juntamente com outras áreas planejadas de tratamento intensivo, de maneira que os recursos essenciais de laboratório, radiologia e cirurgia sejam facilmente disponíveis a todas as áreas e seja evitada a duplicação de necessidades comuns. Reunir-se essas área é também vantajoso par que o equipamento especial possa ser utilizado de maneira intercambiável como apoio, em caso de falha do equipamento ou de múltiplas emergências, e enfermeiras e médicos adicionais com habilidades especiais estarão nas vizinhanças.

1.a – Estrutura Física – O planejamento da planta física da SRPA deve ser feito de modo a permitir a visão e a observação constante de todos os pacientes pelas equipes médica e de enfermagem, sendo o estilo “aberto” o que melhor atende a esse quesito.

20

Page 21: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

O Ministério da Saúde preconiza a existência de uma sala de Recuperação Pós-anestésica, cujo número de leitos deve estar relacionado com os tipos de cirurgias realizadas. De modo geral, são estimados dois leitos por sala cirúrgica.

1.b – Características arquitetônicas –

As paredes e o piso devem ser revestidos de material lavável, e as portas largas, para permitirem a passagem de camas ou macas e aparelhos.A temperatura ambiental e a ventilação devem ser iguais às da sala de cirurgia, com o objetivo de proporcionar conforto e segurança ao paciente.A iluminação deve favorecer a avaliação precisa da cor da pele do paciente. Para a artificial, o uso de lâmpadas fluorescentes é mais econômico, ao se considerar que necessitam permanecer acesas por longos períodos. É imprescindível que a iluminação desta sala esteja inclusa no sistema de luz de emergência.Deve-se planejar, ainda, uma área para o posto de enfermagem e serviços. O posto de enfermagem e serviços deve ser provido de armários para a guarda de roupas e balcões com gavetas para armazenar os medicamentos e materiais estéreis. Deve ter, também, pias com água quente e fria. Deve existir, ainda, uma mesa ou balcão provido de telefone, sistema de comunicação interno, impressos próprios de uso na referida unidade e cadeiras ou bancos. Prevê-se, também, uma área de utilidades destinada à guarda do hamper e outros materiais como comadre e papagaio. Este local deve ser provido de uma pia funda.

2 – Equipamentos e materiais básicos

equipamentos básicos – geralmente, fixos à parede, acima da cabeceira de cada leito:- duas saídas de oxigênio com fluxômetro.- Uma saída de ar comprimido- Uma fonte de aspiração a vácuo- Um foco de luz.- Tomadas elétricas de 110 e 220 watts- Monitor cardíaco- Oxímetro de pulso- Esfigmomanômetro

Equipamentos e materiais de suporte respiratório

- Ventiladores mecânicos- Máscara e cateteres para oxigênio- Sondas para aspiração- Carrinho de emergência, com material completo para intubação orotraqueal e ventilação manual.

Equipamentos e materiais de suporte cardiovascular

- Equipos de soro e transfusão, cateteres, seringas e agulhas- Equipos para medidas de pressão venosa central PVC

21

Page 22: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Outros materiais

- Bandeja de cateterismo vesical- Sondas vesicais de demora- Sistema de drenagem vesical- Pacotes de curativos- Bolsas coletoras para drenos e ostomia- Gazes, chumaços e adesivos- Termômetros- Frascos e tubos esterilizados para coleta de sangue- Caixa de pequena cirurgia - Medicamentos e soros- Soluções desinfetantes e anti-sépticas- Cilindros de O2 e ar comprimido e aspirador elétrico- Travesseiros, almofadas e talasÉ conveniente destacar que as camas para uso na SRPA devem ser do tipo cama-maca, providas de grades laterais de segurança, manivelas para dar posição de proclive e trendelemburg, encaixes para adaptar suportes de soro e cabeceira removível para facilitar o atendimento em situações de emergência.

3 – Organização da SRPA: Recursos Humanos:

A assistência ao paciente na SRPA está sob a responsabilidade das equipes de enfermagem e médica. A equipe de enfermagem compõe-se de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, e a médica, de médicos anestesiologistas.O enfermeiro, como líder da equipe de enfermagem, deve possuir conhecimentos e habilidades para prestar assistência pós-anestésica e operatória a pacientes submetidos a diferentes tipos de cirurgia e em uso de aparelhos de ventilação mecânica e, ainda atuar com presteza nas situações emergenciais. Compete-lhe, também, o treinamento e a supervisão constantes desta equipe, tendo em vista a qualidade da assistência de enfermagem que é fundamental à segurança do paciente pós-operado.Para o cálculo do pessoal necessário à prestação da assistência neste setor, estimam dois enfermeiros para cinco leitos, e que o ideal é um enfermeiro para cada paciente, considerando que a segurança é a tônica dos cuidados.Na realidade brasileira, a relação enfermeiro-paciente não corresponde às estimativas destacadas, anteriormente, na maioria das instituições. Porém, observa-se que, geralmente, há um enfermeiro responsável pela SRPA, que supervisiona a assistência prestada pelos demais componentes da equipe de enfermagem (mantendo a relação de um técnico de enfermagem para dois leitos) e atua, em conjunto com a equipe médica, naquelas situações que fizerem necessárias.

4- Assistência de Enfermagem:

O período de recuperação pós-anestésica é considerado crítico. O paciente necessita de vigilância continua das equipes médicas e de enfermagem que atuam no setor, pois, além de ter recebido drogas anestésicas, foi submetido às agressões impostas pelo ato cirúrgico.

22

Page 23: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

A maior incidência de complicações anestésica ou pós-operatória imediata acontece neste período, sendo mais freqüentes aquelas de origem respiratória e circulatória.Devido ao fato de o paciente estar bastante vulnerável neste período, a atuação do enfermeiro é imprescindível na avaliação e controle constantes, prevenção, detecção e tratamento imediato das complicações, até que este possa retornar, de formas segura, à sua unidade de origem.Assistência de enfermagem deve estar voltada para três situações distintas, porém interdependentes, que serão chamadas de recepção, permanência e avaliação para alta do paciente da recuperação Pós-anestésica.

4.1 – RECEPÇÃO –

A recepção do paciente na RPA é feita pelo enfermeiro e anestesista responsáveis por este setor. Estes recebem o paciente do anestesista e circulante de sala de operação encarregados de transporta-lo até a RPA, e que lhes passam as informações básicas sobre o paciente e o tratamento cirúrgico a que foi submetido. Estas informações nortearão a assistência a ser prestada, e devem incluir:Dados de identificação Diagnóstico do médico Intervenção cirúrgica executada, duração do procedimento.Técnica anestésica, drogas utilizadas na pré anestesia e na anestesia.Posição cirúrgica.Uso do bisturi elétrico e local da placa dispersiva.Perdas sanguineas e reposição de líquidos no intra-operatório.Intercorrências no período intra-operatórioAntecedentes patológicos, alergias e drogasEstado Geral do paciente ao deixar a sala de operaçõesPresença de drenos, sondas cateteres e outros métodos terapêuticosRecomendações especiais sobre o pós-operatóriioA equipe de enfermagem deve instalar a oxigenioterapia, se indicada, oxímetro de puso, monitorização cardíaca, quando necessária, e proceder a avaliação preliminar do paciente que, necessariamente, incluir: função respiratória e permeabilidade das vias aéreas: sinais vitais; nível de consciência; circulação periférica; coloração da pele; infusões venosas; condições do curativo cirúrgico; posicionamento de sondas, drenos e cateteres; função motora e sensitiva.O decúbito lateral é a posição ideal em que o paciente deve ser colocado no pós-operatório imediato, por facilitar a elimininação de secreções acumuladas na orofaringe. Caso esta não seja possível, coloca-lo na posição indicada, tornando-a funcional e confortável.

4.2 – PERMANÊNCIA

O período de permanência na RPA inclui a monitorização e controles constantes do paciente e o estabelecimento de intervencoes de enfermagem, com base nos dados levantados na avaliação inicial, nas alterações resultantes da regressão dos efeitos anestésicos e das conseqüências do trauma cirúrgico.

23

Page 24: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

As drogas anestésicas, ao produzirem os esperados efeitos de hipnose, analgesia e relaxamento muscular, produzem também uma importante depressão cardio-respiratória, que deve ser controlada durante todo o período anestésico e, ainda, na reversão da anestesia, tendo em vista a ação residual destes agentes.O enfermeiro deve estar atento aos sinais de:a)- complicações respiratórias, como hipoxemia, evidenciada na oximetria de pulso, como saturação de oxigênio no sangue menor 90%; hipoventilação, por bradipnéia ou pressão parcial de dióxido de carbono arterial (PaCO2) maior ou igual a 50mmHg; eobstrução das vias aéreas, por respirações ruidosas, sufocantes e irregulares.A obstrução das vias aéreas pode se dar, por excessiva produção de secreções.A aspiração da orofaringe e a manutenção da cabeça voltada par um dos lados, tem como finalidade facilitar o escoamento de secreções.b) – Os pacientes submetidos à anestesia geral, ao retornarem à consciência, podem apresentar um período de agitação psicomotora, e a equipe de enfermagem deve estar atenta às medidas de segurança para evitar contusões, queda do leito e desconexões de sondas cateteres ou drenos.Estando o paciente consciente, o enfermeiro deve reforçar as orientações fornecidas no pré-operatório, sobre o porquê e o tempo de sua permanência no setor, orientando-o no ambiente.c)- A alteração nos sinais vitais pode decorrer da ação de drogas anestésicas, bem como do próprio ato cirúrgico. Assim sendo, devem realizar controles seriados de 15 em 15 minutos na primeira hora do período de permanência na RPA, podendo passar para 30 em 30 minutos nas horas subseqüentes, desde que o paciente se apresente estável. É necessário observar, também a coloração das extremidades, para avaliar a perfusão tissular.d)- A utilização de agentes anestésico, tempo prolongado de cirurgia,temperatura ambiental baixa e administração de infusões venosas frias na sala de operações são fatores que podem produzir hipotermia e calafrios no pós-operatório. O enfermeiro deve estabelecer medidas visando o aquecimento e o conforto do paciente, uma vez que os tremores aumentam a necessidade de oxigênio, além de serem muito desconfortáveis. A hipotermia aparece como complicação de maior incidência, tanto em pacientes submetidos à anestesia geral como aos bloqueios regionais.e)- A manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico é uma das preocupações da enfermagem na recuperação pós-anestésica. Neste particular, compete ao enfermeiro controlar e registrar a quantidade de líquidos administrados e eliminados através da urina, drenagens, vômitos ou outras perdas. O déficit de volume é a desordem mais comum do balanço hídrico no pós-operatório, e pode ser causado por excessiva perda de líquidos e reposição inadequada.O volume urinário baixo é um importante indicador nesta situação.f)- O enfermeiro deve estar alerta aos episódios de náuseas e vômitos, também freqüentes no período de recuperação da anestesia, e estabelecer medidas como lateralizar a cabeça do paciente, a fim de prevenir aspiração brônquica de conteúdo gástrico, administrar anti-eméticos, quando prescrito, e conversar com o paciente, tranqüilizando-og)- O curativo cirúrgico deve ser inspecionado e controlado o volume e o aspecto das secreções de sondas e drenos, verificando-se a presença de sangramento que, quando excessivo, deve ser comunicado ao cirurgião responsável.h)- A sessão da analgesia produzida pelo ato anestésico é um fator esperado neste período, e a promoção do alivio da dor deve ser uma das metas da assistência de enfermagem, através da administração de medicamentos prescritos, da mudança de decúbito como

24

Page 25: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

medida de conforto, e do reconhecimento da dor em pacientes que não possam acusa-la. A agitação psicomotora e a hipertensão são alguns dos sinais que podem indicar presença de dor no pós-operatório. É importante ter em mente que a dor causa desconforto e ansiedade no paciente, podendo comprometer a recuperação.Toda a equipe deve estar atenta para as manifestações e queixas dolorosas, e implementar as medidas necessárias para atende-las, afim de promover o conforto e o bem estar do paciente.

As intervenções implementadas e as respostas do paciente a estas devem ser registradas pelo enfermeiro, permitindo a avaliação da assistência de enfermagem prestada.

4.3 – AVALIAÇÃO PARA ALTA

Foi desenvolvido um índice de avaliação que tem sido adotado em diversos serviços, estabelecendo uma linguagem comum entre os médicos e enfermeiros que avaliam o paciente, baseado em cinco parâmetros: respiração, consciência, circulação, atividade muscular e coloração.A avaliação deve ser realizada no momento da recepção do paciente e em intervalos estabelecidos durante a sua permanência na RPA.Cada um dos parâmetros estabelecidos recebe um valor de zero a dois, e os valores atribuídos são somados, totalizando o índice máximo de dez. A variação do índice atribuído ao paciente em observações periódicas indica a evolução da recuperação pós-anestésica. Assim, se numa primeira observação o paciente recebe o índice oito, e numa segunda realizada trinta minutos depois, recebe índice seis, deve-se acompanhar melhor o caso, uma vez que a evolução não está sendo satisfatória.O índice dez, como resultado da soma dos valores atribuídos, é considerado condição clinica satisfatória e segura para a alta do paciente da RPA, pois significa que este é capaz de inspirar profundamente e tossir, está consciente, a pressão arterial está variando dentro de 20% do nível pré-anestésico, move os quatro membros voluntariamente ou sob comando e está com pele de coloração rosada.Uma vez confirmada a alta, o enfermeiro da RPA deve comunica-la ao enfermeiro da unidade de origem do paciente, informando-lhe as condições em que este se encontra. Em seguida, transporta-lo de forma segura, até o seu leito, onde continuará a receber os cuidados de pós-operatório.

CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO(CME)

1 – Conceito:É o conjunto de elementos destinados a expurgo, preparo e esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades do Hospital.

2 – Fluxo do material:

Material Contaminadoexpurgopreparoesterilizaçãoestoque

25

Page 26: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Área Suja Área Limpa

a)Material Contaminado: instrumental cirúrgico, materiais perfuro-cortantes, outros artigos (plástico, silicone, outros materiais não-cortantes).

b)Expurg o : receber materiais contaminados e executar processos de limpeza, descontaminação, lavagem e secagem. Lavagem manual ou mecânica (equipamento de proteção individual – EPI).

c)Preparo: empacotamento, identificação e controle químico.

d)Esterilização: eliminação completa de todas as formas de vida microbiana do artigo submetido ao processo. Pode ser por meio físico (calor seco, calor úmido sob pessão) ou meio químico(óxido de etileno, pastilhas de formol, plasmática).

e)Armazenamento ou estocagem: garantir a esterilidade do material.

3 – Tipos de esterilização:Meio físico – Calor seco (estufa)

Calor úmido sob pressão (autoclave)

Meio químico gasoso – óxido de etileno Plasma peróxido de hidrogênio

Meio químico líquido – glutaraldeído

4- Desinfecção e Esterilização Químicas Liquidas

Desinfecção – Processo que elimina a maioria ou todos os microorganismos patogênicos, exceto os esporos bacterianos de superfícies inanimados.

Tipos de desinfetantes químicos: hipoclorito Glutaraldeído Álcool etílico a 70%; etc

Material de Endoscopia – Glutaraldeído: desinfecção – imersão por >20Esterilização – imersão por 10 h

ETOAutoclave

26

Page 27: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

3- PAPEL DA CIRCULANTE

a – Montagem da sala de operações –

- Saber quais são as operações marcadas para a sala de sua responsabilidade, respectivos horários e a solicitação ou não de equipamentos ou material especial.- Verificar a limpeza das paredes e do piso da sala. Geralmente a limpeza diária é feita de véspera, ao final das operações do dia.- Arrumar a sala, provendo-a com equipamento necessário a operação.- Testar luzes e equipamentos- Regular a temperatura da sala.- Verificar se o lavabo está equipado para lavagem e anti-sepsia das mãos e antebraços.- Revisar os materiais existentes na sala: medicações, formulários...- Providenciar o material especifico de cada cirurgia.- Colocar o pacote de campos e aventais, as luvas e a caixa de instrumentos em local acessível para a sua utilização.- Preparar soro morno se necessário.

b - Abrir os pacotes de material estéril seguindo as instruções -

Segurar o pacote afastado do corpo e na posição adequada para soltar o adesivo que prende a ponto do envoltório.Levantar essa primeira ponta para o lado oposto ao corpoAbrir cada uma das pontas laterais do envoltório.Prender, cuidadosamente, as três pontas soltas, de forma a não contaminar a parte interna do pacote.Deixar o conteúdo do pacote cair sobre a mesa do material cirúrgico.OBS: pacotes grandes contendo instrumental, campo, aventais, por exemplo, devem sempre ser abertos sobre uma mesa.

c – Auxilio ao instrumentador –

- ajudar o instrumentador a vestir o avental ou capote, e a calçar as luvas estéreis.- Colaborar na montagem das mesas auxiliares, fornecendo os materiais estéreis e os líquidos necessários ao instrumentador, dentro dos princípios de assepsia.OBS: Princípios de assepsia-Manter uma certa distancia da mesa do instrumentador, quando lhe oferecer material.Evitar tocar na parte interna das tampas das caixas que forem abertas.Utilizar pinça servente estéril para retirar os instrumentos de caixas ou cubas.Usar técnica adequada para o fornecimento de soluções anti-sépticas, como álcool iodado, e de outros líquidos, como o soro fisiológico, depositando em cuba redonda pequenaUtilizar técnicas corretas para alcançar os materiais.

27

Page 28: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

c – Atendimento ao paciente -

- Receber o paciente no CC, quando o enfermeiro está impossibilitado de faze-lo.No ato do recebimento é necessário, primeiramente, identificar o paciente e verificar se foram realizados os seguintes cuidados pré-operatórios:preparacao da região operatóriaColocação correta da roupa do paciente.Retirada de jóias, próteses e esmalte de pelo menos uma das unhas- Verificar no prontuário: medicações pré-anestésica, sinais vitais, problemas alérgicos e condições físicas e emocionais do paciente.- Observar se os exames estão junto ao prontuário.- Na sala de operação demonstrar solidariedade e calor humano.- Nunca deixa-lo sozinho e atendê-lo a suas necessidades como cobri-los, sentir frio...

d- Auxilio ao anestesista –

- Posicionar o paciente de acordo com o tipo de anestesia que ira receber OBS: é necessário o circulante conhecer os vários tipos de anestesia e, também, saver como deve posicionar o paciente em cada caso.

Os anestésicos são divididos em duas classes, dependendo de bloquearem a sensibilidade em:1 – Todo corpo - anestesia geral.2 – Partes do corpo – anestesia local, regional, epidural ou raquidiana.

e- Atendimento no ato cirúrgico –

As atribuições podem ser divididas em três momentos:No inicio da cirurgia – - auxiliar a equipe a vestir o capote ou avental – a circulante deve se posicionar de frente para as costas do membro da equipe, introduzindo as mãos nas mangas, pela parte interna do avental e puxar até que os punhos cheguem nos pulsos; amarrar as tiras do decote do avental, receber os cintos pela ponta e amarrar; posteriormente, apresentar as luvas..- Ajudar a colocar o paciente em posição adequada anatomicamente, possibilitando boas condições de respiração e evitando distensões musculares, compressão de vasos, nervos e saliências ósseas.- Descobrir a área operatória e oferecer anti-sépticos à equipe cirúrgica.- Colocar a placa neutra do Bisturi Elétrico, na panturrilha do paciente ou outra região, conforme a cirurgia.

28

Page 29: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

f- Durante a realização da cirurgia –

- Permanecer atento a todas as solicitações- Zelar pela limpeza, colocando imediatamente solução desinfetante sobre locais eventualmente contaminados por sangue. Depois de 10 minutos limpar esses locais com desinfetante.- Fazer as anotações na folha de gastos, de acordo com as normas administrativas do hospital.- Controlar a quantidade e peso das compressas cirúrgicas e gazes, para evitar esquecimento acidental desses materiais no campo cirúrgico.

g- Após o término da cirurgia –

- Desligar o foco e os aparelhos elétricos- Auxiliar o médico no curativo da incisão cirúrgica- Remover os campos e, em seguida, vestir e agasalhar o paciente- Auxiliar a equipe cirúrgica a retirar os aventais- Transferir o paciente para a maca, após a autorização do anestesista- Providenciar o transporte do paciente para a unidade de recuperação com o prontuário completo juntamente com o anestesista- Tratar o material de vidro, de borracha e o instrumental de acordo com a rotina do serviço- desocupar a sala encaminhando a roupa à lavanderia; solicitar a limpeza do local.- Com relação a impressos, ampolas ou frascos vazios de medicamentos controlados, os mesmos devem ser encaminhados para os setores determinados- Respeitar as medidas de prevenção de acidentes com perfuro cortante- O paciente não deve ser deixado sozinho devido o risco de quedas.

FIOS DE SUTURA CIRÚRGICA

1 – Definições

- Fio de sutura – Material usado para costurar tecidos unindo-os até que a cicatrização seja processada.- Envelope de fio – é a cobertura que contém o fio de sutura, sendo coberto num envelope externo que deve ser aberto com técnica asséptica para retirar o fio esterilizado.- Sertix (fio enroscado) – é o tipo de fio com agulha embutida fazendo parte de uma unidade contínua

Existem 2 tipos – ÚNICO – apenas uma (1) agulha embutida em uma extremidade - DUPLO – com uma agulha em cada estremidade do fio.

2 – Maneiras de montar fio

- Único – um comprimento de fio é montado numa agulha com uma extremidade longa e outra curta

29

Page 30: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

- Duplo – o comprimento dobrado(geralmente o comprimento total de um envelope) é montado numa agulha, e as duas extremidades do fio tem o mesmo comprimento. As extremidades podem ser amarradas juntas com um só nó.- Trançado – o material de sutura é introduzido através do orifício da agulha duas vezes na mesma direção para evitar que solte. A extremidade menor pode ser tão curta quanto permite a montagem.

- Classificação dos fios de sutura (cirúrgicos):

1. Absorvíveis – São fios orgânicos de origem animal (principalmente) facilmente atacados pelos fagocitos e cuja digestão se completa em período curto devendo ser usado em suturas de intimidade de tecidos (categutes) (subcerosa do intestino do carneiro).O categute é um fio maleável, de resistência suficiente quando bem preparado, é feito de intestino de carneiro sem a mucosa (subcerosa).

Quanto ao Diâmetro: vai de 0 a 6.0 que são os mais finos e 1 a 6 que são os mais grossos.6.0 5.0 4.0 3.0 3.0 0 1- 2- 3- 4- 5- 6X-----------------------------------------XFinos Grossos

Algumas vantagens de uso de categute:- É extremamente permeável, sendo portanto contra indicado em suturas superficiais.- É de difícil esterilização - Pode promover sensibilização alérgica-Tem absorção variável- Origina o edema, sendo que esses fatores retardam a cicatrização.Pode ser:Simples - é reabsorvido em 8 a 10 diasCromado – é reabsorvido em 20 a 28 diasO categut cromado se obtém pela submersão das fibras em bicromato de potássio, o que determina tempo de absorção maior que representa uma garantia de sutura de tecidos não ricamente irrigados.

OBS: Os fios absorvíveis orgânicos vem em soluções, pois quando secos diminuem a resistência.

2. Fios não absorvíveis – Neste grupo temos: a)orgânicos b)sintéticos c)metálicosa)os fios organicos – não são absorvíveis mais sofrem uma espécie de incestamento desde que devidamente assépticos, não trazem problemas, se não produzem reação inflamatória muitas fezes tardia, que se abre para o exterior é só termina quando desaparece o corpo estranho.Pode ser de: - origem animal

- origem vegetal

Os de origem animal o mais usado é a seda, simples ou trançada de espessura variada. Podendo ser encontrada em carretéis ou já cortados.

30

Page 31: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Origem animal: - é o mais importante pela freqüência de uso é o algodão que derivado da celulose. É um fio flexível, não irritante para os tecidos, de fácil esterilização e barato. No comercio pode se apresentar em carretéis ou já cortados em embalagens estéreis com o sutupak. As espessuras mais utilizadas são de algodão nº00, que corresponde ao sutupak 4.0 e algodão 1.0 corresponde ao sutupak 2.0.

b)Fios Sintéticos: - são de fácil esterilização, não se alteram em contato com os microorganismos e são bem tolerados.1. Nylon (mononylon) fibra resinosa, em estrutura semelhante a proteína caracterizada por uma grande elasticidade e resistência a água, também é encontrada trancado.Para que as extremidades não deslizem, deve-se dar pelo menos um nó duplo ou vários.

2.Fio de Dacron – poliéster sintético (mercilene) que mantém sua força tensil inalterada durante 24 dias.

3. Fio de Prolipopileno (Prolene) – fisiologicamente inerte e o que menos potencializa uma infecção.

4. Fio de ácido poliglicólico (Dexon) – que se mantém resistentes durante o período crítico da cicatrização, mesmo em presença de contaminação.

5. Ethibond – poliéster de grande resistência tensil, maleável, inerte o que mantem a sua resistência por tempo indeterminado padrão sintético.Usado no implante de Próteses onde a segurança é o fator principal

6. Poly-Vicryl – fio cirúrgico sintético absorvível com mínima reação tissular. Ácido glicólico e láctico. Mantém o tecido compactado durante o período crítico. 60 a 90 dias.

7. Linho – fibras longas, torcidas para aumentar a resistência. Empacotado seco deve ser umedecido antes do uso.

c) Metálicos:O único de grande aplicação cirúrgica e o aço inoxidável, que é liso, não irritante, relativamente barato, com grande força de tensão, de fácil esterilização. Os nós ficam firmes e perfeitos.

NOTA: Devemos nos lembrar que qualquer tipo de fio atuará como corpo estranho e provoca inflamação por parte dos tecidos como medida de defesa. O processo de fibrose que resulta a partir disso é o que mantém os elementos aproximados.

31

Page 32: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

METODOS DE HEMOSTASIA

1 – Introdução: A maioria dos métodos de hemostásia atualmente em uso são apenas requintes dos métodos dos cirurgiões primitivos. O calor, a pressão, a ligadura, os adstringentes, usados na forma atual, acabam com o sangramento com segurança e de forma humanitária.Nas épocas passadas, contudo, estes métodos eram seguidos por infecção grave, sofrimento indescrivível muita incapacidade permanente e uma taxa de mortalidade de 80 por cento ou mais.

2 – História da Hemostásia: Nos tempos antigos, a guerra tornou necessários alguns meios para controlar a hemorragia.Sabia-se muito bem que a perda de sangue significava à perda da vida. Contudo a circulação sanguínea não era compreendida. Acreditava-se que as veias continham todo ou quase uma pequena quantidade de sangue. Os cirurgiões usaram todas as espécies de materiais disponíveis para cobrir a ferida, como uma armação para o coagulo. Pêlo de lebre, tiras de casca de árvore, gema de ovo, pós ou teias de aranha eram enrolados sobre a parte sangrante. O frio e o calor foram empregados. A prática de verter azeite fervente na ferida ou cauterizá-la com ferros quentes para fazer parar o sangramento e a infecção constituí uma tortura extrema, e os pacientes quase sempre ficavam aleijados quando sobreviviam.Embora a ligadura fosse conhecida desde Hipocrates (nascido em 490 a.c) ele usou e recomendou os ferros em brasa para parar a hemorragia, e este costume persistiu por mais de 2000 anos.

3 – Coagulação do sangue: Acredita-se que a coagulação sanguínea se processa por reações enzimáticas em várias etapas. Em geral, protrombina está presente no sangue.Quando os tecidos são lesados, liberam a tromboplastina. A protombina, juntamente coma tromboplastina e os íons de cálcio no sangue, forma o fibrinogênio, para dar origem à fibrina que é o material estrutural básico do coágulo do sangue.

TROMPOPLASTINA + PROTROMBINA Ca+ FIBRINOGENIO + FIBRINA

COAGULOOBSERVAÇÃO : Além disso, quando a lesão ocorre, as plaquetas se agregam e as extremidades dos vasos seccionados sofrem contração.

4 – Métodos Atuais da Hemostásia:4.1 – Pinça Hemostática: é o método mais conhecido e mais usado de hemostásia. Pinças prensoras mal feitas foram usadas por Celsus. Porém, 1500 anos mais tarde, usou uma pinça prensora em forma de bala, que é a predecessora da pinça hemostáica utilizada atualmente. Halsted aperfeiçoou-se e divulgou o seu uso.

4.2 – Pressão: A pressão é exercida sobre o ponto sangrante manualmente por meio de uma bandagem ou curativos firmes. Há duvidas se isso promove a hemostásia ou se simplesmente faz a constrição dos vasos. Contudo, acredita-se que controla a hemorragia até que as forças normais do sangue tenham tempo de formar um coágulo.

32

Page 33: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

4.3 – Ligadura: Uma ligadura, comumente chamada laço, é um fio atado em volta de um vaso sanguíneo para ocluir o lúmem e prevenir o seu sangramento.

4.4 – Bisturi Elétrico (eletrocoagulação): este é hoje em dia o método mais eficiente de usar o principio da cauterização dos tecidos para fechar os pequenos vasos.

4.5 – Calor: Envoltórios quentes são usados amiúde em operação extensa, para controlar o sangramento capilar. Sua ação consiste em acelerar a reação química natural do sangue e apressar a coagulação.

4.6 – Cera para Osso: a cera para osso, composta principalmente de cera das abelhas, é usada para vedar os vasos sangrantes no osso. No momento, é o método de controledo sangramento ósseo em ortopedia e neurocirurgia.

4.7 – Agrafes de Cushing: os agrafos de Cushing são pequenas peças de arame fino e serrilhado, dobrado no centro em ângulo obliquo. Quando colocados na extremidade de um vaso e fechados firmemente, ocluem o lúmem e param o sangramento. É preciso uma pinça especial para sua aplicação.Ex.: Operação de coluna e demarcar uma área de uma biópsia

4.8 – Espuma de Gelatina: a espuma de gelatina é uma espuma absorvente feita de gelatina que foi laminada para uma consistência esponjosa, secada e esterilizada por calor seco. Existe em vários tamanhos e formatos e pode ser cortadas com tesoura sem esfiapar. A absorção se processa de 20 a 45 dias. É quase sempre usada com trombina, embora possa ser utilizada isoladamente.

4.9 – Celulose oxigenada e Regenerada: A celulose oxigenada e regenerada é um material absorvível e hemostático, quer sob a forma de gaze molhado ou como chumaço semelhante a um algodão absorvente. É colocada diretamente sobre ou dentro da área sangrante e, por via de regra, não é removida.Ex.: Para hemorragia capilar ou venosa ou para pequeno sangramento arterial.

4.10 – Hemoclip ou ligaclip: são clips pequenos feitos de aço inoxidável utilizados para grampear vasos. São deixados no paciente.

4.11 – Vitamina K: é usada nas cirurgias em certos casos para reduzir a possibilidade de hemorragia. É ministrada: 1) Pré-operatório, em pessoas que vinham recebendo terapia anticoagulante; 2) Em recém-nascidos.

4.12 – Adstrigentes: é um agente que controla a hemorragia, ao causar uma contração dos vasos sanguíneos. Embora os adstrigentes, especialmente a adrenalina, sejam muito usados, tem a desvantagem de serem carregados rapidamente pela corrente sanguínea.Adrenalina: esta solução é frequentemente usada como adstrigente na cirurgia nasal por aplicação local as membranas mucosas. É também utilizada em várias proporções nos agentes anestésicos locais para provocar uma constrição local nos vasos. Isso mantém o anestésico mais concentrado naquela área e reduz a quantidade de sangramento ao se realizar a incisão. Contudo dispersa-se logo, produzindo pequeno efeito local.

33

Page 34: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Ácido Tânico: este pó é usado ocasionalmente nas membranas mucosas do nariz e da garganta para ajudar a reter o sangramento capilar.

4.13 – Trombina: é o pó produzido a partir de sangue de boi. Pode ser usado como: 1)pó seco, borrifado numa superfície sangrante; 2) como solução, isoladamente ou com espuma de gelatina.

AGULHAS

1 – Conceito : são instrumentos utilizados para conduzir o fio de sutura através dos tecidos. São fabricadas em aço inoxidável.

2 – Características das agulhas:a) Quanto a curvatura ou forma: Em relação a esta, as agulhas podem ser retas e curvas.b) Quanto ao comprimento em centímetros: quanto ao comprimento, as agulhas curvas de ponto fixo ou falso variam de 1,5 a 10,5 cm e as retas de 1,8 a 10 cm.c) Quanto a secção transversal: é a forma que se observa cortando transversalmente o tecido e se apresenta da seguinte forma:- agulha de ponta cilíndrica;- agulha de ponta cortante;- agulha de ponta romba;- agulha espatular escleral.d) Quanto à fixação do fio: refere-se ao local onde o fio é preso ou inserido à agulha pode ser:Atraumático: quando o fio e a agulha são encastoados ou montado pelo fabricante.As agulhas curvas encastoadas são encontradas em comprimentos que variam de 0,3 cm e as retas de 2,5 a 6cm.

Traumático: quando o fio é montado na agulha durante o ato cirúrgico pelo cirurgião ou pelo instrumentador. As agulhas de fundo falso são as que se destinam a essa finalidade, nas primeiras, o fio é passado através do orifício da agulha, e nas segundas é colocado ou introduzido no canal sob pressão.

34

Page 35: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

ANESTESIAS E ANESTÉSICOS

1 – Introdução: Anestesias são métodos usados para bloquear os centros da ansiedade e da dor no cérebro. Os anestésicos gerais bloqueiam o cérebro (nível encefálico).O anestésico geral pode ser ministrado por via endovenosa ou inalatória ou ainda em casos especiais via Retal, sendo o inalatório o método mais controlável de administração.O primeiro anestésico empregado para uso em cirurgia foi o éter.Com o advento das duas grandes guerras mundiais e a complexidade dos atos cirúrgicos forçaram a anestesiologia como especialidade médica.

2 – CONCEITOS (DEFINIÇÃO)

a) Anestesia: é caracterizada pela perda da sensibilidade dolorosa e perda consciência.b) Analgesia : é a perda da sensibilidade dolorosa com a preservação da consciência.c) Hipnose: é a perda da consciência sem a perda de sensação de dor.d) Anestésicos Gerais : inalatórios ou endovenosos, promovem depressão dos

neurônios ao nível encefálico.e) Anestésicos locais : promovem bloqueios de condução dos impulsos elétricos nos

nervos periféricos.f) Anestesia Local : usado anestésico por infiltração local subcutânea. Os anestésicos

locais são agentes farmacológicos capazes de produzir uma anestesia numa área do corpo.

É considerada a mais simples por:1) Simples, econômica e não explosiva;2) a quantidade de material é mínima e o cuidado no pós-operatório é menor;3) Ideal para operações superficiais e curta duração.

Contra Indicação: Pacientes nervosos e em algum tipo de cirurgias, devido ao número de injeções e a quantidade de anestésico necessário.Complicações : Dermatite de contato, doença do soro que inclui febre e linfodenopatia, urticária, reação anafilática caracterizada por dispnéia, cianose, coma e morte, broncoespasmo e edema.

3 – INDICAÇÃO DA ANESTESIA GERAL

- Lactentes e crianças pequenas.- Adultos que preferem anestesia geral apesar da recomendação de que a cirurgia pode ser realizada com segurança, sob anestesia local e segurança.- Peocedimentos cirúrgicos externos.- Paciente com doença mental- Cirurgia para a qual a anestesia local não é prática e nem satisfatória.- Paciente com história de reações tóxicas ou alérgicas aos anestésicos locais.

4 – EQUIPAMENTOS: para anestesia geral, depende da complexidade do ato cirúrgico.

35

Page 36: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

1. Fonte de O2 e gazes anestésicos : geralmente se encontram centralizados no centro cirúrgico, eventualmente em cilindros identificados conforme cores padrões internacionais como:

Verde= oxigênioAzul= Protóxido de Azoto (ácido Nitroso)Laranja= Ciclo propano

2. Aparelho de anestesia : carrinho de anestesia, fluxometros que quantificam os gazes (volume para administrar os gazes voláteis)

3. Vaporizador : Disponível em separado do aparelho.Vaporiza o anestésico volátil com O2 na concentração adequada.4. Ventiladores mecânicos : para controlar a respiração durante a anestesia.Freqüência e volume para cada paciente.5. Laringoscópio: Para visualizar a laringe nos procedimentos da entubação traqueal.

Cabo contendo pilhas e lâminas, retas e curvas.6. Sondas Traqueais : Possibilitam a ventilação pulmonar livre de obstruções e

secreções. Borracha ou plástico com ou sem balonete (cuff).7. Bandeja (Contendo): 5 seringas e agulhas de vários tamanhos e calibres, para

diluição de drogas anestésicas e administração.8. Acessórios: Conexões, guias, pinça de Magull, cânula orofaríngea de Gedell,

lubrificantes de sondas, seringas, gazes, esparadrapo e aspirador:

5 – ANESTESIA GERAL : COMO PODE SER?

5.1 – Anestesia endovenosa: é caracterizada para administração de um anestésico endovenoso como agente principal.1 – Baritúrico: Tiopental (Thionembutal) Metohexitos (Brietal)Indicações: reduções incruentas de fratura luxações, drenagens de abcessos. Indução anestesia geral.Efeitos colaterais: Depressão respiratória, laringoespasmo (edema de laringe)

2 – Quetamina: (ketalar): produz a chamada anestesia dissociativa por uma ação desigual nos centros da consciência, da dor e emoção. Para paciente chocado..........Indicações: pacientes em estado de choque. Curativos de grandes queimados, etc...Intervenção cirúrgica de pouca duração.Contra Indicações: hipertensão , pacientes com pré aclânpsia e eclampsia, pacientes alcólatras e não usar associado com barbitúricos.Efeitos colaterais: taquicardia, hipertensão, sonhos, alucinações e delírios. 3 – Benzo Diazepínicos: Diazepan (Valium)Indicações : cardioversão, anticonvulsivante, D.P.O.C.Efeitos colaterais; Depressão cardiorespiratória , potencializam outros agentes.

4 –Droperidol e Fentanil : ( Inoval ) .Associação de um tranqüilizante maior com um opiáceo determina o neuroléptico analgesia.

36

Page 37: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Indicações : em arteriografias, complemento de anestesias, inalátorias ou bloqueio.Efeitos colaterais : Depressão respiratória e hipotensão.

5 – Relaxante Muscular: ( Curari) : Succinilcolina: Quelecin, Pawulon, Flaxedil.Indicações : durante anestesia geral com suporte respiratório.Efeitos Colaterais: Parada Respiratórias, temperatura elevada, miastenia grave, doença hepática, hipóxia.Contra Indicação : Na cirurgia de interior do olho pois aumenta a pressão intra-ocular.

6 – Desintoxicante : Neotigmine, Prostigmine, antagonista dos relaxantes muscular.Indicação: Tratamento das atonias intestinais, em miastemias graves, anular ação curari.Efeitos colaterais: Salivação, miose, lacrimação, broncorréia, broncoespasmo, bradicardia, hipotensão arterial.Contra Indicação: 1º semestre de gravidez

7 – Atropina : Sulfato de AtropinaEfeitos Colaterais: Secura na boca, disfagia, rubor facial, hipotensão.

5.2 – Inalatória (Anestesia): Na indução, hipnose rápida e agradável é promovida por um agente endovenoso.Se necessário entubação orotraqueal ou nasotraqueal praticada com ajuda de um relaxante muscular despolarizante de curta duração tipo (quelecim).Na manutenção, sustenta-se a administração de um anestésico em concentração adequada e controla-se as funções vitais com ajuda de monitores. Na reversão após o término da cirurgia, a inalação do anestésico é descontinuada e a desintoxicação é promovida com o uso do Neostigmine, para aumentar a concentração de acetilcolina na placa motora. Atropina é dada conjuntamente para bloquear os efeitos muscarínicos da acetilcolina.

Os Anestésicos Inalatórios: Podem ser líquidos Voláteis ou gazes Anestésicos.1) Líquidos Voláteis : Halotano (Fluotane) É um liquido claro, incolor, altamente volátil, tem ampla aceitação pela sua propriedade de indução suave da anestesia. Recuperação confortável.Fácil manutenção de grau adequado de anestesia e ausência de inflamabilidade.Vantagens: - Rápida e suave indução e recuperação

- Não irritante - Não aumenta secreções - Não é inflamável, nem explosivo

Desvantagens: Depressor do miocárdio agente causador de arritmias. - Potente relaxador - Recuperação ocasionalmente acompanhada de calafrios e baixa

temperatura.

Eufurano (Etrane): Menor sensibilização do coração a adrenalina.

Metoxifluorano (Pentrane): É um líquido claro, incolor, com características de odor de frutas. É o mais potente e manos volátil inalatório.

37

Page 38: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

Há pacientes que ficam com palidez intensa, bem como a sonolência prolongada.Vantagens: - Relaxante muscular - Grande margem de segurança - Não é inflamável nem explosivoDesvantagens: - Má indução e recuperação prolongada - É nefratóxica

2) Gazes Anestésicos - Óxido Nitroso ou Protóxido de Azoto (N2O): É o menos potente dos gazes anestésicos, ministrado com maior freqüência, é um gás administrado em anestesiologia clínica.- Armazenado em cilindros de aço de cor azul.- Anestésico fraco, usado com agente suplementar com outros anestésicos gerais.Vantagens: - Rápida indução e Recuperação

- Não é irritante, não é explosivo - Não sensibiliza o miocárdio a adrenalina

Desvantagens: - Não causa Relaxamento muscular - Anestésico fraco- requer baixa concentração de O2 para plano cirúrgico de anestésico.- Ação Teratogênica. Má formação do feto

Ciclopropano:Vantagens: - Relaxante

- Usado em todos os tipos de cirurgias - Baixa toxidez

Desvantagens: - Poderoso depressor- ocasionalmente produz distúrbio no ritmo cardíaco- Pode causar broncoespasmo- Altamente explosivo

6. – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

- Verificação da permeabilidade das vias aéreas superiores e adotar manobras necessárias para sua manutenção.- Verificação de S.V. e P.A. com o intervalo de 5 ou conforme o estado geral do paciente.- Auxiliar o anestesista no que for necessário.- Verificar nível de consciência e reflexos.- Observar náuseas, vômitos e outros sinais e sintomas e prestar os cuidados necessários com prioridade.- Observar conexão de drenos e sonda, controle e funcionamento dos mesmos.- Controle de perfusão venosa e gotejamento.- Observar os sinais e sintomas de choque e gotejamento.- Administração de medicação para profilaxia e controle de dor.

38

Page 39: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

OBSERVAÇÃO : CUIDADOS DE ENFERMAGEM PRÉ ANESTÉSICOS

1 – Verificar peso e altura2 – Observar sinais e sintomas com tosse, vômito escarro e hemorragia.3 – Verificar sinais vitais. PA – Hemorragia interna.4 – Administrar o pré anestésico 30 a 45 antes da cirurgia.5 – Preparo psicológico e demais cuidados gerais e comuns a qualquer cirurgia.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

1 – DEFINIÇÃOa) Anestesia Tópica : o anestésico é administrado na superfície das mucosasEx: anestesia da laringe para entubação traqueal no paciente acordado.b) Anestesia Local ou de superfície : o anestésico é administrado no tecido subcutâneo.Ex: Sutura de pele e retirada de corpo estranho.c) Bloqueio de Nervo Periférico: o anestésico é administrado individualmente a um nervo cuja área de intervenção se deseja bloquear.Ex: bloqueio de plexo braquial para cirurgia de braço e mão.d) Anestesia Regional Endovenosa: o anestésico é ministrado numa veia próxima a região de interesse após garroteamento.Ex: redução cruenta de fratura dos ossos do antebraço.e) Raquianestesia ou Bloqueio Subaracnóide: Geralmente ao nível da coluna lombar especial atenção aos cuidados de esterilização e antissepsia, devido ao fato de abordar-se o SNC. Nota-se que o anestésico é depositado junto ao liguor, ocorrendo perfuração da Duramater.- Droga usada: Xilocaína Pesada 5% - aml

2 – INDICAÇÃO

- Nas operações de extremidades inferiores que envolve tecidos moles, vasos e ossos.- Crirurgias de períneo, proctológica, vaginal e urológica.- No abdomem inferior: hérneas.- Nos intraperitoniais: sobre o intestino delgado e apêndice.- Parto por via vaginal ou cesariana

3 – CONTRA INDICAÇÃO

- Distúrbios hemorrágicos- Septemias- Elevação da pressão intracraneana- Paciente psicótico e não cooperativo- Artrite ou deformidade de coluna- Dermatite crônica ou infecção cutânea no sítio da punção- Doença prévia da mefula espinhal- Hipotensão acentuada.

39

Page 40: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

g) Anestesia Peridural ou Bloqueio Extradural : O anestésico é ministrado no espaço extradural ou Peridural (antes).

h) Neste caso não há perfuração da Duramater nem perda liguórica . Uma agulha mais calibrosa facilita a identificação do espaço peridural pela técnica da perda da sensibilidade ou perda da resistência. Um volume de anestésico, 20 ml é usado para possibilitar a difusão até as raízes nervosas da medula.

4 – INDICAÇÃO

- Cirurgias de grande porte- Partos vaginais e cesariana- Histerectomias, salpigectomas, tec.- Cirurgias retais e perineais- Cirurgias urológicas- Extremidades inferiores

5 – CONTRA INDICACAO:- Infecção local no sítio de punção - Hemorragia grave ou choque- Doença neurológica ou Psiquiátrica pré existente- Lombalgia crônica ou cefaléia pré-operatória- Artrite e deformidade de coluna

VANTAGEM: Não ocorre cefaléia no pós operatório hipotensão é menos provável.- Ausência de complicações neurológicas

OBSERVAÇÃO

6 – VANTAGENS DA ANESTESIA LOCAL:- Agentes anestésicos não explosivos- Uso de equipamentos mínimos e simples; economia- evita os efeitos indesejáveis da anestesia geral- Não há perda da consciência- Adequada para pacientes ambulatoriais- Pessoas que se alimentam nas últimas horas- Onde haja cooperação do paciente- Cirurgias pequenas

DESVANTAGENS- Não é praticada para todas as cirurgias- Necessidade de muita droga infiltrada- Duração insuficiente para cirurgias maiores- Há variações individuais na resposta à agentes anestésicos- Absorção muito rápida da droga no sangue.- Pode provocar reações graves e fetais- Capacidade do paciente de ouvir e ver

40

Page 41: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

PRECAUÇÕES: Os anestésicos com vaso constritores como adrenalina e epinefrina, não devem ser usados em anestesias de extremidades como: ponta de dedos, orelha, nariz e pênis. A Conseqüência e isquemia em decorrência da dificuldade da circulação de retorno.

7 – CONTRA INDICAÇÕES DA ANESTESIA LOCAL: Esses fatores são variáveis e existem excessoes- Infecção local ou malignidades podem ser espalhadas para os tecidos adjacentes.- Septcemia no bloqueio proximal do nervo a agulha pode abrir novo canal linfático.- Sensibilidade alérgica do paciente a droga local- Pacientes extremamente nervosas, apreensivos, estado mental ou idade.

8 – EQUIPAMENTOS- Bandeja contendo seringas de diversos tamanhos- Gazes, luvas- Pinça para antissepsia- Agulhas de diversos calibres- Cuba redonda e antissépticos- Drogas anestésicas- agulhas de punção lombar: nº 22-24-25 e 26 para Raqueanestesia. Para peridural: 9 cm, calibre 18 ponta com bisel e mandril.

9 – DROGAS ANESTÉSICAS: A anestesia local regional é caracterizada pela administração de anestésico local nas imediações dos axônios, os anestésicos locais podem ser classificados segundo o agrupamento químico em:- Amidas: Lodocaína (xilocaína)

Bufivacaína (marcaína)- Estéreis: Procaína – novacaína, tetracaína

Sua ação é de estabilizar a membrana do axônio impedindo a despolarização e conseqüente propagação do impulso elétrico.Reações adversas são conseqüência de uma concentração plasmática em nível tóxico resultante de alta dosagem ou absorção.Os sintomas são variáveis e podem incluir: iscitacção, convulsão, tremor, hipotensão e parada cárdio-vascular.

10 – COMPLICACOES:

a) RAQUIANESTESIA: - Cefaléia - Lombalgia- Retenção urinária- Complicações Neurológicas permanentes- Aracnoidite adesiva crônica- Hipotensão

OBSERVAÇÃO: Em conseqüência do bloqueio simpático que acompanha o bloqueio sensitivo e motor, ocorre vasodilatação, na região anestesiada produzindo hipotensão

41

Page 42: 1-2 APOSTILA DE CIRURGICA I.doc

arterial. Esta é controlada com administração de fluidos intravenosos e se necessário drogas vasopressoras tipo araminol e efedrina (Efortil). Este efeito pode prolongar-se no pós-operatório imediato, merecem da vigilância na SRPA.Na unidade de internação recomenda-se repouso no leito por 24 horas. O uso do travesseiro é admissível.

b) ANESTESIA PERIDURAL: - Punção acidental da Duramater produzindo Raquianestesia extensa com parada respiratória e hipotensão severa.

11 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

1 – A enfermagem deve auxiliar o anestesista no que for necessário2 – Orientar o paciente sobre o tipo de anestesia posição correta para a aplicação do anestésico3 – Evitar conversas na SO referente ao paciente ou a sua patologia, pois permanece acordado.4 – Posiciona-lo em decúbito dorsal sem travesseiro ou baixo, por 24 horas e a cabeça para o lado, evitando aspirações de secreções e vômitos (caso seja Raquianestesia).5 – Verificar sempre a P.A., detectar queda.6 – Observação de náuseas e vômitos e outros sinais e sintomas e prestar os cuidados necessários.7 – Controle da perfusão venosa e gotejamento8 – Anotação no prontuário dia e hora da anestesia e tipo9 – Anotar intercorrências e recomendações dos cuidados10 – Encaminhar o paciente para a SRPA

12 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 – BRUNER STUDART – Tratado de Enfermagem médico Cirúrgica.4ed. Interamericana, 1982. RJ2 – BERRY, Edna Cronella et alii. A Técnica na Sala de Operações.4 ed. RJ, Interamericana, 1977.3 – GUELLERE, Terezinha et alii. Centro Cirúrgico Aspectos Fundamentais 2 ed. Florianópolis, ed. UFSC, 1987 124p.

42